Magazine 60+ # 25

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60+

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#25

Variedades - Cultura - Informações Ano III

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Formato A4 | internet livre

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S.Paulo, Julho/2021 - #25

arquivo

O Oráculo Moderno Páginas 14 e 15

A PRESENTE REVISTA TEM COMO FINALIDADE PASSAR INFORMAÇÕES PARA O PUBLICO 60+, SEM CONFLITOS DE INTERESSES E SEM FINS LUCRATIVOS.


NOSSOS PARCEIROS

USP 60+

Saúde Única, sonhos coletivos FMVZ - USP

Projeto Across Seven Seas www.acrosssevenseas.com

Cada um tem sua história e a liberdade para decidir qual caminho quer seguir, se é hora de mudar de rumo ou continuar lutando pela melhor qualidade de vida possível. Está chegando ou passou dos 60 anos, ou mesmo tem interesse pelo assunto, entre em contato e sugira histórias, cursos, eventos.

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1º/7/2021

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Jornalista Responsável

Manoel Carlos Conti Mtb 67.754 - SP


Editorial seja bem-vindo Manoel Carlos Conti Jornalista

Gosto muito, mas muito mesmo de ler e de estudar. Engraçado que nunca fui um aluno exemplar, mas sempre minhas notas eram satisfatórias para, mesmo que ‘raspando’ eu fosse aprovado. Lendo um livro de Steve Jobs, o criador de um mundo novo com a tecnologia, fiquei sabendo que ele também, como eu, nunca foi um daqueles alunos que só recebem nota 10. Uma vez ele disse: “Trocava toda a minha tecnologia por uma tarde com Sócrates”. Pessoalmente acho que eu preferia ter passado um tempo com Charles Chaplin mas, o chamado ‘pai da filosofia’ é uma grandiosíssima opção para um bate papo. Viveu entre 470 a.C.-399 a.C. nascido na Grécia, para mim um local que com certeza nasceram as maiores ideias e, talvez pelo “azeite ou pela vista do mar” (brincadeirinha) o cérebro das pessoas funcionam melhor. Seu pai era escultor e a mãe parteira. Sócrates, pelo que dizem os livros e contos era o homem mais feio da Grécia. Olhos saltados, vestes jogadas pelo corpo, andava descalço e andava pelas ruas conversando consigo mesmo. Um de seus pensamentos coincidiam com os de Jobs e acho que aí está a resposta (bingo), ideias parecidas, ambos se preocupavam com a ajuda da verdade, o indivíduo e a organização humana. Tenho assistido a hora ou outra, geralmente em meu almoço, a CPI da COVID 19 que se desenrola em Brasília e com certeza, ao menos para mim, parece uma enorme comédia e um enorme repertório de mentiras deslavadas, não melhores que os filmes de Carlitos, mas em matéria de ‘pastelão’ chegam muito perto daquilo. O meu bate papo seria mais interessante com Chaplin (1889 - 1977). Ator, diretor de cinema e teatro, escritor, ficou notabilizado por suas mímicas principalmente em seus filmes fabulosos. Mudando da Inglaterra para os Estados Unidos criou a United Arts, sua própria produtora e o curioso disso tudo é que em sua mesa, e nas suas estantes de livros encontravam-se vários e vários sobre a filosofia de Sócrates. Como o mundo dá voltas. Quem diria, principalmente meus professores que aquele moleque magrelo, cabelo cortado em casa, cheio de pintinhas pelo corpo todo poderia um dia editar uma revista reunindo tanta gente boa. Preciso ler mais!

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60+

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Parece mas não é

Páginas 4 e 5

João F. Aranha

Fernando Pessoa e seus mistérios

Páginas 6 a 9

Silvia Triboni

Superqualificado... descartado

Páginas 11 a 13

Sérgio Frug

Oráculo Moderno - CAPA

Páginas 14 e 15

Malu N. Gomes

O papel dos idosos na Pandemia

Páginas 17 e 18

Feliz Idade Sandra R. Schewinsky

Um blog a seu favor

Páginas 19 a 22

Fugir do mau humor

Páginas 23 e 24

Malu Alencar

A Lei Afonso Arinos e o racismo no Brasil

Páginas 25 e 26

Maria Eugênia

Agentes de mudança

Heródoto Barbeiro

Páginas 27 e 28

Marisa da Camara

Histórias em confetes

Páginas 29 e 30

Lairtes Temple Vidal

Instantes antes, a mudança e o depois

Páginas 31 e 32

Flavio Passaia

O Ipiranga

Páginas 33 e 34

Osvaldo Bifulco

Luto e as variações de sentimentos

Página 35

Adoção e lar temporário

Páginas 36 a 38

IPTU

Páginas 39 e 40

Transtorno de acumulaçao e prejuízos cognitivos: é possível tratar?

Páginas 41 a 44

Veterinária USP Fábio F. de Sá Thais B. Lima 60+ trabalho

Eleições

Páginas 45 a 48

Katia Brito Jane Barreto

Velhice não é doença, envelhecer é viver Produção do Arteterapia na Veia

Páginas 49 e 50

Neide Lopes

Acho que fiquei entre tempos...

Páginas 54 e 55

Marly de Souza

O Barroco

Páginas 56 a 58

Cida Barica

Seja o que vier, vevha o que vier

Páginas 59 e 61

Laerte Temple

Compatibilidade

Páginas 61 e 62

O Renascimento Pleno na Itália - Leonardo

Páginas 63 e 64

Relato do homem que viu o Lobishomem

Páginas 65 e 66

Lenildo Solano

Vícios: saia dessa ou de preferência nem entre

Páginas 67 e 68

Luiz A. Moncau

Tempos Modernos

Páginas 69 e 70

Cida Tamaro

Receitas veganas

Páginas 71 e 72

Cida Castilho

Dicas sobre café

Página 73

Ebe Fabra

Receitas culinárias dia dos namorados

Páginas 74 a 76

Noticias

Diversas

Páginas 79 a 85

Informes

Diversos

segunda capa

Manoel Conti Tony de Souza

AVISO IMPORTANTE

Páginas 51 a 53

Nossa visualizaçÂo no ISSUU tem diminuido, isso se dá por termos repassado muito pdf ao invés de pedirmos para que as pessoas vejam o ISSUU. Peço encarecidamente que prestem atenção nesse ponto uma vez que, possíveis anunciantes vão querer ver relatórios do ISSUu. Muito Obrigado a todos


Crônicas do Brasil

Parece mas não é Heródoto Barbeiro Jornalista/Historiador

Divulgar notícias falsas sobre os adversários e inimigos é tão antigo como as conquistas romanas na antiguidade. Faz parte de uma guerra psicológica hoje que consiste essencialmente em manejar toda a tecnologia com o propósito de abalar a moral dos opositores do governo. Grupos supostamente anônimos sabem da profunda influência principalmente pelas possibilidades quase ilimitadas do seu uso como arma para desmoralizar os adversários, assassinar reputações de pessoas, entidades e empresas. É um vale tudo que chega através principalmente no compartilhamento das redes sociais, e muita gente se esquece de se perguntar se o que está alí é verdade ou não e na dúvida … compartilhar. Os romanos infiltravam pessoas no campo do inimigo para criar cizânia, desinformação e confusão no exército inimigo. As novas tecnologias dificultam ainda mais as autoridades de identificar quem são os produtores e divulgadores de fake news e responsabilizá-los na justiça. Para montar um centro irradiador de notícias falsas é preciso sigilo, um número limitado de operadores, um local indeterminado, mas de grande alcance populacional. É exigido um alto grau de perfeição para que o público acredite no que está sendo divulgado e para isso há um treinamento especial para selecionar os temas mais impactantes e mais difícil de serem checados pela audiência. Tudo fantasiado de verdade. Pelo menos é assim que age o exército do Tio Sam. A questão moral de se financiar uma geradora de fake news está fora de cogitação, é o vale tudo uma vez que o mundo está mergulhado na Segunda Guerra Mundial. O comando americano na Europa decide implantar em Luxemburgo uma emissora que usa a mais recente tecnologia do rádio para instalar uma

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Foto: blog do Colunista

emissora destinada a confundir os nazistas que resistem ao avanço das forças Aliadas. Nasce a Operação Annie. Ela se apresenta falsamente como uma rádio militar alemã, patriótica, com tendências independentes e propagadora de notícias falsas para confundir o exército inimigo. Ela é inaugurada em 1944 e funciona até o final do conflito, quando o Reich é definitivamente derrotado em maio de 1945, com a chegada das tropas soviéticas que tomam a capital Berlim.

Acordo Obsoleto, Durmo Atualizado www.durmoatualizado.com.br

Seniors ativos, curiosos, empreendedores e eternos aprendizesUm blog com dicas fáceis e diversas desde cortar custo de aquisição de remédios, como tirar uma ideia da cabeça e tornar-se um projeto a aplicativos que facilitem o seu dia a dia. Desenvolvido por Marcelo Thalenberg colunista do Magazine 60+

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Contos II

Fernando Pessoa e seus mistérios

Fotos: EBC

João F Aranha

Cidadão e Repórter

“O poeta é um fingidor Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente”

Fernando Pessoa (1888/1935), maior poeta português, mestre das sensações e emoções, teve uma vida que foi muito além de suas obras publicadas. Dotado de uma personalidade intrigante, viveu inúmeras circunstâncias e experiências, exercendo as mais variadas profissões, nos seus breves 47 anos de existência. O mistério dos seus heterônimos, com certeza, ainda é palco de discussões e interpretações, mas os que assim o fazem esquecem-se que o próprio Pessoa deixou claros indícios do porquê e da necessidade que sentia ao criar seus heterônimos. Comecemos, no entanto, por o que dizem e tentam explicar as diversas correntes de pensamento. Provavelmente o poeta não se submeteu a nenhum tipo de análise, mas com base na sua história de vida e nas suas obras, psicólogos de várias correntes costumam coincidir seus diagnósticos, ou seja, seus heterônimos seriam fruto de uma personalidade esquizofrênica, própria de alguém que tem uma necessidade inarredável de transpor a linha do que é real e do que não o é, onde alucinações e delírios são comuns. Numa época em que o espiritismo estava muito em voga, Pessoa nunca escondeu que realizavam sessões mediúnicas em sua casa, com

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a participação de sua mãe, uma tia e dele próprio. Isso bastou para a corrente espírita explicar que as obras de seus heterônimos seriam de espíritos desencarnados, que se utilizavam da psicografia, ou seja, uma capacidade de captar sons e mensagens vindas de uma outra dimensão, bem conhecida de nós, brasileiros, através das psicografias de Chico Xavier. Para o povo mais simples de Lisboa, o poeta, contumaz apreciador de charadas e jogos de adivinhação, não passaria de um humorista que gostava de jogar e brincar com seus leitores. Já os comerciantes, conhecedor de suas atividades paralelas - que iam desde inventor, agente de turismo e propagandista - diziam que se tratava de bem calculada jogada de marketing, no sentido de se tornar mais conhecido e vender mais suas poesias. A classe literária, sua contemporânea, não ficou de fora e deu também sua explicação: Pessoa, por ter passado nove anos de sua vida na África do Sul, então colonizada pelos ingleses, teria criado seus heterônimos para se libertar da rígida educação inglesa, adotando personagens fictícios visando, através deles, liberar uma explosão de sentimentos até então reprimidos. Voltemos à Pessoa e àquilo que ele mesmo diz. Quando criança, diz ele, sempre teve uma tendência para criar em seu entorno um mundo fictício, cercando-se de amigos que nunca existiram. Entre os seis e sete anos, o poeta passa por difíceis situações familiares com a morte do pai e de um irmão de apenas um ano. Cria então para lhe fazer companhia o seu primeiro heterônimo, o Chevalier de Pas, que lhe escreve cartas. É da mesma época, aos seus sete anos, a escrita de sua primeira poesia. Em 1915, com então 27 anos, começa uma intensa atividade de seus heterônimos e explica: “Com uma tal falta de gente coexistível, como há hoje, que pode um homem de sensibilidade fazer senão inventar os seus amigos, ou quando menos, os seus companheiros de espírito.” Nascem assim Alberto Caieiro (mestre de todos/sensações predominando sobre a razão/amante da natureza/ versos livres e sem rima, retratando um desapego que chegam perto da tradição budista). Álvaro de Campos (autor moderno, simbolista/ engenheiro, culto e viajado, típico do homem das grandes cidades/ autor da famosa “Tabacaria”). Ricardo Reis (médico, culto, autor clássico/melancólico/mitológico/equilibrado entre a razão e o sentimento/ único heterônimo que não morreu enquanto Pessoa vivia). Bernardo Soares (semi-heterônimo, graças a sua proximidade de temperamento com seu criador/realista/observador do cotidiano/vive em afastamento e entrega ao sonho/autor do Livro do Desassossego, obra fundadora da

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ficção portuguesa). Pessoa admitia que havia em sua personalidade uma tendência orgânica e constante para a despersonalização e para a simulação, mas advertia que estas tendências se limitavam às suas obras, não se manifestando na sua vida prática. Dizia ainda ser um poeta dramático e que tinha a exaltação íntima do poeta e a despersonalização do dramaturgo. Finaliza confessando que pôs em cada um de seus heterônimos um profundo conceito de vida, diverso em todos os três, mas em todos gravemente atento à importância misteriosa do existir. A exemplo de Leonardo Da Vinci, Fernando Pessoa mantinha inúmeros manuscritos e anotações de todos os tipos. Há coleções de antologias, poetas de várias nacionalidades que são selecionados por uma classificação própria inovadora. Poesias, diz ele, não devem ser classificadas conforme sua forma e essência, mas sim com a sua inspiração, com respeito ao objeto que a inspirou, como o amor e a natureza. Costumava também colecionar provérbios portugueses, achando-os tão instigantes que os traduziu para o inglês, esforçando-se para que, na tradução, não perdesse o sentido. Sua biblioteca era variadíssima: Havia livros de religião, de filosofia, da maçonaria, escritos de Einstein, do filósofo indiano Krishnamurti, uma edição do Kama Sutra e, entre outros, inúmeros livros policiais. Gostava de criar e decifrar enigmas, elaborar palavras cruzadas com o pseudônimo de Alexander Search, muitas das quais publicadas nos jornais de Lisboa, além de desenhar e fazer caricaturas bem representativas. O poeta tinha uma estranha fixação por narizes, sobre os quais dizia saber tudo sobre uma pessoa. Ainda há muito a se descobrir sobre Pessoa. Alguns estudiosos dizem que haveria ainda mais de 170 heterônimos, mas pelo menos um deles é especial. Trata-se da Íbis, ave sagrada do Egito antigo, que seria a encarnação do deus Toth. O poeta publicou alguns poemas considerando essa ave, cuja cabeça e pescoço é desprovida de penas e tem um bico largo e encurvado ( talvez uma caricatura de como Pessoa se via) como autora. A correspondência que Pessoa mantinha com sua amada Ofélia, costumava ter a marca da ibis tanto como remetente quanto destinatária. Outra vertente bem acentuada do poeta português se inclinava para o ocultismo.Adorava a astrologia e fazia cálculos minuciosos. Elaborou não só o seu mapa astral como também o mapa do momento da sua concepção. Pessoa mantinha intensa correspondência com Aleister Crowley, ocultista, mago e escritor inglês, autor, entre outros, do cultuado Hino a Pã. A amizade come-

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çou quando Pessoa corrigiu o mapa astral de Crowley, que havia sido publicado. Além da correção, o português fez uma série de considerações que impressionaram fortemente o esotérico inglês. Desse contato nasceria um acontecimento bizarro, que nunca foi devidamente explicado. Em 1930, Crowley e sua companheira, uma jovem alemã de 19 anos, desembarcam no porto de Lisboa e são recepcionados por Fernando Pessoa. A partir daí, fatos dos mais estranhos se sucedem culminando com o desaparecimento do mago. Crowley deixa uma carta misteriosa dirigida à sua companheira sendo encontrada por um repórter na Boca do Inferno, no litoral de Cascais, local conhecido por muitos suicídios. A carta sugere que ocorrera um suicídio. As dúvidas persistem: Suicídio, assassinato ou uma fraude? Pessoa, que acompanhará Crowley em todos os momentos de sua estada em Portugal, é alvo de uma entrevista que, dizem, foi montada pelo próprio poeta que se encarregou de fazer as perguntas e dar as respostas. Na entrevista Pessoa analisa as várias possibilidades mas não conclui absolutamente nada, deixando uma interrogação no ar. A farsa terminaria com a ressuscitação de Crowley, um ano depois na Alemanha. A dúvida que fica é qual seria o papel de Fernando Pessoa nessa farsa? Será que ele contribuiu para o engodo, colaborando com o inglês que objetivava sumir por uns tempos? Ou tudo seria apenas parte de um enredo de um livro policial que ele gostaria de escrever? Pessoa já havia se metido em enrascadas anteriores. Quando a Coca-Cola foi lançada em Portugal, o poeta fazia bico numa agência de publicidade. Encarregado de fazer um slogan para o refrigerante, sugeriu e foi aprovado o seguinte: “Primeiro estranha-se. Depois entranha-se.” Como havia no produto o nome “coca” e depois do slogan misterioso que já começara a ser distribuído aos meios de comunicação, as autoridades sanitárias viram na bebida um componente tóxico que acabou com a proibição da bebida em Portugal por quase meio século. De qualquer forma Pessoa não estava muito errado pois, como sabemos, a Coca-Cola se tornou febre de consumo em todo o mundo. Entre outros mistérios, Fernando Pessoa nos deixou mais um, uma frase que segundo ele havia aprendido com velhos marinheiros: “Navegar é preciso; viver não é preciso”. Há, como sempre, muitas interpretações, mas vamos deixá-la como uma charada pessoana para os leitores decifrá-las, já que por se tratar de vida, cada um tem a sua.

