Magazine 60+ #12

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60+

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Formato A4 | internet livre

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S.Paulo, Junho/2020 - #12

Foto:Pixabay

Ano II

#12

O Alfaiate de Auschwitz Páginas 5 e 6

A PRESENTE REVISTA TEM COMO FINALIDADE PASSAR INFORMAÇÕES PARA O PUBLICO 60+, SEM CONFLITOS DE INTERESSES E SEM FINS LUCRATIVOS.


NOSSOS PARCEIROS

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educação para a vida

Cada um tem sua história e a liberdade para decidir qual caminho quer seguir, se é hora de mudar de rumo ou continuar lutando pela melhor qualidade de vida possível. Está chegando ou passou dos 60 anos, ou mesmo tem interesse pelo assunto, entre em contato e sugira histórias, cursos, eventos.

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31/05/2020

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Jornalista Responsável

Manoel Carlos Conti Mtb 67.754 - SP


Editorial Profª. Vera Fritz Presidente do Conselho Estadual do Idoso - SP

Conheci a Professora Vera Fritz quando do encerramento do curso Profissão Repórter 60+. Eu e minha esposa ficamos encantados com ela que até me convidou para uma reunião na sede do Conselho para falar um pouco do Magazine 60+, além de outros projetos. Essa semana recebi essa bela mensagem da Professora e resolvi colocar como editorial uma vez que ela segue e pensa exatamente igual as pautas de nossa revista. Leiam! Prezado Manoel, Como vocês estão? Como vocês estão vivendo este novo tempo? Vocês descobriram a casa onde moram e que voltar para casa é bom, mas ficar em casa é muito melhor? Viver sem correria, tempo para fazer o que quiser, quando quiser, sem pressa! Muitos dias só de vocês! Sim o Covid-19 veio cumprir a sua missão! A cada dia vai mostrando a todos que vivem neste Brasil plural, que país é este! Por causa dele, hoje ninguém pode dizer eu não sabia! A medicina diz é tempo de lavar as mãos e..., mas como fazer e quando, simplesmente para muitos não há água para muitos não há nada! Ele nos mostra que pessoas estão morrendo, porque não há o essencial para atendê-las! Mas antes do Covid, quantos, apesar do SUS, morreram por falta de atendimento? Ele nos mostra o país do “eu me dou bem, você que se dane”! Máscaras essenciais, neste momento são vendidas por preços exorbitantes! Aparelhos essenciais para a ventilação, superfaturados, incompletos, quebrados! Que importa muita gente vai morrer mesmo, mas alguém vai fazer o seu pé de meia?! O Brasil real é assim Mas, quem sabe aqueles muitos que sobreviverão a essa pandemia depois de viver este tempo difícil, isso só quando o Covid-19 for embora, então que tracem novos caminhos e ao tirar a máscara que protege o

outro, isso quando não for mais necessário o seu uso e que as pessoas continuem pensando nos outros! Mas o Covid-19 nos traz coisas boas! Ele nos faz sentir como é bom ver um rosto com um sorriso, um aperto de mão, os três beijinhos, os abraços, estar ao lado das pessoas queridas, filhos esposa, marido, pai, mãe, avó, avô, tios, primos e amigos de ontem e de hoje! Como é boa uma conversa. Pode ser um dedinho de prosa, jogar conversa fora, pode ser conversa séria, não importa o tema, importante é ter horas para viver com o outro! E quando fechamos os olhos, todas as coisas boas vividas nesta caminhada, nos trazem estas pessoas no pensamento e vemos como elas enchem os nossos corações! E, vocês que vivem na Capital, puderam realizar o meu sonho de juventude! Um feriado inesperado em uma segunda-feira, para prolongar o final-de-semana e poder ficar mais tempo com os amigos e um feriado em plena quarta-feira, para não ter que fazer uma prova, não dar plantão! Um sonho que virou realidade! Dizem quem viver verá! Embora realizado nos últimos anos da minha vida, me fez relembrar os bons tempos vividos na minha juventude com aqueles que foram me auxiliando a caminhar e poder chegar até aqui! Este é um tempo de descoberta, eu descobri que vivo numa quarentena! Quem mora no campo vive na quarentena, sabe que o dia amanheceu, porque os pássaros com o seu canto anunciam que um novo dia começou, e voltam no final da tarde para se despedirem e anunciar que o dia está chegando ao fim! Mas ainda não aprenderam a dizer o dia da semana nem do mês! Eles me mostram que o importante é o que eu vivo! Embora sinta muito a falta do meu Hans, o amor da minha vida, que deixou de viver e partiu, estou aprendendo que só sei que nada sei, e o tempo que resta vou ter que aprender isso tudo! Por isto não posso perder pessoas como você e a Rosita que encontrei como num passe de mágica! Assim vai esse e-mail com um jeitão de carta, porque agora eu tenho tempo e vocês também! Um abraço quarentenal cheio de alegria! Tenham um bom fim de domingo e aproveitem a vida todos os dias! Vera Fritz

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nosso time de colunistas

60+

magazine

Reuven Faingold O alfaiate de Auschwitz Páginas 5 e 6

Heródoto Barbeiro O atestado Médico

Vera Fritz Editorial Página 2

Página 4

Carolina S. Conti Olhos nos olhos Página 12

Laerte Temple A mulher ideal

Iasmin Galvão

Porque a constelação familiar é indicada para crianças?

O que é uma Pandemia Páginas 16 e 17

Thais Bento Lima Doença de Alzheimer é uma demência? Páginas 23 e 24

Anete Z. Faingold Antiga Iugoslávia em 19 dias

Marcelo Thalenberg Quarentena: qual aplicativo de comunicação usar

Página 40

Breve história da Maçonaria

Silvia Triboni Testamento vital - Já fez o seu? Páginas 18, 19 e 20

Página 15 Osvaldo B. de Moraes Filosofia Huna Páginas 27 e 28 M.Luiza Conti Auto conhecimento - Prazer em conhecer Manoel Carlos Conti Páginas 25 e 26 A Arte Romana parte II

Malu N. Gomes Experiencia de vida, conhecimento e sabedoria Páginas 29 e 30

Página 38 Marcia Castilho Yoga - Vamos praticar? Páginas 36 e 37

Cafeteria das antigas

João F. Aranha

Páginas 10 e 11

Divertida idade Páginas 14 e 15

Sérgio Frug Artistas do próprio destino Páginas 35 e 36 PB que não é Página 33 Paraíba Páginas 30, 31 e 32

Cida Castilho

Página 9

Malu Alencar

Páginas 21 e 22

Tony de Souza

A aceleração da digitalização da economia em tempos de COVID 19 Páginas 7 e 8

Sandra R. Schewinsky O choro na vida

Jane Barreto

Página 13

Vera Soubihe

Vanessa Bulara

Cida Tamaro

Maria Izilda Sincorá

Nossas escolhas que determinam a qualidade de nossas vidas

Página 39 Katia Brito Gente de bem... Talento não tem Página 43 e 44 João Alberto idade no mundo da música, J. Neto e no mundo Mosaico de normal? S.Bento Ebe Fabra Páginas do Sapucaí Lenildo Solano 42 e 43 Festa no Arraial Página 41 Ana Luna O dólar e o Páginas euro 44 e 45 Fadas Página 47 Páginas 46 e 47

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Crônicas do Brasil

O atestado Médico

Heródoto Barbeiro Jornalista/Historiador

Heródoto Barbeiro é âncora e editor-chefe do Jornal da Record News, em multiplataforma

Um simples resultado de um simples exame médico pode provocar uma crise política. Estamos no Brasil onde tudo é possível, até mesmo assistir a um ardente debate se o chefe de governo tem ou não a obrigação de expor em público uma avaliação de sua saúde. Para variar, a polêmica tem duros contendores de lado a lado. Os mais influenciados pelas idéias do liberalismo político argumentam que ele tem as mesmas garantias da lei que um cidadão comum, , ou seja, o direito a intimidade e a publicação do resultado dos exames é de sua única e exclusiva vontade. Todos concordam que uma pessoa quando assume um cargo público perde parte de sua privacidade, mas há um limite em expor fatos de sua vida pessoal. Por outro lado, argumenta a oposição, a saúde dele é questão de Estado e não de vida privada. Por isso todos têm o direito de ver o que dizem os médicos a respeito de sua avaliação de saúde. Ela pode comprometer os destinos do governo e diretamente a vida de milhões de brasileiros espalhados pelo território nacional. Há debates públicos inflamados entre as partes. O estado físico do chefe de estado foi alvo de uma reunião em São Paulo. Um líder da oposição faz um discurso emocional e ganha aplausos da platéia quando reitera que o povo tem o direito e o dever de exigir o resultado de um exame médico legal e que o resultado pode mudar os rumos do governo, que considera tão enfermo como o seu chefe. Há uma dúvida se o chefe de estado é ou não um demente e que se dever permitir que continue à frente dos negócios do

Brasil e se isso pode provocar um dano irreparável à sociedade brasileira. Assim o deputado denuncia o hospital responsável pelos exames clínicos de falsear a verdade, por incapacidade ou por cruel má fé. Sustenta que é uma forma ardilosa de não permitir que o poder não saia do círculo de pessoas que o cercam nos palácios. Nada acontece aos acusadores que consideram um embuste e os danos que expõem a população e a economia do país. Afinal governos estrangeiros estão de olho no que se passa no centro do poder na capital do país e avaliam se vale ou não apena se arriscar a se envolver em uma questão, que, à princípio só interessa ao próprio país. Veículos de comunicação não dão trégua. Jornalistas reviram diariamente os corredores do poder em busca de novas notícias sobre o estado real de saúde do chefe de governo. As avaliações saem do campo médico, deságuam no debate político e terminam nos grupos apaixonados que defendem ou atacam o chefe. O que fazer? Afinal sua excelência demonstra sinais de debilidade, demência ou qualquer outro sintoma aparente de incapacidade física. A oposição republicana insiste na mídia que sim. Que os áulicos escondem a real situação da saúde do imperador para permitir que a sucessão se faça sem ameaça de mudança do regime. Os propagadores do republicanismo estão espalhados no exército, nas escolas de formação de oficiais, nos clubes políticos, partidos e até mesmo no parlamento onde atuam deputados republicanos eleitos em plena monarquia. Ao imperador resta pouco espaço para a defesa. Está velho, alquebrado, e sua vontade é passar o trono para a filha Isabel e se recolher em uma casa de repouso. Depois de quase 50 anos à frente da chefia do estado do Império Brasileiro, dom Pedro II não tem forças para se opor aos que desejam a troca da monarquia pela república. O império esgota-se, não tem condições de resolver as contradições que ele mesmo gerou. Com ou sem a divulgação do atestado médico vai cair e dar lugar à república.

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Nosso Mundo, Nossa Cultura

O Alfaiate de Auschwitz

Reuven Faingold Historiador

Martin Greenfield é o sobrevivente do Holocausto número A 4406. Nascido em Pavlov, vilarejo tcheco, este judeu vivenciou os horrores do Nazismo. Segundo ele, isto aconteceu no segundo dia de Pessach de 1944, quando os nazistas cercaram Pavlov e deram aos judeus o prazo de uma hora para fazer suas malas, antes de serem enviados a Auschwitz. Já no campo, esteve frente ao Dr. Josef Mengele, que determinou ele ser selecionado para o trabalho, enquanto toda sua família seguiria rumo às câmaras de gás. Greenfield perdeu pais, avôs, um irmão e duas irmãs. Seu pai, engenheiro, disse ao filho em Auschwitz: “Precisamos nos separar. Você é jovem e forte. Vai sobreviver por sua conta. Você tem de viver para nos honrar”. Trabalhando na lavandaria de Auschwitz, aprendeu a costurar com prisioneiros mais velhos. Na autobiografia “Measure of a Man: From Auschwitz Survivor to Presidents´ Tailor” (2014), Greenfield relata o abuso físico, psicológico e emocional que sofreu sob o Nazismo. Depois de meses aprisionado foi trasladado de Auschwitz I para Auschwitz III ou Buna, já que o campo principal foi bombardeado pelos americanos em dezembro de 1944. Na ocasião, os nazistas obrigaram 10.000 prisioneiros a desocupar o lugar, recolocando-os no subcampo de Gleiwitz, fundado por eles em março de 1944. De lá foi transportado até Buchenwald, onde permaneceu até acabar a guerra. Encerrada a 2ª Guerra, Greenfield ambulou pela Europa procurando, sem êxito, sua família. Em 1947, ajudado por parentes abastados, embarcou aos EUA para iniciar uma nova vida. Junto a outro imigrante judeu, achou trabalho em uma prestigiosa empresa de roupa que fabri-

cava peças para clientes de tamanhos especiais (GGG) em Brooklyn. O proprietário era William P. Goldman, quem ensinou Martin Greenfield os secretos da confecção. Martim foi crescendo no negócio de Goldman, até que em 1977, (com experiência de 30 anos na empresa), decidiu comprar a fábrica da família Goldman. Mudou o nome da firma para “Martin Greenfield Clothiers” (Roupas Martin Greenfield), atendendo uma clientela muito seleta e exigente. Todo terno costurado à mão é produto de muitas mãos. O alfaiate judeu emprega 120 imigrantes. “Temos as melhores pessoas do mundo todo... eu não seria nada sem eles”, afirma Greenfield. Nas memórias Greenfield confessa que o sucesso do negócio reside na qualidade da matéria prima utilizada para confeccionar os ternos. Ele afirma: “Me neguei a fazer concessões e decidi que somente usaríamos materiais e métodos da mais alta qualidade”. Sua renomada empresa confecciona uns 15.000 ternos por ano, pagando seus clientes até U$S 2.000 por peça. Desta forma, seu faturamento, atinge aproximadamente 30 milhões de dólares por ano. Em 1952 Greenfield teve a oportunidade de conhecer o presidente Dwight D. Eisenhower, com quem sentiu forte empatia, chegando inclusive a deixar bilhetes com conselhos de política externa nos bolsos dos ternos. “Não existe lugar como os Estados Unidos”, afirma Martin Greenfield. Seus filhos Jay e Tod dirigem atualmente o negócio. Diferente de Harry Pendel, personagem da novela de John Le Carré, “O alfaiate de Panamá”; Martin Greenfield é um alfaiate cinco estrelas. Greenfield é um homem discreto que mede suas palavras. Sua alfaiataria de Brooklyn veste celebridades como Paul Newman, Frank Sinatra, Michell Jackson, os jogadores de basquete Patrick Ewing e Shaquille O’Neal, Leonardo Di Caprio, Al Pacino, Jimmy Fallon ou Johnny Depp. Assíduo cliente, Bill Clinton aprendeu com ele a usar tra-

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um terno que as ajude a acreditar que podem realizar seus sonhos”. Martin Greenfield fez ternos para o presidente Donald Trump. Agora vai esperar para ver se receberá uma ligação do próximo ocupante da Casa Branca. “É uma grande honra vestir presidentes”, explica com orgulho Greenfield. “Faço todo mundo ter boa aparência com a roupa”. Michael Bloomberg, o biógrafo de Greenfield, fala dele com admiração: “Estamos diante de um homem que lutou muito para sobreviver durante os piores momentos da Humanidade, chegou à Nova Iorque sem nada, trabalhou duro e prosperou” sendo hoje considerado o melhor alfaiate masculino dos Estados Unidos. “A roupa faz o homem”, escreveu William Shakespeare em Hamlet. Ela certamente fez o mestre alfaiate Martin Greenfield. Aos 88 anos ainda trabalha seis dias por semana em sua confecção, quando não dedica parte de seu tempo a ministrar palestras inspiradoras ou a participar de atividades comunitárias.

