Revista ABM 52

REVISTA DA ASSOCIAÇÃO BAHIANA DE MEDICINA • ANO XIV • Nº 52 • ABRIL 2022

O perigo dos cigarros eletrônicos Os dispositivos eletrônicos para fumar (DEF) atraem pela praticidade e pela variedade de aromas, indicando um falso argumento de que fazem menos mal à saúde do que os cigarros tradicionais

E mais: Doações ao sul da Bahia, Velejar e Medicina 4.0

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EDITORIAL Em 2022, quando comemoramos os 80 anos da ABM, a primeira edição da revista neste período retrata minha felicidade e orgulho de estar no segundo ano de direção da entidade em um momento tão especial.

E pensando nessa celebração, uma Comissão dos 80 anos está organizando inúmeras atividades, como eventos científicos on-line e presenciais, mutirões de saúde, gravações de vídeos, homenagens, como forma de comemorarmos o nosso Jubileu de Carvalho. É importante destacar que a ABM segue defendendo a importância do associativismo, assim como da união dos médicos, em prol de melhores condições de trabalho e de saúde digna para a população. Reforçamos também a importância de uma maior proximidade entre os estudantes de Medicina e a Associação Bahiana de Medicina, seja participando dos eventos científicos, fazendo parcerias entre Ligas de Medicina e a entidade e outras atividades.

No ano passado, vocês puderam conferir, em edições anteriores, que a sede da ABM, em Ondina, se tornou um Centro de Memória. Lançamos também o e-book Galeria dos Presidentes, que está disponível no Instagram e site da ABM, e inauguramos uma sala de reunião, estudo e trabalho, que fica disponível para cada um dos expresidentes dessa Casa.

Já nesta edição, vocês verão ainda como exemplo desse resgate histórico realizado pela ABM, que mais de 30 mil documentos históricos foram digitalizados pela entidade, entre fotografias antigas, ata de fundação da ABM, contratos, entre outros importantes documentos, não apenas para nossa entidade, mas para a medicina da Bahia, porque fazemos parte dessa história.

Espero que desfrutem dessa leitura e lembrem-se: a ABM está de portas abertas para vocês. Sempre.

Boa leitura!

Rua Baependi, 162, Ondina.

Salvador-BA. CEP: 40170-070 Tel: (71) 2107-9666.

Publicação da Associação Bahiana de Medicina PRESIDENTE CÉSAR AMORIM PACHECO NEVES VICE-PRESIDENTE NIVALDO MENEZES FILGUEIRAS FILHO SECRETÁRIO GERAL ANTONIO EDSON SOUZA MEIRA JÚNIOR SECRETÁRIO GERAL ADJUNTO JEDSON DOS SANTOS NASCIMENTO DIRETOR ADMINISTRATIVO ROBSON FREITAS DE MOURA DIRETOR FINANCEIRO LUIZ HENRIQUE COSTA E COSTA DIRETOR FINANCEIRO ADJUNTO LUIZ AUGUSTO ROGÉRIO VASCONCELLOS DIRETORA DE ASSUNTOS INSTITUCIONAIS ILSA PRUDENTE DIRETORA CIENTÍFICA CLÁUDIA GALVÃO DIRETOR CIENTÍFICO ADJUNTO LUIZ EDUARDO FONTELES RITT DIRETOR DE DEFESA PROFISSIONAL DEJEAN SAMAPIO AMORIM FILHO DIRETOR SÓCIO CULTURAL JOSÉ ZAIDAN FILHO DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE CONVÊNIOS JOSÉ SIQUARA DA ROCHA FILHO DIRETOR DA SEDE SOCIAL DA ABM ROBSON GUIMARÃES RÊGO DIRETOR DAS DELEGACIAS REGIONAIS JORGE EDUARDO DE SCHOUCAIR JAMBEIRO DIRETOR DO SINAM HEITOR CARVALHO GUIMARÃES DIRETOR DE ASSUNTOS DE SAÚDE PÚBLICA GUILHARDO FONTES RIBEIRO DIRETOR ACADÊMICO HÉLIO JOSÉ VIEIRA BRAGA REALIZAÇÃO: LUX COMUNICAÇÃO INTEGRADA Diretora executiva: Ana Lucia Martins Coordenação editorial: Pedro Carvalho Publicidade: Luciola Botelho Rua Alceu Amoroso Lima, nº 314, Edf. Condomínio Antares - sala 206 Caminho das Árvores, Salvador/Bahia CEP: 41.820-770 CONSELHO EDITORIAL EDITOR CHEFE: Bruno de Bezerril Andrade CONSELHEIROS: Antônio Carlos Vieira Lopes César Amorim Nivaldo Filgueiras

César Amorim Presidente da ABM

ASSESSORIA ABM Maria del Carmen González Azevêdo (DRT 3335) EDIÇÃO PEDRO CARVALHO (DRT 1757) TEXTOS Pedro Carvalho • Cristina Farias REVISÃO Cristina Farias PARA ANUNCIAR Tel. (71) 3014.4999 E-mail: atendimento@luxcomunicacao.com

SUMÁRIO Não perca também as nossas atualizações no site:

www.revistaabm.com.br

MEDICINA

06 10 14

SAÚDE

ACONTECE

ALÉM DO

18

ESPECIAL Medicina 4.0

JALECO

BEM-ESTAR

22

SAÚDE

EM FOCO

ESPECIAL Vacina com tempero baiano

28 ESPECIAL

VIDA 08 32

MELHOR

Retinoblastoma

34 #52 ANO XIV • ABRIL 2022

Revista da Associação Bahiana de Medicina

BAIANIDADES

ACONTECE

Quintanilha Educação é nova parceira ABM A empresa Quintanilha Educação é a mais nova parceira da Associação Bahiana de Medicina (ABM). Com o acordo, recentemente firmado, os estudantes de Medicina e médicos associados terão 20% de desconto para curso online de pesquisa e para mentorias científicas. O objetivo é auxiliar estudantes do ensino superior na área de saúde de todo o Brasil a desenvolverem seus aspectos acadêmicos e profissionais através de uma assessoria acadêmica qualificada e exclusiva, contendo aulas de reforço, orientação de TCC, cursos e serviços científicos. Para mais informações, acesse o abmeducacaopermanente.org.br e quintanilhaeducacao.com

Mais de 30 mil documentos foram digitizados Visando prosseguir com o trabalho de resgate da sua história, a Associação Bahiana de Medicina (ABM), por meio da empresa parceira Organize está digitalizando diversos materiais, como fotografias antigas, ata de fundação da ABM, entre outros importantes documentos, como forma de preservar a história da nossa entidade, que faz parte da história da medicina baiana. Até então, já foram digitalizados mais de 30 mil documentos históricos. De acordo com o presidente, da ABM, Dr. César Amorim, esse trabalho de digitalização segue a linha do resgate de memória, que já havia sido iniciado com o e-book galeria de presidentes.