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Mudança de Hábito

Super qualificado... e descartado Silvia Triboni Viajante Sênior e Repórter 60+

Projeto Across Seven Seas www.acrosssevenseas.com

“Super qualificado” é o código corporativo para “muito velho”, “muito caro” ou “muito sem imaginação”. E, provavelmente, “descartado” nos processos de recrutamento. É uma afirmação chocante que, entretanto, vem nos leva a profundas reflexões e grandes desafios caso precisemos enfrentar situações em que nos coloquem diantes destas “provocações”. Quem aborda muito bem esta questão em seu site Wisdom Well é Chip Conley, que para além de confirmar a existência deste preconceito, oferece orientações aos candidatos maduros para como se saírem bem ante tal afirmação. Quem é Chip Conley Chip Conley é um raro e criativo empreendedor norte-americano e autor de best-sellers do New York Times. Aos 26 anos, ele fundou a Joie de Vivre Hospitality (JdV), tendo transformado um motel na segunda maior marca de hotéis boutique da América do Norte. Após dirigir a JdV por 24 anos, foi procurado pelos jovens fundadores da Airbnb para que o ajudassem a transformar sua promissora start-up na marca de hospitalidade líder mundial. Chip atuou como Chefe de Hospitalidade de Estratégia Global do Airbnb por quatro anos e hoje atua como Consultor Estratégico de Hospitalidade e Liderança da empresa. Inspirado no trabalho dos famosos psicólogos Maslow e Frankl, os livros de Chip, “PEAK” e “Emotional Equations”, compartilham suas teorias sobre transformação e significado nos negócios e na vida. Seu livro, “Wisdom @ Work: The Making of a Modern Elder”, foi inspirado por suas experiências pós-50 anos como mentor e estagiário inesperado no Airbnb. Fundou a Modern Elder Academy (MEA) - a primeira es-

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cola de sabedoria para os 50+ do mundo, localizada no México e nos EUA. “MEA oferece um ambiente para as pessoas reinventarem a meia-idade como um momento de aprendizagem, crescimento e transformação positiva por meio de workshops imersivos e licenças sabáticas.” Como eu devo agir para não ser tratado como superqualificado … e descartado posteriormente? Em sua publicação intitulada “Overqualified...Under-appreciated” Chip afirma que na maioria das vezes estas “pressuposições” colocadas em processos de recrutamento se relacionam com a idade. Em sua opinião, diz ele que, em primeiro lugar, “É o candidato a emprego, e não a empresa, que precisa determinar se ele é superqualificado, ou não.” e adiciona: “O fato é que a maioria das empresas deveria querer alguém superqualificado, especialmente se esse talento tiver um preço justo.” Além do mais, diz ele, “É o candidato a emprego, e não a empresa, que precisa determinar se ele é superqualificado, ou não.” Em seu livro Wisdom@Work, Chip Conley detalha uma variedade de mitos ou estereótipos sobre sêniores no trabalho, além de inúmeros insights e sugestões para nos ajudar a sermos um Modern Elder. Para que saibamos o que dizer a um entrevistador que nos chame de “superqualificado”, Chip nos traz algumas orientações vindas de um recrutador de executivos amigo seu: Três atitudes a tomar em uma entrevista se ouvir a palavra “superqualificado”. “1. Em primeiro lugar, se você conseguir uma entrevista em pessoa, ou por vídeo, (já tendo passado por alguns dos filtros relacionados à idade), mostre-se apaixonadamente interessado na vaga e com muita curiosidade. Como o recrutador me disse, esse tipo de energia é atemporal e eterna, ou como ele disse: “Eles não vão necessariamente notar suas rugas porque ficarão muito impressionados com sua energia e paixão.” 2. Se eles disserem, ou sugerirem, que você possa ser “superqualificado”, considere se isso está correto e se este trabalho específico é mesmo o que você quer. Por outro lado, se você está simplesmente procurando “estar dentro desta empresa”, deixe isso claro para os recrutadores. Resumindo, gerencie as expectativas. 3. Considere dizer o seguinte, sem ser muito arrogante ou confrontador: “Não acho que eu seja superqualificado, mas eu poderia ser subestimado. Eu sou o que eles chamam de “modern elder” alguém

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tão curioso quanto sábio, e posso oferecer uma “produtividade invisível” o que significa tornar melhor as pessoas ao meu redor. Além disso, conforme evidenciado no estudo do Google’s Project Aristotles, a variável mais comum das equipes mais bem-sucedidas é a “segurança psicológica” e, devido a nossa Inteligência Emocional ser crescente ao longo de nossa carreira, trabalhadores mais velhos como eu são adequados para criar equipes muito eficazes. ” Chip ainda alerta: “Claro, você vai parafrasear e tornar a linguagem sua, e não tenha medo de falar a sua verdade.” Projeto Aristóteles da Google Chip Conley menciona em seu artigo o Google’s Project Aristotles, um estudo realizado por seus pesquisadores para descobrir os segredos de equipes eficazes na Google. Chamado de Projeto Aristóteles - um tributo à citação de Aristóteles, “o todo é maior do que a soma de suas partes” (já que os pesquisadores da Google acreditam que os funcionários podem trabalhar mais e melhor juntos do que sozinhos) o objetivo desse projeto era responder à pergunta: “O torna uma equipe eficaz na Google? “ Para saber mais do Projeto Aristóteles citado por Conley na internet E, não deixe de ler o livro “Wisdom @ Work: The Making of a Modern Elder”, e acompanhar as publicações de Chip Conley subscrevendo a Wisdom Well que recomendo, pois sempre traz insumos muito positivos para as nossas vidas sêniores.

O trabalho de Sandra Regina Gomes na defesa dos direitos humanos da pessoa idosa remonta a décadas, e junto aos órgãos públicos vem atuando na execução prática de todo a legislação brasileira destinada ao interesse dos adultos mais velhos desde os primeiros diplomas legais promulgados para esta finalidade. Sandra é Fonoaudióloga, formada pela PUC-SP, titulada Especialista em Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Mestre em Gestão e Políticas Públicas na Fundação Getúlio Vargas (SP). Diretora da Longevida, consultoria na área do Envelhecimento. Coordenou a Políticas Públicas para Pessoas Idosas na Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo, regulamentou o Fundo Municipal do Idoso, criou a Escola de Conselhos “Professor Paulo Freire” e elaborou o Plano Municipal Intersetorial de Políticas Públicas para o Envelhecimento. Esteve Coordenadora-Geral dos Direitos do Idoso da Secretaria dos Direitos Humanos, Governo Federal e Conselheira do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso (CNDI). Coordenou a Política da Pessoa Idosa na Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social da Prefeitura de São Paulo. Criou o Disque 100 – Módulo Idoso, regulamentou a Lei do Fundo Nacional do Idoso e elaborou o decreto presidencial Compromisso Nacional de Envelhecimento Ativo. Esteve consultora da Secretaria Estadual da Saúde na implantação do Programa São Paulo Amigo do Idoso. Responsável por Programas e Campanhas de Prevenção de Quedas e Acidentes Viários com Pessoas Idosas em 18 Estados brasileiros. Docente em inúmeras Universidades do Brasil. Membro da Associação Brasileira de Gerontologia. Nesta conversa rica e amorosa, Sandra me contou sobre a sua trajetória de vida e sobre como ingressou na área do envelhecimento, em especial no serviço público brasileiro. Detalhou o histórico de sua iniciativa de criação do movimento Sou Mais Sessenta no âmbito da Prefeitura do Município de São Paulo, que posteriormente veio a contar com a parceria do Metrô de São Paulo. Assista esta bela entrevista, conheça Sandra e comente. (link na bio) Contatos Longevida Consultoria: ☎️ 11 36756601 📱 11 992156734 https://www.instagram.com/p/CQlR7kHpYgi/?utm_medium=share_sheet

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Cultura Geral

O oráculo moderno Sergio Frug

Por que as pessoas vão às cartomantes? Sabemos que os antigos heróis visitavam oráculos em busca de orientação divina para as suas empreitadas. E uma orientação assim preciosa é algo que certamente não se pode desprezar. Mas os oráculos falavam de forma simbólica, metafórica, muito pouco objetiva para aquilo que buscam os “heróis modernos” – nós mesmos, que lutamos no dia-a-dia contra a insegurança e a dificuldade generalizada de sustentar a vida. O que mais vejo no consultório de Astrologia são pessoas querendo saber se isto ou aquilo vai acontecer, ou se isto ou aquilo vai dar certo. Será que um mapa de Revolução Solar, ou uma boa aplicação da Astrologia Horária conseguem fazer com que aquilo que queremos aconteça ou dê certo? Será que os heróis antigos buscavam oráculos para saber antecipadamente se iam sobreviver às difíceis tarefas que seus impetuosos destinos lhes impunham? E finalmente, no afã de satisfazer o cliente, será que nós que oferecemos consultas; nós, as cartomantes, os astrólogos, tarólogos e leitores dedicados dos mais diversos oráculos, não acabamos criando ilusões em lugar de encaminhar orientações preciosas? Entendo que no mundo moderno precioso é oferecer algo que possa ser compreendido, integrado e desenvolvido como um novo talento, uma nova aptidão, um rumo mais adequado para o momento de vida, ou ainda sugestões de propósitos que façam mais sentido para o Ser individual e único que nos consulta. Orientações preciosas são diferentes de respostas precisas – o que parece ser aquilo que em geral os clientes querem, tipo “vou casar esse ano?”, ou “quando vou conseguir vender a minha casa?” Sem dúvida há como responder a essas perguntas, mas não de forma tão conclusiva, já que tudo no final das contas e apesar dos astros, vai depender mesmo é da própria pessoa. A meu ver acabamos atolando numa cultura que

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Ilustração: Manoel Carlos Conti - 1994 busca soluções do lado de fora, de certa forma pagando por elas, consumindo-as como produtos. Comprar o peixe ou aprender a usar a vara? Assim o consultor moderno vive o dilema de como organizar o seu trabalho entre satisfazer o cliente e oferecer uma orientação preciosa e verdadeira, que estimule a pessoa a trabalhar em busca do próprio aperfeiçoamento e por consequência do melhor destino para si e para as pessoas a seu lado. Entendo que os profissionais que são chamados a lidar com uma disciplina tão sagrada como a Astrologia ou em geral todas as artes divinatórias; todos eles possuem suas qualidades e encontram os clientes adequados para seus métodos pessoais. Mas, como consulentes, é preciso observar cada vez mais que o trabalho é sempre nosso, digam ou não os mapas ou as cartas, ou quem sabe a borra do café, aquilo que queremos escutar. Os tempos são de autoconhecimento, autotransformação e auto-educação. E a orientação oracular nesses casos pode se mostrar extremamente eficiente para quem quer, de fato, encontrar o seu único e verdadeiro caminho solar.

O SUPERA é um curso diferente de tudo que você já conhece. Com apenas uma aula semanal de duas horas, você conquista uma mente saudável, com mais concentração, raciocínio, memória, criatividade e autoestima. Estas habilidades melhoram o desempenho na escola, alavancam a carreira e garantem mais qualidade de vida. Encare este desafio e experimente uma forma incrível de viver. Nossa metodologia não tem limite de idade: todo mundo pode viver esta emoção. magazine 60+ #25 - Julho/2021 - pág. 15


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Seja um doador mantenedor da nossa revista entre em contato com Manoel Carlos por telefone ou whatsapp (11) 9.8890.6403 seu nome terá um agradecimento (ou não caso prefira) e um destaque na próxima edição

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Aprendizagem na 3ª idade

O papel dos idosos na Pandemia Malu Navarro Gomes Pedagoga Psicopedagoga Educadora no projeto Feliz Idade

Muitos idosos atualmente moram com suas famílias, o que inclui filhos e provavelmente netos. Sendo esta uma situação recente ou não, estar junto com outras pessoas exige de todos um exercício diário de convívio social. Há um ano e quatro meses enfrentamos esta pandemia que atinge o mundo inteiro e nos obriga a permanecer confinados em nossas casas. Sabemos que durante algum tempo ainda teremos de nos submeter a essa condição e que muitas pessoas estão achando insuportável continuar em casa. Sabemos também que a convivência intergeracional pode ser altamente benéfica e para isso é necessário que se criem laços de respeito e confiança entre as gerações. Dependendo do modo como esse convívio ocorre pode ser muito prejudicial. O idoso, pela experiência de vida que possui torna-se peça fundamental nos encaminhamentos de uma relação familiar positiva com seus filhos e netos. É preciso reconhecer não ser fácil aceitar as restrições que o combate ao coronavírus nos impõe, principalmente pela indeterminação do tempo em que tais restrições deverão ocorrer. Medidas sanitárias simples na sua maioria, ao se juntarem com a necessidade do isolamento e distanciamento social, transformaram a vida das pessoas e para muitas delas tornaram-se um fardo difícil de suportar. Para o idoso esta realidade não é diferente. O que nele se diferencia tem a ver com o tempo vivido e o acúmulo de experiências que a vida lhe ofereceu. Como mais experiente, o idoso sabe que uma condição para se garantir um convívio social interessante é querer bem a si mesmo e às pessoas que o rodeiam, seus parentes. Querer bem significa perceber que cada pessoa é distinta das demais, tem sua personalidade, seus pontos fortes, suas virtudes, seus gostos e preferências assim como seus pontos fracos, seus receios, seus limites. Da mesma forma que ele se conhece e identifica o que lhe faz bem, o que ameaça seu

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Foto: www.mitcuidadores.com


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bem estar, sua saúde física e mental, pode também, pela observação na convivência diária, adquirir como que um retrato ou um perfil de cada pessoa com quem mora. Como alguém que já viveu mais tempo e passou por inúmeras situações, desde as mais felizes até as mais dolorosas, o idoso possui a qualidade de saber esperar com paciência e tranquilidade as dores e a tristeza passarem. Entende os sentimentos de euforia, de esperança, de perda ou de dor que cada parente irá viver. Sua ação pode ser a de oferecer o conforto do entendimento a respeito do que o outro vive, ouvindo com atenção e respeito a sua dor e compartilhando de suas experiências, de forma que a pessoa não se sinta sozinha nessa vivência. Por tudo o que já presenciou e viveu, uma atitude positiva do idoso, principalmente frente aos mais jovens, é a de se mostrar curioso. O idoso sabe que nada é estático nas relações humanas, sociais, no conhecimento científico, uma vez que novas descobertas ocorrem frequentemente e que limites são ultrapassados a todo instante. Tudo ainda está por acontecer. A vontade de conhecer coisas novas, conteúdos não imaginados anteriormente pode levar o idoso a informar-se junto ao jovem, transformando-o em alguém a quem pedirá conselhos e apoio. Valorizar o outro pelo que este conhece e sabe, certamente garantirá elos fortes de amizade e cumplicidade. Da mesma forma, pode se autorizar a questionar o jovem a respeito de suas convicções e, se estas se apresentarem não razoáveis, frutos de sentimentos negativos, precipitados e desastrosos, questioná-lo honestamente quanto ao que fundamenta sua postura. É o caso, por exemplo, falando mais diretamente da pandemia, da negação em usar máscara, em manter o distanciamento social, o isolamento e mesmo de se vacinar. Todos precisamos entender que somente atos de amor ao próximo e a si mesmo nos fazem resistir a tantas restrições. Sabendo-se mais experiente e levando em conta brincadeiras, jogos e distrações que ocuparam sua infância e juventude, o idoso pode transmitir aos mais jovens seu conhecimento nessa área, convidando-os a vivenciar algo inédito em suas vidas. Assim, também ele poderá representar para sua família alguém que motiva as pessoas a agirem de forma diferente, a se divertirem criando jogos, tabuleiros, distrações ou brincadeiras. Cada atitude recomendada resultará em crescimento para todos: para os idosos, agir de acordo com o que foi citado, garantirá não apenas o afeto da família, ocupando um lugar de importância no convívio familiar, como também, garantirá a exercitação de sua atenção, sua memória, sua curiosidade, resiliência, de sua vontade em estar junto e de ser empático, de perdoar as falhas dos outros e assim, mais uma vez, aprender a se perdoar, renovando suas esperanças de dias melhores. Somente assim, com bom humor, leveza e boa vontade cumpriremos nossa missão neste momento tão delicado.

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Malu Navarro Gomes

Especialista em Psicopedagogia e Neuropedagogia Atenção, concentração e memória. Práticas psicopedagógicas conforme necessiades e objetivos específicos Troca de informações, orientações sobre dinâmicas e atividades apropriadas ao idoso. blog: https://blogdafelizidade.blogspot.com + 55 11 93481 1109 email: qualidadedevidaidosos@gmail.com

O BLOG DA FELIZ IDADE FOI CRIADO PARA AJUDAR, PRINCIPALMENTE OS 60+. COM ISSO, VEM RECEBENDO EMAILS E PEDIDOS DE CONSELHO OS QUAIS A EDIÇÃO DO MAGAZINE 60+ ACHA IMPORTANTE QUE TODOS LEIAM. PODE SER QUE UM DESSES CASOS ESTEJA ACONTECENDO COM VOCÊ!

Perguntas e Respostas no BLOG Feliz Idade MD – Araçariguama, SP - Como ajudar os netos que ficam em casa sem ter o que fazer na pandemia? Há várias maneiras de ajudá-los. Inicialmente, porém, é importante entender que crianças, jovens e adultos têm interesses diferenciados, resultantes de suas vivências, fase de desenvolvimento e tendências pessoais. Uma proposta de atividade bem elaborada será sempre bem vinda e, certamente, irá entusiasmar os netos a quem nos dirigimos. É claro, também que a proposta a ser feita exigirá de quem a faça, conhecimento de causa. Por isso recomenda-se que o avô, antes de propor a atividade, estude o assunto que irá promover prevendo as etapas necessárias para se chegar à sua finalização, assim como a condição dos netos em obter um bom resultado. Supondo-se que exista uma variação de idades entre os netos, mesmo assim é possível propor atividades que os desafiem, distraiam e divirtam a todos. É o caso, por exemplo, de convidá-los a criar uma horta que ficará sob a responsabilidade deles, os netos. Para tanto, deverão pesquisar como se estrutura uma horta e se esta será feita em ambiente interno, dentro de casa ou do apartamento, ou ao ar livre. A pesquisa, então, deverá abranger as possibilidades de se organizar hortas verticais e/ou horizontais de acordo com o local que se dispõe para se fazer o plantio. Realizar reunião entre as pessoas que residem no local para saber suas preferências quanto a frutas, legumes, hortaliças e temperos é outra ação a ser tomada para garantir a seleção do que será semeado na horta caseira. Pesquisar como e quando deverá ocorrer o plantio, o melhor tipo de terra, quantidade de regas, necessidade de sol, de ar e demais detalhes garantirá o sucesso da iniciativa. Realizar a aquisição do material necessário – sementes, instrumentos para os cuida-

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dos e manutenção da horta etc., é parte fundamental para a realização da proposta e deve contar com a participação de todos os componentes do grupo. A divisão das tarefas entre os netos de forma a que todos se responsabilizem pela execução do projeto ou por partes específicas e acompanhem o desenvolvimento do mesmo, criará responsabilidade e desenvolverá interesse, respeito e amor à natureza, aos agricultores e ao homem do campo. Essa atividade certamente fará parte das boas recordações que cada pessoa da família levará para sua vida podendo ainda influenciar suas ações, no futuro, junto a seus filhos e netos. A adoção de um animal, bem poderá ser uma proposta aos netos. Para tanto deverão eleger o tipo de animal que gostariam de adotar, levando em conta o espaço necessário que poderá ser destinado a ele, bem como a necessidade de cuidados que este exigirá. Será um animal pequeno, que ficará em uma gaiola, ou poderá utilizar o espaço comum da moradia, apartamento ou casa? Há diferença nos cuidados dispensados ao macho e à fêmea? Qual tipo de alimento deve ser oferecido ao animal a ser adotado? Quais os cuidados médicos? O desafio para os netos criarem um jogo com regras, um jogo inédito utilizando materiais diversos, propostas criativas que representem algum tipo de experiência ou exijam a busca de possíveis respostas por meio de pesquisa em livros ou questionamento aos demais familiares; A elaboração de uma história ilustrada; A criação de uma banda usando utensílios já existentes na casa. Todas essas alternativas e outras mais, certamente serão bem vindas e irão colaborar para que os netos usufruam um tempo em que a colaboração, amizade, respeito ao outro se tornem presentes em suas vidas durante e após a pandemia. O mais importante é garantir que todos participem e mantenham o entusiasmo frente ao desafio e à realização do que se planejou. Bom humor, amizade, curiosidade, confiança, responsabilidade são as chaves do sucesso. No blog da Feliz Idade você pode consultar pelo menos quatro postagens escritas com esse propósito: “Viver a vida plenamente”, “Atividade intergeracional: memória tátil”, “Atividade intergeracional: memória auditiva” e “Resgatando histórias familiares”. Boa leitura, MD, e bom divertimento com seus netos. Maria Lia Kalil – Campos do Jordão, SP – Antes da pandemia eu fazia reuniões com minhas amigas e paramos com tudo isso. Já estamos vacinadas e gostaríamos de nos reunir novamente... você acha isso viável? Maria Lia, existem medidas para combater a COVID-19 publicadas e divulgadas em todos os órgãos de informação. Entre elas o uso de máscara, o álcool em gel para desinfetar as mãos, o lavar das mãos com frequência, o distanciamento social e a vacinação são consideradas medidas de primeira ordem cuja prática devemos incentivar e respeitar. A vacina na verdade, até o momento, é a arma mais viável e poderosa que se tem no combate ao cornonavírus e às suas variantes. Quanto mais cedo tivermos a população brasileira vacinada, mais cedo poderemos retornar às práticas sociais que nos habituamos a ter. Sabe-se que no Brasil ainda falta um tempo expressivo para termos a maior parte da população imunizada. Você me pergunta se acho viável você e suas amigas, todas vacinadas, se reunirem neste período. Acredito, Maria Lia, não ser este um tempo propício a reuniões, mesmo que todas estejam vacinadas. Não podemos esquecer que o fato de estarmos vacinados significa que se nos contagiarmos, estaremos protegidos contra as ações mais agressivas e às vezes fatais do coronavírus. Há outras possibilidades de se realizar encontros de amigos, na forma digital e através de aplicativos existentes via internet. Tenho participado de algumas reuniões virtuais, inclusive com degustação de vinho e de comidinhas para acompanha-lo.

