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S.Paulo, Março/2020 - #9
Foto: mtcometa.blogspot.com
Ano II
#9
Algumas atualidades para o Imposto de Renda e INSS
Cultura Orgânica A PRESENTE REVISTA TEM COMO FINALIDADE PASSAR INFORMAÇÕES PARA O PUBLICO 60+, SEM CONFLITOS DE INTERESSES E SEM FINS LUCRATIVOS.
NOSSOS PARCEIROS
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VEJA TODAS AS ATIVIDADES PARA OS 60+ EM 2020
educação para a vida
Editorial
Manoel Carlos Conti Jornalista
Dia desses, enquanto separava para doação uma pilha de revistas antigas, me deparei com um exemplar da revista Galileu de 2011. Gosto muito de ler, assim como de reler livros de história; romances; livros antigos, da época em que estava na escola ou na faculdade, além de revistas. Esse exemplar me chamou a atenção pelo título da capa: “como será o mundo em 2020”. A matéria é baseada na descrição de um site americano, popsci.com, que ressalta 12 itens que eles acreditavam que iriam ocorrer em 2020. Dentre eles, alguns não foram realizados, pelo que me consta, como: “O Japão deverá construir uma base robótica na Lua”, “A China pretende construir um trem bala que ligue Pequin a Londres”, “Carros também vão voar”, “todas as telas de OLED serão finas como um papel”, “Vamos viajar pelo espaço (estamos quase lá e uma base de voos turísticos está sendo construído pela Tesla - Fábrica de automóveis e motores)”, “Um computador de $1000 irá ter a mesma memória do cérebro humano ( o computador existe, mas o valor é bem superior a 1000 dólares)” e “criaremos um cérebro sintético que funciona como um de verdade”.
Acho que, naquela época, muitos cientistas esperavam um mundo mais evoluído, ao menos na tecnologia, porém esse estudo não abrangeu outras áreas, como por exemplo a medicina. Cresceu muito a área de Medicina Generalista, com acompanhamento de pacientes à distância, com a introdução de chips, a Obstetrícia e a Ginecologia; a Radiologia; a Oftalmologia; a Medicina de Reabilitação; a Psiquiatria, com medicamentos exemplares; a Dermatologia; a Oncologia, principalmente com o acompanhamento por estudos genéricos, e muitas outras especialidades. Lemos sobre tudo isso, em uma época (2011) em que vacinas para o H1N1 foram criadas, todavia um novo vírus, mutável, está se espalhando rapidamente pelo mundo, o Coronavirus ou COVID-19. Conhecido desde os anos 60, ele voltou mais forte e modificado e, pelos estudos, dizem que ele foi gerado por morcegos. Pesquisando em matérias de revistas científicas na internet, li que o mundo da ciência médica está em ‘polvorosa’ para se chegarem a uma vacina. Muita gente já morreu, existem muitos infectados, principalmente idosos, portanto todo cuidado é pouco. Devemos evitar aglomerações e lavar as mãos, sempre que pudermos, pois o vírus está na pele, em corrimões, em mesas de bares, etc. Tomara que essa gente toda que estuda os medicamentos encontrem uma luz para esse mal que passa a ter grau de Pandemia, e isso deixa todos nós com muito medo de um final desse jeito. contihq@hotmail.com - cel. (11) 9.88906403
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magazine GENTIL GIGANTE
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Fechamento desta Edição
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14/03/2020
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Periodicidade mensal
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j o r n a l i s m o
Jornalista Responsável
Manoel Carlos Conti Mtb 67.754 - SP
Revisão geral
Marisa da Camara
*Todas as colunas são de inteira responsabilidade daqueles que a assinam
magazine 60+ #9 - Março/2020 - pág.2
nosso time de colunistas
60+
magazine
Heródoto Barbeiro Um General na Amazônia Páginas 5
Malu N. Gomes A sexualidade e o envelhecimento Página 11
Reuven Faingold O enigma Gobineau
Marcelo Thalenberg Monitore remotamente onde anda seu idoso e tranquilize-se Página 9
João F. Aranha Velhice é doença? Páginas 7 e 8
Páginas 6 e 7
Vanessa Bulara Atualidades para o IR e o INSS
Silvia Triboni Sociedade e envelhecimento ativo Páginas 14 e 15
Páginas 12 e 13
Sandra R. Schewinsky Amo ser Tupiniquim Página 10
Tony de Souza Papa Jerimum
Osvaldo B. de Moraes
Página 18
O funcionalismo e a religião Páginas 16 e 17
Anete Z. Faingold Austrália - Lennox Head e seus arredores Página 20
Sérgio Frug Cultura Orgânica Páginas 26 e 27
Marisa da Camara
João Alberto J. Neto Eternizar no mosaico Páginas 19 e 20
Helton Leal Tendências do mercado Pet Página 28
Nazaré e seu Cânion Submarino Página 21
Cida Tammaro Matar para se alimentar é permitido, porém não é ético Página 29
Jane Barreto Diálogo com o tempo Páginas 23 e 24
Malu Alencar Minha Santa Bengala Páginas 24 e 25
Vera Soubihe Iasmin Galvão
A Constelação Familiar ajuda na resolução de questões pessoais e profissionais Página 31
Katia Brito Jane Fonda: uma eterna Diva
Thais Bento Lima Estimulação cognitiva
Isso é de morte
Páginas 33 e 34
Páginas 34 e 35
Página 36
Ana Luna
Cida Castilho Grandes personagens do nosso cofézinho Página 37
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Manoel Carlos Conti A Arte na Grécia Página 32
Ebe Fabra Receitas fáceis Página 38
NOTA DA PUBLICAÇÃO - NOSSA META
Manoel Carlos Conti
Na página oficial do Ministério da Saúde, em “acesso a informação” podemos encontrar muitas informações úteis aos idosos. Num trecho, lemos que “o Brasil envelhece de forma rápida e intensa”. Segundo o IBGE, a população idosa brasileira é composta por 29.374 milhões de pessoas, totalizando 14,3% da população total do país (dados de 2016). A expectativa de vida em 2016, para ambos os sexos, aumentou para 75,7 anos, sendo 79,3 anos para a mulher e 72,2 para o homem. Esse crescimento representa uma importante conquista social e resulta da melhoria das condições de vida, com ampliação do acesso a serviços médicos, preventivos e curativos, avanço da tecnologia médica, ampliação da cobertura de saneamento básico, aumento da escolaridade e da renda, entre outros determinantes. Dedicamos nosso tempo a esta magazine sob a meta de levar informação, lazer, diversão, curiosidades e outros assuntos aos 60+. Para tornarmos essa meta perene, vislumbramos o futuro breve desta magazine sob o patrocínio de uma ou mais importantes organizações. Uma vez patrocinada, a Magazine 60+, com alcance de quase 100.000 leitores/ mês, que se deu organicamente, sem qualquer publicidade ou impulsos, poderá beneficiar uma gama enorme de pessoas, num cenário que tende a ser 20% da população, nos próximos anos. Se tivermos os olhares atentos e inclusivos, podemos vislumbrar, também, a população 45+ que caminha para atingir a base da pirâmide populacional do País. Se sua empresa também está antenada nesse futuro, temos muito a conversar.
Marisa da Camara
Caminho, no dicionário, significa: “Espaço a percorrer de um lugar para outro. (a linha reta é o caminho mais curto entre dois pontos)” Nós, do Magazine 60+, escolhemos trilhar o caminho da escrita, com a finalidade de percorrermos um curto espaço, que queremos que haja entre o nosso coração e o de nosso leitor. Para a existência mensal deste magazine, os colunistas se dedicam a levar aos seus leitores sabedoria, conhecimento, alegria e distração. Eles “se viram nos ‘60’...” ou muito mais, para falar de igual para igual (de 60+ para 60+). Acreditamos que essa similitude nos aproxima de nossos leitores e é pertinho deles que queremos estar. Entre saborosas receitas, dicas de saúde e alimentação saudável, viagens internacionais, a arte e sua história, tecnologia ou o cenário brasileiro, alguns ‘causos’ curiosos ou, ainda, envelhecimento, terapias diversas e até cuidados com nossos pets, temos encantado nossos leitores, que crescem a cada edição, de forma gratificante. Assim, seguimos confiantes, buscando o aperfeiçoamento em cada nova edição, à expectativa de um olhar atento, para o potencial deste magazine, para o universo 60+. Usufruam de bons momentos!
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Crônicas do Brasil
Heródoto Barbeiro Jornalista/Historiador
Heródoto Barbeiro é âncora e editor-chefe do Jornal da Record News, em multiplataforma
Foto: Min.da Educação
O general aceita a missão que lhe é confiada pelo presidente da república. Boa parte da chamada Amazonia Legal é desconhecida e precisa de um trabalho constante de avaliação, se realmente possui tantas riquezas no subsolo como debatem os deputados e senadores na capital do país. As notícias são as mais desencontradas possíveis, pois uns dizem que há gigantescos depósitos de gás, outros de petróleo, há quem afirme que há um bom volume de riquezas. Contudo são os minérios como ouro e nióbio que são objetos de maior especulação. Ninguém sabe com certeza se existem ou não em quantidade comercial e se podem ser alvos de instalação de empresas rentáveis na área. Por isso chefiar uma missão de exploração dessa imensa área é um trabalho insano, uma vez que nem bem os rios são todos conhecidos, catalogados e percorridos. É necessário o apoio do exército com tropas e infraestrutura. Há um temor que potências estrangeiras tenham interesse na exploração das riquezas do interior do Brasil. Com o término da guerra mundial, os Estados Unidos se tornaram uma grande potência bélica e industrial. Precisa de matérias primas estratégicas e muitas delas podem estar no sul do continente. Até presidente americano andou pelas florestas brasileiras e recebeu como homenagem o nome de um rio. Nada melhor do que um líder militar para desbravar a região e estabelecer uma relação estável com as comunidades indígenas espalhadas por essa imensa área. Há os que anseiam por uma integração total dessas comunidades com os brancos através da cultura, educação, saúde, economia, adoção das novas
tecnologias da época, enfim uma integração total com a realidade brasileira. Outros são refratários a essa ação e defendem a manutenção dos povos tradicionais em seu próprio mundo e que decidam se querem ou não ter na porta da aldeia uma draga de mineração de ouro, monocultura de eucalipto ou uma usina de refino de petróleo e gás. O general vive mais na região amazônica do que em sua casa no centro sul do país. Sua experiência de contato e tratamento com as tribos indígenas é constante e conhece a língua de boa parte delas. Passou por um período de real perigo quando foi atingido por uma flecha envenenada que parou em uma sacola de couro que levava no peito. Ainda assim, não reagiu com a tropa que tinha a seu comando. Há quem diga que preferia morrer a matar um índio. O fato é que o general é um homem de confiança do presidente da república e quando poderia descançar depois de tantos anos no exército, aceita mais uma missão. Diante do pedido do presidente Epitácio Pessoa, que chegou da conferência de Versalhes, que colocou fim á primeira guerra mundial, o general Cândido Rondon, mais uma vez se pôs a caminho da Amazônia Legal e da aproximação com os indígenas. Foi um dos responsáveis pelo Parque Nacional do Xingu junto com os irmãos Villas Boas.
