Magazine 60+ #14

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60+

magazine Ano II

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Formato A4 | internet livre

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#14

S.Paulo, Agosto/2020 - #14

Foto: arquivo

A escrita nos salva Não diz a sabedoria popular que “Quem canta seus males espanta”? O mesmo vale para a escrita: “Quem escreve também!”

Páginas 5, 6 e 7 Nessa edição

Suplemento especial “A OPERAÇÃO ENTEBBE” A PRESENTE REVISTA TEM COMO FINALIDADE PASSAR INFORMAÇÕES PARA O PUBLICO 60+, SEM CONFLITOS DE INTERESSES E SEM FINS LUCRATIVOS.


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30/07/2020

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*Todas as colunas são de inteira responsabilidade daqueles que a assinam

Jornalista Responsável

Manoel Carlos Conti Mtb 67.754 - SP


Editorial

Manoel Carlos Conti Jornalista

Segundo a Wikipédia, “uma pandemia (do grego πανδήμιος «de todo o povo») é uma epidemia de doença infecciosa que se espalha entre a população localizada numa grande região geográfica como, por exemplo, um continente, ou mesmo o todo o planeta”. A meu ver, toda população do planeta já sabe decor e salteado o que vem a significar tal palavra, ainda mais quando se falam da COVID 19 ou Coronavirus. Pelo menos eu, não aguento mais ouvir notícias sobre isso e sempre que posso viro a folha, mudo de canal, desconverso pelo telefone e por ai vai. Mas temos de falar nesse momento não só dos profissionais de saúde que estão na “frente de batalha”, lutando contra o inimigo invisível e toda sua fortaleza para eliminar seus oponentes humanos. Outros que pessoalmente dou mais valor ainda são os voluntários. Trabalham, se submetem a uma tensão diária, se mudam de suas casas para não infectar sua família e não recebem nada por isso. Quando digo nada quero dizer, nada mesmo, uma vez que em algumas instituições eles mal recebem máscaras protetoras, roupas descartáveis, luvas e pelo que sei até refeições. Fazendo um paralelo dessa história, nesse mês de julho um de nossos colunistas questionou o grupo sobre uma “colaboração” para despesas normais do nosso MAGAZINE 60+ que ajudaria muito na questão de pagamento de um site e/ou um blog, nossa conta no ISSUU, despesas de impressão para revisão, tinta e papel da impressora, além de um tempo que eu propus doar quando idealizei a revista, mas nunca imaginei que tomaria as proporções de visualização que tomou. Por mais que eu tente não consigo um patrocinador, ainda mais com a tal da pandemia (lá vem a gente de novo com essa conversa) sabemos que nosso mundo mudou, e vai mudar mais ainda, podem contar com isso.

Muitos médicos atendem via internet, psicólogos fazem o mesmo, empresários fecham grandes negócios inclusive com uma tal assinatura digital, que nada mais é que uma senha que só quem está assinando sabe e assim confirma que concorda com uma compra, uma venda, um aluguel, um pedido futuro, etc. Da mesma forma as pessoas estão lendo pela internet. As bancas de jornais e revistas estão cada vez mais diversificando comercializando bolos, balas, chaveiros, toucas de frio, óculos descartáveis, canetas novas e cargas de reposição, cartões de crédito para celular (coisa que nem sabia que ainda existia mas eu vi, e ainda existe), além de mais um monte de produtos. A coisa de trabalhar como voluntário é difícil e sem querer reclamar, mas já reclamando, temos ajudado muita gente a se distrair e a se instruir com matérias tão importantes que nossos colunistas enviam todos os meses. Sem querer chorar e já chorando o meu trabalho é infinitamente maior uma vez que para crescermos juntos eu tento sempre inovar para manter um padrão de excelência em nossa revista mensal. Todos os dias de segunda a segunda eu faço entre outras coisas, algum complemento, alguma arrumação na diagramação, confiro páginas desde o título até o rodapé onde temos os dados junto com a numeração. Todos nós mereceríamos um patrocinador para que milhares e milhares de leitores (segundo o ISSUU) não perdessem esse privilégio de receber em seus e-mails, em seus celulares ou em mãos impresso por um amigo todo o ótimo conteúdo que passamos em nossas páginas. Não é por isso que vou parar, tenho esperança de dias melhores e como diz a matéria que ilustra nossa capa dessa edição #14: “Não diz o ditado popular que quem canta seus males espanta?” Pois é, isso vale também para quem escreve. Desejo a todos uma boa leitura e saibam todos que eu dei e continuarei dando o máximo de mim para que todos os meses levemos formas de cultura para os 60+ e muitos 60- que igualmente acompanham nossa revista.

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nosso time de colunistas

60+

magazine

Sandra R. Schewinsky Ma. Andréa Nogueira A escrita nos salva - CAPA

Heródoto Barbeiro Em cadeia Página 4

Jane Barreto A arte do encontro Página 14

Páginas 5, 6 e 7

Vanessa Bulara Lei de Responsabilidade Fiscal, redução salarial na iniciativa privada e COVID 19 Páginas 8 e 9

Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje Página 10

Thais B. Lima Cuidados no inverno para os indivíduos 60+

Sérgio Frug

Páginas 18 e 19

Doença e Saúde Página 15

João F. Aranha

Carolina S. Conti Você conhece o pedreiro Vardemá Página 11

Laerte Temple Politicamente correto Páginas 12 e 13

Malu N. Dra. Lairtes Gomes Temple Vidal Orgulhar-se A verdade da nossa como ela é jornada ao Páginas 22 e 23 envelhecer Página 21

A música que cura Páginas 26, 27 e 28 Vera Soubihe Iasmin Galvão

Uma reflexão sobre o dinheiro pelo olhar da Constelação Familiar Páginas 15, 16 e 17

M.Luiza Conti A importância e o poder Página 35 das palavras

Osvaldo B. de Moraes

Marcia Castilho Katia Brito Radiestesia e Drauzio Varella: Uma converestado Alfa envelhecendo sa de mulher Páginas 29 e 30 ativamente na para mulher sala da frente Página 32 Páginas 31

Manoel Conti Silvia Triboni Cérebro e Envelhecimento: diminuição ou aumento de possibilidades Páginas 33 e 34

Cida Castilho Entrevista Página 41 e 42

A arte bizantina Malu Alencar Julho de 2020. Página 40 Até agora um ano que não Tony aconteceu. de Souza O Rei das frases de efeito

Marcelo Anete Z. Thalenberg Faingold Qual o seu credo Nova Zena questão trabalândia, Ilha Páginas 36 e 37 lho x dinheiro? norte e sul Página 39 Páginas 37 e 38

Páginas 24

João Alberto J. Neto Ana Luna Eu era feliz e não sabia Páginas 43 Ebe Fabra Dicas de Culinária Página 47

Pias e mosaico na madeira Página 44

Cida Tamaro Os benefícios da alimentação vegana Página 45 Reuven Faingold

Lenildo Solano Cabeça de Pacú Página 46 Supemento Especial Projeto Entebbe

Páginas 48 a 52


Crônicas do Brasil

Em cadeia

Heródoto Barbeiro Jornalista/Historiador

Heródoto Barbeiro é âncora e editor-chefe do Jornal da Record News, em multiplataforma

A empreiteira Odebrecht tem um contato íntimo com o governo. Cresce com rapidez graças às obras públicas espalhadas por todo o Brasil. Não falta dinheiro para bancar os empreendimentos e o país precisa de infra estrutura para crescer. Barragens, estradas, prédios públicos, enfim o leque de oportunidades é imenso. E empreiteiro nenhum pode deixar de abocanhar os cofres da viúva, sempre abastecidos pelos impostos dos cidadãos que dormem em berço esplêndido. Muitos acreditam sinceramente que a montanha de dinheiro gasto, e não investido, pertence ao governo e portanto ele faz o que bem entender. Os ventos políticos sopram uma suave melodia que os corruptos vão estar na cadeia. Uma questão de tempo. Os funcionários públicos fantasmas e improdutivos são incomodados e tirados da letargia com o nome na lista dos marajás. O presidente promete que vai caça-los todos e acabar com a sinfonia de elefantes de todas as cores que habitam os escaninhos da república. O governo anterior sai enxotado do Palácio do Planalto. A lama alcança boa parte do plantel político e muitos buscam se esconder em novos mandatos. Perdem a fama de terem defendido a democracia e responsáveis pela volta dos militares aos quartéis e se embrenham em intermediar todo tipo de transação do Estado com empresários e empreiteiros. O Caçador de Marajas não mede esforços para ter no novo ministério da república homens novos. No Ministério do Trabalho indica um sindicalista, presidente de uma

central sindical, uma novidade na história da república. Um operário do setor elétrico ocupa a pasta. A população, à princípio, não se dá conta do trabalho dele, afinal com o bloqueio de todas as contas bancárias, cada um está mais preocupado como vai viver sem dinheiro para pagar as contas. O choque na economia também é uma novidade. A imprensa está com dificuldades de entender o tal plano e o próprio presidente vai na televisão para tentar explicar o que a ministra da economia não consegue. Antonio Rogério Magri, ministro do Trabalho, é acusado de corrupção. Uma fita gravada pelo assessor Volney Abreu Ávila mostra que o sindicalista queria grana da empreiteira do Norberto Odebrecht para liberar verba para uma obra pública. Uns trinta mil dólares, fifty-fifty , diz na língua de Shakespeare. Magri se defende e aceita uma entrevista na rádio Bandeirantes de São Paulo para enfrentar um time de jornalistas de primeira linha capitaneado pelo José Paulo de Andrade, no jornal da manhã. Na nascente CBN, também no jornal da manhã, no mesmo momento, o entrevistado é o Volney. O técnico Giovani ¨Fafau¨ Diniz entra no estúdio e diz que o Magri está na Bandeirantes. Peço a ele que pergunte ao Zé Paulo, se topa por as duas rádios em cadeia e fazer um debate, ao vivo, entre acusador e acusado.

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O Zé topa, e ele media o debate com um entrevistado em um estúdio e outro em outro. A matéria tem ampla repercussão. Pela primeira vez duas emissoras concorrentes se juntam para um evento

de interesse público. Graças a visão do jornalista José Paulo de Andrade isto foi possível e fomos recompensados com o Grande Prêmio de Jornalismo Líbero Badaró, da Revista Imprensa.

Diário de um Confinamento

A escrita nos salva

Ma. Andréa Nogueira

Não vai nesse título nenhum exagero. Não diz a sabedoria popular que “Quem canta seus males espanta”? O mesmo vale para a escrita: “Quem escreve também!”. Muitos insistem: “- Ah, mas não sei escrever, não consigo por as ideias no papel (na tela do computador)”. Ou, ainda: “- Não tenho ideia sobre o quê escrever e quando tento só sai bobagem”. O que, talvez, não saibam é o quanto a escrita pode ser terapêutica (alivia a alma, expande o autoconhecimento ou simplesmente entretém) e didática (ajuda a organizar melhor as ideias, desperta a criatividade, além de melhorar nossas comunicação e autoconfiança). Eu mesma tinha a escrita como algo difícil, penoso e para o qual não levava o menor jeito. Qual o quê! Foi só alguém me desafiar pedindo para escrever um diário - contando o meu dia, os pensamentos que me ocorreram e as coisas que observara ao meu redor – que descobri meu potencial. Comecei a escrever com total liberdade, sem compromisso e sem me preocupar com o resultado. Dia após dia, para minha surpresa e alegria, os avanços em meu texto ficavam mais evidentes: eu escrevia mais facilmente, com mais clareza, conseguindo expressar em palavras minhas ideias, o que me animou a escrever diariamente,

mais e mais. Hoje, não há um só dia que não escreva algo, nem que seja uma única frase, um parágrafo, sobre um pensamento ou sentimento. Bendita hora que alguém me abriu os olhos e me deu aquele empurrãozinho! Aos poucos fui me soltando e passei, até, a gostar do que escrevo. Escrever, além de uma ótima companhia, aliviou muito das minhas aflições, dúvidas e conflitos. Descobri outra que existe em mim. Agora, é, também, a mais pura verdade que escrever é “10% de inspiração e 90% de transpiração”. Mais do que inspiração, é preciso praticar com constância e dedicação. Exige de nós perseverança. Para facilitar a prática de escrita criativa, dou algumas dicas simples, mas valiosas: 1. Leia sempre e muito – livros, notícias, curiosidades - algo que te dê prazer; 2. Pesquise sobre assuntos de interesse, sobre algo que nada saiba ou saiba pouco; 3. Anote ideias que surgem ao longo do dia, para desenvolver mais tarde; 4. Escreva diariamente; 5. Procure escrever sobre algo que mexe com você, que causou forte impressão; 6. Busque inspiração, se faltar ideia, em algo que leu (em livro, noticiário) ou em suas memórias; 7. Imagens podem servir, também, como fonte de inspiração: uma charge, uma foto, uma obra de arte, até uma cena de filme, marcantes. Então, vamos lá, mãos à obra! E não postergue, comece hoje mesmo. Para motivar ainda mais, e a título de exemplo, transcrevo a seguir duas crônicas que escrevi a partir do estímulo

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de uma imagem: respectivamente, uma charge e uma foto (antes de ler cada texto, observe bem a imagem que o inspirou). Exemplo 1: A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DA ATROCIDADE Charge: Glauco Ela não se conformava: - Quanto mais eu me debatia, mais forte ele pisava. Sim, ela era mulher, negra, da periferia. Sempre soube ser alvo-fácil para a polícia. Mas o que mais a espantava era a desfaçatez daquele PM que a subjugou, deu-lhe três socos, uma rasteira e, levando-a ao solo, pisou forte no seu pescoço (como se pisa num bicho peçonhento e traiçoeiro) à luz do dia, com muitos curiosos à volta, alguns até filmando a ação. - Pode estrebuchar quanto quiser, aqui tem lei. Fica quieta, me obedece, mocinha! - disse o fardado, com os olhos injetados de sangue e voz de fera. Quem olhasse pensando se tratar de encenação - atores ensaiando para

um filme ou novela – acharia a representação perfeita, de um realismo forte e trágico. Era difícil acreditar que fosse um acontecimento real, tamanha a violência, desproporcional e gratuita, da ação. Aquela cena, cotidiana na periferia, da perseguição de homens e mulheres, na maioria jovens, negros e pobres, mais lembrava um balé do que uma luta de enfrentamento, de voz de prisão. Eram dois corpos, um branco e um negro, de um homem e uma mulher, de alguém munido de poder e arma subjugando, ao arrepio da lei, outro alguém, frágil e desarmado. Pareciam encenar uma coreografia ensaiada, de um balé trágico, em que a bailarina, entregue e quase inerte, faz pequenos movimentos para se desvencilhar enquanto o bailarino, com a força de seus pés e o peso do corpo, pisa e repisa seu corpo em contenção desmedida e humilhante. O poder assim se manifesta, também, sempre com truculência e abuso de autoridade. São Georges e Marias, aqui e ali, condenados a viver sob constante