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Nessas horas, todos os participantes se encontram, se reconhecem e festejam a felicidade de estarem bem, saudáveis e ativos. Reuniões familiares, com os amigos, festas, encontros de grandes grupos só terão sentido quando a maioria de nós estivermos vacinados respeitando a regra de tomar as duas doses da vacina observando o intervalo de 14 dias entre uma e outra e um tempo de resguardo também de 14 dias após a última dose. O mesmo vale para as vacinas de dose única. Sandra Regina – SP, SP – Estou residindo com amigos numa casa grande, nos reunimos e fizemos uma espécie de república onde temos quartos para cada 2 pessoas, uma faxineira semanal e uma cozinheira que vem de 2 em 2 dias. Alguns colegas já estão saindo, indo a shopping, reuniões e tenho muito medo de almoçar, jantar e conviver com eles. Quase não saio de meu quarto. O que posso fazer? Sandra, que bom poder conviver com pessoas amigas. A pandemia dificulta nossas vidas e, se usarmos o bom senso e uma grande dose de boa vontade, ela não nos impedirá de viver. Seu receio é o mesmo de muitos de nós, pois precisamos preservar nossas vidas e as de quem nos acompanha. Pelo que você relata, é possível imaginar um trânsito significativo de pessoas em sua casa. Todas estão vacinadas? Há quanto tempo estão morando juntos? Vocês cuidam de deixar à disposição de quem reside nessa casa máscaras e álcool em gel? Há quem circule pela casa sem máscara, ou vocês combinaram o seu uso nas dependências de uso comum? Como ocorrem as refeições? Cada qual se alimenta na hora que lhe for conveniente ou todos se reúnem para as refeições? Como você pode notar, há inúmeras perguntas a serem respondidas para se ter ideia mais clara da realidade que vocês vivem. Você se priva de sair do seu quarto e questiona o que pode fazer: use todas as medidas protetivas como a máscara, o álcool em gel, lave as mãos com frequência, se vacine e exija que todos os moradores e funcionários da casa façam o mesmo. No entanto, para ter mais certeza sobre o modo como você procede frente a este tempo de pandemia, vale consultar um médico ou um psicólogo, que poderá analisar com você as possibilidades que existem para se garantir uma convivência saudável com seus colegas e a não se isolar totalmente – o que, certamente, não representa um bom critério. Marco Antonio Moura – SP, SP – Tenho 65 anos e fui convidado para um trabalho em um estúdio de artes. Estou vacinado e ali encontrei alunos de todas idades. Devo aceitar? Marco Antonio, em meio a esta pandemia, sabe-se que todo o cuidado é pouco. Sabemos também da importância do trabalho na realidade atual. Parabéns pelo convite! Você deve estar acompanhando as notícias que circulam nos diversos meios de comunicação e nas mídias sociais sobre os cuidados que se deve tomar em salas de aula ou reuniões de trabalho. O distanciamento de, pelo menos um metro entre uma pessoa e outra, uma lotação de um terço do número de alunos, todos com máscara, álcool em gel e respeitando o distanciamento imposto, são medidas necessárias para a saúde de todos. Além disso, existem aparatos como o protetor facial, face shield, que deve ser usado juntamente com a máscara, uma vez que este não adere totalmente ao rosto. Há também os aparatos de proteção usados em lojas comerciais, emissoras de rádio e televisão e em outras áreas que funcionam como uma “parede” de acrílico e não impedem a realização de atividades profissionais. As escolas têm nos dado exemplos desses cuidados e podem servir como referência. O melhor, Marco, pela idade que você apresenta seria verificar com seu médico as possibilidades de sua atuação profissional e, para isso, fazer um check up para saber de sua condição de realizar esse projeto.

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Divã

Fugir do mau humor Sandra Regina Schewinsky

Psicóloga - Neuropsicóloga

Querido leitor, na coluna anterior quando escrevi sobre manter o bom humor na pandemia, coloquei que muito depende da forma como recebemos os eventos da vida, como ainda, que cada vez que ocorre uma situação causadora de raiva, um circuito de neurotransmissores do estresse envenena o corpo da pessoa, mas essa cascata de emoções negativas dura apenas 90 segundos no organismo, mas caso se fique relembrando o evento chato, o circuito é reativado e a toxidade volta a atuar. Uma leitora muito sagaz respondeu a coluna: “Cá entre nós, como é difícil mudar fatores estressantes que causam mau humor! Como eliminar esses fatores?? Pode dar dicas de como eliminá-los?” Provocação sensacional, em que estou gratíssima com a mesma. Novamente saliento que compreendo que o momento não é fácil, mas penso na necessidade de ampliarmos nossa capacidade de reflexão. Também perdi meu único tio para o Covid-19, ainda choro diariamente, tenho a sensação que fui roubada e traída por esse mal que poderia ser mitigado pela consciência política! Não adianta fugir do sofrimento, tentar fingir que está bem quando não se está. Primeiro passo é reconhecer a tristeza, chorar até a última gota desse cálice amargo e legitimar nossos sentimentos. Mas mesmo assim podemos educar nossos pensamentos! Apesar da tristeza da perda, também agradeço o fato de que meu tio foi amado desde seu nascimento

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Foto: www.portaldoenvelhecimento.com.br


até a despedida, não pereceu de grandes sofrimentos do corpo ou da alma, portanto findou sua jornada de maneira digna, deixando seu legado! Penso que domarmos nossos sentimentos de amargor já é o primeiro passo para fugir do humor pessimista, depois é tentar não reavivar pensamentos hostis e de raiva a todo instante, evitando a cascata venenosa de neurotransmissores do estresse. Mudar o canal de como pensamos nossos dias. Ao invés de reclamar acordar cedo para trabalhar, agradecer ter o emprego. Se estiver desempregado louvar a força para continuar na busca e revolver o baú da criatividade para ter outras saídas. Agitar a rotina doméstica, com pequenas novidades como mudar o local das refeições, alegrar a decoração, ver filmes que transmitam boas mensagens e aproveitar a benção de ter pessoas com vocês, sejam familiares, parentes ou amigos! Naquelas horas que algo dá errado, tentem fazer uma pequena piada da situação. Inspirem-se em outros exemplos, leiam biografias e troquem ideias com pessoas otimistas e cuidem para não serem contaminados pelo mau humor alheio. Façam atividades ao ar livre, como caminhadas (com máscara)! Alimentem-se de comidas coloridas, cuidem da qualidade do sono e sintam-se agraciados pelo milagre da VIDA! Com amor Sandra schewinsky Dedico essa coluna a memória de Leonel Schewinsky, homem de bom humor ímpar, com riso farto e sincero.

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Contos I

A Lei Afonso Arinos e o Racismo no Brasil Malu Alencar Historiadora e Produtora cultural

Foi providencial ter guardado a coleção do Jornal O Globo lançada em 2000, com as notícias mais importantes do século XX, folheando os números já amarelados, encontrei a notícia da Lei 1.390 de julho de 1951 que transformava em contravenção penal qualquer prática resultante do preconceito de raça ou cor. “Batizada de Lei Afonso Arinos em homenagem a seu autor, vice-líder da conservadora União Democrática Nacional (UDN) na Câmara, foi ela mais que qualquer outro ato de sua longa trajetória política, que tornou nacionalmente famoso o nome do escritor Afonso Arinos de Melo Franco. Sua eficácia, porém, permanece sob questão: quando o autor morreu em 1990 aos 85 anos, não havia registro de uma única prisão feita com base na lei, que previa penas de até um ano de reclusão a quem impedisse o acesso de negro a restaurantes, hotéis e lojas, Forças Armadas, escolas e empregos em geral”. Não sei o que dizer, 70 anos depois da promulgação da Lei Afonso Arinos, em pleno século XXI ainda temos problemas de racismo, preconceito por causa da cor da pele! Como isso é possível? Não entendo e não aceito esse preconceito, seja ele qual for, que diferença faz se a pele for branca, amarela, negra ou parda? É só a embalagem do corpo onde corre o sangue vermelho e o branco dos ossos, todos igualmente do mesmo jeito. Foi isso que vi, ouvi e li nos noticiários desta semana: o jovem negro que é acusado de roubar uma bike, a jovem que vai comprar uma roupa para sua enteada e leva uma peça para comparar o tamanho e é acusada de roubar, o negro que compra um par de sapatos e é acusado de roubar da loja onde comprou e pagou.... como assim? Não faz muito tempo, Enio Squeff foi abordado no Shopping Higienópolis porque estava com seu filho adotivo de 8 anos, negro, sentado na área de alimentação, o segurança se aproxima e pergunta se a criança o está incomodando? Como assim? Uma criança negra não pode estar com um senhor branco, sentados na mesma mesa tomando um lanche? Eram pai e filho. Enio e Ronnie Prado não deixaram barato, levaram a denúncia

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Afonso Arinos de Melo político, historiador, p crítico brasileiro. Destac Afonso Arinos contra a d 1951. Ocupou a Academia Brasileira de em 23 de jane 1905 -


Franco foi um jurista, professor, ensaísta e ca-se pela autoria da Lei discriminação racial em a Cadeira 25 da e Letras, onde foi eleito eiro de 1958. - 1990

avante. E somente assim, denunciando é que vamos conseguir colocar um ponto final nesse crime E a matéria continua: “A tarefa não era mesmo fácil. Quando um anuncio de emprego exige boa aparência, sabe-se que isso quer dizer pele clara, mas o candidato preterido não tem como provar a discriminação. Um mérito, porém, ninguém tira da Lei Afonso Arinos: com a ampla divulgação que recebeu, ele ajudou a solapar o famoso mito da “democracia racial brasileira”, segundo o qual o país - diferentemente dos EUA, por exemplo - desconhece o racismo. É, naturalmente uma mentira. Sabemos que em nenhum outro lugar do mundo os edifícios residenciais têm elevador de serviço, por exemplo. Curiosamente, a inspiração para a lei do racismo foi fornecida a Afonso Arinos pela discriminação sofrida em 1950, no Rio de Janeiro por uma negra americana. A bailarina Katherine Dunham, em excursão foi impedida de se hospedar no Hotel Serrador. A imprensa brasileira não deu importância ao caso, mas a repercussão no exterior foi muito negativa. Dunham era muito famosa. Não deixa de ser sintomático que o velado racismo brasileiro tenha precisado fazer uma vítima estrangeira e rica para que fosse traduzida em medida legal a diretriz meramente ética da Constituição que fala em igualdade de direitos. Só em 1988 a criação de Afonso Arinos seria substituída por um texto mais duro, de autoria do deputado negro Carlos Alberto Oliveira, o Caó (PDT-RJ). A Lei 7.716 transformou em crime o que era apenas contravenção penal, ampliando as penas para até cinco anos de prisão. No entanto, manteve, em linhas gerais, os mesmos tipos de crime previstos por Afonso Arinos. Quando a nova lei completou dez anos, mantinha-se a tradição de baixo grau de eficácia: contavam-se as condenações nos dedos de uma mão. “Seria ingenuidade imaginar que no Brasil, onde vigorou a escravidão por três séculos, não haveria resistência a uma lei dessa natureza” disse Caó na ocasião. Em 1997 foi a vez do deputado Paulo Paim (PT-RS), também negro, ampliar o alcance da lei antirracismo, incluindo entre as práticas passíveis de punição o xingamento e a ofensa baseados em origem da cor da pele.” RACISMO é CRIME sim e temos que combater, pois somos todos iguais. OBS: Nesse mesmo ano de 1951, o “Apartheid” cresce na África e por 74 a 64 votos, o Parlamento sul-africano aprovou o fim do direito da população negra, radicalizando a política do apartheid, de 1948. Segundo o ministro do Interior, Theophilus Donges, a ação do Governo visava evitar “o colapso da civilização branca em toda a África” Referência: Caderno especial do O GLOBO, no. 19, pág. 438

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orgulho60+

Agentes de mudança Maria Eugenia de Souza Meireles

É um grande prazer participar desta revista e falar um pouco sobre mim e minha iniciativa. Meu nome é Maria Eugênia, estou com 63 anos, sou aposentada e tenho formação em Análise de Sistemas, área em que atuei até 2014. Quando fiz 60 anos e entrei na chamada 3ª idade, percebi que não me identificava com o que é apresentado como característica desta fase da vida. E vi que outras pessoas da minha geração, também não se sentiam representadas pelo estereótipo que ainda atribuem aos idosos. Nós, os 60+, somos da geração que vivenciou e participou de uma verdadeira revolução de costumes e comportamento, levantou bandeiras contra o preconceito, a discriminação sexual e racial, mudou o modo de se vestir, inovou na música, na arte, no cinema e literatura, enfim, fez uma grande revolução. E hoje vivemos a revolução da longevidade, onde os estereótipos associados ao envelhecimento devem ser mudados. Acredito que os 60+ podem ser agentes nesta mudança, começando pela sua autovalorização. Assim, em 2018 idealizei o Orgulho60+, que tem o propósito de ser um movimento para valorizar a longevidade, inspirar para um envelhecimento ativo e celebrar a vida. Em páginas nas redes sociais e um canal no Youtube, procuro publicar histórias de pessoas 60+ que se reinventaram, além de divulgar projetos voltados a este público e a todos que se interessam por longevidade e qualidade de vida. O Magazine60+ tem tudo a ver com este propósito, pois oferece oportunidade à pessoas experientes apresentarem seus trabalhos, e aos leitores o acesso a conteúdo de muita qualidade e relevância. Quem quiser participar das nossas mídias, falando sobre sua história e projetos, entre em contato com a gente. Mostre seu orgulho pela vida e inspire mais pessoas a levar esse movimento adiante.

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Nota da Edição: Fom vistados por Maria Eu qual é uma pessoa ult no que fala e no que fa orgulho 60+ você vê entrevistas, todas co profissionalismo e qu mitem segurança e in Agradecemos a Maria

E-mail: orgulho60mais@gma Site: www.orgulho60ma Facebook e Instag @orgulho60ma Canal: Youtube.com/orgulho

Maria Eugenia de Souza


mos entreugênia à tra segura az. No site diversas om muito ue transnteresse. a Eugênia

ail.com ais.com.br gram: ais

o60mais

a Meireles

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A vida como ela é

Histórias em confetes Fotos enviadas pela colunista

Marisa da Camara Terapeuta Energética Radiestesista

Penso, sinto, materializo. No exercício desta convicção, vislumbro um novo estilo de vida e faço ‘limpezas’ em meus pertences, com o intuito de deixar o passado no passado e preparar-me para viver uma vida mais ‘leve’. Esta semana foi a vez dos papéis. De declarações de Imposto de Renda às promessas escritas de romance eterno, todas já haviam caducado. Como no término do baile de carnaval, toda aquela ‘alegoria’ estava pronta para se transformar em pequenos confetes pelo chão. Em três horas de limpeza, revi grande parte de minha vida através daqueles papéis, em um exame de vida denso e profundo. Senti-me no divã do analista. Sem abrir a boca, revisitei longos anos de minha vida e, entre sorrisos e choros, mergulhei nos detalhes e desfechos de diversos temas. Pude observar que a minha vida teve sua quota de dor e que a minimizei como pude, pois ali estava eu, inteira, sonhando e buscando, como sempre. Constatei que vivi

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aquelas dores com enfrentamento e coragem, sempre com foco no amanhã e sentimento de esperança, em constante resgate do meu sorriso, humor e alegria de viver. À cada leitura uma memória era resgatada e uma emoção acionada. Como aquela revisão de papéis tinha o claro objetivo de tornar mais leve minha trajetória, eu rasguei muita coisa. Assim, aquelas histórias foram se transformando em confetes disformes e monocromáticos, dentro de um saco de lixo. Desfazer-me daqueles papéis não apagaria as historias que vivi. Nem deveria! Elas deixaram saldos positivos e contribuíram para minha evolução espiritual, que aqui resumo na convivência com grandes amigos, minhas irmãs, ex-maridos e as duas maravilhosas filhas que o universo me presenteou. Ali também encontrei cartas de amor e fotos de um romance terno e ardente, cujo conteúdo jogou luz e graça naquela etapa de minha vida. Tenho clareza de que todas as histórias tiveram seus momentos e seus porquês. Hoje, com o coração em festa, lanço ao ar os confetes do passado, sentindo-me livre para uma vida fluída e mais leve. Que venha o novo!

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Variações in VIVO

Instantes antes, a mudança e o depois Dra. Lairtes Temple Vidal Psicóloga/acupunturista fitoterapeuta

A vida humana começa um dia numa explosão e as células vão se amontoando, distribuindo anatomicamente as partes, em tese, cada qual em seu lugar, formando fisicamente um corpo que abrigará uma centelha chamada alma ou psiquê. Alma pra espiritualidade, psiquê pra ciência. Na vanguarda da sobrevivência atual, muito se fala muito sobre a importância da vida, de cada vida. Daquilo que se tem comprovação daí é verdade (por enquanto), e daquilo que não se tem comprovação daí não é verdade (ainda); para a ciência é assim, para a vida nem tanto. Qual vida importa? Seja por etnia, idade, nação, registro social, moral, sexo, bom exemplo, mau exemplo, profissão, ocupação, função, perpetuação, reino, credo. Quem julga quem ou o que vale o investimento, a pena, a preocupação? Quem é esse quem? Quais valores estão em questão? Tem um ditado que versa sobre fazer uma pergunta pra um grupo de dez pessoas e obter onze respostas. Ou seja, melhor não perguntar diretamente a opinião dos outros. Observe, analise e entenderá o que importa pra quem. É no mínimo inóspita a realidade de se conviver em sociedade com uma coisa física que se apresenta tal qual um denominador comum entre as pessoas – o corpo humano – e essa coisa, tão semelhante por fora, possuir por dentro múltiplas e tão distintas

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Foto: play.google.com/store - divulgaçã


ão

vertentes íntimas - a alma – que também se porta as vezes oponente, outras excludentes, algumas benevolentes, solidárias, caridosas, altruístas, emergentes ou insurgentes. Somos muitos corpos em vestimentas. Por dentro, as mentes, desnudas em almas transparentes, umas sãs, outras dementes. Importa a vida, a qualidade da vida, o que se faz dela, o que se faz com ela. Com a sua, com a de outro, com a de todos os outros, principalmente quando se tem arbítrio sobre tudo. Que se passa na cabeça de um candidato instantes antes de depositar seu próprio voto na urna? O que pensa a noiva naqueles instantes prestes a se abrir a porta do templo a caminho do altar? Das juras que fez a si antes de fazer publicamente ao outro? Haverá o cumprimento do Sim? Está escolhendo ou renunciando? Qual o pensamento da a viúva ao deixar cair uma flor quando o coveiro enche a última pá de terra a arremessar ao túmulo? E se fosse um viúvo? E aqueles que assistem a fúnebre cerimônia, quais pensamentos divagam nesse mesmo instante? Instantes antes da cirurgia... o médico, o paciente doente, o paciente contente, o parente preocupado, o parente cansado, o parente interessado, o que pensam? O leiloeiro antes de bater o martelo o que pensa? Belo negócio! (pra qual lado?). Ufa, fim de leilão, quero ir pra casa e isso aqui estava demorando a acabar. No instante do julgamento, que pensam réu e a sentença versus o juiz e a sentença. Alçando um canudo brilhante na mão! De novo, acabou ou está só começando? O sniper pensa emocionalmente ou tecnicamente? Em que pese, ele pensa. E se fosse um socorrista invés do sniper, sobre o mesmo ente? Sempre achei bom poder mudar de ideia, principalmente a respeito do que ainda está por vir. Se eu pensasse um pouco mais, eu não diria aquilo, ou falaria de outro modo, ou afirmaria com maior convicção. Será? Seria? Quanto ao depois, mudar de ideia já seria consequência, pós fato ou ato, consumados, evidências. Instantes antes é mais visceral. Instantes antes mexem com a cabeça, instantes depois também. Mudar de ideia seria oportunidade, opção ou necessidade? Então, pense alguns instantes, no antes e no depois, porque tudo sempre importa para algum alguém.

