1. JUSTIFICATIVA 1.1. FESTIVAL GRITO ROCK AMÉRICA DO SUL 2010 A cultura urbana se manifesta de múltiplas formas e em variadas ocasiões. Do rock ao rap, das intervenções de stencil ao graffiti, do skate ao basquete de rua. Muitas são as manifestações que evidenciam a dinâmica cultural estabelecida na contemporaneidade, seja nos festivais independentes ou mesmos em festividades populares tão tradicionais neste país de dimensões continentais, como as comemorações do Carnaval. Desde 2001, as tradicionais marchinhas carnavalescas deram, e darão mais uma vez, espaço para os riffs das guitarras, do Oiapoque ao Chuí e do Brasil para a América do Sul. O Festival Grito Rock acontecerá entre os dias 22 de janeiro (sexta-feira) e 27 de fevereiro (sábado) de 2010, em mais de setenta cidades brasileiras, além de cidades em países vizinhos como Argentina, Bolívia e Uruguai. Cuiabá(MT), São Paulo (SP), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Recife (PE),Santa Maria (RS), Rio de Janeiro (RJ), São Carlos (SP), Natal (RN), João Pessoa (PB) são apenas algumas das cidades integradas (veja ao final a lista completa). O Festival Grito Rock é o maior festival integrado independente do planeta. O evento acontece simultaneamente em todas as regiões do Brasil no período do Carnaval, além de Buenos Aires (ARG) e Montevidéu (URU). A produção envolve cerca de 500 bandas, além dos produtores e jornalistas, designers, publicitários e atuantes no setor que também são mobilizados pelo festival. O Grito Rock é um festival conhecido em todo o Brasil sobretudo pelo aspecto colaborativo em que se constrói. É uma ação coletiva realizada Circuito Fora do Eixo, através de seus mais de 45 Pontos Fora do Eixo distribuídos pelo país. O Festival é uma ferramente importante no fortalececimento da cadeia produtiva da música independente brasileira, sendo um importante vetor de estimulação da circulação de agentes (músicos, jornalistas, fotógrafos, produtores, designers, técnicos de som) assim como estreitando as conexões na rede de contatos do Circuito Fora do Eixo em todo o país.
1.2. FESTIVAL GRITO RECIFE 2009 foi o ano em que Recife entrou na rota do Grito. O Lumo Coletivo, primeiro Ponto Fora do Eixo no estado desde 2008, produziu nos dias 26 a 31 de janeiro o Grito Rock Porto de Galinhas, ocupando as cidades de Recife e Ipojuca com uma programação de 5 dias de debates e shows. A primeira edição pernambucana do festival foi um sucesso em várias maneiras. Evidenciou nacionalmente o potencial de circulação que Recife detém, enquanto capital eqüidistante dos extremos norte e sul da região e principalmente pólo cultural e turístico consolidado. Com apenas um mês de inscrições para artistas que desejassem ocupar as 12 vagas do festival, recebemos material de mais de 300 artistas de todo o Brasil, sendo uma das 10 cidades mais procuradas da rede dos cerca de 50 festivais.
