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S.Paulo, Outubro/2019 - #4
Foto: Marisa Da Camara
Ano I
#4
Óbidos Uma cidade intramuros Destino Portugal páginas 23 e 24
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ESSA REVISTA TEM COMO PARCEIROS
magazine 60+ #4 - outubro/2019
Editorial
Manoel Carlos Conti Jornalista
Dizem que “a morte é como um ladrão, que entra sem avisar”. Já li muito sobre esse tema, sobre o qual muitas pessoas tremem só de pensar. Vejamos sob este prisma: digamos que você foi promovido, seu salário aumentou, você encomendou um carro novo, que está para chegar, seu filho vai se casar, você ganhou um bom prêmio na loteria e, de repente, num passeio divertido com alguém querido, você tem um “peripaque” e morre. É o fim! Nas religiões ocidentais dizem que esse é, de fato, o fim. O corpo morre e a alma vai para o céu ou para o inferno. O es-
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30/09/2019 Periodicidade mensal
Distribuição Gratuíta pela Internet Jornalista Responsável
Manoel Carlos Conti Mtb 67.754 - SP Revisão geral
Marisa da Camara *Todas as colunas são de inteira responsabilidade daqueles que a assinam
2 piritismo, por sua vez, acredita na reencarnação, em busca do aprendizado e da evolução de cada espírito. Nas religiões orientais falam sobre a reencarnação, na qual o corpo morre e a alma retorna à vida, em outro corpo, para continuar seus destinos. No Budismo, por exemplo, dizem que nossa alma vai e volta várias e várias vezes, até que essa alcance o Estado de Buda, quando a água do corpo volta para a água, o pó volta para a terra e o calor volta para o sol, mas a alma passa a ser Universal. Dizem que “das certezas dessa vida, a única que temos é que iremos morrer um dia” e então, muita gente vai chorar e dizer consigo mesmo, “se eu soubesse que ele tinha essa doença...”, ou ainda, “ele queria tanto viajar para ver aquela cachoeira e não deu tempo...”. Há dores que fazem sentido, como a dor do parto. É uma nova vida que está chegando. Agora..., não me parece fazer sentido as dores daqueles que usufruem dos seus últimos dias de vida. Estar preso a uma cama hospitalar, sofrendo com as escaras, com as agulhas pelo corpo, com os efeitos colaterais dos medicamentos, além da humilhação de ter sua fralda trocada ou limpa, por terceiros, e ver, desse leito, algumas pessoas dizendo ao médico: “Doutor, o senhor não pode aumentar a dose de remédios para que ele não sofra tanto...?” Penso ser muito egoísmo desses que ficam querendo nos ver sofrer, nesse momento. Hoje, acho que para tudo há um tempo e que corremos quando era para correr, jogamos quando era para jogar, sorrimos quando era para sorrir, comemos conforme a vontade ou a fome e morremos porque chegou a hora de morrer. A morte faz parte da vida. É o episódio final, ao menos, aos que ficam. Aos parentes, amigos e conhecidos, que se vão, deveríamos aplaudir em seu momento de partida. Eles cumpriram sua missão de vida! Essa semana perdi meu irmão mais novo. Marino, onde estiver fique em paz. Me desculpem abordar esse assunto, mas eu não poderia deixar de fazê-lo contato: contihq@hotmail.com cel. (11) 9.88906403
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Diferentes tons de branco
arquivo
CriativA Idade
Jane Barreto Psicopedagoga e Arteterapeuta
O envelhecimento humano ocorre por causa do processo de desgaste das células do organismo, ele não ocorre de forma homogênea, na medida em que o ser humano se torna adulto ele envelhece, cada dia é um dia em que a natureza desenvolve mistérios entre os DNAS, genética e meio, desde a infância até a chamada maturidade, terceira, quarta e outras tantas nomeadas idades, enfim, as pessoas se aproximam da realidade do envelhecer com diferentes formas de reagir a ela. E por que? já ouviram o ditado de cultura popular “o que seria do vermelho se todos gostassem do azul?”, então, seres humanos são pessoas singulares, que tem gostos, pensamentos, atitudes valores, crenças, práticas, histórias e vidas distintas, e nessa distinção encontramos diferenças... há beleza na diversidade, há encantamento no outro que não é igual a ninguém, mas que também não é naturalmente desigual, ele só é desigual se o fazem, mesmo o que o torna diferente faz dele tão semelhante a todos quanto aos que seguem na inercia de não perceberem que contrário de diferença é semelhança e não desigualdade. O tom que cada um dá à sua obra inacabada, sua história de vida, é particular, único, mesmo assemelhando-se a outros e encontrando identidade em alguns, pessoas que são e estão em tons diferentes em todas as fases da vida. Pessoas tem além de idade, sonhos! Ah os sonhos... podem ser semelhantes, mas também são diferentes, cada um tem um, mesmo que o desconheça, cada sonho tenha sua intensidade no tom de
existência que o autor dele quer dar. A cor branca é singular não é única, mesmo sendo a mistura de todas as outras cores, necessita das demais para ter utilidade, para existir... ela dá tom a todos os outros tons, colorindo a diversidade, transformando o branco em cinzas, grafites, prateados, acinzentados, azulados, clareados, escurecidos, tinturados após terem sido acastanhados, amarronzados, louros, avermelhados e pretejados por muito tempo. Cada um tem seu tom, sua forma de existir no tempo e no espaço, não há porque valorizar apenas um tom se as experiências tem impressas em si menos ou mais intensidade. O valor dado a diferença, nos faz sensíveis, humanos, nos dá novo sentido para vida, não somos como somos porque simplesmente somos, há algo, algum mistério envolvido nessa complexidade da vida. Tonalizando em diferentes tons, o branco torna-se pano de fundo para o colorido da vida, mesmo que o seu céu não esteja azul todos os dias, você pode experimentar apreciar os tons de cinza que esse céu te traz dando a devida importância por estar vivo! Há escolhas, pode-se realizá-las e descobrir que a vida é plena nos diferentes tons de brancos. contato: janenova@terra.com.br
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Treine sua memória com lápis de cor e papel Empreendedor/Tecnologia
Marcelo Thalenberg Empreendedor escreve artigos sobre tecnologia
divulgação
Em determinados momentos de nossa vida, por diversos motivos, achamos que nossa memória não rende como antigamente, mas há menos de 100 anos um ser humano normal não recebia a carga de informação que recebemos, em um único jornal diário. Ansiedade e stress não nos ajudam a lembrar do que precisamos. Diversos métodos de treinamento de memória estão disponíveis, entram e saem de moda e nem por isso deixam de ser eficazes. Este artigo é sobre mapas mentais ou “mind mapping”, em inglês. Mapas mentais: Mapa mental, ou mapa da mente[1] é o nome dado para um tipo de diagrama, sistematizado pelo psicólogo inglês Tony Buzan, voltado para a gestão de informações, de conhecimento e de capital intelectual, para a compreensão e solução de problemas; na memorização e aprendizado. Tony Buzan conta que, quando criança, adorava tomar notas e aprender, mas na adolescência o pensamento começou a ficar confuso. Passou a odiar tudo o que se relacionava com estudo, especialmente a tomada de apontamentos e observou que quanto mais anotava, tanto mais os estudos e a memória pioravam. Em um es-
forço, começou a sublinhar palavras e ideias chaves, em vermelho, e a escrever o que era importante em quadriculas e, como por magia, a memoria começou a melhorar e foi o início do desenvolvimento de mapas mentais. Uma folha de papel e um caixa de lápis de cor é todo o material necessário para você treinar, no meu caso adquiri o livro Mapas Mentais de Tony Buzan (link do resumo: http://bit.ly/2kML5xC) de compreensão simples e com vários modelos de mapas, como mapa mental para solução de problemas simples ou mapa mental para um fim de semana romântico. Pois é..., como treinar a mente para que o fim de semana seja romântico? Agora, se você é online dependente, há dezenas de sites que oferecem desenvolvimentos com mapas mentais ou, em inglês, “mind mapping”, pesquise e escolha o que lhe atende melhor. Memória Brilhante é outro livro de Tony Buzan que apresenta técnicas eficazes, de fácil aplicação, para ter em mente o que deseja. Bom treino!
