Magazine 60+ numero 16

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60+

magazine Ano II

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Formato A4 | internet livre

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#16

S.Paulo, Outubro/2020 - #16

Especiarias Dádiva dos Deuses

Foto: Agniezka kowalczyk

Páginas 8, 9 e 10

Especial Valéria Vidigal a artista do café Páginas 53 a 60

A PRESENTE REVISTA TEM COMO FINALIDADE PASSAR INFORMAÇÕES PARA O PUBLICO 60+, SEM CONFLITOS DE INTERESSES E SEM FINS LUCRATIVOS.


NOSSOS PARCEIROS

Projeto Across Seven Seas www.acrosssevenseas.com

Cada um tem sua história e a liberdade para decidir qual caminho quer seguir, se é hora de mudar de rumo ou continuar lutando pela melhor qualidade de vida possível. Está chegando ou passou dos 60 anos, ou mesmo tem interesse pelo assunto, entre em contato e sugira histórias, cursos, eventos.

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1º/10/2020

Periodicidade mensal

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*Todas as colunas são de inteira responsabilidade daqueles que a assinam

Jornalista Responsável

Manoel Carlos Conti Mtb 67.754 - SP


Editorial Manoel Carlos Conti Jornalista

- Um tempo atrás li em algum lugar que já não sei bem se foi um comentário em algum jornal, revista ou mesmo num livro. Esse comentário era de ninguém mais ninguém menos que Eça de Queiros, um escritor e diplomata português e é considerado um dos mais importantes escritores portugueses da história. O comentário era o seguinte: “Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo”. Depois de ler isso fiquei pensando comigo, imagine só se o mundo acabasse, sei lá, em 1, 2 ou 200 anos e os sobreviventes, vasculhando tudo que foi deixado do nosso tempo encontrassem a gravação do debate que ocorreu dias atrás e que eu estupidamente resolvi assistir e acompanhar. Eles nunca iriam achar que aquelas falas eram de 2 candidatos em disputa eleitoral para a presidência do maior e mais desenvolvido país desse século e do século passado. Hoje, não sei o motivo pelo qual perdi algumas horas de sono e persisti em acompanhar o tal debate. Olha que coisa que não gosto é essa tal política, mas depois de ouvir coisas como “cale sua boca”, “você é um mentiroso deslavado”, “você fomentou divisões racistas”, você por sua vez fez leis para alongar o tempo de prisão às pessoas negras”, e por ai vai, frases muito piores que essas que, imagino eu, fizeram o povo americano rolar de rir... ou de chorar uma vez que terão de escolher 1 desses 2 caras. - Dia 1º desse mês se comemora-se o dia do Idoso e como essa nossa revista é principalmente dedicada a essa classe gostaria de parabenizar a todos nós que discutimos, lemos livros, escrevemos, pintamos, costuramos e procuramos atos de uma vida digna e muitas vezes bastante atarefadas. Com o advento Nova Covid 19, fomos mais do que nunca proibidos de sair de casa pois fazemos parte do tal Grupo

de Risco e segundo as pesquisas e estudos recentes o fim da vida pode vir bem mais rápida para aqueles que porventura tenham problemas em seus pulmões, corações, fígados, cérebros gastos como são os nossos, os 60+. Assim, partimos para tarefas pela internet e a coisa foi pegando cada vez mais de forma mais e mais intensa e hoje, muitos de nós trabalhamos mais do que quando tínhamos nossos 20, 30 ou 40 anos. - Comer sempre foi meu forte e dia sim dia também eu fico vendo vídeos no youtube sobre street food (comida de rua). A comida e principalmente as guloseimas feitas nas ruas da Índia me dão muita água na boca e uma vontade enorme de conhecer aquele país, logicamente não só pela comida, mas esse é uma grande atenuante. Foi o que me chamou a atenção assim que li a matéria de João Aranha e pensei... essa tem de estar na capa. Não que eu seja bairrista ou fique escolhendo coisas da capa mas, realmente é sensacional saber que o mundo cresceu tentando chegar a Índia, muitas vezes por causa dos temperos... e tem mais, fui bairrista dessa vez. - Por outro lado, também no dia 1º comemoramos o dia internacional do café e porque não fazer uma reportagem especial com Valéria Vidigal, uma das maiores conhecedoras do produto bem como uma grande artista que tem como tema principal de suas obras o café. Premiada em vários locais do mundo, inclusive em Dubai, trazemos um pouco de sua história e mostramos uma pequeníssima parcela das suas obras as quais ela nos mostrou em seu ateliê. - Antigos colunistas nos deixaram e novos estão entrando para enriquecer cada vez mais nossa revista. Essa tem sido nossa meta, sempre melhorar, divertir e levar bons textos àqueles que decidem ler nosso material. - Ainda trazemos uma novidade. No final dessa edição apresentamos a história de 2 personagens que se tornarão charge contínua em nossos exemplares. Eles são metidos a conhecedores, inteligentes, fofoqueiros, sabem tudo, mas são 2 caras que quase sempre sabem o que dizem. Desejo uma boa leitura!

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nosso time de colunistas

60+

magazine

Heródoto Barbeiro Jornalista inimigo Página 4

Osvaldo B. de Moraes Diversidades culturais e preconceitos Páginas 6 e 7

João F. Aranha Capa Especiarias Dádiva dos Deuses Páginas 8, 9 e 10

Silvia Triboni Relevância substitui e reverência Páginas 17 e 18

Malu N. Gomes O idoso a espera de uma cirurgia Páginas 11 e 12

Katia Vargas Dra. o que é isso?

Páginas 19 e 20

Dra. Lairtes Temple Vidal AC/DC Páginas 21 e 22

Jane Barreto Além do horizonte como será?

Marcelo Thalenberg D.Pedro II candidato a Presidente dos EUA? Páginas 30 e 31

Tony de Souza Meter a mão no fogo Página 38

Laerte Temple O gatilho Páginas 39 e 40

Marisa da Camara Era uma vez um músico Páginas 32 e 33

Luiz A. Moncau Uma ameixa amarela Página 41 e 42

Rosa Maria Chão de Cabelos Páginas 24, 25 e 26

Páginas 22 e 23

Sandra R. Schewinsky Dedos em riste Página 27 e 28

Página 14 e 15

Página 13

Thais B. Lima Envelhecimento crebral e saúde mental na velhice

Sérgio Frug O chamado

M.Luiza Conti Malu Alencar Uma senhora de 70 anos Páginas 34 e 35

João Alberto J. Neto Mosaico Intervenções urbanas I Páginas 42 a 44

Gratidão Páginas 36 e 37

Katia Brito Mulheres idosas devem ser valorizadas na cultura e na vida Páginas 45 e 46

Cida Tamaro Informações sobre o Veganismo Página 47

Lenildo Solano O Pantanal em chamas Páginas 49 e 50 Falante e Fofoca Página 61

Ebe Fabra Dicas de Culinária Páginas 50 e 51

Manoel Conti A arte na Idade Média Páginas 53 e 59

Cida Castilho ESPECIAL A artista do café Páginas 53 a 59


Crônicas do Brasil

Heródoto Barbeiro Jornalista/Historiador

Heródoto Barbeiro é âncora e editor-chefe do Jornal da Record News, em multiplataforma

Jornalista inimigo O jornalista é inimigo declarado do presidente. Nem mesmo o fato dele ter sido eleito por 48% dos votos amainou os ataques diários na mídia da capital da república. O embate inicial se dá em torno de duas visões para a economia nacional. O presidente defende uma agenda nacionalista, com uma forte participação do Estado na economia. A oposição quer uma agenda liberal com amplas possibilidades para que a burguesia brasileira desenvolva iniciativas em todos os setores. Mesmo nos considerados estratégicos, como a exploração e o refino do petróleo. A esquerda apoia o que considera uma proposta nacionalista-desenvolvi-

mentista, que tem adeptos também nos sindicatos, meio estudantil, intelectuais e até mesmo no seio das forças armadas. Cria-se um verdadeiro cabo de guerra. Acusações são lançadas lado a lado e o jornalista explora o sentimento de ante autoritarismo, que acusa o presidente de praticar. Aproximação dos Estados Unidos é outra pedra de toque. Os yankees são chamados na mídia alternativa, panfletos, jornais sindicais, comícios partidários do imperialismo e que querem atrelar o Brasil aos seus interesses de hegemonia mundial. Não é a potência preferida pelos que apoiam o governo. O jornalista explora temas consiFoto: biografiagetuliovargas.wordpress.com

Getúlio Vargas São Borja, 19 de abril de 1882 — Rio de Janeiro, 24 de agosto de 1954

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ment contra o presidente. O foco principal contra o presidente é a imprensa. Aos poucos a população adere à manifestações e participa de atos como a marcha das panelas vazias. O jornalista é inimigo declarado do chefe do executivo. Há contra ele ameaças de morte. Grupos políticos são acusados de comunistas outros de fascistas. Há narrativas divergentes em todos os locais onde há manifestações políticas. Amigos e familiares se separam por causa de divergência sobre os rumos do Brasil e a personalidade forte do presidente. A liberdade de imprensa corre risco uma vez que em passado não tão distante havia censura nos veículos de comunicação. Ou mesmo mortes de jornalistas. Um deles sofre um atentado na capital, escapa com um ferimento no pé, mas o seu segurança, um major da Aeronáutica, morre. Carlos Lacerda é guindado a principal oponente de Getúlio Vargas. O episódio gera a abertura de um inquérito policial militar para apurar o responsável pelo atentado. A mídia abre fogo contra Vargas e acusa um dos seus seguranças, Gregório Fortunato, de ser o mandante do crime. Há uma atmosfera de deposição do presidente, semelhante a 1945, quando foi deposto pelo exército. Gregório confessa o crime. Lacerda e seus seguidores aumentam a pressão na mídia. Vargas tem duas alternativas : ou a renúncia ou o suicídio. Escolheu a segunda.

Foto: O Globo - Divulgação

derados sensíveis e que possam manietar o governo. Tem o apoio da direita espalhada por partidos políticos, organizações civis e representantes das diversas atividades econômicas. Não há dia que o jornalista não publique duras críticas ao governo, aos ministros e tudo o que possa fortalecer o presidente e sua agenda desenvolvimentista. O nível de tensão aumenta quando o centro dos debates chega à corrupção, um mal que o Brasil não consegue se libertar. Assim, diz o jornalista, há propina nas obras que são destinadas aos aliados de todos os matizes. Chega mesmo a dizer que há um mar de lama que passa sob o palácio presidencial. Ele divulga com grande alarde na imprensa que o presidente desviou verbas para fundar um jornal que o apoie. Afinal há muitos que o criticam. Os artigos nos jornais, as crônicas, os editoriais diários contra o governo tem imediata repercussão no Congresso Nacional onde a oposição tem maioria de deputados e senadores. Daí para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar possíveis irregularidades no destino do dinheiro público é um passo. Os debates se acirram no legislativo com discursos agressivos, ameaças e formação de grupos para impedir que projetos provenientes do executivo sejam aprovados. No dizer de alguns, forma-se uma tempestade perfeita. Há mesmo o risco da abertura de um processo de impeach-

Carlos Lacerda no dia do atentado Vassouras, 30 de abril de 1914 – Rio de Janeiro, 21 de maio de 1977

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Antropologia

Osvaldo B. de Moraes Historiador

Diversidades culturais e preconceitos Nos últimos artigos mencionei aspectos culturais de algumas sociedades, ditas primitivas, mas possuidoras de costumes próprios, nos seus aspectos idiossincráticos de convivência social e religiosa. Erradicando o etnocentrismo que prevaleceu até os meados do século passado, onde se propunha exclusividade cultural nos moldes dos padrões europeus, onde qualquer outra diferenciação era considerada selvagem e de pouca relevância. Esse etnocentrismo induzia até mesmo esforços para aculturar essas sociedades consideradas primitivas aos padrões civilizatórios do centro. Essa visão ainda não se perdeu de todo, principalmente no Brasil, quando se perde o respeito pelos padrões da cultura indigenista e quilombolas, possuidoras de valores éticos e sociais, bem como misticismo próprio. Nos últimos tempos há periódicas

invasões ou até mesmo tentativas de eliminar as reservas destinadas a esses povos. Hoje o planeta está em uma fase globalizada nos aspectos econômicos e sociais, que induzem a uma quase uniformidade cultural, quer nos relacionamentos individuais, quer nas artes de um modo geral, como música, teatro, artes plásticas, arquitetura, etc. Todavia, não se pode intuir uma sociedade totalmente uniforme, onde encontramos diferenças de comportamen-

Acordo Obsoleto, Durmo Atualizado www.durmoatualizado.com.br

Seniors ativos, curiosos, empreendedores e eternos aprendizesUm blog com dicas fáceis e diversas desde cortar custo de aquisição de remédios, como tirar uma ideia da cabeça e tornar-se um projeto a aplicativos que facilitem o seu dia a dia. Desenvolvido por Marcelo Thalenberg colunista do Magazine 60+ magazine 60+ #16 - Outubro /2020 - pág.6


gimento na promulgação da Lei Aurea, a lei mais concisa do país até hoje e que eliminou de vez a escravidão. Seria de se presumir que após essa lei os libertos estariam livres para buscarem uma vida melhor. Porém, já aí surgiram os preconceitos e não houve medidas para integra-los economicamente na sociedade. Uma das questões mais importantes após a libertação da escravidão seria garantir ao liberto uma atuação e integração social. Porém, isto não ocorreu e agora o ser livre se tornou um indivíduo marginal e subalterno na pirâmide social. Infelizmente até hoje vários descendentes ainda sofrem preconceitos e são discriminados socialmente, sofrendo ao tentar acesso a uma melhor educação. Como mencionado no início o etnocentrismo ainda mantém raízes profundas nas sociedades modernas, desprezando culturas e valiosas contribuições de outras sociedades ditas periféricas. Examinando essas sociedades com mais critérios encontramos um vasto legado cultural que os povos africanos nos deixaram, tanto na culinária, na arte do artesanato, na música e até em ritos religiosos.

