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podcast na educação musical: possibilidades

JOÃO PAULO SANTOS DA FONSECA

Universidade Federal do Pará - Ufpa Pós-graduação em Artes em Rede Nacional Mestrado Profissional em Artes

Orientadora: Profa. Drª. Líliam Cristina Barros Cohen Co-orientador: Prof. Dr. Ruy Henderson Filho



podcast na educação musical: possibilidades

Apresentação Quando pensamos em música, percebemos que sons fazem parte de nossas vidas, seja no carro, no supermercado, nos deslocamentos para o trabalho ou em momentos de lazer, em restaurantes, em cerimônias religiosas ou cívicas. Música é tão diversificada que é apreciado por pessoas de todas as idades como parte universal de todas as culturas, existindo em muitas formas, contribuindo para diversos níveis de complexidade. A música é uma forma de comunicação que pode transmitir ideias, imagens e sentimentos através da seleção de sons e símbolos. É uma fonte da história, refletindo o social e contexto cultural e da era da sua criação; às vezes a música pode até mesmo retratar o país, o estado de espírito das pessoas ou os pensamentos do indivíduo que mora ali. O mais importante de estudar essa arte é a possibilidade de conhecer muitos conceitos e técnicas e usá-los para inspirar, imaginar, inventar e para expressar sentimentos. Essas são as características de ouvir e responder, executar e compor previstos no currículo escolar. Podemos desfrutar nos conteúdos musicais desenvolvidos na escola, o uso de diversos aparatos tecnológicos, contribuindo com um formato na qual a comunicação não seja apenas unilateral, e sim uma conversa de mão dupla, facilitando o trabalho e instigando a troca de informações e conhecimento que pode ir além dos quatro cantos da escola. Nessa visão de uma educação que ultrapassa as barreiras da sala de aula, existe uma gama de possibilidades de ações e trabalhos com o foco na criação de oportunidades, tais como construção, produção, inovação, possibilitando assim uma maneira diferente de manusear os conteúdos musicais dentro e fora da escola com o uso de gravadores e reprodutores de áudio.

O presente trabalho tem como foco a utilização do Podcast como auxilio nas atividades das práticas educativas musicais em nossas escolas. Essa estratégia educacional atua como um meio de estreitar o uso dos conteúdos desenvolvidos em sala de aula com a tecnologia computacional e portátil. Assim, esse material foi pensado para que o professor que queira fazer o seu Podcast possa ter todas as informações básicas desde a construção desta plataforma, até a sugestão de aplicabilidade nos conteúdos desenvolvidos em sala de aula. Porém, esse pequeno guia não tem como objetivo impor uma “forma correta”, nem se tornar uma cartilha para fazer Podcasts. Apesar de o conteúdo ser baseado nas cartilhas da Secretaria de Educação do Estado do Pará e do Parâmetros Curriculares Nacionais, o mais importante é que a base de dados e ideias não enrijeçam as possibilidades do educador musical perante a diversidade que ele pode encontrar nas diferentes regiões do Pará ou dentro de uma mesma sala de aula. Podem ser seguidos de várias maneiras para que você descubra a sua própria fórmula, o seu próprio jeito de cumprir cada uma das cinco etapas no processo de produção do Podcast, como também as cincos categorias criadas para organizar as ações de conteúdos musicais. Para todos nós, das áreas da educação e, em especial, da linguagem musical, fica a obrigação de nos mantermos atualizados para não só acompanharmos nossos alunos, como também sermos fomentadores de futuras discussões indispensáveis tanto nesse meio tecnológico que vivemos como também em suas vidas profissionais, intelectuais pessoais e artísticas.

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Com o uso da tecnologia da informação e veiculação, professores e alunos podem usar o podcast como instrumento para promoção do protagonismo entre os alunos, contribuindo para o enriquecimento curricular nas práticas pedagógicas musicais e também como um forte instrumento democrático de comunicação. O podcast favorece para um cenário onde os alunos tenham oportunidade de mostrar o seu talento, explorar suas ideias, interagir com seu público, participar do processo de difusão de informação e conhecimento na comunidade escolar e fora dela. O mais enriquecedor nessa proposta, é possibilitar que você professor, mobilize os estudantes a entrar em um ambiente de aprendizado, onde os participantes tenham a oportunidade de vivenciar experiências de pesquisa, produção escrita, trabalho em equipe, contribuindo assim, para a formação cultural. Logo em seguida, são apresentados cinco eixos que facilitam a visualização e o entendimento a serem empregados com o podcast de acordo com os conteúdos propostos pelos PCNs, e também, um quadro de sugestão para checklist quando necessário para as práticas dentro e fora da sala de aula.

