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Armando Moreno Director

bril, águas mil. Dizem os entendidos que o aquecimento global é o responsável pelas alterações climatéricas e que, por sua vez, o aquecimento resulta do buraco do ozono que, por sua vez é devido à poluição gasosa, resultado da produção exagerada de dióxido de carbono pelos motores e fábricas. Toda esta cadeia de motivos parece querer ocultar a verdade: o que está por detrás de tudo isto é o Homem ou, melhor, a incomensurável ambição humana que esmaga tudo à sua passagem, transformando a bola que lhe serve de casa num espectáculo de fumo e cinza. Deste modo, os tais motivos encadeados, constituem mentiras com que nos vamos entretendo e que tornam inconsequentes todas as propostas de precaução que os técnicos, dia a dia, insistem em divulgar, sem resultado. Daí que o tal Abril, águas mil

esteja em vias de ser mentira, talvez por o dia 1 ser o dia das mentiras. O que é interessante é constatar que não é só neste aspecto que os ditados populares se vão tornando em mentiras. Gordura é formosura deixou de ser verdade quando os senhores investigadores convenceram os médicos de que o colesterol elevado mata e desataram a ensinar às pessoas o que são gorduras, açúcares e fibras vegetais. Transformou-se o belo presunto em mísera proteína e lipídeo, o saboroso bolo de bolacha em glúcidos e amido, restando a alface ou os agriões como acepipes para mastigar. Gordura já não é formusura. Vale mais quem Deus ajuda do que quem muito madruga também deixou de ser verdade. Basta ver as filas de carros na sua entrada diária em Lisboa, fazer um simples cálculo para quem sai do Barreiro ou de Barcarena e concluir que quem não madruga está lixado. Quem tudo quer, tudo perde pode ser muito bonito mas está bom de ver que os senhores que tudo querem, isto é, banqueiros, seguradores, gerentes de empresas (que são os que entre nós podem querer tudo) afinal tudo ganham enquanto o Zé pagode se contenta com uns magros euros ao fim do mês. Grão a grão enche a galinha o papo está, também completamente ultrapassado: não há milho que encha o papo do portu-

guesinho, que está vazio desde o mês anterior. Devagar se vai ao longe deve ser mudado para devagar se vai ao perto, muito de vagar, a menos de 5 quilómetros à hora. E os que andam de pressa, esses é que vão parar longe, porque cada vez as Urgências dos hospitais estão mais longe. Quando canta o galo não canta a galinha. Mentira! Isso já lá vai há muito tempo. Verdade, verdadinha, às vezes já nem se sabe quem é galo e quem é galinha. Os galos já não têm crista e as galinhas acasalam umas com as outras. Qualquer dia não há pintos na capoeira. Quem casa, quer casa. Outra mentira. Quem casa ou ﬁca a viver com os pais ou tem de pagar ao Banco uma renda maior do que se fosse em casa alugada. Além disso, quer que o pai continue a trabalhar mesmo em idade de reforma para pagar as mensalidades do empréstimo ao Banco e que a mãe tome conta das criancinhas, as leve à escola, lhes lave o rabinho. Por isso, veremos se o tal ditado de Abril águas mil vai sair certo. O melhor é não fazermos conta. Aﬁnal já estamos habituados a que as promessas se não cumpram. A não ser o tal ditado: se queres conhecer o vilão, metelhe a vara na mão. E logo por 4 anos! Ao diabo a tal sabedoria popular que muito se engana... ou é enganada!

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Obesidade Mórbida M

uito se tem falado de obesidade. Os meios de comunicação invadem-nos com reportagens e artigos sobre obesidade. Expressões novas como obesidade mórbida, super-mórbida e super-super-mórbida vão fazendo parte dos escaparates noticiosos do dia-a-dia. De repente, e a reboque do resto da Europa e do mundo, o País e o Governo sensibilizaram-se para o problema da obesidade que passou a ser encarado como um problema de saúde pública. E este volta-face deveu-se, como em quase tudo, a questões economicistas. Fizeram-se contas e chegou-se à conclusão que as despesas com a saúde que o estado tem que suportar devido ao problema da obesidade são enormes e que por isso, seria mais barato prevenir ou tratar a obesidade do que as suas consequências. Estima-se que 7% dos custos em cuidados de saúde na União Europeia sejam devidos a obesidade. Em Portugal, calcula-se uma prevalência de 14% de obesos (nos E.U.A. esse número sobe para 40%). Tendo em conta que a obesidade já foi considerada como a epidemia do século XXI com uma prevalência que tem vindo a aumentar em todos os grupos etários, duplicando em

cada década, é fácil perceber que esses custos são enormes e progressivamente maiores se não se ﬁzer nada que contrarie essa tendência. A obesidade, hoje em dia, não é encarada apenas como o excesso de peso mas sim como uma entidade nosológica a que se associa uma série de outras doenças, co-morbilidades, responsáveis pela má qualidade de vida e pela diminuição da esperança de vida desses doentes. E que co-morbilidades são essas? As doenças mais frequentemente associadas à obesidade são: doenças cardiovasculares; diabetes tipo 2; aumento de incidência de determinados cancros; doenças osteoarticulares; perturbações do sono e problemas psicológicos e psico-sociais. A obesidade é mesmo um dos factores mais importantes e modiﬁcáveis de risco cardiovascular, principal causa de morte nas sociedades desenvolvidas. Todas estas enfermidades requerem tratamentos, medicação, vigilância médica em consultas, múltiplos e frequentes exames complementares de diagnóstico, internamentos e abstenção laboral. Contas feitas, são milhares de euros gastos com a saúde desses doentes. Os custos anuais em saúde dos obesos com índice de massa corpo-

Fernando Borba Gouveia Cirurgião Geral ral (IMC) >35 Kg/m2 são 3 vezes superiores aos dos indivíduos de peso normal. Tratar a obesidade, por muito caro que seja, a médio prazo torna-se inﬁnitamente mais barato. O Plano Nacional de Saúde 2004-2010 para Portugal assume que a obesidade “é um enorme problema de saúde pública, pela elevada prevalência, natureza crónica do seu curso, morbilidade e mortalidade de que se acompanha, assim como pela diﬁculdade e complexidade do tratamento.” De facto, a obesidade é um distúrbio alimentar multifactorial de alta prevalência nas sociedades desenvolvidas e subdesenvolvidas por mais paradoxal que pareça. É fácil compreender que nos países desenvolvidos, com uma oferta excessiva de alimentos hipercalóricos, com o “fast food” enraizado desde as mais tenras idades, a obesidade seja uma consequência inevitável. Nos países subdesenvolvidos a má alimentação é consequência da monotonia alimentar inerente às carências das populações. E ainda há aqueles obesos que todos nós conhecemos, que não comem nada e que até o ar os engorda!

A obesidade é uma doença de etiologia multifactorial onde estão implicados factores genéticos, alimentares, culturais, psicológicos, etc. e como tal o seu tratamento também deve ter uma abordagem multidisciplinar. Este ponto é fundamental quando falamos de obesidade mórbida. Uma coisa é querer perder 3, 4 quilos antes do verão para não se notar o pneuzinho inestético e outra coisa totalmente diferente é tratar uma obesidade mórbida com um índice de massa corporal de 40 Kg/m2. Aqui convém fazer um parêntesis e definir Índice de Massa Corporal (IMC). Trata-se de um parâmetro antropométrico que se obtêm dividindo o peso em quilogramas pelo quadrado da altura em metros, calculandose assim um valor que permite classificar o grau de obesidade: 18-25 normal; 25-30 excesso de peso; 30-35 obesidade moderada (grau I); 35-40 obesidade grave (grau II) e > 40 obesidade mórbida (grau III). Normalmente os doentes obesos já experimentaram 1001 dietas milagrosas, medicamentos vários, chás, produtos de ervanárias e inscrições em ginásios. Sempre com os mesmos resultados em yo-yo onde muitas vezes o produto final é ainda pior do que no início. Por isso, se você se insere no primeiro grupo eu diria que se pode tratar sozinho com uma dieta inteligente, exercício físico e um pouco de perseverança. Nenhuma novidade! A regra de ouro é que o “input” deve ser menor do que o “output” ou seja, deve “gastar” mais do que aquilo que ingere e aqui não há volta a dar por mais mesinhas que tome ou dietas milagrosas que faça. Resumindo e concluindo, deve comer menos e melhor do que come e fazer mais exercício físico do que

faz. Parece fácil não é? Mas a verdade é que não há segredos. Mas se você se insere no grupo de doentes com obesidade deve procurar auxílio médico especializado. Hoje em dia a abordagem clínica do doente obeso é multidisciplinar, exclusivamente médica ou médico-cirúrgica. Desfaça-se a ideia simplista e simpliﬁcadora de que existe uma cirurgia simples, eﬁcaz e milagrosa em que o doente obeso bate à porta do cirurgião, marca a cirurgia, é operado e que a partir daí começa a emagrecer até ter a silhueta sonhada e imaginada por tantos anos. Antes de ser posta indicação cirúrgica o doente deve ser observado em consulta de psicologia/psiquiatria para diagnóstico diferencial de perturbações do comportamento alimentar e do padrão alimentar assim como o diagnóstico de psicopatologias e grau de adesão ao tratamento; medicina interna para despiste e

controlo das co-morbilidades associadas; nutrição/dietética para avaliação do perﬁl nutricional e ajuste da dieta pré-operatória. Deve ser submetido a avaliação analítica geral e hormonal, avaliação cardiológica, estudo do sono e provas de função respiratória e endoscopia digestiva alta. Muitas vezes é preciso optimizar as condições gerais do doente antes de qualquer tratamento para a obesidade. Toda esta avaliação demora tempo, e convém que assim seja para ser possível avaliar o nível de adesão às consultas e o empenho no tratamento, uma vez que o tratamento da obesidade não se esgota na cirurgia e é importante que o doente perceba isso e que se mostre motivado e com capacidade para cumprir todo um programa de vigilância que se deve manter para sempre. Posta a indicação cirúrgica há que decidir qual o tipo de cirurgia. De uma maneira geral e resu-

mida existem dois grandes tipos de cirurgia: restritivas e malabsortivas. Há ainda técnicas não cirúrgicas que muitas vezes são utilizadas antes da cirurgia para conseguir perdas de peso que tornem a cirurgia mais fácil e com menos riscos. É exemplo disso o balão intra-gástrico colocado no estômago por endoscopia e que diminui a sua capacidade volumétrica e desse modo a ingestão alimentar. As cirurgias restritivas têm por objectivo diminuir o volume gástrico e desse modo a capacidade para ingestão de grandes quantidades alimentares, atingindo-se precocemente a saciedade. O paradigma deste tipo de cirurgia é a gastroplastia com banda vulgarmente conhecida como “banda gástrica”. Os casos de insucesso devem-se principalmente ao perﬁl alimentar do doente: “sweet eaters” (comedores de doces) e petisqueiros que têm elevados aportes calóricos com pequenas ingestas alimentares. As cirurgias malabsortivas têm por objectivo diminuir a superfície digestiva de absorção e assim diminuir a absorção das calorias ingeridas. São as cirurgias de “bypass” que ligam o estômago a uma extremidade mais distal do tubo digestivo retirando grande

parte do circuito de passagem dos alimentos evitando desse modo a sua absorção. Conhecidas por by-pass gástrico, já existem variantes dessa cirurgia, mas todas com o mesmo princípio. Algumas técnicas cirúrgicas combinam os dois objectivos, restrição gástrica e malabsorção atingindo perdas ponderais mais significativas e duradouras conseguindo-se reduções de 60 a 80% do excesso de peso em 12 a 18 meses. Todas essas questões são avaliadas em consulta especializada decidindo-se pela opção mais adequada para cada pessoa. Depois da cirurgia e da alta hospitalar o doente vai inevitavelmente mudar os seus hábitos alimentares e disso também está dependente o sucesso da cirurgia. Vai passar por uma série de consultas de seguimento e reaprender a comer. Vai perder peso, melhorar ou mesmo curarse das suas co-morbilidades, modificar o corpo e modificar a sua imagem corporal. Este desiderato foi sem dúvida atingido à custa de muita força de vontade e sacrifício e é essa a principal mensagem que pretendo passar. A opção pela cirurgia no tratamento da obesidade mórbida é o único tratamento efectivamente eficaz mas depende da adesão do doente. Tem que ser um projecto pessoal, consciente e com verdadeiro compromisso por parte do doente. Só assim terá valido a pena. Muitos avanços têm sido dados no campo médico e cirúrgico investigacional e brevemente surgirão mais novidades. Mas é condição sine qua non o empenho dos doentes. Duvido que venha a surgir o génio da lamparina mágica que conceda o desejo dos corpos esbeltos ao esfregar da lamparina.