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ameaça de tortura e morte. Quem lhes breza. deve proteção, comete o crime grave de Como, então, poderia haver rompilhes negar justiça. mento, sem que ambos sofressem igual dor, culpa? Como viver sendo apenas Exemplo 2: LIMITE Foto: Anônimo uma metade? A vida em comum se desgastara Estamos por um fio. Quando a cor- tanto que era impossível não se ver e da da vida puxa com tal força, pronta sentir o esgarçamento das partes da trapara se romper, e não se sabe de qual ma que os unia. Tremiam ao ouvir o manlado se está. do da voz interna: - Puxa que arrebenta! A vida, desde que se conheceram, Era tal o ponto de tensão e de imseguia em movimentos de maré – em passe que o instinto de sobrevivência fluxos e refluxos, mas nunca chegando a acabou por falar mais alto. ponto de provocar um maremoto. Nem Como acontece na lapidação de um nunca experimentaram um processo de cristal sem valor, o encanto trincou. Atinida e volta. gira seu ponto de vulnerabilidade. Esta Era tudo morno, tedioso, mas con- vam por um fio. tínuo. Era só dar um afrouxamento que o Foi preciso aceitar que estavam ritmo voltava ao seu normal. condenados à individuação, ao ter que Tantos anos de convivência a dois e tomar lado, puxar e tencionar ao limite, estavam de tal forma conformados que se mesmo sendo incerto o que lhes aguartornaram um: mesmo lado, mesma face, dava após a ruptura. mesmo martírio. Com tudo partilhado, o Ao arrebento da corda, o inexorável resbom e o ruim daquela existência, agora gate, cada qual, da própria individualidaeram um, em corpo e alma. Acreditavam de. estar (con)fundidos, amalgamados. Aquela individualidade que, um dia, os Não havia o outro de quem se vin- aproximara e unira, era agora a única gar, de quem se odiar. O contrato forjara possibilidade de sobreviverem apartados. uma única parte, no bem e no mal, na saúde e na doença, na riqueza e na po-

Foto: arquivo

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Direitos

Lei de responsabilidade fiscal, redução salarial na iniciativa privada e Covid 19

O Brasil instituiu lei para tratar de responsabilidade fiscal em 05 de maio de 2000, data em que sua publicação ocorreu no Diário Oficial da União. Trata-se da lei complementar 101 que estabeleceu a imposição de controle dos gastos da União, estados, Distrito Federal e municípios, condicionando-os à capacidade de arrecadação de tributos desses entes políticos. Em outras palavras, ficou determinado que nenhum ente da federação pode ter gastos públicos acima do que sua capacidade de arrecadação permite. A coluna deste mês pretende traçar um paralelo entre a diminuição de gastos da iniciativa privada e a diminuição de gastos da iniciativa pública em momentos específicos, em caráter temporário, como o atual momento de pandemia. Se por um lado as empresas não estão faturando e, portanto, não recolhendo tributos em favor dos cofres públicos, por outro lado, sem arrecadar, a fazenda pública não dispõe de receita arrecadatória suficiente para fazer frente aos gastos da máquina pública, tais como os salários de seus funcionários. Do lado da iniciativa privada, a vinda da pandemia fez o próprio governo, no caso o federal, publicar uma medida provisória (“MP 936”) que autorizou a redução salarial de funcionários da iniciativa privada, contratados mediante o regime de carteira assinada, possibilitando também a redução de jornada, para com isso, proteger a manutenção do emprego e aliviar o caixa das empresas durante a pandemia, que passou a ficar sem fôlego em razão da grande queda do faturamen-

Foto: arquivo

Vanessa Bulara

Advogada tributarista Consultora

to e da atividade econômica nacional. A despeito da Constituição Federal garantir, como um dos direitos sociais a todos os trabalhadores urbanos e rurais, a irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo e em casos de força maior ou prejuízos devidamente comprovados, a MP 936 instituiu a redução do salário e da jornada para a iniciativa privada, como caráter excepcional, pelo prazo máximo de 90 (noventa) dias. Nesse sentido, viu-se e tem se visto que toda a iniciativa privada tem se flexibilizado e se modelado para a sobrevivência social neste momento emergencial que nos encontramos. A sobrevivência não somente da própria empresa, mas de seu quadro societário e dos colaboradores. Todos juntos. Em sentido contrário, verificou-se a falta de coerência na aplicação das mesmas regras para a iniciativa pública. A reflexão se refere ao recente julgamento proferido pelo STF em ação ajuizada há 20 anos, por alguns partidos políticos, a fim que de àquele tribunal declarasse a inconstitucionalidade de artigos da Lei de responsabilidade fiscal citada acima, justamente para reconhecer a inconstitucionalidade, ou seja, impossibilidade da aplicação da redução salarial, nos casos em que há o excesso de gastos públicos sem a contrapartida da arrecadação. Tra-

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“Se por um lado as empresas não estão faturando e, portanto, não recolhendo tributos em favor dos cofres públicos, por outro lado, sem arrecadar, a fazenda pública não dispõe de receita arrecadatória suficiente para fazer frente aos gastos da máquina pública, tais como os salários de seus funcionários” ta-se da “ADI 2238” – ação direta de inconstitucionalidade. Trazendo para uma linguagem menos técnica, por maioria de votos, o STF entendeu que os artigos da lei de responsabilidade fiscal que estabelecem a redução salarial, temporariamente, aos servidores públicos, foram além da previsão da Constituição Federal, o que por si só é inviável, além de que a redução salarial não se aplicaria aos servidores públicos e, se o caso, o ente público pode lançar mão da demissão dos referidos servidores, na hipótese de não cumprimento da lei orçamentária. A grande indagação e perplexida-

de é nosso sistema legislativo que é um Estado democrático de direito ter leis que estabeleçam a redução da jornada e do salário para a iniciativa privada e, tais disposições quando existentes para o funcionalismo público, como é o caso, serem reconhecidas como inconstitucionais. Um dos ministros, cujo voto foi vencido, se manifestou no sentido da possibilidade de redução de jornada e redução salarial, temporariamente, inclusive como forma de evitar a demissão de servidores, cuja consequência seria mais danosa tanto aos servidores quanto ao próprio ente empregador. Foi voto vencido, mas com clareza de razoabilidade e eficiência, aliás princípios que fundamentaram a decisão vencida do Ministro. Não se trata de uma visão romântica do atual contexto com a aplicação e interpretação da lei pelos tribunais brasileiros, mas se trata de reconhecer que a pandemia pode ou poderia ser uma oportunidade, um ponto de virada, para a diminuição das diferenças sociais, na prática, efetivamente, por meio daqueles que realmente aplicam as leis e/ou as interpretam e direcionam seu cumprimento. Continuemos no caminho.

O SUPERA é um curso diferente de tudo que você já conhece. Com apenas uma aula semanal de duas horas, você conquista uma mente saudável, com mais concentração, raciocínio, memória, criatividade e autoestima. Estas habilidades melhoram o desempenho na escola, alavancam a carreira e garantem mais qualidade de vida. Encare este desafio e experimente uma forma incrível de viver. Nossa metodologia não tem limite de idade: todo mundo pode viver esta emoção.

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Divã

Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje

Sandra Regina Schewinsky

Psicóloga - Neuropsicóloga

Foto: Fundação Mauricio Grabois

O ano de 2020 descortinou várias verdades para a humanidade, fatos até que sabidos mas ignorados. Mostrou a fragilidade humana, que mesmo com status e dinheiro, pode-se faltar aquilo que é gratuito: O AR! Revelou a inconstância do tempo, trocou a ordem de importância das coisas, apontou quem tem coerência ou não, indicou novos caminhos e mexeu com todos. Acompanhamos atônitos o despencar da economia, empregos reduzidos, fronteiras fechadas, findada a liberdade de ir e vir. Choramos por situações de isolamento e solidão, partidas impensáveis, impossibilidade de segurar a mão do sofrente, abraços não dados e despedidas não feitas. Tão comum deixar para depois e talvez esse depois não venha! Quantos passeios que desejados são adiados e nunca realizados! Aquele show do cantor preferido que nunca foi visto!

A comida diferente para provar e nunca dá certo! As juras de amor engasgadas e não se tem coragem de fazer! Abraços não dados, beijos não trocados, falas não realizadas ... Ah nas férias, depois da aposentadoria, qualquer dia, quando der tempo ... Assolados pelas obrigações trabalhamos muito, corremos em demasia, preocupamo-nos bastante, adoecemos também. Vivemos? A falta de lazer e prazer pode trazer malefícios importantes, como por exemplo, o estresse negativo, que ativa o hipotálamo (no cérebro) e libera cortisol que pode alterar a pressão arterial, ritmo cardíaco, respiração, entre outras coisas. Age também no hipocampo, área responsável pela memória que pode prejudicar a atenção, raciocínio e capacidade de resolução de problemas. Nossa saúde pode ser minada lentamente por nossa rotina ou abruptamente por algum revés. A vida pode escapar pelo vão dos dedos. E daí não adianta mais lastimar o que não foi feito! Embora o lema: Não deixe para amanhar o que pode fazer hoje, seja antigo, agora ostenta de forma indubitável que nossas necessidades de compartilhar, rir em grupo, trocar afetos e AMAR não podem esperar!

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O que aprendi com minha vó

Você conhece o pedreiro Vardemá?

Carolina Conti Jornalista

A vó tinha consulta mensal com o neurologista por conta do Alzheimer. Há uns quinze anos (não sei como funciona hoje em dia), o diagnóstico era o número de pontos conquistados pelo paciente a partir de perguntas triviais do médico: Qual o seu nome? Onde você está? Quem é a pessoa ao seu lado? Eu não sei, mas acho que ela curtia esse método lúdico de se examinar e quase sempre saía com um bom placar. Nunca me esqueço da vez em que o doutor perguntou a hora e ela mandou: “umas três”, ao que ele respondeu “Bingo!”. Vovó, a rainha da tômbola, se amarrou na vitória e sorriu à espera do prêmio. Deu cartela cheia, mas de remédios. Filha de imigrantes italianos, Maria Nair Gallonetti da Silva viveu, enquanto criança e adolescente, o que encontramos nos livros de história: a lida árdua na roça de algum barão do café. O mundo resumia-se à colônia – a área na fazenda onde viviam os trabalhadores com suas famílias – e o brinquedo era a enxada, que aprendeu a manejar aos sete anos, enquanto os irmãos homens iam à escola. Mas um dia choveu. Choveu tanto

no caminho da roça que Nair e o pai se abrigaram numa árvore. Dona Francisca, vendo a cena pela janela de casa, foi logo convidando os dois pra entrar porque ali onde eles tavam era perigoso, “chamava raio”. Naquela época, o cupido flechava as mães. Eram elas que se apaixonavam pelas moças e encomendavam o casório dos rebentos. Os olhos de dona Chica brilharam para Nair e, num deu outra, pouco tempo depois estavam vovó e vovô Lázaro (filho de Francisca), aos pés da Santa Cruz, jurando amor eterno. Upgrade na vida da Nair? Lázaro era alfabetizado e gerenciava a venda da Fazenda Rodrigues Alves, onde os colonos iam comprar comida. Um parênteses aqui: havia um dinheiro que circulava apenas na fazenda, de modo que tudo o que ganhavam pelo trabalho na roça só podia ser gasto ali mesmo. Eles compravam o arroz e o feijão com o vovô, depois vovô tinha de dar o dinheiro pro administrador que, por sua vez, fazia chegar as notas ao dono das terras. Olha que mágica, a grana sempre voltava pros bolsos do barão! Foram alguns anos e filhos criados na fazenda em São Manuel, interior de São Paulo, até que meus tios cresceram e vieram tentar a vida na cidade. E rolou. Um fazendo carreira na Mercedes Benz, o outro correndo o Brasil num caminhão de carga... conclusão, era 5 de fevereiro de 1964 quando a família aportou na rua Paranapanema, 368, em São Caetano, com uma boleia cheia de bichos – que chamou a atenção dos vizinhos – e sete sacos de esperança... Foto: falabicho@falabicho.org.br

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Ler e criar

Politicamente correto

Laerte Temple Doutor em Ciências Sociais Relações Internacionais

Augusto Vilaça, o Guto, é um jovem autor e roteirista, promessa de renovação na dramaturgia brasileira. Seu mentor na faculdade conseguiu uma entrevista com o diretor do núcleo de novelas de uma importante emissora. Guto é sagaz, criativo, suas tramas são intensas, mas é preciso lapidar o vocabulário pouco ortodoxo, coisa que os revisores de conteúdo podem fazer. - Bom dia meu jovem. Você me foi muito bem recomendado. - Bom dia. É um sonho poder apresentar meu trabalho. Trouxe a sinopse para uma novela chocante. - Muito bom, mas deixe-me explicar como trabalhamos aqui. O diretor disse que a emissora estava atenta aos movimentos sociais. Por isso desenvolveram a IAPC – Inteligência Artificial Politicamente Correta. Explicou que é inaceitável ofender raças, religiões, nacionalidades, opções de gênero etc. Pediu ao Guto para se sentar diante do computador, pegar o microfone e ler pausadamente, frase por frase. Em uma fração de segundo o software IAPC faria os ajustes politicamente corretos. Guto ficou animado. Sentou-se, tomou água, pigarreou e começou a leitura. Guto: Título: Barraco na perifa. IAPC: Título: Conflito no extremo da cidade. Guto parou, estranhou, não gostou do que ouviu, mas continuou. Guto: Mano Charles, ex gatuno da Favela do Buraco Quente, nas bandas da Freguesia do Ó, se amarrou na Sofia, mina riquinha da alta roda.