Imagens: divulgação

to, de relacionamento, de religiosidade e primordialmente de preconceitos, tanto raciais como sociais, quando a observação é estratificada em pequenos núcleos. Essa constatação pode ser vista em grandes centros, considerando-se as estratificações sociais e como corolário os aspectos culturais, observando-se que em certos núcleos habitacionais há planejamento familiar, diferenciando-se de outros, geralmente com níveis de renda e escolaridade mais baixo, que são mais suscetíveis a proliferação de grandes proles. Essas desigualdades ocorrem também nos modelos de entretenimento como festas, gêneros musicais e até na religiosidade, onde o misticismo encontra guarida diferenciada conforme o nível social da população. Porém a diferenciação mais latente que encontramos é a descriminação aliada ao preconceito social e sobretudo racial. O preconceito é a existência de uma ojeriza a uma determinada pessoa ou grupo considerado como raça inferior e a discriminação é o ato de praticar o preconceito como um tratamento espúrio a um indivíduo ou a um grupo social O preconceito social se distingue pelo nível de renda pessoal, os trajes, o grau de escolaridade, o local de residência e a posse ou não de bens particulares. Porém o mais evidente é a descriminação e o preconceito racial em função da cor da pele, que teve seus primórdios com a escravatura, que até hoje é uma dívida impagável de nossa história. O racismo, dito como não existente em várias partes do globo, incluindo o Brasil, alcança patamares perversos na discriminação da cor da pele do indivíduo, aliado sempre à sua posição social. Essa discriminação é histórica e perpassa décadas ou mesmo séculos na vida coletiva, embora a luta pela identidade negra ainda tem seus percalços atingindo até os afrodescendentes. Não é fundamental entrar aqui no contexto da escravatura, já que há farto material disponível na descrição dos mais de trezentos anos desse sistema perverso. A discriminação da raça tem seu sur-

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Contos II

João F Aranha

Cidadão e Repórter

Especiarias - Dádivas dos Deuses Desde a mais remota antiguidade, os homens, em busca de especiarias, atravessaram os mares, criaram rotas terrestres e cruzaram desertos e montanhas. Durante muito tempo as especiarias tiveram um valor extraordinário, chegando a equiparar ao ouro. 60 gramas de uma boa pimenta correspondiam a 52 gramas de ouro. Serviam como moeda de troca, eram incluídas nos dotes e nas heranças e eram itens constantes em presentes ofe-

Capa

recidos a reis, como atesta o relato dos presentes oferecidos pela rainha de Sabá quando de sua visita ao rei Salomão. O valor dado pelos antigos às especiarias tem muito a ver com suas múltiplas utilizações. Usada na alimentação, modificou o simples ato de se alimentar, transformando uma refeição em algo saboroso, ao introduzir o sabor e alterando o gosto dos alimentos. Consideradas como uma dádiva da natureza e um presente dos deuses, as ervas eram usadas como medicamento, nas cerimônias reFoto: jfwonline.com - Indian Spices

A tradicional folha de Louro

O SUPERA é um curso diferente de tudo que você já conhece. Com apenas uma aula semanal de duas horas, você conquista uma mente saudável, com mais concentração, raciocínio, memória, criatividade e autoestima. Estas habilidades melhoram o desempenho na escola, alavancam a carreira e garantem mais qualidade de vida. Encare este desafio e experimente uma forma incrível de viver. Nossa metodologia não tem limite de idade: todo mundo pode viver esta emoção. magazine 60+ #16 - Outubro/2020 - pág.8


ligiosas, nos rituais mágicos e na eterna busca da felicidade, seja através de suas características afrodisíacas ou como inspiradora de grandes feitos. A deusa Atena foi escolhida para ser a madrinha de uma nova cidade graças a oferenda que fez das oliveiras e suas azeitonas, que foram consideradas símbolos de paz e prosperidade e, em sua homenagem, a cidade passou a se chamar Atenas. Outra lenda diz que a ninfa Mellona foi chamada por Zeus para se encarregar de revitalizar as espécies de uma região onde as abelhas estavam cansadas de suas tarefas junto às plantas. Mellona chorou e suas lágrimas caíram na terra que prontamente brotou uma planta suave e doce, chamando as abelhas de volta. Mellona a batizou como melissa, popularmente conhecida como erva-doce. Outra narrativa diz que Apolo desafiou o menino Cupido que lhe lançou uma flecha de ouro no coração, criando uma paixão pela ninfa Daphne que, por sua vez, recebeu uma flecha de chumbo, nascendo uma grande repulsa por Apolo. Perseguida, Daphne roga aos deuses para livrá-la de Apolo e, atendida, ela é transformada em um loureiro. Apolo passa a usar uma coroa verde e vistosa de louro, que o acompanharia por todos os seus feitos. A coroa de louros viraria um símbolo que homenagearia os vencedores das Olimpíadas, guerreiros, reis e po-

etas. Difícil dizer de onde se originaram, mas há consenso que a China, a Índia, a região do Crescente Fértil e as ilhas Molucas - conhecida como ilha das especiarias - sempre produziram e exportaram essas ervas. Constam da Cabala judaica, onde se agradece a Deus a criação de diversos tipos aromáticos e das lendas assírias que diziam que os deuses gostavam de tomar vinho com sementes de gergelim. O açafrão - a mais cara das especiarias - de cor vermelho-alaranjado, nasceria do sangue derramado do jovem Crocus, morto involuntariamente pelo deus Hermes, daí o nome científico do açafrão ser “Crocus sativus”. Na Índia as ervas eram as filhas prediletas dos deuses e instruções divinas foram transmitidas a um sábio indiano para que as pessoas pudessem viver mais e serem felizes. Dava-se início, então, há cerca de 5 mil anos, a uma das primeiras práticas medicinais, conhecida como Ayurvédica. Outro registro bem antigo do uso de especiarias é o Papiro de Ebers, datado de 1550 a.C., época do reinado do faraó egípcio Amenophis que, ao ser examinado verificou-se que se tratava de uma compilação de textos ainda mais antigos, de cerca de 3.400 a.C. São 700 fórmulas mágicas, muitas delas com o uso de plantas, indicando remédios para

Foto: jfwonline.com - Indian Spices

Canela em Pau e em Pó

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ESPECIARIAS PIMENTA GERGELIM AÇAFRÃO ERVA-DOCE LOURO ALECRIM CANELA CRAVO GENGIBRE

ITALIANO PEPE SESAMO ZAFFERANO FINOCCHIO LAURO ROSMARINO CANNELLA GAROFANO ZENZERO

INGLÊS PEPPER SESAME SAFFRON ANISE LAUREL ROSEMARY CINNAMON CLOVE GINGER

segredos da origem e do uso das especiarias foram inúteis e logo o costume se espalharia por todo o mundo. Hoje em dia recomenda-se que, ao conhecer novas cidades de qualquer país, a visita deva começar pelas feiras e mercados, onde uma profusão de cores, sabores e aromas nos aguardam, retratando os costumes, a cultura e a alma de seus habitantes. Ao caminhar por jardins, como os da cidade italiana de Florença, no meio de ciprestes, oliveiras, limoeiros e uma infindável coleção de ervas aromáticas, talvez possamos entender o verdadeiro sentido da palavra “inspiração”.

Foto: jfwonline.com - Indian Spices

doenças físicas e mentais, cosméticos, ervas próprias para evitar mofo no pão e na cerveja e instruções para fabricação de incensos. O mundo antigo está recheado de descrições de uso de plantas na vida cotidiana. Elas estão no jardim do Éden, nos jardins suspensos da Babilônia e em lugares remotos como a China, Índia e nos primeiros povos das Américas. Se na Babilônia temperava-se o vinho com gergelim, na Grécia preferia-se o alecrim e os egípcios a erva-doce. Na Idade Média, os europeus se encantavam com as especiarias que chegavam em pequena quantidade e com alto preço, vindas de locais distantes trazidas por viajantes destemidos como Marco Polo.Com o advento da navegação, os portugueses se lançaram aos mares, até então desconhecidos. Vasco da Gama, em 1497, dobraria o Cabo das Tormentas, futuro Cabo da Boa Esperança, chegando a Calicute, na Índia, onde tem contato com o fascinante mundo das especiarias, principalmente canela, cravo, gengibre e pimenta. Este caminho que passaria a ser conhecido como Rota das Especiarias, seria trilhado em seguida por holandeses, ingleses e espanhóis, o que viria a alterar os hábitos alimentares como também ter mudado o mapa do mundo. Credita-se ainda o fato de que a busca pelas especiarias trouxe consigo a cultura, hábitos e tradições de países desconhecidos pelos ocidentais, além de introduzir novas práticas comerciais, como o costume de se fazer ofertas pela carga antes de que ela saísse de seu porto de origem, num incipiente sistema de bolsa de valores e de seguro marítimo. Os esforços na tentativa de manter os

ESPANHOL FRANCÊS PIMIENTA POIVRE SEZAMO SÉSAME AZAFRÁN SAFRAN ANIS ANIS LAUREL LAURIEL ROMERO ROMARIN CANELA CANNELLE CLAVO CLOU DE GIROFLE JENGIBRE GINGEMBRE

Aniz Estrelado

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Aprendizagem na 3ª idade

Malu Navarro Gomes Pedagoga Psicopedagoga

O idoso a espera de uma cirurgia Em qualquer idade esperar uma cirurgia é uma angústia, porém o jovem confia em seu vigor e sabe que em pouco tempo voltará para a vida normal. Os amigos fazem piadas e todos esperam sua recuperação. Para um idoso entretanto não é assim que acontece; pior se este idoso tem um câncer que retornou; mais dramático, pois além de viver dor antecipada não só da cirurgia, da incerteza de sua resistência, se for mulher, da agressão à sua feminilidade. Os amigos dão força, incentivam, mas ninguém tem coragem de brincar. Cabe então, a quem mais precisa de apoio, se fingir de forte e animar as pessoas que ama. Como nos videogames, a primeira fase é a quimioterapia. Uma prova de resistência. Além das alterações e transtornos há os compromissos semanais e a maratona de exames. O cabelo cai, as pessoas preferem não comentar. Primeiro, cuidar de aumentar a imunidade. Frustrar-se com uma nutricionista e suas tabelas genéricas e sugestão de cardápios – matematicamente perfeitos, mas sem gosto. Vontade de gritar: “Estou doente, sem apetite, não sou um mecanismo a ser abastecido; tenho gostos, vontades, hábitos, dificuldade para cozinhar!” É preciso pesquisar até encontrar alguém que o veja como uma pessoa. Um profissional que considere todo o tratamento, quais os sintomas que a quimioterapia está provocando. Prescreva um tratamento nutricional e complementos. Acompanhe a reação e eficácia, mude o que não funciona. Mas ainda falta muito.

Falta saber, aquilo que para o idoso é mais importante: a data da cirurgia. Inúmeros exames são marcados e o tempo que se tem é exíguo. Começa uma corrida em busca de locais apropriados para fazê-los: tomografia de pelve, abdômen e tórax, Holter, ecocardiograma, cintilografia óssea de corpo inteiro. Provas vestibulares para – se forem aprovados – juntos com os médicos terem o direito de lutar pela própria vida. Então, não podem evitar o medo. Enquanto vivem essa realidade, outras condições se apresentam e devem ser cuidadas. Começam a se dar conta de quanto o ser humano é frágil, como a vida é efêmera. Buscam suporte na sua fé, oram para o Pai, humildemente não pedindo a cura; pedindo forças.

“Estou doente, sem apetite, não sou um mecanismo a ser abastecido; tenho gostos, vontades, hábitos, dificuldade para cozinhar!”

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dores se vão, as dificuldades foram superadas. O amigo mais extrovertido faz a primeira piada corajosa e “politicamente incorreta”. Primeiro sinal de que a vida continua. No fundo da alma o idoso pode gritar para si mesmo: VENCI!

Foto: arazao.com.br

Então surge uma preocupação maior: as pessoas que eles amam e por quem são amados. Também precisam de orações. O que farão se as coisas não correrem bem? Qual a dor deles? Virão muitas semanas em que o idoso deverá ser cuidado. Quem fará, estarão dispostos, mesmo se estiverem, terão tempo? Enfim o grande dia! Cirurgia feita e volta para casa. Passam as semanas. As

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Saúde, Beleza e Bem Estar

Kátia Vargas Lutfi Pileggi

médica dermatologista

Dra. O que é isso? Doutora! Estou preocupado, tem aparecido umas manchinhas roxas no meu braço e não lembro de ter batido” Já ouviu falar de Púrpura senil ou Púrpura de Bateman? Caracteriza-se pelo surgimento de equimoses ou hematomas principalmente em braços, mas também pode aparecer em pernas ou colo de indivíduos idosos, e apesar de seu aspecto preocupar pela coloração vinhosa ou arroxeada das manchas, estas cursam de forma benigna. J á reparou que elas surgem em regiões que durante a vida tem uma exposição crônica ao sol? É isso mesmo, o sol é um fator agravante , com o passar dos anos ocorre um afinamento da pele, com perda de gordura no subcutâneo seguido de uma fragilidade dos vasos da pele e perda de sustentação do tecido que o circunda.