As Partes do Corpo

lhos

mbora os olhos estejam sempre em primeiro plano quando duas pessoas se encontram, a sua complexa constituição passa despercebida à maioria das pessoas. Daí que nem sempre tenham os cuidados que este órgão maravilhoso merece e exige para se manter activo e em boas condições de funcionamento ao longo dos 80 ou 90 anos da vida. Não vale a pena encarecer a importância da sua acção. É, por certo, o sentido mais especializado e que mais falta faz quando destruído. Podemos compará-lo a uma máquina fotográﬁca com a sua lente de focagem, o obturador, neste caso a íris e uma câmara onde a luz entra e se projecta sobre o nervo que recolhe as impressões luminosas. Na prática, o que nos interessa saber sobre o seu funcionamento com vista a preservar o seu funcionamento é a constituição dos seus elementos mais susceptíveis a doenças ou maus tratos e que vêm a ser, sobretudo, a tal lente que toma o nome de cristalino, o obturador, que toma o nome de íris, o conteúdo da câmara, constituído pelo humor vítreo e pelo humor aquoso, e o nervo óptico onde convergem as imagens. A lente tem a função de ajustar as imagens ao foco e, por isso, está sempre a alterar o seu comprimento, cada vez que olhamos para objectos colocados a distâncias diferentes.

Isto é feito à custa de músculos e, portanto, a fadiga ou desgaste deste músculos piora a capacidade de focagem originando perturbações como a miopia. Por seu turno, a irís, que dá a cor aos olhos, tem por ﬁnalidade eliminar a luz que não deve entrar pelo seu orifício, denominado pupila, condicionando a quantidade de luz que chega ao nervo óptico. É também regulada por músculos que são sujeitos a imensa sobrecarga quando, subitamente, é lançado um feixe luminoso sobre os olhos, como acontece, frequentemente, em programas televisivos. A falta de preocupação sanitária dos realizadores, por desleixo ou ignorância do mal que provocam nos espectadores é responsável por muitos danos a nível dos olhos.

Os humores que preenchem os espaços do globo ocular desempenham funções de transporte da luz e, em caso de perturbações, dão origem à diminuição da tensão intraocular, a que se dá o nome de glaucoma. Por último, a lesão mais grave da visão localiza-se no nervo óptico, com graves possibilidades de cegueira irreparável. Diz-se que os olhos são o espelho da alma. Mas o maior ou menor cuidado com que os tratamos é o espelho da nossa responsabilidade para com o nosso corpo. Numa época em que se propala o exercício, a alimentação saudável, a vida ao ar livre, o antisstress, continua a não ser dada atenção adequada à saúde dos olhos, sujeitos a todo o arsenal de agressões. A.M.

Você e seus ossos

Joanetes O

por ﬁm, acaba por infectar. Como pode concluir-se, a pressão do sapato desermpenha um papel importante no desenvolvimento do joanete. A propósito diga-se que o nome joanete deriva do nome João, já que, sendo um nome muito popular, e o joanete surgir com frequência no calçado usado na lavoura, o tamanco, deu origem a esta denominação.

O pé foi sempre o parente pobre do organismo. Situado numa zona pouco higienizada, preocupam-se as elegantes mais com o sapato do que com o seu próprio pé. Actualmente, começa a dar-se-lhe alguma atenção, constituindo a Podologia uma especialidade com proﬁssionais preparados para o seu tratamento. De um modo simples, podemos aﬁrmar que o pé é, na verdade, um tripé: embora possa medir à roda de 40 centímetros, grande parte da superfície plantar não apoia no solo. Na verdade, são três os pontos em que o pé assenta no chão: um atrás, no osso calcânio, e dois afrente, no primeiro e quinto metatársicos. Quando os arcos entre estes pontos não existem, originam o pé chato que tanto assusta as mamãs. Mas, entre os dois apoios anteriores, isto é, a extremidade anterior do primeiro metatársico e a do quinto, existe também um arco, embora mais ligeiro que, quando se afunda alarga o pé, projectando o primeiro metatársico para dentro (em boa verdade para fora do pé), originando o joanete. Podemos, assim, dizer, que o joanete é constituído pela saliência daquele osso que, com o aperto do sapato, aumenta de volume, agravando a situação. A estes dois elementos, junta-se um terceiro: sobre o osso, forma-se uma bolsa que enche de líquido, e que,

O que fazer, perante uma situação em que as pessoas usam a expressão: é como se andasse com a cara no chão? Se o joanete já se encontra numa fase adiantada, só há uma solução que é cirúrgica. Mas pode procurar-se evitar chegar a este ponto, utilizando sapatos que não exerçam grande pressão e evitar-se o uso de tacões muito altos. Isto porque a pressão do pé, quando o tacão é muito alto, exerce-se maioritariamente sobre o apoio anterior, alargando o pé. Como se conclui, muitas das situações patológicas avançadas podem hoje ser evitadas se o cidadão se preocupar um pouco em manter o corpo em bom estado, pelo menos com o mesmo cuidado com que evita riscos no carro ou lhe meta a gasolina adequada ou, ainda, faz a revisão em tempo próprio. Porque no caso do corpo, pode não pagar a multa por atraso de revisão, mas em muitos casos, o “carro” já não tem concerto. A.M. 13

Manuel Sanches Psicólogo

a biograﬁa de Antero de Quental (1842–1891) - poeta, prosador, doutrinário, pensador polemista, da segunda metade do século XIX - haverá elementos, perguntou eu, que permitam poder aﬁrmar que o mesmo sofria de doença bipolar, que se manifesta por duas formas distintas, com episódios de depressão e com episódios de mania, alternando regular ou irregularmente? Em Antero, na sua acção politica, ideológica, social e literária, há evidentes facetas contrastantes, de polaridade. Assim, como refere A.J.Barreiros, há uma luta, sem tréguas, entre crença católica e racionalismo, entre conservantismo e ideia revolucionária, entre vida e morte. Podemos acrescentar: entre isolamento pessimista e agitação combatente, entre melancolia e exaltação. Com efeito, no capítulo VIII da História da Literatura Portuguesa, de A.J.Saraiva e Óscar Lopes, ilustres grandes investigadores, retratam Antero. A ele se referem, adjectivando-o, por um lado, de contestatário, protestativo, exaltado, entusiasmado, de temperamento irrequieto. Por outro lado, desgostado, de temperamento místico, desesperado pessimista, meditativo e solitário.

Depressão Bi polar Antero de Quental e Depressão Bi polar

Registam os conflitos pessoais de Antero, a divisão interna, os antagonismos íntimos. Questionam se Antero, ao longo da sua vida, intervenção politico-filosófica e criatividade poética, terá feito uma evolução, de uma tendência e atitude optimista para uma outra muito pessimista. Recorrem a António Sérgio que considera coexistirem as duas tendências, por ele designadas de «apolínea ou diurna» e «romântica ou nocturna», os dois Anteros. Ora deprimido, ora exaltado. Participou intensamente na academia coimbrã como «príncipe da mocidade», cognome dado por Eça de Queirós; liderou movimentos anti-repressão; jovem estudante fez oposição ao mestre Feliciano de Castilho, na célebre «Questão Coimbrã»; mentor do grupo do «Cenáculo» do qual nasceu a iniciativa das «Conferencias Democráticas no Casino Lisbonense»; bebeu nos livros de múltiplos autores clássicos e modernos, chegados da França e Alemanha; defendeu o socialismo de Proudhon (1809-1865) e estimulou a participação de Oliveira Martins num governo monárquico em oposição aos republicanos; passou pela dura experiência de operário tipógrafo sendo proprietário de morgadio açoreano por herança; vivenciou as religiosidades do cristianismo e do budismo;

adoptou duas filhas de um antigo companheiro estudantil falecido; viajou entre S. Miguel dos Açores e Coimbra ou entre Paris e Lisboa saindo também para a América. Quis viver. Procurou médicos de renome, como, em Paris, o Dr J.M.Charcot (1825-1893), famoso neurologista do seu tempo. Retirou-se, na solidão, para a praia de Vila do Conde. Tendo sofrido as perdas do Pai e da Mãe, amargurado com querelas familiares e desesperado com o futuro das filhas adoptadas internadas num Colégio, enfraquecido moral e fisicamente, acabou, em 11 de Setembro de 1891, por se suicidar, num banco do Jardim, em Ponta Delgada – Açores, ao cair da noite. No século XX, a Psiquiatra, a Psicologia, a Psicopatologia, a Neurologia muito evoluíram. Também a investigação, no campo dos medicamentos, designadamente dos estabilizadores do humor. Se, na segunda metade do século XIX, já se verificassem tais conquistas...com diagnostico atempado, o suporte de medicamentos (e a vigilância cuidadosa do doente, por alguém próximo, responsável em garantir a toma dos mesmos), e o apoio de psicoterapia, teria Antero de Quental uma mais prolongada vida?

Reeducação Psicomotora: Alguns fundamentos clínicos- Parte II

Vitor da Fonseca

Professor Catedrático da Faculdade de Motricidade Humana

Objectivos da Psicomotricidade

ada a implicação com o psiquismo, a psicomotricidade diferencia-se da motricidade, uma vez que a sua intervenção tem por finalidade, elevar as sensações e as percepções e outros componentes do funcionamento psíquico a níveis de regulação, consciencialização, simbolização, verbalização e conceptualização, aperfeiçoando por mediação do corpo, do gesto, da acção e da solução de problemas, a conduta intencional e o acto mental integrados pela linguagem interior, mobilizando e reorganizando, em paralelo, a totalidade das funções mentais, consubstanciando a unidade do ser em acção. Ao contrário da motricidade, a psicomotricidade não tem objectivos de rendimento físico, fisiológico ou performático. Nela a motricidade não é um fim em si

próprio, ela é um pretexto para atingir, modular e auto-organizar, funções mentais que a transcendem. A psicomotricidade é uma expressão cultural e não uma mera manifestação natural. Enquanto a motricidade traduz a estreita, inata e directa dependência da criança em relação ao mundo exterior, a psicomotricidade, por efeitos da actividade psíquica auto-engendrada e aprendida, que está na origem da elaboração e execução motora, impõe tal organização intencional (linguagem interior) , ao próprio mundo exterior, modiﬁcando-o e transformando-o de acordo com as suas necessidades e aspirações. A psicomotricidade neste contexto, é exclusiva do ser humano, considerado antropologicamente o vertebrado dominante, ao contrário da motricidade que caracteriza o triunfo adaptativo da maioria dos animais vertebrados. Por meio duma motricidade auto-planiﬁcada, auto-regulada e pré-organizada no cérebro, o ser humano conseguiu produzir movimentos corporais complexos e fabricar utensílios que estão na origem da cultura e dos

seus estilos de vida ao longo da evolução. A RPM, segue também na sua fundamentação, estes mesmos enquadramentos conceptuais. No ser humano, dada a libertação morfológica e funcional iniciada e provocada pela conquista da postura bípede, os músculos de relação (ditos de superfície e pluriarticulares) adquiriram ao longo da evolução, em comparação com outros animais vertebrados, novos atributos sensoriais, neuronais e proprioceptivos, através do fuso neuromuscular, do sistema háptico (sentidos cutâneos) e do sistema vestibular. Com tais novos dispositivos cinesiológicos informacionais decorrentes da motricidade, o cérebro humano expandiu-se, organizou-se e complexiﬁcou-se (desde o cerebelo e do tronco cerebral, ao sistema límbico e ao sistema cortical), em novos sistemas neurofuncionais que estão na origem do antropomorﬁsmo, no caso do desenvolvimento da criança, tais sistemas sustentam os processos de maturação subjacentes às suas aprendizagens não simbólicas e simbólicas.

