Sem nós será difícil
O Grifo
Jornal de humor e política, desde outubro de 2020.
Eletrônico, mensal e gratuito. Publicação de cartunistas da Grafar (Grafistas Associados do RS)
Editores: Celso Augusto Schröder e Paulo de Tarso Riccordi.
Editor gráfico: Caco Bisol
Mídias sociais: Lu Vieira
Participam desta edição: Alagoas: Adnael Silva Bahia: Cau Gomez
Brasília: Kleber Sales
Espírito Santo: Vaccari
Minas Gerais: Acácio Júnior, Duke, Evandro Alves, Lor, Rico Uai
Pará: JBosco
Paraná: Beto, Tiago Recchia
Paraíba: Fred Ozanan
Rio de Janeiro: Aroeira, Caio Paiva, Carol Cospe Fogo, Cris Carvalho, Marcelo Martinez, Miguel Paiva, Nando Motta, Ulisses Araújo
Rio Grande do Sul: Abrão Slavutzky, Ana Lacevicius, Beatriz Affonso, Bier, Edgar Vasques, Ernani Ssó, Eugênio Neves, Fabiane Langona, Gabriel Perissé, Graça Craidy, Juska, Kayser, Máucio Rodrigues, Moisés Mendes, Óscar Fuchs, Santiago, Schröder, Simch, Tarso, Uberti
Santa Catarina: Celso Vicenzi, Cláudio Duarte
São Paulo: Caco Bisol, Carlos Castelo, Céllus, Custódio Rosa, Dálcio Machado, Fernando Vasqs, Jorge o Mau, Jota Camelo, Luiz
Hespanha, Mário Mastrotti, Mouzar Benedito, Toni D'Agostinho, Walmir Orlandeli
Estamos vivendo os primeiros dias da reconstrução de um país destruído por direitistas broncos, incultos, ladrões, inimigos das conquistas científicas e civilizatórias.
Metade do país amanheceu em 30 de outubro aliviado, alegre e esperançoso.
Tanto foi destruído pelos predadores que qualquer recuperação parecerá uma melhoria extraordinária.
A recomposição deste país exigiu um necessário, mas precário, acordo da esquerda à direita. A composição do novo governo tornará muito duro o timão da nau.
Por seus interesses, as elites econômicas, o alto empresariado, os bancos, a Banca e seus meios de comunicação não afrouxam a pressão sobre os governos um dia sequer.
"Incluir o povo no orçamento e os milionários no Imposto de Renda" vai exigir de Lula muito mais que vontade. Será necessário que "os humores dos excluídos" produzam mais tremor no governo do que os "humores do mercado".
Para que o pós-bolsonarismo não termine em acordo por cima, como em 1945 e 1985, a sociedade de baixo terá que pressionar.
O humorismo terá parte nisso. Mas, nesta quadra, com riso e otimismo.
'Tamos aí, bicho!
E MAIS: Argentina: Adão Iturrusgarai, TuteJuan Matías Loiseau
Estados Unidos: Woody Allen
França: GéGé - Gerald Soler
México: Angel Boligán
Polônia: Izabela KowalskaWieczorek
Pequenas utopias
Abrão SlavutzkyDesde que me conheço por gente, gosto do último dia do ano. De criança ia na casa dos tios e primos antes da meia-noite, ficava um pouco em cada casa, até ir festejar no tio Max e na tia Dunha. Aliás, me acostumei a ter dois anos-novos, um, o judeu, em setembro ou outubro – calendário lunar –, e o outro, no calendário solar.
O ritual de um ano velho que termina e outro começando, animava os sonhos de mudança. Gostava dessa história do novo, do amanhã, e não foi difícil chegar aos primeiros utopistas, que foram os profetas da Bíblia Amós e Isaías. Eles previam uma era messiânica de paz, sem guerras, de justiça social, tinham confiança que o mundo mudaria muito. Portanto, foi fácil me integrar à geração 1968, a geração utópica, e depois, na Argentina, na década de setenta, seguir sonhando, até perceber melhor os conflitos do ser humano. As ditaduras, o autoritarismo, as guerras, abalaram a ideia da grande utopia que viria pela revolução. O poder destrutivo da humanidade não podia ser desprezado. Mas ainda assim convém manter o princípio da esperança; se não é possível mudar o mundo todo, que se busque algo como as pequenas utopias.
Ano novo, vida nova, às vezes, mas o Ano-Novo segue sendo uma festa de alegria. Alegria é uma palavra essencial, alegria que liga o menino que ia na casa dos tios ao adolescente socialista, ao adulto inserido na realidade, ao velho rebelde,
esperançoso. A virada do ano é alegria, até mesmo se estiver só e bem acompanhado.
Neste ano sobram motivos para festejar a liberdade, a democracia, justiça maior aos indígenas, negros e pobres. Festejar as florestas, a natureza que não pode servir só a uns poucos bilionários. Não às armas, um adeus às armas, um viva aos livros, ao conhecimento, é preciso dançar e cantar, acreditar na construção de um novo tempo.
