Portfolio OCEPE

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ACÇÃO DE FORMAÇÃO

OPERACIONALIZAÇÃO DAS OCEPE NO ÂMBITO DA MATEMÁTICA E DA LINGUAGEM ORAL E ABORDAGEM À ESCRITA

Formadoras: Ângela Lemos Manuela Matos

EDUCADORAS

Maria Fernanda Caixas Maria Manuela Esteves





A Tarefa Integradora

O projecto desenvolvido da Biblioteca da EB1N1 de Alcácer do Sal abrange todas as escolas do 1º ciclo e a Educação Pré-Escolar de todo o Agrupamento. Este projecto pretende desenvolver competências na área da leitura e da escrita, pois, cada vez mais o sucesso escolar e pessoal dos indivíduos passa pela melhoria das suas competências nestas áreas. O contributo da Escola é demais importante para a construção social, uma sociedade iletrada torna-se acrítica, sem formação humanista e onde a formação cívica é muito pouco visível. Promovemos então, um contacto muito estreito com a leitura, desde que as crianças integram os jardins-de-infância do Agrupamento, numa colaboração partilhada com os educadores, famílias, coordenadores da biblioteca escolar e técnicos da biblioteca municipal e comunidade. Muitas actividades são desenvolvidas, nomeadamente, animação de leitura; contar, recontar e dramatizar histórias; construir rimas, lenga-lengas e adivinhas; produção de textos escritos a partir de imagens; inventar e produzir histórias inéditas; conhecer a função e o funcionamento da biblioteca de forma a utiliza-la como mais um meio de suporte ao desenvolvimento curricular. A tarefa integradora surgiu naturalmente, após uma visita à Biblioteca Escolar, onde fomos ouvir um conto: “O Castelo Verde”. Já na nossa sala constatamos que a biblioteca da sala não estava organizada nem arrumada nem tinha tantos livros como a da escola. Muitos livros estavam estragados, outros estavam muito velhos e era preciso serem substituídos. Decidimos, todos juntos, organizar uma biblioteca de sala à semelhança da Biblioteca Grande, como as crianças lhe chamam, de modo a criar um espaço sossegado de leitura de que todos se sentissem responsáveis. Como tarefa integradora não podia ser mais a propósito, quer o tema em si – os livros e o prazer da leitura, quer as possibilidades que permite na execução de múltiplas tarefas no que diz respeito à Matemática, Linguagem Oral e Abordagem à Escrita.


INTEGRAÇÃO NO PROJECTO EDUCATIVO

Numa escola que se quer cada vez mais, que seja um lugar de decisão e de gestão curricular autónoma, a mudança é um acto de risco controlado, originário de um pensamento da prática pedagógica enquanto actividade de investigação e de intervenção. Esta mudança implica novas formas de organização, novos modelos e estratégias pedagógicas, novas relações entre os membros da comunidade que propicie uma melhoria na situação de ensino-aprendizagem. O projecto educativo do Agrupamento de Escolas de Alcácer do Sal assume a acção educativa no sentido de favorecer o enriquecimento das dimensões bio-psiquicas, sociais, culturais e éticas dos alunos. Deverá ainda capacitá-los para a leitura e interpretação da realidade, com atitudes críticas e criativas e formá-los para que, com a sua acção pessoal e solidária, sejam capazes de colaborar na transformação da sociedade e na construção de um mundo mais humano. Naturalmente que se torna necessário quebrar com rotinas e hábitos instalados e, perspectivar o futuro na base de conhecimentos adquiridos, deixando, no entanto, espaço e plasticidade suficiente para uma concretização e uma adequação aos novos desafios que diariamente aparecem. É nesta perspectiva, que alguns dos princípios orientadores do projecto educativo do agrupamento enquadram este projecto “Construção da Biblioteca de Sala” nomeadamente, a coerência e articulação constante entre a educação pré-escolar e os 1º, 2º e 3º ciclos do ensino Básico; a gestão reflectida e reflexiva dos saberes, das culturas e das experiências de forma a serem uma mais valia em todo o processo pedagógico; a avaliação de forma sistemática para que se constitua activamente como um instrumento de trabalho. No sentido de orientar a operacionalização dos princípios orientadores do projecto educativo, os objectivos definidos que apoiaram a educadora na condução de todo o processo a desenvolver com as crianças foram os seguintes: As Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar, constituírem-se como um quadro de referência que pretende contribuir para promover a melhoria da qualidade da educação, possibilidade de fundamentar diversas opções educativas. Contribuir para a igualdade de oportunidades no acesso à escolaridade obrigatória e ao sucesso. Desenvolver a expressão e a comunicação através de linguagens múltiplas e de compreensão do mundo.


Promover e estimular o prazer da leitura.