Foto: us.fashionnetwork.com - Divulgação

jes formais. Ao falecer George de Paris, o alfaiate oficial da Casa Branca em 2015; Barack Obama solicitou a Greenfield tomar as medidas de seus ternos. O presidente lhe enviou um par deles para que tomasse suas medidas, porém o alfaiate se negou terminantemente declarando: “Martin Greenfield não copia ternos de ninguém”, exigindo que o presidente americano o recebesse na residência governamental para tomar pessoalmente as medidas. Obama concordou e naquele encontro o presidente lhe mostrou um terno italiano com a tela que gostaria para sua nova peça de vestir. Aí, tudo ficou mais fácil e Greenfield revelou que “o corpo do presidente é como o de um manequim”, e isto facilita sua tarefa. Em 2015 vestiu trajes acadêmicos recebendo o doutorado honorário da Yeshiva University de Nova Iorque. Na ocasião, o reitor Richard Joel compartilhou um trecho da autobiografia de Greenfield, “Measure of a Man”: “Todas as pessoas são perfeitas. Elas têm de fazer

Martin Greenfield

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Direitos

A aceleração da digitalização da economia em tempos de COVID 19 e os reflexos na tributação

Vanessa Bulara

Advogada tributarista Consultora

A crise sanitária advinda da pandemia deflagrada pela COVID-19, a despeito de ter desacelerado e até suspendido grande parte das atividades econômicas em todo o mundo, possibilitou a aceleração da digitalização de muitas atividades econômicas, tanto para as já iniciadas nessa nova forma de negócio quanto para as que resistiam a esta modalidade. No caso brasileiro, muitas micro empresas e empresas de pequeno porte, pequenos empreendedores e até profissionais informais, dada a necessidade dessa nova realidade, tiveram que se reinventar e criaram outros modelos de negócios se utilizando de ferramentas digitais. Profissionais trocaram a realização de cursos presenciais e palestras por fazê-las exclusivamente online; a realização de venda de produtos físicos pela modalidade de e-commerce aumentou relevantemente; outros profissionais se iniciaram no ramo de entregas de compras online além da regulamentação, pelo próprio governo, de consultas médicas com avaliação e diagnóstico feito à distância. A intangibilidade da economia já era realidade antes da COVID-19, mas foi amplamente estabelecida com as medidas de isolamento social. O que antes era praticado com fundamento na modernidade e no avanço tecnológico passou a ser usado em razão da necessidade de sobrevivência das pessoas, seja por saúde, segurança ou economia. O aumento de tempo em frente às telas para assistir a filmes, séries, documentários, shows e ouvir a músicas foi uma das formas de lazer encontradas

pelas famílias neste isolamento. O acesso à visualização dos filmes ou músicas por streaming ou por download, a realização de reuniões de empresas e aulas de escolas que ocorrem por acesso a plataformas digitais, a exemplo do Zoom e outras empresas fornecedoras desta tecnologia, aumentou amplamente o debate já existente sobre quem deve tributar as operações aqui relatadas. Explicando melhor: a municipalidade possui a competência de tributar serviços em razão do ISS (imposto sobre serviços); já o Estado possui a competência de tributar as mercadorias, bens e serviços de telecomunicações em razão do ICMS. Quem é tributado por um ente não é tributado por outro sob pena de bitributação reconhecidamente proibida. A questão principal do debate (que já existia) está na tributação das tecnologias. Sempre houve uma briga entre a arrecadação de Município x Estado. E como cada ente publica leis objetivando tributar as novas tecnologias sem uma comunicação e coordenação prévia entre si, ao contribuinte fica o maior ônus: o de não saber para quem pagar ou acionar o Judiciário para decidir a qual ente cabia o contribuinte pagar o imposto, se ao Estado ou ao Município ou, no pior dos cenários, pagar para dois entes diferentes (pagando duas vezes um tributo sobre o mesmo fato!). Este é o caso da tributação das tecnologias oriundas das operações com programa de computador- software- ainda que realizadas por transferência eletrônica de dados (o streaming). Ocorre, que já existe um reconhecimento por lei de que cada município pode e deve tributar os serviços de (i) processamento (streaming), armazenamento ou hospedagem de dados, textos, imagens, vídeos, páginas eletrônicas, aplicativos e sistemas de informação, entre outros formatos, e congêneres; (ii) elaboração de programas de computadores, inclusive de jogos eletrônicos, independentemen-

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Foto: Zoom - divulgação

te da arquitetura construtiva da máquina em que o programa será executado, incluindo tablets, smartphones e congêneres; (iii) disponibilização, sem cessão definitiva (podemos chamar de aluguel), de conteúdos de áudio, vídeo, imagem e texto por meio da internet, respeitada a imunidade de livros, jornais e periódicos (exceto a distribuição de conteúdos pelas prestadoras de Serviço de Acesso Condicionado, sujeita ao ICMS). Exemplo isso é quando se acessa a TV a cabo e se possibilita compra o filme ou alugar. Então, o que já estava em debate agora será de interesse prioritário entre os municípios e estados, sobretudo pela

falta de orçamento público e da queda de arrecadação por conta da crise fiscal já iniciada pela COVID-19. O debate sobre este assunto está na pauta do Supremo Tribunal Federal que, quase na iminência de julgar e decidir o assunto em recente abril de 2020 suspendeu o julgamento por pedido de vista do processo pelo Ministro Presidente daquele órgão, Dias Toffoli. Resta a sociedade, inclusive pessoas físicas, altamente interessadas em razão de serem os contribuintes “de fato” do ônus econômico, acompanhar o assunto.

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Divã

Sandra Regina Schewinsky

Psicóloga - Neuropsicóloga

Geralmente chorar está associado a fraqueza ou tristeza extrema, mas não é verdade! Hoje, meu seleto leitor, vamos entender um pouco mais sobre o choro e dar vazão para nossas lágrimas. Temos uma região do cérebro, chamada sistema límbico , que é responsável por nossas emoções e reações, que podem ser instintivas. Então, o choro pode ser uma reação de proteção e defesa do ser humano. Quando nosso cérebro interpreta alguma situação como perigosa ou desagradável, imediatamente isso pode se tornar uma fonte de estresse, o qual cria uma tensão interna em nosso organismo. Pensemos quantas pessoas estão tensas ou estressadas atualmente? Temos as questões relativas ao medo, ao isolamento e as perdas. Leitores do Magazine 60+ pediram para que eu falasse sobre as mortes sem velório e enterros coletivos. Confesso que fiquei muito emocionada com o tema e espero poder trazer informações relevantes, além de algum alento. Quem não consegue chorar suas mágoas pode adoecer, por isso que todos ficam tão comovidos com as famílias de mortos pelo Covid . O enterro tão frio e distante , os rituais de passagem, como velórios e sepultamentos têm uma função de proteção psicológica para quem fica. É o primeiro passo para o início da elaboração da perda, sentimento de despedida e obrigação cumprida até o final com o que partiu. Há ainda o sentimento de pertencimento a um contexto social, em que as pessoas dividem com os familiares o lamento e pesar da situação. Chorar acompanhado acalenta muito mais. Assim, o choro sentimental é uma

tentativa instintiva de aliviar a tensão causada por uma emoção demasiado intensa que, por ventura, não cabe no organismo. Por esse motivo segurar o choro pode causar doenças, como Pressão Alta, Diabetes, Depressão, Transtorno de Pânico, entre outros problemas. Então o leitor horrorizado deve pensar que não tem saída para as famílias de quem faleceu de Covid. A tristeza que a morte causa não tem mesmo remédio fácil, e demora em torno de um ano para minimizar a dor. Entretanto, sugiro que formas de realizar o ritual de passagem sejam feitas, por exemplo, montar um altar de acordo com a crença e religião de cada um, nesse local colocar a foto da pessoa falecida, realizar orações e compartilhar com os outros. Cada pessoa pode gravar ou escrever um texto em homenagem a quem partiu, relembrar momentos interessantes e, principalmente, que todos possam prantear juntos o sofrimento (mesmo que seja por telefone ou virtual). As lágrimas ajudam o corpo a retomar a frequência cardíaca ideal, estabilizar a pressão arterial e acalmar todo o corpo. Pois mesmo com toda a dor que a situação traz, o pranto demonstra para nosso psiquismo algo que se fechou, acabou, ou seja, se resolveu. Muitos pacientes me perguntam até quando irão chorar, respondo que até a última gota do cálice. O tamanho deste é variável de pessoa para pessoa e de acordo com cada caso, mas poder deitar lágrimas diminui aquele esforço intenso de controlar tudo de forma racional, de tentar se concentrar para ter controle de tudo. Em tempos de Covid vamos chorar de várias formas e por vários motivos. Afinal, é o choro que alivia nossa alma! Foto: www.opopular.com.br

O choro na vida!

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Contos II

Breve história da Maçonaria

João F Aranha

Cidadão e Repórter

A Maçonaria é uma das organizações secretas mais antigas da humanidade. Sua origem é controversa. Alguns acreditam que seu início se deve aos pedreiros que foram os construtores das grandes catedrais e igrejas da Europa Medieval. Outros afirmam que os precursores foram os cavaleiros templários e outros ainda regridem no tempo, creditando sua origem ao grande templo de Salomão construído em Jerusalém. Os que defendem essa última hipótese acrescentam que, hoje em dia, a maçonaria seria uma visão moderna e adaptada dos grandes segredos contidos no templo de Salomão, onde no Tabernáculo se encontrava a Arca da Aliança. Há quem veja na maçonaria influência notória da sabedoria do Egito Antigo, do Judaísmo Bíblico e da Matemática Pitagórica. Tudo leva a crer, no entanto, que sua representatividade pode ser uma mescla de todos esses conhecimentos. Analisando-se os signos maçônicos, encontramos no principal deles, o esquadro e compasso, instrumentos fundamentais para os construtores da época medieval. O esquadro com seus braços fixos representariam a matéria. O compasso, com seus braços móveis e ajustáveis diz respeito ao conhecimento ou à espiritualidade. O entrelaçamento entre os dois objetos significaria que ambas são realidades interdependentes. Seus lemas iniciais eram a fraternidade, a integridade e a boa cidadania. Embora não seja considerada uma religião, é requisito para quem quiser se associar, crer na existência de um Ser Supremo.

A integração entre seus membros visa sobretudo uma melhora de cada um enquanto seres humanos, e para isso os integrantes passam por diversos graus de aprendizado até chegar ao ápice do conhecimento de si mesmo, culminando na compreensão dos segredos da natureza e dos elementos constituintes do Planeta. Seguindo os preceitos dos grandes construtores da antiguidade, a sociedade maçônica dividia-se em aprendizes, companheiros e três grandes mestres que seriam os guardiões dos segredos que os membros denominam “A Grande Obra”. Os primeiros documentos históricos, conhecidos como os “Antigos Cargos” apareceram na Inglaterra por volta de 1390, contendo uma oração de abertura, um resumo das origens dos segredos maçônicos, iniciando-se ainda antes do Dilúvio, até chegar à Inglaterra do tempo dos saxões, além de uma coletânea de regras de comportamento para seus membros. Embora os preceitos maçônicos tenham sempre se inspirados no amor fraternal, na nobreza da alma e em vários princípios cristãos, algumas religiões - notadamente a católica - se indispuseram com os maçons, considerando-os heréticos, o que levou à organização a cada vez mais se tornar secreta.

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Francis Bacon


tre França e Inglaterra, movimentos anti maçônicos nos Estados Unidos e na Europa católica e tentativas de juntar o anti semitismo com as perseguições aos maçons, acabaram por transformar a Organização numa sociedade cada vez mais apartada e secreta. Com a irrupção dos regimes totalitários, a maçonaria passou por seu maior desafio, dada a grande repressão que ocorreu e que culminou com a morte de 200 mil maçons em campos de concentração nazistas. No Brasil, a primeira loja maçônica se instalou em 1797 em Salvador, Bahia, mas sua maior participação ocorreu na campanha da independência brasileira, em 1822. Tanto nossos dois imperadores, como os principais próceres da independência eram maçons. As grandes conquistas sociais brasileiras sempre tiveram participação ativa dos maçons, destacando-se a libertação dos escravos e a campanha republicana. Hoje se estima que haja cerca de seis milhões de maçons no mundo, a maioria deles radicados nos Estados Unidos. Observação: O autor pertence ao movimento Cidadão e Repórter 60+ escrevendo sobre história e outros temas, porém não é maçon.