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Bairro a Bairro

O Ipiranga

Seus encantos, memórias e histórias Flavio Luis Passaia

Como o sugestivo nome de Grito do Ipiranga, a UPTV ( canal webtv, situado no Grande ABC), está preparando uma série, em 4 capítulos, sobre este emblemático bairro da zona sul, da capital de São Paulo, que, neste ano, comemora 199 anos – bairro fundado apenas 20 dias após a proclamação da independência do Brasil - , em 27 de setembro de 1822. À frente deste projeto está o Flavio Luis Passaia, que como ele mesmo diz “tem orgulho de ser Ipiranguista”, apoiado por uma equipe que inclui integrantes do grupo Trabalho60+ . Diz ele “esta matéria é dirigida aos longevos que assim como eu tiveram o privilégio de ter nascido e vivido no bairro do Ipiranga. Pela ótica dos longevos 60+ quem não se lembra e não tenha feito uso dos bondes abertos e os chamados “camarão” - meio de transporte mais usual na época, linha Sacomã – Sé, denominado linha Fábrica (primeira linha da Capital de SP)”. A proposta é a produção de uma minissérie em 4 capítulos, com fotos, narrações, vídeos e fatos, ocorridos nos últimos (e não só) 60 anos, retratados por moradores e ex-moradores, que fizeram e fazem parte da história do bairro. Numa perspectiva cronológica, serão também apresentadas as famílias tradicionais como os Jafets e os Samarones, que iniciaram seus negócios no Ipiranga nos segmentos têxteis e cerâmicos, e foram responsáveis por projetos sociais, de educação, esportes e cultura, beneficiando os que lá residiam. Um dos destaques do programa, será o Clube Atlético Ipiranga, fundado em 1906, quando abordaremos as tradicionais domingueiras

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Reforma de restauração


dançantes e os tradicionais Jogos Colegiais da Primavera. Os pontos muito frequentados à época e o atuais, que fazem parte da tradição gastronômica da Ipiranga como, por exemplo, o Good Dog ( de 1967, hoje mais conhecido como Hamburger do Sr. Oswaldo), a pizzaria do Tio Gino (pizza de 12 pedaços), a Pizzaria Vip , serão abordados. Não faltarão na série, os pontos turísticos conhecidos como o complexo arquitetônico dos Jardins da Independência, dos quais fazem parte o Monumento do Ipiranga, o Museu de Zoologia da USP, o Museu Paulista da USP, os palacetes da família Jafet, o Mercado Municipal do Ipiranga, os colégios da Av. Nazareth: Maria Imaculada, Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção da PUC, a Faculdade São Marcos. Apoiando a vida cultural do bairro, temos o Sesc Ipiranga, importante parceiro também dos museus. Ressaltamos que a reinauguração do Museu do Ipiranga, dentro uma moderníssima e inclusiva versão, está prevista para 7 de setembro do próximo ano, parte das comemorações do Bi-Centenário da Independência. A responsabilidade desta mini-série está a cargo de integrantes do Trabalho 60+, com direção e produção de Sandra Vita; Nilcea Lopes, Sandra Rodrigues, Regina Simões e Adenair Vaz na produção de conteúdo, contando com as colaborações de Ana Elisa Rodrigues Bueno e Maria Eugenia Meireles, moradoras do Ipiranga; Lilian Shibata com laços afetivos com o bairro e o idealizador do projeto Flávio Luiz Passaia. Convidamos os leitores do Magazine 60+, que residem ou residiram no Ipiranga (vale para os bairros do entorno), para estarem conosco neste projeto entrando em contato com o Trabalho 60+: trabalho60mais@gmail.com. É um olhar afetivo dos longevos sobre as memórias, encantos e histórias do bairro. Uma homenagem aos que lá residiram ou residem e um legado para as próximas gerações. “Orgulho de Ser Ipiranguista”

o do Museu do Ipiranga

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Antropologia

Luto e as variações de sentimentos Osvaldo B. de Moraes Historiador

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Foto: Pinterest

O luto é a mistura de saudades, sentimento de perda, remorso e até de revolta por omissão médica. Tudo isso nos torna preso a inevitável depressão psicológica e ao sentimento de que a vida não tem mais sentido e perspectivas. Seguindo o dito atribuído a Heráclito, o rio que passa sob nossos pés não é o mesmo de outrora e também você não é o mesmo. Não quero ser derrotista e espero que em algum momento consiga através da espiritualidade reverter ou assumir que a transição perpetrada pela morte é o caminho de todos nós e que aqui estamos apenas numa viagem como em num trem, onde embarcam novos passageiros e outros desembarcam na estação em que estavam programadas. Quanto ao desembarque abrupto de minha companheira de longos anos de viagem, deixou em mim a sensação de solidão e sem rumo para prosseguir nesta viagem. Está sensação de perda foi compartilhada por todos que a conheceram. Neste breve desabafo quero agradecer ao amigo de sempre e professor Manoel Conti, que fez uma brilhante biografia sintética de quem foi a Vivi, que remeti a todos amigos e parentes que em unanimidade se emocionaram até às lagrimas, quando reconheceram a pessoa alegre e solidaria. Manoel, eu e todos os familiares e amigos agradecemos do fundo de nossos sentimentos a maravilhosa mensagem que passou sobre a Vivi


Papo Animal

Adoção e lar temporário Saúde Única, sonhos coletivos FMVZ - USP

No cotidiano é comum nos deparamos com cães e gatos na rua. Alguns desses animais têm tutores que permitem que eles saiam para passear, outros não têm um tutor formal, mas muita gente cuida de suas necessidades básicas como água, comida e até abrigo (são comunitários), no entanto, muitos outros vivem entregues à própria sorte. A causa desse cenário é complexa e multifatorial, mas inclui a falta de responsabilidade das pessoas, o abandono, a reprodução natural e sem controle dos animais nas ruas e a ausência de uma política pública efetiva que enfrente o problema em toda a sua diversidade. Na rua os animais estão expostos a maus-tratos, acidentes, brigas, fome, frio, doenças, solidão e procriação constante. A adoção em substituição à compra é uma estratégia importante para reverter esse quadro, porém precisa ser bem planejada, caso contrário deixa de ser parte da solução para se tornar parte do problema. Por isso, esse é o tema do Papo Animal desta edição. Para que uma adoção seja bem-sucedida, o guardião deve estar ciente e comprometido com as necessidades e os direitos do animal que vão além do alimento, água, local adequado para dormir, se proteger e brincar, vacinas e, eventualmente, cuidados veterinários e medicamentos. Além disso, o guardião deve considerar o perfil físico-comportamental do animal em relação às expectativas e estilo de vida da família, de forma a evitar conflitos de convivência e frustração. Foto: Arquivo

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Embora exista um perfil comportamental relacionado à raça, o nível de energia e de tolerância em relação às pessoas e outros animais, a frequência de vocalização e o apreço pelo contato físico são características individuais que podem ser moduladas pelas experiências de vida do animal. Quadros de estresse e fobia podem exigir um trabalho de ressocialização para ajudar sua adaptação ao convívio social. Deve-se evitar a adoção por impulso e a escolha puramente emocional. O candidato a guardião deve avaliar o tamanho, o peso, a idade, as condições de saúde e o comportamento do animal em relação à sua disponibilidade de espaço, de tempo livre para brincar, educar, caminhar e para cuidar do bicho. Deve, ainda, considerar que podem ser necessárias medidas de segurança ambiental, como a instalação de telas ou redes de proteção em apartamentos para evitar que os animais caiam, além de manter portas e portões fechados para evitar que saiam desacompanhados. Gatos exigem medidas específicas de segurança e supervisão, especialmente nos primeiros dias após a adoção ou mudança, para evitar que fujam. Ao contrário do que muitos pensam, as “voltinhas” podem ser prejudiciais ao animal, pois ele pode ser envenenado, contrair alguma doença, se perder, ser atropelado, sofrer maus-tratos e, se não for castrado, o passeio pode resultar em procriação. É importante considerar, ainda, o que fazer com os pets nas férias, feriados e numa eventual mudança de endereço, situações que exigem medidas especiais. A falta de atenção ou de planejamento em relação às necessidades do animal pode levar a comportamento inadequado e conflito com a família o que, infelizmente, pode resultar em abandono, fuga, doação ou devolução. Isso afeta o animal, o faz sofrer e pode gerar problemas comportamentais, dificultando sua adaptação em outro lar. Os espaços de acolhimento para os animais sem lar são os abrigos e os lares temporários onde os animais são mantidos, preferencialmente por pouco tempo. Esses locais devem assegurar seu bem estar e a saúde, proceder a vermifugação, vacinação e castração, tratar os animais doentes, tratar comportamentos inadequados decorrentes de estresse ou fobias para uma melhor ressocialização, até que sejam adotados. O objetivo do abrigo deve ser proteger os animais enquanto se empregam os melhores esforços para sua adoção e, portanto, não devem ser confundidos com santuários que visam a permanência dos animais pela vida toda. Podem ser públicos, privados, do terceiro setor, mistos ou de pessoa

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Foto: olharanimal.or

Foto: Centro Municipal de da Prefeitura d

Foto: Centro Municipal de da Prefeitura


rg - divulgação

Adoção de Cães e Gatos de São Paulo

e Adoção de Cães e Gatos de São Paulo

física e cujos desafios, no Brasil, são a alta densidade populacional e o longo período de permanência. Colaboram para esse cenário, as altas taxas de animais não castrados em condições de rua, de animais não castrados que têm guardião mas que saem às ruas sozinhos, além das referentes ao abandono. Os lares temporários são uma alternativa aos abrigos, onde os animais são acolhidos em lares reais, com famílias reais (multiespécies, muitas vezes), em menor número de animais e, frequentemente, com permanência mais curta, pois há maior engajamento e mais sucesso nos esforços para adoção. Os cuidadores se comprometem com o bem estar e se responsabilizam pelos recursos e cuidados necessários para viabilizar a inserção do animal em outra família. É comum a busca por cuidadores que ofereçam lares temporários através das redes sociais. Você também pode participar desse serviço, oferecendo o lar voluntário ou com ajuda de custo, não apenas com dinheiro em espécie, mas também através de doações como medicamentos, ração, divulgação entre outros. É muito importante que esses espaços realizem uma rigorosa avaliação dos possíveis adotantes, levando em consideração questões ligadas ao perfil familiar, rotina do adotante, histórico com animais, segurança e necessidades do animal, para que não ocorra adoções errôneas ou prejudiciais. Se você deseja um animal em sua família, analise sua dinâmica social e, caso seja adequada, não compre, adote! Texto escrito por Larissa Silva Santos com a colaboração de Gabriela C. de Oliveira Santos; Amanda Novais Grecco; Natayane do Vale Torquato; Evelise Oliveira Telles, membros do Projeto Santuário. Se tiver sugestões de temas ou dúvidas entre em contato pelo e-mail: papoanimal60mais@gmail.com. Nos siga nas redes sociais: Instagram: @projetosantuariousp e Facebook: Projeto Santuário - FMVZ USP. Ficaremos muito felizes em ter você conosco!

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Amigo do Idoso

IPTU Fábio Faria de Sá Diretor do Instituto de Orientação Previdenciária

Olá, eu sou Fabio Faria de Sá e venho mensalmente colocando informações sobre atenção e direito do Idoso, sou diretor do Instituto de Orientação Previdenciária (IOPREV), local onde ajudamos àqueles que não tiveram retorno positivo referente ao seu benefício (Aposentadoria, Pensão) ou está com alguma questão judicial sem resolução, mas neste mês vou falar de algo que tem tomado não só as cidades brasileiras, mas sim as do mundo todo o famoso “puxadinho”. Recentemente podemos ver as reportagens e os agravos que estão acontecendo no setor de habitação, mas é muito importante lembrar que para reformas/construção é necessário autorização técnica pelo órgão regulamentador do seu município, por isso, não deixe de verificar o passo a passo para então fazer aquela melhoria em sua casa pois além de ser passível de multa construir/reformar sem autorização e quando da verificação de área construída do seu imóvel para atualização do IPTU, ele pode obter aumento de valor baseado naquele quarto construído/aumentado, aquele andar a mais para um familiar que você está querendo ajudar, então lembre-se, antes de construir/aumentar seu imóvel, consulte a legislação municipal de sua cidade para que não seja pego de surpresa. Mas além do aviso, também venho dar a notícia referente a cidade de São Paulo para justamente ajudar com essa questão de novas edificações, em São Paulo existe a Lei da Anistia, Lei nº 17.202/2019, e com isso dá oportunidade para os cidadãos se adequarem às normas de construção e de ocupação do solo da cidade. Isso significa que a partir de agora todos os imóveis que apresentam algum tipo de atualização realizadas até 2014 e que se enquadram nas regras da lei, poderão ser regularizados e se adequar às normas

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da Prefeitura. A REGULARIZAÇÃO FOI DIVIDIDA EM 4 TIPOS: 1 – Regularização automática Residências de baixo e médio porte com isenção total de IPTU em 2014 serão regularizadas automaticamente. 2 - Regularização Declaratória Simplificada Para edificações residenciais não enquadradas na categoria automática e que tenham até 500 m² de área construída. 3 – Regularização declaratória Residências maiores, comércios, escolas, escritórios, pousadas, com área construída de até 1.500 m² deverão solicitar a regularização na Prefeitura. 4 - Regularização Comum São os casos não incluídos nas categorias acima e com área construída maior que 1.500 m². Também deverão solicitar a regularização na Prefeitura. Lembrando que é necessário verificar em qual das declarações seu imóvel se enquadra e também isso é referente a cidade de São Paulo. Caso seu imóvel seja de outra cidade veja se não há algum programa de anistia. Se quiser saber mais, acesse: https://meuimovelregular.prefeitura.sp.gov.br

Pref. de SP

Essa foi a dica Faria de Sá desta edição, e lembre-se, continue usando máscara, higienizando as mãos e se puder, fique em casa.

Contatos, dúvidas, perguntas: FABIO FARIA DE SÁ Contabilista e Diretor do Instituto de Orientação Previdenciária 11-5015-0500 ou 11 97095-2112 fdesa@icloud.com

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Benefícios

Transtorno de acumulação e prejuízos cognitivos: é possível tratar? Thais Bento Lima gerontóloga e colunista do SUPERA Ginástica para o Cérebro

Você já deve ter ouvido falar em transtorno de acumulação, e pode ter tido dúvidas relacionadas a esta doença. Mas afinal o que é este transtorno? É uma síndrome psiquiátrica que atinge 4% da população mundial, não escolhe idade, nem sexo, nem classe social e podendo causar prejuízos cognitivos, sociais, funcionais e físicos. Inconscientemente, a pessoa acometida desenvolve a compulsão, um desejo incontrolável, de comprar, recolher e acumular. No transtorno de acumulação o problema fica mais evidente em idade mais madura e assim geralmente adquire um estigma equivocado de “doença de pessoas idosas”. Porém, na verdade, estudos indicam que pode se iniciar na infância, como um comportamento disfuncional, e se intensificar na meia-idade, com a maior autonomia para compras. Além disso, muitos casos têm sido identificados como reflexo dos avanços relacionados aos sistemas e órgãos de proteção de direitos da pessoa idosa tem recebido e exercido ultimamente. Suas consequências podem ser dramáticas. Em nível individual, a síndrome pode interferir no autocuidado e em atividades básicas, como a higiene pessoal e do ambiente, a alimentação e o sono. Há um aumento, principalmente em idosos, do risco de quedas, má nutrição, má gestão de saúde e de medicamentos. Em nível social, pode causar prejuízos, inclusive financeiros, na relação com familiares, vizinhos e amigos. Quando não são adquiridos, os objetos acumulados são coletados, até mesmo do lixo, e o sujeito, envolvido pelo fascínio que desenvolve, se encontra incapaz de descartá-los, mesmo sem terem qualquer utilidade

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Foto: Método Supera

ou sendo nocivos para a saúde. A casa se transforma em um depósito abarrotado, desordenado e malcheiroso, o que pode em casos mais extremos levar até a uma ameaça de despejo. O indivíduo, apesar de levar uma vida aparentemente comum, se isola socialmente, se mantém em estado de aflição, com a sensação de perigo permanente, se torna um colecionador de velharias e tralhas, e muitas vezes um acumulador de animais, que não reconhece sua situação como um problema de saúde mental que precisa de tratamento. Esse comportamento irregular é associado a alterações no cérebro dos chamados acumuladores compulsivos, as quais interferem nas sensações de algumas emoções negativas, como nojo e vergonha, bem como na forma como essas pessoas tomam decisões que envolvem conflitos e incertezas. Alguns estudos apontam também para a ocorrência de prejuízos cognitivos relacionados à atenção e à organização espacial. O transtorno de acúmulo pode emergir ao longo da vida como reação a uma experiência mais traumática, como por exemplo conflitos profissionais, dificuldades econômicas, solidão ou a morte de um ente querido, fazendo com que o indivíduo apresente sentimentos, afetos, pelos objetos, animais e por ocupar espaços em seu ambiente de moradia, sem preocupar-se com o excesso, com a organização e com a higienização. Por isso, os acumuladores não devem ser discriminados ou vistos como pessoas desleixadas, sem força de vontade para mudar de vida. Pelo contrário, devem ser acolhidos, reconhecidos como pessoas que precisam de auxílio e de tratamento inter e multidisciplinar. Como uma síndrome em que os sintomas se agravam com o envelhecimento, é de suma importância identificar os sinais precocemente. Quanto mais cedo forem identificados melhor as chances de adesão, de aceitarem o processo de desocupação de espaços e cômodos, e de cooperação com o tratamento, visto que muitos sinais são decorrentes de uma baixa motivação, uma possível mudança que ocorre no estilo de vida da pessoa com a realização de algum tratamento e, na maioria dos casos, não é o próprio paciente que relata o problema ou procura ajuda e sim por meio de relatos de pessoas próximas ao paciente. Uma possível aproximação ao problema do acumulador compulsivo deve levar em consideração a estratégia de redução de danos, com a busca da organização do ambiente e a diminuição dos objetos e/ou animais por meio de um acolhimento compassivo e uma orientação a escolhas possíveis. Deve-se considerar também a participação da família e/ou outros vínculos afetivos e de confiança, numa abordagem psicossocial, com o intuito de auxiliar o indivíduo a reconhecer os riscos à saúde decorrentes de seu comportamento. Mais especificamente na psicologia, a Terapia Cog-

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nitiva Comportamental é considerada a abordagem mais comum no transtorno de acumulação. O objetivo geral é proporcionar uma reestruturação dos pensamentos, ou seja, modificar as crenças sobre posses, criar estratégias para a diminuição dos hábitos de coleta e auxiliar na tomada de decisão do paciente, por meio de técnicas como a reestruturação cognitiva, a exposição gradual, o treino de habilidades sociais e o emprego de estratégias motivacionais. Há relatos de benefícios também com a aplicação de intervenções em casa com atividades de resolução de problemas e de desenvolvimento de habilidades de organização. Os indivíduos com sintomas depressivos precisam receber uma atenção maior no caso de apresentarem sinais de acumulação, pois a depressão é um fator que pode agravar o transtorno. Uma possibilidade de tratamento que aponta para benefícios nesses casos, tanto para o transtorno em si como para a redução dos sintomas depressivos e ansiosos, é a terapia de grupo. Orienta-se também que indivíduos que tendem a apresentar comportamentos de acúmulo, possam ter um maior preenchimento do tempo livre de forma útil e prazerosa, realizando atividades integrativas, como atividades físicas e/ou de estimulação cognitiva para estimular a saúde como um todo. Fontes consultadas: Araujo, E. N. P. de, & Santos, V. G. (2015). Transtorno de acumulação compulsiva de idosos: Possibilidades de cuidados e questões de saúde pública. Revista Kairós Gerontologia, 18(4), pp. 81-100. Gargiulo, M. S., de Aguiar Cicolella, D.; Stroschein, K. A., & Garcia, A. P. H. (2017). Identificação e cuidados no transtor-

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Foto: Método Supera

no de acumulação. Revista de Enfermagem UFPE on line, 11(12), 5028-5036. Schmidt, D. R.; Della Méa, C. P. & Wagner, M. F. (2014). Transtorno da Acumulação: características clínicas e epidemiológicas. CES Psicología, 7(2), 27-43. Transtorno de acumulação: a atenção por processos de trabalho articulados. (2018). Recuperado em 17 de abril de 2021, de https://www.portaldoenvelhecimento.com.br/transtorno-de-acumulacao-a-atencao-por-processos-de-trabalho-articulados/. Escrito por: Graciela Akina Ishibashi- graduanda em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP). Estagiária do projeto de validação do Método SUPERA. Estudante de iniciação científica na área de treino cognitivo. Mauricio Einstoss de Castro Barbosa – Graduado em Gerontologia pela Universidade de São Paulo (USP), com participação no Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde/ Interprofissionalidade), teve atuação como estagiário de Gerontologia na Coordenação de Políticas Para a Pessoa Idosa – Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania – Prefeitura de São Paulo. Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva, Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. E assessora científica e consultora do Método SUPERA.