IAPC: Charles, jovem vulnerável e em situação de risco, ex menor infrator residente na Comunidade do Vale Aquecido, nas imediações da Distinta Clientela da Quarta Vogal, apaixonou-se por garota de classe social mais favorecida Guto: O mano é negão, beiçudo, pixaim, macho alfa, o garanhão das quebradas, fei que dói e a gata uma tchutchuca, branquela, peituda, cabelo água de salsicha e lataria meio enferrujada. IAPC: O rapaz é afrodescendente, lábios grossos e salientes, cabelos com pequenos cachos, líder comunitário, sedutor, fraco de feição, e sua linda amada tem pele alva, seios fartos, cabelos ruivos e algumas sardas. Guto: O coroa dela é bicheiro, gordo enorme, careca e quatro olho, caipira e narigudo, e é contra o rolo. Sem essa da cria ficando com piloto de van clandestina da perifa. Quer dar um perdido no mano antes que os dois transem e a mina embarrigue. IAPC: O pai dela é corretor zoológico, obeso mórbido, deficiente visual e capilar, interiorano, nariz adunco, e é contra o relacionamento da filha com o condutor de transporte alternativo do extremo da cidade. Quer afastar o rapaz antes que o casal mantenha intercurso e a filha engravide. Guto: O coroa aposta no Luiz, um arataca CDF e cheio da grana que tem um business de rango chinês com dois parça, um japa e um portuga. IAPC: O pai prefere Luiz, de origem nordestina, muito estudioso, financeiramente bem sucedido, sócio em um estabelecimento de culinária oriental juntamente com um honorável senhor nipônico e um cidadão lusitano. Guto: Os lovers foram na padoca. A dona tava com o camisão tipo toldo de pizzaria e farda do asilo prá véio mocorongo onde trampa de graça. Ele abocanhava uma Teta de Nega e ela uma fatia de Nega Maluca. Do lado deles rangavam um lixeiro tampinha e caolho, uma quenga feminazi, dona de bordel e um aleijado esquerdopata com buraco na denta-

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Foto: arquivo

dura. O arataca pintou no pedaço, viu a dupla dando uns amassos, ficou P da vida e arrepiou prá cima do mano. O barraco começou. IAPC: Os namorados foram à panificadora. A proprietária vestia o jaleco com largas listas em tons de verde, uniforme da Casa para Idosos senis onde é voluntária. Ele saboreava uma Nhá Benta e ela uma fatia de torta Mulher Afrodescendente com Problemas Mentais. Ao lado deles lanchavam um trabalhador em coleta de resíduos, de baixa estatura e estrábico, uma empresária do sexo, dona de casa de tolerância e adepta de movimentos femininos radicais e um portador de necessidades especiais, socialista e com diastema acentuada. O rapaz nordestino chegou, viu o casal trocando carícias, encolerou-se e foi às vias de fato. A luta corporal teve início. Guto: O tempo fechou geral e o pau comeu solto. Um trombadinha que surrupiava a grana da mina do caixa sacou o trezoitão e mandou uns pipocos no arata-

ca e nos lovers. Cancelou o CPF dos três. IAPC: Tumulto generalizado e luta franca. Um menor infrator que praticava crime de roubo junto à operadora do caixa sacou o revólver calibre trinta e oito, disparou contra o nordestino e os namorados, matando os três. - Guto, pode parar. Seu texto é intrigante e intenso. Podemos aproveitar, talvez numa mini série, mas teremos muito trabalho no IAPC. Retome a redação e conclua o enredo. O que acha? - O que eu acho? Essa porra de IAPC ferrou geral meu texto. Fui! Quero mais é que você se fo.. Ah, desculpe, senhor. Preciso ser politicamente correto, certo? - Seria bem melhor. - O software IAPC sugeriu alterações que desfiguraram o conteúdo da minha obra. Vou-me embora! Desejo ardentemente que o senhor vá praticar coito consigo mesmo! Contato: ltemple@uol.com.br

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CriativA Idade

A arte do encontro

Jane Barreto Psicopedagoga e Arteterapeuta

Outro dia, em um grupo de professores em formação, me fizeram a seguinte pergunta: Você acha que há experiência e aprendizado através do contato limitado ao virtual? Para responder essa pergunta tive que fazer outras relevantes ... Respondi: depende...qual é o lugar que ocupamos nesse momento, de quem estamos falando? Quem são os aprendizes e qual a faixa etária de quem está protagonizando a história? A partir dessas questões, vários pensamentos diferentes e até divergentes emergiram e após inúmeros depoimentos alguém com sua idade prá lá do 9° setênio disse: -“Eu aprendo no encontro com as pessoas, no toque, no cheiro, no olhar e na experiência concreta, como não há encontros, por causa da pandemia causada pela covid 19, então achei que não iria mais aprender, mas não é o que está acontecendo... quando me proponho a romper os paradigmas das dificuldades tecnológicas e ouvir o outro mesmo que virtualmente, compartilhar – partilhar com, o com – tato, passou a ser visual, não tenho toque mas sou tocado pelo que ouço e vejo, penso e faço, nas minhas rotinas quando me permito conexão, mesmo que virtualmente... A partir dessa sábia fala, iniciei uma reflexão e logo minha consciência sussurrou ...o virtual não substitui o presencial mas será que o encontro não pode ser real, mesmo no universo virtual? Sentimos falta do que é profundo, nos acolhe e encanta como seres humanos sensíveis, inspirados na poesia, nos sons, nas cores, formas e sentidos da vida. Tudo o que nos sensibiliza nos torna mais humano, esse é o verdadeiro sentido de HUMANIZAÇÃO.A arte pode nos nutrir

como recurso e nos alimentar como fonte de energia vital que nos faz transcender o humano e alcançar o que não é tangível, não é corpóreo e nos dá paz, aquela que só nós humanos temos. As coisas não tem paz...não somos coisas, somos pessoas, gente! Não podemos nos ‘coisificar’, e para isso precisamos estar com o outro, com algum outro humano que também queira estar conosco, precisamos ser o Nós, e da forma que podemos, do jeito possível no hoje, no agora, encontrando nos vácuos da solitude espaço para promover o encontro com nosso interior, acolher as emoções e pensamentos, compreendê-los e aceita-los, se necessário, modificá-los, para depois ter o que oferecer ao outro que se vê e existe em nós. A arte do encontro pode acontecer na arte da busca, da auto percepção, na arte da espera e na arte do ser você com todas as dores e flores que a vida lhe trouxe, para o outro ver beleza em ser e ter você como amigo e amiga que faz questão de encontrá-lo, mesmo que virtualmente, a espera de dias em que o presencialmente acontecerá e poderão rir e chorar pelo tempo em que o

Foto: Bicicleta sem freio - divulgação encontro seguro ah, esse só era possível no virtual. A arte do encontro existe, e já acontece quando desejamos e nos deliciamos com histórias de vida que nos brindam entre o protagonismo e a simplicidade de ser parte. A todos os amigos e amigas leitores nesse dia especial do amigo, em que Aristóteles definia: ...”Amigo é uma única alma habitando duas pessoas”...e eu pegaria carona com o sábio e diria, Amigo é uma única alma habitando pessoas que se encontram...

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Doença e Saúde

Cultura Geral

Sergio Frug

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Foto: NASA

Portador de uma conjunção Saturno-Plutão na casa da saúde, eis uma questão que desde cedo me provoca o corpo e atazana a alma. Convulsões inexplicáveis, doenças estranhas e não reconhecidas pela medicina tradicional acabaram, ainda na infância, levando-me a médicos espíritas e às poções mágicas da Dona Filhinha. De qualquer forma, porém, eu sarava. E continuo sarando com a graça de Deus. Assim como adoecia, sarava. Um poder de regeneração surpreendente fazia com que o corpo reagisse sempre que uma atitude coerente era tomada. Coisa de Plutão. E assim fui me desenvolvendo, tal como o mitológico Quíron, enfrentando as doenças, temendo-as, mas ultrapassando-as para logo mais encontrar um novo desafio. Tal como Quíron, venho aprendendo bastante sobre o dilema da doença e da saúde, essa polaridade problema-solução, digo Saturno-Plutão, digo, onde estará mesmo a verdade? Pois a verdade que em meio a isso enxergo é que uma coisa está dentro da outra, ou é a outra. A doença é a saúde, o problema é a solução, Saturno é Plutão. Está bem que não fui eu que inventei tais proposições. Grandes mestres e poderosas doutrinas de cura vêm constantemente resgatando, aplicando e desenvolvendo este paradigma cada vez mais acessível a todos nós. É por isso que escrevo, pois embora me dedique bastante aos processos de cura, minha função geminiana é mesmo a de informar. E lembrar que não é preciso esperar um ponto de vista se tornar oficial para segui-lo e aceita-lo. Cabe a cada um compreender dentro de si cada questão, evitando

considerar a doença (ou o problema) como uma coisa má, ruim e indesejável, como o vilão da novela que todos odeiam, mas que sempre está lá. Aliás, muitos vilões já vêm conquistando a simpatia popular, mais ainda do que os belos e corretos mocinhos, simulacros talvez de alguma coisa falsa, que não há. Todos somos bons e todos somos maus, uma vez que bondade e maldade são uma coisa só e assim que integrarmos tal idéia estaremos livres. Não das doenças talvez, mas do medo delas e de tudo que consideramos problema, voltando a nos responsabilizar pelo próprio equilíbrio e a empregar os antagonismos para o nosso crescimento e a verdadeira compreensão. A doença do desmatamento desvairado, da poluição incontrolável, do terrível tráfico de animais e tudo mais nos encaminha para a criação de uma nova consciência ecológica, antes inexistente, mas que rapidamente passa a fazer parte da proposta humana de integração com o planeta. A questão está em não esperarmos apenas da sociedade instituída (ou da medicina oficial) a solução para tais mazelas, tanto as pessoais como as coletivas; tanto as menos complicadas quanto as mais contundentes. Todos temos condições de nos auto-observar e tratar os desequilíbrios tanto pessoais como relacionados ao planeta sob o ponto de vista integrativo, sem tanta preocupação com o que possa ser “ruim”, “errado” ou “mau” e tratando de assumir a responsabilidade pessoal por aquilo que somos. Isto é natural.


Constelações

Uma reflexão sobre o dinheiro pelo olhar da Constelação Familiar

Iasmin Galvão

Segundo a filosofia, todo poder, valor e energia do dinheiro é uma convenção social para as trocas entre os indivíduos que sejam mais igualitárias. Sob o olhar da Constelação Familiar, o dinheiro é uma manifestação de uma energia que está a serviço da vida - e é essencial a ela. Segundo Bert Hellinger, psicoterapeuta alemão criador do método da Constelação Familiar, o dinheiro é algo espiritual. “O dinheiro é vida. Sem ele ninguém sobrevive em nossa sociedade. Nos permite continuar vivos”, diz em seu livro “Histórias de sucesso na empresa e no trabalho” (Editora Atman). Nele, introduz a lei que exerce maior influência sobre o fluxo de dinheiro: o equilíbrio. Uma força que Exige que uma troca seja justa. Quando há um desequilíbrio, ocorre uma disfunção na gestão do valor. Ou seja, os rendimentos param, os negócios travam... Muitas vezes não sabemos o porquê. Mas quando isso ocorre, é importante olhar para o equilíbrio em todos os âmbitos do negócio. “Quem recebe o dinheiro deve oferecer na sua troca algo compatível com o que está cobrando pelo serviço”. Dinheiro é sucesso Bert Hellinger também aborda a influência sistêmica na nossa forma de lidar com o dinheiro e o sucesso. E como muitas vezes esses comportamentos refletem um emaranhamento familiar. Em seu livro “Leis Sistêmicas da Assessoria Empresarial”, ele apresenta uma metáfora: “O dinheiro possui uma dimensão espiritual. Ele reage como se tivesse uma alma e um faro fino para a justiça e a injustiça”.

Foto:Wikpédia

Vera Soubihe

O propósito do dinheiro é ele ficar com aqueles que o ganharam honestamente, “com o suor do seu trabalho”. Ele quer voltar para quem trabalha duro para obtê-lo ou para quem recebeu de outros com a condição de administrá-lo e multiplicá-lo honestamente, a serviço da vida. Assim, acima de tudo, o dinheiro pertence à vida e tem que ser gasto e transmitido a serviço dela. Num sentido figurado, “o dinheiro se alegra quando é gasto. Ele retorna ainda mais rico para nós. ” 0 psicoterapeuta, em outro livro, intitulado “Êxito na vida, êxito na profissão”, discorre sobre as causas da nossa relação com dinheiro ser tão conflitante. Ele ressalta uma razão religiosa para isso. A Bíblia mostra uma metáfora de Jesus: “É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar nos reinos dos céus”(…) “Na consciência do povo ocidental, há um sentimento contra a riqueza e o efeito desastroso para a salvação de nossa alma”. Além disso, alguns filósofos, antes e depois do cristianismo, abordavam a questão da riqueza X pobreza como algo ligado ao mal X bem. Nova postura Por que é tão desafiador ter dinheiro para servir aos nossos planos? Ter dinheiro é uma responsabilidade. A partir do momento que possuir, cabe a você movimentar sua vida, tomar a responsabilidade do seu caminhar. É preciso assumir as suas decisões.

Bert Hellinger - 1925 | 2019

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Dizer para si: “Eu tenho dinheiro, mas tenho medo de tomar tal decisão. O que devo fazer? ”. Para essa pergunta, a resposta é aceitar alguns riscos como um adulto. “Se não somos capazes de decidir, quem se espera que tome as decisões por nós”. Talvez, dentro de nós exista ainda uma criança que em algum momento se sentiu abandonada e que ainda aguarda por seus pais. E assim permanece inocente, culpando a tudo e a todos por sua infelicidade. Nesse caso, segundo a Constelação, é impossível crescer. Para Hellinger, o dinheiro nos pede coragem. Ao mesmo tempo, se ainda não estamos prontos para assumir nossa vida, ele aguarda até sermos responsáveis para lidar com as decisões e a maturidade que ele nos exige. Mudar a visão sobre o dinheiro é a receita para que ele venha e fique. Vol-

tando a seu livro “Histórias de sucesso na empresa e no trabalho”, o psicoterapeuta conclui: “O dinheiro tem alma. O dinheiro é algo espiritual. O dinheiro é resultado do amor. O dinheiro é adquirido através de um desempenho. É o equilíbrio de um bom desempenho. Se alguém ganhar dinheiro por seu desempenho, o dinheiro o ama. O dinheiro também permanece com ele, pois foi adquirido através do seu desempenho. O dinheiro também quer render algo – depois. Por isso o dinheiro espera ser gasto. Ser gasto em algo bom, que leve a vida adiante. Então se ganha mais dele – cada vez mais. Através de seu desempenho, o dinheiro entra no circuito de serviço, trabalho e ganho, tudo ao mesmo tempo”. Contatos: Vera: 11999904833 E-mail verasoubihe @outlook.com Iasmin iasmingalvão@uol.com.br

agosto

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Benefícios

Cuidados no inverno para os indivíduos 60+

Thais Bento Lima gerontóloga e colunista do SUPERA Ginástica para o Cérebro

O inverno é uma estação do ano, onde, temos aqueles que a amam e aqueles que a odeiam. E ao refletirmos sobre esta estação , sabemos que é o período do ano, onde ocorre o aumento das doenças respiratórios em idosos. De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2020), o H1N1 é apenas um subtipo de vírus da gripe (também chamada de Influenza) tipo A, que pode ser encontrado em diversas espécies de animais. A doença causada por ele é denominada como gripe/influenza A H1N1 e, segundo TINÉ (2019), a pandemia de 2009 caracterizou-se por uma variante de gripe suína e foi identificada inicialmente no México. Uma das complicações mais frequentes, principalmente em idosos e em indivíduos vulneráveis, é a pneumonia. Entretanto estamos convivendo com uma nova doença respiratória, que também pode aumentar o seu contágio neste período do inverno, que é a COVID-19 e para isso é importante pensarmos em cuidados, que envolvem prevenção, hábitos de vida saudável e uma alimentação balanceada. Também é importante destacar, que o sistema imunológico, também conhecido por sistema imune ou de defesa, é responsável por defender o nosso organismo contra doenças e infecções causadas por vírus, bactérias e outros organismos, e não podemos esquecer de protegê-lo, na prevenção das doenças respiratórias mais prevalentes no inverno. Ao passar dos anos este sistema se modifica, ficando menos eficiente, facilitando portanto, que as doenças se instalem e evoluam no organismo, podendo causar graves complicações e levar até mesmo à morte. O processo de envelhecimento do

sistema imunológico é denominado tecnicamente como imunossenescência, imuno=defesa e senescência= envelhecimento. Por isso os cuidados com a saúde no envelhecimento pode fortalecer a nossa imunidade. Um outro aspecto importante de discutirmos, são que as chamadas Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), como a Hipertensão Arterial Sistêmica e a Diabetes Mellitus, comuns às pessoas idosas, podem comprometer ainda mais este sistema. Sendo assim, a associação entre DCNT e envelhecimento dificulta o combate contra doenças e infecções, tal como a provocada pelo coronavírus identificado em 2019. Com base nisso, podemos reforçar que adultos e idosos que apresentam estas condições de saúde, precisam realizar o controle da doença, para mantê-las estáveis, pois são mais vulneráveis à COVID-19 pelo fato de terem o sistema imunológico mais comprometido, do que os idosos que não tem diabetes e nem hipertensão. Gostaríamos de compartilhar com vocês dois Quadros ilustrativos muito importantes, um deles, o Quadro 1 destaca os cuidados que devemos realizar resumidamente do ponto de vista de prevenção para não desenvolvermos ou estarmos expostos ao desenvolvimento de doenças crônicas respiratórias, envolvendo cuidados gerais, inclusive com a alimentação, e o segundo Quadro, destaca hábitos de vida saudáveis e cuidados preventivos e sanitários para nos prevenirmos do desenvolvimento da COVID-19. Gostaríamos de finalizar esta matéria reforçando que é possível envelhecer bem e com saúde, e que estes aspectos possibilitam a manutenção da autonomia e da independência, no decorrer dos anos de vida adquiridos, aproveitamos também para reforçar a importância da imunização, pois se não nos vacinarmos podemos desenvolver doenças doenças virais prevalentes na estação do inverno. Bibliografia consultada: BARBOSA. M. HOSPITAL DO CORAÇÃO (HCor). Doenças respiratórias de inverno: Hospital do Coração dá dicas de como se prevenir das doenças respiratórias que apa-

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Quadro 1. Dicas de Cuidados durante o inverno. Fonte:

BARBOSA et al., São Paulo, 2020.