Foto: gop.org.br - Divulgação

Com o advento do Classicismo e do Renascimento, com sua busca dos antigos conhecimentos, o movimento maçônico passou por transformações, advindas principalmente da Escócia e da Inglaterra, deixando de ser “funcional” para ser “intelectual”, o que levaria a maioria de seus membros a serem nobres, cientistas e burgueses emergentes. Francis Bacon (1561/1626) - considerado o pai da ciência moderna - foi muito relacionado à maçonaria, dado ao modelo alegórico que utilizou em sua obra A Nova Atlântida, chamada de a “Casa de Salomão”. Atribui-se também a Bacon a criação da “Universidade Invisível” que abrigava cientistas, geômetras e pesquisadores, que ali se instalaram.clandestinamente, fugindo das perseguições aos que tinham crenças consideradas esotéricas. Com o advento do Iluminismo, quatro lojas já haviam se unificado, formando, em 1721, a Grande Lógica de Londres. Dez anos após, a maçonaria já fincava raízes nos Estados Unidos e se espalharia por boa parte da Europa. Parcela significativa dos fundadores dos Estados Unidos, inclusive George Washington (1732/1799) e Benjamin Franklin (1706/1790) eram maçons. O século XIX foi marcante na história da maçonaria. Conflitos de orientação en-

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O que aprendi com minha vó

Olhos nos olhos

Carolina Conti Jornalista

Foto:Câmeras Canon - divulgação

Blusa de bolinhas, pérolas ao redor do pescoço, a bengala do amparo e dois olhinhos luminosos, de jabuticaba madura, sorrindo pra mim. Assim encontrei a vó Gaia naquele dia de estreia. Eu não tinha a menor ideia de como fazer, mas sabia que tinha que fazer. Ou melhor, devia fazer. Então colei o rosto na máquina e comecei os cliques desajustados de iniciante. Ela interagia. Olhava meu olho no olho da câmera e ria gostoso. A gargalhada plasmava aqui, na tela mental, memórias divertidas de quando (eu ainda criança) dormíamos juntas. A cama de mola fazia um barulho danado cada vez que alguém se mexia. Daí dá-lhe brincar de estátua, de ver quem aguentava mais tempo parada. Eu nem bem chegava no 3 e ela soltava o riso frouxo, ria de corpo inteiro, e a cama ria também. Alto. Conta uma coisa pra mim, você já reencarnou em vida? Foi isso que aconteceu comigo na noite dos retratos. Vovó

me pariu pro mundo das sutilezas miúdas, que só quem tem lupa no coração enxerga. Imagina que eu pisei naquela sala carregada de técnica, atrás do melhor ângulo, da melhor luz, mas quando postei a câmera entre nós esqueci foi tudo. Bastavam aquelas duas bolinhas cintilantes incrustadas na pele de seda marrom, do seu rosto delicado, e uma história se fazia viva. Assim, sem palavra nenhuma, até porque as letras já tinham entendido que vó Gaia não precisava delas para existir e fugiram da sua cabeça. Os nomes, nossos e das coisas, eram utensílios dispensáveis pra quem se contava e acolhia pela janela da alma. Tanto que quando eu levei as 40 fotos pra aula de fotojornalismo na semana seguinte, os colegas formaram a meia-lua de um sorriso doce e com a alegria de rir pra si, ao verem vovó na tela do computador, entenderam tudo. Eu também. Olha, para além do que vemos pelo aparelho óptico há uma realidade sutil e encantada. E é um exercício pra lá de desafiador alcançá-la. Como não sou nenhum Manoel de Barros, que até tratado das grandezas do ínfimo escreveu, preciso de treino. Treinar a musculatura afetiva. Porque o segredo tá no detalhe sabe? É aí que mora a beleza. Todo dia eu saio por aí fazendo essa ginástica. Todo dia vou atrás dos olhos da vovó.

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Ler e criar

Laerte Temple Doutor em Ciências Sociais Relações Internacionais

Sônio, 38 anos, era um cara legal. Seu nome era resultado da fusão dos nomes dos pais, Sonia e Antônio. Os amigos o chamavam de Sô. Belo, garanhão, bom de papo, saia com qualquer tipo de mulher: sabida, vadia, brega, nerd, neurótica. Alguns amigos já estavam no segundo casamento, mas Sô não tinha pressa de casar, a menos que encontrasse a mulher ideal. Não queria constituir família de repente, como seus pais. Sônio foi concebido no primeiro encontro, durante uma volta do trem fantasma do parque de diversões. Queria uma alma pura, diferente daquelas experientes com as quais saia. Bonita, bom caráter, prendada, exímia cozinheira, letrada, carinhosa, apta a cuidar do lar e dos filhos, mas, sobretudo pura. Quando conhecia alguém perto do ideal, passava longo tempo observando e, fatalmente, alguém levava sua pretendida. Rodrigão, amigo experiente, aconselhou: vai ser difícil achar uma mulher exatamente como você sonha. Se encontrar alguém cinquenta por cento, vai fundo cara. Sempre tem um ou outro probleminha. Você também não é perfeito. Conhece a teoria do brigadeiro de festa? Você olha a mesa dos doces e um lindo brigadeiro se destaca. Em vez de atacar logo, você enrola, pensa, aí vem um mané, pega o brigadeiro e você fica chupando o dedo. Aquelas palavras afetaram Sônio e ele tomou uma decisão. Lógico-matemático, ordenou as qualidades da futura esposa em três categorias: 1º) Fundamental (não abre mão) – caráter, sim-

patia e pureza (baixa quilometragem, no linguajar de Rodrigão); 2º) Importante (gosta muito, mas aceita melhoria no futuro) – cozinhar, dançar; 3º) Desejável (mas pode abrir mão) – bebida, cigarro, exceto alcoólatra ou fumante inveterada. Se achar alguém apenas Fundamental, casaria logo e com o tempo cuidaria do resto. Sônio conheceu Amanda. Excelentes referências, bela, carinhosa, simpática e muito mais. Lembrou da teoria do brigadeiro e concluiu que se esperasse muito tempo, talvez alguém a levasse. Abriu logo o jogo e falou de suas intenções. Amanda aceitou a proposta e, tímida, disse que não tinha experiência em coisas matrimoniais. Não sabia fazer nada. Ele a tranquilizou. Afinal, era um garanhão bem rodado e conhecia tudo sobre a arte. Casaram-se em menos de três meses. Esse brigadeiro é meu, disse Sô ao padrinho Rodrigão. Na noite de núpcias, enquanto beijava e acariciava o marido, Amanda repetiu que teria de aprender muita coisa, pois não sabia fazer nada. Sô pediu que ela tomasse banho e vestisse uma camisola provocante que ele lhe ensinaria as técnicas do amor. Amanda então lhe disse: - Querido, tenho dois anos de Bahamas, três de Café Photo. Sei tudo de sexo, posições etc. Faço Helicóptero Sueco, Canguru Perneta, Saca-rolhas Invertido, o que você quiser. Eu não sei fazer nada é lavar, passar, cozinhar, trocar fraldas, essas coisas aí. Sô nunca mais quis saber de brigadeiro. Foto: arquivo

A mulher ideal

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CriativA Idade

Divertida Idade! Foto: pressdemocrat.com divulgação

Jane Barreto Psicopedagoga e Arteterapeuta

Quando falamos em infância logo pensamos em diversão, no brincar, descobrir e imaginar. Na infância a imaginação se torna a verdade da criança, no chamado jogo simbólico ela projeta seu real no imaginário presente na brincadeira. Para alcançarmos a criança existente dentro de nós, devemos compreender que a imaginação habita um lugar chamado mente e o universo do lúdico. A criança desenvolve a imaginação e constrói as capacidades cognitivas que irão acompanhá-la até a vida adulta. É durante o brincar que os pequeninos nutrem essa imaginação, constroem a sua psique. Mas afinal, como a brincadeira atua no desenvolvimento neurológico e na imunidade em todas as idades? O que acontece no cérebro durante a atividade do brincar e consequentemente na diversão? No tempo inédito de aprendizagem chamada infância, o imaginar e reinventar são fabricados na mente para manter a sobrevivência durante situações de sofrimento, crise ou caos, quando ocorrem alguns mecanismos de defesa que se armam em nosso cérebro. Brincar desenvolve todo o sistema neurológico de forma plena e saudável, uma das peculiaridades que o ser humano tem em sua essência é o ato de imaginar, presente na brincadeira. É ela quem nos potencializa durante e após a infância, até a vida adulta, com as brincadeiras e o pensamento chamado de mágico. O desenvolvimento neural ocorre pela conexão entre os neurônios, movimento das sinapses, ele começa na infância e segue por toda a vida até a chamada terceira idade. Com essas conexões

acontece a neuroplasticidade cerebral, a ginástica do cérebro. Quanto maior a conexão e o número de sinapses, maior a neuroplasticidade, esse fenômeno natural e orgânico é estimulado pelas atividades do cotidiano como alimentar-se, vestir-se, banhar-se mover-se, caminhar, sorrir... O movimento, o pensamento do corpo e da mente, evidencia a eficiência na neuroplasticidade, mesmo quando as células envelhecem com avanço da idade. Nesse cenário de imprevisibilidade do que virá pela frente, a tendência do humano é não exercitar suas habilidades cognitivas nem físicas, se tornar imóvel por conta da ausência do social e carência no emocional, o divertimento passa a ser algo condicionado ao meio e muitas vezes é roubado pela tristeza e estado de apatia. A gerontologia pesquisa há anos quais são as ações que permitem que as pessoas não sejam acometidas por problemas de saúde, causados pelo envelhecimento, evidenciaram que o fato de se divertir regularmente, aciona a imaginação, criatividade produzindo reestruturação nas estruturas neurais. Recomenta-se ainda sorrir diariamente, alguns minutos por dia, dar aquele sorriso gerado por algo involuntário que traz movimento e provocado espontaneamente pode minimizar a dor. Sim, o riso e o bom humor mantêm a saúde, aumenta o nível da química cerebral, de dopamina, substância ligada ao prazer, responsável pela alegria; Ela age no cérebro, diminuindo os níveis de

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estresse, melhorando a capacidade do corpo de combater infecções, vírus e bactérias, contribuindo para o bom funcionamento dos sistemas respiratório, cardiovasculares e imunológico. Ao sorrir, estimulamos o cérebro a liberar também a endorfina, por causa da estimulação do estado de humor e de ânimo. Se então manter o bom humor faz bem a saúde, fortalecendo o sistema imunológico, acionando o cérebro, o som de

uma boa gargalhada deve ser mais contagiante do que qualquer vírus. Para isso o exercício da imaginação, da fantasia, as memórias da infância devem ser revisitados, o sentimento de alegria pode ser transmitido e a melhor idade para acontecer é a de hoje, de agora. Use a imaginação para promover a diversão, é um remédio para alma! esse medicamento é gratuito, sem contra-indicação e fácil de usar. Viva a sua divertida idade!

Empreendedor/Tecnologia

Quarentena: qual aplicativo de video comunicação usar

Marcelo Thalenberg Empreendedor escreve artigos sobre tecnologia

A quarentena chegou e principalmente para nós seniores, onde muitos de nós vivemos sós. Como melhorar a comunicação? Ainda bem que temos a internet e os aplicativos de vídeo comunicação. Poucos sabiam que o WhatsApp tinha aplicação de vídeo conferência, de 4 pessoas ampliaram a disponibilidade para 8. Senhoras que vivem sós começaram a fazer reuniões em grupo. O happy hour virtual explodiu. Os cursos online gravados e ao vivo centuplicaram centenas de professores ou não começaram a compartilhar seus conhecimentos em lives. Qual a melhor plataforma e o menor custo para se usar? O zoom tornouse dominante com limite de tempo de 40 minutos para uso grátis, o Webex ofereceu o uso grátis com até 200 pessoas por um limite de data durante a pandemia. O adormecido Skype acordou e lançou atualizações com maior número de pessoas e facilidades. O Hangout do google virou Google meet para até 50 pessoas. Youtube, Facebook e Instagram oferecem lives. Qual a melhor aplicação para seu uso? Katia Siqueira personal treining usa

o Zoom para dar aula de sapateado e o Skype para aula ginástica. O Skype no PC além de o cliente se conectar facilmente a tela se conecta facilmente a TV por um cabo HDMI proporcionando uma melhor interação com o aluno. O Sesc oferece aulas via Instagram com a limitação de interação via chat de dezenas de alunos. Minha companheira criou grupos de apoio a pessoas sozinhas por WhatsApp e Skype em função do número de pessoas e foi um desafio ensiná -las a usar e perder o medo dos aplicativos A grande atitude é: Perca o medo, experimente os aplicativos e ache o que é melhor para você. Baixe e leia atentamente as instruções combine com uma pessoa, conecte e teste o app em dois. Feliz quarentena com comunicação virtual. Fale e veja os amigos e familiares facilmente.

Foto do autor tendo aula online via Skype na TV.

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Contos I

O que é uma Pandemia

Malu Alencar Historiadora e Produtora cultural

Na passagem de 1999 para 2000, a previsão era que teríamos um ‘tilt’ na área de tecnologia, o ‘Bug do Milênio’, lembram? Nessa época morava em Campos do Jordão, na virada do ano tirei o computador da tomada com medo dele explodir ou pegar fogo, até escrevi um artigo para o jornal Campos do Jordão & Cia onde tinha uma coluna falando sobre isso, ainda bem que não mandei. Pois o ‘bug’ foi a natureza que deu seu recado. Foi o primeiro sinal da Mãe Natureza para os homens, pois desde o inicio do século XXI tem sido uma constante situação de catástrofes ambientais e sanitárias. Chuvas, inundações, terremotos, maremotos, tsunamis, inundações, queimadas, doenças contagiosas: ebola, H1N1, gripe aviária e outras epidemias. Na virada de 2019 para 2020 senti algo estranho, meu coração ficou apertado, tinha pesadelos e estava com muito medo. Um medo estranho como se a morte batesse todos os dias na minha porta. Não tinha medo de morrer, não... já tive quando meus filhos eram pequenos, mas o medo de perder alguém muito próximo, medo que me acompanha desde longa data. Comecei 2020 com esse medo. De perder algo que me pertencia. Difícil conviver com essa angustia, não há remédio que cure, nem ombro amigo que console. Mas eis que nesse carnaval a mídia anuncia uma virose, começa na China, vem para a Europa e rapidamente chega ao Brasil. Tudo isso, todos nós estamos cansados de saber. Março é crucial, o medo é instalado

e em seguida a OMS decreta uma pandemia. Mas o que é uma pandemia? Palavra estranha, não me lembro de fazer parte do meu vocabulário. Tive que ir atrás para saber seu significado: Uma pandemia (do grego παν [pan = tudo/ todo(s)] + δήμος [demos = povo]) é uma epidemia de doença infecciosa que se espalha entre a população localizada numa grande região geográfica como, por exemplo, um continente, ou mesmo o Planeta Terra. Então foi isso que aconteceu, uma PANDEMIA e tomou conta de todos os continentes, do Planeta Terra, um vírus com o bonito nome de CORONAVIRUS. Não vale a pena discorrer o que jornais, revistas, internet, televisão, rádio, etc., falam sobre o assunto o tempo todo, dia e noite. Muitas notícias, umas alarmantes, outras falsas, outras filosóficas, outras tentando explicar o inexplicável. O mundo parou. Parou de fato, teve que puxar o freio dos transportes públicos do ar, da terra e do mar... As escolas fecharam suas portas, as empresas mudaram esquemas de trabalho e o ‘home-office’ foi instituído. Os pássaros até então escondidos nas grandes cidades, começaram a voar. O ar ficou mais puro e a poluição sonora de carros e buzinas ficaram distantes. As famílias tiveram que mudar seus hábitos, café da manhã, almoço e jantar todos à mesa, conversas banais, um costume que há décadas tinha sido abolido dos lares brasileiros: a convivência diária sob o mesmo teto, sem condições de escapar do encontro de pais e filhos, marido e mulher, companheiros, companheiras... As conversas se tornaram mais constantes. Eu, que já vivi algumas décadas, há alguns anos que posso tomar conta do meu tempo e não o tempo tomar conta da minha vida e como a vida é um ciclo, começa, cresce e uma hora encontra o seu fio inicial, tenho que agradecer de poder conviver com meus netos, Francisco, Maria e agora Alice recém nasci-

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bebê porque o tempo todo só se falava de Alice via whatsapp, pelo celular, fotos e vídeos... não gostava da priminha, mais uma menina... mas aos poucos foi se acostumando e me perguntou se ele também tinha sido “fofinho” como Alice e Maria... e com a resposta, me disse que não tinha mais ciúmes, estava feliz em ter Alice na família. Esse contato só é possível porque moramos no mesmo prédio, por sorte. Está difícil viver esse momento, o isolamento é necessário, os cuidados com a higiene redobrados, o uso obrigatório da máscara nas ruas e outros locais, a restrição absoluta de festas, cinemas, bares, restaurantes, viagens... mas a grande vantagem que vejo é que você nesse silencio, pode se conectar com seus pensamentos, com a sua memória, com a sua história, se reconectar com sua família, distinguir os sons da rua, ouvir ruidos antes totalmente abafados. Tenho certeza que um novo mundo, mais ameno, mais solidário, mais humano vai nascer. Depois que descobri a origem do meu medo, meu coração acalmou e agradeci por estar vivendo essa transformação que esse vírus está causando no ser humano de como ver o mundo, ver a natureza e aprender a respeitar a ciência, a pesquisa, a cultura os limites e as diferenças. Muito triste tantas mortes, mas até nessa dor, se aprende. E a própria palavra “pandemia” já diz: uma lição para TODOS POVOS.