E após micro traumas ou até espontaneamente esses vasos se rompem levando ao extravasamento do sangue para a pele. O uso de alguns medicamentos como o ácido acetilsalicílico (AAS), corticóides e anti coagulantes podem agravar o quadro. Estas manchas devem, como todo hematoma ser auto-limitado, ou seja, deve cursar com seu desaparecimento em torno de 1 a 2 semanas, podendo aparecer outras. Caso esses sintomas perdurem além do esperado, um especialista deve ser procurado, pois existem outras doenças que se manifestam com quadro clínico similar. O tratamento consiste em manter a pele hidratada através de hidratantes e utilizar filtro solar. A utilização de vitamina C e colágeno são indicados como coadjuvantes ao tratamento. Foto: oklahoman.com

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Cultura Geral

Sergio Frug

O Chamado Decidi pela Engenharia de forma bastante racional. Admirava um tio rico e engenheiro e já que ainda não conhecia opções mais “con-sagradas”, queria “desfrutar” a vida e ganhar dinheiro. Também agradar os meus pais, é claro; apesar de demonstrar já um espírito rebelde e questionador. Mas de Engenharia mesmo não sabia nada, só que exigia matemática e dava dinheiro, que era o que se dizia na época. Naquele momento foi o suficiente. Tanto para que eu a adotasse, como para que anos depois a abandonasse. Corria então meu sexto setênio e alguns meses após a perplexidade geral de deixar uma carreira “promissora”, acabei recebendo o Chamado.

Foi uma verdadeira explosão de luz e consciência num momento de grande emoção, em meio ao sétimo aniversário da minha filha. Enxerguei e aceitei no mesmo instante trabalhar com Astrologia, o que venho fazendo por muito mais tempo do que trabalhei com a Engenharia e de forma bem mais efetiva e gratificante. A partir daí não me lembro de ter feito escolhas importantes por motivos apenas racionais, sem sentir aquele calorzinho interno, aquela curiosidade instigante, de quem está sendo chamado. Aprender a sentir e a atender ao Chamado tem sido uma das grandes virtudes que conheço na vida, pois uma vez reconhecida a impossibilidade de viver de acordo com os paradigmas vigentes, só a forma intuitiva poderia levar aos camiFoto: oklahoman.com

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nhos da sincronicidade e à sensação de pertinência ao grande poder cósmico e universal. Muitas maneiras, porém, possui o sistema para nos aterrorizar; e assim um número enorme de Chamados deixa de ser ouvido por pessoas predestinadas, dispostas a colaborar para a criação de um novo momento, mas que não conseguem se lembrar e vão se deixando enganar pela mídia, pelo pano de fundo social, pelo medo e pela resistência interna de quem não volta a acreditar. Enquanto procuramos o lucro em tudo, inclusive em nossos trabalhos dedicados a um novo despertar, deixamos de ouvir a voz suave, um tanto autoritária e decidida da Vovó Intuição. Chamando-nos, orientando-nos, quase que nos empurrando para o caminho que devemos trilhar. Assim os grupos que um dia se propuseram a criar novos empreendimentos comprometidos com a luz que se anuncia, acabam perdidos em questões do

ego, sem voltar a escutar a voz da alma que lhe indica um caminho de serviço e dedicação a objetivos muito mais lúcidos e encantadores do que o amealhar de bens ou o desejo às vezes compulsivo de vencer uma discussão. Quando se fala em muitos chamados e poucos escolhidos, talvez queiramos dizer que muitos são chamados, mas poucos terão a confiança e a disposição de ouvir, reconhecer e se auto-escolher. Inúmeras são as artimanhas do sistema. Fazemos o que podemos e cedo ou tarde, como, aliás, já vem acontecendo, acabaremos nos reunindo e convergindo para uma nova sociedade. Enquanto isso, posso dizer que escolhendo racionalmente amealhei bens materiais, que por sua vez prenderam-me ainda mais à roda do sistema. Mas atendendo ao Chamado, vou reconstruindo o poder da minha alma e adquirindo uma liberdade muito peculiar...

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VAMOS APRENDER DESENHO DURAÇÃO DO CURSO - 3 MESES CONTEÚDO - COMPOSIÇÃO, LUZ E SOMBRA, ANATOMIA E PERSPECTIVA - LOCAL - PELA INTERNET - APLICATIVO ZOOM MATERIAL: 1 BLOCO DE PAPEL LAY OUT A4 1 LÁPIS 6B E 1 HB - UMA RÉGUA DE 30 CM. HORÁRIO/DIA 1 - TODA 2ª DAS 10 ÀS 11:30 HS.- E DAS 15 ÀS 16:30 HS. HORÁRIO/DIA 2 - TODA 6ª DAS 10 ÀS 11:30 HS.- E DAS 15 ÀS 16:30* HS. VALOR - R$ 100,00/MÊS FAREMOS UM GRUPO DE WHATSAPP SÓ PARA NOS COMUNICARMOS DE DÚVIDAS E MOSTRA DOS TRABALHOS (NÃO SERÁ POSTADO NADA ALÉM DISSO) INÍCIO DAS AULAS - OUTUBRO e/ou assim que completarmos uma turma com no mínimo 6 alunos * TURMA LOTADA

Dúvidas e Propostas Manoel (11) 9.8890.6403 todos que pretendem fazer o curso peço que me enviem um whatsapp para eu começar a formação do grupo IDADE MÍNIMA 11 ANOS magazine 60+ #16 - Outubro /2020 - pág.16


Mudança de Hábito

Silvia Triboni Viajante Sênior e Repórter 60+

Relevância substitui a Reverência “Um amigo grosseiro recentemente deu de ombros ao dizer: “Odeio mudanças!” Eu respondi atrevidamente, “Você provavelmente vai odiar ainda mais a irrelevância.” Quem conta esta história é Chip Conley, um dos profissionais mais respeitados na área da inovação comportamental e direcionamento de vida do público mais velho. Best-seller do New York Times e

empresário de hospitalidade, ganhou notoriedade quando os jovens fundadores da Airbnb o convidaram para ajudar a transformar sua promissora start-up na marca líder mundial de hospitalidade, fato que lhe deu autoridade para divulgar os benefícios mútuos existentes no trabalho em equipe composta por pessoas de gerações diferentes. Em seu quinto livro Wisdom @ Work: The Making of a Modern Elder, o autor nos

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apresenta um novo tipo de “velhice” e o potencial positivo existente na colaboração intergeracional. Seus livros anteriores, PEAK e Emotional Equations, são inspirados nas obras dos famosos psicólogos Abraham Maslow e Viktor Frankl e em suas teorias sobre transformação e significado. Inovador contumaz, Chip Conley é o fundador da primeira “escola de sabedoria da meia-idade” do mundo, a Modern Elder Academy na Baja California Sur, no México, onde os alunos aprendem como redirecionar uma vida inteira de experiências. Por todo este cabedal de experiências na preparação de um Modern Elder é que Chip afirma, categoricamente, que a Relevância substitui a Reverência. Brilhantemente ilustra a sua tese ao mencionar: O Google substituiu o vovô e a vovó há muito tempo. Sim, todos nós sabemos que os anciãos já foram reverenciados. Nossos filhos e netos ficaram sentados em silêncio aos nossos pés enquanto distribuíamos o que pensávamos ser sabedoria. A hierarquia de poder exigia que os jovens fossem “vistos, mas não ouvidos”. Ser relevante nos dias atuais exige o conhecimento do contexto onde se está inserido. Caso contrário, ao partilhar a tua sabedoria, a tua versão será ouvida como algo assim: “Na minha época, blá ... blá ... blá ...” A verdade é que ninguém quer mais ser essa pessoa, e ninguém mais quer ouvir pessoas assim, diz Chip. A sabedoria inerente aos mais ve-

lhos há de ser partilhada, entretanto, fazer isto requer relevância, explica Conley ao definir o termo. Relevância é “a qualidade ou estado de estar intimamente conectado ou apropriado.” E estar conectado significa que você está servindo. E servir significa entender bem as circunstâncias e a pessoa com quem estás engajado, o suficiente para envolver a tua sabedoria de forma que sejas relevante. Sabedoria e relevância formam juntas um círculo. Relevância requer estudo, portanto. Exige preparo e consciência daquele que espera se comunicar adequadamente. Não apenas exprimir suas idéias sem a preocupação de ser ouvido com interesse, compaixão e respeito. Não é para menos que Steve Jobs disse uma vez: “Crie relevância, e não conscientização”. Em outras palavras, relevância é importante porque parece útil e pertinente. Por sua vez, Jimi Hendrix disse: “O conhecimento fala. A sabedoria escuta.” Soma-se os valiosos ensinamentos desses ícones da cultura e da criação, e constata-se: O passo número um para ser relevante é ouvir. E depois de ouvir com compaixão, sua intuição saberá como tornar sua sabedoria e verdade relevantes para a outra pessoa, esclarece e conclui Chip Conley. Sejamos Relevantes!

Fundadora do Projeto Across Seven Seas Também no You Tube, Facebook e Instagram

Projeto Across Seven Seas www.acrosssevenseas.com

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Benefícios

Thais Bento Lima gerontóloga e colunista do SUPERA Ginástica para o Cérebro

Envelhecimento cerebral e saúde mental na Velhice

obra organizada e redigida pela colunista e consultora do Método SUPERA, a Profa. Dra. Thais Bento Lima da Silva, que abordou no livro temas como as particularidades do envelhecimento cognitivo, o que muda e o que não se altera no decorrer dos anos de vida, do ponto de vista das habilidades mentais. Discorre também sobre a importância de direcionar atenção e estímulos à saúde mental dos idosos, tendo em vista que há um elevado índice de transtornos psiquiátricos em idosos, e muitos que desenvolveram a doença desde a infância e por questões de mitos, e estereótipos presentes na sociedade nunca receberam tratamento. No âmbito da gerontologia que é a ciência que estuda o processo de envelhecimento, os sintomas depressivos são considerados indicadores ricos de informações, principalmente quando associados ao processo de envelhecimento. Dada sua provável associação com uma

Foto: saocamilo-sp.br

Ao longo das últimas décadas em praticamente todo o mundo, o aumento da população idosa suscitou o aparecimento de novas maneiras de encarar a velhice e de promover a qualidade de vida, após os 60 anos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, no relatório sobre o envelhecimento ativo e saudável, publicado no ano de 2015, para ser considerado como tendo o funcionamento cognitivo saudável , um indivíduo deve apresentar a manutenção de suas habilidades mentais, como linguagem, pensamento, memória, funções executivas (capacidade de planejar, coordenar e executar tarefas), julgamento, atenção, percepção, capacidade de lembrar habilidades (ex: dirigir) e a capacidade de manter objetivos na vida. Neste contexto o livro Envelhecimento Cerebral e Saúde Mental na Velhice, foi publicado em janeiro deste ano pela Editora SENAC, trata-se de uma

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variedade de perdas que os idosos podem experimentar, a medida desses sintomas pode refletir a adaptação desses indivíduos a essas experiências, sendo, portanto, um indicador de bem-estar psicológico na velhice. Adicionalmente esta obra destaca a importância de hábitos de vida, que possam estimular a promoção da saúde, para prevenir o isolamento social, o surgimento de sintomas de ansiedade, de depressão, maximizando a resiliência dos idosos, que é a capacidade de adaptar-se psicologicamente com estratégias de enfrentamento, mesmo com a ocorrência de eventos estressores e/ou possíveis perdas de entes queridos no decorrer do processo de envelhecimento. Nesta obra há indicação de filmes, como o filme Estamira, que relata a história de vida de uma mulher que não tinha uma estrutura familiar adequada, sendo vítima de abusos sexuais por parte de familiares e usuária de substâncias como álcool e outras drogas, incentivando para

a sensibilização às situações de vulnerabilidade de idosos que envelheceram com transtornos mentais e com uma estrutura familiar ruim, neste filme há desdobramentos importantes relacionados à importância de um olhar amplo e integral à vida dos idosos com transtornos psiquiátricos. Neste livro também se discute sobre a prevalência das demências no Brasil e no mundo, e os critérios diagnósticos e a atuação da equipe multidisciplinar neste contexto. A obra foi lançada em formato de e-book, ou seja, é um livro digital, e visa atender as demandas por tipos de leituras mais amplas e acessíveis. Se você gosta dos assuntos sobre envelhecimento cerebral, saúde mental de idosos, e intervenções que possam melhorar a qualidade de vida da saúde mental dos idosos, não deixe de adquirir esta obra, disponível apenas no formato digital e à venda em todas as livrarias on line, do Brasil.