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Parte 1

Conteúdos de Música – Expressão e comunicação em Música: improvisação, composição e interpretação

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Improvisações, composições e interpretações utilizando um ou mais sistemas musicais: modal, tonal e outros, assim como procedimentos aleatórios, desenvolvendo a percepção auditiva, a imaginação, a sensibilidade e memória musicais e a dimensão estética e artística..

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Percepção e utilização dos elementos da linguagem musical (som, duração, timbre, textura, dinâmica, forma etc.) em processos pessoais e grupais de improvisação, composição e interpretação, respeitando a produção própria e a dos colegas.

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Experimentação, improvisação e composição a partir de propostas da própria linguagem musical (sons, melodias, ritmos, estilo, formas); de propostas referentes a paisagens sonoras de distintos espaços geográficos (bairros, ruas, cidades), épocas históricas (estação de trem da época da “Maria Fumaça”, sonoridades das ruas); de propostas relativas à percepção visual, tátil; de propostas relativas a ideias e sentimentos próprios e ao meio sociocultural, como as festas populares. Audição, experimentação, escolha e exploração de sons de inúmeras procedências, vocais e/ou instrumentais, de timbres diversos, ruídos, produzidos por materiais e equipamentos diversos, acústicos e/ou elétricos e/ou eletrônicos, empregandoos de modo individual e/ou coletivo em criações e interpretações.

Construção de instrumentos musicais convencionais (dos mais simples) e não convencionais a partir da pesquisa de diversos meios, materiais, e de conhecimentos elementares de ciências físicas e biológicas aplicadas à música (Videocast).

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Criação a partir do aprendizado de instrumentos, do canto, de materiais sonoros diversos e da utilização do corpo como instrumento, procurando o domínio de conteúdos da linguagem musical

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Formação de habilidades específicas para a escuta e o fazer musical: improvisando, compondo e interpretando e cuidando do desenvolvimento da memória musical.

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Elaboração e leitura de trechos simples de música grafados de modo convencional e/ou não convencional, que registrem: altura, duração, intensidade, timbre, textura e silêncio, procurando desenvolver a leitura musical e valorizar processos pessoais e grupais.

Improvisação, composição e interpretação com instrumentos musicais, tais como flauta, percussão etc., e/ou vozes (observando tessitura e questão de muda vocal) fazendo uso de técnicas instrumental e vocal básicas, participando de conjuntos instrumentais e/ou vocais, desenvolvendo autoconfiança, senso crítico e atitude de cooperação Interpretação, acompanhamento, recriação, arranjos de músicas do meio sociocultural, e do patrimônio musical construído pela humanidade nos diferentes espaços geográficos, épocas, povos, culturas e etnias, tocando e/ou cantando individualmente e/ou em grupo (banda, canto coral e outros), construindo relações de respeito e diálogo. Arranjos, acompanhamentos, interpretações de músicas das culturas populares brasileiras, utilizando padrões rítmicos, melódicos, formas harmônicas e demais elementos que as caracterizam;


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Criança e interpretação de jingles, trilha sonora, arranjos, músicas do cotidiano e as referentes aos movimentos musicais atuais com as quais os jovens se identificam. Manifestações pessoais de ideias e sentimentos sugeridos pela escuta musical, P81 Percepção, identificação, comparação, análise de músicas e experiências musicais P82 Audição, comparação, apreciação e discussão de obras que apresentam concepções Percepção, identificação, comparação, análise de músicas e experiências musicais diversas quanto aos elementos da linguagem musical: estilo, forma, motivo, andamento, textura, timbre, dinâmica, em momentos de apreciação musical,utilizando vocabulário musical adequado. Audição, comparação, apreciação e discussão de obras que apresentam concepções estéticas e musicais diferenciadas, em dois ou mais sistemas, tais como: modal, tonal e outros, bem como as de procedimento aleatório. Apreciação de músicas do próprio meio sociocultural, nacionais e internacionais, que fazem parte do conhecimento musical construído pela humanidade no decorrer dos tempos e nos diferentes espaços geográficos, estabelecendo inter-relações com as outras modalidades artísticas e com as demais áreas do conhecimento.

