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SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO DO PROJETO 1.1. Espaços Físicos que serão realizadas as atividades do projeto 2. JUSTIFICATIVA 1.1. 1.2. 1.3. 1.4.
Por quê a organização inscreveu o projeto nesse edital? Como surgiu a iniciativa de inscrever o projeto? Qual a importância desse projeto para a sua comunidade? Por quê o Governo do Estado de Pernambuco deve apoiar seu projeto?
3. PÚBLICO CONTEMPLADO PELO PROJETO 3.1. Faixa etária do público será beneficiado com o projeto e quantidade de pessoas o projeto pretende beneficiar 3.2. Como se dará a participação da comunidade? 4. OBJETIVOS 4.1. Quais resultados o projeto pretende alcançar a longo prazo? Para que ele foi pensado? Especifique o que se quer atingir com o projeto. 5. PLANO DE TRABALHO 5.1. Metas 5.2. Etapas-fases 6. EQUIPE DE TRABALHO 7. PARCERIAS 8. RETORNO DE INTERESSE PÚBLICO 9. PRODUÇÃO E DITRIBUIÇÃO OU VENDA DO PRODUTO CULTURAL 10. PLANO DE COMUNICAÇÃO 11. AVALIAÇÃO DO PROJETO 11.1. Como o projeto será avaliado? 11.2. A comunidade participará desse processo. Como? 11.3. Onde estarão disponíveis os resultados dessa avaliação? 12. CONTINUIDADE DA AÇÃO RELATÓRIO DE ATIVIDADES DA ORGANIZAÇÃO 13. HISTÓRICO 13.1. Quando e como a organização foi criada?
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BANCO POPULAR SOLIDÁRIO DE SANTO AMARO 13.2. Qual a relação dela com a comunidade onde está localizada? 14. ATIVIDADES 14.1. Quais organização?
são
as
principais
atividades
culturais
desenvolvidas
pela
15. PÚBLICO ALVO 15.1. Para quem as principais atividades promovidas pela organização são direcionadas? 16. PARCERIAS 16.1. A organização participou de eventos realizados em conjunto com outras organizações? 17. DIVULGAÇÃO
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1. APRESENTAÇÃO DO PROJETO O presente projeto visa à implementação de um Banco Popular Solidário e uma Moeda Local Social Circulante (ou Moeda Complementar) no bairro tricentenário de Santo Amaro (Recife), assim como a capacitação do Espaço Cultural Santo Amaro, a OSCIP proponente do projeto, para que este seja o ponto central de fomento desse novo modus operandi que será proposto. Tem-se nas práticas consolidadas de Economia Solidária o respaldo teórico e prático para essa ação, na forma dos 51 Bancos Comunitários que integram hoje a Rede Brasileira de Bancos Comunitários, e o respaldo local na coalisão com as demais iniciativas de Economia Solidária locais e nacionais, como os Fóruns Brasileiro e Pernambucano de Economia Solidária, incubadoras de empreendimentos solidários (como a IncubAção, da Fafire, e a IncubaCoop, da UFRPE) e entidades sem fins lucrativos tais como o Circuito Fora do Eixo – a maior rede de produção de cultura livre e solidária do país, presente em 44 pontos de 20 estados brasileiros, inclusive no Recife representados pelo Lumo Coletivo. A implementação do Banco Solidário e sua interpenetração junto à população local passa necessariamente por um processo de re-significação comportamental, estrutural e de valores dos moradores das comunidades do bairro, e primordialmente da população da ZEIS João de Barros, Zona de Especial Interesse Social que abriga o Espaço Cultural Santo Amaro, sede do banco e centro nervoso de mobilização do projeto.
1.1 Espaços Físicos que serão realizadas as atividades do projeto O local de escolha natural para instalação das dependências do Banco Popular Solidário de Santo Amaro é o edifício do Espaço Cultural Santo Amaro. Tal Espaço Cultural, construído e gestado pelos próprios moradores há mais de 9 anos, se configura atualmente como ícone da resistência da comunidade em permanecer sob a chancela de bairro mais violento do país, atribuída há anos e que até hoje estigmatiza a população, cria barreiras materiais e imateriais alimentadas pelo preconceito, que isolam a comunidade e obstruem as trocas de experiência dos moradores locais com os demais moradores da cidade. O Espaço Cultural comporta em seu saguão cerca de 500 pessoas, com palco integrado e estrutura para cozinha, bar e banheiros. Além dessa estrutura térrea, dispõe de um primeiro andar de aproximadamente 96 m², agregadas de salas, mini auditório e composta com seus mobiliários de escritório.
