Magazine 60+ 8

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60+

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S.Paulo, Janeiro/2020 - #8

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Ano II

#8

O sentido da vida na velhice Cientistas da Universidade da CalifĂłrnia publicaram recentemente um estudo, comprovando que vale a pena uma reflexĂŁo sobre questĂľes fundamentais da vida


NOSSOS PARCEIROS

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VEJA TODAS AS ATIVIDADES PARA OS 60+ EM 2020

educação para a vida


NOTA DA PUBLICAÇÃO - NOSSA PROPOSTA

Manoel Carlos Conti

O fenômeno do envelhecimento, hoje, é uma realidade mundial. Em todo o mundo, a proporção de pessoas com 60 anos ou mais está crescendo mais rapidamente que a de qualquer outra faixa etária. Entre 1970 e 2025, espera-se um crescimento de 223%, ou em torno de 694 milhões de pessoas com 60 anos. Em 2025, haverá um total de aproximadamente 1,2 bilhões de pessoas com mais de 60 anos; até 2050, dois bilhões. Nossa intenção nessa Revista é poder, além de informar àqueles que já chegaram aos 60 ou mais, mostrar aos mais jovens que a capacidade de pensamentos dessa faixa etária vai bem além daquela que dizem, por exemplo “...para pai... que é isso mãe... vocês são muito ‘caretas’ e têm um pensamento da época em que nem existia celular e computador”. Cada um que aqui deixa seu recado pode não ser um ‘Nobel’ de Literatura, mas tenham certeza que em todos os artigos você vai encontrar a honestidade e a sinceridade daqueles que vivem ou viveram as situações descritas.

Marisa da Camara

Pertencemos a uma geração que testemunhou grandes ocorrências, transformações e conquistas. A ida do homem à lua; a constru- ção e queda do muro de Berlim; a descoberta dos sinais de satélites; a evolução da medicina diagnóstica e a descoberta do DNA; a inserção, em massa, da mulher no mercado de trabalho; o movimento hippie; o desenvolvimen- to de carros elétricos e de robôs; a internet; a revolução dos smartphones e muito mais. Poderíamos falar horas sobre as significativas ocorrências dos últimos 60 anos. O time da Magazine 60+ reúne conteúdo de vida, de uma geração ímpar e privilegiada. É uma turma vigorosa, batalhadora, animada e incansável. É a geração do realizar, para a qual eu tiro o meu chapéu.

60+

magazine GENTIL GIGANTE

É representado por:

Fechamento desta Edição

96.474.762|0001-07 Rua Viaza, 374 - 151 A

30/01/2020

São Paulo - SP

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Periodicidade mensal

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j o r n a l i s m o

Jornalista Responsável

Manoel Carlos Conti Mtb 67.754 - SP

Revisão geral

Marisa da Camara

*Todas as colunas são de inteira responsabilidade daqueles que a assinam

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nossa equipe de colunistas

60+

magazine

Heródoto Barbeiro Páginas 5 e 6

Reuven Faingold Páginas 6, 7 e 8

Página 15

Página 14

Anete Z. Faingold Página 20

Marcelo Thalenberg

Sandra R. Schewinsky

Páginas 9 e 10

Página 11

Páginas 12 e 13

Silvia Triboni

Vanessa Bulara

Malu N. Gomes

João F. Aranha

Páginas 16 e 17

Marisa da Camara Páginas 21 e 22

Jane Barreto Página 24

Tony de Souza Página 18

Cida Tammaro

Páginas 25 e 26

Página 27

Manoel Carlos Conti

Página 28

Páginas 30 e 31

Páginas 31 e 32

Vera Soubihe

Iasmin Galvão

Ana Luna

Cida Castilho

Página 36

Página 37

Página 35

Página 19

Malu Alencar

Osvaldo B. de Moraes

Helton Leal

João Alberto J. Neto

Katia Brito Páginas 33 e 34

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Thais Bento Lima Página 34

Ebe Fabra Página 38


Editorial

Manoel Carlos Conti Jornalista

Como Professor de Artes e de História da Arte, estava eu lendo uma Tese de Doutorado, dia desses, elaborada em 2016, em Recife, por uma formanda, de nome Maria Helena. O nome que ela deu ao trabalho foi: ‘Animais de estimação e civilidade, a sensibilidade de empatia interespécie, nas relações com cães e gatos’. Em Roma, por volta do ano 203 dC, um Imperador foi um dos precursores da criação de animais, principalmente os mais selvagens. Lógico que, antes dele, existiram muitos outros na Pérsia, no Egito, na Suméria e em outros pontos, principalmente na África, além de Heliogábalo, que reinou por apenas 4 anos (218 - 222 dC) e foi assassinado, quando tinha 19 anos. Ele costumava desfilar em plena Praça do Vaticano com seus Tigres, Elefantes e Serpentes e, só de olhar, caso não gostasse de uma pessoa, dava ordem para que um de seus animais fosse atirado sobre a vítima. Maria Helena diz, em sua Tese, que após a legalização da “carrocinha” (carro especial, que transportava animais errantes a Centros de Zoonose, onde eram abatidos), no Recife, os donos de cães e gatos passaram a cuidar mais de seus animais, dentro de casa. Esse fenômeno foi difundido em todo o País, uma vez que os sacrifícios foram regulamentados (fim do século XVIII) e as pessoas não queriam ver seus animais se tornando ‘sabão’ (que era feito com o sebo desses bichos). Uma curiosidade é que os gatos, em particular, começaram a se tornar mais caseiros na Europa antiga e, mais tarde, por todo o mundo, graças à transmissão da peste bubônica, transmitida por ratos e, como todos sabem, gatos matam ratos. Tanto para crianças como, mais recentemente, para os idosos, em diversas regiões do mundo, aplicam-se terapias com animais, bem com incentivam o uso desta companhia, para uma distração bastante saudável. Crianças amam jogar bolinhas e verem seus cães irem buscá-las, correndo. Já os idosos, principalmente os mais solitários, mantém conversas com seus cães e gatos, como se fossem seus companheiros de toda uma vida, questionando-lhes, inclusive, sobre passagens

nas quais esses animais sequer estavam vivos. Na Constituição Brasileira, existem vários artigos que falam sobre os cuidados com os animais, porém, a meu ver, acho que o mais importante é o Artigo 225 parágrafo 1, que diz: “Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-la para as presentes e futuras gerações. VII proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoque a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade”. Com tudo isso, deveríamos ter maiores cuidados com os pets e animais, todavia perguntamos:. E os cães errantes que sofrem violência nas ruas? E as vacas e os bois torturados nos matadouros? E os gatos envenenados com chumbinho? E as galinhas que têm os bicos cortados nas granjas superlotadas? E os ratos submetidos a inimagináveis danos nos laboratórios de experimentação animal? E os cavalos espancados nas carroças? Como, enfim, tutelar os animais que não possuem qualquer relevância ambiental ou que não se encontram em risco de extinção? São perguntas quase que sem respostas. O mais importante é que hoje podemos ver mais idosos cuidando de animais, do que as crianças cuidaram em tempos passados e em muitos casos os mais idosos chamam seus animais de estimação de ‘meu filho’, ‘meu nenê’. Donos de animais de estimação, principalmente os mais idosos, costumam ser acusados de dedicar-lhes um amor excessivo, por tratá-los assim como filhos. Isso, para muitos, é considerado um obsceno deslocamento de afetos. Sempre discordei do conceito “quem quer filhos tem filhos, pois cães e gatos, geralmente, ocupam outro lugar”. Ainda sabermos que essa companhia, seja de cão, gato, cabras, lagartos, pássaros de toda espécie e, por aí vai, uma infinidade de bichos são, no meu ponto de vista, e com o viés de um idoso, um saudável meio de trocar afetividade. Esses animais não são mais que os seres humanos, porém são sempre disponíveis para uma lambida de afeto e, deitados em nosso colo, proporcionam momentos de total relaxamento a ambos. Maria Helena termina sua tese dizendo que ‘hoje, podemos fazer indicações importantes sobre a relação humanos - bichos, no Brasil e no mundo’. contihq@hotmail.com - cel. (11) 9.88906403

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Crônicas do Brasil

Heródoto Barbeiro Jornalista/Historiador

Heródoto Barbeiro é âncora e editor-chefe do Jornal da Record News, em multiplataforma

O julgamento da egrégia corte é a última palavra do judiciário. É verdade que poucos entendem o que os ministros decidem. Uns porque não são chegados a um juridiquês temperado por aforismos latinos, outros porque o tribunal se expressa em decisões herméticas, que só os iniciados e os com condições técnicas são capazes de entender. Vai da heurística ao kabalismo. Só mesmo para iniciados. Ainda assim é a última instância e recorrem a ela quando outros poderes ameaçam as garantias constitucionais. É verdade que ela é muito jovem e abre margem para amplas interpretações, que dividem os membros do plenário. Contudo não se pode afirmar que cada ministro é uma ilha e eles formam juntos um verdadeiro arquipélago do judiciário brasileiro. As decisões do plenário representam verdadeiramente o Supremo Tribunal Federal e são acatadas por todos, ainda que discutíveis, debatidas Foto: memoriasdaditadura.org.br

Olga Benário Prestes Capa do Livro Olga de Anita Leocadia Prestes

na imprensa e nos partidos políticos. Não é tão fácil decidir sobre assuntos que envolvem políticos, uma vez que o poder executivo é muito forte. Afinal a república brasileira nasceu para ter um presidente com razoável força e alguns pais, fundadores da república, defendem uma ditadura como na antiga Roma. A história da corte, no regime republicano, recém-nascido, foi marcada por um confronto com o presidente. Contudo o que se espera de homens com reputação ilibada e profundo conhecimento jurídico é a savalguarda dos direitos individuais. Uma delas é a de impedir prisão arbitrária ou salvo conduto para deixar as cadeias que se parecem com masmorras medievais. Para tanto apresentam-se paramentados e o que para leigos não tem nenhum sentido, parece antiquado, visa, na verdade, dar maior solenidade e respeitabilidade aos julgamentos. Suas excelências, este é o tratamento adequado que qualquer advogado deve saber, apresentam-se de toga preta, o que dá um tom ainda mais solene, quando o plenário se reúne. As decisões de pedido de habeas corpus sempre movimentam as colunas políticas da mídia. Os advogados batem na porta do Supremo com pedidos que nem sempre são recebidos com boa vontade. Podem ser confundidos com chicanas para atrasar o andamento do processo ou para libertar um preso de notoriedade. Afinal, não são todos que têm dinheiro para bancar as custas do processo e o trabalho do advogado. Ainda assim, o doutor Heitor Lima bate às portas do egrégio tribunal com um pedido de um habeas corpus às avessas. Será mais uma jabuticaba brasileira? Ele quer que sua cliente seja presa!!!! Como assim, um pedido para que ela não saia da prisão? Ela está na casa de Detenção e não quer sair de lá. Corre risco de ser expulsa do Brasil, como perigosa à ordem pública e nociva aos interesses do País. Tem todos os pedidos negados: nem perícia médica que comprove gravidez, nem comparecimento na corte, nem requisição dos autos do respectivo processo administrativo. Minis-

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Divulgação

Togas pretas


tros acordam não tomar conhecimento dos pedidos. Olga Benario, mulher do líder comunista Luis Carlos Prestes, judia, alemã, é entregue aos carrascos nazistas em 1936. Seis anos depois é executada

em um campo de concentração hitlerista. A filha do casal sobreviveu. As custas do processo foram pagas pelo advogado Heitor Lima.