Pequenas utopias é uma expressão que não diminui a importância da utopia. Assim como a expressão narcisismo das pequenas diferenças revela o quanto esse narcisismo pode gerar grandes diferenças. Outro exemplo: pequenas mudanças na clínica psicanalítica abrem as portas para conviver com versões contrastantes da gente e assim diminuir o sofrimento. As contradições, como amar e odiar ao mesmo tempo, integra o ser humano como a expressão do narcisismo das pequenas diferenças. Portanto, valorizar as pequenas utopias na vida social é apostar na capacidade de uma sociedade evoluir.
Hoje, no Brasil, após anos de pandemia, de ataques às ciências, às artes e à maior parte do povo brasileiro, já se pode fantasiar com a volta a uma vida mais alegre.
Não há receita de felicidade, a vida é repleta de incertezas, mas é véspera de um novo ciclo, tempo de sonhar. O autoritarismo perdeu as eleições. Logo, se abrem novos horizontes. Que cada pessoa tenha um ano melhor para si e os seus. Será um ano melhor para o povo brasileiro, com um governo que cuide, junto com a gente, desse querido país. Para tudo isso ser possível, o medo terá que diminuir, e aumentar a alegria de viver.
Nada é fácil nesta vida, como tão bem escreveu Lou Andreas-Salomé, aos 19 anos, sobre os conflitos da existência:
“Claro, como se ama um amigo
Eu te amo, vida enigmática
Que me tenhas feito exultar ou chorar,
Que me tenhas trazido felicidade ou sofrimento”.
Portanto, diante dos labirintos de 2023, convém caminhar juntos, com humor e assim sustentar os desejos das pequenas utopias.
ulisses araújo
gégé, frança
máucio
Ocaminhão da mudança estacionou em cima da mudinha de azaleia que Michelle havia plantado na porta de entrada do Alvorada.
Foi um escarcéu. Michelle gritou com o motorista, que respondeu de pronto:
– Vocês não vão morar mais aqui mesmo.
E entrou no caminhão, deu ré, e os pneus passaram de novo por cima da plantinha.
– Jair, por favor – gritou Michelle chorando.
O marido estava tuitando um tuíte escrito pelo Carluxo. Largou o celular e foi consolar a mulher:
– Deixa disso daí. Nós vamos morar numa mansão do PL, com jardim tipo Burle Marx.
O motorista continuou manobrando, tentando tirar as rodas de cima da azaleia. Quanto mais manobrava, mais destruía a planta.
Foi quando chegou Carluxo num Camaro bordô. O pai gritou com o garoto:
– Pô, meu. Disse que viria ajudar e chega agora?
A mudança
Carluxo passou a mão na cabeça, como se ajeitasse os cabelos que não tem, deu uma explicação que ninguém ouviu e avisou:
– É bom esperar um pouco.
Bolsonaro reagiu: – Esperar o quê?
Carluxo começou a explicar: – Estamos remontando o gabinete do ódio e o golpe pode sair em 72 horas. Segura a mudança.
Michele fez as contas e começou a chorar:
– Em 72 horas nós não estaremos mais aqui.
Carluxo a consolou e insistiu:
– Está tudo pronto. Só falta armar o esquema em Itaqui.
– Que esquema? – perguntou Bolsonaro.
Carluxo explicou:
– O golpe começa por Itaqui. Um levante com 200 gaúchos, todos de bota e bombacha e a cavalo.
E passou a contar detalhes do plano. Os gaúchos sairiam de Itaqui em direção a Brasília e iriam juntando gente pelo caminho, como na Coluna Prestes e na Revolução de 30.
– Mas não chegam em 72 horas.
– O golpe será anunciado no
caminho, no Paraná. Em Itararé. Onde pode acontecer uma batalha com a turma do Requião.
E voltou a dar detalhes, enquanto o motorista do caminhão, com as mãos na cintura, esperava o fim da conversa e olhava para o que restou da azaleia.
Bolsonaro disse que não daria certo, porque todos os manés já haviam desistido do golpe.
– Vamos morar nessa casa do PL e tocar a vida.
Carluxo perguntou:
– Mando desmobilizar então?
– Manda e pede só pra me trazerem uma linguiça de Itaqui.
Carluxo começou a colocar as tralhas no caminhão.
O motorista pediu orientação a Michelle:
– A senhora tem preferência para o que vai primeiro?
– Pega as trouxas de roupa –disse Michelle, que olhou para a azaleia e voltou a chorar.
O sol caía no Planalto Central e uma ema pastava por perto.