Fonte: Organização Pan Americana de Saúde- Organização Mundial de Saúde recem no inverno. c2017. Disponível em: <https://www.hcor.com.br/imprensa/noticias/doencas -respiratorias-de-inverno/>. Acesso em: 11 jun. 2020. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Events as they happen. Página atualizada em 01 jun. 2020. Disponível em: <https://www.who.int/emergencies/ diseases/novel-coronavirus-2019/events-as-they-happen>. Acesso em: 02 jun. 2020. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE (OPAS). Descubra o quanto você sabe

sobre esse novo tipo de coronavírus. PAHO TV, 2020. 1 filme (4 min 23 seg). Disponível em: <https://youtu.be/9Z70QF8OMZQ>. Acesso em: 01 jun. 2016. TINÉ, L. 10 anos do surto global de H1N1. Blog da Saúde. Ministério da Saúde. 11 abr. 2019. Disponível em: <http://www.blog. saude.gov.br/index.php/53845-10-anosdo-surto-global-de-h1n1>. Acesso em: 02 jun. 2020.

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Aprendizagem na 3ª idade

Orgulhar-se da nossa jornada ao envelhecer

Durante o envelhecer nossas vivências ensinam caminhos a serem percorridos, reforçando ou depurando alguns hábitos, abrindo espaços para novos pensamentos e ações, renovando nossa energia vital. Por mais simples que a novidade possa parecer ainda cabem descobertas; será sempre um prazer viver o inesperado. Pessoas se alternaram em nossas vidas, e para enriquecer nossos dias com aquilo que nos fez bem criamos novos laços de amizade, voltamos a procurar quem nos deixou saudade. Sentimos necessidade de retribuir à vida muito do que aprendemos e até de deixar a “nossa marca” para quem puder aproveitar a nossa experiência: o registro de nossa passagem seja através de atos heroicos, colossais, ou pela simples doçura de um olhar. Sabemos que o fim é inevitável e aos poucos nos conformamos com nosso destino, o que não significa que nos entreguemos à espera da morte. Pelo contrário, há muito ainda a ser feito. Como dizia meu pai, “rugir como um velho leão desafiando a vida – e os incautos – para bradar: ainda possuo muita energia e com ela farei muito mais!” De repente ocorre a recidiva de um câncer tratado tempos atrás... Quem viveu esta doença entende a preocupação e a insegurança em relação à saúde e bem estar pessoal e familiar. Novos lutos, novas perdas. A radioterapia já não adianta mais. Todo o tratamento é organizado em função das novas demandas. Nova cirurgia, medicamentos mais agressivos compondo a quimiotera-

“Foto: Pixabay

Malu Navarro Gomes Pedagoga Psicopedagoga

pia, manchas avermelhadas pelo corpo, cabelos que caem sem parar – vou ficar careca! Nossa sociedade é muito ingrata com as pessoas no estímulo contrário ao amor-próprio. Ela exige um padrão de beleza, de feminilidade ou masculinidade, de “amor” que não existe; é enlatado, superficial e leviano. Não é disso que precisamos nessa hora. É um período de estranhezas, de decisões difíceis, nem sempre compreendidas em sua totalidade exigindo amadurecimento individual. Buscamos forças para que o organismo resista a tantas desordens e ainda retorne à saúde e a bem estar. Queremos prosseguir vivendo, mesmo com as marcas indeléveis das cicatrizes desse tempo de fragilidade e abatimento.

É um tempo de se amar incondicionalmente. Tanto o amor por si quanto pelas outras pessoas. Necessitamos de ajuda, pois o amor não é algo que chega ao acaso; é cultivado ao longo do tempo. Precisa ser cuidado para florescer e não ficar exclusivamente nas aparências. O auxílio de um profissional da psicologia pode nos ajudar a resgatar valores e a autoestima há tanto tempo esquecidos. Olharmo-nos sem pudor de nos julgar: “Que bela pessoa eu sou, única, olhar sincero, sorriso aberto; orgulho-me das marcas de minhas batalhas pela vida e da esperança de que dias melhores virão. Porque virão!” Continuaremos abordando esse assunto em outros artigos.

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Variações in Vivo

A verdade como ela é

Dra. Lairtes Temple Vidal Psicóloga/acupunturista fitoterapeuta

A verdade é una. Sua verdade te traz certezas, que por vezes são inicialmente só suas, porém calcado nelas você conquista segurança. Se seguro, mesmo enfrentando desvios temporários, tem convicção que ao firmar o ponto certo será um multiplicador de certezas e um modelo inspirador para outras pessoas encontrarem a verdade delas. Fomos constantemente avassalados por desafios. Nascer, engatinhar, andar, falar, aprender, crescer, adolescer, tornar-se adulto, envelhecer. Estamos vivos, os de-

safios não cessam. Um importante desafio para alguém que já passou por tantas experiências seria justamente o desafio de pacienciosamente aguardar o tempo de quem ainda precisa entender as coisas que se lhes aparecem, cada qual em seu tempo, e no vosso próprio e atual tempo de sabedoria reviver as passagens que se foram, recordando com a maestria que só você é capaz, por que já sabe como é. Como diz o ditado: se os velhos pudessem, se os jovens soubessem... Na sabedoria do tempo há graça em esperar o tempo passar. Pra que termos pressa agora que já passamos por tantas coisas? Observar uma criança fazer uma descoberta e apreciar os caminhos tortuosos que ela percorre para resolver um probleminha, pode ser um divertimento para um adulto. Ah como é fácil agora. O divertimento é fundamental para o crescimento e desenvolvimento sadios no ser humano, tanto cognitivamente

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quanto emocionalmente. O brincar é inerente ao homem, é uma atividade humana; enquanto atividade pressupõe ação, e, assim sendo, literalmente ativa mente e corpo numa conexão dinâmica, na interação com o objeto, com o meio, com o outro, avivando aspectos positivos na socialização do ser. Não paramos de brincar por envelhecermos, envelhecemos se pararmos de brincar, aponta J.Huizinga em seu livro “Homo Ludens”. Brincar dá prazer e torna tudo mais leve, mais agradável. Podemos adjetivar como lúdicas uma infinidade de situações em muitos contextos e com isso esboçar mais sorrisos. Sorrir ao vencer um desafio, ao encontrar o último dos sete erros no jogo, ao entender a moral da piada, ao deleite de uma baladinha dançante, ao admirar o encaixe da pecinha final na montagem de um quebra-ca-

beça com duas mil peças, heureca; sorrir ao colocar sal em vez de açúcar. Tudo é mais doce com o sorriso. Havendo essa prazerosa sabedoria tem-se o conforto do fortalecimento da segurança interior, conseqüentemente a conquista da verdade, e vice-versa. Sigamos com segurança, cada um na sua verdade que custou tantos desafios. Na toada de quem conta um conto aumenta um ponto, às vezes damos um jeitinho na verdade para torná-la mais graciosa. É o lúdico deixando a verdade mais harmoniosa, quando assim se faz melhor. copie esse link, e busque no google vale a pena assistir HTTPS://youtu.be/rngfrhU0wEM Contato: lairtestemple@hotmail.com

Foto: desvendandosonhos.com

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‘Causos’ do Nordeste

O Rei das frases de efeito

Tony de Souza Cineasta

Encarar a vida pela frente... Sempre... Encarar a vida pela frente, e vê-la como ela é... Por fim, entendê-la e amá-la pelo que ela é... E depois deixá-la seguir... Sempre os anos entre nós, sempre os anos... Sempre o amor... Sempre a razão... Sempre o tempo... Sempre..( As horas – Virginia Woolf) Os dicionários costumam fazer a seguinte advertência sobre as frases de efeito: “Não confunda frase de efeito com frase útil, as frases de efeito geralmente são só para impressionar, só para impactar. ” Quem não gosta de fazer uma citação de um pensamento bem concatenado atribuído ou de fato dito por alguém que admiramos? Como este de Dostoiévski: Os criadores e os gênios, no início da sua carreira, quase sempre, e muitas vezes até no fim, sempre foram considerados pela sociedade como uns parvos e uns loucos — é esta uma das observações mais triviais e sabidas. Tancredo Neves, político mineiro que teve grande destaque na política brasileira com a tentativa de ser a ponte de transição entre a ditadura militar e a democracia em meados dos anos 1980, tinha as suas frases famosas. “O processo ditatorial, o processo autoritário, traz consigo o germe da corrupção. O que existe de ruim no processo autoritário é que ele começa desfigurando as instituições e acaba desfigurando o caráter do cidadão. ” ‘“Então não me conte. Se você, que é o dono do segredo, não consegue guardá-lo, imagine eu. ” (Quando alguém tentou contar-lhe um segredo que ninguém

podia saber.) “Esperteza, quando é muita, come o dono” Extraída do dito popular: “Esperteza quando é demais, vira bicho e engole o dono” Um amigo, João Batista de Andrade, cineasta com longa carreira de filmes de sucesso, como “O homem que virou suco”, “A próxima vítima”, “O pais dos tenentes”, fez um excelente documentário sobre Tancredo Neves e esse momento da história brasileira, da transição da ditadura para democracia, com o título de “A céu aberto”. Me contou que foi extraído de uma frase que Tancredo teria dito. “Ninguém conspira a céu aberto” Ao investigar direito a origem da frase, acabei descobrindo que o verdadeiro autor, foi outro político, Francelino Pereira, um piauiense, que virou político mineiro, tendo chegado a governador do estado de Minas por eleição indireta. Francelino, sim, era o rei das frases de efeito. Para

Francelino Pereira 1921 | 2017

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comprovar isso basta dizer que foi autor da frase que virou música nas mãos do roqueiro Renato Russo. “Que país é esse? ” O contexto do surgimento da frase foi o seguinte: Quando em 1978 Ernesto Geisel, o então general presidente do Brasil , havia prometido fazer uma abertura lenta e gradual, e que os governadores de estado seriam eleitos pelo voto direto dentro de dois anos, a oposição na época , atuando no único partido, permitido pelo governo, o MDB, teve dúvidas sobre a seriedade desse compromisso. Foi então Francelino Pereira, que era na época presidente da Arena, partido aliado ao governo, fez a

indagação que se tornou famosa. A frase inteira é a seguinte: “Que país é este, no qual as pessoas não confiam na firme vontade política do presidente da República de levar adiante a decisão amadurecida e consistente de dar continuidade à plena redemocratização? Que país é esse? ” A oposição tinha razão em sua desconfiança. Logo depois desse episódio, Geisel sentindo que a oposição estava crescendo muito, lançou o chamado Pacote de Abril, que entre outras medidas, implementou a eleição indireta para governador.

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Contos II

A música que cura Posteriormente, ao atender cantores de ópera - colegas de seu pai que também era cantor - que o procuravam para melhor controlar sua voz, Tomatis faria uma importante descoberta, hoje conhecida como a sua primeira lei. João F Aranha

Cidadão e Repórter

Foto: lakiné-des-oreilles

Os primeiros sons que ouvimos, por volta do quarto mês de gestação, são aqueles provenientes de nossas mães. São os batimentos cardíacos, ritmo de sua respiração e uma espécie de música, impregnada na sua voz que soa melodiosa. Num mundo onde o visual predomina em detrimento do acústico, a música, por ser uma arte invisível, intangível, tende a ser negligenciada, esquecendo-nos que é ela que fala mais diretamente aos nossos corações e mentes. A música não é como a pintura, ela vem de dentro e não de fora. Hoje, o que antes eram suposições de lunáticos e charlatões, comprova-se, através de ressonâncias magnéticas funcionais, que a música fortalece a conexão entre as áreas do cérebro que processam uma recompensa positiva, com sensações de prazer, acalmando as pessoas e colaborando para que se tenha uma atenção focada, entre outros inúmeros benefícios. A terapia musical, e o desenvolvimento dos conhecimentos relativos a neuroplasticidade cerebral, já são hoje uma realidade comprovada, mas nem sempre foi assim. Um dos pioneiros a ligar a música à capacidade cerebral e tornar-se um eficaz tratamento em diversas anomalias corporais, foi o otorrinolaringologista francês Alfred Tomatis (1920/2001). Tomatis foi um dos primeiros a apontar os riscos para a saúde de ruídos excessivos. Em suas pesquisas observou que a surdez, quando provocada, tinha ampla relação com o corpo, levando a problemas psicológicos e motores.

