Magazine 60+ 20

Page 1

60+

magazine Ano II

|

Formato A4 | internet livre

|

#20

S.Paulo, Fevereiro/2021 - #20

Tunguska

112 anos de mistério cósmico Páginas 8, 9 e 10

A PRESENTE REVISTA TEM COMO FINALIDADE PASSAR INFORMAÇÕES PARA O PUBLICO 60+, SEM CONFLITOS DE INTERESSES E SEM FINS LUCRATIVOS.


NOSSOS PARCEIROS

USP 60+

Projeto Across Seven Seas www.acrosssevenseas.com

Cada um tem sua história e a liberdade para decidir qual caminho quer seguir, se é hora de mudar de rumo ou continuar lutando pela melhor qualidade de vida possível. Está chegando ou passou dos 60 anos, ou mesmo tem interesse pelo assunto, entre em contato e sugira histórias, cursos, eventos.

Fale com a gente!

https://novamaturidade.com.br/ instagram@nova.maturidade / Facebook - NovaMaturidade

60+

magazine É representado por: 96.474.762|0001-07 Rua Viaza, 374 - 151 A

GENTIL GIGANTE j o r n a l i s m o

Desde 1993

São Paulo - SP

(11) 9.8890-6403

Fechamento desta Edição

1º/2/2021

Periodicidade mensal

Distribuição Gratuíta pela Internet

USAMOS SOFTWARE LIV R E

*Todas as colunas são de inteira responsabilidade daqueles que a assinam

CONTATO - contihq@hotmail.com cel. (11) 9.88906403

Jornalista Responsável

Manoel Carlos Conti Mtb 67.754 - SP


Editorial Manoel Carlos Conti Jornalista

No último dia do aniversário da cidade de São Paulo (467 anos) preso em minha casa por medo e por precaução em não chegar nem perto dessa tal COVID 19, estava vendo uma entrevista com o artista maranhense Zeca Baleiro, ou José Ribamar nascido em 66 o qual se mudou para São Paulo e lançou sua carreira. No meio de uma entrevista sobre essa Pandemia que nos assola ele disse “solidão não se cura com aspirina”. Achei essa frase tão espetacular para o momento que atravessamos que a escrevi num caderninho de anotações que mantenho sempre ao meu lado, numa mesinha ao lado da cama, junto com alguns materiais de desenho. Quanta gente está solitária nesse exato momento. Eu devo conhecer ao menos umas 30 pelo que me lembro agora e pensei, em alguns momentos da minha vida quando vivi de forma solitária em Florianópolis onde permaneci por 1 ano e 2 meses iniciando as instalações da Kodak - Curt, uma empresa na qual trabalhei por mais de 12 anos. Era uma solidão, mas eu sentia mais essa dor nos finais de semana quando não saia do hotel onde morava e ficava revendo papelada de planos de contratação de funcionários, pedidos de mercadorias, contratação de pedreiro, pintor, eletricista, instalação de maquinários, etc. e com isso mantinha a minha solidão, enquanto durante os dias úteis tinha um bom contato com pessoas. Penso agora em tanta gente que não pode ver a família, netos, filhos, amigos e me imagino no lugar deles. Se eu que moro com minha família as vezes enlouqueço com a vontade de sair, de ir no atelier onde dou aulas, comer uma pizza com minha esposa num restaurante aconchegante ou mesmo pegar o carro e sairmos para uma cidade perto de São Paulo para ficarmos vendo a vida de outros povos e seus costumes.

Muita gente pode sair sem problemas e eu, por estar em tratamento de Câncer, tomo remédios que abaixam muito a minha imunidade e o médico já me disse que se eu pegar uma gripe forte posso até vir a óbito, imagine só uma COVID que é não sei quantas vezes mais forte que uma gripe. Entendi perfeitamente a frase de Ribamar e sei a cada dia o quanto se sofre com a solidão sempre que converso com amigos e parentes nessa situação. Impressionante a falta de bom senso dos nossos governantes que se debatem pela parte política de “quem trouxe a vacina” ou “quem vai ser o libertador do povo brasileiro” ou ainda “quem vai tomar a primeira dose e mostrar todo esse show nas telas das emissoras de televisão”... é desesperador! A lindíssima Manaus sofreu e sofre até hoje enquanto escrevo esse editorial com pacientes que morrem por falta de ar; eu pergunto “pode uma coisa dessas em pleno século XXI”... Nossos colunistas estão atentos para tudo isso que vemos e que ouvimos nos rádios, na TVs, nas redes sociais e nos jornais e mesmo com toda desgraça que a gente acompanha no dia a dia muitos de nossos artigos, inclusive com esse calor todo que atravessamos, acho que a maioria deles são mais alegres do que esse meu editorial... talvez efeito de tanta picada que tenho que me submeter. Do mesmo jeito de Zeca muitas vezes a gente se lembra da letra de uma música do nosso querido compositor, esse Pernambucano, Alceu Valença (1946). A música dele diz “a solidão é fera a solidão devora... é amiga das horas prima-irmã do tempo... e faz nossos relógios caminharem lentos... causando um descompasso no meu coração... solidão! ”. Vamos continuar na torcida para que a tal briga política pare e que assim a gente possa receber a tal imunidade pela qual tanto esperamos... além de torcer para o calor diminuir. O ano começou quente, em todos os sentidos, mas o clima anda insuportável, um calor que mesmo a noite nos sentimos em uma espécie de estufa quente. Enquanto isso, use máscara, lave as mãos e fique dentro de sua casa.

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.2


60+

Heródoto Barbeiro A vacina chegou Páginas 4 e 5

Capa

magazine

Osvaldo B. de Moraes

João F. Aranha Tunguska O mistério cósmico Páginas 8 a 10

São Paulo no II Império Páginas 6 a 8

Sandra R. Schewinsky

Fabíola Furlan 2020 o ano que os abraços foram proibidos Páginas 11 e 12

Sérgio Frug Relcionamentos Página 13 e 14

Silvia Triboni Começou a década do envelhecimento saudável Páginas 15 a 16

M.Luiza Conti Malu N. Egoísmo na Lairtes Gomes Marisa da Amigos contramão da Temple Vidal Covid e CiênCamara humanidade Páginas 25 e 26 Doque você cia explicada A indústria do Páginas 17 a 19 sente falta? para não Katia Vargas crime Home Páginas 19 e 20 cientistas Office Novas metas Páginas 21 e 22 Páginas 27 e 28 para 2021 Página 23 Thais B. Lima Café, um aliado ou inimigo da memória Páginas 28 e 29

João Alberto J. Neto Mosaico Intervenções urbanas VI Páginas 37 e 38

Laerte Temple Testagem

Rosa Maria Castello EdiJane Barreto Cida Barica torial - Quer fazer seu livro? Vacinas... haja Arteterapia com música coraçao Página 30 Páginas 32 e 33 Página 31

Luiz A. Moncau Coisas que aprendi e não contei Páginas 39 e 40

Katia Brito Idosos e a Mídia; avanço e retrocesso

Páginas 34 e 35

Lenildo Solano Novas Esperanças Página 45

Páginas 41 e 42

Malu Alencar Uma ode a S.Paulo Páginas 35 e 36

Tony de Souza O mundo mágico das histórias que mamãe contava Páginas 46 e 47

Ebe Fabra Manoel Conti O Renascimento Páginas 47 e 48

Cida Tamaro Reflexões sobre o veganismo Páginas 47 e 48

Dicas de Culinária Páginas 50 e 51

Falante e Fofoca Página 54

Nota do Editor: Caros Leitores e Colunistas. Temos tido bastante sucesso em nossos artigos mas, poderíamos fazer mais coisas, mais atrações, por exemplo: COLUNA PET, COLUNA DE HORÓSCOPO DE MENTIRA (bem divertido), MODA NA 3ª IDADE, ARTESANATO, TRABALHOS PARA SEREM VENDIDOS, etc. Falem com seus amigos a peçam para me ligarem... quem sabe teremos nossa Revista cada vez melhor.


Crônicas do Brasil

Heródoto Barbeiro Jornalista/Historiador

Heródoto Barbeiro é âncora e editor-chefe do Jornal da Record News, em multiplataforma

O Brasil está despreparado para o surto da doença. E não é a primeira vez. O governo tem outras prioridades do que testar e desenvolver vacinas que possam combater os vírus assim que se manifestem na população. A pesquisa básica é praticamente inexistente. Como ela consome investimentos e o resultado é de médio e longo prazo, os políticos descobrem que isso não dá voto. Não contribui para as eternas reeleições nas franjas do poder. É diferente quando se tem o remédio e se promove amplas campanhas de vacinação, com cobertura da mídia, eventos públicos, presença de autoridades e uma massa que acompanha tudo de forma apalermada. Não sabe se o mérito da vacina é ou não da autoridade, não sabe se a pesquisa foi feita ou não no Brasil, se a tecnologia é ou não comprada com o dinheiro dos impostos que todos pagam. O que importa é o início da vacinação e todos ficam felizes, governo e povo. A epidemia assola o pais incapaz de impedir o aumento assustador dos casos da doença. Há dificuldade de importação a curto prazo uma vez que a quantidade necessária para imunizar uma população de milhões de habitantes, não está disponível nos laboratórios de países chamados de avançados. O número de mortes aumenta significativamente especialmente no estado de São Paulo, o mais populoso do pais. Os trabalhadores empilhados nos trens e ônibus deficientes são os mais

atingidos pelo vírus. Para eles não há alternativa, tem que trabalhar para sobreviver e por isso se arriscam diariamente a sofrer uma contaminação. As elites mais abastadas, ainda que isoladas em suas residências confortáveis, começam a ser afetadas. Talvez no contato com o porteiro, faxineiro, guarda do condomínio que moram. Ou através da empregada

Foto: http://www.museudavida.fiocruz.br

A vacina chegou

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.4


doméstica. Não é possível viver sem eles ainda que representem riscos para toda a família. Os casos mais graves estão confinados nas UTIs dos hospitais públicos, mas chegam também nas salas de aula dos colégios mais caros da cidade. PublicidadeBotão para controlar o volume da publicidade A solução é importar. O governo percebe que a epidemia pode se alastrar ainda mais no eixo Rio-São Paulo, o de maior concentração populacional do pais. Daí ocorre um investimento na área de produção de vacinas no Brasil com a transferência de tecnologia importada da Europa e a criação de um instituto de tecnologia em imunubiológicos. Só a pressão do número de mortos leva o governo a tratar com seriedade a doença e sua propagação. O instituto é criado em 1976 na

Fiocruz, conhecido como Bio Manguinhos, e responsável pela produção das vacinas contra a meningite meningocócica A e C. O governo controla os veículos de comunicação e o noticiário sobre a gravidade da doença é proibido pela censura do período autoritário. O Brasil vive em plena ditadura, que o vírus insiste em desafiar impunimente. O número de mortes chega a média de 1,15 por dia e pressiona o governo a iniciar uma ampla campanha de vacinação que começa pelos bairros periféricos e se espalha por toda a cidade de São Paulo e depois pelo país, com a vacinação de 10 milhões de pessoas em apenas 4 dias. A parte principal da logística fica sob a responsabilidade do exército. A epidemia é contida, mas a endemia não, segundo a Revista Ser Médico, do CREMESP.

Acordo Obsoleto, Durmo Atualizado www.durmoatualizado.com.br

Seniors ativos, curiosos, empreendedores e eternos aprendizesUm blog com dicas fáceis e diversas desde cortar custo de aquisição de remédios, como tirar uma ideia da cabeça e tornar-se um projeto a aplicativos que facilitem o seu dia a dia. Desenvolvido por Marcelo Thalenberg colunista do Magazine 60+

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.5


Antropologia

Osvaldo B. de Moraes Historiador

São Paulo no segundo império No último artigo abordamos a influência da rua do Ouvidor para a sociedade do Rio de Janeiro no século XIX. Lógico que essa rua não significava o todo da sociedade daquela capital, onde problemas vários pertenciam a toda a cidade. Hoje abordaremos outra cidade, a maior do Brasil na atualidade, a qual poderemos evocar poeticamente os versos da canção de Caetano Veloso: “Alguma coisa acontece no meu coração sempre que cruzo a Ipiranga com avenida São João”. Porém a abordagem que faremos se refere a São Paulo, capital da Província na metade do segundo Império, que no século XIX tinha reduzida significância em termos nacionais, embora começasse a despontar a importância de sua economia cafeeira. É uma breve descrição da cidade com sua urbanização e seus hábitos culturais. São Paulo, 1846, recebe a visita do segundo imperador, Dom Pedro II e sua comitiva que incluía a imperatriz, sua esposa, Dona Tereza Cristina. Era a primeira viagem do jovem imperador, de onde vinha à uma visita ao Sul do país. A comitiva imperial aportou em Santos e depois subiu a serra em cavalos, não em mulas como tinha vindo anos antes seu pai, Dom Pedro I. Foi recebida com todas as homenagens das autoridades civis e do clero quando chegou ao largo da Glória, onde Sua Majestade recebeu as chaves da cidade. D. Pedro permaneceu na cidade por cerca de 30 dias, tendo feito vários passeios para o reconhecimento da cidade, indo cavalgando até alto de Santana para apreciar sua vista panorâmica. Passeou no Jardim da Luz, foi a bailes, alguns realizados no suntuoso sobrado do Brigadeiro Jordão, e assistiu alguns espetáculos no Teatro da Ópera, o mesmo em que seu pai foi aclamado como

imperador do Brasil. Aproveitou sua estada também para impulsionar culturalmente a cidade, visitando a Academia e participando na seleção de exames escolares. Mas como era São Paulo nesse tempo? São Paulo era a capital da Província e a sede de sua administração se situava perto do antigo convento dos Jesuítas, onde se estabelecia a sede do poder Executivo e a Assembleia Legislativa. Em suas ruas transitavam tropas de burro e carros de boi, que nem sempre transportavam apenas mercadorias, mas inclusive pessoas em certas ocasiões, como as festas de Nossa Senhora da Penha. Na época havia também serviços de tílburis de aluguel que ficavam estacionados no largo da Sé e eram guiados por cocheiros que fixavam seus preços para o serviço. Os serviços públicos em geral eram precários. A iluminação das ruas era feita por lampiões pregados a um suporte em casas de esquina e eram alimentados por azeite de peixe e só ficavam acessos entre o pôr do sol e meia noite, com uma iluminação fraca e bruxuleante e somente quando não havia Lua cheia. A melhoria só se deu quando foram instalados postes para sustentar os lampiões e o querosene como combustível O abastecimento de água era feito em fontes e o principal era o chafariz da Misericórdia. Havia outros meios de abastecimento de água através dos rios Anhangabaú e Tamanduateí. Porém, a água coletada tinha resíduos de lixo jogados pela população ribeirinha. A única fonte confiável na época situava-se na rua da Constituição, futura Florêncio de Abreu. As enchentes eram constantes provo-