2. JUSTIFICATIVA 2.1. Por quê a organização inscreveu o projeto nesse edital? Por visualizarmos a parceria com o poder público num viés estratégico de fomento às práticas culturais e solidárias no ambiente de redes que vem se desenvolvendo com o projeto do governo Pernambuco Nação Cultural, conectando ações similares pelas doze macro regiões do Estado, estimulando não só a produção, difusão e consumo desses bens culturais como também a troca de experiências entre todos os participantes dessa rede. Entendendo também a necessidade da estruturação e capacitação dos agentes
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envolvidos na estruturação desse novo modelo de gestão pautados pela economia solidária e atribuídos de valores culturais como a cooperação, a democratização da informação, e principalmente a valorização do ser humano sobre o capital.
2.2. Como surgiu a iniciativa de inscrever o projeto? A iniciativa nasceu na primeira oficina do Pernambuco Nação Cultural em Goiana PE, quando o Espaço Cultural Santo Amaro se tornou parceiro do Lumo Coletivo, que integra a rede de coletivos Fora do Eixo e trabalham a cultura atrelada aos princípios da Economia Solidária, viabilizando a produção cultural em 44 pontos do país via trocas de serviços, compartilhamento livre de informações, trabalho justo, valorização do bem estar humano e coletivo em detrimento de acumulos e lucros e também moeda social agindo na sistematização das trocas. Nesta ocasião, o coletivo Espaço Cubo, de Cuiabá, um dos fundadores do Fora do Eixo e idealizador da moeda social Cubo Card veio ao Recife, a convite da Fundarpe, para realizar uma oficina em Goiana-PE sobre sustentabilidade no mercado musical e que acabou virando um debate de sustentabilidade de um modo geral por contar com um quorum de entidades diversificadas como o Espaço Cultural Santo Amaro. Nesta mesma época, o coletivo Espaço Cubo reuniu-se com a presidente da Fundarpe, a excelentíssima senhora Luciana Azevedo, e apresentou a proposta do Circuito Fora do Eixo. Luciana visualizando na prática os resultados obtidos pelo Fora do Eixo e de como poderíamos conectar as ações da rede com o Pernambuco Nação Cultural sugeriu que apresentássemos um projeto de Bancos Populares e Moedas Complementares nos bairros de Santo Amaro e Alto José do Pinho envolvendo os agentes culturais de cada local para a mobilização das respectivas comunidades no envolvimento com o processo de construção do Banco Popular.
2.3. Qual a importância desse projeto para a sua comunidade? O Espaço Cultural Santo Amaro se localiza na ZEIS João de Barros onde o acesso a bens culturais, até no sentido antropológico da palavra, muitas vezes é dificultado pela barreira criada através da rotulação do bairro e também dos moradores como sendo muito violento. Por outro lado, vivemos um momento ímpar de compartilhamento de informação em uma verdadeira economia do conhecimento e entendemos a necessidade de se manter conectado em redes para o fortalecimento desta inteligência coletiva que busca por alternativas de sustentabilidade. Temos consciência de que com trabalho focado conseguiremos transformar a realidade de muitos que residem na região e obviamente possuem suas identidades, suas manifestações e costumes. Sua cultura. Portanto, é de extrema importância para a comunidade que consigamos estruturar essa nova possibilidade de mudança de valores pautados na Economia Solidária, gerando emprego e renda, capacitando novos agentes, com seres humanos se relacionando solidariamente em prol de uma causa comum.
2.4. Por quê o Governo do Estado de Pernambuco deve apoiar seu projeto? Faz parte das políticas públicas culturais do Estado a promoção, o apoio, o incentivo, a preservação e a difusão das identidades e produções culturais de Pernambuco de forma estruturadora e sistêmica, focada na inclusão social, na universalização do acesso, na diversidade cultural e no desenvolvimento regional. Essa política está em consonância com as atividades do Espaço Cultural que hoje integra e vem aliando forças com movimentos sócio-culturais em ascenção de musculatura estadual como o Pernambuco Nação Cultural e nacional como o Circuito
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Fora do Eixo. Garantido canais de difusão, transmissão de tecnologia e troca de nossos produtos culturais pernambucanos.