O CASTELO VERDE



TAREFA

DOMÍNIO

INTENCIONALIDADE

RECURSOS

EXPLORAÇÃO da TAREFA

1. Arrumação da Biblioteca

Linguagem Oral Nesta tarefa, pretendese que as crianças escolham os nomes a dar aos vários grupos de livros que se vão formar (etiquetagem), copiando em seguida esses nomes e colando

Consciência fonológica Progressivo domínio

Os livros da biblioteca Papel Canetas

da linguagem

Grupo de 8 crianças Idades: 3 crianças de 5 anos 4 crianças de 4

Fomentar o diálogo

anos

Explorar os sons das

1 criança de 3

palavras de forma

anos

lúdica

no armário da biblioteca. Os livros serão marcados também com uma cor que vai ficar associada ao grupo de livros.

2. As Regras da Biblioteca

Escrita

Funcionalidade da Linguagem Escrita

Com esta tarefa pretende-se que as

Familiarização com

crianças, em grupo,

o código escrito

identifiquem regras de

Função informativa

utilização da biblioteca

Compreender que o

para que esta se

que se diz se pode

mantenha arrumada,

escrever

não estragando os

Desenhar como

livros, respeitando um

forma de escrita

espaço que é de todos. Essas regras serão escritas num painel colocado na área da biblioteca e que será ilustrado pelas crianças e onde vão escrever a palavra “LIVROS”.

Os livros da biblioteca Papel Canetas

Grupo de 8 crianças Idades: 3 crianças de 5 anos 4 crianças de 4 anos 1 criança de 3 anos


TAREFA

DOMÍNIO

INTENCIONALIDADE

RECURSOS

EXPLORAÇÃO da TAREFA

3. Livro de Registos dos Livros da Biblioteca

Escrita Nesta tarefa pretendese que as crianças construam um livro onde figurem os títulos de todos os livros existentes na Biblioteca. Cada registo de livro terá o respectivo titulo, o autor e a editora. A cada livro corresponde um número e uma pequena ilustração feita pela criança que escreveu o título.

Funcionalidade da Escrita Compreender que o livro tem um título e

Os livros da

Grupo de 11

Biblioteca

crianças

Canetas

Idades:

Lápis

7 crianças de 5

Papel

anos, duas das quais com esta

um autor

idade muito

Proporcionar

recente.

contacto com

4 crianças de 4

diversos tipos de

anos

escrita Familiarização com o código escrito Função informativa Compreender que o que se diz se pode escrever

4. Livro de Rimas

Escrita Nesta tarefa pretendese que as crianças, ajudando-se umas às outras, escrevam as palavras que rimam com os seus nomes, palavras essas que numa primeira fase da tarefa foram procuradas e decididas por todos de forma a rimarem com o nome de cada um. Os nomes todos sabem escrever a dificuldade reside nas outras palavras. Com os trabalhos obtidos vamos construir um livro para a Biblioteca.

Emergência da Escrita Promover a descoberta das letras através da ajuda entre as crianças. Compreender que o que se diz se pode escrever Dar prazer

Canetas

Grupo de 8

Lápis

crianças

Livro de letras

Idades: 5 crianças de 5 anos 3 crianças de 4 anos


TAREFA

DOMÍNIO

INTENCIONALIDADE

RECURSOS

EXPLORAÇÃO da TAREFA

5. Os Livros da Biblioteca

Matemática Nesta tarefa, pretendese que as crianças contem, em cada grupo de livros, a sua quantidade, registando de seguida esse número

Contagem de Objectos Estabelecer uma

Os livros da

Grupo de 8

biblioteca

crianças

Papel

Idades:

Canetas

3 crianças de 5 anos

correspondência

4 crianças de 4

um a um

anos

Conceito de

1 criança de 3

cardinalidade

anos

Desenvolver estratégias para não perder nem repetir cada objecto Perceber que a contagem não depende da ordem pela qual os objectos são contados

6. Os Livros Preferidos

Matemática Nesta tarefa, pretendese que as crianças contem e registem o número de livros que gostam mais de cada grupo para que no fim descubram quantos são os livros que mais gostam nesta biblioteca de sala

Emergência das operações Desenvolvimento do cálculo Adição Formação de conjuntos

Os livros da

Grupo de 8

biblioteca

crianças

Papel

Idades:

Canetas

4 crianças de 5 anos 4 crianças de 4 anos


TAREFA

DOMÍNIO

INTENCIONALIDADE

Matemática

Organização e

RECURSOS

EXPLORAÇÃO da TAREFA

7. Gráfico de Barras

Vamos explorar a comparação entre quantidades diferentes através da construção de um gráfico de barras, em que cada livro corresponde a um cartão que será colocado no grupo correspondente à cor do livro. No fim poderemos comparar o número de livros que há em cada conjunto. Qual o que tem mais… Qual o que tem menos…

tratamento de dados Classificação Contagem Comparação Estabelecimento de relações numéricas entre os diferentes conjuntos

Os livros da

Grupo de 8 crianças

biblioteca

Idades:

Cartolina

3 crianças de 5 anos

Cola

4 crianças de 4 anos

Canetas

1 criança de 3 anos Trabalho colectivo




INTRODUÇÃO

Estudos realizados por Downing (1984), verificaram que, a leitura, tal como qualquer habilidade, contempla três fases: A fase cognitiva, em que a criança procura construir uma representação global da tarefa, através da tomada de consciência das funções da língua escrita, bem como, das características da linguagem falada, que são representadas por símbolos gráficos. A fase de domínio, em que a criança procura, através do treino, o aperfeiçoamento das operações exigidas pela tarefa. A fase da automatização, quando a criança está em condições de praticar a tarefa sem esforço, automaticamente, quase sem pensar. As teorias desenvolvimentistas, constituíram um marco de referência na construção de uma concepção de aprendizagem, entendida como um processo de obtenção de conhecimento, através da actividade do próprio sujeito. Nesta perspectiva a criança é um ser activo, que se interroga, que coloca questões. Assim a criança no seu contacto diário com a leitura e a escrita em diferentes contextos e situações, começa a reflectir sobre aquele tipo de marcas, começando a fazer suposições e a construir hipóteses sobre o seu significado e funcionamento. Esta reflexão sobre a leitura e a escrita, construindo progressivamente sobre ela um corpo de conhecimentos é definido por muitos autores como “consciência metalinguística”. Além das pesquisas feitas por Ana Cristina Silva e Lurdes Mata, também Emília Ferreiro e Ana Teberosky, exploraram aspectos diversificados do comportamento da criança em relação às conceptualizações que a criança faz sobre a leitura e a escrita. Os estudos destas autoras concluíram que, antes propriamente de iniciarem a aprendizagem formal da leitura e da escrita, as crianças já possuem conhecimentos importantes dos processos aí implicados. Concluíram ainda que existem níveis de evolução na aprendizagem da leitura e da escrita, que vão desde as formas iniciais de conhecimento da língua até à compreensão e domínio do seu funcionamento.


Nesta perspectiva, as conceptualizações que as crianças constroem sobre o sistema de leitura e escrita, evoluem naturalmente desde uma fase de indiferenciação entre texto e imagem, até á compreensão de que a escrita reenvia para o enunciado oral. A criança começa a pensar texto como um sistema autónomo, relativamente à imagem e compreende que existe uma relação directa entre a linguagem e escrita.




3. DESENVOLVIMENTO DA TAREFA TAREFA Nº 1 – ARRUMAÇÃO DA BIBLIOTECA

DESENVOLVIMENTO DA TAREFA Os livros estão todos no chão da área da Biblioteca. A educadora conversa com as crianças e começam a surgir nomes para colocar nos grupos. A Biblioteca tem 6 compartimentos, por isso ficou estabelecido que seriam criados 6 grupos de livros. Foram os seguintes os nomes escolhidos:

LINGUAGEM

COMPORTAMENTOS REACÇÕES “CONVERSAS”

Os “bocadinhos de palavras” Educadora - vamos separar os “bocadinhos de palavras” da palavra ANIMAIS. Quantos bocadinhos são? Todos (batendo as mãos): são 3 Educadora: e da palavra BIBLIOTECA? Foi mais difícil porque a palavra é grande. Para a Carolina e o Vicente foi um desafio. Foram pondo os dedos no ar ao mesmo tempo que diziam BI-BLI-O-TE-CA, depois 1. ANIMAIS quase gritaram ao mesmo tempo: 5. 2. PRINCIPES Retirar o primeiro “bocadinho” da palavra 3. MUNDO Educadora: vamos dizer a palavra ANIMAIS. Agora o Vicente vai dizer-me qual é o 4. MENINOS primeiro “bocadinho” da palavra. 5. IMAGENS 6. REVISTAS Vicente: A Em seguida a educadora propôs que se batessem as Educadora: agora deita fora esse bocadinho e diz-se o que é que fica mãos ao mesmo tempo que se diziam cada um dos Vicente: NIMAIS e se tirarmos ANI fica MAIS “bocadinhos” de palavra que formam cada um destes À procura de letras iguais nomes. Educadora: Quem sabe o nome desta letra (referindo-se à letra A da palavra ANIMAIS) Noutro jogo, as crianças teriam que encontrar o Carolina, Vicente, Mariana, Beatriz: é um A mesmo som de inicio da palavra (do grupo de livros) Educadora: e agora quem conhece uma palavra que também comece por “A” noutra palavra sua conhecida (ex: Animais/Ana). Ana Carolina: eu sei, é ANA, eu sei porque é igual ao meu nome Por último foi pedido às crianças para dizer o primeiro Educadora (referindo-se à palavra MENINOS): Sofia, consegues descobrir qual é a bocadinho da palavra (do grupo de livros) – ANI-MAIS palavra que começa pela mesma letra? e descobrir como ficava a palavra sem esse bocadinho. Sofia: é esta, apontando para o M de MELÃO. Após estas tarefas, cada criança copiou o nome do Educadora: e sabes como se chama? grupo de livros e colocou-o no armário da Biblioteca. Carolina: eu sei, é a letra do meu irmão, chama-se “M”, ele é Miguel. Em seguida os livros foram arrumados de acordo com Escrever os títulos dos grupos de livros o nome escrito na prateleira e identificado com uma Tomás ao escrever o “R” da palavra PRINCIPE: esta é difícil, mas eu consigo tira de papel com uma cor correspondente àquele Educadora: e sabes qual o nome dessa letra? grupo. Ricardo: eu sei, é um “R”, é minha.

