Magazine 60+ #18

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60+

magazine Ano II

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Formato A4 | internet livre

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#18

S.Paulo, Dezembro/2020 - #18

O eterno Natal Páginas 8, 9 e 10

A PRESENTE REVISTA TEM COMO FINALIDADE PASSAR INFORMAÇÕES PARA O PUBLICO 60+, SEM CONFLITOS DE INTERESSES E SEM FINS LUCRATIVOS.


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USP 60+

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Cada um tem sua história e a liberdade para decidir qual caminho quer seguir, se é hora de mudar de rumo ou continuar lutando pela melhor qualidade de vida possível. Está chegando ou passou dos 60 anos, ou mesmo tem interesse pelo assunto, entre em contato e sugira histórias, cursos, eventos.

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1º/12/2020

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Jornalista Responsável

Manoel Carlos Conti Mtb 67.754 - SP


Editorial Manoel Carlos Conti Jornalista

Lá se vai mais um ano e olha que esse não foi nada fácil para ninguém. O Covid 19 atingiu 2020 desde o seu início e continua atingindo sem querer saber a raça, a classe social, o carro que tem, sem dó das famílias e dos amigos. A morte do general iraniano Qasem Soleimani em um ataque realizado pelos EUA no Iraque foi mais um fato tenso. Soleimani era um herói nacional e sua morte gerou uma onda de protestos no Irã. O governo persa jurou vingança e atacou bases americanas na região. ” O fogo fez parte de diversas manchetes. Na Austrália, um enorme incêndio florestal matou 28 pessoas e atingiu uma área total de cerca de 107 mil km². A fumaça chegou a alcançar o Brasil. A Amazônia e o Pantanal além de parte da Europa e o EUA foram atingidos por fortes queimadas. Em março a OMS decreta a Pandemia e muitos governos, inclusive o nosso ‘bateram o pé’ dizendo que “era um exagero”. Muita gente morreu, continuam morrendo e agora numa segunda onda atingiu em cheio um Brasil despreparado, sem rumo e sem direção. O preconceito racial tomou fôlego com os governos de direita e hoje, quem tem pele escura passa a ter medo até de ir numa padaria. No México um terremoto de magnitude 7,5 deixou muitos mortos além de muita destruição. Um governador, ex Juiz, com uma promessa de brecar a corrupção recebeu o impeachment exatamente por corrupção. Mais dinheiro em cuecas em gravações escondidas. Um troca troca de Ministros no Brasil que deixa o país paralisado. Numa reunião ministerial o Ministro do Meio Ambiente do Brasil sugere, sem saber que estava sendo gravado, que “poderiam aproveitar que a imprensa só fala do Coronavirus então esse (aquele) era o

momento de mudarem as regras de desmatamento passando por cima de tudo, mudando as leis. No Brasil e nos EUA a imprensa foi duramente atacada pelos 2 Presidentes chegando ao ponto de dizerem que “te meto a mão na cara” para jornalistas. E o debate no mais rico país do mundo? Vergonha é apelido. Quase se pegaram aos socos e tapas. No final, o oponente ao atual ganhou e o perdedor disse “não saio, não saio e não saio”, como se a Casa Branca fosse sua. Os jogos olímpicos foram adiados por 1 ano e do jeito que as coisas correm, acho que haverá mais prorrogação. Uma explosão causada por produtos químicos acondicionados num galpão em Beirute, causou mortes, milhares de feridos e destruição de uma enorme parte de Beirute. Há poucos meses mais terremotos na Turquia e no Caribe. Por aqui a tragédia de Brumadinho completou 1 ano sem nenhuma providência tomada para ajudar os atingidos. Dezenas de vacinas contra o Covid estão sendo pesquisadas e algumas dizem que já terão autorização para serem aplicadas na população antes mesmo de concluírem ao menos 1 ano de forma que não se sabe ao certo os efeitos desses medicamentos ao longo de um tempo. Mas somos resistentes! Mesmo chorando as mortes de tantos familiares, amigos, conhecidos, atores, esportistas e mais um mundo de gente que ficamos sabendo das tristes histórias, mais uma vez, agora numa segunda onda do Covid, assistimos as notícias de UTIs lotadas onde, quem adoece primeiro terá vaga, os retardatários terão de esperar. Ou morrem em casa ou em salas de espera. Foi e está sendo um ano e tanto. No futuro livros de história contarão com ênfase todo esse teatro em que somos atores e quem sabe, dirão que conseguimos mudar a forma de viver e de conviver com nossos semelhantes. Que consigamos mudar para melhor. Que 2021 possamos trazer mais artigos felizes a nossos leitores. Feliz Ano Novo!

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nosso time de colunistas

60+

magazine

Heródoto Barbeiro Urna devassável Páginas 4 e 5

Osvaldo B. de Moraes O misticismo do labirinto e catedral de Charles Páginas 6 a 7

João F. Aranha O eterno Natal

Katia Vargas

Sérgio Frug Como você O amor está se prePágina 13 e 14 parando para o verão

Páginas 8 a 10

Malu N. Essa dor não é Lairtes Gomes minha Temple Vidal A vida vale Páginas 19 a 20 Quem procura uma luta acha (...o que Páginas 22 e 23 encontra) Páginas 21 e 22

M.Luiza Conti Reflexão

Marisa da Camara Maradona: fora de si

Marcelo Thalenberg A palavra da moda

Páginas 26

Páginas 27

Páginas 25

Malu Alencar Memórias do Natal Tony de Souza O Saci e a Caipora Página 31

Jane Barreto

Thais B. Lima

Uma luz na escuridão

Relações intergeracionais: benefícios e preservação das lemranças vividas

Páginas 33 e 34

Grupo 60+ Nossa missão Luiz A. Moncau Despertar de uma nova realidade futura

João Alberto J. Neto Mosaico Intervenções urbanas III Páginas 37 e 38

Páginas 35 e 36

Flávio Luiz Passaia

Páginas 39 e 40

Páginas 15 a 18

Páginas 12 e 13

Sandra R. Schewinsky

Páginas 28 a 30

Silvia Triboni Senior perante a lei

Katia Brito Tempos de avozidade: que venha 2021 Páginas 42 e 43

Cida Castilho Lenildo Solano História de Natal - O senhorzinho

Alda Barista Páginas 46 e 47

Página 45

Páginas 41 e 42 Laerte Temple Previsões e Professias Páginas 48 e 49

Falante e Fofoca

Rosa Maria Chegou dezembro Páginas 50 e 51 Homenagem Páginas 57 e 58

Manoel Conti A arte Românica Página 52

Ary Filler

Cida Tamaro Nutrição vegana na 3ª idade Página 53

Petição

Ebe Fabra Dicas de Culinária Páginas 57 e 58

Páginas 59 e 60


Crônicas do Brasil

Heródoto Barbeiro Jornalista/Historiador

Heródoto Barbeiro é âncora e editor-chefe do Jornal da Record News, em multiplataforma

Urna devassavel A urna é a principal suspeita. Os perdedores encontram um culpado pela derrota sofrida na eleição. Há fraude, proclamam. Atestam que a urna eleitoral não é indevassável e por isso os manipuladores podem impor o resultado das eleições e manter os grupos oligárquico no poder. Outra evidência é a lentidão com que os resultados são divulgados, prova que os votos são contados e recontados até que apareça o resultado que lhes interessa. Afinal é preciso justificar toda a dinheirama investida no pleito e o que os investidores esperam é a vitória de seus aliados. Por outro lado os que tiveram seus nomes divulgados como os primeiros vencedores resistem e devolvem a acusação de fraudadores para os que duvidam da idoneidade do processo eleitoral e das urnas. Isto esconde a disputa pelo poder no Brasil, que tem como base o domínio do poder local. Ele é a base da pirâmide que passa pelo controle dos estados e culmina com a posse do poder federal, que mesmo com a garantia da constituição da autonomia dos estados, acumula um grande poder. Tudo passa pelas mãos do presidente da república. Não há divergência sobre o tipo de cédula que se deve adotar para a escolha dos prefeitos, governadores e presidente. O voto de papel é confiável. É uma cédula física, onde aparece o nome por inteiro do candidato, do seu partido político e se houver qualquer fraude é facilmente identificável. Caso haja divergência na contagem dos votos, é possível

uma rápida recontagem, para isso as cédulas usadas na eleição devem ser guardadas durante um tempo e só depois de passado o prazo de recurso serem destruídas. Assim, dizem os arautos do sistema eleitoral vigente, preserva-se a lisura do pleito, o direito do eleitor ter a sua escolha política preservada. Isto é a base da democracia republicana. O que está por trás de tudo isso é um sistema que tem como meta manter o poder nas mãos de poucos. Aparentemente se submetem à vontade popular, mas a realidade é que encenam uma falsa democracia para que tudo mude e fique tudo como está. É uma farsa política. Através dela há o domínio do Estado em seus diversos patamares e a utilização do seu potencial para benefício de poucos, das oligarquias estaduais. É uma das explicações porque os partidos não se batem por mudanças reais, está bom do jeito que está. Eles são organizações de cunho local e regional e não tem programa, ideologia nem compromisso a não ser com a demagogia, divulgada durante as campanha eleitorais. A política está restrita a cada quatro anos, tempo do mandato dos eleitos. Depois disso desaparece das ruas e se fecha nos conchavos dos grupos dominantes, nos almoços e jantares para poucos e nas reuniões regadas com bebida importada, onde decidem o que fazer com o país. Daí a importância da eleição, urna, campanha eleitoral e principalmente garantir a vitória dos aliados a qualquer custo. Mesmo que tenham que fraudar o processo eleitoral. A mecânica é simples, o chefe local

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se incumbe de dar suporte para instalação dos locais de votação, seus jagunços “garantem a ordem”, providenciam o transporte dos eleitores até o local onde podem exercer o direito de escolha. Desde que seja do indicado do oligarca. O dia da eleição é uma festa cívica. Troca de favores, pedidos atendidos e por atender, direito a ser recebido pelo coronel com sorriso, pinga, churrasco, beijinho nas crianças e promessas de atendimento de pedidos. Se possível um cargo no funcionalismo público para o filho mais velho. Só homens alfabetizados votam.

Têm que escrever o nome do candidato oficial, se tiver dificuldade tem a ajuda de um servidor do coronel que segura sua mão para que assine o seu nome no registro de presença. Por isso a eleição é chamada de “bico de pena”, a caneta azul da República Velha. Tudo a descoberto, transparente, visível, democrático e sem fraude na contagem dos votos, uma vez que são contados antes mesmo de serem depositados na urna. O sistema sobreviveu até o movimento de 1930.

Foto: Pinterest

Acordo Obsoleto, Durmo Atualizado www.durmoatualizado.com.br

Seniors ativos, curiosos, empreendedores e eternos aprendizesUm blog com dicas fáceis e diversas desde cortar custo de aquisição de remédios, como tirar uma ideia da cabeça e tornar-se um projeto a aplicativos que facilitem o seu dia a dia. Desenvolvido por Marcelo Thalenberg colunista do Magazine 60+

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Antropologia

Osvaldo B. de Moraes Historiador

O misticismo do labirinto e a Catedral de Chartres A cidade de Chartres é uma cidade pitoresca e agradável situada a cerca de 80 quilômetros de Paris e pode ser acessada por turistas por excelente via férrea num percurso de menos de 2 horas. Ela possui a segunda catedral construída em estilo gótico na Europa, sendo conhecida também como Notre Dame de Chartres. Sua construção data do século IV, quando a cidade ainda era uma vila medieval e foi erguida sobre as ruinas de uma antiga igreja românica e muitos de seus mistérios e enigmas datam de 500 a.c. e que ainda precisam ser desvendados. Ao redor da catedral foram encontradas ruinas que remetem a civilização celta, que ocuparam a Europa a partir do século V a.c. Para os sacerdotes dessa civilização era importante a localização precisa do templo para entrar em contato com a presença divina, podendo então ser uma fonte de água, o ruído dos ventos ou até mesmo o silêncio. Até o século XVI, os peregrinos vinham para beber da água dessa fonte que diziam ser sagrada e que já era cultuada desde os tempos pré-cristãos É estranho notar a construção de uma portentosa catedral em uma vila em plena idade média, embora estudos demonstram que as escolhas de locais para se erguer fabulosas catedrais seguiam cálculos astronômicos e até místicos. A catedral de Chartres é famosa por seus vitrais que ocupam uma superfície de 2.600 m², considerada a maior superfície do mundo em vitrais e são ilustrados com passagens bíblicas, retratan-

do a vida dos santos, funcionando como livros bíblicos, já que na época cerca de 95 % da população era analfabeta. Assim, a catedral possui mais de 150 vitrais que narram passagens do Novo e do Velho Testamento, incluindo fatos importantes da vida de Cristo, da vida de alguns santos e inclusive símbolos do zodíaco e cenas do cotidiano. A luminosidade externa que atravessa esses vitrais já é considerada por muitos como uma grande cromoterapia, dada a intensidade de luzes das mais diversas nuances de cores Seu interior impressiona também pelos seus 37 metros de altura na nave principal, bem como pela harmonia e elegância de suas proporções e uma vasta nave em estilo ogival. Porém o ponto focal com maior sentido místico dos atrativos da catedral, e que atrai milhares de peregrinos, é o labirinto gravado nas pedras de seu piso, possuindo um diâmetro de 12,6 metros. A existência de um labirinto não é algo exclusivo dela, mas nesse caso é muito especial pela data em que foi construído e por estar ali sem nunca ter sido refeito desde o século XII. O labirinto circular, no chão da catedral pode ser visto completamente apenas em alguns dias, quando as cadeiras que o escondem são retiradas. Está disponível para o público às sextas-feiras das 10 às 17 horas. Percorrer o seu caminho representa uma jornada preciosa para atingir o autoconhecimento, onde se coloca seu olhar para dentro de si. Esse labirinto já despertou a imagi-

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cimento espiritual e ferramentas de cura. É possível encontrar esse tipo de imagem nos parques públicos, jardins, escolas, hospitais e igrejas em vários locais do mundo Para os indígenas norte-americanos do Arizona, o labirinto representava o caminho que conduz ao alto de sua montanha sagrada. Por essa razão adornavam os cestos e os utensílios cotidianos com ele. Para os zulus, da África do Sul, o labirinto desenhado em volta de suas cabanas representava proteção. Para os escandinavos, as almas dos antepassados habitam os labirintos de pedras, que os impedem de escapar e de interferir na existência dos vivos. Caminhar em um labirinto constitui uma experiência espiritual, e quando concluída com um coração aberto, uma oportunidade para o crescimento e desenvolvimento da alma. Além de toda a magnificência da Catedral de Chartres e suas histórias, que levariam tempo exclusivo para suas narrativas, o seu labirinto é um atrativo muito importante para aqueles que se disponham a uma experiência inédita e mística.

Foto: pinterest.com

nação de escritores romancistas, embora a explicação mais plausível é de um caminho simbólico criado por monges para meditação que leva o homem a Deus. Ao percorrer se pode ter a impressão de que irá se perder, embora sempre se chegará ao seu centro. Como simbolismo místico percorrer um labirinto leva a pessoa a perder suas referências de espaço e de tempo, entrando num estado de meditação, aquietando sua mente e encontrando a paz interior. Esse simbolismo antigo representa a viagem para nosso próprio centro e para trás novamente para o mundo, tanto literal como metaforicamente. Ao caminhar cada vez que sua perspectiva muda, percebe também que está voltado para o conhecimento interior para nos encontrar com sabedoria e verdades espirituais. Quando estamos saindo do labirinto, podemos então ter toda a nossa conexão divina reabastecida e compartilhar nossa luz e amor externamente em alinhamento com o maior interesse do todo. Labirintos podem ser encontrados em muitas culturas, e remontando a tempos pré-históricos, hoje, eles continuam a servir como meditação poderosa, cres-

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Contos II

João F Aranha

Cidadão e Repórter

CAPA

O eterno Natal Há um grande distanciamento temporal entre os acontecimentos da vida terrena de Jesus Cristo e os registros contidos nos livros canônicos. O evangelho de Marcos dista cerca de 70 anos dos fatos ocorridos. Mais distantes ainda são os de Mateus e Lucas (80 a 90 anos) e João (cerca de 100 anos). Não se sabe ao certo se os evangelistas foram realmente os autores do que conhecemos como Novo Testamento, ou se apenas foram responsáveis por juntar relatos, provavelmente orais, ouvidos de gerações que os antecederam e que conviveram com Jesus Cristo. No período que vai do reconhecimento do Cristianismo como religião oficial de Roma (325 d.C.) até 367 d.C. quando o Bispo de Alexandria ordenou que fossem destruídos todos os textos considerados heréticos, houve muita perseguição e muitos documentos foram escondidos. Em 1945, no Egito, na região de Nag Hammadi, encontraram-se vasos soterrados que continham 52 textos, escritos em copta - traduzidos em 1970 - com

Fotos: Enviadas pelo colunista

relatos de testemunhas vivas da época de Cristo, como os chamados evangelhos de Tomé, de Felipe, da Verdade, do Apocalipse de Pedro, etc.