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.6


cadas pelo leito sinuoso do rio Tamanduateí, chamadas de sete voltas e que serpenteavam por uma vasta área da várzea do Carmo, hoje Parque D. Pedro II. Para amenizar os períodos de enchentes uma grande obra pública foi feita com a retificação do leito desse rio. Após essa obra a paisagem urbana se alterou e uma nova rua foi aberta, chamada de início “rua de Baixo” e em seguida 25 de março, em homenagem ao dia em que foi promulgada a Constituição do Império. Seu acesso se fazia, como hoje, através da Ladeira do Porto Geral, porto esse situado a beira do rio Tamanduateí onde atracavam as canoas vindas de locais próximos a São Paulo, trazendo cereais, frutas, cana-de-açúcar, hortaliças peixes para o consumo e comércio da cidade Uma breve observação: Quando da construção do metrô, as escavações para tal obra permitiram descobrir resíduos desse porto. O comércio ganhou novo impulso com a significativa presença de estrangeiros. Foi assim que surgiram relojoarias, modistas, cabelereiros, livrarias. A supremacia dos estabelecimentos comerciais nessa época era

de origem inglesa e francesa, muito embora libaneses e sírios decidiram buscar novos locais aqui para suas atividades, fixando suas lojas na cidade. O primeiro jornal diário de São Paulo foi o “Constitucional” seguido no ano seguinte ao “Correio Paulistano”. A cidade começa a se desenvolver intelectualmente e o velho Teatro da Opera é demolido e tem seu sucessor o Teatro São José, com maior capacidade do que o antigo e novos recursos cênicos. Mas o principal atrativo popular da época era a procissão. O próprio imperador D. Pedro II, quando de sua visita, participou da procissão do Senhor dos Passos. Para a população em geral, a procissão não constituía só uma manifestação religiosa, mas um meio de congraçamento e festejos. Eram esperadas com rojões e entusiasmo por todos. Ao término delas, as ruas continuavam fervilhando de gente, onde as quitandeiras com tabuleiros na cabeça vendiam seus quitutes. O entusiasmo referente às procissões pode ser assimilado como precursora de escolas de samba.

Foto: Escola Caetano de Campos séc VIX cedida por ieccmemorias

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.7


O avanço da modernização da cidade nesse período foi a construção de um grande cemitério no alto da Consolação, na época distante da cidade, e em substituição ao hábito de enterros abaixo dos pisos das igrejas. A maioria das edificações da cidade era constituída por casas térreas, sendo que os poucos sobrados existentes eram amplos e pertenciam a uma classe de renda superior e abrigavam grandes famílias de patriarcas com os respectivos escravos de serviços. O crescimento da cidade e a concentração de pessoas obrigaram as autoridades e a própria elite a tomar medidas sobre as questões urbanas e definiram projetos que

dessem soluções ao seu desenfreado crescimento. Dessa forma procurou-se melhorar a insalubridade com extinção de focos de contaminação que pudessem ameaçar a saúde pública. Na segunda metade do século XIX se intensificaram medidas para normatizar o funcionamento de cemitérios, matadouros, e melhorar o sistema de abastecimento de água. Porém, era importante naquela época, como agora, alterar o comportamento e os hábitos da população para a tomada de consciência salutar para uma vida em comunidade.

Contos II

João F Aranha

Cidadão e Repórter

Fotos: Enviadas pelo colunista

Tunguska - 112 anos de mistério cósmico O dia amanheceu claro numa remota região da Rússia siberiana, a noroeste do lago Baikal. Eram precisamente 7 horas e 14 minutos do dia 30 de junho de 1908, quando então algo aconteceu naquele céu, típico de um dia ensolarado de verão. Segundo as raras testemunhas, uma bola de fogo teria rasgado os céus que pareceu ter se dividido em dois. Os relatos coincidiam em muitos aspectos: Falavam de fogo alto e largo que tinha caído sobre a floresta, de um vento extremamente quente que arremessava as pessoas à distância e de que a terra começou a tremer e árvores caíram em grandes quantidades. As cabanas de alguns caçadores desabaram e seus moradores foram jogados para fora; houve incêndios seguidos de explosões e tremores e mulheres gritaram, achando que seria o fim do mundo,mas, aos poucos, tudo se acalmou. Poucas foram as testemunhas visuais. Um dos depoentes disse que havia

Capa

corpos celestes branco-azulados no céu, extremamente brilhantes, o que o impedia de olhar; parecia - diria ele futuramente a um jornalista - um corpo celeste em forma de tubo ou cilindro. O que teria acontecido em Tunguska e porque decorridos 112 anos, ainda não se tenha chegado a um consenso? Não houve mortes nessa região tão pouco habitada, mas os danos físicos ao meio ambiente foram terríveis: 2 mil quilômetros quadrados de florestas foram dizimados; estima-se que 80 milhões de árvores caíram; manadas de renas e outros pequenos animais foram mortos e um caçador, que estava a 65 quilômetros do local foi atirado a seis metros de distância. Posteriormente, estimou-se que a energia liberada foi equivalente à detonação de 1000 bombas atômicas e um terremoto equivalente a cinco graus na escala Richter. Nos dias que se seguiram, o céu permaneceu tão claro que, mesmo em Londres, podia-se ler um jornal à noite,

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.8


Primeira foto do local sem o recurso da luz artificial. As consequências foram assustadoras, mas nada comparadas se o evento tivesse ocorrido em área habitada ou mesmo no mar. A primeira guerra mundial, a revolução russa e a dificuldade de acesso àquele lugar tão ermo, retardaram a chegada de cientistas. Em 1921, o mineralogista russo Leonid Kulik chegou perto do local mas desistiu. Isto não o impediu de formular a primeira hipótese para explicar o que teria ocorrido em Tunguska. A alta presença de minerais, pouco existentes na Terra, levou-o a informar que seria um meteoro. Em 1927, quando os primeiros cientistas chegaram à região, constataram a grande devastação, mas se espantaram ao verificar que o evento não havia deixado nenhum vestígio visível, como uma cratera ou fragmentos do que então se imaginava ser a queda de um meteorito. Os anos se passaram e os cientistas começaram a trabalhar com duas hipóteses: fora um meteoro, em duas versões possíveis: um asteróide ou um cometa. A versão asteroide logo ganhou alguns adeptos, graças a presença de minerais que são raros de encontrar na crosta terrestre, como o irídio, mas bastante presente em impacto de meteoritos e inexistentes em cometas. Mas se fosse um asteróide, onde

estava a cratera e onde estariam os detritos, geralmente ferro maciço, típicos de um impacto dessa natureza ? A resposta dos cientistas foi de que, provavelmente, o bólide teria explodido no ar, entre 5 a 10 km do solo de Tunguska. A hipótese cometa começou então a ganhar força, considerando que a vaporosidade de gelo e água explicaria a alta luminosidade que permaneceu por vários dias. Cientistas menos ortodoxos começaram, por sua vez, a alimentar outras hipóteses: um grupo de japoneses disse que a causa do evento foi a explosão da central nuclear geradora de uma nave espacial extraterrestre; outros disseram que, por alguma razão, houve um choque da antimatéria com a matéria, ou mesmo algo parecido com um buraco negro; alguns disseram que a causa da explosão fôra causada pela emanação de gás metano, bastante presente naquela região pantanosa; e, finalmente, descobriram uma pseudo testemunha ocular que disse que o bólide cruzou nosso céu não em linha reta, mas ziguezagueando, como se “alguém” o tenha desviado para uma região pouco habitada, salvando assim a Terra de uma grande catástrofe. Nikola Tesla, o genial inventor, disse que estava testando o seu “raio da morte” e havia combinado com o explo-

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.9


rador Robert Peary (que estava no Ártico, na segunda tentativa de alcançar o Polo Norte) que apontaria o seu raio para uma região à oeste de onde a expedição se encontrava. Como Tesla não recebeu nenhuma notícia de Peary, achou que seu experimento havia fracassado. Mudou de opinião, no entanto, quando leu nos jornais sobre o evento de Tunguska. Tesla então comunicou a seus amigos que o teste fora um sucesso e que apenas errara de alvo, ficando aliviado por não ter ceifado vidas. Mais recentemente, em 2017, cientistas italianos começaram a pesquisar a região em busca de crateras e fragmentos. Partiam da hipótese da presença dos raros metais encontrados e buscavam

grande acumulação de sedimentos preexistentes. Voltando à explicação que seria um cometa, os cientistas consideraram o fato recente acontecido em Júpiter. O Shoemaker-levy 9 explodiu no ar e se partiu em vários pedaços, mas a gravidade do grande planeta, atraiu inúmeros fragmentos que se chocaram com Júpiter. Além do mais, havia sempre a presença de minerais que inexistem em cometas. O meio científico moderno ainda não se conformou com o fato de não ter podido apresentar evidências seguras sobre o que realmente aconteceu. Afinal, tratava-se do único evento de grande porte ocorrido na Terra, testemunhado por seres humanos e a resolução do mis-

Foto: Lago Cheko a 100 anos e hoje pedaços de ferro maciço, comuns em asteroides. Como nada foi encontrado, a atenção se deslocou para o lago Cheko, distante 8 km do epicentro do fenômeno. Pesquisaram o fundo do lago e técnicas de ecossonda indicavam a presença de um objeto rochoso de cerca de 1 metro de diâmetro. O mistério parecia que estava prestes a ser resolvido, mas pesquisadores russos rejeitaram a hipótese ao provar que o lago era bem mais velho que o evento e, no fundo, haveria apenas

tério poderia ajudar na avaliação de futuros choques que costumeiramente afetam nosso planeta. Se você quiser se candidatar a resolver o grande mistério, aqui vai a localização da região, que ainda passados 112 anos, apresenta resquícios de uma devastação única: Coordenadas: 60° 54’ 59,98” norte, 101° 56’ 59,98” leste.

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.10


Psicologizando o cotidiano

Fabíola Furlan Psicóloga

2020 o ano em que os abraços foram proibidos! O que esperar de 2021? ença, ou seja, o isolamento social. Em um primeiro momento, as perdas econômicas foram as mais impactantes, até que esse cenário passou a perdurar, então nos demos conta de que não só a economia sofria com tudo isso, as pessoas estavam adoecendo senão de Covid-19, de doenças emocionais. Esforços foram laçados para informar a população de que aquela situação, estava sem data próxima para se encerrar mesmo que o isolamento social viesse a ser flexibilizado, os encontros, os comprimentos e os abraços estariam

Foto: cedida por Câmara dos Deputados de SP

Todos concordamos, não só aqui entre nós, mas mundialmente, que 2020 foi um ano muito difícil. Sabemos que situações ruins acontecem, mas 2020 mostrou uma avalanche continua e ininterrupta de acontecimentos estarrecedores. As primeiras notícias sobre o novo Covid-19 foram se tornando negativas e, estendendo-se ao mundo, tornou-se em um Pandemia! Estrategicamente, quase nenhum pais estava de fato preparado para utilizar a mais simples de todas as medidas para combater o avanço da do-

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.11


proibidos como forma de evitar um maior número de contágios. Foi então que eu percebi que nada do que eu dissesse, não importava o quanto eu me esforçasse em explicar, seria capaz de acalmar a vontade de abraçar nossos familiares, amigos, queridos...nossos filhos. O remédio para àquela pandemia, que não existe, nos coloca para esquecermos de um dos primeiros e melhores ensinamentos de como ser HUMANO: os abraços, o socializar o estar com o nosso outro e em qualquer lugar. Se o isolamento social fosse a cura para a pandemia, estaríamos condenados a extinção – mas, se de fato não é assim, nos afastarmos e mantermos esse distanciamento, pode agora, nos salvar e salvar quem amamos. O surgimento de uma vacina chega como um acontecimento mágico, mas não se trata de uma cura, se trata ainda de prevenção. O pedido para um 2021 melhor, com vacina, já foi então atendido! Esse ano que se inicia vem com a missão de ser o tempo em que a ameaça de contágio, sofrimento e morte sejam

eliminados (e será!!), mas será também o ano em que vamos ter que aprender com as lições duras que a Covid-19. Enquanto isso, enquanto os abraços não forem “liberados”, não há de se deixar de amar, de demonstrar carinho, compaixão, empatia. Dentro de cada um de nós existe um ser resiliente que, se em uma época está mais apagado deverá encontrar forças em seu próximo, pois unidos e voltados ao bem comum, seremos capazes de sobreviver e nos fortalecer como seres HUMANOS. Um feliz 2021 para todos e uma promessa de um forte abraço como aquelas das antigas!!!

Fabíola Furlan é psicóloga clínica e da saúde, psico-oncologista, professora universitária, coautora de livros e palestrante. Já foi responsável serviços de psicologia em Hospitais de referência e hoje é Fundadora da Clínica de Psicologia Fabíola Furlan.