E assim como o Governo Presente e o Pacto Pela Vida, projetos governamentais que em um ano mobilizaram as Secretarias na intensificação do diálogo com algumas comunidades em situação de vulnerabilidade, entendem que uma ação incisiva na transformação do quadro de violência no bairro de Santo Amaro só se torna viável a partir de uma mudança de valores, de políticas afirmativas pela integração e valorização da auto-estima da comunidade. A implementação de um Banco Popular Solidário nesse contexto vem para res-significar paradigmas através do questionamento do principal ícone do modelo capitalista ainda em voga, o dinheiro.
3. PUBLICO CONTEMPLADO PELO PROJETO O Projeto envolverá inicialmente a comunidade da Ilha de João de Barros, prioritariamente jovens de 15 a 28 anos, para a formação e capacitação de um núcleo gestor de comunicação, circulação e distribuição dentro do bairro. Paralelo e complementar à formação desses jovens, a mobilização de toda rede de comércio e prestadores de serviços locais será sempre um ponto chave nos momentos de formação em Economia Solidária e nos exercícios de troca. A médio/longo prazo o projeto prevê abarcar todos moradores do bairro de Santo Amaro.
3.1. Faixa etária do público será beneficiado com o projeto e quantidade de pessoas o projeto pretende beneficiar.
0a6 anos
7 a 14 anos
Faixa Etária/ Quantidade de beneficiados
15 a 17 anos
18 a 28 anos
29 a 40 anos
41 a 65 anos
Até 200 Entre 200 e 500 Entre 500 e 1.000 Entre 1.000 e 2.000
maior de 65 anos
X
x
x
X
x
x
X
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3.2. Como se dará a participação da comunidade? A comunidade participará das atividades oferecidas, no planejamento das atividades, na execução das atividades e na avaliação dessas atividades, bem como fornecendo informações no constante mapeamento de feedback das ações implementadas.
4. OBJETIVOS 4.1. Quais resultados o projeto pretende alcançar a longo prazo? Para que ele foi pensado? Especifique o que se quer atingir com o projeto. Este projeto sugere um modelo sustentável de gestão de grupos, baseada na filosofia open-source de acúmulo de inteligência coletiva através do livre acesso a todo o conhecimento produzido, e baseada também nas práticas já consolidadas de Economia Solidária, que permitem que seja possível a esse modelo se replicar e reconfigurar nos mais diversos ambientes. Nas experiências já consolidadas de Bancos Comunitários, esse poder de transformação social é confirmado. A taxa de inadimplência no Banco Palmas (CE), maior Banco Comunitário do país, é mais baixa que a média das maiores instituições medida em um ano. Ela vai até 2% contra a taxa normal que oscila de 1,5 a 3% nos bancos tradicionais. Desde a criação do Banco, foram criados 1.800 postos de trabalho novos diretamente pela ação do banco, através do fomento à criação de cooperativas de produção locais – isso em um universo original de 30 mil habitantes, como é a comunidade das Palmeiras em Fortaleza. O Banco Popular Solidário, nesse contexto, se torna uma forma de aplicação dessa lógica livre e contém um denso poder de mobilização social, uma vez que aquece a produção local, aumentando a demanda por bens e serviços através da ampliação do acesso a atividades remuneradas na moeda social e incentiva também as experiências de troca direta entre os integrantes de uma mesma comunidade. Além disso, a conexão direta do Banco e a equipe de gestão do Espaço Cultural garante a preocupação com o desenvolvimento sistemático de ações que tragam a sustentabilidade para ambas as entidades – alimentando o tripé básico de incentivo a circulação, distribuição e a divulgação dos bens culturais. Santo Amaro oferece bases muito semelhantes a comunidade das Palmeiras para o desenvolvimento sustentável, usando como plataforma propulsora para esses ideais o ambiente do Espaço Cultural, que se configura como sede administrativa e operacional do banco, espaço para eventos, local de reuniões e o que mais surgir como demanda da população local.