Carluxo pegou o celular e deu a ordem:
– Desativa. Câmbio.
tiago recchia máucio
A peleja da Cidadania contra o Maquiavelcro de Coturno
ve sob cabresto e delírio. Imaginava contar com tanques, aviões e fragatas, mas teve apenas caminhões e financiamento de aliados. Contou também com a disposição dos patriotários, gente de muita fé na própria loucura e orgulhosa da própria estupidez e indigência. Mesmo com toda violência e prepotência, o golpe falhou.
Falhou porque perdeu no voto. Porque perdeu para a memória de quem viveu um outro país, ainda muito desigual, preconceituoso e injusto, mas disposto a combater a desigualdade, o preconceito e a injustiça.
Luiz HespanhaEstúpido I, o Irrelevante Único e Imbecil Eterno, não sabe como chegou ao lugar que pretendia transformar em trono e de onde delirou iniciar uma dinastia. Como um Ri-Meme, levantou seu I-phone e gritou: ”Eu tenho as Forças, Armadas”. O grito assustou as emas no jardim. O plano incluía transformar o palácio em templo, onde a futura imperatriz-quase-deusa oraria em línguas estranhas e levaria multidões à luz.
Numa consulta a Vovó Dadah Goiaba, Oraculenta do futuro Reino Supremo da Estupidez Explícita, ouviu: “As larvas que nascem na polpa das frutas da goiabeira dizem que é preciso cuidado. Vossa Quase Majestade tem turbulência no passado, nas tropas onde nunca guerreou e nas hostes familiares onde a guerra é permanente. Vossa entronização é incerta e vossa sucessão por Rachadinho 1º pode acabar com a deposição deste por Ham-
burguinho 2º; que será envenenado por Deliruxo 3º, que antes se livraria do Infante 04; da quase-rainha, vossa santificada varoa; e até da Infanta Fraquejada, todos candidatos ao trono”.
Atônito com a profecia, decidiu garantir seu quase reinado pela via da reeleição. O Maquiavelcro de Coturno decidiu jogar o morde-assopra, ameaçando dia sim outro também, o país com golpe e guerra civil, ao mesmo tempo em que abusava da caneta mágica e de mentiras (reais e virtuais) para vencer no voto ou no grito.
No planalto, de onde pensou exercer o poder para o qual sempre se declarou incapaz, Estúpido I (também chamado de Belzeburro do Próprio Inferno) viu seu futuro reinado definhar. A soma das forças da destruição com as da incompetência resultou apenas no investimento na manipulação via redes sociais e templos pentecostais.
Se perdesse daria a cartada final sob aplausos da turba que mante-
Foi esse passado recente que fez toda a diferença, simbolizado nas figuras do operário que virou o líder mais popular do planeta e da ex-guerrilheira, forjados na luta contra a ditadura e fundamentais na organização e mobilização de movimentos sociais, ainda que fragilizados pela cooptação da máquina pública e pelas derrotas após o golpe de 2016. Lula e Dilma fortaleceram alguns dos pilares de um regime em eterna construção, a Democracia. E fizeram isso pela via criticada do republicanismo.
O golpe falhou porque a mídia empresarial, financistas, Forças Armadas e governo dos EUA chegaram à conclusão que o quase rei medíocre ficou imprestável. Fizeram dele bagaço. Mas, não esqueçamos: toda essa gente mantém intacto o DNA golpista.
Que o fim do quase Reino da Estupidez leve para as Terras de Xilindró os responsáveis pelos crimes cometidos contra a Democracia.
Não sonhemos com Terras Prometidas. Lutemos pela construção da República da Cidadania.
jorge , o mau
SALVAÇÃ
Nas vendas de Natal todo frango vira chester e todo galo vira peru.
Em Camboriú, até os coliformes fecais têm nariz empinado.
Convenhamos, ser eleito Presidente da República e passar todo o mandato sem governar é uma façanha!
Mãe do Bozó não teve depressão pós-parto: a falta de autocrítica é hereditária.
Esses bozolentos acampados diante dos quarteis merecem passar um tempo em cana. E não é na 51...
É tanto perfil falso, que nem eu mais sei se sou de verdade.
Bolsonarismo: Fraud explica. Falsificação é quando, num porre do melhor Scotch, a gente começa a falar guarani.
UM NATAL
Querubins penduram um móbile Sobre a manjedoura Do Jesusinho
Os magos já se foram Um cabrito lá fora Incomoda as ovelhas E irrita os camelos
Lá dentro, no fundo, O burrico derrama Seu olhar inteligente Sobre os pastores comovidos
Uma galinha choca atravessa O estábulo com seus pintinhos E olha pra Maria e José Como se dissesse Minhas crianças também nasceram hoje E foram abençoadas pela Estrela
Ministro da Defesa telefona de casa:
- Tem guerra hoje?
- Não, senhor.
- Ah, então vou pro bingo.
Atitude é uma coisa que se toma depois de passar o efeito da cerveja.