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.12


Cultura Geral

Sergio Frug

Relacionamentos

se diminuísse o paradigma atual de casar para depois separar; meio que inevitavelmente. Cindindo a família quase com a mesma naturalidade com que se muda de emprego ou redecora o apartamento. Onde estará o que efetivamente nos une? Somos atraídos, assim como tentamos atrair, por aparência física, posição social, interesses profissionais e outras conveniências que uma vez satisfeitas não têm mais como sustentar uma relação. Eventualmente nos sentimos apaixonados, dispostos a pagar qualquer preço para ficar com a pessoa desejada e todos sabemos como esse preço se torna caro! A união de homem e mulher, na melhor das hipóteses, só resiste enquanto for do

Foto: Jessica Krieger

Pouco teria a dizer sobre este tema uma pessoa que não viveu mais do que três anos junto a outra, ainda que essa relação tenha sido abençoada com uma filha e dois netos. Mas quem atende quase que diariamente pessoas diferentes percebe como os padrões insistem em se repetir, assim como a própria abordagem que oferecemos ao problema não muda; enrosca-se e dificilmente encontra uma solução. Evito diferenciar entre homens e mulheres, ainda que a inversão de papéis seja um fato bastante significativo e pouco compreendido. Prefiro considerar o ser humano em suas relações afetivas, como se apresentam nos dias atuais. Se já estou separado há mais de 30 anos, esse tempo não serviu para que

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.13


interesse da Biologia (reprodução), dizia mestre Osho. “O encontro humano é a mola mestra do destino”, dizia mestre Steiner. E assim observamos como nos tornamos pequenos diante de forças tão tremendas como da compulsão biológica ou das ondas do destino. Também é verdade que construímos uma sociedade que não oferece nenhuma educação no sentido de ficar junto. Não sabemos o que fazer, nem como fazer; e ainda que as religiões e a Psicologia tentem nos ajudar, não sabemos absolutamente o que fazer para nos manter unidos. Somos seres dotados de corpo e alma. Acredito que isto todos sentem e ninguém discute. Alguns percebem em si o dom do espírito e muitos se dão conta das infinitas facetas da nossa personalidade, refém muitas vezes de energias desconhecidas, atávicas, ancestrais, ou simplesmente perdidas nos meandros sociais. Não duvido de que tudo isto deva ser considerado para que se efetive uma

união e não simplesmente aquilo que chamamos de paixão, ou mesmo de atração, ou ainda de amor, nos termos atuais. Tudo isto é muito frágil e a responsabilidade por resolver a questão precisa ser assumida por nós mesmos, principais interessados em manter uma base de vida estável para sobre ela construir uma história evolutiva. Urge a necessidade de nos reunir para partilhar tais questões. Homens e mulheres, juntos ou separados, mas com a intenção clara de buscar uma nova “cola” para as nossas relações, de preferência expondo os próprios sentimentos e a voz do nosso coração, mais do que seguindo formatações prontas e importadas. Nós é que sabemos do que precisamos. Não haverá uma resposta clara a uma pergunta que ainda não foi feita. Por que não chamamos a nós tal responsabilidade?

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.14


Mudança de Hábito

Silvia Triboni Viajante Sênior e Repórter 60+

Começou a década do envelhecimento saudável Em dezembro passado, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou 2021–2030 a Década do Envelhecimento Saudável. Uma excelente notícia para iniciarmos o ano de 2021. As expectativas em torno deste ato declarado pela ONU são altamente positivas e bem recebidas, principalmente neste momento em que o mundo debate a necessidade de ações concretas e urgentes pelo efetivo e amplo cuidado que o processo de envelhecimento humano merece. Serão 10 anos em que governos e a sociedade pública e privada envidarão os melhores esforços para que a qualidade de vida no período do envelhecimento seja possível ao maior número de habitantes do planeta. “O anúncio de hoje da Década do Envelhecimento Saudável da ONU envia um sinal claro de que só trabalhando como um, dentro do sistema das Nações Unidas e com governos, sociedade civil e setor privado, poderemos não apenas adicionar anos para vida, mas também vida aos anos ”, disse o Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde. Nos termos noticiados pela Organização Mundial de Saúde, as Nações Unidas ao adotarem uma abordagem abrangente em apoio ao envelhecimento saudável, querem ser “capazes de potencializar a ação internacional para melhorar a vida das pessoas idosas, suas famílias e comunidades, tanto durante a pandemia COVID-19, como depois dela.” A saúde é fundamental para

sermos ativos e relevantes enquanto envelhecemos, e para as oportunidades que esta valiosa fase nos traz. O que é a Década do Envelhecimento Saudável? A Década do Envelhecimento Saudável das Nações Unidas (2021-2030) é uma oportunidade para reunir governos, sociedade civil, agências internacionais, profissionais, academia, mídia e setor privado por dez anos de ação coordenada, catalítica e colaborativa para melhorar as vidas de pessoas idosas, suas famílias e as comunidades em que vivem. Quais serão as iniciativas empreendidas nesta Década: As iniciativas desenhadas para a Década do Envelhecimento Saudável buscarão: 1. mudar a forma como pensamos, sentimos e agimos em relação à idade e ao envelhecimento; 2. facilitar a capacidade dos idosos de participar e contribuir com suas comunidades e sociedade; 3. prestar atenção integrada e serviços de saúde primários que atendam às necessidades do indivíduo; 4. e fornecer acesso a cuidados de longa duração para pessoas idosas que deles necessitem. A Resolução da ONU, que se segue ao endosso da Década pela Assembleia Mundial da Saúde, expressa a preocupação de que, apesar da previsibilidade do envelhecimento da população e do seu ritmo acelerado, o mundo não está suficientemente preparado para responder aos direitos e necessidades das pessoas idosas.

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.15


Foto: OPAS - Organização Panamericana de Saúde - Divulgação

“Reconhece que o envelhecimento da população afeta nossos sistemas de saúde, mas também muitos outros aspectos da sociedade, incluindo os mercados de trabalho e financeiros e a demanda por bens e serviços, como educação, habitação, cuidados de longa duração, proteção social e informação. Portanto, requer uma abordagem de toda a sociedade.” A Resolução também apela à Organização Mundial da Saúde para liderar a implementação da Década, em colaboração com as outras organizações da ONU. “O anúncio de hoje é o resultado de muitos anos de colaboração com parceiros em todo o mundo”, disse Alana Officer, que lidera a equipe de Mudança Demográfica e Envelhecimento Saudável da OMS. Atuantes na área da longevidade e envelhecimento podem colaborar na construção desta Década A Organização das Nações Unidas e a Organização Mundial de Saúde buscam contribuições de todas as partes interessadas em ajudar a construir uma plataforma colaborativa onde todo o conhecimento sobre envelhecimento possa ser acessado, compartilhado e produzido em um só lugar - por qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo.

plataforma colaborativa, cadastrando-se por meio deste link Decade of Healthy Ageing - The Platform. Vamos, todos, trabalhar pela Década do Envelhecimento Saudável!

Portanto, podes, também, fazer parte desta grande construção pela Década do Envelhecimento Saudável, e integrar esta

Projeto Across Seven Seas www.acrosssevenseas.com

Silvia Triboni Fundadora do projeto Across Seven Seas, Repórter 60+ e Deputy Ambassador na Ageing2.0 Lisbon www.acrosssevenseas.com Fontes: The Decade of Healthy Ageing: a new UN-wide initiative (who.int) Decade of Healthy Ageing - The Platform A/75/L.47 - E - A/75/L.47 -Desktop (undocs.org)

Fundadora do Projeto Across Seven Seas Também no You Tube, Facebook e Instagram

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.16


Divã

Sandra Regina Schewinsky

Psicóloga - Neuropsicóloga

Egoísmo está na contramão da humanidade A coluna Divã da Revista Magazine 60+, segue na intenção de discutir temas de interesse do leitor, assim hoje, respondendo a mais um pedido falaremos sobre Egoísmo. O significado da palavra remete a falta de altruísmo, em que a pessoa tem apego excessivo aos seus próprios interesses sem consideração com os demais, assim, pode ser presunçosa e pretere os compromissos morais com os outros. A criança ao nascer começa a registrar o mundo e a si mesma, inicialmente acredita ser o centro do mundo, mas com o processo de socialização percebe os demais e desenvolve a capacidade de empatia pelo outro, entretanto, podem acontecer situações que prejudiquem a boa evolução psicológica da criança. Querido leitor, não falarei de doenças ou deficiências, discorrerei sobre fatos do nosso cotidiano que podem tornar uma pessoa egoísta. Muitas vezes sobrecarregados por excesso de trabalho, afazeres, compromissos e desejos, os pais têm pouco tempo para dedicar aos filhos, e nem sempre conseguem perceber suas necessidades afetivas. Existem ainda casos de privações, abandonos e outras carências, desta feita, a falta de estimulação emocional pode causar efeitos sérios na criança que irão repercutir na sua vida, principalmente em seus relacionamentos. Quem passou por privações de amor pode se tronar desconfiada, com imaturidade emocional e por isso egoísta. Entretanto o outro lado da moeda me assusta muito. Hoje temos um exér-

cito de crianças super-mimadas e que serão adultos egoístas e infelizes. Não é incomum pais que se colocam no mesmo nível dos infantes, na linguagem (por vezes palavrões) e não conseguem ter firmeza para colocar limites. Pais despreparados, avós piores ainda! Tenho visto avós extremamente apaixonados pelos netos, mas que, sem perceberem, minam as boas chances de um desenvolvimento sadio, pois fazem absolutamente tudo o que a criança MANDA! Por favor, nem pensar! Exigem roupas, brinquedos e inclusive como os adultos devem se comportar! Desta feita, a criança não consegue sair daquele lugar primitivo em que se considera o centro do mundo, e, com o isolamento social e falta de contato com a escola, esse cenário piorou muito. Os extremos citados podem germinar o egoísmo, sem que as pessoas se deem conta disso, pois não significa falta de inteligência. Mas sim, não compartilhar, não abrir mão, não solidarizar, não amar de verdade! Embora inicialmente o egoísmo faça parte da vida, ele vai na contramão do desenvolvimento da humanidade. Para ilustrar, compartilho com vocês um texto que escrevi em 2014 e continua atual: A evolução! Passei as últimas férias em Nova Iorque e em meio a passeios emblemáticos visitei o incrível The American Museum of Natural History, fundado em

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.17


Nosso cérebro funciona de maneira harmoniosa e integrada, como tão bem nos ensinou Luria, sendo que temos uma organização funcional e de especificidades, lanço luz, no momento, para o lobo frontal, o qual é considerado como órgão da civilização! Dentre suas várias atividades atenho-me a sua modulação ao colorido afetivo e capacidade de sentir empatia pelo próximo. O Dedo de Deus nos tocou e iluminou a partir do momento em que não precisamos viver a dor do outro para sentir compaixão por ele, em que podemos por meio de histórias criar cenários com sentidos e ter a dimensão psíquica dos eventos! Por intermédio da empatia é possível desenvolver a função mental mais elaborada do Homem: A Solidariedade a qual se manifesta por meio de ações criativas, ou seja, criatividade para diminuir o sofrimento e propiciar soluções! A amplitude de ações que o poder de nossa mente faculta transita num gradiente entre bondade e maldade. Assim associei os extintos felinos a muitas situações vividas de desarmonias familiares, competições profissionais, guerras e violências! Estremeci nesse ponto! Entretanto, imersa em tão belo ambiente, rapidamente a ideia da nossa

arquivo

1869. Encantada em meios às fotos que tirava de diferentes povos, animais e fosseis, deparei-me com restos de um felino chamado Machairodus Palanderi, que segundo as inscrições, até hoje é considerado um dos maiores gatos da região do hemisfério norte, sendo que coexistiu com os Nimravids. Mas o que me chamou a atenção foi à suposição de que a rivalidade e concorrência pela adaptação entre as duas espécies pode ter sido um dos fatores de sua extinção. Imediatamente coloquei-me a pensar na humanidade, quais as características que nos fizeram evoluir?! Devaneei para outra descoberta singular que tive ao visitar a Capela Sistina e descobrir que no grande afresco de Michelângelo “A Criação de Adão” o manto de Deus tem a forma precisa do contorno do cérebro, seus pés o tronco cerebral e sua cabeça emoldurada pelo lobo frontal. Estudar Neuropsicologia no intento de minimizar o sofrimento das pessoas vítimas de Lesões Encefálicas que assisto em minha jornada profissional, sempre me fascinou, mas ir além para tecer correlações entre o orgânico, o pessoal, a cultura, a história e por fim conjecturar sobre como chegamos ao lugar que hoje estamos passou-me a ser deleite!

A criação de Adão - Michelangelo

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.18


enorme evolução em comparação as outras espécies, não pôde deixar de aflorar. Assim cheguei a uma conclusão muito simples de um ditado popular: O bem sempre vence o mal! ”. Nossa grande evolução está na mão que cumprimenta o outro! Nossa grande evolução está na ciência que busca soluções para os limites! Nossa grande evolução está no sorriso das crianças!