Mal. Rondon em contato com os Índios na Amazônia
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Divulgação
Um General na Amazônia
Nosso Mundo, Nossa Cultura
O enigma Gobineau
Reuven Faingold Historiador
magazine 60+ #9 - Março/2020 - pág.6
Foto:thatlineofdarkness.com
A história está repleta de controvérsias e enigmas. Para alguns historiadores, há questões que fogem a toda lógica. Exemplos? Como explicar que a Alemanha dos anos 30-40, possuidora de uma cultura ímpar, tenha perpetrado o Holocausto, a maior tragédia humana durante a Segunda Guerra Mundial? Como foi possível que uma potência marítima tão forte, como a Grã Bretanha, tenha subitamente desaparecido do mapa? Como entender a queda do comunismo e a retomada da hegemonia soviética? Estes são, sem dúvida, enigmas de difícil compreensão. Há também controvérsias relacionadas com personalidades históricas. Dentre elas, escolhemos a relação existente entre o Conde Joseph Arthur de Gobineau e o Imperador do Brasil, D. Pedro II; dois personagens que, a priori, acharíamos difícil que pudessem interagir. Como explicar os 2 ou 3 encontros semanais ocorridos durante dois anos entre um racista e o “rei filósofo”? Gobineau, autor do “Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas” (1853), detestava todo tipo de pessoa que não fosse “casta e pura” e fizesse parte dos critérios de perfeição racial. O monarca brasileiro, por sua vez, representava um espírito consagrado à cultura: estudou línguas, tinha um projeto cultural que pretendia mostrar ao mundo inteiro que aqui, na América do Sul, existiam dignos exemplos de civilização, distantes de vestígios de barbárie e atraso. O monarca foi mais que um estudioso ou um mero apaixonado pelas letras e as ciências. Os seus “Diários” revelam um homem esclarecido, tolerante, voltado para as instituições culturais e disposto a investir recursos para aprimorar o estudo no país. Na carta a Keller, em 1869, Gobineau não dissimulou sua má vontade com
o Brasil e, apesar da amizade do soberano, à qual se manteve fiel até o fim da vida, sempre desrespeitou sua população. Para ele, “os brasileiros parecem mais interessados na cultura do café que na cultura das artes.... e, salvo o Imperador, não há ninguém neste deserto povoado de malandros”. Ainda seguindo nessa linha, afirma: “Se o Imperador é um ariano puro, ou quase, os brasileiros, ao contrário, não passam de mulatos da mais baixa categoria, uma população com sangue viciado, espírito viciado e feia de meter medo...”. E vai mais longe: “Nenhum brasileiro é de sangue puro; as combinações dos casamentos entre brancos, indígenas e negros multiplicaram-se a tal ponto que os matizes de carnação são inúmeros e tudo isto produziu, nas classes baixas e nas altas, uma degenerescência do mais triste aspecto”. Registradas as citações, é tempo de formular a mais importante das perguntas: Como foi possível que uma pessoa esclarecida como Sua Majestade D. Pedro II tenha como modelo um homem como o Conde de Gobineau, um nobre duvidoso,
antissemita de carterinha e crítico mordaz da sociedade brasileira e seus costumes? Na minha modesta opinião, a relação entre ambos teve um caráter meramente intelectual. Não havia amizade e sim interesses culturais que estavam acima de tudo. Afinal, o Brasil Império não passava de um lugar distante da Europa; o foco de luz que irradiava cultura para o mundo. Avesso à política e às formalidades da vida cotidiana na Corte, D. Pedro II achou em Gobineau seu “interlocutor preferido”, pois com ele poderia falar de quase tudo: literatura, ciências, artes,
economia, religião e inclusive política. O fato de Gobineau ser uma espécie de “inimigo cordial” dos brasileiros pouco ou nada importava ao Imperador. Os frequentes encontros deixam suficientemente claro que “civilização e barbárie” podem caminhar juntas. D. Pedro II apreciava sobremaneira a cultura do Ministro da França. Certamente, ao lado do intelectual francês seu tempo voava, pois cada momento representava para o nosso monarca um testemunho inesperado e original.
Contos II
Velhice é doença?
João F Aranha
Foto: leouve.com.br
Cidadão e Repórter
A Organização Mundial de Saúde – OMS já abdicou, desde 1947, de definir saúde como ausência de doenças e, sim, considerar saúde como um estado de bem-estar físico, psíquico e social. Com relação ao envelhecimento, a OMS, desde 1990, considera que o processo de envelhecer não é homogênio e vem sofrendo diversas mudanças de paradigma ao longo dos anos. A forma de encarar o envelhecimento como um processo de declínio inexorável já foi deixada para trás, há muito tempo. Para a organização internacional de saúde não basta a terceira idade se considerar física e profissionalmente ativa, mas é necessário que haja uma participação ativa na vida cotidiana, tanto em termos políticos, sociais, econômicos, quanto culturais, familiares, comunitários e enquanto cidadãos. Com o advento da Geriatria (que estuda os processos patológicos do envelhecimento), da Gerontologia (que estuda o segmento do envelhecimento, de forma mais ampla) e do conceito de Life-Span (que diz que o envelhecimento é um desenvolvimento que ocorre por toda a vida, com perdas e ganhos próprios de cada
idade), já está sendo possível encarar a terceira idade com perspectivas que levam a um envelhecimento bem sucedido. Em tempos do politicamente correto, que impera em nossos dias, é temerário considerar o etarismo (preconceito etário) como algo a ser lamentado. Estes novos tempos exigem uma ressignificação da velhice. Não se pode deixar de considerar que vivemos num país extremamente desigual onde ser velho em Santa Catarina, por exemplo, é muito diferente de ser velho no interior do Maranhão, do Piauí ou na Amazônia. Causa-me espanto quando ouvir médicos receitarem uma dieta mediterrânea para um envelhecimento saudável, enquanto boa parte da população passa fome. Todos querem viver mais, entretanto, privilegiando a quantidade em detrimento da qualidade, muitas vezes. Laboratórios e empresas que visam lucros já não escondem a pretensão de considerar a velhice como uma doença a ser tratada, como atestam inúmeros novos produtos “anti-aging”, que vão desde a área dermatológica até a genética e as células tronco. Hoje, a ciência já se prepara para combater a senescência (envelhecimento em sua plenitude) sonhando com uma pílula que nos permita viver com qualidade acima dos cem anos. A mais recente manifestação, nesse sentido, vem de um renomado biólogo australiano, professor e pesquisador da Universidade de Harvard, David Sinclair, que
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Foto: divulgação
acaba de publicar o livro (ainda não disponível em português) “Lifespan” - Por que envelhecemos e porque não precisamos. A base de suas pesquisas tem, como modelo, certos comportamentos de animais (no caso de Sinclair as águas vivas da lua, espécie de medusas) e de leveduras, onde foi observado o mau funcionamento de uma família de proteínas chamadas sirtuínas, que seria a única causa de desacelerar e reverter o relógio do tempo. Segundo Sinclair, sua descoberta da sirtuína, permite que sejam feitos reparos nos danos do DNA, controlando e mantendo as células no seu trabalho normal, evitando-lhes uma sobrecarga de trabalho que, ao se comportarem mal, causam falências de órgãos, rugas, etc. Segundo Sinclair, a ciência está muito perto de fabricar uma pílula que nos livrará de moléstias mais próprias do envelhecimento, como cânceres e demências. Agora, se você não quiser esperar pela pílula mágica, ainda segundo Sinclair, pode adotar algumas providências que exigem certo sofrimento. São observações baseadas na epigenética, estudo dos mecanismos moleculares por meio dos quais o meio ambiente controla a atividade genética, sem modificar o código genético, ou seja, quando determinada característica de um gene se faz necessária, o ambiente gera um sinal que o ativa. As recomendações vão desde se expor a baixas temperaturas (ou muito altas), praticar exercícios físicos de alta intensidade e restringir a alimentação. Quanto à alimentação, passar fome de vez em quando (pular café da manhã e almoçar tarde, por exemplo) seria salutar. Uma dieta restrita, com redução de calorias, teria efeito imediato na redução da pressão arterial, dos níveis de açúcar no sangue e dos níveis de colesterol, retardando os efeitos colaterais do envelhecimento. A exposição ao frio (uma caminhada rápida e desagasalhado no inverno, por exemplo) também faz com que as sirtuínas ativem o circuito de sobrevivência que todos nós possuímos, dizendo às células para aumentarem a defesa que mantém o organismo vivo. Há outros autores que vão mais longe, sobre as implicações da epigenética, considerando que a energia dos pen-
samentos pode ativar ou inibir proteínas de funcionamento das células. Por outro lado já é conveniente pensar num mundo futuro onde as pessoas alcançarão a longevidade, com a erradicação das doenças que causam o envelhecimento, gerando inúmeras implicações éticas e sociais. Algumas obras da literatura, talvez, nos auxiliem a entender um pouco mais do que está por vir. Entre outras, podemos citar: As Intermitências da Morte, de José Saramago; Todos os Homens são Mortais, de Simone de Beauvoir; Diário da Guerra aos Porcos, de Adolfo Bioy Casares; Assim é se lhe Parece, de William Shakespeare e, entre outros filmes, O Sétimo Selo, de Ingmar Bergman. O que se espera, mesmo, é que, ao viver mais, os homens reflitam sobre o que é a Vida e qual o papel que realmente devemos desempenhar nesse teatro, cujos atos parecem se esticar, cada vez mais.
Bibliografia lifespanbook.com - David Sinclair A Biologia da Crença - Bruce H. Lipton Editora Butterfly O Fim da Velhice - Hélio Schwartsman Folha da São Paulo Guia para Jornalistas na cobertura do envelhecimento - Renata Costa Dínamo Editora
magazine 60+ #9 - Março/2020 - pág.8
Empreendedor/Tecnologia
Monitore remotamente onde anda seu idoso e tranquilize-se
Marcelo Thalenberg Empreendedor escreve artigos sobre tecnologia
magazine 60+ #9 - Março/2020 - pág.9
Foto: divulgação
Sempre que você vai ao médico ou fazer um exame, seu histórico é importante para o diagnóstico correto, mas nesta vida corrida, às vezes, esquecemos dos remédios que tomamos e algum detalhe do que temos, seja diabetes ou pressão alta. Como lembrar até do tipo sanguíneo, em um pronto socorro? Quem irá em em sua residência iráachar achar sua ree em qual gaveta estarão seus dados sidência e em qualos gaveta esmédicos?os tarão seus dados médicos? Hoje, quem tem um smartphone tem o poder de cadastrar os dados pessoais no próprio aparelho e sempre tê-los em mãos. App Meu AppDigiSUS Meu DigiSUS disponível disponível para para Android e Iphone: e Iphone: Em tempo de vírus é importante baixar o App, “Meu DigiSUS” ótimo para verificar as vacinas disponíveis e o seu histórico de vacinas, o histórico dos remédios que você retirou pela farmácia popular, etc. O aplicativo está dividido em seis ícones: Minha Saúde, Serviços de Saúde, Medica-
Android Iphone: mentos, e Atendimento SUS, Ouvidoria SUS e Acesso ao Cartão Nacional de Saúde. Pesquise também se já existe um App de saúde de sua cidade ou seu estado. Iphone app Saúde: O aplicativo Saúde está instalado de fábrica, abra e acesse a ficha médica, preencha seus dados, desde tipo sanguíneo, remédios que toma, grupo sanguíneo, doenças existentes, como pressão alta, diabetes e outras, além de telefone de contato de emergência. Tenha seus dados em mãos, para qualquer emergência. Android, informações médicas de emergência ou Medical ID.
Divã
Amo ser Tupiniquim!