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S E Grande Conselho Õ Ç I E L E Municipal do Idoso Redação

O GCMI é um órgão colegiado que tem por finalidade contribuir para a formulação de políticas públicas para promoção do bem estar e qualidade de vida para a pessoa idosa. Para isso, promove discussões, faz encaminhamentos e delibera (de forma colegiada) temas pertinentes à defesa, proteção e valorização, assegurados na Constituição Federal, Estatuto do Idoso (Lei 10.741 de 1º de outubro de 2003), Política Nacional do Idoso (Lei 8.842 de 04 de janeiro de 1994) e Política Municipal do Idoso (Lei 13.834 de 27 de maio de 2004). Grande Conselho Municipal do Idoso –GCMI Comissão Eleitoral do Grande Conselho Municipal do Idoso –GCMI, instituída por força das Resoluções nº 13/ GCMI/2020, Resolução nº 14/GCMI/2020,Resolução nº 15/GCMI/2020e Resolução nº 20/GCMI/2021 publicadas, respectivamente, nas datas de 11/08/2020, 05/09/2020,19/11/2020 e 24/04/2021, em Diário Oficial da Cidade de São Paulo, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei 10.741/2003 –Estatuto do Idoso, divulga a relação dos(as) candidatos(as) inscritos(as) e habilitados(as), referente à Eleição do GCMI para o Biênio junhode 2021 a junho de 2023, abaixo relacionados.MACRORREGIÃO –NORTE/01 INSCRIÇÃO -NOME / APELIDO 01/001 Ruth Altamirano Lavadenz / Ruth Altamirano 01/002 Wanderley Vendramini Carvalho / Carvalho 01/003 Maria Aparecida Cruz de Souza / de Souza 01/004 Norma de Oliveira Neres da Silva / D. Norma 01/005 Maria Rosa Lopes Lazaro / Rosa Lazaro 01/006 Normando de Oliveira / Seu Normando 01/007 Maria Conceição Silva Amaral / Conceição 01/008 Auta Pereira dos Santos / Auta01/009 Maria Conceição Casemiro dos Reis / Egbon mi Conceição Reis d’Ogún 01/010 Vilma Barbosa dos Santos / Vilma(Desistência)MACRORREGIÃO –SUL/02 INSCRIÇÃO -NOME / APELIDO 02/001 Cleusa Maria de Almeida / Cleusa 02/002 Raimunda Nogueira Dias / Rai 02/003 Antenilson Franklyn Rodrigues Lima / Franklyn02/004 Célia Regina Silva Bicudo 02/005 Ana Rosa Garcia da Costa / Ana Rosa Costa 02/006 Aparecida de Souza Lima / Cida do Portela 02/007 Margareth Anderáos 02/008 Maria de Fátima Alves Marta / Fátima Marta 02/009 Norma Sueli Ayres de Almeida Coelho Rangel / Norma Rangel 02/010 Janete Azevedo do Nascimento / Janete 02/011 Rosemary Haeberlin / Rose 02/012 Oswaldo André Filho / Filho 02/013 Ana Maria Acquesta Millas / Ana Millas 02/014 Altina Alves / Altina (Desistência)02/015 Carmen Silvia Calandria Ponce / Carmen Ponce 02/016 Adelheid Margarida Molnar Pasetti / Heidi (Desistência)02/017 Jameson Ferreira de Oliveira / Jayme 02/018 Sokan Kato Young / Sokan 02/019 Sonia Francisca De Paula Monken / Sonia Monken 02/020 Elvira Maria Espíndola Guimarães / Elvira 02/021 Jose Luiz da Silva / Joluhem 02/022 João Cassiano de Oliveira / João Cassiano MACRORREGIÃO –LESTE/03 INSCRIÇÃO -NOME / APELIDO 03/001 Cecília Bevilacqua / Cecília 03/002 Neide Duque Silva / Neide Duque 03/003 Cleusa Morales Vivanco Soares / Tita 03/004 Maria do Socorro Alves / Dona Socorro 03/005 Jose Carlos Cuccio 03/006 Sufia Gonçalves Duarte / Sufia 03/007 Olavo de Almeida Soares / Olavo 03/008 Koniti Wada / Wada 03/009 Eloa Maria Pimenta da Silva / Eloa Pimenta 03/010 Edvaldo Ferreira dos Santos / Edvaldo Ciati 03/011 Ana Santos Souza Ruiz / Ana Ruiz 03/012 Antônio Santos Almeida / Antônio 03/013 Marisa Petcov / Mazinha 03/014 Maurício Gomes das Chagas / Mauricinho 03/015 Maria José Da Silva Gonçalves / Maria José 03/016 Maria

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Angélica Fonseca Ferreira Ribeiro / Angélica 03/017 Albertina Souza Ribeiro Justino / Tina 03/018 Marcos de Souza Carreira / Carreira 03/019 Rosicler Casal Bueno Cardoso / Rose Casal 03/020 Jaciara de Oliveira Zippert / Jacira 03/021 Ana Aparecida de Morais Veg / Ana Veg 03/022 Shirley Schimith de Assis / Schimith 03/023 Edelmisson Tavares da Silva / Kakum Tavares 03/024 Maria Luiza de Oliveira Guerino / Luiza de GuaianasesMACRORREGIÃO –OESTE/04 INSCRIÇÃO -NOME / APELIDO 04/001 Maria do Carmo Guido Di Lascio / Maria do Carmo Guido 04/002 Irith Rachel Arenstein / Irith (Desistência)04/003 Ricardo Pereira Carneiro / Carneiro 04/004 Ana Maria Souza Veiga / Ana 04/005 Edith Lopes Modesto dos Santos / Edith Modesto 04/006 Maria Enaura Vilela Barricelli / Enaura 04/007 Jociléia Néia da Costa / Joyce Néia 04/008 Rosa Maria Villares de Souza Berto / Rosa Villares 04/009 Maria Cristina Boa Nova / Cristina 04/010 Maria Francisca dos Santos e Passos / Chica 04/011 Cacildo Marques Souza / Cacildo Marques 04/012 Paulo Leal Lanari / Lanari 04/013 Cristina Ondir / Cris Ondir 04/014 Leila Maria Queiroz Ferreira de Lima / Leila 04/015 Eneida de Paula Rosi / Eneida MACRORREGIÃO –CENTRO/05 INSCRIÇÃO -NOME / APELIDO 05/001 Antonio Mariano / Mariano 05/002 Milton LongobardiJunior / Longobardi 05/003 Raymunda Sônia Carvalho Brandão (Desistência)05/004 Mary Alves dos Santos / Mel 05/005 Nadir Francisco do Amaral / Amaral 05/006 Dulce Cristina Viveiros Meira / Dulce 05/007 NiltesAparecida Lopes de Souza / Niltes 05/008 Wanda Ferraz / Wanda 05/009 Romilda Almeida Correia / Romilda 05/010 Rosa Moraes / Rosa 05/011 João Tadeu Ribeiro Diniz / Tadeu 05/012 Dulce Querino de Carvalho / Dulce 05/013 José Wilson Bernardes

Candidatas do Grupo 60+ Trabalho e Negócios Um Grupo que reune seniores ativos que interagem coletivamente, num ambiente aberto, prazeroso e inclusivo, que integra diferentes competências e experiências para elaboração de produtos, execução de projetos e serviços. O 60+ participou das eleições com 4 de seus integrantes e o resultado foi de 100% de aproveitamento

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ELEIÇÕES DO GRANDE CONSELHO MUNICIPAL DO IDOSO POSSE PROCESSO SEI Nº 6074.2020/0004151-2 A Comissão Eleitoral do Grande Conselho Municipal do Idoso do Biênio 2021/2023, instituída por força da Resolução nº 013 e 014/GCMI/2020 e nº 020/GCMI/2021, publicada em 24/04/2021 no Diário Oficial da Cidade de São Paulo, no exercício de suas competências, vem oficializar, na data de 28/06/2021, a posse dos(as) conselheiros(as) do Grande Conselho Municipal do Idoso para o biênio 2021/2023. MACRORREGIÃO NORTE Titulares Maria Aparecida Cruz de Souza Maria Rosa Lopes Lazaro Wanderley Vendramini Carvalho Ruth Altamirano Lavadenz Normando de Oliveira Norma de Oliveira Neres da Silva Suplentes Maria Conceição Silva Amaral Maria Conceição Casemiro dos Reis Auta Pereira dos Santos MACRORREGIÃO SUL Titulares

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Aparecida de Souza Lima Ana Rosa Garcia da Costa Ana Maria Acquesta Millas Rosemary Haeberlin Joao Cassiano de Oliveira Antenilson Franklyn Rodrigues Lima Suplentes Raimunda Nogueira Dias Norma Sueli Ayres de Almeida Coelho Rangel Carmen Silvia Calandria Ponce MACRORREGIÃO LESTE Titulares Neide Duque Silva Jose Carlos Cuccio Antonio Santos Almeida Albertina Souza Ribeiro Justino Ana Santos Souza Ruiz Maria do Socorro Alves Suplentes Sufia Gonçalves Duarte Koniti Wada Olavo de Almeida Soares

MACRORREGIÃO OESTE Titulares Maria do Carmo Guido Di Lascio Maria Enaura Vilela Barricelli Jociléia Néia da Costa Maria Cristina Boa Nova Cristina Ondir Rosa Maria Villares de Souza Berto Suplentes Cacildo Marques Souza Edith Lopes Modesto dos Santos Maria Francisca dos Santos e Passos MACRORREGIÃO CENTRO Titulares Romilda Almeida Correia Niltes Aparecida Lopes de Souza Antonio Mariano José Wilson Bernardes Nadir Francisco do Amaral Dulce Cristina Viveiros Meira Suplentes Rosa Moraes Milton Longobardi Junior Mary Alves dos Santos

Também, no dia 28/06/2021, ocorreu a posse da Secretaria Executiva do GCMI - Grande Conselho Municipal do Idoso em São Paulo, assim constituída: Presidente – Neide Duque da Silva Vice-Presidente – Maria Aparecida Cruz de Souza 1ª. Secretária - Aparecida de Souza Lima 2ª. Secretária - Maria do Carmo Guido Di Lascio Vogal – Romilda Almeida Correia

Na próxima edição uma entrevista especial com as 4 concorrentes e eleitas do Grupo trabalho 60+ magazine 60+ #25 - Julho/2021 - pág.48


Em todas as telas

Velhice não é doença, envelhecer é viver Katia Brito Produtora de conteúdo sobre envelhecimento e longevidade

Enquanto a vacinação caminha a passos lentos e cai o número de internações e mortes de pessoas idosas, a mídia de forma geral muda o foco e perde mais uma vez a oportunidade de abordar temas importantes para um país que envelhece. Quem são os velhos do Brasil, como estamos envelhecendo, entre outras pautas que certamente mostrariam os desafios e oportunidades do envelhecimento e da longevidade. Além de invisíveis para boa parcela da população, as pessoas idosas correm o risco de serem consideradas doentes mesmo que tenham uma capacidade funcional melhor que muitos jovens. A velhice pode ser incluída como doença a partir do próximo ano, sob o CID MG2A, segundo mudanças propostas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). E a velhice não é doença, é uma fase da vida que deve ser vivida plenamente como qualquer outra, talvez com limitações, mas também com muitas possibilidades. O tema “Velhice é doença?” foi debatido no Facebook e YouTube do canal @oquerolanageronto, que tem à frente Yeda Duarte, coordenadora do estudo SABE (Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento); Marília Berzins, presidente do Observatório da Longevidade Humana e Envelhecimento (OLHE); o médico geriatra Sérgio Paschoal, e o psicólogo e mestre em Gerontologia Carlos Lima. Os debates no canal motivaram a mobilização pela retirada da velhice como doença, movimento que tem agregado organizações nacionais e internacionais como o Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC Brazil, sigla em inglês), presidido pelo mes-

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Michael Douglas e Alan Ar Kominsy, disponível na Ne

Renata Sorrah brilha com taque na Globoplay

Primeira live sobre “Velhi do canal O que rola na canal, Alexandre Kalach crédito: R


rking protagonizam a série Método etflix - crédito: Reprodução/Netflix

mo Stella em “As Filhas de Eva”, des- crédito: Reprodução/TV Globo

ice não é doença”, no dia 31 de maio, geronto reuniu os responsáveis pelo he e Carlos André Uehara, da SBGG Reprodução/Facebook

tre Alexandre Kalache, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e a Associação Internacional de Geriatria e Gerontologia (IAGG, sigla em inglês). Participe e compartilhe a hashtag - #velhicenãoédoença ! Como bem destacou Kalache na live do dia 9 de junho, trazendo uma frase de Cecília Meireles lembrada pela professora Áurea Barroso: “Já não se morre de velhice, nem de acidente, nem de doença, mas, Senhor, só de indiferença”. Não se pode ser indiferente a vida. Não importa a idade, toda vida é importante e deve ser valorizada. Dicas de séries Nesta coluna, além desse importante debate, destaco também duas séries imperdíveis com personagens 70+: “Método Kominsky” (Netflix) e “Filhas de Eva” (Globoplay). As tramas abordam o envelhecer sob diferentes formas. Na primeira são homens aceitando as limitações do tempo mas sem deixar de viver, e a segunda, tem como um dos personagens principais uma mulher prestes a completar 70 anos, que decide mudar quando percebe que viveu apenas em função do marido e da família. O “Método” é protagonizado por Michael Douglas (quem não lembra de “Um Dia de Fúria”, de 1993?) e Alan Arkin, que conheci em trabalhos mais recentes como o excelente filme “Despedida em Grande Estilo”, de 2017, em que contracena com Morgan Freeman e Michael Caine. Nos episódios das três temporadas, de forma leve e bem-humorada se fala sobre luto, sexualidade, amizade, doença, e principalmente sobre a vida que não termina com a velhice, pelo contrário, abre espaço para a realização de sonhos e novos e antigos amores. Em “Filhas de Eva”, a 70+ Renata Sorrah está maravilhosa como Stella. A personagem na festa dos 50 anos de casamento pede o divórcio, diante literalmente de um filme de sua vida, e decide viver a própria vida. Os desafios são muitos para se reencontrar e o preconceito pela idade, o idadismo, está implícito em muitos momentos, seja na busca por um emprego ou ao tentar um empréstimo. E ela segue ao lado de mulheres de outras gerações que enfrentam desafios que parecem diferentes, mas se assemelham na luta para serem quem são.

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CriativA Idade

Produções do Arteterapia na veia Jane Barreto Psicopedagoga e Arteterapeuta

Com a nova realidade dos habitantes do planeta, todos os seres humanos, em qualquer que seja a idade, estão hoje limitados e carentes de um contato físico seguro e livre, o que até pouco tempo era tão natural... O povo brasileiro é um povo amistoso, povo que pega, toca, e usa o toque até nas palavras. Os poetas cantam “alo alo Rio de janeiro, aquele abraço”, ou dizem: me dá um toque quando chegar... ao despedirem –se pelo telefone sempre pronunciam, um beijo, ou abraços...desejando que a pessoa do outro lado se sinta beijada ou abraçada. E agora, como ficaram as falas, os gestos, o toque para o contato? A palavra contato tem sua etimologia no latim e deriva do contactus - o toque entre si, de duas ou mais coisas, encontro, convívio, intercomunicação. O “com+tato” traz a possibilidade de estímulo e desenvolvimento da pele, o maior órgão do corpo humano, é o meio pelo qual nos conectamos com o externo e interno, é o “lado de fora” do sistema nervoso central, ela é a interface da linguagem corporal, tem sua origem nas camadas das células embrionárias, este órgão desenvolve funções importantes, como:absorção, armazenamento de gordura, proteção, regulação de temperaturas entre outros, e corresponde a 12% do peso total do corpo . Todos os órgãos se maturam por si só, a pele merece e necessita de estímulo para sua maturação, por toda vida, e as pessoas mais velhas podem e devem estimular ainda mais esse órgão através do contato, da auto massagem, da auto percepção tátil e corporal. Mas como é possível mantermos a pele em con-

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tato sendo interface com mundo interno e externo, se estamos desconectados fisicamente, distantes socialmente e fragilizados emocionalmente? A cada dia em que vivemos, o cotidiano nos presenteia com fatos simples que fazem parte de um acervo do inconsciente, como um memorial de existência e vida, cada um tem uma história de vida. Esses fatos que são marcados por alguma motivação, trazem os acontecimentos guardados, quando revisitados, são revividos na memória, e então é possível perceber –se e perceber o outro nas narrativas do eu, do outro, e de nós em conato com as coisas usando os demais sentidos... O que nos torna humanos é estar sensível ao outro e a si mesmo, então, por causa dessas memórias podemos ter contatos com coisas, gestos, sentimentos, lembranças, desejos que nos tornam mais vivos, e sensitivos a partir da pele dessa casa que habitamos: O CORPO. As peles podem sentir calor do humanos mesmo distantes fisicamente, se a memória permitir e na força do contato através do que buscar, poderá ter uma experiência muito significativa para a existência. Portanto é preciso estar a flor da pele, para sentir o real mas viver o imaginário, o sonho de quem mesmo sem contato, tem tato e vai continuar com sensibilidade, afeto, vínculo, despertando o mais valioso de cada ser. O AMOR!