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Variações in VIVO

Dra. Lairtes Temple Vidal Psicóloga/acupunturista fitoterapeuta

AC/DC Paradigma forte. Divisor de águas. Isso foi Moisés... #elenão, ele é um, somos muitos. Quem somos nós? Conversas filosóficas sobre como será o mundo Depois do Corona especulam em lives daqui e dali. Corrente alternada ou contínua, tanto faz. A corrente, se não falha, movimenta, isso sim. Olha quanta bicicleta correndo aqui e ali, das correntes simples às mais potentes, boas pra sustentabilidade. O mundo dC está saturando a busca de alternativas sustentáveis. Observamos várias espécies em extinção no planeta. Vaga-lumes, pra-

ticamente só na vaga lembrança. Eles se comunicam pelo piscar, em silêncio, nada incomodam, ao contrário, alegram. O macho seduz a fêmea brilhando no ar enquanto ela do chão vislumbra seu bailado e então emerge iluminada também, para acasalar e procriar. Não mais tanto assim. A luz artificial da espécie humana, invadindo a privacidade, ofusca a luz da natureza. Dos pirilampos às baleias assistimos a degradação acontecer. Movimentos ativistas em suas variadas plataformas geram correntes de salvação, seja pelos rios e águas, pela flora, pela fauna,

Foto: pexels.com/pt-br/@abdullah

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por diferentes tipos de poluição, por etnias e minorias em dificuldade, pela paz mundial. As muitas correntes parecem não fazer parte da mesma engrenagem, esvaem na correnteza. Seguimos com a corrente no pescoço, arrastando correntes, às dentadas, enquanto a corrente do relógio avança, a corrente de oração sucumbe, a corrente de ar sufoca e a corrente prá frente perdeu o rumo. Não mais tanto faz, se alternada ou contínua, as correntes se sobrepõem

a nós, e nos atamos em nós nas redes. Está acorrentado ao Dilema Social? Nada de novo sob o sol, faz tempo (aC.dC), não é de agora (AC/DC). Embriaguez de Corona. Deixe fluir a corrente de pensamentos. Para onde vamos? Nota: Quem Somos Nós, e O Dilema Social (ou das Redes), são dois filmes que sugiro.

CriativA Idade

Jane Barreto Psicopedagoga e Arteterapeuta

Além do horizonte, como será? “...Além do horizonte deve ter...Algum lugar bonito pra viver em paz...” Quando ouço a canção dizendo que há um horizonte, e além dele deve haver paz, penso na esperança que têm nos sustentado, penso nesse tempo de pandemia, sim um tempo Cronos longo, já são 6 meses, mais de 150 dias , metade de um ano, do ano de 2020, de nossa história, em que vivemos distantes de enxergar o horizonte. Esse tempo kairós, de experiências inesperadas, de luta, com muitas perdas, alguns ganhos, derrotas, mas também vitórias, sofrimentos e fim de sofrimentos permeados pelo alívio. Tempo de perseverança e recolhimento na solitude, experiência de estar frente a frente com a solidão. Somos sobreviventes! vivemos nesses tempos em que a opção pela vida se tornou prioridade. Agora, parece que o sol começa a apontar e a noite escura sem estrelas, sem a luz da lua, está che-

gando ao fim. Anseio avistar em breve um céu estrelado e uma lua radiante, o sol já aponta e a possibilidade de vermos além do horizonte, nos traz de novo a esperança de vida. Nesse tempo algo inédito aconteceu, contrariados ou não, conhecemos e praticamos o isolamento físico, que impacta nas relações humanas causando o distanciamento social, em prol da saúde do corpo que precisa de liberdade e revela nossa existência, só sei que o próximo existe por que o vejo no físico, no corpo. Como será o tempo de retorno à plenitude do viver fisicamente em sociedade? de voltar a possibilidade de liberdade na mobilidade, do encontro, do olhar presencial, do toque e do abraço? terá nele a esperança? No tempo de termos uma vacina, de recebermos essa vacina procurada pela ciência e estarmos menos vulneráveis, talvez ainda não totalmente imunes, mas menos fragilizados ou menos sujeitos a doença que nos tira a vida. Haverá ali a presença dela, da Esperan-

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buscar o que nos dá vida plena, nos faz de fato seres vencedores, humanos, na essência da palavra humanos, com a esperança em nós. Ser humano é, segundo a etimologia da palavra “humānus”, o estado próprio do homem, traduz – se em: ser bondoso, erudito, instruído nas humanidades, e para manter-se nas humanidades, ou humanizado, é preciso manter em si as virtudes, os frutos que nos faz retornar a nossa essência, o propósito para que fomos criados; a esperança é uma dessas virtudes, é o sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que é impossível, mas pelo desejo confia e transforma em coisas boas, com a fé. Esperança de sermos melhores, de fazermos melhores, de estarmos melhores, para sim fazer valer a pena essa vida que tanto preservamos nesse tempo de ameaças a ela, com a Esperança presente em nós e que seja sempre Ela a nos conduzir ao caminho da vida. Quero ser carta para um novo mundo, quero trazer boas noticias, de um tempo de paz, de solidariedade e de compaixão, de amor e de Muita, mas muita Esperança, além do horizonte existirá a paz, e em nós a esperança...

Foto: genera.com.br/blog

ça? Retomar o planejamento desse tempo, desse retorno é uma atividade que inspira esperança, já gera em nós o desejo de encontrarmos om ela, ah a esperança que nos traz a vida! Pensar como nos comportaremos no retorno ás situações como nas filas e locais públicos, no trânsito, nos estabelecimentos de lazer e de consumo, como será que a sociedade retornará? virá na companhia da esperança? Penso que os cuidados sábios e responsáveis, continuarão fazendo uso dos protocolos de convivência em lavar mãos, usar mascaras e manter distância sem aglomerações, serão amostras de sabedoria mesmo em meio a insensatez. Também estarão acompanhados de esperança? Como será?? Eu tenho essa curiosidade e você tem? Como as pessoas estarão? e eu como estarei diante de cenas de insensatez e falta de gentilezas? ali estará ela, a esperança? Para sacudir nossos meses ou ano de adormecidas relações, precisamos lembrar do que nos faz sócios, seres conviventes, entre sentimentos equivocados, de narcisismo e egoísmo, ou baseados na cultura do medo, precisamos nos libertar, nos mover para além da pandemia,

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Falando em escrever

Rosa Maria Rodrigues Castello Consultora em Direitos Autorais

Chão de Cabelos

Pacheco na dia do lançamento do seu livro Vamos falar sobre essa pessoa maravilhosa o Pacheco e como o livro saiu da gaveta e se transformou em realidade. Castello Editorial: Vamos conhecer um pouco sobre o autor do livro Chão de Cabelos, profissional da beleza, que tive a honra de conhecer em 2019 e ajudar a transformar um sonho em realidade. Pacheco, conta pra gente como foi o processo de escrever sua história. Pacheco: Então, eu já corto cabelo desde os 15 anos de idade. E lá pelos meus 35 e 40 anos de idade eu comecei a colocar no papel a minha trajetória e minha vivência na profissão de barbeiro e empreendedor. Ao longo desses 20 anos escrevendo eu consegui muita coisa na minha profissão. Ensinei muita gente, inovei muito sempre

Fotos: enviadas pela Castelo Editora

fui um inovador na minha profissão. Eu achei por bem colocar tudo isso no papel. Aos 79 anos encontrei uma equipe muito interessada com o meu original – a minha rascunhada – e juntos colocamos em prática e o livro nasceu pela editora Castello Consultoria. Castello Editorial: Como foi esse um ano de elaboração e produção do livro com a equipe da Castello Editorial. Pacheco: Muita gente sabia que eu estava escrevendo o livro e sempre me perguntavam. Foi quando a Lilian, minha sobrinha – Pacheco é o livro? Ela pegou o rascunho, começou a ler, gostou e me apresentou você. Formamos uma equipe e durante o ano de 2019 trabalhamos muito, várias reuniões, encontros, discussões, muita inspiração e transpiração. O projeto foi feito para que o lançamento acontecesse no dia do meu aniversário de 80 anos, em janeiro de 2020. Um domingo lindo e quente com mais de 150 pessoas prestigiando o nosso evento, entre essas pessoas tivemos a honra de receber Ignácio de Loyola Brandão membro da Academia Brasileira de Letras e autor do prefácio da obra. E teve um sucesso muito grande e bastante aceitação do meu livro pelos meus clientes, amigos, familiares e o público. Graças a essa equipe maravilhosa que eu conheci e que fizeram com que o livro fosse lançado. Castello Editorial: Realmente foi maravilhoso o dia do lançamento. Um belo domingo de verão. Como está sendo pra você o trabalho, seu dia a dia, o livro na

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pandemia e o atendimento aos seus fieis clientes? Já estamos a 6 meses nesse isolamento. Pacheco: Aconteceu uma coisa muito interessante que eu pude observar. Normalmente as pessoas leêm um livro e não tem contato com o autor. No meu caso eu tive contato direto com esses leitores, e eles puderam comentar sobre a minha trajetória e sobre a minha história. No meu caso as pessoas tinham o contato direto com o autor, vejam nem mesmo o Loyola tem essa intimidade com o leitor, porque dificilmente a gente comenta diretamente ao autor. Por isso, eu comecei receber muitas homenagens dos meus amigos leitores. Inclusive uma pessoa que leu e se interessou e estava para sair um documentário sobre o Chão de Cabelos., mas infelizmente por conta da pandemia o projeto está parado. O meu segmento, salões de beleza tiveram uma queda no orçamento, não só no Brasil como no mundo. A clientela sumiu, passamos por dificuldades financeiras, tivemos uma queda de 20 a 30% no orçamento. O livro continua sendo vendido. Está em alguns salões e lojas de beleza. E mesmo aqui no meu salão eu continuo vendendo. Não tenho pressa, sei que as coisas vão mudar. De qualquer forma estou feliz, tenho recebido muitas homenagens e a certeza que fiz o meu melhor na vida e sou feliz com o livro. Castello Editorial: Queremos saber quais são seus planos para o futuro. A pan-

demia vai acabar a vida vai voltar ao normal. Quais são seus planos para o seu aniversário de 81 anos, janeiro tá chegando. Tem mais livro? Tem mais história pra contar? Pacheco: Não é sempre que a gente tem história pra contar. Mas eu tenho um outro livro, sim. Trata-se de livro de contos, causos hilários e inusitados. São 128 casos escritos ao longo desses 65 anos de carreira. Tá lá o rascunho... é seu. Vamos ver se a Castello Editorial se interessa por isso. (2 trechos do livro) Cachoeira de cortes - Pacheco cortava os cabelos da moçada lá no Tucuruvi, no início de sua carreira, enquanto o alfaiate Rona fazia ternos. Era uma dupla de prestígio no bairro, nos anos 60. Quando Rona voltou para São Paulo, depois de ficar fora da capital por quase 40 anos, se instalou numa galeria da rua João Cachoeira. Sempre que saia do salão em cima do Pandoro, Pacheco passava pela alfaiataria do amigo para relembrar os velhos tempos e matar a saudade, segundo conta em seu livro Chão de Cabelos. Foi quando Pacheco viu uma loja vazia, para alugar nessa mesma galeria da rua João Cachoeira e logo se apaixonou pelo local. Vendeu o salão do melhor ponto de São Paulo, que já não era mais o melhor ponto, e se mudou para uma Cachoeira de Cortes. Ele gosta do provérbio “os incomodados que se mudem”. Como não estava mais contente na avenida Cidade Jardim,

Pacheco com Ignácio de Loyola Brandão

magazine 60+ #15 - Setembro /2020 - pág.25


mudou-se novamente. Pacheco ficou com suas auxiliares, manicures e recepcionista num belo salão privado. Em baixo recepção e sala de espera e em cima sala de trabalho, equipado com computador onde ele coloca todos os dados do seu trabalho, como tipo de cabelos, tamanho, cor, lua, técnica, estilo e tempo de prazo dos cortes em cachoeira. E, continuou inventando cortes e estilos, como veremos na próxima história sobre o Chão de Cabelos. Vizinho da Record - Tudo começou com a má notícia do dia. O salão onde Pacheco trabalhava para o libanês seu Amado, na praça Roosevelt, seria vendido e eles teriam que sair do imóvel. Entre a tristeza de deixar o que já se delineava como um sucesso e voltar a trabalhar, para não deixar o pente (ou peteca) cair, Pacheco recebeu um convite de seu cliente, sr. Alberto, para visitar sua loja de lustres na rua Nestor Pestana. Na conversa, a mulher do sr.. Alberto propôs emprestar o dinheiro para

Pacheco comprar o salão do sr. Amado e mudar tudo para a rua Nestor Pestana, na própria loja de lustres. Pagou em dez prestações. O efeito foi surpreendente, conta Pacheco em seu livro, porque alguns lustres, arandelas e painéis ficaram como decoração. E os vizinhos, artistas da antiga Record, começaram a chegar.

Pacheco com a equipe da Castelo

CHÃO DE CABELOS – A história de sucesso do cabelereiro do século XX Autor: Pacheco – Norival Pacheco Prefácio de Ignácio de Loyola Brandão ISBN 978-65-81379-00-1 Lançado em 19 de janeiro de 2020 – em seu aniversário de 80 anos – com mais de 150 pessoas num lindo domingo de verão. Ficou interessado!! Venha conhecer a trajetória de vida desse profissional de beleza, que teve a honra de cuidar dos cabelos de muita gente famosa, como Chico Anisio, Jô Soares, Tony Ramos, muita gente interessante que ainda hoje vai ao seu salão.

O livro poderá ser adquirido por R$ 42,00 até 31 de dezembro de 2020, através do e-mail : vendas.castelloeditorial@gmail.com Nosso site https://www.castelloeditorial.com.br/

magazine 60+ #15 - Setembro /2020 - pág.26


Divã

Sandra Regina Schewinsky

Psicóloga - Neuropsicóloga

Dedos em riste! Exatamente, também questiono: Como??!! Em relação ao suicida as pessoas se sentem no direito de julgar: fez isso porque só quer chamar a atenção, é uma pessoa egoísta, mal-agradecida, histérica (no sentido pejorativo), covarde e por aí vai. Hoje não quero falar das questões psicológicas de quem tenta o suicídio, mas sim de quem critica. Acusações acontecem de todas as formas e para todos aqueles que se encontram em situação de vulnerabilidade: - a criança violentada e que engravida não pode decidir

Foto: arquivo

Apesar da pandemia o mês de setembro continuou sendo de alerta contra o suicídio, com bem menos profusão que os outros anos, mas muitos salientaram a necessidade de se falar abertamente sobre o assunto. Amado leitor, vou compartilhar com você alguns fatos que me chamam a atenção. Como você já sabe, trabalho em dois hospitais, em meu consultório e dou aulas, volta e meia aparece algum caso em que o socorro demorou um pouco mais pois os profissionais acharam que era tentativa de suicídio. Como??!!