5. PLANO DE TRABALHO 5.1 Metas São metas do projeto: - Implantar um sistema de microcrédito solidário e de sistematização das trocas de bens e serviços dos moradores do bairro através da criação do Banco Popular
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Solidário de Santo Amaro e da moeda social Amaro Card, com circulação e validade circunscritos ao território do bairro; - Consolidar o princípio da autogestão como eixo fundamental para a criação de uma rede de cooperação no bairro; - Fomentar o desenvolvimento econômico local por meio da criação de uma rede consolidada de trocas entre comerciantes, prestadores de serviços e moradores do bairro, privilegiando a cooperação em detrimento da competição; - Fomentar e assistir o desenvolvimento orgânico de empreendimentos autogestores e cooperativos, gerenciados horizontalmente pelos seus cooperados, membros das comunidades de Santo Amaro, gerando emprego e renda para a população local e facilitando o acesso à produção resultante através da comercialização na moeda social local, o Amaro Card; - Promover o acesso facilitado aos produtos e serviços da rede de comércio local, através de políticas afirmativas como a redução percentual de valores em Amaro Cards (Ac$) em relação aos valores em Reais (R$), incentivando a circulação da moeda social e dinamizando o fluxo de vendas; - Incentivar e fornecer meios para o empoderamento dos moradores da comunidade nos processos criativos e produtivos desenvolvidos no bairro bem como no Espaço Cultural, fomentando a produção colaborativa de conteúdo e as iniciativas empreendedoras que valorizam o associativismo, a cooperação e a gestão integrada e horizontal dos seus cooperados; - Estruturar e capacitar o Espaço Cultural Santo Amaro para que, além de cumprir as funções de um Espaço Cultural Comunitário de incentivar, representar e dar vazão à diversidade cultural local, esse espaço possa ser também a sede do Banco Popular Solidário de Santo Amaro; - Garantir às comunidades que compõem o bairro de Santo Amaro experiências de fruição artística, intercâmbio cultural e oportunidades de formação e informação diferenciadas; - Aglutinar e realizar capacitação técnica a uma equipe de gestão interna do Espaço Cultural, tendo como diretriz para as ações o eixo tríplice de sustentabilidade desenvolvido pelo Circuito Fora do Eixo: ser um Ponto de Mídia, Ponto de Circulação e Ponto de Distribuição; - Ser um Ponto de Mídia: aglutinar e profissionalizar um núcleo de produção de conteúdo midiático (texto, áudio e vídeo) formado por jovens moradores do bairro, baseado na colaboratividade e interatividade, fazendo uso de ferramentas digitais livres e da Internet pra garantir a difusão e visibilidade das ações desenvolvidas nas comunidades; - Ser um Ponto de Circulação: consolidar Santo Amaro como ponto estratégico para a circulação de artistas de múltiplas linguagem, projetando de forma orgânica a divulgação dos artistas locais, através do aproveitamento do Espaço Cultural enquanto plataforma de vazão da produção local e de intercâmbio com demais agentes não-locais; - Ser um Ponto de Distribuição: possuir uma estrutura de ponto de vendas, trazendo produtos criados pelos moradores locais e demais parceiros que aceitem disponibilizar sua produção para comercialização em Amaro Cards;
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- Fomentar a produção dos artistas locais estimulando sua profissionalização a partir da troca de experiências com os demais artistas participantes das atividades e do desenvolvimento do cenário cultural nessas comunidades; - Realizar capacitação técnica, através das oficinas, palestras e vivências propostas, criando as condições necessárias para que as pessoas dessas comunidades se tornem protagonistas de futuros projetos culturais e empreendimentos solidários, conectados diretamente com as necessidades identificadas pela própria população local; - Emancipar a comunidade para a realização de ações culturais independentes, circulação e integração em redes de cooperação e tecnologia social através de vivências das etapas de produção do projeto com participação de moradores locais; - Estimular o surgimento de novos coletivos e ações culturais autogestionárias, através de eventos e vivências que sejam catalisadores da produção colaborativa entre os agentes do bairro de Santo Amaro; - Democratizar o acesso a toda a tecnologia de gestão desenvolvida durante o projeto como planilhas, projetos, atas, formulários e orçamentos, bem como dados e indicativos coletados através dos mapeamentos e pesquisas, através da disponibilização de tais documentos para download livre e irrestrito no site do Espaço Cultural;