Foto: www.futurelearn.com

da, exatamente durante a pandemia. Ter tempo para ouvi-los, para olhar o tempo passar o que já passou. Francisco no auge de seus 7 anos me surpreende com seus comentários. Outro dia me falou sobre Deus, perguntei o que era Deus para ele, e me respondeu que “deus” era uma opção de cada um, podia ser uma pintura, uma música, um filme ... perguntei, mas “quem é deus para você?”, segurou meu braço e disse: “para mim deus é a natureza, a coisa mais perfeita....”. Nossas conversas são infinitas, e esse pequeno ser me fala de seus temores e de suas descobertas. Sobre a pandemia me disse que no começo achou muito chato, ficou triste e quase não conseguia dormir com saudades da escola e dos amigos e ficou com muito medo de que eu morresse, pois era velhinha e poderia partir se ficasse doente, mas que sentia falta dos meus abraços, das massagens que fazia em seus pés e nos ombros... Mas que estava muito feliz, porque agora tinha a mãe perto dele e de Maria o dia todo, em casa, podiam conversar, brincar, ouvir música, dançar, desenhar... todos os dias e não mais só nos finais de semana. Que estava aprendendo a lidar com as meninas, pois agora só podia brincar com Maria de 3 anos e meio... era diferente, mas estava entendendo o que era família. Estava entendendo também o que era saudade e o que era ciúmes. Sentiu ciúmes de Alice que nasceu dia 5 de abril, um dia depois de quando completou 7 anos e não teve a festa prometida. Ficou com ciúmes do

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Mudança de Hábito

Testamento vital - Já fez o seu?

Silvia Triboni Viajante Sênior e Repórter 60+

Nesses tempos de distanciamento social provocado pela pandemia do Covid-19 temos nos preocupado em preencher os nossos dias da melhor forma possível. Trabalho remoto: cursos à distância; ginástica; webinares e reuniões online, concertos e shows à distância, e muitas sessões de cinema e televisão são apenas alguns exemplos do que temos feito desses nossos dias atípicos. Mas, será que nessa ânsia de nos ocuparmos de maneira plena e produtiva não estamos nos esquecendo de alguma providência prática que poderia facilitar nossa vida futura, e de nossa família também? Quantos de nós pensamos em elaborar o seu Testamento Vital? Certamente, muitos podem afirmar que o seu dia-a-dia tem sido bem produtivo, e que ao final dessa pandemia sentirá que não desperdiçou seu tempo de isolamento. Isso é muito bom! Então, por que não aumentar ainda mais a sua auto estima deixando expressas as suas vontades em relação aos cuidados com a sua saúde neste documento também chamado ‘Diretivas Antecipadas de Vontade’. Mas o que é Testamento Vital, ou Diretivas Antecipadas de Vontade?

O Testamento Vital é um documento escrito que tem o objetivo de registrar o tipo de atendimento médico que gostaríamos de receber diante de uma doença com risco de vida. No Brasil, não é necessária a participação de um advogado para a sua feitura, a permitir que nós mesmos o elaboremos. Entretanto, entendo razoável conversarmos com algum especializado no tema, ou, participar de suas aulas e seminários a respeito para estarmos cientes de tudo o que o envolve. Há muito material bom na internet, bastando selecionar fontes confiáveis. Redigir este documento envolve algumas etapas, sendo a primeira delas, a nossa análise de nós mesmos quanto ao que realmente queremos em face da possibilidade de final de vida, lembrando, que o Testamento Vital é cabível a pessoas de qualquer idade. É relevante deixar claro que o Testamento Vital não diz respeito à eutanásia, procedimento vedado pela lei brasileira. Autoriza a escolha entre o adiamento da morte ao custo de sofrimento e a ortotanásia, ou seja, a possibilidade de ter uma morte digna, mediante o desejo do paciente, sem prejuízo de a ele ser oferecido os cuidados paliativos para alívio da dor e outros sintomas de sofrimento. Preparando-se para escrever o seu Testamento Vital 1 - Converse com seu médico. Primeiramente, antes de escrever seu Testamento Vital converse com seu médico de confiança e entenda claramente o que suas escolhas poderão significar. Foto: divulgação - lexprime.com.br

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Busque aprender um pouco sobre intervenções médicas que sustentam a vida, como por exemplo, sobre a ressuscitação cardiopulmonar (medidas para reiniciar o coração e a respiração); intubação (uso de um ventilador para respirar) ou nutrição artificial (alimentação por meio de um tubo no nariz ou no estômago). são

2- Envolva a sua família nesta deci-

Aproveite estes dias de tantas reuniões familiares virtuais e discuta com eles sobre suas Diretivas Antecipadas de Vontade. Fale abertamente sobre seus valores e desejos. Elaborar o seu Testamento Vital vai significar, também, que sua família não interfira em seus desejos quando suas escolhas não puderem ser manifestadas. Nossos filhos precisam estar preparados para responder perguntas difíceis caso sejamos internados pela Covid-19, sem a possibilidade de nos comunicar. O sistema de saúde poderá fazer perguntas difíceis, como por exemplo: “Seu pai está com pneumonia e está com dificuldade para respirar. Ele quer um tubo de respiração? ou “Se seu pai estiver intubado, ele poderá nunca sair do tubo de respiração. Ele priorizaria viver mais com um desconfortável respiratório, ou priorizaria o conforto, mesmo que isso significasse ter uma vida mais curta? ” É claro que esta conversa poderá trazer à tona emoções desafiadoras e difíceis. Porém, caso nossa família tenha que responder tais questionamentos, essas diretivas permitirão respostas menos angustiantes, autorizando que os médicos nos ofereçam os cuidados conforme nossa vontade.

3 - Designe um representante.

Ao fazer seu Testamento Vital, você precisará designar um procurador de sua confiança, que será a pessoa que vai executar o que você estipulou no testamento. Você deve ter certeza que seu representante vai seguir suas instruções e não vai agir de acordo com seus sentimentos pessoais.

Ao escolher seu representante, pense em não sobrecarregar emocionalmente cônjuge ou filhos. Talvez, um amigo, ou pessoa de sua confiança seja a escolha que poupará seus familiares desta agonia de fazer cumprir seus desejos. Certifique-se de avisar os familiares sobre a designação de seu representante para que isso não seja uma surpresa caso sejam chamados a assumirem responsabilidades. Quem você escolher precisa estar disposto a fazer valer seu Testamento Vital e saber se impor perante o sistema médico. Nem todos os médicos sabem da legalidade do Testamento Vital e podem ignorar suas disposições. Seu representante vai precisar ser claro e contundente com os profissionais médicos ao defender suas vontades. A urgência do Testamento Vital na pandemia de COVID-19 Ficou claro que a COVID-19 não vê idade, classe social ou condição de saúde, pois pode afetar todos. Pacientes com pneumonia grave por COVID-19 podem ter dificuldade para respirar e se deteriorar rapidamente, e obrigar a tomada de decisões sobre reanimação cardiopulmonar (RCP) ou intubação muito rapidamente. Quando os pacientes estão doentes demais para se manifestarem, nossos entes queridos serão chamados a falar em nosso nome. Ocorre que as medidas de isolamento protetor contra a COVID-19 podem impedir nossos familiares de estarem presentes, dificultando ainda mais esse contato com os médicos. Se um ente querido não puder ser contatado, o paciente sem fôlego será intubado e o ressuscitamento poderá ser feito, desrespeitando-se, eventual vontade daquele paciente. Indivíduos idosos com doenças crônicas têm maior probabilidade de desenvolver doenças graves em razão da COVID-19, e são exatamente esses indivíduos que podem querer uma morte natural, ou para os quais a cura poderia ser uma exceção. O momento é delicado, para todos, e justificam sim, a meu ver, a reflexão e a urgência na preparação de nosso Testamento Vital, ou Diretivas Antecipadas

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de Vontade, uma forma objetiva, clara e segura para que os médicos conheçam os nossos desejos perante a necessidade de tais intervenções. Altere ou cancele seu Testamento Vital quando quiser Importante salientar, que as preferências constantes das Diretivas Antecipada de Vontade não são definitivas e podem ser revisadas, ou até mesmo, canceladas. Podemos mudar ou cancelar nosso Testamento Vital a qualquer momento ou por qualquer razão. Caso você decida cancelá-lo é só avisar imediatamente as pessoas que possuam uma cópia deste documento, inclusive seu representante, e se quiser, faça um novo. Validade jurídica do Testamento Vital no Brasil No Brasil, em 2012, o Testamento Vital foi regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina, por meio da Resolução nº 1995, que prevê, entre outros ditames, ser a vontade do doente prevalente à vontade dos familiares. Recebeu respaldo jurídico, também, no Enunciado 37, aprovado na I Jornada de Direito da Saúde do Conselho Nacional de Justiça em 15 de maio de 2014, que assim dispõe: “As diretivas ou declarações antecipadas de vontade, que especificam os tratamentos médicos que o declarante

deseja ou não se submeter quando incapacitado de expressar-se autonomamente, devem ser feitas preferencialmente por escrito, por instrumento particular, com duas testemunhas, ou público, sem prejuízo de outras formas inequívocas de manifestação admitidas em direito.” O Testamento Vital pode ser feito por qualquer pessoa maior de 18 anos, capaz, lúcida e consciente, não importando que esteja em estado grave de qualquer tipo de doença. Pense a respeito deste assunto! Fiz o meu Testamento Vital em 2018, depois de ter participado de uma palestra esclarecedora feita pelo Dr. Ernesto Lippmann, advogado de São Paulo, especializado em Direito Médico e Responsabilidade Civil. Deixo, aqui, o link para um artigo deste advogado, caso queira saber mais a respeito. Fundadora do Projeto Across Seven Seas www.acrosssevenseas.com Também no You Tube, Facebook e Instagram Inspiração: https://www.conjur.com. br/2015-set-06/ernesto-lippmann-licoes-portugal-testamento-vital https://www.health. harvard.edu/blog/get-your-affairs-in-ordercovid-19-wont-wait-2020042219604?utm_ source=delivra&utm_medium=email&utm_ campaign=BF20200427-AdvanceCare&utm_id=2109015&dlv-emuid=d7d08afa-bf0a-46cc-910f-4e235c3d6903&dlv -mlid=2109015

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Seniors ativos, curiosos, empreendedores e eternos aprendizesUm blog com dicas fáceis e diversas desde cortar custo de aquisição de remédios, como tirar uma ideia da cabeça e tornar-se um projeto a aplicativos que facilitem o seu dia a dia. Desenvolvido por Marcelo Thalenberg colunista do Magazine 60+ magazine 60+ #12 - Junho/2020 - pág.20


Constelações

Por que a constelação familiar também é indicada para crianças?

Consteladoras Vera Soubihe e Iasmin Galvão contam que a terapia pode ajudar na resolução de traumas ainda durante a infância

Iasmin Galvão

Você sabia que a constelação familiar pode ser feita para crianças a partir de 5 anos (ou até antes apenas com a presenca dos pais)? A terapia funciona como um processo de cura de traumas que a criança pode ter herdado de gerações ou ter se iniciado na própria gestação - e que acarreta doenças crônicas ou comportamentos preocupantes, como não dormir, não ficar sozinho na escola e outros. “Em geral, quando há um problema, a criança está invertendo a hierarquia para chamar a atenção para quem veio antes dela - país, avós, bisavós - e está excluído do sistema familiar”, explica a consteladora Vera Soubihe, que atua em parceria com Iasmin Galvão. Segundo ambas, a questão pode ser resolvida rapidamente, e resultados aparecem logo depois de uma sessão. “A criança é muito sensível e a captação se dá depressa”, explica Iasmin. Elas dão como exemplo a constelação que fizeram para uma criança que não conseguia ficar na escola. “Detectamos que quando sua mãe tinha 3 anos, o pai dela foi assassinado. Durante nosso trabalho ficou muito claro que a criança estava olhando inconscientemente para o avô materno”, diz Vera. “Ela precisava sentir um olhar de amor deste avô que não estava presente. Ao senti-lo, passou a ter segurança.” De acordo com as especialistas, isso de dá porque a constelação atual em sistemas que estão totalmente integrados - o educativo, o social e o familiar.