Mais informações www.abmnet.com.br

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Médica Maria da Conceição Andrade lança livro

A médica e poetisa baiana Maria da Conceição Silva Andrade, fundadora e coordenadora do grupo Desassossego, que se propõe a estudar a obra de Fernando Pessoa, lançou o seu primeiro livro, “Terra Seca”. Com prefácio assinado pela poetisa Manuela Nogueira, herdeira de Fernando Pessoa, a publicação reúne contos e poemas inspirados nas memórias da infância da médica, passadas no recôncavo baiano. “Só agora, ao completar 69 anos, tomei coragem para lançar meu primeiro livro. E essa coragem foi inspirada na imersão que fiz na obra de Fernando Pessoa.

Através da leitura de suas poesias mergulhei nas minhas lembranças, que foram a base desse livro bem eclético”, informou.

ACONTECE

Amigos da PM MovEndo ofereceu exames médicos gratuitos

O presidente e o vice-presidente da Associação Bahiana de Medicina (ABM), respectivamente Dr. César Amorim e Dr. Nivaldo Filgueiras, receberam das mãos do comandante-geral da Polícia Militar baiana, Coronel PM Paulo José Reis de Azevedo Coutinho, o título de “Amigo da Polícia Militar da Bahia”. A entrega foi realizada durante a comemoração dos 197 anos da PM, no dia 17 de fevereiro. O título é uma honraria destinada a personalidades de destaque, em reconhecimento público dos relevantes serviços prestados pelos homenageados ao povo baiano e à PM/BA. A homenagem é também fruto da parceria da ABM com a Polícia Militar, em função da entrega de donativos para os desabrigados pelas chuvas no sul da Bahia.

Mais informações www.abmnet.com.br

Seminário comemora centenário de Alvaro Rubim de Pinho O presidente da ABM, Dr. César Amorim, compôs a mesa de abertura do Seminário em comemoração ao centenário do professor Alvaro Rubim de Pinho. O evento, organizado pela direção da Faculdade de Medicina da Bahia (FMB), pelo Gabinete da Reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e pela família do professor, foi realizado no dia 22 de fevereiro, e teve como tema Intitulado “Psiquiatria e suas interfaces: centenário do professor Rubim de Pinho”. Amorim destacou os feitos de dr. Rubim de Pinho. “Durante gestão de Dr. Rubim, a ABM foi declarada de utilidade pública pelo poder municipal. Seu biênio também foi marcado por avanços nos planos assistenciais, científicos e na expansão para o interior”, afirmou.

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Uma das ações locais mais esperadas do MovEndo - Movimento Brasileiro de Conscientização da Endometriose foi realizada no dia 26 de março, na sede da ABM, e buscou fortalecer a campanha mundial Março Amarelo na Bahia.

Cerca de 80 mulheres em idade fértil (20 a 45 anos) foram contempladas com exames diagnósticos gratuitos ou com descontos, além e orientações sobre a endometriose. Segundo o cirurgião ginecológico especialista em endometriose, Marcos Travessa, diretor do Centro de Endometriose da Bahia e do núcleo de ginecologia do Instituto Baiano de Cirurgia Robótica (IBCR), o objetivo da ação, iniciativa do grupo Endobaianas em parceria com o MovEndo, foi propagar a conscientização sobre a endometriose, seus sintomas e tratamentos.

Mais informações www.abmnet.com.br

ABM abre diálogo com Banco do Nordeste para futuras parcerias

Neste primeiro semestre a ABM também já teve a primeira reunião com o Diretor Regional da Heineken Company, Aurelio Leiro Filho, para traçar parcerias.

Da esquerda para direita: Lauro Ramos, César Amorim, Diego Soares e Jorge Soares (Gerente executivo da ABM)

Da esquerda para direita: Jorge Soares (Gerente Executivo da ABM), Fernando Tello (Superintendente do Departamento de Convênios), Aurelio Leiro Filho e César Amorim

ACONTECE

O presidente da Associação Bahiana de Medicina, Dr. César Amorim, abriu no dia 13.04, os diálogos com o Superintendente do Banco do Nordeste, Diego Rocha Batista; e seu assessor, Lauro Ramos, para futuras parcerias entre a ABM e o banco.

ALÉM DO JALECO

DOAÇÃO e

solidariedade Tragédia das enchentes no sul da Bahia sensibilizou e mobilizou a classe médica

A

tragédia causada pelas fortes chuvas na região sul da Bahia, no final do ano passado, deixou o mês de dezembro triste e desolado, de norte a sul do país. As imagens causaram grande impacto, com o cenário de caos e aflição de milhares de pessoas que ficaram isoladas e sem moradia, em cidades tomadas pelas enchentes. Com o país ainda em pandemia e às vésperas do Natal, começou uma imensa mobilização nacional de solidariedade. Os médicos também se engajaram de forma efetiva, em doações e ajuda humanitária.

A chuva destruiu postos de saúde, invadiu hospitais, arrastou medicamentos, insumos e vacinas, sensibilizando médicos de várias partes do país, que se juntaram aos médicos baianos na região atingida, especialmente Itabuna. Com o cenário de caos que aumentava a cada minuto, a ABM percebeu que não poderia ficar de braços cruzados e tomou a iniciativa de capitanear uma ampla campanha de apoio às vítimas, mobilizando a classe médica, arrecadando toneladas de alimentos, roupas, água, cestas básicas e itens de primeiros socorros. “Como instituição médica, a Associação não poderia ficar alheia àquela catástrofe. Todo aquele sofrimento nos sensibilizou muito e nos fez unir forças em prol daquelas pessoas. Tenho um sentimento enorme de agradecimento pela forma ativa como a classe médica se engajou”, revelou Dr. Cesar Amorim, presidente da ABM. Dr. Hélio Braga, diretor de instituição, assim como muitos médicos, se juntou à rede de solidariedade liderada pela ABM, e destacou, particularmente, o envolvimento dos médicos anestesistas.