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Por Simone Rocha e Beatriz Nogueira

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Buscando palavras

Acho que fiquei entre tempos... Neide Lopes Ciarlariello Escritora A.C.L

Fui uma menina feia, raquítica, hiperativa e, consequentemente, desastrada, que morava em uma vila de pequenas casas no bairro do Brás, em São Paulo, onde nasci no último ano da década de trinta. Cresci sem brinquedos, o que me ajudou a desenvolver a criatividade e o devaneio. A fantasia, as ilusões, os sonhos e as delicadezas fui descobrindo nos livros, na poesia e nas músicas, na minha segunda infância, quando definitivamente elas se instalaram em minha vida. As primeiras poesias que conheci e declamei eram da lavra do meu avô Paraguassú, que foi poeta, seresteiro e cantor da velha guarda da música popular brasileira. Meu pai tinha alma de artista e sempre nos incentivou à leitura e à poesia. Era sempre aos domingos, após o almoço, que ficávamos à mesa lendo trechos do seu antigo livro de leitura escolar que ele guardava com carinho, intitulado “Antologia Nacional”, com obras dos grandes poetas e escritores brasileiros e portugueses. Guardo ainda na memória aquele domingo em que recebemos a visita do Francisco, amigo de mocidade de meu pai, por quem ele tinha grande estima, e ficamos a declamar a poesia “Fragmentos”. Essa antiga poesia é uma trilogia entre o poeta, a vida e a morte, onde o autor colocava em discussão o que era primordial para o ser humano. Cada um de nós interpretava um personagem: eu, evidentemente, era a VIDA, meu pai era o POETA e o Francisco era a MORTE. Além de ler, discutíamos sobre a posição de cada um dos personagens. Meu pai, sempre lúdico e sonhador, defendia o poeta, veementemente discordando da importância da finitude da vida, e eu, aos dez anos de idade, mais ouvia do que discutia, mas isso me fazia raciocinar muito sobre essas questões e a cada dia mais me apaixonava pela literatura e pelas poesias. Já na adolescência, cursando a Escola de Comércio 30 de Outubro, tive a oportunidade de participar de um grupo de teatro amador “Memo & Martini”. Mais uma paixão, agora pela arte cênica, e mais e mais me dedicava à leitura. Como não havia verba suficiente para aquisição de muitos livros (eu lia dois livros por semana), me associei ao chamado “Clube do Livro” onde pagava uma módica quantia para receber mensalmente um livro, que se juntavam no armário com os outros presenteados por meu pai. Li de tudo. De Max Weber à Máximo Gorki, Victor Hugo, Castro Alves, li toda obra de Machado de Assis, todas as poesias de Bilac, Gonçalves Dias, todos os romances de Jorge Amado, José de Alencar, Gonçalves de Magalhães, Mário de Andrade, Gregório de Matos, o famoso “Boca do Inferno”, com suas sátiras e críticas ao sistema e ao governo da época. Li toda coleção da História do Mundo para Crianças, os Grandes Pintores, Augusto dos Anjos, Casimiro de Abreu, Vicente de Carvalho O poeta do mar, etc. etc. etc. Lia tudo que caía em minhas mãos. Sempre escrevi. Na infância, me deleitava com as composições escolares. No início da

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Ilustração: M.C.Conti

adolescência, comecei com as poesias e até iniciei um romance que tinha título antes mesmo de iniciado – O Colar de Esmeraldas – nunca foi terminado. Nunca tive a pretensão de publicar nem de fazer carreira literária. Sempre escrevi por diletantismo e só no outono da vida expus meus escritos. Houve um período em que me afastei um pouco da poesia e fui experimentar a pintura, como forma de expressão. Fiz muitas telas que foram presenteadas, hoje tenho comigo apenas o meu primeiro trabalho e o último. Nesse tempo conclui a Faculdade de Direito e retornei à escrita. Não posso negar que o Direito influenciou minha escrita, que resultou mais sucinta e concisa tornando minha poesia mais realista; período em que, para não miscigenar minha carreira profissional com a literatura, retomei ao pseudônimo de “Sabichi”, forma que um dia certo amigo nipônico identificou minha poesia. (Sabichi = tristeza, triste, tristonha). Aos cinquenta anos de idade assumi as rédeas da minha vida e fui conhecer o mundo em viagens inesquecíveis, sempre escrevendo...e dez anos depois, por incentivo da minha filha Maria Beatriz publiquei algumas poesias, ingressando na Ordem da Confraria dos Poetas, sendo uma das laureadas em 2007 no VII Prêmio Cultura Nacional, com meu soneto “Sem Nome”. De lá para cá participei de mais de 50 antologias, com o incentivo grande do meu amigo Mário Scherer e escrevi artigos para revistas e jornais, sempre de forma amadora. Em 2016 publiquei o livro “Baú da Saudade”, compilando material que encontrei no acervo do meu avô Paraguassú, satisfazendo assim um desejo da minha mãe, com um grande incentivo da editora que lançou este livro. Em 2018 publiquei o livro “Foi Assim”, numa edição limitada, e em 2019 publiquei algumas poesias “Maximus Academicus”. Pertencendo a duas academias, a Real Academia de Letras e Além-Mar Academia de Artes, em 2018 fui convidada a ingressar na Academia Contemporânea de Letras, onde estou vice-presidente e fui honrada com a cadeira nº 6. Esta Academia tem propósito de cultuar o vernáculo e a literatura em geral, em níveis local, regional e nacional, compromissada em não agir de forma preconceituosa e racista, respeitando todas as convicções, e isto me identificou. Ingressar na ACL me trouxe amigos novos, jovens e cultos talentos com quem tenho aprendido muito, usufruindo de um ambiente saudável e amistoso. Minha poesia também se ampliou, além dos sonetos, “brinco” agora com os versos brancos e crônicas do cotidiano. Além de tantas pessoas com tantos sonhos, esta pandemia que assola o planeta levou também minha inspiração. Pouco escrevi. Mas de pouco em pouco vou elaborando um novo livro (“Versos e Prosas”), quiçá para o final deste ano. Sei que não pertenço ao mundo antigo dos anos 30 e 40, mas sinto que o mundo atual também não está exatamente em mim. Acho que fiquei entre tempos... Neide Lopes Ciarlariello (Sabichi)


Falando em leitura

O Barroco Marly de Souza C. Almeida Pres. da Academia Contemporânea de Letras

A palavra barroco tem várias origens. Do grego baros (pesado); do francês boroque (irregular); do italiano barocchio (engano); do espanhol berrueca ou do francês baroque (irregular). Na língua portuguesa, barroco é uma “pérola de forma irregular”. O Barroco, ou seiscentismo, é o período que se estende entre 1601 e 1768, por influência do Barroco europeu. Tem início com a publicação do poema Prosopopeia, de Bento Teixeira e termina com a fundação da Arcádia Ultramarina, em Vila Rica, Minas Gerais. No Brasil é desenvolvido na Bahia. As principais características do Barroco são: arte rebuscada e exagerada; valorização do detalhe; dualismo e contradições; obscuridade, complexidade e sensualismo; dois estilos literários: cultismo e conceptismo. Por isso, toda a cultura desse período, incluindo costumes, valores e relações sociais, é chamada de “barroca”. O cultismo é caracterizado pelo “jogo de palavras”. Também é chamado de Gongorismo, pois foi inspirado nos textos do poeta espanhol Luis de Góngora (1561-1627). Esse estilo utiliza a descrição, linguagem culta (preciosismo vocabular), rebuscada e ornamental para expressar as ideias. Há valorização de detalhes e da forma textual. É comum o uso de diversas figuras de linguagem (hipérbole, sinestesia, antítese, paradoxo, metáfora, etc.). O soneto abaixo é do escritor barroco Gregório de Matos, que ficou conhecido como “Boca do Inferno”. A igreja, que dominava na época, com medo de perder o poder, fez uma reunião com os poetas e exigiu que os poemas, a partir

Cena da Paixão de Cristo no Santuário de Bom Jesus do Matosinhos, em Congonhas (MG). Obra de Aleijadinho entre 1796 e 1799

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daquele momento, fossem escritos sobre a igreja, idolatrando-a, e sobre a sociedade (proibindo a liberdade de pensamento). Caso não o fizessem, seriam proibidos de divulgar seus poemas. Ele se revoltou por se sentir pressionado e passou a escrever muitas poesias satíricas, onde criticava os líderes religiosos e ironizava diversos aspectos da sociedade. Além das satíricas, Gregório produziu poesias líricas, religiosas e eróticas. Veja, a seguir, um soneto como exemplo de um dos textos menos agressivos do poeta: Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria. Porém se acaba o Sol, por que nascia? Se formosa a Luz é, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia? Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza, Na formosura não se dê constância, E na alegria sinta-se tristeza. Começa o mundo enfim pela ignorância, E tem qualquer dos bens por natureza A firmeza somente na inconstância. O conceptismo significa “jogo de ideias”, pois é definido pelo uso de argumentos racionais, ou seja, do pensamento lógico, valorizando sempre o conteúdo textual, tendo como características o racionalismo e a retórica aprimorada, a fim de convencer o leitor, além de instrui-lo. Também é chamado de Quevedismo, pois foi inspirado na poesia do poeta espanhol Francisco de Quevedo (1580-1645). Além do raciocínio lógico, duas importantes características desse estilo eram: · Silogismo: baseado na dedução, o silogismo apresenta duas premissas que geram uma terceira proposição lógica. · Sofisma: baseado no argumento lógico, o sofisma gera uma ilusão de verdade. Isso porque está associado a algo enganoso que parece real, uma vez que utiliza argumentos verdadeiros. Padre Antônio Vieira, do Barroco português, cuja principal obra é Os Sermões, foi uma espécie de cronista da história imediata. Assim, ele elaborava os sermões dentro da técnica medieval, explicitando as metáforas da linguagem bíblica. Abaixo em que Padre Antônio Vieira critica o estilo cultista: “(...) Será porventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos? Um estilo tão empeçado, um estilo tão dificultoso, um estilo tão afetado, um estilo tão encontrado toda a arte e a toda a natureza? Boa razão é também essa. O estilo há de ser muito fácil e muito natural. Por isso Cristo comparou o pregar ao semear. (...) Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o sermão em xadrez de palavras. Se uma parte está branco, da outra há de estar negro

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Michelangelo Merisi, dit óleo sobre tela, 113,3 Conservado no P Galleria Nazional em Roma


to Caravaggio, Narciso, 3 x 94 cm, 1597-1599. Palazzo Barberini, le di Arte Antica, a, Itália.

(...). Basta que não havemos de ver um sermão de duas palavras em paz? Todas hão de estar sempre em fronteira com o seu contrário? (...) Como hão de ser as palavras? Como as estrelas. As estrelas são muito distintas e muito claras. Assim há de ser o estilo da pregação, muito distinto e muito claro.” (“Sermão da Sexagésima” de Padre Antônio Vieira) Poesia Barroca Portuguesa Sobe Bernardo da eternidade ao mapa, deixa do velho Adão a mortal cepa, pelo lenho da Cruz ao Empíreo trepa, começando em Belém na pobre lapa. Mais que rei pode ser e mais que papa quem de seu coração vícios decepa, que a grenha de Sansão tudo é carepa e a gadanha da morte tudo rapa! A flor da vida é cor de tulipa, também dos secos anos é garlopa, que corta como ao mar corta a chalupa. Nem há mister que o fosso corte a tripa, se na parte vital já tudo topa. É ape!, epa!, ipa!, opa!, upa! (Soneto de Padre Antônio Vieira) Resumo histórico do Barroco: O Concílio de Trento, realizado de 1545 a 1563, causou grandes reformas no Catolicismo, em resposta à Reforma Protestante de Martinho Lutero. Assim, a autoridade da Igreja de Roma foi vigorosamente reafirmada, depois de perder muitos fiéis. A Companhia de Jesus, reconhecida pelo papa em 1540, passa a dominar quase que inteiramente o ensino. Ela exerceu um papel importante na difusão do pensamento católico aprovado no Concílio de Trento. A Inquisição que se estabeleceu na Espanha a partir de 1480 e em Portugal a partir de 1536, ameaçava a liberdade de pensamento. O clima era de austeridade e repressão. Foi nesse contexto que se desenvolveu o movimento artístico chamado Barroco, numa arte eclesiástica que desejava propagar a fé católica. Em nenhuma época se produziu um número tão grande de igrejas e capelas, estátuas de santos e monumentos sepulcrais. Em quase todas as partes, a Igreja se associava ao Estado. Assim, a arquitetura barroca, antes só religiosa, surge também na construção de palácios, com o objetivo de causar admiração e poder. Fontes: www.portugues.com.br/literatura www.todamateria.com.br www.dicionarioetimologico.com.br/

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Só uma mensagem

Seja o que vier, venha o que vier... Cida Barica 10 e 60 anos

Enfim 60! Chegou aquela idade que pensei em não me reconhecer, porém, ao contrário, a cada dia tudo se esclarece. Reconheço-me em minhas histórias, nas vividas com os outros e na compreensão dos fatos que me cercam. Em minha mente, chega um turbilhão de lembranças boas e ruins. As cicatrizes estão lá e não as vejo como medalha, mas como experiência e superação. Fiz um apanhado dessas seis décadas e a cada 10 anos, muitas mudanças físicas, de cabeça e de propósitos de vida. Em todas elas constatei uma mão amiga maravilhosa, apoiando, questionando, sorrindo. Reconheci em mim uma criatura confiante e cheia de estratégias para mudar. É claro que nem sempre alcancei o futuro idealizado, mas não tenho isso como um fracasso, foram situações que exigiram novas adaptações e aceitações. Sabe aquela história de estar no lugar certo, na hora certa? Pois é, quando você enxerga isso aceita alguns desígnios dos céus. Acredito que viverei essa “envelhecência” com a mesma determinação de antes. Minha meta é apreciar tudo isso. Considerando o que vivi

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até aqui, penso em aprimorar algumas dessas atitudes para os próximos anos: Aceitar mais as situações que me tiram do estado de controle, pois elas acontecem para estabelecer um novo modo de ser; Aproveitar a saúde presente e investir no meu autodesenvolvimento espiritual, mental e físico, simplificar a vida e continuar frequentando a escola do amor; Crescer espiritualmente, abrir os olhos espirituais, ter atitudes que sintonizem com a evolução do universo e do ser humano. Buscar a Harmonia. Para que tudo isso aconteça precisarei: Garantir algumas horas do dia só para mim, pois sem isso não vou a lugar nenhum; Continuar acreditando que posso fazer diferença na vida de alguém; Ter amigos para cantar como Milton Nascimento: “Amigo é coisa pra se guardar, no lado esquerdo do peito, mesmo que o tempo e a distância digam “Não”; ” Estar próximo de tudo que inspire e eleve o sentimento de gratidão e retribuição ao próximo e ao Criador, conectando com ensinamentos e a Luz de Deus, conectando com a natureza, a cultura e a arte. Enfim, em 15 de julho de 2021, serei considerada idosa pela Lei, mas velhice não é doença, não importa se estabeleceram isso no Código Internacional de Doenças. Aceito o envelhecimento, a senescência, mas as vidas idosas devem ser tratadas com respeito, com o entendimento que requer qualquer fase do desenvolvimento humano. É o que esperamos como cidadãos, usuários de serviços de saúde e como companheiros de jornada.

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Humor

Compatibilidade Laerte Temple Doutor em Ciências Sociais Relações Internacionais

*ltemple@uol.com.br Rimem (o escrivão não soube escrever He-Man), é apaixonado pela bela vizinha Leididjeine (o mesmo escrivão), 3 anos mais nova. O rapaz é inteligente, trabalhador, porém fraco de feição (desabonitado) e deficiente capilar. Formou-se em administração e é tido como ótimo gestor, disputado por empresas da região. Ela é muito bonita, vistosa, curvilínea e exótica. Quase concluiu o ensino médio e hoje dedica-se ao esoterismo. Gosta de Rimem, mas o acha inodoro, sem açúcar e sem sal. Para ela, aparência, cultura, inteligência e dinheiro são irrelevantes. O que conta mesmo é a confluência astral. Não quer manter relação com alguém incompatível, pois sabe que não dará certo. Para ele, carente e inseguro, o nível de exigência é bem menor e qualquer mulher serve, desde que role sexo. Mas Leididjeine não é qualquer mulher. Galateia, mãe de Rimem, leva uma vida simples, após a juventude desvairada. Não sabe quem é o pai, provavelmente um dos detentos que atendia em frequentes visitas íntimas na penitenciária. Conheceu Pigmalião através de sua amiga Sunshine, mãe de Leididjeine, que certo dia pediu ao amigo para cuidar da bebê enquanto seguia jornada de auto conhecimento no Tibet. Teve um rolo com um monge e nunca mais voltou. Ele não sabe se é o pai, mas acolheu a criança, que foi criada pelos avós, donos de uma rede de lojas. Pigmalião abandonou os estudos, foi morar sozinho e mesmo assim fugiu de casa, adotando estilo de vida hippie. Filho único, os pais sabiam que quando partissem, ele perderia tudo. Herdou as lojas sabendo que nem ele nem a filha, que não soma números com mais de dois dígitos, conseguirão tocar o negócio. Por isso é interessante unir Rimem e Leididjeine, tanto para a gestão das lojas quanto para a relação amorosa entre Pigmalião, macho alfa e Galatéia, que ainda dá um bom caldo. Ambos curtiram as mesmas loucuras juvenis e seriam boa companhia um para o outro. Planejaram um jantar a quatro, para depois deixarem os jovens à sós. Quem sabe os filhos se entendem.