Foto: divulgação - Pinterest

Vera Soubihe

Em nível subconsciente, dentro desse sistema, a criança carrega em si essa trama familiar e com a terapia pode mudar seu destino dentro do coletivo. “Quando, durante uma sessão, um fato é revelado, entendemos que ele afeta todos os membros da família,que estão sujeitos a uma ordem essencial”, afirma Vera. “Deve-se encontrar e respeitar tal ordem para que encontremos o lugar de cada um.” Nos princípios da constelação, respeito e amor à família são reflexo de acontecimentos inconscientes. Assim, a visão da Pedagogia Sistêmica mostra que atitudes disfuncionais de bebês, crianças e adolescentes são uma prova profunda de amor e lealdade incondicional aos pais e avós. “As crianças amam até as últimas consequências”, diz Iasmin. “Para a Constelação o que é difícil não é a criança, mas o sistema dela. Não se pode mudar a história da nossa família, mas podemos e devemos honrar cada um que veio antes de nós e contribuiu para que esta família continuasse, do jeito que fosse possível. Quando isto se resolve, todos podem receber o seu lugar e respirar aliviados. A vida se torna mais leve, sobretudo para as crianças.”

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Se você acha que tem uma “criança conseguimos criar uma nova oportunidadifícil”, as consteladoras fazem um con- de para toda a família”. vite: “Venha conhecer essa dinâmica. É Contatos: possível que novas informações possam Vera: 11999904833 vir à luz sobre o que pode estar aconE-mail verasoubihe @outlook.com tecendo. Quando vemos o que é do jeiIasmin iasmingalvão@uol.com.br to que é, sem nossas fantasias e medos

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Benefícios

Música, uma aliada do cérebro em tempos de quarentena pela COVID-19

Thais Bento Lima gerontóloga e colunista do SUPERA Ginástica para o Cérebro

Nesses tempos de isolamento social e confinamento domiciliar, pensar em nossa saúde mental é fundamental. Temos visto várias sugestões de atividades para nos mantermos ativos intelectualmente e uma das atividades que mais mobiliza nosso cérebro é a música. Estudo das neurociências tem demonstrado que a percepção dos sons envolve tanto às áreas do córtex cerebral quanto do sistema límbico, aquele responsável pelas emoções, fazendo com que o processamento musical seja influenciado pelas emoções. Ou seja, quando você escuta uma música, sua emoção obrigatoriamente é mobilizada. Assim, por que não usar isso a nosso favor neste período de quarentena? Aproveitar a música para estimular positivamente nosso cérebro. São inegáveis os efeitos benéficos que a música proporciona às pessoas em diferentes momentos da vida. Relaxamento, motivação, companhia, lembranças, carinho... O cardápio está posto, basta o freguês escolher! Ao ouvirmos uma música também estimulamos a concentração, a atenção visual e a atenção auditiva, é uma forma inclusive de focarmos um pouco do nosso tempo em uma atividade que é cultural, lúdica e ao mesmo tempo estaremos estimulando as nossas habilidades mentais. O ponto maravilhoso desta história é que, além de poder usufruir livremente da música, seus efeitos podem ser utilizados terapeuticamente, ou seja, por profissionais habilitados para fins específicos de saúde e bem-estar das pessoas.

Este ramo de trabalho é a Musicoterapia, que estuda e utiliza a música e seus elementos (ritmo, melodia, harmonia) para objetivos específicos a serem alcançados por meio de métodos e técnicas pré-estabelecidas. Este uso “medicinal” da música já é relatado em comunidades primitivas, porém consideramos que a moderna Musicoterapia teve início no pós-guerra (primeira e segunda guerras), na reabilitação dos soldados feridos, e com um importante avanço a partir das pesquisas em neurociências, destacando as técnicas de imagens do cérebro, onde foi possível se verificar essa grande mobilização cerebral provocada pela música. Associando ao ato de ouvir as práticas de cantar e tocar um instrumento, ativa-se ainda as áreas visuais e motoras. Então vamos lá, coloque um som e comece a cantar e a se movimentar. Bater palmas no ritmo da canção. Variar o movimento batendo os pés, mão nas coxas. Levantando os joelhos, um de cada vez. Levantando braços, ombros, pés. Busque canções que tenham a palavra amor (Carinhoso de Pixinguinha, tem?). Cante Maracangalha de Dorival Caymmi, sem falar a palavra eu. Pense numa canção e tente cantá-la no tempo passado. Conte quantas vezes Celly Campello diz cupido enquanto canta Estúpido Cupido, mas só ela, não os rapazes, ou escute a música Corro Demais do cantor Roberto Carlos, e conte quantas vezes ele menciona a palavra DEMAIS, até os 2min19s da letra da música. Escolha uma canção que você gosta para transcrever a letra completa em uma folha, sem consultar a música. Não deixe também de acompanhar alguns eventos virtuais, como ‘lives’, muitos artistas solos, duplas de diferentes gêneros musicais e/ou bandas de músicas instrumentais tem feitos shows ao vivo, musicais, nas redes sociais, como Instagram e Facebook e em plataformas digitais como o Youtube. Acompanhe. A partir dessas ideias desenvolva

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outras. O importante é ocupar sua mente Paulo. com coisas prazerosas e a música, sem dúvidas, é uma delas. Por isso vamos va- Profa. Dra. Thais Bento Lima da Silvalorizar esta arte. Gerontóloga. Mestra e Doutora em Neurologia pela FMUSP. Docente do curso Biodata: de Graduação em Gerontologia da USP. Pesquisadora Colaboradora do Grupo de Profa. Ms. Maria Anastácia Manzano – Neurologia Cognitiva e do ComportamenÉ musicoterapeuta, pós-graduanda em to da Faculdade de Medicina da USP. CoGerontologia pela Faculdade Paulista de ordenadora do Curso de Pós-graduação Serviço Social (FAPSS), mestra em Ciên- em Gerontologia da Faculdade Paulista cias Biológicas pela Universidade de São de Serviço Social- (FAPSS). Foto: www.tnh1.com.br

Italianos alegram quarentena cantando juntos nas janelas

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Nosso Universo interior

Auto conhecimento - Prazer em conhecer Foto: Wikpédia

M. Luiza Conti

Desenvolvimento pessoal

Auto Conhecimento significa estar consciente de quem você é na essência. Descobrir no mais profundo e verdadeiro Eu quais são suas características principais, que fazem você agir da forma que age, ser quem você é, ou ter os resultados que você tem. Sabendo quem você é e para que viva a sua essência, terá que estar totalmente ajustada com o seu pensamento, sentimento e ação. Quanto mais adquirirmos essa percepção, teremos a oportunidade de ter clareza de quem somos, aumentando a confiança em si e auxiliando a assumir o controle da sua própria vida, produzindo mudanças positivas. Somos seres individuais em todos os sentidos e donos da nossa própria vida, portanto os autores da nossa história, criando nossa realidade. Esse conhecimento é fundamental para desenvolver o amor próprio e consequentemente fortalecer a auto-estima. Cuidar de nós é prioritário. Toda essa bagagem ajuda a nos valorizar e nos aceitar, entrar em contato com os nossos valores, com a nossa essência e nos respeitar cada vez mais. Quanto mais nos conhecemos mais nos sentimos seguros e isso abre infinitas possibilidades, inclusive aquelas que muitas vezes nunca pudessemos ter imaginado que conseguiriamos fazer. O trabalho inicial poderá ser focado na observação e cuidados consigo mesma. Meditação é uma forma de entrar em contato consigo. Somos nós que vamos decidir como viveremos nossas vidas. O auto Conhecimento é fruto da introspecção.

“Filósofos como Platão, Spinoza e Freud fazem parte de uma tradição que vê o autoconhecimento como uma conquista ou realização que traz saúde e liberdade. Esse projeto ético tem suas raízes no dito do oráculo de Delfos que tanto influenciou Sócrates: Conhece a ti mesmo.” Comece por buscar seus recursos internos e perceber quem você é, do que gosta, o que gostaria de realizar.... Hoje nós somos a soma de experiências e vivencias desde que nascemos, e que foram nos afastando da nossa essência, e com isso fomos tentando caber nas diversas situações para agradar o que está fora de nós, nos afastando cada vez mais de quem somos, da nossa verdade e da forma que realmente queremos estar no mundo. O Auto Conhecimento vai nos conduzir ao que realmente nós somos, e a escolher o que queremos, fazendo as mudanças necessárias indo de encontro a nós mesmas, e estando cada vez mais próximo da nossa verdadeira essência. Caso contrário, vamos sentindo amargu-

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ras, tristezas e não encontrando nenhum sentido em nossas vidas. Os problemas chegam e nos invadem de insegurança e medo, porque acreditamos que não saberemos lidar com aquela situação, mas lembre-se que é você que está no comando, e que se conhecendo, o tempo vai ajudar a reorganizar para que tudo tome o seu lugar. É preciso acreditar em você e para isso quanto mais você se conhecer melhor saberá lidar com tudo que aparecer. Terá que aprender a acreditar em algo que você não pode enxergar, mas pode sentir, que é o seu interior, o seu jeito de ser.... A escolha será sempre sua. Algumas idéias que podem te ajudar:

- como eu me vejo e como os outros me vêem ? - enumere pontos fortes e pontos fracos - o que eu quero deixar de mim para o mundo? Enfim vá se perguntando e se descrevendo, esse é um ótimo exercício para saber realmente quem você é e até onde consegue chegar. O autoconhecimento é um processo que objetiva identificar padrões de pensamento e hábitos pessoais e, a partir disso, permitir que o indivíduo consiga melhorar suas respostas comportamentais e tomadas de decisão. Explore novas experiências, aprenda a lidar com as mudanças, esteja aberta para o que é essencial, tire um tempo - se alguém te perguntar quem é você, para si... qual será sua resposta? Você ficará muito grata por viver quem - como vou agir se alguém me importu- você é, será um deleite, te fará um bem nar? enorme, pode acreditar, ou pelo menos - quais as coisas que te dão prazer? tentar... - qual o tipo de pessoa te faz bem?

Foto: blastingnews.com - divulgação

Oráculo de Delphos - Grécia

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Antropologia

Filosofia Huna

Osvaldo B. de Moraes Historiador

Vamos abordar um tema pouco conhecido a respeito de uma sociedade em que não havia problemas de consciência ou sentimento de culpa, onde o pecado era somente encarado quando se prejudicava ou se feria o próximo. Parece uma utopia, mas esse povo segundo relatos de pesquisadores existiu em ilhas do Havaí e permaneceram isolados por séculos, até que em 1778 foram descobertos pelo Capitão Cook e se iniciou a colonização pelo branco no Havaí. Em 1820 os missionários cristãos che-

XX, psicólogo, estudioso de esoterismo e das religiões, professor e linguista, viveu alguns anos no Havaí e tomou conhecimento dos Kahunas por informações de casos de curas instantâneas e outros feitos miraculosos. Logo lhe chamou a atenção, discretas referências aos “mágicos nativos” os “Kahunas” ou “guardiães do segredo” e fatos como curas através de magias, caminhadas sobre as lavas de vulcão e outros casos considerados místicos. Tentando aprofundar suas pesquisas, teve acesso ao curador do Museu de Honolulu, onde o Dr. William Tufta Brigham, que confirmou as histórias ouvidas e ainda acrescentou outras de sua própria vivência com os Kahunas. Dr. Brigham embora não ter conseguido desvendar os mistérios da magia dos Kahunas tinha constatado que havia

Foto: dancingspirittours.com

Dança Havaiana aos Espíritos garam às ilhas e colocaram os Kahunas e adeptos na ilegalidade com o objetivo de erradicar tais crenças por eles consideradas de “superstições”. Razões pelas quais, o branco não obteve acesso ao conhecimento Huna. Suas lendas os descrevem como um povo originário de terras distantes que chegou ao Havaí através de canoas, orientado pelos seus conhecimentos das estrelas. Foi Max Freedom Long, no início do século

algo, embora rudimentar, semelhante aos conhecimentos da psicologia, além de uma força ou uma substância, visível ou não, que exercia o controle de seus atos místicos O talento típico e peculiar desse povo não se encontra em sua capacidade de artesanato, mas na capacidade de alcançar uma compreensão da consciência humana, suas divisões, bem como as forças através das quais os próprios elementos

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perior, através da AKA, e transmitir suas preces, pedidos e desejos. Esse EU básico é a sede das emoções e fabrica a força vital e recebe todas impressões sensoriais através dos órgãos dos sentidos e as transmitem para o EU médio O objetivo dessa filosofia era dominar o UNIHIPILI e disciplinar o quase incontrolável UHANE, e, dessa forma obter um contato franco com o AUMALUA, detentor de nossa parte divina. A técnica da Huna preconiza desenvolver pensamentos altruístas a fim de preservar o EU básico, subconsciente, onde eram armazenados e com isso poderem ser usados no controle mental para suas atividades extra-sensoriais. Simplificadamente a Huna estabelecia não ferir ou prejudicar seus semelhantes, desenvolver a espiritualidade e perseguir um relacionamento mais harmonioso com sigo mesmo e com os outros, além de ter uma percepção extrasensorial para poder eliminar doenças, complexos, emoções nefastas como o medo, depressão e solidão. Sintetizando esses ensinamentos surge a principal meta de atividade social da Huna: a empatia, sentimento que deveríamos sempre cultivar e estar presente em todos nossos relacionamentos. Este espaço não permite transcorrer sobre todos os mandamentos da filosofia Huna Melhor conteúdo dessa filosofia pode ser acessado no livro de Max Freedom Long, “La Scienza Secreta al Lavoro (edição italiana) que aborda até princípios de telepatia e alguns princípios técnicos de radiestesia (técnica que futuramente poderemos comentar). Foto: dancingspirittours.com

da consciência agem. Simplificando a filosofia adotada por esse povo, Freedom a chamou de filosofia HUNA e que se caracterizava como um segredo que era transmitido de pai para filhos. Os Kahunas tinham um entendimento completo da consciência humana, sua natureza, divisão e das forças através das quais os elementos da consciência agiam. Conhecendo como lidar com os elementos da natureza humana tinham possibilidades ilimitadas de agir e se conectar com outros seres. Assim, no dia a dia, ao aplicarem esse conhecimento, coisas que a princípio parecem milagres tornavam-se normais Para surpresa de Freedom foram encontrados termos que definiam as várias partes do cérebro com certas semelhanças às definições dadas pela psicologia moderna. Freedom, em seus estudos verificou que os Kahunas poderiam ter conhecimentos há mais de cinco mil anos do subconsciente, o consciente e, além deles o super consciente, que certas religiões reconhecem como parte espiritual do homem. Aos poucos percebeu que os Kahunas, na verdade, tinham uma compreensão profunda da forma como a mente humana funciona, onde o ser humano era composto de três EUS independentes: o EU inferior, ou EU básico (UNIHIPILI) que resumidamente é a sede da memória e das emoções, conhecido pela moderna psicologia como subconsciente; o EU médio (UHANE) a mente consciente, racional, o intelecto, porém sem possuir memória; o EU superior ou superconsciente (AMAKUA). Para conectar esses três elementos havia uma substância invisível e não especificada que chamavam de AKA, que indicava também a força vital: a energia (MANA) da qual depende o bom funcionamento dos três EUS. Seria uma energia gerada automaticamente pelo EU inferior através de alimentos ingeridos e pelo ar respirado e depois compartilhada com os outros EUS. Acreditavam os Kahunas que apenas o eu básico era capaz de se ligar ao eu su-

