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Liça Bonfin 71 e

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Marcelo Conti 69 e

Marcelo Conti 69 e

Foto: Cineuropa - Divulgaão tinha era que todo velho, sem exceção, era mal humorado e não falava coisa com coisa. Agora eu me vejo com 82 anos, meu marido com 91 e a Tata com 94. Nós três bem humorados e falando coerentemente. Me questionei se a essência do ser humano mudou ou o que aconteceu? Realmente a maior parte dos idosos de quem me lembro falavam pouco e viviam isolados, sentados em alguma cadeira, com as mãos esquecidas sobre as pernas, não sei se pensando, ou sonhando, ou lamentando, ou vegetando. Depois de observar muitos idosos, lembrar da minha mãe, do meu pai e dos velhos com quem convivi durante minha vida, cheguei a uma conclusão: a principal coisa para nos tirar do estereótipo de “velho rabugento” são nossas relações afetivas. Quando temos amigos ou parentes para trocar afeto, contar e ouvir experiências e dos quais sentir saudades (este é um sintoma muito importante) o elo afetivo está pleno. Todo mundo precisa de relacionamento. Não estou me referindo a cuidado, pois a pessoa pode ser bem alimentada, nunca faltar o remédio na hora exata, estar sempre asseada e não ter relacionamento afetivo com outras pessoas.

O amor é um sentimento muito grande e intenso demais para ser inibido, camuflado ou ignorado. Ele traz luz, prazer e se expande de forma absolutamente criativa. Então aqui fica minha sugestão: relacionem-se, deixem crescer os sentimentos de amor, não se isolem, pois sozinhos terminamos ressecando. Nessa hora me questiono se amar um cachorro ou um gato ou qualquer outro animal é válido e, depois de muito pensar, cheguei à conclusão que ter um animal é muitíssimo importante. É uma companhia e uma troca de amor. E qualquer situação em que o amor esteja presente em ambas as partes faz bem. Mas agora estou me referindo a pessoas, para que possa haver o diálogo, a troca de ideias e a troca de amor, apesar das diferenças que são óbvias que existem em todo ser humano. Não é morar junto necessariamente, é viver relações. Vamos trocar afetos, abrir nossa alma deixando que nossos sentimentos encontrem lugar em outras almas e que tenhamos a chance de chorar e rir juntos. Troca de afeto é o maior remédio para sermos idosos felizes e produtivos. Se tiverem um tempinho assistam “Cem dias com Tata”

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Humor O certo e o errado

Laerte Temple Doutor em Ciências Sociais Relações Internacionais

Laerte Temple ltemple@uol.com.br

Nos relacionamentos longos, é comum as mulheres quererem mudar os homens, mas eles não mudam. Já os homens esperam que as mulheres nunca mudem, mas elas mudam. Aí começa a DR – discussão de relacionamento, que normalmente a mulher vence pelo cansaço. Mas elas não estão preocupadas em vencer a DR, desde que não percam, claro. Elas querem apenas discutir. Alaor Gasmo, cientista conjugal, pesquisa técnicas para minimizar conflitos entre casais, escreve artigos e livros, participa de programas de rádio e TV, faz palestras em congressos e mantém um chat semanal no seu Blog “Tente outra vez”.

Khala Frias, a esposa, sempre quis muda-lo e a relação só não desmoronou porque Alaor, sem que ela desconfie, usa a mulher como cobaia nas pesquisas. Ele já identificou 9 diferentes suspiros para demonstrar contrariedade e decepção. Ela não entende por que ele sempre reage às críticas com bom humor e em seguida passa horas digitando. Acredita que algum tumor cerebral silencioso está afetando o comportamento do marido. É um casal improvável. Ele é amável e gentil, atende a todos com respeito e bom humor. A gravação na secretária eletrônica da esposa diz: Fale seu nome e grave o recado, ou sinta-se à vontade para calar a boca e desligar. Se eu for com sua cara, talvez ligue de volta. Khala Frias é finíssima! Quando o sogro, entusiasta do seu trabalho, pediu dicas para suportar as reclamações sem fim da esposa, Alaor sugeriu desligar o aparelho de surdez e a cada 2 ou 3 minutos dizer “Sim bem”, ou “Você em razão”. Pesquisas comprovam que em 90% dos casos, dizer que a mulher tem razão põe fim à DR.

Pelo Blog, André Sá Kana pergunta como ter prazer com a esposa frígida após 28 anos. Alaor citou o exemplo do golfista que treina no putting green, mas imagina-se nos melhores campos de golfe do mundo. Faça o mesmo. Feche os olhos e pense que namora as mais lindas beldades. Eva Dias pergunta o que fazer com o namorado cardiopata e impotente. Ariel vai direto ao ponto: descarte! Prazo de validade vencido.

magazine 60+ #38 - Setembro/2022 - pág.75

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