Reeducação Total Com a aquisição do controlo postural; com o aﬁnamento atencional, intra e intersensorial e visuoespacial ; com a noção do corpo; com a dominância manual ; com a explosão práxica ; etc., ou seja, com uma motricidade conscientemente antecipada, o género Homo ascende à especialização hemisférica, que permitiu a emergência da fala, e domina novos tipos de interacção com os vários ecossistemas naturais e culturais. A criança herda todo este património genético, mas tem de o pôr em prática num ecossistema humanizado e mediatizado. As sensações provinda dos músculos e distintas do tacto, pela sua dupla inervação (motora e sensitiva) dão assim origem, pela primeira vez na evolução ﬁlogenética dos vertebrados, à somatognosia no ser humano, que mais não é que o modelo dinâmico interno e endógeno que antecede e dá sentido à acção humana, processo crucial ao desenvolvimento afectivorelacional da criança. É desta neo-motricidade, isto é, da psicomotricidade na sua essência mais clara, que emana o fenómeno instrumental humano (praxia), é dela que se trata quando abordamos o desenvolvimento psicomotor da criança. A praxiologia consubstancia deste modo, um processo integrado com o qual se compõe a psicogénese da criança. É este também, quanto a nós, um dos fundamentos teóricos primordiais da RPM.

A motricidade no ser humano ao contrário da dos outros vertebrados, transforma-se numa psicomotricidade, exactamente porque a contracção muscular arrasta consigo uma informação cinestésica corticalmente integrada, especificamente no lobo parietal, uma reaferência com implicação teleonómica que permite atingir uma autonomia interiorizada face às necessidades biológicas, e face ao mundo exterior. Estas raízes neuroevolutivas estão na origem de uma linguagem corporal, exclusiva da espécie humana, uma comunicação não verbal emergida dum corpo expressivo e dotado de psiquismo que esboça os contornos de uma inteligência emocional e relacional única e que está na base da manifestação de outros tipos de inteligência mais complexos e diversificados e que se aprendem mais tarde na criança por efeito da interacção mediatizada com adultos mais experientes e competentes. A acção entendida nestes moldes, constitui-se como o berço da cognição, daí a interrelação profunda das funções psíquicas com as funções motoras, interrelação essa que preside a qualquer manifestação adaptativa ou de aprendizagem. Pelo contrário, a emergência de transtornos adaptativos e de dificuldades de aprendizagem, surgida da desintegração psicomotora, tende a dar lugar a sinais de desatenção, de hiperactividade, de dispraxia, de dislexia, de disgrafia, etc..

A vida psíquica, e consequentemente, o potencial de aprendizagem, manifesta-se e materializa-se na motricidade, as causas das suas perturbações de desenvolvimento ou de aprendizagem não se vêm, mas as suas consequências em termos de motricidade e de comportamento, são óbvias. A psicomotricidade corresponde a uma formulação ideacional, ou seja, uma representação motora de nível superior que uma vez organizada psicologicamente (função ideocinética cortical planiﬁcada por meio da linguagem interior) se impõe ao mundo exterior, não dependendo dele como ocorre, por exemplo, com a motricidade animal, cuja organização é mais automática e previsível. Em síntese, a psicomotricdade procura ilustrar a evolução do ser humano e a aprendizagem na criança, na medida em que é o meio privilegiado do organismo para interagir activamente com o mundo exterior, e concomitantemente para aprender, com a ajuda do qual o indivíduo constrói a sua própria representação do real.

Raúl Venâncio Médico Estomatologista Director Clínico da Clinica Estomatológica da Costa do Sol - Parede

Entrevista

Saúde Oral P1. É hoje muito raro ter de arrancar um dente? Em que condições tem de ser feito? R: Uma das grandes conquistas nos tratamentos orais foi a valorização do dente e a sua manutenção em boca. Isto só foi possível com os avanços da endodôntia (disciplina que executa a “desvitalização” do dente) que nos permitiu salvar dentes infectados que outrora eram obrigatoriamente extraídos. Mas existe, também outro factor importante que é a consciência que o doente tem da importância do seu dente e isto deve-se a uma melhor informação e preocupação com a Saúde Oral. O facto de tentarmos preservar o dente não implica que haja situações em que ele deve ser extraído, como nos abcessos com infecção crónica, em doentes de risco (como os doentes cardíacos, renais, diabéticos ou imunossuprimidos, por exemplo), nos casos ortodônticos em que é necessário corrigir o alinhamento e oclusão dentária. As lesões promovidas pela doença periodontal, sem tratamento, levam à perda do osso que suporta o dente e, por vezes, há avulsão espontânea do mesmo.

P2. Em tais casos, quais são as consequências para os dentes vizinhos? R: A perda de um dente leva, de imediato, a uma pior qualidade de mastigação. Mas uma das consequências mais temidas deve-se ao facto de os dentes adjacentes ao espaço desdentado e dos oponentes, tentarem ocupar o espaço vazio (a Natureza tem horror ao vácuo), e esta migração, não proﬁssionalmente orientada pela Ortodontia, é feita com a inclinação e rotação dos dentes. Estas modiﬁcações podem, por sua vez, levar a uma alteração do contacto entre os dentes na posição de mastigação com a consequente lesão do(s) dente(s) e do ligamento alveolar. Numa situação posterior e mais grave, pode ocasionar uma lesão da articulação têmporo-mandibular que poderá ser dolorosa e incapacitante. P3. É crença corrente que um dente com abcesso não deve ser arrancada. É verdade? Porquê? O que fazer em tais circunstâncias, geralmente muito dolorosas? R: O bom senso clínico aconselha-nos, perante uma situação

aguda de abcesso dentário, com ou sem edema da face, não extrair o dente de imediato mas sim fazer a cobertura com antibiótico e antiinflamatório na posologia adequada e só posteriormente efectuar a extracção. Podemos ter uma actuação médica complementar, com a drenagem do abcesso, tanto por via intracanalar (dentária) ou por via da mucosa vestibular (gengival) o que leva a uma melhoria mais rápida da situação clínica. P4. Com frequência ouve-se falar em pessoas que têm os dentes do siso mal implantados, geralmente na horizontal. A que se deve esta frequência? É uma característica hereditária? R: Os dentes de siso, cronologicamente, erupcionam na segunda década da vida e terão de se localizar no espaço remanescente que pode ser reduzido. Daí a sua migração eruptiva pode estar dificultada, do que resulta um dente incluso, totalmente intraósseo ou só submucoso ou um dente semi-incluso por não ter erupcionado totalmente, ficando exposta só parte da coroa. Estas situações tendem a ser mais frequentes, dada a melhoria dos

cuidados preventivos e curativos que, por sua vez, limitam as extracções, levando a que o espaço para os sisos possa estar comprometido. Não há estudos que nos permitam afirmar a característica hereditária dos sisos mal posicionados, mas a realidade confirma que pais com sisos inclusos podem “legar” esta característica aos filhos, como um estigma. O que sabemos de certeza é que a característica morfológica dos dentes pode ser hereditária e a dimensão dos maxilares também é transmitida geneticamente, pelo que um filho resultante de um cruzamento de um progenitor com dentes grandes com o outro progenitor com maxilares pequenos tem grande probabilidade de ter dentes de siso inclusos e apinhamentos dentários nos restantes. P5. Quais são os dentes mais frequentemente afectados: os incisivos, os caninos ou os molares? Porquê? R: Depende da faixa etária. Nos jovens, depois dos 6 anos, são os primeiros molares que têm maior incidência de cárie, sendo múltiplas as razões tais como: ficam mais tempo expostos às agressões visto serem os primeiros dentes definitivos a erupcionar; a incorrecta higenização; uma alimentação rica em açúcares e, acreditem, a má informação dos pais que, por não saberem que este dente já é definitivo, negligenciam o seu tratamento porque, para eles, este é um dente para substituir. Os caninos raramente são sede de cárie dada a sal configuração de fácil higiene e de esmalte mais espesso.

Os incisivos têm uma prevalência de cárie bastante elevada e quase sempre de causa alimentar e, fundamentalmente, por falta de higiene. Há doenças que atingem o esmalte, como a amelogénese, que sem tratamento levam à destruição da coroa dentária. P6. É verdade que o açúcar faz mal aos dentes? É mesmo o açúcar que os deteriora ou a sua fermentação? R: A resposta é fácil e consensual – o açúcar faz mesmo mal aos dentes. Na realidade, são os ácidos resultantes da sua fermentação que, por aumento de acidez, levam à desmineralização do esmalte e, com o auxílio da placa bacteriana (das suas bactérias) cria uma das condições para o início do cárie dentária. P7. O que faz pior aos dentes das crianças: rebuçados ou bolhachas? R: Há factores que agravam o risco, tanto do rebuçado como da bolacha: maior adesividade do alimento agrava o potencial cariogénico pelo que as gomas são mais agressivas. Outro factor a ter em consideração é o tempo de

exposição do alimento: a bolacha consome-se mais rapidamente do que a maioria dos rebuçados, pelo que é menos agressiva para os dentes. Outro factor de grande peso é a frequência do seu consumo já que um “banquete” de guloseimas durante uma hora, seguida de uma boa e eficiente escovagem, é menos prejudicial, em termos dentários, do que o consumo durante o dia, ainda que repartido. P8. Há pessoas que dizem que tinham um dente cariado e o dentista lhe tratou ou mesmo arrancou outro. Isto é ainda possível nos nossos dias ou são histórias do passado? Se isto se dá, a que é devido? R: Pode e é muito frequente já que as condições que originam a cárie são muito semelhantes. É da nossa experiência que os dentes que foram tratados por cáries proximais (em contacto com o adjacente) ´”passam“ a cárie para o do lado, o que nos leva a reflectir sobre a intervenção profilática destas cáries, restaurando, quando há evidência de esmalte fragilizado e susceptível à cárie, das duas faces vizinhas em simultâneo.

P10. Há pessoas que vivem com o pavor da cadeira do dentista. As modernas técnicas têm feito diminuir a sua frequência? R: Falar sobre as conquistas da Odontologia moderna é, em primeiro lugar, referir que elas só foram possíveis graças aos pioneiros que abraçaram esta especialidade com arte, dedicação, sacrifício e muito estudo. Vamos referir algumas vertentes que mais evoluíram e tornaram a Medicina Oral mais “amiga” do doente: Anestesia e Analgesia – é possível efectuar tratamentos dentários praticamente indolores.

P9. O que considera ser as maiores conquistas da Odontologia moderna? R: Estas histórias de dentistas que extraem o bom e deixam o estragado, algumas bem reais outras nem tanto, são motivadas, fundamentalmente, por erros de diagnóstico, e este erro é alicerçado, habitualmente, numa descrição de sintomas dolorosos em que os doentes, pela irradiação da dor, referem-na num local distante da origem da mesma. Esta irradiação, que tem a ver com a enervação periférica dos vários ramos que têm origem num tronco comum, pode confundir o local da dor. Quantas vezes o siso inferior simula dor do ouvido, levanto o doente a pedir o auxílio do especialista de Otorrinolaringologia. Estas histórias, passadas e presentes, para não se repetirem no futuro, é fundamental um correcto diagnóstico, alicerçado num adequado interrogatório (anamnese) e observação, sendo necessário proceder a exames complementares de diagnóstico, para o conﬁrmar e assim ser reduzida a margem de erro.