Nosso Mundo, Nossa Cultura

Birobidjan: Aventura judaica na Rússia

Reuven Faingold Historiador

Na passagem do século 19 para o século 20, surgiram diferentes tentativas para obter um Estado judaico e, assim, resolver a controversa “questão judaica” gerada pelo antissemitismo, ora na Europa central ora no leste europeu. Dentre as propostas discutidas pelo movimento sionista, é preciso mencionar a ideia de Theodor Herzl de obter uma terra para os judeus na Argentina, a de erguer uma nação na Uganda em plena África e a de pensar um Estado judeu em El-Arish, região situada entre o Egito e a Faixa de G a z a . Gaza. A todas estas tentativas sionistas, algumas utópicas e outras mais plausíveis; é fundamental adicionar a ideia surgida no governo Josef Stalin de criar um Estado judaico na Sibéria, na região de Birobidjan; um enclave na fronteira Rússia-Manchúria. A história dos judeus na Rússia é rica em acontecimentos. Na era czarista os judeus viviam nas cidades, porém afastados da vida sociocultural usufruída pela população local. O antisemitismo estava latente e não dava sossego, sendo poucos os momentos de estabilidade e criação cultural. Assim, alguns judeus, fiéis ao pensamento de Karl Marx, começam a participar, ativamente, das lutas políticas do país, ingressando nas fileiras do partido comunista, ansioso em derrubar o regime feudal e ditatorial da dinastia dos Romanov. dos Romanov. Em 1917 foi implantada a revolução russa através do grupo dos bolcheviques, substituindo o sistema de governo czarista por uma administração dirigida pelos soviets. Três anos depois da im-

plantação do regime comunista soviético, a situação econômica dos judeus era desesperadora. Nenhum dos líderes da revolução, nem mesmo Trotsky, - o judeu Lev Davidovitch Bronstein -, educado num lar religioso, se preocupara em entender a essência do Sionismo. Quando os bolcheviques criaram a Yevsektzia (Seção Judaica do Partido Comunista), Trotsky permaneceu alheio a esta iniciativa, mudou seu nome e se definiu como “internacionalista”. Ele acreditava que as perseguições aos judeus eram devidas a uma deformação social e, portanto, uma vez reformada a sociedade russa, os judeus abraçariam o comunismo, ficando totalmente livres de todos os males. m a l e s . Há uma história curiosa sobre o distanciamento de Trotsky com o Judaísmo. Conta-se que o Rabino de Moscou, Jacob Maze, foi ao encontro de Trotsky, para lhe pedir que intercedesse em favor dos judeus que estavam sendo provocados pela população local. Como sempre, Trotsky respondeu que era comunista e não se considerava judeu. O rabino replicou: “Eu sei ... os Trotskys fazem as revoluções e os Borensteins pagam a conta”, lembrando-lhe a mudança de identidade ao jovem militante. A liderança da revolução russa, apesar dos numerosos problemas a resolver, dedicou também seu tempo à questão judaica. Os novos donos do poder tentaram assentar judeus em várias áreas do país. Houve um plano de concentrá-los na Ucrânia e na Criméia, porém os dirigentes locais detonaram esta iniciativa governamental. governamental. A ideia de erguer um Estado judaico na Palestina não era do agrado dos líderes comunistas. A “Segunda Internacional Comunista” deu a conhecer um documento em que critica duramente a aventura sionista, afirmando que “os sio-

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Foto: leouve.com.br

soviéticas. Pelos documentos oficiais, sabemos que o primeiro ano foi terrível, atingido por frequentes inundações e tempestades. Uma devastadora epidemia dizimou todos os animais, e as terras se revelaram totalmente impróprias para qualquer cultivo programado. Apesar das dificuldades enfrentadas, o projeto Birobidjan entusiasmou as esquerdas judaicas em várias partes do mundo. Para poder apoiar financeiramente a ideia, nos Estados Unidos foram fundadas organizações filantrópicas. Judeus americanos, europeus, latino-americanos e até da disputada Palestina britânica, todos eles simpatizantes do comunismo, num total de 1.400 almas; deixaram suas casas e chegaram a Birobidjan. Porém, em pouco tempo, como consequência das condições mencionadas, a maioria retornou para seus países de origem. Em 1930 um judeu da Bielorrússia de nome Jacob Levin foi nomeado primeiro comissário do partido comunista em Birobidjan. Para presidir o comitê regioFoto: divulgação

nistas pretendem estabelecer um Estado Judaico nestas terras para expulsar o povo trabalhador da Palestina, porque lá os trabalhadores judeus são ínfima minoria”. Esta era, pois, a imagem do Sionismo dentro das forças revolucionárias russas no decorrer dos anos 20 e 30. O Sionismo passou a ser visto também com certa simpatia por alguns membros da GPU (policia secreta russa) que depois se tornaria a KGB stalinista. Estes, sim, desejavam que os judeus tivessem um lugar próprio e, se possível, na própria Rússia. Assim, entre 1928 e 1934, durante o governo Stalin, foi discutida uma proposta de criar um enclave judaico em Birobidjan, nas terras localizadas entre a fronteira da União Soviética e a Manchúria. M a n c h ú r i a . Mais do que preservar o Judaísmo, Stalin estava preocupado em povoar aquela região próxima a Manchúria, então ocupada pelo Japão. Desta forma, criar-se-ia uma classe camponesa judaica que tivesse uma ligação mais profunda com o território nacional. Na verdade, ele pretendia que se formasse uma comunidade e uma cultura proletária judaico-soviética, que pouco ou nada tinha com as aspirações nacionais do movimento sionista. Birobidjan tinha uma área de 34.000 quilômetros quadrados, aproximadamente do tamanho da Bélgica e maior que o Estado de Israel, com seus 22.000 quilômetros quadrados. O lugar era assolado por invernos implacáveis e chuvas permanentes. Mesmo tratandose de uma área dotada de recursos naturais como carvão, ferro, cobre e ouro; as condições de vida eram muito duras e as infraestruturas, para exploração, precárias ou praticamente inexistentes. Mesmo em condições adversas ao povoamento, o “Comitê Central Executivo dos Soviets” declarou Birobidjan oficialmente aberta à colonização judaica. Cerca de 43.000 judeus chegaram à região na década 1928-1938. Contrariamente ao que visava o Sionismo, o ídiche seria a língua obrigatória adotada em Birobidjan. Um teatro e uma livraria também foram inaugurados e até uma sinagoga foi permitida pelas autoridades

Josef Stalin - 1927 - 1953

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nal executivo, foi nomeado outro judeu, Yosef Liberberg, um ilustre membro da Academia de Ciências da Ucrânia. Em 1934 o Kremlin proclamou Birobidjan Região Autônoma Judaica, assumindo assim, oficialmente, uma importância estratégica face ao avanço dos japoneses na Manchúria. A propaganda do governo falava em Birobidjan como “alternativa viável para a continuidade nacional judaica em vez da ancestral Palestina” Contudo, a distante Região Autônoma Judaica de Birobidjan não atingiu seus objetivos e acabou transformando-se em uma verdadeira fábrica para assimilação dos judeus. A promessa de Stalin de incentivar a cultura judaica não se concretizou e a população local também foi vítima dos expurgos do ditador. Entre 1936-1938 as escolas de língua ídiche foram fechadas, as instituições para agricultores desmanteladas e a política de atrair colonos judeus, suspensa. O projeto Birobidjan fracassou e isto é fato histórico. Mas, fica difícil entender (muito menos aceitar) as explicações dadas pelo governo russo para explicar o fracasso desta empreitada. Em

1945, pouco antes de derrotar o Nazismo, os três líderes aliados Roosvelt, Churchill e Stalin, reuniram-se na “Conferência de Yalta” para definir os novos rumos mundiais. Na ocasião, o presidente americano Frankin D. Roosvelt perguntou a Stalin sua opinião sobre o Sionismo. O ditador, com tom de ironia, respondeu: “Em principio, apoio o Sionismo; porém resulta muito difícil solucionar essa questão judaica. Nossa experiência em Birobidjan fracassou porque os judeus preferem viver nas grandes cidades. d e s ” . Embora não sendo verdadeira, a resposta fora bem pensada. Nem Stalin nem os camaradas dele no Kremlin jamais conseguiriam entender por que os judeus, que tanto almejavam possuir um território próprio, não haviam acorrido em massa à remota Birobidjan. Faltavalhes, a rigor, a compreensão de que o Sionismo não se resumia a um desejo meramente territorial, e sim a um anseio de retorno espiritual a uma pátria na Terra de Israel, prometida desde tempos remotos.

Foto: divulgação

Pág. do Livro Birobidjan de Robert Weinberg

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Contos II

O sentido da vida na velhice

Foto: divulgação

João F Aranha

Cidadão e Repórter

Cientistas da Universidade da Califórnia publicaram recentemente um estudo, em renomado periódico científico americano, comprovando que vale a pena uma reflexão sobre questões fundamentais da vida, entre as quais as relativas ao papel que desempenhamos no planeta em que vivemos e, principalmente, se há sentido em como somos e no que fazemos. A pesquisa, de maneira geral, revelou que pessoas que encontraram um sentido para suas vidas apresentam melhores condições de saúde, física e mental. Outros trabalhos científicos recentes apontaram que as pessoas que têm um desígnio delineado são mais saudáveis, com tendências para se exercitar mais, cuidar melhor da alimentação e pouca propensão ao estresse. Chamou atenção o fato de que o ápice de satisfação entre os que encontraram um propósito para suas vidas ocorre na faixa dos 60 anos. De uma maneira bem simplista, pode-se considerar essa idade como “pré-velhice” e, ao mesmo tempo, uma fase da vida que pressupõe certa estabilização, onde não há mais hiperatividade, abrindo um caminho para uma rotina mais espiritualizada que, muitas vezes, leva à concretização da busca do sentido da vida. No entanto, ainda segundo a pesquisa, quanto mais a idade cronológica avança maior é a probabilidade de uma mudança de cenário, onde começam a surgir problemas psicológicos e as perdas físicas inerentes ao envelhecimento. Este quadro pode levar a um novo questionamento que deságua em dúvidas sobre qual seria o propósito da existência pois os pesquisadores não relutam em afirmar que a pior situação ocorre quando não se consegue

definir um significado para estar vivo. Percebe-se que surge um panorama de dupla alimentação, ou seja, o avanço da idade cronológica leva às conhecidas perdas naturais e o fato de não se encontrar propósito para a vida também ocasiona, por sua vez, perdas físicas e psicológicas. Tem-se, então, uma vez equacionado o problema, duas variáveis: o envelhecimento e a dificuldade de se encontrar um sentido para nossas vidas. O conceito de Life-Span preconiza que o envelhecimento decorre de um desenvolvimento que ocorre por toda a vida de uma pessoa e desde que os processos psicológicos já estabelecidos se mantêm e o ambiente sócio cultural for propício, há condições de se ter uma velhice bem-sucedida, mesmo que ocorram as naturais presenças de limitações de origem biológica. Dessa forma, o envelhecimento está relacionado à capacidade da criação de equilíbrio entre ganhos e perdas voltados para a adaptação que deve ocorrer em todas as fases da vida. Envelhecimento bem-sucedido pressupõe um quadro de bem-estar físico e social, sem a ocorrência de doenças físicas e mentais crônicas, sem que haja incapacidade funcional e que seja preservada a manutenção da autonomia e da produtividade, além da conservação do papel social, político e dos direitos e deveres da cidadania. Quando a condição sócio econômica não for favorável, cabe uma participação mais ativa dos órgãos públicos, com políticas mais efetivas na área de saúde, na melhoria das condições de aposentadoria e na