Manuscrito do Mar Morto Quando se procura saber em que data nasceu aquele que dividiu o tempo em antes e depois, esbarra-se em alguns problemas, pois os evangelhos canônicos nada falam a respeito e embora os apócrifos nos deem outra visão – não censurada – do nascente cristianismo, ao que se sabe não ajuda muito a respeito da data real do nascimento de Jesus. Natural, portanto, que se busque na História, o verdadeiro ano em que

O SUPERA é um curso diferente de tudo que você já conhece. Com apenas uma aula semanal de duas horas, você conquista uma mente saudável, com mais concentração, raciocínio, memória, criatividade e autoestima. Estas habilidades melhoram o desempenho na escola, alavancam a carreira e garantem mais qualidade de vida. Encare este desafio e experimente uma forma incrível de viver. Nossa metodologia não tem limite de idade: todo mundo pode viver esta emoção. magazine 60+ #18 - Dezembro/2020 - pág.8


Cristo nasceu. Considerando que o rei Herodes morreu em 4 a.C., a época prevista para o recenseamento, e os estudos astronômicos de Kepler e registros de eventos feitos pelos chineses no que diz respeito à estrela de Belém, estima-se que o ano correto seria por volta de 6 a.C. O mês de Dezembro também é questionável por não condizer com os relatos canônicos que falam de pastores e ovelhas numa época que nessa região ocorreria um inverno rigoroso e ambos estariam recolhidos e não nos campos. Na Roma pagã e mesmo entre os Celtas e outros povos, entre 22 e 25 de Dezembro comemorava-se no hemisfério norte o solstício de inverno, data festiva em que se rendiam homenagens ao nascimento do Sol invencível e ao deus persa Mitra, considerado deus do Sol e criador da luz, cuja adoração já se estendera por Roma, pela Índia e por outras regiões.

Deus Persa Mitra

considerar o 25 de dezembro como a data de nascimento de Cristo, integrando-a aos cultos pagãos, visando amenizar tais crenças, além de contê-las. Esta data passou a ser considerada como o primeiro Natal, cuja comemoração inicial viria ocorrer em Jerusalém em 440 d.C. Santo Agostinho (354/430 d.C), testemunha destes tempos iniciais do cristianismo, faria um alerta: “Não celebrem o Sol mas celebrem aquele que criou o Sol”. Com exceção das igrejas do oriente que guardam o 6 de Janeiro, dia da Epifania (aparição ou manifestação, normalmente relacionado à visita dos reis magos ao Menino Jesus), o 25 de Dezembro se universalizou como a data do nascimento de Cristo, festividade comemorada com comidas, bebidas e troca de presentes, da mesma forma que era costume entre os pagãos. Numa época em que eram poucos os alfabetizados (a primeira bíblia impressa data de 1455), São Francisco de Assis preocupado em levar à população menos privilegiada uma imagem que falasse mais do que palavras, criou numa gruta da cidade italiana de Greccio, em 1223, o primeiro presépio, representação do nascimento de Cristo conforme relatado por Lucas. Esta representação se tornaria mais um símbolo natalino que se espalharia pela Itália e dai por todo o mundo. Paulatinamente as comemorações natalinas se adaptariam aos costumes de cada povo e região. Na língua inglesa, o termo natal, originário do latim natalis (nascimento), foi substituído pela palavra “christmas”, ou seja, missa de Cristo. Em muitos países, na noite de 24 de Dezembro, as famílias iam à missa, quando muitos cânticos natalinos se popularizaram e, retornando às suas casas, faziam uma pequena ceia e, no dia seguinte, as crianças recebiam singelos presentes.

Como estas crenças pagãs ainda estavam muito enraizadas na mentali- Nos países de língua portuguesa e espadade popular, a nascente igreja católica nhola havia a tradição da missa do galo, romana, resolveu, por volta de 354 d.C., celebrada à meia-noite do dia 24 de De-

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zembro, referência à ave responsável pelo anúncio de um despertar de um novo dia, de uma nova era. Aproxima-se mais um 25 de dezembro quando, mais uma vez, as famílias se reunirão em torno de uma mesa e pre-

sentes serão trocados. Até que um dia, qualquer que seja este dia, se dará graças ao alimento que nos nutre e palavras e atos serão ofertados a nossos irmãos em homenagem àquele que nos deu a verdade e nos mostrou o caminho.

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Saúde, Beleza e Bem Estar

Kátia Vargas Lutfi Pileggi

médica dermatologista

Como você está se preparando para a estação mais quente do ano? Cuidar da alimentação é o princípio básico para proteger nossa saúde, e nos deixa preparados para enfrentar qualquer doença. O tripé da longevidade está baseado em uma dieta saudável, atividade física regular e saúde mental. Nossos avós já diziam você é aquilo que você come, e é muito importante entender o que nosso corpo faz com o que ingerimos, não é mesmo? Chega essa época do ano, todo mundo quer estar bem pro verão, para as festas, mas esquecem que essa sementinha é plantada diariamente ao longo de todo ano, onde o equilíbrio e a qualidade de vida devem ser praticados sempre. Então, evite dietas mirabolantes e milagrosas, a da moda ou a que a vizinha emagreceu, evite também alimentos industrializados e se possível, opte pelos orgânicos. Viver num país tropical nos permite ter acesso a uma grande variedade de alimentos durante todo o ano. E saber escolher a melhor época de comprar cada alimento ajuda tanto no bolso quanto quanto para saúde. Os chamados ’alimentos da época’ são benéficos já que o solo está preparado para fornecer os nutrientes necessários para a plantação necessitando de menos agrotóxicos na produção, proporcionando mais qualidade no que é consumido. Mas para isso é bom saber quais são as frutas, legumes e verduras que devem estar nas nossas mesas durante o

verão. Segundo a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo de dezembro a março, procurem consumir os seguintes alimentos: FRUTAS: 
 Abacaxi: tem propriedades anti-inflamatórias, além de ser rico em vitamina C. Babana nanica: rica em fibras, a fruta é indicada para normalizar o trânsito intestinal. Goiaba: rica em vitaminas A, B e C. Carambola: rica em vitaminas A, B e C. Laranja pera: fonte de sais mineiras como cálcio e potássio, vitaminas do complexo B e C. Limão: melhora a digestão. Maçã: “One Apple a Day Keep the Doctor Away”. Entre os inúmeros benefícios das frutas, ela evita o envelhecimento precoce e ajuda a controlar o LDL, conhecido por colesterol ruim. Mamão formosa: o mamão é ótimo aliado para pele e visão. Manga: melhora a digestão e combate a prisão de ventre Melancia: propriedades diuréticas. Melão: aliado nas dietas para hipertensos. Pêssego: por ter poucas calorias e oferecer sensação de saciedade, o pêssego dentro de uma dieta equilibrada, é um ótimo aliado para quem quer emagrecer.

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TUBÉRCULOS E RAÍZES:

Alface: rica em fibras. Chicória: rica em antioxidantes, vitaminas, mineirais e fibras. Beterraba: fonte de proteína, fibras e vi- Escarola: verdura antioxidante e anti-intamina B6. flamatório. Cenoura: rica em betacaroteno, fibras e Almeirão: fonte de vitaminas A, C e do vitamina C. complexo B. LEGUMES
Abóbora: fonte de proteína. Espinafre: previne anemia e até câncer Berinjela: rico em antioxidantes e vitami- de colón. nas do complexo B. Repolho: fonte de nutrientes e vitamina C Chuchu: rico em ferro e vitamina B2 Rúcula: Dieta para diabetes, previne o Pepino: utilizado em dietas para emagre- câncer e ainda protege a pele! cimento e ganho de massa. Lembrando que nenhum alimento Pimentão: fortalecer o sistema imunoló- isolado é capaz de tratar ou evitar dogico. enças efetivamente, mas sim, uma dieta Tomate: prevenção de catarata. saudável e equilibrada melhora e muito VERDURAS: 
 nossa qualidade vida, podendo assim viver mais e melhor! Boas festas!

Foto: Randy Fath

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Cultura Geral

Sergio Frug

O Amor

ca-se já num patamar supra dimensional, como uma bandeira no alto da montanha, tremulando a espera de que cada filho da Humanidade ascenda pala trilha penosa, mas iluminada que conduz à união definitiva de mente e coração; cada um gloriosamente acolhido e acolhedor do seu irmão. Nesse caso todo tempo dedicado ao que não for amor será um tempo iludido, quer dizer, perdido. Mas será mesmo perdido? Não será esse tempo perdido ou iludido necessário para que se possa alcançar definitivamente o amor?

Foto: personare.com.br

Já ouvi um sábio dizer que todo tempo gasto com qualquer coisa que não seja o Amor será um tempo perdido. Faz sentido; já que o amor é talvez a única qualidade capaz de englobar seus adversários, transformando-os a custa do seu próprio poder intrínseco. O ódio ou o medo, por exemplo, considerados tradicionais opositores do amor, poderão resistir à acepção profunda do amor que chega envolvendo-os e os embalando, incondicionalmente, num grande processo reconciliatório? Assim a nossa virtude suprema transcende eventuais polaridades e colo-

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Não será preciso alimentar e experimentar todo tipo de vivência egóica antes de reconciliarmo-nos conosco mesmo e reconhecermos o amor e o serviço como o único caminho de paz e felicidade para toda a Humanidade? Não redundará o jogo do medo, o jogo do ódio, o jogo das vinganças e contra-vinganças sucessivas, todos eles na primorosa fonte do amor? O arquétipo do final feliz estará então no âmago de todas as coisas, restando a nós, irmãos humanos, aprender a reconhecê-lo e alcança-lo de uma forma ativa e buscadora, talvez dentro de nós mesmos; e não mais na espera de encontrar o lugar certo onde chova ouro, ou possa acontecer aquele conhecido tipo de apego que ainda chamamos de amor. Tudo que se opõe, sente inveja; e tudo que não é, gostaria de ser. Pode ser que aí se encontre uma poderosa chave para a transcendência definitiva das polaridades e a união final dos seres da Humanidade, em conjunto com os seres da Natureza, em conjunto com cada expressão cósmica que se ma-

nifesta no Universo. Aí estão novas possibilidades, ou aí estão possibilidades antigas ora relembradas. Ou então apenas possibilidades de dirigir atitudes conscientes a um propósito sagrado, único e comum, gerado pela convergência de cada propósito em sua expressão única e individual. A realização pessoal como inspiração para uma realização coletiva, comunitária e absoluta através dos tempos e através dos erros, da ilusão e da inconsciência que redundam em renovados acertos e em nova consciência. Tudo no rumo de uma sociedade afetiva e efetiva, final feliz para todos nós. Sendo assim será apenas uma questão de tempo e sendo assim não haverá tempo perdido. Todo tempo será o Tempo e todo tempo servirá à verdadeira expressão do Amor. Aguardemos então agora o tempo do Cristo que se aproxima e desfrutemos cada vez mais em união, conciliação e celebração, o Amor da Maturidade.

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Mudança de Hábito

Silvia Triboni Viajante Sênior e Repórter 60+

O Senior perante a lei

Conheça os seus direitos e os deveres do Estado previstos no Estatuto do Idoso Reflexões sobre o envelhecimento populacional, fenômeno crescente em todo o mundo, têm feito com que esse tema seja objeto de grande preocupação da sociedade e de todos nós, os Seniores. Enquanto organismos nacionais e internacionais discutem os impactos desse fenômeno em suas respectivas economias, centrados nos efeitos negativos que o aumento do número de idosos possa causar, o idoso, por sua vez, preocupa-se com a existência e a qualidade de um amparo legal que lhe garanta a participação ativa e saudável na sociedade. Com o objetivo de melhor conhecer as nossas garantias e direitos assegurados em lei, apresentarei uma síntese do processo histórico que deu origem à elaboração das atuais normas que nos protegem consubstanciadas no Estatuto do Idoso. Em primeiro lugar: Você sabia… ...que o nosso direito de envelhecer em condições de dignidade está assegurado pela lei? ...que, nos termos de um acordo internacional, o Brasil atestou que o potencial da pessoa mais velha constitui sólida base para o desenvolvimento futuro, devendo a sociedade recorrer cada vez mais a competências, experiência e sabedoria dos idosos? ...que neste mesmo documento ficou estabelecido que os senioress devem ter a oportunidade de trabalhar até quando queiram e de serem capazes de assim o fazer, e, ainda, de continuarem a ter acesso à educação e aos programas de capacitação? Talvez você tenha respondido sim a

todas as questões, estando ciente de como o idoso está perante a lei. Mesmo assim, acredito seja válido relembrarmos a evolução legislativa das regras que hoje temos na defesa dos interesses da pessoa idosa. Este exercício, no meu sentir, poderá fornecer estímulos para que reacenda em nossas almas a vontade de lutar pelo aprimoramento da carta de direitos que hoje ampara a vida e o bem-estar dos senioress no Brasil. Vamos lá! O início de nossa luta 1973 – um alerta na ONU Segundo informações colhidas em pesquisas acadêmicas, nos anos 70 a questão do idoso começou a ser debatida internacionalmente, tornando-se pauta de discussão da Assembléia Geral das Nações Unidas. Na Assembleia Geral da ONU de 1973 os países foram alertados quanto a necessidade de proteger os direitos e o bem-estar das pessoas mais velhas, o que representou a primeira ação oficial na defesa dos idosos. Contudo, apenas em 1982, iniciaram-se as discussões multilaterais sobre o envelhecimento, com a realização da I Conferência Internacional sobre Envelhecimento. 1982 - I Conferência Internacional sobre Envelhecimento Na I Assembléia Mundial sobre o Envelhecimento, ocorrida em 1982, em Viena, na Áustria, elaborou-se o primeiro Plano Internacional sobre o Envelhecimento, também chamado Plano de Ação de Viena sobre Envelhecimento. Esse Plano de Ação contém 62 reco-