Materiais – o aparecimento de materiais de restauro que simulam os dentes, tanto na cor como na consistência, tornando difícil a distinção entre o que é natural e o que é artiﬁcial. Exames Complementares – os Raios X digitais permitem-nos um diagnóstico mais rápido e minucioso. Técnicas Médicas – a prótese ﬁxa e mesmo a removível que complementam a Implantologia, permitem resolver problemas estéticos e funcionais, tendo em vista a optimização do tratamento. A doença periodontal (das gengivas) que até alguns anos tinha uma evolução que levava quase sempre à perda do dente, hoje pode ser estabilizada, melhorada ou, em grande parte dos casos, curada. A Ortodôntia e a Cirurgia Ortognática são valências que evoluíram de forma a permitir resultados estéticos e funcionais impensáveis há poucos anos atrás. Falar sobre o futuro da Medicina Oral e sobre as espectativas das investigações que actualmente decorrem, leva-me a terminar esta entrevista dizendo o que hoje é moderno o mais certo é estar ultrapassado num próximo futuro.

IMPORTÂNCIA DO EXAME CLÍNICO...

NO TÉNIS

mbora o ténis não seja considerado um desporto de massas, são inúmeros os seus praticantes, quer com espírito competitivo quer como actividade de lazer. Na maioria dos campos desportivos existem campos de Ténis que, aos fins de semana são disputados com reserva de horário pelos frequentadores praticantes desta modalidade. No primeiro caso, de prática de competição, a Lei exige o exame clínico sem o qual o praticante não pode inscrever-se em competições oficiais. Mas no segundo caso, dos praticantes ocasionais, nem sempre há o cuidado de proceder previamente a este exame, colocando em risco toda actividade, não só por deficiência física mas por propensão a determinadas lesões mais frequentes neste tipo de prática desportiva. Ao assistirmos a um desafio des-

ta modalidade, chega-se, à partida, a várias conclusões. Em primeiro lugar ressalta a exigência de uma resistência à fadiga que, em certos casos, ultrapassa o aceitável. Na verdade, as possibilidades de confronto, o número de sets pode ser prolongado e, no início da cada partida não é possível prever qual o tipo de esforço que vai exigir nem o tempo por que se vai prolongar. Em segundo lugar, pode observar-se que todo o organismo é solicitado, desde as actividades do Aparelho Locomotor às próprias actividades emotivas, promovendo uma tenção nervosa permanente. Em terceiro lugar pode ver-se que a atenção exigida, a concentração, que na maioria dos desportos é primordial, aqui atinge aspectos superlativos. Outro aspecto que ressalta é a necessidade de uma visão clara e focada a cada momento. Vários outros aspectos podem ser sublinhados, como veremos. Feito este exame sumário, vejamos quais os pontos principais a serem considerados no exame clínico de um praticante de ténis: O exame cardiorrespiratório deve ser exigente. Como vimos, o esforço despendido durante uma competição exige uma permanente oxigenação que leve aos músculos a capacidade

contráctil rápida e potente. Estas duas características do esforço muscular exerce-se, por vezes, em momentos diversos da competição, constituindo o serviço um momento de grande concentração mas também de um esforço muscular importante. O exame do Aparelho Locomotor deve começar pela coluna. A tendência dos tenistas utilizarem um dos membros superiores no serviço pode conduzir a desequilíbrios. Por isso, deve ser pesquisada a existência de uma escoliose que pode descompensar se o uso preferencial do membro for o da convexidade. Exempliﬁcando: se a escoliose tiver uma curvatura dorsal cuja convexidade olhar para o lado direito do praticante e o membro preferencial do tenista for também o direito, existe tendência para o desenvolvimento muscular deste lado, o que agrava a situação escoliótica. Mas a tradição manda que seja feito um exame especial à articulação do cotovelo. A denominação cotovelo de ténis é clássica e temerosa para os praticantes mas também para os ortopedistas visto ser uma situação em que a terapêutica não está completamente esclarecida. Não é aqui o lugar para tratar este tema, que tem feito correr rios de tinta. Crê-se que o mo-

vimento de torção do antebraço é responsável por esta patologia talvez em relação com a tensão a que os músculos epitrocleanos são sujeitos. De qualquer modo, é junto do epicôndilo que a dor se instala, com maior ou menos irradiação para os músculos que se inserem nesta extremidade do úmero. A articulação do ombro deve merecer, também, um exame minucioso, com incidências radiográﬁcas que despistem irregularidades de formação da cavidade glenóide ou da cabeça do úmero, facilitadoras de luxação recidivante do ombro. Aquilo que em linguagem popular se chama golpe de vista, desempenha na prática deste desporto um papel de grande importância. Como é servido esse golpe de vista? Não é apenas o globo ocular que intervém mas o

exame oftalmológico deve ser rigoroso no sentido de despistar desvios a necessitar de correcção. O uso de óculos na prática do ténis constitui uma diﬁculdade a que as lentes de contacto vieram dar solução. Mas o golpe de vista exige uma convergência absoluta, uma focagem imediata e, para além disto, a execução de um cálculo imediato que tem por base uma geognosia e capacidade ultra eﬁcientes. A medição imediata dos ângulos e dos limites do court de ténis, a altura da rede, a inclinação a dar à raquete, o cálculo do efeito da bola são elementos que exigem do tenista uma elevada concentração pelo que a observação psico-somática constitui um complemento essencial do exame clínico do tenista. Naturalmente, a estes exames especiais, somam-se os exames gerais indicados em todas as actividades desportivas. A.M.

Entrevista

A vida saudável de Bibá 1. Em termos gerais, costuma ter algum cuidado especíﬁco com a sua alimentação e a da sua família? Em termos gerais costumo ter algum cuidado. Tive a sorte de ter tido uma mãe que me ensinou desde pequenina a ter uma boa alimentação. Princípios básicos além da alimentação: ter uma boa auto-estima e juntar a boa autoestima a uma boa alimentação. Teve sempre cuidado a fazer o que hoje também faço aos meus ﬁlhos: nunca deixar de ter sopa em casa - a sopa é um alimento fundamental para os adultos e para as crianças, na sopa não por batatas por exemplo (uma das coisas fáceis) e depois também temos que defender que hoje, com toda essa loucura dos modelos e das magrezas, temos que ter muita atenção, mais do que a nós, pessoas mais velhas, aos miúdos, e mostrar que se deve comer de tudo um bocadinho, não em quantidades mas em qualidades. Isso não quer dizer que eu não vá ao Mc Donalds com

eles de vez em quando, mas mostrando que não é preciso exagerarem no pão, nos doces e em nada das coisas que eles sabem que podem vir a engordar e fazer-lhes mal. De resto, também é preciso dizer às crianças que têm que comer de tudo um bocadinho, se não estamos a ir de encontro aos problemas cada vez mais graves que nos temos na juventude que são as anorexias, bulemias, obesidades, transtornos emocionais enormes que acontecem exactamente na fase em que não se deve ter que é a adolescência, e que se vai propagar pela vida inteira. Quanto a mim, tive uma grande sorte que é a genética. A minha família, mãe, pai, são pessoas magras, mas também (tenho 5 ﬁlhos e 42 anos) aliado à boa alimentação, exercício físico, ou seja, cuidar de nós mas não é uma vez por ano nem 1 mês antes do verão, é todo o ano. 2. Costumam ter refeições fora de casa muitas vezes? Costumamos mas não muitas vezes, porque alem de ser uma despesa enorme (porque nós somos 7) mas não é só por aí. Eu acho que das alturas mais importantes para estarmos em família – e eu defendo muito o conceito da família a antiga, não a família moderna que hoje em dia nem se vê, nem se fala, os

pais chegam ao ﬁm de semana e não estão com os miúdos que estão um bocado sozinhos, eu sou “à antiga” nisso e acho que a parte mais importante para se estar, pelo menos em minha casa, é a refeição da noite, o jantar, porque o Fernando é médico e trabalha o dia todo, os miúdos têm aulas, eu tenho a minha vida também e portanto a hora do almoço passa e a noite para nós é importantíssimo, a hora do jantar. E então se estivermos em nossa casa podemos estar a vontade, falar, não há televisões, não há barulhos e é muito importante termos esta hora para estarmos todos. De vez em quando temos os miúdos que nos pedem “embora comer uma pizza ou ao Mc Donald’s” e damos-lhes esses

digamos rebuçados. Eles sabem que fazem mal comer muita batata frita, hamburger e pão, não quer dizer que não saiba bem porque às vezes o que faz mal é óptimo, saímos comer um gelado... não quer dizer que não se vá, mas janto mais vezes em casa. Somos bastante caseiros, somos uma família muito grande e gostamos de estar em casa. Muitas vezes até são os miúdos que trazem os amigos para casa e eu não me importo nada, quem faz uma salada faz duas, faz três, faz dez e eu acho que a família é mesmo isso. 3. No que toca a alimentação, prefere a quantidade ou qualidade? Qualidade é sempre bom, quantidade depende da fome com que se tiver! Porque há que se dizer, as pessoas pensam que porque eu sou muito magra como pouco. Não é verdade, se me agrada como bem! Agora não há dúvida que é a qualidade e eu talvez não seja o melhor exemplo porque sou um pisco! A minha alimentação é comer

muitas vezes durante o dia e pouco, mas como de tudo. Sou uma boa boca, não sou nada esquisita e como é muitas vezes e exercício físico, não sou capaz de estar parada por muito tempo, obrigo-me a andar. Hoje em dia as pessoas tem muitas alternativas, é fácil as pessoas conseguirem ir a um ginásio mas mesmo assim se tem falta de tempo, há sempre um tempo para a pessoa andar, fazer uma caminhada. Andar 20 minutos a pé durante o dia corresponde a 2 aulas de ginástica e não custa dinheiro nenhum, está-se ao ar livre e faz-se lindamente. Portanto é muito importante e continuo a defender que mais importante do que só a alimentação é o todo. Comer bem mas tratar-se, fazer exercício físico, gostar de si, estar em pleno! Eu sei que a vida é difícil e tem muito stress mas as pessoas têm que encontrar o seu caminho e ter tempo para si próprias, enﬁm, temos uma vida para viver, temos que a viver bem. 4. Já teve algum problema oriundo da alimentação ou que requeresse uma dieta especial?

Graças a Deus não. Mas faz-me sempre lembrar, eu que sempre fui muito magra, se eu sou magra hoje, quem me conhecia aos 15, 16 anos, eu era um palito, aliás era conhecida como a Olívia Palito e nunca me vi magra, vi-me sempre como uma pessoa gorda. tive foi sempre muita força e uma óptima cabeça porque eu tinha o perﬁl protótipo para ter ser anorética porque sempre achei que era gorda e nunca magra. 5. Qual o seu prato preferido e come-o com que freqüência? O meu prato preferido, preferido mesmo é o bife com batatas fritas e ovo estralado desde miúda. Agora, muita sopa, muitas saladas, iogurtes, cereais, como o que me apetece e não sou nada rígida nisso e torno a defender que se deve comer de tudo um bocadinho. Não se deve só comer saladas porque a carne vai fazer falta, não deve ser só carne porque o peixe faz falta. Portanto, um bocadinho de tudo, com contrapeso e medida e as pessoas comerem pouco e muitas vezes ao dia, acho que é a “dieta ideal”.