BAR DO NEREU
Era dezembro e o calor fazia derreter o asfalto. A cerveja do Nereu tava salvando vidas. Aninha trouxe pra nossa mesa um crush que ela garimpou em Nova Prata. Com razão, o cara tinha boa estampa e um sorriso de propaganda, mas o sotaque era do Radicci. Todavia, foi uma tarde muito divertida. Eu mencionei que tinha morado em Nova Prata em 1988 e parte de 1989. Trabalhava como jornalista do Correio Livre, jornal dirigido pelo querido Solon Saldanha. Tempos de sonhos e aventuras. Certa feita, fomos a um galeto na capela São Jorge, uma igrejinha de torre separada fincada nos peraus da serra, no seio da colônia italiana. As mulheres da comunidade resolveram fazer uma missa de Natal diferente naquele ano. Isso acrescentava ao já tradicional presépio vivo a presença de animais de verdade. A notícia se
Existe maior sinal de pobreza do que amarrar cachorro com fio de luz?
Violência doméstica é quando o piá faz tamanha merda, que apanha da mãe, do pai e da avó.
esparramou pelas redondezas e a chegada de devotos foi muito acima do esperado. As pessoas se acotovelavam pra ver o cenário. E lá estavam a sagrada família, os anjinhos, os magos, os pastores, um burro, uma vaca, duas ovelhas e um galo (amarrado pelo pé num barbante que saía de baixo da manjedoura). Foi um sucesso espantoso! Na oportunidade do galeto, alguns dias depois da efeméride, Solon e eu esperávamos o vigário na frente do templo pra entrevista. Quando o religioso chegou à rua, muitos fiéis o cumprimentavam pela magnífica apresentação. Ele só abanava com uma mão, mas não dizia palavra. Quando fomos apresentados, também o felicitamos pela iniciativa. Então sua voz trovejou:
- Pórca miséria, me cagaron toda a igreja!
Ufa, conseguimos
Pensando bem, ano foi proveitoso. Se de um lado o miliciano ainda está solto, de outro elegemos, garantimos e empossaremos o Lula. Se de um lado perdemos a copa, de outro o Messi ganhou, com Di Maria de lambuja. O ano sem dúvida tem saldo positivo, pois se um lado perdemos a Gal e o Erasmo de outro não achamos mais Carluxo e o Guedes está sem paradeiro. Não precisamos de muito esforço para acharmos 2022 um bom ano, afinal ele veio depois de 2021, 2220, 2019 e, arre, 2018. Pode ser o espírito natalino das boas novas, mas termino o ano com a sensação de recomeço. Fazia tempo que isto não acontecia.
Atransição foi positiva, muito trabalho, muitas resoluções e, também, muito acenos de, oie, estou aqui. Espero que, pelo menos, parte do que foi produzido pelas equipes de trabalhos seja utilizado. Embora muitos tenham confundidos seus papéis com o de Lula e fornecidos programas de governo, o esforço realizado é elogiável e inédito. A equipe de governo já escolhida também é boa e pode ajudar muito Lula a tirar o país do lamaçal em que foi atirado. Até agora a dimensão da aliança vitoriosa não atrapalhou a intrincada engenharia e, tirando Tebet defendida ardorosamente pela Globo e identitaristas, não há sequer pressão exagerada para a ocupação de cargos.
Portanto não só o ano foi bom e terminou bem, como anuncia um futuro sem perdigotos na imprensa e com uma direção clara a ser seguida, sem ser a queda livre em que estivemos nestes anos. A vertigem já está passando, o fôlego voltando e já conseguimos colocar os pés no fundo. Tá certo que é no fundo, mas agora é só começar a subir.
Pixs
O show do Roberto Carlos era, de certa maneira, a garantia da estabilidade do mundo. Assim como as estações são a certeza de recomeço e permanência , o show do Rei era o anúncio do mesmo, era de alguma maneira a promessa da não mudança. A eleição do Lula e a morte do Erasmo estragaram tudo.
Eu, num ataque de gestor inconsequente, imaginei um show de fim de ano que economizaria uns pilas para a emissora Globo, poupando assim a cabeça de alguns colegas que são inevitavelmente demitidos em fim de ano. O truque seria reprisar o show do Roberto Carlos trocando de lugar algumas músicas e alterando as chamadas, ninguém notaria nada. Depois fui mais longe, lançar como novo um especial de meio de ano com um mix dos shows dos últimos anos, com certeza também seria irreconhecível, afinal nem o terno o cantor muda nos últimos tempos. Daí me dei conta que cheguei atrasado. Os produtores da Globo já vêm fazendo isto faz anos, a permanência do repertório e das roupas não é fruto do conhecido misticismo doentio do cantor ou da precariedade da produção musical dos últimos anos, é apenas exigência da edição deste show interminável que, na verdade, sempre foi o mesmo.
O gigante imobiliário de Camboriú faz parte do esforço pantagruélico da elite gaúcha de apresentar para o mundo suas estúpidas façanhas como exemplo.