“A mobilização desses médicos me encheu de orgulho. Aquela tragédia deixada pela força da chuva mexeu muito com todos nós. Especialmente após

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a pandemia, percebemos a necessidade ainda maior de acolher o outro. E foi o que a classe médica fez nessa campanha”, disse.

Para Dr. Hélio, a iniciativa foi importante não apenas para arrecadar as doações, mas como estímulo e exemplo para que outras áreas não médicas pudessem engajar seus associados e a população, além de mostrar duas das principais características dos profissionais médicos: sensibilidade e capacidade de ajudar os outros, não apenas no exercício da profissão.

Diretores da ABM também destacaram como foi fundamental a iniciativa da entidade ao liderar uma campanha tão importante. “A ABM é uma instituição medica que defende a saúde e, como tal, não poderia se omitir frente àquele cenário catastrófico. Essa iniciativa foi essencial”, declarou o diretor Dr. Guilhardo Fontes.

A ABM é uma instituição medica que defende a saúde e, como tal, não poderia se omitir frente àquele cenário catastrófico.

Essa iniciativa foi essencial” Dr. Guilhardo Fontes

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ALÉM DO JALECO

EMPENHO Além de entidades como o Cremeb e o Sindimed, mais de 20 sociedades de especialidades médicas também se juntaram à rede de apoio, com destaque para o empenho da Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia (SAEB), da Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas da Bahia (COOPANEST-BA), da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), da Sociedade Brasileira de Dermatologia - Regional Bahia (SBD/BA) e do Comitê de Dor da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), em parceria com a regional.

A campanha também contou com a mobilização da Polícia Comunitária e Direitos Humanos da Polícia Militar da Bahia. “O apoio da PM baiana foi inestimável e quero deixar meu agradecimento ao comandante-geral, Coronel Paulo José Reis Coutinho; ao coronel Roberto Fiuza; e ao major Paulo Márcio Ribeiro, do Departamento de Polícia Comunitária e Direitos Humanos da PM”, afirmou Dr. Cesar Amorim.

Apoio, doação, ajuda humanitária e amparo a entidades sociais, beneficentes e filantrópicas fazem parte da rotina de muitos médicos, como o Dr. Robson Moura, ex-presidente da ABM, que também se engajou na campanha às vítimas do sul da Bahia e é frequente doador de instituições hospitalares de filantropia que fazem atendimento pelo SUS. “É preciso termos o olhar do afeto, do respeito, do dever ético e moral em prol de quem está precisando de ajuda. Foi isso que mobilizou a classe médica nessa importante rede de apoio, fundamental para aquela região que estava em uma situação desesperadora. Me despertou dor e respeito àquelas pessoas em situação de tanta fragilidade”, afirmou Dr. Robson.

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É preciso termos o olhar do afeto, do respeito, do dever ético e moral em prol de quem está precisando de ajuda” Dr. Robson Moura

Fotos Nalini Vasconcelos

ESPECIAL

VACINA com tempero baiano

Utilizando RNA de terceira geração, nova vacina contra a Covid-19 está em desenvolvimento na Bahia

O estudo clínico de uma nova vacina contra a Sistemas Avançados de Saúde (ISIS-SAS). A conCovid-19, a RNA MCTI CIMATEC HDT, está sendo dução dos ensaios clínicos está sob a liderança conduzido na Bahia. A parceria de plano global da farmacêutica, bioquímica e pesquisadora Bruem coparticipação de acordos para transferência na Machado, pesquisadora e professora titular do de tecnologia e desenvolvimento SENAI CIMATEC. pré-clínico e clínico envolve 3 paí“E com o diferencial A previsão de finalização do deses: Brasil (SENAI CIMATEC), Estasenvolvimento clínico completo no do LION, a vacina dos Unidos (HDT BioCorp.) e Índia Brasil, das 3 fases, é final de 2022. é capaz de se (Gennova Biopharmaceutical).

No momento, está em andamento incorporar às Desenvolvida no SENAI CIMATEC, a fase 1, no Hospital da Bahia, com cinco variantes que vai liderar o plano clínico das 90 voluntários saudáveis, homens fases I, II e III, a vacina é a única de existentes do novo e mulheres de 18 a 55 anos, para RNA em desenvolvimento no Brasil e avaliar a segurança, a reatogenicicoronavírus. E carrega tecnologia pioneira no país, dade - capacidade de a vacina geisso é uma grande rar algum tipo de reação adversa tendo como investigador principal vantagem sobre as - e imunogenicidade - capacidade o médico infectologista e PhD em Imunologia e Doenças Infecciosas, da vacina gerar resposta imunolóoutras vacinas” Roberto Badaró, pesquisador chefe gica - em diferentes concentrações do Instituto Senai de Inovação em Dr. Roberto Badaró e cronogramas.

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Tecnologia A vacina RNA MCTI CIMATEC HDT é baseada na tecnologia de RNA, cuja substância ativa, ou insumo farmacêutico ativo (IFA), foi desenvolvida a partir de uma ação inovadora na terapia gênica: os replicons de RNA, denominados de repRNA. O IFA da vacina é complexado com nanopartículas altamente estáveis e biocompatíveis, chamadas de LION (do inglês, Lipidic Inorganic Nanoparticle), o que permite uma eficácia imunoestimulante.

Embora seja de RNA, utilizando o mesmo princípio das vacinas da Pfizer e da Moderna, Dr. Roberto Badaró explica que o repRNA e o adjuvante LION tornam a vacina potencialmente mais segura e adaptada para o enfrentamento de variantes. “E com o diferencial do LION, a vacina é capaz de se incorporar às cinco variantes existentes do novo coronavírus. E isso é uma grande vantagem sobre as outras vacinas”, disse.

Conforme explica a bioquímica Bruna Machado, as vacinas de repRNA possuem RNA mensageiro (mRNA) auto amplificantes, capazes de criar cópias de si mesmo. Por isso, as vacinas apresentam vantagens substanciais, tanto clínicas como de produção, em comparação a outros modelos vacinais. “Com

“Com essa vantagem, o replicon de RNA adentra as células, o que resulta em um aumento seguro e significativo da expressão e duração do antígeno, o que representa uma resposta imune robusta e duradoura” Dra. Bruna Machado

essa vantagem, o replicon de RNA adentra as células, o que resulta em um aumento seguro e significativo da expressão e duração do antígeno, o que representa uma resposta imune robusta e duradoura. Esses resultados foram vistos nos estudos em animais, onde o IFA se manteve no sítio de injeção por volta de 7 dias”, informou.

