Revista Magazine 60+ #7

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UMA PUBLICAÇÃO PRINCIPALMENTE DEDICADA ÀQUELES COM MAIS DE 60 ANOS

60+

magazine Ano II

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Formato A4 | internet livre

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#7

S.Paulo, Janeiro/2020 - #7

Viajar para bem envelhecer Turismo e viagens: uma fórmula para juventude páginas 29 e 30

Foto: thehighlandtimes.com


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VEJA TODAS AS ATIVIDADES PARA OS 60+ EM 2020

ESSA REVISTA TEM COMO PARCEIROS


magazine 60+ #7 - Janeiro/2020

Editorial

Manoel Carlos Conti Jornalista

Dia desses, li um estudo feito pelo neuropsicólogo russo-americano, Dr. Elkhonon Goldberg, com informações bastante interessantes, que decidi pesquisar um pouco mais. Eu já tinha conhecimento dos resultados dos testes com idosos da atualidade (através de revistas científicas), quanto ao seu desempenho cognitivo, comparado a idosos da mesma idade, de tempos passados. Segundo a pesquisa, publicada na revista Plos One (Revista científica de acesso livre, disponível apenas online, como esta nossa Magazine, publicada pela Public Library of Science e dedicada mais aos Médicos), diz que indivíduos com mais

60+

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É representado por:

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GENTIL GIGANTE j o r n a l i s m o

USAMOS SOFTWARE L IV R E Fechamento desta Edição

03/01/2020 Periodicidade mensal

Distribuição Gratuíta pela Internet Jornalista Responsável

Manoel Carlos Conti Mtb 67.754 - SP Revisão geral

Marisa da Camara *Todas as colunas são de inteira responsabilidade daqueles que a assinam

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de 50 anos estão se saindo melhores, em testes de cognição, do que outros indivíduos de idade inferior. Em contrapartida, não se pode afirmar o mesmo sobre a saúde física desses indivíduos. Diversos testes foram aplicados em indivíduos com 50 anos e, depois de 6 anos, esses mesmos testes lhes foram reaplicados, É lógico que os resultados dos testes físicos tiveram uma queda de 10 a 20% , em média, nas mulheres, enquanto que nos homens essa diminuição foi de 20 a 30%, o que levou os pesquisadores a afirmarem que esse resultado se deu, principalmente, ao aumento da obesidade, tanto de homens como de mulheres. Os testes mentais ficaram praticamente estabilizados, naqueles homens e mulheres de até 60 anos, enquanto que nos mais velhos foi notada uma diminuição, não muito representativa, nos estudos de memória. Sabe-se que uma das fontes representativas da cognição se dá, principalmente, através do uso da tecnologia e de alguns trabalhos. Anteriormente, quando queríamos fazer uma refeição diferente, dependíamos de uma leitura, enquanto hoje, muitas vezes, ouvimos a voz pela tv, rádio, celular, laptop, computador, etc. Trabalhos como arrumar um piso, um azulejo, por exemplo, requeriam muito esforço, enquanto hoje existem adesivos que são fielmente idênticos ao danificado, e por aí vai, em muitos outros casos. Afinaldecontas,oqueéasabedoria?ODr.Goldberg dá uma descrição bastante prática: “É a capacidade de ‘saber’ a solução de um problema complicado ou inesperado, de maneira praticamente instantânea e sem muito esforço mental. É também a capacidade de conseguir antecipar eventos que costumam pegar as pessoas desprevenidas.” Em países como os Estados Unidos, descobriu-se que a idade mais produtiva na vida de um homem é de 60 a 70 anos. 70 a 80 anos é a segunda idade mais produtiva. A terceira idade mais produtiva é de 50 a 60 anos. A média de idade de um ganhador do Prêmio Nobel é de 62 anos. A média da idade de um CEO, em uma empresa da Fortune 500, é de 63 anos. A média da idade dos pastores das 100 maiores igrejas da América é de 71 anos. A média da idade de um papa é de 76 anos. O que será que esse estudo quer nos dizer? Acho que é o que todos nós sabemos: Estamos mais vivos do que nunca. contato: contihq@hotmail.com cel. (11) 9.88906403


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De camisa no estádio Crônicas do Brasil

Heródoto Barbeiro é âncora e editor-chefe do Jornal da Record News, em multiplataforma

O presidente, mais uma vez, vai ao estádio de futebol. Ele se declara um torcedor fanático do Flamengo. Ele e sua assessoria sabem da importância do esporte para a população e para a aprovação do governo. Os jogadores se tornam ídolos e não custa nada pegar uma caroninha na popularidade deles. Para ter mais efeito político, tudo é arranjado para que ele apareça o mais possível ao lado da torcida do clube campeão. É um homem do povo, diz um dos assessores mais entusiasmados, para aparecer como papagaio de pirata. Em uma disputa como essa muita gente esquece as amarguras do dia a dia, como o desemprego, os salários baixos, as dificuldades de mobilidade nas grandes cidades e o acesso precário aos postos de saúde. Até as escolas se alegram com feriados decretados nos dias de jogos mais importantes, afinal, as crianças também têm o direito de ver o jogo e torcer pelo

arquivo

Heródoto Barbeiro Jornalista/Historiador

Foto: memoriasdaditadura.org.br

time do presidente. Poucas vozes se arriscam a fazer críticas diante da manifestação do deus futebol e seus devotos. A prática veio para ficar. Mesmo com um ou outro tropeço do time, nenhum político pode ficar afastado dos estádios de futebol. Bem que avisaram ao presidente que há um risco enorme. Não se controla uma massa de torcedores fanáticos. Pode acontecer o pior, uma vaia, uma faixa contra o governo ou um coro de palavrão impossível de impedir a propagação nos meios de comunicação eletrônica. Ainda assim, avaliam os assessores presidenciais, vale a pena correr o risco, uma vez que os dividendos políticos são consistentes. As aparições anteriores nos jogos de futebol foram exitosas e ajudam a consolidar a presença do chefe do poder executivo nas arenas. De um jogo de futebol a uma abertura de uma competição esportiva internacional é um pulinho e a imagem, certamente, vai circular em todo o mundo. O presidente já se declarou torcedor fanático e disposto a vestir a camisa do time. A comunicação do Palácio do Planalto, Assessoria Especial de Relações Públicas, encomendou músicas com os mais populares autores e cantores da hora. Nenhum presidente brasileiro usou tanto o futebol. Ele conseguiu criar uma campanha ufanista, que buscava legitimar e aumentar a popularidade do regime. O general presidente aproveita a copa do mundo para esconder as violações dos direitos humanos, tortura, assassinato e desaparecimento de opositores políticos. Garrastazu Médici ficou famoso por acompanhar os jogos do clube no Maracanã. Sempre na tribuna, gostava de aparecer em fotos ao lado dos jogadores. O auge foi a conquista do tricampeonato de futebol no México e estar ao lado do capitão da melhor seleção de todos os tempos, com direito a transmissão em cores pela televisão. Nem o pra frente Brasil, salve a seleção ...“ nem “este é um país que vai pra frente..”, nem “moro num país tropical..,” foram capazes de impedir que a história julgasse o período militar.


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Férias, praia... O chuveirinho só liga com aplicativo ... e agora?

namentos pagos, com duchas e banheiros. A inovação nas praias de Florianópolis são as duchas acionadas por aplicativos. O turista vai com seu smartphone para a praia e ao sair localiza a ducha Goplace e aciona pelo aplicativo do seu aparelho e pronto. Pergunta: Quem segura meu celular enquanto estou na ducha? Baixe o aplicativo GOPLACE no seu ceMarcelo Thalenberg lular e cadastre-se. O aplicativo oferece inforEmpreendedor mações das praias e histórias de cada uma, escreve artigos sobre tecnologia além de um bônus de 10 duchas, grátis. A par Florianópolis e cidades vizinhas: tir daí, adquira cada ducha, de 1 minuto, por Vai sair da praia cheio de areia como R$1,00. um bife a milanesa ou quer uma ducha para tirar a areia e ainda se refrescar? Mais informações, leia no link: https://www. Em praias sem duchas, os turistas nsctotal.com.br/noticias/banhistas-precisarao costumam dar um mergulho no mar e levar -pagar-tarifa-para-usar-chuveiros-nas-praiasum baldinho para lavar os pés e não sujar o de-florianopolis carro. Em Santa Catarina há muitos estacio-

Empreendedor/Tecnologia

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“seniors”, sobretudo aos que são da classe média, que são grande parte da sociedade brasileira, é importante sinalizar que a abolição da dedução de despesas com saúde pode implicar num aumento indireto da carga tributária de imposto de renda, arriscando-me a dizer que numa Vanessa Bulara faixa etária em que esta despesa é basAdvogada tributarista Consultora tante considerável, sobretudo num país em que a prestação de serviços médicos O ano de 2019 se encerra e muitas e hospitalares públicos deixam a desejar. das mudanças na área da reforma tribu- A reforma tributária precisa ser tária, num primeiro momento, sinaliza- pensada de forma progressiva, para gadas para terem sido aprovadas neste ano rantir a inclusão social e uma melhor disque se finda, ficaram para o próximo ano. tribuição da carga fiscal entre os contri Dentre as mudanças apontadas es- buintes. Neste mecanismo, paga-se mais tão as que se referem à tributação da car- tributo quem possui mais riqueza e renda. ga tributária para a pessoa física. Há debates tanto na redução do percentual da Voltando a nossa realidade, outro ponto carga fiscal, prevista na tabela progressiva desfavorável ao sistema fiscal, com chances (hoje com teto máximo de 27,5%), quan- agora de sofrer alteração pela reforma tributo na perda de deduções da base de cál- tária é a mudança na incidência de tributos culo tributável, como despesas com edu- sobre o consumo. No Brasil, independencação e com saúde (despesas médicas). temente de quem seja o consumidor (rico, A atual tributação brasileira é dese- pobre ou por faixa etária), o tributo será o nhada de uma forma que a carga tributária mesmo se estivermos falando de um messe perfaz regressiva, ou seja, sem corre- mo produto. É um critério que precisa ser lação entre a renda do titular e a tributa- repensado e ajustado, pois não se sustenta ção incidente. Esta situação, por si só, já economicamente a longo prazo e sob o asprovoca uma injustiça social fiscal. Por este pecto da justiça fiscal. Faz-se necessário dar sistema regressivo, não necessariamen- maior atenção à tributação sobre produtos te quem possui mais riqueza é que será que se refiram a itens prioritários, como remais tributado e isso, agrava a desigual- médios e alimentos de natureza essencial. dade fiscal, que no Brasil, não é pouca. Que o ano de 2020 traga mais pro Este assunto acaba por impactar pósito de justiça aos governantes para que a vida de todos os brasileiros, não sendo a reforma tributária seja aprovada e traga característica exclusiva dos 60+. Para os resultados benéficos aos brasileiros. Foto: blbbrasil.com.br