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Em 2010, a expectativa é que a procura se intensifique ainda mais, já que teremos mais 5 Gritos em 4 estados que não participaram da edição 2009. Ao todo serão 9 festivais em 7 capitais da região e duas cidades do interior, articuladas em bloco para receber os artistas que pretendem fazer dessa passagem uma turnê de 9 datas por todo o Nordeste, tornando o festival também um importante vetor turístico. Das 12 vagas para os shows em Porto de Galinhas no Grito Rock 2009, 6 foram preenchidas por artistas pernambucanos e 6 por artistas de outros estados. Minas Gerais, São Paulo, Natal, Alagoas e Paraíba estiveram representados nos palcos do espaço Muru Muru por bandas independentes que despontaram em 2009 para uma projeção nacional, através do amplo circuito que os 45 pontos Fora do Eixo possibilitam. A programação de shows buscou contemplar a pluralidade de manifestações musicais que existe no meio independente: do rapper Renegado (MG), ganhador do maior prêmio do Hip Hop Nacional (Prêmio Hutúz), passando pelo grupo de samba Trio Pouca Chinfra e a Cozinha até a AMP, banda de rock recifense que passou recentemente pela grande maioria de festivais independentes do país com grande destaque. Durante a etapa de debates e mesas redondas do festival, de 26 a 28 de janeiro, passaram pelo auditório da Livraria Cultura um total de cerca de 400 pessoas interessadas em discutir questões que permeiam os caminhos da produção cultural independente em suas mais diferenciadas manifestações. A relação do design e da comunicação com a produção cultural, através dos olhos de um designer, um artista plástico e um videomaker. Meios de sustentabilidade no mercado musical autoral, debatido por Cannibal (Devotos, banda de 20 anos), Zeh Rocha (30 anos de carreira), Roger de Renor (Comunicador há mais de 20 anos) e o jornalista e pesquisador em música Bruno Bogueira. E, por fim, o tema Novas diretrizes para a gestão pública de cultura, contando com a presença de gestores públicos de Jaboatão – o músico Lula Côrtes (diretor de Cultura), Recife – o jornalista Renato L (secretário de cultura) e Olinda – a gestora Márcia Souto (secretária de cultura), além do advogado especializado em direitos autorais e professor de Produção Fonográfica, Adriano Araújo. Para a edição de 2010, o festival vai manter a estrutura de shows e mesas redondas, mas vai além. A palavra chave dessa edição será integração. Com esse mote, o Lumo Coletivo buscará envolver no projeto as cidades com a qual trabalha e pertence. São elas: a comunidade de Santo Amaro no Recife e o bairro de Piedade, no Jaboatão dos Guararapes. Dois pólos que detém um grande potencial de produção autoral, e que ao mesmo tempo são carentes em infra-estrutura e know-how em produção, gestão e distribuição de cultura independente, áreas de atuação do Lumo e do Circuito Fora do Eixo. Pensando em otimizar a ocupação, foi desenvolvido o conceito de Pólos para se adequar melhor a cada uma dessas realidades e oferecer formação e acesso aos bens e produtos culturais produzidos de forma independente. Neste viés, a Estação Cultural Senador Ermírio de Morais, em Jaboatão dos Guararapes, casa de arquitetura modernista com 2665m² doada pelo Senador à Fundarpe, sediará nos dias 27 e 28 de janeiro de 2010, o Pólo Artes Integradas. O espaço vai ser ocupado por oficinas práticas sobre assuntos relacionados à produção cultural, como serigrafia e encadernação a partir de objetos caseiros e de baixo custo, luthieria e produção acessível de instrumentos musicais, além de trazer debates sobre a produção e as possibilidades de utilização de softwares livres na produção cultural. Ao final de cada dia, três bandas vão se apresentar na área externa da casa, em frente ao mar de Piedade, com entrada gratuita.
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Em seguida o festival vai para Santo Amaro, e o local da ocupação será e Espaço Cultural de Santo Amaro, a sede da OSCIP homônima, construído e gestado pelos próprios moradores da comunidade e que são também parceiros do Lumo no projeto PIMB, de Implementação de Moedas Solidárias e Bancos Populares, no qual será implantada uma moeda própria da comunidade e o Espaço Cultural se tornará também a sede do Banco Popular de Santo Amaro. Para fortalecer esse envolvimento com a comunidade, o espaço abrigará o Pólo Economia Solidária, se tornando palco de debates e atividades práticas que buscam esclarecer e reforçar os conceitos dessa nova alternativa de produção econômica, focando na participação dos jovens da comunidade, universitários que estudam na Universidade de Pernambuco (vizinha ao Espaço) e comerciantes locais (ver mais sobre o PIMB no item 4.2 deste projeto). A programação do Pólo contará com oficinas de empreendimentos solidários, debates e exposições sobre os fundamentos da Economia Solidária e feira de trocas. Ao final de cada dia de ocupação no espaço, a praça em frente ao Espaço vai receber 6 bandas locais e nacionais, em estrutura aberta ao público, consolidando
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Cidades que realização o Festival Grito Rock em 2010: Centro-Oeste 1. Cuiabá (MT) 2. Campo Grande (MS) 3. Brasília-DF (GO) 4. Taguatinda-DF (GO) 5. Anápolis (GO) 6. Goiânia (GO) 7. Inhumas (GO) 8. Piracanjuba (GO) 9. Pirenópolis (GO) 10. Morrinhos (GO) 11. Serranópolis (GO) 12. Mineiros (GO) 13. Porangatu (GO) 14. Uruaçu (GO) 15. Anicuns (GO)
Sudeste 1. São Carlos (SP) 2. Araraquara (SP) 3. Rio Claro (SP) 4. São Paulo (SP) 5. Bauru (SP) 6. Ribeirão Preto (SP) 7. Sorocaba (SP) 8. São José dos Campos (SP) 9. Franca (SP) 10. Jacareí (SP) 11. Niterói (RJ) 12. São Gonçalo (RJ) 13. Rio de Janeiro (RJ) 14. Uberlândia (MG) 15. Uberaba (MG) 16. Montes Claros (MG) 17. Ribeirão das Neves (MG) 18. Vespasiano (MG) 19. Belo Horizonte (MG) 20. Patos de Minas (MG) 21. Divinópolis (MG) 22. Sabará (MG) 23. Itabirito (MG) 24. Ipatinga 25. Lavras (MG) 26. Guaxupé (MG) 27. Poços de Caldas (MG)
6. Tucuruí (PA) 7. Cacoal (RO) 8. Vilhena (RO) 9. Ji-Paraná (RO) 10. Porto Velho (RO) 11. Manaus (AM) 11. Boa Vista (RR) 12. Rio Branco (AC)
Sul 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14.