Outros estudos indicaram que a imunização ocorreu de forma eficiente em animais de pequeno e grande porte, sem a necessidade de altas doses. Por isso, existe uma expectativa que a imunização possa ser realizada com doses baixas e, ainda, em esquemas de vacinação de dose única. “Isso significa maior segurança, tolerabilidade e menores efeitos adversos”, explica Dra. Bruna.

Estudos A médica e pesquisadora da Fiocruz, Viviane Boaventura, destaca que as vacinas de RNA mensageiro têm um futuro promissor na área de vacinologia, considerando a rapidez com que se consegue criar ou modificar a vacina frente a um agente infeccioso novo, ou uma nova variante, respectivamente, e a capacidade de ativar de forma eficiente o sistema de defesa celular. Ela explica que, com a tecnologia do RNA auto replicante, teoricamente, é possível reduzir a dose, mantendo a resposta de defesa e aumentando a durabilidade, evitando a necessidade de reforços.

“Diante da consolidação dessa rede de colaboração, o SENAI CIMATEC será capaz de não apenas produzir e fornecer a vacina, mas apoiar o desenvolvimento e produção em larga escala de tecnologia de ponta para a produção de imunizantes, baseados tanto na plataforma de repRNA, quanto na tecnologia da formulação LION”, citou.

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NOVA EMERGÊNCIA 24h CÁRDIO PULMONAR Estrutura de primeira linha, equipamentos de última geração e capacidade para o atendimento de alta complexidade.

Segurança do paciente entre as melhores do mundo.

Há 45 anos, baiano de corpo

inteiro.

ESPECIAL

SAÚDE 4.0 Medicina baiana tem apostado cada vez mais no uso de ferramentas tecnológicas

N

a busca por uma maior eficiência nos serviços, a medicina vem caminhando cada vez mais ao lado da tecnologia. A chamada Saúde 4.0 tem proporcionado um aumento da qualidade do atendimento médico, oferecendo diagnósticos mais ágeis e procedimentos mais assertivos. Estas transformações acontecem em todo o mundo, e também na Bahia, onde várias instituições têm apostado no uso de ferramentas tecnológicas, a exemplo da robótica, inteligência artificial, telemedicina e outros equipamentos de ponta.

Segundo a Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), estima-se que existem cerca de 500 mil tecnologias médicas diferentes em uso atualmente, incluindo equipamentos, diagnósticos, dispositivos e ferramentas pela

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internet. Entre os benefícios citados pela entidade estão a redução dos custos do tratamento, diagnóstico precoce, melhoria da qualidade dos cuidados do hospital, além de limitar o uso de tratamentos desnecessários e ineficientes.

O Hospital Santa Izabel é uma das instituições que mais têm apostado no uso de tecnologia.

Foi a primeira unidade hospitalar da Bahia, por exemplo, a realizar cirurgia com o uso do robô, equipamento utilizado em procedimentos cirúrgicos de alta performance e precisão em grandes centros mundiais de saúde. Em fevereiro passado, o hospital completou a marca de mil cirurgias realizadas com auxílio de um robô.

O coordenador do Programa de Robótica do Santa Izabel, Dr. Luís Martinho, afirmou que as

operações com o equipamento impactam positivamente numa busca maior por capacitação e na produção científica, com a apresentação de trabalhos em congressos e iniciativas voltadas para o processo de atualização profissional contínua. “O crescimento constante do número de cirurgias robóticas é um indicativo seguro da importância de se investir de forma estratégica em inovação tecnológica na área de saúde”, enfatizou.

A plataforma proporciona ao cirurgião visão ampliada, em alta definição e em três dimensões. Remotamente, o profissional especializado controla as ferramentas da máquina usando joysticks e controles de pedal, enquanto visualiza o local da cirurgia por meio de um monitor de alta definição, que proporciona imagem tridimensional do procedimento.

“Minimamente invasiva, sem cortes no abdômen, é feita pelo canal natural da uretra, demandando menor tempo de internação, com alta, geralmente, no dia seguinte” Entre os investimentos realizados pelo HSI em tecnologia também está um novo equipamento ‘high-tech’ de terapia guiada por imagem para realização de procedimentos minimamente invasivos, com alta precisão, segurança e agilidade. Além de expor médico e paciente em menor intensidade à radiação, ele facilita a visualização de detalhes de pequenos vasos com maior clareza.

Dr. Ricardo Souza integra a equipe de Urologia Avançada e Cirurgia Robótica do Hospital São Rafael

ENUCLEAÇÃO Tecnologia de alto nível, já amplamente utilizada nos EUA e na Europa, mas ainda em difusão pelo Brasil, a enucleação endoscópica de próstata com energia bipolar (BipolEP), técnica cirúrgica avançada para o tratamento de hiperplasia prostática benigna (HPB) - próstata aumentada – já é praticada pelos hospitais Aliança e São Rafael, da Rede D’Or.

Dr. Luís Martinho coordenador do Programa de Robótica do Santa Izabel

“O crescimento constante do número de cirurgias robóticas é um indicativo seguro da importância de se investir de forma estratégica em inovação tecnológica na área de saúde”

Segundo o Dr. Ricardo Souza, que integra a equipe de Urologia Avançada e Cirurgia Robótica do Hospital São Rafael (Uro Mais), a técnica permite superior desobstrução da próstata, baixo risco de recorrência da doença e reduz sangramento.

“Minimamente invasiva, sem cortes no abdômen, é feita pelo canal natural da uretra, demandando menor tempo de internação, com alta, geralmente, no dia seguinte”, explicou o médico, que realizou os

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ESPECIAL

primeiros procedimentos da rede privada em Salvador. A intervenção cirúrgica BipolEP pode ser aplicada em todos os tamanhos de próstata que apresentam obstrução urinária, inclusive naqueles pacientes que tomam medicação para anticoagulação.

Também em relação ao HPB, Salvador é a única cidade das regiões do Norte, Nordeste e Centro Oeste a contar com a Holmium Laser Enucleation Prostate (HoLEP), equipamento adquirido pelo Hospital Cárdio Pulmonar, no ano passado, e usado no tratamento de tumor benigno de próstata. Segundo o coordenador de urologia da unidade, Dr. Lucas Batista, o laser atua na remoção do tecido do tumor prostático, desobstruindo o canal por onde passa a urina. “É uma técnica em que não há necessidade de cortes no abdômen e a mínima chance de reincidência do crescimento do tecido, em relação às cirurgias convencionais. O paciente recebe alta já no dia seguinte”, explicou.