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mendações, e significou um marco histórico, tornando-se a base da política para a pessoa idosa no plano internacional. 1991 - II Assembléia Internacional sobre o Envelhecimento e o Plano de Ação Internacional para o Envelhecimento (PAIE) Em 1991, após um ciclo de conferências ao longo da década de 1990, as Nações Unidas realizaram a II Assembléia Internacional sobre o Envelhecimento e instituíram uma carta de princípios para pessoas idosas, chamado Plano de Ação Internacional para o Envelhecimento (PAIE). O PAIE consta de uma Declaração Política que contém 19 artigos que expressam respostas aos desafios oferecidos pelo envelhecimento da população. Os princípios nela inseridos estão divididos em cinco seções relativas a: Independência; Participação; Cuidados; Auto-realização e Dignidade. 2002 - II Assembléia Mundial Sobre Envelhecimento e o Plano de Ação Internacional para o Envelhecimento (PIAE) Em 2002 ocorreu a II Assembléia Mundial Sobre Envelhecimento da ONU, em Madri, e nela, estabece-se o Plano de Ação Internacional para o Envelhecimento (PIAE) . O PIAE apresenta 117 recomendações, e foi adotado por todos os países-membros das Nações Unidas presentes na Assembléia, tornando-se, assim, um compromisso internacional em resposta a um dos maiores e globais desafios sociais do século XXI já constatado naquela época, qual seja, o rápido envelhecimento populacional. O conjunto de 117 recomendações do PIAE abrangem três temas prioritários, a saber: - O envelhecimento populacional deve fazer parte das agendas de desenvolvimento; - A saúde do idoso deve receber importância singular e global; - Deve ser observado o desenvolvimento de políticas de meio ambiente, em sentido físico e social que atendam às necessidades de indivíduos e às sociedades que envelhecem. Recomendações do PIAE para a inserção do Senior no trabalho Alguns artigos da declaração política que introduziu as recomendações merecem especial destaque, uma vez que fortalecem o valor do Senior

no desenvolvimento da sociedade e no mercado de trabalho, ressaltando a importância de se promover a capacitação e facultar a sua inserção no mundo corporativo. Artigo 10 - O potencial dos idosos constitui sólida base para o desenvolvimento futuro. Permite à sociedade recorrer cada vez mais a competências, experiência e sabedoria dos idosos, não só para tomar a iniciativa de sua própria melhoria, mas também para participar ativamente na de toda a sociedade. Artigo 12 As expectativas dos idosos e as necessidades econômicas da sociedade exigem que possam participar na vida econômica, política, social e cultural de suas sociedades. Os idosos devem ter a oportunidade de trabalhar até quando queiram e de serem capazes de assim o fazer, no desempenho de trabalhos satisfatórios e produtivos e de continuar a ter acesso à educação e aos programas de capacitação. A habilitação de idosos e a promoção de sua plena participação são elementos imprescindíveis para um envelhecimento ativo. É preciso oferecer sistemas adequados e sustentáveis de apoio social a pessoas idosas (grifei) O Senior perante a Lei no Brasil – trajetória legislativa 1982 - Após a realização da I Assembleia Geral sobre Envelhecimento, em Viena, em 1982, o governo brasileiro passa a dar maior atenção à temática do Idoso. 1988 – Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, pela primeira vez no Brasil tem-se a proteção social aos idosos estabelecida como dever do Estado e direito do cidadão. A nossa Carta Magna não se limitou apenas a apresentar disposições genéricas onde os idosos podem ser incluídos. Ao contrário, em alguns dispositivos garante a sua proteção, por exemplo, quando estabelece aos filhos maiores o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade (artigo 229). No artigo 230 estipula que a família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas. 1994 - Graças ao resultado de inúmeras discussões e consultas ocorridas nos estados brasileiros, as quais contaram com a participação dos idosos (ativos e aposentados), professores universitários, profissionais de áreas representativas desse segmento, ela-

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borou-se um documento que se transformou no texto base da lei que criou o Conselho Nacional do Idoso que redigiu a Política Nacional do Idoso (Lei n. 8.842/1994). Foram estabelecidos os direitos sociais que garantem aos idosos autonomia, integração e participação efetiva como instrumento de cidadania, e o Estado passou a proibir qualquer tipo de discriminação aos Senioress. 1997 a 1999 – Neste período ocorrem importantes mobilizações em pro do idoso. A Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas (Cobap), elabora o Projeto de Lei nº 3.561/1997, apresentado ao Congresso Nacional por apenas um deputado. Posteriormente, em 1999, outra proposta foi apresentada na Câmara dos Deputados, sendo que apenas anos depois deputados de diferentes partidos políticos aderiram ao movimento dos idosos, compondo um conselho para debaterem o projeto referente ao Estatuto do Idoso. 2003 – Um grande ano para os Senioress. Promulga-se o Estatuto do Idoso. Após a elaboração do Plano de Ação Internacional de Madri sobre o Envelhecimento, em 2002, a preocupação com a pessoa idosa reacende no Brasil, propiciando a promulgação do Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/2003). O Estatuto do Idoso é composto de 118 artigos ancorados em princípios constitucionais que garantem aos cidadãos direitos que preservam a dignidade, sem distinção de origem, raça, sexo e idade. Com o advento do Estatuto do Idoso, o senior passou a ter assegurados o direito à saúde, ao trabalho, a igualdade, a educação, a participação política, ao desenvolvimento, a valorização de sua condição econômica, a viver livre da violência e ao meio ambiente acessível. O envelhecimento é um direito personalíssimo Ressalta-se que o artigo oitavo da Lei 10.741/2003 menciona que o envelhecimento é um direito personalíssimo e sua proteção, consequentemente, constitui um direito social. Síntese dos direitos dos idosos e os deveres da sociedade civil e do Estado DIREITOS DO IDOSO • Aos maiores de 65 anos que não terem

como se sustentar, é garantido 1 salário mínimo por mês, conforme a Lei Orgânica da Assistência Social; • Aos enfermos, é assegurado o atendimento domiciliar pelos conveniados ao SUS; • Aos concurseiros, a idade mais elevada é critério de desempate; • Direito ao respeito: inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral do idoso; • Direito à moradia digna: com sua família ou em instituição pública ou privada; • Direito à gratuidade de medicamentos, próteses e quaisquer recursos relativos a tratamento, habilitação ou reabilitação do idoso, em esferas públicas. • Prioridade de aquisição de imóvel em programas habitacionais com dinheiro público. DEVERES DA SOCIEDADE CIVIL E DO ESTADO • Deve-se assegurar, com prioridade, o direito à vida, à saúde, à educação, à cultura, ao trabalho, à cidadania, entre outros previstos a todos; • Assegurar a convivência familiar e comunitária; • Garantir dignidade e evitar tratamento desumano, violento ou constrangedor; • Capacitar profissionais para atendimento às necessidades dos idosos; • Orientar cuidadores e grupos de autoajuda nas instituições de saúde; • Criar oportunidades de acesso à educação, adequando metodologia, material didático e conteúdo que contemple tecnologias, visando a integração digital; • Abordar no ensino o processo de envelhecimento e o respeito aos idosos, a fim de combater preconceito e produzir conhecimentos; • Reservar 10% dos assentos do transporte coletivo e 5% das vagas nos estacionamentos públicos e privados; • Atender à gratuidade dos maiores de 65, em transportes coletivos urbanos e semi-urbanos; • Está proibida a discriminação e um limite de idade, em emprego e concurso; • Está proibida a cobrança de valores diferenciados em razão da idade nos planos de saúde. 2009 - Em 2009, o III Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-III) acolheu “a valorização da pessoa idosa e a promoção de sua participação na sociedade” como ob-

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jetivo estratégico dentro da diretriz de “garantia da igualdade na diversidade”. É a partir deste documento que os direitos das pessoas idosas passam a ser legalmente considerados no Brasil como direitos humanos. 2010 - Em 2010, instituiu-se o Fundo Nacional do Idoso com o objetivo de financiar os programas e as ações relativas ao idoso, com vistas a assegurar os seus direitos sociais e criar condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade. 2017 – neste ano foram promulgadas as duas últimas leis que significaram evolução à proteção do senior no Brasil. A Lei nº 13.466 que estabeleceu a prioridade especial das pessoas maiores de oitenta anos, e a Lei nº 13.535, que inclui a garantia aos idosos de oferta de cursos e programas de extensão pelas instituições de educação superior. E os conselhos da pessoa idosa? O que fazem? Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (CNDI) Criado a partir do Plano Nacional do Idoso, em 2002, o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (CNDI) é um órgão superior de natureza e deliberação colegiada, integrante da estrutura regimental do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Cabe a ele elaborar as diretrizes para a formulação e implementação da Política Nacional da Pessoa Idosa. É por meio do Conselho Municipal dos Direitos do Idoso devidamente constituído que a aplicação e fiscalização dos recursos provenientes do Fundo do Idoso é concretizada. Obviamente, o fundo do idoso destina-se, exclusivamente, a atender a política que contemple o senior. Veja neste link a Cartilha sobre o Fundo do Idoso https:// www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/pessoa-idosa/cartilhaFundoAtualizada. pdf Há trabalho a fazer Não resta dúvida de que o Estatuto do Idoso representa a principal lei sobre o direito dos idosos. São muitos os artigos que nos garantem direitos fundamentais, entretanto, ainda há trabalho a fazer.

Apesar do bom arcabouço legislativo que nos protege, é necessário que essas normas sejam de conhecimento de toda a sociedade, e, principalmente, de todos os idosos. As previsões legais vigentes não podem se tornar letras mortas. Não podemos abrir mão de exercer cada um e todos os direitos a nós destinados. Tenhamos voz e garra para fazer valer cada uma de nossas conquistas no plano legislativo, e ainda avançarmos na busca de mais proteção. Afinal, queremos sim a total autonomia, integração e participação efetiva na sociedade, e, acima de tudo, a eliminação de toda e qualquer discriminação contra o idoso. Gostou do artigo? Adoraria receber o seu comentário. Obrigada! Silvia Triboni silvia.triboni@gmail.com Editora e produtora de conteúdo sobre longevidade e turismo no site Across Seven Seas Fundadora do Projeto Across Seven Seas Também no You Tube, Facebook e Instagram

Projeto Across Seven Seas www.acrosssevenseas.com

Fontes: http://www.periodicoseletronicos.ufma. br/index.php/rppublica/article/viewFile/356/4229 http://www.observatorionacionaldoidoso.fiocruz.br/ biblioteca/_manual/5.pdf http://www.cobap.org.br/ ESTATUTO DO IDOSO http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/ l10.741.htm

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Divã

Sandra Regina Schewinsky

Psicóloga - Neuropsicóloga

Essa dor não é minha! Vários são os motivos ou tipos de depressão, por exemplo, a depressão clássica a pessoa apresenta tristeza, desânimo e pensamentos negativos; o transtorno depressivo persistente engana muito, pois a pessoa faz tudo, mas com fraqueza, falta de motivação que dura por anos e os outros acham que ela é difícil e preguiçosa o que gera problemas de autoestima; no transtorno disruptivo de desregulação do humor pelo menos três vezes na semana apresenta comportamentos explosivos; transtorno afetivo sazonal ocorre geralmente no inverno, em que o corpo da pessoa é sensível a diminuição da exposição à luz; depressão pós-parto e desordem disfórica pré-menstrual ocorre com as mulheres com influencias hormonais; transtorno bipolar com oscilações de tristeza extrema e euforia que pode ter explosões e irritabilidade; e, por fim depressão psicótica que além da tristeza pode apresentar falsas crenças, ilusões, alucinações, culpa e sensação de doença. A depressão acarreta mudanças químicas no cérebro da pessoa, nos neurotransmissores, serotonina, que altera os impulsos nervosos. As causas podem ser genéticas, com uma tendência hereditária, algumas doenças também podem desencadear sintomas depressivos como hipotireoidismo, lesões cerebrais, alteração hormonal, cardiopatias, falta de vitaminas e inúmeros outros agentes, como o uso de bebidas alcoólicas e drogas. Existem os gatilhos da vida como a perda de alguém muito amado, solidão, fracasso escolar ou profissional, problemas fi-

nanceiros, dificuldades sexuais, traumas e estresse prolongado. Temos textos, programas, palestras, cursos e grupos educativos para os familiares entenderem e auxiliarem a pessoa com depressão, que muitas vezes não é compreendida e cobrada além de suas forças. Mas e a pessoa que não sofre de depressão, mas sofre por estar todo o tempo com alguém depressivo? Um leitor muito querido pediu para que eu escrevesse sobre o tema. Já fiquei emocionada quando li o pedido, pois imagino a gama de sentimentos conflitantes que a família vivem! Cobrada a compreender o tempo todo, insistir para os tratamentos e muitas vezes a pessoa com depressão resiste aos mesmos, e age como se nada fosse bom, diversão impossível, comida nenhuma agrada, falta energia para as atividades e algumas vezes fica agressiva (temos também o passivo-agressivo, que demora para fazer as coisas, não fala nada e parece ignorar tudo o que lhe é proposto). O familiar começa a transitar em sentimentos de raiva, frustração, piedade, culpa e amor. Duvida se pode aguentar a carga emocional, mas se sente responsável, em divida e o pior, falhando sempre. Pesquisas na área da saúde mental apontam que as maiores causas de estresse familiar são as alterações emocionais/comportamentais e cognitivas, muito mais danosas que acompanhar o sofrimento físico por uma doença ou defi-

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Foto: Ben Hershey

ciência. A pessoa que convive 24 horas com alguém que tem depressão, considera a situação desgastante, exaustiva, receia ser engolida pelo mesmo mal e pode ficar contagiada com a forma de experienciar a vida negativamente. O que fazer? Gosto da citação bíblica: DAÍ A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR E A DEUS O QUE É DE DEUS Mc 12,13-17. Traduzindo em termos psicológicos significa fazer uma diferenciação entre o que é seu e o que é da pessoa depressiva. Muitas vezes fazer essa separação não é fácil e torna-se necessário uma ajuda profissional, mas vamos pensar em algumas formas de cuidados. Primeiramente reflita quais são os seus sentimentos e pensamentos em determinadas situações, se possível escreva tudo o que lhe vier a cabeça num papel e depois vá triando o que realmente é seu e amplie a reflexão do porque sente ou pensa assim. Mude o canal de sua cabeça! Valorize tudo o que tem, entenda que mesmo muito dolorido as perdas fazem parte de nossa estrada. Uma paciente que perdeu um filho me falou uma vez: “Estou conformada porque só perde quem tem! Seria muito pior nunca ter convivido com meu filho!” Sinta profundamente o sabor das coisas, a beleza do amanhecer, o perfu-

me da noite e a cor dos sonhos. Permita-se, sem culpa, gargalhar nos filmes, cantar sua música preferida e aproveitar o que de bom lhe aprouver. Lembre-se, você não precisa ser triste por conviver com quem está melancólico. Procure atividades prazerosas, exercícios físicos, cursos que lhe enriqueçam a mente, voluntariado e contato com os amigos. Tenha um confidente, pode ser o terapeuta, alguém que não vá julgar a sua fala e sim emprestar um ouvido amigo e solidário. Não tema! Falar sobre suas dificuldades não significa separação ou abandono da pessoa que você ama apesar de sua depressão! Peço que não se perca naquilo que não lhe pertence, a depressão não é sua e se você adoecer também, em nada ajudará quem também lhe ama apesar de ser triste! Conte sempre conosco! Com amor PS: A Revista Magazine 60+ cumpre seu papel de levar a informação para o maior número de pessoas, assim a Coluna Divã trata de temas solicitados pelos leitores. Faça suas sugestões para as próximas publicações que terei o maior prazer em responder, o que eu não souber, providenciarei alguém com expertise na área para nos ajudar.

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Variações in VIVO

Dra. Lairtes Temple Vidal Psicóloga/acupunturista fitoterapeuta

Quem procura acha (... o que encontra) empregado, o pastor do fiel, e vice-versa em todos os casos onde se estabelece a interação nas relações complementares. Se um mal estar surge involuntariamente e você não tem a solução, procure quem pode te ajudar e não se auto moleste. Serenidade e divertimento na medida boa, dentro de suas preferências e possibilidades são remédios poderosos ao seu alcance; melhora a imunidade e o humor, promove a criatividade, aumenta o suporte para aguentar a dor inevitável,

Foto: Jonathan Borba

Com raras exceções, como exemplo na matemática para se encontrar o valor do X, ou na logica consequência entre asserção e razão, e no equilíbrio das equações químicas, nas demais problemáticas da vida a solução raramente tem a exatidão da expectativa inicial. Nas humanidades, seja para um problema, uma aventura em curso, uma espera pela diluição aleatória do evento em questão, ou qualquer outra demanda que advém de um princípio, com vistas ao seu fim, podem ocorrer surpreendentes variações inéditas no percurso até se chegar ao tal final. Saúde tem a ver com isso. O corpo físico pode parecer uma engrenagem exata, criada com perfeição, mecanicamente cartesiana na intersecção e trato de seus sistemas respiratório, reprodutor, vascular, digestório, endócrino e tudo o mais. Bastaria apenas a manutenção, mas não. Quando o comando do organismo humano compreende uma parte integrante a ele chamada cérebro, e neste reside o ponto de partida do psiquismo, os problemas desencadeados em busca de resoluções, mesmo as mais corriqueiras, já nascem sujeitos a subjetividade. Costumo dizer que as pessoas não possuem certificado de garantia, cem por cento seguro, sobretudo quando a saúde física envolve a saúde psíquica - e quase sempre envolve. Psicologia e Medicina são ciências do geralmente. Um vendedor precisa do comprador, o aluno precisa do professor, o patrão do

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dissipa a agonia e as oscilações intrapsíquicas. Entretanto, os artifícios fáceis podem atenuar as coisas, mas nem sempre são suficientes e duradouros, e sim, deveriam te inspirar a buscar um acompanhamento pormenorizado. De modo análogo ao exposto, temos a comparação para com aquelas outras tantas circunstâncias da vida nas quais você achava que seria capaz de acomodar ou resolver um problema sem recorrer a outros especialistas. Uma coisa seria tentar sanar algo simples e corriqueiro de um jeito doméstico ou provisório, até uma solução melhor e definitiva. Outra coisa seria se indispor ao comportamento correto de buscar ajuda especializada, correndo riscos por conta própria, e contar com a sorte – que pode falhar. Assim como você oferece a expertise daquilo que tem domínio use a expertise alheia quando necessário. Não prolongue situações de conflitos de qualquer natureza, seja física, material, tecnológica, financeira, interpessoal, enfim, qual-

quer modalidade que você não possui alguém há de possuir, para tanto. Sou suspeita nesse conselho exatamente pela minha expertise, mas, não prolongue situações de conflitos principalmente quando estes forem de ordem psíquica. Procure ajuda. O que não tem cura tem melhora, tem nova ótica, aponta direções salutares na convivência, reduz o estresse, minimiza malefícios. Numa perspectiva unicista tudo está conectado. Depois de esgotar os recursos, a Paz pode estar em se contentar com a solução possível; a melhor solução a qual se conseguiu atingir, essa seria a resolução cabal a ser aceita. A aceitação vem a ser um outro processo em que a Psicologia pode auxiliar. Cuide você de sua saúde e deixe que os especialistas cuidem de sua doença. Em tempo, nesse final de ano tão singular, presenteie-se com auto-respeito e brinde alegrias vindouras.