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criação de oportunidades de trabalho e lazer. É comum, no entanto, que se dê preferência a posturas assistencialistas em detrimento da autonomia, deixando-se de trabalhar também o ser de cada indivíduo e os impedindo de sentirem-se úteis e ativos, priorizando atividades recreativas para passar o tempo. São bem-vindas, portanto, iniciativas como a Universidade Aberta à 3ª Idade e cursos ministrados por entidades particulares com conteúdos edificantes para os mais velhos. Nos tempos atuais em que vivemos, onde impera a rapidez das mudanças tecnológicas e o surgimento de novos paradigmas, há um clima generalizado de incertezas dificultando, segundo os sociólogos, o processo de adaptação normal que costuma ocorrer quando há mudanças drásticas nas estruturas sociais. Os idosos, por sua vez, sentem os reflexos decorrentes desses novos tempos, tendo que aumentar sua reserva funcional, modificando seus hábitos e adaptando-se a uma inversão de valores, que sobrepõe a tecnologia à espiritualidade. Com isso, encontrar sentido para a existência torna-se uma difícil tarefa. A busca por auxílio psicoterapêutico é normal e necessária. Meditação, Ioga e outras ferramentas modernas também poderão ser úteis. O psicoterapeuta húngaro Viktor Frankl (1905-1997) criou a Logoterapia, baseada na análise existencial cujo objetivo era ajudar as pessoas a encontrar um sentido para a vida. Frankl direcionou sua vida a impulsionar os homens a ter uma causa, a usar a liberdade – considerada a característica mais humana que possuímos - para nos livrar da opressão cotidiana. Frankl aliou a filosofia ao seu método terapêutico visando preencher o vazio existencial com um sentido para a vida, sentido este que está no mundo e não no sujeito que o experiencia. Disse ainda que a busca da felicidade, em si, não traz ganhos para o ser humano, porém a procura de uma razão para ser feliz fará com que a felicidade decorrerá espontânea e automaticamente. O mesmo ocorre com a auto realização – busca prioritária dos tempos atuais – a qual só aparece quando da realização de um sentido.

foto: roraima1.com.br

O médico e psicoterapeuta húngaro sobreviveu às agruras da 1ª Guerra, as inimagináveis condições de campos de concentração na 2ª Guerra e jamais ‘entregou os pontos’, pois como tinha muito a dizer e a ensinar, transformou essa missão numa extraordinária força de vontade para sobreviver. Seu livro, O Sentido da Vida, cujos primeiros esboços ele mantinha escondido entre a sua frágil pele e os frangalhos de sua roupa, foi publicado em 1946 e foi considerado pela Biblioteca do Congresso americano como um dos dez livros que mudaram a história da humanidade. Bibliografia Journal of Clinical Psychiatry - Universidade da Califórnia - San Diego Envelhecimento e Depressão: Da Perspectiva Psicodiagnóstica ao Encontro Terapêutico - Tese de mestrado da USP Dra. Claudia Aranha Gil O Sentido da Vida - ViktorFrankl - Editora Vozes Revista Veja - A Busca por um Sentido edição de 15 de Janeiro de 2020

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Empreendedor/Tecnologia

Monitore remotamente onde anda seu idoso e tranquilize-se

outros, que podem cortar o monitoramento e falhar, concluindo que há muito a amadurecer. Dias depois, escuto de uma amiga que ela e sua mãe, de comum acordo, instalaram o aplicativo Life 360, que permite saber onde a idosa senhora se encontra e até qual caminho Marcelo Thalenberg está fazendo e guarda este histórico. O apliEmpreendedor cativo deu maior segurança á senhora idosa escreve artigos e sua filha sente-se mais tranquila, na certeza sobre tecnologia Há alguns dias, li que uma empresa lan- de que, numa emergência, pode socorrê-la. çou um sapato com GPS para monitorar pesso- Baixe e conheça o aplicativo tanas com problemas de memória e idosos. Abor- to para Android como para iPhone. dei o tema com amigos e sobre os problemas práticos possíveis, como duração de bateria e www.durmoatualizado.com.br

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www.durmoatualizado.com.br Seniors ativos, curiosos, empreendedores e eternos aprendizes Um blog com dicas fáceis e diversas desde cortar custo de aquisição de remédios, como tirar uma ideia da cabeça e tornar-se um projeto a aplicativos que facilitem o seu dia a dia. Desenvolvido por Marcelo Thalenberg colunista do Magazine 60+

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Divã

Dicas para melhorar o desempenho de aprendizado

Enfoque na memória e na higiene do sono

Sandra Regina Schewinsky

Psicóloga - Neuropsicóloga

O mercado de trabalho exige, cada vez mais, qualificação dos profissionais, entretanto com a vida atribulada, as horas dedicadas para estudar são escassas. Para se ter um bom desempenho de aprendizado é importante compreender questões básicas, sobre as atividades mentais e formas de adequação da rotina e dos estudos. Primeiramente, nosso cérebro funciona de forma integral e ele precisa de energia. Sem ela, não há força suficiente para que as funções mentais funcionem de acordo. Temos algumas situações em que a energia do cérebro pode estar em baixa, como por doenças, anemias, consumo de alguns tipos

de remédios e alterações do sono, portanto dormir bem é essencial para o aprendizado. Existem situações em que uma consulta médica é fundamental, para a conquista de boas horas de sono, pois a pessoa pode sofrer de apneia ou outros transtornos e não entrar no sono REM, não descansando o suficiente. Algumas dificuldades de rotina também são comuns e atrapalham o sono, assim seguem algumas dicas práticas: 1- Horas de sono: muitas pessoas dormem pouco, porque se desorganizam com os horários, usando as mídias sociais ou fazendo tarefas até tarde, colocando o alarme para acordar, quando o correto é colocar o alarme para avisar que chegou a hora de dormir e acordar cedo, naturalmente. 2- A casa precisa dormir antes: deve-se desacelerar, apagar as luzes aos poucos, parar com barulhos e atividades estimulantes, como computador, tv e celular. 3- Muito importante ficar no escuro. Luzes acessas, luz do celular, computador, estimulam o cérebro e atrapalham no descanso

Foto: centraldaoptometria.blogspot.com

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cerebral, como ainda, dificultam a produção de melatonina, hormônio que regula o sono. 4- Desta feita, deve-se manter a rotina para horários de sono e vigília, para manter o ritmo do ciclo cicardiano: 5- Deve-se evitar bebidas alcoólicas ou com cafeínas de 4 a 6 horas antes de dormir. 6- Não fumar próximo ao horário de dormir. 7- Fazer refeições leves, à noite. 8- Realizar atividades físicas ao menos 20 minutos por dia, mas não perto da hora de dormir, ao menos 4 a 5 horas antes. 9- Deitar na cama, para dormir, sem ler, ver tv ou celular. 10- Aprenda a relaxar e remédio só com orientações médicas. Depois de uma boa noite de sono, temos um dia inteiro para enfrentar e deve ser saudável também. Algumas doenças podem interferir na cognição como o Acidente Vascular Encefálico, Traumatismo Crânio Encefálico ou demências. Assim, deve-se evitar uso abusivo de sal, açúcares, gorduras, álcool e fumo. Existem alimentos que, comprovadamente, ajudam a turbinar o cérebro e melhorar a memória, como: ovo, chocolate amargo, frutas vermelhas, salmão ou sardinha, castanhas, azeite de oliva, verduras verdes e geleia real. Para bom aprendizado é necessário boa memória, que depende de algumas coisas: A fase inicial do processo de memorização é a recepção da informação, que depende de: 1- Órgãos dos sentidos.: certifique-se que está ouvindo e enxergando bem, além da integridade do olfato, paladar e tato. 2- Estabilidade de humor.: Se estiver deprimido, desinteressado, desmotivado, doente ou sem dormir, não há energia suficiente para o cérebro receber informações. Se estiver ansioso, agitado, em pânico, eufórico, não há calma adequada para focar nas informações. 3- Tristezas e isolamentos, também interferem na qualidade de recepção da informação. 4- Problemas de atenção.: A atenção é o filtro para as outras atividades mentais. Caso tenha dificuldades, procure opinião médica. A segunda fase do processo de memorização é de armazenamento, que pode ser melhor se houver: 1- Interesse: quanto mais relevante, interessante e com forte colorido, mais fácil reter. 2- Repetição: para aprender alguma

coisa, com expertise, é preciso rever várias vezes. 3- Estudo, com interação motora: ler, em voz alta, andando de um lado para o outro e escrever. 4- Reflexão sobre o conteúdo: ler em voz alta, grifar as partes importantes do texto e depois reescrever cada parágrafo, com suas próprias palavras, e fazer resumos. 5- Associações, com rimas, imagens ou experiências pessoais. 6- Organização das informações. 7- Inibição das distrações, por exemplo, não deixar o celular por perto, pois cada vez que ele indica uma mensagem, seu cérebro se desorganiza e precisa de muita energia para voltar a se concentrar. 8- Certificação de ter entendido o conteúdo, evitando distorções. 9- Rotina de estudo, descanso e principalmente lazer. 10- Matéria dada, matéria estudada. Reveja o conteúdo no próprio dia em que teve a aula, para melhor memorização. A última fase do processo de memorização é o da evocação, assim crie atividades para chamar mentalmente as informações. 1- Faça para si mesmo um questionário. 2- Dê aulas sobre o assunto na frente do espelho. 3- Troque opiniões com outras pessoas. 4- Não se isole 5- Participe de atividades em grupo. 6- Exponha suas opiniões e conhecimentos 7- Escreva o máximo que puder. Segundo o famoso neurologista Luria, aprendizado é igual a felicidade neuronal, assim estude muito e tenha seus NEURÔNIOS EM FESTA!!!!! Sandra Regina Schewinsky Psicóloga Especialista em Psicologia Hospitalar pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Mestre em Psicologia do Desenvolvimento pela Universidade São Marcos, Doutora em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Psicóloga do Instituto de Medicina Física de Reabilitação do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IMREA HC FM USP), Neuropsicóloga do Centro de Reabilitação Do Hospital Sírio Libanês. Docente do NEPPHO – Núcleo de Estudos e Pesquisas em Psicologia Hospitalar. Docente UNISAU – Curso de Especialização e Psicologia Hospitalar.