Nossa grande evolução está na rotina diária das pessoas, que fazem de suas vidas simples grandes conquistas! Nossa grande evolução está em nossa capacidade de compartilhar! Sandra Regina Schewinsky Contato: srschewinsky@hotmail.com Facebook: Neuropsicologia Sandra Schewinsky

Variações in VIVO

Dra. Lairtes Temple Vidal Psicóloga/acupunturista fitoterapeuta

Do que você sente falta? Geralmente respostas a essa questão denotam aquilo você busca suprir. Mas seriam realmente carências. Será que o que te falta faz mesmo falta? Ou mais ainda, será que faz falta na exata medida da compensação, caso você tivesse essa tal coisa desejada? Muitas perguntas, pois muitos são os desejos. O que nos move na direção de realizações pessoais, muitas vezes, são obrigações, desejos, oportunidades ou necessidades; e assim teremos motivos para ação. Se bem sucedidos, ficamos satisfeitos, se mal sucedidos ficamos insatisfeitos. E o meio termo? Sim ele existe, seria o parcialmente satisfeito, o que dá quase no mesmo que insatisfeito... Existem várias Teorias da Motivação Humana, elaboradas por diferentes nomes da Psicologia. Somente para citar, desde a abordagem Experimental de B.F. Skinner, passando pelo clássico humanista A. Maslow, até’ algumas mais contemporâneas. No entanto, uma constatação comum em todas essas teorias permeia a ideia de que a busca da satisfação é uma

constante, sendo difícil afirmar que existe uma saciação plena da satisfação. Como exemplo, se temos uma bela viagem programada, não raro, incluímos passeios extras. Quando temos uma casa queremos renovar a mobília. Quando da estabilidade financeira queremos acumular volumes para investimentos. A morena quer ser loira. Quem vive na cidade descansa no campo. A lista de vontades pode ser interminável. E todos aqueles objetos que você já colecionou um dia, e as roupas que não gosta mais, e a comida outrora muito preferida que já não e’ mais a preferida de hoje? Pra onde foram esses desejos já satisfeitos que na ocasião pareciam ser t-u-d-o que lhe faltava? Ahh e também tem as pessoas. Pessoas que fizeram parte de sua vida em momentos incríveis e hoje não fazem mais parte de nada. Melhores amigos que se distanciaram. Ex-companheiros. Alguns você perdeu, outros se perderam de você. Tem os que fazem falta e os que não fazem falta.

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.19


Felicidade e’ possível! Portanto, pense menos no que você não tem ainda e realize-se no que tem. Releve a falta. Não deixe que a falta que algo te faz venha a ser um desprazer. Sempre haverá de faltar algo, mas não significa que isso faz assim tanta falta. Ou não faz falta nenhuma, pelo menos, não em detrimento de todo o restante que você tem. Especialmente nesse momento mundial que vemos tantas carências reais. Não fabule consigo mesmo. Você pode ser uma melhor companhia a si mesmo buscando a felicidade interior. Como sugestão descontraída, deixo aqui um link onde podemos visualizar uma leitura lúdica e dinâmica de um livrinho infantil, que tem tudo a ver como o tema de hoje. Viva a Felicidade onde nada te falta. Divirta-se. https://youtu.be/GFuNTV-hi9M

Divulgação

Novas pessoas chegando e se acostumando umas com as outras, se encaixando no contexto. E você analisando se esta bom assim ou se falta algo. Tem até um ditado popular assim: É melhor sobrar do que faltar. Você passou por tudo isso e sobreviveu. Sabe por quê? Por que a capacidade de superação esta em você, dentro de você. Para ser feliz e satisfeito a motivação e’ interna, sempre. M. Csikszentmihalyi, através de seu livro “A Psicologia da Felicidade” nos apresenta a combinação de motivação, criatividade e felicidade como fluidos para a Teoria da Experiência Ótima, que mais tarde, somada a demais artigos de outros pesquisadores no mesmo campo, deu origem a Psicologia Positiva – frequentemente definida como o estudo das coisas que fazem a vida valer a pena de ser vivida. O primeiro tema escolhido para inaugurar tal movimento foi o estudo científico da Felicidade. Por que

A Parte que Falta em Mim Shel Silverstein Compania das Letrinhas

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.20


Aprendizagem na 3ª idade

Malu Navarro Gomes Pedagoga Psicopedagoga

COVID e Ciência explicada para não cientistas O primeiro mês de 2021 já se foi e por ele podemos extrair uma amostra de como serão os próximos nove, dez, onze meses. Parte da responsabilidade sobre como viveremos este ano, caberá ao comportamento responsável de nós todos. Porém, algumas autoridades governamentais dividem conosco essa culpa pela imaturidade, indiferença e pouco caso com que lidaram com fatos, números, teorias e a inteligência de todos nós. Para nossa tristeza, algumas pessoas suficientemente maliciosas se aproveitam da ingenuidade de muitos para divulgar e obter adesão a informações falsas que conseguem multiplicar discórdia e ódio. Há uma causa comum: falta de conhecimento da ciência – tanto exaltada e pouco compreendida – e de como é o trabalho dos cientistas. Entrevistei o físico e sociólogo, Mário Donadio, que gentilmente me autorizou a reproduzir um seu artigo que ajuda a compreender as polêmicas sobre as conclusões sobre a eficácia de remédios e vacinas para combater a COVID tão comuns nas discussões. COVID, CIÊNCIA, CENOURAS E COELHOS Os cientistas têm um jeito muito próprio de lidar com a realidade e com a verdade. Estão abertos a aceitar que tudo poderia ser real, porém torturam sem dó os dados até que eles confessem a verdade. Suponha que alguém observando os fatos constate, como nas piadas das crianças, que nunca se viu um coelho usando óculos; coelhos comem cenoura, portanto cenoura faz bem para a visão. Por mais estranha que possa pa-

recer uma ideia, um cientista pergunta: Existe algo a se confirmar? Alexandre Fleming observou que as placas onde cultivava amostras de Staphylococcus aureus estavam cobertas de bolor e as bactérias estavam mortas; descobriu a penicilina. Semmelweis, um médico de Viena, observou que havia mortalidade alta nas parturientes atendidas pelos médicos e baixa naquelas assistidas por parteiras. Imaginou que haveria uma espécie de “partícula cadavérica” que os médicos transportavam de paciente a paciente. Ensinou seus alunos a lavar as mãos e praticamente eliminou os casos mortais. Levou anos até que aquela ideia “exótica” fosse comprovada cientificamente por Louis Pasteur com a Teoria dos Germes. Lavar as mãos, que até as crianças sabem ser importante para evitar o COVID, só foi um procedimento protocolado nos hospitais em 1980. Absurdo? Veja os argumentos dos negacionistas que desprezam as recomendações dos cientistas quanto a evitar aglomerações, isolamento social, uso de máscaras, álcool gel e, pior, vacinas. Observado um fenômeno, e antes de concluir se é falso ou verdadeiro, o cientista tenta entender o que está acontecendo. Segue uma sequência lógica que pode ser acompanhada por outros cientistas. Esta confirmação de seus pares é importante. Indo a uma criação de coelhos alguém confirma o fenômeno: de fato eles não usam óculos. Então pergunta: Todos comem cenouras? Em todos os lugares onde são criados coelhos eles não usam óculos e comem cenouras? Publica um artigo onde comenta o que irá pesquisar e suas primeiras dúvidas e descobertas, que ainda não são hipóteses. Por exemplo: remédio contra ma-

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.21


Na internet fakenews viralizam dizendo que pesquisadores não se entendem; ingênuos dão entrevistas a jornalistas que não os contrariam, espertalhões percebem que podem lucrar alguma coisa tomando um partido ou outro. Se a hipótese resistir, os cientistas concluem: “Não há evidência de que cenoura faz bem à visão dos coelhos”. Publicam sua pesquisa para análise e crítica dos demais cientistas. Esta conclusão é aceita, mas o trabalho não termina; é preciso desenvolver uma teoria que explicará a razão da conclusão. Se a teoria não sustentar a conclusão, ou novos fatos começarem a contradizer a teoria, começam tudo de novo. Assim avança a ciência! Foto: www.thehealthypetclub.co.uk

lária, vermicidas contra piolhos, tratamento precoce, poderiam, da mesma forma como nunca vimos coelhos usando óculos, matar o coronavírus. Aqui começa a tragédia. Aquele texto proposto como estímulo ao trabalho de outros pesquisadores vira “verdade” na internet. Surge então a consequência da falta de formação científica: “Está provado que cenouras fazem bem aos coelhos, portanto devem ser recomendadas a todas as pessoas”. Mais dia, menos dia, alguém nos manda uma mensagem que viralizou no WhatsApp nos incentivando a jogar os óculos fora e comer cenouras. Os cientistas prosseguem o seu trabalho. Levantam uma hipótese: cenouras podem fazer bem à visão dos coelhos? Começam a coletar dados. Fazem experimentos controlados, medindo, comparando. Um dos métodos ficou popularizado com a avaliação de remédios e vacinas para combater o COVID: a comparação entre dois grupos; um que toma o remédio ou a vacina, outro que toma o placebo, uma substância neutra. Aqui entram questões estatísticas complexas, mas em resumo: quanto maior o número de pessoas na experiência e mais diversificada a amostra, mais confiável o resultado. Boas amostragens devem ter algumas dezenas de milhares de pessoas. Questões de orçamento podem limitar o número, todavia os cientistas podem medir o quanto o resultado é confiável. Nas eleições estamos acostumados com repórteres falando em margem de erro para mais ou para menos. Alguns ingênuos, outros maliciosos, “pesquisadores de WhatsApp” extraem segmentos dos dados para provar seu ponto de vista. Por exemplo: uma autoridade sem formação científica soube que um amigo tomou um tal remédio e ficou bom; exige que seja fornecido à população. A mesma bobagem faz um jornalista quando na TV, diante de gaiolas com coelhos comendo cenouras, entrevista um estagiário de laboratório que confirma nunca ter visto um deles usando óculos. Ainda que a hipótese seja muito desejável, os cientistas antes de confirmá-la buscam segurança: procuram nos dados tudo o que pode contestá-la. Recebem e divulgam críticas ou apoios de seus colegas.

Einstein, a partir de análise de observações de centenas de astrofísicos, propôs a Teoria da Relatividade, contrariando outro gênio, Newton. Lamentavelmente não é possível simular fenômenos astronômicos; os cientistas suspenderam o julgamento e esperaram uma oportunidade de confirmar ou contestar a hipótese de Einstein. Em 29 de maio de 1919, em Sobral-CE, durante um eclipse total do Sol, foi possível o experimento: havia realmente um desvio da luz das estrelas provocado pela curvatura do espaço-tempo. Diz a lenda que enquanto cientistas do mundo inteiro estavam atentos ao eclipse, Einstein calmamente fumava seu cachimbo. Quando um assistente foi lhe dar a boa notícia ele teria comentado: “E poderia ser diferente?”

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.22


Saúde, Beleza e Bem Estar

Kátia Vargas Lutfi Pileggi

médica dermatologista

Novas metas para 2021 Início de ano, novas metas, promessas, e na maioria delas o objetivo é mudança de estilo de vida que envolvem um auto cuidado durante todo o ano. E este movimento nos consultórios médicos é notado ano após ano, o que é bom mas também se nota apesar da boa vontade que durante o ano grande parte das pessoas, se envolvem na correria do dia a dia e se perdem de seus objetivos. O que fazer para cumprir suas metas em 2021? 1- defina muito bem suas prioridades 2- faça metas reais, aquelas que você realmente tem condições de cumprir 3- comemore cada meta cumprida 4- toda vez que se desviar do foco, lembre-se o que te motivou a traçá-las 5-coloque prazos, datas nos remetem a um compromisso Isso vale para diversos campos nas nossas vidas e como isso pode se aplicar ao campo da beleza? Eu como uma dermatologista com pós em nutrologia quase sempre recebo paciente querendo emagrecer, tratar a flacidez, o bigode chinês, as rugas, o pescoço, as manchas… por onde começar? Calma! Vamos por partes! Como um quadro precisamos ir da base, para só no final refinar os detalhes, e isso tem a ver com a definição de prioridades. E estabelecer um plano de tratamento a longo prazo, assim você conseguirá se planejar financeiramente, realizar seus tratamentos e o objetivo de ter suas necessidades atendidas. O emagrecimento por exemplo vai

muito além do que ir na consulta, exige um esforço e dedicação diária. Independente do método escolhido ele será consequência de mudanças de hábitos. A perda de peso é matemática (claro, depois de uma investigação individual) seu gasto energético tem que ser maior do que o consumido. E deve seguir um tripé básico, sono, alimentação e atividade física. divulgação

Fazer uma higiene do sono é importante 1 hora antes de dormir desligue os celulares, e televisores, opte por atividades mais tranquilas, que tal ler aquele livro? Atividade física é importante para não perder massa magra, ou seja, músculo, coloque na sua rotina, comece de maneira gradual mas efetiva e duradoura. Quanto a alimentação opte por alimentos de verdade, evite refrigerantes, sucos de caixinha, embutidos e industrializados. O resto é consequência. Minha proposta pra vocês neste mês, seguindo uma iniciativa de um grupos de médicos que estimulam qualidade de vida (WEDOC) é MEXA-SE! Pelo menos 30 minutos diários de atividade física, faça dentro das suas possibilidades mas não deixe de fazer. Vamos juntos?