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Audição de músicas brasileiras de várias vertentes, considerações e análises sobre diálogos e influências que hoje se estabelecem entre elas e as músicas internacionais, realizando reflexões sobre respectivas estéticas.

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Participação, sempre que possível, em apresentações o vivo de músicas regionais, nacionais e internacionais, músicas da c ultura popular, etnias, do meio sociocultural, incluindo fruição e apreciação

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Discussões sobre músicas próprias e/ou de seu grupo sociocultural, apreciando-as, observando semelhanças e diferenças, características e influencias recebidas, desenvolvendo o espírito crítico.

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Percepção, identificação e comparação de músicas de culturas brasileiras, observando e analisando características melódicas, rítmicas, dos instrumentos, das vozes, formas de articular os sons, interpretações, sonoridades etc.

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Considerações e comparações sobre usos e funções da música no cotidiano, manifestações de opiniões próprias e discussões grupais sobre estética e preferências por determinadas músicas e estilos, explicitando pontos de vista, discutindo critérios utilizados, observando influencias culturais nas participações diferenciadas de gênero, minorias e etnias. Reflexões sobre os efeitos causados na audição, no temperamento, na saúde das pessoas, na qualidade de vida, pelos hábitos de utilização de volume alto nos aparelhos de som e pela poluição sonora do mundo contemporâneo, discutindo sobre prevenção, cuidados e modificações necessárias nas atividades cotidianas. Discussões e reflexões sobre a música que o aluno consome, tendo em vista o mercado cultural (indústria de produção, distribuição e formas de consumo), a globalização, a formação de seu gosto, a cultura das mídias Identificação e descrição de funções desempenhadas por músicos: cantor, regente,compositor de jingles para comerciais, guitarrista de uma banda de rock etc.; e encontros com músicos e grupos musicais da localidade e região, discutindo interpretações, expressividade, técnicas e mercado de trabalho.


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Parte 2

Conteúdos de Música – compreensão da música como produto cultural e histórico

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Identificação da transformação dos sistemas musicais (modal, tonal, serial), ao longo da história e em diferentes grupos e sociedades, e sua relação com a história da humanidade.

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Conhecimento de algumas transformações pelas quais passaram as grafias musicais ao longo da história e respectivas modificações pelas quais passou a linguagem musical.

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Identificação e caracterização de obras e estilos musicais de distintas culturas, relacionando-os com as épocas em que foram compostas.

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Pesquisa, reflexões e discussões sobre a origem, transformações e características de diferentes estilos da música brasileira. Conhecimento e adoção de atitudes de respeito diante das músicas produzidas por diferentes culturas, povos, sociedades, etnias, na contemporaneidade e nas várias épocas, analisando usos, funções, valores e estabelecendo relações entre elas. Discussão de características e aspectos de músicas do cotidiano, do meio sociocultural, nacionais e internacionais, observando apropriações e reelaborações que têm acontecido no decorrer dos tempos.

Investigação da contribuição de compositores e intérpretes para a transformação histórica da música e para a cultura musical da época, correlações com outras áreas do conhecimento e contextualização com aspectos histórico-geográficos, bem como conhecimento de suas vidas e importância de respectivas obras

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Reflexão, discussão e posicionamento crítico sobre a discriminação de gênero, etnia e minorias na prática da interpretação e criação musicais em diferentes culturas e etnias, em diversos tempos históricos. Contextualização no tempo e no espaço das paisagens sonoras de diversos meio ambientes, reflexão e posicionamento sobre as causas e consequências da qualidade atual de nosso ambiente sonoro, projetando transformações desejáveis. Discussão sobre a transformação de valores, costumes, hábitos e gosto musical, com os avanços da música eletrônica (nos processos desenvolvidos no âmbito popular ou de erudição) nessas últimas décadas e possíveis razões que têm influenciado essas transformações.

Contatos com formas de registro e preservação (discos, partituras, fitas sonoras etc.), informação e comunicação musicais presentes em bibliotecas e midiatecas da cidade, região e conhecimento sobre possibilidades de utilização). Comparação e compreensão do valor e função da música de diferentes povos e épocas, e possibilidades de trabalho que ela tem oferecido.