5.2 Etapas-fases 1. Ações afirmativas em economia solidária DURAÇÃO: Abril a Setembro de 2010 1.1-Mapear os indicativos precisos em relação à diversidade de serviços existentes e à realidade social do bairro de Santo Amaro. Serão mapeados quantos estabelecimentos comerciais existem na comunidade e quaisas suas especialidades,quantos prestadores de serviço autônomos e quais as suas especialidades, quantas e quais cooperativas, quantos estudantes e qual o grau de escolaridade predominante, qual o perfil etário da população do bairro, qual o grau de desemprego e quais atividades culturais são exercidas pela população. 1.2 Realizar Semanas temáticas de Capacitação em Economia Solidária para moradores e comerciantes 1.3-Oferecer campanhas informativas e de difusão do Banco Popular Solidário junto à populaçãoatravés de campanha de reforço institucional do projeto. 2. Implementação do Ponto de Mídia DURAÇÃO: Abril a Setembro de 2010 2.1-Disponibilizar conehcimentos em comunicação e mídia através de oficinas de capacitação em produção de conteúdo midiático com vistas à
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aglutinação e formação do núcleo gestor do Ponto de Mídia do Espaço Cultural. 2.2-Criar e acompanhar veículos oficiais do Espaço Cultural e do Banco Popular Solidário, com o objetivo de adquirir um domínio na internet e pagamento de um servidor para hospedar o site do Espaço Cultural Santo Amaro e do Banco Popular Solidário onde serão concentradas todas as informações e ações do projeto. 3. Implementação do Ponto de Circulação DURAÇÃO: Abril a Agosto de 2010 3.1-Produzir eventos culturais periódicos dentro do Espaço Cultural Santo Amaro abertos ao público com apresentações de bandas locais e nacionais incluindo sessões de cinema. Possibilitando intercâmbio, laboratórios, integração da comunidade com o espaço cultural e o escoamento da produção cultural local. 3.2-Difundir a produção do audiovisual independente através do Cineclube Amaro com exibições gratuitas na praça em frente ao Espaço Cultural promovendo desta forma a aproximação de outros movimentos cineclubistas. 4. Implementação do Ponto de Distribuição DURAÇÃO: Abril a Setembro de 2010 4.1-Favorecer a criação da Loja do Espaço Cultural Santo Amaro, inserida no local já citado para a comercialização de produtos confeccionados pelas cooperativas vinculadas e fomentadas pelo Espaço Cultural.
6. EQUIPE DE TRABALHO
Nome
Função no projeto
Profissão ou ocupação
Grau de escolaridade
Condição de trabalho no projeto Remunerado (Indique o valor do pagamento em reais)
Voluntário (marque um x)
Gabriel Cardoso
Coordenador de Planejamento
Produtor cultural
Superior incompleto
x
Laura Morgado
Coordenadora de Comunicação
Produtora cultural e designer
Superior incompleto
x
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Mayara Rocha
Coordenadora de Distribuição
Produtora cultural
Superior incompleto
x
Carlos Carvalh o
Coordenador de Circulação
Produtor cultural e técnico de sonorização
Superior incompleto
x
Edvaldo Santos Pereira
Coordenador Administrativofinanceiro
Edilson José da Silva
Coordenador de Pesquisas e Estudos
x
Presidente do Conselho dos Moradores de João de Barros
x
7. PARCERIAS •
Órgãos públicos (Prefeitura/ Estado/ União): Fundarpe
•
Organizações não governamentais (Associações, ONGs, Cooperativas, etc): Circuito Fora do Eixo
•
Empresas privadas: Principalmente os comerciantes do bairro de Santo Amaro
•
Universidades: Incubadora de empreendimentos solidários da Faculdade de Filosofia do Recife (FAFIRE) - IncubAção
•
Lideranças da comunidade: Presidente da Associação dos Moradores de João de Barros, Fórum de Cultura de Santo Amaro
•
Artistas, artesões, talentos locais: músicos, artistas visuais, escritores, cinegrafistas, locutores de rádio, atores, dançarinos, grupos de manifestação popular, artesãos e cooperativas locais.
