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Entrevista Cid Torquato 9 a
e o empreendedorismo tem sido o caminho para pessoas com e sem deficiência. Ao contrário do emprego, representa a forma ideal de inserção no mundo do trabalho. Isso porque, além de significar inovação, ele oferece espaço psicológico para a pessoa - sobretudo para a pessoa com deficiência. Por sua natureza, o empreendedorismo não exige potencialidades além daquelas de que dispõe o empreendedor. Pelo contrário, ele leva em conta a forma de ser e o perfil da pessoa que empreende. O negócio é criado a partir das potencialidades presentes, da forma de ser e das particularidades de cada empreendedor. Assim sendo, o empreendedorismo acolhe e oferece oportunidades a todos, já que as ações requeridas não são pré-formatadas em uma descrição de cargo, como ocorre nas empresas.
7 - Para finalizar gostaríamos muito de saber da história de Cid Torquato, sua vida e seus desafios. Tenho 58 anos, sou formado em Direito pela Universidade São Francisco (USP), me tornei tetraplégico em 2007, após um acidente num fatídico mergulho no mar da Croácia, mais especificamente em Brujini, quando participava do último dia do júri internacional do WSA – World Summit Award, maior premiação global de conteúdo digital, do qual continuo embaixador no Brasil. Atualmente sou CEO do ICOM Libras, a principal plataforma de tradução simultânea Português - Libras por videochamada. A ferramenta permite a empresas e governos atenderem e se comunicarem com a pessoa surda em seu idioma. Trabalhei como executivo da Lowe & Partners América Latina e da StarMedia Networks, fui assessor em Governo Eletrônico do Ministério do Planejamento, no Governo FHC, fundador da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, Secretário Adjunto da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, conselheiro do CONADE – Conselho Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, e Secretário Municipal da Pessoa com Deficiência de São Paulo. No início de 2020 recebi o Prêmio Estado de São Paulo para as Artes 2019, na categoria Inclusão, Diversidade e Acesso à Cultura, pela criação do Festival Sem Barreiras. No Brasil, não dá para ter uma deficiência e não ser ativista da causa, tendo em vista tudo o que precisamos fazer para garantir os direitos das pessoas com deficiência. Ou seja, sou militante em tempo integral.
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Divã Eficiência Cognitiva Enfoque na memória e na higiene do sono
Sandra Regina Schewinsky
Psicóloga - Neuropsicóloga
A lei de cotas para PESSOA COM DEFICIÊNCIA foi promulgada em 1991 para garantir a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, entretanto nos deparamos com a falta de estudo e qualificação que dificultam a inserção em bons cargos. Muitas pessoas resolvem estudar, mas encontram dificuldades. O mundo do mercado de trabalho atual exige cada vez mais qualificação dos profissionais, entretanto com a vida atribulada de todos, as horas dedicadas para estudar as matérias dadas nos cursos são escassas. Para se ter um bom desempenho de aprendizado é importante compreender questões básicas sobre as atividades mentais e formas de adequação da rotina e dos estudos, para assim ter boa eficiência cognitiva. Primeiramente, nosso cérebro funciona de forma integral e ele precisa de energia. Sem ela, não há força suficiente para que as funções mentais funcionem de acordo. Temos algumas situações em que a energia do cérebro pode estar em baixa, por exemplo, doenças, anemias, alguns tipos de remédios e alterações do sono. Portanto, dormir bem é essencial para o aprendizado. Mas, como lidar com as dificuldades de sono????? Existem situações em que uma consulta médica é fundamental, pois a pessoa pode sofrer de apneia ou outros transtornos e não entra no sono REM e assim não descansa o suficiente. Mas, dificuldades de rotina são comuns e atrapalham o sono, então seguem algumas dicas práticas: 1- Horas de sono: muitas pessoas dormem pouco porque se desorganizam com os horários, perdem tempo nas mídias e quando percebem já é tarde, assim, do mesmo modo que se coloca o alarme para acordar, deve-se colocar o alarme para
avisar que chegou a hora de dormir. 2- A casa precisa dormir antes: deve-se desacelerar, apagar as luzes aos poucos, parar com barulhos e atividades estimulantes, como computador e celular. 3- Muito importante ficar no escuro. Luzes acessas, luz do celular, computador, estimulam o cérebro e atrapalham no descanso cerebral, como ainda, dificultam a produção de melatonina, hormônio que regula o sono. 4- Desta feita, deve-se manter a rotina para horários de sono e vigília, para manter o ritmo do ciclo cicardiano:
5- Deve-se evitar bebidas alcoólicas ou com cafeínas de 4 a 6 horas antes de dormir.
