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Santa Catarina: polo logístico do óleo e gás Guardiã do extremo sul da região do pré-sal e contando com uma infraestrutura portuária e naval robusta, Santa Catarina se prepara para se tornar um dos principais polos logísticos do setor de óleo e gás no Brasil nos próximos anos. por Rodrigo Miguez

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ede da mais jovem gerência regional da Petrobras, a Unidade de Operações de Exploração e Produção do Sul (UO-Sul), criada em 2010 e com sede em Itajaí, Santa Catarina vem ganhando posição no cenário de petróleo e gás do país. Afinal, é na costa catarinense que se encontram os limites sul da região denominada de pré-sal, que pode abrigar volumes ainda não mensuráveis de hidrocarbonetos, capazes de dobrar e até triplicar as reservas brasileiras. E ainda que as atividades de exploração e produção tenham escalas pouco significativas, diante do gigantismo das bacias de Campos e Santos, o estado de Santa Catarina começa a descobrir uma nova vocação. De acordo com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é o oitavo estado que mais contribui para a geração do Produto Interno Bruto (PIB) do país, com R$ 152,5 bilhões. Com cinco portos marítimos instalados em sua área, é o quinto maior estado em movimento de importações no Brasil – depois do Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. O Porto de Itajaí, considerado o principal do estado, é o segundo maior do país em movimentação de contêineres – e o 13º na América Latina e Caribe. Desde maio, passou a funcionar dia e noite após a entrada em vigor do programa Porto 24h, de-

o município tenha o maior PIB do estado de Santa Catarina.

Infraestrutura reforçada

senvolvido pela Secretaria de Portos (SEP) do Governo Federal. Com grande concentração de estaleiros e portos, Itajaí deve abocanhar boa parte dos investimentos relacionados à cadeia produtiva de petróleo e gás em Santa Catarina, exatamente por causa de suas características geográficas e da infraestrutura robusta. Esses investimentos já começam a aparecer, em especial no setor de logística. Para melhorar o acesso ao porto de Itajaí, a prefeitura, em parceria com os governos federal e estadual, está construindo uma via rodo-portuária exclusiva para os caminhões que seguem rumo ao cais. Além disso, há um projeto para construção de uma Perimetral, além da duplicação da rodovia Antonio Heil (SC-486), a partir do entroncamento da BR-101. Todas essas obras visam preparar a cidade para o incremento não somente do número de veículos, como também de empresas de bens e serviços, principalmente do setor de óleo e gás, que vão se instalar na região nos próximos anos. A expectativa da prefeitura é de que, em pouco tempo,

Dentre as intervenções que estão sendo realizadas no Complexo Portuário de Itajaí está a dragagem de manutenção das profundidades da bacia de evolução e do canal interno em 14 m e 14,5 m do canal externo. O serviço está sendo feito com a draga Catarina, do tipo hopper, com capacidade de 2,4 mil m³, comprimento de 83 m e largura de 16 m. “Com o início das operações desse equipamento, garantiremos o restabelecimento das profundidades posteriores à conclusão dos serviços de dragagem de aprofundamento”, diz o superintendente do Porto de Itajaí, engenheiro Antonio Ayres dos Santos Júnior. De acordo com o superintendente, com maiores profundidades o Complexo Portuário do Itajaí poderá ampliar o volume médio de cargas operadas por navio. Além da dragagem, uma nova bacia de evolução está planejada para o Complexo, em um projeto de R$ 300 milhões, o qual pretende permitir que o Porto de Itajaí receba navios de até 366 m de comprimento por 51 m de boca, até 2016. Recentemente, uma das grandes obras de infraestrutura do estado foi anunciada pelo Governo Federal. A construção da Ferrovia da Integração, também conhecida como ‘Ferrovia do Frango’, que terá, a princípio, um traçado de 862 km liTN Petróleo 90

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Metalurgia e Produtos de Metal • 3.427 indústrias (2010) • 54 mil trabalhadores (2010) • 10% do Valor da Transformação Industrial de SC (2010) • 3,2% das exportações de SC, US$ 289 milhões (2011)

Máquinas e Equipamentos • 1.422 indústrias (2010) • 37,1 mil trabalhadores (2010) • 6,7% do Valor da Transformação Industrial de SC (2010) • 16,5% das exportações de SC, US$ 1,5 bilhão (2011)

