• EXTREMO SUL LUTA POR TRANSPORTE • CHEGA DE ANDAR A PÉ!
Tamo junto na luta: Bosque do Sol, Estrada do Juza, Parque Oriente, Ponte Seca, Marsilac, Ponte Alta, Estrada do Quinze, Reserva, Mambu, Barragem, Evangelista de Souza, Jd. Paulista, Santo Antônio, Cidade Luz, Vera Cruz, Kurucutu e aldeias indígenas! Luta do Transporte no Extremo Sul
Junho/2015
COM LUTA, POPULAÇÃO CONQUISTA LINHAS DE ÔNIBUS EM PARELHEIROS Após muita luta, finalmente conseguimos! Depois de fechar a rua para protestar, interromper uma aula do Haddad na USP e organizar uma semana de linhas populares nos nossos bairros, conseguimos forçar que Haddad e seus secretários viessem até Parelheiros para uma fazer uma reunião com o povo para resolver o problema da falta de transporte. Essa reunião aconteceu dia 23/05. E Para mostrar que aqui o povo não tá de brincadeira, nesse dia reunimos a população das regiões do Marsilac, Bosque do Sol e Barragem na entrada da Estrada do Juza e fomos em passeata pela Avenida Sadamu Inoue até a Subprefeitura de Parelheiros, onde ocorreria a reunião. O prefeito chegou com mais de duas horas de atraso, mas mesmo assim o povo continuou unido pressionando. Nossa luta arrancou as seguintes conquistas:
• Criação imediata de uma linha no Bosque do Sol até o T. Varginha, que vai atender também a Estrada do Jusa. • Criação de uma linha de ônibus rural entre Mambu/Paiol, Ponte Seca e Marsilac, com caráter experimental por 180 dias e gratuita aos moradores. Agora só depende da aprovação da CETESB (órgão ambiental do Estado). • Início do estudo para criar duas linhas circulares na região da Barragem, que também terão caráter rural, experimental e gratuito aos moradores.
• Reforma de todas as vias das três regiões e construção de uma ponte nova no Mambu. Nada disso é presente, nada disso veio de graça. A criação dessas linhas é resultado de anos de muita luta do povo trabalhador do Extremo Sul, que nos unimos e fizemos um movimento independente em nossas comunidades, sem apoio de nenhum político, ONG, presidente de bairro ou empresário.
Teve muito vizinho que desacreditou, e disse: “isso aí não vai dar em nada”. Mas agora está provado: só se unindo e lutando que o povo trabalhador consegue resolver seus problemas e mudar sua vida! O resultado dessa reunião mostrou também que o problema do transporte na região foi sempre uma questão política, e não técnica. Por isso, foi a luta popular que fez valer o que é direito da gente. E sabemos que a caminhada não vai parar por aqui. O povo não vai cruzar os braços: a luta vai continuar para garantir que as conquistas da reunião se efetivem na prática.
♫ ZECA PAGODINHO JÁ DIZIA: Eu moro numa comunidade carente, Lá ninguém liga prá gente, Nós vivemos muito mal. Mas esse ano a comunidade tá unida, Se algum candidato atrevido, For fazer promessa vai levar um pau. Vai levar um pau prá deixar de caô, E ser mais solidário, Não somos otários pra ouvir blá, blá, blá em cada eleição. Nós já preparamos vara de marmelo e arame farpado, Cipó-camarão para dar no safado que for pedir voto na jurisdição. É que a galera já não tem mais saco pra aturar pilantra, Estamos com eles até a garganta, Aguarde pra ver a nossa reação... ♪♪
QUEM SOMOS? Nos dias seguintes à revogação do aumento da tarifa em junho de 2013, o coletivo Luta do Transporte no Extremo Sul se forma. Inicia-se um processo organizativo, com objetivo de construir e fortalecer a luta por transporte na região em conjunto com a população do extremo sul. Somos trabalhadores, desempregados, estudantes, moradores da região em situação de luta pelo transporte. Nos organizamos de forma autônoma e independente, nós mesmos planejamos e decidimos os rumos de nossas atividades e lutas, sem depender de nenhum partido político, instituições ou empresas. Outra coisa importante é que em nosso coletivo não existem líderes, nos organizamos de igual pra igual, de forma horizontal e sem hierarquia.