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Curiosidades sobre Israel - Entrevista Dicas de Viagem
Anete Z. Faingold Engª. da Computação
Em julho, convidei um casal de amigos para viajarem conosco, para Israel: Silvia e Evaldo. Neste artigo, entrevisto os dois: 1. Antes de viajar que imagem vocês tinham sobre Estado de Israel? R.: Tínhamos um misto de imagens. Cidades históricas e antigas, com forte conotação religiosa, traços acentuados de cultura divisional, fechada entre as diversas religiões. O risco de ataques e acidentes também prevalecia, em nossas dúvidas, quando planejávamos a opção por Israel. 2. Como decidiram seguir nesta empreitada? R.: Uma boa parte do nosso encorajamento veio da experiência de vocês, judeus, que viveram por anos em Israel e passaram, com muita propriedade, informações, que foram decisivas em nossa opção de seguir viagem para Israel. 3. Qual foi a primeira cidade visitada? R.: Iniciamos por Haifa, por ser uma grande cidade, embora jovem, muito bem estruturada e que chama muita atenção pela convivência pacífica, entre vários povos e religiões. Não esperávamos e, de repente, estávamos em uma cidade moderna, com ótimo sistema de transporte, vida noturna e segura. Haifa é próxima a locais históricos, como os Jardins de Baha´i, a Colonia Germânica, e Dado Beach, uma orla de praia linda, bem estruturada, para se passar o dia com excelente serviço de apoio e ótimas opções de restaurantes e lanchonetes. Um charme. 4. A segunda cidade foi Jerusalém. O que sentiram quando chegaram nesta cidade? R.: A cidade de Jerusalém é de grande
riqueza cultural e herança histórica, logo se percebe porque é chamada de Terra Santa, convivendo o novo e o antigo. A cada olhar você se depara com uma construção antiga, um monumento, uma praça histórica restaurada, a sinagoga centenária, ruas restauradas, shopping, restaurantes, o mercado árabe, lojas e muito movimento. A alegria do povo chama à atenção, o amor à arte e música de rua, inclusive com pianos fixos no meio das praças. O ponto alto ficou por conta de Jerusalém antiga, local sagrado, que muito nos emocionou. Com tanta história religiosa, lado a lado, estão três religiões: monoteístas cristãos, muçulmanos e judeus. Além disso, encantadoras ruelas, templos, igrejas, mesquitas e sinagogas, bem como o mercado, onde se encontra de tudo, em uma arquitetura antiga e contemplativa. Percorremos a via dolorosa e estivemos no muro das lamentações. Arrepia de ver tanta fé! Ficamos muito impressionados com o Yad Vashem - Museu do Holocausto, imperdível local de profunda reflexão, com riqueza de detalhes, desse triste acontecimento na humanidade. 5. A terceira e última foi Tel Aviv, certo? Contem, um pouco, de como sentiram a cidade. R.: Tel Aviv foi uma ótima surpresa. É uma grande e moderna cidade, com seus edifícios no estilo Bauhaus, baixos e em formato de caixa, que dá à cidade um ar bege. Uma cidade pulsante, com ótimo sistema de transporte público. Servida por ótimos restaurantes, museus, mercado Carmel, bares, padarias e um comércio forte, Tel Aviv ainda conta com uma impressionante estrutura de praia, banheiros públicos, locais para banhos e lava-pés, disponíveis em toda a sua linda orla, banhada pelo Mediterrâneo. O pôr do sol é imperdível! Pelas ruas de Tel Aviv chega-se a Jaffa, com sua importante história, ruas com casas antigas e muitas lojas de obras de arte. Como em toda Israel, percorre-se, rapidamente, vários pontos. Tudo é muito próximo. 6. Que excursões fizeram? R.: Mar Mor-
magazine 60+ #4 - outubro/2019 to: Conhecer o Mar Morto foi uma experiência única, que nunca mais esqueceremos. Muito calor, água hiper-salgada e flutuante. Pena que esteja secando...! Massada: Uma fortaleza em meio ao deserto. Saber que Herodes ali construiu a sua fortaleza, foi um interessante acesso ao passado. Não houvesse o teleférico, a 400 metros de altura, cremos que o local seria abandonado. Cesareia Marítima: Um complexo arqueológico e ruínas, com uma história muito importante. Fomos guiados por um amigo judeu, professor de história, que tornou ainda mais rica a visita. Akko: Percorremos essa cidade antiga, antigo porto fenício, com muita história, ruelas, túneis, com as suas mesquitas, igrejas e um complexo com museu e fortalezas. Nazaré: Essa visita nos remeteu á fé cristã. A Basílica da Anunciação de Nazaré é muito linda e de importante significado, onde se é possível ver a comoção dos peregrinos. Yardenit Rio Jordão: Local de muita fé, com seus batismos emocionados. Foi possível sentir a fé de povos vindos de toda parte do planeta. Cafarnaum: Uma volta ao passado nas origens do cristianismo. Emocionante saber que Jesus e Pedro conviveram naquele local! 7. Sua imagem sobre o Estado de Israel mudou nesta viagem? R.: Mudou completamente! Israel é um
6 país muito seguro, com pessoas gentis e prestativas, onde a religiosidade não interfere na rotina de vida, o moderno convive com o antigo sem choques, oferece conforto e comodidade ao turista, com uma gama infindável de pontos a serem conhecidos. Um país preocupado em preservar o passado e construir o que há de melhor para o futuro. Algumas dicas finais: 1. Aos finais de semana aluguem carro, pois quase não existe transporte público. 2. Em Israel Domingo é dia útil. Mas se forem em lugares cristãos vejam a programação antes. O dia sagrado dos muçulmanos é sexta-feira. 3. Levar roupa discreta, cobrindo os ombros. Nos lugares cristãos retirar chapéu e ir com roupas discretas. Se sair de shorts ou bermuda, leve uma calça comprida, para essas ocasiões. 4. Se forem no verão, tomem muita água 5. Se forem vegetarianos vão se regozijar, pois Tel Aviv é considerada a cidade mais vegetariana do mundo. 6. Comprem um chip para telefone, na cidade, em lojas de celular. Curtam muito a viagem e aproveitem este país que tanto tem a brindar. Os entrevistados foram Evaldo de Queiroz, casado, 62 anos, aposentado, Advogado, Administrador e Negociador Sindical, trabalhou na direção de Recursos Humanos para o Brasil e América do Sul em grupos multinacionais e Silvia Schneider de Queiroz, casada, 62 anos, aposentada.
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Picassiette – A arte de mosaico com louças Reutilizando materiais
João Alberto J. Neto Analista de sistemas
Picassiette nome baseado na história de Raymond Isidore (19001964), um zelador de cemitério em Chartres, a 96 km de Paris, França. Em 1929, após comprar um terreno e construir uma casa, Isidore passou a recolher fragmentos de louça e porcelana e, posteriormente, passou a recolhê-los pelos lixões da cidade. Por esse fato, deram-lhe o apelido de Picassiette, como uma construção de Pique (roubar) e assiette (pratos). Com esses
fragmentos, ele decorou o interior e a parte externa da casa, concluindo em 1962. Falecendo em 1964, sua viúva continuou na casa até 1979 e hoje é considerado como Monumento Histórico Nacional. Até recentemente o picassiette era conhecido como revestimento de ambientes, utilizando louças e outros materiais. A inovação, embora ainda tratada como picassiette, está na introdução ao mundo do mosaico. São obras retratando figuras – animais estilizados, uma determinada cena, jardins com flores ou uma simples flor - onde a beleza, complexidade e destreza do artista estão interligados, formando um trabalho único. Aliás, destreza é que não deve faltar, pois, cortar uma bonita peça de porcelana que às vezes mora no coração de uma pessoa, sem medo de inutiliza-la, é realmente temeroso quando não se conhece a técnica, mas... técnica se aprende com bons professores. Os Piffer No Brasil, o nome em referência é Solange Piffer, artista reconhecida internacionalmente, residente na cidade de Pompéia, a 450 km de São Paulo – SP. O casal Piffer tem uma história interessante a respeito dessa introdução, pois, recém casados, ambos artistas, ela trabalhando com mosaicos e ele com forja artística, possuíam uma geladeira velha e Solange costumava colocar louças sobre ela, visando
magazine 60+ #4 - outubro/2019 decorar a cozinha. Como a geladeira tremia quando ligava e desligava, um dia a louça acabou caindo e quebrando. Como eram peças de estimação, ela resolveu guardar, pensando em, eventualmente, ter alguma utilidade no mosaico. A oportunidade surgiu em um trabalho onde o material foi utilizado para compor flores. Gostando do resultado, o casal resolveu investir no negócio, pesquisando, testando novas formas de corte e variações de aplicação e, com o tempo, as divulgações nas redes sociais ganharam destaque e interesse, levando-os a ministrar cursos. Segundo Solange Piffer: “Eu nem
8 sabia como se chamava essa técnica. Fui alertada por uma cliente que me disse que se enquadrava em Picassiette. Apesar de achar a palavra feia, fui ler a respeito e fiquei sabendo da história original, mas o que Isidore fazia não era um Picassiette figurativo, como o nosso. Ele até montava figuras, mas só colocava as peças. Não as quebrava com esse propósito”.
Fotos: enviada pelo colunista
Aquelas flores foram apenas o início, levando-os a inovar e ousar cada vez mais, criando e aperfeiçoando os cortes e desenhos. Com flores cada vez mais exuberantes, introduziram a confecção de painéis e figuras de aves e animais. Juntando investimento e ousadia, pois o mercado na região onde moram é mais restrito e o interesse pelos seus trabalhos começando a produzir frutos, passaram a ministrar cursos também em outras cidades e até em outros países. Recentemente lançaram duas publicações, que explicam o passo a passo para a confecção de trabalhos, utilizando a técnica, sendo um específico sobre flores e outro sobre a confecção de galos, em mosaico, ambas com versões em português e inglês. A ousadia e criatividade fazem parte da arte. A arte que gostamos de ver e aprender.
Referências: Marjorie Simões - followthecolours.com.br Solange Piffer Mosaicos facebook.com/solangepiffermosaicos
Até mais...
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O perigo do silêncio Divã
Sandra Regina Schewinsky
Psicóloga - Neuropsicóloga
Arquivo
Setembro amarelo foi hiper divulgado, com cartilhas contra o suicídio e muito se falou sobre os adolescentes e crianças. Preciso alertar, aqui, que o maior número de casos está entre a população idosa. No Brasil entre 1980 e 2012 o índice nesta população subiu 215,7%. No meu dia a dia, percebo que há uma grande falta de atenção para com nossos idosos. Muitos amargam a solidão, perdem os companheiros de jornada, a família não tem tempo para eles e as restrições de locomoção dificultam as saídas. Vejo vários casos de depressão após a aposentadoria, em que as pessoas desenvolvem o sentimento de inutilidade, falta de perspectiva e redução da capacidade financeira. Não é incomum o uso abusivo de álcool, em tais situações, o que piora as relações familiares e diminui muito as redes de apoio. A depressão associada ao álcool pode aumentar o risco de atos impulsivos e, diferentemente do jovem, que pode tentar até 20 vezes o suicídio, o idoso geralmente obtém êxito na primeira vez. Doenças limitantes, evolutivas e degenerativas, acompanhadas de dores e dependência, também são fatores desencadeantes para o desejo de colocar fim a própria vida. Todos passamos por provações, traumas e sofrimentos ao longo da vida, mas com o passar do tempo há o desgaste natural do corpo e da saúde. Os idosos também perdem as forças emocionais, para lidarem com as adversidades. Eles ficam frágeis, medrosos, assustados e suas angústias raramente são escutadas e valorizadas. Muitos anciões reclamam a perda de
autonomia, em que as famílias se desfazem de suas moradias e os colocam para residir em dependências menores e sem privacidade, na maioria das vezes, tais decisões são precipitadas, sem consulta prévia e sem um preparo emocional. Há muitos casos de idosos que dão sinais sobre a intenção de aniquilamento, inclusive em consultas médicas, mas falta preparo e conscientização, tanto dos profissionais como dos familiares, para perceberem os pedidos de ajuda recônditos. Também me preocupo com o suicídio lento, sem alardes e muito menos perceptível. Costumo chamar de suicídio homeopático, em que as pessoas vão diminuindo aos poucos a alimentação, os autocuidados, falando menos e perdem o interesse por situações de convivência com os outros. É como a chama de uma vela que se apaga aos poucos. Infelizmente, não há a fórmula mágica para erradicar o suicídio do planeta, mas é mister perder o preconceito e falar abertamente sobre o assunto, não desconsiderar falas de intenções de morrer ou sumir, como se fossem chantagens emocionais ou tentativas de chamar a atenção. É preciso prestar atenção aos pequenos sinais de tristeza, ansiedade, angústias e perdas de interesses. Para você, querido leitor, se estiver rondando pelos vales sombrios da depressão, da desesperança ou desespero, procure ajuda especializada, fale sobre seus sentimentos e EU GARANTO, QUE O SOL VOLTARÁ A BRILHAR EM SUA VIDA. Um grande abraço.