O Sabor da Tradição Todas as manhãs, o “Mestre dos Pastéis” inicia a sua tarefa na cozinha, concebendo uma receita única em todo o mundo. Os ingredientes certos em quantidades certas, confeccionados por mãos cuidadosas e talentosas segundo os métodos tradicionais, dão origem a aproximadamente 20 mil pequenas delícias por dia. Um, dois, três, quatro... e ao fim do dia a produção foi-se toda embora, se duvida só há uma maneira de saber, prove um, se apenas um conseguir satisfazer a sua curiosidade! De facto, a única verdadeira fábrica dos “Pastéis de Belém” consegue, através de uma criteriosa escolha de ingredientes, proporcionar hoje, o paladar da antiga doçaria portuguesa. Reza a lenda que no início do Século XIX, junto ao Mosteiro dos Jerónimos em Belém, laborava uma refinação de cana-de-açucar associada a um pequeno local de comércio variado e como consequência da revolução Liberal ocorrida em 1820, são encerrados todos os conventos de Portugal, expulsando o clero e os trabalhadores. Numa tentativa de sobrevivência, alguém do Mosteiro põe à venda nessa loja uns doces pastéis, rapidamente designados por “Pastéis de Belém”. Na época, a zona de Belém era distante da cidade de Lisboa e o percurso era assegurado por barcos de vapor. No entanto, a imponência do Mosteiro dos Jerónimos e da Torre de Belém, atraíam os visitantes que depressa se habituaram a saborear os deliciosos pastéis originários do Mosteiro. Em 1837, inicia-se o fabrico dos “Pastéis de Belém”, em instalações anexas à refinação, segundo a antiga “receita secreta”, oriunda do convento. Transmitida, e exclusivamente conhecida pelos mestres pasteleiros que fabricam artesanalmente na “Oficina do Segredo”, este receita mantém-se igual até aos dias de hoje. Ninguém resiste a passar por Belém sem provar os famosos “Pastéis de Belém”!

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Cuidamos de si para que se sinta bem Sendo o corpo humano uma máquina complexa, deve merecer a nossa maior atenção. Assim como o nosso organismo precisa de ser alimentado, o nosso corpo precisa de ser tratado. Por vezes o nosso metabolismo não consegue acompanhar o dia a dia, e o organismo vai-nos dando sinais, como sejam o stress, cansaço e em consequência a falta de vitalidade, bem como tensões acumuladas e falta de dinamismo. Todos estes sintomas podem ser minorizados através de uma alimentação saudável, do exercício físico e de cuidados estéticos. Na estética existem inúmeros tratamentos de corpo e rosto, específicos para cada situação, indo sempre ao encontro da necessidade de cada pessoa, tendo como objectivo melhorar a auto-estima, despertando os sentidos e ganhando mais e melhor energia. Hoje em dia a maioria das mulheres confronta-se com um problema, a CELULITE, que deriva, na grande maior parte dos casos, duma alimentação deficiente, sedentarismo, alterações hormonais, gravidez, entre outros. Na Starskin®, poderá efectuar uma correcta avaliação corporal grátis, sendo aconselhado o melhor tratamento para o seu caso, uma vez que o único objectivo é dar-lhe excelentes resultados. Um dos tratamentos de que dispomos na Starskin®, de combate à celulite é endermologia LPG®.

Endermologia LPG® Endermologia LPG® é um método eficaz e sem risco, para acabar com a celulite. Este aparelho revolucionário, utiliza a técnica de enrolar e desenrolar os vincos cutâneos, facilitando a reestruturação do tecido conjuntivo, estimulando a circulação sanguínea e linfática. Enquanto é exercida a ginástica cutânea, vão-se eliminando as adiposidades, tonificando e reafirmando a pele. A eliminação progressiva da celulite vai tornando a pele mais lisa, conseguindo activar as funções do organismo, sem substâncias químicas ou intervenção médica. Este equipamento sofisticado tem um comando para ser manejado pela profissional, com rolamentos motorizados, que giram acompanhados por uma sucção, vestindo a cliente um fato corporal específico para o efeito, tendo como objectivo fazer deslizar o aparelho. A velocidade ou a manobra será gerida pela técnica, de acordo com a situação a tratar. A Endermologia LPG® deixa uma sensação de relaxamento e bem estar. Entre outros tratamentos, encontramos na Starskin® envolvimentos de algas, que devido às propriedades dos micro-nutrientes das algas marinhas, alcançamse excelentes resultados a nível da tonicidade, vitalidade, regeneração e na eliminação de toxinas (drenagem), sendo também muito eficaz no combate à celulite. Porém, durante todo o ano podemos desfrutar das massagens, que consoante o método e os produtos específicos aplicados, poderá ser drenante, tonificante, modelante, anti-celulítica ou relaxante, sentindo sempre, em qualquer dos casos, a diferença. Na Starskin® todas as Profissionais estão devidamente credenciadas para efectuar os respectivos tratamentos.

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“Para manter a mente sempre limpa, nunca crie dúvidas sobre si e sobre os outros. De acordo com os seus pensamentos, assim será a qualidade dos seus sonhos. Seja como um guerreiro que avança com determinação no campo de batalha com a espada dos pensamentos positivos e dos bons sentimentos para todos. Ao manter na mente só o que é puro, as coisas velhas deixarão de o influenciar. Assim conseguirá colocar um ponto final no passado e encarar o futuro com confiança.”

Silvia Souza Estilista

Verão 2008 Mulher forte e doce

Uma apologia à mulher que enfrenta as dificuldades do dia-a-dia sem nunca perder a feminilidade e a ternura.

s novas coleções de verão estão marcadas por uma silhueta bastante feminina,sensual e luxuosa; com curvas em evidência, transparências e tecidos de caimento que se ajustam ao corpo. O contraponto surge com a estética dos anos 80, revisitada nos ombros valorizados e nas blusas generosas que se combinam com saias ou calças ajustadas ao corpo. Porém as calças mais largas e as de corte reto também ganham lugar no guarda fatos, assim como a cintura alta, marcada por cintos e faixas. A tendência retrô ainda é distinguida nos cortes trapézio em vestidos e blusas e no vinil ainda presente em cintos, bolsas, sapatos e detalhes de algumas peças. O balonné continua mas sem tanta evidência.

Para falar com Silvia: silviacsc@gmail.com Coloque as suas dúvidas, sugestões e opiniões sobre moda

Os fatos de banho estão inovados com recortes inusitados que formam desenhos geométricos no corpo. O luxo também está à beira-mar ou no banho de piscina. A liberdade é perceptível nas estampas que se fundem em combinações de riscas, poás, folhagens e ﬂorais, e nas cores que dão bastante vivacidade às roupas. Democraticamente fashion, as cores deste verão, merecem uma abordagem especial. Fica para o próximo texto! Se você ainda tem no armário os seus vestidos ﬂorais, dê uma boa espreitadela neles e prepare-se para estar na moda do verão. Porém como tudo neste mundo fashion é maquiavelicamente pensado para que nada seja exatamente igual ao que já foi um dia, esqueça o visual 100% delicado ou o estilo hippie. Faça um contraponto. Acrescente uma boa dose de cores vivas e alegres, ou combine-o com uma jaqueta desportiva ou dê um discreto toque masculino. Use a sua imaginação. Vestir-se é um estado de espírito e a mulher bonita e elegante de verdade cuida da cabeça, corpo e mente. Beijos e até a próxima! Aqui vão alguns vestidos que são uma peça-chave neste verão:

Mario Quintana (escritor brasileiro) 1906 - 1994

DEFICIÊNCIAS ‘Deficiente’ é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino. ‘Louco’ é quem não procura ser feliz com o que possui. ‘Cego’ é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores. ‘Surdo’ é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês. ‘Mudo’ é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia. ‘Paralítico’ é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda. ‘Diabético’ é quem não consegue ser doce. ‘Anão’ é quem não sabe deixar o amor crescer. E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois: ‘Miseráveis’ são todos que não conseguem falar com Deus.

E entra em cena a descida dos impostos

Economia portuguesa vai seguindo o seu caminho, por entre os efeitos internacionais devastadores da crise do subprime. De olhos postos nos euros que o QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional), háde fazer entrar no País até 2013, por conta da política comunitária de coesão económica e social, o país “económico” recebeu com moderado júbilo a descida de do IVA de 21 para 20%. No mesmo dia em que o presidente do Banco Central Europeu revelava a opinião de que o pior (da crise) ainda não tinha passado, o primeiro-ministro português anunciava aos portugueses que o controle do déﬁcit (que atingiu a histórica cifra de 2.4, nunca obtida em 30 anos de contas públicas) permite ﬁnalmente, aliviar o esforço a que os

contribuintes têm sido sujeitos nos anos mais recentes. Os especialistas desdobraramse em palpites sobre a influência que a descida do IVA terá sobre a economia e sobre o bolso dos consumidores. Chegaram apenas a uma conclusão, largamente consensual: a baixa do IVA é “um sinal positivo”. Ou seja, na prática, a influência real na Economia tende para zero. Salvam-se, ao menos, as expectativas. Indiferentes a sinais desse género, os consumidores, que viram as prestações da sua casa subirem várias vezes nos últimos anos, que não tiveram aumentos de ordenados, tendo tido vários aumentos no custo das suas vidas, e que se sentem a economia das suas famílias cada vez menos segura, reflectem nos índices de confiança as suas expectativas.

São poucas e magras. Qual é então, a expectativa criada pelo “sinal dado à Economia” com a descida do IVA? Ora, a expectativa de que, até às eleições do ano que vem, os impostos vão realmente descer! E, isso sim, é uma expectativa que pode animar a Economia. Uma expectativa à qual os contribuintes - seres muitíssimo mais inteligentes do que supõem os analistas – dão realmente valor. Entretanto, ciente de que os números do desemprego continuarão a aumentar e que a Economia não tem qualquer capacidade de “relançamento” sem investimento público, o Governo tem aprovado neste primeiro trimestre obras públicas que chegam para uma década. O novo aeroporto de Lisboa, a terceira travessia do Tejo e o TGV, três ou quatro

A saúde da economia

Inês Serra Lopes Jornalista

hospitais e meia dúzia de SCUTS chegam para relançar a construção e para alterar os números do desemprego e da actividade económica. Na verdade, bem feitas as contas, estes projectos representam em traços largos umas quatro Expo 98. Quatro! Para o ano, quando já houver estudos a serem facturados, consórcios a precisar de mão de obra, virá outra, mais que certa, descida de impostos. E, pelas minhas contas, não descerá apenas o IVA. É preciso “aliviar” os contribuintes. E isso faz-se mexendo no IRS. Porque há um paradigma fundamental da democracia: os partidos existem para chegar ao poder. E para o conservar. Veremos, no próximo ano, se o PS de José Sócrates consegue manter a maioria absoluta. Está a fazer tudo o que pode para isso.