8. RETORNO DE INTERESSE PÚBLICO 8.1. Artístico-culturais: Os artistas e demais agentes da cadeia produtiva cultural de Santo Amaro terão espaço para produção e difusão de seus trabalhos, podendo contar, além da estrutura do Espaço, com equipes sendo formadas nos núcleos de comunicação e
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mídia, que servirão de suporte em trabalhos como assessoria de imprensa, criação e manutenção de veículos digitais, geração de conteúdo como vídeos, fotos e entrevistas. Servirá ainda de benefício a capacitação desses agentes com as oficinas de qualificação técnica e intelectual que são parte do planejamento de uma carreira autogestionária e sustentável. 8.2. Sociais: Elevar significativamente o acesso a bens culturais dentro do bairro resgatando a auto-estima dos moradores para aumentar o lastro de credibilidade das ações pautadas em Economia Solidária, em detrimento do modelo convencional de produção, que marginaliza e exclui o sentimento de potencia e criatividade dentro dos indivíduos que vivem a realidade do bairro. Dentro de um modelo cooperativo, também é benefício social a reconfiguração das relações interpessoais na comunidade, que criarão ambientes diferenciados e férteis para a troca de experiências e tecnologias entre os envolvidos possibilitando um novo cenário para o surgimento de multiplicadores. 8.3. Econômicos: Os aspectos econômicos beneficiariam a população a ponto de aumentar seu poder aquisitivo incentivando-os a retroalimentar sua própria comunidade consumindo o que são suas necessidades básicas com os comerciantes e parceiros solidários locais conveniados ao Banco Popular, como farmácias, restaurantes, supermercados entre outros. Isso aliado a pesquisas que vão mapear a produção para que haja o investimento e incentivo em empreendimentos solidários de gestão cooperativa que busque comercializar esses produtos no cotidiano das famílias.
9. PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO OU VENDA DO PRODUTO CULTURAL Produto Catálogo de estabelecimentos e prestadores de serviço integrados à rede do Banco Popular Solidário de Santo Amaro Versão online do Catálogo de estabelecimentos e prestadores de serviço integrados à rede do Banco Popular Solidário de Santo Amaro
Quantidade 70mil
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O catálogo de estabelecimentos e serviços de Santo Amaro será a compilação de todos os fornecedores que integram a rede do Banco Popular Solidário de Santo Amaro, aceitando a moeda Amaro Card em troca de seus bens e serviços. A intenção é que a publicação seja um guia prático para que os moradores da comunidade tenham conhecimento de todo o espectro de necessidades que podem ser supridas utilizando-se o Amaro Card, ao passo em que os comerciantes que integram a rede contam com a publicação enquanto vitrine de seus serviços. Além disso, a publicação trará um relatório dos 3 anos do projeto, ilustrando com fotos e infográficos os números e fatos que se desenvolveram a partir da implementação do Banco no bairro. A versão online do catálogo, hospedada no site do Banco, terá a vantagem de ser atualizada frequentemente, mantendo a representatividade da Rede de Parcerias em meio à dinâmica típica das redes associativas.
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Local de Divulgação
Indique a peça (cartaz, folder, banner, convite, panfleto, etc)
Folder impresso – 20mil
(Prefeitura, escolas, associações, espaços culturais, restaurantes, bancas de revista, igrejas, etc)
Prefeitura, Núcleos de Estudo e Incubadoras de Economia Solidária, Fórum Pernambuco de Economia Solidária, escolas e creches do bairro, lanchonetes, restaurantes, vídeo- locadoras, mercados, espaços culturais , estabelecimentos conveniados ao Banco, etc.