Vamulá. É notícia a morte da Nélida Piñon? Claro, já que ela é escritora e membro da Academia Brasileira de Letras, portanto de interesse público. Agora, é notícia a sua herança, seja para suas cadelas ou seja lá para quem for? Só para tabloides sensacionalistas e olhe lá. Por isso, o debate acalorado entre os que defendem as heranças caninas, os que as condenam e os que dizem que é mentira a tal herança me parece um tanto sintomático de um campo que abdicou do jornalismo e adentrou o mundo da fantasia.
Zelienski de pijama verde oliva é uma caricatura da nova guerra fria global em que a ideologia foi substituída pela fantasia e pela mentira.
Tem uma propaganda do Bradesco com uma menininha fazendo trejeitos de adultos que me lembrou uma Little Miss Sunshine acrítica e alienada. Que saudades da picardia, qualidade e inteligência da publicidade brasileira.
Dicionário do mau digitador
Cometo tantos erros ao digitar que um dia prestei atenção neles, para pôr na correção automática. Aí, para minha surpresa, descobri que boa parte dos meus erros não eram erros – eram criações de palavras novas. Mais: muitas delas fazem tanta falta que não sei como pudemos viver e escrever sem elas. Mais ainda: são tantos erros que não se pode atribuir ao acaso, mas ao meu talento ímpar para o erro, talento afinado ao longo dos anos. Confiram.
Pumblicidade. Pregão feito a peidos. Derrubundo. Ato de tirar a cadeira de alguém. Brilhete. Uma obra-prima de bilhete. Deve ter sido escrito pelo Dalton Trevisan.
Jocasamente. Modo caseiro de ironizar. Duente. Duende com problemas de saúde. Leventar. O uso do vento como força motriz. Servilço. Serviço mais humilhante que o comum. Morderna. Mordida com dentes implantados. Hipóetese. Hipótese aterrorizante. Protasgonista. O trasgo no papel principal. Verduro. Verbo que define a crise da meia-idade. Ou você não viu quarentões que, em vez de amadurecerem, voltaram a ser adolescente? Ou substantivo: verdugo vegetariano. Vistras. Paisagens com zebras. Criminasa. Intenção do governo gringo nas atividades da NASA. Boinito. Boi aos olhos do dono. Surtudo. Sujeito que tem sorte nos surtos. Sindicasto. Um sindicado de virgens? Freud, help! Pausagem. Ou uma pausa entre ereções ou uma paisagem de troncos. Esquena. Uma quena dobrável? Se é, fica mais fácil de levar no bolso. Hortel. Hotel-clínica com terapias alternativas, como jardinagem e cultivos de canteiros de verduras e legumes. Diente. Não é dente em portunhol, não. É dente frontal. Nautricionista. Nutricionista especializado em marinheiros. Pena que não existia na época do Descobrimento. Asparecer. É quando o corno dá o flagrante. Capetalismo. Este erro maravilhoso não é meu, mas de um leitor de uma coluna do Gregório Duvivier. Na verdade não é erro. É apenas a revelação da alma de certo sistema político. Refeioção. Almoço de pobre. Voajando. O ato de viajar de avião, ou de asa delta, ou mesmo montado no pescoço de um condor. Sequenstrar. Sequestrar em sequência. Com certeza vai dar merda. Artirar. Atirar de modo artístico. Partripação. Quando entram três na jogada, de casamentos e negócios. Antigramente. Há muito tempo, quando os tigres falavam. Emocianal. Entre outras coisas, emoção que se sente ao olhar a tatuagem da Anitta. Romântrico. Um tricô feito por Julietas. Sentímetro. Um sentimento que pode ser medido.
Cavalgada à hora da sesta
Ainda piá, puxei uma fuga pruma cavalgada sem fiscalização da parentada. Enquanto o almoço desce devagarinho, empurrado pelos doces e chás digestivos, as véia se afloxam, escorregando pro soninho. A casa então se acalma, apenas as madeiras estalam. Outro ruído, só o das camas da gurizada, obrigada a aquietar-se até o meio da tarde.
Grande ilusão!... Olho na porta, ouvido no ar, mal a ala adulta da casa silencia de todo e a piazada se move. Pela porta gemedeira é arriscado. Melhor por outro lado, saltando pelas janelas previamente engraxadas com sebo de ovelha. Um a um escorrega das camas e vaza pro espaço aberto.
Quanto menores são, mais necessidade os mandinhos têm de correr campo a fora sem adulto a lhes olhar, sem mãe a lhes gritar: - cuidado com os cascos! - olha as cruzeiras! - devagar, que vais cair! - volta aqui, vais te afogar!
Mães e vós dormidas, o horizonte é nosso! Laçadas de cordas à mão, já segue a tropa pra sombra do arvoredo onde a cavalhada ainda pensa que sesteará em paz.
