Ciranda
A Infância na História dos Moradores da Serra da Misericórdia e arredores Esta revista foi pensada, conversada, escrita, pesquisada, revisada, desenhada, colorida durante os encontros da Oficina da Palavra no Centro de Cultura Digital Praça do Conhecimento em Nova Brasília, no Complexo do Alemão, no primeiro semestre de 2012
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embro-me de várias brincadeiras, desenhos, amigos de colégio... Soltava pipa, pulando a casa dos vizinhos, jogando bola no beco, jogava fliper. Quando ia pra escola, minha mãe sempre ia comigo, para eu não fugir. Quando chegava da escola, eu nem trocava de roupa, logo meus amigos iam na minha casa me chamar para brincar na rua. Brincávamos de pique pega, polícia e ladrão, pique esconde, bolinha de gude... Minha infância foi muito feliz, aproveitei tudo que uma criança merece. EDIÇÃO ÚNICA - Rio de Janeiro – JULHO/2012
sobre a OFICINA DA PALAVRA
Esta é uma públicação dos alunos do Centro de Cultura Digital Praça do Conhecimento - Nova Brasília. Coordenação Geral: Dinah Frotte Coordenação de Projetos; Claudia Ceccon Coordenação Centro de Cultura Digital: Nailton de Agostinho Maia Supervisão Administrativa: Maria Beatriz Carvalho de Araujo Supervisão Financeira: Walmir de Araújo Machado Supervisão Pedagógica: Maria de Lourdes Rezende
Todos os alunos do Centro de Cultura Digital Praça do Conhecimento, em Nova Brasília, participam dos encontros semanais na Oficina da Palavra. São oito turmas que se reúnem 50 minutos por semana para dialogar; produzir textos com palavras e imagens; trocar informação, vivências e conhecimento. A interação se dá com dinâmicas de estimulo a criatividade, a reflexão e a expressão de ideias e a produção de textos.
A Praça do Conhecimento é um espaço público de Educação, Comunicação, Cultura e Tecnologia situada na Praça do Terço, em Nova Brasília, no Complexo do Alemão.
Para esta edição única da revista-jornal Ciranda, todos contaram um pouco da sua infância. Os sonhos, a realidade, as brincadeiras, os jogos, os desenhos, as músicas, os programas de TV, os personagens, as piadas, as traquinagens, as histórias dos pais, dos filhos...
Inaugurada em 23 de dezembro de 2011 pela Secretaria Municipal de Habitação (SMH) e com gestão do Centro de Comunicação e Imagem Popular (CECIP), a Praça do Conhecimento promove atividades culturais e artísticas para públicos de todas as idades e formação técnica e profissional em novas tecnologias da informação e comunicação para jovens e adultos.
Nos encontros, várias gerações. Gente de 14 a 76 anos. A maioria nascido e criado no Complexo do Alemão, outros vieram do interior e criaram raízes na Serra da Misericórdia, na zona da Leopoldina, no suburbio carioca.
As ações desenvolvidas na Praça do Conhecimento têm como enfoques o olhar para a realidade, o pensar e o agir críticos, a promoção e valorização do ser humano e do território urbano das comunidades do Complexo do Alemão e da Serra da Misericórdia.
São histórias, casos, relatos, desabafos de pais, avós e filhos registradas nas lembranças de quando todos eram crianças. Ainda tem mais jogos e brincadeiras!
Participam desta edição: Adriel de Almeida Silva, 20 anos. Aline Ribeiro, 15 anos. Allison Felipe Paulino de Melo, 16 anos. Ana Paula Vasconcelos, 37 anos. André Valle, 28 anos. Andrielle Freitas, 18 anos. Angel Lee, 16 anos. Anna Mello, 15 anos. Ariane Cabral, 14 anos. Beatriz Medeiros, 14 anos. Bianca Costa, 16 anos. Bianca Leão, 22 anos. Bruno Araújo, 20 anos. Bruno Delfino, 15 anos. Carlos Augusto Cabral Pontes, 29 anos. Caroline Dias, 17 anos. Cristiano de Sá, 31 anos. Daniel de Sá, 17 anos. Daniele Correa, 17 anos. Danielle Andrade, 15 anos. Danilo Nascimento, 16 anos. Debora Monteiro, 21 anos. Diogo Ventura, 22 anos. Edileuza Menezes, 58 anos. Eduardo Ragozo Fernandes, 37 anos. Erivan Lins, 18 anos. Fabiano de Paula, 32 anos. Filipe Pessoa, 19 anos. Flavio Menezes, 18 anos. Francisco Carlos, 50 anos. Gabriel Loyola, 18 anos. Gabriel Romualdo, 62 anos. George Matias, 17 anos. Hallyson Santos, 31 anos. Igor Morgado, 14 anos. Jaíne Alves Martins, 36 anos. Jessica Santana Alves, 19 anos. Juliana Martins, 17 anos. Juliana Ribeiro, 25 anos. Juliana Souza de Oliveira, 24 anos. Karen Melo, 25 anos. Kleyton de Lima Marinque, 15 anos. Larissa Alves Felipe, 16 anos. Lenita Rocha, 76 anos Leonardo Cristóvão, 14 anos. Letícia Conceição, 18 anos.