“A Rede Mater Dei chega à Bahia com o objetivo de se transformar em uma referência em saúde.

Dentro disso, está a preocupação em oferecer o que há de melhor e mais moderno em termos de tecnologia na realização de procedimentos que beneficiem o nosso corpo clínico, que pode executar um trabalho mais assertivo, e, principalmente, nossos clientes, que contarão com o que há de mais moderno voltado para o seu cuidado”, promete Henrique Salvador, presidente da Rede Mater Dei. A empresa pretende usar na capital baiana todas as ferramentas tecnológicas já utilizadas em outras unidades do grupo.

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Dr. Lucas Batista coordenador de urologia do Hospital Cárdio Pulmonar

“É uma técnica em que não há necessidade de cortes no abdômen e a mínima chance de reincidência do crescimento do tecido, em relação às cirurgias convencionais. O paciente recebe alta já no dia seguinte”

CAPACITAÇÃO Especialistas da Rede Mater Dei de Saúde e outros convidados ministraram, em outubro passado, em Minas Gerais, um curso completo em Cirurgia Robótica, com duração de 70h de carga horária. Há cerca de cinco anos, as cirurgias robóticas já são realidade no grupo, por meio do Sistema Da Vinci Xi. Com a capacitação, a Mater Dei usa a ex-

Holmium Laser Enucleation Prostate (HoLEP)

pertise do seu corpo clínico para permitir que mais profissionais estejam habilitados a executar, com segurança e técnica, esse tipo de cirurgia. Na rede, uma das especialidades que utilizam a tecnologia da robótica é a cirurgia ginecológica, responsável pelo tratamento cirúrgico de pacientes que apresentam doenças ginecológicas, como, por exemplo, em casos de câncer de útero, de ovário, endometriose e nos prolapsos genitais. Há também investimentos em alta tecnologia no serviço de radioterapia e em novas torres de cirurgia laparoscópica, com monitor 4K e imunofluorescência, que permite melhor visualização durante procedimentos laparoscópicos, aumentando a precisão e segurança das cirurgias.

Tudo isso foi conquistado graças ao Professor Dr. Gilson Feitosa, diretor de Ensino e Pesquisa do HSI e responsável por dar início a este grande projeto. Assim como ele, também queremos agradecer a todos os médicos supervisores e preceptores que dedicaram e dedicam o seu tempo para o crescimento desses residentes em proossionais.

Quando formamos pessoas, crescemos como instituição.

Praça Conselheiro Almeida Couto, 500 Nazaré - Salvador - Bahia - Brasil @hospitalsantaizabel Saiba mais sobre o programa

Responsáveis Técnicos: Dr. Ricardo Madureira - CRM-BA 12793

São quatro décadas de estudos, novas especializações e de grandes alunos que hoje, com muito orgulho, chamamos de colegas de profissão.

SAÚDE EM FOCO

FUMAÇA

com aroma Especialistas citam que cigarros eletrônicos causam mesmos riscos que os convencionais

O

s chamados dispositivos eletrônicos para fumar (DEF) vêm chamando a atenção diante do crescimento do número de usuários, sobretudo jovens. Também conhecidos como “vapes” ou “pods”, os aparelhos funcionam com uma bateria e refil, e possuem diferentes mecanismos e formatos, como pen drives e canetas.

Atraem pela praticidade e pela variedade de aromas, indicando um falso argumento de que fazem menos mal à saúde do que os cigarros tradicionais. Hoje, são facilmente adquiridos próximo a bares e também em festas pelas cidades.

A última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do IBGE (2019), mostrou que 0,6% da população já utilizava dispositivos eletrônicos no Brasil, naquele ano, dos quais cerca de 70% tinham entre 15 e 24 anos. A comercialização, importação e propaganda de cigarros eletrônicos, no entanto, são proibidas no país pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009, mas esses produtos continuam sendo vendidos ilegalmente, seja pelo comércio informal ou pela internet.

A possibilidade da liberação da comercialização dos DEFs no Brasil segue em discussão e está em análise pela Anvisa. O processo é cercado de expectativa, tanto pela indústria de cigarro quanto pelas entidades médicas.

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Para a pneumologista Maristela Sestelo, o disfarce com sabores e aromas é uma estratégia da indústria para captar mais clientes, principalmente os jovens.

“O risco de doenças é exatamente o mesmo do cigarro tradicional. Pode causar muitos danos pulmonares, doenças como tuberculose, câncer de boca e faringe, entre outras. Pode levar a acidente vascular encefálico, que é o derrame, infarto agudo do miocárdio e enfisema pulmonar”, citou.

Os danos do uso do cigarro eletrônico, de acordo com a especialista, podem surgir já a curto prazo, apresentando problemas como herpes labial e até tuberculose. “A médio prazo, a gente sabe da propensão para doenças cardíacas e coronarianas”, informou. Segundo ela, os estudos estão se aprofundando em relação às consequências a longo prazo, mas já há relatos de câncer de pulmão relacionado ao uso de DEF. Dra. Maristela lembra, ainda, do risco de o vapor emitido pelos cigarros eletrônicos levarem metais pesados ao organismo. “Não só metais pesados, como muitas substâncias cancerígenas e pró-cancerígenas. É balela a afirmação, em redes sociais, de que não tem risco ou que é menos arriscado”, citou. E as possibilidades de problemas para o fumante passivo, segundo ela, são as mesmas. “A inalação da fumaça eliminada, além de irritante para os olhos, para mucosa nasal e para o trato respiratório, é ruim para o meio ambiente”, lembrou.

Recentemente, a pneumologista recebeu um paciente com quadro de falta de ar intensa e a única relação que conseguiram observar como causa foi o uso de cigarro eletrônico. “Foi um quadro muito severo de doença pulmonar e levou muito tempo para ser diagnosticado. Ele ainda está em tratamento”, declarou a médica.