Banner 5x2,5m para sinalização da fachada Camisetas personalizadas produzidas pelo núcleo de estamparia
Podcast mensal produzido pelo Ponto de Mídia (30min)
Assessoria de imprensa periódica
Sede do Espaço Cultural Santo Amaro, situada na avenida mais movimentada do Recife Loja do Espaço Cultural e outros pontos de venda distribuídos nacionalmente através da rede de Pontos de distribuição do Circuito Fora do Eixo, além de comercialização online na loja virtual do Espaço Cultural Rádios comunitárias FM da região metropolitana do Recife (parceria com a Associação Brasileira de Rádios Comunitárias), versão para streaming e download na webrádio do site do Espaço Cultural
Principais jornais do estado, sites especializados em Economia Solidária e tecnologia social, sites especializados em cultura, sites do Espaço Cultural, do Banco e dos parceiros do Circuito Fora do Eixo, Portal Pernambuco Nação Cultural, Portal Cultura Digital
11. AVALIAÇÃO DO PROJETO 11.1. Como o projeto será avaliado? Serão produzidos relatórios trimestrais acerca do desenvolvimento do projeto em seus 3 eixos de sustentação: mídia, circulação e distribuição, além do relato acerca das ações afirmativas de capacitação em Economia Solidária e das atividades diretamente ligadas à implementação do Banco. Todos esses relatórios serão disponibilizados já na época de sua apresentação no banco de tecnologia online no site do Espaço. Além disso, o processo de mapeamentos e pesquisas prevê um questionário a ser respondido pela população pra trazer o feedback do projeto a partir da visão dos moradores, cujo resultado também será disponibilizado online. Esperamos obter, ao final do processo, todo o registro do que foi feito para que se possa analisar e sistematizar as informações e disponibilizar o “código” nos TECs – bancos de tecnologia para reaproveitamento de outras iniciativas.
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11.2. A comunidade participará desse processo. Como? Sim, a comunidade será questionada sobre a atuação do Espaço Cultural e sobre a implantação do Banco através de dinâmicas de grupo e reuniões de diagnóstico participativo.
11.3. Onde estarão disponíveis os resultados dessa avaliação? No site do Espaço Cultural, na página específica de TECs: tecnologia produzida pelo projeto. Estarão lá os links pra todos os documentos, resultados das pesquisas, planilhas, orçamentos, atas e etc, para download gratuito e irrestrito de todos.
12. CONTINUIDADE DA AÇÃO 12.1. Após o término do projeto, como as atividades poderão continuar a acontecer? O projeto do Banco Popular Solidário de Santo Amaro é um projeto que visa a perenidade de seu funcionamento dentro da comunidade, e isso se assegura través do respaldo de práticas sustentáveis na gestão do Espaço Cultural Santo Amaro, através do eixo tríplice de ações para circulação, distribuição e divulgação dos bens culturais. Após o término do terceiro ano de projeto, a meta é que o Banco tenha uma rede de parcerias ampla e diversificada, com condições de atender todas as necessidades básicas das famílias que habitam a comunidade, e sempre trabalhando pra ampliar a rede de parceiros ainda mais. Nessa perspectiva de intensificação das trocas, a comunidade terá em mãos um poder de articulação e autonomia de coalisão entre si em torno das atividades que pretendem desenvolver de forma cooperativa e autogestionária. Os moradores, representados através das Associações de Moradores das comunidades do bairro devem também se sentir protagonistas no processo de manutenção do Banco, do Espaço e do próprio bairro. O Banco Popular Solidário de Santo Amaro será sempre o vetor de formação da comunidade, mantendo essa diretriz básica na promoção de atividades relacionadas à compreensão e participação da população nas práticas de Economia Solidária. O Espaço Cultural terá suas portas sempre abertas e lá a concepção e operacionalização da programação periódica será continuada pelo núcleo gestor do Espaço, jovens moradores do bairro remunerados em Amaro Cards (Ac$) – o Ponto de Circulação continuará desenvolvendo projetos de eventos para que o intercâmbio e escoamento da produção cultural do bairro não fique estagnado, o Ponto de Distribuição continuará na administração da Loja do Espaço Cultural, bem como organizando os repasses de mercadoria do bairro a outros pontos de venda em todo o país, e o Ponto de Mídia seguirá na produção de conteúdo colaborativo pra noticiar todos os projetos correntes no bairro. Existem ainda outras possibilidades de captação de recursos tanto com o poder público quanto com fundos internacionais para investimento no aumento do lastro do Banco Popular ampliando as condições de negociação com parceiros que se interessem pela rede no intuito de ampliar os investimentos feitos com moeda complementar.