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Aprendizagem na 3ª idade

Pensando nos Baby Boomers

A convivência de diferentes gerações não é novidade para ninguém. Atualmente, o que nos parece surpreender mais do que a idade é o número expressivo de pessoas que se encaixam no perfil de idosos. Observamos um envelhecimento populacional jamais visto em outras épocas. E, embora tal fenômeno venha ocorrendo há bom tempo, somente agora nos damos conta de sua existência, de sua amplitude e de suas possíveis consequências. Envelhecer passou a ser assunto obrigatório nos noticiários e nas reuniões sociais. Jornais, revistas, livros, todos têm falado sobre o envelhecimento e aumento da população idosa. Retratam suas diferentes realidades e questionam as políticas voltadas a essa população – e a falta delas na prática. Nossa sociedade se prepara muito lentamente para absorver o impacto causado pela quantidade de pessoas que possuem 60 anos ou mais. Será que conseguiremos garantir ao idoso aquilo que, de fato, ele necessita para ter qualidade de vida após haver se dedicado tanto tempo a construir realidades diferenciadas para a sua geração e para as gerações que o sucedem? A geração baby boomer (explosão de bebês) é a de crianças nascidas nos anos cinquenta e sessenta após a volta dos soldados que lutavam na Segunda Guerra Mundial reconstruírem suas famílias. Como diz a professora Ana Amélia Camarano do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), hoje poderia ser chamada elderly boomers (explosão de velhos). O que queremos para essa geração, como queremos vivê-la? Responde a professora: A forma como os idosos irão sobreviver, no futuro, dependerá não só da questão da pre-

DC Comics - Divulgação

Malu Navarro Gomes Pedagoga Psicopedagoga

vidência, mas também de investimentos em três áreas básicas: educação, saúde e segurança. O Brasil precisa melhorar o seu sistema de saúde, para que a população tenha condições de cuidar do seu bem estar ao longo da sua vida e não quando chega ao fim da vida. O País também necessita investir em educação, para possibilitar ao idoso de ter condições e conhecimento para viver mais e melhor. A questão fundamental é garantir que as crianças e os jovens de hoje envelheçam bem em termos de saúde, educação, trabalho e renda. A complexidade das condições apresentadas nessa análise atinge todas as pessoas e nos chama a atenção para a responsabilidade daqueles que possuem mais de 60 anos, para exigir políticas que garantam um “olhar afinado” aos três sistemas assinalados, tanto na atualidade, para os idosos de hoje, como para as futuras gerações. Há obrigações individuais e públicas a serem cumpridas. Individualmente, uma alimentação mais saudável, exercícios físicos, dormir por 8 horas diariamente, beber muita água, ter uma vida social ativa, hábitos de leitura, são alguns dos compromissos que devemos garantir para nosso próprio bem estar. Condições de participação social nas reivindicações para a melhoria dos sistemas de saúde, educacional etc., adquirese a partir da leitura e discussão do Estatuto do Idoso e da legislação vigente nas áreas citadas. Temos força, entusiasmo e energia suficientes para continuar à frente de uma série de mudanças estruturais, que promovam o bem estar e a qualidade de vida dos idosos, de hoje e de amanhã. Vamos à luta?

Personagens como o Superman e outros já foram colocados em histórias como idosos

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Direitos

A controvertida base de cálculo do imposto estadual paulista sobre heranças (ITCMD) e a sua possibilidade de redução

Vanessa Bulara

Advogada tributarista Consultora

O ITCMD é o imposto estadual que incide sobre as operações de transmissão causa mortis e sobre doações, isto é, incide em todo procedimento de inventário e herança, além de doações entre vivos. Em situações causa mortis, o ITCMD deve ser apurado e recolhido após a ocorrência do falecimento, ao se iniciar a sucessão por inventário via processo judicial ou em cartório, ou por testamento. Em 2000, o Estado de São Paulo publicou a lei 10.705 instituindo vários critérios necessários à cobrança do imposto, tratando especificamente de incidência, isenção, esclarecimentos sobre os contribuintes e responsáveis, base de cálculo, alíquota e momento de recolhimento. Como parte do processo legislativo brasileiro, toda lei para ser colocada em prática, deve ser regulamentada, explicada, por um decreto publicado posteriormente. Foi atendendo a este propósito que, em 2009, o Estado Paulista publicou seu decreto que acabou por ir além dos propósitos permitidos, ou seja, além de regulamentar a lei que instituiu o ITCMD, acabou por criar uma base de cálculo diferente e maior. Neste cenário, a verdade é que a família e/ou a(o) viúva(o) meeira(o) acabam por não questionar a possibilidade de discussão de se fazer um planejamento ou uma revisão do valor que é cobrado pelo Fisco paulista no momento da abertura do inventário, seja pela situação delicada emocionalmente que a família do de cujus se encontra, seja pela falta de conhecimento técnico e de um apoio jurídico adequado. Sabemos que a transparência na

informação é quesito mandatório, até porque estamos num Estado Democrático de Direito. Entretanto, na prática, o acesso aos pormenores da lei é para poucos, seja porque temos um sistema de normas extremamente remendado e que, muitas vezes, somente é esclarecido pelo Poder Judiciário, após a provocação iniciada por um processo judicial, uma vez que a interpretação aprofundada das normas só decorre da contratação de uma assessoria jurídica competente. Em relação ao ITCMD, a lei 10.705 determinou que no caso de imóvel, o valor da base de cálculo não será inferior ao valor fixado para o lançamento do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana IPTU. Com o advento do decreto regulamentador de 2009, entretanto, a base de cálculo foi de certa forma aumentada, determinando-se que seria o valor venal de referência do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis - ITBI divulgado ou utilizado pelo município, vigente à data da ocorrência do fato gerador, desde que não inferior ao valor venal usado para o IPTU. Em termos práticos, a Secretaria da Fazenda Estadual acaba cobrando o ITCMD sobre o valor maior, pautando-se no valor de referência divulgado pela prefeitura anualmente, e que, de certa maneira, guarda relação com o valor de mercado do imóvel e não com o valor venal do IPTU. O contribuinte do imposto que, para estes casos em tese, é o inventariante, apenas quando é autorizado judicialmente a recolher com base no valor menor, qual seja, o valor venal do IPTU, poderá fazê-lo. Assim, mesmo diante de certa falta de agilidade e agravada burocracia, é importante dar destaque de que existe sim uma solução para o recolhimento correto e menor do ITCMD e que, a economia fiscal decorre da justa aplicação da lei.

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Mudança de Hábito

Quem manda são as mulheres

Silvia Triboni Viajante Sênior e Repórter 60+

Se você é ou vive com uma mulher madura, já sabe que é ela quem manda. O mundo também já sabe disso, segundo os especialistas do AgeLab do MIT – Instituto de Tecnologia de Massachusetts. É muito provável que seja ela quem tome as decisões sobre os cuidados de saúde, em sua família, que controle os gastos domésticos, que cuide de crianças e idosos, gerencie um negócio e até tome a frente em um divórcio. Saiba, inclusive, que a mulher tem a vantagem da longevidade sobre os homens. Às vezes, as mulheres mais experientes podem se sentir invisíveis nos locais de trabalho, mas na verdade não deveriam. Elas são pioneiras, que deveriam ser admiradas, diz Joseph F. Coughlin, diretor do AgeLab no Instituto de Tecnologia de Massachusetts e autor do livro, “The Longevity Economy: Unlocking the World’s FastestGrowing, Most Misunderstood Market.” À medida em que as pessoas envelhecem, o futuro é feminino, com mulheres mais preparadas para a vida, após a meia-idade, em relação aos seus pares do sexo masculino, argumenta ele. “Uma das maiores fontes subestimadas de inovação e criação de novos negócios são, de fato, mulheres com mais de 50 anos. Sempre trazem novas ideias, muita vida pela frente e com muito desejo de realização”, disse Coughlin ao TODAY. Nesta entrevista, Coughlin explicou porque as mulheres mais velhas governarão o mundo. Porque o futuro é feminino? Coughlin: As mulheres fazem mais. Hoje, elas possuem mais educação do que em qualquer outro momento da histó-

ria. Elas provavelmente viverão mais. Uma mulher é a pesquisadora da casa. As mulheres são muito mais propensas a entrar na Internet, não apenas para pesquisar por si mesmas, mas também como pesquisadoras para os filhos millenials, que costumam identificar suas mães de meia-idade como suas melhores amigas. Ela é a cuidadora-chefe. As mulheres cuidam de mais “pais” do que jamais haviam planejado. Cuidam de seus pais e de seus sogros. Chegar a 100 é tão comum agora que vemos cartões de aniversário na farmácia para centenários. Pode haver três ou quatro gerações sob os cuidados de uma matriarca. Uma mulher é a diretora dos gastos da

Foto:pixabay

casa. É ela quem sabe quais mantimentos são comprados, quais contas estão sendo pagas, como essa casa realmente funciona. A maioria das compras de carros é diretamente influenciada ou realizada por mulheres. Se são carros de luxo, os números aumentam ainda mais. A reforma e melhoria da casa é dirigida pela mulher. Por causa de todos esses fatores, é provável que ela seja a pessoa mais próxima de entender quais serão os novos empregos e as oportunidades de viver mais tempo.” As mulheres mais velhas gerenciam relacionamentos? Coughlin: “A maioria dos divórcios do país (EUA) é de mulheres com mais de 50 e são iniciados principalmente pela mulher. Quando conversamos com os homens sobre o que eles acham que será a aposentadoria, quase fazem uma comemoração: se eles economizaram seu dinheiro,

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veem isso como uma hora de jogar golfe, fazer viagens, comprar carro novo. Costumam dizer também que querem passar mais tempo com suas esposas. Eu não posso dizer quantas mulheres já me disseram: “‘Não sei quem é esse homem no meu sofá, mas gostaria que ele apenas buscasse algo a fazer. Tenho rotinas, tenho coisas a fazer e ele está sempre lá sentado, perguntando-me o que fazer. “ Acho que os homens, principalmente aqueles com mais de 50 anos, precisam melhorar o nosso comportamento. Nós realmente precisamos aprender com as mulheres que a vida é mais do que trabalho; que precisamos desenvolver novos interesses e manter o romantismo. O relacionamento atual começou décadas atrás, e com base no que você era e no que criaram juntos. De repente, na velhice, os homens ficam tão presos em uma rotina em parte por causa do emprego e estilo de vida - e esquecem que precisam continuar sendo emocionantes e encantadores.” As mulheres mais velhas estão mudando o local de trabalho? Coughlin: “O novo movimento das mulheres é o empreendedorismo. Quando você é jovem, está disposto a ingressar em uma grande corporação e aturar a burocracia. Você não tem paciência para tolerar isso mais tarde. Quando você tem 40, 50 ou 60 anos é provável que tenha criado uma família, administrado uma casa, tenha uma educação e já tenha feito uma carreira. O que estamos começando a ver é que as mulheres mais velhas podem estar atingindo o ápice em muitas grandes corporações, e indo embora, e essa é a perda das corporações. Elas estão se tornando máquinas de inovação por iniciativa própria, iniciando empresas de consultoria, novas lojas e sites online.” Como as mulheres devem se preparar para viver sua melhor vida após a meia-idade? Coughlin: “Economize dinheiro. Tente acumular tantos recursos quanto possível. Dê uma olhada na geração de sua mãe e reconheça que as conexões sociais são tão importantes quanto seu Pixabay. bem-estar financeiro. Mantenha essa rede de suporte - não apenas de pessoas que podem fazer algo por

você, mas algo que lhe dê sentido para a vida e o engajamento a longo prazo. Pergunte a si mesmo: Quais são as pequenas coisas que fazem você sorrir todos os dias? Você tem acesso a elas? Você pode pagar por elas? Mais importante, você pode identificá-las? Coisas que lhe darão qualidade de vida ao longo de 100 anos, não apenas a capacidade de viver 100 anos.” Este artigo foi escrito por A. Pawlowski, escritora e ex-editora na CNN, e publicado originalmente na revista norte americana TODAY Health & Wellness https:// www.today.com/health/older-women-will -rule-world-we-live-longer-t119645