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Ana Luna Cabelo Branco Crônicas do Cotidiano
E os cartões de Natal? De aniversário, de agradecimento? Até o telefone ficou obsoleto. Tudo funciona com mensagens e e-mails. Ficou impessoal. Parece que cada um tem seu mundo. Ontem estava em uma sala de espera e todos com seus fones de ouvido e uma mulher lendo um livro. Olhei para ela e sorri. Houve uma cumplicidade, um entendimento entre nós. O homem e seu novo brinquedo. O homem e suas novidades. O que diria meu pai, que se foi em 1990, se voltasse hoje? Seria interessante! O que ele pensaria desse “admirável mundo novo”? Fora a obsessão de se ter um aparelho de última geração. Cada vez mais caros. Cada vez mais completos. Crianças não brincam mais. Elas querem o celular. “Já nascem sabendo mexer”, é o que dizem... O que você pensa desse nosso mundo? É um Admirável Mundo Novo?
Ana Luna Graduada em Letras
Estamos enlouquecendo! Na escadaria pública uma mulher sobe titubeando e eu, logo atrás, penso que ela está com dificuldades, mas noto que ela está ao celular... Na rua as pessoas andam feito robôs, observem: estão ao celular. Um carro não anda, quando o semáforo fica verde: celular. No metrô há uma espécie de corrida, para pegar um lugar, para ficar ao celular. Quem fica em pé faz o mesmo. Sala de espera em consultórios, ônibus, aviões e nos aeroportos. Ninguém se olha mais e nem se vê. Lembram do tempo das cartas e juras de amor? Lembram das visitas aos amigos e parentes?
Foto: enviada pelo colunista
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Desobediência civil Contos II
João F Aranha
Cidadão e Repórter
Quando Gandhi foi estudar direito, em Londres, tentou comer carne e se vestir de acordo, mas no fundo ele queria se tornar um inglês, para que fosse respeitado. A sua cor da pele e seu inglês sofrível logo o traíram. Não demorou muito para procurar a sociedade vegetariana de Londres e, seguindo essa trilha, chegaria a Sociedade Teosófica de Madame Blavatsky e Annie Bessant. Bem recebido, Gandhi se espanta com o conhecimento que esses ingleses têm dos livros sagrados hindus, o Bhagavad Gita e os Upanishads. Ele que sabe muito pouco do sânscrito, resolve dedicar seu tempo a ler e estudar. Toma conhecimento de textos cristãos e se encanta com o Sermão da Montanha, com a obra “Até o Último”, do inglês John Ruskin e com o texto que mais o influenciaria, o pouco conhecido Manual da Desobediência Civil, do escritor e filósofo transcendentalista americano, Henry D. Thoreau. O que encanta Gandhi é que esses autores não se limitaram a apenas escrever; eles partiram para a ação, colocando em prática suas ideias. Gandhi implanta o que chamou de Satiagraha – “Satia”, de verdade e “Graha”, de força. Estava implantada a Ahimsa, a não violência. Thoreau em seu Manual se baseia, inicialmente, na obrigação imposta pelo governo americano aos cidadãos, para que paguem um imposto específico que visava subsidiar a guerra travada contra
magazine 60+ #4 - outubro/2019 o México (1846-1848). No seu entender a guerra objetivava apenas acrescentar mais territórios e implantar nesses territórios a escravidão, sempre com o intuito de fazer prevalecer os interesses econômicos, em detrimento do bom senso e da consciência de cada um. Thoreau diz: “Deve o cidadão, por um momento sequer, ou num grau mínimo, renunciar à sua consciência, em prol do legislador”? A desobediência civil visa, de forma não violenta, sensibilizar a opinião pública, encorajando-a para que reaja frente a leis injustas, não colaborando com o dano que ela mesma condena. Embora ilegal, atitudes de desobediência civil não são antijurídicas. Não é resistir aos governos democraticamente eleitos, mas se posicionar no sentido de reforçar o vínculo entre a sociedade civil e o poder constituinte. Propõe ser um catalisador de coragem, uma solução democrática de afirmação da cidadania, uma transformação melhor e mais justa da vida em sociedade. Por se negar a pagar o imposto, que julgava injusto e que feria sua consciência, Thoreau foi preso e na solidão do xadrez meditava, a respeito da pena que lhe havia sido imposta, como se ele fosse apenas composto de carne e osso, ignorando o sentido moral e intelectual de um homem, cujos ideias extrapolavam os limites físicos e deveriam perdurar pela eternidade. Observação: O Manual da Desobediência Civil de Henry David Thoreau costuma ser parte integrante de sua obra Walden ou A Vida nos Bosques, publicado em 1854, considerado um dos cem livros mais edificantes para a humanidade. Talvez, sem Thoreau, não teríamos tido a filosofia da resistência não violenta, de Gandhi, não atentaríamos para o papel que uma voz isolada representa contra as guerras de conquista e da escravidão, além de chamar à nossa razão para uma necessária atenção para os cuidados com o meio ambiente e, principalmente, relembrar o respeito à liberdade individual e ao direito às diferenças e à diversidade.
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Se encontrar um lider, mate-o Crônicas do Brasil
Heródoto Barbeiro Jornalista/Historiador
Heródoto Barbeiro é âncora e editor-chefe do Jornal da Record News, em multiplataforma
Esse título foi inspirado em uma frase de um monge : Se encontrar um Buda no meio do caminho, mate-o. Claro que é uma alegoria, ou seja se uma pessoa disser que é um iluminado, certamente não é. Um iluminado não se identifica, é identificado por outras pessoas. Mais ou menos o que disse o Vinicius, no Canto de Ossanha : O Homem que diz sou, não é; o homem que diz vou, não vai... O mundo corporativo, público ou privado, está em busca de líderes que tenham todas as qualidades para gerir a empresa, e acima de tudo dar resultado para os acionistas. Tem que ter todas as qualidades ou “skills” que todo departamento de RH sabe de cor e salteado. Os candidatos também, tanto que preparam os currículos dentro dos padrões aconselhados por uma verdadeira biblioteca, exposta nos book shops dos aeroportos de todo o mundo. Eu sou um líder diz o candidato na sua apresentação. Ai dele se encontrasse o monge... Na sociedade só é possível um líder. Mais de um vai criar divisão interna, pontos de vista diferentes e pode levar a comunidade ao caos. Por isso o líder mais velho não pode, de forma alguma, admitir a existência de um concorrente. Nem que seja preciso mata-lo. Por isso a abelha rainha vigia o tempo todo se uma nova rainha não está para nascer. Todas as operárias podem se tornar rainhas, basta que sejam alimentadas com uma boa quantidade de alimento rico em vitamina E, como a geleia real, que é produzida pela operária, e não pela rainha, como se imagina. Assim, ao despontar uma nova rainha, a velha não perde tempo, usa o seu ferrão, que mais parece um sabre, e
mata a futura rival. Não tem para ninguém. Quando um criador de abelhas precisa trocar uma velha rainha por uma nova, ele tira a primeira e aguarda alguns dias antes de depositar a nova. Se fizer isso imediatamente, as operárias se agrupam e matam a nova líder da colmeia. É necessário que a comunidade sinta a falta de uma liderança para aceitar uma estrangeira, ainda que jovem. Nesse período, dizem os apicultores, ouvese um choro das operárias na colmeia. De volta ao mundo corporativo. Demitir um líder que tem o controle da máquina e do time e imediatamente substituí-lo por outro recém contratado é um risco. Os liderados, ainda que queiram manter os empregos, vão estranhar. É inevitável uma comparação do novo com o velho líder. Na maioria das vezes o que saiu é melhor do que o que chegou. Críticas disfarçadas são trocadas entre os liderados e os erros do novo líder são amplificados. Não seria o caso da empresa imitar as abelhas e deixar um espaço entre a saída do velho líder e a introdução do recente ? Os líderes não querem perder os cargos, remunerações extras, regalias e acima de tudo a obediência de todo o seu time. É cioso disso tudo e até confunde sua própria existência neste planeta com a posição que ocupa. Muitos não são capazes de viver sem o cargo, por isso, ao serem trocados, entram em profunda depressão e buscam o apoio de renomados coaches ou head hunters. Por isso, o líder encastelado no poder vive todo o tempo possível vigiando os liderados para tentar identificar se entre eles existe algum que possa ocupar a sua função. O manual de gestão reza que todo líder deve treinar alguém para substituí-lo. Será que isso acontece na maioria das corporações ou lança-se mão do exemplo da velha abelha rainha ? thriveglobal.com
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Indios e Judeus nas américas Nosso Mundo, Nossa Cultura
Reuven Faingold Historiador
Na segunda metade do século 17, um considerável número de “cristãos novos” ou judaizantes portugueses emigrou da Holanda protestante ao Novo Mundo e do Novo Mundo a Holanda. O aventureiro Aaron (Antônio) Levi Montezinos (Vila Flor 1605 - Recife 1650) foi um viajante sefaradita que embarcou rumo às Índias Ocidentais, visitando a capitania de Pernambuco e explorando a província de Quito no Equador. Já nas Américas, documentou a existência do índio Francisco. O índio Francisco observava costumes bastante diferentes do resto das tribos. Ele tinha por hábito não cortar o cabelo nem fazer sua barba. Tomava banhos, rituais purificadores nos rios, denominava seu Deus de Adonai e reconhecia os três Patriarcas (Abraham, Isaac e Jacó) como seus legítimos ancestrais. Sua enorme curiosidade o levou a penetrar no sertão brasileiro, até atingir as ribeiras de um rio caudaloso, talvez o Rio das Amazonas. Lá, Levi Montezinos conversou com Francisco e com outras gentes estranhas, que diariamente recitavam as sagradas palavras “Shemah Israel, Adonai Eloheinu, Adonai Echad” (Ouve Israel); sem dúvida - desde tempos remotos - a verdadeira essência do Judaísmo. Estes aborígines, que cercavam Francisco, não se consideravam somente uma parte inseparável do rebanho de Jacó; como também afirmavam descender das tribos de Reuven e Levi. Baseando-se em depoimentos do próprio Francisco, Aaron Levi Montezinos entendeu que estes nativos poderiam constituir-se em vestígios vivos das Dez Tribos Perdidas, possivelmente assentadas em tempos remotos, nas regiões mais recônditas das Américas; principalmente nas frias e intransponíveis terras próximas à cordilheira dos Andes. De imediato, este judeu
holandês redigiu um Relatório que lhe foi entregue a Manuel Dias Soeiro, conhecido na época como o rabino Menasseh ben Israel (1604-1657), umas das maiores autoridades rabínicas da Europa. Retratado pelo pintor Rembrandt, Rabi Menasseh ben Israel era um homem curioso que não se conformou apenas em tomar conhecimento desta fascinante história (lenda) acerca das raízes judaicas dos índios americanos, mas decidiu também transcrever o Relatório Montezinos no prefácio de sua obra “The Hope of Israel” (A Esperança de Israel) publicada em Amsterdã em 1659. No capítulo 37 do texto, o rabino holandês escreve: “Faz tempo que as Índias Ocidentais estão habitadas por uma parte das Dez Tribos que passaram do outro lado do Tartarie, pelo estreito de Anian”, localizado atualmente no canal de Bering. Obviamente, nenhuma exploração posterior confirmou a hipótese levantada. Porém, numa obra intitulada “A Journey to Jerusalém” [Uma viagem a Jerusalém], publicada em Glasgow em 1786, o inglês Richard Burton (pseudônimo de Nathaniel Crouch) relacionou os índios norteamericanos com as “Dez Tribos Perdidas” em 722 a.E.C, durante o reinado de Sargon I. O texto de Ben Israel “A Esperança de Israel” foi dedicado ao Parlamento britânico que, liderado pelo célebre estadista e político Oliver Cromwell (1599-1658) autorizara o “Resettlement”, a volta definitiva dos judeus à Inglaterra após 350 anos, desde sua expulsão pelo rei Eduardo I, em 1290. A tese endossada por Menasseh Ben Israel estava sustentada na premissa de que o Relatório Montezinos constituía uma prova contundente da presença nos trópicos da Profecia de Israel, na qual as Dez Tribos Perdidas seriam futuramente congregadas na Terra de Israel. A rigor, a desejada ideia de congregação das diásporas (kibutz galuiot) representava uma nova face da ideia messiânica. Naturalmente, o exótico relato de Aaron Levi Montezinos alimentou a curiosidade de círculos não judaicos. Por volta do ano 1650, o escritor inglês Sir Thomas Tho-
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rowgood (1595-1669); redigiu uma obra that Race” [Judeus na América ou procontroversa intitulada “Jews in América babilidades de que os americanos sejam or Probabilities that the Americans are of desta Raça]. Naturalmente, neste curioso episódio despertou nossa atenção pela descontextualizada classificação “sóciodarwiniana” dos judeus como uma raça. Isto seria viável em pleno século19. Em 1652, apareceu em Londres uma replica à obra anteriormente mencionada, da autoria de Sir Hamon L´Estrange (1583-1654) com o título “Americans no Jews or Improbbilities that the Americans are of that race” [Americanos não judeus ou improbabilidades de que os americanos sejam desta raça]. A esperada tréplica não demorou, e por volta de 1660, veio a tona a resposta definitiva de Sir Thorowgood sob o título “Jews in América or Probabilities that those Indians are Judaical, made more probable by some additionals to the former conjectures” [Judeus em América ou probabilidades que os índios sejam de origem Alfredo Roque Gameiro e judaica, através de conjunturas]. Estes António Conceição Silva, textos se encontram na SOR (Seção de “O Desembarque” (pormenor), Obras Raras) da Biblioteca Nacional, na Gravura, 1900. Universidade Hebraica de Jerusalém.