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.23


Baseada em todos esses anos de experiência com pacientes neurológicos, ficou evidente o quanto passar informações de maneira simples e correta para os familiares, pacientes e profissionais sem expertise na área, seria profícuo. Assim, a Dra. Vera e eu escrevemos o livro: Lesão Encefálica Adquirida: o que é importante saber com Ilustrações de Manoel Carlos Conti, nosso editor! Consideramos que no momento atual, com tantos problemas neurológicos (AVC, traumas e tumores) e sequelas do Covid19, seria muito oportuno divulgar as informações do livro, que tenho a honra de compartilhar o link com vocês. https://www.amazon.com.br/s?k=les%C3%A3o+encef%C3%A1lica+adquirida&i=stripbooks&__mk_pt_ BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&crid=1CV0F7U0VNJ3Y&sprefix=les%C3%A3o+%2Cstripbooks%2C272&ref=nb_sb_ss_i_1_6

Sandra Regina Schewinsky LESÃO ENCEFÁLICA ADQUIRIDA o que é importante saber! Dra. Sandra Regina Schewinsky e Dra. Vera Lucia Rodrigues Alves

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.24


Nosso Universo interior

M. Luiza Conti

Desenvolvimento pessoal

Amigos O que é realmente ser amigo... Em um determinado momento, parei para pensar o que significa realmente ser amigo, quantas pessoas chamamos de amigos, e então entrei numa viagem interna de busca e percepção... Quando crianças e adolescentes temos muita facilidade de fazer amizades, estamos muito próximos da nossa essência e conhecemos muita gente, e a grande maioria se torna nossos amigos, são aqueles que riem solto, pensam igual ou quase igual, tem os mesmos gostos, levamos aos nossos lares, trocamos figurinhas, choramos nos ombros abraçados a todos, marcamos as viagens das férias, fazemos castelos nas areias das praias. Até que vamos crescendo, colocando critérios em nossas mentes, nos separando por diversas circunstancias, e esses amigos que eram tantos se tornam alguns, mas acrescentamos outros que vem da faculdade, da vizinhança, dos clubes, das igrejas, das festas, e novamente eles se tornam muitos. Nos sentimos felizes por ter amigos por perto, muitas vezes traçando o mesmo caminho, buscando as mesmas coisas, tendo as mesmas afinidades. Até que nos tornamos adultos, donos do nosso nariz, indo atrás da vida profissional que escolhemos, buscando o casamento ideal, formando uma família, tendo filhos, enfim... Nesse momento de nossas vidas os amigos já se reduziram devido a forma de vida de cada um, temos responsabilidades familiares, profissionais, o que nos faz ficarmos mais distante das pessoas. E nessa fase muitas vezes nos pergunta-

mos onde eles estão, por onde estarão, fazendo o que... nossa responsabilidade na vida nos afastou da essência de sermos pessoas unidas, amorosa com todos, e o principal que é conviver, pois o ser humano não foi feito para ser só, nem estático. Nos dias de hoje as pessoas estão muito distante da sua essência, se tornaram superficiais, egoístas, perdendo a habilidade e a oportunidade de ir mais profundo, de estar mais próximo. A amizade exige cuidado, alimento, e isso requer disponibilidade. Se pensarmos mais um pouco, podemos chegar a conclusão que cada pessoa tem que se conhecer profundamente, e com isso ser você mesmo, na sua essência verdadeira, ter sua auto estima elevada, não julgar as pessoas, não se cobrar, e principalmente e acima de tudo não fazer expectativas em cima do outro..., resumindo voltar a ser e agir como aquela criança que você foi um dia, liberta de tudo, aceitando cada uma como tem que ser, e se amando muito, esse é o segredo. A verdadeira amizade só vai existir se você for verdadeiro com você mesmo, se você cuidar de você acima de tudo e de todos, se você for sua melhor companhia, se você suprir suas dores mais profundas sem precisar do outro, aí sim você terá uma amizade verdadeira, porque ela está em nós. Imagine se cada um de nós pudesse agir dentro da nossa essência, puro, liberto de cobranças, percebendo o que o outro está dizendo..., acredito que te-

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.25


Foto: congressoemfoco.uol.com.br

ríamos um mundo maravilhoso com total liberdade. Amigo é uma das coisas mais importantes que podemos conquistar, as pesquisas mostram que todos precisamos de amigos, comprovam que quem tem amigos sofrem menos. Hoje esquecemos de cultivar relacionamentos verdadeiros. A era digital nos desumanizou, nos tornou caracteres e não almas, as pessoas demonstram sentimentos de pêsames via whatsapp, ou nem isso, não te visitam para um conforto, não te acompanham no velório do seu ente mais que-

rido, estão muito ocupadas com as suas coisas, os seus filhos, a sua vida profissional, amorosa, enfim, até a morte ficou banal.., nunca o ser humano se sentiu tão sozinho. Amigo sempre foi muito mais do que curtir suas fotos nas redes sociais ou mandar uma mensagem no whatsapp. Amigo se conquista, cuida, rega. Amigo é aquele que no silencio não incomoda. Amigo a gente quer por perto. Feliz quem consegue fluir na sua essência para conviver.

Massas artesanais e molhos especiais entregues na sua casa whatsapp (11) 5543.9099 9.96243949

Cardápio e pedidos pelos nossos Whatsapp

Requinte e sabor, a perfeita combinação! BOM APETITE! DELIVERY Whatsapp 11 5543 9099

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.26


A vida como ela é

Marisa da Camara Consultora Imobiliária Brasil - Portugal

A indústria do crime Home-Office

Com o desuso da moeda e uso dos cartões de crédito e débito, rapidamente eles passaram para os sequestros relâmpagos. Com o término das agências bancárias e implantação de operações através de caixas eletrônicos, eles começaram a se passar por agentes bancários ou por ‘um gentil ser humano’ para furtar, trocar ou clonar os cartões dos mais inocentes. Isso quando não explodiam caixas eletrônicos na calada da madrugada... Há muitos anos eles usam, com sucesso, aquele golpe do “susto da madrugada”, onde só dizem “MÃÃÃÃE”... , e conseguem extorquir fortunas por um ‘resgate’ inexistente. Essas e outras modalidades, atualmente, soam como amadoras e um tanto quanto analógicas. Eles se profissionalizaram, se especializaram no mundo digital e parece-me que tornaram seus crimes mais sutis. Observa-se uma infinita criatividade, agilidade no início das operações e organização, que lhes garantem eficácia e sucesso financeiro.

Foto: Bradesco/divulgação

Criar, diferente do que muita gente pensa, não é mera questão de sensibilidade ou dom. Há que se ter a mente aberta para ver possibilidades e brechas além do entorno e, acima de tudo, dedicar tempo ao projeto criativo. Isso é ótimo, mas ainda não é tudo. Para caminhar rumo ao sucesso, a agilidade tem que andar junto com a alta criatividade, mas ainda assim sem garantia. Ter mão de obra disponível, visando capilaridade e expansão do negócio, investir em bom treinamento, pagar altas recompensas e ter organização e disciplina, aí sim, já podemos vislumbrar o sucesso. Imagino que assim opere o imbatível mundo do crime, onde os bandidos superam os mocinhos e lideram os finais felizes da realidade ‘cinematográfica’ brasileira. Há pouco tempo, pelas ruas das cidades, eles furtavam tênis e bicicletas, assaltavam nos faróis, à mão armada, para levar bolsas e carteiras.

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.27


Bastou começar essa pandemia, que colocou a população dentro de suas casas, e o mundo do crime passou a atuar em home-office, intensificando os roubos de WhatsApp, com agilidade e convencimento eficazes, ao pedirem dinheiro aos amigos das vítimas. Agora, com uma imensa base de dados (sabem nosso nome completo, CPF, RG, endereço, celular, e-mail, etc.) eles enviam mensagens por qualquer canal de comunicação, até falam com você pelo celular, lhe oferecendo promoções, vantagens, serviços de bancos, empréstimos a aposentados, vendas de produtos e muitos outros, com um grande traquejo verbal, onde o objetivo final é que você clique num link, para que ele acesse seu

dispositivo e sua base de dados, usando-a contra você e sua rede de relacionamentos. Eles conseguem formatar boletos de compromissos seus, sem que você perceba que está pagando para eles e não para seus credores. Eles estão em todos os lados e têm faturado milhões, diariamente, com uma facilidade inacreditável. Nossa justiça engatinha enquanto eles correm. Quando a polícia está no rastro da operação X, eles já criaram e já operam na Y, com muita eficácia. Home-office e roubos digitais são tendências do mundo do crime e vieram para ficar? Qual a sua opinião?

Benefícios

Thais Bento Lima gerontóloga e colunista do SUPERA Ginástica para o Cérebro

Café, um aliado ou inimigo da memória? Quantas vezes pela manhã, em um dia cansativo ou com muitas tarefas a serem realizadas você tomou um cafezinho para dar aquele ânimo? Que o café é um aliado potente para nos dar energia para enfrentar longos períodos de trabalho, de estudos ou até mesmo para enfrentar um dia inteiro, após uma noite mal dormida, todos já sabemos, mas você já parou para pensar em como ele age em nosso cérebro? Em nossa memória e atenção? No Brasil, os primeiros pés de café foram plantados no ano de 1.727 e desde então, a cultura cafeeira evoluiu e ocupou um grande espaço econômico, tornando o café uma bebida que faz parte do dia a dia dos brasileiros, sendo parte fundamental da nossa cultura. O componente no café que nos proporciona a sensação de energia é a ca-

feína. Esta tem o poderoso potencial de estimular o Sistema Nervoso Central, atuando no bloqueio da adenosina, ou seja, do neurotransmissor do sono. Ao ser ingerida em quantidades adequadas, a cafeína reduz a sonolência, a apatia, e a fadiga, além de favorecer o desempenho da atividade intelectual do indivíduo, aumentando a sua capacidade de atenção, de concentração e de memória. Alguns estudos relataram que a cafeína desempenhava pouco ou nenhum efeito em nossa memória, especificamente a de longa duração (conceituada como um sistema ou sistemas que servem de base à capacidade de armazenar informação por longos períodos de tempo). Entretanto, o estudo realizado por Borota e colaboradores no ano de 2014, verificou que os supostos efeitos do con-

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.28


sumo de cafeína, quando administrada antes do processo de aprendizagem, podem ser fruto do aumento da atenção, da excitação, da vigilância e da velocidade de processamento e não exatamente da influência da cafeína em si. Desta forma, os autores administraram doses de cafeína após o momento de aprendizagem e verificaram que ela pode aumentar a consolidação de memórias de longo prazo, sendo uma forte aliada nesse processo. Nehlig (2010) realizou um estudo de revisão da literatura, e destacou que dos estudos encontrados visando a relação da cafeína e desempenho cognitivo em idosos, dois destacaram que os idosos que faziam o consumo diário da cafeína apresentaram melhora nas funções cognitivas e no desempenho psicomotor. A cafeína melhorou predominantemente o desempenho e sensação de bem-estar, e os idosos pareciam mais sensíveis aos efeitos da cafeína do que os jovens, especialmente na compensação do desempenho em declínio ao longo do tempo. Em seu artigo cita também um estudo onde foi comparado o efeito da cafeína entre idosos e jovens, sendo registrado que os jovens apresentam melhora no desempenho de tarefas mais simples, ao contrário dos idosos que apresentam uma melhora em tarefas mais complicadas, e destaca que a cafeína é capaz de reverter os efeitos do envelhecimento cognitivo. Vale ressaltar, que a bebida café, obtida através de uma solução aquosa a partir do café torrado e moído, possui além da cafeína, ácidos e sais minerais. Do ponto de vista alimentício, todos esses componentes fazem do café uma bebida saudável e rica em propriedades nutricionais. Poucas são as pessoas que possuem o conhecimento sobre as propriedades existentes no café, como a própria vitamina B (niacina), e que, a cafeína pode estimular a atenção, a concentração, a memória e o processo de aprendizado escolar. Adicionalmente, o café também é um mediador que promove a produção de neurotransmissores do humor, ajudando a prevenir sintomas de-

pressivos e outras alterações que podem interferir no humor e no estado emocional das pessoas. Levando em consideração o número de efeitos positivos associados ao consumo de café, qual seria a quantidade ideal para obtermos esses benefícios? Como tudo na vida, o consumo de café deve ser feito com moderação. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a quantidade de café ideal depende das particularidades dos indivíduos e da tolerância à cafeína que cada um possui, contudo sugerem que o consumo seja de até quatro xícaras de 200 ml por dia, para que assim a cafeína se torne um aliado da nossa saúde física e mental. Referências Bibliográficas BOROTA, Daniel et al. Post-study caffeine administration enhances memory consolidation in humans. Nature neuroscience, v. 17, n. 2, p. 201-203, 2014. BADDELEY, Alan. O que é memoria? In: BADDELEY, Alan; ANDERSON, Michael C.; EYSENCK, Michael W. Memória: memory. Artmed, 2010. Cap. 1. p. 13-30. Disponível em: baddeley, A., Eysenck, M.W., & Anderson, M.C. (2009). Memory. New York, NY: Psychology Press.. Acesso em: 21 dez. 2020. NEHLIG, Astrid. Is Caffeine a Cognitive Enhancer?. Journal of Alzheimer’s Disease, v. 20, p. S85-S94, 2010. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. O café e o coração. 03 de fev. de 2020. Disponível em: http://www.sbcmt.com.br/noticia/11. Acesso em: 21 dez. 2020. Foto: minestrone.com.br - divulgação

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.29


Falando em escrever

Rosa Maria Rodrigues Castello Consultora em Direitos Autorais

Castello Editorial - Quer fazer seu livro? Criei a Castello Consultoria Editorial no sentido ajudar os profissionais do livro. E também para pessoas que querem lançar um livro, podemos fazer todo o acompanhamento editorial e de produção de uma obra. No site www.castelloeditorial.com.br tem mais informações sobre os nossos serviços. Venha fazer parte do grupo de autores. Um pouco da minha experiência: - como gestora de direitos autorais, por cerca de 26 anos , na Editora Moderna, fui responsável pela criação do departamento e a coordenação de processos de reestruturação e profissionalização da área de Direitos Autorais. - fui responsável pelo relacionamento com cerca de 500 autores, agentes literários, herdeiros e sucessores, controle de prazos, elaboração e conferência de contratos de edição e cessão de direitos autorais, licenciamento de textos de livros didáticos, de literatura e prestação de contas e pagamentos aos detentores de direitos. - acompanhando dos editais dos Programas de Governo junto ao MEC (didáticos e paradidáticos) - coordenação de entrada de originais de obras gerais; participei para a implantação do Sistema Editorial, Sistemas de Licenciamento e Autorizações de Textos. - Em 2017 criamos “A gestão do direito autoral: controle de direitos, licenciamento e organização práticas dos dados” pela Universidade do Livro da Editora da Unesp; - Em jan de 2020 lançamos o livro

Chão de Cabelos, de autoria do Pacheco; - torna-se um dos membros da equipe da e-Editora https://e-editora.com. br/ é uma jovem editora que tem como proposta dar vez e voz à nossa população prateada, os 60+. Estamos lançando nosso primeiro ebook sobre o bairro do Sumaré. No site da editora você poderá baixar o e-book com a degustação da primeira entrevista, que fará parte do volume 1. Entre os autores que fazem parte da Castello Editorial, temos o nosso colega Laerte Temple, que está aqui na MAGAZINE60+ na coluna Ler e Criar e em fevereiro estamos lançando o novo livro dele “Humor na Quarentena”... Aguardem, tenho certeza que vocês irão se divertir. Se você quiser lançar um livro fale comigo, será um prazer conhecer sua história e seu projeto e claro lançar seu livro Acesse: www.castelloeditorial.com. br/ Entre em contato pelo watsApp 11 99999-1893 ou pelo e-mail rosa.castelloeditorial@gmail.com

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.30


Só uma mensagem

Cida Barica

Vacinas... haja coração

tecer todos os dias para aprender novas formas de convivência com o Covid. De onde tirar tanta energia e se movimentar? Eu partícularmente tenho buscado andar na Luz, em todos os aspectos. Revendo aquilo que me deixa cansada e desânimada, enfim mudar o rumo da prosa. A realidade nos mostra que atitudes baseadas no egoismo agridem a todos, inclusive o planeta. A nova convivência não depende só das orientações da ciência, mas depende de nós, do propósito de nos tornarmos melhores como seres humanos, onde quer que estejamos ou atuamos. Por isso não é hora se limitar, se enquadrar em rótulos, idades ou grupos de risco. Mexa-se! domine seu cérebro acomodado a determinados padrões de conforto, arrisque a crescer sempre, um pouco por dia. Quem sabe assim selecionamos melhor quem estará ao nosso lado nessa caminhada, incluindo os governantes.