Direitos

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Destaques tributários para 2020 na agenda dos maiores de 60


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Sabedoria demais acaba dificultando a comunicação ‘Causos’ do Nordeste

Tony de Souza Cineasta

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O jurista baiano Rui Barbosa foi considerado um dos homens mais cultos do País. Personagens, assim, quase sempre viram lendas e não conseguem escapar das histórias que o povo inventa sobre eles. Uma das histórias que contavam sobre o Rui Barbosa é que ele, certa vez, flagrou um ladrão roubando galinha no quintal dele e usou o seguinte argumento: “Não interpelo pelos bicos de bípedes palmípedes, nem pelo valor intrínseco dos retrocitados galináceos , mas por ousares transpor os umbrais de minha residência. Se foi por mera ignorância, perdoo-te, mas se foi para abusar da mi-

nha alma prosopopeia, juro pelos tacões metabólicos dos meus calçados que darte-ei tamanha bordoada no alto da tua sinagoga, que transformarei sua massa encefálica em cinzas cadavéricas.”. No Rio Grande do Norte, o correspondente a Rui Barbosa, em termos de sabedoria, chamava-se Luis da Câmara Cascudo. E o povo de lá inventou a seguinte história sobre ele: Doutor Cascudo chegou à beira do rio apoiando-se na sua tradicional bengala e dirigiu-se a um canoeiro: - Oh canoeiro, quanto queres para me transportar deste pólo para aquele hemisfério? – Fez o gesto apontando com a bengala. O canoeiro não entendeu direito e perguntou: - Pro cemitério, seu doutô ? Ele E l respondeu: e r e s p o n d e u : - Oh canoeiro, se zombas de mim por ignorância, transar-te-ei, mas se ousas zombar de minha alma prosopopeia, darte-ei com esta bengala fosfórica, no alto da tua sinagoga, onde cairás inerte no chão verdejante deste solo patréo.


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Petr Ginz ressurge das cinzas do Columbia Nosso Mundo, Nossa Cultura

Reuven Faingold Historiador

Foto: globo.com

Fim de fevereiro de 2003. Um cidadão de Praga liga para o Museu do Holocausto,em Jerusalém, oferecendo vender seis cadernos com desenhos do jovem Petr Ginz (1928-1944), encontrados num velho prédio do bairro de Modrany, em Praga. Ao escutar notícias que um astronauta do Colúmbia havia levado cópia de um dos desenhos de Ginz, decidiu enviar eletronicamente, ao museu, imagens dos textos e desenhos que estavam em suas mãos. A irmã de Petr, Eva Ginz, sobreviveu ao Holocausto, havia casado com um judeu de sobrenome Pressburger e vivia em Jerusalém. No prefácio, à edição do Diário de Praga, Chava Pressburger comenta: “Rever obras de Petr me emocionou muito. Era como se Petr não tivesse morrido, como se ele seguisse eternamente vivo; dando notícias de si e enviando alguma mensagem”. A descoberta do Diário permitia entender os acontecimentos de 19411942, registrados por Petr antes de ser deportado a Terezin, ainda quando os Ginz viviam em Praga. Chava legitimou os cadernos como verdadeiros, reconheceu a letra de seu irmão e ainda lembrou fatos ali descritos. Segundo ela, quando se aproximava o dia da deportação, a letra de Petr mudava, ficando cada vez mais nervosa e menos legível. Ele não escreveu nada sobre seus medos, mas suas anotações refletem as nuvens pretas que cobriam os céus de Praga. Petr fabricava seus cadernos para escrever novelas e diários, uma vez que comprar cadernos novos estava fora do alcance. O Diário de Praga (escrito em papel usado) está composto por dois cadernos: o primeiro contém anotações sobre a vida de Petr Ginz, entre 19/09/1941 e 23/02/1942; o segundo continua com fatos acontecidos en-

tre 24/02/1942 e 09/08/1942, antes de ser trasladado ao gueto de Terezin. O Diário de Petr Ginz desvenda o desempenho dos nazistas durante o Holocausto. Tudo parece funcionar com naturalidade: a comunidade judaica, o hospital e a escola, mas pouco a pouco vão cortando-se as liberdades dos judeus. Subitamente, desaparece um parente, falta um aluno à classe, um professor não vai ao colégio. Tudo vem sinalizando o início das deportações, porém, os que ficam continuam a levar uma vida normal. As pessoas, com suas malas, partem para Polônia em vagões especiais. Nunca voltarão. Elas não fazem a mínima ideia de que em uma semana estarão despidos de suas roupas, marchando às câmaras de gás, para finalmente serem queimadas ou assassinadas. Avessa a uma arte surrealista, a arte de Ginz é uma arte realista e concreta. Enquanto outros artistas perpetuam a memória das vítimas assassinadas, o artista mirim cria arte sem sabê-lo, apenas como passatempo durante sua permanência no gueto de Terezin. Para alguns artistas, desenhos e esculturas são um meio de expressão, mas nunca uma finalidade em si mesma. Já para Ginz desenhos representam uma forma espontânea de criar, totalmente despreocupada com um plano específico. Os desenhos de Petr Ginz são doados pelo pai, Otto Ginz, ao Museu Yad Vashem. Eles podem ser divididos em

Petr Ginz,O Gênio imortal Foto: Facebook


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nho a lápis sobre papel de 1942-1944. Desconhecido até 2003, o artista mirim Petr Ginz, autor do desenho “Paisagem lunar”, ganhou destaque internacional, graças ao astronauta israelense Ilán Ramon. Deportado com outras 100 crianças judias a Terezin, acabou morrendo em Auschwitz. A missão espacial não teve sucesso, mas o brilhante artista judeu ressurgiria das cinzas do Colúmbia.

Foto: leouve.com.br

duas categorias: aqueles que retratam uma temática universal e os que abordam uma temática especificamente judaica. Dentre os universais, mencionaremos: Vaso de flores - pintura de lápis em papel, 1942-1944; Girassol - aquarela sobre papel, 1944; Flores - aquarela sobre papel, 1944; Telhados e torres de Praga - aquarela com bico de pena, 1939-1940; Pátio - aquarela sobre papel, 1942-1944; Paisagem lunar – um dese-

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Petr Ginz (1928 - 1944);páginas 4 e 5 do conto “As aventuras de Ferda” (1940) Coleção do museu de arte Yad Vashem - Jerusalém


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ANUNCIE COM A GENTE PREÇO BAIXO E UM GRANDE ALCANCE


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Ana Luna Cabelo Branco Crônicas do Cotidiano

Não, isso não... e sim, muito bem...,. são palavras habituais na infância. Vamos crescendo ao som de músicas, pássaros, latidos, sirenes, gritos, choros , risadas e muito mais. O que nos é familiar nos cativa. É seu. É meu. É nosso. O desconhecido pode ser instigante, mas misterioso. Será que vou gostar? A predisposição ao diferente já é o primeiro passo: vou conhecer. Olha ao seu redor... Do passado, tira-se tudo de bom que se viveu. Guarda-se os momentos ruins na caixinha da vida. Valem para o fortalecimento pessoal. Do presente, procura-se tudo do melhor. O que lhe faz feliz, o que lhe faz rir, as pessoas que lhe deixam melhor... Guarda na caixinha da vida. O futuro não existe. Existe o agora. Faça da sua vida momentos felizes. Compartilhe o que é seu. Quando você, em terras estrangeiras, ouvir alguém falar a sua língua, abrace a oportunidade. Fale... Dê-lhe boas vindas... Cumprimente as pessoas. Transborde seu coração !!!