Números do estado Municípios: 295 Capital: Florianópolis Área Total: 95.703,5 km² População: 6,3 milhões Alfabetizados: 96% Expectativa de Vida: 76 anos IDH: 0,840 PIB (2012): R$ 152,4 bilhões Renda per capta: R$ 24.400 Principais atividades: Portuário, construção naval, turismo, pesca, pecuária e agricultura.

gando o oeste ao litoral catarinense e prevista para ser concluída em 2019. A ferrovia vai ajudar a ligar o interior do estado com os principais portos de Santa Catarina, além de ampliar o desenvolvimento da economia. A localização estratégica de Santa Catarina também é confirmada pelos diversos terminais da Transpetro, braço logístico da Petrobras: três terrestres e um marítimo para o recebimento de produtos como petróleo, gasolina, álcool e biodiesel. O maior terminal da empresa fica em Itajaí, com 12 tanques para o recebimento e armazenamento de óleo diesel ambiente, gasolina, álcool anidro e hidratado, além do gás liquefeito de petróleo (GLP), que fica em duas esferas com capacidade de 6.364 m³. Já o terminal aquaviário de São Francisco do Sul armazena o petróleo que chega por oleodutos submarinos, depois de descarregados de navios aliviadores por meio de monoboias. O petróleo bruto é levado pelo Oleoduto Santa Catarina-Paraná (Ospar), para a Refinaria do Paraná (Repar) e ali é transformado em derivados. Outros dois terminais, de Biguaçu e Guaramirim, armaze50

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Indústria Naval • 53 indústrias (2010) • 3 mil trabalhadores (2010) • 0,7% do Valor da Transformação Industrial de SC (2010) • 0,03% das exportações de SC, US$ 2,5 milhões (2011)

Fonte: Sistema Fiesc

nam produtos para abastecimento da região de sua influência.

Ampliação da rede de gás Para garantir mais gás para as indústrias e para as cidades catarinenses, a Companhia de Gás de Santa Catarina (SCGás) vai investir esse ano mais de R$ 40 milhões somente na infraestrutura da rede e no aumento da rede de distribuição de gás natural no estado. Este ano, a empresa vai implantar aproximadamente 45 km de rede, que hoje tem

1.020 km de gasodutos para atender a 59 cidades catarinenses. Em maio, foram distribuídos 1.900.737 m³/dia de gás natural, sendo que 82,5% desse volume fornecidos para as indústrias, 16,48% para veículos automotivos e 1,02% para o mercado de varejo (residências e comércios). Para Cósme Po l ê s e , p r e s i dente da SCGás, o resultado das vendas de gás é um termômetro do desempenho da indústria. “Atendemos 224 clientes industriais no estado, dentre eles as principais plantas, com ênfase em segmentos que demandam alta carga de energia térmica em seus procedimentos, como o cerâmico, metalmecânico, têxtil e de vidros e cristais”, explica. Com capacidade de gerar cerca de 3.000.000 m³ por dia de biogás, a SCGÁS apresentou à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) seu programa de biogás/biometano. O atual potencial de geração de biogás do estado será proveniente de aterros sanitários e de


santa catarina: polo logístico do óleo e gás dejetos de animais, em Concórdia e Braço do Norte, e de um aterro na região da Grande Florianópolis. O diretor técnico-comercial da SCGÁS, Oswaldo Luiz Monte, lembrou que o biogás é uma alternativa para ampliação do suprimento no estado e uma ferramenta de de-

senvolvimento que gerará renda as propriedades rurais e preservará o meio ambiente. Com o objetivo de operar a partir de 2015 com o biogás gerado por um aterro sanitário, a companhia catarinense vai investir cerca de R$ 8 milhões em apenas um dos

projetos, para ampliar a rede até o ponto de injeção do gás dentro do aterro. De acordo com o atual Plano Plurianual de Negócios 2014-2018 (PPN), que passa por revisão, a empresa pretende chegar a 2016 com investimentos na ordem de R$ 591 milhões e 1.495 km de rede.