Não deixe que as pessoas te façam desistir daquilo que você mais quer na vida. Acredite. Lute. Conquiste. E acima de tudo, seja feliz.
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O que fazer para manter a juventude e se tornar um Super-Senior?
Cientistas de Harvard dizem que sair da zona de conforto é uma das chaves para se manter jovem
Mudança de Hábito
Silvia Triboni Viajante Sênior e Repórter 60+
Depois de uma certa idade, se existe uma coisa que estamos sempre atrás é a desaceleração do tempo ou uma fonte da juventude. Enquanto jovens não sofremos o peso dos anos em nossa face ou em nosso corpo, mas a partir das primeiras rugas, dos primeiros sinais de que a nossa “máquina” já não é mais tão ágil ou flexível, corremos para os médicos e cientistas, em busca de uma técnica milagrosa ou de algum tratamento revolucionário, que retarde o nosso envelhecimento. Será que eles existem? Desconheço, entretanto, há um grupo de idosos que parece ter encontrado a tão falada “Fonte da Juventude”. A ciência já os identificou e os estudou. São chamados de Super-Agers ou Super-Idosos ou, também, para mim, Super-Seniors. Para minha alegria, um dos ingredientes fundamentais, revelados pela ciência, para que nos tornemos Super-Seniors é sair de nossa zona de conforto, algo que naturalmente acontece quando viajamos. Em meu trabalho, de coleta de comprovações científicas, dos benefícios decorrentes da prática do turismo e das viagens, tenho encontrado especialistas a confirmarem os ganhos à saúde cerebral, mental, física e emocional, que podem ser alcançados através destas atividades. Para consolidar um pouco mais a tese que defendo, temos a matéria apresentada pela Harvard Medical School, so-
bre os fatores que fazem com que certos idosos tenham se tornado Super-Seniors. Quem são estes Super-Seniors? Os cientistas afiliados a Harvard, quando tratam destes humanos privilegiados, referem-se a pessoas na faixa dos 70 e 80 anos, que têm a capacidade mental ou física de pessoas até 30 anos mais jovens. Como esses idosos se tornaram Super? Segundo o Dr. Bradford Dickerson, neurologista do Hospital Geral de Massachusetts, afiliado a Harvard, e seus colegas que estudam os Super-Idosos, há vários anos, abraçar novos desafios mentais pode ser a chave para se preservar o tecido cerebral e a função cerebral. Em um estudo, 81 adultos saudáveis - 40 dos quais tinham entre 60 e 80 anos e 41 deles tinham entre 18 e 35 anos – foram lidos uma lista de 16 substantivos seis vezes. Vinte minutos depois, eles foram solicitados a relembrar o maior número possível de palavras. Enquanto 23 dos participantes mais velhos recordaram nove ou menos palavras, uma pontuação considerada média para a sua faixa etária, 17 idosos – os Super-Seniors – lembraram 14 palavras ou mais, uma pontuação semelhante a dos participantes mais jovens. Embora os cérebros dos Super-Idosos mostrem menos perda de células do que os de seus contemporâneos, seu QI e seus níveis educacionais são semelhantes. O que os distingue pode ser que eles enxerguem a solução de problemas de maneira diferente, diz Dickerson. “Eles podem abordar essas tarefas como desafios estimulantes, em contraste com os idosos que preferem desistir de tais desafios, do que enfrentá-los”. Uma das colegas do Dr. Dickerson, a Dra. Lisa Barrett, especula que os Super-Seniors possuem mais vontade de enfrentar as dificuldades, de conhecer o novo, de
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dominar uma nova habilidade, como tocar um instrumento musical ou falar um novo idioma. Os Super-Agers não se importam em deixar suas zonas de conforto para ganhar novas áreas de conhecimento e novas experiências. Ao viajar e fazer turismo saímos de nossa rotina. Adaptar-se a novas situações, conversar com pessoas locais, nos locomovermos em cidades diferentes, nos força ao uso da rede cerebral, ativando-se regiões não usualmente exploradas, atividades que, segundo os cientistas, podem nos permitir a qualidade de Super-Agers. Receita para ser um Super-Senior: Seguir as sugestões abaixo pode não garantir que você se tornará um Super-Senior, mas, certamente o colocará no caminho para se sentir vigoroso e jovem, além de ter uma saúde melhor. · Abrace desafios; · Viaje e faça turismo com constância; · Faça palavras cruzadas, jogos matemáticos; · Tente fazer algo que você teria contratado outra pessoa para fazer no passado, como montar uma peça de mobília ou instalar um novo software; · Seja voluntário em um projeto que possa parecer um pouco intimidador ou desafiante;
16 · Faça uma atividade de lazer diferente das que você costuma fazer, como por exemplo se juntar a um grupo de teatro, escrever poesia, aprender uma nova língua, ou, tornar-se proficiente em seu instrumento musical; · Aumente sua capacidade de exercício físico (com acompanhamento médico); · Tenha paciência e perseverança para dominar os desafios; Não deixe sua idade te deter; Enquanto você estiver com saúde para enfrentar um desafio, sua idade não deve impedi-lo; O que o impede de começar já a seguir a receita do Super-Senior? Comece cuidando de seus momentos de lazer, planejando viagens para novos destinos próximos, ou mesmo, explorando as atrações turísticas de sua cidade, saindo de sua zona de conforto. A satisfação de ampliar seu conhecimento e cuidar de sua saúde física, mental e social será grandiosa e inesquecível. Comece já e depois me conte como se sentiu. Obrigada! Silvia Triboni www.acrosssevenseas.com FONTE; https://www.health.harvard. edu/healthy-aging/what-does-it-take-to -be-a-super-ager
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Do circo teatro ao contemporâneo Teatro
Alice Denesacz Tec. Cabeleireira
Da infância trago boas lembranças, como os circos que chegavam com sua trupe, para alegrar o pequeno município de São Miguel Arcanjo - SP, onde nasci e vivi até meus 14 anos. Tratávamos de acompanhar , eu e meus amigos , desde o trabalho de montagem da lona até o cortejo pela cidade , com os artistas convidando o povo para a audição da noite, rica de atrações e novidades. Mesmo que fosse um circo modesto, de lona envelhecida e puída , significava um mundo mágico, deslumbrante, de sonho e poesia através do talento e habilidade dos palhaços, dos números de trapézio , acrobacias e animais, até então permitidos nos espetáculos: macaquinhos espertos, futebol de cachorros, acrobacias com cavalos, etc. O espetáculo era dividido em duas partes, por um intervalo. A primeira parte era de números variados. A segunda era o circo-teatro, com histórias tão bem representadas, que pareciam reais , devido a performance dos atores que nos faziam rir e chorar, de emoção. Assim foi meu primeiro contato com a arte da representação , pelo circo- teatro onde presenciei muitos dramas e comédias . Por vezes, em ocasiões especiais, apresentavam-se duplas de artistas cantores. Tradicionalmente os proprietários e os artistas pertenciam a uma mesma família, cujo conhecimento era transmitido às crianças, que cresciam aprendendo e praticando, dando continuidade ao circo. Com a modernidade, o público foi rareando, cada vez mais, atraído por outras formas de lazer , como o cinema e o teatro, levando muitos circos às falência. Os filhos dos circenses foram es-
tudar nas universidades e conquistaram outras profissões . Na década de 90, com intuito de inovar, alguns atores de teatro, pesquisando, foram buscar no circo tradicional inspiração e fizeram uma junção do circo com o teatro, o Circo Teatro Contemporâneo, que agrega, por vezes, a dança, performances e audiovisual. Hoje, representado por grupos como : Naú de Icaros, Circo Mínimo, Solas de Vento, etc. São grupos formados por atores de teatro engajados, que buscaram aprendizado no que restou do circo tradicional, como o Circo Escola Picadeiro , responsável pela formação de muitos . São peças de teatro encenadas com elementos circenses, trazendo muitos talentos e habilidades conquistadas, com muito treino e dedicação. O Circo de Teatro Tubinho, único sobrevivente tradicional do Circo de Teatro, tem sua lona montada em Sorocaba - SP, já há alguns anos e segue com audições lotadas, apresentando somente o melodrama do circo teatro, entre comédia e tragicomédia. É uma forma de entretenimento muito específica e interessante, de sucesso comprovado. Há grupos de circo teatro contemporâneo com espetáculos para todas as idades, infantil, juvenil e adulto. Vale a pena conhecer e prestigiar. Dica Cultural : Visite o Centro de Memória do Circo, à Galeria Olido - AV São João 473. Segunda á Sexta das 10:00 às 20:00h. Sábados , Domingos e Feriados das 13:00 às 20:00h. Gratuito. Espetáculo “ A Verdadeira História do Barão” no Teatro Poupular do Sesi - Av Paulista 1313 Até 24 de novembro , grátis Sábado e Domingo às 14:00 horas (retirada de ingressos antecipada)
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O custo da alimentação vegana Vida Saudável
Cida Tammaro Adm. de Empresas
Muitas pessoas acreditam, que a alimentação vegana é mais dispendiosa. Enganam-se. Veganismo é um modo de vida que, por ética, valores humanos, saúde e empatia, se faz o possível para não causar nenhuma crueldade aos animais. O vegano não come, nem veste produtos de origem ou testados em animais. Desde quando vegetais são mais caros? Não é preciso muita pesquisa, para ver que o quilo de frutas, legumes e verduras, tem o custo muito mais baixo, que o quilo da carne. Por consequência, quem mais economiza é o vegano. Outro dia, comparando o preço de um quilo de carne em um supermercado, me dei conta que era possível, com o mes-
mo valor, comprar três quilos de arroz e dois quilos de feijão, ou seja, cinco quilos de alimentos, sem crueldade, contra apenas um quilo de carne. Muitas vezes, compramos um macarrão industrializado, “bem baratinho”, e também encontramos produtos industrializados veganos, com preço bastante alto. A tendência é, cada vez mais rápido, o industrializado vegano ficar mais em conta, porque a procura está aumentando, a cada dia que passa. É um movimento sem volta, pois a adesão ao veganismo só aumenta. Algumas dicas, para suas compras: - Procure em feiras, perto de sua casa, produtos de época; - Descasque mais e desembale menos; - Planeje suas compras, antes de sair de casa. Pode ser o segredo. - Não ter que comprar carne, lã, couro ou seda, já é uma grande economia. - Compre produtos novos, fora do seu costume, é um grande passo. O mais importante: Uma vida não tem preço. A vida de um animal não tem preço. Não existe necessidade nenhuma que, para nossa sobrevivência e alimentação, tenhamos que matar ou pagar para matar.