Ana Luna Graduada em Letras

Foto: arquivo

O que é seu ? Onde você nasceu ? Onde você viveu? O que ensinaram a você ? Quando você viaja por terras nunca pisadas e vê algo que lhe é familiar, o coração transborda! Uma bandeira ou uma música lhe transporta, de imediato, ao que é seu. Quando se ouve alguém falando o seu idioma, então.... !!!! Na hora, procuramos ver quem é. É tão bom ! O lugar onde você nasceu, a casa onde você viveu. Tem gente que vive a vida inteira na mesma casa. Já viram alguém assim? Eu já. Não é o meu caso. Feito cigana, mudei-me muito. Ao longo da vida, absorvemos tudo ao redor. O que está perto. O que nos ensinam.

passado, tira-se “Dotudo de bom que se viveu. ”


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Utopias Contos II

João F Aranha

Cidadão e Repórter

Os povos antigos nos legaram uma tradição que nos fala de uma era primordial, quando a humanidade vivia uma existência simples, porém mágica e em perfeita harmonia com a natureza. Esta época, descrita de forma bastante similar por diversas civilizações, foi chamada de Idade do Ouro, Estado Áureo ou Idade da Virtude Perfeita. Culturas não tão avançadas, como a dos aborígines australianos, a chamavam de Tempo do Sonho e os Guaranis, da América do Sul, mantém até hoje sua crença na Terra Sem Mal. Com pequenas variações, mas sempre contendo o mesmo fundamento, esses relatos se assemelham bastante ao texto bíblico, da existência do Paraíso e do Jardim do Éden. Da mesma forma, as narrativas coincidem ao falar de uma Queda, momento em que os homens perderam contato com a fonte sagrada, apegandose demais as coisas materiais e distanciando-se, cada vez mais, da natureza. À Queda sucederam-se diversas catástrofes e cataclismos, também presentes de formas bem semelhantes em relatos de várias civilizações, desaguando, finalmente, na atual civilização, que seria, portanto, fruto de uma decadência espiritual e moral. A humanidade, no entanto, nunca perdeu a capacidade de evocar arquétipos universais relacionados à Idade do Ouro. Carl Gustav Jung, psicólogo e filósofo suíço, analisou exaustivamente este fato, afirmando que a Idade do Ouro era um sonho arquetípico, santificado através dos tempos, necessário aos homens para dar-lhes um sentido mais amplo de vida e que, acabando o contato com a natureza, esvaia-se a profunda energia

que esta conexão simbólica alimentava. Jung afirmou também que toda essa herança espiritual contida no inconsciente coletivo, permitia, quando acessada, que a humanidade acalentasse as mesmas esperanças e expectativas de retorno à Paz Universal, Igualdade entre os homens e prevalência da Justiça e da Verdade. As primeiras manifestações conhecidas de projetos que visavam restabelecer uma vida equilibrada e feliz ocorreram no Egito Antigo, materializados na construção de cidades-modelos as quais objetivavam transferir para a Terra os princípios que dirigem e movimentam as forças celestes e que, através de um processo de assimilação, acabariam por influenciar toda uma região e, pelo mesmo método, todas as terras habitadas. Um dos primeiros relatos conhecidos de cidade ideal foi citado na obra denominada Picatrix, que fala da cidade de Adocentyn erguida pelo homem-deus egípcio, Hermes Trismegistus, no norte do Egito. Posteriormente, o faraó Akhenaton, que introduziu o monoteísmo no Egito, inspirado pelos mesmos princípios, construiu a cidade de Amarna, localizada entre Tebas e Mênfis e cujas ruínas podem ser visitadas ainda nos dias de hoje. Na Grécia Antiga, Pitágoras, em Crotona, objetivava transferir, para a Terra, a Harmonia que preside a constituição do cosmos e traçar, de acordo com ela, as regras da vida individual e do governo das cidades. Platão, em sua obra A República, diz que devíamos fazer tudo para imitar a vida que existiu nos dias de Cronos, o deus do tempo. Tomando como modelo uma cidade celeste que aqui se implantaria e que seria gerida por puros e autênticos filósofos, sobrepondo o poder filosófico ao poder político, através de uma ação iluminada pela Verdade e por um gesto criador de Harmonia, Justiça e Beleza. Foi também Platão que falou da existência da Ilha de Atlântida, conforme ele mesmo constatou em inscrições contidas em templos egípcios. Os atlantes, segundo Platão, tinham parentesco com os deuses e viviam na virtude até que as características humanas tornaram-se preponderantes e, a exemplo de outras civili-


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zações, houve a queda e o fim catastrófico. O termo utopia, no entanto, só seria cunhado no século XV, adotado pelo britânico Thomas Morus, um crítico mordaz, que escreveu um livro clássico, uma espécie de chamada à razão, cujas idéias mexeram fortemente com os conceitos rígidos de hierarquia social e imobilismo que caracterizavam a Idade Média. Utopia, nome dado à ilha de Morus, vem do grego, podendo significar “ou topos”, “não lugar” ou “eu topos”, “bom lugar” e pode ser entendida como a busca permanente da felicidade, em todas as épocas e lugares, possíveis ou imaginários. Com o passar do tempo, o termo utopia evoluiu para um significado mais relacionado a um ideal de difícil ou impossível realização. Morus, inspirado pelas idéias de Platão e incentivado pelas cartas de Américo Vespúcio, que relatava as maravilhas paradisíacas encontradas nas terras recém descobertas além-mar, criou a sua Ilha Utopia procurando mostrar que a comunidade perfeita existiria se homens de boa vontade assim o quisessem. Ainda sensibilizado pela miséria da população e pelas injustiças e atrocidades cometidas pelos donos do poder, em 1602, o dominicano Tommaso Campanella publica a obra A Cidade do Sol, onde seus habitantes, uma vez determinados, resolveram começar uma vida filosófica, pondo todas as coisas em comum, segundo a força e a capacidade de cada um. O líder dessa comunidade chamava-se Metafísico e era assessorado por três chefes chamados Potência, Sapiência e Amor e os magistrados tinham nomes que correspondiam às virtudes que defendiam. Com o advento do século XVI, após o descobrimento de novas terras, do renascimento das artes e das reformas e contra -reformas religiosas, o mundo foi sacudido por uma nova visão filosófica: o racionalismo científico. Para se abarcar o conhecimento é preciso ordem, método, razão e ciência e foi com base nesses princípios que o filósofo inglês Francis Bacon criou a sua utopia, que chamou de Nova Atlântida. Bacon chamou sua ilha de Bensalem e seu rei mais antigo chamava-se Solamona, que fundou e instituiu uma ordem chamada Casa de Salomão, que

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herdou do rei hebreu partes de suas obras e de seus conhecimentos secretos. As idéias de Bacon se alicerçavam no controle científico alcançado sobre a natureza, mas, ele mesmo advertia que natureza não se vence, se não quando se lhe obedece. A ciência e a tecnologia imporiam a organização econômica e social que levariam a harmonia e o bem estar de sua Nova Atlântida. As utopias de Morus, Campanella e Bacon se revestiam de características filosóficas e intelectuais, já que estavam preocupados em reformar os sistemas sócio-econômicos vigentes. Apoiados em Platão, no entanto, foram verdadeiros arautos de um mundo bem melhor, levando esperança aos habitantes da época em que viviam. Hoje sabemos que um mundo bem melhor não se conquista com espadas, revoluções ou mesmo palavras. Este mundo bem melhor, primeiro tem que ser construído dentro de cada homem, nos corações e nas mentes de cada um e somente este homem integrado e objetivado terá condições de transformar o que para muitos é uma utopia em realidade.


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“The Ghan” – Uma viagem de trem, de Adelaide a Darwin (Austrália)

Anete Z. Faingold Engª. da Computação

Estando em Sydney, pega-se um avião até a cidade de Adelaide, a quinta cidade mais populosa da Austrália. Antes de partir, de trem, vale fazer turismo nesta cidade. Pode-se andar a pé, pois ela é plana, tem praia e, bem à sua frente, uma roda gigante, que lhe convida a uma animada aventura. Uma excursão, de um dia, para conhecer os vinhedos da região, de nome Barossa, é uma boa pedida. Nós fizemos o tour com a Viator, uma pequena Van, com um motorista muito divertido, sem contar os vinhos e saborosos petiscos. Após estes passeios, que duraram três dias, tomamos o trem partindo de Adelaide. Chegando à estação, já sentimos o clima, através de uma banda que tocava músicas e fomos muito bem recepcionados. Na cabine só cabem duas malas de mão. Reservamos uma cabine para dois, que possui um pequeno banheiro, acoplado. Entrando no trem, visitamos nossa cabine, com dois assentos, e caminhando encontramos a sala de serviços de bar. Já nos sentimos naqueles trens ingleses, em que as pessoas costumavam viajar por longos caminhos. Para pegar o trem podem-se fazer reservas online “https://journeybeyondrail.com. au/journeys/the-ghan/adelaide-to-darwin/”. Dentro do trem passamos a maioria do tempo nesta sala comum (sala bar) e conhecemos outros passageiros, avistamos animais selvagens, revoadas de borboletas e pássaros, através das janelas. As cabines são arrumadas duas vezes ao dia. Pela manhã eles dobram as camas e viram duas poltronas e à noi-

te arrumam as camas para dormir. Para comer, há o vagão das refeições, que opera em dois turnos. A comida é fantástica e as bebidas são servidas à vontade, com vinhos nacionais, principalmente o Shiraz. Durante a viagem existem três paradas. Na primeira, te acordam de madrugada para ver o pôr do sol, no deserto. Uma imagem impressionante! Na sequência, servem um pequeno café, ao relento. A segunda parada é em Alice Springs, uma pequena cidade no meio do deserto. Fomos a uma exposição e, lá, descobri que existe uma pequena cobra que te pica e você nem sente. É como se fosse um arranhão, no entanto ela é extremamente mortal. Na terceira parada, em Katherine, fizemos um passeio de barquinho pelo rio, vimos desenhos de arte rupestre (pré-histórica) e depois fomos nadar. Pela primeira vez em minha vida, vi uma tornozeleira eletrônica, pois havia um grupo de aborígenes e dois deles portavam tal tornozeleira. Sensação estranha... Sensação estranha... De lá, seguimos para Darwin, onde ficamos por dois dias e fizemos um lindo passeio, para visitar os crocodilos gigantes. Em Darwin não se pode banhar nos mares, nem nos rios, pois o perigo de ser atacado por um crocodilo é real. Nosso guia parecia o “Urtigão”, dos desenhos animados. Uma verdadeira aventura...