RISCOS O Instituto Nacional de Câncer (INCA) aponta ainda para os riscos, principalmente entre os jovens, de iniciarem o consumo de cigarros tradicionais a partir do uso dos eletrônicos. Um estudo realizado por pesquisadores da Coordenação de Prevenção e Vigilância mostrou que o uso de DEF aumenta em mais de três vezes o risco de uso do cigarro tradicional. A pesquisa analisou 22 estudos, de diferentes países, totalizando mais de 97 mil participantes.

“Pode causar muitos danos pulmonares, doenças como tuberculose, câncer de boca e faringe, entre outras. Pode levar a acidente vascular encefálico, que é o derrame, infarto agudo do miocárdio e enfisema pulmonar” Maristela Sestelo, pneumologista

TIPOS DE DEFS Cigarros eletrônicos: aquece um líquido, produzindo um aerossol (vapor) inalado pelo usuário. Nicotina e outras substâncias podem ser utilizadas. A composição e a concentração de nicotina nos líquidos variam de fabricante.

Cigarros aquecidos: pequeno cigarro ou bastão de tabaco, produzindo um aerossol contendo nicotina e outros produtos químicos. Contêm aproximadamente a mesma quantidade de nicotina que um cigarro comum.

Vaporizadores de ervas secas: aquece o tabaco picado ou outras ervas, produzindo um aerossol.

Produtos híbridos: possui dois reservatórios – um armazena ervas picadas e o outro, os líquidos.

Fonte: INCA

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SAÚDE EM FOCO

“Os resultados mostram que o cigarro eletrônico aumenta a chance de iniciação do uso do cigarro convencional entre aqueles que nunca fumaram, contribuindo para a desaceleração da queda no número de fumantes no Brasil” Liz Almeida, epidemiologista

“Os resultados mostram que o cigarro eletrônico aumenta a chance de iniciação do uso do cigarro convencional entre aqueles que nunca fumaram, contribuindo para a desaceleração da queda no número de fumantes no Brasil”, afirmou a coordenadora de Prevenção e Vigilância, a médica epidemiologista Liz Almeida. A iniciação, segundo ela, pode ser explicada pelo fato de que os cigarros eletrônicos, contendo nicotina, podem levar à dependência dessa substância e à procura por outros produtos de tabaco. “Além disso, a utilização do dispositivo eletrônico repete os comportamentos de uso do cigarro convencional, como os movimentos mão/boca, inalação e expiração”, explicou.

O INCA chegou a divulgar um alerta, no ano passado, sobre os riscos dos dispositivos eletrônicos para fumar, e lembra que os aparelhos contêm nicotina, propilenoglicol ou glicerol, além dos aditivos com sabores - produzindo um aerossol que é inalado pelo usuário.

Eles expõem o organismo a diversos elementos químicos gerados de formas diferentes. Uma pelo próprio dispositivo (nanopartículas de metal). Tem ainda relação direta com o processo de aquecimento ou vaporização, já que alguns produtos contidos no vapor de cigarros eletrônicos incluem carcinógenos conhecidos e substâncias citotóxicas, potencialmente causadoras de doenças pulmonares e cardiovasculares.

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Saiba mais O primeiro DEF foi desenvolvido e patenteado por Herbert A. Gilbert, em Beaver Falls, Pensilvânia, em 1963, e foi denominado smokeless non-tabacco cigarette. No entanto, nunca chegou a ser comercializado, pela falta de tecnologia disponível àquela época. Em 2003, o chinês Hon Lik, fundador e diretor executivo da Dragonite International Ltd, desenvolveu um novo modelo de cigarro eletrônico. Dez anos depois, a patente desse novo produto foi vendida para a Imperial Tobacco Group por US$ 75 milhões. Os DEF atualmente estão na terceira geração. (Fonte INCA)

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ESPECIAL

Alerta para o Retinoblastoma Tumor intraocular agressivo atinge crianças de até 4 anos e o diagnóstico precoce é fundamental

E

mbora seja uma doença rara, o retinoblastoma é o tumor maligno ocular mais frequente em crianças de até quatro anos de idade, e raramente atinge adolescentes ou adultos. A doença ocorre por uma alteração no gene RB do cromosoma 13, e pode ser germinal - quando é

hereditário ou decorrente de uma nova mutação e, nesses casos, geralmente é bilateral, ou múltiplo, atingindo crianças mais novas - ou somático - quando ocorre por duas mutações aleatórias em uma mesma célula -, sendo, nesse caso, sempre unilateral, unifocal e acometendo crianças um pouco maiores.

Em ambas as situações, as células neoplásicas multiplicam-se desordenadamente, formando massas tumorais na retina, que crescem rapidamente e podem infiltrar outras estruturas oculares, como a cavidade vítrea, o tecido uveal e o nervo óptico. E pode, ainda, se tornar extraocular, atingindo a órbita ou disseminando para o sistema nervoso central através da infiltração do nervo óptico. “O retinoblastoma é um tumor intraocular agressivo, de crescimento rápido e progressivo. Por isso, é importante o diagnóstico precoce, feito através do exame oftalmológico realizado nos primeiros meses de vida”, alerta a oftalmopediatra Iluska Agra, coordenadora do ambulatório de Oftalmopediatria e Estrabismo do Hospital Universitário Professor Edgard Santos, da Universidade Federal da Bahia (HUPES/UFBA).

Quanto à prevenção, a médica explica que o aconselhamento genético, quando um dos genitores já teve a doença, é a única maneira de prevenir o retinoblastoma, e as chances de cura são maiores quando o tumor se localiza apenas na retina.