- Belíssima casa Leididjeine, muito bom gosto. Para-

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EITA...


béns. - Era tudo dos meus avós, a casa e a rede de lojas. - Há muito tempo que gosto de você. Que tal a gente namorar? - Pode ser uma boa, mas só namoro se for alguém compatível. - Compatível em que sentido? Política, sexo, gosto literário? - Constelação astral, numerologia, esoterismo. Tudo na vida é regido pelos astros. Um mapa astral pode ajudar. Qual é seu signo? - Não sei. Minha mãe disse que eu nasci gêmeo. - Que dia e mês você nasceu? - 16 de outubro. - Então você é de Libra. Por que disse Gêmeos? - Minha mãe diz que eu era para ter um irmão gêmeo, mas só eu vinguei. Achei que por isso sou de Gêmeos. - Qual é seu ascendente? - O que é isso? - Ascendente é o signo que despontava no horizonte na hora em que você nasceu. Eu sou Virgem com Câncer. - Virgem com Câncer? Que pena! Dá logo, menina. Não perca tempo. - Você não entendeu. Eu nasci em 16 de setembro, signo de Virgem. Meu ascendente é Câncer. - Ah bom! Que susto. Não entendo de horóscopo. - Curto astrologia, tarô e xamanismo. Bens materiais e dinheiro não me interessam. Viemos ao mundo sem nada e nada levaremos. Somos espírito, somos luz. Ocupamos temporariamente um corpo e estamos aqui só de visita. O importante é curtir a viagem. - Não sei se compreendo o que diz, mas acho que a gente seria um belo casal. Seu pai me quer gerenciando as lojas, minha mãe acha você simpática e charmosa. Temos tudo para dar certo. - Pode ser, mas precisa ter compatibilidade. É científico, sabia? - Acho você linda, corpo fantástico. Teríamos filhos maravilhosos e sabidos, não acha? - Você é forte, inteligente, meu pai diz que seria bom gestor para as lojas, mas insisto: será que temos alguma compatibilidade? - Não sei. Minha vida foi só estudo e trabalho, sem hobbies, baladas, viagens. Meus prazeres eram só comer Miojo, beber Fanta Uva e curtir a Banda Calipso. - Caraca! Miojo, Fanta Uva, Banda Calipso! Por que não disse logo? É muita compatibilidade, cara. Você pode ser o homem da minha vida. Claro que topo namorar, meu lindo! “O coração tem razões que aa própria razão desconhece.” Blaise Pascal. * autor de Humor na quarentena

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A História da Arte

O Renascimento pleno na Itália Leonardo

Manoel Carlos Conti Artista Plástico Jornalista

Um dos aspectos mais estranhos do Renascimento é o fato de os monumentos extraordinários e fundamentais do período terem sido produzidos entre 1495 e 1520, apesar da diferença de idade entre seus criadores. Bramante nasceu em 1444, Rafael em 1483, Ticiano em 1488 no entanto, Leonardo da Vinci que nasceu em 1452 foi denominado o primeiro mestre do Renascimento e não Bramante. Falando sobre a ‘Adoração dos Magos’ à qual como já dissemos ficou inacabada, teve uma construção inovadora e surpreendente, o desaparecimento do contorno durante a confecção da obra. Utilizando o ‘chiaro escuro’, Leonardo deu a essa obra a impressão máxima de que os personagens pareciam sair para fora da pintura. Em ‘A última ceia’, composta 12 anos mais tarde tem sido pelo mesmo motivo a obra mais reconhecida desse período. Infelizmente a obra deteriorou muito uma vez que Leonardo utilizou de uma têmpera (tinta preparada a base de ovos) que não aderiu muito bem a parede. Temos de fazer um enorme esforço para imaginar como era essa obra quando foi logo acabada, no entanto nos resta o suficiente para explicar seu espantoso efeito. Na obra, nota-se um enorme sentido de profundidade que prolonga o interior do refeitório. Esse fato se dá pela utilização da perspectiva feita antes do desenho das figuras a mesa. O ponto de fuga está colocado exatamente atrás do rosto de Cristo, exatamente no meio da obra dando assim um enorme valor simbólico bem como de espaço. Outro fato bastante importante é a abertura de uma grande janela atrás onde o frontão saliente serviu como uma grande auréola. Outra curiosidade dessa obra você pode ver em uma reprodução qualquer. Tampe o terço superior da obra que ganha o caráter de um friso e o agrupamento dos apóstolos fica menos

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A últim


claro e a calma figura triangular de Cristo, exatamente no meio da figura torna-se meramente passiva ao invés de atuar como foco espiritual e físico. Presumivelmente Jesus acaba de dizer ‘um de vocês vai me trair’ e os discípulos estão a se perguntar, ‘serei eu? serei eu?’. Não encontramos nada que contrarie essa narrativa uma vez adicionado o terço superior da obra. De certa forma os figurantes (discípulos) que sem esse terço superior parecem aglomerados em discussão e com o terço passam a conversar entre si. A intensão de Leonardo foi claríssima no aspecto de aglomeração e agrupamento compacto e dessa forma visto, a obra por inteira, cada um deles revela sua personalidade própria e podemos até notar que Judas (o traidor) já não parece mais conversar com os outros e seu perfil assustado fica bastante mais claro de que foi descoberto pelo Senhor. Próxima edição mais do Renascimento Pleno.

ma ceia - Leonardo da Vinci - Convento e Igreja Santa Maria Delle - Milao

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‘Causos’ do Nordeste

Relato de um homem que viu um Lobishomem Tony de Sousa Cineasta

Chamava-se Manuel Candido, de acordo com Raimundo Nonato, importante escritor potiguar. Manuel Candido nasceu num sítio na região de Upanema, município que faz divisa com Mossoró, Assu, Caraubas e Governador Dix-Sept Rosado. Ainda, segundo Raimundo Nonato, Manuel Candido era filho de um homem chamado Marinheiro Brito. Curioso alguém chamar-se “Marinheiro”. Aí vem a explicação de Raimundo Nonato: “Essa qualificação de Marinheiro era dada, em outros tempos, nos sertões, a todo o homem branco ou ruivo, que por lá aparecia. De modo que, um sinal distintivo de raças, como a cor, serviu em muitos lugares, para designar futuras famílias, cujos descendentes se vieram a espalhar por longínquos rincões da terra brasileira. ” Manuel vivia da agricultura e da criação de um pequeno rebanho de gado e ovelhas. Também exerceu a atividade de caixeiro trabalhando com comerciantes em Assu e Caicó. Tinha fama de cidadão honesto, respeitado, homem de palavra. Apesar de ser um sertanejo rústico Manuel era uma pessoa esclarecida e não acreditava em superstições ou crendices. Daí esse relato se revestir de credibilidade pois estamos falando de um homem que não acreditava em assombração. Deixo que Manuel conte com suas próprias palavras o contato que teve com um Lobishomem: “Quando eu era rapazinho, e vivia na casa do meu pai, em nosso velho sítio, às margens do Upa-

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nema, com mais dois irmãos, algumas irmãs e vários agregados da fazenda, verificou-se uma estranha ocorrência. Em uma segunda-feira do mês de abril, por volta das 9 horas da noite, pois o jumento do lote já havia relinchado, por três vezes, no baixio, numa noite de lua cheia, estávamos todos reunidos debaixo do alpendre grande, que dava para o lado do açude. A conversa ia animada e depois do segundo café, poucos se lembravam de dormir. E não é senão quando, interrompendo o palestrejar, surpresos, ouvimos um grande alarido, que vinha pela estrada da banda do sitio do Cuó, e que passava perto da porta de nossa casa. De meio da algazarra, destacavam-se o esganiçar-se da canzoada furiosa e muitos gritos de pessoas que pareciam apavoradas. A mastinada que se aproxima com rapidez, logo nos deixou de sobre-aviso. E daí a pouco, pelo meio da estrada, então, toda iluminada pela lua, vimos passar, em louca disparada, rugindo e ciscando como um demônio solto, UM GRANDE BICHO PRETO, CABELUDO, MOLE, DE ENORME ORELHAS, MAIS COMPRIDO DO QUE ALTO, QUE DAVA PINOTES E FAZIA ESCARAMUÇAS, perseguido pelo latido dos cachorros que o acuavam de longe, sem, contudo, ousaram aproximar-se do esquisito monstro. À curta distância dele, cerca de uns dez ou doze homens, armados de pau, facão e foices, vinham na caça do animal, aos quais logo nos juntamos, com o mesmo propósito. Fazendo curvas e arrodeios, o bicho largava-se ora para um ora para outro lado sempre procurando fugir aos seus perseguidores até que, abandonando a trilha, desapareceu veloz por debaixo de uma grande moita de mufumbo, cujos ramos faziam latada pela ribanceira do rio. Sem perda de um instante, deitamos cerco na moita, e açulamos a matilha contra o animal, ali acoitado. Os cães avançaram, com fúria, mas logo recuavam acovardados, ganindo como se fossem severamente castigados. Aquilo aí começando a causar impaciência, quando resolvemos botar a moita abaixo, trabalho que foi executado em pouco mais de meia hora. No local, porém, não existia viva alma. O chão é que estava todo revolvido, a areia cheia de pequenos rastros, e, pelos galhos, viam-se pendurados uns pequenos pedaços de pano preto, que todos disseram ser do paletó do Chico Jaburu sujeito feio, macambúzio, e amarelecento, que Foto: Pixabay aparecera, ali, sem se saber de onde viera, e sobre quem vagavam suposições de que bebia sangue de menino. ” ( Extraído do livro “Estórias de Lobishomem” de Raimundo Nonato).

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Mensagens para leitura e meditação

Vícios: saia dessa de preferência nem entre Lenildo Solano Professor

“Sede vós, pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai Celestial. ” (Mateus 5:48) Este versículo bíblico alerta-nos, convida-nos a buscarmos ser perfeitos como é perfeito o nosso Pai Celeste mas, sabemos que a perfeição absoluta, igual à do Pai não será possível e sim é colocada como um referencial para procurarmos aproximar o máximo dela. Propusemos escrever com base neste versículo devido a angústia que sentimos em saber através da mídia, de uma conversa com parentes ou amigos da participação, principalmente, de jovens na criminalidade e nos vícios lícitos e ilícitos. Mencionamos os vícios lícitos porque a bebida e o cigarro são os pontos de partida para entrarem no consumo dos ilícitos, quando a pessoa não tem limites, não estabelece controle. Temos que selecionar, não discriminando, amizades, certas companhias. Como já diziam os antigos: saiba com quem andas que saberás quem és! Preocupamos demasiadamente com as crianças, os jovens e os idosos pois merecem a nossa maior atenção. Sobretudo devido ao corre-corre diário os próprios pais alegam não terem tempo suficiente para estarem orientando e fiscalizando onde e com quem o seu filho está indo. Infelizmente, há os filhos rebeldes que mesmo bem-criados com participação religiosa e acompanhamento da família se rebelam e quando saem de casa mudam completamente a maneira de agir; segundo afirmam alguns é para enturmar, proceder conforme os

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Escreva para nossa red


demais. Sabemos que não somos perfeitos, mas estamos aqui na vida não só de passagem e sim com o objetivo de progredirmos, evoluirmos material, moral e espiritualmente. Então, vamos procurar agir com mais retidão, no caminho de Jesus e zelarmos, orientarmos as crianças, os jovens adolescentes para também trilharem neste caminho que o grande Mestre nos orienta e nós adultos darmos o exemplo. Conclamamos ao idoso também pois um segundo de arrependimento e de melhora no pensar, no sentir e no agir vale de luz um milhão de créditos. Jovens e mesmos os adultos, que já estão com a índole, os caráteres formados não entrem nessa e se estão saiam, imediatamente, pois os vícios só denigrem a imagem e consomem a saúde das pessoas! Vejamos um poema: Reflexo da Vida Sejamos luzes Iluminando a treva e o sal, dando sabor aos alimentos saudáveis da Terra Sejamos alegria onde tiverem desanimo e tristeza mostrando a vida em sua divina beleza Refletimos o que somos e fazemos Ensinamos a quem nos observa Então façamos o certo e o bem Que ele com certeza fará também O reflexo da vida deve ter e ser de valor levando fé, esperança paz e muito amor!

dação - podemos ajudar

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Mensagens

Tempos modernos Luiz Arnaldo Moncau

Em 1936 Charlie Chaplin nos brindou com uma de suas mais conhecidas obras, o filme Tempos Modernos (Modern Times), uma comedia, mas principalmente uma crítica à sociedade da época, recém-saída dos anos da grande depressão de 1929. Recentemente revi esse filme, e inúmeros momentos me vem à mente, ainda que de forma desordenada. A cena dele patinando na loja de olhos vendados, em que por milagre não cai para os andares inferiores, mostrava como a sorte ou o acaso muitas vezes o protegia. Como quando uma aglomeração de pessoas diante dessa mesma loja chamou sua atenção, e acabou lhe propiciando um emprego tão difícil de conseguir naqueles tempos. E’ bem verdade que o acaso lhe apresentou uma oportunidade que ele, por sua iniciativa, soube aproveitar. Quase um milagre diante do desemprego e desespero de tantos outros. Andando pela cidade vê uma moça que pega (na verdade rouba) bananas de um caminhão, e as distribui para pessoas famintas que se aproximaram, apesar dos riscos que corria. Momentos depois, em

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fuga, eles conseguem se abrigar em um casebre caindo aos pedaços, mas tremendamente felizes. E imagina estarem numa das casas confortáveis que viram em seu caminhar. A mesma moça que livrara da prisão ao assumir ele próprio a autoria do roubo de um pão, que ela praticara. Em meio a suas dificuldades havia espaço para a generosidade, talvez por saber na pele o valor de um pedaço de pão. Seu trabalho na fábrica mostrava, de forma hilariante, a desumanização do trabalho, a vida dançando em meio às engrenagens, a ambição avançando a velocidade das máquinas e do tempo, indiferente ao desgaste dos que lá trabalhavam. E a ilusão ou alienação das multidões se aglomerando nas estações ou caminhando pelas ruas como os porcos sendo tangidos. De certo modo, a inutilidade ou ilusão de viver. E em meio a tantas cenas de tristeza e mesmo desespero, a indiferença dos que passavam em seus carros ou a pé, apressados e bem-vestidos, muitos sendo tangidos sem o saber, e que talvez até se comovessem, mas nada faziam, pois assim seria o destino. Revendo essa obra prima, fico pensando se evoluímos como sociedade ou se, no fundo, continuamos quase iguais em tempos mais modernos. Universal Pictures - Divulgação

Luiz Arnaldo C. Moncau Junho 2021

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Vida Saudável

Receitas Veganas Cida Tammaro Adm. de Empresas

Hoje apresentaremos algumas receitas deliciosas, veganas. Que tal, fazermos pelo menos um dia da semana, alimentação sem dor aos animais Omelete Vegano 1 xicara de grão de bico (já deixado de molho na agua de um dia para outro) 2 colheres de sopa de aveia em flocos 1 colher de sopa de cúrcuma 2 xicaras de agua Cebolinha, salsinha, gergelim, cebola picada e outras ervas a gosto Sal a gosto Modo de preparo Escorra a agua do grão de bico que estava de molho e coloque no liquidificador. Acrescente a agua, a aveia em flocos e a cúrcuma e bata até obter uma massa homogênea. Transfira a massa para outro recipiente, acrescente o restante dos temperos, o sal na quantidade que preferir e misture bem. Coloque uma frigideira no fogo baixo, de preferencia com teflon, ou a que você possua, que grude menos. Coloque apenas um fio de óleo para untar. Despeje a quantidade de massa na frigideira, e frite como panquecas. Se você colocar uma massa espessa, use uma tampa na frigideira para que cozinhe mais rápido. Tenha paciência, ela demora mais do que os omeletes de ovo, para que fique dourado ou crocante. Verifique pelas bordas antes de virar a massa, se elas já puderam se desgrudar da frigideira, então vire delicadamente a massa e, caso necessário, passe a espátula em baixo da massa para ter certeza que não esta grudada; se o meio ainda estiver mole, ela quebra. Controle bem o fogo, para que as bordas não queimem e o meio mais espesso, fique cru. Pode ser servido puro, ou com recheio que preferir.

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Foto: cardapiosaudavel.c


com.br - divulgação

Hamburguer de Espinafre e cenoura 3 batatas 1 xicara de espinafre higienizado ½ cabeça de cebola ½ cenoura 4 colheres de farinha de milho ½ colher de cha de pimenta Sal a gosto Óleo vegetal para fritar. Modo de preparo Rale as batatas e cenoura, em um ralador grosso. Esprema, para sair o excesso de liquido. Pique o espinafre e a cebola. Adicione à mistura, a batata e a cenoura. Adicione pimenta, sal, e a farinha de milho. Misture bem. Coloque uma frigideira grande no fogo, adicione óleo. Molde o hamburger, ou coloque na panela com uma colher. Frite dos dois lados até ficar crocante, depois reduza o fogo e frite até ficar cozido. BOLINHO DE CHUVA VEGANO 1 e ½ xicara de farinha de trigo ¼ de xicara de açúcar Pitada de sal 1 colher cha de fermento em pó 200 ml de leite vegetal 2 colheres de sopa de óleo vegetal Modo de preparo Misture tudo, e a massa deve ficar cremosa. Frite a massa despejando no óleo quente com a ajuda de uma colher Escorra o óleo e passe os bolinhos em uma mistura de açúcar e canela à vontade. Delicia nesse frio. CHOCOLATE QUENTE VEGANO 150 gramas de abobora assada 200 ml de leite de aveia ou outro leite vegetal 15 gramas de cacau em pó Canela em pó a gosto Para adoçar, você pode usar algumas tâmaras ou qualquer adoçante vegetal a gosto Modo de preparo Bata bem os ingredientes no liquidificador Se necessário, ajuste mais leite a seu gosto. Despeje em uma tigela, e aqueça até a temperatura desejada. BOM APETITE Cida Tammaro Fontes @pecadovegano @cocinainspira @brolivje @comida.de.vegano.sempre

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Nosso cafézinho

Dicas sobre Café Cida Castilho Barista

Vamos ao mercado aprender escolher um bom café? Vou passar aqui algumas informações de ouro para comprar café com aroma e sabor inconfundível. Para um café gourmet diferenciado, ou seja; café que tem seleção de grãos, onde grãos defeituosos não fazem parte desse título “gourmet”, afinal quando algo recebe esse título (gourmet), ele me dá a certeza de que estou comprando qualidade. Pois bem, temos lojas especializadas para atender a todos os gostos com cafés regionais que Foto: Café Amore fazem a diferença. divulgação A apresentação do café gourmet, tem embalagens especiais, valvuladas (café durante e após torra, libera gás carbônico, e para ajudar na eliminação dos gases, é preciso que a embalagem tenha uma válvula de expulsão dos gases, mas que não permite a entrada do oxigênio) portanto prestem atenção se o pacote tem válvula (vide figura abaixo). Em supermercado, confesso que o produtor, torrefador ou revendedor tem que ter uma margem de tempo a seu favor, porque se o produto não é vendido, eles pedem troca. Como é sabido por todos, o mercado não perde nada, mas quem fornece tem que ter toda atenção com seu produto em prateleira. Meu café essa semana acabou e fui ao supermercado, cheguei até as prateleiras de cafés gourmet, e com a minha expertise fui procurando o de fabricação mais recente. Os revendedores colocam prazo de validade de 1 ano, e eu procuro uma torra mais recente possível, e só consegui achar de fabricação em fevereiro. Resumo: Prestar sempre atenção na data de fabricação, quanto mais recente melhor. Verificar se a embalagem é valvulada.

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Receitas Fáceis

DICAS DE EBE FABRA NA COZINHA Fotos e receitas da Colunista

Ebe Fabra Chef de Gastronomia

Dias bem frios neste início de julho . No frio nosso apetite se aguça mais...como é gostoso comer uma comida quentinha para nos aquecer. Comida quentinha é carinho! Agora no inverno, sopas, caldos, consommé são muito bem vindos. Fondue...chocolate quente... quantas delícias!!! Vou dar umas receitas bem quentinhas.... FRALDINHA ASSADA NA CERVEJA Tempo de Preparo: 1 hora e meia Rendimento: 6 pessoas Ingredientes: 1,5kg de Fraldinha 1 lata de cerveja escura 3 dentes de alho espremidos 1 colher (sopa) de extrato de tomate 1 colher (sopa) de aceto balsâmico 1 colher (sopa) de tomilho seco 2 colheres (sopa) de azeite 3 cebolas em pétalas (corte em 4 e vá soltando as pétalas) Sal e pimenta-do-reino a gosto Modo de Fazer: Fazer uma marinada, misturando todos os ingredientes, menos as pétalas de cebola. Colocar a fraldinha nesta marinada, misture bem a carne nesta marinada, feche com filme plástico e coloque na geladeira pra pegar bem o tempero. O ideal é deixar na geladeira de um dia pra outro.