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o que quer; um médico não pode se emocionar com uma pessoa se ela cometeu um crime; pessoas traídas que perdoam são bobas; pessoas traídas que não perdoam são vingativas; pais que castigam são cruéis; pais que não castigam são permissivos demais; formas de manifestações da sexualidade diferentes são pecadoras; quem usa drogas é sem vergonha e mais um monte de coisas. Mas afinal, por que achamos que temos o direito de julgar e apontar o dedo para os outros? Geralmente porque nos consideramos muito espertos e sabemos o que é o melhor. Queremos que vejam o mundo como nós e façam o que achamos que é correto. Também é comum tirar conclusões por um único fato que está em evidencia, sem que se tenha uma visão global do percurso que a pessoa percorreu até chegar naquela situação. Estradas de solidão, dores, incompreensões, são desconsideradas. Importante lembrar que temos uma forma única de reagir ao mundo. Somos formados pela nossa herança genética, a arquitetura de nosso organismo, as vivencias pessoais, ambiente sócio cultural

e nosso jeito de assimilar as coisas e senti-las. Quando uma pessoa aponta seu dedo em riste para outra, na realidade ela fala dela mesma. Demonstra sua forma de se relacionar, suas crenças, intolerância, visão restritiva de mundo (pois não consegue entender o outro) e em alguns casos sua crueldade. A questão é que a pessoa que é julgada, se estiver fragilizada, pode sofrer muito. Sua autoestima corre o risco de ficar abalada, sentimentos de exclusão e de incompreensão são frequentes e podem trazer consequências dramáticas. O acusador, por outro lado, também é um sofredor, pois sua insensibilidade, falta de empatia (capacidade de se colocar no lugar do outro) pode ser sinal de um mundo interno árido, com pouca possibilidade de reflexão e muitas vezes de auto cobrança e rigidez emocional. Então, não nos cabe julgar nem um nem outro, mas convidar para adentrar o caminho da autorreflexão, enveredar para o autoconhecimento e buscar o sentido de sua vida! Um grande abraço e caso tenha perguntas ou sugestões para os próximos meses é só entrar em contato

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magazine 60+ #16 - Outubro /2020 - pág.28


Baseada em todos esses anos de experiência com pacientes neurológicos, ficou evidente o quanto passar informações de maneira simples e correta para os familiares, pacientes e profissionais sem expertise na área, seria profícuo. Assim, a Dra. Vera e eu escrevemos o livro: Lesão Encefálica Adquirida: o que é importante saber com Ilustrações de Manoel Carlos Conti, nosso editor! Consideramos que no momento atual, com tantos problemas neurológicos (AVC, traumas e tumores) e sequelas do Covid19, seria muito oportuno divulgar as informações do livro, que tenho a honra de compartilhar o link com vocês. https://www.amazon.com.br/s?k=les%C3%A3o+encef%C3%A1lica+adquirida&i=stripbooks&__mk_pt_ BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&crid=1CV0F7U0VNJ3Y&sprefix=les%C3%A3o+%2Cstripbooks%2C272&ref=nb_sb_ss_i_1_6

Sandra Regina Schewinsky LESÃO ENCEFÁLICA ADQUIRIDA o que é importante saber! Dra. Sandra Regina Schewinsky e Dra. Vera Lucia Rodrigues Alves

magazine 60+ #16 - Outubro /2020 - pág.29


Empreendedor/Tecnologia

Marcelo Thalenberg Empreendedor escreve artigos sobre tecnologia

Dom Pedro II candidato a Presidente dos EUA? Nova Iorque foi o ponto de chegada e de partida da viagem de D. Pedro II aos Estados Unidos. D. Pedro II, D. Teresa Cristina Maria e comitiva partiram do Rio de Janeiro em 26 de março de 1876, e chegaram a Nova Iorque no dia 15 de abril e em 12 de julho tomaram um vapor rumo a Europa. Essa foi sua segunda viagem internacional, mas foi a única vez que esteve nos Estados Unidos. Apesar de não ser uma viagem oficial como Imperador, Dom Pedro de Alcântara, como preferia ser chamado, conheceu grande parte do país, e tornou-se uma figura bastante popular. Seus modos simples e simpatia eram notáveis: cumprimentava a todos, caminhava pelas ruas a pé, carregando sua própria maleta e guarda-chuva.

Em 10 de maio de 1876, ano do centenário da independência americana inaugurou-se na Filadélfia a Exposição de Artes e Manufaturas e Produtos do Solo e das Minas, cem mil pessoas assistiram à inauguração. O destaque do dia aconteceu quando o presidente Ulisses S. Grant e o imperador do Brasil D. Pedro II conduziram a multidão para o salão das máquinas e subiram na plataforma do motor a vapor Corliss de 12 metros de altura e giraram uma válvula a sua frente e o motor ganhou vida girando 37 quilômetros de eixos. Em, 1876, iniciavam-se as campanhas presidenciais para a próxima eleição, em meio à euforia da presença do adorado Pedro II, um homem escreveu à The New York Herald uma piada em que

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lança a chapa de Dom Pedro II para presidente, e Charles Francis Adams, descendente do pai da pátria John Adams, mesmo sendo piada D. Pedro II recebeu muitos votos. Perguntas: 1- Quem governava o Brasil quando o imperador fazia longas viagens? 2- Cento e cinquenta anos se passaram e continuamos um país de extração de minérios e agronegócios, por que o conhecimento adquirido por nosso imperador não propagou e incentivou o país ao desenvolvimento industrial?

Fontes: Mastodontes a história da fábrica e a construção do mundo moderno por Joshua B. Freeman Biblioteca Nacional: https://www.bn.gov.br/acontece/noticias/2020/06/viagem-d-pedro-ii-aos-estados-unidos-1876-nova-iorque https:// history.uol.com.br/noticias/o-dia-em-que-dom-pedro-ii-foi-candidato-presidencia-dos-eua Marcelo Thalenberg www.durmoatualizado.com.br Informe Publicitário

A Castello Consultoria Editorial nasceu de uma ideia de Rosa Maria Rodrigues Castello em ajudar os profissionais do livro Rosa trabalhou com questões de gestão e coordenação de processos de reestruturação e profissionalização da área de Direitos Autorais, gerenciamento de documentações referentes ao atendimento de editais dos Programas de Governo junto ao MEC (didáticos e paradidáticos) no que tange aos autores, elaboradores e colaboradores. Foi responsável pela entrada de originais de obras gerais e distribuição de editais, possui vivência na implantação do Sistema Editorial, Licenciamento e Autorizações de Direitos Autorais além de conhecimentos em revisões e melhorias de contratos de cessão e edição. Durante seu trabalho na Editora Moderna, mais de 30 anos, foi responsável pelo relacionamento com autores (cerca de 500 autores), agentes literários, herdeiros e sucessores, controle de prazos, elaboração e conferência de contratos de edição e cessão de direitos autorais, licenciamento de textos de livros didáticos e literatura. Rosa também foi responsável pela criação do curso “A gestão do direito autoral: controle de direitos, licenciamento e organização práticas dos dados” pela Universidade do Livro da Editora da Unesp lecionado em setembro de 2017. Em 2018 ministrou em março palestra na FVE-CIEN sobre as Questões Práticas dos Direitos Autorais, e em maio novamente na UNESP com o curso “A semana do Direito Autoral – questões práticas e jurídicas Contamos com mais de 20 clientes, autores renomados e de diversos segmentos da literatura, poesia, música, arte e das obras didáticas – que pode ser conferido em nossa página na Internet.

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A vida como ela é

Marisa da Camara Consultora Imobiliária Brasil - Portugal

Era uma vez um músico... Menino criativo, tímido e de poucas palavras, tinha péssima fama no quarteirão onde morava. Todos conheciam as artes que o garoto aprontava. Ao receber as reclamações dos vizinhos ou da escola, sua mãe, superprotetora, ia logo dizendo: “Com certeza, não foi o meu menino...!!!” À noite, com seu som, o pai acalmava aquele pequenino que sequer imaginava possuir o mesmo dom. Muito jovem, entregou-se de coração às cordas do mesmo violão. Na adolescência, foi acometido por uma grande paixão. A moça com muitos planos e ele sem ambição. Um dia ela partiu, estraçalhando-lhe o coração. Era a vida lhe trazendo a primeira decepção. O susto o impulsionou. Resolveu vi-

rar doutor. Foram anos a tentar aquele concorrido exame, sem que no curso conseguisse ingressar. Vendo-se sem opções, desistiu, driblando suas grandes frustrações. O destino generoso lhe trouxe uma boa moça. Com ela iniciou uma família e, com os amigos, um novo negócio, que rapidamente prosperou. Bonito, charmoso, com dinheiro e muita imaturidade, mergulhou no mundo da noite, regado a bebidas, cigarros e mulheres ávidas por jantares e baladas, em troca de alguns prazeres. Deles usufruiu até que sua empresa virasse pó. Haveria, então, de recomeçar. Sua mãe, já envelhecida, repartia-lhe suas economias. Afinal, seus netos precisavam de uniforme, material escolar

Ilustração: Marisa da Camara

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e alimentação sadia. Músico talentoso, exímio cantor e violonista, optou por buscar o sustento da família nos bares noturnos da cidade. Para um homem sensível, boêmio, romântico, fumante e bom bebedor, era o convite do capeta, fantasiado de anjo. Suas noites passaram a ser intensas, com sucesso regado a muita bebida, que lhe anestesiava o passado e o indefinido futuro. A esposa, eternamente carente e abandonada, optou por romper o pacto das alianças, poupando seus filhos daquela presepada. Assim, com uma mochila, ele regressou à casa de seus pais e seguiu sua vida, expondo nas noites paulistanas seu bom gosto musical, sua doce voz, seu olhar tímido e encantador, em

troca de algum dinheiro, sempre destinado aos filhos. No fundo de seu coração, amargava todas as conquistas mal gerenciadas e as perdas não elaboradas. Seu corpo, cansado de tantos abusos, entregou-se a uma doença voraz, para pôr fim a tanto sofrimento, entregando ao firmamento aquela alma doce, gentil e criativa, rumo ao aprendizado e à evolução. E você? Como tem cuidado de sua história de vida? Marisa da Camara Repórter 60+, Corretora Imobiliária e Administradora de Empresas Cel.: 11 99947 7622 marisa.camara11@gmail.com

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avós & netos

De repente, sem que a mulher tenha que passar pelo nem sempre simples processo da gravidez, lá está ela com um novo bebê no seu colo: é o neto (ou neta)! E o avô, então? Sem ter de arcar com aquela pesada responsabilidade de educar a criança, recebe de “presente” na família um garotinho ou uma garotinha, ávidos por ouvir todas as suas histórias e truques. Como não se encantar com esse novo papel? São essas memórias que serão registradas neste livro-coletânea inédito. 30 depoimentos | 1 livro com 150 páginas

sobre o projeto

•Número de histórias / autores: 30 • Cada autor escreve sua história em 5 páginas (8 mil caracteres com espaço), incluindo o perfil e uma foto com os netos - • A equipe da e-Editora avaliará se algo precisa ser modificado ou acrescentado • Depois de aprovado, o original passará por uma cuidadosa revisão gramatical e de estilo • As demais etapas envolvem: projeto gráfico (incluindo capa), diagramação, revisão gráfica e impressão. Todas estarão sob a coordenação da e-Editora - • Número de exemplares impressos: 305 (5 ficam para o acervo da e-Editora) - • O livro terá ISBN e ficha catalográfica Mais informações pelo link: http://bit.ly/eeditoraavosenetos