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Foto:pixabay


‘Causos’ do Nordeste

Tony de Souza Cineasta

Ariano Suassuna tinha uma afirmação muito simples para contestar e teoria da evolução: macaco nasce macaco e gente nasce gente! E explica que um macaco pode viver milhões de anos que a inteligência dele jamais evoluirá ao ponto de conseguir fazer qualquer instrumento que o homem inventou. “Quem dirá a quinta sinfonia de Beethoven.” Já o mestre Câmara Cascudo, estudioso do folclore nacional e internacional, descobriu uma versão diferente sobre a história do macaco. O macaco nasceu como um ser humano. A até sabia falar. Esopo, personagem mítico citado por Heródoto, Aristófanes e Platão, grande contador de histórias, em uma de suas fábulas, narra sobre de um macaco que mentiu para um golfinho e foi castigado. Era um macaco que falava. Isso no entanto não quer dizer muita coisa, já que todos os bichos nas fábulas de Esopo falam. Em outra fábula, “A raposa e o macaco”, temos outro maca-

co mentiroso. Em “A raposa e o macaco eleito rei”, a raposa dá o troco pregando uma peça no macaco para demonstrar que ele não tinha condição de ser rei. Mas voltando ao que interessa no nosso causo, pelas pesquisas do mestre Cascudo, os macacos nasceram como seres humanos e sabiam falar. “Para os Gregos, o símio fora homem , marinheiro, soldado, viajante, perdendo a forma pela insolência com que tratara aos deuses.” E por que os macacos atualmente não falam mais, preferindo se comunicar por gestos, imitando os humanos? A conclusão da pesquisa, baseada no folclore de várias regiões do mundo, incluindo a África Ocidental, Madagascar e América do Sul, onde vivem diferentes espécies de macacos, é de que os macacos realmente sabem falar, mas se fingem de mudos com medo de serem obrigados a trabalhar. Foto:arquivo

A esperteza do macaco

Acordo Obsoleto, Durmo atualizado!

www.durmoatualizado.com.br Seniors ativos, curiosos, empreendedores e eternos aprendizes Um blog com dicas fáceis e diversas desde cortar custo de aquisição de remédios, como tirar uma ideia da cabeça e tornar-se um projeto a aplicativos que facilitem o seu dia a dia. Desenvolvido por Marcelo Thalenberg colunista do Magazine 60+

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Reutilizando materiais

Mosaico Marroquino

Fotos: enviadas pelo colunista

João Alberto J. Neto Analista de sistemas

O mosaico é uma arte extremamente fascinante, pois existem muitas formas de se trabalhar, cada técnica com sua característica, técnicas essas que às vezes ultrapassam séculos, obedecendo a cultura da civilização que a criou. Um grande exemplo disso é o “Mosaico Marroquino” ou Zellige. UM POUCO DE HISTÓRIA A arte do zellige floresceu no período hispanomourisco (azulejo) de Marrocos, tendo surgido em Marrocos no século X apresentando nuances de branco e castanho. A arte permaneceu muito limitada em uso até que a dinastia merínida lhe deu importância, cerca do século XIV. As cores azuis, vermelha, verde e amarela foram introduzidas no século XVII. A confecção desses azulejos é uma arte muito antiga e trabalhosa, transmitida pelos artesãos através das gerações. Como a religião islâmica não permite a representação de seres vivos ou figuras religiosas (para evitar que a imagem seja mais importante do que ela representa) os artistas se dedicaram a criar com peças com formas geométricas variadas. A T U A L M E N T E Atualmente, utiliza-se pastilhas de vidro, azulejos, etc deixando a confecção das tesselas (peças) mais fácil, mas não menos trabalhosa, pois existe a necessidade de utilizar um esmeril para a moldelagem. Existem no Brasil vários ateliers que ministram cursos de mosaico marroquino, cada um com uma forma de trabalho. As peças já prontas são comercializadas a um bom preço, pois são bem trabalhadas e vistosas, dentro dos padrões de cores tradicionais, O ponto alto desse tipo de mosaico

é que ele sugere perfeição no formato e colocação das peças, de maneira a tornar o projeto o mais assimétrico possível, embora podemos encontrar, em ofertas na internet, trabalhos cujas formas e colocação não condizem muito com essa característica, mas como eu disse, isso também depende da visão do artista. Referências: https://www.hometeka. com.br/inspire-se/zellige-saiba-comosao-feitos-os-incriveis-azulejos-marroquinos/ https://pt.wikipedia.org/wiki/ Zellige https://www.hisour.com/pt/zellige-32231/

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Dicas de Viagem

Caberra, Capital da Austrália no meio do nada

Anete Z. Faingold Engª. da Computação

Divulgação

Há várias maneiras de ir visitar a cidade de Canberra desde Sydney: ônibus, trem ou alugando um carro. Fomos de trem e, no caminho, vimos várias fazendas. Chegando lá parecia uma cidade fantasma do faroeste, sem plantas, tudo seco e o vento levando os galhos secos. A capital foi fundada em 1913, havia uma disputa entre Melbourne e Sydney para serem a capital; entraram em um acordo que seria no Estado de Nova Gales do Sul, a 160 km de Sydney. Canberra foi uma cidade planejada para ser a capital. Interessante, Brasília também foi planejada e era no meio do nada. Em Canberra habitam menos de 500 mil pessoas. No verão faz bastante calor e no inverno é ameno. Dizem que as melhores escolas estaduais estão neste local. Como muitos locais na Austrália, Canberra vem de uma das línguas aborígenes e

seu significado é: ponto de encontro. Por ser a capital, o Parlamento e vários outros órgãos do governo ficam nesta cidade. Vale a pena visitar os dois Parlamentos, o antigo (foi feito provisoriamente e durou de 1927 a 1988) e o novo. No antigo se visita dentro dos escritórios dos políticos, vê-se a sala dos jornalistas, tudo muito bem conservado, o mais novo é mais pomposo. Tem um tour a cada meia hora, leva as pessoas para conhecer o interior do Parlamento Novo com explicações sobre o sistema político do país. A Austrália participou nas duas guerras mundiais, fizeram um monumento em homenagem aos mortos, Memorial de Guerra, vale a visita. Tem uma avenida para pedestres que se chama “Anzac Parade” utilizada para eventos militares. Vá ao monte Ainsle e veja toda a avenida, a vista é muito bonita. Vale a pena visitar o museu de arte, que é um dos maiores da Austrália com 166.000 obras de arte, incluindo arte aborígene, artistas australianos e artistas renomados de outros países. Tem um jardim de esculturas impressionante. Aconselho dormir uma noite na cidade para aproveitar os restaurantes e bares e não fazer tudo correndo, indo com tempo e curtindo cada local.

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Destino Portugal

Pretende viver em Portugal? Apresse seus passos..., pois o governo português vem mudando as regras.

Marisa da Camara Consultora Imobiliária Brasil - Portugal

No dia 04 de fevereiro, Portugal aprovou o fim do Visto Gold (Golden Visa), para Porto e Lisboa. Esse visto, que levou muitos brasileiros a investirem em Portugal nos últimos anos, não mais contará com essas duas cidades, na operação dessa modalidade. Com início em outubro /12, esse visto (ARI - Autorização de Residência para Investimento), tinha o propósito de conceder o direito de residência, no país, a estrangeiros não pertencentes à União Europeia, que lá fizessem investimentos, como aquisição de imóvel acima de 500 mil € (R$ 2,33 milhões), transferência de ao menos 1 milhão de euros (R$ 4,66 milhões) ou, ainda, o início de um negócio com 10 ou mais postos de trabalho. Os que mais se beneficiaram com esse visto, desde sua criação, foram os chineses. Dos mais de 8.000 vistos concedidos, mais de 50% foram dados a chineses. O Brasil ocupa o segundo lugar. Vale esclarecer que a obtenção do Visto Gold dá direito à cidadania portuguesa, após 6 anos de cumprimento de suas exigências. A decisão do fim do Visto, para Porto e Lisboa, foi derivada de um pedido do Parlamento Europeu, que alegou que os riscos de evasão fiscal e segurança não compensavam. As conversas foram muito mais abrangentes, envolvendo partidos políticos e crimes financeiros. Além disso, a facilidade de obtenção do visto gold e consequente demanda do mercado imobiliário, geraram alta nos preços dos imóveis, dificultando a vida dos próprios portugueses.

O fim do Visto Gold, para Porto e Lisboa, foca o desenvolvimento do interior de Portugal e regiões dos Açores e da Madeira, assim como de controlar a alta dos preços dos imóveis. Quem já obteve esse direito não o perderá, obviamente. Além disso, o governo também apertou o cerco dos aposentados que estavam com suas contas no limite, mas de malas prontas. Desde 2009 a taxa era zero, de forma a incentivar o ingresso de estrangeiros aposentados no país. Agora, o imposto sobre a renda, de aposentados estrangeiros, é de 10%. Na ponta do lápis..., tudo pesa, mas considerando-se o baixo custo de vida, a segurança (lembrando que Portugal é o 3o país mais seguro do mundo), o clima excelente, a proximidade de outros países da Europa..., é uma excelente opção para se viver com muita qualidade. Portugal é um país pequeno, com boa qualidade de vida, não só nos arredores de Lisboa e Porto, mas na região de Leiria, próximo a diversas praias, como em Coimbra, na charmosa Aveiro ou, mais ao Norte, em Braga ou Guimarães. E você? Se identifica com qual cidade? Divulgação

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Divulgação

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magazine 60+ #6 - Janeiro/2020

VENDA DE IMÓVEIS BRASIL e PORTUGAL

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BRASIL:

em São Paulo (Bairros nobres da Zona Sul e Zona Oeste) Residencial ou Comercial Para uso ou para investimento

PORTUGAL:

do Algarve ao Porto (atuamos em qualquer cidade) * Nosso foco é a solução da necessidade do cliente - tanto em São Paulo, como em Portugal. Cuidamos de encontrar o que precisa, para viver ou para investir, assim como para vender seu patrimônio. * Damos assessoria completa para aqueles que querem residir em Portugal, obter cidadania, tirar documentos, oficializar moradia, viver como aposentado, com estudos sobre a assertividade dessa decisão

Marisa da Camara - CRECI: 200.001 Cel./Whatsapp_ +5511 99947 7622 camara.consultoriaimobiliaria@gmail.com marisa.camara11@gmail.com


CriativA Idade

Jane Barreto Psicopedagoga e Arteterapeuta

Hoje pensei se o tempo poderia parar e esperar um momento quem sabe então eu poderia pensar e estar mais atento sabem o que ele respondeu? que o tempo é um bem nobre não se pode desperdiçar assim, pediu então que eu acelere não perca tempo nem espere pelo que vem a seguir.. o tempo informou que não está a contento só perde tempo, quem não dedica ao tempo pedi então ao tempo que volte atrás para fazer melhor o que deixei passar o tempo respondeu que não há nada que o tempo não cure não há mal que sempre perdure, prosseguiu... é preciso esperar o tempo que vem a dizer o que tem por fazer... Não se distraia com isso, você me pertence! Disse em tom de consenso. Refleti, logo respondi então ao tempo, você não manda em mim... decidi! a vida está no tempo, o tempo não tem vida o tempo não planeja, não pensa, nem tampouco define.. o tempo é cenário, não é ator, é poema não autor! o tempo pára, a vida não o tempo não rende, ele vende, mostra que rege, cada um, no seu compasso, o tempo marca. Informei a ele: equivocado quem crê que o tempo tem vida própria, não tem! O tempo é criado para servir, não para banir.