Aprendizagem na 3ª idade

Malu Navarro Gomes Pedagoga Psicopedagoga

A vida vale uma luta Quem é idoso e enfrentou uma cirurgia de grande porte em plena pandemia sabe dos dias, horas, minutos e segundos de luta para garantir o preparo físico, psicológico, espiritual, se manter saudável e forte a fim de alcançar a mais importante meta desse momento: enfrentar o procedimento médico e dele sair vencedor. Quem assistiu ao filme Love Story, lançado na década de 1970, lembra dos desafios do casal protagonista para a batalha de suas vidas e dela sair vencedor. O amor de Oliver e Jenny, lhes dava a

energia para enfrentarem as diferenças sociais e o preconceito das gerações mais velhas. Uma interrupção na rotina comum de atividades para permanecer um tempo em repouso, e depois em reclusão, para viabilizar o processo de recuperação de uma cirurgia, representa um tempo comprometedor do futuro se houver entrega ao desânimo e abandono dos cuidados consigo mesmo. Retomar a rotina da vida é agora o novo desafio. Transcorridos trinta dias da cirurgia ao nos sentirmos mais resistentes,

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começamos a planejar o retorno à vida normal. Uma das primeiras providências é nos exercitarmos para enfrentar os desafios rotineiros de quem vive em uma cidade grande, populosa, cheia de energia e de opções estimulantes. Para isso, cuidar de fortalecer nossos membros garantindo a vida ativa, animada e segura que merecemos mesmo no processo de envelhecimento. É preciso se sentir confiante em relação aos nossos movimentos e nossa força, ter maior equilíbrio e firmeza para caminhar sozinho, carregar sacolas de compras, voltar a dirigir sem medo, recuperar nossa autonomia. Práticas tão simples, que antes não dávamos conta de o quanto eram importantes. Entretanto, há mais do que o físico, é preciso cuidar da relação e do fortalecimento do amor. Em Love Story as diferenças individuais são suplantadas pela determinação do casal em construir seu universo afetivo. O desvelo que sentem um pelo outro e o desejo de se complementarem os leva fazer valer a pena a

experiência de estarem juntos e, assim, praticar um amor maduro e se aprofundar nos sentimentos verdadeiros. Recentemente houve homenagem aos cinquenta anos do lançamento do filme. Os atores Ryan O’Neal e Ali MacGraw não são mais os jovens cujas personagens emocionaram a nós, na época jovens também, sem imaginarmos que um dia poderíamos estar vivendo e sofrendo os mesmos dramas da luta pela vida. Porém é possível tirar lições da história que representavam e das marcas que o tempo esculpiu nos seus rostos. A juventude tem sua beleza exibida na pele jovem, na ousadia, na ingenuidade e na pureza de sentimentos. O envelhecer, em contrapartida, tem a beleza florescida nas vivências, algumas bem sucedidas outras nem tanto, mas todas elas servindo como manancial do desenvolvimento pessoal que se exibe no olhar e no sorriso verdadeiro, tranquilo e maduro que só mesmo o envelhecer permite que tenhamos. É uma beleza única

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Baseada em todos esses anos de experiência com pacientes neurológicos, ficou evidente o quanto passar informações de maneira simples e correta para os familiares, pacientes e profissionais sem expertise na área, seria profícuo. Assim, a Dra. Vera e eu escrevemos o livro: Lesão Encefálica Adquirida: o que é importante saber com Ilustrações de Manoel Carlos Conti, nosso editor! Consideramos que no momento atual, com tantos problemas neurológicos (AVC, traumas e tumores) e sequelas do Covid19, seria muito oportuno divulgar as informações do livro, que tenho a honra de compartilhar o link com vocês. https://www.amazon.com.br/s?k=les%C3%A3o+encef%C3%A1lica+adquirida&i=stripbooks&__mk_pt_ BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&crid=1CV0F7U0VNJ3Y&sprefix=les%C3%A3o+%2Cstripbooks%2C272&ref=nb_sb_ss_i_1_6

Sandra Regina Schewinsky LESÃO ENCEFÁLICA ADQUIRIDA o que é importante saber! Dra. Sandra Regina Schewinsky e Dra. Vera Lucia Rodrigues Alves

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Nosso Universo interior

M. Luiza Conti

Desenvolvimento pessoal

Reflexão O final de um ano repleto de desafios, com certeza é um momento especial e perfeito para refletirmos sobre o que vivenciamos e aprendemos com ele. Parar, trazer a tona sentimentos, atitudes, comparações, adversidades, erros e acertos, e considerar possíveis mudanças. Toda reflexão faz um movimento de volta sobre si mesmo, faz uma verdadeira auto-avaliação, revê os pontos que precisam de melhorias, identifica sentimentos e emoções, retira qualquer tipo de julgamento, e muitas vezes usar o pensamento crítico para melhor observação e identificar os pré-conceitos, os pré-juizos, analisar os fatos, as situações, os comportamentos, os valores e a nós mesmos. Acredito que a reflexão pode causar algum estranhamento, mas indo além, fará entender melhor as idéias, os conceitos e chegar a alguma conclusão mais

leve sobre as coisas e a forma de ser. Quem sabe podemos aprender a focar no que é realmente importante, desapegar e viver mais o presente, e reconhecer se você é e está onde realmente queria ser e estar. É essencial para nossas vidas ter a mente aberta para refletir e adquirir novos conhecimentos sobre várias questões éticas, políticas, sociais, de raça, etc.., e termos a oportunidade de deixar de pensar de uma forma automática. Sem a reflexão de todas as coisas, nos tornamos cada vez mais intolerantes, até para a evolução do planeta, e não enxergamos que existe um mundo de possibilidades sem limites. Desejo que as reflexões sobre 2020 possam trazer aos seres e ao planeta melhores condições de convivência, de amor e de vida para 2021!

Foto: Simon Fitall

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A vida como ela é

Marisa da Camara Consultora Imobiliária Brasil - Portugal

Maradona: fora de si

para casa. Tornou-se um ícone do futebol internacional, em poucos anos. Da fama ao poder e deste às drogas e à bebida, que destruíram sua vida pessoal e profissional. Já ouvimos histórias semelhantes e igualmente tristes com diversos astros da música, das artes e do esporte. E quantas! Questiono-me se Maradona não viveu uma vida toda fora de si. Talvez tenha vivido do buscar, do fazer, do querer, do ter, porém sem conseguir conectar-se com o seu EU interior, com sua essência. Talvez nunca tenha experimentado a paz de estar consigo mesmo, em silêncio. Penso que nós, em maioria, assim vivemos nossas vidas: desconectados de nossa beleza interior. Cabe refletirmos sobre o contínuo crescimento do poder das drogas, no mundo; sobre os ensinamentos e o amor dedicado aos nossos filhos e netos; sobre a busca de nosso propósito de vida e de paz interior. À você, Maradona, agradecemos por seus shows em campo e lhe desejamos a paz de estar em si, no Jardim Celestial.

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Foto: UOL.com

Quando um sujeito comete uma atrocidade consigo ou com terceiros, costuma-se dizer: “Ele estava fora de si”. Essa expressão é preciosíssima e vasta em sua essência. Estar fora de si é estar desconectado de seu EU. É estar perdido entre a ação e o ócio, entre o ter e o não ter, entre o poder e a submissão, entre o amar e o odiar, entre o tudo e o nada. É estar vivendo por viver, sem dar-se conta do seu EU, do que é essencial, do que vale a pena, de fato. Quando isso não lhe é ensinado, como ocorre em muitos países orientais, o ser humano sofre em busca do ter, quando deveria voltar-se para o ser. Eu sinto muito pelos astros talentosos, que atingem alto grau de notoriedade e sucesso financeiro, precocemente. Na juventude, poucos são os que têm estrutura suficiente para lidar com o peso da fama, das altas somas bancárias e do poder que lhes é atribuído. Seus empresários, mais que patrocinadores de acordos milionários, deveriam ser coaches de vida pessoal e profissional, fornecendo-lhes um acompanhamento terapêutico, intrínseco e prioritário. A essência do ensinamento de “não perder-se de si”, de preservar sua integridade física, mental e espiritual deveria ser a base do acordo empresário-astro. Não atribuo, aqui, nenhum juízo de valor. Cada qual deve saber cuidar de si, mas bem sabemos que na tenra idade precisamos de bons modelos que validem nosso caminho. Maradona teve seu talento descoberto aos 9 anos de idade, na favela onde morava. Aos 16 já jogava profissionalmente, levando altas somas de dinheiro


Empreendedor/Tecnologia

Marcelo Thalenberg Empreendedor escreve artigos sobre tecnologia

Palavras da moda: lifelonglearning! Argh!! As palavras e terminologia do mercado evoluem, nos últimos anos escutei e li muito o uso da palavra “pilares” no sentido da base ou sustentação de um negócio ou projeto, “resiliência” tem sido muito usada no sentido de capacidade de adaptação de um individuo frente a adversidades e outros quesitos. Desde a pandemia a tal de lifelonglearning entrou em moda, mas o que significa? Life Long Learning do inglês aprendizado ao longo da vida ou a vontade de continuar a aprender. No Brasil há muitos anos utilizamos o termo “aprendizado contínuo. Eu tenho um amigo que no final de sua carreira profissional ele chorava e não tinha um plano B e eu o estimulava a buscar novas oportunidades e um dia retrucou: Estou velho para aprender! Ele foi aposentado e entrou em depressão. Hoje não existe profissão que não evolua seja um agricultor ou um pedreiro. Todos aprendemos sempre a questão é no

que podemos estar parados no tempo? Precisamos aprender, por quê? A pandemia centuplicou o aprendizado e uso das ferramentas online, a necessidade é mãe de toda utilização. Yuval Harari o escritor que virou estrela pelo livro “Uma pequena história” não usa o smartfone, imagine quantas ligações e desatenções que o tirariam do foco de seu trabalho se o utilizasse, mas seu companheiro administra para ele. A grande questão é como simplificar o aprendizado da tecnologia para pessoas sêniores não afeitas a tecnologia? A tal da Andragogia. Durante a pandemia acompanhei casos bem sucedidos de Gal Rosa no 60+tech, Sergio Grinberg em aulas no Trabalho 60+ e depois no Senior Geek, ou o curso Cyberseniors da UFRGS. É pelo aprendizado continuo ou lifelongleraning que criei o blog e grupo no face Acordo Obsoleto Durmo atualizado www.durmoatualizado.com.br Marcelo Thalenberg curioso profissional

Foto: sbgg.org.br

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Contos I

Malu Alencar Historiadora e Produtora cultural

Memórias de Natal... E que Natal é esse? Século XXI do Calendário Gregoriano. Já vivi duas décadas desse século e parece que estou numa nave interplanetária, pois o meu mundo mudou. O que está acontecendo com a década que virou agora em 2020? Que planeta é esse? Que país é esse? Que tipo de ser humano eu sou? Nós somos... Estamos terminando novembro e ainda não pensei no natal. No meu natal, no mês que eu nasci, cadê os enfeites para enfeitar a minha árvore de natal? Cadê os comerciais na televisão anunciando os produtos de natal? Cadê o Papai Noel? Cadê os presépios nas praças e nas igrejas? Cadê o povo que sai nas ruas entrando nas lojas procurando os presentes para todos da família? Esse ano está diferente, não quero pensar nos próximos natais.... Vou abrir meu livro de receitas e dia primeiro de dezembro vou fazer as bolachichas de natal, receita Álice, minha sogra sueca, avó de meus filhos que me ensinou a fazer com as crianças para comemorar o mês de dezembro! E hoje eu tenho tres netinhos: Francisco, Maria e Alice. Tenho que passar essa tradição para eles, é a avó que faz as tradições serem perpetuadas e sempre lembradas. Cadê os panetones caseiros que Luiza minha mãe e E minha irmã, faziam no começo do mês para oferecer aos amigos que batiam na porta para um cafezi-

nho e um papo amigo? Elas partiram e eu não peguei a receita e não sei fazer panetone, pão ou bolo. Só tenho a receita dos biscoitos suecos que também enfeitavam os galhos das arvores, embrulhados em papel de seda coloridos.... Cadê os presentes que eu comprava desde setembro pensando em cada um da familia, dos amigos que encontraria em dezembro? O que aconteceu comigo? Não vou comemorar o natal? Não, não vou me culpar. O ano de 2020 se tornou um enigma. Que ano é esse? Mas é o ano da Pandemia, o ano que o coronavirus, um bichinho que do nada tomou conta do planeta, ninguém o viu, mas ele existe, ah... existe sim e colocou novos protocolos no modus vivendi dos homens da Terra. Lave as mãos.... use máscaras, nada de abraços, nem festas, nem grandes eventos. A ordem é: todo cuidado é pouco. Não quero encontrá-lo, muito menos recebê-lo em minha casa, em minha família. Xô.... xô.... O número do ano é bonito, é duplo, dois 20: 2020! A soma dá 4. Na numerologia 4 é a casa..... Ah.... já sei, foi por isso que estamos tão recolhidos, a casa é o nosso refúgio, é o nosso aconchego. Não sou numeróloga e nem astróloga, mas gosto de consultar, saber os mistérios que a vida não me mostrou. Segundo pesquisei o 2020 é o ano da Pressa e da Ansiedade e que “ a sim-

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Mas que falta me faz sair pelas ruas, andar livremente sem pensar em pandemia em busca dos presentes que quero dar para quem eu quero bem, entrar em lojas, buscar bibocas que tenham objetos diferentes, interessantes, bons e baratos... Mas não vou deixar que o Natal seja triste. Isso nunca! Vou buscar o que tenho no baú para enfeitar as portas, onde puder colocar um enfeite. Vou convidar Francisco de 7 anos e Maria de 4 anos para criarmos elementos de decoração. Alice tem só 8 meses, não vai entender, mas vai participar. Mas não vou criar ansiedade como no Natal de 2015 que decidi entregar para Bianca, Vicky e Lucas o livro que registrei a vida deles, desde quando nasceram, tipo de sangue, hospital, médico, visitas, os primeiros passos, as primeiras palavras, travessuras, momentos mais

Foto: memoriadapropaganda.org.br

bologia do número 4 está associada a varias atitudes que a gente tem dificuldade de lidar e desenvolver: Disciplina, Paciencia, Perseverança e Moderação.” “Tudo que põe ordem na vida tem a ver com o número 4. O homem percebeu que havia formado uma família e, portanto, necessitava de abrigo e proteção. Era preciso construir uma moradia, erguer as “4” paredes, ter uma base sólida. O 4 é um número material e simboliza o alicerce, a estabilidade, a construção, a praticidade, a solidez, a estrutura, o TRABALHO, a rotina, a disciplina.” Que ano complicado esse!!! Se eu for pensar, a numerologia está certa. Que ano esse que me fez entrar na rotina, me adaptar a uma nova disciplina, estruturar minha vida e trabalho e mais, ser prática e manter a estabilidade, para a solidez da minha estrutura pessoal?