Os sintomas mais frequentes são leucoco-

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ria (alteração do reflexo vermelho da pupila), que pode Tratamento ser percebido em fotografias com flash, especialmenDe acordo com a Dra. Juliana, como o tratamento te quando não se usa o recurso redutor de olhos verestá relacionado ao grau de acometimento do tumelhos; e estrabismo, quando o tumor acomete a área mor, o diagnóstico precoce faz toda a diferença. Ela da visão central (a mácula). “O diagnóstico é feito atraexplica que, em estágio inicial, é possível vés do mapeamento de retina, com realizar somente a laserterapia localizada, a pupila dilatada para avaliação do sem qualquer necessidade de quimiotera“É muito fundo de olho”, explica Dra. Iluska. pia, cirurgia ou radioterapia, conseguindo, importante o A Sociedade Brasileira de Oftalmoassim, 100% de cura e a preservação da teste precoce do logia Pediátrica (SBOP) recomenvisão. Já no caso da doença disseminada, olhinho, assim da que o teste do reflexo vermelho com metástases cerebrais ou ósseas, vai seja realizado pelo pediatra, ainda como a avaliação ser necessário um tratamento mais agresna maternidade, em até 72 horas sivo, com redução significativa das chanoftalmológica de de vida, e repetido, pelo menos, três ces de cura. rotina na primeira vezes por ano nas consultas até os infância” Na Bahia, o Hospital Santa Izabel e o Sertrês anos de idade. viço de Oftalmologia do HUPES/UFBA Juliana Teixeira A oncopediatra Juliana Teixeira Coscontam com equipes de referência para a ta, do Hospital Santa Izabel (HSI), realização do tratamento, em caso de cialerta que o famoso “reflexo branco” rurgia oftalmológica, quimioterapia e radioterapia. O na foto, observado quando a criança olha diretamenúnico recurso que o estado ainda não tem disponível te para o flash da câmera (onde os olhos deveriam ser é a quimioterapia intra-arterial. Nesse caso, a criança visualizados vermelhos) é um sinal importante de que precisa ser transferida para São Paulo. Mas, a expecalgo precisa ser investigado na retina, por isso, diante tativa é que esse procedimento esteja disponível na dessa situação, o encaminhamento ao oftalmopediatra Bahia em um futuro próximo. “Já estamos com o prodeve ser o mais precoce possível. “Esse sintoma signijeto de implementação desse serviço no HSI, e espero fica que já estamos fazendo o diagnóstico tardio. Por que saia do papel o mais rápido possível para que não isso, é muito importante o teste precoce do olhinho, precisemos mandar nossas crianças para outro estaassim como a avaliação oftalmológica de rotina na prido”, informou Juliana Costa. meira infância”, esclarece a especialista.

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Porque sou sócio (a) da ABM Sou sócia da ABM desde 1983 quando me formei.

Entendo que é muito importante a associatividade às nossas Entidades Médicas, pois é a maneira que nós médicos temos para fortalecer as Entidades que nos representam. Através delas podemos participar tanto de movimentos científicos, quanto de movimentos em defesa do médico e da medicina. Sendo sócios da ABM, além de termos acesso à “Educação Permanente”, temos o apoio científico e acadêmico.

Também temos outros benefícios como contar com o Departamento de Convênios, através do apoio contábil nas nossas Pessoas Jurídicas (PJ); e para quem tem filhos pequenos e também gosta de se beneficiar de uma vida saudável através da prática de esportes, temos a Sede Social , que oferece atividades esportivas de diversas modalidades.

Maria do Socorro Mendonça de Campos - Presidente da Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica - CIPE

Quando me associei à ABM, a princípio meu interesse era pela parte científica: sendo sócio eu posso participar de eventos com descontos, fazer contatos com profissionais da área, o que agrega bastante porque ter conhecimento é fundamental! Eu vi que o sócio tem outros benefícios bem interessantes, como descontos em consórcio de carro, plano de saúde, restaurantes, o clube da Associação Bahiana de Medicina (a Sede Social). E o estudante de Medicina tem gratuidade para se associar. Para mim vale muito a pena ser sócio da ABM e sempre indico aos meus colegas da faculdade.

Marconi Chaves - Acadêmico de medicina da Uniftc - 8º semestre

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Um dos principais objetivos da Associação Bahiana de Medicina é trabalhar com a educação continuada e estreitar os laços com os médicos e estudantes de medicina.

Para aqueles que se associam, é importante lembrar que os estudantes têm isenção da anuidade da ABM até a graduação e mais dois anos de isenção depois de formados, caso o estudante tenha se formado em alguma instituição da Bahia. Entre os benefícios, temos uma série de serviços, como planos de saúde com desconto, acesso à sede social, desconto em produtos e serviços das empresas parceiras da ABM, como agências de viagens, hotéis e restaurantes, e temos também, um consórcio de veículos com as menores taxas do mercado, dentre tantas outras vantagens. Na residência, o médico paga apenas 50% da anuidade. Se associar à ABM é apoiar a educação continuada dos médicos e dos estudantes de medicina, além de desfrutar de uma série de benefícios do associativismo.

Dr. Hélio Braga diretor acadêmico da ABM.

Enfim conheça a ABM e os benefícios de ser um associado através de uma visita ao site www.abmnet.org.br

Abm Educação Permanente DATA

EVENTO 7/Mai

V CURSO DE IMERSÃO NO CENTRO CIRÚRGICO

11/Mai

Sessão Virtual ABM em parceria com Ligas das Especialidadse Radiologia, Pneumologia e Medicina Legal

18/Mai

Sessão Virtual ABM parceria Dr. Antonio Pedreira: Educação de filhos na pandemia

8/Jun 15/Jun SEM DATA

Sessão Virtual ABM em parceria com Ligas de Especialidade Cirurgia Sessão Virtual ABM parceria Dr. Antonio Pedreira: Tristeza, luto e depressão Evento parceria com a Sociedade de Anestesiologia

13/Jul

Sessão Virtual ABM parceria Dr. Antonio Pedreira: O estresse do cotidiano e suas repercussões físicas e relacionais

19/Jul

Evento parceria com a Sociedade de Dermatologia: Lesões Dermatológicas em Vulva

13/Ago

II Simpósio Nefrologia

17/Ago

Sessão Virtual ABM parceria Dr. Antonio Pedreira: Medos essenciais e medos limitantes - saiba como diferenciá-los e como lidar com eles

13/Set

Evento parceria com a Sociedade de Angiologia: A patologia do Aneurisma de Aorta Mês de conscietização desta patologia, campanha em parceria

21/Set

Sessão Virtual ABM parceria Dr. Antonio Pedreira: Desmotivação é diferente de depressão

SEM DATA 19/Out

Congresso da ABM Sessão Virtual ABM parceria Dr. Antonio Pedreira: O que pode levar a falhas de memória?

16/Nov Sessão Virtual ABM parceria Dr. Antonio Pedreira: Os 13 tipos de mentira que precisamos conhecer

VIDA MELHOR

VELEJAR é preciso Médicos apaixonados por barco a vela enfatizam o prazer de navegar e contemplar a natureza

S

ensação de liberdade, conexão com a natureza, resiliência e a possibilidade de explorar novos horizontes. Estas são algumas das percepções definidas pelos amantes da navegação a vela. Mais do que passear de barco, velejar é fazer mente e corpo trabalharem juntos. O esporte, praticado no mar em barcos que funcionam com a força do vento, se divide em várias classes de acordo com o tipo da embarcação, com variações de tamanho e peso.