Sandra Regina Schewinsky
Psicóloga - Neuropsicóloga
Eu já havia manifestado, pelas redes sociais, o quanto fico seriamente consternada quando vejo um brasileiro desconsiderar o Brasil e enaltecer outros países. Sou uma pessoa simples e não tão viajada quanto gostaria, mas em algumas viagens fiquei impressionada com a hostilidade e irritabilidade de alguns povos, frieza de outros e rigidez de alguns. Todo país tem uma gama de virtudes, mas também de problemas a serem resolvidos. Mesmo assim, uma grande parte do povo de outros países sente orgulho da pátria, sentimento de patriotismo e comemoram suas festas nacionais com grande paixão. Escuto brasileiros falando “Aqui nesse país de ...” “Nossa! Aqui não roubam? Se fosse no Brasil não sobraria nada!”, “No Brasil!!!! Tudo é sujo”, “O brasileiro é vagabundo, não trabalha”, “Nem conto que sou brasileiro” e por aí vai... Enfim, confundem o País com o Governo. Você pode não gostar do Governo passado, do atual ou do futuro, mas eles passam e o Brasil fica... Por vezes, penso que seja um sério problema de autoestima degradar a própria Pátria. Em outros momentos, parece um ato adolescente. A criança idolatra seus genitores ou responsáveis por muito tempo, quando precisam passar pelo processo de separação e crescimento da própria individualidade, começam a criticar seus pais, colocar defeito em tudo e depreciá-los. É um movimento importante para o processo de separação e evolução. Com o amadurecimento, é possível reconhecer as fraquezas dos pais, perdoá-los e continuar amando-lhes. Para morar fora e sofrer as difi-
culdades de ser imigrante em outro lugar, o melhor é pensar que deixou para trás algo que não prestava, ou seja, não perdeu nada! Difícil encarar a falta de pessoas queridas, dos melhores passeios, das comidas preferidas e até do perfume da roupa de cama. Passada a etapa inicial da separação, é possível fazer as pazes com as paisagens de sua Pátria, entretanto, há pessoas que não superam tal fase e outras que, mesmo morando aqui, só falam mal do Brasil. Sabem o ditado da grama do vizinho? Pois é... Qual o motivo de pensar que tudo é melhor fora e nada é bom aqui? Como pessoas, que criticam suas casas, famílias, empregos, amigos. Parece que nada do que é seu é bom. Ao invés de reclamar, qual a contribuição a se dar para um Brasil melhor? Lembro-me da minha adolescência, de um tema de redação: “O Brasil não é ninguém, são todos!” Acho que já é autoexplicativo... Chegando ao final passo alguns dados: - O Brasil é o país de maior sucesso no combate à AIDS; - O SUS é referência de saúde pública; - Está no projeto genoma; - Temos sistema informatizado de apuração das urnas; - 97,3% das crianças estão estudando; - Maior mercado de jatos e helicópteros executivos; - Mercado editorial de livros maior que da Itália; - Mais moderno sistema bancário do planeta. - Somos um país rico em diversidade, paisagens de todos os tipos, história e arte. - Culinária e cultura exuberante. - O melhor de tudo: O POVO MAIS SOLIDÁRIO E HOSPITALEIRO. Assim, se alguém lhe chamar de tupiniquim da República das Bananas, responda: “COM MUITO ORGULHO!” COM MUITO AMOR!!!!!!!!
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Aprendizagem na 3ª idade
A sexualidade e o envelhecimento
Malu Navarro Gomes Pedagoga Psicopedagoga
Divulgação
Existe algo de estranho e nebuloso quando nos dispomos a falar sobre a sexualidade. Pior ainda quando se trata da sexualidade no envelhecer. A realidade, ainda hoje, é que este assunto encobre inúmeras meias verdades que se avolumam e alimentam o tabu que permeia as discussões em torno do tema. Sexualidade é energia vital, pulsão de vida, é libido. É o desejo que nos remete a buscar alegria, prazer, a realizar atividades várias que nos mostrem caminhos diversos, nos impulsiona a viver novas descobertas, a enfrentar desafios que nos distingam dos demais e nos garantam maior identidade. Não depende, portanto, da idade para existir. Ela existe, está presente em cada um de nós e permeia nossas vidas, desde o nascimento até a morte. Torna-se mais fácil ou mais difícil desenvolver a sexualidade de acordo com os estereótipos com que somos criados. Assim, entendemos que a libido pode ficar mais tolhida ou então se manifestar com maior desenvoltura. Em nossa sociedade, nos acostumamos a associar a juventude e a beleza à sexualidade, o que resulta na valorização do sexo – da eficiência, do desempenho, frequência – e não da sensualidade – traduzida como a intimidade no relacionamento, do encanto de se descobrir e de perceber o outro na rela-
ção, do sentir-se à vontade com ele(a), completando e sendo completado(a), das carícias que se pode trocar, das brincadeiras a dois, da cumplicidade... – esta sim, necessária à sexualidade. Por mais que nossa sociedade tenha evoluído, os papéis tradicionais do homem e da mulher ainda são bastante fortes e predominam na educação desde a infância, repercutindo nos jovens, adultos e idosos: a mulher deve ser a figura amorosa, dedicada aos outros, pois dela se espera que cumpra o papel de ser mãe; ao homem, pelo contrário, cabe a função de ser o provedor, aquele que se aventura fora dos limites do lar para garantir a sobrevivência, o bem estar e a permanência da família como tal. Mudanças hormonais fazem parte do desenvolvimento humano e podem ser observadas nas etapas de vida pelas quais passamos. Na adolescência e no envelhecer, porém, percebemos essas transformações com maior clareza. Ao adolescer, por exemplo, rapazes
e moças parecem se mover em função de seus hormônios. É o tempo de viver grandes emoções, vibrar por aventuras, por experiências novas e ousadas, enfim, de se perceber ocupando um espaço físico, social, psíquico, afetivo, ético e de experimentar preenchê-lo. E,
Acordo Obsoleto, Durmo atualizado!
www.durmoatualizado.com.br Seniors ativos, curiosos, empreendedores e eternos aprendizes Um blog com dicas fáceis e diversas desde cortar custo de aquisição de remédios, como tirar uma ideia da cabeça e tornar-se um projeto a aplicativos que facilitem o seu dia a dia. Desenvolvido por Marcelo Thalenberg colunista do Magazine 60+
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por meio dessas tentativas, dos erros e acertos, o jovem vai se constituindo como indivíduo atuante em seu tempo. No envelhecer e, particularmente na maturidade, na meia idade, novas mudanças hormonais ocorrem. Nas mulheres, a menopausa aparece como um marco diferencial em suas vidas e, por vezes, adquire conotação negativa porque a mulher já não pode procriar. É este também o tempo em que a aparência do corpo se altera ao perder, gradativamente, as características do corpo jovem, viçoso, tão valorizado socialmente. Para muitas mulheres o envelhecimento representa a fase em que o desejo se extingue ou deve ser sufocado, em que não mais é permitido desejar, viver o erotismo, pois somente o corpo jovem pode viver o prazer. Para outras, pelo contrário, é o momento em que ela se liberta e pode, realmente, viver e assumir sua sexualidade. Para o homem, mudanças hormonais ocorrem e, aos poucos, também ele
observa diferenças em sua estrutura. Na aparência, todavia, diferentemente da mulher, estas são bem vindas porque traduzidas socialmente como sinal de experiência e maturidade, consciência e consistência em seus atos. Nele, também, gradativamente, ocorre certo declínio de sua potência. Não significa impossibilidade de fazer sexo; apenas que pode liberar-se da figura do macho reprodutor que, por vezes, tanto interferiu em suas relações pessoais. O envelhecer saudável implica o aproveitamento das experiências vividas, na aceitação das mudanças próprias desta fase, no cuidado com sua saúde física e mental e no fato de sentir prazer, investir seu tempo na busca de realizar desejos adiados ou não reconhecidos em outra época, compartilhando essas tantas experiências com pessoas especiais, que possam complementar e dar sentido ao que se vive.
Direitos
Algumas atualidades para o Imposto de Renda e INSS
Vanessa Bulara
Advogada tributarista Consultora
A digitalização da economia está cada vez mais crescente. Quando o assunto é eficiência, então, espera-se que a administração pública adote cada vez mais mecanismos tecnológicos que facilitem a vida dos contribuintes e da sociedade em geral. Assim sendo, torna-se quase que mandatório que a burocracia pública se esvazie, em prol do rápido acesso à informação e à otimização dos processos. O site do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) fornece informações de cadastro e resposta às solicitações, por meio de sua página da internet, o Portal “Meu INSS”, após o cadastramento de um login e senha, sem a necessidade do comparecimento presencial em determinada agência. Assim, para os aposentados que pagam imposto de renda, já está disponí-
vel o extrato de INSS para fins de declaração de Imposto de Renda do ano calendário 2019, exercício 2020. Ressaltando-se que esta declaração deverá ser entrega ao Fisco, até o final de abril deste ano. O acesso ao Portal “Meu INSS”1 dispensa a ida à agência previdenciária e permite o acesso a diversos serviços, como os de (i) aposentadoria urbana (é feito uma busca, no sistema do INSS, para saber se ela já pode ser concedida, automaticamente); (ii) extrato previdenciário, tanto dos trabalhadores na ativa quanto dos aposentados; (iii) calculadora que realiza uma busca automática de todas as informações e dados de vínculos do segurado, registrado nos sistemas do INSS, para calcular o tempo de contribuição, ou seja, quanto tempo falta para o segurado se aposentar. Caso falte algum tempo, que porventura não conste nos registros previdenciários, há a opção de incluí-lo, manualmente, para fazer a simulação. A simulação pode ser feita considerando-se a Aposentadoria por Idade, que simula o período que falta para se apo-
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Foto: Arquivo
sentar (por idade), o valor da renda inicial e mostra se o segurado já tem direito ao benefício. Em contrapartida, permite-se também usar a outra calculadora, demonstrando quanto tempo falta para a Aposentadoria por Tempo de Contribuição (também conhecida como ‘integral’ ou ‘por tempo de serviço’); (iv) agendamentos para atendimento presencial; (v) acompanhar requerimentos realizados anteriormente; (vi) emissão do extrato de pagamento do benefício, no caso de aposentados, tendo plena validade jurídica para comprovação da renda recebida pelo aposentado, para abertura de conta em bancos, abertura de crediário, empréstimo consignado, gratuidade para idosos no transporte interestadual, programas educacionais, entre outras finalidades; (vii) agendamento e posterior acesso ao resultado de perícia, àqueles que solicitaram auxílio-doença ou outro benefício por incapacidade e passaram pela prévia perícia médica no INSS; (viii) extrato de empréstimo consignado; (ix) extrato do imposto de renda para os aposentados que se enquadram na obrigatoriedade de declaração de IR; (x) consultas de revisão sobre a fórmula usada no cálculo do benefício. Além disso, para este começo do ano, outra informação importante foi o reajuste de 4,48% sobre os valores recebidos pelos segurados da Previdência que recebem acima do salário mínimo. O INSS conferiu o reajuste por meio da Portaria nº 914, publicada no DOU em 14/01/2020, cujos efeitos do reajuste consideram a data de 01 de janeiro de 2020. Com esta Portaria, o teto dos benefícios pagos pelo INSS de R$ 5.839,45 passa a ser de R$ 6.101,06. Em relação aos que contribuem para o INSS, as faixas de contribuição dos trabalhadores empregados, domésticos e trabalhadores avulsos também foram atualizadas. É importante destacar que essas alíquotas serão cobradas de forma progressiva, ou seja, incidem sobre cada faixa de remuneração do segurado. O piso previdenciário, valor mínimo dos benefícios do INSS (aposentadoria, auxílio-doença, pensão por morte) e das aposentadorias dos aeronautas, será de R$ 1.039,00. O piso é igual ao
As alíquotas são:
a) de 8% para aqueles que ganham até R$ 1.830,29; b) de 9% para quem ganha entre R$ 1.830,30 e R$ 3.050,52; c) de 11% para os que ganham entre R$ 3.050,53 e R$ 6.101,06. Essas alíquotas, relativas aos salários de janeiro, deveriam (devem) ser recolhidas apenas em fevereiro, uma vez que, em janeiro, os segurados pagam a contribuição referente ao mês anterior. A partir de 1º de março entram em vigor as novas alíquotas de contribuição do segurado, estabelecidas pela Emenda Constitucional nº 103/2019, que serão: a) de 7,5% para salário de contribuição até R$ 1.039,00; b) de 9% entre R$ 1.039,01 e R$ 2.089,60; c) de 12% entre R$ 2.089,61 e R$ 3.134,40; d) de 14% para entre R$ 3.134,41 e R$ 6.101,06. novo salário mínimo nacional, fixado em R$ 1.039,00 por mês, em 2020. Já para aqueles que recebem a pensão especial devida às vítimas da síndrome da talidomida, o valor sobe para R$ 1.175,58, a partir de 1º de janeiro de 2020. Vale ressaltar que os recolhimentos efetuados em janeiro – relativos aos salários de dezembro passado – ainda seguem a tabela anterior. O site do INSS2 possui o resumo da tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, a partir de 1º de janeiro de 2020.