Porto Alegre Santa Maria Pelotas São Leopoldo Canoas Esteio Florianópolis Blumenau Criciúma Chapecó Camburiú Londrina Maringá Curitiba
Nordeste 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11.
Fortaleza (CE) Natal (RN) João Pessoa (PB) Campina Grande (PB) Recife (PE) Jaboatão dos Guararapes (PE) Maceió (AL) Arapiraca (AL) Aracaju (SE) Salvador (BA) Vitória da Conquista (BA)
Argentina 1. Buenos Aires 2. Cordoba
Bolívia Norte 1. Macapá (AP) 2. Santana (AP) 3. Mazagão Novo (AP) 4. Belem (PA) 5- Abaetuba (PA)
1. Santa Cruz de La Sierra
Uruguai 1. Montevidéu
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2. PERFIL DOS REALIZADORES 2.1 REALIZADOR NACIONAL Circuito Fora do Eixo
Fundado no ano de 2005, o Circuito Fora do Eixo (CFE) é o organismo responsável pela idealização e realização do Festival Grito Rock América Latina. Fruto da união de produtores independentes das cidades de Cuiabá (MT), Rio Branco (AC), Uberlândia (MG) e Londrina (PR), o CFE representa hoje a mais extensa rede independente de discussão e produção de ações voltadas para o fortalecimento da cadeia produtiva da cultura no país, através dos 40 coletivos culturais já filiados – chamados Pontos Fora do Eixo -, distribuídos por cerca de 20 estados das 5 regiões do território nacional. A pesquisa e a produção de tecnologias sustentáveis, acessíveis, horizontalizadas e solidárias de produção e gestão cultural são o fio condutor das ações desse movimento, que trata ainda de democratizar e garantir o livre-acesso a toda informação produzida - planilhas, projetos, planejamentos, etc. - nos Blogs TECs, bancos de inteligência coletiva online. Para nortear a simbiose de tantas realidades distintas, um corpo-comum: todos os Pontos são instituições formais ou informais sem fins lucrativos, seus quadros são formados por voluntários, militantes da Revolução pela Cultura e defensores da Economia Solidária enquanto ferramenta de renovação de paradigmas e remoção de ferrugem social.
2.1. REALIZADOR LOCAL Lumo Coletivo O Lumo é a união sem fins lucrativos de indivíduos que acreditam na construção de um novo paradigma para nortear as relações interpessoais e mercadológicas da chamada Economia da Cultura. Para isso, pauta suas ações nos preceitos da Economia Solidária de cooperativismo,horizontalidade, democratização do conhecimento e valorização do bem-estar do indivíduo sobre o capital. Fruto dessas convicções é a Lumoeda, uma moeda complementar que está atualmente em processo de lançamento e que vem de forma pragmática viabilizador a troca solidária de bens e serviços culturais, constituindo-se num catalisador da produção cultural local e um facilitador do intercâmbio cultural com as demais iniciativas não locais. Ainda no campo da EcoSol, o Lumo desenvolve em parceria com o Espaço Cubo, um coletivo cultural e associação de gestores da moeda complementar CuboCard da cidade de Cuiabá (MT), e junto à Fundarpe, órgão executor das
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políticas estaduais de cultura de Pernambuco, o Projeto de Desenvolvimento de Bancos Populares e Moedas Complementares nas comunidades de Santo Amaro e Alto José do Pinho, bairros da periferia do Recife. Através da criação de uma moeda solidária que será aceita apenas dentro da própria comunidade, e da implementação de um Banco Popular para gerenciar essa moeda, os comerciantes e moradores locais terão a possibilidade de trocarem entre si os bens que produzem e os serviços que podem prestar, fortalecendo o comércio local e ampliando o acesso de todos aos bens de consumo. O Lumo integra o Circuito Fora do Eixo, uma rede formada por mais de 45 coletivos de 20 estados do País, sendo o único Ponto Fora do Eixo representante do estado de Pernambuco e responsável pela coordenação de todos os Pontos Fora do Eixo da região Nordeste.