Estaleiros em expansão Braço catarinense da Keppel, o estaleiro da Keppel Singmarine Brasil, instalado na cidade de Navegantes, recebeu aporte de US$ 50 milhões para ampliação da capacidade da unidade, que passou a construir barcos de apoio para plataformas offshore. A primeira fase da expansão do estaleiro, concluída no ano passado, inclui a construção de uma rampa, um cais de 85 m, um pórtico de 120 toneladas e uma oficina equipada com guindastes. Hoje com capacidade de construir oito embarcações em um ano, a unidade também foi preparada para a fabricação de módulos offshore e para dar suporte na execução de grandes projetos do estaleiro Brasfels, de Angra dos Reis (RJ). Em 2012, a Keppel Singmarine Brasil construiu seis rebocadores SMIT Rebras e um barco de apoio offshore do tipo PSV (platform supply vessel) para a Guanabara Navegação, que fechou outro contrato com o estaleiro catarinense para a construção de um segundo PSV. Pertencente ao Grupo Edison Chouest, o estaleiro Navship está construindo no momento 12 embarcações, sendo dez PSV e dois AHTS, porém, hoje, a demanda do grupo é de 16 embarcações. O estaleiro fabrica somente para as operações do próprio grupo Chouest, com sede nos Estados Unidos. Com foco na construção de navios do tipo PSV, WSSV, OCV, FSVs, AHTS, MPSV, entre outros barcos de apoio offshore, o estaleiro tem boas perspectivas de crescimento para os próximos anos. “Com o conteúdo local em evidência, ainda temos algo em torno de 300 embarcações de bandeira estrangeira para serem substituídas no mercado offshore, portanto, teremos mais alguns

Estaleiro Navship anos construindo embarcações para este mercado muito promissor no país”, afirmou Ricardo Chagas, diretor da Edison Chouest Offshore. Dentre os diversos estaleiros em atividades em Santa Catarina, dois estão em construção em Itajaí, para atender exclusivamente o mercado offshore. Em um terreno de 310 mil m2, a Oceana Estaleiro vai empregar os mais modernos processos construtivos, com instalações de última tecnologia e um contingente de mais de mil funcionários para produzir barcos de apoio. O estaleiro foi projetado com importantes padrões de sustentabilidade como, por exemplo, reúso de água de chuvas, ventilação e iluminação natural, além de uma área verde adjacente de 5,5 mil m 2. A operação marítima do grupo Oceana, a Oceana Navegação, tem como foco embarcações de apoio offshore de médio porte, como Platform Supply Vessels (PSVs), Anchor Handling Tug Supply (AHTS), além de embarcações de inspeção e construção submarinas.

Segundo a empresa, Itajaí foi escolhida por sua vocação para construção naval, disponibilidade de mão de obra treinada e localização privilegiada em relação à cadeia de fornecedores e clientes. A previsão é de que o estaleiro entre em operação ainda este ano. O outro estaleiro que está em construção é o P2 Brasil, que terá como ponto de atuação a construção e o fornecimento de embarcações offshore de médio porte para atuar na exploração do gás e petróleo. Com investimentos na ordem de R$ 220 milhões, o estaleiro será erguido em uma área de 31 hectares, vai processar 15 mil toneladas de aço por ano e gerar mil empregos diretos. A expectativa de aumento de demanda por embarcações com estas especificações é forte e a companhia tem como meta construir embarcações de alta tecnologia embarcada, dentro dos mais altos padrões de qualidade. A unidade catarinense faz parte da P2 Estaleiro S/A, empresa recentemente estabelecida, que tem como sócio majoritário o fundo de investimento P2 Brasil Infraestrutura / Fundo de Investimento em Participações, gerido pela P2 Gestão de Recursos, formada pelo Pátria Investimentos e pela Promon. TN Petróleo 90

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Qualificação crescente A mão de obra será fundamental para atender à demanda crescente de serviços projetada para os próximos anos, e garantir o crescimento sustentável da indústria de óleo e gás em Santa Catarina.