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Mudança de Hábito
Sociedade e envelhecimento ativo
Os efeitos das viagens na visão de especialistas
Silvia Triboni Viajante Sênior e Repórter 60+
A cada dia que passa, investigadores e estudiosos de vários países e universidades apresentam confirmações científicas acerca dos benefícios que viagens proporcionam ao envelhecimento saudável. Somados ao rol de ganhos pessoais advindos das viagens, em estudo promovido pela U.S. Travel Association, dos Estados Unidos da América, comprovouse que a sociedade, como um todo, pode ser beneficiada quando o seu público maduro adota o hábito de fazer turismo. Embora seja verdade que o envelhecimento da população global seja o tema fulcral de nossa era, mal começamos a entender todo o seu impacto na vida do século XXI. Com a população global com mais de 60 anos alcançando 1 bilhão de pessoas até 2020, a relação entre viagens e envelhecimento saudável tem, sem dúvida, enormes consequências positivas nos resultados da saúde, de toda uma sociedade. Quem pensaria que poderíamos obter resultados tão positivos e duradouros, de algo tão agradável, como uma viagem? Esta era de envelhecimento rápido pode ser vista como um problema ou como uma oportunidade. Pela lente da oportunidade, podemos vislumbrar novos caminhos para o crescimento econômico de uma sociedade, na medida do fortalecimento do engajamento social e realização pessoal de seus indivíduos. De acordo com Dra. Margaret Chan, Diretora Geral da Organização Mundial da Saúde: “Se os idosos puderem permanecer participantes ativos da sociedade, eles poderão continuar a contribuir para o nosso desenvolvimento socioeconômico.” Para que isso ocorra, as atividades
que contribuem para o envelhecimento saudável devem começar bem antes de se completar 60, ou até 50 anos. Elas requerem, ainda, decisões saudáveis ao longo da vida, e viajar é uma delas, bem como uma dieta equilibrada e exercícios regulares. Um dos principais estudos da comunidade científica, na história da medicina, foi o Framingham Heart Study. Em 1948, pesquisadores recrutaram 5.209 residentes de Framingham, Massachusetts, para identificar fatores de risco para doenças cardiovasculares. Posteriormente, a segunda e terceira gerações dos participantes originais também foram acompanhados regularmente. O resultado desse estudo é notável pela riqueza de detalhes acerca dos estilos de vida e dos comportamentos dos participantes. Por exemplo, em um dos questionários, mulheres participantes de 45 a 64 anos foram questionadas sobre a frequência com que tiravam férias. Passados
Foto: classeturista.com
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20 anos de acompanhamento, os pesquisadores verificaram que as mulheres que tiravam férias a cada seis anos ou menos tiveram maior risco de desenvolverem um ataque do coração ou morte coronária em comparação às mulheres que tiravam férias pelo menos duas vezes por ano. Outro resultado mostrou que mulheres que não tiveram férias estiveram duas vezes mais propensas a sofrerem de depressão, em relação às que escolheram descansar. Entre os benefícios mais importantes de viagens e férias - e certamente o mais intuitivo - é a redução do estresse. O estresse tem desempenhado cada vez mais papel prejudicial à saúde. Enfraquece o sistema imunológico, aumenta as chances de alguém de sofrer doenças como disfunção endócrina, dores de cabeça e síndrome do intestino irritável. Dados da Clínica Mayo explica que não fazer uma pausa no estressores diários pode elevar a uma quantidade do hormônio cortisol no corpo, que acelera o processo de envelhecimento. Tirar férias pode parecer uma ótima maneira de aliviar o estresse, mas as atividades como caminhar na praia, explorar os parques, visitar museus ou andar em um metrô desconhecido, também imprimem um impacto positivo na saúde de uma pessoa. Estas atividades são veículos que reforçam a atividade tanto física quanto mental, além de oferecem oportunidades para aprender, envolver-se e interagir com os outros. A atividade física tem sido reconhecida globalmente pela Assembleia Mundial da Saúde (AMS) como um importante impulsionador para saúde, tendo em vista o potencial de redução de mortes e doenças em todo o mundo. Conforme definido pela Organização Mundial da Saúde, a atividade física pode ser considerada em todos os afazeres cotidianos, como as tarefas domésticas, caminhar ou andar de bicicleta. Estudos mostram que, para os idosos, os benefícios à saúde são maiores se realizarem atividades de intensidade moderada, como as experimentadas enquanto viaja. O papel da atividade mental e estimulação cognitiva po-
dem ser alcançados por meio de várias atividades associadas a viajar. Novos estímulos decorrentes de comportamentos diferentes e novos ambientes promovem a saúde do cérebro, atrasando, potencialmente, o início de doença degenerativa. De acordo com o Dr. Paul D. Nussbaum, Ph.D., ABPP, neuropsicólogo clínico e Professor Adjunto de Cirurgia Neurológica da Faculdade de Medicina da Universidade de Pittsburgh, “Viagens são um bom remédio. Porque desafia o cérebro com novas e diferentes experiências e ambientes, é um comportamento importante a promover a saúde do cérebro e criar resiliência cerebral durante toda a sua vida útil“. Outra maneira de se conseguir o estímulo mental é através do aumento de atividade social. A atividade social também reduz níveis de estresse, e, consequentemente, mantém conexões saudáveis entre as células cerebrais. De acordo com a Dra. Ruth L. Kirschstein, ex-diretora do Institutos Nacionais de Saúde: “Os fatores sociais e culturais desempenham um papel central na prevenção de doenças, manutenção da boa saúde e tratamento de doenças”. O social de uma pessoa, laços e a qualidade de suas relações sociais podem “mediar o efeito do estresse na saúde.” Em 1995, ao examinar os benefícios de viajar em relação a outros hobbies, a Dra. Collette Fabrigoule descobriu que regular participação em atividades sociais ou de lazer, incluindo viagens, está associada a um menor risco de demência. Um estudo da Associação de Viagens dos EUA descobriu que viagens multigeracionais beneficiam netos e avós, os quais mencionam a oportunidade de viajar com seus netos como um fator para que se sintam mais jovem. Fundadora do Projeto Across Seven Seas e Repórter 60+ www.acrosssevenseas.com Canal Youtube; Facebook e Instagram: Across Seven Seas Fonte: https://globalcoalitiononaging.com/wp-content/uploads/2018/07/destination-healthy-aging -white-paper_final-web.pdf
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Antropologia
O funcionalismo e a religião
Osvaldo B. de Moraes Historiador
O funcionalismo é um ramo da antropologia e das ciências sociais que procura explicar aspectos da sociedade em termos de funções, isto é, fenômenos socioculturais e seus propósitos e relações estruturais das instituições humanas. Na escola funcionalista, cada instituição exerce uma função específica na sociedade e o seu mal funcionamento poderá desregular a própria sociedade. Ao adotar a abordagem funcionalista a análise da sociedade se faz como um
sistema abrangente de diversas funções, desde a defesa do território, a produção, a política, a família, a religião, enfim, enxergando a sociedade como um conjunto de instituições (um sistema) de forma independente dos indivíduos. Defende a ideia de que cada instituição desempenha seu papel, sendo que se uma ou outra instituição possuir mal funcionamento isso reflete na sociedade, afetando-a de forma negativa. Neste espaço, procuramos resumir a influência que a religião tem como uma importante instituição, com poder de contribuir com a paz entre os membros de uma sociedade ou de provocar distúrbios, dentro dela, ou até mesmo conflitos externos, entre povos distintos. O conceito religioso remonta às comunidades caçadores-coletores, através da ilusão, em termos de entidades sobrenaturais
O então Presidente Barak Obama recebe o Papa Francisco na Casa Branca, em Washington - USA Foto: Tony Gentile/Reuters
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que resolviam os mais diversos problemas e, por outro lado, exerciam poder de coerção, ao infringir castigos ou provocar pragas diversas que atingiam toda a sociedade. Não havia preceitos ou sanções morais pelas religiões nessa época, diferente dos tempos modernos onde, em tese, dever haver uma dimensão moral e os propósitos afirmativos de fraternidade. Nos primórdios da humanidade, havia o medo à divindade, mas sem a reverência e os rituais imponentes posteriormente adotados. Em comum com as crenças atuais tentavam explicar o porquê dos acontecimentos ruins e elaborar maneiras para amenizá-los, através de ofertas ou penitências. A proliferação de deuses se dava pela disseminação de sociedades em “tribos”, onde cada uma delas escolhia um deus ou mais e elegia um líder religioso, o xamã, com poderes de curar, fazer previsões, castigar e se conectar diretamente com a sua entidade espiritual. Possuía, ainda, uma situação privilegiada junto a autoridade política, onde influenciava as decisões de comando ou exercia diretamente o poder político, dentro da sociedade ou externamente, através de acordos ou de promoção de guerras. Desde a antiguidade, a religião sempre serviu como um amálgama entre os povos, quando escravos e as elites conquistadas permeavam novos conceitos religiosos, com seus deuses e crenças. A procura de benesses para a pacificação, após deslizes que afrontavam os deuses, eram providas com autoflagelação individual ou mesmo com a oferta de violentos rituais de sacrifícios humanos. No passado, havia uma departamentalização dos deuses: deuses do mar, promovendo a proteção ou a ira aos pescadores; do ar, enviando furacões e de tempestades, além de outros específicos, como para carpinteiros, pescadores, médicos, atores, cantores, etc. Resumindo, cada comunidade especifica dependia, substancialmente, da maioria ou de todas as divindades que a sociedade adotava. A mesma similitude pode ser encontrada nos deuses pagãos gregos/ romanos, como o deus do mar, da sabedoria, da beleza, da bebida, etc., formando uma verdadeira corte celestial. Atualizando esse conceito, vemos certa analogia na religião católica com a plêiade de
santos canonizados pela igreja e onde muitos são providos de especificações milagrosas. Os ramos religiosos mais difundidos, como o cristianismo, o muçulmano e o judaísmo, tiveram influência importante nas diversas fases políticas do planeta. Não cabe, neste espaço, analisar com detalhes a influência ou dominação política que essas religiões exerceram e ainda exercem, em várias sociedades. Vale, entretanto, lembrar a influência da religião através de atitudes fundamentalistas, que culminaram em guerras santas; as desavenças entre católicos e protestantes; as várias cruzadas; o jihad (guerra Santa para o Islã); o período trágico da inquisição; a cumplicidade do clero junto as monarquias absolutistas, como a da França, antes da Revolução Francesa, além dos embates entre os preceitos religiosos e a ciência. Salientando, apenas como exemplo, a denúncia de Copérnico ao geocentrismo no universo e a teoria do criacionismo, em confronto com o evolucionismo cientifico. Como corolário na ingerência da função religiosa entre certas sociedades, há de se notar, ainda, a interferência nos princípios, hábitos e costumes de culturas, até então consolidadas em suas crenças, através da imposição de catequese por religiosos. Sob o aspecto funcionalista, a religião, sobretudo monoteísta, coloca em segundo plano os votos de bondade e amor ao próximo, prescritos em seus ditames e se volta aos paradigmas dos caçadores-coletores difundindo temor e a ira e, como consequência, o castigo divino. Desde os tempos do paganismo, a religião era fonte de poder através dos sacerdotes que manipulavam governos e mantinham influência através de seus rituais. Na atualidade deveria servir a sociedade em geral, fornecendo confiança e esperança diante das dores e incertezas, promovendo uma coesão comunitária, ao invés de estar se deteriorando e perdendo os aspectos éticos e religiosos, de amor e fraternidade. A teoria funcionalista fundamenta a religião como uma instituição importante de serventia aos interesses da sociedade. Tem sua importância como instrumento de controle social, muito embora mesmo em estados ditos laicos é passível de ser manipulada por dignitários de crenças, a serviço de governantes que desejam manter prestígios e permanência no poder.