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despedida.... que em breve partiria para uma longa viagem e se debulhou em lágrimas que também foram derramadas por todos.... e eu dormia tranquilamente, livre da responsabilidade de saber todos os detalhes das vidas de cada um e da despedida antecipada que um dia acontecerá: minha viagem! Aqui estou, cinco anos depois, cumprindo mais uma vez a promessa que nosso Natal será o melhor Natal do mundo! E será, pois um ano que a soma dá quatro, o próximo será 2021, cuja soma será CINCO e esse número é ímpar e o meu preferido: 5 de dezembro, o dia que eu nasci!!!! Não vou pensar mais em nada, quero fechar mais uma década e começar uma nova e, não vou deixar de escrever minhas memórias desse ano de 2020, do século XXI do Calendário Gregoriano..... pois outros calendários existem e eu não vou entrar na discussão de qual é válido! Afinal não sei quando o mundo começou e nem quero saber, muito menos pensar quando vai acabar.... Feliz Natal! Feliz Ano Novo para todos nós! PS: e viva o Planeta Terra com tudo que lhe pertence: fauna, flora, rios, nascentes, pássaros, peixes, mares, oceanos, montanhas, desertos, planícies, ar....e os seres humanos em toda a diversidade de homens e mulheres! Ref: numerologiarevelada.com>significado-do-numero-2020

Foto: El Pais

importantes de cada um. Fiz um “book” com fotos, bilhetinhos, cartinhas.... os livrinhos que escreveram desde o pré primário na Escola Higienópolis da Beth e Marlene, do Rio Branco na Higienópolis em São Paulo e do Dora Lygia de Campos do Jordão. Coloquei tudo numa caixa de papelão e depois da ceia, antes de me recolher já quase de madrugada, entreguei para cada um sua história de vida. Também fiz o book de Catalina, a irmã chilena dos meus filhos, não tinha todas as informações, mas tinha fotos, cartas e várias lembranças de nossos encontros desde seus dois anos de idade no Chile, no Brasil, das cartinhas trocadas desde os primeiros momentos que nos conhecemos antes de meus filhos nascerem, afinal é a primogênita de Miguel e a primeira criança que me fez sentir a responsabilidade de ter uma família..... Foi emocionante, afinal passei a responsabilidade para cada um deles, pois cada vez que precisavam de uma informação era à mim que perguntavam: - “Mami... a que horas eu nasci?” - “Mami quando eu quebrei o braço?” - “Mami qual meu tipo de sangue?” - “Mami....” E tranquilamente me recolhi. Mal sabia eu a crise que tinha provocado. Vicky, a filha do meio, atriz, áries com sagitário, ficou muito feliz, mas depois que sai, de repente, sentiu que o livro com a história de vida de cada um deles, era na verdade uma despedida e ficou inconsolável achando que a “Mami” fazia sua

Calendário Gregoriano

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‘Causos’ do Nordeste

Tony de Souza Cineasta

O Saci e a Caipora ticiosos. Mas diziam ouvir assovios no mato. Às vezes poderia ser uma ave desconhecida, ou alguém que também estava caçando ali por perto, mas no imaginário popular, assovio é típico de Caipora. Ela atrai os curiosos com seu assovio, e ao chegar no local, geralmente o tronco de uma árvore, temos que ter um pouco de fumo para ela. Se não tivermos é surra na certa. Não posso garantir que é verdade mais alguns conhecidos meus que gostavam de caçar no mato, me garantiram que levaram surra de cipó por não terem fumo no bolso para presentear a caipora.

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Ilustração: buzzfeed.com

O Saci Pererê é mais famoso entre os paulistas do que entre os nordestinos. Talvez pelo fato de ter tido um grande propagandista, conhecido nada mais nada menos pelo nome de Monteiro Lobato. Em 1917 Lobato escrevia para o jornal “O Estado de São Paulo” e propôs ao jornal o que chamou “Inquérito sobre o Saci-Pererê”. Os leitores do jornal escreveriam cartas narrando suas experiências com a lenda do Saci-Pererê. Foi um processo muito rico, que resultou em um livro publicado em 1918 com o título “Saci-Pererê: O resultado de um inquérito. ” O Saci-Pererê é um garoto negro, muito travesso, que fuma cachimbo e usa uma carapuça vermelha na cabeça. Possui uma perna só. Já a Caipora, ou o Caipora, também chamada de Caipora do mato, é descrita às vezes como uma índia anã, ou um pequeno índio de pele muito escura, ágil com o saci. Ambos o índio e a índia andam nus pelo mato e defendem os animais e a floresta. Dizem também que são primos do curupira. A versão mais interessante do Caipora ou da Caipora, para mim, no entanto, é a versão invisível. O Saci-Pererê tem a proteção do barrete que o torna invisível quando ele quer. A Caipora ou o Caipora vivem invisíveis. Meus avós e meus tios eram agricultores e pequenos criadores de gado, e viviam em contato com a natureza. Meu tio Paulo era caçador. Passava a noite caçando tatu, tamanduá, e outros bichos e era uma pessoa muito séria. Tanto ele como meus demais tios não eram supers-


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magazine

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CriativA Idade

Jane Barreto Psicopedagoga e Arteterapeuta

Uma luz na escuridão Ainda lembro da época de estudante, na infância vivida na década de 70, estudava em escola pública e nos livros de educação moral e cívica e OSPB - organizações sociais politicas e brasileiras – havia sempre a página com a gravura legendada pelos nomes: mulato, mameluco, negro, indicando a miscigenação dos povos, pessoas nomeadas de formas diferentes e a cor da pele indicava esses nomes. Aprendi na escola desde sempre que havia diferenças de características entre os seres humanos, diversidade, e isso era muito interessante, no meu olhar de criança. Cresci em uma família que sempre se relacionou com muitas pessoas, elas eram todas diferentes, eram notáveis as mais diversas características, e de todas as cores, todos os tons. Na casa dos amigos onde eu brincava, já era um pouco diferente, as vezes presenciava piadas aparentemente inofensivas mas no fundo sarcásticas ou termos pejorativos como: ele é chocolate, ou café com leite? Aquele ali é seis horas...hum, esse é neguinho, mas é cheiroso...aquela pretinha é inteligente...ah a inveja branca. .. Tudo aquilo soava como natural, nunca ninguém havia me alertado para que eu visse o que tinha por trás de tais narrativas, mas o fato de meus pais não usarem essas falas me influenciou e me fez neutra e me afastou da armadilha de repetir o que aprendia na lição da rua, e na escola da vida, na sociedade. Com o passar dos anos fui percebendo que as pessoas se incomodavam

com o comentário dos outros quando surgia alguma insinuação sobre a cor de pele do preto, classificando a pessoa como inferiores, atribuindo a ela um estigma e isso tinha um nome, era o racismo. Desde a história ensinada pelos livros didáticos, percebi que pessoas eram pessoas, elas tinham diferenças, cores diferentes mas sempre foram gente, e qual era mesmo o problema com o fato de serem diferentes? eu não entendia... Entendi então na vida adulta que o racismo tinha sido inventado pelo homem, pelas amarras do pré conceito, por causa do poder, do egocentrismo do homem, que ele é real, sempre foi e não pode ser negado, precisa vir a luz do conhecimento de todos que vivem na escuridão da alma. Pré conceito, sim todos tem, qual é o teu ? não sabe? Descubra...não o neguem, identifiquem e tratem! Vigiem seus sentimentos, suas ações, observações, seus olhares e conclusões, escolha suas palavras para nomear o outro e o que pensa a respeito dele; se for deflagrado achando que o teu próximo é inferior a você, por ser diferente, então permita-se humanizar – te! tente uma mudança no seu pensamento, a partir de um olhar mais sensível para o outro, e mude o seu comportamento, sendo gentil com as pessoas independente da condição dela, valorizando as diferenças e respeitando a liberdade de cada ser humano e sua singularidade como é. Agora na madura idade percebo que aquela mesma página com gravuras nos livros de história, já indicavam a di-

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ferença herdada desde muito antes de eu existir, e esta é negada pelas as autoridades, tentam dizer que ela não existe, que vemos coisas demais, inventamos ou que todos são iguais... que no Brasil criam o racismo para justificar algo mal resolvido....não entendo o grau de daltonismo e cegueira de quem diz que “não há diferença entre as pessoas” se referindo a cor de suas peles, há sim, pretos, brancos, vermelhos, amarelos, e isso deveria ser visto como parte da natureza, obra do criador em sua criação...me perdoem os agnósticos que não creem assim, mas não é acaso que as pessoas são de diversas cores, há um propósito de quem as fez sendo assim, diferentes umas das outras, mas iguais na essência humana. A grande questão do pré conceito que alimenta o vírus do racismo entre e pelas pessoas, é que algumas preferem viver na escuridão negando sua existência, nem é o preto, ele é parte da paleta de cores do universo, o problema é achar que ele não é necessário, é inferior, é menor, ou que a magnitude da luz existe sem que haja a escuridão para ser iluminada e um precisa do outro...

O que aponta para escuridão não é a cor preta, ou o tom da pele de uma pessoa, é o escuro da alma daquele que faz da diferença entre as peles, a DIVERSIDADE. O contrário de igual é diferente, não é desigual! Para haver a igualdade respeitando as diferenças, precisamos entender isso e não negar a história, as diferentes formas de viver e existir, o que o homem fez com elas, enxergar a beleza que há na diversidade, sem desperdiça-la, aproveitar e reconhecer o que há de belo na alma de cada pessoa, sair da clara ignorância e mergulhar na escuridão da alma para enxergar a luz da liberdade, do respeito, e da saúde que ambos traem para sociedade que sonha viver na plenitude, sem amarras e sem a escravidão da alma. A paleta de cores dos corpos humanos, sempre será diversa, assim como o arco íris no céu que tem várias cores e é diferente do sol, da luz, das estrelas, mas tem sua beleza e faz parte da natureza, sendo imprescindível para cada um que aponta no céu da plenitude humana, enxergando a luz na escuridão..

Foto: noticiasemrede.com.br

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Benefícios

Thais Bento Lima gerontóloga e colunista do SUPERA Ginástica para o Cérebro

Relações intergeracionais: benefícios e preservação das lembranças vividas Ao longo do tempo, ocorrem inúmeras mudanças na sociedade que abrangem, por exemplo, o estilo de música, a moda, os costumes e os posicionamentos políticos. Tais mudanças são capazes de influenciar o comportamento coletivo, ou seja, das pessoas que vivenciam essas experiências. Cada geração passa por experiências de vida diferentes, sendo assim, têm comportamentos diferentes. Como classificamos as gerações e quais são as suas características? De acordo com a classificação de alguns estudiosos como Garcia e Rebizzi (2018), as gerações atuais são divididas em 5 categorias e apresentam as seguintes características: · Baby boomers - São as pessoas que nasceram entre 1940 e 1960. Por terem nascido no final ou após uma guerra mundial, representaram um marco positivo após tantas destruições causadas pela guerra, simbolizando a esperança para um futuro melhor. Os pertencentes a esta geração são conhecidos como pessoas motivadas e otimistas. · Geração X - Pessoas nascidas entre as décadas de 1960 e 1980. São reconhecidas como pessoas que valorizam a família e os relacionamentos, além disso são conservadoras e pouco abertas à tecnologia. · Geração Y ou Millennials - Nascidos entre 1980 e 1995. Esta geração se desenvolveu em meio ao avanço das tec-

nologias. São pessoas mais preocupadas com o meio ambiente e aceitam melhor a diversidade. Elas são reconhecidas como pessoas que se adaptam muito rápido às mudanças e isso se reflete na constante mudança de emprego, ao contrário das gerações anteriores. · Geração Z - Nascidos entre 1995 e 2009. São pessoas que utilizam muito a internet e preferem o mundo virtual em relação ao mundo real. São criativas, inquietas, gostam de resolver os problemas e alcançar os objetivos com rapidez. · Geração Alfa - Nascidos após 2010. Atualmente pouco se sabe sobre essa geração, mas há indícios de que seja bem parecida com a anterior, no entanto ainda mais conectada às tecnologias. É importante ressaltar que a classificação das gerações é feita de diferentes maneiras por autores distintos e que, portanto, pode haver modificações nas nomenclaturas e anos de início e fim de cada geração. Será que é possível baby boomers (pessoas nascidas entre os anos 1940 e 1960) conviverem de maneira harmônica com jovens da geração Z (nascidos entre 1995 e 2009)? Além disso, será que existe alguma importância nesse tipo de convivência? Mas e o que são as relações intergeracionais? Podemos entender as relações

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intergeracionais como o relacionamento que se estabelece entre pelo menos duas pessoas de diferentes faixas etárias que compartilham as suas vivências a fim de contribuírem com um aprendizado em conjunto. Ou seja, imagine pessoas da geração X (que acompanharam o início dos avanços tecnológicos) convivendo com crianças da geração Alfa (que já nascem imersas em meio a tantas tecnologias). Ambas gerações podem, a partir da convivência, compartilhar suas experiências de vida e ensinar uma a outra algo que conhecem bem. Onde podemos encontrar relações intergeracionais? O primeiro local onde as gerações se encontram e se conectam é na família. Segundo os estudiosos como Cortê e Ferrigno refletiram em uma publicação de 2017, essas relações são derivadas do relacionamento entre avós, pais e filhos. Você já parou para pensar que é possível encontrar em uma só família pessoas pertencentes às cinco gerações? Imagine uma bisavó de 80 anos, uma avó de 60 anos, uma filha de 40 anos, uma neta de 23 e uma bisneta de 5 anos, respectivamente das gerações baby boomers, X, Y, Z e Alfa. Outras relações intergeracionais se estabelecem no trabalho, local onde as características de gerações distintas podem tanto se complementarem para uma melhor produção, quanto se oporem a tal ponto que a produção do trabalho fique comprometida. Essas gerações podem ser encontradas também em creches para crianças ou Núcleos de Convivência para Idosos, Institutos de Educação como as unidades de educação do Supera que investem em relações intergeracionais, além de programas que incentivam esse

relacionamento. Quais são os benefícios dessas relações? · Transformação social: estudos apontam que a troca de experiências entre pessoas de diferentes gerações contribui para que haja melhora nas relações sociais; · Relacionamentos harmoniosos: a intergeracionalidade reduz as chances de haver conflitos, pois as pessoas aprendem a conviver com as diferenças; · Geratividade (troca de conhecimentos especialmente dos mais velhos para os mais jovens): os idosos transmitem os seus valores, possibilitando que continuem existindo nas próximas gerações; · Valorização da pessoa idosa: aprendendo quem são os idosos, o que já viveram, o que fazem e o que ainda são capazes de fazer, os mais jovens e as crianças podem valorizar os mais velhos, o que pode diminuir as atitudes de preconceito etário; Coeducação de gerações: os mais velhos são capazes de ensinar com base nas suas experiências de vida, assim como os mais jovens são capazes de ensinar aquilo que aprendem com maior facilidade. Quando interagimos socialmente com pessoas das diferentes gerações, desenvolvemos também habilidades físicas, cognitivas e emocionais, além das sociais. Os benefícios são diversos, tanto no aspecto psicológico como no físico, dentre eles: satisfação emocional, redução de risco de depressão, do comprometimento da saúde geral e inclusive nos auxilia a manter preservadas as lembranças vividas que passarão de geração a geração.