Alfred Tomatis 1920 | 2001 O médico investiu contra o senso comum de que a laringe seria o órgão fundamental do canto. Para ele, “a voz só pode conter as frequências que o ouvido é capaz de ouvir”, resumindo numa de suas frases que provocava risos e chacotas.: “Cantamos com os ouvidos”. Dando sequência a seus estudos, o médico inventou um instrumento, que chamou de Ouvido Eletrônico, que consistia num microfone com amplificadores e filtros que bloqueavam ou ampliavam determinadas frequências, escutadas através de um fone de ouvido. Esta, que é a segunda lei de Tomatis, dizia que: “Se dermos ao ouvido comprometido a possibilidade de ouvir corretamente as frequências perdidas ou comprometidas, elas serão imediata e in-

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conscientemente restabelecidas na emissão vocal”, em outras palavras, a escuta “consertada” pode curar a voz. A descoberta seguinte, a terceira lei de Tomatis, afirmava que o treinamento do ouvido - aqui entendido como um atributo externo do córtex cerebral pela exposição às frequências adequadas pode ter um efeito permanente na escuta e, portanto, no cérebro. O método de Tomatis foi ganhando respeito, o que acabou por levar o médico a uma abadia beneditina situado nos pirineus franceses, bem perto da fronteira com a Espanha. Tomatis foi chamado, em 1967, como último recurso, para atender os 70 monges da Abadia D’En Calcat, que sempre estavam ativos e dispostos, mesmo dormindo apenas quatro horas por noite e, agora, se mostravam apáticos e desestimulados, a maioria presos à suas celas. aparentando exaustão e outros preocupantes sintomas. Médicos chamados anteriormente, ou diziam que o problema decorria da falta de sono e que os monges deveriam dormir e descansar mais, ou alegavam que era falta de vitaminas ocasionada pela alimentação vegetariana. Deveriam, portanto, comer carne. Nenhuma dessas recomendações funcionou e, pelo contrário, piorava ainda mais a situação. Tomatis logo compreendeu que o

problema era teológico e não orgânico. Tomou conhecimento que a Abadia tinha um novo e exigente abade que, fiel às determinações do Concílio Vaticano II de modernizar as práticas religiosas, havia suspendido a prática dos cantos gregorianos, por achá-las supérfluas e que ocorriam diariamente das 6 às 8h da manhã. Seguindo as regras de São Bento, os monges praticavam votos de silêncio e com a ausência dos cantos, deixaram de receber o estímulo da voz humana, tanto de si próprio como de seus irmãos.Isto, dizia o Dr. Tomatis é que estava causando a perda de energia e da vontade, alterando a postura e a disposição física. O simples retorno da prática do canto gregoriano não ocasionou, no entanto, uma recuperação imediata. Os monges estavam por demais deprimidos não conseguindo cantar como antes. Tomatis começou então a usar sua técnica do Ouvido Eletrônico e paulatinamente a disposição física e a postura dos monges voltou, permitindo que retornassem ao ritmo acentuado de trabalho que estavam acostumados. Segundo o médico, os monges cantavam para recarregar suas energias, sem que eles tivessem consciência do fato. O canto gregoriano e sons mântricos, além de energizar também acalmam o espírito Tomatis viria a escolher a música ilustração: Brasil Escola

Editor: curioso que há algumas edições escrevemos sobre o inicio da comunicação verbal com a descoberta do fogo

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Alfred Tomatis, implantando Centros de Escuta em inúmeros países, prestando inestimável assistência nos casos mais desafiadores de desenvolvimento cerebral. Para Saber mais: O Cérebro que Cura Norman Doidge - Editora Record

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divulgação

de Mozart, notadamente onde predomina o violino, como sua ajuda terapêutica preferida. Quanto à Abadia, a fome que havia não era de comida nem de sono, mas sim de energia sonora. Quis o destino que, quando de suas andanças pelos arredores da Abadia, Dr. Tomatis viesse a conhecer um jovem de 18 anos que costumava visitar de bicicleta o mosteiro que ficava a 16 quilômetros de sua casa. Ali ele encontrava a paz. Mal saberia que iria encontrar muito mais. Paul Madaule havia nascido com um terrível distúrbio de aprendizado, oportunamente diagnosticado como dislexia. Mas não tinha apenas problemas com a leitura, caminhava de forma desengonçada, tinha reduzido senso de orientação espacial e da distração, além de falar em tom monótono, que mais se assemelhava a um murmúrio. Com tudo isso, era alvo de constantes zombarias dos colegas, o que o tornava extremamente inseguro. Após um longo aprendizado, Paul passou a morar na casa de Tomatis, onde ele tinha também seu escritório. Paul, que na infância mal conseguia comunicar-se, formou-se em psicologia na Universidade de Paris e logo estava fazendo conferências em francês e inglês e já estava bem adiantado no espanhol. Tornou-se o principal discípulo de


Antropologia

Radiestesia e estado alfa

Osvaldo B. de Moraes Historiador

Foto: Horóscopo virtual

No artigo anterior dissemos que os Kahunas desenvolveram uma fórmula de se comunicar com o Eu Básico (subconsciente) através do uso do pêndulo, desde que se estabeleça um código para suas respostas. Seria um princípio fundamental para o uso da radiestesia, que é um sistema que permite entrar em contato com elementos fora de nossos cinco sentidos, através de uso e de perguntas formuladas através de nossa mente subconsciente. Seguindo ainda o princípio da filosofia Huna, esta permite obter informações, conhecimentos e respostas do Eu Básico, ou na moderna psicologia acessar o subconsciente. Essa técnica que tem suas aplicações históricas desde as mais remotas sociedades, como a egípcia, a chinesa, a idade média e até nos povos andinos, já foi empregada para detecção de água e de outros elementos através de forquilhas. Através de convenção de critérios preestabelecidos o pêndulo fornece somente duas respostas, “sim ou não”. Normalmente a orientação convencional

para o deslocamento do pêndulo é: quando ele faz rotações positivas (sentido horário) quer dizer sim. Quando faz rotações negativas ao sentido anti-horário diz não. Portanto, as perguntas devem ser formuladas com bastante clareza e objetividade. E não se presta a prever acontecimentos futuros, como o resultado de loterias ou previsões sentimentais. O pêndulo também se presta para verificar sintonias entre pessoas, objetos e até alimentos. Quando se desloca horizontalmente entre dois objetos, alimentos, remédios, nomes demonstra sintonia e quando corta, deslocando-se verticalmente significa falta de sintonia. Todavia, o instrumento principal em radiestesia é o próprio radiestesista, que deve estar com ótimas ferramentas mentais, através de concentração, relaxamento, visualização e abertura do campo da subconsciência. Voltando ao Kahunas, pela própria filosofia, eles detinham capacidade de poder se conectar com o EU Básico, ou o subconsciente. O mesmo se aplica a quem pretende usar a radiestesia, devendo o operador estar em processo de relaxamento mental, e sempre se possível entrar em sintonia com o estado Alfa de ondas mentais. A título de esclarecimento, a neurociência distingue 5 tipos de ondas ou ciclos por segundo. Para efeito prático, citamos apenas os dois mais usuais a que estamos diaria-

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mente: o Beta, cujos ciclos variam entre 12 a 33 hz e o Alfa, cujas variações estão entre 8 e 13 hz A maior parte do dia estamos em sintonia no estado Beta, isto é, ocupando o lado esquerdo do cérebro, responsável pelo raciocínio lógico, concreto, espacial, analítico, linear, etc. Já o lado direito, responsável pelo pensamento abstrato, intuitivo, emocional, sintético, artístico, subjetivo, etc, seria usado com mais profundidade por artistas plásticos, escultores, sensitivos, músicos, estudantes, etc. O acesso ao subconsciente seria conseguido quando permitimos que os dois hemisférios trabalhem em harmonia um com o outro. Dessa forma, o subconsciente poderia se manifestar, ser mais conhecido, suas funções utilizadas de forma terapêutica e para o bem-estar do sujeito. Isso se consegue com o funcionamento cerebral atuando com maior predominância no estado Alfa. Além disso, essas ondas cerebrais mais lentas podem ser o campo onde se desenvolvem habilidades como concentração, aprendizagem e memória. Para o desenvolvimento desse processo para atingir estados mais profundos, existem técnicas como yoga, exercícios orientais ou mesmo cursos, que ativam ondas de frequência mais baixas, como desenhando usando o lado direito do cérebro que intui o uso de espaços vazios ou negativos restringindo o lado lógico e dando prioridade a um relaxamento (estado Alfa). Outros cursos como o de controle mental, foram criados e surgiram nas últimas décadas do século passado, como o Silva Mind Control que estuda sobre os estados de consciência, beta, alfa, teta e delta e começou a levantar a hipótese de que a diminuição dos estados de consciência mais profundos do que o estado beta, chegando à alfa e teta, poderia ajudar na melhor qualidade do funcionamento do cérebro. Em frequências cerebrais menores, o cérebro podia armazenar melhor as informações e também evocá-las com mais eficiência, sendo que as ondas alfas ajudam na concentração e, consequentemente, enxergar nossos objetivos

com mais clareza, nos tranquilizando e nos ajudando a reduzir os medos e melhorar a memória. Outra técnica de relaxamento baseada na autossugestão foi criada pelo psiquiatra alemão Johannes Henrich Schulz, - Treinamento Autógeno, método que tem por objetivo o relaxamento psíquico e compondo-se de exercícios (fórmulas) objetivando estabelecer tranquilidade inicial, relaxamento dos tônus musculares, estimulação da circulação sanguínea, regulação da respiração e dos batimentos cardíacos, tranquilização da cabeça e dos pensamentos. Todas essas formulações têm como princípio básico para sua atuação o controle da respiração e indução de imaginação para alcançar níveis mais baixos de frequência cerebral. Retornando ao que foi dito sobre as técnicas de radiestesia, os resultados só serão confiáveis desde que o operador esteja com controle de sua mente, em estado de relaxamento, com frequência que o isente de preocupações cotidianas e sem ansiedade pelos possíveis resultados às perguntas formuladas. Caso contrário tanto o uso do pêndulo ou de outro acessório resultará respostas enganosas. Voltando ao desenvolvimento da filosofia Huna, aferimos que a sociedade embora primitiva propiciava a seus membros um acesso fácil ao subconsciente pela liberdade de alcançar uma compreensão da consciência humana isenta de sentimento de culpa onde o pecado era somente encarado quando prejudicava o outro, diferenciado de religiões que ameaçam castigos frente a quebra de certos dogmas. Com essa convivência com a mente sintonizada em frequências favoráveis eram capazes de realizar curas através de magias, caminhadas sobre lavas de vulcão e outros casos considerados místicos. Embora na convivência do mundo moderno, se aprofundando no virtual, onde a pressa de resultados é imprescindível, qualquer técnica que auxilie a um estado mental mais sereno e que nos induza a uma criatividade com resultados satisfatórios íntimos será bem-vinda.

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Em todas as telas

Drauzio Varella: envelhecendo ativamente na sala da frente

Quando você pensa em reportagens de televisão sobre saúde, um dos nomes que lhe vêm a cabeça certamente é do dr. Drauzio Varella, hoje com 77 anos. Oncologista, escritor, conhecido pelo trabalho que desenvolvia na Casa de Detenção de São Paulo, nome oficial do Carandiru, que virou livro de sucesso (Estação Carandiru) e depois filme, ele sempre está presente na televisão aberta e em diferentes mídias. Um homem 70+ que se tornou referência no que faz e não tem o aposento como opção. Como Alexandre Kalache disse recentemente na abertura do Maturifest 2020, um homem que está envelhecendo na sala da frente. O Instagram de Drauzio Varella tem 1,2 milhões de seguidores, o canal no YouTube 2,47 milhões de inscritos e no Facebook são mais de três milhões. Neste período de pandemia de Covid-19, um vídeo antigo do médico foi usado por quem nega a gravidade da doença para dizer que era apenas uma “gripezinha”, mas logo ele mostrou a importância de estar atento às mudanças em relação à Covid-19 e acompanhar o que acontece no mundo e no Brasil. Até a primeira quinzena de julho, o Brasil tinha quase dois milhões de casos confirmados e mais de 74 mil mortes. Por isso, mesmo com a reabertura gradual na maioria das cidades, ainda é preciso manter o distanciamento social e reforçar os cuidados com a higiene, lavando as mãos com água e sabão e utilizando álcool em gel. A máscara também se transformou em acessório obrigatório para quem precisa

Foto:página oficial facebook

Katia Brito Produtora de conteúdo sobre envelhecimento e longevidade

sair de casa, protegendo não só a nós mesmo como a todos os outros. E falando em máscara, o médico é protagonista da campanha Usar #MascaraSalva, onde esclarece dúvidas sobre o uso correto e a importância da máscara. A campanha é do Todos pela Saúde, iniciativa que colabora no combate do coranavírus, criada pelo banco Itaú com base nos pilares: informar, proteger, cuidar e retomar. Ter Drauzio Varella na linha de frente da iniciativa traz credibilidade, indiferentemente da idade do médico. O que mostra como a idade cronológica não define quem somos, é mais um marco legal para garantia de direitos e formalização de deveres. Ele é um exemplo do que é envelhecer ativamente, mantendo a saúde, a participação social e estando aberto a aprender e reaprender. Humor Tudo isso faz do médico uma inspiração também para o bom humor, fundamental para o envelhecimento bem-sucedido. A polêmica entrevista em uma reportagem sobre a população trans no sistema carcerário resultou em uma frase que virou meme neste período de pandemia: “Solidão, né, minha filha?”. A pergunta vem ganhando diferentes adaptações: “Ansiedade, né, minha filha?. “Vontade de bater perna, né, minha filha?”. Até uma página de humor nas redes sociais tem seu nome: @drauzio.sincero, com mais de 270 mil seguidores no Facebook, e outra homenageia o “Né, minha filha?”, com mais de 30 mil curtidas.

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Dicas de Saúde Física e Mental

Uma conversa de mulher para mulher Marcia Castilho Instrutora de hatha yoga. Yoga terapia hormonal e meditação para pessoas e empresas. Programa bem estar e yoga em cia.

Aqui vai uma notícia que talvez não tenha chegado aos seus ouvidos. Sabia que existe uma forma de pôr seus hormônios em dia e se livrar da indisposição, cansaço, instabilidade emocional, irritabilidade, enxaqueca e outros? Hoje é possível transformar sintomas de menopausa, climatério e pós-menopausa em bem estar, disposição e autoestima sem ingerir uma única grama de medicamento.

Um tratamento inteiramente natural e holístico chamado Yoga Terapia Hormonal para Mulheres. Uma verdadeira revolução para a saúde de todas as mulheres com sintomas de baixa hormonal. Eu sou instrutora dessa técnica e sei bem do que estou falando. Mas se você não acredita, te desfio a praticar por 2 meses Yoga Terapia Hormonal e se quiser, ao final, fazer um exame de dosagem hormonal. Mesmo sem exame o seu corpo e a sua mente te dirão que valeu a pena! Quer saber mais? Acesse o Instagram: @divinayoga.santos ou fale diretamente comigo pelo celular: (13)99608-6600.