Arte Havaiana em madeira

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Aprendizagem na 3ª idade

Experiência de vida, conhecimento e sabedoria

Malu Navarro Gomes Pedagoga Psicopedagoga

Uma das características determinantes dos seres vivos é a capacidade de aprender e, assim, criar experiências de vida. Observando os animais, a começar por aqueles que estão próximos a nós, os pets, cães, gatos, pássaros etc., é fácil compreender como essas criaturas reagem à nossa atenção e cuidados. Após certo tempo, eles não apenas se habituam à nossa presença, como também parecem entender o que dizemos, assim como nossos sentimentos, aflições, alegrias, estado de saúde. Dependendo do que percebem em nós, agem de forma a nos incentivar, acalmar, amparar, sempre com docilidade e alegria. Não é à toa que muitas pessoas os consideram membros de suas famílias e os tratam como a um igual conferindo-lhes direitos e prioridades que não admitem aos seus parentes mais próximos. Da mesma forma, devido a vivências de rejeição, maldade e outros comportamentos violentos que lhe são impostos, os animais aprendem a evitar certas pessoas e mesmo, a delas se defender utilizando as “armas” que a natureza lhes forneceu. Percebendo seus comportamentos podemos dizer que estes são frutos do instinto somado à experiência vivida, ou melhor, àquilo que aprenderam: entre as pessoas conhecidas, eles sabem de quem se aproximar fazendo festa, assim como a quem devem evitar... É consenso imaginar que as pessoas mais velhas pelo tanto que já viveram, possuem maior experiência de vida. Muitas vezes, ao falarmos dessa forma, parece que estamos associando os anos de

vida à quantidade de vivências e, sendo assim, quanto mais vivermos, mais experiências teremos. Raciocinando desta forma parece passar despercebido o seguinte fato: mais que a quantidade de experiências, a qualidade das mesmas é que prevalece nessa condição, desde que a pessoa que as vive se aperceba o suficiente delas, para valorizá-las e transformá-las em conhecimento (vivência) e, depois em saber. E aí sim, o tempo de vida fará diferença. Senão vejamos: se examinarmos o desenvolvimento humano iremos perceber que, diferentemente dos animais, que rapidamente atingem a maturidade, nossa espécie necessita de um longo tempo para se organizar como ser humano. O homem nasce em estado de total dependência, necessita da presença de outro, igual na espécie, que a ele se dedique e possa, por meio de sua atenção amorosa, oferecer-lhe os primeiros “contornos” tanto no sentido físico quanto em termos afetivos, fatores que lhe servirão como base, estrutura sobre a qual desenvolverá suas potencialidades. Somente assim se fará humano. As condições genéticas, embora fundamentais, são insuficientes para caracterizá-lo enquanto pertencente à espécie humana. Nossas realidades individuais e sociais se apresentam de forma tal, com dinâmicas próprias e variadas, ricas em aprendizagens que poderão ou não ser por nós incorporados, dependendo, para isso, do sentido que lhes atribuirmos. Assim, no decorrer de nossas vidas abrimos espaços para irmos construindo nosso cabedal de conhecimentos e experiências de vida e, à medida que envelhecemos, por já termos conhecimento dos acertos e erros que cometemos e que vimos outros cometerem, mais fácil fica nos distanciarmos dos acontecimentos para adquirirmos uma visão abrangente, buscando reconhecer suas causas e as possíveis soluções que se apresentam. Algumas das condições que as pessoas mais velhas possuem ou deveriam possuir, pelo tanto de acertos e erros que

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Foto: Arquivo

o diferente sem atribuir-lhes valor; • Valorizar cada momento de vida, tantos os positivos como os negativos, transformando-os em aprendizagens; • Manter a calma e silenciar para poder se distanciar das situações e analisá-las com maior propriedade; • Entender que as pessoas são falíveis e que a aprendizagem pode ocorrer a cada momento de suas vidas sabendo, como diz o ditado, que “só se aprende pelo amor ou pela dor”; • Manter a simplicidade, pois todo o restante é, única e exclusivamente, aparência. cometeram em suas vidas: • Contemplar a realidade e conviver com Assim, criamos sabedoria!

‘Causos’ do Nordeste

PB que não é Paraíba

Tony de Souza Cineasta

Pra começo de conversa eu não acredito nessas coisas. Que uma pessoa já tendo passado pro lado de lá, possa aparecer ou se comunicar com quem está do lado de cá seja de que forma for. Também não tenho o talento de Antonio Tabucchi que transformou Lisboa num espaço mágico, onde tudo podia acontecer. Inclusive o encontro de mortos e vivos no mesmo plano. Ele também não foi o único. Outros grandes escritores como Juan Rulfo conseguiram fazer essa mágica de forma magistral. Mas que foi uma incrível coincidência me deparar hoje (“um domingo quente de verão”) com esse livro de Antonio Tabucchi, “Requiem”, e tentar lembrar como ele fez a mágica, isso foi. Mas depois que reli o livro, fiquei frustrado. Percebi o recurso que ele usou foi o sonho. Não gostei. Assim não vale. Mas, como sonho não vale? O que seria de “Cem anos de solidão” sem os sonhos? Da obra poética de Fernando Pessoa? De Calderón de la Barca? E muitos

outros autores? E diretores de cinema que quando o filme fica curto inventa um sonho? Calma, calma! É tudo invenção minha. Uma mentira deslavada. Um fingimento como diria Fernando Pessoa. Não tem nada de “incrível coincidência”. O negócio é o seguinte: Eu estava tentando escrever uma homenagem ao poeta Paulo Bomfim, ouvindo mais uma vez seus “passeios da memória”, e lembrei-me do livro de Antonio Tabucchi . Vasculhei na estante até encontrá-lo. Na contracapa vi que ele mencionava o “Livro do Desassossego” de Fernando Pessoa. Retirei também o livro de Pessoa da prateleira e li o seguinte trecho sublinhado por mim na página 377 onde parei a leitura anos atrás: “O próprio sonho me castiga. Adquiri nele tal lucidez que vejo como real cada coisa que sonho.” Será que Tabucchi havia se inspirado nesse trecho? A obra de Pessoa, principalmente o “Livro do Desassossego” está repleto de referências a sonhos. Num outro trecho desse mesmo livro, diz: “Estamos dormindo, e esta vida é um sonho, não num sentido metafórico ou poético, mas num sentido verdadeiro.” E mais adiante: “Estou cansado de ter sonhado, porém não cansado de sonhar.” Então, como já falei caro leitor, eu estava ouvindo mais uma vez, no site oficial de Paulo Bomfim seus “passeios da

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Foto: tenor.com

memória” porque desejava fazer uma homenagem a ele, grande e saudoso poeta, considerado “Príncipe dos Poetas Brasileiros”. Vou confessar para vocês. Sou uma negação nessas coisas de mexer em computador e às vezes me confundo quando tento fazer algo mais ousado, tipo abrir várias janelas ao mesmo tempo e interagir com elas. Então, além de estar acessando o site oficial de Paulo Bomfim, eu estava com minha página no facebook aberta, o que raramente acontece. Não tenho muita paciência para isso. Então minha atenção estava dividida entre os livros que peguei na estante, o site de Paulo Bonfim e a página do facebook, quando apareceu no canto da tela do computador, um quadrado com as letras PB, assim maiúsculas, e me cumprimentou: - Oi professor, tudo bem? Pensei que fosse um antigo aluno do tempo em que eu dava aulas na universidade. - Tudo, bem. - respondi. - Andava atrás de mim? - Eu não estou mais na universidade. - Na universidade? - Você foi meu aluno? - Não. - Quem é você exatamente? - PB - Tudo bem Paraíba? De onde eu conheço você? - Que que é isso professor? Respeito a Paraíba, respeito os nordestinos, mas aqui é outra pessoa. - Quem? - Uma pessoa que você disse que gostaria muito de ter conhecido pessoal-

mente. - Andrei Tarkovski. - Não. H.B.D. - H.B.D? Era PB. Agora é H.B.D? - Não H.B.D está aqui comigo. - E daí? -E daí que ele quer fazer um jogo de adivinhação com o senhor. - Por que você me chama de senhor? - Digamos que eu sou uma pessoa que tem a fama de ser educado com os outros. - Que jogo o Senhor H.B.D quer fazer? - H.B.D é pseudônimo. Ele tinha a intenção de publicar um livro intitulado “As cruas verdades que guardo em meu interior”. -Ele tinha a intenção? E por que não publica? - Aí já são outros quinhentos. Com essa dica, o senhor, ou você, se preferir, já teria que identificar de quem estamos falando. - Não. Não me ocorre quem possa ser. Não tem outra dica? - Estamos falando de um escritor. De um poeta. - Vou responder porque me assopraram aqui no ouvido. Só pode ser coisa do bruxo Argentino. - Você quer dizer Jorge Luís Borges? - Sim. - Nesse caso as iniciais não seriam J.L.B.? E não H.B.D? - Bem o H não sei o que significa, mas B.D é Bustus Domecq. - Acertou! Assopraram direitinho.

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- E você ainda continua P.B.? Ou já mudou de pseudônimo? - Não. Continuo P.B. - Você é uma pessoa mesmo, ou um fantasma? - Do que o senhor está falando? Fantasma de alguém que já morreu ou escritor fantasma? - Estou falando da palavra fantasma no seu sentido mais amplo. - Ah sei. “A literatura é o universo paralelo da vida. Em certos casos mais criativa do que ela. O personagem é a antimatéria do leitor.” Quem disse isso? - Sinceramente, não sei. Tem como a gente se encontrar?

- Isso aqui não é um encontro? - Eu digo se encontrar num lugar físico. - Tem sim. - Onde poderia ser? - Centro Cultural São Paulo é bom para você? - Mais ou menos. Teria outra opção? - Avenida Paulista? - Que lugar da Avenida Paulista? - Em frene ao Masp? - Agora vamos falar sério. Quem é você? - Já ouviu falar em “hacker”? - Quem é você? Fala sério! - ????????????????????????????????????

Nota do Editor Meu grande amigo Tony de Sousa além de graciosamente escrever os contos nessa revista é cineasta, roteirista, ator e pesquisador acadêmico com mestrado em Comunicação Semiótica, e doutorado em Ciências da Comunicação pela PUC - SP e USP - SP. Professor de roteiro na Faculdade Anhembi Morumbi, dirigiu curtas Magia das Tintas, A Boca do Cinema Paulista, Mary Jane, O Fazedor de Fitas Inacabadas além dos longas Avesso do Avesso e Expresso para Aanhangaba. Autor de vários livros você pode saber mais de Tony em www.tonidesousa.com.br ABAIXO COLOCAMOS AS CAPAS DE ALGUNS DE SEUS LIVROS OS QUAIS PODEM SER ENCONTRADOS NA LIVRARIA CULTURA (com encomenda) ou pelo email do autor tonydesousa@uol.com.br

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Cultura Geral

Artistas do próprio destino

Sergio Frug

Queridos amigos, queridas amigas das estrelas, vivemos tempos de mudanças profundas, não apenas no plano social e institucional, mas especialmente no âmbito mais profundo de nós mesmos. Muitas perguntas vêem à tona, muitas perplexidades e questionamentos. Ainda assim não se pode negar o grande privilégio que é estar aqui, agora. Como atores, autores e testemunhas de uma passagem talvez inédita na história da Humanidade. Mas é difícil cair a ficha, é difícil tomarmos consciência da importância dessa época e do papel que devemos representar. O tempo passa e a perplexidade cresce. Por outro lado o poder criativo vem surgindo cada vez mais forte dentro de nós. Basta observarmos as nossas crianças para termos certeza disso. Estamos em pleno chamado para o protagonismo. A Astrologia com essa visão é um instrumento valiosíssimo para o re-conhecimento de nós mesmos, da nossa verdade mais profunda e de como

lidar com os grandes desafios e as circunstâncias aparentemente negativas. Tudo, porém, pertence a uma Grande Escolha feita por nós mesmos como Artistas construtores do próprio Destino. Tanto essa Escolha como a própria Arte de engendrar o próprio destino pode ser trazida à luz através do mapa astral interpretado dessa forma especial. Consulte um(a) astrólogo(a), reconheça a sua Arte e comece a tomar a vida nas próprias mãos! Existem muitos caminhos. Esse é um deles. Faça o que for preciso.