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Reutilizando materiais

João Alberto J. Neto Analista de sistemas

Mosaico - Intervenções Urbanas III LUZ DE MARIANA Trata-se de uma tragédia. Em 05 de novembro de 2015, no subdistrito de Bento Rodrigues, município de Mariana, MG, houve o rompimento da barragem do Fundão, controlada pela Samarco Mineração S/A, em conjunto com a Vale S/A e a BHP Billiton. Foram 19 mortos, além de graves danos ecológicos em 230 cidades de Minas Gerais e Espírito Santo, todas abastecidas pela bacia hidrográfica do Rio Doce. Incontáveis artistas se manifestaram, fizeram manifestos, criaram projetos culturais, de conscientização, homenagearam os mortos e a vida que restou. Quatro meses após o acidente, em 26 de fevereiro de 2016, nosso amigo artista / mosaicista / motoqueiro Nico Ferrera foi visitar Mariana. Desolado pelo que viu, pois fez várias incursões pelas vilas destruídas, sentiu a necessidade de também demonstrar todo o carinho que sentiu por aquele lugar e fazer algo por aquele povo. Perseguiu um objetivo e no final de 2016 montou um projeto de mosaico urbano, ao qual denominou LUZ DE MARIANA. A obra consistia em uma figura de Nossa Senhora com uma criança nos braços, pairando sobre a cidade, simbolizada por igrejas, como a protegê-la, tendo suas casas pobres e árvores projetadas na sua auréola. Nesse ponto entra em cena o ponto mais chato da história. O convencimento, ou a venda da ideia para órgãos públicos. Diz Nico – “Conversei com políti-

cos e com a Fundação Renova, mas sem sucesso. Em Mariana todos querem esquecer o episódio, menos as pessoas que perderam tudo pela incompetência e negligência da mineradora”. A autorização para instalar o painel no paredão da rodoviária veio através da Secretaria do Turismo, que também forneceu materiais e ferramentas para a instalação. Assim mesmo a novela não terminou. Marcada a instalação para o dia 16 de setembro de 2017, já com boa parte dos mosaicistas chegando à cidade para trabalhar na obra, o evento foi cancelado sem justificativas plausíveis, cau-

Fotos: enviadas pelo colunista

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sando desconforto a todos, cabendo ao Nico dar as devidas desculpas. Finalmente, depois de vários outros percalços, em dezembro de 2018, tomando 3 finais de semanas, a obra foi completamente instalada. Como já mencionei em artigos anteriores, a intervenção urbana é um trabalho em conjunto sobre um determinado tema, mas a confecção de cada partição é uma obra à parte, construída individualmente ou em pequenos grupos, conforme a determinação de um gestor. O tema em questão trata-se de uma única figura de 25 m2, particionada em 121 peças medindo 35X45 cm cada uma, que foi dividido entre cerca de 100 artistas de vários estados brasileiros arrebanhados nas redes sociais. A atriz Maria Fernanda Cândido, embaixatriz da causa de Mariana fez questão de confeccionar uma dessas partes. Por ser uma figura única, cada peça tem de ser fiel ao desenho solicitado, para que, ao juntar ao todo, apresente a mínima diferença de encaixe possível. É claro que, mesmo com as determinações solicitadas, algumas diferenças pontuais ocorram, como a diferença de pigmentação do material utilizado, a forma de cortar cada tessela, mas tudo isso é irrelevante se o desenho principal for preservado dentro das características exigidas em linhas e curvas, formando uma figura única. A criatividade de cada artista está nas partes do trabalho que se permite uma brincadeira diferente, sem comprometer a obra. Novamente podemos ver a determinação e a luta da arte com a política. Nessa obra sobressai a criatividade, gerenciamento, perseverança e capacidade de comunicação do artista idealizador. Diz Nico – “O painel foi um jeito de dizer aos culpados que não foi acidente. A Samarco escondeu as ruínas com vegetação, mas o painel ficará lá para não deixar ninguém esquecer”. Para não encerrar com política, vamos com algo bem melhor, com arte em forma de poesia, redigido por uma participante do projeto, de Caratinga, Luciana Martins da Fonseca, que fez esse poema para a obra:

“Painel em Oração (por Luciana Martins da Fonseca) Acende, Senhor, Em nossos corações, o amor. E pelas mãos de Maria, Abençoe esse mosaico de poesia. Viemos consolar a dor. Colamos cacos de magia. Transformamos lama. Somos cor e alegria. Temos o brilho de quem ama. Somos Luz de Mariana. Até mais...

Referências: http://www.sitraemg.org. br/mais-uma-homenagem-as-vitimas-do-crime-ambiental-de-mariana/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Rompimento_de_barragem_em_Mariana https://www.facebook.com/media/set/?set=a.10207501079756283&type=

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Direto ao ponto

Flavio Luiz Passaia

Grupo 60+ - Nossa missão O mundo foi atingido no final de 2019 e continuou nesse ano de 2020, por uma pandemia que teve início e até o presente momento não tem definido o tempo de seu término. O CORONAVÍRUS SARS COV 2, batizado de COVID 19, assola e aflige a população do planeta e é tratado como uma doença democrática uma vez que não escolhe raça, diversidade de gênero, preferências sexuais, faixas, etárias, todos fomos enquadrados no perigo de algo invisível. O Corona Vírus atinge a saúde física, e mental da população e a contenção desse vírus exige uma série de adaptações por parte de todos em nossa sociedade. Nas empresas e adotou-se uma nova forma de trabalho denominada HOME-OFFICE e hoje é uma realidade e uma saída inteligente para que o trabalho flua e dessa forma não transmitimos nem somos infectados pelo vírus. Home Office nada mais é que trabalhar em casa via rede mundial. Ao mesmo tempo, companhias de diferentes segmentos, têm implantado soluções criativas, fortalecendo o espírito de equipe objetivando e procurando reduzir ao máximo os prejuízos com toda essa ‘paradeira’ do mercado comercial. O TRABALHO 60+, grupo a que tenho a honra de pertencer, com muito orgulho sai a campo para enfrentar estas e outras turbulências de forma criativa. Somos um grupo de risco, confinados ao perímetro de nossas moradias e temos sido “bombardeados”

diariamente pelas mais diferentes lives, webinares, palestras, mentorias, de diversos matizes, shows nacionais e internacionais de famosos e nem tanto, artistas dos mais variados gêneros musicais, filmes e séries (as plataformas de streaming vieram para ficar. O streaming é a tecnologia de transmissão de dados pela internet, principalmente áudio e vídeo, sem a necessidade de baixar o conteúdo. O arquivo, que pode ser um vídeo ou uma música, é acessado pelo usuário online.), muitas dessas atividades feitas por nossos seguidores. Vemos com uma proposta de ideias novas, fortalecer nossas iniciativas que hoje somam 17, proporcionar alegria, bem-estar com comprometimento, cultura, passatempo, etc., aqueles que estão conosco. Com nosso tempo acompanhamos o desenrolar de ações mundo afora, com as populações enfrentando crises com formas criativas e impactantes. Pensando neste quesito criamos o Grupo de Políticas Públicas 60+ que vai oferecer ao poder constituído ideias e sugestões para nosso proveito dessa situação toda à geração prateada (‘velhos como diz nosso guru’). Queremos ser protagonistas desde já, pois seremos maioria em 2040. Sim queremos e vamos lutar pela melhor qualidade de vida de nós idosos, velhos, melhor idade ou seja lá do que querem nos chamar. O TRABALHO 60+ pensa também dentro da “caixinha”, como criar e levar conteúdos atrativos para este público.

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Com o produto de uma videoconferência intergeracional realizada a poucos dias atrás com jovens estudantes de “gerontologia” da USP-Leste incentivados e comandados por eles, pretendemos ganhar todas as mídias sociais. Podem aguardar. O TRABALHO 60+ é uma realidade ganhando a cada dia mais musculatura e ocupa merecido lugar no mercado.

Objetivando tal propósito queremos convocar mais membros 50+, 60+, 70+, 80+, 90+ e até 100+ a virem integrar nossas bases (por enquanto de forma virtual) e ajudar e lutar pela nossa “causa”. A cada edição falarei um pouco de nossas atividades e do que poderemos oferecer.

CHÃO DE CABELOS – A história de sucesso do cabelereiro do século XX Autor: Pacheco – Norival Pacheco Prefácio de Ignácio de Loyola Brandão ISBN 978-65-81379-00-1 Lançado em 19 de janeiro de 2020 – em seu aniversário de 80 anos – com mais de 150 pessoas num lindo domingo de verão. Ficou interessado!! Venha conhecer a trajetória de vida desse profissional de beleza, que teve a honra de cuidar dos cabelos de muita gente famosa, como Chico Anisio, Jô Soares, Tony Ramos, muita gente interessante que ainda hoje vai ao seu salão.

O livro poderá ser adquirido por R$ 42,00 até 31 de dezembro de 2020, através do e-mail : vendas.castelloeditorial@gmail.com Nosso site https://www.castelloeditorial.com.br/

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Mensagens

Luiz Arnaldo Moncau

Despertar para uma nova realidade futura Aos 79 anos continuo a me surpreender. Aos 30 anos entendia que os 60+ já teriam dado sua contribuição, que não serviriam mais. Não por qualquer discriminação ou maldade, mas porque esse seria o ciclo natural da vida. Como se fossem participantes de um jogo, e que pela idade já estariam fora do jogo da vida. Seriam apenas espectadores dessa vida, talvez um ônus para filhos ou netos. Mas cheguei aos 60 anos e me surpreendi, pois para um enorme número de idosos isso não é verdade. Desde os 60 anos eu revejo meus conceitos, comecei a ver que esse momento de estar fora do jogo só viria daí a uns 20 anos. Minha surpresa agora é que aos 79 anos continuo achando a mesma coisa. Esse momento só chegará daqui a uns 20 anos... E sei também que não sou um super idoso. Pelo contrário, muitos estão mais ativos, animados e participativos que eu. Descobri que não sou uma exceção quando entrei para um grupo aberto e inclusivo, o “Trabalho 60 mais”. Mas não de nós que quero falar. Percebo e compreendo que muitos de vocês, 40 menos, herdaram a mesma imagem que eu tinha, ou seja, que os agora 60+ estão fora do jogo. Esta imagem está impregnada em nossa cultura, e como é difícil mudar uma cultura. Mas não queremos que daqui a 30 ou 40 anos vocês sejam excluídos da vida produtiva, como nós 60+ ainda sentimos hoje. Não queremos isso para vocês, para nossos filhos e netos. A maioria das pessoas vê nosso en-

velhecimento físico como se tudo em nós estivesse envelhecendo. O aspecto físico acontece, sem dúvida, e os progressos da medicina permitem que tenhamos condições físicas melhores que as de nossos pais. Vocês, daqui a 30 ou 40 anos, estarão com condições melhores que as nossas. E viverão até os 100 anos ou mais. O que me surpreende, e a maioria não vê, é que nossa capacidade mental e intelectual, nossa vontade de fazer, realizar e sermos úteis, essas mudam, mas quase não envelhecem. A maioria não vê que ainda estamos no jogo. De forma diferente, mas continuamos ativos no jogo da vida. Temos ainda muito para contribuir para nossa sociedade. Talvez em empresas e negócios, não como executivos, pois a maioria não quer um emprego regular. Mas talvez como consultores, mentores, conselheiros etc. Ou até como empreendedores. Sim, empreendedores, pois muitos de nós querem viver os 20 ou 40 anos que ainda tem pela frente de maneira diferente, com o prazer e a qualidade de vida que foram sacrificados na luta por “crescer” na vida. E estamos fazendo isso! Quando vocês chegarem aos 60+, não queremos que encontrem portas, mentes e corações fechados. Não queremos que a sociedade ainda os exclua do jogo da vida. Acreditem. Hoje temos muitos sonhos, planos e ambições, porém com muito mais experiência e sabedoria. Temos vontade de passarmos essa experiência e conhecimentos para as no-

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Foto: www.goodtherapy.org

cês, com 60 ou70 anos, poderão continuar sendo excluídos do jogo da vida por seus filhos e netos. Notem que ainda terão pela frente mais anos de vida adulta do que já terão vivido. É pensando nisso que queremos que vocês despertem para a necessidade de olharem com outros olhos as gerações dos idosos, não por caridade, mas descobrindo os valores nelas contidos. Vocês têm que preparar hoje os caminhos para que amanhã a sociedade atenda às suas próprias necessidades e realizações futuras, quando lá chegarem. É difícil mudar uma cultura, mas acho que vocês têm esse poder. Aceitem nosso convite e juntem-se a nós nessa luta que os beneficiará: “despertar a sociedade para o valor e as riquezas das novas gerações de idosos”.

vas gerações. E de contribuirmos para uma sociedade melhor. Vocês têm habilidades técnicas e físicas para fazerem várias coisas ao mesmo tempo, numa vida cada vez mais agitada e mais corrida. Nós não queremos correr como vocês, mesmo que conseguíssemos. Porque hoje vemos e percebemos coisas que vocês nem desconfiam. Fico assustado ao pensar que vo-

Em todas as telas

Katia Brito Produtora de conteúdo sobre envelhecimento e longevidade

Tempos de avosidade: que venha 2021 Nesta época de fim de ano a figura do “bom velhinho” costuma dominar as propagandas, além das reuniões em família, agora adiadas ou em número bastante reduzido em razão do distanciamento social pela pandemia de Covid-19. Embora ligado ao consumismo comum dessa época do ano, Papai Noel figura no imaginário das crianças ressaltando o reconhecimento pelo bom comportamento e boas ações. Há quem se vista para alegrar as crianças da família e quem faça disso uma profissão, agora em home office com os

idosos apontados como grupo de risco para a Covid-19. Em muitos shoppings as crianças fazem seus pedidos ao “bom velhinho” agora por videoconferência em horários determinados. Uma experiência já vivida por muitos deles no contato com avós nestes meses de quarentena. Com suas roupas vermelhas, barba branca e o saco cheio de presentes, o Papai Noel representa mais que a chegada dos presentes, e sim uma forma de avosidade, referência de acolhimento e atenção, como na antiga canção – “Porque Papai Noel não esquece de ninguém...

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Foto: Reprodução YOUTUBE

Seja rico ou seja pobre, o bom velhinho sempre vem...”. Inclusive o maior presente que ele pode trazer neste momento é poder reunir, mesmo que virtualmente, amigos e familiares. A avosidade é um momento rico da vida, o amor pelos filhos que se multiplica em outras vidas, os netos. Mas nem sempre isso se traduz em união. Por vezes os avós ficam esquecidos na falta de tempo, nos dias que precisariam ter mais de 24 horas para tantas tarefas, o que não é tão diferente em tempos de pandemia e distanciamento social. Esse abandono familiar aliás foi tema de um comercial antigo de uma rede de supermercados alemã. Para reunir a família no Natal, um homem idoso, que mora sozinho como tantos outros, finge que morreu e os filhos já adultos vêm para o fu-

neral. Quando todos chegam, ele diz: “De que forma eu poderia reunir todos novamente?”. Vale a pena assistir no YouTube - https://www.youtube.com/watch?v=w4yS2aBo6wA #venha2021 Mas este ano tão complicado para todos termina com esperança de tempos melhores, de uma avosidade vivida em plenitude, na expectativa pela vacina e um novo normal que permita abraços e o retorno das atividades com as pessoas de 60 anos ou mais. Que possamos compartilhar alegrias e bons momentos, voltando inclusive a ilustre figura do Papai Noel para os encontros presenciais que fazem da infância um período tão especial da vida.

Foto: Divulgação Suzano Shopping

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VAMOS APRENDER DESENHO NAS FÉRIAS? DURAÇÃO DO CURSO - 2 MESES CONTEÚDO - COMPOSIÇÃO, LUZ E SOMBRA, ANATOMIA E PERSPECTIVA - LOCAL - PELA INTERNET - APLICATIVO ZOOM MATERIAL: 1 BLOCO DE PAPEL LAY OUT A4 1 LÁPIS 6B E 1 HB - UMA RÉGUA DE 30 CM.

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Mensagens para leitura e meditação

Lenildo Solano Professor

História de Natal - O Senhorzinho nha um senhorzinho simples e atencioso com todos que mantinha contato e realizava as atividades com prazer e alegria. Aconteceu que este grupo voltando em novo natal a certa comunidade uma das participantes do grupo perguntou as pessoas, vocês lembram de nós e uma das crianças respondeu eu lembro apenas dele, apontando o senhorzinho! Mas porquê da lembrança, este senhorzinho distribuía os materiais com palavras de amor, levava consigo balas doces e quando percebia família demais carente acrescentava alguma ajuda financeira sem que o grupo percebesse e esta criança era filha de uma mãe que fora beneficiada pelo senhorzinho. Por isso é dito e confirmado, um benefício jamais será esquecido, principalmente feito com amor. - Que o Natal tenha sempre o nosso Papai Noel representado por vários senhorzinhos e senhorinhas plantando a caridade! FELIZ NATAL E UM NOVO ANO CHEIO DE GRAÇAS!