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GRAVAÇÕES DE AULAS PRESENCIAIS

Um dos grandes desafios enfrentados pela maioria dos estudantes é conseguir acompanhar os conteúdos de todas as aulas com qualidade. Se você tem dificuldades em seguir o ritmo do seu professor, já pensou em gravar aulas? Essa pode ser uma excelente estratégia para facilitar os seus estudos. Na hora em que os professores estão explicando os tópicos referentes às disciplinas, é comum que alguns estudantes não consigam acompanhar o andamento acelerado de algumas aulas e, por alguns minutos, é provável que acabem se perdendo em seus próprios pensamentos. Isso pode ser altamente prejudicial para a compreensão das matérias, causando impactos negativos no desempenho acadêmico dos alunos. Nesse contexto, o ato de gravar as aulas pode facilitar — e muito — a vida dos estudantes!

Confira as vantagens de gravar aulas para os seus estudos! - Ouvir o conteúdo repetidas vezes; - Fazer anotações com mais calma; - Não correr o risco de perder o conteúdo quando faltar as aulas; - Compensar eventuais distrações em sala de aula; - Criar uma cópia de segurança do conteúdo das aulas P72 (Videocast); P99

REALIZAÇÃO DE GRAVAÇÃO DE EXECUÇÕES MUSICAIS

O uso da tecnologia favorece no meio educacional, diversas aspectos, entre eles o poder de registro sonoro nas atividades desenvolvidas em sala de aula em variado contextos e níveis de envolvimento musical. Ao produzir registros de composições, ela oportuniza o retorno quase que imediato para o autor/produtor possibilitando um feedback das ações performáticas desenvolvidas dentro e fora da sala de aula. Assim cria-se uma avaliação estética de novos modos de aprender e vivenciar música, na medida que elas são mediadas por recursostecnológicos P70; P71; P73; P74; P75; P76; P79; P81; P82; P85; P109

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DISPONIBILIZAÇÃO DE ÁUDIO (MÚSICAS)

A disponibilização de áudios e vídeos vem crescendo significativamente na internet, ampliando possibilidades e favorecendo a aprendizagem de quem consome. Ao criar esse eixo, os conteúdos relacionando para o uso do Podcast estão ligados a disponibilização de músicas para apreciação assim como escalas, melodias e sons voltados para a teoria musical bem como o compartilhamento de músicas entre os alunos. P70; P71; P73; P74; P75; P76; P77; P78; P79 P80; P81; P82; P83; P84; P85; P86; P87; P88; P101; P104; P105; P108; P110; P111; P112

FALAR SOBRE TEORIA MUSICAL

A linguagem musical tem sido registrada, interpretada, entendida e definida, através da história da música, de várias maneiras em cada época e cultura. Da música e a evolução do homem. Para tanto, se faz necessário este eixo para serem explorados aspectos da linguagem musical (Notas, escalas para demonstrar estruturas melódicas e ou ritmos) P68; P69; P70; C; P81; P82; P87; P102; P103

PARA DISSERTAR SOBRE A HISTÓRIA E O COTIDIANO DE UM ESTILO MUSICAL

Possibilita a construção por exemplo de um gênero ou estilo musical abordando elementos da história, principais músicas, músicos ou grupos musicais, tipos de instrumentos, abordagenssócio/econômico, e performance de diferentes grupos e etnias nos seus diversos tempos históricos. Este eixo apresenta uma característica mais de pesquisa na educação musical. P79; P70; P80; P83; P84; P85; P86; P88; P100; P101; P102; P103; P104; P105; P106; P107; P108; P109; P110; P111; P112; P113

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MODALIDADE DE REGISTRO O uso de gravações para levar a fala docente além da escola, assim como propor trabalhos ou tarefas que os alunos desenvolvam em pares, grupos, devendo ser sempre construtivo, salientando os aspectos positivos ou propondo alternativas. Como exemplo, pode ser aplicado em entrevistas de artistas, shows, apresentações musicais, estudiosos da área, para atender demandas por mais dinamicidade de falas na construção de um Podcast, ou seja, como proposta de criação feita a partir de dinâmicas dentro da sala de aula. MATERIAL DIDÁTICO Podcast como apresentação de conteúdos, resumo de aulas, entrevistas, matéria jornalística; uma síntese da matéria; um resumo de uma obra, artigo ou teoria; uma análise; poemas; explicações de conceitos; descrição do funcionamento de ferramentas, equipamentos, entre outros. LÚDICO Elabora de jogos e dramatização de história falada. “É possível citar o jogo (Verdade ou mentira?) Realizado pelo Podcast Guanacast1 , no qual são veiculadas notícias de caráter peculiar. Cabe acrescentar que os Podcasts podem ser produzidos em formato de áudio, vídeo e a combinação de imagem com locução chamado também de Videocast e/ou Vlog, onde o “apresentador” coloca suas opiniões, angústias, e compartilha da mesma maneira que é feito o áudio.