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Dicas de Viagem


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Como aprender mosaico Reutilizando materiais

João Alberto J. Neto Analista de sistemas

No pequeno mundo do mosaico, existem inúmeros ateliers que proporcionam um bom aprendizado da arte do mosaico. O fato de ser satisfatório, ou não, vai depender da avaliação do aluno. Tudo isso que estou falando parece muito óbvio, mas tem muita gente que avalia os cursos pela opulência, localização ou mesmo pelo nome do artista. A didática é a alma desse tipo de negócio. Sim, eu disse negócio, pois os artistas ou artesãos também vivem de passar os seus conhecimentos, além de venderem as próprias obras. Montar um atelier é uma boa forma de aprender a gerenciar um negócio. Existem muitas histórias interessantes sobre a formação de um atelier, que unem a vontade de ensinar certa técnica, com o investimento necessário, uma oportunidade no mercado ou simplesmente a casualidade, às vezes com parcerias interessantes, dentro de um determinado tema. O motivo que eu acho mais interessante é a casualidade. Como eu sou adepto de um pensamento de que a vida nos dá a oportunidade e basta somente reconhecer e aproveitar o que nos é oferecido, vou citar um exemplo em torno deste tema. A nossa protagonista é Dina dos Santos, 63, securitária aposentada, que sofria de insônia. Para ajudar a preencher o tempo nas longas madrugadas, aproveitava para passar a roupa, sem incomodar os familiares. Através de uma amiga, começou a fazer pequenos trabalhos de mosaico, utilizando casca de ovo. Isso a satisfez durante algum tempo, mas o “bichinho do mosaico” a picou e ela sentiu

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a necessidade de ampliar a técnica, com outros materiais. Incentivada pelas filhas, inscreveu-se em um curso de micro mosaico com a Celita Alberti, curso em parceria com a Solange Piffer, em Pompéia-SP. Como já sabemos, a integração em atividades diferentes ampliam nossos horizontes. Apresentada ao mundo do mosaico, com as novas amizades, Dina soltou as amarras. Com a ajuda da Solange, prontificou-se a auxiliar uma intervenção urbana, que seria elaborada pelo grupo Mosaico Paulista, para formar um painel na Av. Brasil, o SP MAPS PROJECT. Com mais conhecimento e mais novas amizades, resolveu investir em parcerias e realizar cursos, divulgando-os nas redes sociais. Com experiência gerencial e competência, montou o atelier Morada do Mosaico, em sua garagem, e estabeleceu os contatos necessários. Além dos cursos, também fez parcerias com fornecedores de materiais, como azulejos, ferramentas, pastilhas de vidro e outros insumos. Com o passar do tempo e com maior conhecimento, passou a administrar os próprios cursos, aplicando a sua didática para iniciantes. A experiência adquirida, facilidade de aprender e didática para ensinar são suas poderosas ‘armas’. Bom, a história não para aí, mas é um bom exemplo de que nós, companheiros 60+, ou não, temos de seguir as oportunidades que a vida nos dá. Nós podemos realizar grandes coisas e não podemos nos esconder quando a vida nos sopra ao ouvido: “Vamos, o caminho é esse. Aventure-se! Viva!” Até mais... Referências: https://www.facebook.com/moradadomosaico/


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Como fazer 2020 dar certo? Divã

Sandra Regina Schewinsky

Psicóloga - Neuropsicóloga

Todo ano que se inicia traz consigo uma gama de esperanças, sonhos, possibilidades e bons desejos. Fazemos simpatias, comemos romã, lentilhas, colocamos folha de louro na carteira, usamos branco e mais um punhado de coisas e, ainda assim, dá um medo danado do que está por vir. Quisera eu ter o dom de saber como será o ano de 2020..., mas a única coisa que tenho certeza é que bom humor torna a vida mais leve e que é nisso que temos que investir. Preste atenção se você está viciado em reclamar, se irrita-se por pouca coisa e se tem sempre engatilhado um comporta-

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mento agressivo ou desagradável. Reflita como encara a vida, se com muitas mágoas, desesperanças e, até, desistências. Você sabia que as pessoas de sucesso são as que acumulam mais fracassos? Exato, pois não abandonam seus projetos com facilidade, são perseverantes e tentam, quantas vezes forem necessárias, até atingirem suas metas. De vez em quando, chorar ou... extravasar a raiva com um palavrão bem colocado, ou ainda, ficar macambuzio num canto, fazem muito bem, mas... veja, eu disse “de vez em quando...”. Freud nos ensinou que as pessoas que conseguem rir ou fazer piadas de seus erros simples ou de pequenas bobagens realizadas são menos rígidas com elas mesmas e com os demais, ou seja, mais tolerantes e bondosas. Assim, veja comédias, saia para rir com os amigos, brinque e cante. Não sei se seu ano de 2020 dará certo, mas agindo assim, com certeza, será mais divertido. Com todo o meu carinho, QUE VENHA 2020!

Sigmund Freud 6 de maio de 1856 – Londres, 23 de setembro de 1939


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Natal...

Contos

Malu Alencar Historiadora e Produtora cultural

Mais um natal de tantos que já passei. Nunca sei como será o próximo, dai me preocupar em ter o melhor natal de minha vida, como se fosse o último. O ano já terminou? Mas não deu nem para sentir o passar dos meses. O que está acontecendo? Acho que o relógio está me roubando as horas, a semana, os dias, o mês... e os anos com certeza tirou uma lasquinha e diminiu os 365 dias para bem menos... será que estou certa? Não tenho nem para quem reclamar, quem comanda esse tempo? Outro dia era criança, acreditava piamente em Papai Noel e esperava ansiosamente o meu presente na manhã do dia 25 de dezembro, pois o velhinho colocaria meu pacote embaixo da árvore que tinha sido montada no dia 24. A preparação da árvore era um trabalho de muito cuidado: escolher o pinheiro, arrancar com a raiz, escolher um latão de óleo enorme, colocar a terra, replantar a árvore novamente com cuidado para que durasse até dia de Reis e novamente voltar para um jardim ou pomar. A lata era embrulhada em veludo vermelho, enfeitada para a festa que duraria até o outro ano, sendo retirada no dia depois de Reis. Os enfeites eram coloridos, bolas de louça muito fina que tinham que ser amarradas por mãos delicadas para que não trincassem, muito menos quebrassem.... Gostava de fazer laços de seda vermelha ou de veludo para que minha mãe pendurasse nos galhos.... ficava extasiada, olhando a beleza do verde com o vermelho, dourado e prateado que enchia meus olhos de alegria.

16 Na véspera de natal era a única noite que eu e meus irmãos podíamos dormir mais tarde, tinha a Missa do Galo, apesar de não serem beatos, meus pais gostavam de levar a família e agregados para a missa da meia noite. Missa do Galo. Quantas vezes perguntei por que o galo não estava presente, se era ele quem dava o nome à missa? Quantas vezes perguntei, foram as mesmas que fiquei sem resposta. Um dia descobri que Papai Noel não existia. O natal perdeu a graça, mas continuei gostando da festa, adorava receber os presentes dos pais, dos tios, dos padrinhos e dos amigos. Faz tanto tempo que já não sei mais quando o pinheiro foi substituído por uma imitação, uma árvore artificial. Até que era bonita, mas não tinha o mesmo cheiro do verdadeiro pinheiro do fundo do quintal. Natal sempre foi o fechamento de um ciclo, de um tempo que passou e o anuncio de novo ano. Dezembro chegou e passou... o menino Jesus nasceu e o ano raiou... O tempo passou e também constitui família: igualmente os meus pais, tive duas meninas e o caçula um menino. Já não tinha mais um quintal com pomar, nem o hábito de ir na Missa do Galo, mas a festa de Natal nunca foi esquecida. Quando crianças, meus filhos ajudavam a montar a árvore, todos juntos colocando os enfeites, tão ansiosos quanto eu quando pequena, para saber que presente o Papai Noel traria. Depois da ceia do Natal, fazíamos um caminho cheio de passos com talco, da porta de entrada até a árvore, para que pensassem que o velhinho tinha vindo pessoalmente trazer os pacotes. Que saudades me dá só de relembrar do sorriso enorme e do brilho nos olhinhos dos meus pequenos quando acordavam e iam correndo para pegar as caixas de presentes, encantados com os passos manchados de branco deixados


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arquivo

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Mudaria o Natal ou mudei eu?

Machado de Assis

ciclo da vida continua. Hoje de manhã, com um olhar angelical Maria, netinha de 3 anos, me perguntou: - “Papai Noel é bonzinho? Você faz uma estrelinha bonita bem vermelha para eu dar para ele?” Francisco, no auge de sua sabedoria de um menino de 6 anos, pisca os olhos para mim e responde: - “Será que ele existe? Talvez para Francisco não, mas para Maria que ainda é pequenina e Alice que está chegando, mais um tempo de vida para o Bom Velhinho... Que o sonho de Natal de um mundo melhor sempre se concretize no coração de cada um de nós!