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Papa - Jerimum
‘Causos’ do Nordeste
Tony de Souza Cineasta
Foto:arquivo
Um dos apelidos dos norte-riograndenses, além de potiguar, que em tupi quer dizer “comedor de camarão”, é “papa-jerimum”. O Potiguar vem de uma tribo tupi chamada Potiguara, que habitava a região litorânea do estado do Rio Grande do Norte. Os potiguaras eram um povo guerreiro e deram muito trabalho aos portugueses. Foi uma das etnias que resistiu mais tempo aos invasores. Voltando ao apelido, valorizando a minha fonte, o mestre Câmara Cascudo, diria que saímos do reino dos crustáceos para o reino dos cucurbitáceos. Como começou toda essa história? Esse negócio do estado ficar devendo aos professores, aos funcionários públicos, em geral, e parcelar o pagamento, não é coisa recente. Houve um tempo, em nosso País, que os governos pagavam os funcionários com farinha, com novelos de algodão fiado e ovas de peixe. A história do papa-jerimum, segundo Câmara Cascudo, não tem um único documento oficial que a sustente. É uma lenda. Puro folclore! Tudo começou quando um governador chamado Lopo Joaquim de Almeida Henriques, que segundo consta foi um administrador desastrado, mandou seus funcionários plantarem uma roça de mandioca e melancia, em terras do estado. Todos deduziram que sua intenção era pagar os servidores com mandioca e melancia, mas não consta que houvesse jerimum plantado nessa roça. Quem inventou a história foi o Dr. Joaquim Maria Carneiro Vilela, poeta, escritor, jornalista, autor do romance natu-
ralista intitulado, A emparedada da Rua Nova que, em 1868, foi juiz municipal em Natal. De temperamento nervoso, se desentendeu com as autoridades locais e deixou o cargo sem dar explicações. Outra coisa que o deixou muito chateado foi um casamento frustrado com a irmã do padre João Manoel de Carvalho, que foi vetado pela família. Para se vingar dos norte-rio-grandenses, ele, que era natural de Pernambuco, inventou a história do jerimum, que se espalhou que nem fogo no palheiro. Foi parar no senado federal. Em 1899 o Senador pelo Rio Grande do Norte, Francisco Gomes da Rocha Fagundes, a ouviu contada no plenário, como pilhéria, e respondeu ao senador que a contou: “ Nosso Estado paga com Jerimum, mas paga! E o Estado de V. Exa., que não paga nem com Jerimum?”
Acordo Obsoleto, Durmo atualizado!
www.durmoatualizado.com.br Seniors ativos, curiosos, empreendedores e eternos aprendizes Um blog com dicas fáceis e diversas desde cortar custo de aquisição de remédios, como tirar uma ideia da cabeça e tornar-se um projeto a aplicativos que facilitem o seu dia a dia. Desenvolvido por Marcelo Thalenberg colunista do Magazine 60+
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Reutilizando materiais
Eternizar no mosaico
João Alberto J. Neto Analista de sistemas
Vou aproveitar a coluna desse mês para render uma homenagem e, ao mesmo tempo, dar uma mãozinha ao nosso colunista Helton Leal, que, embora não o conheça pessoalmente, noto que trata desses assuntos com galhardia. Há aproximadamente 9 anos, quando me mudei para a Serra da Cantareira, além de uma nova companheira, ganhei de lambuja a convivência de 9 cães e 2 gatos. Era uma festa e, para entrarmos em casa (digo, no terreno, pois a casinha mesmo ficava a aproximadamente 60 metros após passar o portão), tínhamos à mão aventais cirúrgicos já usados e reservados para esse fim, pois a cachorrada adorava nos presentear com adoráveis autógrafos, usando terra como tinta. Nesses 9 anos, muita coisa mudou e, aos poucos, a velhice e alguns problemas naturais foram aparecendo, a idade chegando e a população diminuindo, da forma que a natureza age nesses casos. Dentre os grandes amigos, todos importantes e significativos, dois deles tiveram um destaque espetacular em minha vida e me serviram de “modelo”, para duas aplicações em mosaico. Um pela raça e a outra pela personalidade de liderança e vivência em trabalhos terapêuticos. Lindinha - Uma beagle que, como todo beagle, era doidinha por um petisco, mas também tinha um potencial de aprendizado fora do normal, considerando a fama dessa raça. Desde novinha, a partir de um ano, trabalhou como cão terapeuta. Primeiramente com um grupo de voluntários denominado Dr. Cão e depois com o grupo Terapia Cão Carinho, onde ela era levada para visitas em asilos, hospitais (inclusive UTI pediátrica),
Fotos: enviadas pelo colunista
até em uma entidade de crianças autistas. Bem treinada, pulava corda, fazia túneis sob as pernas das crianças e, dentre outras coisas, até as ensinava como deveriam diferenciar lixo e brinquedo, onde ela buscava e colocava uma bolinha de papel na lixeira (abaixava o pedal com a patinha e jogava dentro a bolinha de papel) e quando a bolinha era a de borracha, ela colocava numa cestinha e levava de volta para a criança que a havia jogado. Após 10 anos de trabalho, ela foi aposentada, pois era nítido que não encontrava mais alegria em cumprir essa função. Ficou em casa futricando a vida das irmãs e depois de 3 anos, em 17/10/2019, um dia antes do Dia dos Médicos, nos deixou de maneira inesperada. Há 5 anos, tivemos a oportunidade de conhecer o artista chileno Ariel Cadiz, que nos deu a oportunidade de aprender a técnica de retratar animais em mosaico. Foi a oportunidade da minha esposa eternizar uma foto da nossa Lindinha, que foi utilizada como modelo. Uma impressão de alta definição, em papel, foi colada em uma placa de mdf e, aos poucos, foi sendo coberta com as tesselas em formato de losango simbolizando os pelos, observando a direção e as nuances de cores, proporcionando um belo trabalho. Essa obra, apesar de inacabada até hoje, consegue explicar a técnica aplicada e passar a beleza da obra.
Teco - Era o cachorro dito ‘o mais feio do mundo’, mas também o mais velho e mais engraçado que já vi. Um dachshund (vulgo salsicha) com patas arqueadas, negro e sem pelos, apesar de ser um ‘arlequin’, cuja pelagem é mescla-
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da. Foi resgatado na Dutra, por uma cuidadora, sofrendo com sarna negra que, quando desestabilizado emocionalmente, gerava feridas na pele, a ponto da Sunao (minha esposa) contar que ele era um salsicha com maionese, tamanha a gravidade do caso. Era valentão, esperto e adorava ficar debaixo de um cobertor. Há 13 anos, na avaliação inicial, a veterinária disse não ser possível avaliar direito a idade dele, supondo que teria no mínimo 5 anos, o que quer dizer que, em 03/02/2020 quando nos deixou, tinha 17 anos completos, já sofrendo as agruras da velhice, mas mesmo assim lutando para continuar vivendo. Apesar de ser o mais velho de todos, Teco foi o último sobrevivente da minha matilha inicial. Em fevereiro de 2015 formamos um grupo de 4 pessoas e fomos para Pompéia – SP, para aprender a técnica Picassiette, com a artista Solange Piffer, que me sugeriu mosaicar um cachorro salsicha, com a possibilidade de confeccioná-lo em duas peças, com a finalidade de dar a impressão de ser mais comprido do que o normal, pois sempre teria algo a mais entre as duas partes. Selecionamos xícaras, pires, canecas, ou seja, todos acessórios e fomos à luta. Utilizamos duas placas de fibrocimento como base, completamos o trencadis (o fundo da peça) com placas recortadas de cerâmica. O resultado final ficou muito bom
(excelente para o principiante) e apesar da diferença de cor, pois o Teco era pretinho com alguns fiapos brancos, a existência da raça ficou registrada para nós.
Essas peças trazem boas recordações e a certeza de que procuramos fazer o melhor por eles, esperando que eles tenham Existem muitas pessoas que recorrem aos artistas com a finalidade de eternizar seus amigos e amores. Cada um com sua arte, cada um com seu motivo e admiração. Nós escolhemos o mosaico. E vocês? Aproveitem. Nota: Atualmente, só temos o Kin, um SRD, amigão, que chegou há 2 anos e nos adotou com todo amor e ciúmes que um cachorro de 2 patas e meia pode ter. Falta-lhe as patinhas dianteiras direita e esquerda, mas isso não lhe reduz a capacidade de amar. Até mais...
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Destino Portugal
Nazaré e seu cânion submarino
Marisa da Camara Consultora Imobiliária Brasil - Portugal
Foto: surfguru.com.br
Para os 60+, NAZARÉ pode parecer uma cidade sem atrativos, por ser popular entre jovens surfistas, do mundo inteiro, por suas ondas gigantes. Assim, é um destino polêmico, quando da realização do roteiro de viagem, mas Portugal é um país pequeno e, para quem deseja conhecer a costa portuguesa, vale uma parada lá, ainda que seja só para ir ao mirante, para ver o mar, um lindo pôr de sol ou visitar o Santuário de N. Sra. de Nazaré, dos mais importantes espaços católicos da Europa. Situada na costa central portuguesa, na região de Leiria, Nazaré é uma vila tranquila, no período do verão, quando o mar é calmo e a cidade não recebe o forte e específico turismo do surf. No inverno, entretanto, a cidade floresce, exuberante, e fica super lotada pela beleza juvenil, de variados sotaques, de estrangeiros do mundo todo. Eles vão
em busca de desafios e treinos em ondas gigantescas ou disputar campeonatos locais ou internacionais, que tornaram a vila famosa e mudaram sua rotina. As ondas gigantes ocorrem no mar do norte, pela existência de um desfiladeiro submerso próximo à costa, de 211 quilômetros de extensão e até cinco mil metros de profundidade, lá no fundo do mar, denominado, pelos portugueses, de canhão de Nazaré. As ondas podem chegar a 30m de altura e ocorrem pela soma de alguns fatores simultâneos. Simplificando, as ondas trafegam na superfície, em direção à praia, mas se separam, num dado momento, por terem velocidades diferentes. As ondas sobre o desfiladeiro são mais rápidas e, lá na frente, voltam a se encontrar duplicando ou triplicando de tamanho, tornandose gigantescas e propícias para a exibição dos melhores surfistas do mundo. No período de maio a setembro o clima é delicioso e Nazaré é uma cidadezinha gostosa para caminhar à beira-mar, comer um bom bacalhau ou frutos do mar e descansar. Uma boa opção, também, para quem busca viver em um local tranquilo e mais barato, em Portugal.