Todas as atividades desenvolvidas, devem ser planificadas com uma razoável antecedência. Um modo prático das atividades acontecerem, é seguir um pequeno roteiro ou checklist de ações que contribuirão para o sucesso das atividades. É sempre bom frisar que as atividades porpostas não são fórmulas prontas e acabadas que devam ser utilizadas pelos educadores, elas poderão ser alteradas conforme a necessidade do projeto ou atividade desenvolvida dentro da sua realidade escolar. 1

Disponível em: http://www.guanabara.info/guanacast

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Fases do trabalho

ações

1) Elaborar o projeto; 2) Redigir pauta ou roteiros; 3) Dividir as tarefas (organograma); 4) Reservar os materiais e equipamentos; Antes

5) Definir metas do dia e cronograma; 6) Agendar sessão de gravação; 7) Consultar o checklist. 1) Chegar ao local com antecedência para: a) Escolher o melhor ambiente, b) Testar o equipamento; 2) Repassar o roteiro ou pauta com os participantes;

Durante

3) Realizar um teste de gravação; 4) Monitorar a qualidade do áudio; 5) Controlar o tempo gasto; 6) Agradecer a participação. 1) Resgatar os objetivos e metas; 2) Organizar a avaliação coletiva e/ou individualizada

Depois

3) Agradecer a participação de todos; 4) Registrar a produção (transcrever o áudio); 5) Registrar a avaliação; 6) Fazer o backup do áudio; 7) Catalogar a produção para fins de acervo.

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g u i a podcast


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Não falta muito para que você produza efetivamente um podcast. Nesta etapa, foram divididos em cinco partes conforme sugere Leo Lopes no seu guia básico de podcast (Produção; gravação; edição;publicação e a distribuição) para que tenha o entendimento e a vontade para começar a fazer o seu. Vamos arregaçar as mangas?

PRODUÇÃO A etapa de produção engloba alguns pontos básicos para a concepção, criação e futura manutenção do podcast, fundamentos que devem ser pensados antes da publicação do primeiro programa e também depois, no processo de preparação de cada episódio. HOSPEDAGEM Para existir, assim assim como tudo na internet, seu podcast precisa ser armazenado e publicado em algum lugar. Assim, é preciso escolher qual modelo de hospedagem e publicação irá utilizar para o seu programa. O mais comum é o sistema de blogs por vários aspectos: uso de plugins; manutenção do feed, publicação dos programas e simplicidade do uso. PÚBLICO Recomendado que você produza o seu podcast pensando em quem você quer alcançar, quem serão as pessoas que você gostaria que ouvissem seu programa, e preparar seu conteúdo com foco nesse objetivo. FORMATO Você poderá usar no formato muitas vezes chamado de ìpapo de “papo de boteco” ou “mesa de bar”: grupo de amigos que se reúne para falar sobre determinado tema, como foco mais na história e nos casos do que no conteúdo em si. Dentro do formato, existe ainda a duração, onde vale a pena pensar nessa relação para evitar que isso resulte em um programa enfadonho e cansativo para 16 sua audiência.

PARTICIPANTES A escolha dos participantes é fundamental para definir a identidade de um podcast. Entre os participantes da equipe fixa - o casting do podcast - e os convidados. Os integrantes da equipe fixa geralmente compartilham alguma afinidade entre si ou com o tema do programa. PAUTA A relação dos assuntos abordados durante a gravação de um podcast. Assim, é indispensável haver uma, pois sem ela corre-se o risco de começaar a gravar ser ter a menor ideia do que falar no programa, o que pode ser uma armadilha até mesmo para aqueles que são muito bons no improviso. PERIODICIDADE O que diferencia um podcast de qualquer outra atração em áudio na internet é o fato de ele poder ser assinado e recebido automaticamente através do feed. Assim, a definição da periodicidade do podcast é a primeira manifestação de consideração e respeito de um produtor de conteúdo para com o seu público.