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pelo velhinho na sala de jantar. Eles cresceram e a magia do Papai Noel também acabou. Mas continuamos enfeitando as árvores, fazendo os biscoitos natalinos, uma herança da avó sueca, Alice Youngquist. E as gerações vão passando de avós, pais, filhos netos... na tradição de acreditar em Papai Noel, quando se preparam para a grande festa e fazem seus pedidos e projetos do que ganharão no Natal. Dezembro de 2019 chegou, já estamos em janeiro. Férias escolares, carnaval, inicio das aulas, páscoa... Tudo de novo, o calendário se repete... as crianças crescem, os adultos envelhecem e o

Acordo Obsoleto, Durmo atualizado!

www.durmoatualizado.com.br Seniors ativos, curiosos, empreendedores e eternos aprendizes Um blog com dicas fáceis e diversas desde cortar custo de aquisição de remédios, como tirar uma ideia da cabeça e tornar-se um projeto a aplicativos que facilitem o seu dia a dia. Desenvolvido por Marcelo Thalenberg colunista do Magazine 60+


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Terapia artística da linha antroposófica - Natal Terapia Artística

Lais Herrera Terapeuta Artística

Recém passado o Natal, na terapia artística, nas escolas Waldorf e nos demais recintos antroposóficos damos ênfase à vinda de Cristo ao mundo, não como uma religião mas com um espírito de luz que esteve na Terra e nos trouxe notícias do mundo espiritual através de palavras e atos. Podemos nos perguntar sempre, mas em especial à época natalina, “o que quer nascer em nós, o que queremos trazer e revelar ao mundo? Quais os nossos dons e dádivas que já podem se manifestar e que conseguimos deixá-los nascer, doar ao mundo?” É uma período que precisamos acalmar a ansiedade que o mundo materialista nos infunde e chama para fora de nós mesmos, para podermos ficar com o essencial, contruindo dentro de nós um lugar sagrado, Foto: osegredo.com.br

uma manjedoura, à espera do que está por vir e que venha do melhor em nós. No mês de dezembro, podem ser trabalhadas, em consultório, todas as formas de expressão, com todos os materiais necessários para cada individualidade que ali chegam , mas sempre com uma intenção e um olhar para tudo que foi descrito acima. “Se quisermos festejar o Natal de modo cristão, deve existir Em nós mesmos, um pastor e um rei. Um pastor que ouve o que outras pessoas não ouvem e que, com todas as formas da dedicação mora logo abaixo do céu estrelado. A esse pastor, Anjos anseiam por revelar-se. E um rei que distribui dádivas que não se deixa guiar por nada mais a não ser pela estrela das alturas. E que se põe a caminho para ofertar suas dádivas ao pé da manjedoura. Mas além do Pastor e do Rei, deve existir em nós também uma criança que quer nascer agora” Rudolf Steiner Lais Herrera - Terapeuta Artistica herrera.lais@gmail.com www.espacoclaraluz.com.br Cel/Whatsapp: (19) 99648-7720


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Amigo é coisa pra se guardar... Aprendizagem na 3ª idade

Malu Navarro Gomes Pedagoga Psicopedagoga

“Amigos, amigos mesmo, desses que posso chamar de irmã, de irmão? São poucos. Como tudo a que damos valor nesta vida, amizade verdadeira é algo raro, exige carinho, dedicação, delicadeza e cuidado para se revelar”. Conversando, recentemente, com uma senhorinha foi esta a resposta que recebi ao questioná -la sobre as amizades que fez ao longo de seus 92 anos. Interpretei seu comentário como lembranças boas e carinhosas sobre pessoas especiais que, com seu olhar diferenciado, foram capazes de se aproximar, chamar sua atenção para que percebessem possibilidades de abrir espaço para a construção de uma amizade sincera. Como toda semente, a amizade, se não estiver em contato com solo fértil, dificilmente vingará. Há plantas que se enraízam em pedras ou mesmo no asfalto e, para mim, simbolizam a possibilidade de todos, independentemente de sua condição ou amadurecimento afetivo, necessitarem buscar, entre as pessoas que cruzam seus caminhos, aquelas que tocarão sua sensibilidade e, assim, adquirirem o direito de serem chamadas de amigos. A necessidade de conhecer novas realidades, ideias diferentes das que transitam no círculo ao qual pertencemos, de descortinar novos horizontes, aventurarse por caminhos desconhecidos, confrontar-se com os desejos e as realidades dos outros, servem como impulso para partirmos em busca das mais diversas pessoas. Às vezes, essa necessidade é tão urgente que, ingenuamente tratamos a todos como se nossos amigos fossem, sem necessariamente distingui-los dos

colegas ou conhecidos. Só mais tarde, à medida que as relações se aprofundam ou não, é que nos damos conta da diferença entre essas posições e, em nossa mente e coração colocamos cada um em seu devido lugar. Por isso são poucos os amigos. A perspectiva do amigo, quando se é adolescente, carrega em si a possibilidade de se diferenciar, se individualizar e ser reconhecido como alguém único, que ocupa um lugar exclusivo, singular, que ninguém mais poderá ocupar. Ele te apoia e te complementa, em muitos de teus atos, ideias e ideais e, ao mesmo tempo, reflete e espelha em seus olhares e sorrisos, a importância que temos em sua existência. É a época em que cultivamos grandes amizades e por elas somos lapidados. A ausência de amigos empobrece nossas vivências, nossos sentidos e percepções. Nos entristece, sem que saibamos a razão de tal tristeza, nos desanima frente a novos desafios que a vida oferece, nos fragiliza e endurece nossos corações. As amizades verdadeiras envelhecem conosco e, de acordo com o ditado “... são como o vinho, quanto mais velho melhor”. Amizades de longa data permitem que as pessoas não apenas se reconheçam mas, sobretudo, que se conheçam profundamente pelo tanto de convivência que se permitiram ter, pela exposição de seus limites, virtudes, defeitos, esperanças, sonhos, convicções, receios, sucessos, fracassos, frutos da incompletude que nos faz humanos. Nos encontros entre velhos amigos, sentimentos como confiança, paz, tranquilidade, segurança, compreensão, empatia permeiam as conversas. Há um profundo respeito e solidariedade entre as partes e, pelo tanto de conhecimento que passamos a possuir de nós mesmos pela presença significativa do amigo em nossas vidas, passamos também a construir, juntos, sonhos e planos. Uma figura encaminhada por uma amiga pelo WhatsApp, há algum tempo, mostrava duas velhinhas tomando chá, sentadas no chão, embaixo de uma mesa. Ambas foram retratadas usando chapéu, colar de pérolas, vestidos que


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foto: formacao.cancaonova.com

lhes eram confortáveis, brindando com suas xícaras e se “acabando” de rir, às amizade, à cumplicidade, ao passado, ao presente e ao futuro . Sobre a mesa e no chão, rodeando essas amigas, inúmeros livros empilhados, alguns abertos, outros fechados, mas todos lá, à disposição das senhorinhas, para serem folheados. Não esqueço o sentimento que tive ao me deparar com essa figura e que se mantém até hoje ao revê-la ou lembrarme dela: seu autor conseguiu de forma muito singela, traduzir o verdadeiro espírito da amizade. E pensei: quero ter amigos que possam dividir comigo aventuras, conhecimentos, planos, sonhos, alegrias, tristezas, que me conheçam profundamente e que me permitam conhecê-los da mesma forma. Quero envelhecer com eles à minha volta e rir, brin-

20 car, chorar, brigar e em seguida fazer as pazes, conviver em harmonia e gratidão com eles, porque são eles os responsáveis por muito de meu amadurecimento. Por isso, desejo a todos um Ano Novo com amigos verdadeiros e que cada pessoa, principalmente os idosos, se coloquem à disposição para cultivar mais uma amizade, no mínimo. Não se permita sentir-se isolado do mundo, como um objeto velho e inútil. Há muita vida pela frente. Vida que bem poderá ser vivida se soubermos rir, ouvir, apreciar, compartilhar, amar e se deixar ser amado. Afinal, como diz a belíssima música: “Amigo é coisa pra se guardar...” Contato: malu.ngomes@gmail.com Blog da Feliz Idade: https://blogdafelizidade.blogspot.com


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Falou em Peniche, ... falou em praia... Destino Portugal

Marisa da Camara Consultora Imobiliária Brasil - Portugal

Fotos: Marisa da Camara

Sem dúvida, Peniche é uma cidade que vale ser incluída em sua viagem a Portugal, no trajeto entre Lisboa e Coimbra. A cidade praiana, situado na região central do país, em Leiria, acumula de histórias interessantes a causos de pescadores e é repleta de lindas praias. Algumas pouco exploradas e outras preferidas pelos surfistas, como a Praia do Medão (Supertubos). O vento, na região, pode ser bem forte, dependendo da época de sua visita e do clima. Ainda que não haja tempo para estadias, PENICHE vale ser conhecida, de carro, no caminho de Lisboa, Cascais ou Óbidos, em direção a Nazaré, ou no sentido contrário, por sua beleza natural. De carro, vale fazer o trajeto por toda a orla: da luxuosa praia do Baleal ao Cabo Carvoeiro, com suas lindas falésias calcárias e aves marítimas. A pesca sempre foi das principais fontes de renda da população Penichense. A cidade

também é conhecida pelas rendas de bilros, ainda produzidas por muitas mulheres da região e pelo surf, que atrai jovens do mundo todo, com seus eventos esportivos. As praias misturam cenários agrestes e luxuosos, com vasta vegetação, dunas e pedras, além de exibirem um mar de uma cor indescritível. Se houver tempo, vale conhecer o centro histórico, as Ilhas Berlengas, as igrejas e capelas da cidade, além do Forte São João Batista e a Gruta da Furninha, uma cavidade natural, com vestígios de ocupação no período pré-histórico. Para os amantes de praia, Peniche deve fazer parte do roteiro de viagem. Na próxima edição, falaremos sobre Nazaré. Não percam! marisa.camara11@gmail.com +5511 99947 7622


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As dores e as delícias de se envelhecer…