Foto: Giuliano Gomes/PR Press em G1 - Divulgação

Bastaram algumas horas após a aprovação do uso emergencial das vacinas coronavac e de oxford, para outros problemas virem a tona: quantidade de vacinas insuficientes, mudanças de prioridades e na distribuição de vacinas, etc. Haja coração! um balde de água fria, na grande emoção de ver a primeira dose sendo dado em território nacional, após enfadonhas polêmicas. Em menos de uma semana Sao Paulo recebe “cartão vermelho” para feriados e Fins de Semana. Decisões penosas e difíceis começam a ser tomadas, para superar o entusiasmo natalino, fim ano e outros comportamentos desse povo encantado pelo verão, sol , mar e grandes encontros. Pois é minha gente, os dados mostram que não está valendo a pena agir com descaso, ter posições individualistas, seguir tendências negacionistas. Mostra que não dá pra se acomodar com a chegada da vacina. Mostra que estabilidade é ilusória que teremos que fazer acon-

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.31


CriativA Idade

Jane Barreto Psicopedagoga e Arteterapeuta

Arteterapia com música: Um recurso na qualidade de vida das pessoas com doenças degenerativas Arteterapia com música: Um recurso na qualidade de vida das pessoas com doenças degenerativas Desde o início da vida, o ser humano é dotado da inteligência musical, capacidade de desenvolver habilidades envolvendo sons, de identificar e produzir harmonias, melodias em vários ritmos, reconhecer as onomatopeias, os sons presentes na natureza, e perceber a sonoridade dentro de si, no seu corpo. A musica tem um singular papel na saúde e bem estar de todos que aprendem a apreciá-la e até na vida dos que nunca notaram sua importância. Desde bebê o cérebro é estimulado pelos batimentos cardíacos da mãe que o carrega em seu ventre. O som dos tambores por exemplo, reproduzem uma batida desde era primitiva, ativando o cérebro humano e se torna um som familiar, de referência na memória afetiva. Com o envelhecimento das células neurais, doenças degenerativas, como por exemplo o Alzheimer ou outras demências podem surgir. A música pode ser usada como tratamento ou terapia; falamos em terapia quando há um profissional terapeuta, que realiza um planejamento e conhece os mecanismos para propor um trabalho integrado, com objetivo de promover o bem estar em pessoas que estão acometidas desse ou outros males. Mas por que a música é importante

para tratar essas doenças? A música impacta vários circuitos cerebrais, as notas musicais “ecoam” pelas zonas cerebrais ativando várias áreas, como correntes ou descargas elétricas entre os neurônios. Ativa o lobo temporal que é o primeiro a ser prejudicado com as demências, esse lobo fica atrás das orelhas, ou temporas, ele é responsável por gerenciar a memória, por isso não é qualquer música que funciona no tratar das doenças que trazem a perda da memória, mas aquelas que fazem parte da memória emocional, da história da pessoa, aquelas que tocavam durante a infância, adolescência ou juventude, marcando algumas fases e ciclos da vida. Nossa memória afetiva, emocional, é construída em boa parte da infância, e juventude. Aquela musica dançada, cantada ou ouvida, nessas fases, que tocam a alma e trazem o reviver a partir das emoções. A musica invade o organismo da pessoa, faz com que sejam produzidos hormônios para o cérebro. A memoria afetiva é a ultima que o ser humano perde, por isso tão importante que no início da manifestação das doenças, quando ainda é preservada a cognição, procurar a terapia com a musica; buscar aprender a tocar e praticar um instrumento, cantar, ou ouvir musicas que são significativas, ter uma play list preferida, ouvir várias vezes sozinho ou

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.32


compartilhando com o próximo, ajudará muito na reabilitação e tratamento, na vida saudável e plena que todos buscam. De um tom da sua vida, com notas, timbres, ritmos e vibratos, a vida pode

ser mais leve e melodiosa . Jane Barreto - Mestre em reabilitação e inclusão social - Pedagoga/psicopedagoga - Arte educadora/arte terapeuta

O SUPERA é um curso diferente de tudo que você já conhece. Com apenas uma aula semanal de duas horas, você conquista uma mente saudável, com mais concentração, raciocínio, memória, criatividade e autoestima. Estas habilidades melhoram o desempenho na escola, alavancam a carreira e garantem mais qualidade de vida. Encare este desafio e experimente uma forma incrível de viver. Nossa metodologia não tem limite de idade: todo mundo pode viver esta emoção.

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.33


Ler e criar

Laerte Temple Doutor em Ciências Sociais Relações Internacionais

Testagem

ltemple@uol.com.br

Na sala de controle, a técnica T14 monitorava os voluntários V1 e V2 quando chegou o chefe C3. Nomes e cargos eram sigilosos e as pessoas só se conheciam pelos códigos. As instalações eram subterrâneas, dotadas de isolamento acústico, acesso por scanner de retina e localização ultra secreta. C3 perguntou se havia alguma alteração e T14 respondeu que a conversa era muito estranha, mas ainda era cedo para conclusões. V1 e V2, ambos do sexo masculino, 65 anos e nível superior, únicas informações reveladas, não se conheciam. Acordaram há menos de uma hora no quarto Q8 e mantinham um diálogo amistoso, porém surreal. T14 pediu para C3 colocar o fone de ouvido e jogou a imagem no telão. - Cara, não sei onde estou, nem quem sou ou quem é você. Só sei que a viagem foi uma loucura total. - Conta tudo. - Primeiro senti o corpo gelado, as unhas enormes e algo estranho atrás dos braços. Eu rastejava, salivava bastante, e quando me vi, parecia um dragão. Estava num matagal e ouvi um barulho. Apavorei e sai correndo até encontrar um lago. Entrei na água e nadei muito, mas só na superfície e com os olhos de fora para observar. - Agiu bem. Precisa ficar esperto. - De repente, fui engolido por um bicho enorme, mas ele não me mastigou. Fui direto para a barriga, junto com vários peixes. - Que horror! Como saiu de lá? - Fiquei pouco tempo lá dentro. Descobri que era uma baleia quando o

bicho foi à superfície e me expeliu bem alto. Agarrei as patas de uma ave gigante que guinchou forte e me bicou. Os olhos eram vermelhos como sangue. Eu me soltei e percebi que atrás dos braços eu tinha asas. Planei meia hora, passei sobre um vulcão, cai na cratera e acordei aqui, com medo de levantar o lençol e ver que virei jacaré. - Cara, que doideira! Comigo foi diferente. Senti meu corpo muito quente quando acordei na areia da praia, completamente nu. Levantei e notei que tinha cabelos longos, brincos e um par de seios. Apalpei lá embaixo e gelei quando não senti o Júnior. Em seu lugar tinha uma, bem você sabe o que. Também ouvi um barulho. Pensei que estava no meio da gravação de Largados e Pelados, mas o som vinha do alto. Olhei para cima e vi luzes coloridas girando em círculo. Uma escotilha se abriu e fui sugado para dentro de uma nave. - Caramba! Uma nave espacial? Quem estava lá dentro? - Um pelotão de berinjelas alienígenas armadas com pistolas de álcool em gel. O chefe era um pimentão hidropônico narigudo e os pilotos, duas baratas rosa choque gigantes e com um olho só. Faziam uns ruídos estranhos e piscavam muito. Deviam estar conversando. A nave voou velozmente e depois parou no ar, abriu a escotilha, eu escorreguei por um tobogã e vim parar aqui. - Massa! Qual você tomou? - Coronel Vaca ou Corona Vácuo. Sei lá. Parece que é da China. - Em mim aplicaram a Putanik, ou

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.34


Foto: Cons. Reg. de Farmacêutica - MG

Titanic, algo assim. É Russa. - O que acontece agora? - Nem imagino. Só sei que vou continuar me prevenindo. Vitamina C, cachaça, mel e limão. E você? - Eu também. Cloroquina, Catuaba com conhaque e camisinha. - Prá que a camisinha? - Disseram que o bicho está em constante mutação. Já pensou se ele vira um espermatozoide? Não quero contaminar ninguém.

- Faz muito bem. E se te chamarem para a 2a dose, você vem? - Claro! A viagem foi mutcho loca, mas bem legal. E de graça! - Que tal a gente pedir para trocar? Da próxima vez você toma a russa e eu a chinesa, só pra experimentar um barato diferente. - Prá mim tá OK. - Tâmo junto. - Falou!

Contos I

Malu Alencar Historiadora e Produtora cultural

Uma ode a São Paulo São Paulo completou em 25 de janeiro 467 anos, a cidade que escolhi para viver! Quando cheguei era uma cidade que crescia e não podia parar recebendo migrantes, imigrantes, refugiados e estrangeiros o tempo todo aumentando o número de habitantes do inicio da década de 60 de 3.825.351 habitantes para 5.115.856. Um salto de mais de hum milhão de

pessoas em menos de uma década! A cidade que não podia parar, também não dormia. A cidade que não parava de crescer acolhia as mais diversas culturas, hábitos alimentares, modos de vestir, línguas totalmente distintas, formava um novo tipo de viver: o brasileiro apressado, arretado, empreendedor.... Ah! São Paulo! Como te amei desde o dia que aqui cheguei. Uma manhã

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.35


da. Como gostava do bairro da Liberdade, frequentar os karaokês, comer com hashi em vez de talheres, assistir os filmes japoneses traduzidos por minha amiga Felicia Megumi Ogawa. Frequentei o templo Zen que o professor Ricardo da História achou que deveria conhecer... São Paulo da garoa, São Paulo das boites, bares, do Piolim, das cantinas da Treze de Maio, do Bar Redondo, do Cine Belas Artes... Dos Shoppings Centers.... Do Copan.... do Riviera... da sopa de cebola do Ceagesp que matava a fome nas madrugadas. Que saudades do Bar do Zé ali na esquina da Maria Antonia. São Paulo tem que preservar seu patrimônio histórico, tem que plantar mais árvores, mais praças, mais bancos nas calçadas.... Mais arte nas ruas, musica, menos poluição, mais transporte alternativo! Mais solidariedade, mais sustentabilidade! São Paulo tem que parar... não pode mais crescer!

Foto: Luiz Eduardo Cirne Correa - Pinterest

fria de 25 de janeiro de 1966.... Fiquei em extase! Ninguém me conhecia, podia andar pelas ruas cantando, podia dançar pela longa avenida que cortava o planalto e o ponto mais alto da cidade: a Avenida Paulista! Fui morar no Paraíso, na Rua Abilio Soares pertinho da Pça Oswaldo Cruz! Subia poucos quarteirões para pegar o ônibus que me levaria à USP: o Fábrica e descia no final da Rebouças ali onde uma frondosa paineira marcava o ponto final. O frio de todas as manhãs não me assustava, acostumada com o calor insuportável de minha região, gostava de sentir a brisa gelada bater no meu rosto. Decidi te conhecer sozinha, andando pelas ruas, descobrindo bairros, andando de ônibus até o ponto final e voltando sem compromisso de ter que chegar na hora certa para o jantar. Ah! São Paulo! Quantas vezes não fui para o Anhangabaú na hora do rush e ficava olhando a beleza dos prédios: Teatro Municipal, Light, o Mappin que era o marco dos grandes magazines, olhando as pessoas que cruzavam com pressa para chegar para onde precisavam ir.... e da ponte olhava para a avenida que cortava São Paulo, unindo a zona norte com a zona sul. Vi nascer a 23 de Maio.... vi a demolição dos grandes casarões da Avenida Paulista, presenciei o alargamento da Consolação. Acompanhei o surgimento do Minhocão!!!! Presenciei os incendios que consumiram os prédios da TV Record e TV Globo! Fui na inauguração da Praça Roosevelt e recebi flores do maestro canadense que regia a orquestra. Fugi da polícia quando fazia panfletagem contra a ditadura ali na Avenida Ipiranga e consegui chegar na Praça da República sã e salva! Quantas vezes fiquei na fila no predio da TELESP na 7 de Abril esperando a ligação para falar com meus pais. Quantas vezes não entrei no predio dos Diários Associados para frequentar as aulas da Escola Superior de Propagan-