ASPECTOS RELEVANTES Acham muito divertido dividir as palavras batendo as mãos e andam constantement e a dizer palavras e a dividi-las em “bocados”. Outro jogo que gostam de fazer é tirar a primeira sílaba à palavra e descobrir qual o resto da palavra que fica (as crianças mais velhas).


Educadora: Vamos bater as mãos e separar os “bocadinhos de palavras” A-NI-MAIS Quantos “bocadinhos” são?

Todos: 3


Educadora (referindo-se à palavra MENINOS): Sofia, consegues descobrir qual é a palavra que começa pela mesma letra?

Sofia: é esta, apontando para o M de MELÃO Educadora: e sabes como se chama? Carolina: eu sei, é a letra do meu irmão, chama-se “M”, ele é Miguel




A palavra Biblioteca está escrita no placard da parede, por isso foi fácil copiá-la. Por baixo escreveram o respectivo nome Depois foram à procura de letras no seu nome que fossem iguais às letras da palavra biblioteca.



Tomás ao escrever o “R” da palavra PRINCIPE: esta é difícil, mas eu consigo Educadora: e sabes qual o nome desta letra? Ricardo: eu sei é um “R”, é minha.


E a Biblioteca ficou finalmente arrumada




3. DESENVOLVIMENTO DA TAREFA TAREFA Nº 2 - AS REGRAS DA BIBLIOTECA

DESENVOLVIMENTO DA TAREFA

Em conversa com o grupo de crianças, estas foram sugerindo regras que achavam importantes para que a Biblioteca se mantivesse arrumada. A educadora foi escrevendo as sugestões e as crianças foram ilustrando o painel com desenhos. Cada uma escreveu a palavra “LIVRO” no cimo do painel e a educadora escreveu “REGRAS DA BIBLIOTECA”.

ESCRITA

COMPORTAMENTOS REACÇÕES “CONVERSAS”  A Educadora perguntou: Porque é que estamos a escrever isto tudo?  Beatriz: para os livros estarem arrumados  Sofia: Escrevemos para sabermos o que os meninos têm que fazer  Beatriz: eu vou fazer (o desenho) um armário cheio de livros  Mariana: eu acho que só podem estar poucos meninos na biblioteca  Educadora: boa ideia, quantos acham que podem estar ao mesmo tempo na área da biblioteca?  Mariana: 5, como na casinha.

 Educadora: vamos escrever a palavra “LIVROS” aqui ao pé das regras. Que acham? Quem quer escrever?  Beatriz: eu não sei escrever  Educadora: eu ajudo, vou dizendo as letras e quando não souberem digo como é. Todos quiseram escrever, até o João (3 anos) que escreveu à sua maneira.

ASPECTOS RELEVANTES

Foi importante estarem todos envolvidos na construção das regras de utilização da Biblioteca, pois esta área passou a estar muito mais organizada e arrumada. Eles próprios velam para que as regras lá escritas sejam cumpridas como foi o caso da Beatriz que contou os meninos que estavam no tapete e quando constatou que eram 7 e não 5 disse logo que não podia ser porque estava escrito nas regras da biblioteca que eram 5 e apontou para o local onde a frase estava escrita.


A Educadora perguntou: Porque ĂŠ que estamos a escrever isto tudo?

Beatriz: para os livros estarem arrumados Sofia: Escrevemos para sabermos o que os meninos tĂŞm que fazer.


Beatriz: eu vou fazer (o desenho) um armรกrio cheio de livros




3. DESENVOLVIMENTO DA TAREFA TAREFA Nº 3 - LIVRO DE REGISTOS

DESENVOLVIMENTO DA TAREFA

ESCRITA COMPORTAMENTOS REACÇÕES “CONVERSAS”

Após uma conversa com o grupo  Vicente (5 anos), ao copiar “O sapo tem medo” (o título tem uma mistura de sobre a necessidade de sabermos quais os letras maiúsculas e letras minúsculas, em script, que ele não utiliza mas com livros que temos na Biblioteca, registar o seu conhece já muitas letras foi escrevendo e fazendo a “tradução”): Titulo e o nome da pessoa que o escreveu – o “a” e o “p” de sapo escreveu respectivamente A e P Autor, foi pedido a cada uma das crianças o “e” e o “m” de tem escreveu respectivamente E e M que fosse buscar 1 livro para preencher o o “d” de Medo, como não a conseguiu identificar, copiou tal como a estava a espaço desse livro no registo geral de livros ver. da biblioteca. Quando a educadora lhe disse que aquela letra se chamava D e a escreveu O registo dos livros irá ser organizado em maiúsculas para ver se ele a conhecia, não quis alterá-la e deixou-a como respeitando os grupos de livros já criados. a copiou. Assim, todos os livros do grupo dos ANIMAIS serão registados um a um após o que se  Beatriz (4 anos) foi escrevendo o titulo do livro “O Urso Verde”e foi dizendo o passará para outro grupo até chegar ao fim nome das letras à medida que escrevia ao mesmo tempo que “traduzia” as dos 6 grupos. letras em script para maiúsculas. Cada criança vai preencher um espaço com o Só não conhecia o “S” e quando a educadora perguntou se conseguia fazer o número, o título e uma ilustração do livro. “D” respondeu muito ofendida: - É claro que consigo.  Carolina (5 anos) referindo-se às 3 primeiras letras da palavra ANIMAIS: estas 3 letras são minhas (do seu nome que é Ana Carolina). Continuando a escrever, vai dizendo: e estas 3 são da Mariana (ANIMAIS). Quando chegou ao “S” disse: esta não sei, vou ver nos nomes (quadro dos Nomes das Crianças). Educadora: essa é um “S” Carolina depois de pesquisar nos nomes chegou à conclusão que havia um S no segundo nome da Carolina Sofia.