Não há piá que não saiba como se achegar a seu animal preferido. Toque de mão, carinho no pelo e volta no contrapelo. Abraço, cara com cara, toma lá um abraço. E montar
num só impulso, sem arreio pra se firmar.
A passo ou trote lento, enveredando pras baixadas, lá vai a piazada rumo à penumbra de outro sombreiro, onde se acomoda também o passaredo.
E eu, o mais velho do grupo, só querendo mergulhar no riachuelo de água gelada, brotada do ventre da terra.
Tô eu, calmito nessa paz, deitado no capim cheiroso, quando ouço a gritaria distante.
Enquanto ia me acercando da roda dos agitados primos notei, à parte, pastando como se não fosse com ele, o petiço que meu irmão menor montava. Me deu um aperto no coração - que cagada! Algo de ruim se passou com esse guri de merda, que deveria era ter ficado sesteando com a velharada.
Não deu outra: era meu mano Renato, no meio da roda deitado, olho verde arregalado, mão amparando o braço de onde aflorava a ponta de um osso.
Puta merda, que cagada!, repeti.
O que era pra ser uma discreta escapulida se transformou em caravana da família inteira ao hospital da cidade. Daqui até lá, é claro, cascudos e mais cascudos choveram no côco deste narrador, que é preu aprender – bem feito! - a
graça craidynão permitir ser seguido por mano, prima, agregado que ainda não tenha se apropriado do princípio natural: gente e cavalgadura intuem juntos, se movem juntos. Gente e cavalo é centauro: corpo e cabeça somos o mesmo animal.
Mas no causo que lhes conto, o que aconteceu foi o fantástico. Se botou no meio do caminho um safado dum saci, rodopiando num cone de polvaredo. O petiço foi prum lado, meu mano foi pro outro. Aquele saiu pra direita, o guri saltou no ar, pela banda da esquerda.
Vai daí que eu, comandante da malfadada fuga, até hoje padeço dum castigo que não tem mais fim. Mal termina o almoço, recebo este caderno grosso, lotado de contas enormes com parênteses e colchetes, malditas perguntas sobre quantas léguas eu poderia percorrer se meu pingo trotasse a 20 por hora, pelo tempo que durasse a sesteada dos véio.
Questão teórica, uma vez que não tenho mais como fugir e percorrer com meu animalito a tal distância pra descobrir a resposta do indigitado problema, sem ter de me perder nessa numerama que me ocupa as tardes abafadas, ao invés de estar no riachinho fresco.
Então, diga lá se não tenho motivo pra desgostar de saci, que me transformou de piá livre em aprendiz de doutor em contas?
DICIONARIO CASTELO
DA LÍNGUA PORTUGUESA
Por Carlos CasteloABL. Retiro de velhinhos sábios que sabem a vaidade.
AGORAFOBIA, s. Medo incontrolável do presente.
BANANA-MAÇÃ. Fruto crossdresser.
BARBEAR, v. Banalidade matinal.
CAMISA POLO. Ver Cuzão.
CÉBRERO. Centro nervoso dos disléxicos.
CHEIRO VERDE. Sinestesia culinária.
ECLESIELÁSTICO. Ramo da Igreja mais maleável aos costumes da contemporaneidade.
ESNOBISMO, s. Chamar peido de borborigmo.
LIMO NADA. Refresco de água, sem limão, bastante popular entre as classes desfavorecidas.
MAUORIA. Eleitores que, em 2019, colocaram fascistas em Brasília.
METAVERSO. Profusão de poetastros compartilhando versos de qualidade duvidosa nas redes sociais.
PORTUGUÊS, s. Técnico de futebol, mister.
SELEÇÃO BRASILEIRA. Catado do Catar.
VELHO. Pessoa que não sonha mais com o que vai ser, mas com o que foi
- O que você vai fazer sábado à noite?
- Me matar.
- E sexta?
Woody Allen cantando Suzanne Zeno
Natal tem presépio, mas dependendo dos convidados, tem cada presepada! Celso Vicenzi
O fim melancólico do desgoverno Bolsonaro provocou um racha nas fardas brasileiras. De um lado as Forças Armadas. Do outro, as Forças Choradas. Luiz Hespanha
Coisas do Qatar...Uns comeram ouro. Outros comeram a bola. Mouzar Benedito
Até os anões começam por baixo Carlos Castelo
Antigamente as festas eram pagãs. Hoje são pagas. Celso Vicenzi
Futuros vizinhos de Bolsonaro não o querem na nova moradia. O novo condomínio em Brasília não é o Vivendas. Lá a barra é outra. Luiz Hespanha
O espírito de Natal baixa em terreiro de umbanda também ou só dá as caras em mesa branca?