6- Não fumar próximo ao horário de dormir.
7- Fazer refeições leves, sem comidas pesadas.
8- Realizar atividades físicas ao menos 20 minutos por dia, mas não perto da hora de dormir, ao menos 4 a 5 horas antes.
9- Deite na cama para dormir, não fique lendo, ou vendo TV ou celular.
10- Aprenda fazer relaxamento e remédio só com orientações médicas.
Depois de uma boa noite de sono, temos um dia inteiro para enfrentar e deve ser saudável também. Algumas doenças podem interferir na cognição como o Acidente Vascular Encefálico, Traumatismo Crânio Encefálico ou demências. Assim, deve-se evitar uso abusivo de sal, açucares, gorduras, álcool e fumo. Temos alimentos que comprovadamente ajudam a turbinar o cérebro e melhorar a memória, que são: ovo, chocolate amargo, frutas vermelhas, salmão ou sardinha, castanhas, azeite de oliva, verduras verdes e geleia real. Para bom aprendizado é necessária boa memória, que depende de algumas coisas: A fase inicial do processo de memorização é a recepção da informação, que depende de: 1- Órgãos dos sentidos, certifique-se que está ouvindo, enxergando bem, integridade do olfato, paladar e tato. 2- Estabilidade de humor. Se estiver deprimido, desinteressado, desmotivado, doente ou sem dormir, não há energia suficiente para o cérebro receber as informações. Se estiver ansioso, agitado, em pânico, eufórico, não há calma adequada para se focalizar nas informações. 3- Tristezas e isolamentos, também interferem na qualidade de recepção da informação. 4- Problemas de atenção. A atenção é o filtro para as outras atividades mentais, caso tenha dificuldades, procure opinião médica.
divulgação
1- Interesse, quanto mais relevante, interessante e com forte colorido afetivo, mais fácil reter.
2- Repetição, para aprender alguma coisa com expertise é preciso rever várias vezes.
3- Estude com interação motora: leia em voz alta andando de um lado para o outro e escreva.
4- Reflita sobre o conteúdo: leia em voz alta, grife as partes importantes do texto e depois reescreva cada parágrafo com suas próprias palavras, faça resumos.
5- Faça associações, com rimas, imagens ou experiências pessoais.
6- Organize as informações.
7- Iniba as distrações, por exemplo, não deixe o celular por perto, pois cada vez que ele indica uma mensagem, seu cérebro se desorganiza e precisa de muita energia para voltar a se concentrar.
8- Tenha certeza que entendeu o conteúdo para evitar distorções
9- Tenha uma rotina de estudo, descanso e principalmente lazer.
10- Matéria dada, matéria estudada. Reveja o conteúdo no próprio dia em que teve a aula, para melhor memorização. A última fase do processo de memorização é o da evocação, assim crie atividades para chamar mentalmente as informações.
1- Faça para si mesmo um questionário. 2- Dê aulas sobre o assunto na frente do espelho. 3- Troque opiniões com outras pessoas. 4- Não se isole 5- Participe de atividades em grupo. 6- Exponha suas opiniões e conhecimentos 7- Escreva o máximo que puder. Segundo o famoso neurologista Luria, aprendizado é igual a felicidade neuronal, assim estude muito e tenha seus NEURONIOS EM FESTA!!!!!
Sandra Regina Schewinsky Psicóloga Especialista em Psicologia Hospitalar pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Mestre em Psicologia do Desenvolvimento pela Universidade São Marcos, Doutora em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Psicóloga do Instituto de Medicina Física de Reabilitação do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IMREA HC FM USP), Neuropsicologa do Centro de Reabilitação Do Hospital Sírio Libanês. Docente do NEPPHO – Núcleo de Estudos e Pesquisas em Psicologia Hospitalar. Docente UNISAU – Curso de Especialização e Psicologia Hospitalar.