Foto: fecomercio.com.br
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Comer e coçar... é só começar! Aprendizagem na 3ª idade
Malu Navarro Gomes Pedagoga Psicopedagoga
ências diversificadas estaremos, no mínimo, acrescentando conteúdos novos àqueles já adquiridos e, com isso, ampliamos nosso repertório de conhecimentos, o que resulta em novas condições de raciocínio e entendimento do mundo que nos rodeia, bem como das ações que podemos promover para chegarmos a resultados desejados. As pessoas estão sempre aprendendo, pois o desejo de entender e de se aprofundar em determinados conhecimentos é permanente e o desafio para conhecer é constante. Desejo e desafio só esmorecem se a pessoa se isolar do convívio social, ignorar sua curiosidade e se render a um “tempo de espera”; se imaginar que o idoso vive a condição de ser inútil. Por isso, creio ser fundamental definir o que entendo por idoso: Idosa é a pessoa que, mesmo possuindo idade avançada, apresenta a energia, a alegria, a disponibilidade, o interesse, a curiosidade, o bom humor semelhante ao de quando ainda era jovem, como se ainda jovem fosse. Isso porque ser jovem ou velho não depende da quantidade de anos vividos, mas da qualidade com que essa pessoa foi capaz de vivê-los e do temperamento que construiu ao longo das inúmeras experiências vivenciadas. O idoso aproveita aquilo que de melhor apreendeu, unindo a jovialidade que conheceu, quando adolescente, à experiência formada nos seus muitos anos de vida e, assim, pode se abrir para a espiritualidade. E a questão da memória, origem desta reflexão? Muitos de nossos esquecimentos encontram-se associados a um fenômeno chamado de “desatenção”, quando deixamos de observar os detalhes para atentar ao todo da situação. Assim é possível que não nos lembremos onde colocamos a chave do carro ou se a consulta médica foi marcada para hoje ou para amanhã. Outro fator que interfere em nossa memória é o “bloqueio temporário”, que
Uma das principais queixas que fazem as pessoas, ao chegarem aos 60 anos ou mais, principalmente após a aposentadoria, diz respeito às falhas de suas memórias. De forma geral, tais idosos se reconhecem, a partir dessa constatação, como fazendo parte de uma população de idade avançada, na qual é esperado que ocorram lapsos de memória, juntamente com seu progressivo declínio, como consequência do envelhecer. O pior, é que muitos deles se convencem que essa é a realidade, sem notar que, assim, estão perpetuando uma ideia antiga e ultrapassada de que o idoso é alguém frágil, debilitado e que necessita de amparo constante. Não percebem que envelhecer não equivale a adoecer e que a velhice corresponde a mais uma etapa na vida, de quem chega aos 60 anos e vai além; uma etapa da vida ainda pouco conhecida pelos estudiosos e pela população, em geral. Como todas as etapas da vida, a velhice também possui suas particularidades, seus caminhos e encruzilhadas, suas conquistas e alegrias, perdas e limites. Senão, vejamos: “memória é a capacidade do sistema nervoso de adquirir e reter habilidades e conhecimentos utilizáveis, o que permite aos organismos vivos beneficiar-se da experiência”(1). Aprender é processo inerente ao ser humano. A aprendizagem ocorre pela capacidade que possuímos, entre outras, de memorizar e, assim, nos beneficiarmos 1 Gazzaniga, Michael S., Heatherton, Todd F. das experiências vividas. Ciência Psicológica: mente, cérebro e com Ao nos permitirmos viver experiportamento; Porto Alegre: Artmed, 2005
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Arquivo
convívio social e nossa visão de mundo. Somente assim garantiremos saúde, disposição e alegria na velhice. “Comer e coçar...” Contato: malu.ngomes@gmail.com Blog da Feliz Idade: https://blogdafelizidade.blogspot.com
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provoca o esquecimento de algo que conhecemos, como, por exemplo, o nome de uma rua, ao relatarmos o trajeto que fizemos para chegar a um determinado local. “Está na ponta da língua”, é o que mais se fala nessas circunstâncias. Há também os esquecimentos devido à “transitoriedade”, isto é, ao esquecimento que ocorre com o passar do tempo, talvez devido ao pouco uso da informação. Esses são os tipos mais comuns das queixas sobre memória que todas as pessoas, independentemente da idade, apresentam. Não é algo típico do idoso. O ditado popular nos alerta: “usar para não perder” é o que se recomenda para termos um envelhecimento saudável. Usar nosso corpo e nossa mente, o mais que pudermos, exercitando nossos conhecimentos, nossas memórias, nosso
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Seniors ativos, curiosos, empreendedores e eternos aprendizes Um blog com dicas fáceis e diversas desde cortar custo de aquisição de remédios, como tirar uma ideia da cabeça e tornar-se um projeto a aplicativos que facilitem o seu dia a dia. Desenvolvido por Marcelo Thalenber colunista do Magazine 60+
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Ansiedade, o mal da atualidade: como os florais podem ajudar
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Ione Almeida Terapeuta Floral
Dando continuidade aos artigos anteriores, nos quais abordamos o modo como as Essências Florais contribuem para a nossa saúde emocional, sendo que no último tratamos especificamente do medo, hoje falaremos da ansiedade, que muitas vezes é gerada pelo próprio medo do futuro. De um modo geral, a vida urbana, principalmente nas grandes metrópoles, agrava os estados emocionais de ansiedade: pelo trânsito caótico, as dificuldades financeiras, a violência, entre outros motivos. É importante esclarecer que o “estar ansioso” é diferente de ter um transtorno de ansiedade, que muitas vezes requer um tratamento mais específico e especializado. O “estar ansioso” é uma sensação desagradável, relacionada a uma situação em que a pessoa considera correr um risco, por exemplo: antes de uma prova, uma entrevista de emprego, uma viagem, entre outras. Quando a pessoa consegue enfrentar a maioria dessas situações, podemos dizer que essa é uma reação natural do organismo, uma vez que o mesmo está reagindo a uma ocorrência nova e desconhecida. Contudo, se na maioria das vezes, o indivíduo não consegue superar esse estado, nesse caso, as essências florais podem ajudá-lo no equilíbrio dessas emoções. De acordo com Monteiro Jr. (1998, p.108), a ansiedade pode ser gerada pela preocupação: • em cuidar das pessoas; • em ser alvo da opinião alheia; • em influir sobre os demais; • em agradar continuamente;
• com detalhes; • com a segurança dos outros; • com as questões cotidianas, etc... Para cada uma dessas vertentes, e muitas vezes a pessoa pode apresentar mais de uma, existem essências florais adequadas. Nesses casos, a ajuda de um profissional é fundamental, uma vez que nem sempre a pessoa consegue sair sozinha desse emaranhado de emoções. Como exemplo, compartilho um caso recente: recebi, no consultório, uma jovem que ia tentar o vestibular, pela segunda vez, e este fato a estava deixando bastante nervosa, sobretudo, muito ansiosa, como era de se esperar. Essa ansiedade, que no início se relacionava apenas à prova, estava se ampliando para outras situações. Então,em um trabalho conjunto, fomos procurando identificar e entender a realidade daquela situação, assim como as características de sua personalidade que exacerbavam essa ansiedade. Em resumo: ao final de 5 meses, ela prestou vestibular e foi muito bem, conseguindo entrar na faculdade que tanto almejava. Lidar melhor com as situações de stress, como nesse exemplo, de uma prova de vestibular, é o tipo de ocorrência em que os florais auxiliam a levar o paciente a um estado de maior equilíbrio e confiança. Enfim, as essências não são milagrosas, mas juntamente com o tratamento terapêutico podem contribuir para que se alcance um estado de bem-estar.