Construção da Av. 23 de maio - 1967

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.36


Reutilizando materiais

João Alberto J. Neto Analista de sistemas

Fotos: enviadas pelo colunista

Mosaico - Intervenções Urbanas VI Escadaria Selarón

vida, quase sempre acompanhada com frases. Aos poucos veio o reconhecimen Normalmente quando se fala em intervenção urbana, sugere a participa- to e a escada foi recebendo mais e mais ção de vários artistas, com um coorde- visitante, de forma que ele aproveitou nador, para colocar as coisas em ordem, a fama e vendia seus quadros, cobrava verificar a montagem, qualidade da cola- para tirar fotos, autografar... gem, tirar dúvidas, pois ele normalmente é o idealizador do projeto. No caso da famosa Escadaria Selarón, ela faz parte da própria vida do artista. A história dele já é bastante conhecida, chileno, nascido em 1947 em Limache uma localidade situada entre Viña del Mar e Valparaiso. Pintor e ceramista, fugiu da ditadura chilena, perambulou por mais de 50 países e se estabeleceu no Brasil, em 1990, no bairro da Lapa, em uma casinha situada na escadaria que liga a Lapa ao bairro de Santa Teresa, também conhecida como escadaria do convento de Santa Teresa. Vendia seus quadros em restaurantes. Com o evento da copa de 1994, o povo pintou toda a escadaria de verde e amarelo para homenagear a seleção brasileira de futebol. Passando o evento, Selarón passou a cobrir a pintura da escada - “Compre uma pintura minha, que com azulejos com predominância ao ver- de e amarelo. No início ele foi motivo de eu preciso acabar a obra”. Segundo ele, era uma obra que não gozação do povo do lugar, mas aos pou- cos, com a transformação da escada, a tinha fim. As vezes ele mudava alguns população até ajudava, doando azulejos. azulejos já colocados por outros que ele Financeiramente combalido, quase recebia pelo correio. “Eu sempre peço para que me manfoi despejado diversas vezes por atraso dem azulejos quando chegarem às suas no aluguel, pois toda a renda era aplicada na compra e confecção dos azulejos, a casas, mas nunca mandam”. Mesmo asmaioria com a figura de uma negra grá- sim, ele tinha orgulho de mostrar azule-

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.37


jos de vários países. Vários azulejos foram feitos por ele, com predominância para uma figura de uma mulher negra e grávida, retratada em diversas situações, às vezes acompanhada de frases. “Eu já desenhei tanto a negra grávida, que às vezes eu também me acho grávido”. Costumava dizer: “Este sonho louco e único só vai acabar no dia da minha morte” A escada foi tombada pela prefeitura do Rio de Janeiro e concede-lhe o título de Cidadão Honorário e somente o artista poderia fazer as alterações que julgassem necessárias. Em uma reportagem, deu a seguinte declaração mais explícita: “A escada é algo que nunca vai ficar pronta. Ela vai ficar pronta no dia da minha morte, quando eu me transformar na própria escada. Assim ficarei eterno para sempre” Realmente ele tinha razão. No dia 10 de Janeiro de 2013, aos 66 anos de idade, o seu corpo foi encontrado carbonizado em frente da sua casa, na escada que eternizou. A escada em si é a obra de um homem. Nem sempre compreendido, muitas vezes ironizado ou ridicularizado, mas ele tinha orgulho da obra que criou, se comparando a Gaudi, brincava: - Barcelona é uma cidade feia e Gaudi é inferior a mim em azulejos. Só é superior na Sagrada Família, mas eu não faço igrejas - aliás, quer queiram ou não os seus críticos, ela existe em 125 metros, 250 degraus e mais de 2000 azulejos coloridos, com peças de 60 países e 300 peças feitas pelo próprio artista e faz parte do

catálogo de pontos turísticos a serem conhecidos no Rio de Janeiro. A escadaria é considerada a maior escultura do mundo, feita por um único artista. Salve Selarón! Até mais... https://leiaopalma.com/palma-lido/o-mundo-de-selaron/ https://www.riodejaneiroaqui.com/pt/ escadaria-selaron.html https://diariodorio.com/historia-da-escadaria-selaron/ https://pt.wikipedia. org/wiki/Jorge_Selar%C3%B3n https:// www.culturagenial.com/escadaria-selaron/

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.38


Mensagens

Luiz Arnaldo Moncau

Coisas que aprendi e não contei De repente o medo de partir e não ter tido o tempo ou a habilidade de transmitir tantas coisas que só descobri com o passar dos anos, e são muitos esses anos pois em alguns meses chegarei aos 80. Mas não pensem que minha idade me entristece. Pelo contrário, sou feliz, muito feliz. Uma das coisas que aprendi é que minha felicidade tem que vir de dentro de mim, sem depender do que acontece à minha volta. Não é um momento. É uma atitude diante da vida. Aprendi isso há mais de 50 anos, num encontro para recém casados, pelas palavras do saudoso Pe. Charbonneau: “agora que se casaram, vocês têm a obrigação de serem felizes!” E se tiverem filhos, essa obrigação é inegociável. Esse alerta me tocou. É lógico que

existem momentos de sofrimento, fazem parte da vida. Nesses momentos, sou uma pessoa feliz que está sofrendo. Pois decidi ser feliz, e sou. Aprendi a ter simplicidade diante de meus erros. Por muito tempo, diante de um erro ou falha, eu procurava explicar por que esse erro tinha acontecido. Até que um dia alguém que havia feito algo que me “machucara”, veio a mim e disse: “desculpe, eu errei naquele momento”, sem procurar se justificar. Passei a respeitar mais essa pessoa, e desde então procuro agir da mesma forma. Aprendi que muitos dos desafios da vida são bem mais simples do que queremos crer. Para isso é preciso ter serenidade e honestidade intelectual diante dos problemas.

Foto; saojose.sc.gov.br

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.39


Se tivermos a habilidade de colocá-los sob uma perspectiva maior, veremos que na maioria das vezes eles são simples, que existem coisas mais importantes em jogo. E ao encontrar o que é mais importante, esses problemas tendem a se tornar menores e de solução mais fácil. Mas talvez a coisa mais importante que aprendi é que a gente não envelhece por igual. Ou, em outras palavras, que partes de mim envelhecem, mas que outras continuam quase que adolescentes. Vocês não imaginam a surpresa e a alegria ao ver que meu espírito, minha mente, minha vontade de fazer e lutar continuam até maiores do que nos meus 30 ou 40 anos. E sei que não sou exceção: essa chama, este brilho no olhar que ilumina a maioria dos 60 mais que conheço.

A sociedade tem procurado formas de dar mais respeito e atenção ao nosso envelhecimento físico, que de formas diferentes, refletem o inevitável passar do tempo. Isso é justo e necessário. Mas já é mais do que tempo de despertarem para realidade das novas gerações de idosos, já é tempo de dar mais atenção e espaço aos jovens que habitam dentro de nós. Essa certamente é a mensagem mais importante que levo aos 40 ou 60 menos. Se soubesse isso há 30 ou 40 anos atrás, teria me aproximado muito mais dos conhecimentos e sabedoria desses e dessas jovens que somos. Uma chama ansiosa por continuar a aquecer o nosso entorno e nossa sociedade por ainda muitos e muitos anos. Já estamos fazendo isso, e continuaremos a fazê-lo. Juntem-se a nós!

CHÃO DE CABELOS – A história de sucesso do cabelereiro do século XX Autor: Pacheco – Norival Pacheco Prefácio de Ignácio de Loyola Brandão ISBN 978-65-81379-00-1 Lançado em 19 de janeiro de 2020 – em seu aniversário de 80 anos – com mais de 150 pessoas num lindo domingo de verão.

Ficou interessado!! Venha conhecer a trajetória de vida desse profissional de beleza, que teve a honra de cuidar dos cabelos de muita gente famosa, como Chico Anisio, Jô Soares, Tony Ramos, muita gente interessante que ainda hoje vai ao seu salão.

O livro poderá ser adquirido por R$ 42,00 através do e-mail : vendas.castelloeditorial@gmail.com Nosso site https://www.castelloeditorial.com.br/

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.40


Em todas as telas

Katia Brito Produtora de conteúdo sobre envelhecimento e longevidade

Idosos e a mídia: avanço e retrocesso Enquanto avança e abre espaço para os 60+ com a edição especial do “The Voice Brasil”, que estreou no dia 17 de janeiro na Globo, um vídeo como “Responsável”, produzido recentemente pelo grupo Porta dos Fundos, revela como é o longo o caminho para o pleno reconhecimento de toda potencialidade da população idosa. Esperamos que este seja um ano de mais avanços que retrocessos, embora o balanço inicial não esteja muito positivo. A estreia do “The Voice+”, nome dado à edição apenas com talentos 60+ nas tardes de domingo da emissora, foi emocionante, inspiradora. Vozes poderosas brilharam como a de Yeda Magalhães, lembrando Alcione. Há quem questione a juventude dos técnicos, e poderia ser interessante com certeza a troca entre diferentes talentos maduros, mas também é importante a intergeracionalidade, a troca com talentos mais jovens ou nem tanto como Daniel, de 52 anos, Claudia Leitte, 40, e Mumuzinho, 37. Sem falar de Ludmilla, 25, que estreia como técnica do programa. O talento maduro merece todo destaque e mostrou que tem muito a brilhar nos palcos da vida. Pessoas que construíram sua vida na música ou que sempre estiveram na música mesmo sem ter se tornado profissional. Histórias emocionantes como da enfermeira aposentada Zeni Ramos, 67, que curava com seu ofício, tão importante principalmente neste momento de pandemia de Covid-19, e com a música. E a alegria contagiante e a paixão pela vida de Áurea Catharina, 69.

Que venham mais programas para evidenciar tudo que os 60+ são capazes. Outra ponta Infelizmente, nem tudo é celebração, o vídeo “Responsável”, do Porta dos Fundos, traz em si o idadismo e a infantilização que atinge muitos idosos. A intenção pode ter sido ridicularizar um comportamento comum de quem acredita ser importante “supervisionar” as pessoas idosas, principalmente quando se trata do acesso à tecnologia e às mídias, mas o que transparece é que esta parcela da população tão diferente em si, tantas são as velhices, precisa de um tratamento semelhante ao recomendado para as crianças. É mimimi, é a ditadura do politicamente correto, chame do que quiser. Mas a piada quando precisa ser explica-

Zeni Ramos

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.41


Aurea Catharina da, perde o sentido. Qual a necessidade de acompanhamento ou supervisão que uma pessoa idosa tem? Dependendo de suas limitações, o cuidado deve ser redobrado com certeza, e aqui cabe também uma atenção especial aos cuidadores. Mas em geral este não é o caso, é preciso sim que o idoso seja protagonista de sua história, de suas escolhas, tenha oportunidade para viver seu envelhecimento ativamente com participação social, acesso à saúde de qualidade, ao aprendizado ao

longo da vida, a proteção, principalmente financeira. Com o “The Voice+”, a mídia abre um olho e avança para tudo que o público idoso representa e pode ir além, já com o vídeo de humor duvidoso, fecha o outro, retrocede e deixa passar a oportunidade de protagonismo para as muitas velhices. O caminho realmente é longo para o reconhecimento das potencialidades das muitas velhices.

Yeda Maranhão

Fotos: Divulgação/Globo

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.42


ANUNCIE COM A GENTE PREÇO BAIXO E UM GRANDE ALCANCE Seja um doador mantenedor da nossa revista entre em contato com Manoel Carlos por telefone ou whatsapp (11) 9.8890.6403 seu nome terá um agradecimento (ou não caso prefira) e um destaque na próxima edição

60+

magazine

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.43


VAMOS APRENDER DESENHO? DURAÇÃO DO CURSO BÁSICO CONTEÚDO - COMPOSIÇÃO, LUZ E SOMBRA, ANATOMIA E PERSPECTIVA LOCAL - PELA INTERNET - APLICATIVO ZOOM MATERIAL: 1 BLOCO DE PAPEL LAY OUT A4 1 BLOCO DE PAPEL CANSON A4 1 LÁPIS 6B E 1 HB - UMA RÉGUA DE 30 CM.e BORRACHA

TURMA 1 - TODA 2ª E 3ª DAS 10:00 ÀS 11:00 HS TURMA 2 - TODA 2ª E 3ª DAS 15:00 ÀS 16:00 HS TURMA 3 - ÓTIMA PARA QUEM TRABALHA TODA 3ª DAS 18:30 ÀS 19:30 HS (AULAS CONTÍNUAS OU SEJA, APÓS INICIADO O CURSO MAIS NINGUÉM ENTRA) FAREMOS UM GRUPO DE WHATSAPP DE CADA GRUPO SÓ PARA NOS COMUNICARMOS DE DÚVIDAS E MOSTRA DOS TRABALHOS (NÃO SERÁ POSTADO NADA ALÉM DISSO)

INÍCIO DAS AULAS - AO COMPLETAR UMA TURMA DE NO MÍNIMO 4 ALUNOS VALOR - R$ 150,00/MÊS

Dúvidas e Propostas Manoel (11) 9.8890.6403 todos que pretendem fazer o curso peço que me enviem um whatsapp para eu começar a formação do grupo IDADE MÍNIMA 10 ANOS

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.44


Mensagens para leitura e meditação

Lenildo Solano Professor

Novas esperanças Novo ano, novas oportunidades sur- Este ano há de ser promissor, sugirão com certeza para desempenharmos perando todos os problemas e dificuldacom alegria e com as divinas proteções. des com novas e brilhantes esperanças! Avaliemos o que passou, deletando aquilo que não foi positivo e aprimoranVejamos a poesia Ano Novo: do, dando continuidade em tudo que contribuiu e contribuirá ainda mais em nosso Novo ano se apresenta aprimoramento material e espiritual. com ele novas oportunidades Estando preparado e bem-intenciode realizarmos novos projetos nado as oportunidades chegam mesmo velhos sonhos tornarem realidades sem sair a procurar, é a ação e a reação O que passou, passou agindo naturalmente em prol da coletivia vida caminha para frente dade e crescimento da humanidade. O futuro estamos construindo Fazemos parte de um universo e vivendo e valorizando o presente nosso minúsculo ato repercute em todo Mas com as proteções divinas o conjunto então, devemos estar sempre e ancorados na fé e no amor pensando positivamente e agindo no catemos toda certeza minho do bem, aprendendo e ensinando na reciprocidade da vida. de que seremos vencedor. Alguns fatores extrapolaram o ano, Á Deus toda glória! merecendo reflexões tais como: o incêndio no pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense, o corte e transporte de madeiras ilegais, o garimpo clandestino, a segurança na longa divisa territorial com outros países, que dificultam as ações de fiscalização, controle e combate ao tráfico de drogas e armas e, principalmente, a pandemia, que graças a Deus já será combatida com a vacinação; alertando que mesmo com a vacinação os cuidados preventivos deverão continuar sendo por todos tomados. Mas com otimismo, fé, esperança, NOTA DO EDITOR serenidade e confiança no Pai Criador e nos governantes esperamos e torcemos Pantanal, sem fogo mas parpara que o desemprego seja sanado, a cialmente destruido. Agora é educação, a segurança e a saúde, eleajudarmos de alguma forma a mentos essenciais a vida, tenham priorirecuperar esse bioma dades e comprometimento dos responsáveis.

