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Sol & Lua
Tourism Sol e Lua54 Sol e Lua Tourism
Hotelaria Hospitality Inverno glacial
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A frigid winter
“O Verão foi um balão de oxigénio, mas a seguir ao Verão caiu um balde água fria” sobre os hotéis de Portugal. Apesar de as expectativas estarem a esfriar, dois grupos hoteleiros mostram-se calorosos em relação a 2021. “Summer was a balloon of oxygen, but, after summer, a bucket of cold water has fallen” on Portugal’s hotels. Although outlooks are cooling off, two hotel groups are gearing up for a hot 2021.
A afirmação referente ao Verão foi proferida pela presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Cristina Siza Vieira, na conferência de imprensa de apresentação dos resultados do inquérito “Impacto da Covid-19 na Hotelaria – 4.ª fase – Balanço do Verão / Perspectivas Outono”. De acordo com este inquérito, realizado junto dos seus associados entre os dias 21 de Setembro e 15 de Outubro, no mês de Junho 51.84% das unidades hoteleiras ainda se encontravam encerradas mas em Setembro já só 24,65% dos hotéis é que estavam fechados. Embora fosse previsível que existisse uma quebra nas reservas e nos preços nos meses do Verão, o que veio a concretizar-se, a realidade é que houve uma excepção a este cenário: o Alentejo. Esta região registou, em Agosto, uma taxa de ocupação média de 71% e esta elevada procura levou a um aumento das tarifas média na ordem dos 158 euros (em 2019 foi de 150 euros). O Algarve foi o segundo destino nacional com melhor performance, tendo obtido em Agosto uma taxa de ocupação de 63% mas onde o preço médio desceu dos 150 euros, em 2019, para os 127 euros em 2020. Para se ter uma visão do dramatismo que a hotelaria encontra-se a atravessar basta
mencionar que o Verão trouxe à Área Metropolitana de Lisboa (AML) uma taxa de ocupação média de apenas 18%, quando em 2019 essa mesma taxa ascendeu a 90%. O inquérito dá ainda conta que entre os principais clientes da hotelaria estiveram, claramente, os portugueses, seguidos dos espanhóis, franceses e holandeses. “O embate tem tido uma dimensão gigantesca na quebra da procura e, desde o primeiro momento, temos observado um esforço muito significativo das entidades governativas para implementar medidas importantíssimas que ajudem todos os sectores associados ao turismo a minimizar um drama económico e social” afirma Miguel Proença, administrador do Grupo Hoti Hotéis. Infelizmente, como diz, “estamos ainda a meio da pandemia e é possível que os próximos seis meses sejam piores do que os seis meses anteriores”.
Sector dependente da evolução pandémica
Nesta fase e até que a situação da pandemia de Covid-19 não esteja controlada é muito difícil fazer previsões na hotelaria portuguesa. Basta referir que o feriado dedicado aos finados, aproveitado por muitos para uma escapadinha, foi colocado em causa com a proibição de deslocações no período de 30
de Outubro a 3 de Novembro. O que levou algumas associações a solicitar junto do Governo a excepção desta aplicação às reservas já efectuadas no alojamento turístico, bem como nos eventos familiares e corporativos. Esta ideia de imprevisibilidade é partilhada pelo administrador do Grupo Hoti Hotéis. Por isso, Miguel Proença revela dois possíveis cenários. “Se conseguirmos controlar o crescimento da pandemia em Portugal, será possível manter alguma procura de negócio associada ao segmento corporate e gerar alguma procura de lazer em momentos pontuais”. Mas se não for possível controlar o crescimento das infecções diárias, “não vemos como manter níveis mínimos de procura até Abril de 2021” e, nessa perspectiva, “acreditamos que muitas unidades não terão alternativa que não seja o encerramento temporário, em alguns casos acompanhados da primeira vaga de despedimentos colectivos na hotelaria”. Antero Cardoso, director de Operações em Espanha e Portugal do Grupo Accor, mostra-se mais optimista e prevê que “pouco a pouco o sector recupere”. Primeiro, como diz, “o mercado doméstico e a partir do próximo ano o mercado internacional”. Na sua opinião, o “segmento MICE, sobretudo internacional, será um dos segmentos mais lentos a recuperar”, o “lead time de reserva será bastante mais curto” e as “viagens short-break ganharão protagonismo”. Vaticina ainda que assistiremos igualmente a um “aumento progressivo da procura por produtos de bem-estar, fitness e anti-stress”.
