Instituto de Soldadura e Qualidade Curso: Instalações Técnicas de Águas e Esgotos
Relatório
Instalações Técnicas de Águas e Esgotos
Formador: Engº Jorge Araújo
Trabalho realizado pelo formando: Marco António Carvalho Ribeiro
Gaia, 27 de Julho de 2009
INTRODUÇÃO Esta memória descritiva refere-se aos projectos de: • Distribuição predial de água; • Drenagem predial de águas residuais; • Drenagem predial de águas pluviais; Aplicado à construção de uma habitação unifamiliar, que se pretende levar a efeito na Rua Monte Castelo, na freguesia de Paranhos, concelho do Porto.
DESCRIÇÃO DO EDÍFICIO O presente projecto refere-se a uma habitação com a seguinte constituição:
Cave
R/Chão
Aparcamento / Lavandaria / WC / Nicho de Maquinas
Entrada da habitação / Sala de Estar / Sala Jantar / Cozinha / WC / Quarto de Empregada com WC
1º Andar
Dois Quartos / WC / Duas Suites
Recuado
Suite / Salão
_______________________________________________________________________________________________ Marco António Ribeiro Página 1 de 11
DISTRIBUIÇÃO PREDIAL DE ÁGUA
DESCRIÇÃO GERAL O abastecimento de água será realizado a partir da rede pública, sendo previsto para tal um ramal de ligação que irá alimentar um reservatório que se encontra ao nível da cave. O reservatório por intermédio de um grupo hidropneumático irá alimentar as linhas principais de distribuição, garantindo a utilização em simultâneo dos wc’s, lavandaria e cozinha. As linhas principais de distribuição que se desenvolvem ao longo das paredes e pavimento garantem deste modo que toda a instalação esteja acessível e/ou à vista para facilitar a subsequente manutenção. Caso seja necessário o atravessamento de pavimentos, este será realizado através da criação de caleiras técnicas onde ficarão alojadas as respectivas canalizações. De um modo geral, a rede de distribuição de água é constituída por: Ö Ramal de entrada; Ö Colunas e linhas principais de alimentação aos pisos; Ö Condutas horizontais de distribuição nos pisos.
No ramal de introdução, em local apropriado, serão instalados os seguintes órgãos: Ö Uma válvula redutora de pressão; Ö Uma válvula de seccionamento, manobrável pela entidade abastecedora; Ö Um filtro; Ö Uma válvula de seccionamento, manobrável pelo consumidor.
A montante e a jusante do contador, será instalado duas válvulas de seccionamento, manobráveis respectivamente pela entidade abastecedora e consumidora.
_______________________________________________________________________________________________ Marco António Ribeiro Página 2 de 11
DISPOSITIVO DE UTILIZAÇÃO O dimensionamento da rede de água será feito com base nos caudais unitários atribuídos aos diferentes dispositivos de utilização (anexo IV do Regulamento Geral de Distribuição de Água e Drenagem de Águas Residuais), cujos valores são apresentados no quadro abaixo. Dispositivo de utilização
Caudais mínimos (l/s)
Lavatório
0.10
Sanita
0.10
Banheira
0.25
Bidé
0.10
Chuveiro individual
0.15
Máquina de lavar-louça
0.15
Pia lava-louça
0.20
Máquina de lavar-roupa
0.20
Tanque
0.20
Caudal Os caudais dos ramais de distribuição e os ramais de alimentação dos aparelhos domésticos são efectuados conforme a necessidade de funcionamento em simultaneidade dos diversos dispositivos de utilização.
Diâmetros Os diâmetros são determinados em função do caudal e da velocidade de escoamento nas tubagens.
CANALIZAÇÕES Ramais de Distribuição e de Alimentação Os ramais de distribuição de água fria e água quente serão em tubagem PEX do tipo “Wirsbo Quick & Easy” ou equivalente. Os acessórios serão do tipo “Wirsbo Quick & Easy”.
_______________________________________________________________________________________________ Marco António Ribeiro Página 3 de 11
Os ramais de alimentação de água fria e água quente serão em tubagem PEX do tipo “Wirsbo-Pex” ou equivalente e instalados nos pavimentos. Os acessórios serão do tipo “Wirsbo Quick & Easy”. A maioria das peças irá dispor de torneiras misturadoras. Em cada banheira será montada uma bicha de chuveiro. À entrada dos diferentes compartimentos existirá uma caixa de colectores, a partir da qual serão executados os ramais de alimentação aos diferentes aparelhos. Desta caixa e para cada colector existirá uma válvula de seccionamento de modo a poder isolar essa zona em caso de avaria, não perturbando o normal funcionamento das restantes zonas a abastecer.
Instalação As canalizações não devem ficar: Ö Sob elementos de fundação; Ö Embutidas em elementos estruturais; Ö Em locais de difícil acesso; Ö Em espaços pertencentes a chaminés e a sistemas de ventilação.