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magazine 60+ #6 - Janeiro/2020
VENDA DE IMÓVEIS BRASIL e PORTUGAL
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BRASIL:
em São Paulo (Bairros nobres da Zona Sul e Zona Oeste) Residencial ou Comercial Para uso ou para investimento
PORTUGAL:
do Algarve ao Porto (atuamos em qualquer cidade) * Nosso foco é a solução da necessidade do cliente - tanto em São Paulo, como em Portugal. Cuidamos de encontrar o que precisa, para viver ou para investir, assim como para vender seu patrimônio. * Damos assessoria completa para aqueles que querem residir em Portugal, obter cidadania, tirar documentos, oficializar moradia, viver como aposentado, com estudos sobre a assertividade dessa decisão
Marisa da Camara - CRECI: 200.001 Cel./Whatsapp_ +5511 99947 7622 camara.consultoriaimobiliaria@gmail.com marisa.camara11@gmail.com magazine 60+ #9 - Março/2020 - pág.22
CriativA Idade
Diálogo com o tempo
Jane Barreto Psicopedagoga e Arteterapeuta
A ARTETERAPIA é uma proposta de prática terapêutica, que utiliza diferentes recursos expressivos, presentes nas linguagens da arte, facilitando aos praticantesum contato com o seu universo simbólico e imaginário, possibilitando-lhe novas descobertas e competências intersociais. As práticas criativas, propostas em oficinas, com grupos heterogêneos, sejam eles intergeracionais ou exclusivamente com os seniors, contextualizam as referências trazidas na realidade social e na história de cada pessoa, criando espaço para a expressão criadora, que vai ao encontro do propósito de trabalhos artísticos realizados em conjunto. Essas práticas existentes em arteterapia, são como ferramentas de conexão entre o mundo interno e externo do ser. Acessando uma fonte inesgotável de informações, surge a busca pelo autoconhecimento, através dos elementos
simbólicos criados pelos participantes. ARTE, GRUPO e AÇÃO CRIADORA Nas etapas do processo arteterapêutico são evocados conhecimentos prévios, identidade, história de vida, exposição de conflitos, medos, dores, fragilidades, frustrações, anseios, sonhos, memórias e projetos dos participantes . Evidenciando a linguagem cênica -teatral, é possível realizar a criação de personas, estampando em seus rostos intenções e limitações, revelando as diversas faces, construindo detalhes para desenvolver habilidades. Desta forma, acontece o compartilhar de experiências e emoções entre os pares. Revelar-se nas construções de máscaras durante a oficina de arteterapia, resgata os papeis sociais conhecidos ou desconhecidos, até então. A INSPIRAÇÃO na cultura, presente em espaços frequentados por pequenos grupos, onde acontecem as oficinas, resignifica e traz utilidade da ARTE para a VIDA. ORIGEM DAS MÁSCARAS Conta a história que o uso da máscara incorporada ao teatro, como elemento cênico, surgiu na Grécia, por volta do século V a.C. O símbolo do teatro é uma alusão aos dois principais gêneros da época: a tragédia e a comédia. Tiveram origem nas festas dio-
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nisíacas e foram incorporadas aos principais gêneros de peças daquela época. A máscara teatral grega era confeccionada com materiais orgânicos, folhas, madeira, argila e couro. Eram feitas de modo que toda a face do ator ficasse totalmente coberta, exceto os olhos e a boca; ela tinha diversas funções em cena, como por exemplo: conferir ao ator traços expressivos bem acentuados, para que todo o público pudesse assimilar as intenções e o caráter do personagem. Na Grécia, os teatros eram a céu aberto e aglomeravam muita gente. O público ficava longe do palco e por isso era necessário evidenciar as características dos personagens, usando as máscaras, como espécie de amplificador das suas expressões. Os artefatos também possuíam um cone que se encaixava na boca, servindo de megafone. MÁSCARA: SÍMBOLO DE INCLUSÃO Àquela época, o uso das máscaras no teatro grego era restrito apenas aos homens. Havia total exclusão da mulher na participação da pólis – cidade - cha-
mavam assim a comunidade organizada pelos cidadãos ou pelos politikos, ou seja, por homens nascidos no lugar habitado, sendo eles livres e iguais. As mulheres não eram consideradas cidadãs, elas não podiam atuar, de nenhum forma, porque nas cidades gregas sequer tinham direitos políticos. O papel feminino estava restrito aos “deveres” domésticos e de procriação. Por esta razão, as máscaras mais coloridas, com perucas, podiam representar personagens de ambos os gêneros. Durante a confecção de máscaras, a escolha de diferentes materiais e técnicas é livre. Com a fala sempre presente, o processo natural acontece e cada um tem a oportunidade para processar, elaborar, e reconfigurar sua história de vida. Nessa viagem, embarcamos numa proposta de um universo de indagações e reflexões, para que sejam suscitadas todas as máscaras reveladoras de personagens e papéis sociais, que ocupam junto aos sentimentos que permeiam a existência do humano.
Contos
Minha Santa Bengala
Malu Alencar Historiadora e Produtora cultural
Nunca imaginei que um dia pensaria na velhice, mas ela chegou de mansinho, nem percebi que ela avançava o meu tempo e uma hora poderia atropelar meu caminho. Cada dia sempre foi mais um dia. O hoje sempre foi meu futuro e o passado minha memória, minha saudade, minhas lembranças. Ah...., mas a idade chegou. Estava no centro da cidade, pois tinha que pegar uns documentos no Fórum João Mendes. Desci no metrô da Praça da Sé e, caminhando em direção ao fórum,
percebi que me doía andar depressa. A perna coxeava e tinha que me apoiar em alguma coisa. Tropecei, não era o salto do sapato que tinha quebrado como já tinha me acontecido anos atrás, bem ali perto, também não era a calçada, era minha perna que estava falhando mesmo. O que fazer? Pedir socorro: Me acuda! Não consigo andar.... Socorro! Iam pensar que estava totalmente fora da casinha, uma louca, gritando na rua... Parei numa farmácia e pedi conselho para o balconista. - Moço, não consigo andar direito, o que faço? Gentilmente me disse: - É melhor a senhora arrumar um apoio. - Apoio? A p Como? o i o ? C o m o ? - Uma U mbengala... a b e n g a l a . . . . - Bengala? Onde vou conseguir uma? - Ali na frente, nessa mesma calçada tem uma loja que vende bengalas.
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Usei alguns dias e esqueci da bendita, até que tive que fazer uma cirurgia no coração. Outro susto.. De repente, parei no hospital e descobri que tinha tido 3 infartos... Saí com 5 pontes de safena, coração remendado, mas forte como uma pedra. A perna direita, entretanto, não tinha mobilidade, não andava, estava paralisada. Lembrei da bengala... Santa bengala! Pedi aos meus filhos o favor de trazerem minha bengala, pois senti que não andaria mais sem ela. Não me sinto mais velha por causa dela, só me sinto com mais poderes. Poderes que os anos me deram e que a Dona Bengala se revestiu deles e entrou em minha história, garantindome uma aposentadoria poderosa: “Jamais te abandonarei! Sou seu prumo, seu remo, sua estrada, seu caminho, sua trilha e estarei sempre a te proteger” Fazem exatos 9 anos que não ando sem minha bengala. Aposentei a minha primeira bengala como se fosse um amuleto, comprei várias outras, todas de madeira, mas de vez em quando dou umas voltinhas com a minha pretinha de metal. Não me sinto velha. Pelo contrário, sou uma privilegiada. Tenho uma bengala que me faz andar por onde quero, como quero e me abre caminho, nem preciso pedir o famoso: “Dá Licença”! Santa Bengala!!!! Que seria de mim, sem seu poder de abrir caminhos?!
Imagem: medium.com
- E como faço? Chego e falo o quê? - Diga que está com dificuldade de andar, peça uma bengala! - Simples assim? Quero uma bengala?!!!! Exatamente, foi assim que aconteceu. Segui na calçada, me apoiando nas paredes, até a loja de bengalas.... Muitos modelos: de madeira, de madrepérola, de metal.... coloridas. Escolhi uma de metal preto, com regulagem e que poderia desmontar e carregar na bolsa. Adorei! A d o r e i ! Comprei a bengala, regulei para o meu tamanho. Treinei ali na loja, subi e desci escadas, andei pela loja... Tropecei, mas não caí. Saí feliz, com uma bengala preta de metal, que podia pedir licença para quem estava na minha frente sem ter que chamar atenção, batendo nas costas: Dá licença.... Bastava apontar a bengala na frente... Além do mais, me anunciava, bastava bater mais forte no chão, o metal fazia um ruído me anunciando. Feliz da vida cheguei ao meu destino. Percebi que me davam licença, me passavam na frente. Fiquei preocupada. De repente, as pessoas me enxergavam de outro jeito, com mais deferência, procurei um espelho para ver meu rosto, mas só tinha porta de vidro fosco. O que estava acontecendo? Nunca tinha imaginado usar uma bengala, mas adorei a ideia de ter um poder oculto, um poder só meu: Minha bengala era ‘mágica’.
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Benefícios da Cultura Orgânica
Cultura orgânica
Sergio Frug
Todos esses anos de envolvimento prático e profundo com a Mãe Astrologia conduziram à necessidade de sair de uma posição apenas observadora para adotar uma atitude mais prática, como ator e também autor nesta passagem inquestionável, do mundo antigo para um Novo Tempo. A observação astrológica certamente é um poderoso caminho para o desenvolvimento da consciência pessoal, coletiva e cósmica, englobando definitivamente todas essas áreas numa só, na firme sensação de pertencer a um único e amplo organismo. Muito se fala, sobre isso, mas ainda é preciso muito mais, antes de tudo corporificar e incorporar esse discurso. A própria consciência acaba levando ao novo protagonismo e os tempos atuais, como nunca, apresentam um sem número de oportunidades e possibilidades, para cada um encontrar o seu próprio e definitivo caminho. De acordo com aquilo que é; de acordo com o que indica o seu destino e de acordo com o inquestionável encantamento do nosso coração. O protagonismo que parte de dentro, e não das propostas culturais e midiáticas correntes, em geral ilusórias; transcende as polaridades e permite que as pessoas se alinhem em torno das verdadeiras afinidades, assim encontrando seus pares e atuando com objetivos semelhantes, junto a eles. Isto acontece naturalmente, na direção de uma nova organização planetária, que já caminha a todo vapor e de acordo com os grandes desígnios cósmicos, que se refletem na formação das consciências mais despertas e alinhadas. Criam-se, agora, possibilidades úni-
cas de reunião das almas em torno das próprias escolhas pessoais e coletivas, para a construção da nova sociedade. Já se mostra plenamente possível encontrar os focos de luz que reúnem as pessoas nas direções específicas de regeneração e reconstrução planetária, para a consolidação dos novos objetivos e dos novos paradigmas. Seguimos, com força, para a via da cooperação plena dentro da raça humana, migrando assim da crença na escassez que é mãe do confronto, para o desvendar da abundância, permitindo que cada um deixe de focar apenas em si mesmo para unir-se definitivamente ao todo universal. Nesse sentido, reúnem-se, já há bastante tempo, permacultores, bioconstrutores, terapeutas, educadores, administradores, comunicadores, artistas, artesões e muitos mais, focados na plenitude da reconciliação humana. Desta forma, se define a Cultura Orgânica como o pertencimento do indivíduo a cada pequeno organismo de que participa, como a família, a profissão e demais afinidades, assim como ao campo absoluto que caracteriza o Todo Universal, com nossa singularidade única e missão especial. Do lado prático, acreditamos que a Cultura Orgânica seja um dos caminhos mais efetivos para nos afastar das ilusões
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em que nos acomodamos, para enxergar a realidade como ela é. Para isso, começamos por tornar orgânicos os nossos sentimentos, os nossos alimentos e as nossas atitudes, sempre partindo do efêmero para o duradouro, do artificial para o natural, do falso para o verdadeiro, do obscuro para o transparente, do sarcasmo para o respeito, da esperteza para a
consciência, da desconfiança para a plena confiança; não apenas nas circunstâncias e nos outros que nos acompanham, mas no próprio destino da nossa Humanidade. Contatos: 11996331053 @sergiofrug sfrug@uol.com.br
ANUNCIE COM A GENTE PREÇO BAIXO E UM GRANDE ALCANCE
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Mundo Pet
Tendências do mercado Pet Helton Leal Gerente de merchandising na indústria pet e pesquisador da área de práticas de consumo
É fato que o mercado de produtos para pets cresceu, exponencialmente, nos últimos anos. Em 2018, o faturamento mundial foi de mais de 124 bilhões de dólares, tornando o setor um dos maiores catalisadores de investimento criativo, para novos produtos e serviços. Pensando nisso, o mercado varejista e as indústrias estão sempre de olho no comportamento do tutor, captando as principais tendências de mercado e transformando-as em novos lançamentos nesse segmento de mercado. Quais são essas tendências? Os principais institutos de pesquisa do mundo apontam 3 mega blocos, que irão influenciar os tutores na hora de escolher o melhor para seu pet. Vida conectada é a primeira delas. Hoje, vivemos a revolução tecnológica do mobile e isso irá impactar profundamente a relação do tutor e do cão. Desde a compra de produtos e serviços através do e-commerce, até tecnologias de rastreamento
do cão via microchips, a conectividade permitirá uma série de facilidades que revolucionará a relação do tutor e do pet. Uma outra grande tendência passa pela sustentabilidade e vida saudável. Hoje existe uma corrida para preservarmos o planeta, assim como nossa saúde, comendo alimentos naturais que garantam a longevidade, não só do ser humano, mas também do seu pet. Embalagens recicláveis, fontes sustentáveis de proteína, eliminação de alimentos transgênicos e a inclusão das chamadas “superfoods” na dieta, já é uma realidade e impacta também a vida dos animais de estimação, que passam a viver mais e ter maior qualidade de vida. A última, e ainda mais complexa, é conhecida como “economia de compartilhamento”. A mudança de paradigmas, causada por essa tendência nos faz imaginar como isso impactará a relação tutor pet, diante de um novo modelo de consumo que nos permitirá ressignificar não só as relações de consumo, assim como as relações sociais, afetivas e econômicas. O mundo muda, cada vez mais rápido, e diante desse grande turbilhão, a única coisa que permanece é a certeza que o pet continuará, cada vez mais, integrando o arranjo familiar moderno, sendo o melhor amigo da mulher e do homem.