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RELATÓRIO DE ATIVIDADES DA ORGANIZAÇÃO 13. HISTÓRICO 13.1. Quando e como a organização foi criada? O Espaço Cultural Santo Amaro nasceu no dia 11 de outubro de 2000 a partir de desafios de organização e da necessidade de dinamizar as atividades coletivas dentro dos grupos culturais do bairro como o Bloco de Samba, Quadrilhas Juninas, Grupo de Artesãos, Grupo de Frevo, de Seresta, além de lideres comunitários que lutam por políticas públicas para cultura na cidade. O Espaço Cultural teve num primeiro momento uma assessoria jurídica e administrativa por parte das entidades ESEF/UPE e UNICAP que amadureceram o modelo de gestão do Espaço Cultural resultando na formulação de um estatuto para o mesmo. 13.2. Qual a relação dela com a comunidade onde está localizada? O Espaço Cultural Santo Amaro foi construído pelos próprios moradores da comunidade de João de Barros na perspectiva de ser uma resistência à violência, tendo uma função estratégica na articulação que promove o desenvolvimento, a integração e a participação mais efetiva dos grupos culturais do bairro e os habitantes da região. É também um ambiente bastante fértil para troca de experiências, tecnologias e construções de parcerias que resgatam a riqueza cultural e o potencial sócioeconômico do bairro. Existe, portanto, uma relação orgânica da organização com a comunidade que que já vem sendo construída desde sua inauguração há quase 10 anos atrás. 14. ATIVIDADES 14.1. Quais são as principais atividades culturais desenvolvidas pela organização? O trabalho do Espaço Cultural consiste em se aproximar dos movimentos associativos dos mais variados segmentos e gêneros como associações de músicos, artesãos, produtores de alimentos, produtores de roupas, cooperativa de reciclagem entre outros. Auxiliá-los em suas formalizações e gestão tornou-se uma das tarefas básicas no desafio de conectar os grupos que estão produzindo coletivamente. As portas do Espaço Cultural são abertas para as manifestações do bairro tornando-se palco das ações desses grupos, associações e cooperativas tendo em sua ocupação grande diversidade que vai de rodas de capoeira a eventos de música e formação, de aulas de xadrez a feira de artesanto, shows de hip hop a shows de samba autoral. 15. PÚBLICO ALVO 15.1. Para quem as principais atividades promovidas pela organização são direcionadas? O Espaço Cultural busca compor uma programação de oficinas, palestras e eventos abertos a toda comunidade de Santo Amaro, com enfoque no jovem. Pois assim eles passam a ocupar espaço de protagonistas na realização dessa programação divididos em núcleos de produção como sonorização, audiovisual e comunicação. Isso cria possibilidades de qualificação num mercado cultural autônomo e solidário, onde os eventos funcionam como laboratório de trabalho no desenvolvimento de tecnologias sociais que vão não só ajudar a reduzir o índice de vulnerabilidade e ociosidade
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presentes em boa parte dos jovens da comunidade, mas criar um ambiente favorável para a re-significação valores culturais pautados em Economia Solidária buscando absorver tanto os moradores quanto os comerciantes da região dentro desse novo modelo. 16. PARCERIAS 16.1. A organização participou de eventos realizados em conjunto com outras organizações? Lumo Coletivo organizou a semana Limbo que levou uma oficina de produção radiofônica e uma palestra sobre os conceitos de Economia Solidária. Além do evento de finalização da semana que contou com a prática dos oficineiros transmitindo os shows das bandas da comunidade pela internet. Realizamos também em parceria com a Secretaria de Esportes o Campeonato de Futebol de Santo Amaro e o programa segundo tempo que une reforço escolar a atividades esportivas. Trabalhamos também com grupos de capoeira do bairro oferecendo o galpão do Espaço Cultural para que aconteçam as atividades de roda. 17. DIVULGAÇÃO Foi citada recentemente em jornais de circulação estadual em três ocasiões. No aniversário de um ano do programa do Governo Presente, momento em que a Associação de Moradores de João de Barros promoveu o I Campeonato de Futebol de Santo Amaro, unindo times de todas as áreas do bairro. E, anteriormente, em duas matérias sobre o Lumo Coletivo que mencionavam a parceria do Espaço Cultural no desenvolvimento do projeto de Bancos Populares e Moedas Complementares no bairro de Santo Amaro.