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Jane Barreto 39 e

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Fabio F. Sá 49 e

Fabio F. Sá 49 e

de todas as raças de mão fechada contra todas as tiranias! Fecham minha bôca Mas deixam abertos meus olhos Maltratam meu corpo Minha consciência se purifica Eu fujo das mãos Do maldito senhor!

(TRINDADE, 1961, p. 29)

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“Solano trindade descreve a história dos negros, em época que não se ouvia falar da resistência e da ascensão dos quilombolas, liderados pelo Grande Chefe dos Palmares”. No poema Canto dos Palmares, a poética evoca o símbolo da resistência no que se refere à memória da escravidão no Brasil, à construção de uma identidade negra e à luta pela liberdade. Honrar a história de pessoas que sofreram e sofrem por liberdade, justiça, igualdade, respeito e amor, em qualquer tempo, exercitando a consciência plena, é ressignificar a própria história, e de toda da humanidade.

Parnasianismo x Simbolismo

Marly de Souza C. Almeida Pres. da Academia Contemporânea de Letras

O Parnasianismo foi um movimento que se originou paralelamente com o Realismo/Naturalismo, temas da edição passada da Magazine 60+. Veio combater a escrita de temas da realidade, do cotidiano. Como disse Bilac, os poetas tinham que buscar suas inspirações na natureza e trabalhar muito bem a língua portuguesa. Assim escreveu a tremenda obra “Via Láctea”, dentre outras.

Soneto XIII da obra citada:

(De Olavo Bilac)

“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto... E conversamos toda a noite, enquanto A Via-Láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: “Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?” E eu vos direi: “Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas.”

Olavo Bilac, Raimundo Correia, Alberto de Oliveira e Vicente de Carvalho foram os destaques nesse movimento, que tinha como foco “a influência do cientificismo e do positivismo atrelada à estética da poesia. A busca pela formalidade da linguagem e a rigidez das formas foram as principais características do período. Assim, o movimento ficou conhecido por buscar a “arte pela arte”, com inspiração nos ideais poéticos clássicos, sem sofrer influência de aspectos das teorias sociais, tão em voga no momento”. (soliteratura.com.br). Capa da revista modernista Klaxon número 7, satirizando a poesia parnasiana brasileira. (direita) A revista modernista Klaxon satirizou os poetas parnasianos, considerando-os artificiais. O Parnaso

magazine 60+ #30 - Dezembro/2021 - pág.41

Cruz e Souza

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