Foto: acasadoanimal.com.br
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Vida Saudável
Matar para se alimentar - Permitido sim, ético não
Cida Tammaro Adm. de Empresas
Foto: Prefeitura de Campo Alegre - Paraná
No Brasil, existe o chamado “abate humanitário” (irônico este termo, concordam?). Grande parte desses abatedouros podem ser clandestinos, o que é uma ameaça à população, uma vez que nesses abatedouros não existem fiscalização ou condições técnicas para o abate, oferecendo riscos aos que consomem esses alimentos. As divulgações dessa prática (abate humanitário) são crescentes, mas não são raros os casos em que sofrimentos e privações envolvem esses animais. Existem muitos matadouros clandestinos e penso que deveria haver forte trabalho de fiscalização, sobre isso, com o intuito de cessar os abusos contra os animais, acima de qualquer outro interesse. A operação “carne fraca” no Brasil , que em março de 2017 (tudo-sobre.estadao.com.br) denunciou que a JBS (Friboi Seara e Big frango) e BRF (Sadia e Perdigão), estavam “maquiando” carne vencida, usando produtos químicos, levantou muito modestamente discussão sobre ‘abate humani-
tário’, prática muito questionável, que não garante que o animal seja bem tratado, antes de ser morto. Em 2016, a ONG Repórter Brasil (reporterbrasil.org.br - em 3/2011), denunciou que os animais são maltratados na indústria da carne, com socos, chutes e pauladas. Mostraram que fazendas, fornecedoras de grandes frigoríficos, contradizem o marketing que os próprios defendem, de abate humanizado e “animal feliz”. Onde há clandestinidade, há falta de higiene, maior proliferação de bactérias, para baratear o custo da produção, além de muita violência. Os métodos de execução, costumam ser dos mais cruéis. Outro ponto a considerar é que a privação só termina com a morte, após uma curta vida de exploração e sofrimento. Questiono se os humanos têm direito ético de se apossar dessas vidas, simplesmente para satisfazer seu paladar. É importante saber que existem todas as vitaminas e proteínas que necessitamos no reino vegetal. Após vermos todo esse sofrimento animal (Universidade Estadual Paulista - Jaboticabal - 10/2008), e estarmos ingerindo essa carne com toda essa energia negativa, devemos aos poucos tirá-la de nossa alimentação. Não precisamos de proteína animal para ganharmos músculos e sermos saudáveis. Matar um animal é permitido, mas não é ético.
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Dicas de Viagem
Austrália - Lennox Head e seus arredores
Anete Z. Faingold Engª. da Computação
Meu interesse pela Austrália é simples: meus filhos lá habitam. Há 9 anos, minha filha caçula decidiu se aventurar por aquelas terras, optando por morar em Sydney e é apaixonada pela cidade. Há quatro anos, meu filho primogênito decidiu morar na Austrália, também, porém optou por uma pequena cidade litorânea, muito conhecida pelos surfistas. Lennox Head fica no estado de Nova Gales do Sul, tem mais de 7.000 habitantes, com várias praias de um mar maravilhoso, nas quais podemos ver golfinhos, à vontade. Na época de baleias elas aparecem bailando no mar. Apesar de ser pequena, Lennox é muito bem estruturada, com banheiros públicos, providos de papel higiênico e sabonete líquido, além de chuveiros para retirar o excesso de sal e areia do corpo. Possui restaurantes, lojinhas, casas de café, com doces apetitosos, e alguns mini supermercados. Há centros médicos e dentários, academias de esportes e um camping para turistas. Perto deste camping, há um lago maravilhoso, “Lake Ainsworth”, com temperatura amena e água avermelhada, causada pelo descascamento dos caules das árvores, ao redor do lago. Reza a lenda aborígene que o lago ficou vermelho porque as mulheres iam lá para terem seus filhos, ficando vermelho do sangue no parto. Quem vai ao lago, encontra toda a estrutura para um bom churrasco e piquenique, com mesas e churrasqueira elétrica, com um tampo de inox enorme. Depois de utilizá-las, limpa-se o lugar para o próximo poder usufruí-lo. Há um espaço em vol-
ta do lago, que foi reformado, no qual adicionaram-se mini praias. Com elas, o público se espalhou ganhando novos espaços com árvores para proteção do sol. Ali perto está a famosa cidade de Byron Bay, uma cidade fundada pelos hippies, que abriga o maior festival de Blues, com praias maravilhosas, repleta de turistas do próprio país, nas férias. Esta região toda é denominada “Northern Rivers”. Viajamos até as montanhas, chegando à cidade de Murwillumbah. À entrada, nos deparamos com um museu de porte médio, denominado “Tweed Regional Museum”. No andar de baixo tem sempre novas exposições e no andar de cima reconstruíram a casa de Margareth Olley, renomada artista que morava em Sydney. Transportaram todos os cômodos de sua casa, de Sydney para o museu. Caminhando pelo andar pode-se constatar como ela vivia, não sem antes assistir a um vídeo, com entrevistas sobre sua vida e obra. Neste museu também tem um bom restaurante. Depois nos dirigimos à cidade que, para nossa surpresa, era repleta de restaurantes e lojinhas, enfim..., uma cidade alternativa. Dando continuidade à caminhada, entramos numa Pâtisserie, imperdível, cujo dono é um francês, e provamos dos melhores croissants e doces. Uma delícia de passeio! Foto: wikipedia.org
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Constelações
A Constelação Familiar ajuda na resolução de questões pessoais e profissionais
Vera Soubihe
Iasmin Galvão
Profissionais explicam o uso prático da psicoterapia criada pelo alemão Bert Hellinger, nos anos 70. A data de início de aplicação do método não é recente – 1978 – mas só nos últimos anos a constelação familiar começou a se popularizar no Brasil, a ponto de hoje ser oferecida pelo SUS e usada até no Judiciário, sobretudo na mediação de casos, na vara da família. Não só questões relativas ao âmbito familiar podem ser abordadas em uma sessão da psicoterapia. “Todas as questões que têm energia podem ser colocadas em constelações: dinheiro, saúde, profissão, crime, ação de trabalho, vendas, relacionamentos e por aí vai”, afirma Iasmin Galvão, consteladora na cidade de São Paulo. Nas sessões individuais de constelação, ela atua em parceria com Vera Soubihe, que explica: “Ao nascermos, não herdamos somente um patrimônio genético, mas sistemas de crenças e esquemas de comportamentos que geram um campo de energia”. Segundo as especialistas, podese comparar uma família a uma rede. Quando a rede é danificada num determinado local, toda a sua volta fica enfraquecida. Porém uma parte sólida, que corresponde aos valores passados entre gerações, se mantém. É aí que atua a
constelação, revelando, através de uma terapia prática, momentos em que tais valores foram desprezados. Por esse método, tem-se um caminho de cura, traçado pelo criador da terapia, o filósofo e psicólogo alemão, Bert Hellinger. “Os sofrimentos familiares permanecem como elos entre gerações e só se rompem quando um descendente toma consciência deles e transforma a energia negativa em benção”, diz Vera. E como funciona essa cura? Por meio do olhar profundo, com amor e sem qualquer julgamento, daquilo que realmente aconteceu. “O objetivo é trazer à tona a estrutura do campo da energia que levou membros de uma família a se tornarem agressores ou vítimas ou a ficarem com problemas mentais ou doentes e, assim, proporcionar a cura, afirma Iasmin. Tudo realizado no plano da alma que, de acordo com Hellinger, é de amor puro – onde não há julgamento, nem punição, apenas o entendimento da importância das responsabilidades serem assumidas. Contatos: Vera: 11999904833 E-mail verasoubihe @outlook.com Iasmin iasmingalvão@uol.com.br
O SUPERA é um curso diferente de tudo que você já conhece. Com apenas uma aula semanal de duas horas, você conquista uma mente saudável, com mais concentração, raciocínio, memória, criatividade e autoestima. Estas habilidades melhoram o desempenho na escola, alavancam a carreira e garantem mais qualidade de vida. Encare este desafio e experimente uma forma incrível de viver. Nossa metodologia não tem limite de idade: todo mundo pode viver esta emoção.
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A História da Arte
Manoel Carlos Conti Artista Plástico Jornalista
As grandes artes que citamos até aqui, podemos dizer que são como estrangeiros dos quais nos aproximamos com plena consciência das diferenças que nos separam. Ficamos surpresos quando conseguimos com eles nos comunicar, entendendo um pouco do que dizem. Com a arte grega, nossa atitude é diferente. Não nos parecem estranhos e, sim, nossos parentes mais velhos. Um templo grego nos remete a casas e edifícios de nossa cidade, da mesma forma que uma estátua helênica nos remete a muitas outras que vimos aqui ou ali. Uma civilização formada inicialmente a cerca de 3.100 anos, só à partir de 800 a.C. esse povo emergiu a plena luz da história. O Período chamado Clássico deixou vasos e estátuas impressionantes, por sua forma e beleza estética, pois na pintura da cerâmica vemos claramente o sentido de decoração, bem como aquilo que ocorreu na vida do povo daquela época. Até então a figura humana era retratada de frente e de perfil. Os artístas gregos iniciaram um movimento de esculpir em 3/4, ou seja, cabeça e corpo em movimento. A “cabeça de Rampin”, datada em 560 a.C., é um bom exemplo do início desse movimento.
Cabeça Rampin Mármore com altura de 29 cm Museu do Louvre - Paris
A arquitetura Grega era exuberante naqueles tempos. Não que os modelos Egípcios não tenham sido, mas os gregos ergueram palácios com maior ‘graça’ e com estruturas de áreas abertas, que perduram até os dias de hoje, onde podemos citar o Monumento de Lisícrates (334 a.C.), a Acrópole de Atenas (421 a.C.), o Parthenon (448 a.C.), o Templo de Poseidon (460 a.C) e muitas outras construções. Dentre todas as obras gregas as que mais impressionam, pelo estudo de anatomia bem como seu significado, são as estátuas de corpo inteiro. Muitas delas chegam a perfeição, se considerarmos que eram esculpidas em mármore e sem a utilização de ferramentas especiais, como as que temos nos dias de hoje. Na próxima edição, falaremos um pouco da Arte Etrusca. Até lá!
fotos: wikipédia
A Arte na Grécia
Discóbulo (o lançador do disco) (450 a.C.) Museu de Terme - Roma
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Em todas as telas
Jane Fonda: uma eterna diva
Quando você é picada pelo bichinho da Gerontologia, tudo que você vê, seja uma postagem nas redes sociais, um stand up, um filme, uma novela, uma série, ganha outro viés. Como será que se fala do envelhecimento? Como se retrata a pessoa idosa? Infelizmente ainda prevalecem os estigmas e preconceitos sobre o envelhecer, mas as coisas vêm mudando. Você sabe o que é Gerontologia? Segundo a definição da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), é o estudo do envelhecimento nos aspectos biológicos, psicológicos e sociais. São profissionais, com formação diversificada, que deveriam estar presentes em todas as equipes multidisciplinares de serviços públicos e privados que atendem a pessoa idosa. Podem ser bacharéis ou especialistas, como eu vou me tornar em breve ao concluir a pós-graduação. Como futura gerontologista e jornalista com mais de 20 anos de experiência, tenho um olhar diferenciado sobre a relação da mídia e o envelhecer. Recentemente tivemos a cerimônia do Oscar e mais que os premiados da noite como Joaquin Phoenix, que viveu de forma impecável “Coringa” e levou a estatueta de Melhor Ator, tivemos uma estrela 80+ no centro dos holofotes. A eterna diva, Jane Fonda. Ativista, atriz premiada, aos 82 anos, arrasou no look com um vestido que já havia usado em 2014, e ainda levou sua marca registrada nos protestos contra as mudanças climáticas: seu casaco vermelho, com ele a tiracolo, apresentou o Oscar de Melhor Filme, prêmio que ficou com o coreano “Parasita”.
