Leitura e Gestão da Paisagem: o estudo do Guará-DF (prancha A0)

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FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

ORIENTAÇÃO: CAMILA GOMES SANT'ANNA 1

DESCOBERTA

POUSO

POUSO

SÍNTESE

FUNDAMENTAÇÃO Atuando desde a escala regional à escala do detalhe arquitetônico, buscou-se nessa fase um olhar distante do técnico e que visasse as sensações e percepções primárias. Pratiquei um olhar atento mais como moradora do que como urbanista.

A segunda etapa dentro do pensamento de Girot apresentado nesse trabalho é a Fundamentação, pesquisa minuciosa em busca de dados e informações no que tange a aspectos visíveis e invisíveis. Como aporte à essa busca DESCOBERTA FUNDAMENTAÇÃO Seguindo uma tentativa de operacionalização das quatro outro nomes conhecidos da disciplina de paisagismo fases de Girot com o auxílio de alguns instrumentos e foram trazidos. teorias, foi realizado o Pouso em seis etapas de exercícios e reflexões. Resgataram-se importantes teóricos e outras Em Desenhando paisagens, Moldando uma profissão experiências da autora como alicerces para produção de (2006), Rosa Kliass, importante figura dentro do projeto, material que representasse um primeiro olhar ao sítio, planejamento e discussão do paisagismo brasileiro, sem aporte teórico e técnico. aborda o processo de estudo do sítio a partir de cinco

passos de entendimento e aproximação: inventário, análise, diagnóstico, propostas de intervenção e diretrizes de planejamento.

Francesco Careri em sua obra Walkscapes, El andar como práctica estética (2009) nos traz o caminhar como ferramenta artística, o mesmo caminhar que interage com a paisagem e apreende a arquitetura do vazio antes da arquitetura do cheio. Nas seis etapas o caminhar guiando-se pelos espaços livres foi utilizado.

SÍNTESE O primeiro deles é de fato a coletânea de dados, o

inventário é o levantamento das características do sítio. Aqui, essas características foram divididas em: atributos culturais, naturais e visuais.

Para o entendimento do desenho da cidade numa escala mais ampla, de como é perceptível ou não seu desenho urbano, quais os pontos principais de referências, marcos visuais e etc. foi utilizada a teoria de Kevin Lynch, disponível em A imagem da cidade (1982).

A análise dos dados propõe a superposição dos atributos de maneira a identificar as zonas compatíveis a preservação, consolidação, ocupação e expansão. Trazendo as ideias de outro importante teórico do paisagismo, Ian McHarg, autor de Proyectar con la naturaleza (1969), nos traz os valores intrínsecos de cada elemento observado.

Outro teórico considerado foi Jan Gehl, arquiteto dinamarquês que prioriza os espaços públicos aos pedestres na medida em que nos mostra a importância de se estudar as pessoas e sua relação com determinado espaço antes de se projetar. Seu livro mais recente e utilizado como aporte aqui é Cidade para as pessoas (2014).

O diagnóstico nos aponta claramente os conflitos e problemas da adaptação do meio pela ação antrópica e ainda os potenciais que o sítio oferece. As propostas de intervenção e diretrizes de planejamento podem ser melhor apreciadas nesse trabalho na etapa de Síntese.

Trago ainda uma experiência de passeio fotográfico do workshop Brasília Pantone ministrado por Marília Rodrigues e Gabriela Bilá. A procura por cores na cidade nos revela a riqueza visual que se esconde a nossos olhos velozes do cotidiano.

Kevin Kynch e sua Imagem da Cidade (1982) reaparecem aqui no levantamento e estudos dos atributos visuais. Bem como figuras como Gordon Cullen e Maria Elaine Kohlsdorf.

Seguindo o trajeto dos quatro passos de Girot, é nessa fase da Descoberta que a essência do lugar se mostra, ou é estudada até ser encontrada. Optou-se por definir aspectos que caracterizassem os espaços livres do Guará para que assim um elemento pudesse ser definido para receber uma intervenção. A relação dos moradores com suas áreas livres e áreas verdes pode ser indicador da qualidade e acessibilidade das mesmas. Aqui, os moradores declararam não visitar parques e jardins mas conhecerem a rotina esportiva de outros moradores. O paisagista francês Michael Corajoud, em seu texto dedicado a estudantes da disciplina paisagística ‘Les neuf conduites nécessaires pour une propédeutique pour un apprentissage du projet sur le paysage’ (As nove condutas necessárias de uma propedéutica para um aprendizado do projeto da paisagem), indica atuações a fim da melhor projetação na intervenção da paisagem de um certo sítio. São eles: colocar-se em estado de efervescência; questionar os limites; percorrer todas as direções; distanciar-se para retornar; atravessar escalas; antecipar-se; defender o espaço aberto; abrir o projeto e ser guardião do projeto. Todos esses itens serão explicados na próxima etapa (Síntese), aqui, apenas a segunda indicação de Corajoud foi utilizada. Pensando no bairro de fora pra dentro, a segunda conduta de Corajoud nos leva a mirada à escala regional, quer dizer, os espaços livres têm potencial de exercer influência externa aos moradores locais? O projeto da Via Interbairros insere-se no contexto distrital e é questionado nesse trabalho; a proximidade dessa área com o metrô e a Feira do Guará é forte elemento que colabora com a destinação da área a uso regional.

A útima etapa de estudo e intervenção na área do Guará se dá com o aporte teórico do paisagista francês Michael Corajoud. As nove indicações citadas anteriormente abrangem o estudo da paisagem desde a intuição e às sensações, assim como já pudemos perceber nos estudos de Girot. A

A

Deixar-se surpreender pelo sítio e percorrê-lo em diferentes escalas e momentos são tarefas essenciais no caminhar do projeto paisagístico desse autor. Corajoud importa-se com o processo como método de aprendizado para saber como intervir em outros lugares, cita a importância de deixar que seu processo de projeto seja conhecido a ponto de que outras pessoas possam perceber possibilidade de intervenção em outros sítios.

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A partir de suas indicações, o objetivo na construção desse projeto é a proposição de massa vegetativa abundante que proporcione área de sombra e lazer à população. As cores são o principal mote na medida em que são trabalhadas para a diversidade e quantidade de florações e frutas ao longo do ano.

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