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3. METAS DO PROJETO 3.1. GERAIS • • • •
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Estimular a trocar de tecnologia entre os produtores, bandas e demais agentes envolvidos no Grito Rock Fortalecer a movimentação nacional denominada Circuito Fora do Eixo; Promover uma mostra de artistas e grupos musicais ligadas a cena independente das mais diversas cidades brasileiras; Ser plataforma de difusão da produção cultural pautada pela Economia Solidária e seus preceitos de colaboratividade, autogestão, democratização da informação, comércio justo e valorização do ser humano sobre o capital; Promover trocas de experiência entre os agentes da cadeia produtiva da cultura e incentivar a ocupação artística e política dos espaços culturais das cidades envolvidas no projeto; Consolidar as diversas rotas de circulação de agentes e produtos culturais por todas as regiões do país; Fazer circular pelo menos quatrocentas bandas nas dezenas de cidades integradas a rede; Promover a circulação de dezenas de produtores independentes na rota dos Gritos; Realizar setenta festivais de artes integradas em 70 cidades brasileiras durante o carnaval;
3.2. ESPECÍFICAS • • •
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Promover uma grande mostra da produção cultural independente brasileira em uma das datas comemorativas mais importantes de celebração da diversidade cultural do País; Fortalecer a circulação de bandas, produtores, e demais agentes da cadeia da cultura, por entre os Pontos integrados da região Nordeste, consolidando esse Circuito como uma alternativa viável e atraente de circulação para todo o país; Fortalecer as ações do Lumo Coletivo como Ponto Fora do Eixo em Pernambuco e Ponto de Referência Regional no Nordeste, no sentido de fomentar ações integradas que agregam produção cultural e economia solidária nas mais diversas esferas sociais; Promover trocas de experiência entre os agentes da cadeia produtiva da cultura e incentivar a ocupação artística e política dos espaços culturais a nível municipal, regional e nacional;Promover uma mostra de artistas e grupos musicais ligadas a cena independente das mais diversas cidades brasileiras; Realizar seminários com o foco no debate sobre produção colaborativa; economia solidária e mídias livres; Fortalecer a mobilização no bairro de Santo Amaro para a implementação de uma moeda complementar local, através da aproximação e esclarecimento dos moradores acerca dos objetivos, processos e oportunidades que regem as práticas de Economia Solidária;
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4. IMPACTO SOCIAL DO PROJETO 4.1. LUMOEDAS: sustentabilidade e formação através de trocas solidárias O projeto de inserção de uma moeda complementar como ferramenta de uma cadeia produtiva auto-gestora encontra, no ambiente de um Festival, um momento ímpar para sua introdução. Para concretizar a mudança de paradigma que é a essência e principal objetivo do Festival e do Movimento que o produz, se faz necessário a mobilização e fortalecimento de toda uma cadeia produtiva em seus mais diversos elos. O Festival é, de fato, o momento mais amplo de comunhão de todas as áreas de produção cultural em torno de um mesmo objetivo, é um acontecimento periódico que vem principalmente pra injetar estímulo e qualificar todos os envolvidos na sua realização, desde fornecedores e prestadores de serviço, passando por artistas e público. O modus operandi aberto e produtor de inteligência coletiva, que é o adotado pelo Circuito Fora do Eixo, reconhece nesse ambiente do Festival, desde a sua concepção até a sua pós-produção, principalmente um laboratório comportamental, e de formação de protagonistas. É nessa perspectiva, de experimentação, empoderamento e troca livre