ASPECTOS RELEVANTES

Gostam de consultar o livro de registos como se fosse um livro de histórias, tentando deduzir o nome do livro ou perguntando ao menino que o escreveu.








DOMÍNIO Escrita

INTENCIONALIDADE

Emergência da Escrita


3. DESENVOLVIMENTO DA TAREFA TAREFA Nº 4 - LIVRO DE RIMAS

DESENVOLVIMENTO DA TAREFA

ESCRITA COMPORTAMENTOS REACÇÕES “CONVERSAS”

Com a ajuda da educadora, o grupo de  A Carolina quando chegou à letra M da palavra MUITO, ficou crianças começou a procurar palavras que sem saber como a escrever mas a Beatriz disse logo: terminassem (rimassem) da mesma maneira - eu sei, é um M, a minha irmã é Madalena que os seus nomes. Carolina: é verdade, já sei, é um M do meu irmão (Miguel) Esta tarefa, embora em grupo, foi feita Vicente: e é também a primeira letra da minha mãe (Maria) individualmente, com todas as crianças a Educadora: e agora quem é que conhece esta letra (referindoajudarem. O mesmo aconteceu quando a se ao U)? frase decidida teve que ser escrita no papel. Vicente: eu sei, é um U ( e escreve a letra num papel para a Todos participaram dizendo os nomes das Carolina ver como era). letras e ensinando letras aos que não sabiam. Quando nenhum sabia que letra era, iam  Com o D da palavra DIFERENTE, o Vicente precisou de ajuda e consultar o livro das letras e com a ajuda da desta vez foi a Carolina que disse logo que sabia porque era educadora conseguiram escrever todas as uma letra do NODDY e escreveu-a no papel. palavras. Cada criança ficou responsável por escrever a  A Beatriz não conhecia o F da palavra FELIZ e os outros frase onde entrava o seu nome. meninos também não por isso a educadora ajudou na pesquisa do F no livro das letras.  A Carolina referindo-se à sua frase “ A Ana Carolina é muito fina”, disse logo: - e é verdade, não como nada.  O Vicente resolveu inventar outras rimas e foi dizendo: - “O Tomás anda para trás”, e passados uns minutos já tinha um verso: “O Tomás anda para trás e o Vicente anda para a frente”.

ASPECTOS RELEVANTES

As crianças gostaram tanto desta actividade que continuaram a fazer rimas, inventando frases. As outras crianças também quiseram entrar no livro pelo que este foi acrescentado mas foram os meninos de 5 e 4 anos que escreveram tudo.












INTRODUÇÃO

Segundo Martins (1994), sabe-se que a partir dos trabalhos de Piaget ”a aprendizagem não é um mecanismo passivo, mas um processo activo de reconstrução do saber, no qual os conhecimentos e representações que o aprendiz têm à partida são determinantes no modo como irá integrar e dar sentido aquilo que lhe irá ser ensinado”. É já um lugar comum afirmar que a criança quando entra para a escola é portadora de saberes que não podem ser ignorados. Já tem por isso alguma noção do que é ler, escrever, contar e avaliar quantidades. Numa corrente piagetiana alguns educadores consideravam que as crianças primeiro teriam de ser capazes de classificar, seriar e conservar quantidades numéricas, pois a criança só poderia operar com quantidades uma vez constituídas as estruturas de classes e relações. Neste sentido a constituição do numero seguiria de perto as etapas de elaboração da classificação e da seriação. Investigações mais actuais, realizadas nomeadamente por Hughes (1986) e Gallistele Gelman (1987), têm mostrado que já a partir dos 3 anos as crianças sabem operar com números e com invariâncias, desde que se trate de cardinais até 5, sensivelmente. Assim, foi demonstrado que as crianças eram capazes de distinguir duas categorias de transformações: a subtracção e a adição. Estas investigações demonstraram também que a criança de 3 anos era capaz de contar baseada na correspondência termo a termo, mas que o cardinal é uma variável importante, ou seja, um dos princípios da contagem, a correspondência termo a termo (a cada objecto corresponde uma designação, arbitraria ou não) é uma componente importante da estrutura cognitiva do desenvolvimento da contagem, e já a partir dos 3 anos. As investigações destes autores revelam que as crianças em idade pré-escolar, quando interpeladas utilizando apenas a linguagem matemática falham muito mais

