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Elisabete Ghisleni

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Samantha Abreu

Samantha Abreu

Chuva no bananal

folhas secas farfalham nas falhas enquanto isso as garças comem carrapatos as falas do japura´ nas calhas do lambrequim distraem o colibri atento à flor suspensa flor que exala sua cor

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a curruira busca restos de outono galhos finas folhas secas macias painas para fazer um ninho dentro do oco de um crânio que um dia foi os olhos de uma vaca vaca atenta às canelas finas de um sabiá sabiá que procurava ávido por borboletas distraídas flutuando no outono

o bem te vi está em toda parte parte de um todo que um dia foi a casa dos que não mais existem seus bosques ficaram seringueiras paineiras laranjeiras

e mangas ai mangas enquanto isso eu e minha bananeira lá no fundo do quintal esperamos eu pela florada na paineira ela pela chuva no bananal

Tela (bela dona in óleo sobre lago)

vento no lago azul petróleo lago largo trêmulo superfície de sem luas profundidade a óleo

ela é florista com sua cesta delírios na névoa branca dança seus abalos

ígnea louca infinda mulher de sombrolhos grossos deslinda sua nova issa

ando meio leve meio solta como lingua dentro da boca

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