Beltrina Côrte 60+ trabalho/negócios

As dores e as delícias de se envelhecer foi o tema de uma roda de conversa que aconteceu em pleno sábado (19/10) à noite no átrio da Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo, pelo pessoal do Grupo Trabalho 60+. Antes da roda, brincaram com um flashmob musical com uma liberdade de ser invejável, porque ali estavam a fim de brincarem e protagonizarem suas velhices sem vergonha. É isso que me encanta nas velhices que estão por aí botando suas caras. Sem vergonha de se assumirem velhos ou velhas, afinal é isso que somos, gostemos ou não. E velhos/velhas porque simplesmente vivenciamos a fase da vida chamada velhice. Simples assim. Temos mais é que botar para fora o que nos incomoda com essas palavras e tornar a vida mais leve. Se o que nos incomoda lá no fundo é a nossa finitude, vamos então buscar espaços para que possamos falar de nossos demônios e enxergar a velhice uma etapa de oportunidades. É isso que faz o grupo Trabalho 60+ com maestria, indo na contramão do discurso que circula por aí de que a velhice é uma fase de declínio, de degeneração, de fim de linha. E é por isso que cada vez mais venho me identificando com o grupo. É o orgulho de sermos velhos que nos aproxima. A convite do Grupo Trabalho 60+, especialmente da Márcia Cabral, participei da roda de conversa, junto com Eduardo Meyer (o criador do Grupo), Martha Kastrup, Natália Verdi, Ana Michela Lista Merchan e Ary Filler. Um espaço em que damos a conhecer o que pensamos, o que vivenciamos e o que observamos a respeito desta etapa da vida, em que cada um de nós é uma história, daí falarmos de velhices plurais. No meu lugar de fala, onde incorporo anos de estudo sobre o envelhecimento mais a experiência

de vivenciar aquilo que eu estudo, venho observando um fato que é muito comum no desenvolvimento da sociedade: uma distância entre os fatos e o pensamento. Em outras palavras,entre o envelhecimento prolongado como acontecimento da vida e a maneira que pensamos sobre ele. Ou seja, vivenciamos em nosso cotidiano velhices totalmente distintas àquelas que foram vividas por nossos pais, avós, bisavós. No entanto, apesar de sermos velhos diferentes, em nossas cabeças, quando falamos de velhos ou velhices, o que nos vem à cabeça é aquela imagem antiga, onde a velhice carrega toda carga negativa do universo. Essas imagens foram construídas ao longo de nossa história. Jérôme Pellissier, em 2013, no texto “Com que idade nos tornamos velhos” publicado no Le Monde Diplomatique Brasil já dizia, “Não é coincidência que os três discursos dominantes sobre os idosos sejam de ordem demográfica, médica e econômica: em vez de pensar a velhice, nos concentramos no número, nos corpos e no custo”. Hoje eu me atrevo acrescentar mais um discurso, o “midiático”, que ao proclamar os “talentos grisalhos” está, justamente, mantendo a velhice e o envelhecimento n a ignorância e no silêncio. Em parte, a culpa tem sido nossa ao incorporarmos esses discursos em nossos cotidianos, e por muitas vezes negarmos a velhice, ao invés de afirmá


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Fotos: Grupo 60+

-la, orgulhosamente, de falar sobre ela, sobre nossos medos, como lembrou Ary Filler, Márcia Cabral, Natália Verdi e Ana Michela Merchan. De pensar a velhice como oportunidade para sabermos quem somos, oportunidade para nosso aprimoramento espiritual. Oportunidade para valorizar o cotidiano, as relações, os afetos. Na roda de conversa essa questão foi colocada, a de temor a velhice e ser velho. Mas sabemos que o enfoque excessivo nas perdas e declínio só acentua a vulnerabilidade que prejudica as possibilidades de independência e autonomia, e a aceitação da velhice como condição contemporânea de ser. E Martha Kastrup, orgulhosamente defendeu sua idade e o título de ser velha. Ah, seria tão bom se a gente não tivesse vergonha de ser o que é! Somos velhos contemporâneos. Não novos velhos, porque não precisamos colocar a palavra “novos” na frente de velhos para sermos aceitos pela sociedade. Simplesmente velhos contemporâneos. Protagonistas de nossas velhices, que são plurais. Papos como esses, em lugares abertos, deveriam ser replicados, a fim de provocar reflexões nas pessoas. De

24 velhos e não velhos ouvirem da boca de outros velhos contemporâneos que o envelhecimento é vida e a vida se faz de polaridade o tempo todo, de perdas e ganhos, de tristezas e alegrias, de saúdedoença..., o tempo todo, e em todas as fases da vida. Não estávamos ali para idealizar (nem negativa nem positivamente) a velhice, porque a vida é esse ciclo dinâmico. Mas o que estávamos fazendo ali, na roda de conversa, era justamente recuperando, nesse ciclo dinâmico, de que a velhice também produz coisas muito positivas. E o Grupo Trabalho 60+ é uma amostra de que os velhos podem contribuir com a sociedade. Penso sinceramente que rodas de conversa como esta, ou como muitas que fazemos no Espaço Longeviver, é, talvez, a maior oportunidade que se poderá ter em nosso Longeviver para descobrirmos o humano que há em cada um de nós e o velho digno, e orgulhoso de si, que daí poderá sair. Serviço Grupo Trabalho 60+ Site:http://www.trabalho60mais.com.br/ Facebook:https://www.facebook.com/ negocio60mais/


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CriativA Idade

Jane Barreto Psicopedagoga e Arteterapeuta

“Seja quem você é! Não tente ser o outro, mas seja com ele e você estará jovem e maduro. Maturidade é aceitar a responsabilidade de ser você mesmo, a qualquer custo. Arriscar tudo para manter o seu EU amado por você mesmo”. Há vários ditos como estes, expressos na cultura popular que trazem a questão da autoestima à frente do nosso cotidiano. É sempre tempo de exercitar a elevação da autoestima, agregando componentes de inteligência e manter renovada a fonte da qualidade de vida: A CONVIVÊNCIA. Não é desconhecido o fato de que a autoestima é fator determinante na qualidade de vida de pessoas de todas as idades e, aqui, falamos das que caminham para o nono setênio de vida. A partir de estudos realizados por pesquisadores do assunto, constata-se que saúde, bem estar e qualidade de vida, têm tudo a ver com a autoestima, a qual tem a ver com você mesmo, mas, também com a relação mantida entre VOCÊ e o OUTRO. Qual será o real impacto da autoestima na manutenção da QV e longevidade? A autoestima corresponde a valoração intrínseca que o indivíduo faz de si, em diferentes situações e eventos da vida, tomando como referência um determinado conjunto de valores, que elege como positivos ou negativos. É considerada um dos componentes da qualidade de vida, por estar diretamente relacionada ao bem estar psicológico e tem importante função

no processo do envelhecimento, contribuindo para construção dos processos de autoimagem, de sentimento de pertencimento social e outros. À medida em que constitui-se um sentimento de valoração pessoal, a autoestima inclui a autoimagem e o autoconceito. A diferença entre eles é meramente conceitual, ambos se confundem com a própria autoestima, porém são componentes dela. A autoimagem decorre da concepção de imagem que o indivíduo tem sobre sua aparência e o funcionamento de seu corpo no universo. Nesse sentido, a autoimagem corresponde a percepção sobre si mesmo, bem como, da que supõe terem os demais indivíduos a seu respeito. Em relação ao autoconceito é mais subjetivo e baseado em interpretações. A mesma situação vivida por diferentes pessoas, pode ser agradável para uns e desagradável para outros. Essas experiências dependem de como cada um as recebe, sente e processa, ao longo da vida. Cada sujeito tem o autoconceito correspondente à forma como pensa e se sente em relação a si mesmo. A inteligência intrapessoal possibilita que os seres se conheçam e se percebam em suas nuances. Nesse sentido está relacionado a aceitação das pessoas sobre si mesmas, a valorização que imprimem aos demais indivíduos e a projeção que fazem de suas expectativas. Nessa perspectiva, a autoestima inclui um conjunto de valores que o sujeito incorpora ao longo da vida e deles se utiliza para avaliar o seu comportamento como positivo ou negativo. Em geral, a escala de valores incorporada é compatível ao modo de sentir e pensar do indivíduo, que descarta os valores incompatíveis às suas crenças, prioridades e valores. Quando há congruência entre a situação real e esperada, ele tende a manifestar emoções positivas como confiança, autovaloração, capacidade e competência. Quando essa relação se torna incompatível, entre a condição esperada e a idealizada, ou seja, a expectativa individual da pessoa não condiz com o apresen-

Imagem enviada pela Colunista

Auto estima e Qualidade de Vida: Retirando as amarras, desatando os nós....


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Foto: player.fm

tado, ela poderá demonstrar atitudes de defesa, melancolia, distimia, depressão, agressividade, isolamento social, apatia, entre outros comportamentos, na medida em que não identifica aspectos positivos e/ou produtivos em si. A autoestima constitui uma questão central na saúde e bem estar emocional, em razão da relação direta que estabelece com alguns aspectos que poderão influenciar sua qualidade de vida, como: saúde física e mental, morbidade, convívio familiar e social. Pessoas que mantëm hábitos de vida saudáveis, como exercícios físicos, alimentação balanceada, participação em grupos sociais, propósito de vida, apresentam auto estima elevada, que fortalece os níveis de resiliência. Pessoas que se sentem capazes e autônomas conseguem resolver problemas simples do cotidiano ou os complexos do existencial, assumem uma atitude proativa diante da família, na comunidade e apresentam condições de investir na própria saúde, sentindo-se bem e com qualidade de vida. Além desses atributos, a participação de pessoas adultas e maduras em diferentes grupos que promovem atividades presenciais em redes sociais, também influencia, de forma positiva, a manutenção da auto estima gerando impactos na saúde, equilíbrio psicológico, e, em decorrência, a qualidade de vida. No processo de envelhecimento, as redes sociais constituem um aspecto importante para que se preparem para vivenciar novos papéis, em função do período de vida do qual serão protagonistas, o que fortalece a auto estima, estabelecendo vínculos afetivos e o sentido de competência, de pertencimento social, reconhe-

magazine 60+ #7 - Janeiro/2020 cimento da autoimagem e autoeficácia. O apoio social presente nos grupos de convivência, apoiam e configuram um mecanismo de auxilio para a pessoa lidar com situações estressantes, nesse caso, o grupo social atuaria na promoção de suporte emocional, constituindo uma forma de “empoderar” pessoas fragilizadas naturalmente pelo processo de envelhecimento, para o enfrentamento de situações adversas a elevação da autoestima. A baixa autoestima inicial, nas pessoas de mais de 60 anos, pode se manifestar de forma associada a visão estereotipada, aos preconceitos referidos à velhice e ao processo de envelhecimento, por familiares e outros indivíduos do relacionamento. Então já sabemos que as amarras do pré conceito não trazem sabedoria nem inteligência emocional, intelectual ou espiritual. Ao contrário, promovem o isolamento e esse traz a baixa autoestima e qualidade de vida comprometida. A necessidade de parar, recolher-se, pensar e refletir é emergencial. Todos os humanos, em qualquer idade, têm a oportunidade de criar condições de priorizar e ponderar o que é de fato mais importante, se auto perceber e olhar para o que viveu até aqui, nesse tempo, com essas pessoas e histórias de vida, que lhe circundam, tentando localizar o que está embaraçado, cheio de nós, para desatá-los. A autoestima pode trazer muito mais qualidade de vida e saúde sim, pode renovar a motivação para a vida, trazer a jovialidade presente no coração e na alma, daqueles que buscam ter vida plena e extraordinária.