Foto: www.sescpr.com.br

Como é lindo o período natalino, a própria energia solar parece diferente, age com mais intensidade; a alegria torna-se radiante nas faces das pessoas. Esperamos não ser mudada devido à preocupação com a pandemia em que estamos mais em casa, evitando visitas e aglomerações. O espirito fraterno fazer mais presente em todos, onde uns preocupam com outros, principalmente com os mais carentes não só do necessário, mas da presença amiga para compartilharem vivências, experiências e calor humano. Havia um grupo religioso que prestava ajuda semanal, distribuindo uma palavra amiga e cestas básicas de alimentação e produto higiênico a pessoas cadastradas, que vinham de bairros bem distantes da casa onde fazia a assistência. Chegando a proximidade da data natalina este grupo além de contemplar aqueles que atendia regularmente, ia a bairros bem carentes para distribuir as cestas, roupas, calçados e brinquedos. Entre os componentes do grupo ti-

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Nosso cafézinho

Cida Castilho Barista

Alda Barista Hoje vou falar de uma figuraça, uma pessoa que foi para faculdade aos seus 54 anos, cursar administração com ênfase em hotelaria, No final concluiu o TCC com todas as honras pois não faltou pesquisas no seu trabalho, e um crescimento muito grande com tudo isso. Logo após se formar a Alda resolveu fazer um curso de Barista, e veio para São Paulo e passou alguns dias fazendo o curso no Senac. Já no curso, ela se apaixonou pelo café, pelos trabalhos envolventes que ele proporciona, e aí não parou mais, disse para Conccetta professora de Barista no Senac; “vou fazer o seu trabalho em Belo Horizonte”. Voltou e já começou a traçar seus objetivos, onde ajudou a montar uma cafeteria juntamente com a Arquiteto, fazendo o espaço do Barista confortável de se trabalhar. Já havia mostrado que tinha aptidão para o negócio, e não parou. Resolveu aumentar seu conhecimento e foi fazer curso de classificação, torrefação e o que aparecesse de curso sobre café pela frente ela abraçava porque já estava envolvida totalmente com esta bebida tão encantadora. Em seus treinamentos ela utilizava sabe o que? Os vídeos que fiz junto com a CPT (centro de Produções técnicas de Viçosa), o vídeo fez parte dos treinamentos por muito tempo, onde conhecia a Cida Castilho por tabela. Hoje não há conheço pessoalmente, mas tenho contato com ela e os trabalhos que realiza em BH. Eu, já estava admirando os trabalhos de Alda há muito tempo, os vídeos que ela posta em sua rede social, termi-

nando os bolos artesanais e fofos, com xícaras lindas de café e o leite super vaporizado, o que lá coloca já nos deixa tentado porque tudo é de muito bom gosto o que ela faz, no caso de Alda a gente come com os olhos antes. Hoje tem um laboratório em sua residência, onde faz testes de novas bebidas a base de café, e bolos de café com caldas de cair o queixo. Além de tudo ainda recebe os clientes para cursos e também da consultoria que presta na região. Hoje Alda está com 69 anos, isso mesmo! 69 anos e com muita energia e disposição para as suas consultorias que cada vez mais o povo de Belo Horizonte consegue enxergar como um bom negócio. A consultoria é necessária nas cafeterias porque ela viabiliza o trabalho dos Baristas ou atendentes, deixa tudo mais confortável para o seu desenvolvimento na cafeteria, deixa tudo muito fácil de se trabalhar. Em hora de grande movimento tudo se torna mais fácil e tudo se desenvolve rapidamente para atender o nosso bem mais precioso que é o cliente. Para deixar a todos com vontade de tomar café, ela passou para nós uma receita de um bolo que fez para uma revista de Rondonia e com café robusta. Aproveitem porque é maravilhoso! Coffea canephora (Café Robusta; sin. Coffea robusta) é uma espécie de café originária da África Ocidental. Ele era conhecido pelo amargor, adstringência e usado em muitos blends. Hoje podemos degustar um café robusta que está confundindo com o arábica. Parabéns!

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Bolo de Café com Chocolate (adaptada por Alda – Barista) Ingredientes 04 ovos ¾ xícara de chá de óleo 01 e ½ xícara de chá de açúcar 01 xícara de chá de chocolate em pó (usei o Nestlê) 01 xícara de café, 100% robusta, coado ou “espresso” (sem açúcar) e frio 02 xícaras de farinha de trigo peneirada 01 pitada de sal 01 pitada de bicarbonato 01 colher de sopa de fermento em pó Preparo Numa vasilha misture a farinha de trigo com chocolate em pó, a pitada de sal e bicarbonato. Bata as claras em neve separadamente. Quando estiver quase no ponto de neve, acrescente ½ xícara de açúcar, até a consistência de um merengue e reserve. Na batedeira coloque 01 xícara de açúcar e vá colocando as gemas (uma a uma) batendo até ficar fofo e esbranquiçado. Em seguida o óleo com a batedeira em movimento. Desligue a batedeira e adicione, aos poucos, a farinha de trigo misturada com o chocolate, intercalando com o café frio. Após envolva

as claras em neve delicadamente. Por último o fermento em pó. Coloque a massa em uma forma redonda, de buraco, untada e esfarinhada, (com chocolate), e leve ao forno na temperatura de 180 graus por cerca de 45 a 50 minutos. Após esfriar, desenforme, faça uma calda de chocolate, despeje por cima do bolo e decore com grãozinho de café que mais parece uma joia. A calda de chocolate é feita com 01 xícara de café, 02 colheres de açúcar, 04 colheres de chocolate em pó, 01 colher de manteiga. Leve ao fogo até engrossar ao ponto desejado. Difícil resistir a um bolo de café com chocolate. Harmonia perfeita. Um ótimo acompanhamento para um café recém-preparado. A proposta aqui é que sinta o sabor intenso do café 100% robusta, que com um teor de cafeína superior, confere a esta receita o sabor marcante desta espécie de café. Fazer bolo, para mim, é um exercício de repetição. Às vezes os primeiros ficam a desejar. Porém não desanime. Com o tempo, se gostar do que faz, as boas surpresas virão, principalmente, quando começar a ouvir os elogios dos convidados. A ideia desta receita é para ser acompanhado de um delicioso café... feito na hora. Combinação perfeita e irresistível. Instagran - albarista

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Ler e criar

Laerte Temple Doutor em Ciências Sociais Relações Internacionais

Previsões e Profecias Alguém ainda se lembra ou gravou as previsões dos videntes e astrólogos para 2020? É possível processa-los por fraude, omissão ou erro? Eu, por exemplo, usei cueca amarela na virada e nem o auxílio emergencial recebi! Para esclarecer essas dúvidas, entrevistei Mestre Ambrósio de Oxóssi, esotérico, sensitivo e eletricista, formado na vida e pelo Google. - Mestre Ambrósio, por que 2020 foi um ano tão complicado? - Um ano que começa com problemas com a cerveja, não pode acabar bem. - Nenhum vidente previu o Corona vírus, Joe Biden, gafanhotos ou dinheiro na cueca do senador. Por que erraram tanto? - Plutão foi rebaixado à categoria de Planeta Anão e eles provavelmente não ajustaram o espectro refletor positrônico. Isso pode distorcer a previsão. - Plutão é muito pequeno e distante. Interfere tanto assim nas previsões? - Claro, mas há um lado positivo. As pessoas aprenderam a observar os fatos. - Quais fatos? - Campeonato mundial de vacina. Os políticos indo ou não ao Congresso, a baixa produtividade não muda. Mesmo com futebol sem torcida, os analistas comentam o “fator campo”. Pessoas em homeworking descobriram que os mini seres com quem coabitam são filhos, alguns até seus. Ir na escola é legal, chato é assistir aula. Traficantes não cumpriram o isolamento. O vírus é imune a baile funk. Esquecemos os gafanhotos argentinos e

ltemple@uol.com.br o Ronaldinho Gaúcho preso no Paraguai. Tudo é observação. - Como as autoridades se comportaram no isolamento? - As autoridades falharam. Já que anteciparam vários feriados, por que não o reveillon? Se o ano estava tão ruim, era só ter feito o reveillon em junho e 2020 teria acabado. É ano bissexto, podiam até pular para 2022. Não teria a segunda onda do Covid, não se perderia o carnaval e já seria ano de Copa do Mundo. Eu faturaria muito com previsões e me aposentaria mais cedo! - Acha mesmo que alguém pagaria por previsões depois desse fiasco? - Está na bíblia, Livro do Eclesiastes: “Vale mais um bocado com lazer do que dois bocados com trabalho cansativo e cordas triplas jamais arrebentam.” - E o que isso significa? - Não tenho a menor ideia. Só disse porque li outro dia e achei maneiro. - 2021 será um ano melhor? - Difícil dizer. 2020 ainda não terminou e nada é tão ruim que não possa piorar. - Bem, pelo menos 2020 acaba em 31 de dezembro. Falta pouco. - Será? Os republicanos podem pedir recontagem. O STF pode impugnar. - Como serão as festas de fim de ano no novo normal? - Sempre tem um lado bom. Nada de arroz com passas e rabanada gordurosa da sogra, roncos do sogrão antes da virada, prima com namorado novo jurando que agora casa, cunhado prometendo arrumar emprego e pagar o empréstimo. Ficar em casa para não aglomerar pode

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ser um bom negócio. - E o amigo secreto? - O presencial deve ser suspenso, na empresa e na família. Nada de festas chatas, discurso do chefe, gente se abraçando e pedindo desculpas para se alfinetarem depois. Nada de ganhar cuecas e roupas de tamanho errado. - Por falar em presentes, alguma dica? - Coisas simples e úteis: um vale vacina chinesa ou russa, um dos 38 mil caixões que o prefeito comprou. É secreto, ninguém saberá quem deu. - E quem programou viagens e cruzeiros? Foi tudo cancelado. - Meu sobrinho foi num cruzeiro de reveillon com a noiva e quase se deu mal. Bebeu muito e pediu em casamento a amiga dela, mais nova e menos rodada. Os dois desembarcaram e a ex seguiu a bordo com a prima para tentar arrumar alguém. Veio o Covid, testaram positivo e ficaram isoladas na cabine por 40 dias. Meu sobrinho saiu no lucro. - E as simpatias para 2021? - Esse negócio de simpatia é pura superstição. - O senhor acredita em supersti-

ção? - Claro que não. Superstição dá um azar danado. - Que cor de roupa íntima deve-se usar na virada? Amarela? Azul? Branca? - Talvez estampada. Tanto faz, vamos nos ferrar mesmo. Melhor nem usar. - Tem razão. A coisa não muda de repente só porque um novo ano começou. - Fim de ano é tempo de reflexão, balanço geral, reconciliação, assumir compromissos que não levaremos a sério no ano seguinte. - Alguma mensagem final? - Sim. Tenho uma mensagem para a aquela pessoa que eu eventualmente possa ter ofendido ou magoado ao longo de 2020. - E qual é a mensagem? - Vê se te orienta, se não eu vou te ofender de novo em 2021! Se você leu este texto é porque superou um ano muito difícil. Agradeça a Deus por isso. Reveillon é convenção social, mas é também o momento de renovar as energias para seguir na fantástica viagem da vida. Feliz ano novo!

Foto: arquivo

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Falando em escrever

Rosa Maria Rodrigues Castello Consultora em Direitos Autorais

Chegou Dezembro

Dezembro chegou e eu pensei bastante quem convidaria para falar sobre o Natal, em nossa coluna ““Falando em Escrever”. E foi o autor e amigo de longa data que convidei e que aceitou escrever sobre o Natal. Sei que ele ama essa festa e tem muita coisa escrita e até já publicada sobre Natal. Julio Emílio Braz, escritor, romancista, roteirista de histórias em quadrinhos, escritor de ficção científica - nasceu em 16 de Abril de 1959 na cidade mineira de Manhumirim, reside desde os cinco anos no Rio de Janeiro. Já lançou mais de 150 títulos. Em 1988, recebeu o Prêmio Jabuti pela publicação de seu primeiro livro infantojuvenil: Saguairu. Dois anos mais tarde, escreveu roteiros para o programa Os Trapalhões, da TV Globo, além de algumas mininovelas para uma emissora de televisão do Paraguai. Em 1997, ganhou o Austrian Children Book

Award, na Áustria, pela versão alemã do livro Crianças na escuridão (Kinder im Dulkern), e o Blue Cobra Award, no Swiss Institute for Children’s Book. FELIZ NATAL Que as crianças tenham sua noite de riso e de alegria, que os presentes de Papai Noel encantem suas brincadeiras, e que nós, adultos, partilhemos integralmente do prazer infinito que elas sentem. WINSTON CHURCHILL (1874 - 1965) Eles foram se ajuntando, um após o outro, todos abraçados ainda aos brinquedos recém-retirados da grande árvore de Natal na Igreja. Uns rostinhos brancos, outros negros, todos amedrontados,

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nizando naquelas mãos violentas que apalpavam, procuravam, humilhavam e revistavam com pressa, com raiva, com impaciência. Finalmente o sargento que comandava os policiais gritou algo e todos se afastaram, as crianças ainda com os rostos enterrados na parede fria, uma delas choramingando e apertando um velho urso de pelúcia de um olho só contra o peito. - A molecada tá limpa, sargento! Outra voz mandou que se virassem e, pela primeira vez, iluminados pelo clarão dos faróis da viatura policial, aquelas mãos implacáveis se transformaram em gente. Nenhuma das crianças disse nada. Ninguém se moveu. Muitas ainda ofegavam assustadas, e a menininha que chorava abraçada ao ursinho não tirava os olhos enormes da metralhadora que o sargento carregava. Os policiais embarcaram rapidamente na viatura. Nada foi dito. Um deles soltou um palavrão e um outro bateu a porta com força, encarando as crianças e dizendo: - Feliz Natal! Ninguém respondeu. Ninguém ligou. Ninguém ligou para nada. Rostinhos escuros, rostinhos brancos, rostinhos molhados pelas lágrimas e pelo medo, todos subiram silenciosamente para o alto do morro, desaparecendo através das vielas espremidas entre os barracos igualmente silenciosos, e deixando os brinquedos de plástico para trás, rolando ladeira abaixo de volta à igreja, onde um disco muito antigo mais chiava que tocava uma velha canção natalina numa língua estranha. Algo assim como Noite Feliz.