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Idealizações da velhice - velhofobia, velhoeuforia, velhoalforria Longevidade
Juliana Acquarone especialista no mercado da longevidade
juliana.acquarone@mercadosenior.com.br
+55 11 94131-5055
Foto: health.harvard.edu
A antropóloga Miriam Goldenberg, pesquisadora da Universidade Federal do Rio, publicou diversos livros e textos com base em sua extensa pesquisa sobre o envelhecimento no Brasil. Recentemente, em artigo publicado na Folha de São Paulo, classificou três diferentes tipos de idealização da velhice que se apresentaram em grupos de discussão conduzidos por ela: a “velhofobia”, a “velhoeuforia” e a “velhoalforria”. A primeira, a velhofobia, é o medo e consequente negação da velhice. Muito comum em uma cultura como a brasileira, que enaltece a juventude como valor social, faz com que algumas pessoas prefiram negar o próprio envelhecimento a acolher esse processo de forma natural, como parte do curso da vida. A segunda, a velhoeuforia, é uma sensação de agora ou nunca, associada a uma mudança grande de comportamento em que alguns passam a encarar o envelhecimento como um alarme para viver intensamente e realizar todos os desejos, o mais rápido possível. E a terceira, a velhoalforria, é uma sensação de liberdade associada ao processo de envelhecimento, em que as obrigações sociais e opiniões alheias perdem importância, autorizando comportamentos mais centrados na própria satisfação e bem estar. Numa sociedade que envelhece rapidamente, é natural que se criem modelos idealizados de velhice. Afinal, nunca fomos tantos vivendo tanto tempo. É preciso, porém, estarmos atentos, pois qualquer tipo de idealização traz consequências importantes no nível individual
– para quem passa pelo processo de envelhecimento – e coletivo, pois cristaliza expectativas como se pudéssemos todos envelhecer de maneira similar. A velhice talvez seja a fase mais diversa da vida. Quanto mais experiências individuais acumulamos, mais a nossa história nos diferencia dos demais. Cada um tem uma maneira de assimilar seus próprios aprendizados, suas próprias vivências, e portanto histórias de vida aparentemente similares podem ser encaradas de maneiras totalmente diferentes. Além disso, quanto mais tempo vivemos, mais estamos expostos a fatores externos – do ambiente e da cultura – que se somam à nossa personalidade e moldam nossas relações com o mundo. Se é assim, criar modelos e expectativas sobre como envelhecer pode ser um tanto aprisionador. A longevidade é uma grande conquista do século XX e um grande desafio do século XXI. Que possamos viver essa conquista cada um à sua maneira, sem reduzir a experiência individual a modelos prescritivos sobre o que é ou deveria ser o chamado “envelhecer bem”.
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Óbidos - Uma cidade intramuros Destino Portugal
Fotos: Marisa da Camara
Marisa da Camara Consultora Imobiliária Brasil - Portugal
O charme da Vila de Óbidos está não só em sua beleza, mas também em sua história. Uma Vila murada, que guarda romantismo e segredos em cada canto, desde o século XIII, quando o Rei Diniz desposou Isabel de Aragão, presenteando-a com a Vila de Óbidos. Assim, Óbidos passou a ser dote da realeza, até o século XIX, como uma tradição. Pois é... Outros tempos... A monarquia e o poderio português, fizeram de Óbidos uma Vila bem cuidada, como o é, até os dias de hoje. Um verdadeiro encanto... Ela fica no Distrito de Leiria, na Província de Estremadura, na região central do país e pode ser visitada em apenas um dia. Uma boa escolha é ficar em uma cidade próxima, de baixo turismo, com o custo mais reduzido. Uma prática e agra-
dável opção é, a pouco conhecida, Caldas da Rainha. Óbidos está a 9 km de Caldas da Rainha, um ponto central para visitar várias praias e cidades maravilhosas, no famoso “bate e volta”. Óbidos é um lugar para entrar e se perder por entre suas lindas ruas, carregadas de flores, se encantar com seus artesanatos e tomar muita Ginjinha (licor feito a partir da Ginja - fruta silvestre, parecida com a cereja), que é servida em copinhos de chocolate. A bebida é originária dessa região e no século XV era usada para fins medicinais. A Vila possui pousadas, bares e restaurantes para todos os gostos e bolsos. Uma curiosidade, a ser visitada, é a Livraria de Santiago, montada na Igreja
24 São Tiago, templo do século XII. Imperdível! É admirável como a sociedade portuguesa cultiva as tradições e como apreciam e conservam a história local. Entrar
magazine 60+ #4 - outubro/2019 gueses. Para quem se interessa pela história do local, acesse o link abaixo: https://arquitetandoblog.wordpress. com/2009/03/03/vila-de-obidos-portugal/
em Óbidos é sentir-se no período medie- Na próxima edição falaremos sobre val. Se fechar os olhos, dá para imaginar Caldas da Rainha e a região de Leiria, no os mouros ou celtas transitando por aque- centro de Portugal. las estreitas ruas, com lindas casas, nas quais predominam os tons branco, azul e marisa.camara11@gmail.com amarelo ou os tradicionais azulejos portu+5511 99947 7622
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Terapia Artística
Lais Herrera Terapeuta Artística
Nego submeter-me ao medo, Que tira a alegria de minha liberdade, Que não me deixa arriscar nada, Que me torna pequeno e mesquinho, Que me amarra, Que não me deixa ser direto e franco, Que me persegue, Que ocupa negativamente a minha imaginação, Que sempre pinta visões sombrias. No entanto, não quero levantar barricadas por medo do medo. Eu quero viver, não quero encerrar-me. Não quero ser amigável por medo de ser sincero. Quero pisar firme porque estou seguro. E não porque encobri meu medo. E quando me calo, quero fazê-lo por amor. E não por temer as consequências de minhas palavras. Não quero acreditar em algo só por medo de acreditar. Não quero filosofar por medo de que algo possa atingir-me de perto. Não quero dobrar-me só porque tenho medo de não ser amável. Não quero impor algo aos outros, pelo medo de que possam impor algo a mim. Por medo de errar não quero tornar-me inativo. Não quero fugir de volta para o velho, o inaceitável, por medo de não me sentir seguro no novo. Não quero fazer-me de importante porque tenho medo de que senão poderia ser ignorado. Por convicção e amor quero fazer o que faço e deixar de fazer o que deixo de fazer. Do medo quero arrancar o domínio e dá-lo ao amor. E quero crer no reino que existe em mim.
Rudolf Steiner – Oração de Micael Terapia Artística da Linha Antroposófica Fundamentos da Antroposofia A Antroposofia olha o ser humano como um todo. Se encararmos o homem somente sob o aspecto material, ele se torna incompreensível. Na totalidade ou seja como corpo, alma e espírito podemos ter uma compreensão mais abrangente do ser humano. Por um lado, o homem pode ser visto da forma quadrimembrada: corpo físico, corpo etérico, corpo astral e organização do Eu. E também de uma forma trimembrada: pensar (sistemo neurosensorial), sentir(coração e pulmão) e querer( sistema motor e membros). Além desses fundamentos, estudamos o homem no decorrer de sua biografia, observando o fluxo da vida, através dos setênios; estudamos os 4 temperamentos; a influência das forças zodiacais, etc. Estou citando muito superficialmente esses estudos mas deixo aqui alguns livros de Rudolf Steiner para quem quiser aprofundar: Ciência Oculta, O conhecimento iniciáti-
Imagem enviada pela Colunista
Forjando Armadura
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26 co, O conhecimento dos mundos superiores e a Fisiologia Oculta. Na terapia artística devemos adquirir um olhar para os processos que se movimentam quando uma pessoa pinta ou modela. Toda teoria aprendida e todo o acolhimento para aquele ser único que está à nossa frente, desejoso de entender um pouco mais sobre ele mesmo, suas relações e suas ações no mundo. Na próxima edição vou descrever o processo de modelagem em argila.
Bibliografia: Site da Associação Brasileira dos Terapeutas Artísticos Antroposóficos -AURORA Site da Sociedade Antroposófica no Brasil Terapia Artística – Vol.III – Contribuições para uma atuação terapêutica Margarethe Hauschka Lais Herrera - Terapeuta Artistica herrera.lais@gmail.com www.espacoclaraluz.com.br Cel/Whatsapp: (19) 99648-7720
Meus heróis invisíveis Contos
Malu Alencar Historiadora e Produtora cultural
Nos idos de minha infância não me lembro da profissão de “catador” e até mesmo de de “lixeiro”. O lixo era mais orgânico, tinha cascas de legumes, frutas, bagaços, restos de comida que eram colocados em latões e uma carrocinha passava recolhendo tudo para alimentar animais de criação. Não havia caixas de papelão ou plástico: o leite era colocado nos latões de alumínio, que eram postos no portão das casa, e o leiteiro com sua carrocinha avisava sua chegada através de uma buzina de borracha.... “fomfomfom...” O leite vinha diretamente das pequenas propriedades rurais, mas também era comprado em litros de vidro nas mercearias ou pequenos mercados e os litros eram devolvidos para serem reutilizados. Como não havia sacola de plástico, as compras eram trazidas em sacos de papel ou em caixas de madeira ou papelão. Lixo não existia no meu universo de criança.... lixo era lixo, que logo desaparecia: parte era levado pela carrocinha, parte era queimado no fundo do quintal e outra parte virava adubo para as plantas, flores
e pomar. Comecei a me preocupar com o lixo quando foi lançada a mais revolucionária das embalagens: tetrapak. Recentemente fiquei surpresa com a quantidade de lixo que produzo em casa.... e moro sozinha. Basta sair de casa no final da tarde e ver as calçadas repletas com enormes sacos pretos entulhados no chão ou em suportes de ferro em frente aos prédios comerciais, residenciais ou estabelecimentos comerciais. Que lixo é esse que não acaba? No começo da noite, de segunda a sexta, escuto o barulho dos caminhões de lixo parando no meio das ruas, fechando o trânsito, com os lixeiros catando sacos e sacos, numa corrida desesperada, para acabar com tudo rapidamente. Eles trabalham silenciosamente, não os ouço falar alto, muito menos cantar.... e, muitas vezes, são ameaçados, por estarem impedindo o fluir do trânsito. É uma profissão que respeito, são anjos que mantém a cidade limpa... De manhã cedinho, são os garis que varrem as calçadas, os meios fios, os bueiros e enchem carrinhos de bitucas de cigarros, papéis pequenos, folhas secas, todo tipo de lixo, que não precisava estar ali, se as pessoas tivessem consciência de suas responsabilidades como cidadãos. Pouco depois, chegam os catadores com suas carrocinhas, recolhendo papelão, ferro velho, latas, cadeiras, pequenos móveis, vidros, enfim, todo tipo de objeto a ser reaproveitado. Com o trabalho dos recicláveis, mantém sua fa-
magazine 60+ #4 - outubro/2019 mília. Para mim são os heróis invisíveis, que trabalham silenciosamente e raramente olham para os lados ou para as pessoas que cruzam seus caminhos. Todas as vezes que encontro um desses heróis, meu coração bate mais forte e
27 não consigo deixar de dar um alô, agradecendo o trabalho que fazem com tanta dignidade. Parabéns, lixeiros, garis, catadores!!! Vocês são meus Heróis Invisíveis.....