Natal 2020 vs Páscoa 2021
Com o Natal e o Reveillon à porta mas também já com os olhos postos na Páscoa de 2021, não podemos deixar de questionar estes dois especialistas sobre as perspectivas para estas ocasiões tão marcantes do calendário de férias dos portugueses. As perspectivas para o Natal/Passagem de Ano 2020 no Grupo Accor vão depender, conforme Antero Cardoso salienta, da “evolução da pandemia Covid-19, tanto a nível nacional como nos países europeus mais próximos”, sendo, por isso, “difícil fazer uma antevisão”. A partir da Páscoa de 2021, Antero Cardoso espera “uma recuperação progressiva dos mercados europeus, tanto a nível do segmento Sol e Praia como do Turismo Cultural de Cidade”. E acrescenta que “os destinos de Interior e Natureza serão também muito beneficiados pela retoma do turismo intra-UE”. A este propósito Miguel Proença afirma que, a “existirem boas perspectivas, a Primavera de 2021 poderá trazer boas notícias para a recuperação do turismo, reforçada a partir do Verão, pelo que acreditamos que no próximo ano existam condições para que se recupere 1/3 a 1/2 da receita que se perdeu face a 2019”.
Em que ficamos?
Where we are now
Portugal entrou, no dia 15 de Outubro, em Estado de Calamidade. O que significa que, derivado do aumento do número de casos positivos de Covid-19, existem restrições de ajuntamento de pessoas para travar a propagação da pandemia. A título de exemplo, estão proibidos os festejos académicos nas universidades e nos politécnicos; os estabelecimentos comerciais têm um limite de cinco pessoas; os casamentos e baptizados estão restringidos a um máximo de 50 pessoas; e apenas 10% do público tem acesso a um estádio de futebol. Quando pensávamos que a Festa do Avante tinha batido o recorde com uma assistência de 16 mil pessoas, eis que surge a prova do Grande Prémio de Fórmula 1 com 27.500 espectadores. Quer parecer que, neste período de flagelo, a DGS tem “dois pesos e duas medidas” no que toca a eventos em Portugal.
On 15 October, Portugal declared a State of Calamity. Which means that, because of the increase in the number of cases of COVID-19, restrictions on gatherings have been put in place in hopes of halting the spread of the pandemic. For example, academic celebrations at universities and polytechnics are prohibited; commercial establishments are limited to five people; weddings and baptisms are restricted to a maximum of 50 people; and just 10% of the public has access to football stadia. Just when we thought that the Avante Festival had broken a record with 16,000 people in attendance, then came the Formula 1 Grand Prize competition with 27,500 spectators. It seems like, during this scourge, the Health Authority (DGS) has “double standards” for events in Portugal.
Ainda assim, de acordo com a AHP, 2020 deverá fechar com perdas na ordem das 70% de dormidas, ou seja, menos 40,6 milhões de dormidas. Em entrevista à Lusa, o presidente da AHP, Raul Martins, declarou que o final do ano deverá trazer à luz do dia a gélida realidade de perda de receitas hoteleiras superiores a 3,6 mil milhões de euros.