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Mudança de Hábito

Cérebro e envelhecimento - Diminuição ou aumento de possibilidades? Uma questão fundamental à busca da boa longevidade

Silvia Triboni Viajante Sênior e Repórter 60+

Para responder a uma das questões que mais preocupam o público 60+, em agosto de 2018, o Doutor Abrahão Fontes Baptista, cientista e pesquisador brasileiro sobre a regeneração nervosa e neurociência relativa ao desenvolvimento da consciência, ministrou palestra aos alunos do curso Profissão Repórter 60+, intitulada Cérebro e Envelhecimento – diminuição ou aumento das possibilidades, em que explanou acerca do funcionamento cerebral, e possibilidades de seu desenvolvimento na fase madura de vida. · O Cérebro Em uma aula abrangente e de fácil compreensão, explicou que apesar de se acreditar que as funções cerebrais diminuem com o envelhecimento, a coisa não é bem assim. Ensinou que “nosso desenvolvimento cognitivo foi desenvolver a parte da frente do cérebro que comanda as funções cognitivas, executivas…sendo que nos animais a parte de trás é maior, pois possuem as partes sensitivas mais aguçadas, como a visão, olfato…” O ser humano possuindo a parte da frente do cérebro (motora e executiva) mais avantajada, é ela que comanda todos os demais setores do cérebro. Este, funciona em rede o que nos faculta a capacidade de poder ver, ouvir e pensar ao mesmo tempo, por exemplo. Segundo o pesquisador Abrahão, mestre e doutor em ciências morfológicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pós-doutor na Western Sydney

University, Austrália, os problemas que surgem com o envelhecimento estão relacionados à incapacidade de mudar o uso de outras regiões do cérebro enquanto se está em alguma situação. Exemplificou utilizando a situação de uma pessoa com depressão e sua incapacidade de ampliar sua vontade em prol de uma melhora. Ilustrou sua palestra demonstrando, com imagens, o envelhecimento do cérebro e sua variação de tamanho e abrangência ao longo da vida entre 18 a 97 anos. Doutor Abrahão, em sua fala tranquila, porém certeira, introduziu a demonstração de seus estudos e prática científica, dizendo que o estudo da conectividade existente no cérebro mostra que a possibilidade de operar em rede nos cérebros das pessoas mais velhas detém maior alcance do que em pessoas mais novas. A parte cognitiva deixa de comandar com prioridade, passando a parte emocional a se conectar com o resto do cérebro, com primazia. Segundo o cientista, ” Isso é um avanço em relação aos mais novos e não um retrocesso. Apenas coloca as pessoas em posições diferentes. Se temos funcionamento motor, funcional emocional, vemos que os mais jovens não possuem o emocional ampliado que só aparece a partir dos 50 anos.” Diante de tais fatos conclusivos, ressalta o pesquisador Abrahão que a sociedade coloca o jovem como top mas não é a realidade. · O que fazer para desenvolver o cérebro Ao descaracterizar a crença de muitas pessoas de que o cérebro degenera com o envelhecimento, o pesquisador mencionou o estudo feito com os chamados Super-idosos, pessoas com mais de 80 anos que apresentam memória e volume cerebral compatíveis com pessoas de 50-60 anos. Estes foram estudados com o objetivo de auxiliarem nas respos-

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tas à preservação das funções cerebrais ao longo do envelhecimento. Afirmada a real possibilidade de desenvolvimento do cérebro mesmo após os 60 anos, apresentou as respostas que todos aguardavam: o que se deve fazer para termos as mesmas condições dos Super-idosos, estacionando, ou aumentando, o tamanho do cérebro e de nossas funções relativas à memória, intelecto etc. As recomendações foram claras: fazer atividades físicas, intelectuais e sociais, de forma intensa, é a chave para se alcançar o tão almejado desenvolvimento cerebral no idoso. Andar, caminhar, dançar, correr, vigorosamente, aumenta a reserva funcional do cérebro. Outro fator fundamental no exercício das atividades mencionadas é a prática da Atenção. Conforme nos explicou, “estar atento naquilo que se faz nos ajuda a ultrapassar barreiras relacionadas a outros fatores”. Consultado sobre a possibilidade de conquistas no sentido do desenvolvimento cerebral após os 60 anos, ele respondeu que é possível sim. Apresentou-nos sua pesquisa sobre a prática da Meditação que, segundo ele, é uma forma especial de se manter a atividade física e cognitiva preservadas. Na meditação, disse o palestrante, “o indivíduo utiliza técnica de focar sua mente em um objeto, pensamento ou atividade, visando alcançar um estado de clareza mental e emocional. O controle é top-down. Fazemos isso praticando a atenção enquanto meditamos.” Outras atividades são, também, favoráveis à renovação cerebral aqui tratada, como por exemplo o trabalho artesanal, ofício que exige muita atenção e foco. Yoga, tai chi, também foram citados. Diante de um cenário otimista e construtivo, que entusiasmou os alunos do Profissão Repórter 60+, muito se perguntou a respeito das descobertas científicas surgidas para a melhora da saúde, aprendizagem e qualidade de vida do público Sênior.

Foto: Lilian Liang

tas do ilustre Professor, o qual nos explicou que o importante é a prática de atividades que exijam o funcionamento de vários setores de nosso cérebro, como por exemplo a dança que nos impõem, segundo ele, “modificações constantes pois precisamos nos adaptar a ritmos diferentes, pessoas diferentes, ambientes diferentes…”. Em resumo ao tudo ensinado pelo Dr. Abrahão Fontes Baptista, vimos que o cérebro precisa manter-se ativo e exercitado constantemente em seus variados setores, se quisermos ter uma longevidade saudável produtiva e feliz. Portanto, mãos à obra! Currículo de Abrahão Fontes Baptista http://www.ufabc.edu.br/ensino/docentes/abrahao-fontes-baptista O curso Profissão Repórter 60+, foi criado pela Dínamo Editora e a Associação Centros Etievan, apoiado pelo Conselho Estadual do Idoso e da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo. Fundadora do Projeto Across Seven Seas www.acrosssevenseas.com Também no You Tube, Facebook e Instagram

Mais abrangente ainda foram as respos-

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Nosso Universo interior

A importância e o poder das palavras

M. Luiza Conti Coach para mulheres

“Na língua portuguesa, uma palavra (do latim parábola, que por sua vez deriva do grego translit. parabolé), pode ser definida como sendo um conjunto de letras ou sons de uma língua, juntamente com a ideia associada a este conjunto. A função da palavra é representar partes do pensamento humano, e por isto ela constitui uma unidade da linguagem humana.” A nossa palavra tem extrema importância no funcionamento da nossa mente, que é onde elaboramos nossas experiências para nos manifestar através das palavras, e dividir nossos sentimentos e emoções, compartilhando o nosso modo de ver o mundo. Vale observar que os pensamentos (mente), levam às emoções e sentimentos (coração), e a qualidade da expressão do que se fala, e com isso comprovará que as palavras afetarão tudo e todos que estão a sua volta. As pessoas se expressam o tempo todo, mas não dão a verdadeira importância ao que dizem, e esquecem que as palavras movem o mundo, pois são elas que dão nomes a todas as coisas, internas e externas. Quanto mais dermos atenção ao que dizemos e mais amplo for o nosso vocabulário, maior será a compreensão do que se passa a nossa volta e consequentemente ao processo de comunicação e estudos. O que pensamos e falamos é o que irá criar a nossa realidade, que tanto pode ser para realizar como para destruir, portanto se nos conscientizarmos desse poder, podemos encontrar formas diversas para melhor nos expressar. Ferir alguém com palavras agres-

sivas, principalmente uma criança, pode deixar marcas por uma vida toda, e o contrário também é verdadeiro, portanto criar o hábito de pensar antes de falar pode fazer toda a diferença. A comunicação assertiva, com as palavras bem direcionadas tem efeitos maravilhosos. Pense que tudo que você emite volta para você, então quando emitir suas palavras com cuidado, além de ter mais pessoas querendo estar ao seu lado, estará transmitindo ao outro a oportunidade de fazer igual, ser assertivo e consequentemente agregar coisas boas para você. Preste atenção que a sua própria imagem diante dos outros pode mudar radicalmente, porque a sua clareza e determinação dirá com respeito quais são os seus limites, o que você gosta, o que te deixa feliz, e assim por diante..., e com isso as pessoas também saberão melhor como lidar com você. Compreendendo isso, algumas pessoas podem até mudar o tom da sua voz, a sua forma de ser e de pensar. É realmente inteligente pensarmos na nossa forma de comunicação, expandir nosso vocabulário e prestar realmente atenção a nossa fala, pois estaremos criando força no caminho que queremos trilhar, que poderá ser criativo e aberto, ou destrutivo e fechado. A palavra que você diz hoje pode ser irreparável e deixar sequelas enormes. É com a palavra que conduzimos tudo a nossa volta, falamos de amor, falamos de educação aos nossos filhos, conquistamos pessoas, criamos profissões libertadoras, oramos, agradecemos..., é uma questão de escolha. É possível fazer a diferença com as palavras que usamos, seja no convívio social, no esporte que praticamos, no carinho que dedicamos, podendo até nos tornar um líder no nosso meio pelo tudo que expressamos. Se fizer sentido pra você, manifeste-se : - pensando sempre antes de falar - cuidando da palavra e do modo

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como ela será dita - amadurecendo essa idéia - colocando a palavra a seu favor - sabendo quando e como irá se manifestar - percebendo os lindos momentos que as palavras expressam - observando quais as palavras que utiliza para construir a sua história - o significado que as palavras dão

a tudo que existe - como as palavras explicam a nossa dor - existem palavras que não valem nada... Use a palavra com responsabilidade, para acariciar, abraçar, construir, amar... contato: mlconti@hotmail.com

Foto: Daniela Vergara Coach

Contos I

Julho de 2020, até agora um ano que não aconteceu Foto: blogodorium.com.br

Malu Alencar Historiadora e Produtora cultural

Não consigo sair desse círculo vicioso que a vida me colocou, a mim e a quase todos que conheço. Tenho pesadelos e as vezes me vejo no quintal de minha casa e eu criança sentada na grama ao lado de minha mãe. Não sei se é real ou imaginação, mas a sensação que tenho é de medo, um medo de perda, perder minha memória, perder o tempo que não sei onde está, perder o sentido da vida. Me vejo ao lado de Luiza e ela cantando sua música predileta, O Jangadeiro, ouço sua voz: “Era o meu lindo jangadeiro, de olhos verdes da cor do mar....” uma letra melancólica que nunca esqueci

e o som de sua voz entra na alma e eu sabia que enquanto cantava meu coração chorava porque ela estava triste. Quem sabe pensando no passado, em alguém que tinha partido. Hoje me vejo num quintal que não é meu, com grama cobrindo a terra com vista para uma represa que até março

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todos os finais de semana era uma festa de sons, de barcos, jet skis, lanchas pequenas cortando as águas. Vozes de crianças gritando como sabem gritar ao brincar e de vez em quando a voz de um adulto: Cuidado.... Não entre na água... e o ruído dos motores roncando cortando o silencio das águas paradas. De longe parecia que iam se chocar, mas a habilidade dos condutores era maior, dava a impressão que estavam numa competição de dança e malabarismos promovendo um show. Na verdade era um espetáculo mesmo, a água que se movia como se estivesse sendo regida por um maestro ao som dos motores em vários tons, dançavam como uma bailarina fazendo passos longos pulando e voando como bolhas de sabão. De longe não dava para arredar os olhos. Presenciei esse espetáculo, todas as vezes que estive aqui. Hoje o silencio é total. A água está parada, as vezes faz ondas no balanço do vento e parece que entendem o que está acontecendo com o mundo nessa

época de pandemia. Reflete o medo dos homens e se recolhe esoerando o tempo passar. É inverno mas não faz frio, é julho mas não há férias, faz tempo que as escolas estão fechadas e não se sabe quando reabrirão com segurança. O mundo é estranho , está mais estranho ainda nesse ano de 2020. Hoje sou avó, mas não sou a avó como as avós que conheci quando criança. O mundo mudou. As crianças mudaram. Esqueci o sentido da palavra futuro e não sei o significado de esperança. Tenho medo, muitos medos, mas não da morte. Tenho medo da vida. Não sei mais o que é sonho. Tenho medo do medo. Medo de perder alguem querido, um filho, um neto, alguém da família , uma amiga, um amigo... Que mundo é esse que acabou com minha alegria? Que ano é esse que não sei como vai terminar?

Dicas de Viagem

Nova Zelândia, Ilha Norte e Sul

Anete Z. Faingold Engª. da Computação

Um território longo bem perto da Austrália, com uma extensão de 268.021 km quadrados, composto por duas ilhas, a do Norte e a do Sul, ambas separadas pelo estreito de Cook. A Nova Zelândia desperta a atenção dos turistas por suas belas paisagens e sua diversificada ecologia. Seus habitantes autóctones são os Maoris. A ilha foi colonizada pelos britânicos em 1841 e a cultura Maori foi conservada e respeitada até os dias de hoje.

Foto: blogdointercambio.west1.com.br

A Nova Zelândia é um país que tem quatro vezes mais ovelhas do que habitantes. O esporte típico deles é o Rúgbi (destaque para o famoso time All Blacks). Antes de começar cada partida os jogadores sempre fazem a “Haka Dance” símbolo de luta Maori. Eles se denominam Kiwi, o animal típico da ilha. Começamos

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nossa viagem pela Ilha Norte, chegamos em Auckland a cidade mais populosa, passeamos a pé pela praia e fomos visitar os principais pontos turísticos. Mais tarde alugamos um carro e nos dirigimos em direção a Rotorua. No caminho visitamos uma caverna de vermes luminosos em Waitomo. Chegando a Rotorua já se sente forte cheiro de enxofre, por causa de suas águas sulforosas. Pela manhã tomamos um banho em uma das piscinas termais e vimos um show de gêiseres. Ali assistimos um show Maori, incluindo a visita a uma aldeia e um jantar típico. Foi apresentado um show de dança com guerreiros, e nos explicaram detalhes sobre sua cultura. Foi uma noite muito alegre e divertida. Na Nova Zelândia as paisagens são magnificas, a natureza parece intocada pelo homem. Na estrada visitamos também uma cidade típica do início da colonização denominada “Taranaki Pioneer Village”, éramos os únicos visitando essa cidade, algo que nos enriqueceu bastante. Lá descobri que neste país não existem animais peçonhentos, fiquei boquiaberta. O responsável pelo lugar até brincou que todos os peçonhentos foram enviados para Austrália. Visitamos a capital Wellington, e de lá partimos de avião para a Ilha Sul em Christchurch, que recentemente havia passado por um forte terremoto, por isso não pudemos visitá-la. De carro começamos nossa viagem pela Ilha Sul. Esta é a parte mais bonita da Nova Zelândia, é possível dirigir km sem ver uma alma viva, mas em todo

o caminho vemos milhares de ovelhas. Todas as estradas da Nova Zelândia estão muito bem sinalizadas com banheiros limpos como se fosse em casa. Paramos diversas vezes no caminho para explorar cavernas e lugares a pé. Outra cidade a visitar é a pequena Franz Josef, lá pegamos um helicóptero para entrar numa grande geleira (em pleno verão) vestindo roupa de neve. Um passeio imperdível é apreciar as geleiras de cor azul, entrando em diversas cavernas naturais formadas pelo gelo. Rumamos a Queenstown e passeamos pelo centro da cidade. O maior reservatório do mundo são seus lagos, em um deles fizemos esporte radical com uma lancha em alta velocidade, deu bastante frio na barriga, pois parecia que ia bater na montanha desviando-se no último momento. Passamos mais tempo na Ilha Sul do que a Ilha Norte. A comida na Nova Zelândia é deliciosa, as pessoas muito agradáveis e o clima um pouco frio para o verão, mas fomos bem preparados. É preciso ter cuidado com uma espécie de papagaio que come a parte de plástico do carro. Pernoitamos em motéis cuja estrutura é ótima. Fazíamos nosso café da manhã no quarto, comprando tudo no supermercado. A água é potável em todo o país, boa economia para o bolso. Uma outra dica: os carros têm mão inglesa e, portanto, tomem cuidado para não errar a seta, a polícia parou nosso carro, quase levamos uma multa, conforme o guarda, gerando perigo aos outros carros.

