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responsável pelos primeiros sustos na tela grande foi o grande realizador francês George Melies, com o seu “O Castelo do Demônio”, de 1896. Outra grande referência na história do cinema foi “O Gabinete do Dr. Caligari”, uma das mais marcantes obras do expressionismo alemão, dirigido por Robert Wienne em 1919 que, juntamente com “Nosferatu” (1922), de W. Murnau, viriam a influenciar todo o cinema de horror produzido em seguida, graças à sua atmosfera sobrenatural e fotografia gótica.
“O Castelo do Demônio” (1896), George Melies.
“Nosferatu” (1922), W. Murnau.
Os estúdios de Hollywood ainda possuíam grande relutância em produzir filmes do gênero. Um dos nomes que mais se destacou ao fomentar o investimento em filmes de terror foi o do ator Lon Channey, que ficou conhecido como “o homem de mil faces”, por interpretar diversos personagens em inúmeros filmes produzidos na década de 20, como os clássicos “O Corcunda Notre Dame” (1923), onde sua interpretação magistral de Quasímodo tornou-se um marco do cinema mudo, e “O Fantasma da Ópera” (1925), como o desfigurado compositor/fantasma Erik. Outro grande clássico da época é a primeira versão de “O Médico e o Monstro”, de 1920.
“O Corcunda Notre Dame” (1923)
“O Médico e o Monstro” ( 1920).
“O Fantasma da Ópera” (1925)
A partir da década de 30, os filmes de terror passaram a ser produzidos tomando por base histórias e lendas européias sobre vampiros, cientistas loucos e aristocratas insanos, tendo como principais figuras os mitológicos Drácula e Frankenstein, das clássicas obras de Bram Stoker e Mary Shelley, respectivamente. Dois nomes se destacam neste período: Bela Lugosi e Boris Karloff, o primeiro pela sua inesquecível representação do conde mais famoso da literatura em “Drácula” e o segundo pela sua não menos marcante atuação como o gigante grotesco “Frankenstein”, ambos em 1931.
“Drácula” ( 1931).
“Frankenstein” ( 1931).
Outras obras representativas do cinema de horror dos anos 30 e 40 são o clássico “King Kong” e “O Homem-Invisível”, inspirado na obra de H.G. Wells, ambos de 1933, “A Múmia” (1932), com Boris Karloff no papel-título e a adaptação do livro homônimo de Oscar Wilde, “O Retrato de Dorian Gray (1945).
“King Kong” ( 1940).
“A Múmia” ( 1932).
A década de 50 marcou a retomada do medo no cinema os filmes desta década passaram a ter também uma temática científica/sobrenatural. Milhares de jovens atores e diretores, entre eles Robert De Niro, Martin Scorcese, Peter Bogdanovich e Francis Ford Coppola. Este último, aliás, teve seu primeiro filme produzido por Corman nessa época, a história de horror “Dementia 13” (1963). Roger Corman também tornou notórias suas adaptações de histórias de Edgar Allan Poe – em sua maioria estreladas pelo mestre do medo Vincent Price –, tais como “A Queda da Casa de Usher” (1960) e o maravilhoso “O Corvo” (1963).
“A Queda da Casa de Usher” ( 1960).
“Dementia 13” ( 1963).
“Os Pássaros” ( 1963).
Os anos 60 foram uma época extremamente fértil para as produções do gênero, com destaque para as criações do mestre do suspense Alfred Hitchcock, em clássicos como “Psicose” (1960) e “Os Pássaros” (1963). Outro grande nome é o do diretor George Romero, que em 1968 produziu o ultra-cult “A Noite dos Mortos-Vivos”, que rendeu várias refilmagens e plágios, inclusive por parte dele próprio. No mesmo ano, o polonês Roman Polanski chega ao ápice de seu vigor cinematográfico com o apavorante “O Bebê de Rosemary”
“O Corvo” ( 1963).
“O Despertar da Besta” ( 1969).
No Brasil, tivemos o surgimento do nome que se tornaria um marco da cinematografia nacional: José Mojica Marins, mais conhecido pelo nome de seu principal personagem, Zé do Caixão. Em filmes como “À Meia-Noite Levarei Sua Alma” (1964), “Esta Noite Encarnarei No Teu Cadáver” (1966) e “O Despertar da Besta” (também conhecido como “Ritual dos Sádicos”, de 1969), o mestre Mojica apavorou toda uma geração de expectadores tupiniquins. Nos anos 70, foi duramente perseguido pela censura.
“Tubar’ao” ( 1975).
Os filmes de possessão tiveram seu auge também nos anos 70, em obras como “O Exorcista” (1973), “A Profecia” (1976) e “Terror Em Amityville” (1979). Os filmes de espíritos teriam ainda um grande representante em 1982, com Tobe Hooper (desta vez sem serras elétricas) dirigindo “Poltergeist”, com roteiro e produção de Spielberg, que mais tarde alcançaria notoriedade com o traumático “Tubarão” (1975), que deixou os cinemas lotados e as praias vazias por muito tempo. “O Exorcista” ( 1973).
“A Hora do Pesadelo” ( 1984).
A década de 80 marcou a ascensão dos “slashers” ou “splatters”, filmes geralmente de baixo custo, onde a onda era ter um maníaco correndo atrás de jovens seminuas. A principal referência destes filmes – e que acabou se tornando uma grife de obras do gênero – é o famoso “Sexta-Feira 13”, com o não menos popular assassino Jason Vorhees triturando jovens pecadores que davam mole nos arredores de Crystal Lake. Seu comparsa mais conhecido, o bonitão Freddy Krueger, deu as caras pela primeira vez em “A Hora do Pesadelo” (1984)
“Sexta-feira 13” ( 1984).
“Re-Animator” ( 1985).
“A Morte do Demônio” ( 1982).
Em 1982, “Evil Dead – A Morte do Demônio” (1982) revelou ao mundo o talento de Sam Raimi. Também merece menção o escritor Clive Barker, que realizou o fantástico “Hellraiser – Renascido do Inferno” (1987), um dos grandes filmes de horror do cinema moderno.
“Hellraiser – Renascido do Inferno” ( 1987).