Médicos baianos, sobretudo de Salvador, têm explorado novos horizontes ao ar livre, velejando pelas águas tranquilas da Baía de Todos-os-Santos. Alguns também já enfrentaram os desafios do oceano, seguindo viagem por percursos mais longos. O que inspira o estilo de vida é a experiência única de aproveitar o sol, o mar e o vento conhecendo novos lugares e por um ângulo diferente.

O oncologista Eduardo Dias de Moraes, de 54 anos, começou a velejar aos 10 anos na escolinha de vela do Yacht Clube da Bahia, onde teve início a sua paixão pelo esporte. Seu pai o presenteou com um pequeno barco, para iniciantes, e ele passou a participar de regatas.

“Fiz muitas amizades e velejei bastante até os 21 anos, quando entrei para a faculdade de Medicina e me afastei um pouco. Mas, sem deixar o desejo de voltar a velejar.

Quando terminei minha residência nos Estados Unidos, um dos meus grandes interesses ao retornar era voltar a praticar a vela”, declarou.

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Eduardo Dias oncologista, 54 anos

“Gosto muito da vela porque é um esporte que permite que você possa praticar mesmo com muitos anos de vida, além de envolver a família. Meus filhos começaram a velejar comigo e passamos a conhecer mais as delícias da Baía de Todos-os-Santos (...)”

O médico também incentivou os filhos no esporte, e os colocou na mesma escola, onde, anos depois, reencontrou amigos do tempo de infância. “Foi aí que entrei na sociedade do meu primeiro barco, um veleiro Skipper 30. Descobri que o meu prazer era realmente velejar, sem rumo, sem estresse, sem interesses”, disse, enfatizando sua conexão com o mar e sua paixão pelas belezas da segunda maior baía do mundo. Junto com outros colegas médicos, partiu para o segundo barco, um Delta 36. Começou a velejar ainda mais e curtir o mar com a família.

“Gosto muito da vela porque é um esporte que permite que você possa praticar mesmo com muitos anos de vida, além de envolver a família. Meus filhos começaram a velejar comigo e passamos a conhecer mais as delícias da Baía de Todos-os-Santos, sobretudo as ilhas e a foz do rio Paraguaçu. Estar no mar é desconectar da correria do cotidiano. A gente volta recarregado”, afirmou o médico, que também participa de regatas.

A volta ao mundo de barco a vela é um grande desejo de Dr. Eduardo.

O oncologista já fez duas viagens longas, para Abrolhos e para Recife.

“O objetivo é entender e decidir se esse é um caminho que vou percorrer. A volta ao mundo é um desejo que tenho, e também de muitos velejadores. É um sonho que talvez se torne realidade”, declarou.

Relação com o mar O cirurgião bariátrico e gestor hospitalar, Marcelo Zollinger, de 65 anos, disse que a navegação a vela é uma das suas maiores e melhores paixões. “A minha relação com o mar teve início muito cedo. Aos 14 anos comecei a surfar e a pescar na Pituba. Depois do surf, segui minha trajetória com a vela, inicialmente na classe Laser e depois com o primeiro veleiro de oceano, um Fast 310”, disse. Atualmente, sobretudo na primavera e no verão, veleja quase todos os finais de semana.

Marcelo Zollinger gestor hospitalar, 65 anos

“A minha relação com o mar teve início muito cedo. Aos 14 anos comecei a surfar e a pescar na Pituba. Depois do surf, segui minha trajetória com a vela, inicialmente na classe Laser e depois com o primeiro veleiro de oceano, um Fast 310”

liberdade. “O livre arbítrio levado às últimas consequências”, citou.

Ele veleja quase sempre em Cruzeiro, e participa atualmente de duas regatas: a Aratu/Maragogipe e Salvador/Ilhéus. Há poucos meses, o cirurgião velejador vendeu o barco, um Bavária 56. Mas, já tinha comprado outro, um modelo novo, fabricado pela Delta Yaths, com 47 pés, e em construção. Ele também se prepara para viajar pelo mundo: Caribe, Estados Unidos, Europa. “A compra deste barco é parte deste sonho, de uma viagem mais longa”, finalizou Zollinger.

Segundo Dr. Marcelo, a principal sensação ao velejar é de plena

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mar

MUSEU DO Localizado no Santo Antônio Além do Carmo, casarão reúne relíquias do velejador Aleixo Belov

Leonardo Papini/Museu do Mar

BAIANIDADES

O

Museu do Mar Aleixo Belov é o mais novo ponto turístico da capital baiana. Localizado no Largo do Santo Antônio Além do Carmo, no Centro Histórico de Salvador, foi instalado em um casarão de três andares.

O local guarda relíquias do velejador - que dá nome ao equipamento - durante as suas cinco viagens ao redor do mundo, três delas no veleiro “Três Marias”. A embarcação, que foi construída pelo próprio comandante em 1976, é, inclusive, o pilar central do museu.

“Tudo que usei para dar as voltas ao mundo está no museu, como o veleiro ‘Três Marias’, as cartas náuticas e os aparelhos de navegação”, afirma Belov, que nasceu na Ucrânia, mas veio para o Brasil ainda criança com os pais, que fugiam da Segunda Guerra Mundial.

Desde jovem, Aleixo Belov, que recebeu o título de Cidadão Soteropolitano em outubro de 2021, já fazia viagens pelos oceanos, ao lado de outros velejadores renomados, como narra no livro “Minhas viagens com outros comandantes”, lançado em setembro do ano passado. Todas as suas experiências renderam outros oito livros, escritos por ele, e que narram o ofício do mar e as histórias dos povos que conheceu durante as voltas ao planeta. Ganhou diploma da Marinha do Brasil por ter sido o primeiro a dar uma volta ao mundo sozinho em uma embarcação com a bandeira brasileira.

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O público tem uma experiência única ao visitar o equipamento. São 540 metros quadrados de exposição permanente e 110 metros quadrados para exposições temporárias. Inclui ainda uma sala de projeção de filmes e uma cafeteria. O projeto museológico é assinado por Heloísa Helena Costa e o arquitetônico por Joaquim Gonçalves. O espaço funciona de terça a domingo, das 10h às 18h. O ingresso custa R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Crianças de até 5 anos não pagam. Nas quartas, o acesso é gratuito.