Acordo Obsoleto, Durmo Atualizado www.durmoatualizado.com.br

Seniors ativos, curiosos, empreendedores e eternos aprendizesUm blog com dicas fáceis e diversas desde cortar custo de aquisição de remédios, como tirar uma ideia da cabeça e tornar-se um projeto a aplicativos que facilitem o seu dia a dia. Desenvolvido por Marcelo Thalenberg colunista do Magazine 60+

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Empreendedor/Tecnologia

Qual o seu credo na questão trabalho x dinheiro

Marcelo Thalenberg Empreendedor escreve artigos sobre tecnologia

Zeca é um barbeiro de bairro, trabalha há mais de 40 anos, é o barbeiro mais em conta do bairro e nos últimos anos não reajustou o preço do corte de cabelo ou barba pois acha que a clientela está em crise, Zeca ainda escuta rádio AM e só tem telefone fixo para algum recadinho, diz ele. Reclama do rendimento que tem, sugiro que aumente o valor dos serviços, mas ele não quer. Ele cobra o dobro para atender em casa, mas não quer ter WhatsApp e não sabe se quer atender cliente fora do salão. Pergunto,

qual o limitador para melhorar o resultado mensal dele? Mary Ann tem uma loja de decoração e acredita que o máximo que ela consegue faturar na loja dela é o que consegue. Janjão acredita na economia circular e está feliz com o que ganha, mas se tiver uma emergência médica não tem como pagar, tem horror a cobrar mais pelos seus serviços, mas se tiver uma melhor remuneração poderá ser mais eficaz em suas ações circulares. Por que não? Os casos mencionados mostram que nem o próprio autor valoriza seu trabalho. Muitas vezes, nosso pé atrás com relação ao preço reflete nossa insegurança ou até um pudor pelo que cobramos pelo nosso trabalho ou até a descrença no valor do próprio trabalho. Esta é uma questão recorrente que vale até se reunir em um grupo e descobrir os limites internos e como ultrapassá-los. Descongele seus desejos!

Foto: www.cipd.co.uk

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A História da Arte A Arte Bizantina

Manoel Carlos Conti Artista Plástico Jornalista

Em 323 d.C., Constantino o Grande, tomou uma decisão extraordinária e cujos efeitos podemos sentir até os dias de hoje. Ele resolveu mudar a capital do império Romano para Bizâncio, cidade Grega que passou a ser chamada de Constantinopla (hoje Istambul) A nova capital passou a ser uma base cristã do Estado romano e a arte toda desse Estado veio junto para se adicionar a arte local. O crescimento da arquitetura cristã exerceu um poder imediato nas pinturas e vastas superfícies foram cobertas por imagens dignas de serem emolduradas. Os artistas mais humildes passaram a ser ajudantes de grandes mestres recrutados provavelmente por ordens imperiais. Das grandes pinturas surgiu uma nova mistura de arte, o mosaico bizantino Composto de pequenas peças de materiais coloridos assentados em gesso

forte foram embelezados templos, castelos, paredes monumentais, portais, colunas, chafarizes e muitas vezes o piso de grandes construções. Alguns historiadores afirmam que o surgimento de ótimos desenhistas e ilustradores passaram a decorar Bíblias baseados nos mosaicos. Outros porém dizem que a grande inspiração desses artistas eram as escritas principalmente do velho testamento. Em 1204 Bizâncio sofreu uma derrota quando exércitos da Quarta Cruzada, ao invés de irem combater os Turcos, assaltaram e tomaram Constantinopla que durante meio século ficou em mãos latinas. Em 1261 a soberania Bizantina foi recuperada e então nasceram novas formas de arte com um sabor próprio, diferente e original. Por causa do empobrecimento do Império, os temas passaram a ser diversos, tanto nos mosaicos, nas pinturas e esculturas. As artes em geral, ainda que despidas de toda emoção trágica e reduzidas a um nível de fantasia ornamental, essas figuras constituem uma citação coerente e importantíssima da Arte Antiga Foi por essa via que a herança Greco Romana que penetrou na maravilhosa arte de uma parte do mundo Árabe. Foto:galeria419.com.br

Cristo Pantocrator Bizantino - Museu de Kariye Istambul, TURQUIA

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Nosso cafézinho

Entrevista com uma grande Barista

Cida Castilho Barista

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Foto: criscardoso.com

Pois é, estamos em nossa 14ª edição, e eu confesso que estou me surpreendendo comigo e com as pessoas envolvidas que são de alto gabarito e eu uma Barista tentando passar algo de bom e muito bom, sempre relacionado a café. Feliz porque o café encanta, ele aproxima ele deixa um pedido para o próximo, e por aí vai tudo com que ele nos gratifica. Pensando em nossa recente história (Magazine 60+) com um (1) ano e desejando um aniversário de muitos e muitos anos, eu chamei uma amiga Barista para que eu a entrevistasse. Bia Sobral é uma pessoa encantadora tanto é que eu fui privilegiada por conhecê-la e admirá-la, pois com seu jeitinho ela conquistou este mundo do café. Vamos a entrevista! C C – Como foi que você entrou para o mundo do café? Bia Sobral - Na cooperativa em que prestava serviço surgiu uma cliente do seguimento de café procurando uma promotora para trabalho em PDV (ponto de venda). O dono da cooperativa não tinha nada a ver com esse tipo de trabalho de promotora, já que o seu forte seria como barman, bartender e serviços de buffet. Acabei sendo convocada para prestar serviços para a Baggio Café como promotora, e parece realmente coisa de Deus, porque a minha paixão despertou com tudo. Como todos os trabalhos que executo me faço conhecedora da empresa que irei representar e dos produtos que irei servir, para não haver dúvidas na comunicação com os clientes que estarão cheio de perguntas variadas. Fiquei encantada com a história centenária da empresa “Baggio Café”, e mais ainda quando percebi que a dona era uma mulher à

frente dos negócios da família e foi aí que realmente vesti a camisa da empresa. Foi um trabalho que me pegou de dentro para fora e que me deixou muito feliz, eu não esqueço o dia em que estava executando meu trabalho e apareceu a Cida Castilho e ficou observando e eu gelada de pavor, mas enfim dando meu melhor. A partir desse dia a diretora ficou sabendo do meu trabalho e foi aí que tudo começou. Paixão nacional entrando em minha vida! Nesse trabalho eu acabei descobrindo um pouco sobre os cafés gourmet e também os instrutores da área como; Mestre da Torra, Senac enfim eu até quis fazer um curso de Barista na época, mas era muito caro, mas fiquei tentada a fazer. Foi quando veio a proposta da Liana Baggio de proporcionar um curso, e foi aí o meu primeiro curso de Barista com Cida Castilho, foi maravilhoso, foram 2 dias intensos entre a teoria e a prática no espresso. C.C - Quais os cursos que você fez? Bia Sobral - Cida Castilho, Senac, De Longh e o último foi em janeiro na Itália na SCAA (certificação internacional) C.C – O que você observou de diferente no curso que você fez na Itália na SCAA? Bia Sobral - No curso da SCAA, observei que os italianos dão uma importância muito grande com o fruto café e observei que lá só tem instrutores homens e eu queria entender por que tanto amor com o nosso fruto, já que na Itália não existe produção de café.


Foto: Cida Castilho

C.C – Quais são as diferenças dos cursos fora do Brasil? Bia Sobral - Na Itália existem 3 fases do curso que são: Básico, Intermediário e Intensivo sendo o básico e intermediário só teoria sobre o café e no intensivo só aula prática. C.C – E aqui no Brasil, tem algum curso que se assemelha ao italiano? Bia Sobral - Tem sim, o Senac é o que mais se aproxima sendo 1 semana teórico e a segunda só prática. Onde atuo como instrutora no Bares e Cia, o curso é de 2 dias intensos sendo 90% prática; ou seja, o foco está em um bom atendimento em suas respectivas cafeterias, porque não tem interesse em se tornarem Baristas. Alguns até saem do curso maravilhado e buscando um aprimoramento em escolas especializadas. O Barista na verdade ele é um intermediário em toda essa cadeia desde a plantação até o pacote de café. C.C- Você não gostaria de desenvolver um curso para os mais de 60? Bia Sobral - Primeiro eu quero montar um curso semelhante ao da Itália para formação de Barista. Para os mais de 60, já estou montando um curso super bacana de métodos diferentes de se degustar um bom café, e como! Hoje o empresário tem um excelente consultor que vai até o seu comercio explicar e vender o seu produto super bem conceituado, só que acaba em mãos não especializadas e o produto que já tem um diferencial no custo acaba sendo servido como uma bebida comum, ou seja; de qualquer jeito. C.C – Hoje você ainda trabalha como barista? Na verdade, hoje eu atuo muito em área de eventos e todos no segmento café, monto estações de café, faço treinamentos em empresas, workshop e isso quer dizer que já não trabalho como Barista e sim ensino a ser um ou uma profissional na área e até mesmo ser Barista. C.C – Bia, você é uma expert em avaliar a bebida café? faço essa pergunta porque vejo que alguns baristas acabam

Bia Sobral viajando e falando até a cor da fruta que está sentindo no aroma e sabor e qual a sua recomendação? Bia Sobral – Não estou neste nível, eu sei quando a bebida é acida, quando esta queimada, se o amargor provocado é por causa da super extração ou pelos grãos degustados. Eu recomendo o seguinte: A maioria dos bons cafés tem em sua embalagem descrição sobre o produto, e a partir daí fica mais fácil de reconhecer os sabores. Dica da Bia Sobral: quando comprar café gourmet seguir as especificações da embalagem que as sensações serão observadas. Cida Castilho Barista Senior (011) 99914 8868 Cidacampos52@gmail.com

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Ana Luna Cabelo Branco Crônicas do Cotidiano

Eu era feliz e não sabia

Ana Luna Graduada em Letras

É de morte...a Morte. Quando você perde alguém próximo a você , alguém que você conhece o sorriso, os trejeitos, os defeitos e as qualidades, morremos um pouco também. Viver envolve morrer. Envolve também amor . Todo mundo repensa na morte. Todo mundo tem seu posicionamento, sua visão, sua convicção. Sua fé ou não. A vida acaba ou continua ? Tenho vivido tudo ? Aproveitado tudo que a vida me proporciona ? Tenho olhado para o outro ? Tentado ajudar ? Nas diversas fases da vida as coisas acontecem. E creia, chega um momento que você sente saudade de momentos que você até criticava. E de repente descobrimos que sim, eu era feliz e não sabia. Não me dei conta que era tão bom meu pai brigando comigo porque eu chegava tarde. Era cuidado.

Não me dei conta o quanto era bom a comidinha pronta e quentinha. Era só sentar à mesa. Era amor. Não me dei conta que meu pai me levava de carro para a escola...paga. Era carinho. Não me dei conta que tudo fazia parte de uma coisa linda que se chama família. Tive a sorte de ter uma. Era feliz e não sabia. Será que a idade faz repensar? A maturidade coloca equilíbrio ? Ou será a proximidade da morte que mexe lá dentro ? Estamos mais pra lá que pra cá diz o dito popular. Verdade. Sem delongas. Então, vez por outra ficamos a cismar. Prefiro pensar na morte poética, um caminho cheio de flores onde as pessoas caminham tranquilas e em paz. Onde você encontra quem você ama. Prefiro pensar que se eu era feliz e não sabia , sei que posso ser feliz sabendo. Mais que ser, estar feliz. A vida é feita de momentos. Faça feliz a quem está perto de você. Faça-se feliz e saiba disso. Texto feito para meu irmão José Miranda Luna (Zelito/Luna) que nos deixou hoje . São Paulo 30 de julho de 2020 Saudades.

Quando a tristeza bater na sua porta, abra seu belo sorriso e diga: Desculpa, mas hoje a felicidade chegou primeiro! Nunca brinque com os sentimentos das pessoas, um dia pode ser você o brinquedo. Feliz é aquele que vê a felicidade dos outros sem ter inveja. O sol é para todos e a sombra pra quem merece. NOSSOS SENTIMENTOS Toda equipe do:

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Reutilizando materiais

Pias e mosaicos na madeira

Foto: João Alberto

Além das pias, vasos de madeira, uma infinidade de mosaicos em madeira compõe o seu acervo. Como já disse, as paisagens exuberantes de São Bento do Sapucaí, a religiosidade, versatilidade e o amor pelo desenho e fotografia são fatores preponderantes que destacam suas obras entre as demais. Cada artista tem João Alberto J. Neto a sua marca, uma característica que desAnalista de sistemas taca e identifica a sua autoria. A de Nico Na edição passada falei de um ar- é a grande capacidade de reproduzir o tista chamado Nico Ferrera, mas não fa- que vai na sua alma, como a homenagem lei tudo. Guardei alguns detalhes porque que ele fez ao seu cachorrinho cadeirante Spy que virou estrelinha em 2018, com achei que valia um artigo à parte. Como já me expressei algumas ve- um mosaico em madeira de São Franciszes, a versatilidade e a visão de inovar e co, com um cãozinho cadeirante aos seus empreender são pontos importantes para pés. o reconhecimento e capacidade de reno- Até mais... vação do artista. Existe no mosaico a difícil escolha de como pode ser composta Referências: https://www.facebook.com/ uma obra, sendo o azulejo decorado ou nico.ferrera.7186 colorido o mais utilizado, considerando a facilidade de manuseio e grande variedade de cores e preço. Fazer uma obra em mosaico em vasos ou formas arredondadas é um desafio à parte, pois, além do posicionamento da peça a ser mosaicada, a escolha de matéria colante se torna muito importante. Imaginem, então, fazer uma peça que vai receber uma quantidade considerável de água, como uma pia. Pensando na inovação, o artista Nico Ferrera investiu em um torno para fabricar e comercializar pias e vasos com madeira de demolição. Mosaicá-las com azulejos é opcional. As pias devem ser mosaicadas com peças (tesselas) pequenas para manter a curvatura da base e rejuntada de forma que a água não se infiltre e acabe soltando as peças. O trabalho é muito interessante e gratificante, tendo de ter muito cuidado na escolha das cores e o rejunte utilizado, pois é algo que dificilmente pode ser mudado. Os vasos de madeira também podem ser decorados com mosaicos pelo próprio artista ou pelo adquirente. O artista também ministra cursos onde ensina todas as técnicas necessárias.

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Vida Saudável

Os benefícios da alimentação vegana Receita Suflê de legumes com leite de coco.

Cida Tammaro Adm. de Empresas

Modo de fazer - Ralar a cenoura, chuchu e picar o restante dos legumes. Pré aquecer o forno a 200 graus. Refogar no azeite, a cebola, o alho, e o alho poró, por cerca de 4 minutos. Adicionar o chuchu e a cenoura, e refogar até secar a água do chuchu. - Adicionar o leite de coco, e dissolver a maisena em um copo com água, e acrescentar a mistura, mexer até engrossar, adicionar os temperos e colocar a mistura em uma forma, levando ao forno, por 45/60 minutos. Fontes: Dra. Samara Dias veganapratica.com noticias.ambientalbrasil.com.br

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Foto: craftlog.com - divulgação

São vários benefícios á saúde, a escolha por uma alimentação vegana. A prevenção de doenças cardiovasculares e até mesmo, algum tipo de câncer. Pessoas em uma dieta vegana, tem um risco 42% menor de doença cardíaca. Mostram também 75% menor, de risco de pressão alta, que é um percursor de doenças cardíacas. Além disso, os veganos são mais propensos a comer alimentos que fazem bem para o coração, como cereais, nozes e vegetais. Alguns benefícios de se tornar vegano. - É uma dieta poderosamente nutricional - Pode diminuir os níveis de açúcar no sangue - Pode reduzir o risco de insuficiência renal - Alguns canceres podem ser evitados. - Pode reduzir a dor de artrite. - Risco menor de desenvolver doenças cardíacas. - Pode ajudar a perder peso. - Pode melhorar os níveis de aptidão física. - Leva a níveis mais baixos, o colesterol. Pela sua saúde, assistam no Youtube, “What The Healt (2017), dublado em português. Depois desse filme, você conseguirá tomar uma decisão, sobre comer ou não animais. Personalidade veganas. Steve Wonder – “Nunca gostei de comer carne” Bill Clinton – “Poderia não estar vivo, caso não tivesse me tornado vegano”

3 cenouras 1 chuchu 1 cebola 3 dentes de alho 1 alho poró 200 ml. de leite de coco 2 colheres de sopa de amido de milho 4 colheres de sopa de água 1 colher de chá de pimenta do reino 1 colher de chá de noz moscada.