INSTALAÇÃO DE PRODUÇÃO DE ÁGUA QUENTE A produção de água quente, da habitação, será efectuada através da ligação de colectores solares planos a um depósito solar com uma serpentina. Como complemento, será incorporada em paralelo uma caldeira, com esquema de funcionamento, de acordo com indicações do fabricante. Os depósitos acumuladores terão capacidade de 200L. A caldeira a utilizar deverá ser do tipo “Roca NORA 24/24F” ou equivalente. Os painéis solares deverão ser do tipo “Roca Colector solar PS2” ou equivalente.
RESERVATÓRIOS Dimensionamento A capacidade das cisternas é calculada de forma a garantir, no caso de suspensão do abastecimento público, a satisfação de consumo durante um período de 24 horas. Os reservatórios abastecem a coluna montante.
_______________________________________________________________________________________________ Marco António Ribeiro Página 4 de 11
Consumo 1 Cozinha 7 Habitantes
7 WC’s 1 Lavandaria
Tomou-se como consumo médio por habitante e para os vários tipos de ocupação: Consumo médio por Habitante:
80 l = 1habitante / dia
Consumo médio diário:
7 habitantes x 80 litros = 560 litros / dia
Para abastecer a coluna montante será construído um reservatório com a capacidade de 2000 litros.
Grupo Hidropneumático Coluna montante - para satisfazer o caudal exigido, a uma altura manométrica aproximada de 10 mts (4.3 bar), foi escolhido um grupo hidropneumático tipo "Grundfos H100 HM 2 CR5-8", com reservatório de 80 litros.
ENSAIOS Verificação A verificação da conformidade do sistema com o projecto aprovado deverá cumprir todos os requisitos do fabricante, bem como a legislação em vigor devendo ser feita com as canalizações e respectivos acessórios à vista.
Ensaios de Estanquidade O ensaio de estanquidade deve ser conduzido com as canalizações, juntas e acessórios à vista, convenientemente travados e com as extremidades obturadas e desprovidas de dispositivos de utilização. A ligação da bomba de ensaio com manómetro será localizada tão próxima quanto possível do ponto de menor cota do troço a ensaiar.
_______________________________________________________________________________________________ Marco António Ribeiro Página 5 de 11
O enchimento das canalizações por intermédio da bomba ficará de forma a libertar todo o ar nelas contido e a garantir uma pressão igual a uma vez e meia da máxima de serviço. A leitura do manómetro da bomba não deve acusar redução durante um período mínimo de quinze minutos. Após o ensaio deverá fazer-se o esvaziamento do troço.
Desinfecção dos sistemas Os sistemas de distribuição predial de água para fins alimentares e sanitários, depois de equipados com os dispositivos de utilização e antes de entrarem em funcionamento, devem ser submetidos a uma operação de lavagem com o objectivo de desinfecção.
_______________________________________________________________________________________________ Marco António Ribeiro Página 6 de 11
DRENAGEM PREDIAL DE ÁGUAS RESIDUAIS
DESCRIÇÃO GERAL A concepção geral da rede de drenagem de águas residuais condicionada pela localização dos espaços a drenar e pela localização do colector público. As águas residuais serão conduzidas através de um colector, que conduz o afluente para as câmaras de ramal de ligação. Os esgotos produzidos nos pisos superiores serão recolhidos em prumadas junto às instalações sanitárias. Ao longo de todo o traçado, sempre que possível, devem ser incluídos os dispositivos que permitam a inspecção e limpeza sempre que necessário.