Foto: estrelando.com.br
Katia Brito Produtora de conteúdo sobre envelhecimento e longevidade
Jane Fonda ( foto) é símbolo do envelhecimento bem-sucedido, abandonou as cirurgias plásticas e assumiu sua velhice. Um dos destaques de sua carreira atualmente é “Grace & Frankie”, que protagoniza ao lado de Lily Tomlin, 80. Série que está na sexta temporada, na Netflix. Realmente um exemplo de um olhar diferenciado sobre o envelhecer com qualidade de vida e bom humor, superando os desafios e aproveitando as oportunidades que esta fase da vida oferece. Os episódios já abordaram temas diversos como sexualidade, relacionamento, empreendedorismo e conflitos familiares. As duas amigas, com estilos bem diferentes, já fizeram de tudo após serem abandonadas pelos maridos, vividos por Sam Waterson e Martin Sheen, ambos com 79 anos, que se revelaram um casal gay apaixonado. Na terceira temporada, Grace & Frankie foram mandadas pelos filhos para uma casa de repouso de onde fugiram. O termo que usamos atualmente é instituição de Longa Permanência para
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Idosos (ILPI). Nesta mesma temporada, montaram uma empresa de vibradores, feitos especificamente para mulheres maduras. Na sexta temporada, as empreendedoras desenvolvem um novo produto e buscam investidores no programa “Shark Tank”. Essa dupla não para. Envelhecer é desafiador e parte da derrubada de estigmas e preconceitos, está em se sentir representado, ver
nas diferentes telas que a pessoa idosa também tem o merecido destaque, mostrando que envelhecemos como vivemos, como parte do processo natural da vida. Uma etapa que pode inclusive ser mais duradoura que a infância, a adolescência e a vida adulta. Que seja, portanto, bem vivida, assim como a da diva, Jane Fonda. Contato: katia@novamaturidade.com.br
Benefícios
Estimulação cognitiva: um fator de proteção no envelhecimento e de manutenção da saúde
Thais Bento Lima gerontóloga e colunista do SUPERA Ginástica para o Cérebro
Estudos das neurociências destacam que a preservação do desempenho das habilidades mentais é importante para que um indivíduo, adulto ou idoso, possa continuar a viver de maneira independente e com autonomia no decorrer dos seus anos de vida e durante o seu processo de envelhecimento. Estudos brasileiros, como o de César, (2017) sugerem que aproximadamente entre 7 a 17% dos idosos preenchem critérios para demência ou apresentam o diagnóstico de comprometimento cognitivo leve. Pesquisadores destacam que o declínio cognitivo em idosos é um problema de saúde pública, considerandose a dependência gerada nos cuidados, a sobrecarga dos familiares e cuidadores e o ônus financeiro familiar que acarreta, após a necessidade de implantação de cuidados, decorrentes de problemas neurodegenerativos. Estes dados reforçam a relevância de adotarmos hábitos de vida saudáveis, assim como a prática de exercícios de estimulação cognitiva, pois são medidas de promoção de saúde, no processo de envelhecimento. De acordo com um estudo realizado no bairro da Vila Clementino, coordenado
pelo pesquisador Luiz Roberto Ramos e professor da Universidade Federal de São Paulo, os únicos fatores modificáveis que podem diminuir o risco de mortalidade em idosos, são o desempenho cognitivo e o grau de dependência. Deste modo sabese que as atividades de estimulação cognitiva podem contribuir para a promoção da saúde e da autonomia dos idosos, reduzindo os riscos para hospitalização, de quedas, institucionalização. Pois uma vez que a saúde mental está preservada, é possível melhorar a qualidade de vida de uma pessoa e mantê-la ativa e podendo decidir sobre a sua própria vida. Algumas dúvidas podem estar passando pela sua cabeça, como: já sou idoso, ainda posso me beneficiar de um programa de estimulação cognitiva? Sim você pode ter benefícios no desempenho das suas habilidades cognitivas e assim prevenir o prejuízo de suas habilidades mentais, gerando mecanismos de compensação quando sentir alguma dificuldade de memória e estratégias para esquecer-se menos das informações, durante a execução das tarefas rotineiras do cotidiano. Por isso, nunca é tarde para começar. Agora que você já sabe que a estimulação das habilidades mentais pode promover a saúde no processo de envelhecimento, sendo um fator protetor, cuide-se e comece a exercitar as suas habilidades mentais. A estimulação cognitiva é uma intervenção, que tem como objetivo, fornecer estímulos em sessões ou aulas, através de jogos de estratégias, exercícios para treinamento da atenção, da
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César KG. Estudo da prevalência de comprometimento cognitivo leve e demência na cidade de Tremembé, estado de São Paulo. Tese de Doutorado, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 2014. [ Links ]
Foto: holiste.com.br
memória, da linguagem, atividades escritas, atividades com músicas, que internamente em nosso cérebro, geram novas conexões neurais, deixando os neurônios mais integrados e rápidos em seu funcionamento, resultando em um melhor desempenho em testes neuropsicológicos e psicotécnicos e, consequentemente, gerando uma sensação de bem-estar na realização das tarefas cotidianas. Se você ainda não realiza atividades de estimulação cognitiva, cuidese, inserindo este hábito em seu estilo de vida, para envelhecer com saúde. Um cérebro cuidado é um cérebro protegido de doenças neurodegenerativas.
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Ana Luna Cabelo Branco Crônicas do Cotidiano
Ana Luna Graduada em Letras
Isso é de MORTE! Quando alguém que você conhece e gosta morre, algo dentro de você morre, também. Um sentimento estranho, uma distração, um monte de porquês... Vida que vai e deixa sempre uma interrogação: “o que estou fazendo nessa vida?” -Vivendo bem? -Fazendo o bem? -Aproveitando cada momento? -Facilitando ou complicando? -Faço, do lugar onde vivo, um bom lugar? Penso nisso... Vem à tona tudo que se constrói, em
uma vida inteira. Muitas vezes, anos debruçados em livros, noites e noites mal dormidas , diplomas, mestrados, teses e tudo acaba. Muitas vezes, de repente... Acho que, em nossa cultura, não somos preparados para aceitar a morte. Um monte de eufemismos são falados: “ele se foi”, “está com Deus”, “foi para o céuestá melhor que nós”, “virou uma estrela”, “nos deixou” e por aí vai... A morte não é encarada. Procuramos quase esconder que ela existe. Se viver não é brincadeira não, imagine morrer... É triste sim. É feia sim. É fria. Silenciosa. Misteriosa. É morte. É fim. Não tem sorriso. Não tem alegria. Não tem vida. Isso é de morte !!!!! Faz parte... O negócio é ir em frente, que atrás vem gente! Encarar a Vida, que é o que temos no momento... Há vida após a morte?
Foto: © Mike Kniec
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Nosso cafézinho
Café é bom demais!
Cida Castilho Barista
Quando iniciei na profissão de barista, há mais de 17 anos, conheci pessoas incríveis, que eram encantadores do café e que já tinham um trabalho significante com a preservação da natureza. Já ouviram falar do Sr. Luís Norberto Pascoal? Ele é dono da rede DPaschoal e foi o primeiro a implantar, no Brasil, responsabilidade Social em sua fazenda, com área de preservação, cuidados intensivos com a terra e a água, mananciais, reflorestamento, trabalhos sociais, enfim, tudo que se possa contribuir com a Natureza. A fazenda do Sr Norberto foi a primeira certificada pela Rainforest Alliance do Brasil, cujo selo só é concedido a fazendas modelo em sustentabilidade, e respeito social. Ganhou também como modelo de Fazenda Sustentável, pela illy Café, em 2com008, e foi a primeira a ser certificada como amiga do clima, pelo Módulo Clima, da Rede de Agricultura Sustentável (SAN) na América do Sul. Além disso, foi vencedora do “Prêmio Fazenda Sustentável” (2015). O livro “Aroma de Café”, de Luís Norberto Pascoal, virou um guia para os baristas na época, e até hoje faz muito sucesso, por ser de fácil leitura e com ilustrações incríveis. Atualmente, a grande maioria das fazendas aderiram a este trabalho e passaram a ser sustentáveis, algumas com visitação, cujo passeio recomendo. Ernesto Illy foi um químico e empresário de alimentos, italiano, presidente da Illycaffè S.P.A., profunda e amplamente respeitado, foi considerado “um gigante absoluto” no mundo do café. Tive a oportunidade de conhecê-lo e de ser contratada para trabalhar em Workshop da Illy, aqui no Brasil, com muita honra e prazer. O café Illy é armazenado no moinho, em
latas de 3,5k, em atmosfera modificada para conservação dos grãos. A lata deve ser aberta 12 horas antes de iniciar os trabalhos, para garantir uma bebida perfeita. Você sabia que o Sr. Henrique Dumont, pai do aviador Alberto Santos Dumont foi o Rei do Café, com o café Santos? Santos Dumont cresceu com liberdade, frequentando as fábricas do pai e, logo cedo, demonstrou seu interesse pelas máquinas e engenhocas. Seus grandes feitos, do conhecimento de todos, lhe renderam o título de “Pai da Aviação” e seu nome consta no “Livro de Aço”, do Panteão da Pátria e Liberdade, dedicado a personalidades que se destacaram em prol da pátria brasileira. Não fosse seu pai o grande barão do café, talvez a história de Santos Dumont tivesse sido bem diferente, pois foi o café que financiou todos os seus experimentos. Quant não? Quanto orgulho, orgulho, não? Cida Castilho Cida Castilho (11) 8868 (11) 99914 999148868 cidacampos52@gmail.com cidacampos52@gmail.
Foto: emater.mg.gov.br
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DICAS DE EBE FABRA NA COZINHA Receitas Fáceis
Ebe Fabra Chef de Gastronomia
MOUSSE DE GORGONZOLA Coisa boa é receber amigos em casa. São momentos inesquecíveis e, para acontecer isto, sempre faço várias guloseimas. Tem uma mousse de gorgonzola que todos amam, sempre que a faço, e que fico feliz com tantos elogios. Em qualquer época, ela cai bem. Acompanha torradas, pão árabe ou outros pães e fica linda à mesa. Alguns chamam de “terrine”. Então vamos lá! Ingredientes: - 1 pacote de gelatina incolor. - 1 creme de leite - 400 gr de gorgonzola Modo de fazer: – Dissolva a gelatina em 100 ml de água fervente. - Coloque no liquidificador a gelatina, 300 gr de gorgonzola, o creme de leite e bata bem. Coloque em um recipiente e misture os 100gr de gorgonzola restantes, desmanchados com as mãos. Misture delicadamente e coloque na geladeira, com filme plástico. Se quiser colocar em forma, unte o recipiente com azeite e depois é só virar. - Enfeite com rúcula e tomatinhos ou com nozes e damascos.
FRANGO DA VOVÓ EDER Todos os domingos, o costume era almoçarmos na casa dos meus avós e, mais futuramente, na casa de minha mãe. Ela sempre gostou de cozinhar e eu puxei a ela. Esperávamos todos chegarem e sentávamos à mesa, sempre muito bem arrumadas e com uma louça bonita. Este frango, que deixava a casa toda perfumada, era delicioso. Vamos lá, à receita: Ingredientes: 1 Kg de sobrecoxas sem pele (aproximadamente 5 a 7 uns) - Sal - Alho - Vinagre - Pimenta do reina (se gostar) Farinha de rosca - Queijo parmesão ralado - Fatias de bacon Modo de Preparo: Tempere as sobrecoxas com sal, alho, pimenta e vinagre e deixe marinar, por pelo menos uma hora, antes de colocar no forno. Ligue o forno, para pré-aquecer, a 180 graus. Depois, faça uma mistura com a farinha de rosca e o queijo ralado, em quantidades iguais, em um prato ou vasilha rasa. Passe os pedaços de frango nesta mistura, cobrindo bem todos os lados, e vá arrumando em um recipiente que possa ir ao forno. Sobre cada pedaço, coloque uma fatia de bacon. Leve a forma ao forno, por uns 45 a 60 minutos. Atente para que esteja dourado, antes de retirar. Delicioso! Sirva com arroz e creme de milho.
Fotos:Ebe Fabra
magazine 60+ #9 - Março/2020 - pág.38
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