This statement regarding Summer 2020 was made by Cristina Siza Vieira, President of the Hospitality Association of Portugal (AHP), during the press conference at which the results of the association’s “COVID-19 and its Impact on the Hospitality Industry – 4ᵗʰ phase – Summer Results / Outlook for Autumn” survey were presented. This survey of AHP’s associates was conducted between 21 September and 15 October and found that, although 51.84% of the country’s hotels were closed during the month of June, only 24.65% of hotels were closed during the month of September. Even though it was foreseeable that there would be a drop in bookings and prices during the summer month, which did in fact materialise, there was one notable exception that bucked this trend: the Alentejo. In August, this region had an average occupancy rate of 71%, and this high level of demand caused the average price to go up to €150 EUR (in 2019, it was €150 EUR). The Algarve was Portugal’s second best performing region, achieving an August occupancy rate of 63%, but the average price slumped from€150 EUR in 2019 to €127 EUR in 2020. To get an idea of the dramatic effects that the hospitality industry is suffering through, all one needs to do is look at the Metropolitan Area of Lisbon (AML). This part of the country had an average occupancy rate of just 18% during Summer 2020; in 2019, this number reached 90%. The survey also revealed that the hospitality industry’s main clients during this period were, of course, the Portuguese, followed by guests from Spain, France, and the Netherlands. “The pandemic has had a gigantic negative effect on demand, and, from the very first moment it hit, we have seen governments entities make a significant effort to implement extremely important measures to help every industry linked to tourism in order to minimise social and economic pain,” says Miguel
Nevão Snow
IVA a 6% 6% VAT
A HOTREC, Food Drink Europe e Food Service Europe juntaram-se para reclamar a descida generalizada do IVA nos serviços de alimentação e bebidas. De acordo com estas entidades, esta medida pode fazer a diferença entre o encerramento e a sobrevivência do sector. Vários países já optaram pela redução do IVA, tal é o caso da Alemanha, Inglaterra, Bélgica, Grécia, Chipre, Bulgária e Lituânia. Em Portugal, a AHRESP tem vindo a reivindicar a descida do IVA para 6% de forma a poder salvar 46 mil postos de trabalho no nosso País mas até ao momento o Governo não adoptou esta medida.
HOTREC, Food Drink Europe,and Food Service Europe joined their voices to speak out against the generalised decrease in VAT on food and beverage services. According to these organisations, this measure can make the difference between whether or not the industry can survive. A number of countries – Germany, England, Belgium, Greece, Cyprus, Bulgaria, and Lithuania – have chosen to decrease their VAT. In Portugal’s case, the Hospitality, Restaurant, and Related Services Association of Portugal (AHRESP) has argued in favour of decreasing the VAT to 6% in order to save 46,000 jobs throughout the country, but, as of yet, Portugal’s Government has not adopted this measure.
Proença, CEO of the Hoti Hotel Group. Unfortunately, he explains, “we are still in the middle of the pandemic, and it is entirely possible that the next six months may be worse than the last six.”
An industry dependent on how the pandemic progresses
At this stage and until the COVID-19 pandemic is under control, it’s very difficult to make predictions regarding the Portuguese hospitality industry. Suffice it to say that the boost the industry could possibly see during the holiday dedicated to the deceased, during which many people go on short getaways, has been placed at risk due to the ban on travel between 30 October and 3 November. This ban has led some associations to ask the Government for exceptions to be made for those who have already made bookings at hotels for tourism purposes and for family and corporate events. This idea of unpredictability is shared by Proença, who describes two possible scenarios. “If we manage to control the growth of the pandemic in Portugal, we will be able to maintain some corporate-/business-related demand and generate some leisure demand at specific moments.” But if Portugal can’t
control the growth in the number of daily infections, “we don’t see how we can maintain even minimum levels of demand until April 2021,” and, should this happen, “we believe that several units will have no choice than to close temporarily, in some cases even following of the first wave of collective redundancies in the hotel industry.” Antero Cardoso, Director of Operations in Spain and Portugal for the Accor Group, is a bit more optimistic and predicts that, “little by little, the industry is recuperating.” First will be the domestic market, Cardoso explains, and, next year, the international market should come back. In his opinion, the “Meetings, Incentives, Conferences, and Events (MICE) segment, especially its international component, will be recover more slowly than others, ”the “lead time on bookings will be considerably shorter,” and “short trips will gain importance.” Cardoso even predicts that we will also see a “progressive increase in demand for wellness, fitness, and anti-stress products.”
Christmas 2020 v Easter 2021
With Christmas and New Year’s knocking at the door and with our eyes set on Easter 2021, we would be remiss if we didn’t ask these two
specialists what they believe the prospects are like for these occasions which are especially dear to the Portuguese. For Christmas and New Year’s, Cardoso says that the Accor Group has to wait to see how the “COVID-19 pandemic evolves both in Portugal itself and our closer European neighbours,” thus making it “difficult to provide a prediction.” Beginning Easter 2021, though, Cardoso is hoping for “a progressive recovery of European markets in both the Sun and Beach and the Urban Cultural Tourism segments.” He adds that “Inland and Naturerelated destinations will also benefit greatly from the resumption of intra-EU tourism.”