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GRAVAÇÃO A gravação - ou captação - é uma das etapas mais importantes do processo de produçãoo de um podcast, uma vez que se trata de uma atração em áudio. Tenha em mente que quanto melhor for a qualidade da gravação, melhor será o resultado do programa quando finalizado

AMBIENTE O primeiro aspecto a ser levado em consideração para uma boa captação é o ambiente. Para o podcast, o ideal seria gravar pelo menos em um cômodo isolado, preferencialmente pequeno e com pouca reverberação (eco). Evite todo custo ambientes abertos, como varanda ou quintal, que dispersam o som e estão mais suscetíveis a ruídos que fogem ao seu controle. EQUIPAMENTO E HARDWARE Dependendo do formato de gravação escolhido para seu podcast, é possível produzir com uma qualidade aceitável investindo razoavelmente pouco equipamento e hardware. Independentemente do formato, três equipamentos são essenciais: computador, microfone e fones de ouvido.

SOFTWARE O programa indicado para ediçãoo e gravação de audio é o Audacity que é um aplicativo gratuito e disponível nas 3 plataformas de sistema operacional. Para gravações de forma remota, o sugerido é o skype e o google Hangout. VOLUME Um dos erros mais frequentes cometidos na hora de captar o áudio de um podcast está no ajuste errado do volume. Para ajustar o volume corretamente, não confie apenas nos seus ouvidos. Todo software de gravação possui um VU meter, um medidor de volume que mostra em um gráfico a variação do som em decibel. É nele que você deve verificar o volume exato da captação. TIPOS E FORMATOS DE ÁUDIO DIGITAL Os formatos digitais de áudio podem ser divididos basicamente em dois tipos: não comprimidos e comprimidos. Os não comprimidos garantem uma qualidade máxima, pois não modificam nenhum bit do áudio original. Por outro lado, exigem bastante espaço. Dois exemplos de for matos não comprimidos são WAV e AIFF. 17


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Os formatos com compressão e com perdas reduzem o muito seu tamanho, mas utilizando o princípio de abrirm„o da qualidade máxima em troca de mais espaço e comodidade. Esse formato de compressão é o MP3. não há dúvidas que é o formato mais popular da atualidade, compatível com praticamente todos os softwares e players de mídia existentes. O formato mais usado para podcast é o MP3, em 96kbps ou 128kbps, que garantem boa qualidade com tamanho razoável para armazenamento e transmissão via internet. TIPOS DE GRAVAÇÃO Existem basicamente três tipos de gravação possíveis:

Gravação presencial: Todos os participantes estão juntos em um mesmo ambiente

Gravação remota: Todos os participantes estão em ambientes esperados, sendo necessária a utilização de um aplicativo de conferência.

Gravação híbrida: Alguns participantes estão juntos e outros não, sendo necessário um setup que mescle os dois formatos anteriores

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EDIÇÃO De todas as etapas que envolvem a produção de um podcast, a edição é sem dúvida a mais trabalhosa e demorada. Obviamente o tempo gasto nesse processo irá variar conforme o tempo de gravação, a quantidade de faixas de áudio, a duração final do programa e o esmero do editor. Uma boa captação ajuda também a otimizar a edição, diminuindo o tempo gasto nessa etapa e aumentando a produtividade DECUPAGEM É um termo bastante usado em produção audiovisual e descreve a etapa de lanejamento e divisão de uma cena em planos e a previsão de como esses planos vão se ligar uns aos outros através de cortes. No podcast, trata-se da divisão do áudio bruto em blocos menores, recortando os trechos que não entrarão na edição final e preparando o material para a edição final e preparando o material para a edição detalhada ou limpeza. LIMPEZA Após a decupagem, tem o início o processo de edição detalhada do arquivo bruto. É nessa etapa que serão feitos os cortes, fades e

corseadas necessários, mantendo apenas o material aproveitável e descartando o restante. SONORIZAÇÃO Inserção de música e outros elementos sonoros utilizados no programa. Alguns cuidados podem facilitar o processo de sonorização e deixar o agradável para o ouvinte: - atenção para o volume: música alta demais atrapalha e tira a atenção do assunto - cuidado com os momentos de entrada e transissão entre as músicas, diminuindo a diferença de volume e prestando atenção para não deixar buraco entre as faixas.

