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Katia Brito 63 e
Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paulinho da Viola e Milton Nascimento entram para o time dos 80+
Reprodução/Vogue FOTO CAPA DIGITAL / CRÉDITO:
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Susana Vieira também foi homenageada pelo seu aniversário de 80 anos
FOTO SUSANA VIERA / CRÉDITO: Divulgação pelo canal pago Multishow e o serviço de streaming Globoplay, além de chamadas durante o “Fantástico”. Homenagem mais que merecida, de quem também tem seu trabalho presente na vida de diferentes gerações:
“És um senhor tão bonito quanto a cara do meu filho... Tempo tempo tempo tempo, vou te fazer um pedido... Tempo tempo tempo tempo... Compositor de destinos, tambor de todos os ritmos... Tempo tempo tempo tempo, entro num acordo contigo... Tempo tempo tempo tempo... Por seres tão inventivo e pareceres contínuo, Tempo tempo tempo tempo, és um dos deuses mais lindos... Tempo tempo tempo tempo...” (Oração ao Tempo – Caetano Veloso)
Homenagens também foram feitas para a atriz Susana Vieira, que oitentou no dia 23 de agosto. Ela planeja se mudar para Miami, nos Estados Unidos, deve lançar em breve sua biografia e quer ter um documentário sobre sua trajetória. “Fazer 80 é uma maravilha. É a prova de que deu certo, de que vim para viver, ser feliz, amar ao próximo, trabalhar, me realizar, ter uma família, amar e ser amada”, disse ela em entrevista ao Gshow. Em outubro será a vez de Milton Nascimento, e no mês seguinte de Paulinho da Viola chegarem aos 80. Um viva aos octagenários famosos e anônimos que seguem sendo referência para diferentes gerações! Como disse o amigo Gil, Caetano é uma “extraordinária potência criadora”, e assim podem ser todos que envelhecem, desde que lhes seja dado a oportunidade, com acesso à educação e saúde de qualidade, o que infelizmente não é a realidade da maioria. Seguimos lutando, e aí vem as Eleições para avaliarmos e escolhermos qual a representação que realmente precisamos seja nas Assembleias Legislativas, no Congresso, como nos governos dos Estados e na Presidência da República.
Falando em leitura Gênero lírico
Marly de Souza C. Almeida
Pres. da Academia Contemporânea de Letras Fotos enviadas pela colunista
Retomando o assunto da edição anterior, vamos falar do gênero lírico: uma produção literária que, classicamente, era acompanhada por instrumentos musicais gregos, tais quais a lira. Assim, os textos poéticos escritos, preferencialmente em versos e na 1ª pessoa, expressam os sentimentos (lirismo), revelando as emoções do poeta. Faz uso de metáforas e muitas outras figuras de linguagem e/ou palavras que dão musicalidade aos versos, podendo ser utilizada a rima, ou não (que são os versos livres). As principais estruturas clássicas utilizadas para a composição do poema são conhecidas como: elegia; ode; hino; écloga; soneto; sátira. Com o tempo surgiram outras formas poéticas: ciranda, cordel, limerique (é um poema criado na Irlanda, sem sentido, repleto de um humor absurdo presente em apenas cinco versos, seguindo um padrão em sua composição: cinco linhas - o primeiro, o segundo e o quinto versos rimam entre si; o terceiro e o quarto são mais curtos e também rimam entre si), parlenda, trova, quadra, tautograma (é um poema em que todas as palavras começam pelas mesmas letras), prosa poética, poetrix (criado pelo poeta baiano Goulart Gomes, no fim dos anos 90. São três versos (terceto), com, no máximo, 30 sílabas). Outras formas mais recentes são as minimalistas: acróstico, aldravia, haicai (pequeno poema japonês, século XVI, de forma fixa, constituído por 16 sílabas distribuídas por três versos ‘5, 7, 5’, sem rima, tendo como tema a natureza ou as estações do ano), dentre outros. Hoje, especificamente, vamos abordar sobre o CORDEL, uma literatura gostosa, musicalizada pelas rimas e métricas, que dão melodia aos versos. Nomeado por causa dos fios de corda (cordéis) em que são organizadas, a literatura de cordel consiste em poemas curtos ou romances folclóricos, geralmente com no máximo dez versos e oito páginas, impressos em papel simples (https://laart.art.br). Outros temas para a literatura de cordel são lendas, religiosidades e fatos históricos, mas suas temáticas são as mais diversas. Desde acontecimentos do cotidiano e a vida do povo sertanejo, até grandes romances e acontecimentos da história do Brasil. Existem cordéis, por exemplo, que versam sobre a história de Lampião e outros sobre a morte de Getúlio Vargas (coletivoleitor.com.br).
Patativa do Assaré. Normalmente, a capa de um livro de cordel contém uma xilogravura impressa para ilustrar a história. Uma fez feito o desenho, é possível que seja impresso inúmeras vezes. Ao contrário do que muitos pensam, o cordel não foi criado no Brasil. O estilo já existia no período dos povos greco-romanos, fenícios, cartagineses e saxões. Chegou a Portugal e Espanha por volta do século XVI. No Brasil, veio com os colonizadores, instalando-se na Bahia, mais precisamente em Salvador, que à época era a capital brasileira. Estudos apontam 1893 como o marco da literatura de cordel, quando o paraibano Leandro Gomes de Barros teria publicado os primeiros versos no país. Os folhetos em que eram inseridos pequenos textos corridos e poemas eram chamados de “folhetos de cordel”. Esses folhetos sempre eram vendidos de mão em mão e a baixo custo (www.neoenergia. com).
EXEMPLOS DE CORDEL
1 - Patativa do Assaré era o nome artístico de Antônio Gonçalves da Silva. Nasceu em 5 de março de 1909, na cidade de Assaré - CE. Foi um dos mais importantes representantes da cultura popular nordestina.
O poeta da roça (Patativa do Assaré) Sou fio das mata, cantô da mão grossa, Trabáio na roça, de inverno e de estio. A minha chupana é tapada de barro, Só fumo cigarro de páia de mío Sou poeta das brenha, não faço o papé De argum menestré, ou errante cantô Que veve vagando, com sua viola, Cantando, pachola, à percura de amô. Não tenho sabença, pois nunca estudei, Apenas eu sei o meu nome assiná. Meu pai, coitadinho! vivia sem cobre, E o fio do pobre não pode estudá. Meu verso rastêro, singelo e sem graça, Não entra na praça, no rico salão, Meu verso só entra no campo e na roça Nas pobre paioça, da serra ao sertão. Só canto o buliço da vida apertada, Da lida pesada, das roça e dos eito. E às vez, recordando a feliz mocidade, Canto uma sodade que mora em meu peito. Eu canto o cabôco com suas caçada, Nas noite assombrada que tudo apavora, Por dentro da mata, com tanta corage Topando as visage chamada caipora. Eu canto o vaquêro vestido de côro, Brigando com o tôro no mato fechado, Que pega na ponta do brabo novio, Ganhando lugio do dono do gado.