O tempo evoca saudade, mas a experiência e a lembrança, é de quem sente e lembra. O tempo não sente, não canta, não toca, não faz, nem espera, não alcança o tempo indica a existência do que existe, não desaparece, o tempo não foge, nem ressurge, o tempo está ali, aqui o tempo não morre, nem vive O tempo é de todos, o tempo é de cada um O tempo é teto, de quem abriga causas O tempo é fuga de quem não tem causa O tempo é longo, as vezes curto, Precisa de mais, quando está pouco Só se refaz quando encontra caminhos o tempo diz a cada um para ser mais de um e não ficar em um só tempo No tempo mora o menino, o ancião O tempo dá trégua quando cada guardião decide ser dono E faz em seu tempo Sua própria história! Hei de envelhecer sem perder a ternura soprando ao vento o que tenho feito Hei de viver conversando, aprendendo,com tempo!

arquivo

Diálogo com o tempo

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Contos

Os mistérios das adivinhações

Malu Alencar Historiadora e Produtora cultural

Todo começo de ano acho interessante ler as previsões do que acontecerá no ano, pura curiosidade. Como este é um ano bissexto pelo calendário Gregoriano e começo de uma nova década com a repetição de dois números: 20 20, resolvi pesquisar como funciona a história de previsões, profecias, adivinhações.... Algumas previsões chegam a ser assustadoras, uma delas foi na passagem de 1999 para 2000 que haveria um bug do milênio, um problema que ocorreria em todos os sistemas informatizados. Eu achava que o computador poderia explodir e com muito medo de que de fato isso ocorresse, tirei o fio da tomada e pedi que ninguém ligasse o bendito.... até escrevi um artigo para o jornal Campos do Jordão & Cia prevendo o que poderia acontecer: pequenas explosões que causariam incêndios no mundo todo. Por sorte não entreguei a matéria para Antônio Luiz Schiavo, editor do jornal, pois nada de “bug” aconteceu, pelo contrário foi a Dona Natureza que nos pregou um belo susto dando um verdadeiro BUG com tsunamis, terremotos, maremotos em varias partes do mundo e na Serra da Mantiqueira uma chuva que começou por volta das 22,30h de 31 de dezembro de 1999 e praticamente só terminou em 6 de janeiro de 2000. Nem quis ver as previsões do novo século do 3o. milênio, pressentia que poderia ocorrer o tão pregado e anunciado “fim do mundo”. Mas no começo do ano resolvi retomar o hábito de ler as previsões e fui atrás de um dos mais famosos, se não o mais conhecido de todos os

adivinhadores:Nostradamus (1503/1556) profeta, médico, astrólogo, ocultista. Autor das Centúrias, livro que começou a escrever em 1554 contendo mais de mil profecias. Como alguém nascido no século XVI poderia prever fatos que ocorreriam séculos depois? E a maneira como escrevia suas previsões em versos organizados em blocos, promoveu a publicação de muitos livros tentando interpretar ou traduzir suas profecias durante muitos anos! Previsões de Nostradamus: - A morte do Rei da França, Henrique II (1519/1559), um ano após a publicação do texto: “O jovem vencerá o velho Num torneio de liças, Ele perfurará o olho através da armadura dourada Em um dos dois combates E terá morte cruel” No casamento de sua filha em 1559, durante a festa travou-se um combate amistoso entre cavaleiros e o Rei desafiou um jovem de sua guarda para a luta. No segundo assalto a lança do cavaleiro levantou a viseira da armadura do rei e penetrou em seu rosto furando o olho e atingindo o cérebro. O rei agonizou por dias e por fim morreu. A previsão aconteceu..... - A perseguição dos Astrônomos: Giordano Bruno (1548/1600) foi mandado à fogueira pela igreja por defender a “Cosmologia”, segundo a qual o universo seria infinito povoado por outros planetas, foi a heresia apontada pela inquisição para sua morte. Foi o inicio de perseguição aos cientistas no século XVII. - Noite de São Bartolomeu. Revolução Francesa. Napoleão Bonaparte. Benito Mussolini. Osama Bin Laden. O Vaticano e a Igreja Católica. Líbia e Muammar Kaddafi. Saddam Hussein..... Fim do Nazismo: Nostradamus na 3a. Centúria, cita o local de nascimento de Adolf Hitler (1889/1945) na Áustria fronteira com Alemanha e a advertência sobre o nazismo que “teve

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seguidores tão fanáticos que desprezavam a morte, o ouro e as riquezas para seguir seu líder”. No século XX, Adolf Hitler incentivou o ódio aos judeus da mesma maneira que Nero incentivou o ódio aos cristãos de 54 a 68 da Era Cristã. E assim escreveu Nostradamus: “O primeiro do III fará pior que Nero / Ele será também valente para derramar sangue humano / Ele fará construir fornos / A prosperidade terá fim e esse novo chefe será a causa de grandes escândalos” . Foi a II Guerra Mundial que destruiu grande parte do continente europeu e provocou a morte de judeus, ciganos, comunistas, anarquistas, poloneses e das minorias de gays e portadores de deficiências física ou mental. Mas apesar de tantas desgraças, guerras, mortes entre suas profecias, há cerca de 60 versos que parecem descrever um líder espiritual que ajudará a construir um fenômeno histórico chamado “Movimento do Potencial Humano” ou

“Movimento da Nova Era” conforme diz: “Do oriente, ensinando coisas boas ao ocidente / Ele aparecerá na Ásia / Se sentirá em casa na Europa e voará pelo céu / Pelas chuvas e pelas neves / golpeará todo o mundo com seu bastão (símbolo da iluminação) / As religiões se unirão contra os vermelhos e ele falará de boca fechada (a cor vermelha está relacionada com a cor de suas vestes e também da China e o budismo é uma religião que zela pelo silêncio). O nome do novo mestre MAITREYA ou seja, amigo cuja missão será ajudar as pessoas a encontrarem a verdade”. Tudo indica que esse novo Mestre seja Dalai Lama (Tenzin Gyatso - 1935) o líder espiritual e político do Tibete que na sua jornada busca conhecimento e luz. Assim espero que as profecias aconteçam nesse novo milênio através do surgimento de um líder espiritual que conduza o Planeta Terra no caminho da Paz!

Foto: www.weeklyramble.com

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Vida Saudável

A criação de gado e a saúde do planeta

Cida Tammaro Adm. de Empresas

Foto: arquivo

Algumas regiões da floresta amazônica foram transformadas em pastagem para gado. O mesmo gado que é abatido, para se transformar em bife nos nossos pratos. Essa transformação não é benéfica. Acontecem muitas perdas em vários sentidos, quando isso acontece. Uma delas, é serem descartadas, cerca de 200 espécies de arvores por hectare, sendo reduzida para 10 espécies. Um problema relativo à criação de gado, no que se refere ao efeito estufa, é a emissão de metano, devido ao processo de ruminação. Temos que observar que, principalmente nos países desenvolvidos e industrializados, a poluição que o gado causa no ar e na água, é muito mais danosa do que o efeito estufa. Nesses países, o gado é criado confinado, e não consomem gramínea, como nos pastos. Eles comem milho, e outros grãos, principalmente nos Estados Unidos. Dai, o problema se intensifica, pois é preciso produzir cereal para a alimentação dos mesmos. Para esse cultivo, o milho e, os cereais em geral, recebem uma quantidade de fertilizantes absurdamente grande, principalmente fertilizantes hidrogenados. Esses produtos, são como remédios, na dose exata, faz bem mas, em demasia, faz bastante mal. Há um uso excessivo de fertilizantes hidrogenados, por serem muito barato ao agricultor. Esse nitrogênio que sobra no ambiente, faz um estrago no solo, atmosfera e ar. E, por ser criado confinado, o gado alimentado com esse nitrogênio, gera uma série de resíduos como urina e fezes, que poluirão lençóis freáticos e outros corpos hídricos. Por outro lado, vemos uma população vegana ou vegetariana, em ascensão

nos nossos dias mas, em contrapartida, os chineses estão começando a comer mais carne e, tomar mais leite. Já que isso acontece, cada vez mais a população de gado confinado aumentará. Imagine o impacto desse aumento no ambiente. Tudo isso a que estou me referindo, é uma pequena parte do grande mal que a criação de gado, e por conseguinte o seu consumo, faz ao planeta. Imagine isso no nosso organismo? Além de todos outros problemas, como o nosso consumo da energia de sofrimento que consumimos do gado abatido. O boi, o porco e até o peixe, são seres que tem inteligência, que sentem dor, raiva, etc. Eles sabem a hora que estão indo para o abate, e eles se debatem, para se livrarem dessa barbárie. Que mundo vamos deixar para nossos netos? Com certe-

za, não é o mesmo cheio de qualidade que nossos avós nos deixaram. Segue um relato do apresentador Ratinho (Carlos Roberto Massa) – se quiserem, procurem no Youtube. Ele tinha uma fazenda de criação de gado e, nunca havia visto separar o bezerro da mãe. Ele foi passar 3 dias nessa fazenda e, justamente era o dia do aparte. Ele conta que tanto mãe como bezerro, choravam o tempo todo. Foram 3 dias de imensa tristeza. Eram 10.000 cabeças de gado. A tristeza dele foi tanta, que pediu para o administrador vender todo esse gado, e começaram a plantar soja, feijão café, etc. E a partir dai, ele tem um propósito de nunca mais separar mãe de filho. Vamos fazer nossa parte?

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Mundo Pet

Gato é o novo Cachorro Helton Leal Gerente de merchandising na indústria pet e pesquisador da área de práticas de consumo

Gatos sempre foram vistos com desconfiança pela maioria das pessoas. Durante a idade média, no período da Inquisição, os gatos eram considerados animais demoníacos pela sua associação a bruxaria. Um gato preto, por exemplo, poderia ser visto como sinal de má sorte ou maldição. Durante muito tempo, essa construção imagética permeou o imaginário popular, fazendo com que o gato fosse visto de maneira preconceituosa por uma parcela considerável das pessoas que buscavam um animal de estimação. Recentemente, essa situação começou a mudar e o gato ganhou um novo status de pet preferido de um número considerável de pessoas, que vem na sua independência e asseio, componentes poderosos para a construção de uma relação de amor e convivência.