Foto: Camila Ancona/G1
Tecnologia
David Brandes Engenheiro pós graduado em TI
Começo a escrever este artigo e me questiono: Por que será que as pessoas 60+, a qual me incluo, têm vergonha e até certo receio em perguntar quando se deparam com alguma dúvida sobre tecnologia (smartphone, Notebook, computador, TV, entre tantos outros)? Ser simples é relativo e bem pessoal. O que é fácil para alguns, pode ser muito difícil para outros e vice-versa. O fundamental é entender e respeitar as limitações das pessoas e, aqui, não estou falando de idade e, sim, de conhecimento
Foto: arquivo do colunista
Tecnologia 60+: vergonha e medo de perguntar
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sobre um assunto específico. Voltando ao tema, acredito não haver exagero em afirmar que existem muitas pessoas 60+ que sequer tocaram em um smartphone, mexeram em computador ou em um controle remoto, de televisão “Smart”. O pensamento inicial quase sempre é aquele: “Sempre vivi bem assim, não preciso destas modernidades, prefiro viver como estou, com meus filhos ou meus netos fazendo tudo para mim, nos celulares deles. Para quê eu preciso de um?” Peço um momento de reflexão a você, que me lê neste momento, quantas vezes não ouviu alguém falando esta frase? Em determinado dia, o filho de um 60+ resolve comprar um celular para seu pai, pois ele acha que está na hora dele ter mais autonomia, ter mais atividades usando o aparelho ou pode precisar em momentos de emergência, etc. Cabe indagar, claro, se ele perguntou ao seu pai se ele queria um celular. O que acaba acontecendo é que, simplesmente, ele entrega o aparelho e explica de forma muito rápida como usar e pronto, tudo resolvido. Será? Muitas destas pessoas, que “ganharam” esse celular, conseguem até interagir bem, mas há tantos outros que não conhecem nada e mal sabem que é necessário carregar a bateria, para que o aparelho funcione, mal sabem atender uma ligação. Nesse ponto começam os problemas, pois precisam perguntar para alguém, a finalidade de tudo aquilo que ele ganhou. O que tenho percebido em minhas aulas é que estas pessoas tentam tirar suas dúvidas com alguém que possa ajudá-los, normalmente um parente, aquele filho, lembram-se, que deu o celular... Logo nas primeiras perguntas, começam os primeiros problemas: o filho, não acreditando que seu pai não tenha compreendido algo tão simples..., segue e as dúvidas só aumentam. Para facilitar o processo, ao contrário de ensinar, ele mesmo vai mexendo no aparelho, sem qualquer preocupação de ensinar ou tentar esclarecer a dúvida. É aquele ditado: “Você tem que ensinar
Foto: arquivo do colunista
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uma pessoa a pescar e não entregar o peixe para ela”, que se encaixa perfeitamente nesta situação. Muitos até querem usar e sabem que mexer em um celular pode trazer muitos benefícios, mas não há quem os ensine, quem tenta ensinar não tem muito tempo e paciência, acha que as perguntas são banais e a conseqüência é ainda pior, pois o 60+ fica com vergonha e medo de perguntar, novamente. Esse é o pior dos quadros, pois ele acaba desacreditando que esta modernidade, que está em sua mão, poderia lhe ajudar, de fato, pois parece tão difícil de usar, que acaba simplesmente abandonando a tentativa. Eu, também, já passei e certamente ainda passarei por situações desse tipo. O que devemos fazer é não desistir, caso queiramos, realmente, aprender e bater em outras portas, até encontrar a porta certa, mas jamais deixar a vergonha e o medo vencerem nossas batalhas, em busca de tecnologia. Agradeço pela atenção e no próximo artigo mostrarei como podemos nos divertir com as novas tecnologias. Aguardem! Contato com Colunista dbrandessss@gmail.com
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Proezas de Antonio Silvino ‘Causos’ do Nordeste
Tony de Souza Cineasta
Foto: ebc.com.br
Antes de Lampião tornar-se conhecido como o “Rei do Cangaço”, outros cangaceiros, autores de muitas proezas, tornaramse famosos nos sertões nordestinos. Jesuino Brilhante, considerado uma espécie de Robin Hood, assaltava os vagões da estrada de ferro e distribuía comida com os flagelados da seca. Antonio Silvino, assim como Jesuino Brilhante, ficou famoso, entre outras coisas, por obrigar os cabras que “faziam mal as moças” a casarem-se com elas, na marra. O nome verdadeiro de Antonio Silvino era Manoel Bastista de Morais. Ele mudou o nome, para Antonio Silvino, quando entrou para o cangaço com o intuito de vingar a morte do pai. O sobrenome Silvino era uma homenagem ao tio Silvino Aires, que também fora cangaceiro. Os poetas populares sempre gostaram de fazer versos sobre cangaceiros famosos . Abaixo, um trecho de um livro sobre Antonio Silvino. “Tornei-me um criminoso E assombrei o mundo inteiro.
Antonio Silvino - Governador do Sertão
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Querendo vingar meu pai De um crime traiçoeiro, Me transformei num bandido, Assassino e cangaceiro”. Raul Fernandes, autor de livros como “A MARCHA DE LAMPIÃO – ASSALTO A MOSSORÓ” e “ANTONIO SILVINO NO RIO GRANDE DO NORTE”, conta o seguinte episódio: Antonio Silvino passava pelo alto sertão de Pernambuco quando encontrou um antigo conhecido seu, chamado Agostinho. Perguntou como iam as coisas e o amigo respondeu: “Rapaz ando muito aperreado” “Que que aconteceu”? “Minha menina, Salomé, filha única, como você sabe, andou de namoro com Julião, filho do coronel e ele buliu com ela. Eu fui lá avisar que o menino tinha que casar com ela e o coronel mandô os capangas dele me bater. Disse que o filho dele não ia casar e pronto. “ “O coronel num tem uma filha?” “Tem. Inclusive, meu menino andou querendo namorar com ela e eu disse para ele não fazer essa besteira. ” “Vamos acertar essas coisas. Vamos lá falar com o coronel.” Antonio Silvino foi falar com o coronel e Agostinho e o filho dele foram juntos. Houve uma troca de tiros entre os cangaceiros de Antonio Silvino e os capangas do coronel, mas Antonio Silvino acabou levando a melhor. Os capangas e o coronel foram dominados e sob ameaça de morte o coronel concordou em fazer o casamento de Julião com Salomé. Mas Antonio Silvino foi mais longe. Disse que queria também o casamento do filho de Agostinho com a filha do coronel. Sem alternativa, o coronel teve que concordar. Vejam como acaba o episódio nos versos do poeta popular João José da Silva: O padre com muito medo fez logo o casamento Antonio Silvino disse: - ouça o regulamento viver direito com ela ou morrer a qualquer momento Julião pra não morrer uniu-se com Salomé e também sua irmã desposou-se com José Agostinho agradeceu ao seu amigo fiel.
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‘Invisibilidade feminina’ e ‘A vida invisível’ Dia a Dia
Nuria Torrents Artista visual, Escultora e Psicóloga Junguiana Aposentada como Advogada
Invisibilidade feminina
Divulgação
Desde sempre a invisibilidade feminina é uma máxima recorrente. Se pensarmos em quanto o trabalho caseiro feminino é invisível e só aparece quando não está feito ou bem feito… E quem sempre foi a responsável por esse trabalho? Alguma mulher, seja a esposa, mãe, empregada, faxineira. Os tempos, agora, são outros e já não cabe mais somente à mulher as tarefas domesticas, mas será que isso é mesmo verdade, em todos os lares? Claro, que a dinâmica familiar mudou muito e está sempre em evolução, mas ainda se vê muitas pessoas como Eurídice, em todas as camadas sociais. Ela retrata uma faceta feminina que Divulgação
está por ai, muitas vezes sem que nos apercebamos, que abre mão de sua própria vida, em função da vida da familia, do marido e dos filhos. Quantas Eurídices você conhece? Muito bom para trazer à consciência o quanto cada um de nós é responsável pela invisibilidade das Eurídices. O filme está sendo lançado e foi baseado no livro “A vida invisível de Eurídice Gusmão” de Martha Batalha, cuja leitura super recomendo. A vida invisível (2019) Rio de Janeiro, década de 1940. Eurídice (Carol Duarte) é uma jovem talentosa, mas bastante introvertida. Guida (Julia Stockler) é sua irmã mais velha, e o oposto de seu temperamento em relação ao convívio social. Ambas vivem em um rígido regime patriarcal, o que faz com que trilhem caminhos distintos: Guida decide fugir de casa com o namorado, enquanto Eurídice se esforça para se tornar uma musicista, ao mesmo tempo em que precisa lidar com as responsabilidades da vida adulta e um casamento sem amor, com Antenor. (Gregório Duvivier).
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A História da Arte
se tem acesso, de sociedades que tiveram o conhecimento do manuseio do ferro, datado de 1200 anos a.C., ou seja, no século XII a.C., e isso ocorreu nas regiões do Oriente, próximo ao Sudeste do que é hoje a Europa. Com o passar do tempo, as pessoas daquela época descobriram que era possível extrair ferro das pedras, fazendo uso de fogo e nessas descobertas, eles viram que o ferro era um material de maior qualidade que o bronze, para fabricar as suas armas e ferramentas, pois o ferro era mais forte, duro e resistente. Os estudiosos acreditam que o uso desse material mais duro, e em maior escala, trouxe a possibilidade de caça mais abundante, uma vez que as ferramentas passaram a ser mais elaboradas. Outro fator importante, que veio com a obtenção e o conhecimento de materiais fabricados com ferro, foi a agricultura. Nesse momento, ela passa a ter uma grande escala de produção. Os habitantes da época já conseguiam terrenos maiores com o fogo e então, apoiados por pás, transportadas por animais, que faziam covas de semear, apareceram os primeiros meios de comércio de alimentos e, com eles, os ricos comerciantes desses produtos. Isso ocorria, pois eles produziam mais do que consumiam e assim, podiam negociar com aldeias vizinhas, o que sempre proporcionava um status maior àqueles comerciantes, os quais eram respeitados e muitas vezes idolatrados. Pequenas estátuas e placas com inscrições foram encontradas na Ásia e no Oriente Médio e, muitas delas, contavam histórias da vida e das benevolências com que esses ‘comerciantes’ auxiliavam, em muitas vezes, os mais necessitados, quase sempre sem sucesso em suas últimas colheitas. Na próxima edição entraremos no período das civilizações e não só em grupos de comunidade. Ela data de IV aC. e poderemos ver, em uma escala crescente de produção, as diversas formas que o ser humano fez arte, na antiga Mesopotâmia. Encontraremos as formas de arte dos Sumérios, o Império Acádio, os Amoritas e os Caldeus. Será uma grande aventura.