In this regard, Proença claims to believe that “prospects for Spring 2021 are good. It may bring good news for the recovery of the tourism industry and may even be strengthened by the following summer, so we think that, next year, there will be a chance to recover ⅓ to ½ of the revenue that was lost compared to 2019.” Even so, the AHP says that the industry will close 2020 with fewer than 40.6 million overnight stays, representing losses in the order of 70%. In an interview with Lusa, AHP President Raul Martins went on the record saying that the icy reality is that hotels will have lost €3.6 billion EUR in revenue by the end of the year.
Lá fora Reino Unido Abroad United Kingdom
Roberto Varandas O debate sobre nada The debate about nothing
Roberto Varandas
COS Capital Managing Director – Head of Europe Desde do surgimento da crise de Covid, os profissionais da nossa indústria têm estado a tentar perceber as implicações para os mercados e para os respectivos sectores, eu incluído. Algumas afirmações que tenho proferido nos últimos meses são que: a crise, na verdade, não alterou nada, apenas acelerou tendências anteriores; e que o anúncio da morte do escritório é prematuro. Para perceber a função central de um escritório temos que, invariavelmente, olhar para o papel da cidade em toda a sua glória – animação, confusão, densidade, poluição, infra-estruturas, cultura e bairros ecléticos. Nesta matéria, nunca pensei levar em conta as palavras do grande comediante – Jerry Seinfeld. Para quem não saiba, nos últimos meses, um intenso debate ocorre entre o autor/empreendedor – James Altucher e o próprio Jerry Seinfeld. Um post amplamente divulgado do Altucher intitulado “Nova Iorque Morreu… Eis as Razões”, enumera as cinco principais razões das pessoas gostarem, ou neste caso gostarem de Nova Iorque, e porque é que a cidade entrou num declínio terminal. Essas cinco razões, comuns a todas as grandes cidades que atraem população, são: Negócios, Cultura, Cozinha, Imobiliário e Ensino. O Altucher aborda todos estes aspectos e explica porque é que estão em causa devido à banda larga que promove o trabalho e o ensino remoto, a pesada fiscalidade, o elevado custo de vida e, obviamente, o Covid. Seinfeld respondeu com um animado debate numa coluna do próprio New York Times, muito embora com razões menos sustentadas e factuais, e explica porque é que Nova Iorque, e outras cidades do mundo, não irão morrer num futuro próximo. O comentário mais astuto do comediante é de que as cidades sempre se adaptaram, se ajustaram e que o vírus irá um dia desistir. Vivi em Nova Iorque em 2003 e fui exposto ao que mais avançado e sofisticado se fazia no domínio da promoção, financiamento e estruturação de investimentos imobiliários. Em Manhattan, todo o metro quadrado conta. Os custos já eram proibitivos há vinte anos e agravaram-se, e muito, desde então. O argumento central de Altucher é de que aumentar os impostos e a regulação sobre as pessoas e as empresas tem um determinado limite e os que podem vão embora, especialmente se a sua qualidade de vida diminuir. Nova Iorque e outras grandes metrópoles americanas como São Francisco, Los Angeles e Chicago têm sido muito mal administradas e sofrem o êxodo de empresas e população para centros urbanos em ascendente como Nashville ou Houston. A pergunta que se coloca é como é que estas tendências urbanas mudam as características dos escritórios? Simplesmente, um escritório é um microcosmo de uma cidade. Muitos grandes complexos de escritórios são até pequenas cidades em si e vemos muitas das mesmas pressões sobre os seus inquilinos. Vemos um sector financeiro debaixo de um mar de regulação, impostos especiais e desintermediação das empresas de fintech. Escritórios de advogados e outros serviços profissionais sofrem imposições parecidas. O Covid, curiosamente, produz forças opostas à necessidade de espaço. Por um lado, os empregadores reconhecem que nem todos os empregados precisam de estar no escritório, todos os dias, mas os que vêm, quando vêm, têm novas necessidades de espaço devido ao distanciamento social, e necessidades sanitárias. Escusado será dizer que vivemos um período muito incerto para os que investem em activos de escritórios mas potencialmente muito compensador para quem acertar na fórmula. Um efeito que ouço poucos profissionais do imobiliário referirem é a chamada “operacionalização” desta classe de activos.