A mudança da nossa sociedade, com o surgimento de grandes cidades, onde o espaço tem se tornado cada vez mais reduzido, também contribuiu para o crescimento da população de gatos como animal de estimação. Por viverem bem nos espaços reduzidos dos apartamentos modernos, as pessoas veem no gato o animal ideal para viver nesse novo modelo de urbanidade social. Outro ponto que aumentou a popularidade do gato, foi o surgimento de muitas raças, que até então, eram desconhecidas da maioria das pessoas. Maine coon, Sphynx, Turkish Van, Snowshoe, entre outros, tem se tornado uma sensação entre os amantes dos felinos. Seja qual for o motivo, hoje nos EUA a população de gatos já é superior a população de cães e no Brasil, existem estimativas que o mesmo ocorra em breve. Já temos em nosso país, um crescimento superior da população de gatos anualmente, quando comparada a população de cães. Vistos por muitos como um animal extremamente carinhoso e com uma personalidade cativante, o gato vem se consolidando como o mais novo “melhor amigo do homem”.

Foto: catersnews.com

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ANUNCIE COM A GENTE PREÇO BAIXO E UM GRANDE ALCANCE


Antropologia

Doutrinas econômicas

Osvaldo B. de Moraes Historiador

Em um momento em que se discute tanto o papel do Estado na economia, nada melhor do que falar sobre doutrinas econômicas, porém, sem usar o economês, linguagem típica dos economistas. Resumidamente, o que se discute na atualidade é sobre o Estado mínimo, isto é, com a menor participação na economia, deixando à iniciativa privada investir e produzir, ou se ele deve interferir e investir em setores chaves, como a infraestrutura e outras atividades voltadas para o social. Um pouco de história: Até a grande depressão de 1929, os Estados Unidos mantinham uma política de pouca intervenção do estado na economia, e o ajuste se fazia através da livre concorrência, promovida pelas leis de mercado. Era o regime liberal. Com o crack da bolsa em 1929, a economia se desajustou, o desemprego cresceu, muitas falências e a depressão tomou conta do país. Para tentar recuperar a economia o presidente Roosevelt introduz em 1933 o new deal (novo acordo), programa que pôs fim ao liberalismo e ampliou a participação do Estado. Esse programa foi inspirado na doutrina de John Keynes, economista britânico, que defendia a participação do estado para combater a instabilidade do capitalismo e sua incapacidade de promover o bem-estar social. Esses conceitos de Keynes foram usados também após a segunda guerra mundial, quando as principais economias mundiais estavam se reerguendo. Ainda hoje esses conceitos são adotados por países nórdicos, principalmente no que concerne à educação e a saúde. Em sua doutrina, Keynes visava garantir o pleno emprego, distribuição dos lucros para aumentar o poder aquisitivo dos consumidores e consequen-

temente o desenvolvimento dos meios de produção agrícola e industrial e, como corolário, beneficiar a área social. Vale uma ressalva, os conceitos keynesianos nada tem a ver com o socialismo. É uma doutrina econômica embasada no capitalismo Embora com nuances peculiares, esse sistema vigorou no Brasil no século passado, sob os mais diversos governos e doutrinas partidárias. Entre outros ditames, tivemos a implantação da legislação trabalhista, a proteção da indústria nacional com a legislação de taxação de importações de produtos com similar nacional, programa de incentivo industrial à substituição de importação, investimentos governamentais em infraestrutura, incentivos fiscais para a vinda de novas indústrias, como a automotiva. Esse sistema permitiu a mutação de um país extremamente agrícola para um diversificado econômico, embora, por seu caráter de economia fechada tenha travado algumas assimilações e agregação de novas tecnologias. Somente no início da década de 90, se iniciou uma abertura para o mercado internacional através de redução de barreiras alfandegarias. A partir do final da década de 70 a economia mundial começa a adotar um regime mais flexível e liberal que defendia a ausência do estado na economia, que deveria se organizar através da concorrência de mercado. Por volta do final da década 1970 inicia-se a chamada fase do neoliberalismo, promovida por Margareth Tachear na Inglaterra e Ronald Reagem nos Estados Unidos e adotado por Augusto Pinochet no Chile, se espalhando rapidamente pelo mundo. Seus preceitos principais: abertura econômica sem protecionismo reduzindo as taxas alfandegárias; maciças privatizações, inclusive de serviços reduzindo ao máximo o número deempresas estatais; flexibilização das leis trabalhistas através da redução de direitos para aumentar o poder de barganha, livre concorrência através das leis do mercado.

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foto: movimentorevista.com.br

No Brasil as primeiras implantações se fizeram no início da década de 1990, quando da abertura da economia pela redução das taxas alfandegárias. Já uma segunda fase e mais radical se processou no governo de Fernando Henrique Cardoso pelas inúmeras privatizações de empresas estatais. Ambos sistemas possuem lados positivos quando atendam a diversidade das sociedades onde foram implantados e o grau de desenvolvimento econômico e social, suas estruturas culturais e de educação, o nível de renda e sobretu-

do a maior diversificação do poder aquisitivo com menor desigualdade de rendas. Atualmente, com a globalização que permite rápida mobilização de processos produtivos e de capitais, bem como transferências de tecnologias é difícil o Estado poder investir e competir com a iniciativa privada em vários setores, inclusive no fomento da infraestrutura. Entretanto, em países em desenvolvimento o Estado ainda deve ser o provedor ou fiscalizador em atividades ligadas a áreas sociais, como saúde, educação e sobretudo saneamento básico

A História da Arte A Arte na Persia

Manoel Carlos Conti Artista Plástico Jornalista

Com uma enorme influência da arte na Mesopotâmia e do Egito, a arte Persa foi a mais pura manifestação do poder desse Império. Como no mundo ocidental, na Pérsia, as artes trataram muito as questões de imagens de religião e das guerras. Os Persas eram predominantemente

guerreiros e sabe-se qque muitas das jóias, vasos de ouro e prata, peças de mármore e do mobiliário dos castelos eram quase sempre feitos com materiais roubados dos povos que entravam no caminho desse povo. Os altos-relevos, assim como as pinturas, também decoravam as paredes dos palácios e retratavam principalmente os aspectos de grandeza e poder do imperador. A Pérsia foi localizada, em sua maior parte, onde hoje é o Irã porém, era um povo que se movimentava muito em vista das batalhas travadas e das condições climáticas. Assim sento, toda informação que hoje os historiadores dispõe acerca des-

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sa movimentações são bastante incertas e muito da arte Persa foi encontrada em túmulos enterrados com seus mortos. O traço Persa é principalmente formado por animais, ou ao menos sugere isso. O dito própriamente estilo Persa parece, à primeira vista, ser um eco mais requintado da tradição da Mesopotâmia. Em alguns palácios, os imperadores ordenavam a produção de gigantes esculturas retratando o próprio imperador, numa forma de demonstrar todo seu poder. Os relevos decorativos desses imperadores em luta também estavam presentes nestes palácios, assim como nas pinturas. Estes relevos e pinturas retratavam, principalmente, aspectos sociais que mostravam a grandeza do império e do poder do imperador. Temas da vida cotidiana dos nobres como, por exemplo, cerimônias religiosas dos persas também podem ser apreciadas nestas pinturas presentes nos palácios. Marcada principalmente por trabalhos manuais, a arte persa desde então teve como principal característica a criação de majestosas tapeçarias, os famosos tapetes Persas. A decadência desse grande Império começou com a tomada do estreito de Bósforo e Dardanelos no mar Negro pelas forças persas prejudicando o intenso comércio grego na região. O clima de tensão entre várias cidades gregas e o império persa transformou-se em uma longa guerra. Em 490 a.C., Dario tentou invadir a Grécia, mas foi derrotado pelos gregos na batalha de Maratona. Dario morreu e o poder passou as mãos de seu filho Xerxes, que continuou a luta contra a Grécia,

sendo derrotado em 480 e 479 a.C. nas batalhas de Salamina e Plateia. Após sucessivas derrotas, os persas foram obrigados a se retirar e reconhecer a hegemonia grega. Na sequencia veremos um pouco da história e da arte Grega. foto: wikpédia

Topo da coluna de um castelo em Persépolis - aproximadamente 500 aC

O SUPERA é um curso diferente de tudo que você já conhece. Com apenas uma aula semanal de duas horas, você conquista uma mente saudável, com mais concentração, raciocínio, memória, criatividade e autoestima. Estas habilidades melhoram o desempenho na escola, alavancam a carreira e garantem mais qualidade de vida. Encare este desafio e experimente uma forma incrível de viver. Nossa metodologia não tem limite de idade: todo mundo pode viver esta emoção.

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Em todas as telas

Bom sucesso, boa morte

Katia Brito Produtora de conteúdo sobre envelhecimento e longevidade

Foto: Rede Globo/Divulgação

Maior em comparação a outras faixas etárias da população, os 60+ vêm ganhando o merecido destaque em todas as mídias, combatendo o preconceito que envolve o envelhecer. A novela das sete, da Rede Globo, (sim vamos falar de novela e em outras colunas de como a mídia de forma geral abre, ou não, espaço para a pessoa idosa), que acabou recentemente, “Bom Sucesso”, tinha como protagonista o experiente Antonio Fagundes e seus 70 anos de histórias. Não se tratava do avô bonachão, como por exemplo o personagem do saudoso Elias Gleizer, em “Era uma vez” (1998), sem grande influência no desenrolar da trama, Fagundes foi efetivamente protagonista da história de Alberto, o empresário com uma doença que ameaçava sua vida, mas preservando sempre sua autonomia e independência, diante dos dilemas médicos e familiares. Além da velhice, estampada em uma das principais tramas da emissora, a novela apresentou outra temática importante: “A morte como um dia que vale a pena viver”, que inclusive é o título do livro da médica paliativista, Ana Cláudia Quintana Arantes, publicado pela editora Sextante. Afinal, somos finitos, não há como fugir disto. “Com ou sem prazer, estamos vivos 100% do tempo. O tempo corre em ritmo constante. A vida acontece todo dia e, poucas vezes, as pessoas parecem se dar conta disso, afirma a autora em um dos trechos. Sua participação no TEDxFMUSP já rendeu mais de 2 milhões de visualiza-

ções. Assista no YouTube: https://www. youtube.com/watch?v=ep354ZXKBEs. Foi o livro da dra. Ana Claudia que inspirou autores como Rosane Svartman e Paulo Halm e o elenco da novela, para que a morte do personagem vivido por Fagundes fosse encarada de forma natural. Houve busca por tratamentos, o acompanhamento do médico da família e de uma enfermeira, uma estrutura que a grande maioria da população não tem acesso, porém nada que indicasse as reviravoltas que costumam acontecer, principalmente nos momentos finais das tramas, com as pessoas sobrevivendo a doenças incuráveis. Dono de uma editora de livros, Alberto era um idoso que encontrou, na certeza da finitude, um novo olhar sobre a vida, a família e fez novos amigos, como a personagem Paloma, Grazi Massafera, que dividiu com Fagundes o protagonismo de “Bom Sucesso”. Como, também, não destacar a paixão do personagem Alberto, pelos livros, apresentando obras nacionais e internacionais para um público tão

Antonio Fagundes

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carente de cultura de qualidade. O trabalho foi além da telinha e se transformou no podcast Clube do Livro. Vale a pena acessar - https://audioglobo.globo.com/ gshow/podcast/feed/714/clube-do-livro. Voltando a falar de protagonismo, a atriz Angela Vieira, de 67 anos, entrou nos momentos finais da trama e logo conquistou os telespectadores. Sua personagem,

Vera, foi incentivada pelo neto a voltar a trabalhar contra a vontade da filha, se integrou a uma equipe bem mais jovem e, no final da trama, compartilhava sua experiência com outras mulheres maduras. E assim, os 60+ vão conquistando aos poucos seu espaço, sendo protagonistas de suas próprias histórias.