Os Novos Caminhos da Medicina

alteração introduzida pela substituição do anterior Ministro da Saúde, ao contrário do que muitos pensam, não se limita a travar o encerramento indiscriminado das Urgências. Esse é o objectivo político imediato, que susteve o ﬂuxo de casos dramáticos e que se previa atingiram as raias da inconsciência e da irresponsabilidade. Mas o que se torna mais importante nesta substituição é que passamos de um Ministro de formação alheia à Medicina para uma médica. Esta alteração pode não resultar de imediato num benefício clamoroso mas parece indiciar um recuo na política, iniciada há vários ministérios, de entregar a gestão dos Hospitais a não médicos. Há várias décadas surgiram, um pouco por todo o País, Escolas Superiores alcunhadas de papel e lápis, por não exigirem investimentos vultuosos como exige, por exemplo, uma Escola de Saúde. As Escolas de Gestão surgiram como cogumelos, perante a aprovação e o beneplácido da Estado. Quando os licenciados começaram a invadir o mercado, primeiro em Empresas que directamente necessitavam de gestores habilitados, surgiram benefícios económicos claros e os Governos da Nação admitiram que seria de boa política económica colocar gestores à frente de toda a qualquer instituição que desse prejuízo ao Estado. Entre estas instituições ﬁguravam, claro

está, os Hospitais para onde movimentaram o olhar fixo e turvo, como o do polvo. Toca a semear gestores em todos os Hospitais, substituindo a gestão médica, menos atenta às questões económicas. Fez-se o mesmo nas Escolas de Ensino Médio, retirando aos docentes a gestão escolar. Os resultados não se fizeram esperar: do ponto de vista económico, o alvo a tingir, a curva de Gauss não deixou de subir. Do ponto de vista médico, da assistência aos doentes, verdadeira finalidade dos Hospitais, as consequências foram catastróficas. A infiltração nos Hospitais de indivíduos que não conhe-

cem a ética médica exigiu a esses gestores um período largo de impossível adaptação; mas o aspecto mais grave consistiu no facto de os gestores inquinarem a mentalidade dos agentes de Saúde, desde médicos a enfermeiros e técnicos das várias especialidades. Os próprio pessoal auxiliar, desde o pessoal de limpeza a ascensoristas, passaram a assumir a mesma mentalidade, despindo a tradicional maneira de estar, que exige, de quem trata doentes, uma postura especial que os doentes sabem, reconhecer. Lentamente, o Hospital foi evoluindo, da utilidade pública de apoio e carinho com o doente para uma instituição fria, despida dos princípios a que as proﬁssionais deveriam dar o maior valor. Parece que, aﬁnal, a nível das Escolas e Ensino Médio, a Senhora Ministra quer arrepiar caminho e dar aos docentes a responsabilidade da gestão. Será? E nos Hospitais? E tudo isto se fez em nome de uma Economia que não resultou, mas também no sonho de melhorar o funcionamento da relação tratador-doente, como se fosse possível substituir um simples gesto de carinho e a formação ética de vários anos de escolaridade por gramáticas aprendidas em qualquer Escola Superior de Gestão. Toda esta transformação foi tão subtil mas tão dramática que um Senhor Ministro, não médico, queria impor à Ordem dos Médicos a alteração do seu Código de Ética. Perdoai-lhes, Senhor, porque não sabem o que fazem. A.M.

A fundação desta sociedade estritamente familiar remonta a 1986, quando a 14 de Dezembro desse ano abre as suas portas ao público no Bairro do Rosário, a primeira das cinco Padarias/pastelarias “Sacolinha”, que já se tornaram uma verdadeira instituição da Vila de Cascais. A pouco e pouco foi conquistada a conﬁança de todos quantos tiveram oportunidade de conhecer a qualidade de uma vasta gama de produtos, onde se incluem mais de vinte tipos de pão, bolos, pastéis, folhados, tartes, miniaturas, salgados, entre outros. Este sucesso conduziu à inauguração, cinco anos mais tarde, de uma nova loja na Av 25 de Abril, seguindo-se em 1995, bem no centro de Cascais, a terceira loja na Rua da Palmeira (próximo

da Rua Direita). Mais tarde, em 1999, abre um novo balcão perto da Quinta da Marinha, na Vila Bicuda, seguindo-se alguns meses depois, um outro na Guia (junto à Boca do Inferno). Um dos segredos deste sucesso e que permitiu a expansão da nossa empresa, reside no fabrico próprio de todos os produtos, com o intuito de padronizar e garantir a sua qualidade, ﬁdelizando os seus consumidores, que progressivamente foram também criando laços de conﬁança e amizade com a mesma. Por isso, se quiser começar o seu dia a tomar um bom pequeno almoço, com o brioche ainda quentinho, café de bom lote ou então com aquele pão acabado de fazer, estaladiço, com a manteiga a derreter, bem acompanhado com

um sumo natural de frutas, verá que a completar este momento, terá um bom atendimento num ambiente acolhedor. Contudo, a nossa oferta estende-se igualmente a refeições ligeiras, bem como a satisfazer qualquer pedido decorrente da organização de cocktails, casamentos, aniversários e outros eventos. Existe um forte empenho na qualidade e melhoria contínua dos nossos serviços, para uma máxima satisfação dos nossos clientes, pois temos consciência que estas preocupações estão directamente ligadas aos bons resultados que esta empresa tem vindo a apresentar.

Fica o convite: venha visitar-nos!

Rua dos Faisões, Lote N, Aldeamento Turistico Vila Bicuda, 2750-689 Cascais Telefone: 214869117 / 214869125 Rua da Palmeira, 14 C, 2750-459 Cascais Telefone: 214830384 / 214824510 Avenida 25 de Abril, BL.D – Loja 14, Ediﬁcio Sol de Cascais, 2750-512 Cascais Telefone: 214834392 / 214824537

Avenida Gaspar Corte Real, 126, R/c Esq, Bairro do Rosário, 2750-164 Cascais Telefone: 214845141 / 214845266

Avenida Manuel Júlio Carvalho e Costa, 116 A/B, Quinta do Rosário, 2750-423 Cascais Telefone: 214841246 / 214849000

Escritório: 214849010 Fax: 214849019

“Higeia, a Deusa da Saúde” de Rubens

ubens imaginou Higeia, a deusa da Higiene, como uma dama opulenta, saudável, utilizando a cobra como sua cúmplice. Embora tenha o seio direito escondido, o seio esquerdo dá bem o sinal da sua fecundidade, no caso, as promessas que pode fazer à Humanidade. Esculápio, deus da Medicina, teria, entre uma numerosa descendência, duas ﬁlhas: Higeia e Panaceia. A primeira, deu origem à moderna Higiene, enquanto a sua irmã originou a Terapêutica, continuando o vulgo a usar o seu nome como sinónimo de tratamento. Existe, portanto, uma certa confusão de Rubens, pintando Higeia como se fosse a sua irmã, Panaceia, já que esta é que utilizaria o veneno de cobra. Rubens imaginou uma deusa serena, não muito jovem, uma

dama experiente, sabedora, que não desdenha de se enfeitar com um penteado elegante e um brinco rico, uma pérola, ingrediente também utilizado, depois de moído e misturado com vinagre como terapêutica. O próprio penteado da deusa assemelha-se a outra cobra, subtilmente disseminada entre os cabelos que permitem a liberdade do ouvido, atento aos ruídos que a rodeiam. Não é, também, uma miserável pedinte, antes exibe uma túnica rica, vermelha, da cor do sangue. A cobra enrola-se no braço vigoroso da deusa, procurando resistir à violência da extracção do veneno. Ao fundo, o céu é escuro, como o panorama sombrio dos doentes, apenas iluminado, no canto superior esquerdo, por um azul esperançoso que denota a vontade de cura. A.M. 47

Consultório Veterinário

Tenho um gato capado mas agora deram-me uma gata e não sei se posso capá-la. O que me aconselha? (Leonor Duarte, Amadora) Fazer ou não a castração é uma decisão importante uma vez que não é reversível. A minha opinião é favorável à cirurgia a partir dos 6 a 8 meses de idade. É frequente que os gatos vivam mais de vinte anos, e isso consegue-se com uma alimentação correcta, um bom maneio e evitando as principais causas de doença. Como sabemos da grande incidência em gatas, de tumores mamários e uterinos, infecções uterinas e outras afecções do aparelho reprodutor, julgo que se deve fazer a ovário-histerectomia (castração) ajudando assim a impedir o aparecimento de grande parte destes problemas. Além desta vantagem para a saúde, evitamse também as alterações de comportamento durante o cio, que em muitas gatas se torna bastante difícil. Já que fala que tem um gato castrado, aproveito para a aconselhar a utilizar uma alimentação especialmente formulada para gatos nesta situação, uma vez que poderá prevenir alguns problemas urinários frequentes em gatos castrados e mantê-lo saudável e com o peso ideal.

Tenho um casal de Golden Retriever. Cada vez que faço as compras tenho dúvidas na escolha do tipo de alimento. Falaram-me que poderei prevenir algumas doenças com a ração. É possível? (Maria Elisa, Costa de Caparica) Claro que sim. Com um alimento equilibrado pode proporcionar-lhes um óptimo estado de saúde, crescimento e longevidade, assim como prevenção do aparecimento de certas doenças. Uma boa alimentação é das coisas que mais contribui para que os seus cães vivam com saúde e alcancem a longevidade que certamente deseja. Algumas rações, permitem que o seu cão lide melhor com as sensibilidades próprias das raças e facilitam certas intervenções médicas quando necessárias. Hoje em dia já é reconhecida a inﬂuência de certos ingredientes dos alimentos em alguns problemas de saúde. Poderá encontrar nas lojas da especialidade, os alimentos que melhor satisfaçam as necessidades dos seus Retrievers. Seguramente que com uma escolha atenta, encontrará o alimento ideal, quer seja na prevenção do excesso de peso, dos problemas articulares, sensibilidade digestiva ou manutenção de pele e pelo saudável. Se os cães estão em boa forma, não estão em crescimento e ainda não são “seniores”, terá vantagens em escolher alimentos especíﬁcos para Retrievers que já se encontram disponíveis.

CAIXA DO CORREIO *

Francisco Tavares Médico Veterinário Director Clínico de Quatro Patas, Lda

Tenho um cão da raça Coker Spaniel com três anos. No último mês reparei que ele mancava. De princípio pensei que se tinha magoado mas acabei por ver que uma das unhas da pata de trás é muito comprida e enrolada, entrando na carne. O que devo fazer? Como pode evitar-se? (Mário Costa, Amadora) As unhas dos cães e gatos devem ser cortadas sempre que estejam excessivamente grandes, pelo que deverá controlar regularmente. Deve dar-se especial atenção às unhas dos “5º dedos” que uma vez que não chegam ao solo e não se gastam, crescem e enrolam-se até se introduzirem no dedo. É normal haver infecção associada, sendo necessário fazer algo mais do que cortar a unha, pelo que deverá consultar o médico-veterinário. O melhor será cortar a unha antes de chegar a esse ponto, evitando assim o problema.

A + saúde magazine ﬁca à espera de fotograﬁas dos seus animais de estimação.Também pode colocar dúvidas sobre animais, desde a sua criação a outras dúvidas que surjam. É conveniente informar sempre a idade dos cães e gatos uma vez que existem algumas situações em que poderei ser mais preciso na resposta às vossas questões - envie para quatropataslda@gmail.com

Quatro Patas Clínica Veterinária Av. Sabóia 737 Lj 2 MONTE ESTORIL Tel. 214 675 221

Quatro Patas – Cascais Cascaishopping loja 0.091 ALCABIDECHE Tel. 214 603 033

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Quatro Patas – Carcavelos Riviera Center – Junqueiro CARCAVELOS Tel. 214 576 434

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Abertura em Maio de 2008

Quatro Patas – Lisboa C.C.Colombo Loja 0501 LISBOA Tel. 217 111 358

As funções do pelo nos gatos

omo é sabido, sendo o gato um mamífero tem o corpo por coberto de pelos. Só que nem todos os mamíferos têm pelos iguais. Variam na cor, na sua distribuição, na consistência, no enrolado e no tempo de vida. A cor e sua distribuição do pelo é devida a pigmentos melânicos, eumelanina e feomelanina. Embora se saiba como esse pigmento tem origem, a partir de células chamadas melanóforos, sabe-se muito pouco o que dá origem à distribuição desses pigmentos no corpo dos mamíferos. Claro que está ligada à genética mas desconhece-se por que motivo as riscas da zebra são diferentes das riscas do tigre ou por que motivo o elefante é todo cinzento. No gato, a distribuição das listas constitui uma herança do gato selvagem, a que foram introduzidas selecções, tendentes a alargarem as listas negras. As restantes cores foram sendo introduzidas também por selecções sucessivas e, em muitos casos, como no gato da Birmânia, não se sabe ao certo como ocorreu a distribuição da pigmentação que tanto encanto lhe dá. No que refere à consistência, o pelo do ouriço caixeiro está transformado em espinhos que

o protejam dos ataques dos predadores. É certo que só 24 horas após o nascimento tomam essa consistência. O mesmo acontece no porco espinho e no tamandoá bandeira. No gato, existem pelos de consistência variadas, sendo alguns muito ﬁnos, propensos a emaranhados, enquanto outros, embora longos, permitem uma escovadela sem resistência. Quanto em enrolado, parece ser no Homem que se revelam as maiores diferenças, entre o cabelo liso loiro dos povos nórdicos à carapinha dos povos africanos. A origem do enrolar do pelo está relacionado com o modo como sai da pele: se sai perpendicular à superfície, o pelo é liso, se sai oblíquo, o pelo é enrolado. No gato não se veriﬁcam enrolamentos pois nunca foi tentado este tipo de selecção. Quanto ao comprimento, se no Homem existem pelos que chegam a atingir vários metros, permitindo a exibição da cabeleiras e barbas muito longas, também no gato se podem ver gatos de pêlo raso e gatos de pêlo longo, bem conhecidos dos criadores. Também aqui permanece o mistério: o que faz com que as pestanas e as sobrancelhas parem de crescer enquanto

a barba e o cabelo cresce quase indeﬁnidamente? Neste sector, afadigam-se os esteticistas e os laboratórios para entender o motivo, para além da Genética, que promove a calvície. Quanto ao tempo de vida do pelo varia consoante a espécie animal. No gato, devido a um processo constante de desgaste pela língua do animal, os pelos caem regularmente, dando lugar a novos pelos. Para além destas características que funcionam como elementos de defesa ou de beleza, os pelos dos gatos têm uma função digestiva. São encontradas bolas de pelos no estômago de gatos que se pensa terem uma função digestiva. Com alguma frequência, o gato expele estas bolas, provocando o vómito. A.M.