( por ex. o sucesso é diferente se disser

quanto é 2+ 3?, ou disser tenho 2 rebuçados deram-me mais 3 com quantos vou ficar?). De facto a operação formulada em linguagem matemática levanta problemas de ordem semântica para a criança em idade pré-escolar, “1+2” faz parte do código formal da aritmética, em que a abstracção é dominante enquanto característica de uma operação lógica independentemente do contexto. Os estudos recentes mostram que os educadores ao actuarem na zona de desenvolvimento potencial da criança, (entenda-se por zona de desenvolvimento potencial o que uma pessoa não é ainda capaz de fazer,


mas pode realizar com ajudas externas) a aprendizagem acontece e neste sentido é condição de desenvolvimento. As interacções entre adulto-criança e entre crianças permitir-nos-ão certamente retirar conclusões e dar-nos-ão novas pistas, para a passagem a um nível de aquisição de conceitos, tanto na área da matemática como na leitura e escrita , que exigem da parte do educador uma atitude mais consciente e deliberadamente didáctica.




3. DESENVOLVIMENTO DA TAREFA: TAREFA Nº 5 - ARRUMAÇÃO DA BIBLIOTECA

DESENVOLVIMENTO DA TAREFA

A Biblioteca está dividida em 6 grupos de livros, tendo cada grupo um nome e uma cor diferente. A educadora pediu às crianças que desenhassem a biblioteca com os diferentes compartimentos e que contassem quantos livros havia em cada grupo e registassem esse número ou com tracinhos ou com desenhos ou números. Como havia crianças mais pequenas no grupo, os 3 e os 4 anos teriam que registar só um grupo de livros. Contudo, todas as crianças do grupo quiseram fazer as 2 versões da tarefa, terminando assim por ter sido feito a representação da biblioteca toda e parcial.

MATEMÁTICA COMPORTAMENTOS REACÇÕES “CONVERSAS” Vicente (5 anos) foi contar o grupo que tinha 6 livros e nem contou um a um, olhou para eles e disse: - são 6. Educadora: como sabes que são 6? Vicente: então, 3 mais 3 são 6. A Carolina (5 anos) foi contar o grupo com maior número de livros e contando um a um chegou ao nº18, sem se enganar e em seguida disse: - são 18. Educadora: é um número muito grande, sabes como se escreve? Carolina: sei, é um 1 e um 8. O meu irmão já me ensinou. Olha e 10 mais 10 são 20. Eu já contei os meus dedos das mãos e dos pés e eram 20. O Tiago (5 anos) teve bastante dificuldade em contar os livros. Consegue contar os números até 5 sem se enganar mas depois salta ou troca números. Preferiu fazer tracinhos e mesmo assim com a ajuda da educadora. A Francisca (3 anos) desenhou a biblioteca, explicou que estavam lá os números e no cimo da folha fez o nome dela. O João (3 anos) também quis contar os livros que estavam num dos compartimentos e sem se enganar, apontando com o dedo um a um, disse: 1-2-3-4 e desenhou 4 livros dentro do quadrado que representava o local dos livros (grupo dos livros vermelhos). Ficou tão entusiasmado que quis fazer outra vez e contou o grupo de 2 livros e desenhou-os no respectivo quadrado (grupo dos livros azuis)

ASPECTOS RELEVANTES

As crianças têm na sala a representação dos números até 10 com a correspondente quantidade em desenhos além de cartões com os números até 31 que são utilizados para os dias do mês. Quando precisam vão buscar estes números.









3. DESENVOLVIMENTO DA TAREFA: TAREFA Nº 6 - OS LIVROS PREFERIDOS

DESENVOLVIMENTO DA TAREFA

A educadora pediu às crianças que em cada grupo de livros escolhessem os livros que mais gostam, os contassem e que fizessem o registo desenhando o conjunto de livros escolhidos e contornando com a respectiva cor do grupo a que os livros pertencem. Teriam que o fazer para todos os grupos de livros mas se algum grupo não tivesse nenhum livro do seu agrado não seria necessário representá-lo. No fim teriam que juntar todos os livros que estavam dentro dos conjuntos para saber quantos livros há na Biblioteca que cada um mais gosta.

MATEMÁTICA COMPORTAMENTOS REACÇÕES “CONVERSAS” O Tomás (4 anos), contou o número de livros que gostava mais dentro de cada grupo e registou desenhando os livros, fazendo 1 círculo à sua volta e depois fez os tracinhos correspondentes aos livros por baixo dos conjuntos. Quando foi para contar a totalidade de livros, contou: 1, 2, 3, 4 (grupo dos Animais) 1, 2, 3, 4, 5 (grupo do Mundo) 1, 2, 3 (grupo dos Príncipes) O Ricardo (4 anos), foi contando os livros que gostava mais, fazia os conjuntos correspondentes a cada cor e registou da seguinte maneira: - no grupo de livros azuis gostou de 2 livros e escreveu dentro do conjunto o número 1 e o número 2. Seguiu o mesmo esquema para todos os conjuntos e quando chegou ao fim e lhe perguntei quantos eram os livros que ele tinha registado, não os juntou mas foi contando grupo a grupo: 1, 2 /1, 2, 3 /1 /1, 2. O Vicente (5 anos) contou os livros e registou-os na folha sem qualquer dificuldade. Quando lhe perguntei quantos eram os livros que ele gostava mais disse: - esta conta é difícil. Em seguida contou os tracinhos que tinha feito fora dos conjuntos e chegou à conclusão que eram 10 exclamando: - é fácil, eu sei escrever 10. A Ana Carolina (5 anos) contou e registou todos os livros que ela gostava. Foi buscar os livros a cada um dos grupos, contava-os desenhava-os dentro do conjunto correspondente à cor e fazia os tracinhos com o número de livros por baixo do conjunto. Quando lhe pedi para contar quantos livros havia na biblioteca, seus preferidos, respondeu: - não é preciso, são 18, eu já os contei.