“...a autoestima inclui um conjunto de valores que o sujeito incorpora ao longo da vida”


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Perguntas frequentes aos veganos Vida Saudável

Cida Tammaro Adm. de Empresas

Veganos e vegetarianos, estão acostumados a ouvir estas e muitas outras, perguntas: As plantas são seres vivos. É justo comê-las? Para sentir dor é preciso possuir um sistema nervoso central, o que não é o caso das plantas. E a s p r o t e í n a s ? Ah! As proteínas*.... Essas, na edição passada, vimos bastante sobre elas. - Se eu não comer carne, vou comer o quê? A culinária brasileira usa a carne em diversos pratos, mas isso não é sinônimo de uma alimentação saudável. Os nutricionistas inclusive recomendam consumí -la, para quem faz questão dela no cardápio, somente três vezes por semana. E se eu ficar doente? Na verdade, o consumo excessivo de carne, pode agravar os problemas de saúde. Pesquisas feitas nos Estados Unidos,

descobriram que o consumo regular de carne vermelha, aumenta os riscos de uma pessoa ter ataque cardíaco ou problemas vasculares, como pressão alta. E o peixe? Mesma coisa. Peixe é um ser vivo, com sistema nervoso central. Ser vegano está relacionado somente a alimentação? Não, ser vegano é não consumir nada proveniente da exploração animal, seja por testes ou por incluir ingredientes animais no desenvolvimento de produtos. Veganos usam produtos industrializados? Sim, desde que não sejam desenvolvidos com produtos animais. Não se deve convidar um vegano para uma pescaria? Não. Veganos não pescam (mesmo que os peixes sejam soltos), não caçam, não vão a aquários, zoológicos, boicotam espetáculos e esportes que usam animais. Esperando ter esclarecido as dúvidas mais frequentes sobre o universo vegano, desejo a todos um 2020 de paz e reflexão. *Veja o que a colunista escreveu sobre proteinas na edicão anterior: https://issuu.com/manoelcarlosconti/docs/jornal_60__6_c533987c8627e0

Foto: mundoboaforma.com.br


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Entre homens e bichos Mundo Pet

Helton Leal Gerente de merchandising na indústria pet e pesquisador da área de práticas de consumo

Historicamente, homem e animal sempre tiveram uma relação de proximidade. Tal vínculo sempre existiu, de forma que, emocionalmente, ambos sempre estiveram ligados. Inicialmente, havia predominância da funcionalidade na relação homem-bicho, independente da conexão emotiva que existia entre ambos. Foi somente a partir do século XVIII que essa relação foi socialmente aceita, trazendo o animal para dentro do espaço familiar. Na década 50, do século passado, Estados Unidos e Europa tiveram um significativo aumento da população de animais de estimação, popularizando sua presença em todas as classes sociais e fazendo com que o fenômeno pet se propagasse para todo o mundo. Finalmente hoje, vivemos um novo momento na relação do ser humano com seu pet. O convívio ganha complexidade e novos hábitos se configuram a partir dessa mudança comportamental. O animal deixou de viver nos espaços externos das casas e veio para dentro do lar.

O dono virou tutor, o bicho de estimação virou filho e um novo estilo de vida surgiu a partir desse novo modelo de relação. Alimentação natural, dog walker, day care, spas, hotéis e uma série de novas modalidades de consumo surgiram com essa nova relação, fazendo com que não só o mercado de consumo evoluísse, mas principalmente os hábitos mudassem, num movimento liderado por um grupo de praticantes desse novo jeito de cuidar do pet, que se caracteriza principalmente pelo humanização dessas relações. A população de animais de estimação continua crescendo exponencialmente, e principalmente no Brasil, cães e gatos se consolidam como o pet de preferência nacional. Segundo a Abinpet, eles já são juntos, quase 80 milhões de indivíduos, ultrapassando a população de crianças em nosso país. O fato é que, dia após dia, nos apaixonamos mais por essas criaturas, que tornam nossos dias mais especiais, nos oferecendo amor incondicional. O pet hoje, já ocupa local de destaque no espaço doméstico, integrando esse novo arranjo familiar, e principalmente, formatando um novo jeito de nos relacionarmos com eles, onde projetamos nossas emoções e anseios, para preenchermos nossos espaços de afetividade. Com eles, o amor é recíproco e incondicional!

Foto: catersnews.com

Quarto de um luxuoso hotel pet nos EUA


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Viajar para bem envelhecer

Turismo e viagens: uma fórmula para juventude pessoas, acima de 65 anos, e 1 em cada Mudança de Hábito

Silvia Triboni Viajante Sênior e Repórter 60+

Você gosta de viajar, de fazer turismo pela sua cidade? Já percebeu como este estilo de vida tem colaborado na sua qualidade de vida? Já pensou como as viagens e o turismo podem auxiliar a boa longevidade? Veja o que diz a Dra. Elizabeth Zamerul, psiquiatra e palestrante, fundadora do canal no Youtube “Elizabeth Zamerul”, sobre esta forma deliciosa de se ter uma boa longevidade, ao mesmo tempo que curte as maravilhas de nosso planeta e de nossa cidade. Melhora da saúde física: Estresse é um fator importante de aceleração do envelhecimento e de piora da saúde, enfraquecendo o sistema imunológico, endocrinológico e vários outros sistemas do corpo. Viagens, mesmo que bem curtas, de 1 ou 2 dias, promovem relaxamento, diminuem significativamente o estresse, portanto, promovem a saúde. Uma pesquisa mostrou que pessoas se sentiram mais satisfeitas e felizes, mais saudáveis e com mais energia após as viagens. As melhorias para a saúde ocorrem através de várias formas, como as caminhadas e outras atividades prazerosas e interessantes. As consequências são: diminuição do risco de ataque e outras doenças cardíacas, de diabetes e de câncer, melhora da pressão arterial, menor risco de quedas e melhora da função cognitiva (funções executivas). Estimular o funcionamento do cérebro é fundamental para a saúde dele e para atrasar o seu processo de degeneração. Considerando-se que uma em cada 8

2 pessoas, acima de 85 anos, têm risco de ter Alzheimer, isto é muito importante. Estudos científicos têm mostrado que as atividades que envolvem uma viagem diminuem muito o risco de se ter uma demência, especialmente o Alzheimer. Viagens desafiam e fortalecem o cérebro. O envolvimento com o planejamento e a execução das viagens, implica em novos comportamentos, adaptação a situações inesperadas, resolução de problemas, conhecimento de novos lugares, culturas, sabores e idiomas. Tudo isto pode ativar novas conexões e circuitos neurais. Viajar também estimula a curiosidade para explorar novas experiências e aumenta a vontade de aprender, de se desenvolver intelectualmente. Além disto, o cére-

Foto:indiatimes.com

bro é estimulado por atividades sociais. Melhorias na vida social: Quando uma pessoa viaja, especialmente se for sozinha, tende a promover mais relações sociais, o que também aumenta o prazer e ajuda a manter as conexões entre os neurônios, mais saudáveis. Há várias evidências científicas sobre as ligações sociais, afirmando que elas têm um papel importante na diminuição do estresse, na preven-


magazine 60+ #6 - Janeiro/2020

ção e no tratamento das doenças e um estudo atual mostrou que manter ou iniciar novos relacionamentos, após os 60 anos, traz benefícios à saúde mental. Então, viagens podem auxiliar na ampliação da base de amigos e, se estiver disponível, pode despertar o desejo de investir na vida afetiva, que é outro fator importante de promoção de saúde. A família do Sênior viajante pode se beneficiar? Sim! Porque, ao viajar, ele cuida mais de si mesmo, de seus interesses, preocupa menos a família, gera saudades nos familiares... É bom que as pessoas sintam falta da gente, não é? E ao voltar de viagem, o Sênior Viajante tornase uma pessoa mais interessante para bater papos e trocar experiências, portanto, em vez de ser visto como aquela pessoa repetitiva que só fala de recordações antigas, passa a ser admirado nos círculos familiares e sociais como alguém que está muito vivo, é protagonista da sua vida e tem muito a contribuir. Desta forma, ele reforça os seus laços familiares entre gerações e uma outra boa consequência é que ele acaba sendo mais convidado para viagens inFoto:pikdo.biz/p/giovanni_zelko

30 tergeracionais, com seus filhos e netos. Estímulos à saúde emocional: Viagem é uma boa oportunidade de gerar estímulos positivos como inspiração, diversão, interesse, solidariedade e várias emoções positivas, como entusiasmo, alegria, satisfação, gratidão, admiração, prazer, orgulho positivo de si mesmo, fé, devoção (viagens espirituais) e gratidão. Por tudo isto, quando viajamos nossa autoestima, autoimagem e autoconfiança se fortalecem, nos deixando mais seguros para enfrentar dificuldades que possam surgir. Vale lembrar que as emoções positivas provocam liberação de neurotransmissores no cérebro como dopamina, serotonina, oxitocina, endorfinas, que, além de serem agradáveis e o oposto do estresse, contribuem para prevenir doenças, como depressão, ansiedade e problemas cardiovasculares, como dito anteriormente. Se quiser saber mais sobre o que especialistas na área da saúde dizem a respeito dos benefícios que as viagens promovem à boa longevidade, acompanhe o Blog, Youtube e Redes Sociais Across Seven Seas.