de experiências, que a produção do Festival Grito Recife é pensada de forma completamente colaborativa, onde os próprios agentes beneficiados pelo projeto são também aqueles que voluntariamente disponibilizam sua força de trabalho e seus conhecimentos para que o projeto seja concretizado em todos os aspectos. Hoje, o Festival Grito Recife conta com uma equipe de aproximadamente 30 voluntários, entre os quais 9 são bandas locais, dois Estúdios de Design e Audiovisual, um coletivo parceiro e outros agentes autônomos como técnicos de som, roadies, jornalistas e fotógrafos. Essas pessoas se reúnem semanalmente e compõem as 3 frentes de produção do Festival: o núcleo de Comunicação, o de Sonorização e o de Eventos, que pensam ativamente em todo o conteúdo necessário para a plena realização das funções a que se propõem. A contrapartida para esse investimento voluntário da equipe vem na forma das Lumoedas: toda a equipe é remunerada com esse Circulante Local ou Moeda Complementar desenvolvida pelo Lumo Coletivo para sistematizar as trocas entre o coletivo e os parceiros, que já funciona virtualmente desde 2008 e ganhará sua primeira versão impressa especialmente para o Festival Grito 2010. Dessa forma, a remuneração em crédito solidário garante aos envolvidos no projeto a possibilidade de acesso aos serviços listados na Tabela de Serviços do Lumo (que vão de serviços de design até agendamento de tournês nacionais, horas de gravação no estúdio do Lumo, dentre outros), fazendo com que todo o investimento gasto na construção de um evento que vem solidificar a cadeia produtiva cultural local tenha sua contrapartida em outros pontos de fortalecimento dessa mesma cadeia, iniciando o ciclo de retroalimentação. Além das parcerias que foram firmadas e das trocas que são possíveis entre a equipe de voluntários, o Festival tem outra prerrogativa estruturante e muito importante: a forma com que são desenvolvidas as relações com os fornecedores. Em um projeto no qual se preza pela sustentabilidade, o investimento feito nos fornecedores ganha outra dimensão – a da parceria. Dessa forma, e seguindo as experiências de sucesso de coletivos como o Espaço Cubo de Cuiabá, a proposta
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desse projeto é de integrar os fornecedores do Festival na rede de parcerias do Sistema Lumoeda. Essa integração se dá no sentido de negociar com a empresa uma contrapartida em bens/serviços no valor de um pequeno percentual do investimento que será feito em Reais para os fins do Festival, de forma que esse crédito permita que esses bens ou serviços sejam trocados por Lumoedas após o término do Festival, ao longo do ano, enriquecendo as possibilidades de troca da moeda e ampliando as bases de sustentabilidade para aqueles que aceitam essa moeda como remuneração pelo seu trabalho. Na experiência de Cuiabá, os fornecedores do Festival local se tornaram estabelecimentos integrados à rede de parcerias do CuboCard (moeda complementar do Espaço Cubo, coletivo local) através do investimento derivado da captação que o Coletivo conseguiu realizar para o Festival. O cenário atual, é que essa contrapartida oferecida pelas empresas fornecedoras se traduz em acesso ao longo do ano a loja de roupas, restaurantes, estúdios de ensaio e gravação, lojas de instrumentos musicais, escola de idiomas e até plano de saúde para os que aceitam a remuneração em CuboCards. São mecanismos que tornam viável a produção cultural, iniciam ciclos sustentáveis de produção e consumo, e aproximam as pessoas de um modelo de relacionamento interpessoal que não se pauta nos fins, mas nos processos que levam a esses fins: valorização do humano sobre o capital, livre acesso a todo o conhecimento produzido e formação contínua do banco de dados da Inteligência Coletiva.