A idade do ferro
Manoel Carlos Conti Artista Plástico Jornalista
Divulgação
A Idade do Ferro faz parte do que conhecemos como Idade dos Metais, a qual é subdividida em Idade do Cobre, Idade do Bronze e Idade do Ferro, marcando assim, o fim do maior período de nossa história, a pré-história. Sabemos que pelo estudo de artefatos e vários objetos deixados por estes povos, que não é possível considerá-los apenas como pré-históricos. Esse termo leva consigo a idéia que a história só existe quando é escrita e as ações dos homens na terra podem ser analisadas por outros meios, que não só os documentos escritos. Este é o caso dos grupos humanos que viveram no período denominado de Idade do Ferro. Se fossemos marcar as datas da história anterior à escrita que denominamos como Idade Antiga, a Idade do Ferro é precedida pela Idade do Bronze, o que significa uma alteração nas formas de vida e sobrevivência, marcados pelo domínio de técnicas para fundição do ferro (com maior calor) e sua utilização em ferramentas, em armas, e outros materiais utilizados no cotidiano. Aos poucos os povos aprenderam a lidar com as ligas e os minérios encontrados na natureza. O período que define a Idade do Ferro é estabelecido pelo primeiro surgimento, que
Materiais que datam do século XII aC encontrados na Ásia. Hoje no Museu Estatal Pushkin de Belas Artes - Moscou - Russia
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São Paulo já tem aplicativo de transporte Divulgação só para idosos: EuVô Postado por: Maya Santana no site www.50emais.com.br
É um serviço destinado a atender a demanda de pessoas mais velhas por maior autonomia: chega a São Paulo a empresa que oferece não só transporte, mas também acompanhante para aqueles que estão nessa faixa etária. De acordo com este artigo de Mateus Apud, do Estadão, “pela EuVô, o motorista ajuda no transporte do idoso em atividades diárias e também serve de acompanhante – diferencial da empresa em relação a outros aplicativos de transporte.” A startup EuVô, aplicativo de transporte e acompanhamento voltado para a terceira idade, ganhou na semana passada o aval da Prefeitura de São Paulo para
atuar na capital paulista. Desde 2017, quando a empresa foi fundada pela dupla de irmãos Gabriel e Victória Barboza, a empresa operava apenas na cidade de São Carlos, no interior do Estado. A chegada do aplicativo já estava sendo anunciada desde o início de agosto e, por isso, já conta com 43 motoristas cadastrados na capital. Na lista de espera, são 1.500 motoristas esperando liberação para usar o aplicativo, que será concedida conforme a demanda crescer, dizem os irmãos. Com dois anos de operação em São Carlos, a EuVô conta com 1.500 clientes cadastrados e 18 motoristas, realizando uma média de 150 corri-
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das por mês. A expectativa é mais do que dobrar esses números até o final deste ano. “Nosso foco em quatro meses é chegar a 5.000 viagens por mês com cerca de 500 motoristas cadastrados”, diz Victória. Um impulso que deve ajudar é a participação da empresa no programa de aceleração da Estação Hack, do Facebook em parceria com a Artemisia, que atua no fomento do empreendedorismo de impacto social no País. A EuVô foi uma das 10 startups selecionadas para passar este semestre aprimorando o modelo de negócios em residência no endereço do Facebook na Avenida Paulista. A ideia da empresa nasceu de uma necessidade pessoal, quando os irmãos se viram obrigados, em 2016, a voltar para São Carlos para cuidar da mãe, portadora de esclerose múltipla. Diante da dificuldade de locomoção da mãe, somada às aulas de pós-graduação de Victória sobre o mercado da terceira idade, eles enxergaram a oportunidade para empreender no ramo. “A EuVô tem o objetivo de dar autonomia para o público 60+”, conta Victória. Pela EuVô, o motorista ajuda no transporte do idoso em atividades diárias e também serve de acompanhante – diferencial da empresa em relação a outros aplicativos de transporte. Para agendar a corrida, o pedido deve ser feito
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no mínimo três horas antes via aplicativo, site, Whatsapp ou telefone. “Muitas vezes quem cadastra é o filho ou neto, então dentro do app a pessoa consegue cadastrar seu nome e colocar seu parente como passageiro”, diz a empreendedora. Para decolar, a EuVô também mira a crescente população idosa do País. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 1940 e 2017, a expectativa de vida no País aumentou em mais de 30 anos, atingindo 76 anos. Hoje, 15% da população é formada por idosos e, em 2050, o Brasil já terá mais pessoas acima dos 60 anos do que jovens.
Ondas do café Nosso cafézinho
Cida Castilho Barista
O café é uma bebida apreciada no mundo inteiro, movimenta bilhões de dólares em importações e exportações, que resulta em milhões de xícaras servidas. Essa bebida tão apreciada pelos brasileiros, tornou-se uma paixão nacional e o café começou a conquistar fases de desenvolvimento, denominadas “ONDA”, que derivaram na evolução desta bebida tão
apreciada por todo o mundo. Acompanhe as ondas! Primeira Onda A primeira onda do café, era o “consumir por consumir”, tinha um valor comercial agregado ao produto, mas não tinha conceito de uma bebida limpa. Trabalhadores e estudantes consumiam a bebida, na parte da manhã, para ajudá-los a acordar. A visão de mudança começou na segunda guerra mundial. À época, houve uma melhora nos métodos produtivos, que resultaram na evolução da qualidade dos grãos e aumento de produtividade. Anda não existia uma forma de apresentar as diferentes variações da bebida, os cuidados com os grãos, limpeza dos defeitos, enfim, o mercado ainda não era tão exigente.
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Foto: papodehomem.com.br
Segunda Onda Mais ou menos nos anos 60, deuse início a mudança de comportamento de consumo, onde as pessoas começaram a apreciar o café de forma diferente. - Surgem as primeiras máquinas de café expresso. - Cafeterias, como modelo, para apreciação do café. - A Rede Starbucks surge com um modelo especial de servir o café e mostrar diferentes blends (mistura de grãos de regiões ou de espécies). - Mudanças importantes no consumo da bebida, associados à introdução do leite na mistura, chantilly, especiarias acompanhadas por bolos, biscoitos e suspiros, para harmonizar com a bebida. Foi na segunda onda que se deu início aos fatores que determinam a bebida como: doçura, acidez, aroma e corpo, quando o café ganha muita importância como bebida. Aparece a figura do barista, especialista em preparo do café e de bebidas que têm o café como base. O barista passa a ter suma importância, quando sabe todo o processo do café, podendo até formar seu blend de café, para uso comercial ou para competições. Terceira Onda Com uma nova visão no consumo do café, chegam os cafés regionais. Passamos a perceber que cada região nos dá uma bebida diferente. É importante conhecer os métodos
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produtivos do café, saber as influências climáticas na produção e principalmente conhecer sua qualidade. De posse de todas as características que irão fazer do café uma bebida especial, teremos assim uma valorização do produto, devido a todo processo observado desde sua produção. Vale também observar que a segunda onda se faz presente na terceira onda, pois ainda há um consumo muito grande do café tradicional. O que o consumidor deseja desta bebida tão em evidência? - Qualidade na produção das cerejas do café, - Qualidade na secagem das cerejas, seja descascada ou despolpada, - Beneficiamento dos grãos, desde o tamanho dos grãos, e limpeza, retirando maior número de defeitos para se tornar uma bebida mais requintada ao nosso paladar. - Uniformidade na torra, - Embalagem correta para conservação do produto. Sendo assim, esta bebida cultivada e preparada de forma correta, propicia ao povo brasileiro, a possibilidade de encontrar nos mercados cafés de qualidade, que não tinha em mãos cafés de qualidade, como bons vinhos. Até a próxima ONDA! leitura do blog.ucoffee.com.br
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DICAS DE EBE FABRA NA COZINHA Receitas Fáceis
Foto ilustrativa
- À parte, derreter 250g de margarina sem sal (1pote pequeno) com 4 colheres (sopa) de chocolate em pó. Reservar. - Em uma tigela, colocar: - 2 xícaras (chá) de farinha de trigo - 1 1/2 xícara (chá) de açúcar - 1 colher (sopa) de fermento em pó Ebe Fabra - 1 pitada de sal Chef de Gastronomia - 1/2 colher (sopa) de essência de baunilha - 1 xícara (chá) de leite Ah! Agora dias quentes! No calor dá vontade de beber sucos, Misturar bem todos esses ingredientes. tomar sorvetes … e, pensando nisso, lem- Acrescentar a margarina derretida com o brei-me de uma sobremesa que todos vão chocolate em pó e misturar. gostar. Rende e é econômica. Depejar na forma untada e enfarinhada. Hoje vou ensinar o “ Petit Gatão”, a versão do “Petit Gateaux”, em tamanho pra Depois, delicadamente, despejar a calda sobre a massa. toda a família. Esta receita fará ficar seu dia ainda mais Levar pra assar por aproximadamente 45 minutos ( forno préaquecido). gostoso e feliz! Deixar esfriar. Vamos lá então : Se quiser, depois de frio desenforme e a cal- Ligar o forno a 200 graus. - Untar uma fôrma redonda (pode ser alumí- da cai ( tem que ser um recipiente maior se nio, louça ou pirex transparente 25cm de não a calda sai pra fora). diâmetro) com margarina e farinha de trigo. Se ficar na fôrma a calda fica por baixo. - Calda: Ferver 2 xícaras (chá) de água, de- Ponho no forno sempre que sentamos pra alsligar e adicionar 2 xícaras (chá) de açúcar e moçar, sirvo quente com sorvete de creme. Bora fazer e experimentar! 1 xícara (chá) de chocolate em pó (chocolate do Padre/Nestlé).
ANUNCIE COM A GENTE PREÇO BAIXO E UM GRANDE ALCANCE
“.... Imagine todas as pessoas Vivendo o presente Imagine que não houvesse nenhum país... Nenhum motivo para matar ou morrer...” John Lennon
informe publicitário
Cidadão e Repórter é um movimento social que possui a missão de transmitir informações relacionadas a cidadania, objetivando aumentar a conscientização, de maneira que as pessoas possam se inteirar de assuntos de seu interesse e, assim, poder se posicionar, tomando as melhores decisões possíveis. A parceria com o Gentil Gigante Jornalismo tem como base a confiança e ética intrínsecas a ações comuns.