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Contos I

Malu Alencar Historiadora e Produtora cultural

Uma senhora de 70 anos Quando nasci a televisão não existia, era um projeto que aconteceria 5 anos depois. Meu primeiro contato com a TV foi em 1966/67 quando vim para São Paulo estudar. Morava na Casa da Universitária no bairro do Paraíso, um pensionato ligado a Igreja Católica. Nessa época os festivais de música da TV Record, eram o máximo e aos domingos ficavamos em frente da televisão assistindo e torcendo para os participantes, quase todos estudantes universitários. Chico Buarque e Toquinho eram figuras conhecidas ali do Bar do Zé na Maria Antonia que frequentavamos. Tinha o Abílio Manoel, da Física da USP que também era cantor e compositor... Fazíamos torcida. Foi ai que conheci as grandes figuras da musica brasileira, Geraldo Vandré, Jair Rodrigues, Elis, Edu Lobo, Caetano e Gil.... Nunca imaginei que um dia trabalharia numa emissora de televisão. Meu primeiro contato com o veículo foi como fornecedora, através do GRIFE, uma escola de cinema e produtora de filmes em Super 8mm, uma bitola de filme considerada amadora, que tinha fundado com Abrão Berman em 1972. Nosso diferencial era o projetor de filmes, na verdade uma maleta 007 da Fairchild que se transformava numa televisão, o filme colocado num cartucho facilitava enormemente a projeção do Super 8mm. Carregava essa maleta apresentando nosso portfólio e as vantagens do Super 8mm, um filme barato e que poderia ser um apoio para o mercado da propaganda, em vez dos stories bords de

filmes comerciais, produzir o roteiro em Super 8mm, documentários, filmes de treinamento, lançamento de produtos, pré teste, pesquisa de mercado... Numa dessas apresentações Cyro Del Nero na época um dos diretores da Rede Globo, me perguntou se daria para transformar a película de 16mm para Super 8mm e projetar via maleta 007, pois na central da TV Globo do Rio, tinha um painel com o logo da TV que ficava no hall do Jardim Botânico, seria fantástico se conseguisse transmitir parte da programação da emissora ali na entrada. Na época as gravações feitas nos estúdios eram feitas por fita de video quadruplex e as externas na película 16mm. E foi assim que em 1973 o GRIFE passou a ser fornecedor da Rede Globo Rio e depois SP. No inicio de 1976, sugeri a Abrão Berman, meu sócio que deveríamos partir para produções em video tape, mas Abrão achou que era loucura, que o Super 8mm seria a bitola do século XX e o video tape não vingaria. Numa das reuniões na TV Globo SP, Dionísio Poli, diretor comercial da emissora, me perguntou se toparia montar uma produtora em video tape (VT), na propria emissora para atender a demanda de comerciais de clientes diretos, empresas do varejo que não tinham agencias de publicidade e gostariam de veicular anunicos na TV, mas sem condições de produzir em 35mm, a pelicula utilizada para filmes. Abrão não aceitou a proposta da Globo e eu sai do GRIFE para me aventurar na televisão, dessa vez como funcio-

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nação que se usava em filmes. Foi quando me indicaram falar com Rodolfo Sanchez, um dos melhores diretores de fotografia do cinema comercial na época. Dante era o chefe da iluminação nos estúdios da Pça Marechal e e uma reunião foi proposta com o Rodolfo Sanchez. Foi o inicio de uma parceria que deu certo. Foi o começo de uma longa história no mercado de produção de filmes comerciais, o VT se firmou como “bitola” e as grandes produtoras do mercado se equiparam para atender a demanda. Nunca mais o mercado de produção de comercial foi o mesmo. E tenho muito orgulho de ter feito parte dessa história, da produção de comerciais em Video Tape, um dos braços da televisão brasileira.

Foto: antonioferreira.lel.br - divulgação

nária para montar o Depto de Produção de Comerciais em VT. Foi uma grande aventura mesmo, pois o video tape não era bem visto no mercado publicitário. O VT não tinha qualidade técnica, a imagem era chapada, parecia uma cópia mal xerocada. Pensei que realmente estava numa fria, que adiantava estar na Globo se o produto que tinha para oferecer era um “mico”. Foi um trabalho de equipe de empenho e dedicação do pessoal da técnica da TV Globo SP que apostou na proposta: Delcio Torres, Helio Seliman, Dante, Durval, Claudinho Blanco, Bernardo, Nei, Moneta, Paulinho, Jorge Capeta, Zé Japonês, Zé Dantas.... A maior dificuldade era a bendita iluminação, precisavamos resolver o problema, a luz nos estúdios não era a ilumi-

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Nosso Universo interior

M. Luiza Conti

Desenvolvimento pessoal

Gratidão

A gratidão é um sentimento poderoso e transformador!! É uma das emoções mais espetaculares de sentir! Sermos agradecidos com certeza nos torna mais humanos e consequentemente espalhamos essa energia distribuindo benefícios e positividade. Quando tornamos a Gratidão consciente em nossas vidas, estamos trabalhando com a nossa saúde mental e emocional tornando-nos com esse habito, pessoas mais felizes. Agradecer por estar vivo, ter o seu cérebro funcionando, estar falando, se movimentando, não são coisas banais, e essa percepção de ser grato para o que parece normal e entender isso, é um enorme privilégio. Ser grato é poder olhar a nossa volta e reconhecer tudo o que temos, sentindo muito prazer em valorizar tudo ao nosso redor. Com isso ficamos menos ansiosos, mais positivos e bem humorados. A gratidão também é contagiante porque sua vibração gera uma energia diferente atingindo pessoas que estejam próximas a você. Já sabemos que o que pensamos gera sentimento que gera ação, e então verá isso transformando seu dia a dia. A gratidão ativa nosso cérebro e nos ajuda a tratar de nós mesmos com mais facilidade. O psicólogo Robert A. Emmons atestou por meio de suas pesquisas, como a gratidão reduz as emoções tóxicas das pessoas e gera aumento de felicidade, isso porque, segundo seus estudos, ao sermos gratos liberamos no organismo um neurotransmissor conhecido como Dopamina, que gera dentro da gente uma onda interna de bem-estar e

prazer. Emmons é autor do best-seller “Agradeça e Seja Feliz”. Podemos pensar em gratidão reconhecendo a benção de estar vivo e que temos tudo que precisamos. A expressão também pode ser a conexão que fazemos com o universo por tudo que a vida nos proporciona, independente de crenças, é na verdade um desenvolvimento pessoal. Agradecer pelas mínimas coisas, pelos desafios, nos deixa em estado de prontidão e nosso cérebro em modo criativo. Falando em Física Quântica, 99,9% do que somos é energia, apenas uma minúscula parte restante é matéria. Para Wallace Lima, especialista no assunto, 80% de nós geramos doenças por hábitos errados e pelo gerenciamento equivocado de nossas emoções. Em geral, diante de qualquer obstáculo, nos colocamos como vítimas, como coitados, e o nosso sistema vai lutar para se defender. Nosso corpo não foi programado para se manter nesse estado de estresse, e acaba minando nosso sistema imunológico. A ciência vem pesquisando que o estado de gratidão se comunica com outra rea-

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ção química em nosso corpo, isso porque a gratidão joga no organismo os neurotransmissores do bem estar, que são a serotonina e a dopamina, ansiolíticos naturais. Todo pensamento emite uma onda elétrica, os neurônios são conectados através de cargas elétricas, as quais em movimento geram campos magnéticos, e por isso temos a tendência em atrair pessoas com a mesma sintonia da gente. Portanto a gratidão é treinarmos o corpo conscientemente para produzirmos bem estar e atrair o mesmo. Quanto mais estivermos com pessoas positivas, lendo bons livros, ouvindo boas noticias, mais estaremos nos fortalecendo para uma nova realidade. Aprender a ter um novo olhar, faz com que a gente perceba uma nova forma de lidar com os desafios, e celebrar, agradecer... Observe a natureza, os animais, os pássaros..., são os seres mais gratos do universo, eles agradecem a chuva, o sol e tudo o mais! A sensação de quando estamos gratos é de pertencimento, sentindo estar fazendo a diferença no

mundo, transformando conhecimento em sabedoria, dar um propósito à vida e nos sentirmos mais felizes. A gratidão promove equilíbrio que é sinônimo de saúde, que é sinônimo de felicidade. Quando o exercício da gratidão é contínuo, não deixaremos que uma pequena parte do dia que não deu certo interfira no restante do dia que foi maravilhoso. Perceba a sensação disso que vai gerar ondas que retornam levando a uma nova onda de gratidão. Tudo fica mais leve. Diário da Gratidão: - agradeça diariamente - sinta-se grato por si mesmo - esteja sempre atento a tudo de bom que vc tem ou adquire - agradeça um elogio, um ensinamento, uma palavra... - reconheça seu conforto - aprenda a identificar o lado positivo de todas as coisas - comemore cada dia Vamos seguir sendo gratos...

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Massas artesanais e molhos especiais entregues na sua casa


‘Causos’ do Nordeste

Tony de Souza Cineasta

Meter a mão no fogo Em 1324 ocorreu uma chamada “prova do ferro caldo”, era assim que a chamavam por lá, que ficou muito famosa, resultando depois num romance do escritor Arnaldo Gama. “O Baio de Leça”. Nesse julgamento, uma esposa que era acusada de adultério, se submete à prova e é inocentada. Tudo isso mexeu muito com o imaginário popular. Vários países neolatinos absorveram a expressão “ não ponho a mão no fogo”, ou “ponho a mão no fogo”, sem se dar conta como tudo começou. No Brasil a expressão é muito usada.

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Foto: divulgação

De acordo como as pesquisas do mestre Câmara Cascudo, no seu livro “Coisas que o povo diz”, é provável que a expressão “ponho a minha mão no fogo” ou “não ponho a minha mão no fogo” tenha surgido na Idade Média com a chamada “ordália”, também conhecida como “Juizo de Deus”. Ordálio ou ordália é um tipo de prova judiciária usado para determinar a culpa ou inocência de um acusado. A prova consistia em solicitar que alguém que se dizia inocente de uma causação segurasse uma barra de ferro aquecida e caminhasse com ela por alguns metros. Feito isso, a mão dessa pessoa era enfaixada com uma estopa, tipo atadura e selada com cera. Três dias depois tirava-se o selo e abria-se a atadura. Se a mão estivesse sem marcas de queimadura, a pessoa estava inocentada. Se a mão tivesse queimada, era condenada à morte por enforcamento. Essa prova interpretada como “Juizo Divino” foi usada em todo mundo antigo e na Europa, seu uso foi muito combatido pela igreja Católica. Os Papas a condenaram em sucessivos momentos. Em 887/888 foi condenada por Estêvão VI, Em 1063 por Alexandre II, e em 1215 por Inocêncio III, que no IV Concílio de Latrão proibiu que o clero cooperasse com julgamentos por fogo e água, substituindo-os por um misto de juramento e testemunho. Mas Portugal, de acordo com pesquisa de Câmara Cascudo, continuou usando esse tipo de julgamento, mesmo depois da proibição do Papa Inocêncio III.


Ler e criar

Laerte Temple Doutor em Ciências Sociais Relações Internacionais

O gatilho

Existem muitas opções para casais em crise, em busca de reconciliação: grupos de apoio da igreja, psicólogos, conselheiros conjugais, programas de TV e também aplicativos e sites como o pare_de_levar_chifre.com. Há quem prefira o esoterismo, quiromancia, tarô, búzios etc., mas uma coisa é unânime: casal que precisa de ajuda jamais deve procurar advogados. Aí é certeza de barraco, ação na justiça, altos honorários e nenhuma reconciliação. O casamento de Guadalupe e Clotildo era um arranjo de conveniências. Conheceram-se no curso de cinema e tornaram-se inseparáveis, carne e unha. Os colegas do curso que tentaram fazer cinema sério enfrentaram muitas dificuldades após o corte de verbas públicas, mas os dois criaram uma produtora de vídeo pornô e não tinham do que reclamar. Fizeram sucesso, ganharam muito dinheiro e vários filmes que produziram receberam prêmios importantes, como o épico “A cruzada de morte”, grande prêmio da academia, o romântico “A virgem e o jegue”, medalha de ouro no festival, e o infantil “O taradão da floresta encantada”, melhor ator e Prêmio Preferência Popular. Às vezes eles faziam pontas nos filmes como Lupe Fogosa e Clô Safadão. Após dez anos juntos, seis dos quais trabalhando e enriquecendo, eles se casaram. O que não lhes faltava era afinidade. Transavam desde os tempos do curso de cinema, moravam juntos, trabalhavam com artistas nus em cenas de sexo explícito, “testavam” candidatos e criavam os roteiros, sempre na maior

diversão. Porém, passados uns meses, o ambiente começou a mudar. Cenas de ciúme, intrigas familiares, desconfiança e discussões constantes nunca antes ocorridas colocavam em risco até o lucrativo negócio. O que foi um belo caso de amor estava se transformando em ódio crescente. Os estrategistas militares dizem que a melhor defesa é o ataque. O político astuto acusa o adversário de ser aquilo que ele é ou de fazer o que faz. Assim passou a viver o casal, um atacando o outro com acusações de infidelidade, ocultação de renda, patrimônio e outras coisas mais. Tentaram várias terapias convencionais, mas a ajuda externa nunca produziu qualquer resultado e o fim do casamento e da sociedade eram iminentes. Preocupados com o possível fim da produtora e o desemprego do elenco, a diva Hemma Frodite e o galã Alaor Gasmo sugeriram consultar o vidente Mestre Ambrósio de Oxóssi, especialista em união de casais, achar animal perdido, atazanar sogra, curar boiolagem, celulite e outras coisas mais. Os atores pornô marcaram horário para o casal através da vidente júnior Madame Zoraide de Oxumarê e foram com eles até a tenda de Ambrósio. Lá chegando, todos se reconheceram. O Mestre, um negro alto e forte, era Raimundo Peixoto, companheiro de Clô durante o serviço militar na Marinha, e Madame Zoraide, ou Patrícia Prazeres, foi colega de Lupe no grupo de balé. Mestre Ambrósio sugeriu um retiro de autoconhecimento e lavação de roupa

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suja em seu sítio, no fim de semana, juntamente com Hemma e Alaor. Rolou meditação, descarrego, terapia coletiva, troca de casais, homem com homem, mulher com mulher, sexo grupal e outras heterodoxias que vararam madrugadas. No final, o Mestre chamou Lupe e Clô em particular. - Vocês têm um histórico de felicidade e sucesso nos negócios. Pararam para pensar sobre o ponto de inflexão? - Seria o “ponto G?” – perguntou Lupe. - Não, não. Ponto de inflexão é o momento em que tudo começa mudar, virar a curva. O que causou a mudança? Vocês não têm nada de errado, a relação era ótima e será uma pena se separem. Voltem no tempo e tentem descobrir qual foi o gatilho. - Gatilho?