4.2 BANCO POPULAR DE SANTO AMARO: Pólo Economia Solidária e o Amaro Card O Lumo Coletivo, representando o Circuito Fora do Eixo em Pernambuco, e em parceria com o coletivo cuiabano Espaço Cubo, desenvolvem junto à Fundarpe o Projeto de Implementação de Bancos Populares e Moedas Complementares nas comunidades de Santo Amaro e Alto José do Pinho. Este projeto tem por meta a implementação da tecnologia desenvolvida pelos 45 coletivos integrados ao Circuito Fora do Eixo, de criação de uma moeda complementar de circulação local, estruturação da sua rede de parceiros e formação dos agentes que utilizarão essa moeda. Buscando transversalidade entre os projetos, o Festival Grito Recife aporta em Santo Amaro trazendo o Pólo Economia Solidária. A proposta é aproveitar a visibilidade e mobilização naturais de um Festival para trazer a atenção da comunidade para esse modelo alternativo de gestão de recursos, participação democrática e trocas solidárias, substrato essencial para a implementação de um Banco Popular efetivo. Reforçando também a premissa de livre difusão de conhecimento sustentada pelo Circuito Fora do Eixo, o Pólo Economia Solidária trará para dentro do Espaço Cultural Santo Amaro uma programação de oficinas voltadas para a introdução e capacitação dos moradores locais (mas sempre abertas ao público geral), especialmente os comerciantes da comunidade, que vão compor a futura Rede de Parceriais do Banco. Para ministrar essas oficinas, serão convidados representantes das entidades de Economia Solidária em Pernambuco, como é o caso da IncubAção (incubadora de empreendimentos solidários da FAFIRE), da IncubaCoop (incubadora de empreendimentos solidários da UFRPE), do Fórum Pernambucano de Economia Solidária e de outras iniciativas coletivas como o Pontão de Cultura Bicho do Mato.
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Dessa forma, o Espaço Cultural Santo Amaro terá dois dias de mobilização e troca de conhecimentos e experiências intensa a todos os que estiverem presentes. Ao final de cada dia, o palco montado na Praça em frente ao Espaço Cultural e às margens da Av. Agamenon Magalhães, trará a maior parte da programação musical do Festival, com apresentações gratuitas de 14 artistas e bandas, locais e nacionais.
4.3 PÚBLICO ALVO Pessoas de 15 a 35 anos interessados em comunicação, artes e tecnologia social.
4.4 ESTIMATIVA DE PÚBLICO Para as oficinas estima-se um público de 100 pessoas. Para as apresentações musicais abertas ao público estima-se um público de 800 a 1000 pessoas por noite de evento.
4.4 GERAÇÃO DE RENDA EMPREGOS DIRETOS: Músicos, Fotógrafos, Técnico de som, Roadies, Diretor de Palco, Cameraman, Editor de vídeo, Fornecedor de Som e Luz, Barman, Bilheteiro, Oficineiros, Palestrantes, Produtores, Jornalistas, Fornecedores de Alimentação, Hotéis, Fornecedor de transporte, Gráficas, Papelerias, etc. EMPREGOS INDIRETOS: Estúdios de ensaio, lojas de instrumento musical, Luthiers, lojas ou bancas de discos, comerciantes de alimentos, empresas rodoviárias e aéreas, postos de gasolina, lan houses, etc.
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5. PLANO DE DIVULGAÇÃO NACIONAL 5.1 IMPRESSOS
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3 meses de Assessoria de imprensa: citação em releases e matérias adicionais 10 mil Cartazes do Festival Grito Rock distribuídos nacionalmente; 1 mil Catálogos do Festival Grito Rock distribuídos nacionalmente; 250 mil Folders do Festival Grito Rock distribuídos nacionalmente; 04 Modelos de adesivos para tournês nacionais vinculadas ao Festival; 50 banners de sinalização distribuídos entre todos os festivais; 50 Banners para fundo de palcos de todos os Festivais; 5 mil camisetas distribuídas nacionalmente; 50 pontos de Merchandising Privilegiado.
5.2 DIGITAIS • • • • • • • • •
01 Portal Colaborativo; 01 VT 30" para veiculação em mídias digitais e televisivas; 01 Spot 30" para veiculação em mídias digitais e rádios; 01 Documentário de 60 minutos sobre o Grito Rock 2010; ares digitais para divulgação nacional em redes sociais; 15 Newsletters distribuídas nacionalmente; 01 Teaser digital para distribuição nos mais de 50 sites vinculados ao Circuito Fora do Eixo; 03 modelos de Banners virtuais estáticos; 03 modelos de Banners virtuais animados em Flash.