Benefícios

Deu branco, e agora?

o processo de memorização, o que resulta em uma memorização mais eficiente. As estratégias de memória podem ser ferramentas para estimular as possibilidades de se compensar déficits associados ao processo de envelhecimento. Thais Bento Lima Atenção! Não existem fórmulas mágigerontóloga e colunista cas para aumentar o nível de desempedo SUPERA Ginástica nho de memória, independente da faixa para o Cérebro etária, mas podemos observar ganhos O que é memória? Esta pergun- no desempenho de memória e de outras ta parece simples de ser respondida por habilidades mentais, em pessoas que qualquer pessoa. Ao ser questionado so- participam de programas de treino que bre o que é memória, a resposta é quase estimulam o aprendizado de estratégias imediata: é lembrar-se de algo! No en- e a otimização da memorização. Por isso, tanto... será mesmo que memória é ape- mude seus hábitos e insira estratégias nas o ato de lembrarmos de algo? Sim, para melhorar a aprendizagem de novas claro! Para podermos nos lembrar de algo informações, é um modo de melhorar a necessitamos que a informação da lem- qualidade de vida e diminuir a frequência brança tenha sido apresentada a nós an- da sensação de brancos na memória. teriormente e memorizada com sucesso. No processo de envelhecimento, a me- Gerontóloga pela Universidade de São mória sofre uma leve alteração e nosso Paulo, Neurocientista pela Faculdade de processo de memorização tem pequenas Medicina do ABC, Mestrado e Doutorado falhas que chamamos de “Brancos”, mas em Cognição, pela Faculdade de Medicina que podem ser compensados com exer- da Universidade de São Paulo. Docente cícios de treinamento para a memória do Curso de Graduação em Gerontologia e com a mudança de alguns hábitos de da Escola de Artes, Ciências e Humanivida, ou seja, com a adoção de um estilo dades da Universidade de São Paulo. Code vida saudável, que envolve boa quali- ordenadora do Curso de Pós-graduação dade do sono; adoção de uma dieta rica em Gerontologia da Faculdade Paulista em nutrientes importantes para o desem- de Serviço Social- FAPSS. Membro da penho das habilidades mentais; a práti- Diretoria da Associação Brasileira de Alca regular de atividades físicas e a prá- zheimer-ABRAz regional São Paulo, gestica contínua de exercícios intelectuais. tão 2019-2021, e membro da diretoria Adicionalmente, neste contexto, sabe-se da Associação Brasileira de Gerontologia que utilizar estratégias, termo que nós (ABG), 2018-2020. Coordenadora de ofiutilizamos para nos referir aos meios de cinas de estimulação cognitiva do Institucompensar perdas e melhorar a memória, to ADECON. são formas de auxiliar na organização dos materiais a serem armazenados durante

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Constelações

O que é uma constelação familiar

relação à vida. Isso porque, por meio de técnicas únicas, se esclarecem questões de causa e consequência entre passado e presente, se estabelecem conexões entre parentes e permite reconciliações - promovendo, assim, cura, inclusão, sensação de pertencimento e entendimento Vera Soubihe Iasmin Galvão da hierarquia. Para quem se abre para a Em uma sessão terapêutica, a cons- constelação, o resultado é uma vida mais telação familiar mostra como a herança equilibrada, com um olhar mais amoroso do que foi vivido pela família no passado sobre a própria história. pode afetar as atitudes de uma pessoa em foto: theessentialyou.com.au

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Ana Luna Cabelo Branco Crônicas do Cotidiano

Ana Luna Graduada em Letras

Foto: br.freepik.com

Sinto cheiros. Vez por outra, não. Sempre! Os cheiros nos remetem a momentos vividos, bons ou ruins. Observe ! Quem nunca ouviu “adoro cheiro de mato, cheiro de terra molhada, cheiro de pão saindo do forno ?” Cheiros ! Um campo de flores, uma árvore frutífera... Cheiros ! Da sopa da mãe, da comida da avó , da pizza quando chega à mesa, de carro novinho ! Os cheiros aguçam os sentidos, mexem com o espírito, acalmam ou enervam..., dependendo do cheiro que remeteu, sobressaiu, viveu .

Tem cheiro de couro, de gás que mata. Tem gás sem cheiro, também. Paris lançou perfume cheirosos por conta do mau cheiro que tinha pelas ruas. Tem gente que cheira bem. Tem gente que nada cheira. Cheira bem, cheira a Lisboa, diz a música... E cheirinho de bebê ? Hummmmmmm... Quem nunca cheirou uma roupa ? Um cheiro pra você ou um “xero” para você ! Tanto faz... Conheço cheiros. As rosas não falam, mas exalam o perfume que roubam de ti... Há cheiros que, com certeza, melhoram nosso dia, batem diretamente na memória afetiva e buscam e fazem brotar sentimentos bons. Cheiro de chuva, cheiro de livro, o alho que frita... É um cafezinho bem passado, quando atinge as narinas? Casa que acabou de pintar? Que cheiros despertam coisas boas em você ? Esqueci-me do chocolate! Cheiros ...

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Nosso cafézinho

Café é bom demais!

Cida Castilho Barista

Estamos habituados, em nosso cotidiano, a sempre finalizar com um café, seja o nosso passeio, festa, visita em casa de parentes ou amigos, enfim, é o café que está sempre presente. Há muitos anos, lembro-me que ainda não tinha o café espresso, que chegou aqui no Brasil por volta do ano 2000, com máquinas importadas da Itália. Na atualidade nós temos uma variedade de máquinas, modelos e marcas, uma melhor que a outra. E, consequentemente, lugares onde se possa tomar um café espresso da melhor qualidade. São cafeterias especializadas onde você, além de saborear, aprende o que é um bom café e todo o processo, até chegar em sua xícara. Pois é, às vezes, em conversa com familiares, ouço que “café é café”, “café é preto” e assim por diante. Eu bem sei que café bom é muito diferente do que costumamos tomar e a seguir darei um exemplo de como fazer para melhorar o nosso paladar. Você, que gosta de tomar café, faça o seguinte teste: compre um café gourmet e faça isso durante um mês no seu cotidiano e, depois de passado esse tempo, retorne ao habitual e me conte como foi. Sugeri isso, no meu escritório, a uma colega, que gosta bastante de café. Ela experimentou a bebida gourmet, durante suas férias, e ligou-me dizendo: “Caramba! como pode ser tão diferente? Não consigo mais tomar o café tradicional.” Dei risada e fiquei feliz porque consegui mostrar que tem diferença, sim, e que podemos ser felizes apreciando excelentes bebidas cafeinadas. O brasileiro não está acostumado a tomar café “limpo”, porque foi o que lhe ofereceram, ao longo da vida, aceitou por falta de opção e hoje está mudando, para melhor, usando cafés de diferentes regiões e cada um com a sua sacola de

qualidade e atribuições à bebida, seja ela frutada, floral, amadeirada, enfim, tudo que a região e o bom trabalho dos agricultores tem para nos oferecer de melhor. Hoje, graças à rápida evolução, existem alguns lugares onde se pode apreciar e aprender sobre a bebida a ser consumida, pois há os expertises Baristas nas cafeterias, oferecendo este carinho.

Abraço - Homero Brito Vamos deixar aqui alguns endereços de cafeteria onde poderão apreciar tudo que falei até agora com os especialistas na área.

Coffee Lab – Chamam de laboratório do café. Tem rituais de degustação no cardápio, vale a pena conhecer. A proprietária Isabela Raposeiras foi minha primeira teatcher e a causadora de hoje estar aqui escrevendo sobre Baristas. Rua Fradique Coutinho, 1340 – Vila Madalena. Um Coffee Co – Este é recente em São Paulo, mas eu destaco por ele ter hoje o Boram Julio Um que foi campeão Brasileiro do último campeonato de Baristas brasileiro de 2019 e vai nos representar em maio de 2020 no Word Barista Championship (WBC), Australia na feira Melbourne Internacional Coffee Expo (MICE) – Endereço de uma das lojas Rua Iaia, 62 Itaim. Agora existe em nosso centro histórico algumas cafeterias que também trabalham com café gourmet e com serviços diferenciados, assim temos o Café Girondino, Café do Pateo, Café Martinelli, caffè Latte, que abrilhantam o nosso centro histórico com a riqueza arquitetônica que já é caracteristica, e as vezes com vistas privilegiadas como do Terraço Italia.

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DICAS DE EBE FABRA NA COZINHA Receitas Fáceis

Ebe Fabra Chef de Gastronomia

Chegou o verão, dias quentes e queremos uma refeição refrescante, leve, nada como saladas e pratos leves ... Então vamos lá ... Prepare uma salada com um mix de folhas verdes Alface americana Agrião Tomatinhos Lascas de parmesão Rodelas de palmito Faça um molho à base de limão, azeite e sal Para acompanhar, faça essa receita de: Peixe com hortelã Ingredientes 1 robalo médio, limpo e cortado em postas ( 1,3 kg) Tempere com 1 e 1/2 colher de chá de sal 2 dentes de alho espremidos meia xícara (chá) de vinho branco (100ml) 2 folhas de louro 1 limão taiti

Molho 1 pote de cream cheese (150g) 1 xícara (chá) de leite 2 colheres (sopa) de queijo tipo parmesão ralado 40g 30 folhas de hortelã (lavadas) deixe umas para enfeitar 1/2 limão taiti Modo de preparo: 1 - Em uma assadeira grande ou pirex que vá ao forno, coloque o robalo com todos os temperos, cubra com filme plástico e leve à geladeira por 1 hora 2 - Leve ao forno médio (180oC) preaquecido por 20 minutos, coberto com papel-alumínio 3 - Retire o papel e asse por mais 10 minutos 4 - Pegue todos os ingredientes do molho e ponha num processador 5 - Enquanto isso, prepare o molho em uma panela média, coloque os ingredientes já processados mexendo sempre, por 3 minutos ou até que esteja quente. 6 - Retire o peixe do forno e sirva com o molho ainda quente Para acompanhar: arroz com brócolis Purê de mandioquinha Ou simplesmente só a salada Refresque-se neste verão Bom apetite

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Cidadão e Repórter é um movimento social que possui a missão de transmitir informações relacionadas a cidadania, objetivando aumentar a conscientização, de maneira que as pessoas possam se inteirar de assuntos de seu interesse e, assim, poder se posicionar, tomando as melhores decisões possíveis. A parceria com o Gentil Gigante Jornalismo tem como base a confiança e ética intrínsecas a ações comuns.



Diagramação, Reportagem, Fotografia, Desenho, Entrevistas, Propagandas, Folders, Folhetos, Identificação Visual, Montagem de livros e Revistas

(11) 9.8890-6403 contihq@hotmail.com


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