ASPECTOS RELEVANTES

Agora fazem muitas vezes contas sózinhos, como a Mariana que se chegou ao pé de mim e disse: - Olha Manuela, já tenho mais 1 nódoa negra. Tinha 6, agora são 7. E a Carolina: eu sei quantos são 2+2+2. São 6. Educadora: como fizeste essa conta? Carolina: é fácil, 2+2 são 4 e depois mais 2 são 6. Esta tarefa foi feita em folhas de desenho A3, mas foram fotocopiadas e diminuídas para tamanho A4 para figurarem neste trabalho com o mesmo tamanho.









3. DESENVOLVIMENTO DA TAREFA: TAREFA Nº 7 - GRÁFICO DE BARRAS

DESENVOLVIMENTO DA TAREFA

A cada uma das crianças do grupo foi entregue um tabuleiro com rectângulos da cor correspondente à coluna que vão ter que preencher de acordo com o número de livros existente nesse grupo de livros. Foi explicado que cada rectângulo corresponde a um livro. Após o preenchimento de todas as colunas, passamos à comparação do número de livros que há em cada conjunto. Foi pedido o número de livros da coluna que tinha mais livros, da que tinha menos, se havia alguma igual, ou seja com a mesma quantidade de livros e ainda a soma entre colunas.

MATEMÁTICA COMPORTAMENTOS REACÇÕES “CONVERSAS” Enquanto faziam a colagem no gráfico: Vicente: (referindo-se aos rectângulos) Já tenho mais que a Carolina. Estou a ganhar. Ela só tem 4, eu já tenho… não sei quantos. Educadora: Como sabes que são mais? Vicente: pela altura, queres ver, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7. Momentos depois, Carolina contando a coluna dela e a do Vicente: Carolina: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, estamos empatados. Vicente: ainda não acabei, são 11, faltam 2 A Mariana teve dificuldade na contagem dos rectângulos, não pela quantidade, apesar de serem 15 mas pelo método a adoptar para que não os repetisse. Recomeçou a contar 2 vezes e à terceira começou a separar os rectângulos já contados para a outra mesa do lado. Educadora: Agora, vamos descobrir qual a prateleira que tem mais livros Todos: é a verde Educadora: porquê? Vicente: é a mais alta, tem mais livros, queres ver (e conta 1, 2,3,4,5,6….até 18) Educadora: e qual é a prateleira que tem menos livros? Beatriz: é a azul escura, só tem 2 Educadora: se juntarmos a prateleira vermelha com a azul escura com quantos livros ficamos? Carolina: 6. Educadora: como fizeste? Carolina: então, 4 mais 2 são 6

ASPECTOS RELEVANTES

Foi importante o grupo ser pequeno.


Foi preciso contar os livros e em seguida separar o mesmo número de rectângulos.


Construímos o gráfico e registamos o número de livros.


Comparamos e descobrimos onde havia mais livros‌e menos livros‌



REFLEXÃO SOBRE A TAREFA INTEGRADORA

A avaliação procura observar pormenorizadamente o percurso da aprendizagem de cada um com a intenção de encontrar informação que fundamente a orientação pedagógica individual e colectiva. A avaliação irá assim, situar-se ao longo de todo o processo de ensino-aprendizagem, de modo a verificar passo a passo, a aquisição dos objectivos. Numa abordagem iniciada a partir dos anos 40, a avaliação estrutura-se muito estreitamente na medida entre o ponto de partida e o de chegada, o que importava era atingir produtos, previamente estabelecidos, ou seja, verificar manifestações comportamentais que acontecem imediatamente em cada sequência pedagógica podendo esta ser representada em etapas bem delimitadas. Hoje em dia a tónica põe-se na valorização dos processos de aprendizagem, não é apenas importante procurar informação sobre a concretização dos objectivos no fim de um determinado percurso, mas também obter informação ao longo deste percurso, que ajudem a tomar decisões quanto ao modo de os alcançar, obedecendo ainda ao princípio de que a qualidade da aprendizagem depende da participação activa da criança, envolvendo-a na reflexão acerca do seu percurso de aprendizagem. Com todas as actividades realizadas, as crianças adquiriram interesse por saber mais, participando activamente na troca de experiências e conhecimentos. As crianças mais velhas desenvolveram um interesse bastante grande pela escrita, pedindo constantemente para escrever, chegando ao ponto de pegarem numa folha de desenho e copiarem todas as palavras que vêm escritas pela sala (na biblioteca, no quadro dos nomes, o nome do mês, a data…) e discutindo o nome das letras, mencionando as que sabem fazer e se são do seu nome ou do nome de alguém da família. A maior dificuldade sentida foi o elevado número de crianças. Esta dificuldade foi ultrapassada, trabalhando em pequenos grupos.