Ilustraç~~ao: arquivo

ainda se viraram e olharam para trás, a porta escancarada jorrando um retângulo de luz amarelecida e sem força pela viela escura eestreita que subia para o morro e, muitas vezes, dava a impressão de rumar para o céu tão bonito, estrelado. Este chorava e tentava esconder as lágrimas, aquele outro espichava o olhar atrás da figura amiga e bonachona do velho padre belga que jamais tinha aprendido a pronunciar o nome direito. Uns poucos ainda fizeram perguntas. As perguntas rarearam na mesma proporção que o medo foi crescendo dentro de seus corações que batiam e batiam... - Encosta aí, moleque! As mãos fortes e anônimas agarraram-nos e dispuseram todos de rostos voltados para o muro, mãos espalmadas na parede de tijolos nus, as pernas bem abertas e trêmulas. Empurrões, palavrões, impaciência. Os brinquedos, pobres, velhos, a maioria de plástico, espalharam-se pelo chão duro e poeirento, restos de um Natal de parcos recursos e felicidade limitada. Dois deles, pelo menos, quebraram sob o peso das botas daqueles homens que iam apressadamente de um lado para o outro, gritando, ameaçando, apalpando, perguntando coisas que eles não entendiam e sobre pessoas que mal conheciam. Perguntas sem respostas. Raiva aumentando. Ameaças maiores e cada vez mais terríveis. Apavorados, muitos daqueles rostinhos assustados procuraram as estrelas no céu com seus olhinhos marejados de lágrimas. Procurando Deus? Sabe-se lá! Apenas olharam, enquanto aqueles segundos intermináveis iam se eter-

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A História da Arte Manoel Carlos Conti Artista Plástico Jornalista

A arte Românica muita desenvoltura aos deleites da natureza, do amor e da bebida, fosse enriquecida com ilustrações. Ficamos mais surpreendidos ainda quando descobrimos que uma das iluminaturas mostrando um louvor a primavera (figura abaixo), tanto quanto se sabe, representa uma paisagem considerada a primeira da arte ocidental desde a época tardo-romana. Nota-se que o iluminador dos Carmina Burana se sentiu desconfortável ao retratar a natureza e resolveu de sua maneira fazendo uma espécie de antologia da vegetação ornamental misturando a ela pássaros e quadrúpedes. As árvores, as trepadeiras e as flores continuam a ser tão abstratas que não podemos identificar uma só das espécies e imagina-se que aves e quadrúpedes foram copiados de um tratado de zoologia, uma vez que são muito mais realistas. Na próxima edição veremos a arte Gótica. Até lá! Bayerische Staatsbibliothek, Munich

Os pioneiros da história da arte geral tomaram uma atitude e denominaram “tudo que vem depois de Carlos Magno é clássico e o que veio antes dele é arcaico”. Não concordo muito com isso mas quem sou eu para discordar desses ‘gigantes’. Os pioneiros da história da arte medieval tomaram uma atitude semelhante. Para eles o estilo Gótico era tudo que ocorreu do século XIII ao século XV e tudo que veio antes disso no mesmo período medieval era chamado de Românico. Quanto a arquitetura desse período ela ainda mantinha os arcos suaves e arredondados e só depois desse tempo é que vieram os arcos góticos. As esculturas e a arquitetura tiveram um tratamento mais glamoroso nesse período. A pintura Românica não teve grande destaque nas artes a não ser as capas e evangeliários que seguiram um estilo mais do período Bizantino com mais trabalho nas cores e destaque ao vestuário. A perspectiva não tinha tratamento nem como tentativa e isso se observa nos murais das igrejas por exemplo de St. Savin-Sur-Gartempe. Ali, numa pintura da abóbada da nave retratou-se a construção da Torre de Babel. Em S. João Evangelista, do Evangeliário do Abade Wedricus, pouco anterior a 1147 d.C. reparamos o trato dos traços nos detalhes porém, rostos e corpos não seguem nem de perto as características das artes gregas e romanas. Os Carmina Burana, compostos ao final do século XII e conservados num manuscrito iluminado do início do século XIII é outro desses exemplos. Já é bem significativo que uma coleção dedicada largamente e as vezes com

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Vida Saudável

Cida Tammaro Adm. de Empresas

Na terceira idade, várias doenças rondam nossas vidas, e estão diretamente ligadas à nutrição, a diminuição de massa muscular e óssea, elevação de gordura no sangue, diabete tipo II e, outros problemas. A alimentação vegetariana é uma opção para prevenir esses problemas de saúde nos idosos, pois é rica em fibra, baixo índice de gorduras e açucares, ajudando dessa maneira a prevenção de diabetes, problemas cardiovasculares e obesidade. Não consumir carne na terceira idade, não é um problema, desde que a dieta sempre seja equilibrada. Proteína e vitamina B12, devem ser buscadas em outras fontes. B12, suplementada, não somente nos vegetarianos. Proteínas, temos muitas no reino vegetal, como a batata, amêndoas, castanha de caju, quinoa, aveia crua em flocos, lentilha, grão de bico, chia, pistache, goiaba, couve, aspargos, entre outros. O nutricionista George Guimarães, especializado em dietas vegetarianas, manifesta que eliminar a carne, ajuda a prevenir doenças crônicas e degenerativas, como infarto, derrame, hipertensão arterial, obesidade, diabetes, e até algumas formas de câncer. “Estudos mostram que os vegetarianos, sofrem menos com essas doenças”. Se a pessoa se tornar vegetariana na terceira idade, começará mais tarde, e perceberá menos benefícios. Ainda assim, será positivo, pois estará livre do colesterol e de boa parte da gordura saturada. Também consumirá mais fibras, justifica ele. A importância de suplementação de B12, em veganos ou não, é que a falta desse nutriente, pode desencadear doença de Parkinson, Alzheimer e outros males neuro-

Foto - arquivo

Nutrição vegana na terceira idade

Soja degenerativos. Pode ainda, trazer quadros de anemia. Segundo Guimarães e Shila Minari, nutricionista funcional vegetariana, não é porque o vegetariano chegou à terceira idade que terá que começar a comer carne. Um dos argumentos, é que a dieta vegetariana pode trazer deficiências, mas isso ocorre apenas a partir de um erro nutricional, reforça Guimarães. Ambos especialistas, sugerem atenção dos idosos com as taxas de cálcio e ferro – nutrientes encontrados em vegetais verde escuros. Se precisar repor proteínas isso se resolve facilmente com suplementos proteicos em pó, que existem, inclusive à base de soja. “Estudos indicam que os vegetarianos vivem sete anos a mais, do que os onívoros”. E vivem com mais qualidade de vida, afirma Guimarães. Aqui entre nós, acredito que devemos, principalmente na terceira idade, ter acompanhamento nutricional, para uma melhor qualidade de vida. Fontes Centrovegetariano.org Shila Minari – Nutricionista George Guimarães - Nuricionista

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Receitas Fáceis

Ebe Fabra Chef de Gastronomia

DICAS DE EBE FABRA NA COZINHA

Chegamos ao último mês do ano, com tantas novidades que adentrou em 2020 e findando o ano que ainda estamos com a Covid, não sabendo quase nada sobre ela. A única coisa boa foi estar perto da nossa família. Mais uma vez o Natal se aproxima. Este ano porém esta data mágica e especial nos preocupou com o tempo que as pessoas ficaram isoladas em 2020. O bom disso tudo é que podemos ficar perto das pessoas que amamos e doar nosso tempo será sem dúvida o melhor presente que podemos dar. Vamos onde estivermos, acender nossa chama de amor, desejando um Natal com muita esperança a todos que amamos! Nesta data o cardápio e as pessoas que participarem conosco deve ser mais do que especial. Vou dar dicas e receitas pra vocês fazerem com todo carinho. Vale tanto para o Natal ou final de ano. Passo 1 Coloque uma mesa bem linda, com flores, arranjos de Natal e velas. Capriche na louça, vale misturar tudo. Não esquecendo as taças para brindarmos o novo ano que está chegando. Vamos lá então: ENTRADA Homus de beterraba 15 minutos 10 porções Ingredientes 2 beterrabas cozidas e picadas 3 xícaras de grão de bico cozido 1 colher de chá alho triturado

3 colheres de sopa de tahine suco de 1 limão 3 colheres de sopa de azeite 1 colher de café de cominho a gosto noz-moscada ralada a gosto sal e pimenta-do-reino a gosto Modo de fazer No liquidificador bata a beterraba, o grão de bico, o alho, a tahine, o suco de limão e o azeite até obter uma pasta. Junte os demais ingredientes e sirva. Fácil e simples de fazer, o ideal é servi-lo com pão árabe. Se não tiver use torradas ou qualquer pão que tenha. Fatie e sirva com o homus.

SALADA SALADA DE FOLHAS VERDES AO MOLHO DE CARAMELO BALSÂMICO 30 minutos 12 porções Ingredientes: 2 xícaras de vinagre balsâmico 1 xícara de açúcar 1 pé de alface americana rasgada 1 maço de rúcula 1 maço de agrião 1 pé de alface frisée rasgada 1/2 xícara de broto de beterraba

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sementes de 2 romãs rosinhas comestíveis para decorar Modo de fazer: Em uma panela leve o açúcar ao fogo baixo, mexendo de vez em quando, até reduzir e formar um caramelo. Reserve. Coloque as folhas e os brotos de beterraba numa saladeira. Regue com o caramelo, finalize com as sementes de romã, decore com as rosinhas e sirva.

PRATO PRINCIPAL SALMÃO GRELHADO COM SHIMEJI E ABACAXI CARAMELADO 30 minutos 6 porções Ingredientes: 1,2 kg de salmão cortado em 6 postas suco de 2 limões grandes sal a gosto pimenta-do-reino a gosto 2 colheres de sopa de azeite extravirgem 3 colheres de sopa de manteiga 1 abacaxi cortada em rodelas 3 colheres de sopa de mel 4 dentes de alho picados 500g de shimeji (ou shitake ou champignon) salsinha e hortelã picadas Modo de fazer: Tempere o salmão com suco de 1 limão, sal e pimenta-do-reino branca a gosto. Em uma frigideira ou chapa, em fogo médio, grelhe as postas no azeite. Transfira para um refratário e reserve no forno ligeiramente aquecido para que não esfriem. Na mesma

frigideira, em fogo médio, aqueça 2 colheres de sopa da manteiga. Junte o abacaxi e o mel e deixe caramelizar. Reserve. Em outra frigideira, em fogo médio, doure o alho na manteiga restante e salteie o cogumelo. Tempere com sal e o suco de limão restante. Sirva o salmão acompanhado do abacaxi e do shimeji. Finalize com salsinha e o hortelã. Se quiser outros acompanhamentos, pode servir com arroz de ervas finas ou arroz no champanhe.

SOBREMESA

15 minutos 8 porções Ingredientes: 2 pacotes (400g de biscoito maizena quebrado) 2 latas de pêssego em calda escorrido e fatiado (reserve uma xícara da calda) 2 litros de sorvete de flocos (ou de sua preferência) Modo de fazer: Em uma fôrma de 24cm de diâmetro e 7cm de altura, de fundo removível, forrada de papel-alumínio, espalhe metade do biscoito. Regue com 1/2

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xícara da calda reservada e disponha por cima as fatias de pêssego. Cubra com o sorvete alisando com ajuda de uma colher para que a superfície fique uniforme. Finalize com o biscoito e a calda restantes. Leve ao freezer por pelo menos 1 hora. Desenforme e sirva.

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Espero que o Natal de vocês seja uma delícia e o ano-novo cheio de coisas gostosas. Feliz 2021

O Cidadão e Repórter é um movimento social que desenvolve e transmite informações relacionadas a cidadania levando aos leitores e seguidores, a visão de repórteres 60+, baseada na nossa vivência e experiência e na divulgação e defesa dos princípios da democracia e da livre expressão.

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Falante e Fofoca - Homenagem Conti/2020

ยกQUE DIOS LE DEJE JUGAR ALLI EN EL EQUIPO DEL CIELO!

60+

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Diego Armando Maradona 1960 magazine 60+ #18 - Dezembro/2020 - pรกg.58


Ary Filler

O coletivo “Trabalho60mais” vem se caracterizando ha quase 4 anos, como um grupo aberto, inclusivo, colaborativo, e que procura inserir os seniores em atividades produtivas, atraves do desenvolvimento de novos formatos de trabalho, produtos, servicos, e projetos. Nos ultimos seis meses, alem de nossas tradicionais reunioes institucionais semanais, que antes do virus eram 100% presenciais, acabamos criando uma serie de novas iniciativas virtuais, que visam prototipar possiveis negocios, fornecendo diversas opcoes de saude, convivencia, aprendizado, bem estar, e cultura; e que hoje abrangem entre 10 a 15 temas. Durante uma das reunioes do C.I.S., que eh a Celula de Inteligencia Senior, em julho desse ano, aonde sempre temos um espaco totalmente aberto para reflexoes, dentro do conceito do “livre pensar”, surgiu uma constatacao: a de que em nosso mundo atual inteiramente volatil, incerto, complexo, e ambiguo, o conceito de flexibilidade e principalmente de “facilitacao” da vida cotidiana como um todo, se tornou um

imperativo, para que nossa existencia possa ser minimamente suportavel, dentro de um novo ambiente opressivo, de confinamento e solidao. Nesse exato momento, tivemos um rapido “insight”, ou seja, o de que nos ultimos seis meses, somente se tornou possivel tanto a grande expansao organica do nosso grupo, como tambem a nossa propria integridade fisica, mental e emocional, porque temos em grande parte de nossos componentes, o “injusto privilegio socio-economico” de possuirmos uma razoavel banda larga de conexao a Internet em nossas residencias, o que inclusive nos permitiu realizar mais de 300 reunioes nesse periodo. Conscientes de que isso nao acontece na maior parte da populacao Brasileira, onde o terrivel fosso de desigualdades eh cada vez maior, e acoes de cidadania se tornam urgentes; ao mesmo tempo em que essa “pre-condicao tecnologica para poder acessar tudo” sera cada vez mais fundamental, optamos por deflagrar essa Peticao-Manifesto.

PETIÇÃO-MANIFESTO PARA EXPANSÃO ACELERADA DA BANDA LARGA RESIDENCIAL NO BRASIL QUESTÃO DE CIDADANIA E SOBREVIVÊNCIA! Momento atual: 2020, o mundo mudou! Está extremamente volátil, complexo e incerto, como nunca antes na historia da humanidade. Mas uma certeza todos nós temos: A de que o mundo será cada vez mais CONECTADO! O dia a dia das pessoas, em todas as suas atividades, passou a depender de uma infraestrutura básica, conhecida como “Comunicação Digital em Rede”. Para tal, necessitamos de uma internet conectada por banda larga, de alta qualidade, universal, disponível e acessível para toda a nossa população, principalmente na questão de custo. No atual cenário de pandemia esta moderna ferramenta é absolutamente essencial, pois todos já “sentiram na pele” o quanto dependem, e cada vez mais dependerão, dessa tecnologia para realizar praticamente tudo no seu dia a dia. Desde comprar remédios sem sair de casa, adquirir todo tipo de material e produtos em lojas; comprar alimentos básicos e até refeições por aplicativos; pagar as suas contas

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mensais e fazertransferências; trabalhar em casa no modelo de “Home Office”;possibilitar que as crianças e os jovens realizem os seus estudos em escolas e faculdades; preservar a saúde emocional das pessoas por meio do entretenimento; auxiliar na comunicação entre familiares deprimidos e isolados, como avós e netos que somente se falam pela rede; e muito mais. O triste e o mais vergonhoso para nós brasileiros, é que todas essas possibilidades estão sendo negadas à maior parte da população do pais!! E existe uma questão ainda mais especifica: Para o imenso e crescente público composto por cidadãos seniores, os chamados “60mais”, assim como os milhões de pessoasque possuem algum problema sério de saúde, a questäo se mostra muito mais grave, aguda e urgente, pois inclusive as novas opções de consultas oferecidas por telemedicina, que são importantissimas, também dependem de uma boa, estável e rápida conexão de banda larga para serem eficazes. Ressaltamos que neste caso,trata-se de uma reivindicação para atendimento no curto prazo, pois ela se reveste de um caráter humanitário, uma demanda Justa e absolutamente fundamental; que busca preservar a qualidade de vida de uma grande parcela da nossa população, historicamente desassistida, e também podemos afirmar sem receio, basicamente excluídal!! A questão é preocupante, grave e aguda. Estamos no campo da sobrevivência, concreta, real. Nesse sentido, nossa meta para expanso da Banda Larga Residencial, que Consideramos ousada, porém viável, contém 5 parâmetros básicos: 1. Alcançar no prazo de um ano, 2. 80% de nossa população 3. Fornecendo uma velocidade de 30Mbps, no minimo 4. E um pacote de dados mensais de 100gigas; 5. Dentro de um custo socialmente aceitável,que devera ficar em torno de R$30,00 a R$50,00 mensais. Sabemos que não se trata de um desafio simples, frugal, ou de fácil implantação, mas ele tem que começar a ser considerado e estruturado imediatamente! A nação pede por essa iniciativa de grande impacto social, fundamentada no conceito de INCLUSAO; onde todos ganham,sejam os cidadãos e suas familias, as escolas, comércio, indústria, serviços, administração pública e oos governos! Portanto, solicitamos aos vereadores, deputados, senadores, autoridades de todas as esferas governamentais do pais, e a ANATEL, que percebam a dimensão do problema, e o enorme alcance social da solução proposta inclusive com repercussões positivas e concretas tanto no aumento do emprego, como na renda da população. Desse modo, propomos considerar vários caminhos: desde estímulos fiscais para as empresas, novas leis de apoio, subsídios setorizados, contrapartidas especiais, compensações temporárias, investimentos e parcerias público-privadas; assim como redução de impostos para as operadoras, e uso correto dos fundos de telecomunicações existentes Enfim, todas as opções devem ser estudadas com pragmatismo, mas implantadas rapidamente, para que possamos superar esse importante entrave estrutural da nossa sociedade, e assim conduzir o pais e os seus cidadãos a um patamar mais justo e desenvolvido. Segue abaixo a relação das assinaturas das entidades e pessoas da sociedade que apóiam este movimento cívico, onde pretendemos recolher 1 milhão de assinaturas, ou mais.

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