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s instituições de ensino tradicionais na região já estão preparando seus alunos para as oportunidades que estão por vir, na onda do ouro negro. Com cursos diretamente ligados ao setor de óleo e gás, como Oceanografia, e Tecnologia em Construção Naval, além de todos os cursos de Engenharia, a Universidade do Vale do Itajaí (Univali) tem quase dois mil alunos inscritos nessas disciplinas e que podem vir a atuar futuramente no mercado offshore. De acordo com a entidade, o curso mais procurado pelos estudantes é o de Tecnologia em Construção Naval, muito devido a este setor que é muito forte no estado, por causa de seus muitos portos e estaleiros. Segundo João Luiz Carvalho, diretor do Centro de Ciências Tecnológicas, da Terra e do Mar da Univali, a instituição não pretende abrir um curso específico para a área de petróleo, como de Engenharia de Petróleo, mas nas ementas dos cursos tradicionais de engenharia, meio ambiente e tecnologia vai incluir conteúdos referentes ao setor. “A região apresenta uma indústria diversificada e a área de petróleo ainda é uma promessa. Itajaí e região atuam nessa área não na produção de petróleo diretamente, mas fornecendo equipamentos e serviços para o setor. Por isso, a decisão de não 52

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colocar todos os ovos numa mesma cesta”, afirmou. A Univali está se preparando para o aumento de alunos nas áreas de Engenharia, investindo em novos laboratórios e lançando disciplinas que agregam valor à área de óleo e gás. “Queremos ser um Centro de Tecnologia de referência na região. Programamos visitas técnicas para empresas voltadas para o setor de óleo e gás que operam na região e temos um programa de estágios que privilegiam empresas do setor aqui instaladas”, acrescentou. Para ele, a entidade vai trabalhar na formação de profissionais que vão atuar mais na demanda de insumos e serviços especializados, com alto grau de tecnologia agregada. Já o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) vem investindo em novos equipamentos e na modernização de laboratórios, principalmente na região de Itajaí. Um dos investimentos da instituição é em simu-

ladores para operação portuária e offshore. Para se ter ideia da demanda que o setor vem empregando na região, a previsão do Senai é que mais de nove mil matrículas sejam realizadas para a capacitação em áreas ligadas a óleo e gás. De acordo com o órgão, os cursos voltados para o setor offshore oferecidos hoje são de Técnico em Construção Naval, em Eletromecânica, em Eletrotécnica, em Logística, em Segurança do Trabalho, além de Aprendizagem Industrial em Caldeireiro e Montador Naval, e qualificação como Soldador de Estruturas Navais, Caldeiraria, Eletricista Naval, Encanador Naval. As formações duram, em média, dois anos (cursos técnicos) com opções de curso de menor duração (aprendizagem industrial e cursos de qualificação e aperfeiçoamento profissional). “Os cursos estão tendo grande procura na região portuária de Itajaí. A média é de quatro candidatos para cada


santa catarina: polo logístico do óleo e gás vaga oferecida, o dobro da média no estado. Além disso, o curso técnico em construção naval é o mais concorrido do estado, cujo índice de candidato por vaga é de quase sete”, afirma a entidade. No campus de Joinville da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o curso de Engenharia Naval, que vai formar a primeira turma no ano que vem, já é sucesso entre os alunos, já que 25% dos estudantes pretendem cursar essa disciplina. Para o coordenador do curso, o professor Lucas Weihmann, os investimentos na cadeia produtiva do petróleo, onde o pré-sal é um dos grandes impulsionadores, contribui para essa grande procura, já que o setor demanda a construção de muitas embarcações de apoio, e Itajaí está se tornando um polo de referência para a construção destes modelos.

Mas a relação com o setor de petróleo e gás já existe e tende a crescer no Campus Joinville, principalmente com a execução de projetos de pesquisa em conjunto com a Petrobras. Inaugurado no segundo semestre de 2011, o curso de Engenharia de Petróleo da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) é um dos

poucos específicos para a área de petróleo no estado e a procura deve aumentar nos próximos anos. Com ênfase maior na parte de engenharia de reservatório, o curso possui 40 vagas por semestre, o que, segundo o coordenador do curso, o professor Diogo Siebert, é considerado alto em comparação com outras faculdades públicas.