Maria Fernanda Caixas

REFLEXÃO INDIVIDUAL

Nas escolas periféricas dos centros académicos, (como é o caso do Conselho de Alcácer do Sal), verificase um verdadeiro divórcio entre a investigação e a prática docente, ou seja, o dialogo entre investigadores/formadores e os docentes, para a construção de um saber educacional permanente e actualizado das diversas correntes de investigação pedagógica, não acontece de todo. Uma construção colaborativa e articulada orientada de forma reflexiva para a melhoria das práticas pedagógicas e para o desenvolvimento integral da criança, poderiam suportar os projectos desenvolvidos nas escolas num contexto de formação contínua (formação/acção), reconhecendo a multidimensionalidade do acto de ensinar/educar no domínio conceptual, metodológico e ético. Acredito numa perspectiva de “escola” como um espaço de transformação pessoal e social de forma individual e colectiva, a qual só será possível se a orientação do educador/professor for no sentido de uma prática reflectida, para poder intervir sobre os contextos activamente de forma a melhorá-los, confluindo na ideia central de uma pedagogia centrada no aluno e de articulação entre a escola e a vida. Penso que este tipo de formação, confirmou a minha postura perante a prática de educadora, que será: o questionamento sistemático da prática com vista à sua melhoria; uma maior compreensão de situações educativas especificas, neste caso da matemática da leitura e da escrita; o apoio a formas de intervenção e estratégias de acção que provoquem mudança, em suma a inovação pedagógica. Por outro lado esta metodologia formativa assenta no pressuposto da melhoria da acção apresentando situações e condições facilitadoras para o desenvolvimento de uma pedagogia onde a articulação entre a teoria e a prática surgem de modo produtivo, tendo em vista a promoção das aprendizagens e o sucesso educativo das crianças. Por tudo o vivido durante o tempo que durou a formação e o exposto, deixo apenas a sugestão de que estas formações deveriam ser mais prolongadas no tempo, para um maior aprofundamento das questões teóricas e um maior acompanhamento da prática.


Maria Manuela Esteves

REFLEXÃO INDIVIDUAL

“Admitir que a criança desempenha um papel activo na construção do seu desenvolvimento e aprendizagem, supõe encará-la como sujeito e não como objecto do processo educativo. Neste sentido, acentua-se a importância da educação pré-escolar partir do que as crianças sabem, da sua cultura e saberes próprios. Respeitar e valorizar as características individuais da criança, a sua diferença, constitui a base de novas aprendizagens. A oportunidade de usufruir de experiências educativas diversificadas, num contexto facilitador de interacções sociais alargadas com outras crianças e adultos, permite que cada criança, ao construir o seu desenvolvimento e aprendizagem, vá contribuindo para o desenvolvimento e aprendizagem dos outros.” Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar

E foi esta sempre a minha preocupação. Proporcionar actividades diversificadas para que cada criança se desenvolva ao seu ritmo e ao mesmo tempo contribua para o desenvolvimento e aprendizagem das outras crianças. Devo referir, que esta formação ajudou-me a reflectir em alguns aspectos que não eram prática minha e que ao experimentá-los terminei por considerar importantes como foi o caso de registos de diálogos ou conversas entre crianças ou quando da execução de uma tarefa. É claro que registo a descrição dos desenhos, as noticias que vêm de casa, as histórias recontadas ou inventadas, no entanto registar diálogos e situações vividas na sala não tinha por hábito fazê-lo. Foi também importante o facto de, nesta formação, a teoria ser logo posta em prática ajudando na sua compreensão e avaliação do executado, ajudando muito os exemplos práticos que figuram ao longo das brochuras oferecidas. A troca de experiências com outras colegas é outra das coisas de grande valor nas acções de formação em geral e em particular nesta, de referir a capacidade que as formadoras tinham em promover o diálogo entre os presentes. É através do diálogo que constatamos que as nossas colegas sentem as mesmas dificuldades e com o relato de outras experiências podemos melhorar as nossas práticas, pois sou da opinião que nunca é tarde para aprender. É também importante o facto de serem educadoras a dar a formação pois compreendem o mundo (do jardim de infância) em que estamos inseridos tendo a sensibilidade necessária para tocar nos aspectos em que temos mais dificuldade. Gostei bastante desta acção de formação, achei no entanto que a formação foi muito compacta e que teríamos todos beneficiado se tivesse sido uma acção destas para Matemática e outra para a Linguagem Oral e Abordagem à Escrita.


Trabalho executado pelas educadoras:

Maria Fernanda Caixas Maria Manuela Beleza SepĂşlveda Esteves


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