Porque a sua opinião conta! Queremos saber o que necessita para ser feliz!

escreva-nos Porque a + saúde magazine foi concebida para trazer mais qualidade e disposição às nossas vidas, queremos conhecer a sua opinião sobre os temas que gostaria de ver abordados, pessoas que gostaria de ouvir ou dúvidas que gostaria de tirar, para que, juntos, possamos descobrir tudo o que necessitamos para ser felizes! Coloque as suas perguntas sobre saúde, beleza, nutrição, lazer e bemestar, desporto, moda, veterinária, psicologia, arte, sociedade, economia, que um dos nossos proﬁssionais da área adequada irá publicar a resposta.

maissaude.magazine@gmail.com

mbora o cidadão actual tenha sobre o ambiente ideais mais ou menos claras, temos de reconhecer que a força da tradição impediu, durante muito tempo e até muito recentemente, que existisse uma consciência sobre a necessidade de preservar o ambiente. A habituação a estadios ancestrais das nossas povoações, com casas e muros degradados, o apego a calçadas esburacadas e pedregosas, o hábito das lixeiras, a sujidade das fachadas mantiveram-se entre nós até há muito pouco tempo. A confusão mórbida entre tradição e sujidade, miséria e poesia, ou o destempero de aceitar que o sanitário devia residir ao fundo do quintal, junto da corte das bestas, o recurso miserável de construir o quarto de dormir ao lado da corte para receber o aquecimento dos animais mantinhamse, neste Portugal fadista, ainda em meados do século XX. Ao som delicado e subtil do soprar do vento entre pinhais juntava-se o zunir impertinente das moscas que o constante movimento das caudas dos animais enxotava e que, nos meios ﬁnos das termas as damas substituíam pelo movi-

Gestão dos resíduos

mento considerado elegante de um instrumento a que se dava o nome de enxota-moscas. Todo este Ambiente existia sem que se desse por ele, enraizado na memória saudosista do português que tinha, como grande conquista o final imposto por lei da água-vai com que em Lisboa se anunciava o lançar dos despejos pela janela, a fim de não chover sobre um passante desprevenido. Ainda em finais do século XX, em plena capital, deambulavam cães, com ou sem coleira, semeando os passeios com os seus dejectos mais ou menos volumosos, quais salpicões caídos do cesto de compras de uma dona de casa. Temos de reconhecer que muito se fez neste sector. E temos de reconhecer, ainda, que foi a partir do Poder Central e das Câmaras Municipais que estas alterações se implementaram, que a sujidade deixou de ser uma característica portuguesa ou, pelo menos, se desenvolveu a vontade de que a nossa terra, a terra de cada um, exibisse uma face mais digna, alegre e bonita e que a capital merecesse que se cantasse, com um mínimo de verdade, o cheira bem, cheira a Lisboa. A.M. 55

ntretida com as situações que ocorrem em vários sectores da administração pública, como a Saúde, a Justiça e o Ensino Secundário, a Comunicação Social tem-se esquecido do que se passa a nível do Ensino Superior. Entretanto, processam-se transformações vultuosas que poderão, se devidamente aplicadas, prometer uma melhoria substancial na formação dos novos licenciados. É claro que a passagem da teoria à prática constitui, provavelmente, um dos maiores escolhos da vida portuguesa. Seja como for, esboça-se um esforço enorme, a nível das Faculdades e Escolas Superiores, no sentido de adaptar o ensino às exigências da Comunidade Europeia, a ﬁm de garantir emprego aos nosso licenciados em todos os países da Comunidade. O chamado Processo de Bolonha é muito exigente e há que reconhecer o enorme esforço que está a ser pedido às Escolas Superiores para se adaptarem.

Escolhas no Ensino Superior

Por outro lado, o Programa Erasmus alarga os horizontes de emprego e prepara ou tenta preparar a internacionalização dos nossos estudantes. Por isto, é primordial que cada estudante tome conhecimento destas transformações, das possibilidades que estão a ser abertas, assumindo que todas estas modiﬁcações só estarão completas com a vontade de vencer, procurando carreiras adequadas e não limitando o seu panorama de emprego a Portugal. Entre os erros que se cometem com frequência é dar ouvidos a boatos ou seguir massivamente modas. Um destes boatos reside no facto de se entender que, na área da Saúde, há proﬁssionais a mais. Embora em alguns sectores a oferta seja diminuta, o certo é que não pode o País assumir que os quadros estão completos. O que acontece é que a situação económica em que Portugal se encontra conduz a que não se abram as vagas necessárias, vivendo as populações em carên-

cia de profissionais nos vários estabelecimentos de Saúde, seja nos Hospitais seja nos Centros de Saúde. Num Portugal moderno, não faz sentido que não haja, por exemplo, um técnico de Ortóptica em cada Centro de Saúde, como seria exigida a presença efectiva de um técnico de Terapia da Fala ou de Audiologia. A esperança é a última que morre e não podemos alinhar a esperança por horizontes tacanhos que a miséria social promete. Entre nós, ainda se admite que nos Hospitais trabalham médicos e enfermeiros, esquecendo 17 profissões de Tecnologias da Saúde que estão à espera, nas Escolas Superiores de Saúde, dos jovens que aceitam, como profissão, olhar pela saúde do seu semelhante. Por isso, jovem, procura saber em que consistem estes cursos, as saídas que têm, em que consistem. Tens à tua frente uma vida profissional compensadora e gratificante. A.M.

Considera-se uma pessoa

HIPOCONDRÍACA?

realidade de a vida do Homem ter sido prolongada até uma média de 75 anos, a melhoria de vida diária oferecida pelas novas tecnologias e pela oferta de diversões e prazeres pelas organizações de espectáculos ou desportivas promoveu um apego à vida nas sociedades ditas evoluídas da civilização ocidental. Por outro lado, multiplicam-se os esforços no sentido de precaver a doença, os laboratórios afadigam-se em descobrir novos medicamentos e as descobertas cientíﬁcas na área da Saúde não param de prometer mais longevidade. A este panorama soma-se uma constante chamada de atenção de vários sectores, seja a Comunicação Social, seja a própria propaganda de medicamentos ou programas televisivos, seja os cabeçalhos dos jornais, alertam as populações para os perigos de várias doenças, dos factores desencadeantes ou dos seus desfechos mais ou menos fatais. Resulta daqui uma sociedade preocupada com a sua saúde de modo devastador, com medo de comer o que lhe sabe bem, de respirar porque o ar é poluído, sujeita a aceitar uma fatalidade quando os antecedentes familiares indicam doenças cancerígenas ou circulatórios, enfartes, ou AVCs.

Mais ou menos, a grande maioria dos cidadãos entrega-se a estas preocupações, sofre com elas sobretudo porque o socorro, traduzido numa Assistência de Saúde capaz não dá resposta adequada a todas estas ansiedades e preocupações. E o que se passa consigo? Considera-se uma pessoa hipocondríaca? Vamos, então, saber, se é uma pessoa hipocondríaca através de um pequeno teste. Vejamos como reage perante as seguintes situações:

1. Se acorda mal disposto A – Não liga B – Pensa que vai passar C – Marca consulta 2. Quando ouve alguém a contar que sofre de uma dada doença A – Desinteressa-se do assunto B – Ouve alguns passos da conversa C – Mete conversa com a pessoa e quer saber todos os pormenores 3. Quando a Televisão emite um programa sobre doenças A – Muda de canal B – Ouve, ocasionalmente C – Sabe todos os horários deste programas e não perde um 4. Se sente falta de ar momentaneamente A – Não liga B – Respira fundo várias vezes até passar C – Acha que vai morrer

5. Se o seu médico lhe receita um medicamento e lê no papelinho que pode fazer mal ao estômago A – Não costuma ler os papelinhos B – Telefona ao médico C – Não toma o medicamento 6. Se tem uma gripe A – Toma um antigripal B – Acha que é uma pneumonia C – Acha que vai morrer 7. Se o seu primo aparece com uma unha encravada A – Diz-lhe para se tratar B – Aconselha que vá ao médico C – Diz-lhe que conheceu uma pessoa que morreu disso

Atribua os seguintes valores: Respostas A = 1 pontos Respostas B = 3 ponto Repostas C = 5 pontos

8. Toma comprimidos à noite para dormir e de manhã para se estimular? A – Não B – Às vezes C – Sempre 9 – Se se pica com uma agulha A – Não liga B – Desinfecta C – Corre logo ao Hospital

Resultado: Se somar até 55 pontos é uma pessoa hipocondríaca

10 – Compra todos os livros que encontra sobre Saúde e doenças A – Nunca compra livros desses B – Às vezes C – Tem uma extensa biblioteca só desses livros

Se somar até 30 pontos é uma pessoa medianamente preocupada com a Saúde Se somar até 15 pontos, é uma pessoa desatenta

11 – Ao deitar pensa que já não acorda A – Nunca B – Às vezes C – Sempre

Horóscopo das Crianças Áries (21/03 a 20/049)

Gêmeos (21/05 a 20/06)

Leão (23/07 a 22/08)

Frase preferida: Eu vou Representa: O artista do zodíaco O que mais gosta de fazer: Começar coisas novas Como repõe as suas energias: Praticando desportos O seu maior defeito: a sinceridade cortante e explosiva A sua maior virtude: O idealismo O seu sonho secreto: Ser um herói O que se deve estimular: A constância Dicas principais para a sua educação: Procure ajudá-lo a alimentar-se com mais tranquilidade, colocando porções pequenas no prato para não mobilizar a sua ansiedade natural. Fique atento aos seus movimentos, porque o ariano adora atirar-se de cima dos lugares, não avaliando os riscos; vai estar sempre procurando por um penso rápido. Preencha o dia dele com muitas actividades físicas para que assim possa ter um soninho tranquilo.

Frase preferida: Eu falo Representa: A alegria do zodíaco O que mais gosta de fazer: Criar ideias novas Como repõe as suas energias: Nas festas O seu maior defeito: A inconstância A sua maior virtude: A observação O seu sonho secreto: Viajar e conhecer o Mundo O que deve estimular: A paciência Dicas principais para a sua educação: Procure ajudá-lo a andar com mais atenção para evitar que derrube tudo o que acha pelo caminho. Fique atenta às suas histórias para deixar claro que as mentiras não são bem vindas e sempre podem colocá-lo em maus lençóis. Fale com suavidade na hora de dormir para suprir a necessidade de companhia e ajudá-lo a ter um soninho tranquilo.