UO-Sul é a guardiã da fronteira do pré-sal Em fevereiro, a Petrobras iniciou a produção do campo de Baúna, no bloco BMS-40, no pós-sal da porção sul da Bacia de Santos, por meio do FPSO Cidade de Itajaí. Este ativo, que com a incorporação do campo de Piracaba tem volumes recuperáveis totais estimados de 196 milhões de barris de óleo equivalente (boe), está localizada a 200 km da costa do estado de São Paulo. Hoje com uma produção de 45 mil barris por dia de petróleo leve, este ativo paulista é gerido pela Unidade de Operações de Exploração e Produção do Sul (UO-Sul), criada em 2010 em função do acréscimo do volume de atividades da UO-Bacia de Santos (UO-BS), ao qual estava atrelada até então. Foi a forma que a Petrobras encontrou para distribuir a responsabilidade pela gestão das operações de exploração e produção da imensa Bacia de Santos, que se estende de Cabo Frio (RJ) a Florianópolis (SC). Hoje, além de Baúna, esta UO gerencia os campos de Cavalo Marinho, Caravela, Estrela do Mar e Tubarão, em fase de avaliação de desenvolvimento

econômico. Em terra, a UO-SUL é responsável pelo desenvolvimento da produção do campo de Barra Bonita, que fica na Bacia do Paraná. De acordo com a petroleira, o principal investimento da UO-Sul é no projeto de desenvolvimento do campo de Baúna, que abrange a construção de um total de 11 poços (sendo seis

produtores, quatro injetores de água, e um injetor de gás) e sua interligação com o FPSO Cidade de Itajaí. Até agora, já foram concluídos e interligados quatro poços ao FPSO, com capacidade para processar até 80 mil barris de petróleo leve por dia, e 2 milhões de m³ de gás. A Petrobras é detentora de 100% deste ativo. TN Petróleo 90

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Teporti quer ser porto seguro para o setor offshore Com localização privilegiada e uma área total de 1,5 milhão de m2, o terminal Portuário de Itajaí (Teporti) vem trabalhando para se destacar no cenário logístico offshore nos próximos cinco anos.

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ocalizado próximo ao porto de Itajaí e na área de abrangência do pré-sal, a Teporti possui um condomínio industrial capaz de receber diversas empresas das mais variadas atividades, mas o foco da companhia hoje é receber companhias do setor de óleo e gás. Seu grande diferencial é estar anexado a um complexo industrial privado, com uma área totalmente alfandegada, com segurança e vídeos/filmagem 24 horas por dia, facilitando e multiplicando as possibilidades de exportação e importação das empresas. Atualmente, o Consórcio MGT, formado pelas empresas DM Construtora e TKK Engenharia, avança com obras de infraestrutura, onde serão construídos os módulos para os FPSO P-67 a FPSO-71, da Petrobras. Com a atuação do consórcio, a empresa já vem recebendo pedidos de pelo menos seis empresas do setor offshore querendo se instalar no empreendimento da Teporti. “Depois do início das operações do MGT, o interesse em nossa região aumentou bastante”, afirmou Alesandro Zen, diretor da Teporti. Para se preparar para receber essas grandes companhias e também pensando nos módulos para a Petrobras, a Teporti irá realizar até março de 2014 uma expansão do seu cais entre 50 m e 60 m. Porém, além dessa pequena expansão, o cais tem espaço para ser expandido em 300 m além dos 150 atuais,

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podendo chegar aos 450 m. A empresa fará obras de ampliação da entrada do terminal portuário e também da ponte que liga uma área a outra, já que a atual não suporta o tamanho e o peso dos módulos que serão construídos pelo consórcio MGT. A nova ponte vai suportar até duas mil toneladas. Segundo Alesandro Zen, uma das principais vantagens do

empreendimento, além da fácil localização, está também na área já estar toda licenciada por todos os órgãos governamentais. A empresa auxilia ainda as companhias que queiram se instalar ali na obtenção de licenças, agilizando o processo de instalação delas. “Acredito que nos próximos cinco ou dez anos, a nossa região será muito forte no setor offshore”, afirmou Zen. “A gente sabe o potencial que há aqui. É um local estratégico e tem tudo para dar certo”, completou. No último ano, o Teporti teve um faturamento de R$ 65 milhões em prestação de serviços a clientes como Petrobras, WEG, ArcelorMital e Navship (Chouest). Hoje, o condomínio da Teporti tem 60% de espaço disponível para a chegada de novos empreendimentos. Em média, a previsão de crescimento ao ano da Teporti, em serviços logísticos, deve ficar em torno de 15%.


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