Tal como com outros sectores, a flexibilidade na utilização de espaço, os serviços acrescidos e novas exigências por causa de Covid significa uma gestão mais intensiva dos espaços. Tempos houve, usando um extremo histórico, em que os contratos de arrendamento de escritórios na City de Londres tinham uma maturidade de 25 ou 30 anos, com aumentos de rendas programadas e previsíveis pelo período. Estamos a chegar ao extremo oposto com a utilização ao dia de espaço como regra. Tal como a comédia de Seinfeld se intitulava o “Programa Sobre Nada”, o debate sobre a morte dos escritórios arrisca-se a ser um debate sobre nada. Os escritórios irão adaptar-se, ajustar-se e vírus passará.
Since the outbreak of the Covid crisis, real estate professionals have been trying to understand the implications to markets and the different real estate sectors, myself included. A couple of my assertions in the past have been that the crisis has really not changed anything, rather just accelerated previous trends, and that the death of the office is premature. To examine the core of the function of an office, we invariably need to look at the function of the wider city itself in all its glorious buzz, confusion, density, pollution, infrastructure, culture and eclectic neighbourhoods. And, in this matter, I never thought I would need to take account the words of the great comedian – Jerry Seinfeld. For those unaware, in the last few months, a debate is ongoing between author/entrepreneur – James Altucher and Jerry Seinfeld himself. The widely referenced blog post titled as “NYC is Dead Forever… Here’s Why” from Altucher, enumerates 5 big reasons people like, or rather, liked New York, and why they are all in terminal decline. These 5 big reasons, common to probably every attractive city in the world are: Business, Culture, Food, Commercial Real Estate and Colleges. Altucher goes into why each of these aspects in New York have been irreparably damaged due to internet bandwidth promoting remote schooling and remote work, high taxes, high cost of living and, obviously, Covid. Seinfeld retorts with a spirited opinion column in the New York Times itself, with maybe less factual reasons why New York, and for that matter other global cities, are not dying anytime soon. The most insightful counter the comedian presents is exactly that cities always adjust, adapt, and the virus will eventually give up. I lived in New York in 2003 and had my first exposure to the most sophisticated approach to development, financing and structuring of real estate investments. In Manhattan, ever square foot counts. Costs were already prohibitive 20 years ago but got much worse over the years. The thrust of Atlucher’s argument is that if you tax and regulate businesses and people sufficiently, the ones who can, will go away, especially if their quality of life is diminished. New York and a number of large US cities such as San Francisco, Los Angeles and Chicago, have been very poorly managed with business and people moving to some of the rising urban stars like Nashville or Houston. How do these urban trends relate to the office? Well, offices are like a microcosm of a city. Many very large offices are cities in their own right and we see many of the same pressures on the occupants. The financial sector is drowning in regulation, special taxes and disintermediation pressures from fintech companies. Legal and other professional sectors service suffer from similar pressures. Covid has produced opposing forces in terms of demand for space. On the one hand, employers have had to accept that not every employee needs to come into the office everyday but those who do come in have new safety and social distancing requirements. Needless to say, this is a very uncertain period for office investors but potentially rewarding for whoever gets the formula right. One effect that I hear few industry professionals is the increased “operationalization” of the office sector, as with most other sectors. Increased flexibility to contract and expand, increased services and amenities as well as new health and safety requirements mean more intense management of the space. It used to be that, using a historical extreme, London city offices leases were as long as 25 or 30 years with predictable rent increases over the period. No more. We are approaching the other extreme with almost daily requirements being the norm. As the long-running Seinfeld comedy was labelled as the “Show about Nothing”, the death of the office is a debate about nothing. Offices will adjust, adapt and the virus will eventually relent.
Joaquim Pereira de Almeida Trump
Quando esta revista chegar até si já haverá resultados sobre as eleições nos Estados Unidos da América. O mundo aguarda que os norte-americanos corram com o vírus que se chama Trump e cuja acção afecta todos os continentes. Se isto acontecer teremos certamente um Natal mais feliz e um Ano Novo menos mau.
By the time this magazine reaches you, we should already know the results of the U.S. general election. The world is waiting for the Americans to run from this virus named Trump, whose actions affect the world over. If this should happen, we will surely have a merrier Christmas and a less bad New Year.