Mensagens para leitura e meditação Cabeça de Pacú

Lenildo Solano Professor

Cuiabá é uma cidade oriunda da exploração de ouro por bandeirantes paulistas, que a princípio vinham a procura de índios para trabalharem como escravos na lavoura. É considerada cidade verde e situase no Centro Geodésico da América do Sul no Centro Oeste brasileiro e capital do Estado de Mato Grosso rico na agricultura e na pecuária. A cidade de Cuiabá margeia ao rio que lhe empresta o nome, que nasce no município de Rosário Oeste e desembo-

ca no Pantanal mato-grossense. Tendo grande procura por turistas para pesca, para curtirem e fotografarem a majestosa fauna e flora regional. A cultura e as tradições cuiabanas são conhecidas mundialmente e cantadas em ritmos regionais como cururu, siriri, rasqueado e lambadão. Tem destaque ainda o seu artesanto e a sua culinária. A culinária, tais como maria isabel, paçoca de pilão, peixes, furrundu, é requisitada por visitantes que além de se deliciarem, pedem as receitas e levam com os ingredientes para as suas casas. Entre as comidas temos a folclórica estória de que quem come a cabeça do peixe pacu jamais sai daqui; que é justificada por várias pessoas que comeram e permaneceram morando neste recanto abençoado, que tem o prazer e a gentileza de receber a todos com atenção e carinho! Fotos:enviadas pelo colunista

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Receitas Fáceis

DICAS DE EBE FABRA NA COZINHA

Ebe Fabra Chef de Gastronomia

Estamos há meses vivendo mudanças em nossas vidas. Quando você muda sua mente, muda seus hábitos, e mudando seus hábitos, inevitavelmente, muda sua vida. Tenho notado que nesta fase em que estamos vivendo, estamos mais próximos daqueles que estão ao nosso redor. Nos unimos mais, quer pra assistirmos filmes juntos ou irmos pra cozinha prepararmos deliciosos pratos juntos. Hoje vou passar pra vocês uma receita bem simples e fácil de “ Pão Integral”. Quando era criança ia na padaria e só ela fazia pães e só um tipo que se chamava “ Bengala”, alguém lembra? Como era gostoso vir beliscando o pão quentinho pelo caminho. Sabíamos os horários que as fornadas ficavam prontas. Então vai aqui esta receita simples e deliciosa. “ Pão Integral “ Ingredientes 1 kg farinha integral 3 ovos 3 xícaras de leite morno 1/2 xícara de óleo 3 fermentos biológicos secos (10 g cada) 1/2 colher (sopa) de sal A gosto (eu coloco) sementes e grãos, gergelim preto e branco, semente de girassol, chia, nozes, castanha de caju, castanha-do-pará. Modo de fazer Bater no liquidificador os ovos, o óleo, o leite morno e o sal. Misturar num recipiente grande (bacia) a mistura do liquidificador com a farinha de trigo, os grãos e sementes, mexer bem com 1 colher de pau, até ficar uma massa homogênea.

A receita dá pra 2 fôrmas de pães: 12,5x31x7(altura). Untar com óleo as fôrmas e polvilhar com farinha. Colocar a massa nas 2 fôrmas, cobrir com um pano de prato e deixar crescer (uns 20 minutos). Colocar por cima da massa os grãos e sementes para enfeitar. Depois que crescer a massa, colocar em forno preaquecido a 180 graus (uns 45 minutos dependendo do forno). E está pronto este pão que quentinho ao passar a manteiga, esta se derrete! Hummmmm! Fica lindo e dá pra presentear os amigos! Até a próxima!

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Ano II | Formato A4 | internet livre S.Paulo, Agosto/2020 - Suplemento Especial do #14

A chegada dos reféns ao aeroporto de Tel Aviv em 04 de julho 1976

A “OPERAÇÃO ENTEBBE” E O GOVERNO ITZHAK RABIN PROF. REUVEN FAINGOLD

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Nosso Mundo, Nossa Cultura

A “operação Entebbe” e o governo Itzhak Rabin Reuven Faingold Historiador e educador PHD Universidade Hebraica de Jerusalém. Memorial do Holocausto de SP

Ao escrever esta matéria acerca dos bastidores da “Operação Entebbe”, o primeiro que me perguntei foi onde eu estava naquele momento? Lembrei-me que vivia em Israel, prestes a completar 19 anos, trabalhava no Kibutz Rosh Hanikrá (fronteira norte com Líbano), e acompanhei com atenção este inesquecível capítulo da História do Estado de Israel. Como é de amplo conhecimento a missão israelense foi originariamente denominada “Operação Thunderbolt” (trovão), para ser logo rebatizada de ”Operação Yonathan”, em homenagem do comandante da missão, coronel Yoni Netanyahu (irmão mais velho que o 1º Ministro Benjamin Netanyahu), o único soldado morto em combate. Curioso lembrar que, naquela época, meninos nascidos em Israel e nas comunidades judaicas, orgulhavam-se em terem recebido o nome Yonathan em sua homenagem. Esta difícil operação militar é considerada por especialistas como a missão

de resgate mais complexa e perfeita de todos os tempos. Foi a primeira vez que o Estado de Israel mostrou-se ao mundo, combatendo a ameaça do terrorismo internacional, desta vez, longe do seu território. Há 44 anos, em 04 de julho de 1976, Tzahal (Exército de Defesa de Israel), completava uma das mais ousadas e bem sucedidas missões de sua história: o resgate dos reféns de Entebbe (Uganda), após sequestro da aeronave Air France voo 139, Tel Aviv - Paris, com escala em Atenas. Uma semana antes, em 27 de junho, essa aeronave era desviada por terroristas da “Frente Popular para Libertação da Palestina” e por “Células Revolucionárias da Alemanha Baader Meinhof”, para Uganda. Importante dizer que o governo local apoiou os terroristas, recebendo as boas-vindas do ditador ugandês Idi Amin Dada. Os sequestradores separaram israelenses e judeus dos demais passageiros e da tripulação, forçando-os a adentrar numa outra sala. Durante dois dias seguidos, duas levas com 100 prisioneiros foram libertadas. Finalmente, 100 israelenses e judeus (junto ao piloto francês Michel Bacos, falecido em 2019), foram mantidos reféns até o final e ameaçados de morte.

Shimon Peres (Min. da Defesa), Itzhak Rabin (Primeiro Ministro) e Yigal Allon (Min. de Relações Exteriores) do Estado de Israel em 1976.

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Uma rígida censura foi imposta aos meios de comunicação para que não divulguem listas de passageiros. Impede-se por completo toda veiculação de informações que possa ajudar de alguma maneira os sequestradores. Dentre os passageiros do voo Air France 139 havia dois brasileiros de 16 anos de idade: Raphael Shammah e Jacques Stern, o primeiro rabino e o segundo empresário. Bastidores do 1º dia: Logo que o governo de Israel soube do sequestro do avião da Air France, ainda no dia 27/06/76, o “10º Chefe do Estado Maior do Exército de Defesa de Israel” tenente-general Mordechai Gur (1930-1995), comandante da libertação de Jerusalém na “Guerra dos Seis Dias” em 1967, foi convocado para uma reunião do Gabinete e indagado pelo Primeiro Ministro Itzhak Rabin se havia algum plano em curso para libertar reféns. Gur respondeu a Rabin que ainda não, mas que algumas opções já estavam sendo avaliadas. Pouco antes do encerramento desta reunião, Yigal Allon e Shimon Peres receberam uma lista com nomes dos terroristas aprisionados em Israel, França, Alemanha, Suíça e Quênia, cuja libertação era exigida em troca dos reféns. Na mesma noite, Allon recebeu um telex com detalhes sobre dita troca e ultimato para as 14:00h da tarde do dia 1º de julho (hora de Israel), caso contrário o avião seria explodido com todos os passageiros. Bastidores do 2º dia: No dia 29/06/76, às 21hs, oficiais de alta-patente mantiveram um encontro com Shimon Peres e Mordechai Gur. O general da força aérea Binyamin Peled, (1928-2002), que desde as primeiras horas estava debruçado sobre o problema, afirmou de forma categórica que “com certeza é possível conduzir tropas sem escalas até Entebbe”, e ainda concluiu que ir a Uganda era possível inclusive “sem ser detectado pelos radares”. Ao mesmo tempo, em Israel, eram convocados todos os pilotos que algum dia haviam estado em Entebe e militares que tinham mantido contato pessoal com Idi Amin Dada, que cumprira um treinamento militar em Jerusalém nos anos 60, época na qual a diplomacia israelense fez

grandes esforços para aproximar-se dos países africanos recém-independentes. Bastidores do 3º dia: No dia 30/06/76, Ehud Barak, Chefe do Serviço de Inteligência do Exército de Israel, convocou todos os oficiais da força aérea que conheciam o aeroporto de Entebbe. Horas mais tarde, coube a Shimon Peres reunir-se com os militares que haviam mantido contatos com Idi Amin Dada com a intenção de melhor entender seu esquisito comportamento e sua estranha personalidade. O amigo mais próximo do Presidente Idi Amin era Burka Bar Lev, um coronel já aposentado. Ele telefonou para Idi Amin (enquanto Shimon Peres ouvia a conversa na extensão), insuflando o ego do ditador para ganhar o maior tempo possível em face daquela situação. À tarde do dia 30/06, os principais ministros decidiram convocar dois militares nos quais depositavam total confiança: o general Dan Shomron (1937-2008) e o coronel Yonathan Netanyahu (1946-1976). Ambos ignoravam os planos que estavam sendo traçados. Em Tel Aviv eram expostas opções ao ministro da defesa Shimon Peres. A mais viável era lançar uma divisão de paraquedistas no Lago Vitória, de onde seguiriam em botes até Entebbe, e de lá partiriam com os reféns em um avião já à sua espera, caso Idi Amin concordasse em permitir sua aterrissagem. Entretanto, este plano foi abandonado, quando ficou claro que o ditador de Uganda estava em conluio com os terroristas. Nas primeiras horas da manhã de 01/07, soube-se que a reforma do ae-

Vista aérea do aeroporto de Entebbe

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roporto de Entebbe, tinha sido realizada pela empreiteira nacional da construção “Solel Boné”, que rapidamente forneceu todas as plantas do aeroporto. No Ministério da Defesa, Peres cada vez mais se convencia de que a única opção era a militar, tão logo todas as peças do quebra cabeças se encaixassem. Bastidores do 4º dia: No dia 01/07/76 pela manhã, enquanto o gabinete votava negociar com terroristas apenas para ganhar tempo, o general Dan Shomron expunha a seu colega Yekutiel Adam (1927-1982), as primeiras opções para uma eventual intervenção militar que seria apresentada a Shimon Peres. Este ordenou que o exército se entrosasse com a força aérea, e assim um plano mais detalhado, baseado no otimismo do comandante Benny Peled, lhe foi apresentado. Peres aprovou o plano e indicou Dan Shomron para comandar a operação e rapidamente foram convocados soldados responsáveis pelos serviços médicos e de comunicações. Um avião militar devia ser transformado em hospital voador e as conexões entre os aviões e a base em Tel Aviv teriam que funcionar de forma perfeita. No quartel-general da força aérea,

Peled começou a elaborar uma lista de pilotos e tripulantes, inclusive reservistas, dando preferência àqueles que já tinham cumprido voos de longa distância sobre o continente africano. As tropas deveriam ser constituídas pela “Sayeret Matkal” (paraquedistas de elite) comandada por Yonathan Netanyahu, e soldados da infantaria de elite “Golani” comandados por Dror Almog. Yekutiel Adam supervisionou a construção de uma maquete em tamanho real do aeroporto de Entebe, baseada em fotografias e plantas fornecidas pela empreiteira da construção. Bastidores do 5º e 6º dias: A maior preocupação durante toda a operação militar israelense era garantir o fator surpresa, extremamente complicado. A unidade de ataque seria conduzida por um avião Hércules que deveria cumprir um longo percurso até o antigo terminal do aeroporto de Entebbe, não podendo aproximar-se demais, a fim de evitar suspeitas, uma vez que o caminho a ser percorrido entre a aeronave e o terminal estaria repleto de soldados ugandeses. Foi então que o experiente general Yekutiel Adam teve uma brilhante ideia. Telefonou para a sede do Estado-Maior em Tel Aviv, e pediu que fosse providen-

A chegada dos reféns ao aeroporto de Tel Aviv em 04 de julho 1976

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Fotos: Enviadas pelo colunista

ciado um automóvel preto marca Mercedes Benz, modelo limusine. Ante o espanto geral, explicou que todos os oficiais de alta patente do exército de Uganda e o próprio Idi Amin em suas incursões no aeroporto, usavam esse tipo de veículo, sempre escoltado por duas Lande-Rover. Até que os soldados ugandenses percebessem que aquela limusine tinha outra finalidade, seria tarde demais. Enquanto chegavam os veículos solicitados, as unidades comandadas por Yoni repetiam os exercícios na maquete, diminuindo o tempo de ação a cada investida. Foi quando chegou a Mercedes que para o desespero de Yekutiel Adam era branca, e foi pintada de preto noite a fora. No 6º dia do sequestro, sábado 03/07/76 à 1:00h da manhã, Mordechai Gur ligou para Shimon Peres e o informou de que tudo estava pronto para dar início à Operação. Os aviões estavam apenas aguardando os soldados entrarem a bordo. O sinal foi dado: Israel atacaria Entebbe!! O retorno no 7º dia: A “Operação

Entebbe” foi meteórica, concluída com enorme sucesso. Teve somente quatro baixas e a maioria dos reféns foram resgatados com vida. Quando os aviões Hércules sobrevoaram a cidade de Tel Aviv, (aproximando-se ao aeroporto), os pilotos ficaram surpresos com a multidão que avistavam nas ruas acenando com lenços brancos. Depois da euforia do desembarque dos reféns e o reencontro destes com suas famílias, o Primeiro Ministro Itzhak Rabin perguntou a Yekutiel Adam como Yoni Netanyahu tinha morrido. Em resposta, ouviu o seguinte: “Ele foi o primeiro a avançar e por isso o primeiro a tombar”. Quando perguntado pelo resultado final da mega-operação em Entebbe, o Primeiro Ministro de Israel insistiu em dois pontos: • “Jamais, sob qualquer circunstância, um Estado soberano deve negociar com terroristas”. • “A principal lição da Operação Entebe foi nossos inimigos saberem que o braço de Israel pode ser muito longo”.

Túmulo do Tenente Yonathan Netanyahu

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