CAUDAIS DE DESCARGA Pretende-se garantir o efeito da simultaneidade das descargas dos caudais de descarga dos diferentes aparelhos. Caudais de descarga e características geométricas de ramais de descarga e sifões dos aparelhos
Bacia de retrete
Caudal (l/min) 90
Diâmetro (mm) 90
Banheira
60
40
Bidé
30
40
Chuveiro
30
40
Lavatório
30
40
Máquina de lavar-louça
60
50
Máquina de lavar-roupa
60
50
Mictório suspenso
60
50
Pia lava-louça
30
50
Tanque
60
50
Aparelhos
_______________________________________________________________________________________________ Marco António Ribeiro Página 7 de 11
Tubos de queda e colunas de ventilação A ventilação primária dos tubos de queda de esgoto será efectuada prolongando-se até à cobertura. Colectores prediais O dimensionamento dos ramais de descarga dos colectores prediais de águas residuais tem a adopção dos seguintes critérios gerais: Velocidades mínima: 0,60 m/s Velocidades máxima: 3,00 m/s Diâmetro mínimo: 125 mm
CANALIZAÇÕES DOS RAMAIS DE DESCARGA Os ramais de descarga têm por finalidade a condução do efluente a tubos de queda ou quando estes não existam aos colectores prediais. Os ramais de descarga com inclinações compreendidas entre 1% e 4% serão embebidos nos pavimentos e são constituídos por tubagens de PVC rígido, com os seguintes diâmetros: •
banheira e chuveiro
→ ø 50 mm
•
bidé, lavatório
→ ø 50 mm
•
urinol; banca
→ ø 50 mm
•
bacia de retrete
→ ø 90 mm
Os ramais de descarga que conduzem os esgotos das máquinas de lavar serão em PVC SN8, ou superior, até à caixa de passagem, para melhor absorverem a temperatura da descarga, com diâmetro ø 50 mm. Os ramais de descarga dos dispositivos ligam às caixas de pavimento em PVC rígido, embebidas no pavimento, com entrada sifonada. No caso do ramal o aparelho de ligação não terá sifão próprio. As ligações das caixas de pavimento aos tubos de queda são asseguradas por ramais de descarga com ø 75 mm. _______________________________________________________________________________________________ Marco António Ribeiro Página 8 de 11
A ligação dos ramais de descarga ao tubo de queda será efectuada por meio de forquilhas, a sua ligação aos colectores prediais será efectuada por meio de forquilhas ou através de câmaras de inspecção.
Sifões Serão dotados de sifões no próprio aparelho, os seguintes equipamentos: •
bancas
→ sifão de caixa
•
bidés
→ sifão de garrafa
•
lavatórios
→ sifão de garrafa
•
sanitas
→ pia sifónica
•
chuveiros
→ sifão tubular
Os restantes aparelhos, nomeadamente: máquinas de lavar louça, máquinas de lavar roupa e banheiras serão sifonados na caixa de passagem por intermédio de “cachimbo”.
Ralos É obrigatória a instalação de ralos nos locais de recolha de águas de lavagem de pavimentos e em todos os aparelhos sanitários, exceptuando-se as bacias de retrete. O ralo do lava-louça deve ser munido de um cesto retentor de sólidos.
Tubos de queda Os tubos de queda serão em PVC rígido da classe SN8, com os diâmetros apresentados nas peças desenhadas. Serão instalados em coretes, sempre bem alinhados e aprumados.
Colunas de ventilação A ventilação dos tubos de queda será assegurada por colunas de ventilação primária com o mesmo diâmetro dos tubos de queda a ventilar, que sairão acima do telhado 0.50 m.
_______________________________________________________________________________________________ Marco António Ribeiro Página 9 de 11
Colectores prediais Os colectores prediais serão em PVC rígido da classe SN8, com os diâmetros apresentados nas peças desenhadas e com inclinações compreendidas entre 1% a 4%. Os colectores prediais têm por finalidade a recolha de águas residuais provenientes de tubos de queda de ramais de descarga e a sua condução para o ramal de ligação.
IDENTIFICAÇÃO E NUMERO DE APARELHOS Os materiais a utilizar na sua execução deverão satisfazer o prescrito nas condições a seguir indicadas. As formas e as dimensões deverão obedecer ao indicado nas peças desenhadas. Identificação e numero de aparelhos Número de aparelhos a descarregar em simultâneo Piso
Autoclismo
Sanita
Lavatório
Bidé
Banheira
Base Chuveiro
Lava Louças
Recuado
1
1
2
1
1
1
0
1º andar
3
3
3
3
3
0
0
R/C
2
2
2
1
0
1
1
Cave
1
1
1
0
0
1
0
_______________________________________________________________________________________________ Marco António Ribeiro Página 10 de 11
DRENAGEM PREDIAL DE ÁGUAS PLUVIAIS
DESCRIÇÃO GERAL A concepção geral da rede de drenagem de águas pluviais foi condicionada pela localização das áreas a drenar e pela localização do sistema público de drenagem. As águas pluviais das coberturas serão na generalidade conduzidas para tubos de queda e posteriormente com ligação ao ramal predial. Deste modo, as águas pluviais serão conduzidas a uma caixa de ligação ao colector que conduz ao sistema público de drenagem.
Caleiras As caleiras serão em PVC rígido e têm por finalidade a condução do afluente pluvial aos respectivos tubos de queda que irão ás áreas de recepção apropriadas.
CANALIZAÇÕES Tubos de queda Os tubos de queda serão em PVC rígido da classe SN8, do tipo UNI, sendo em ferro galvanizado os dois primeiros metros contados a partir das caixas sumidouras.
Colector predial Os ramais têm por finalidade a condução do afluente pluvial ao sistema público de drenagem. O ramal predial é dimensionado para secção cheia e tem como diâmetro mínimo de 110 mm. O caudal de cálculo tem em conta o somatório dos caudais de cálculo das caleiras e dos tubos de queda.
_______________________________________________________________________________________________ Marco António Ribeiro Página 11 de 11