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6. COTAS e PROJEÇÃO DE MARCA COTA 1
PRINCIPAL PATROCINADOR 1. ASSESSORIA DE IMPRENSA POR 1 MÊS NOS PRINCIPAIS VEÍCULOS LOCAIS, IMPRESSOS E VIRTUAIS 2. 02 CITAÇÕES DURANTE 3 PROGRAMAS DE 1h / RÁDIO ONLINE 3. CITAÇÃO EM SPOT’S / RÁDIO ON LINE 4. CITAÇÃO EM SPOT’S / CARRO DE SOM 5. LOGOMARCA EM LOCAL PRIVILEGIADO NO SITE OFICIAL DO FESTIVAL 6. LOGOMARCA EM LOCAL PRIVILEGIADO EM LAMBE LAMBES 7. LOGOMARCA EM LOCAL PRIVILEGIADO EM PANFLETOS / FOLDERS IMPRESSOS 8. LOGOMARCA EM LOCAL PRIVILEGIADO EM PANFLETOS VIRTUAIS 9. LOGOMARCA EM LOCAL PRIVILEGIADO EM CAMISETAS 10. LOGOMARCA EM LOCAL PRIVILEGIADO EM 05 NEWSLETTERS ENVIADAS NACIONALMENTE 11. LOGOMARCA EM LOCAL PRIVILEGIADO EM CARTAZ 12. LOGOMARCA EM LOCAL PRIVILEGIADO EM BANNERS IMPRESSOS 13. LOGOMARCA EM BANNERS VIRTUAIS ANIMADOS 14. EXIBIÇÃO DA MARCA EM PROJEÇÃO DURANTE OS 4 DIAS DE EVENTO 15. EXIBIÇÃO DA MARCA EM TODOS OS VÍDEOS DO EVENTO 16. CITAÇÃO EM TODOS OS RELEASES PRODUZIDOS PELA EQUIPE DE JORNALISMO DO FESTIVAL 17. CITAÇÃO E AGRADECIMENTO NO PALCO, DURANTE OS 4 DIAS DE EVENTO
INVESTIMENTO: R$ 6.000,00
Contrapartida (20%): L$ 1200,00 em serviços
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COTA 2
PATROCINADOR MASTER 1. ASSESSORIA DE IMPRENSA POR 1 MÊS NOS PRINCIPAIS VEÍCULOS LOCAIS, IMPRESSOS E VIRTUAIS 2. CITAÇÃO EM SPOT’S / RÁDIO ON LINE
3. LOGOMARCA EM LOCAL PRIVILEGIADO NO SITE OFICIAL DO FESTIVAL 4. LOGOMARCA EM LOCAL PRIVILEGIADO EM LAMBE-LAMBES 5. LOGOMARCA EM LOCAL PRIVILEGIADO EM PANFLETOS / FOLDERS IMPRESSOS 6. LOGOMARCA EM LOCAL PRIVILEGIADO EM PANFLETOS VIRTUAIS 7. LOGOMARCA EM CAMISETAS 8. LOGOMARCA EM LOCAL PRIVILEGIADO EM 05 NEWSLETTERS ENVIADAS NACIONALMENTE 9. LOGOMARCA EM LOCAL PRIVILEGIADO EM CARTAZ 10. LOGOMARCA EM LOCAL PRIVILEGIADO EM BANNERS IMPRESSOS 11. LOGOMARCA EM BANNERS VIRTUAIS ANIMADOS 12. EXIBIÇÃO DA MARCA EM TODOS OS VÍDEOS DO EVENTO
INVESTIMENTO:
R$ 3.000,00
Contrapartida (20%): L$ 600,00 em serviços
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COTA 3
PATROCINADOR PRIVILEGIADO 1. ASSESSORIA DE IMPRENSA POR 1 MÊS NOS PRINCIPAIS VEÍCULOS LOCAIS, IMPRESSOS E VIRTUAIS
2. LOGOMARCA NO SITE OFICIAL DO FESTIVAL 3. LOGOMARCA EM LAMBE LAMBES 4. LOGOMARCA EM PANFLETOS / FOLDERS IMPRESSOS 5. LOGOMARCA EM 05 NEWSLETTERS ENVIADAS NACIONALMENTE 6. LOGOMARCA EM PANFLETOS VIRTUAIS 7. LOGOMARCA EM CARTAZ 8. LOGOMARCA EM BANNERS IMPRESSOS 9. LOGOMARCA EM BANNERS VIRTUAIS ANIMADOS
INVESTIMENTO:
R$ 1.000,00
Contrapartida (20%): L$ 200,00 em serviços
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COTA 4
APOIO CULTURAL 1. LOGOMARCA NO SITE OFICIAL DO FESTIVAL 2. LOGOMARCA EM LAMBE LAMBES 3. LOGOMARCA EM PANFLETOS / FOLDERS IMPRESSOS 4. LOGOMARCA EM PANFLETOS VIRTUAIS 5. LOGOMARCA EM CARTAZ 6. LOGOMARCA EM BANNERS IMPRESSOS
INVESTIMENTO:
R$ 500,00
Contrapartida (20%): L$ 100,00 em serviรงos
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ANEXOS
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Programação do I Grito Rock em Pernambuco Recife e Jaboatão PÓLO ARTES INTEGRADAS 04.02 (quinta-feira) Estação Cultural Ermírio de Morais 09:00 - 18:00 - Sala I - Oficina de Luthieria 09:00 - 18:00 - Sala II - Oficina de Silk 20:00 - 23:00 - Shows com 3 bandas 05.02 (sexta-feira) Estação Cultural Ermírio de Morais 09:00 - 18:00 - Sala I - Oficina de confecção de pedais 09:00 - 18:00 - Sala II - Oficina de Silk 20:00 - 23:00 - Shows com 3 bandas