Mouzar Benedito
No Natal, a missa é do galo porque o peru e a galinha já foram comidos na janta. Celso Vicenzi
A hiena foi o primeiro esboço que Deus fez do racista. Carlos Castelo
Primeira Instância. Essa é a senha para a responsabilização criminal do disseminadores de fake news e agressores contumazes da Democracia. Luiz Hespanha
Na China, na Coréia e no Japão, todo sorriso é amarelo. Mouzar Benedito
Na Academia Brasileira de Letras a brincadeira é a do amigo culto. Celso Vicenzi
"Não sou Miss, mas, com a volta do Lula, estou com vontade de pedir a paz mundial"... Paulo de Tarso Riccordi
A estatura histórica dos ministros do STF que se ausentaram da diplomação do Lula pode ser medida com apenas dois dedos: o polegar e o indicador.
Luiz Hespanha
Se o menino Jesus tivesse jogado videogame adotaria o lema "matai-vos uns aos outros".
Carlos Castelo
Tem fraco afortunado e forte fracassado.
Mouzar Benedito
Natal é época de comprar presentes... que podem comprometer o futuro.
Celso Vicenzi
Obediência demais acaba em desobediência civil.
Carlos Castelo
Disse a ovelhinha: - O Senhor é meu pastor". Mas isso não significa que ele não irá te carnear, quando chegares ao peso adequado.
Paulo de Tarso Riccordi
Que as cachaças que beberemos neste e nos próximos anos sejam sempre comemorativas!
Mouzar Benedito
Arrastão na pista a 100 metros, não use os freios.
Carlos Castelo
Tem cidadão que mora em vila e vilão que mora em cidade.
Mouzar Benedito
Bolsonaro assume ou não assume a República da Papuda em 2023? Luiz Hespanha
Tivemos a primeira presidência da república testada em animais. Não deu certo.
Carlos Castelo
O Ano Novo promete. Mas quase sempre não cumpre. Celso Vicenzi
O dízimo cobrado por certas igrejas não é uma dízima periódica, mas também se repete indefinidamente.
Mouzar Benedito
Cada vez mais só, restará ao irrelevante a companhia dos filhos cada vez mais irrelevantes. A solidão da irrelevância é a pior solidão. Luiz Hespanha
O único lugar onde Jesus é reprisado e faz o Ibope cair é na TV Record.
Carlos Castelo
A polêmica do Heleno, o pequeno, não bater continência para Lula é tão importante quanto o uso de adoçante feito à base de raspa de caroço de jaca híbr ida apenas no café da tarde.
Luiz Hepanha
Guedes entrará para a História como o ministro da Economia que aboliu a Matemática.
Carlos Castelo
Pelo dedo se conhece o gigante... e o proctologista também.
Mouzar Benedito
Bolsonaro não teve imunidade contra o Covid. Não terá imunidade da Justiça, nem da História.
Luiz Hespanha
O mundo de hoje não vive sem comida cara e filosofia barata.
Carlos Castelo
Neymar prometeu e não cumpriu. Em nenhum dos minguados gols que fez na Copa sequer fez um 22, um 38 ou um 45 na comemoração. Para Bolsonaro, Neymar marcou dois gols contra.
Luiz Hespanha
Pessimista é aquele sujeito que todo ano completa mais um inverno.
Celso Vicenzi
Nunca confie num humorista sensato.
Carlos Castelo
Ele não sabia que era possível. Foi lá e não fez.
Carlos Castelo
Se o Butantã descobrisse quanto veneno alguns jornalistas são capazes de destilar, certamente deixaria as cobras em paz.
Celso Vicenzi
Pintar os cabelos é hipocrisia capilar.
Carlos Castelo
De quatro em quatro anos os principais jogadores de futebol do mundo adoram “fechar-se em copas”.
Celso Vicenzi
Que tal uma Pec sugerindo transformar as escolas de tiro em creches?
Carlos Castelo
Se Deus é ateu, tudo é permitido.
Carlos Castelo
Futebol é uma caixinha de surpresas. Às vezes, um baú de problemas.
Celso Vicenzi
Se Chucky não fosse demitido pelo ventríloquo, hoje seria um boneco de bem.
Carlos Castelo
Uma foto da perna do pai publicada pelo Carluxo fez muita gente dizer que Bolsonaro estaria podre. Ele é podre há décadas. E isto não tem nada a ver com erisipela.
Luiz Hespanha
K a i. K a i sDE 4
É a anarquia! Um desrespeito aos haicais de 3 versos?!
Não me presenteou nem se vestia de vermelho: não era o Papai Noel, era eu olhando o espelho.
Proletários de todo mundo ouçam o velho barbudo: uni-vos! Não deixeis cair em tentação Pelos patriotários festivos!
Às vivandeiras dos quartéis: Viva dois mil e vinte e três! Quer dizer, viva para nós, e bananas para vocês.
Assim diria Millôr ao gado a exibir brabeza: burrice não dói, e isto é o maior erro da natureza!