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Globalização O difusionismo crescente entre os povos Antropologia

Osvaldo B. de Moraes Historiador

Após a segunda guerra, o intercâmbio entre os países cresceu de forma exponencial. Hábitos e crenças se modificaram e muitos tabus sociais foram abolidos. Assim, no tempo e no espaço novos paradigmas de cultura se instituíram e foram disseminados entre as sociedades. Embora esse difusionismo cultural teve início com as grandes navegações e a expansão comercial de mercadorias e capitais, o desenvolvimento das comunicações na segunda metade do século vinte e a facilidade do translado entre pessoas e produtos promoveu um intercambio tão intenso entre nações, redundando naquilo que se denominou GLOBALIZAÇÃO. Esse novo processo de integração das sociedades e nações cujo objetivo primeiro era a agregação de mercados entre países teve respaldo, por seus aspectos econômicos culturais e políticos, em organismos internacionais (ONU, Banco Mundial, OIC – Organização Internacional do Comércio) Essa globalização além da integração de mercados entre países permitiu migrações de culturas periféricas para um centro uniformizado, que pode ser denominado etnocentrismo, onde hábitos e costumes são polarizados para um centro único que per-

meia nas predileções da sociedade, como filmes, músicas, moda e até alimentação, padronização essa geralmente promovida por organizações transnacionais (McDonald’s, Samsung, Coca-Cola, Apple, etc.). Concomitantemente a globalização surgiu também a terceira revolução industrial com uma nova distribuição de trabalho entre as nações, onde países centrais desenvolvidos produzem produtos com alto índice de agregados tecnológicos, enquanto os chamados emergentes fornecem commodities (milho, café, boi, petróleo, minérios, etc.). São produtos facilmente intercambiáveis e negociados no mercado doméstico e global. E finalmente os países periféricos fornecedores de matérias primas para o fabrico de produtos e comercializados no estado bruto. Essa revolução industrial marcou avanços técnicos e científicos e como efeito colateral novas fontes de energia renováveis e com custos reduzidos foram introduzidos e a tradicional engenharia de produto em que prevalecia as linhas de produção deu lugar a novos métodos de produção industrial, onde produtos podem ser confeccionados em qualquer espaço mundial. A excepcional tecnologia nascente dessa nova indústria estendeu seus benefícios ao campo e favoreceu ainda o terceiro setor de serviços. Nessa redução do tamanho do planeta, configurada como uma “aldeia global”, grandes empresas e grandes organizações com força e status transacionais adquiram poder e conseguem influenciar governos, detendo substancial poder econômico.

A Arte Egípsia - Tutankamon

A História da Arte

Manoel Carlos Conti Artista Plástico Jornalista

Olhando, mesmo em fotos, percebemos que a máscara mortuária de Tutankamon acusa um eco do seu estilo de vida. Falecido aos 18 anos, levou para o seu túmulo riquezas enormes. Só a sua urna pesa mais de 113 kg de puro ouro. Seu túmulo é também totalmente decorado com temas da tradição daquela época. Muitas dessas pinturas


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têm um estilo totalmente inédito. Única no gênero, observamos que, numa das paredes, o Rei está retratado em uma carruagem, em plena caça e enquanto em outros túmulos o fundo seria vazio e, no caso de Tutankamon, esse fundo é repleto de hieróglifos, muitíssimo bem conservados, que contam partes da história da vida e do reinado do Faraó. Logo à direita, observamos alguns milhares de pontilhados em baixo relevo, na parede, representando a areia do deserto, além de plantas e animais que crescem e correm por essa representação de pasto e de uma espécie de Oasis. Ainda existem muitas dúvidas sobre a vida de Tutankamon. Foi o último faraó da 18ª dinastia. Durante seu curto período de governo, levou a capital do Egito para Memphis e retomou o politeísmo (sistema ou crença religiosa que admite mais de um deus), que havia sido abandonado pelo pai Akhenaton. A importância atribuída para este faraó está relacionada ao fato de sua tumba, situada numa pirâmide no Vale dos Reis, ter sido encontrada intacta. Nela, o arqueólogo inglês Howard Carter encontrou, em 1922, uma grande quantidade de tesouros. O corpo mumificado de Tutankamon também estava na tumba, dentro do sarcófago, coberto com uma máscara mortuária de ouro e decorada com pedras preciosas e pinturas em ouro azulado. Durante a escavação da tumba de Tutankamon, alguns trabalhadores da

32 equipe morreram de forma inesperada. Criou-se então a lenda da Maldição do Faraó. Na parede de entrada da pirâmide foi encontrada uma inscrição que dizia que morreria aquele que perturbasse o sono eterno do faraó. Alguns trabalhadores e pesquisadores morreram, de fato, porém, verificou-se, posteriormente, que algumas dessas pessoas haviam morrido após ter aspirado fungos mortais que estavam concentrados dentro da pirâmide. Segundo as inscrições nas paredes, sua educação se iniciou aos quatro anos de idade. Ele aprendeu a ler e a escrever e tinha aulas de religião, aritmética, geometria e medicina. Era comum naquela época, o casamento entre crianças imperiais e irmãs a fim de solidificar e manter a família no trono; por isso, Tutankamon teve que seguir o protocolo imperial e casou-se com uma princesa quatro anos mais velha que ele, chamada Ankesenamon (filha de Akenaton e Nefertiti). Tutankamon foi um Faraó discreto e pelo que se sabe não era adepto a festas e orgias como os seus antecessores. Apesar de uma vida discreta Tutankamon era considerado um bom Faraó e amado pelo povo, ao qual ele levou muitos benefícios. Talvez, esse tenha sido o motivo de sua morte prematura, uma vez que dizem que ele foi assassinado. Na próxima edição vamos conhecer um pouco da importante arte Persa. Até lá! Fonte: História da Arte - H.W.Janson

O túmulo de Tutankamonencontrado intacto. Em exposição no Museu do Cairo - Egito


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Café - Mitos e verdades Nosso cafézinho

Cida Castilho Barista

Foto ilustrativa

Nesta edição, vamos falar sobre alguns mitos e verdades, sobre essa deliciosa e querida bebida, presente na maioria dos lares, ao redor de todo o mundo, que é o café. Café tira o sono? Nosso corpo absorve a estimulante cafeína e ela pode permanecer em nosso organismo por 6 a 8 horas. Isso poderá nos manter em alerta e o sono pode demorar um pouquinho a chegar ou sofrer interrupções, durante a madrugada. O ideal é tomar café até às 16h, assim preservamos uma fundamental noite de bom sono. Há pessoas que são mais tolerantes e podem tomar café em qualquer horário que não perderão o sono. Café cura a ressaca? O café não cura a ressaca, mas ajuda você a despertar. Se beber em excesso, você vai continuar com aquela sensação ruim da ressaca, mas acordado. O café faz perder peso? O café acelera o metabolismo e faz os músculos usarem a gordura como

magazine 60+ #7 - Janeiro/2020 combustível, portanto ele ajuda a queimar calorias. Ele não elimina a fome, só retarda a fome por muito pouco tempo. O café auxilia a memória? Exames já comprovaram que 3 xícaras de café por dia geram aumento da atividade cerebral. O café também pode aumentar seu foco e memória, temporariamente. O café piora o estresse? Para quem está estressado, não é uma boa ideia tomar café, pois a cafeína vai potencializar os efeitos do estresse. O café pode prevenir algumas doenças? Estudos vêm comprovando que algumas doenças degenerativas, como Mal de Parkinson e Alzheimer, entre outras, têm chances reduzidas de se desenvolverem nos indivíduos que fazem uso contínuo de café. De qualquer forma, vale ficar atento e sempre procurar ajuda de profissional, para poder ficar mais confiante. Por último, uma super dica: - No Ano Novo ou nas férias, com tantas comemorações e encontros com familiares e amigos, após a sobremesa, o café se faz indispensável e, se acompanhado de um licor, será de grande importância para sua boa digestão. Bom proveito!


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DICAS DE EBE FABRA NA COZINHA

Receitas Fáceis

1 pitada de sal 4 colheres de sopa de corante vermelho Preparo da massa: Bata bem os ovos e coloque todos os ingredientes líquidos no liquidificador. Num bowl, peneire a farinha e acrescente todos os demais ingredientes secos. Misture tudo e acrescente os ingredienEbe Fabra tes líquidos, mexendo com um foet, até Chef de Gastronomia que a massa fique bem homogênea. Vamos começar o Ano com uma delícia Unte uma assadeira, enfarinhe, coloque de Bolo:o Red Velvet, geladinho... fica di- toda a mistura e asse em forno preaquecido a 180 graus, por 45 a 60 minuvino! tos no forno. (veja com o palito, se sair Bolo Red Velvet limpo, está pronto). Ingredientes da massa: Deixe esfriar e desenforme, corte ao 3 ovos meio ou 2x. 1 xícara de óleo Recheio e cobertura: 1 iogurte natural ( ou 1 xícara de leite 4 caixas de cream cheese com meio limão espremido, o leite vai 1 colher de sopa de manteiga -sem sal talhar) 400g de açúcar de confeiteiro, peneirado 1 colher de chá de baunilha 2 colheres de chá de baunilha 1 colher de sopa de vinagre branco Bater tudo na batedeira, rechear e cobrir 2 xícaras de açúcar o bolo 1 colher de sopa de fermento em pó Saboreie esse bolo magnífico 1 colher de sopa de cacau em pó

Foto ilustrativa

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Cidadão e Repórter é um movimento social que possui a missão de transmitir informações relacionadas a cidadania, objetivando aumentar a conscientização, de maneira que as pessoas possam se inteirar de assuntos de seu interesse e, assim, poder se posicionar, tomando as melhores decisões possíveis. A parceria com o Gentil Gigante Jornalismo tem como base a confiança e ética intrínsecas a ações comuns.



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