Frase preferida: Eu sou Representa: O coração do zodíaco O que mais gosta de fazer: Chamar atenção de todos Como repõe as suas energias: Curtindo um dia de sol na praia O seu maior defeito: A arrogância A sua maior virtude: A honestidade O seu sonho secreto: Ser rei por um dia O que deve estimular: A generosidade Dicas principais para a sua educação: Procure ajudá-lo a não fazer uma tragédia grega de tudo que acontece errado na sua vidinha. Fique atenta para não alimentar a sua vaidade natural, portanto equilibre os seus elogios. Dê espaço para que viva a sua liderança natural comprando fantasias dos super heróis e mostrando a diferença entre a fantasia e a realidade.

Touro (21/04 a 20/05)

Caranguejo (21/06 a 22/07)

Virgem (23/08 a 22/09)

Frase preferida: Eu tenho Representa: O banqueiro do zodíaco O que mais gosta de fazer: Viver no seu ritmo Como repõe as suas energias: No contacto com a Natureza O seu maior defeito: A lentidão A sua maior virtude: A persistência O seu sonho secreto: Curtir a vida com o que ela tem de melhor O que deve estimular: A expressão oral Dicas principais para sua educação: Procure ajudá-lo a expressar-se verbalmente com mais frequência, perguntando sempre sobre o seu dia-a-dia escolar e sobre as suas emoções. Estimule o empréstimo dos seus brinquedos, para que aprenda a não tomar posse de tudo que lhe pertence com algum exagero. Preencha o seu dia com jogos e faça massagem nas costinhas do seu ﬁlho para o ajudar a ter um soninho tranquilo.

Frase preferida: Eu sinto Representa: A sensibilidade do zodíaco O que mais gosta de fazer: Curtir sua casa Como repõe as suas energias: Brincando ao ar livre O seu maior defeito: A chantagem A sua maior virtude: O carinho O seu sonho secreto: Um mundo perfeito O que deve estimular: A independência Dicas principais para a sua educação: Procure ajudá-lo a alimentar-se comedidamente, estipulando um curto espaço de tempo entre uma refeição e outra. Não valorize em excesso os seus olhos cheios de lágrimas, porque são armas naturais de sedução. Conte sempre uma historinha antes de dormir para o ajudar a ter um soninho tranquilo.

Frase preferida: Eu analiso Representa: O organizador do zodíaco O que mais gosta de fazer: Informar-se Como repõe as suas energias: Aprendendo alguma coisa nova O seu maior defeito: A crítica A sua maior virtude: Ser prestável O seu sonho secreto: Ser perfeito O que deve estimular: A produtividade Dicas principais para a sua educação: Procure ajudá-lo a aceitar sem grande sofrimento os seus erros, ou melhor, a compreender quando algo não sai completamente perfeito. Fique atento ao seu jeitinho de estar sempre a criticar algo para que aprenda a fazer isso só na hora certa. Leve o seu ﬁlho a passear em bosques e parques para que ele possa entrar em contacto com a Natureza. Um bichinho de estimação pode diminuir a sua insegurança afectiva.

Para que os pais possam conhecer melhor os seus filhos, desde o dia do nascimento, entender o universo da criança, ajudando-a a potencializar as suas qualidades e controlar os aspectos negativos da personalidade

Balança (23/09 a 22/10)

Sagitário (22/11 a 21/12)

Aquário (21/01 a 29/02)

Frase preferida: Eu equilibro Representa: A beleza da humanidade O que mais gosta de fazer: Conciliar Como repõe as suas energias: Admirando o belo O seu maior defeito: A indecisão A sua maior virtude: A integridade O seu sonho secreto: Ser uma príncipe O que deve estimular: A escolha Dicas principais para a sua educação: Procure ajudá-lo a escolher a roupa, os brinquedos, a alimentação, sempre oferecendo duas possibilidades para que exercite a sua iniciativa. Convide sempre um amiguinho para passar a tarde em casa. Juntos, eles farão os seus exercícios de parceria. Construa uma mini biblioteca no seu quartinho para que ele desperte o gosto pela leitura.

Frase preferida: Eu entendo Representa: O Indiana Jones do zodíaco O que mais gosta de fazer: Aventurar-se Como repõe as suas energias: Viajando O seu maior defeito: O exagero A sua maior virtude: A sabedoria O seu sonho secreto: Entender o mundo O que deve estimular: O estudo Dicas principais para a sua educação: Procure ajudá-lo a aprender o sentido da palavra equilíbrio, já que é uma criança que passa o tempo todo exagerando os factos; e ensiná-lo a não revelar os segredos familiares para as visitas, já que a franqueza é o seu prato favorito. Deixe-o dormir de vez em quando na casa de algum amiguinho para que possa acalmar o seu espírito aventureiro.

Frase preferida: Eu crio Representa: O político do zodíaco O que mais gosta de fazer: Amizade Como repõe as suas energias: Praticando um jogo O seu maior defeito: A rigidez A sua maior virtude: A visão de futuro O seu sonho secreto: Ser um grande sábio O que deve estimular: A organização Dicas principais para a sua educação: Procure ajudá-lo a organizar o seu material escolar para que a sua mala não ﬁque parecida com um ﬁnal da feira. Estimule o seu gosto natural pelo conhecimento levando-o constantemente a teatros e ao cinema. Crie espaço em casa para que ele possa reunir o maior número de amigos possível.

Escorpião (23/10 a 22/11)

Capricórnio (22/12 a 20/01)

Peixes (20/02 a 20/03)

Frase preferida: Eu consigo Representa: O detective do zodíaco O que mais gosta de fazer: Adivinhar um segredo Como repõe as suas energias: Sozinho com os seus pensamentos O seu maior defeito: Ser controlador A sua maior virtude: A lealdade O seu sonho secreto: Ajudar a criar um mundo melhor O que deve estimular: A sensibilidade Dicas principais para a sua educação: Procure ajudá-lo a aprender a interagir com as outras crianças sem impor sempre a sua vontade. Aprenda a ler no seu olhar, que é por onde expressa toda sua verdade. Crie um espaço para que ele possa brincar algum tempo sozinho. Volte lá de vez em quando para conﬁrmar se não está a arquitectar uma asneira.

Frase preferida: Eu construo Representa: O executivo do zodíaco O que mais gosta de fazer: Vencer um obstáculo Como repõe as suas energias: Caminhando no meio da ﬂoresta O seu maior defeito: O pessimismo A sua maior virtude: A disciplina O seu sonho secreto: Fazer sucesso O que deve estimular: A brincadeira Dicas principais para a sua educação: Procure ajudá-lo a levar a vida pelo lado mais suave, sem assumir cada tarefa como se fosse um grande trabalho. Estimule o desporto, principalmente a natação, para que comece a “soltar” as suas emoções mais contidas. Traga amiguinhos para dentro de casa. Eles vão construir em parceria diversos tipos de coisas com os jogos de montar, o que facilita o seu desenvolvimento no convívio social.

Frase preferida: Eu acredito Representa: O mágico do zodíaco O que mais gosta de fazer: Sonhar acordado Como repõe as suas energias: Com uma massagem nos pés O seu maior defeito: A distracção A sua maior virtude: A solidariedade O seu sonho secreto: Um mundo cheio de paz O que deve estimular: O contacto com a realidade Dicas principais para a sua educação: Procure ajudá-lo a diferenciar o sonho da realidade, mostrando a diferença entre desenhos, ﬁlmes e a vida real; e elogiá-lo todas as vezes que não esquecer nenhum material na escola. Estimule a prática de exercícios, como a natação, para colocar algum limite nesse mar de emoções.

Anatomia da tradição

A história do Pinóquio faz parte do imaginário de todos nós. Criado em 1883 por Collodi, veio a percorrer o Mundo como uma das mais didácticas e pedagógicas historietas em que o recurso à exibição do acto de mentir assume aspectos de quase hilaridade, pelo crescimento desmedido do nariz.

Walt Disbey adaptou esta ﬁgura ao cinema no seu modo magistral de ilustrar histórias e os que tiveram ou têm oportunidade de apreciar este ﬁlme divertem-se com pormenores de graça, poesia e ensinamentos para a vida. Só que... Há muito que deixei de amar o Pinóquio. Subitamente, apercebi-me de que esta inocente historinha constitui o maior drama alguma vez concebido pela mente humana. É

que o Pinóquio está destinado a nunca mentir, sob pena de o seu nariz crescer desmedidamente, desmascarando-o. Assim, não pode mentir embora o desejasse e ﬁcamos a saber que não mente por coação e imposição ditatorial do seu criador. Pobre e triste destino. Não mais a visão poética do Mundo, como o poeta faz, criando o seu mundo de fantasia que, em boa verdade, não existe, consistindo numa mentira. Vive nesse mundo e

O NARIZ DO PINÓQUIO Muitas partes do corpo foram tornadas célebres por motivos vários: tradição,História, lenda. Aqui se faz referência, nesta série de artigos,à sua importância na Saúde.

nele constrói os seus sonhos e, mesmo que esteja condenado a não ser entendido, isso lhe basta: a evasão à realidade do dia a dia. Mas esse monstrinho de madeira está condenado a nunca viver esse mundo de imaginação porque tem medo de ser descoberto. Terá de se esconder atrás de uma sinceridade que o não traia e admitir que assim encontra a paz de espírito. Não gostaria de ter convivido com o Pinóquio em adulto porque, para além de não poder mentir, por imposição do seu nariz, o Pinóquio terá de exigir toda a vida que ninguém sonhe, porque ele não pode sonhar; que ninguém se eleve da vidinha rotineira e a única pessoa a quem pode mentir é a si próprio. Verá passar as grandes oportunidades que a vida lhe der, subjugado pelo medo de se denunciar. O mesmo medo que vai obrigalo a maltratar os que o rodeiam e possam querer compartilhar o seu mundo de sonho.

O Pinóquio destruiria tudo o que há de bom em mim. Para ele, as estrelas são sempre astros siderais a gravitar com leis matemáticas e as rosas não passam de um conjunto de estames, carpelos e pétalas. As abelhas nunca beijam as ﬂores e a lua nunca passará de um satélite. O Pinóquio adulto continuará a nunca mentir, não por lealdade, mas porque tem medo de se trair, resultando daí que não tem capacidade para entender quem merece essa lealdade. Em boa verdade, deveria passar o resto da vida com o nariz comprido.

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Pimentos Recheados Ingredientes

4 pimentos verdes, vermelhos e amarelos médios 2 chávenas (chá) de peito de frango cozido e picado 1 lata de milho doce escorrido 1 1/2 chávena (chá) de arroz cozido 1/4 xícara (chá) de cebolinha verde picada molho de pimenta vermelha a gosto 1/2 chávena (chá) de queijo cheddar ou ﬂamengo ralado.

Modo de Preparo

• Corte os pimentos ao meio no sentido do comprimento e remova as sementes e as partes fibrosas. • Coloque-os lado a lado, com a parte cortada para baixo, num recipiente de 20x30 cm, cubra com filme plástico atóxico, deixando uma pequena abertura e cozinhe em potência alta no microondas por 2 minutos no mínimo ou até os pimentões ficarem ligeiramente macios. Tire do microondas e escorra. • Em um outro recipiente, misture o frango, o milho, o arroz, a cebolinha e molho de pimenta a gosto. • Aqueça em potência alta no microondas sem cobrir, por cerca de 2 minutos, mexendo na metade do tempo. • Recheie os pimentos com a mistura, coloque-os lado a lado no recipiente, cubra-o e cozinhe em potência alta de 1 a 2 minutos ou até derreter o queijo e sirva.

Bom Apetite! Rendimento: 8 porções Valor Calórico: 363 calorias Valor Nutricional Carboidratos 37,5 g Proteínas 37,4 g Gorduras 07,5 g Colesterol 92,9 g Fibras 06,9 g Sódio 245 mg 68

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