- Sim, gatilho, o fato ou fatos que deram início aos problemas. Após semanas de conversa e reflexão, dois casamentos chegaram ao fim. Hemma e Alaor concluíram que a relação entre ambos já era. Alaor foi morar com Madame Zoraide, que está estudando dramatização para estrelar filmes pornôs com ele. O Mestre perdeu Zoraide, mas ganhou Hemma, agora Madame Xênia de Obaluaiê, sua auxiliar e sacerdotisa. Lupe e Clô também se divorciaram, mas continuam sócios na produtora, que vai de vento em popa. Moram juntos e transam cada vez mais, sem ciúme e sem trauma, como nos velhos tempos. Graças ao Mestre Ambrósio de Oxóssi, identificaram o gatilho que quase pôs tudo a perder: o casamento. ltemple@uol.com.br

Foto: astrocentro.com.br - divulgação

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Mensagens

Luiz Arnaldo Moncau

Uma ameixa amarela Há poucas semanas nascera choro mais forte chama atenção cuidadosas mãos a tiram do berço a blusa entreaberta o peito oferece suga dos seios o leite da mãe que com carinho a coloca no chão. =================== Pelo tapete da sala engatinha a porta entreaberta pra lá se dirige o sol da manhã o rosto lhe aquece a alma curiosa se enche de cor respira ar puro que o vento lhe traz bebe o espaço que vai conquistar. ==================== Desce de terra batida os degraus como flor sapeca atravessa o jardim sobe sorrindo os primeiros galhos colhe do cacho uma ameixa amarela morde gostosa saborosa fruta deixa no queixo doces gotas rolar. =================== Volta ansiosa correndo de dois em dois sobe os degraus pega na mala deveres da escola com mãos ágeis completa a lição troca o vestido por conjunto de estrelas

em vão a procuram logo desaparece. =================== Volta coloca na mesa chaves do carro retoca cabelo repleto de cachos passa nos lábios vermelho batom se solta nos braços de quem vai chegar alcança correndo da cama o cetim se solta se entrega se torna mulher. =================== Choro no berço a faz despertar lágrimas alegres cobrem seu rosto criança mulher de um abraço o fruto sobe altiva do altar os degraus vestido bordado com certezas e sonhos desejos que logo irá realizar. ================== Avó feliz o mesmo tapete atravessa se aconchega serena na maciez do sofá lembra do berço onde outrora estivera levanta recolhe pequenina neta que logo engatinha pela vez primeira pela entreaberta porta vai logo passar. ================== Caminhando curvada volta ao sofá com certo esforço consegue sentar-se sabe que logo irá descansar. A neta menina chega correndo

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vestido organdi impecável e branco esperanças e sonhos se desfazendo. ==================== Outras lágrimas cobrem seu rosto com cuidado pela sala caminha sua avó silente e fria no leito deitada mãos outrora macias no peito cruzadas. Com lágrimas correndo aprecia seu rosto retribui um sorriso que só ela vê. ==================== E antes que o tampo se feche, antes que ela se fosse, seu braço esticado coloca entre as mãos das quais se despede ameixa amarela suculenta e doce. Pela última vez aquele rosto aprecia e com a voz embargada apenas diz: “Obrigada, vovó. Seja feliz!”

================== Tempos depois retornando o mesmo berço sorrindo aprecia os mesmos degraus devagar ela desce abraça da ameixa amarela o tronco, em cujo tecido uma frase ela deixa: “Caminho! Milhões de certezas marcam meus passos.” Luiz Arnaldo Moncau 08 março 2020 Minha homenagem a todas as mulheres no último Dia Internacional da Mulher, as que partiram, as que estão e as que virão.

Reutilizando materiais

João Alberto J. Neto Analista de sistemas

Mosaico - Intervenções Urbanas I Primeiro vem a necessidade e a partir daí nascem as ideias. Partindo desse princípio básico, muitas obras de revitalização acontecem em todas as cidades. O objetivo dessas intervenções é o de melhorar aquilo que, de feio, passa a ser mais agradável aos olhos. Isso torna as ruas, os bairros e a cidade em si um lugar mais agradável de viver. O ser humano, por sua natureza ou, por vários outros motivos, tende a respeitar mais o lugar mais preservado do que o lugar degradado, desde que as manutenções sejam constantes. Foi assim que a AMJA – Associação dos Moradores da Joaquim Antunes – que desde a sua fundação cuida da escadaria de acesso à rua Teodoro Sampaio, financiando serviços de manutenção em geral, além de limpeza e iluminação, através de doações de comerciantes e moradores da

região, teve a ideia da revitalização do lugar, que, apesar dos esforços, estava muito aquém do esperado, quase sendo transformado em banheiro público. Em contato com o grupo de mosaicistas Mosaico Paulista, foi elaborado e aprovado um projeto de revitalização, que foi executado em duas fases: a primeira, em setembro/2015 (espelho da escadaria) e a segunda, em julho/2016 (muro lateral esquerdo). O projeto proposto foi uma homenagem à artista Mirthes Bernardes, que em 1966 venceu um concurso da Prefeitura de São Paulo para eleger um padrão para as calçadas da cidade de São Paulo - um símbolo muito conhecido (desenho do mapa de São Paulo), mas jamais pago – e, por esse motivo, o local foi rebatizado como Escadaria Mirthes Bernardes, com direito à presença da renomada ar-

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tista, que, muito emocionada, concedeu e demais pessoas envolvidas, provando a autorização para a segunda parte do que - SIM, A CIDADE PODE SER BELA. projeto, uma reprodução da sua obra “As Até mais... 8 Cores do Ipê”, em coautoria com seu sobrinho Cid de Freitas. Referências: Para completar a revitalização, a https://www.amjajoaquimantunes.com. artista plástica Maíra Mendes foi convida- br/single-post/2018/07/25/Revitaliza%da a criar uma pintura com os pássaros C3%A7%C3%A3o-da-escadaria-de-ada região, como o Sabiá e o Bem-te-vi, cesso-da-Joaquim-Antunes-a-Teodoraformando a frase: “A CIDADE PODE SER -Sampaio https://pt.wikipedia.org/wiki/ BELA!”. Mirthes_Bernardes Hoje não são poucos os que passam https://www.facebook.com/mosaicopaupelo local e param para algumas fotos, lista/ alguns só para essa finalidade, transformando-o aos poucos num ponto turístico e premiando o esforço de cada artista Fotos: Enviadas pelo Colunista

Escadaria Mirthes - antes e depois

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Após ser procurado pela AMJA, para recuperar os espelhos da escadaria e um muro lateral, o grupo de mosaicistas decidiu iniciar pelos espelhos e utilizar o desenho padrão do mapa de São Paulo, marca registrada de calçamentos pela cidade. Ao montar o projeto tiveram o cuidado de pesquisar a origem do desenho e o que descobriram foi surpreendente. “Em meados de 60, a artista plástica Mirthes Bernardes venceu um concurso da Prefeitura de São Paulo para criação de um símbolo que representasse a sociedade paulista

Escada - Joaquim Antunes

Painel Ipê

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Em todas as telas

Katia Brito Produtora de conteúdo sobre envelhecimento e longevidade

Mulheres idosas devem ser valorizadas Fotos - Divulgação/Globo na cultura e na vida Outubro começou com o Dia Internacional da Pessoa Idosa, comemorado no primeiro dia do mês. Quando se pensa no olhar da mídia sobre o envelhecimento e a longevidade, que é a proposta dessa coluna, há avanços para comemorar certamente, mas infelizmente os desafios são ainda maiores. O preconceito etário é cada vez mais evidente, principalmente nesse momento de pandemia de Covid-19. Porém, tudo muda quando se trata de grandes nomes da música ou da televisão. Um comercial recente de uma

grande empresa do segmento de beleza é narrado por Rita Lee, de 72 anos, que se afastou do mundo da música. Ainda presente em entrevistas e participações nos mais variados programas, ela esteve, por exemplo, no Refazenda com Bela Gil, programa do canal pago GNT, ao lado do pai da apresentadora, Gilberto Gil. No texto da propaganda, Rita fala das muitas vergonhas vividas pelas mulheres como ousar e envelhecer. Ela nos convoca para viver com liberdade, de forma absoluta. Outro ícone do bem-envelhecer no universo cultural é a atriz Fernanda Mon-

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tenegro, que aos 90 anos é um exemplo para muitos não somente em seu ofício. Acompanhar suas entrevistas e trabalhos realmente são experiências inesquecíveis. Em setembro, ela pode ser vista ao lado da filha Fernanda Torres no episódio Gilda e Lúcia da série Amor e Sorte (Rede Globo), idealizada por Jorge Furtado sobre os impactos da pandemia nas relações de amor. Com exceção das Fernandas, os episódios da série foram gravados por casais de atores que estavam confinados juntos. Para elas, a produção foi em família com a participação do diretor de cinema Andrucha Waddington, marido de Fernanda Torres, seus filhos e um sobrinho. O episódio fala sobre desacelerar, reencontro e traz reflexões sobre as pessoas idosas como grupo de risco. Como disse a filha em entrevista ao programa Fantástico (Rede Globo), vendo sua mãe tão inteira aos 90 anos: “o que significa para o cara que tá inteiro e não quer parar de viver?”. Vale a pena assistir o episódio e a entrevista que devem estar disponíveis na plataforma de

streaming da emissora, o Globoplay. Para Fernanda Montenegro, assim como sua personagem na série, cada dia conta. “Na idade em que estou, cada dia que você acorda é um prêmio, é um presente”, disse também ao programa. Segundo ela, nesse momento de pandemia, de um mundo perturbado, que sigamos com a natureza que se propõe todos os dias. “Vamos ficar por aí, mais fácil do que só pensar nas tempestades e dilúvios”. Realmente Fernanda mãe é uma pessoa diferenciada, que merece todas as homenagens e o reconhecimento por seu talento e a forma como vive e se expressa. Assim como Rita Lee pela maneira ousada que encara a vida. O desafio é que essa valorização da pessoa idosa com seus 60, 70, 80, 90 ou mais de 100 anos, se estenda a toda a sociedade. Que a mídia olhe também para as pessoas comuns que têm tanto a compartilhar com as mais diferentes gerações e muito ainda a viver.

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Vida Saudável

Cida Tammaro Adm. de Empresas

Informações sobre Veganismo co Springmann, da Universidade de Oxford, as emissões de gases de estufa, cairiam cerca de 60%. - Economia – se todos fossem veganos A economia pela redução das emissões de gases de efeito estufa, seria de 570 milhões de dólares por ano. - Emissão de Carbono De acordo com a Agencia Ambiental Holandesa, em um mundo vegano, cortaria as emissões de carbono, provenientes da agricultura, em 17%, as emissões de metano em 24% e a emissões de óxido nitroso em 21% até 2050. - Aquecimento Global Um relatório da “Proceedings” da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, alega que a única forma de prevenir o aquecimento global em dois graus Celsius – significativo para um desastre climático – é o mundo se tornar vegano. Convite aos leitores amigos. Vamos cada um fazer sua parte, começando pelo menos com a segunda-feira sem carne, e gradativamente diminuir o consumo de animais e derivados? Fonte - Escolha Veg - Ricardo Sturk

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Foto: Marcus Spiske

Há alguns anos o veganismo era pouco conhecido e praticado no Brasil. Cada vez mais, está aumentando o número de adeptos. Desta maneira, surgem sempre mais informações a respeito. As pessoas procuram uma vida mais saudável, ou por empatia, livre de sofrimento animal. - Vontade de comer carne Comer carne, pode ser algo mais cultural, do que biológico. Muitos adeptos ao veganismo, contam que perderam totalmente a vontade de comer carne, após se acostumarem com seus hábitos veganos. É como se olhassem para algo como papelão, isopor. A carne deixa de despertar desejo, após algum tempo. - Menos estresse O consumo de carne tem um problema, que vai além da ingestão dela. Dependendo da forma que o animal é tratado em cativeiro e, como foi abatido, pode liberar hormônios ligados ao estresse e ao medo. Depois consumimos esses hormônios e juntamente com o padrão vibratório prejudicial que fica impregnado na carne, por causa do tratamento que os animais recebem, isso nos faz bastante mal. - Habitats naturais – se todos fossem veganos Pastos voltariam a ser florestas e habitats naturais. Isso ajudaria a acabar com as mudanças climáticas e reaver a biodiversidade perdida. - Emissão de gases – se todos fossem veganos De acordo com o pesquisador Mar-


ANUNCIE COM A GENTE PREÇO BAIXO E UM GRANDE ALCANCE Seja um doador mantenedor da nossa revista entre em contato com Manoel Carlos por telefone ou whatsapp (11) 9.8890.6403 seu nome terá um agradecimento (ou não caso prefira) e um destaque na próxima edição

60+

magazine Desde 1993

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Mensagens para leitura e meditação

Lenildo Solano Professor

O Pantanal em chamas O Pantanal é considerado a maior planície de inundação do planeta, englobando o sudoeste do Mato Grosso, o oeste do Mato Grosso do Sul, e parte do Paraguai e Bolívia. Este ano, o período de seca chegou mais cedo e segundo dados do Instituto Centro de Vida (ICV) para o monitoramento dos focos de calor, as queimadas aumentaram 530% no primeiro semestre, em relação ao mesmo período do ano passado. O incêndio ao sul de Poconé se iniciou no dia 17 de julho, segundo o Corpo de Bombeiros e já consome quase 15% do Pantanal. Desde 1998, quando o monitoramento das queimadas no Pantanal foi ini-

Fotos: enviadas pelo colunista - divulgação

ciado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nunca houve tantos focos de calor entre janeiro e agosto como agora: foram 7.727 registrados até 18 de agosto. Um aumento de 211% em relação ao mesmo período do ano passado. O fogo no Pantanal é devastador e não tem poupado sequer animais que conseguem escapar das chamas a tempo, comprometendo a fauna, a flora, todo o bioma. Diante do quadro assustador o pantaneiro, o ribeirinho mantém firme em sua fé, pedindo por misericórdia que a chuva possa vir amenizar esta dor sem analgésico para sanar.