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Pegue uma assadeira ou refratário que possa ir ao forno. Forre com papel alumínio e faça uma cama as 3 cebolas em pétalas. Ligue o forno e deixe pré aquecido em 200 C. Coloque a Fraldinha com a parte da gordura pra cima. Coloque metade do caldo da marinada e deixe no forno de 40 a 60 minutos, até que a carne esteja bem tenra. PURÊ DE BATATAS COM FUNGHI SECCHI (PARA ACOMPANHAR) Tempo de Preparo: 30 minutos Rendimento: 6 pessoas Ingredientes: 6 batatas grandes cozidas e amassadas 1 colher (sopa) de manteiga 1 colher (sopa) de azeite sal a gosto Caldo da marinada (a outra metade que restou) 50 g de Funghi secchi ( coloque num bowl e hidrate o funghi com o caldo da marinada quente, se preciso coloque um pouco de água fervente, 1 xícara). 1 xícara de creme de leite fresco Modo de fazer: Pegue uma panela, derreta a manteiga com o azeite, coloque as batatas cozidas e amassadas e vá colocando o caldo da marinada, até dar o ponto de purê. MOLHO DE FUNGHI: Modo de fazer: Numa outra panela, coloque 1 colher (sopa) de manteiga,

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TURMA 1 - TODA 2ª E 3ª DAS 1 TURMA 2 - TODA 2ª e 3ª DAS 1 TURMA 3 - ÓTIMA PARA QUEM TODA 3ª DAS 18:30 ÀS magazine 60+ #25 - Julho/2021 - pág. 75


derreta, e acrescente: 1 colher (chá) de alho picado 1 colher (sopa) de cebola em cubinhos Pegue o funghi secchi já hidratado e vá colocando o caldo da marinada, mais ou menos 1 concha. Deixe reduzir um pouco e coloque 1 xícara de creme de leite fresco. Sua carne está pronta! Fatie-a e coloque num recipiente que vá pra mesa. Coloque o molho por cima da carne e sirva com o purê. SOBREMESA: BRIGADEIRO COM SORVETE DE CREME Ingredientes: 1 lata de leite condensado 395g 2 colheres (sopa) de chocolate em pó 70% ou cacau em pó 1 cx de creme de leite 200g 1 colher(sopa) de manteiga ou margarina sem sal 5 Morangos pra decorar 1 ramo de hortelã 1 Sorvete de creme 1 Biscoito Praliné argentino ou algum de sua preferência. Modo de Fazer: Coloque todos os ingredientes numa panela, e vá mexendo até ficar bem homogêneo (deixe em fogo médio). Mexa por mais ou menos uns 15 minutos até dar o ponto de brigadeiro. Não esquecendo que é um brigadeiro mole...mais pra líquido. Pegue uma taça, coloque 2 bolas de sorvete, 1 biscoito, 1 morango grande, ou quantos você quiser, e o brigadeiro mole por cima. Bom apetite e até a próxima!!!!

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N o t í c i a s Cultura ‘O método Kominsky’, 3ª temporada: o desafio demográfico íntimo

Protagonistas da série procuram aceitar a velhice sem eufemismos nem armadilhas, com uma ferocidade que se opõe à inércia da juventude eterna projetada pelo mundo

Michael Douglas e Kathleen Turner nos novos episódios de ‘O método Kominsky’. Netflix Embora Chuck Lorre já possa entrar para a história como um criador gourmet, antes de O método Kominsky ele inventou duas comédias tipo fast-food (Two and a half men e The big bang theory), por isso sabe resolver os problemas rapidamente, sem melindres autorais. Quando Alan Arkin saiu, Lorre fez o que se faz sempre: liquidou o personagem. Matou-o sem contemplações. A nova temporada começa com seu funeral. E a partir daí, para os que não morreram, é vida que segue. Que O método Kominsky funcione sem a cara-metade de Michael Douglas é um milagre pelo qual se deve agradecer a Kathleen Turner, um cáustica Cassandra e réplica soberba para Douglas. Com ela, é possível dar continuidade a esta história de velhice e de corpos, que ensina mais sobre o desafio demográfico atual do que qualquer tese de geografia. Refiro-me ao desafio demográfico íntimo, que espera a todos se não cairmos fora do elenco antes da hora, como fez Alan Arkin. O pobre Arkin, aliás, tem 87 anos e pouca necessidade de ampliar sua carreira como ator a esta altura, o que rima com a essência desta série de idosos tentando se entender

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com sua idade. Isso implica se aceitar com uma ferocidade que se opõe à inércia da juventude eterna projetada pelo mundo: aceitar a velhice sem eufemismos nem armadilhas. Nesta temporada, cresce muito Martin, o personagem de Paul Reiser. Sua noiva (30 anos mais jovem) o recrimina por estar sempre dizendo como o mundo era melhor antigamente (“É que era melhor!”, observa a personagem de Kathleen Turner), mas ao mesmo tempo sabe que não há nostalgia nele, que é puro presente. É um traço bonito que Martin fabrique seus próprios sapatos, pois parece cômodo ao calçá-los. Fonte: Sergio del Molino - El País - Divulgação

Acontece

Projeto Canteiros Abertos em Parques Municipais envolve a população desde as obras até depois da implantação Criado em 2019 pela equipe de Educação Ambiental (DDPEA/CEA UMAPAZ) e de Projetos e Obras (DIPO/CGPABI) da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, o Projeto Canteiros Abertos em Parques Municipais em Implantação tem como objetivo comunicar e envolver a população na abertura de novos parques em São Paulo, com apropriação da comunidade desde antes da inauguração do parque. São identificados atores estratégicos do território e possíveis multiplicadores de questões socioambientais. A partir daí eles são convidados a conhecer melhor como foi pensado esse espaço público e compreender o seu uso potencial. O Canteiros Abertos fortalece a comunicação do poder público com a população, dá transparência, e permite que a experiência na relação com o entorno ajude na manutenção e na preservação - melhor feita geralmente com a comunidade. A Educação Ambiental mostra o que tem nos parques, os usos potenciais, as funções pedagógicas e os serviços ambientais. A população realiza visitação pública agendada ainda em obras com educadores ambientais e técnicos responsáveis com informações sobre temáticas socioambientais. Em trilhas educativas, observa-se a importância dos parques inseridos no meio urbano, que além de proporcionar melhoria da qualidade de vida dos habitantes, é um local pedagógico. Em algumas situações podem ser agregadas atividades complementares, como a colocação de placas de identificação de espécies e/ou plantação de mudas.

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Um exemplo recente de sucesso do Projeto Canteiros Abertos é o Parque Nair Bello, na zona leste. Inserido em um entorno residencial, próximo à Área de Proteção Ambiental do Carmo – APA do Carmo, o Parque possui vegetação remanescente da mata atlântica. A implantação do Parque considerou a preservação, o enriquecimento arbóreo com vegetação ameaçada de extinção e nativa, espaços de estar, lazer e requalificou os espaços existentes do bairro, privilegiando os visuais existentes da área como um todo. O projeto do Nair Bello, além de recuperar ambientalmente e qualificá-lo para o uso comunitário, está inteiramente adaptado para pessoas com deficiência. Fonte: www.prefeitura.sp.gov.br

Árvore – Solicitar avaliação em calçadas e praças para fins de poda ou remoção PRINCIPAIS ETAPAS 1) Solicitar o serviço em algum dos canais SP156 ou presencialmente; 2) Preencher o formulário; 3) A solicitação chega à Coordenadoria de Projetos e Obras (CPO) da Subprefeitura; 4) O(a) técnico(a) da Subprefeitura vai até o local e realiza avaliação técnica da árvore. 5) A equipe técnica da empresa responsável pela execução do serviço vai até o local e o serviço solicitado é realizado. 6) Ao ser concluída a solicitação apresentará o status “finalizado” e a pessoa solicitante receberá e-mail e/ou mensagem de texto no celular informando o deferimento (autorização) ou indeferimento (rejeição) da solicitação. Em casos de solicitação de poda ou remoção de árvore, esta informação também será publicada no Diário Oficial da Cidade de São Paulo; *A qualquer momento a pessoa solicitante que registrou a reclamação nos canais SP156 e Praças de Atendimento das Subprefeituras pode acompanhar o andamento do protocolo em um dos canais SP156. Acompanhe sua solicitação por meio do portal SP156.

Fonte: www.prefeitura.sp.gov.br

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Centro Oncológico Bruno Covas terá robô e tecnologia de ponta para tratamento de câncer Departamento médico especializado será construído no Hospital Municipal Vila Santa Catarina, na Zona Sul, com cirurgias robóticas e exames PET-CT O prefeito Ricardo Nunes anunciou nesta quinta-feira (1º) que a Zona Sul da cidade receberá o Centro de Alta tecnologia de Diagnóstico e Intervenção Oncológica Bruno Covas. O departamento médico especializado será construído no Hospital Municipal Gilson de Cássia Marques de Carvalho - Vila Santa Catarina e leva o nome em homenagem ao prefeito do município, que morreu neste ano em decorrência de câncer. A ação ocorre com o objetivo de ampliar e aperfeiçoar a infraestrutura oferecida aos pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “A vontade do Bruno era a de que todas as pessoas tivessem direito ao mesmo tratamento que ele tinha, com os mesmos exames. O que estamos fazendo é iniciar este processo para que as pessoas possam ter um pouco dessa oportunidade, com equipamentos de altíssima tecnologia como ele teve, como era o seu desejo”, disse o prefeito Ricardo Nunes. O custo estimado para a construção e adequação do centro é de aproximadamente R$ 26 milhões. O projeto do centro oncológico irá melhorar o atendimento na rede municipal de saúde às pessoas em tratamento de câncer, o que inclui: a correta solicitação de exames diagnósticos por meio de telemedicina e o aumento da quantidade de exames ofertados para os munícipes, o que permitirá a realização de diagnóstico em fase precoce da doença, o que auxilia consideravelmente no tratamento do paciente. Com uma estimativa mensal de 4.912 novas ofertas de exames diagnósticos de câncer para a rede municipal, o local possibilitará a realização de tomografias, biópsias guiadas por ultrassom, mamografias, PET-CT, histeroscopias e cirúrgicas, além de colonoscopias, endoscopias, eco-endoscopias, broncospias, ressonâncias, colposcopias e citoscopias. O novo centro será construído acima dos leitos entregues pela administração municipal em maio deste ano, para o tratamento de pessoas com a Covid-19, ampliando a oferta de tratamentos clínicos e cirúrgicos aos pacientes do SUS na capital. A previsão é que seja concluído e entregue à população em novembro deste ano. Tecnologia robótica em cirurgias oncológicas Além de toda a estrutura que será construída em dois andares no ambulatório do bloco F do hospital, que darão suporte a todo trabalho realizado pelo centro, vale destacar a implementação da cirurgia robótica no local. A Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein doará um robô no valor de U$ 2,5 milhões, que será o quinto utilizado pelo SUS no Brasil e o primeiro da rede municipal hospitalar no país. “Com este equipamento, São Paulo será a primeira cidade do Brasil que fará cirurgia esse tipo de cirurgia oncológica pelo SUS, dispondo aos seus cidadãos esse tipo de serviço”, disse o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido. A nova tecnologia oferece vantagens como maior precisão nos procedimentos de alta complexidade, recuperação mais ágil e satisfatória para os pacientes, menos dor no pós-operatório, além de menor taxa de complicações pós-cirúrgicas. Fonte: www.prefeitura.sp.gov.br

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Hospital Vila Santa Catarina O Hospital Municipal Gilson de Cássia Marques de Carvalho, popularmente conhecido como Hospital Municipal Vila Santa Catarina, é o único equipamento de alta complexidade do município e está localizado no bairro do Jabaquara, na Zona Sul da cidade. O hospital oferece atendimento a pacientes de todas as regiões, divididos em grandes linhas de cuidado: materno infantil (sendo referência em obstetrícia e maternidade de alto risco e em hemodiálise pediátrica), cirurgias eletivas e transplantes. “Este é um hospital público financiado pelo Sistema Único de Saúde, que é a referência para todo o município, por realizar cirurgias de alta complexidade, tratamentos oncológicos, transplantes e foi um hospital que deu um suporte muito importante durante a pandemia, tratando as pessoas que tinham câncer e que também adquiriram a Covid-19”, ressaltou o secretário municipal de Saúde. O local também é a principal referência em oncologia para a Prefeitura de São Paulo e atende 300 novos casos por mês, realizando todo o tratamento, como cirurgias e quimioterapia. Tratamento oncológico na capital A rede municipal também oferece tratamento oncológico por meio de parcerias com outros equipamentos de saúde. São eles: A.C. Camargo Cancer Center, Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC), Instituto de Câncer Dr. Arnaldo (ICAVC) e Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graacc). Em 2020, foram realizados 89.390 tratamentos com quimioterapia, 5.155 radioterapias e 2.469 cirurgias oncológicas. Para identificar o diagnóstico de câncer, são realizadas, em média, cinco mil biópsias por ano nos serviços sob gestão da Prefeitura.

Fonte: www.prefeitura.sp.gov.br

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As novas ‘influencers’ do Instagram têm 95 anos: o otimismo das avós triunfa no confinamento

Com milhares de seguidores em apenas um mês, a nonagenária ‘tata’ de Miguel Ángel Muñoz se tornou uma inesperada estrela nas redes durante a quarentena. Falamos com o ator sobre o fenômeno e mostramos as outras avós mais virais do momento

O conhecido ator espanhol José Coronado resumiu à perfeição um sentimento compartilhado por milhares de usuários cada vez que a tata (vovó) Luisa aparece nas suas telas. O ator Miguel Ángel Muñoz é o responsável pela emocionada conversa entre estes admiradores recíprocos e por ter transformado a irmã da sua bisavó, que cuidou dele durante toda a sua infância, naquela que, aos 95 anos, é possivelmente a estrela mais veterana do Instagram. Em apenas um mês, os vídeos de seu peculiar formato Cuarentata acumulam milhões de visitas, e sua conta na rede social, @soylatatareal, já soma mais de 56.000 seguidores. “Nunca pensei que fosse virar um fenomenal viral. Pediram-nos entrevistas, publicaram artigos em inglês, também no México… Ainda estou assimilando, e ela não dá crédito, não alcança compreender totalmente, na verdade”, conta o ator madrilenho ao EL PAÍS. Mas a nonagenária não é a única avó que, durante as semanas de confinamento, se dispôs a encher as redes de otimismo contagioso. Outras, como Julita Salmerón, Concha García e a Nonna Rosetta, decidiram se transformar nas influencers mais populares do Instagram. Chiara e Dulceida já têm concorrentes. Mais informações Casa de repouso exibe mensagens de idosos impedidos de receber visitas por causa do coronavírus.

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Saudade dos abraços e sem visitas da família, a rotina dos idosos sob blindagem nas casas de repouso Por que você curtiu: como funciona o mecanismo para capturar sua atenção Lyn Slater, Ernie Stollberg e Linda Rodin. 20 ‘instagramers’ maiores de 60 anos provam que estilo não tem idade Além de assar bolos em versões cada vez mais atrevidas, assistir a improvisados shows unplugged e queimar calorias com infinitos treinadores virtuais, milhares de usuários do Instagram reservaram uma faixa da sua grade de entretenimento confinado para escutar as histórias da tata. Junto ao seu querido neto, que atua como mestre de cerimônias e interlocutor entre ela e seus milhares de seguidores, Luisa compartilha suas experiências vitais, sua opinião sobre problemáticas modernas, como os aplicativos de relacionamentos, e inclusive se atreve em danças e fantasias. Recebe diariamente milhares de amostras de carinho pelo e-mail tata@pacienciafilms.com, enchendo um vazio afetivo para todos aqueles que estão há meses sem poder abraçar seus seres queridos. O ator, conhecido por séries como Un Paso Adelante, foi morar com ela quando a quarentena começou. Acredita que seu relacionamento transmite um “amor puro”, e por isso as pessoas se interessam por seus vídeos. Verdade, naturalidade, honestidade e personalidade são alguns dos adjetivos com que define sua tata, que já havia se tornado uma fugaz estrela televisiva durante a participação do ator no Masterchef Celebrity. “O fato de fazer isto de coração a torna merecedora do sucesso que está colhendo”, acrescenta. Julita Salmerón também conhece o brilho dos holofotes. A octogenária mãe do ator Gustavo Salmerón se alçou como uma das estrelas mais brilhantes e divertidas do cinema espanhol em 2018, protagonizando o elogiado documentário Muchos Hijos, un Mono y un Castillo, ganhador de um Goya. Qualificada por Carlos Boyero no EL PAÍS como sua “heroína para a perpetuidade”, esse turbilhão vital decidiu voltar sua extraordinária engenhosidade para a conta @julitasalmeron durante estes dias de reclusão. Enquanto toma o café da manhã (bolo de Reis descongelado) ou se maquia, Julita compartilha seus desejos de voltar a ser mãe, entrar para um convento de clausura ou rodar um novo filme: “De amor e, se houver toque, melhor”. Sempre desfrutando, isso sim, da companhia e resignada cumplicidade de seu marido, Antonio. Aos 89 anos, Concha García Zaera é outra das mais veteranas estrelas do Instagram. Dotada de um talento com o mouse, desde 2017 publica na rede suas obras realizadas com o vetusto programa de desenho Paint, e já supera 300.000 seguidores. “Quero e espero que todos estejam bem”, escreve em um de seus últimos trabalhos, somando-se à iniciativa da hashtag #FiqueEmCasa, que nas últimas semanas se repete onipresente pelo universo digital. Nos Estados Unidos, outra octogenária também se tornou uma sensação viral. Devido às restrições da quarentena, Norma Gregorio teve que celebrar sozinha seu aniversário de 88 anos e não hesitou em se gravar cantando parabéns a si mesma diante de um bolo que sua família mandou entregar. Sua neta Jessica Kerrigan publicou o vídeo na rede social TikTok e imediatamente derreteu milhões de usuários. Entre outros, celebrities como Millie Bobby Brown (Stranger Things). A história da nova-iorquina apareceu nos telejornais e portais noticiosos de todo o país, mas Norma quis deixar claro que “ninguém deveria ficar triste” por ela estar sozinha num dia tão relevante. A Nonna Rosetta já é considerada a avó mais famosa da Itália. Aos 87 anos, essa mulher de Salerno (sul) se tornou uma improvisada autoridade na hora de dar conselhos sobre a crise do coronavírus. Seu neto, um dos membros de grupo de youtubers Casa Surace, escolheu-a para que, com seu caráter assertivo, alertasse aos espectadores sobre as medidas sanitárias e éticas a ter em conta durante estas semanas. Seus vídeos, que chegaram a alcançar dois milhões de visualizações na plataforma, estimulam a lavar as mãos, limpar bem a casa para passar o tempo e, mais importante, não discriminar nem culpabilizar as pessoas de origem asiática pela pandemia da Covid-19. Fonte: El País - Divulgação

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Diversos Gostaria agradecer de coração uma doação em dinheiro feita pela colunista Sandra Regina Schewinsky e pelo Jornalista Heródoto Barbeiro. Toda ajuda para a continuidade do nosso trabalho é sempre muito bem vinda

Errata - Na edição anterior, precisamente na pagina 25, no artigo de Malú Alencar o título foi colocado como Fetas Juninas quando o correto é Festas Juninas. Na mesma edição anterior, na página 17, artigo de Sérgio Frug o título foi escrito como Socity enquanto o correto é Society. Pedimos desculpa aos Leitores e aos Colunistas por nossa falha

A foto da página 44 no artigo de Thaís Bento Lima, apesar de estar como gratuíta no Pinterest é propriedade de E.O.P. e o mesmo já foi ressarcido do valor de seu trabalho

Nessa edição o colega Osvaldo Bifulco agradece ao editor pela homenagem feita na edição 24. Informamos o mesmo que essa iniciativa partiu de vários de nossos colunistas.

A coluna do Leitor continua ativa e caso conheçam alguém que queira escrever sua história para ser publicada sinta-se a vontade em fazê-lo.

Nossa visualização no ISSUU tem diminuido, isso se dá por termos repassado muito pdf ao invés de pedirmos para que as pessoas vejam o ISSUU. Peço encarecidamente que prestem atenção nesse ponto uma vez que, possíveis anunciantes vão querer ver relatórios do ISSUU. Muito Obrigado a todos!

magazine 60+ #25 - Julho/2021 - Segunda Capa


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