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SÓ A LUTA MUDA A VIDA! UNI-VOS! Já fazia muitos anos que o povo tentava reivindicar o transporte, mas nunca saía do papel, ficava sempre na enrolação. Por que agora finalmente deu certo? O que aconteceu de diferente dessa vez? 1. O movimento não dependeu de nenhum apoio de político Em todo lugar a população já se cansou de promessas de politiqueiros, que só aparecem nos bairros em época de eleição com a famosa “conversa pra boi dormir”. Eles dizem que vão resolver os problemas, tentam se promover e ganhar votos, mas no fim continua tudo igual. Isso porque quase sempre os políticos estão lá para servir os interesses dos patrões, contra o povo. Nosso movimento foi diferente: não aceitamos apoio de nenhum político, nem acreditamos em conversa fiada. Desde o começo, nossa caminhada é do povo pelo povo, e nossa força veio dos laços entre as trabalhadoras dos bairros de Parelheiros. Só a organização independente do povo que pode trazer mudanças concretas para as nossas vidas! 2. O povo não se deixou enrolar e foi pra rua protestar Mesmo sabendo a forma com que o estado trata a população que ocupa as ruas para reivindicar seus direitos, o povo do Extremo Sul foi pra luta com todas as armas que tinha. Conscientes de que aquilo era uma ação legítima, não teve arrego por parte de nenhum dos bairros na hora de partir pra cima do prefeito, subprefeito e de todas as secretarias envolvidas. Mas os burocratas sempre vêm com aquela história de que protestar não é o caminho, que é necessário o diálogo através de reuniões e blá blá. O poder público pediu diálogo, e os moradores deram. Mas o resultado dessas reuniões foi aquele que já conhecemos muito bem: ENROLAÇÃO. Nessas reuniões, só compareciam técnicos com conversa fiada e tentativas de desmobilizar a organização do povo. Por isso, não nos deixávamos enrolar e logo íamos pra rua de novo, porque é da luta que vem nossa força! 3. O povo não desistiu da luta Na luta, o processo é lento. E se for pra depender do governo, demora mais ainda. Por isso acreditamos que o único jeito é o povo se unir e botar pressão. Mas construir essa união também não é fácil, tanto é que essa luta levou anos. Dentro dos nossos bairros existe muita descrença e desconfiança: às vezes chamamos uma reunião e vai pouca gente. Mas isso não pode desanimar, nem ser motivo para cruzar os braços. Sem fugir da caminhada, fomos até o fim e conquistamos! 4. Várias quebradas se uniram numa mesa causa A força do povo está em sua união! Em 2014, quando o povo do Marsilac tentou se
mobilizar pela criação da linha de ônibus, vimos que com um bairro lutando sozinho seria muito difícil ter uma conquista. Por isso, resolvemos juntar nossa luta com outros bairros que sofriam do mesmo problema. A união fez a diferença na luta! Como as pessoas de bairros diferentes não se conhecem, é normal que num primeiro momento a gente se estranhe... Mas conforme vamos fazendo a luta juntos, percebemos que somos todos companheiros numa mesma causa. A luta não é de um só bairro, mas de todas as trabalhadoras e trabalhadores da região. O governo treme quando vê nossa união.
Não podemos esquecer que essa luta tem chão. Por isso, vamos lembrar o longo caminho que o povo percorreu e não desistiu: Antes: Várias vezes o povo tentou reivindicar o transporte nos bairros. A história era sempre a mesma: alguém começava, fazia um abaixo-assinado, depois aparecia um político prometendo resolver o problema, fazia uma reunião, todo mundo ia lá ouvir o pilantra falar... E nada saía do papel. Aos poucos, o povo ia desanimando e desacreditando. Mas o problema continuava.
2014 / Março: Cansados de enrolação, moradores da Ponte Seca e do Mambu, no Marsilac, arrecadaram dinheiro em um bingo comunitário, fretaram um ônibus e fizeram uma “linha popular” que circulou gratuitamente no bairro por um dia. Foi uma forma diferente de protesto, para denunciar a falta de transporte na região, e conseguiu unir a comunidade e chamar atenção da imprensa.
Abril: Para cobrar uma posição do poder público, moradores do Marsilac se acorrentaram no saguão da Prefeitura de São Paulo e disseram que só saíam de lá com o compromisso da implementação da linha de ônibus. Nesse dia, a Secretaria afirmou que o transporte estaria operando em 20 dias. O prazo passou e nada aconteceu.
2º Semestre: Na época das eleições, o povo não se iludiu com promessa de nenhum candidato. Pelo contrário, o que fizemos foi juntar mais forças. Nos bairros do Marsilac, Bosque do Sol e Jusa, fizemos
reuniões, festas, bingos e outras atividades para fortalecer a união e organização independente do povo.
2015 / 3 de Março: Pela primeira vez, os vários bairros se uniram numa só luta. Moradores Marsilac, Bosque do Sol, Jusa e Barragem se juntaram e fizeram um protesto de manhã em frente à Subprefeitura, parando o trânsito da avenida. Nesse dia, conquistamos uma reunião com o Subprefeito, que se comprometeu a melhorar a situação das estradas e ruas dos bairros.
Março: Ao longo do mês de março, aconteceram reuniões com funcionários da
Subprefeitura, Secretaria de Transportes, SPTrans e da APA em cada um de nossos bairros. Dessas reuniões, não saiu nada de concreto: só enrolação. Até que um deles admitiu: “não adianta a gente ficar aqui falando... o problema dessas linhas não é técnico, é político”.
Abril: Se o problema era político, o povo foi falar com quem podia tomar a decisão política. Um grupo de moradores do Extremo Sul interrompeu uma aula do Prefeito Haddad na USP para denunciar a falta de transporte na região. Sob pressão da manifestação, o Prefeito aceitou agendar uma reunião na Subprefeitura de Parelheiros com uma comissão de moradores para discutir o problema.
Maio: Sem ter respostas de Haddad, a população organizou três dias seguidos de “linhas populares” nos bairros, fretando ônibus para fazerem cada um dos itinerários onde faltava transporte. O recado estava dado: se o governo não faz, o povo vai fazer. Só depois disso que Haddad confirmou a reunião em Parelheiros. No dia da reunião, fizemos um protesto e, finalmente, arrancamos a conquista das linhas.
O busão vai ser só o começo! Agora que o povo tá ligado que a luta muda a vida, vamos exigir muito mais! Queremos um transporte público digno, gratuito e de qualidade, e não essa humilhação coletiva atual! Queremos moradia digna, saúde e educação de qualidade! E quem vai conquistar isso é o povo, unido e lutando... E se algum candidato vier fazer promessa?
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