A hora é essa! Cotia, 16 de maio de 2018

Diagramação, Reportagem, Fotografia, Desenho, Entrevistas, Propagandas, Folders, Folhetos, Identificação Visual, Montagem de livros e Revistas

Desde 1993

(11) 9.8890-6403 contihq@hotmail.com

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Em plena Pandemia o Magazine 60+ vai te dar um tempinho para se divertir

Uma edição extra digamos “quase muito engraçada”. Na primeira semana de junho magazine 60+ #12 - Junho/2020 - pág.34


Dicas de Viagem

Antiga Iugoslávia em 19 dias

Anete Z. Faingold Engª. da Computação

Chegando à Itália viajamos até Trieste, alugamos um carro e nos dirigimos rumo à “Toscana Croata” visitando Motovum. Lá degustamos trufas num restaurante maravilhoso, comida dos deuses. Após almoço fomos a Beram conhecemos a “Church Saint Mary of the Rocks” com afrescos de 1474 representando a “dança macabra”. Para chegar a esta bela igreja medieval, precisamos achar uma senhora detentora da chave do santuário, o que já foi uma aventura por si só. Estando lá ficamos maravilhados com o afresco. Dirigimos pela costa pernoitando em Rovinj. O caminho é de uma beleza natural ímpar, as prais, as construções antigas e as estradas com vista ao mar. A próxima parada foi Pula, localidade que possui uma cidade romana completa com anfiteatro, a 6º arena romana de gladiadores, o templo do Imperador Augusto, a Basíli-

ca Maria Formosa e a Catedral. Visitamos também a ilha Brioni em que o Marechal Tito passava suas férias, lá tem um modesto museu contando a vida política deste líder. Depois, já a caminho de Split, cruzamos a cidade portuária de Sibenik e visitamos o “Prince Palace Museum”, almoçamos no ótimo restaurante gourmet Pellegrini. Chegamos a Split e visitamos as ruínas do palácio fortificado de Diocleciano. A 30 km de Split visitamos Trogir, uma cidade preservada pelo “Patrimônio Histórico da Humanidade”. Lá visitamos 10 igrejas, o centro histórico medieval, o portão e a muralha da cidade, a Fortaleza Kamerlengo, o Palácio Ducal, a catedral de São Lourenço e as torres e fortificações de estilo romanesco. Voltamos a Split visitando a sinagoga e o cemitério judaico encravado numa ladeira com vista ao mar. De lá partimos de ferry rumo a ilha de Hvar, passeamos pelas ruínas, aliás, preparem-se para caminhar muito nesta viagem. Pegamos um tour para as cavernas azul e verde, cenário imperdível. O que me chamou a atenção foi a quantidade de jovens espalhados pela ilha. Passamos três noites, mas acredito que duas são suficientes. De Hvar partimos a Dubrovnik, cidade esplendorosa com fortificações para visitar a pé. Partimos para Montenegro e chegamos a Budva, cidade costeira onde Foto: Divulgação

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visitamos o centro medieval. Pela manhã seguinte, ainda cedo, viajamos rumo a Mostar localizada na Bósnia, conhecida pela antiga ponte reconstruída em 2004, lá os moradores saltam de cima da ponte o que diverte os turistas. Continuando nossa viagem fomos a Saravejo, apreciando locais antigos e descobrindo alguns sinais da guerra, principalmente furos de balas nos edifícios. Entramos a visitar num museu onde foi morto o arquiduque Franz Ferdinand, e com ajuda de um guia obtivemos mais informação. Pernoitamos por duas noites no centro da cidade antiga. Saímos de Saravejo bem cedo viajando 305 km para conhecer o parque Nacional Plitvicka Jezera. Vale a

visita a este parque com grandes quedas de água e paisagem belíssima. Dormimos em Jezerse, logo dirigimos até a cidade de Zagreb, nosso último ponto e capital da Croácia. Visitamos praticamente toda a cidade com um ônibus turístico, a cidade antiga, a catedral estilo neogótico de Saint Stephen, o Teatro Nacional de Zagreb (1895), o museu de arte e as galerias. Aproveitamos ainda os cafés e restaurantes. Já de volta para o Brasil, eu e meu marido concordamos que esta foi uma das viagens mais lindas e completas que realizamos, pois incluía tudo: história, sítios antigos, beleza natural, comida ótima e pessoas muito receptivas ao turista.

Dicas de Bem Estar Físico e Mental

Yoga - Vamos praticar?

Fotos: Enviada pela colunista

Marcia Castilho Instrutora de hatha yoga. Yoga terapia hormonal e meditação para pessoas e empresas. Programa bem estar e yoga em cia.

Hoje trago pra você uma prática de Yoga de 15` que acho vai deixar um gostinho de quero mais. Vamos lá? Acomode-se numa cadeira confortável ou se preferir sente-se no chão, num tapetinho. cruzando as pernas. Respeito aos seus limites e prazer, sempre, deverão te acompanhar, OK? 1)Acomode suas mãos em shiva-mudra e feche os olhos. Faça 3 respirações profundas.

2)Agora, trazendo as mãos em frente ao peito em pushpaputa mudra imagine um luz cor rosa saindo do seu peito e ofereça essa luz amorosa ao planeta terra e a todas as pessoas que você ama.

3)Agora junte as palmas em pronan mudra e leve ao topo da cabeça. Estique mais, mais e um pouquinho mais. Ok.

4)Agora pouse as suas mãos nas coxas em jana mudra e respire alternadamente imaginando o ar entrando pela narina esquerda e saindo pela narina direita. Isso! Agora inspire pela narina direita e expire pela esquerda trazendo equilíbrio energético para todo seu corpo.(5x cada narina). LEMBRE-SE:NÃO ESTAMOS BUSCANDO

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PERFEIÇÃO.

Permita-se explorar novas possibilidades e aos poucos o que parecia difícil vai ficando cada vez mais fácil! 5)Agora ponha as mãos em yoni mudra que simboliza o poder do feminino, eleve os braços acima da cabeça; encoste os indicadores entre as sobrancelhas trazendo equilíbrio ao sistema nervoso e fortalecendo a coluna. Os cotovelos devem ficar bem abertos e a coluna bem ereta. Gire lentamente o tronco pra esquerda e depois pra direita alternadamente.Permaneça por 3 respirações e depois gire para Agora pouse as mãos sobre as coo outro lado. (3x para cada lado). xas, inspire e eleve a cabeça projetando -a para trás . Expire trazendo o queixo ao centro do peito.(3x ) 7)Agora vamos treinar um pouco de meditação. Fechando os olhos concentre-se numa luz dourada entre as sobrancelhas. Mãos sobre as coxas. Agora apenas observe sua respiração sem interferir nela.( 7 respirações). Pronto. Terminamos. E hoje, nossa palavra chave é companheirismo pq quem pratica yoga está junto de milhares de pessoas do bem que assim como você tbem praticam Yoga.

6)Agora levando a mão direita lateral externa da coxa esquerda, inspire eleve o braço esquerdo sobre a cabeça e incline o tronco para direita, imagine toda a coluna brilhando na cor verde, cor de saúde generalizada. Pode inclinar tbém um pouco a cabeça alongando toda a lateral do tronco até a cabeça. Não exagere para não desequilibrar a cadeira. Troque de braços.( 3 x para cada lado com permanência de 3 respirações em cada um dos lados).

Namastê. Contato: (13) 99608-6600 marcialexj@gmail.com

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A História da Arte A Arte Romana - Esculturas (parte II) toriadores são as feições, e a captação bastante sutil do modelo, dos traços, dos olhos e narinas de um cidadão típico romano. Passou então a ser um costume romano, quando falecia um chefe de família, Manoel Carlos Conti seus entes encomendavam seu busto que Artista Plástico era ou feito em cera ou, dependendo dos Jornalista bens familiares para pagarem o artista e A controvérsia levantada pela per- o material desses eram confeccionados em gunta “existe ou não um estilo romano?” bronze ou mármore e esses bustos eram gira, sobretudo pelas esculturas e isso se transportados nos cortejos fúnebres. dá por motivos compreensíveis. Mesmo se pusermos de lado a importação por atacado e a cópia de originais gregos, a reputação dos Romanos como imitadores parece confirmada pela vastidão de obras que não manifestavam adaptações dos modelos gregos. Muitas vezes esta atitude se estendeu também ao Egito, criando obras que não se sabe ao certo sua procedência. Pelo que sabemos, os primeiros templos da República glorificam os chefes de estado erguendo estátuas em lugares públicos. Isso iria se prolongar até 1000 anos depois fato esse que influenciou os artistas a também retratarem em esculturas um grande número de atletas vencedores e outros O Orador personagens em recintos como Delphos e Museu Arqueológico Olímpia. Nacional de Florença - Itália “Muitos historiadores respondem a essa controvérsia na obra ‘O Orador” obra Fica evidente a sensível noção de que pensavam ser do século II porém foi memória aos seus entes que o povo romacomprovado mais tarde que sua aparição no tinha já naquela época. e confecção vem de antes de Cristo e não A partir do Período Imperial no início tinham especificações gregas. É uma está- do reinado de Augusto (27 a.C. - 14 a.D.) tua romana. No verso dela aparece a ins- encontramos uma nova tendência nos recrição Aulus Metellus ou Aule Metele e pro- tratos esculpidos. vavelmente esse era o nome do indivíduo Muitos dos políticos, imperadores retratado (foto ao lado). e outros da aristocracia romana eram re Deve ter sido um funcionário Roma- tratados como Deuses. Júlio Cesar apano. Seu gesto e suas roupas apareceram rece em muitas vezes não como um Ofimais tarde em dezenas de estátuas roma- cial guerreiro mais sim como um Deus. nas desse mesmo gênero. Muitos acontecimentos históricos Que essa atitude de trabalho foi con- foram representados em esculturas. Prosiderado um valor positivo, tudo se torna cissões, vitórias em batalhas, grandes semais claro quando nos familiarizamos com nadores em atos públicos e mais uma infios bustos de 75 a.C. nidade de representações foram esculpidas Por exemplo, no chamado retrato de em mármore, granito ou feitas em bronze. um romano o que mais impressiona os his- Próxima edição mais arte Romana.

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Vida Saudável

Cida Tammaro Adm. de Empresas

O amor pela proteína animal, aumenta muito os riscos do mundo ter que enfrentar novas pandemias, e em um espaço de tempo, cada vez menor, devido ao aumento da densidade da população mundial, avalia o médico epidemiologista, gerontólogo Alexandre Kalache. Dr. Kalache diz que o excesso de rebanhos, sobretudo criação de aves – lugar que acumula muitos vírus, que vem sendo transmitidos nos últimos tempos – faz com que a reincidência dos chamados “saltos de vírus”, seja um panorama muito possível. Existem milhares de vírus que estão no aguardo de terem as mesmas oportunidades que a COVID 19 teve, de passar do animal para o homem. Essa densidade demográfica, e o fato da humanidade estar caminhando para 10 bilhões de pessoas, farão que o consumo da proteína animal seja maior, faz com que essa possibilidade venha a ser real. Temos que avaliar urgentemente, como estamos vivendo, nossa relação com a comida, o que colocamos em nossos pratos. Dependendo do que consumimos, estamos desenhando nossa saúde futura. Nossas escolhas têm consequências. Sei que é muito difícil, para quem gosta ou é acostumado a comer carne, deixar de consumi-la. Mas, comece a tirar a proteína animal, a princípio uma vez por semana e, vá aumentando dia a dia gradativamente. Existem bons restaurantes veganos. Uma vez ou outra, vá até um deles. As comi-

Foto: estilovegan.com.br

Nossas escolhas que determinam a qualidade de nossas vidas

Hamburguer Vegano das e os sabores, vão surpreendê-los. A maioria das pessoas veganas hoje, já foram carnívoras. Vamos pensar no coletivo e, ao mesmo tempo, estaremos fazendo algo muito bom para nós mesmos. O planeta, os animais e sua saúde agradecem. Fontes de referencia www.abmv.org.br Associação brasileira dos médicos vegetarianos Filme sugerido Que raio de saúde.(What the health)

Dr. Alexandre Kalache

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Nosso cafézinho

Cafeteria das antigas

San Marco, 57, 30124 Venezia, Itália. Informações extraídas da wikpedia --0--

Cida Castilho Barista

Imagine você estar diante de uma cafeteria inaugurada em 1686 pelo italiano Francesco Procópio Dei Coltelli, figura importante na historia Parisiense. O Le Procope nos remete a uma importante jóia do passado onde reuniam-se os principais pensadores, escritores e filósofos. Tornou-se ponto de encontro de personalidades como Diderot, D’Alembert, Molière, Robespierre, Danton, Voltaire, Rousseau etc. O café Le Procope transformou a França em uma sociedade de café. Considerado o café mais famoso e bem sucedido de Paris. -0-

Café Florian Divulgação

E continuando sobre cafeteria antiga, nasce em 29 de dezembro de 1720 o “Alla Venezia Triunfante” (Veneza triunfante) com duas salas, e que logo se tornaria o famoso Caffé Florian cujo nome em homenagem ao seu fundador Floriano Francesconi . Assume o café Valentino Francesconi, neto de FLoriano Francesconi Só em 1872, outros dois grandes salões foram adicionados ao café. Havia o salão de homens ilustres com pinturas de dez notáveis venezianos: Em 1872, o café foi inserido em outros dois grandes salões. A Sala degli Uomini Illustri (Salão dos Homens Ilustres) foi decorada por Giulio Carlini com pinturas de dez notáveis venezianos. A Osteria della Stazioni (Salão das Estações) ou Sala degli Specchi (Salão dos Espelhos) foi decorada por Vincenzo Rota. Em viagens, se passar por Roma faça uma visita ao café Florian que fica localizado na Biblioteca Marciana, Piazza

O Japão sempre foi resistente ao café, porque seus costumes são voltados para os chás, como é até hoje. Eles não permitiam a entrada do café por considerarem a bebida estimulante. Só no final do século XIX e XX o café conseguiu conquistar algum espaço entre os nipônicos. Logo após a entrada desse produto no Japão eles, muito estudiosos e perfeccionistas começam a aperfeiçoar o café arábico (coffea arábica), e começam adotar práticas de deitarem entre os grãos de café torrado que imaginavam trazer benefícios para saúde e pele. Informações extraídas da revista cafeicultura

Osteria della Stazione Cida Castilho Barista Senior (011) 99914 8868 Cidacampos52@gmail.com

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Reutilizando materiais

Mosaico de São Bento do Sapucaí mosaico na capela (foto abaixo). Aproveitando-se de várias peças de estátuas quebradas de anjos e santos que eram deixadas no lugar, fizeram um projeto e, com uma boa equipe, tornaram-na um espaço turístico. Capelinha Santa Cruz: Uma pequena capela, no bairro do Paiol, a meio caminho João Alberto J. Neto da Pedra do Baú, há pouco tempo atrás Analista de sistemas considerada velha e deteriorada, foi to São Bento do Sapucaí está localiza- talmente reformada e remodelada em do na divisa com Minas Gerais e faz fron- mosaico, tornando-a muito graciosa, com teira com as cidades com outras cidades desenhos e bandeirinhas que lembram turísticas, sendo a mais conhecida: Cam- festas de São João. pos do Jordão SP. Se você sair de SP sen- Muros de mosaico da Escola Estadual Getido São Bento, quando estiver próximo nésio Cândido Pereira (foto abaixo), que do seu destino não se assuste, se você ver uma placa de que está em Minas Gerais. Antes de chegar em São Bento, você entra um ‘cadin’ em Minas e passa pela cidade de Sapucaí-Mirim, para depois retornar para o estado de SP e chegar no seu destino. Cidade bucólica, com pouco mais de 10 mil habitantes, fundado em 1.828, é o mais antigo município da Serra da Mantiqueira. Uma das peculiaridades sambentistas apresentam dois murais distintos, em (ou são bentinas) é a presença de cons- ruas diferentes, com frases de grandes truções ornamentadas com mosaicos. poetas e escritores brasileiros, como Fer Citando algumas, temos: reira Gullar, Carlos Drummond de Andra Capelinha de mosaico: construída de, Manoel Bandeira. próximo ao centro da cidade, por mui- Lugar bonito, ruas com paralelepípedos, tos anos possuiu apenas a imagem de festas tradicionais. Lugar onde algumas Cristo no seu interior. No ano de 2008, árvores são vestidas de crochê e muitas após uma reforma, o artista plástico Ân- obras de mosaico. gelo Milani e sua esposa, também artista, Vale a pena conhecer. Até mais. Claudia Villar promoveram uma obra de

Foto: colunista

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Em todas as telas

Talento não tem idade no mundo da música, e no mundo “normal”?