DIREITOS AUTORAIS E PODSAFE

Em relação ao uso de músicas no podcast, é preciso lembrar que a música no Brasil, assim como qualquer outra obra, está regulamentada pela Lei de Direitos Autorais (Lei 9.610/98). A opção recomendada para evitar problemas com direitos autorais é recorrer às mídias classificadas como podasse, cuja traduçãoo livre é ”Seguras para o uso em podcasting”. Uma simples busca no Google por ìpodsafe musicîretorna milhares de resultados de fontes para esse tipo de arquivo. As m˙sicas classificadas como podasse geralmente usam licenças do tipo

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PUBLICAÇÃO Assim como foi feito na etapa 1, quando falamos sobre hospedagem, seu podcast precisa ser publicado em algum lugar na internet para poder existir e ser acessado e ouvido. Entre todas as opções sugeridas, minha recomendação é hospedar seu site ou blog num servidor de hospedagem pago e usar também um serviço especializado em armazenamento de podcasts. DOMÍNIO PRÓPRIO Um domínio é um nome que serve para localizar e identificar conjuntos de computadores e serviços na internet. Para registrar um novo domínio, você deve acessar o site registro.br e criar uma conta de usuário, fazer uma pesquisa de disponibilidade e escolher uma categoria entre as dezenas disponíveis.

WORDPRESS Instalar o wordpress em seu servidor é a opção mais versátil entre todas as opções disponíveis já citadas. É hoje a maior plataforma de gerenciamento de conteúdo do mundo, com quase 70% do mercado. PLUGINS DE PODCAST Os plugins de podcast foram desenvolvidos basicamente para facilitar a publicação dos episódios, permitindo a inserção do arquivo de mídia nas postagens e incorporando-os ao feed do site. Os principais plugins de podcast disponíveis são: Seriously Simple Podcasting; PodPress; Powerpress FEED Para ouvir o seu podcast, seus ouvintes podem entrar diretamente no seu site, localizar o player do podcast na postagem e optar por ouvir ou fazer o download diretamente, mas um endereço de feed RSS é necessário e será utilizado por você para informar os agregadores da existência do seu programa, assim como das u a atualização sempre que um novo episódio for publicado. De posse do endereço do feed, os ouvintes podem optar por assinar o programa no agregador de sua preferência.

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DISTRIBUIÇÃO Depois que o seu programa estiver pronto, é hora de espalhar a novidade aos quatro ventos da internet e começar a conquistar novos ouvintes, primeiro objetivo de todo o podcast. Para isso, além de divulgar amplamente o feed do programa, é importante disponibilizá-los no iTunes e em outros agregadores, assim como criar perfis e páginas nas redes sociais e se esforçar para ampliar a sua rede de relacionamentos AGREGADORES É um aplicativo para assinar e ouvir vários podcasts, como o iTunes ou outros aplicativos mobile ou um site desenvolvido especialmente para essa função. Logicamente , o ouvinte pode optar por assinar o podcast diretamente em um leitor de feeds RSS, bastando para isso entrar com o endereço do feed no leitor de sua preferencia. Alguns sites que exercem a função de agregadores de podcasts são: - TEIA CAST ; - PODFLIX ; - YOUTUNER; - POCKET CASTS. APPS MOBILE A quantidade desses aplicativos aumenta proporcionalmente á popularidade da mídia, então apresentamos aqui os mais utilizados em cada uma das principais plataformas mobile disponíveis: Android, iOS e Windows Phone.

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Se você está começando ou ainda vai começar a produzir seu podcast, procure conhecer outros podcasters e trocar experiências!

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OUTRAS DICAS Sobre tutoriais e artigos sobre Podcast - http://mundopodcast.com.br/ - https://support.apple.com/pt-br/HT201859 - http://cursodepodcast.com.br/ - http://www.portalcafebrasil.com.br/tudo-sobre- podcasts/mundo-dos- podcasts/ - Sobre educação http://podcasteducativo.com.br/ - Sobre gênero musical http://trocaodisco.com.br/ - Portal para musicólogos http://www.geekmusical.com.br/ - Maior Portal de Brasileiro de Podcast http://www.podbr.com/ - Sobre Música Brasileira http://www.audiofagia.com.br/ - Rádio Novela – http://www.escolabr.com/projetos/radionovela/

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REFERÊNCIAS: BRASIL, S. D. E. F. Parâmetros curriculares nacionais: arte / Secretaria de. Brasília: MEC/SEF, 1997. CONSANI, M. Como usar o rádio na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2007. LOPES, L. Podcast guia básico. Nova Iguaçu, RJ: Marsupial, 2015. TRINDADE, C. et al. Música na Escola. Belém: SEDUC, 2012.

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