Brasil de muitas desgraças! Uma, o verme, foi vencida. Teremos outras vitórias pra poder celebrar a vida!
No futuro... num dia de visitas a um lugar com grades, esquisito, alguém falará ao avô famoso: “Esse é meu vô... O vô mito”.
Comendo carne com ouro e se exibindo como pavões, esqueceram de jogar futebol e se revelaram uns cagões.
Se é que cada seleção tem o craque que merece, por que a nossa tem o Neymar e a da Argentina tem o Messi?
Sô mineiro, uai! Mas quem cossô, oncotô? Não sei doncovim. Nem também proncovô.
Um problema de localização, reclama alguém corcunda: esse volume no lugar errado, deveria estar na bunda!
Mouzar Benedito
tute
Tute (Juan Matías Loiseau), argentino. O grande Quino o considerou "o melhor humorista gráfico dos últimos anos". É filho de outro gigante, Caloi. Desenha no La Nación , de Buenos Aires, entrevista e faz humor na TV, é ilustrador, compositor musical, poeta e cineasta. Pra vocês, uma amostra dos famosos Mabel e Rubén.
orlandeli
vasqs
jorge, o mau máucio beatriz affonso
j. bosco
A etimologia secreta das palavras
Ana Lasevicius e Gabriel PerisséCalúnia
Lado B
Este era o nome de uma antiga cidade, hoje desaparecida (assim como Ratanabá...), que, no entanto, alguns pesquisadores negam ter existido. Reza a lenda que a cidade, provavelmente submersa pelo Oceano Pacífico, não era nada pacífica. Seu exército era composto de soldados que aplicavam golpes baixos em seus eventuais visitantes, que, após caminharem muito para chegar à cidade de Kalúnia, tinham seus pés cheios de calos gratuitamente pisoteados pelos soldados kalunienses.
Lado A “Calúnia”
Recebemos essa palavra do latim calumnia, no sentido de “fraude” e “embuste”. Tratava-se de algo ligado à falsidade e à mentira. Há quem afirme algum parentesco com a noção de calvície. O calvo (caluus, em latim) estaria desprovido de cabelos assim como a calúnia estaria desprovida de verdade.
Exonerado Lado B
A palavra “exonerar” é composta pelo prefixo “exo” (do grego “para fora”) + o verbo “Nerar”, oriundo do radical “Nero”, nome de um dos mais cruéis imperadores da história de Roma. Segundo historiadores, Nero não hesitava em tirar de seu caminho todos aqueles que o incomodavam, mesmo que para isso tivesse que utilizar métodos nada ortodoxos, e ainda que este fosse seu parente próximo como a própria mãe. Nero tentou exonerar a mãe Agripina por diversas vezes, inclusive por envenenamen-
to. Mas Agripina não pegava nem gripe, como o próprio nome revela em sua etimologia: “A” (prefixo que significa “Não”) + gripina (“gripe”). Após muitas tentativas, entre elas fazendo despencar o teto do quarto da matriarca, e dando-lhe de presente uma embarcação que se desfez em alto-mar (Agripina revelou-se uma excelente nadadora), Nero desistiu de planos mirabolantes e contratou três homens para matá-la a facadas, conseguindo, por fim, exonerá-la.
Lado A
“Exonerar” provém do verbo latino exonerare, que significa retirar (ex, em latim, no sentido de “movimento para fora”) o peso (“ônus”) de alguém. Esse peso pode ser uma função, uma responsabilidade. Quando
alguém é demitido de um cargo, está sendo libertado desse cargo, que pode ser uma carga pesada.
Laico/laica
Lado B
A palavra “laico”/”laica” procede do termo russo , que, traduzido para o inglês, escreve-se Laika, nome da primeira criatura terrestre viva a orbitar a Terra na missão da Sputnik 2, em 3 de novembro de 1957. Laika era uma cadelinha que vivia abandonada pelas ruas de Moscou e que tinha cerca de dois anos de idade quando foi escalada para tal missão. Quase uma década depois, em 1968, o suíço Erich von Däniken lançou um livro chamado “Eram os Deuses Astronautas”. As teorias defendidas pelo autor neste livro que se tornou um best-seller internacional suscitaram muitas discussões nos meios religiosos. Alguns governos resolveram, então, intervir no assunto em defesa da tradição, da família e da propriedade, abrindo brechas para que também as religiões interviessem nos governos, o que causou muitos danos aos seus povos. Para acabar com os estragos, alguns dirigentes governamentais lançaram a campanha que chamaram de “Laika”, a fim de garantir que nos governos não mais houvesse Deuses (Mitos) ou Astronautas.
Lado A “Laico”
O adjetivo “laico” refere-se a algo que está no mundo do não sagrado, no mundo civil. Em sua origem, encontra-se a palavra grega laikós, no sentido de algo que vem “do povo”. A expressão “Estado laico” indica a neutralidade de um Estado em matéria religiosa.