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PANTANAL: Misericórdia Senhor! Misericórdia Senhor, tamanha é a nossa dor ver o Pantanal ser queimado com horror As chamas que sobem pelos corpos das árvores retratam o choro pelos ninhos das aves Os restos mortais em tragédia sem igual dos vários animais pondo em luto o nosso Pantanal O fogo chega ativo nas barrancas do rio Cuiabá deixando o nosso ribeirinho assustado e posto a rezá - Que Deus nos socorra! Salve o Pantanal! Misericórdia Senhor!

Receitas Fáceis

Ebe Fabra Chef de Gastronomia

DICAS DE EBE FABRA NA COZINHA MOMENTOS MEMORÁVEIS

que pretendem embarcar num iate pra explorar outros mares. Comer bem faz parte de todo bom Um prato especial pode marcar um moprograma. Tanto é assim que, quando via- mento, uma viagem, uma companhia jamos, vamos logo em busca dos melho- para sempre. Alguns CHEIROS nos transportam res restaurantes locais - e isso vale para todos : quem vai a trabalho ou a passeio, no tempo, nos levam de volta à casa de os que vão em busca de museus, gale- nossa avó, a rever amigos distantes e lurias, novidades, moda e até mesmo os gares inesquecíveis.

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Comida é cultura, afinal. Entramos na Primavera, trazendo um calor imenso, dias quentíssimos, que precisamos estar sempre nos refrescando. Quer seja tomando uma água geladinha, uma cerveja, sucos, muita salada e “comidinha bem leve”. Bora lá pra receita deste mês.... Vamos preparar um prato à base de BERINGELA... Você pode usar como entrada ou prato principal. INGREDIENTES: Beringela (o tamanho de média a grande) Tomate picado em cubinhos Alho picado ou triturado Muçarela ralada Orégano a gosto Sal a gosto - Azeite Folhas de alho-poró Queijo parmesão ralado Pão torrado/torradas raladas ou farinha de pão / rosca Nozes/castanha-do-pará ou caju picadas MODO DE PREPARO Você poderá calcular pelo tamanho da Beringela, quanto irá comprar. Lave bem a Beringela e tire a coroa (parte verde), corte fora. Corte no sentido longitudinal (comprimento), aí você terá 2 partes ( uma parte para cada pessoa). Pegue 1 colher e retire toda a polpa da Beringela e reserve. Besunte bem a Beringela com azeite.

Pegue uma assadeira ou refratário que possa ir ao forno. Unte com azeite. Forre, fazendo uma cama com as folhas do alho-poró. Coloque as Beringelas dentro deste recipiente. Vamos precisar de um bowl ou bacia, iremos colocar os tomates em cubos, sal, orégano, alho, azeite e a muçarela. Misture bem e recheie as Beringelas. À parte vamos fazer a forofa de pão. Se for pão ou torradas rale no ralo grosso, se não use a farinha de pão/rosca, coloque um pouco de parmesão, a quantidade que dê pra identificar o sabor do parmesão e um pouquinho de alho triturado, misture bem e coloque por cima das Beringelas já recheadas. Coloque em forno preaquecido 180ºC, por 1 hora, depende do forno. Na hora de servir coloque 1 fio de azeite por cima. Bom apetite!!!! Você tinha separado a polpa da Beringela, vamos preparar uma Beringela pra antepasto! Pegue uma frigideira, coloque o fundo de azeite, cebola, alho, a Beringela, sal a gosto, dê uma boa refogada, coloque uns pedaços de tomates em cubos, orégano, passas escuras sem sementes, a gosto. E está pronto, para comer com pães e torradas. Até a próxima

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A História da Arte Manoel Carlos Conti Artista Plástico Jornalista

A arte na Idade Média

A Idade Média pode ser considerada o milênio entre os séculos V e XV e muitos historiadores consideram esse período como a Idade da Fé. Quando as tribos Germânicas penetraram e tomaram o já decadente Império Romano eles trouxeram muitas tendências de arte, uma delas chamada de “estilo animalista”, uma combinação de formas abstratas e orgânicas. Uma das faltas de estudos no início desse período foi o estudo do corpo humano. Na peça intitulada “Calvário”, em bronze, podemos notar a falta de proporções e partes do Cristo como a cabeça, braços e os pés ficam separados de um

de Constantino, em Roma. A famosa Capela Palatina é um desses exemplos admirados por Magno. Em uma resolução resolveram fazer uma cópia daquela de S.Vitale, em Ravena na Itália e para tanto foi chamado o arquiteto Otão de Mitz para a empreitada. Na verdade o que ele fez não foi uma cópia de S.Vitale mas uma reinterpretação daquele templo. Uma dessas reinterpretações foram os pilares e abóbadas de maciço caráter Romano com espaço nada fluido como é a construção de Ravena. A fachada ocidental (hoje amplamente mascarada com codificações) graças a falta de conservação não são mais como as características da obra original. Voltaremos na próxima edição com mais sobre a Idade Média.

Calvário - Provavelmente a capa de um livro Século VIII a.D. Bronze Museu Nacional de Dublim - Irlanda corpo sem a menor proporção. As Belas Artes desempenharam um papel importante no programa cultural de Carlos Magno logo no início do período. Nas suas visitas a Itália familiarizou-se com os monumentos arquitetônicos da época

Interior da Capela feita por Carlos Magno Nota-se que a fluidez é interrompida pelas enormes colunas como em Ravena 792 - 805 a.D.

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Especial

Valéria Vidigal a artísta do café magazine 60+ #16 - Outubro /2020 - pág.53


Nosso cafézinho

Cida Castilho Barista

Valéria Vidigal - a artista do café Em homenagem ao “Dia Internacional do Café”, trouxemos a artista plástica e cafeicultora Valeria Vidigal. Na edição anterior eu havia anunciado escrever sobre a Artista Plástica Valeria Vidigal, pela qual tenho muita admiração por suas obras voltadas ao café, só que tudo que eu tinha na mente para fazer, alguém já tinha se adiantado e feito, tanto em revistas, entrevistas e vídeos etc. Foi então que resolvi perguntar para a nossa artista Valeria Vidigal quais foram os 3 fatos marcantes em sua vida junto com suas respectivas obras. Antes de começar vamos as apresentações. Para quem não conhece Vale-

ria Vidigal é Artista Plástica e cafeicultora de Vitoria da Conquista - Bahia. Segundo alguns jornalistas ela é a única que tem como temática em suas pinturas o café. Bem, vamos aos 3 fatos ocorridos em sua carreira e que tenha sido um marco em sua história. Vamos lá! 1 - O primeiro foi em 2011 quando Valeria foi convidada pelo excelentíssimo Senhor Reitor da Universidade Federal de Viçosa - Minas Gerais, Sr. Luiz Claudio que na ocasião preparava uma festa em comemoração aos 84 anos da Universidade, a expor obras que foram passadas para a artista em fotos e em branco e preto. “Achei o evento de suma importância porque meu pai era engenheiro

Uma das obras enviadas pela Universidade Federal de Viçosa (em foto p&b) e a artista refez o mesmo colorido

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Outras obras enviadas pela Universidade Federal de Viรงosa (em foto p&b) e a artista refez o mesmo colorido

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Brasão da Universidade Federal de Viçosa agrônomo e professor da UFV, e eu nasci praticamente dentro da universidade, estudei e me graduei; meu marido veio da Bahia para como eu se formar em agronomia na UFV. Assim sendo a Universidade faz parte da minha vida. Foi um conjunto de obras que através de leitura de fotos em branco e preto oferecidas pela UFV eu coloquei as cores e usei toda minha criatividade nesta exposição. Esse foi um marco em minha vida. As obras da exposição seguem abaixo: 2 – Outra data marcante, foi quando fui convidada para participar em Dubai de uma exposição onde foi de muito orgulho ver o meu trabalho ser reconhecido no mercado internacional. A Arte em Dubai é muito valorizada e com os quadros que expus em Dubai passei a ser muito mais reconhecida, inclusive internacionalmente. O quadro Flor do café, valeu uma medalha de prata. 3 – Agora, em 2020 fui convidada pelo Museu Casa de Portinari a fazer uma releitura do quadro Café. Intitulei minha obra Cafezal. Ela foi muito diferente não só pela beleza que consegui retratar, mas porque ali eu só queria fazer uma releitura, e casualmente a minha paleta de cores tinha seme-

lhança com a tela de Portinari o que me ajudou na composição, nas cores e na forma de trabalhar. Devido a pandemia e o Museu ser virtual, a resposta foi muito rápida porque a maioria das pessoas estavam e aida estão antenadas no celular e redes sociais, de olho na internet, e posso dizer que com tudo isso o resultado foi um sucesso. Fiz também no Museu casa de Portinari uma exposição presencial, e só quem fosse ao museu via as minhas obras, quando terminado o tempo no MuObra premiada em Dubai

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Obra premiada em Dubai

Quadro Cafezal que ĂŠ uma releitura de uma obra de Candido Portinari

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seu, eles levaram as obras para um reconhecido Shopping. Mas no mesmo museu esse ano por ser virtual e comemorativo ao cinquentenário o quadro deu ‘um bum’ e fez um enorme Sucesso. Cada obra tem uma história, uma trajetória ela é um evento, que as vezes vejo em uma fotografia bonita e faço uma leitura da foto, e esse quadro acaba superando minha expectativa. Hoje faço encomendas para todo Brasil e exterior, minhas obras estão por aí no mundo, e motivo de muito orgulho”.

a ministrar cursos de pintura em tela, atividade que exerce até hoje, em 2017 comemora 25 anos de vida e atividades na Bahia. Em 1993 teve o prazer de ser convidada para trabalhar na rádio, onde comandou o programa “Arte e Cultura” na rádio FM 100,1 (hoje Transamérica). Em 1994 foi convidada para trabalhar na televisão, trabalhando na TV Cabrália, afiliada da TV Record, onde foi apresentadora de telejornal e, de 1995 até final de 1998 foi colunista social do Jornal Diário do Sudoeste. A partir de 2007 idealizou e realizou o Encontro Nacional do Café, um Histórico evento nacional, que este ano realizou a sua décima edição. Valéria Vidigal tem formação su- Mesmo dedicando tanto ao trabaperior em Economia Doméstica pela Uni- lho com a imprensa, Valéria Vidigal não versidade Federal de Viçosa – UFV, e fez abre mão de suas atribuições como mãe, vários cursos de pintura, começando aos esposa, dona de casa, cafeicultora, em11 anos de idade. Valéria Vidigal iniciou presária, professora de pintura e, como sua carreira de artista plástica ainda es- artista plástica, nunca deixando de protudante, quando as suas obras de arte duzir e de fazer exposições. Sua pintura começaram a ser comercializadas. Du- em tela é dedicada exclusivamente à terante a vida escolar também foi mane- mática do café. quim. A partir de 1992 depois de formada Cida Castilho Barista Senior e casada, passou a residir em Vitória da (011) 99914 8868 Conquista – BA. Nesse mesmo ano funcidacampos52@gmail.com dou um atelier de pintura onde começou

Outra obra enviadas pela Universidade Federal de Viçosa (em foto p&b) e a artista refez o mesmo colorido

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Outras obras da artista

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informe publicitário

O Cidadão e Repórter é um movimento social que desenvolve e transmite informações relacionadas a cidadania levando aos leitores e seguidores, a visão de repórteres 60+, baseada na nossa vivência e experiência e na divulgação e defesa dos princípios da democracia e da livre expressão.

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Conversas fiadas de Falante e Fofoca texto e desenho - Manoel Carlos Conti

NOSSA HISTÓRIA É TRISTE... QUANDO QUE URUBUS SERÃO RECONHECIDOS COMO GENTE?

CRESCEMOS VENDO AMIGOS NOSSOS SENDO DEVORADOS POR ANIMAIS SELVAGENS...

NASCEMOS NUM LUGAR DISTANTE E FALÁVAMOS MUITO E ATÉ NOSSOS PAIS NOS ABANDONARAM!

... OUTROS NOS EXPULSARAM DA FLORESTA ONDE MORÁVAMOS...

... ENTÃO RESOLVEMOS VOAR E VIMOS UNS MORÕES VAZIOS NUMA ESTRADA MUITO MOVIMENTADA!

ASSIM, FALANTE E FOFOCA SE INSTALARAM NA BEIRA DA RODOVIA PRESIDENTE DUTRA E POR ALI, ELES PODEM OBSERVAR O QUE AS PESSOAS CONVERSAM NO CAMINHO MAIS MOVIMENTADO DO PAÍS... NÃO SE ESPANTE SE UM DIA DESSES ELES ESTIVEREM FALANDO SOBRE VOCÊ E SUA FAMILIA, MAS O QUE ELES GOSTAM MESMO É DE POLÍTICA...


Desde 1993

Diagramação, Reportagem, Fotografia, Desenho, Entrevistas, Propagandas, Folders, Folhetos, Identificação Visual, Montagem de livros e Revistas

(11) 9.8890-6403 contihq@hotmail.com


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