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.45


‘Causos’ do Nordeste

Tony de Souza Cineasta

O mundo mágico das histórias que mamãe contava

Essas duas contadoras de histórias, com certeza tinham o dom da narrativa. A velha Totônia, nas palavras de José Lins, tinha um poder mágico na voz. Minha mãe também. O poder mágico de minha mãe era acionado à base de cafuné. Em troca das histórias a gente fazia cafuné nela. Eu adorava todas as suas histórias mas tinha as preferidas. Capineiro de meu pai Não me cortes meus cabelos que Minha mãe me penteou e Minha madrasta me enterrou Pelo figo da figueira Que o passarim beliscou Uma história muito triste. Dava vontade de chorar. Chamava-se “A Menina Enterrada Viva”. Outra história que minha mãe contava e me dava muita aflição era a história da raposa e o sabiá. A raposa descobrira um ninho de sabiá Foto: Governo do RN

Relendo o livro do grande escritor paraibano José Lins do Rego, “Meus Verdes Anos”, me dou conta de uma série de coincidências entre a infância dele e a minha. Embora ele tenha nascido meio século antes de mim, e o mundo rural que eu vivi fosse muito diferente do mundo dele. O ponto principal que nos liga é o dos contadores de histórias. Ele dizia que aquele que tem o dom da narrativa tudo que conta parece verdade. Um dos exemplos que dá é o negro Isidro. Outro, a velha Totônia. Ele gostava tanto das histórias da velha Totônia que até escreveu um livro com o título “Histórias de Velha Totônia”. Antes de entrar pelo caminho das narrativas vou falar de algumas coincidências. Na cidade onde nasci no Rio Grande do Norte, passa um rio chamado rio Apodi. A Chapada do Apodi é uma região montanhosa, rica em calcário, e boa parte do trecho onde passa o rio é ladeada por lajes de pedras gigantes que formam piscinas naturais e um desses locais chamávamos de “poço das pedras”. A Paraíba, terra de José Lins, apesar de ser banhada pelo rio Paraíba, tem também um lugar chamado “Poço das Pedras”. Quando José Lins era pequeno, uma tia o levava para “tomar leite ao pé da vaca”. O mesmo aconteceu comigo. A vaca do nosso avô. Agora vamos às coincidências das contadoras de histórias. A narradora dos contos maravilhosos a José Lins do Rego era a velha Totônia. A minha narradora era minha mãe. E escrevi um livro intitulado “Histórias que mamãe contava”.

Rio Apodi RN

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.46


com filhotinhos no alto de uma árvore e começou a chantageá-la. Dizia ao pé da árvore: “Camarada Sabiá, jogue um dos seus filhotes para eu comer que estou com muita fome. Se você não jogar eu subo aí e como todos. Desesperado o Sabiá jogou um dos filhotes. E todo dia a raposa aparecia com a mesma conversa. Só restava um filhotinho e o sabiá começou a chorar com medo que a raposa aparecesse de novo. Aí o macaco a viu chorando e perguntou: “Que que houve

camarada sabiá?” O sabiá contou. O macaco disse: “Compadre sabiá, deixe de ser bobo. Essa raposa que anda por aqui não sobe em árvore. Quando ela ameaçar subir você diz que ela pode subir.” E a história tem um final feliz com o sabiá salvando seu último filhotinho. As histórias que eu mais gostava eram as histórias de rapazes pobres que desencantavam princesas e casavam com elas. Foi assim que acabei me casando com uma. Foto: arquivo

A História da Arte Manoel Carlos Conti Artista Plástico Jornalista

O Renascimento Na transição da Antiguidade Clássica para a Idade Média, podemos dizer que aconteceram ‘marcos’ históricos. O principal fato que marcou essa transição foi a ascensão do Islame. Quando pensamos em um fato que marcou o fim da Idade Média para o Renascimento teve vários fatos juntos, mas a meu ver e pelos meus estudos um deles foi predominantemente crucial, o fim das

guerras maciças que ocorreram na Idade Média e por isso o grito de liberdade principalmente dos artistas italianos que, de certa forma pois ainda estávamos no meio da Santa Inquisição, ‘poderiam mostrar sua arte livre’. Lógico que a Igreja não permitia tanta liberdade e muitos artistas foram ‘crucificados’ por quererem mostrar ao mundo fatos não ligados principalmente

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.47


a vida e morte de Jesus Cristo. Essas causas tem sido motivo de desavenças entre historiadores que têm ideias diferentes e nem de perto eu quero dizer que estou certo em meu pensamento, mas falo pelo que aprendi em aulas e em livros. De qualquer forma podemos dizer que o Renascimento teve um início inquietador e não menos excitante por esse motivo. O início da visão revolucionária dessa transição se iniciou com Petrarca em 1330. Nos 2 séculos que se seguiram esse conceito era tomado com uma volta do clássico Grego porém, a evolução do Renascimento veio mais adiante. Boccaccio, discípulo de Petrarca se interessa primeiramente na literatura. Na sua poesia achou interessante a poder fazer intervenções ilustrativas.

Santa Inquisição ‘cortaram asas’ de muitos artistas e as ilustrações e pinturas tinham de ter os olhos na vida e morte de Jesus. Na próxima edição quero descrever um pouco mais desse período importante das artes e chegaremos ao ano 1432 quando realmente começaram os verdadeiros anos do renascimento. Até lá!

Giotto di Bondone 1267 - 1337

Giovane Boccaccio 1313 - 1375 Mesmo sem conhecê-lo, Boccaccio demonstrou enorme admiração por Giotto e dizia que ele pintava a natureza com tanta perfeição que as pessoas confundiam a pintura com a paisagem real. Esse, como veremos mais a frente, foi um tema constante do pensamento renascentista que, ao imitar a natureza como parte integrante de ‘regresso aos clássicos’ da Grécia. Aos poucas a Igreja e a quase terminada

A Virgem com o Menino Museu Diocesano de Florença - Itália

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.48


Vida Saudável

Cida Tammaro Adm. de Empresas

Reflexões sobre o veganismo

pois os outros, acabam associando isso ao movimento. - Passe sempre em um nutricionista. Isso é importante, para todo mundo, vegano ou não. - Esteja disposto a abrir seu paladar. Experimente sabores novos. Aproveite tudo. - Não desista, mesmo que seja difícil. Não se importe com julgamentos, você conhece seu valor. O importante é tentar. - Mesmo que tenha recaída, não se sinta culpado. Tudo tem seu tempo. - Por fim, você não precisa necessariamente parar de comer carne por dó dos animais, por ser ativista, por ser hippie, ou por ser rico. Basta ter consciência, e escolher seus motivos, Fontes @jhonnatanvictor @bichopriguiça

Foto: Louis Hansel @shotsoflouis

Neste texto, seguem algumas idéias, sobre se tornar ou não vegano/ vegetariano. - Acredito que muitas pessoas não devem parar de comer carne de uma vez. A chance de seu corpo e seu paladar sentirem falta, é muito grande. Muitos que procedem dessa maneira, voltam depois de algum tempo, pois nosso corpo está acostumado com a carne, assim como um vício. Aconselho a começar a segunda-feira sem carne, e ir aumentando gradativamente. - Estude antes sobre o assunto. Precisamos conhecer nossos reais motivos, para parar de comer carne senão, ficaremos menos motivados, e acabaremos cedendo. - Não queira que todo mundo comece com você. Pense depois em trazer outras pessoas para esse movimento, respeitando sempre a individualidade de cada um. O tempo das pessoas é diferente e, cuidado para não se tornar chato,

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.49


Receitas Fáceis

Ebe Fabra Chef de Gastronomia

DICAS DE EBE FABRA NA COZINHA Já estamos no segundo mês do ano e só se fala sobre vacina. Todos temos esperança de que com ela, vamos poder retornar à nossa vida normal. Será? Os dias estão cada vez mais quentes, queremos nos refrescar. Ir à praia, piscina e tomar algo que nos refresque. Sorvetes, sucos, uma cervejinha estupidamente gelada. Vou dar algumas receitinhas pra esses dias quentes... CAMEMBERT EMPANADO Tempo de preparo: 20 minutos Rendimento : 4 porções Ingredientes 4 maços de ervas frescas (uma de cada tipo: hortelā, salsinha, coentro e manjericāo) picadas grosseiramente 3 colheres de (sopa) de azeite sal e pimenta-do-reino a gosto 1 colher de (sopa) de vinagre de vinho tinto 4 queijos Camembert (cerca de 150g cada um) 1 ovo batido 1 1/2 xícara de (chá) de farinha de rosca 3 colheres de (sopa) de manteiga 1 colher de (sopa) de óleo de canola Modo de fazer: Em uma vasilha, tempere as ervas com o azeite, sal,pimenta-do- reino e o vinagre. Reserve. Pincele os queijos com o ovo e passe-os na farinha de rosca. Em uma frigideira, aqueça a manteiga e o óleo em fogo alto. Abaixe a chama e doure os queijos até que pareçam estufados. Escorra em papel-absorvente e sirva com as ervas. Pode ser acompanhado com fatias de pão italiano.

Ideal para essas noites de verão é tomar junto com um bom vinho gelado branco. De origem francesa o Camembert é produzido com leite de vaca. Tem interior macio e sabor intenso. Um fungo faz surgir o mofo branco que deixa a casca aveludada. Se preferir uma variedade mais suave, troque-o pelo Brie. Delícia pra jogar conversa fora e desfrutar essa preciosidade com pessoas queridas. Tanto o Brie como o Camembert combinam muito bem com vinhos brancos mais encorpados e com boa acidez, como é o caso dos vinhos brancos produzidos com a uva Chardonnay ou tintos suaves (leves), como o Pinot Noir, Gammay, Tempranillo ou Merlot.

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.50


Tempo de preparo: 30 minutos Rendimento: 4 porções Ingredientes 800g de filé-mignon sal e pimenta-do-reino a gosto 3 dentes de alho amassados 2 colheres de (sopa) de azeite 300g de folha de espinafre 1 xícara de uva rosada e moscatel sem sementes 1 colher (sopa) de aceto balsâmico 1/2 xícara de amêndoa em lasca torrada Modo de fazer Tempere a carne com sal, pimenta-do-reino e o alho. Em uma frigideira, em fogo alto, aqueça o azeite. Grelhe a peça de filé dourando-a bem de todos os lados, sem deixar que cozinhe demais no centro. Retire e reserve. Na mesma frigideira, em fogo médio, refogue o espinafre e as uvas por cinco minutos. Junte o balsâmico, a amêndoa e misture. Sirva o filé fatiado com o refogado. Na Inglaterra onde foi criado, o rosbife tem status de prato principal, sempre servido quente, para ser fatiado bem

fininho. O ponto ideal é mal-passado ou seja, tostado por fora e rosado no centro. Teste apertando a carne, que deverá estar macia. Com essas delícias tenho certeza que vocês irão arrasar. Bom apetite! Fotos: arquivo da colunista

ROSBIFE DE FILÉ-MIGNON COM REFOGADO DE ESPINAFRE, UVA E AMÊNDOA

Diagramação, Reportagem, Fotografia, Desenho, Entrevistas, Propagandas, Folders, Folhetos, Identificação Visual, Montagem de livros e Revistas NOSSA REVISTA PRECISA SOBREVIVER PRECISAMOS DE DOAÇÕES EM QUALQUER VALOR Desde 1993

ENTRE EM CONTATO SE PREFERIR POR WHATSAPP COM NOSSO EDITOR MANOEL CARLOS

(11) 9.8890.6403

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.51


informe publicitário

O Cidadão e Repórter é um movimento social que desenvolve e transmite informações relacionadas a cidadania levando aos leitores e seguidores, a visão de repórteres 60+, baseada na nossa vivência e experiência e na divulgação e defesa dos princípios da democracia e da livre expressão.

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.52


Desde 1993

Diagramação, Reportagem, Fotografia, Desenho, Entrevistas, Propagandas, Folders, Folhetos, Identificação Visual, Montagem de livros e Revistas

(11) 9.8890-6403

contihq@hotmail.com

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.53


Falante e Fofoca

É O CAMINHÃO DO FAUSTÃO?

NÃO, É O CAMINHÃO DAS VACINAS!

CONTI/21

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.54


ESTÁ CHEGANDO MAIS UMA AJUDA PARA FAZER VOCÊ E SUAS IMAGENS APARECEREM LIBRA, UM BANCO DE IMAGENS GRATUÍTO

magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pág.55


magazine 60+ #20 - Fevereiro/2021 - pรกg.56


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.