Katia Brito Produtora de conteúdo sobre envelhecimento e longevidade

No mundo da música a idade tem um peso diferente, embora se valorize a juventude, também se reconhece na mídia os talentos longevos que mantêm o sucesso conquistado em décadas e décadas de carreira. O envelhecer assusta, mas parece não trazer consigo toda a carga de estigmas e preconceitos comuns ao mundo “normal”. Neste período de distanciamento social, os 60+ também estão nas lives das redes sociais, atraindo grande público e patrocinadores. Chitãozinho & Xororó estiveram até entre as atrações virtuais do Big Brother Brasil, que acabou recentemente. Difícil quem não conheça as músicas, com destaque para “Evidências”, composta por Paulo Sérgio Valle e José Augusto. O canal da dupla no YouTube tem 579 mil inscritos. Não é um privilégio apenas dos ir-

mãos sertanejos terem fãs de todas as idades. Alceu Valença, que já passou dos 70, fez no dia 27 de maio sua segunda live, #alceunatoca, no canal que mantém no YouTube e conta com 238 mil inscritos. Para quem é fã, foi uma oportunidade para rever grandes sucessos como “La Belle de Jour”, “Girassol” e “Morena Tropicana”. A primeira live no início de maio durou duas horas e meia. Outros que permanecem como referência no estilo romântico é o grupo Roupa Nova. O número de inscritos no YouTube supera Chitãozinho & Xororó e Alceu Valença juntos. São 819 mil inscritos. Cleberson, Feghali, Kiko, Nando, Paulinho e Serginho, todos 60+, estarão em uma esperada live ao lado do cantor Daniel no dia 12 de junho, Dia dos Namorados. Recentemente para uma campanha publicitária o grupo anunciou que mudaria de nome para Roupa Sempre Nova, mas parece que era só uma pegadinha com uma marca de amaciante. Difícil mudar quando se completa 40 anos de carreira. O grande show de comemoração das quatro décadas está marcado para março de 2021 no Rio de Janeiro. Todos são artistas ativos e embora não tão presentes na grande mídia, continuam em evidência com um público fiel que os apresenta às novas gerações. Um envelhecimento diferente com holofotes

Chitãozinho e Xororó Foto: Globo - Divulgação

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Roupa Nova (Foto - Divulgação) sobre o talento e não sobre a idade, o que não acontece com as pessoas “comuns”. No dia a dia a capacidade de contribuição e participação no mercado e na sociedade são esquecidas, valendo apenas os anos acumulados. Velhos de hoje e de amanhã O momento é distanciamento social em virtude da pandemia de Covid-19, os idosos estão entre os principais gru-

pos de risco e se fala muito em um novo “normal”. Que seja a hora de um novo olhar sobre o envelhecer e a longevidade. Uma missão não só para a mídia de forma geral, mas para toda a sociedade. Afinal, velhos, idosos, pessoas idosas, como você preferir, são eles, músicos ou não, e também somos nós hoje ou amanhã.

Histórias da vida

Gente de bem...

Maria Izilda Sincorá

No final do ano passado, fui logo cedo lá para os lados da Rua José Paulino, comprar umas lembrancinhas para os professores da escola. Após ter feito as compras, tomei o rumo da escola. Fiz um itinerário mais comum, subindo a Rua da Consolação para chegar na Av. Rebouças, já que me dirigia para a região do Butantã. Como a Consolação em direção a Av. Rebouças parecia estar parada, resolvi desviar pela alça de acesso à Av. Dr. Arnaldo, para descer a Cardeal... Ao tomar essa

direção, não sei como e nem o porquê ouvi um barulho parecendo um estouro e em seguida senti que algo havia acontecido com um dos pneus do meu carro. Estacionei o carro, desci e vi que o pneu da frente havia “estourado”. Parecia rasgado... Fiquei preocupada, mas... Nesse instante passava por mim um rapaz de bicicleta, usando terno. Prontificou-se a me auxiliar, embora tenha dito que estava um pouco atrasado para um compromisso. Agradeci, informei que tinha seguro e com ele acionei. Enquanto conversa com ele, veio na nossa direção um rapaz nitidamente morador de rua que se prontificou a ajuda... O rapaz da bicicleta, parecia aflito com o horário. Eu agradeci a atenção dele e mesmo parecendo preocupado com a presença do morador de rua, e sabendo que o socorro já estava a caminho, foi embora, pois

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via perdido o emprego, mas era gente de bem. E era mesmo! Não sei o nome dele, mas sei que é uma pessoa de bom coração. Sempre agradeço, as oportunidades que a vida me dá e essa foi mais uma. Obrigada, amigo.

Foto: enviada pela colunista

o morador de rua ouvindo nossa conversa mencionou ser muito perigoso eu ficar ali sozinha, e, prontificou-se a ficar comigo... Mesmo estando num local atualmente preocupante pois existem muitas pessoas morando sob o Pontilhão da Av. Rebouças, na frente do Hospital Emílio Ribas, fiquei tranquila pois ele um dos moradores do local se prontificou a ficar comigo como meu segurança... Aguardei ... Pareciam minutos infinitos. O rapaz que não quis me dizer seu nome, ficou comigo, tentando me animar... Nisso vi de longe o rapaz do seguro. Identifiquei o pelo uniforme. O rapaz de longe olhou...olhou.... E desconfiado foi chegando querendo saber se tudo estava bem. Fez o que seria necessário fazer, deu por encerrado o serviço, sempre com o auxílio do meu “segurança”. Quando estava tudo pronto, me despedi do meu segurança, agradecendo o e pedindo para sair desse tipo de vida. Dei a ele uns trocados, e fiz que ele entendesse que era para se alimentar e não fazer uso de coisas não legais. Ele me garantiu que iria comer porque estava com fome. Durante o tempo em que estive com ele, soube que agora era uma pessoa só. Seus pais haviam falecido e não tinha mais ninguém em SP. Morava na rua porque ha-

Receitas Fáceis

DICAS DE EBE FABRA NA COZINHA

Ebe Fabra Chef de Gastronomia

Festa no Arraial A quarentena continua, pensávamos que fosse rápido, passou a Páscoa, o dia das Mães e agora estamos indo pras Festas Juninas, que este ano não haverá fogueiras, quadrilhas, queima de fogos, mas você pode fazer a sua Festa Junina particular. reúna quem está com você, ou simplesmente você!

Vou dar algumas receitas rápidas e fáceis pra comemorarmos São João e São Pedro. Faça uma mesa bem bonita, se tiver uma toalha de chita ou xadrez, e bora lá fazer as comidinhas. Vamos começar pelo Bolo de milho Reparem como é fácil: 6 ovos 1 lata de leite condensado 2 colheres de sopa de margarina sem sal 2 latas de milho verde (tire a água) 1 pacote de coco ralado 1 colher de sopa de fermento em pó Colocar os ovos no liquidificador e bater bem. Em seguida coloque todos os ingredientes e bata novamente.

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Unte uma assadeira e enfarinhe, coloque em forno preaquecido a 180ºC por mais ou menos 50 minutos. Não esqueça de fazer o teste do palito! Tire do fogo, deixe esfriar um pouco e desenforme. Coloque por cima a gosto açúcar de confeiteiro com canela em pó. Canjica cremosa 1 pacote de 500 g de canjica 1 litro de leite integral (às vezes vão 2 litros) 1 lata de leite condensado (ou cx) 1 lata de creme de leite (ou cx) 1 vidro de leite de coco 1 pacote de coco ralado cravo da índia canela em pau e em pó Modo de fazer: Deixe de molho em água até que cubra por inteiro o pacote de canjica. O ideal é passar a noite de molho. Escorra toda a água. Pegue uma panela (pode ser a de pressão) e coloque a canjica e cubra de água e coloque pra ferver, assim que ferver coloque a pressão por no máximo 10 minutos, tire a pressão e olhe se a canjica está cozida. Se não estiver refaça colocando mais água (quente) e coloque novamente a pressão. Assim que cozida, escorra a água e coloque 1 litro de leite, os cravos e a canela em pau, assim que ferver coloque o leite

de coco, o leite condensado e vá mexendo tudo muito bem, coloque o coco ralado e deixe fervendo (se perceber que o caldo for pouco coloque mais leite). Desligue a panela. Por fim, coloque o creme de leite e misture bem. Se gostar pode colocar depois de pronta, castanha-do-pará ou amendoim sem sal triturado, ou simplesmente a canela em pó. Isso é a gosto. O gostoso da canjica é ela bem quentinha. Quentão 1 litro de água 1 litro de pinga 1 colher (chá) de cravos 1 raiz pequena de gengibre em lascas 1 pau de canela 5 cm ½ colher (café) de cardamomo em pó 6 colheres (sopa) de açúcar Modo de preparo: Ponha os ingredientes em uma panela e leve ao fogo até levantar fervura. Abaixe o fogo e cozinhe por 20 minutos, Desligue o fogo e deixe curtir até o dia seguinte (fica mais gostoso). Sirva quente, Dica: casca de laranja ralada dará um toque de sabor ao seu quentão. Faça pipoca, cachorro-quente, sanduíche de carne louca, cuscuz. E está pronta a nossa Festa no Arraial!

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Ana Luna Cabelo Branco Crônicas do Cotidiano

Fadas A Fada é um elemento eminentemente feminino. Elas são do ar e surgiram na literatura para encantar as crianças ou como uma espécie de substituição das mães, uma fada madrinha. Não existe fada homem. Um equivalente masculino seriam os Elfos ou os Silfos. Também são elementos do ar e brincalhões! As lendas contam que eles modelam as nuvens para alegrar os homens na terra... Fadas,quem não conhece esses seres encantados com suas asas e bondade? Penso no imaginário infantil quando lemos ou contamos as estórias de fadas! Envolvem sempre encantamento e magia. Era uma vez... Fadas ou Elfos, eles existem! Conheço alguns e provavelmente você também. As fadas vem chegando.Uma a uma . Ao entrar na linda casa do Lago Norte em Brasília, eu não esperava conhecer fadas. Mulheres profissionalmente realizadas,mães, avós, esposas amorosas que dedicam um pouco do seu tempo para ajudar a quem precisa. Mulheres elegantes, bem arrumadas, cultas e que de forma alguma o tédio ou a síndrome do ninho vazio conseguem pegar. Toda segunda-feira a tarde. A dona da casa fez um verdadeiro atelier, com máquinas profissionais doadas ou fruto de encontros ou bingos. As tarefas são divididas. Há quem corte,costure ou dá o acabamento. Uma verdadeira fábrica de amor. Os en-

Vi uma mãozinha trêmula entre elas: 92 anos! Feliz ! Linda fada! foto: Pinterest

Ana Luna Graduada em Letras

xovais são feitos com o carinho de fada, tudo combinando,tudo bonito e bem apresentável. Para os bebês e também para os idosos elas saem tricotando blusas. Conversando com uma das fadas, ela me disse que sempre pensou em fazer algo do gênero assim que se aposentasse. Queria ajudar.Queria realizar. Criou os filhos,trabalhou muito e agora dedica um pouco do seu tempo para quem precisa.

A mesa lindamente posta . Sim, elas param para uma lanchinho e rezam antes de comer. Rezam pelas pessoas e pela oportunidade de ajudar. As Fadas definitivamente existem! Conheci outras Fadas e Elfos por aqui. Os Voluntários do HUB. Hospital Universitário de Brasília. O número de pessoas que passam em nossa vida é incontável! Agora, pessoas especiais e inesquecíveis são poucas. Minha irmã é uma delas... Minha amiga de São Paulo também. Do colégio Rainha. Fui a uma reunião dos voluntários do Hub, no próprio hospital.

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Conheci outras fadas e elfos. Por que essas pessoas saem de suas casas para ajudar? O que move esse sentimento ? Por que deixam seus afazeres e gastam dinheiro e tempo para o outro?Pessoas ricas ou não. Elas fazem, agem, ajudam. Voluntárias. Voluntários. Fadas e Elfos. Na reunião, decidem a organização de uma festa para arrecadar dinheiro para o hospital. Fiquei observando e não pude deixar de pensar em um formigueiro. As formiguinhas vão chegando com cestas,toalhas, enfeites,comidinhas,mais comidinhas, decoração. Até o cantor cedeu sua voz e sua arte para a causa. Trabalham e muito! Pelo outro.

Não pude deixar de pensar também nas pessoas, políticos, funcionários públicos ou não, esses corruptos indecentes que povoam nosso país. Quanta diferença entre eles! Que bom que estou perto das fadas e elfos ! Era uma vez pessoas boas , coração grande e bom, que gostam das pessoas. Que respeitam as pessoas. Que tem compaixão pelas pessoas. O outro . O desconhecido. O excluído. O simples. O invisível. Eles se confundem na invisibilidade. Omiti até os nomes. Quem ajuda e quem é ajudado : invisíveis, mas EXISTEM ! Era uma vez pessoas que preenchem seu tempo com boas atitudes!

Mensagens para leitura e meditação O Dólar e o Euro

Lenildo Solano Professor

Estávamos aguardando para almoçar uma peixada e conversávamos sobre vários assuntos entre eles a greve dos ca-

minhoneiros que mostrou a importância desta aguerrida categoria e o caos político e social em que está o país. Mas o que motivou grande gargalhada foi o causo contado por uma senhora: Lá em casa temos dois canários belgas de nomes dólar e euro e foram os únicos que não estiveram nem aí pra greve e o caos político e social que passa o nosso país. Cantaram e continuam cantando alegres e felizes; o que não aconteceria se chamassem real!

Foto: http://lenildosolano.com.br

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informe publicitário

O Cidadão e Repórter é um movimento social que desenvolve e transmite informações relacionadas a cidadania levando aos leitores e seguidores, a visão de repórteres 60+, baseada na nossa vivência e experiência e na divulgação e defesa dos princípios da democracia e da livre expressão.

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Desde 1993

Diagramação, Reportagem, Fotografia, Desenho, Entrevistas, Propagandas, Folders, Folhetos, Identificação Visual, Montagem de livros e Revistas

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