PÓLO ECONOMIA SOLIDÁRIA 06.02 (sábado) Espaço Cultural Santo Amaro 09:00 - 14:00 - Oficina Emprendedorismo Solidário 14:00 - 17:00 - Debate Mesa: Gestão pública cultural com representantes de Jaboatão, Recife e Olinda 17:00 - 00:00 – Shows com 6 bandas 07.02 (domingo) Espaço Cultural Santo Amaro 09:00 - 14:00 - Oficina Emprendedorismo Solidário 14:00 - 17:00 - Debate Mesa: sustentabilidade 17:00 - 00:00 – Shows com 6 bandas
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Programação do I Grito Rock em Pernambuco Recife e Ipojuca Porto de Galinhas / 2009 Palestras 26.01 – Identidade Visual como ferramenta na produção cultural Convidados: Raul Luna (videomaker), Léo Antunes (designer), Daniel Edmundson (designer) Diogo Todé (artista plástico). 27.01 – Novas diretrizes para a gestão pública de cultura Convidados: Renato L (secretário de cultura do Recife), Lula Côrtes (diretor de cultura de Jaboatão dos Guararapes), Márcia Souto (Secretária de Cultura de Olinda), Adriano Araújo (advogado especializado em direitos autorais e professor de Produção Fonográfica) 28.01 – Sustentabilidade no mercado musical autoral Convidados: Zeh Rocha (músico), Cannibal (músico), Roger de Renor (comunicador) Bruno Nogueira (jornalista especializado em música)
Shows 30.01
31.01
Ex-Exus (PE)
Nuda (PE)
Chambaril (PE)
Gigante Animal (SP)
Amp (PE)
Trio Pouca Chinfra e a Cozinha (PE)
Cabruera (PB)
Renegado (MG)
Burro Morto (PB)
Dusouto (RN)
Mombojó (PE)
Wado (AL)
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Folder Grito Rock Porto de Galinhas/ 2009
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Folder Grito Rock Porto de Galinhas/ 2009
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Shows do Grito Rock Porto de Galinhas/ 2009
Renegado (MG)
Gigante Animal (SP)
Trio Pouca Chinfra e a Cozinha (PE)
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Wado (AL)
Chambaril (PE)
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Momboj贸 (PE)
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Palestras do Grito Rock Porto de Galinhas/ 2009
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Camisetas e Ecobag do Grito Rock Porto de Galinhas/ 2009
Decoração e Exposição de fotos no Grito Rock Porto de Galinhas/ 2009
Grito Rock Porto de Galinhas Jornal do Commercio Clipagem Grito Rock Porto de Galinhas/ 2009 27
O Rock vai gritar em Porto Jornal do Commercio
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Gestores Debatem novos rumos Jornal do Commercio Jan. 2009
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Clipagem Lumo Coletivo
Atenção: artistas trabalhando Jornal do Commercio Dez. 2009
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Engajamento como ferramenta de trabalho Folha de Pernambuco Out. 2009
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Lumo faz evento multi no Lima Jornal do commercio Out. 2008
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Quintal do Lumo
Diรกrio de Pernambuco Set. 2008
Quintal do Lumo Diรกrio de Pernambuco Out. 2008
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