Lucas Barreto de Oliveira, 17 anos Lucas Barreto, 16 anos. Lucas Delfino Tomé, 14 anos. Lucas Ferreira da Silva, 16 anos. Lucas Holanda de Souza, 16 anos. Lucas Severo, 16 anos. Luiz Alberto Dias, 41 anos. Luiz Carlos, 31 anos. Luiz Fernando Nunes, 55 anos. Marcos Victor Fernandes, 17 anos. Maria Lucia Holanda, 46 anos. Marinete Lima, 50 anos. Mário Alves Filho, 55 anos. Marlon Nascimento, 15 anos. Mateus Wesley, 16 anos. Michelle Beff, 28 anos. Monique Araújo, 15 anos. Nara Regina Barreto, 39 anos. Nathali Araújo Souza, 14 anos. Norma Sueli, 59 anos. Patrícia Lima, 17 anos. Paulo Henrique Paz, 19 anos. PC Safra, 19 anos. Raphael Melo, 28 anos. Raphael Silva de Azevedo, 15 anos. Raquel Picculli, 17 anos. Ravel, 15 anos. Rayan Silva, 19 anos. Renata Miguel, 27 anos. Ricardo Santos, 16 anos. Rosangela Morgado,43 anos. Rosineia Silva, 37 anos. Sandro Ferreira, 17 anos. Sergio da Silva, 45 anos. Stephani Ferreira, 16 anos. Tainara da Silva, 14 anos. Thatiana Vasconcelos, 18 anos. Tiago Cavalcanti Martins, 18 anos. Tuany Pereira de Oliveira, 16 anos. Verônica Menezes, 23 anos. Wallace Bueno, 15 anos. Wellerson Souza, 15 anos. Wesley Alves, 15 anos. Yan da Silva Fernandes, 14 anos. Yasmim Claudio Teixeira, 14 anos.
Educadora da Oficina Palavra: Maracy Guimarães
Boa leitura. Ilustração: Tainara
INFâNCIA NA
FAVELA
foto: Gabriel Loyola
Há alguns anos... O
Complexo do Alemão era bem diferente do que podemos ver hoje em dia. As ruas, as casas, o modo como vivíamos o mundo e a forma que o resto do mundo nos via era diferente. Por isso, a nossa infância não foi a mesma que a das crianças de hoje. Não que isso seja algo ruim. Na verdade, em certos aspectos, é até melhor que nem tudo seja igual. A violência era muito presente, porém isso não nos impedia de nos divertir. Na falta de quadras e parques, as ruas mais largas e terrenos baldios serviam de “áreas de lazer”. Até porque, definitivamente, não tem nada mais divertido do que brincar com os amigos. Caroline Dias, Juliana Souza, Rosineia, Juliana Martins
A
nossa comunidade não tinha água nas casas. Então perto da quadra havia uma bica e muitos moradores carregavam água. A noite era o horário de mais movimento, os homens traziam uma madeira com dois ganchos de ferro nas pontas, onde penduravam as latas de 20 litros. As mulheres lavavam as roupas lá mesmo na bica e faziam um turbante com uma toalha e carregavam balde de alumínio ou lata. As mulheres eram guerreiras, pois era muito cansativo. Nós crianças também carregávamos os nossos baldinhos, mas quando chegávamos em casa eles estavam quase vazios, pois íamos brincando no caminho. Tinha a bomba d’água e ficávamos virando cambalhota nos canos de ferro. Nara Regina
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ique, carniça e até mesmo futebol na rua paralelepípedo são marcantes. Já que a energia elétrica era um luxo, pois a comunidades estava ocupando os espaços, quase nnguém tinha televisão. Os prazeres da eletrônica só vieram depois, Francisco
“Tenho saudades de quando eu e meus amigos fazíamos favores para os vizinhos em troca de algumas moedas. Juntávamos para comprar casquinha e tomar Ki Suco engarrafado Rosinha no bar do Sr. Abel.” Magda
foto: Gabriel Loyola.Patrícia Lima e Raquel Picculi
foto: Paloma Granjeiro
Por está localizada em um lugar paralelo Ali cresciam várias crianças, Longe da tecnologia e sempre brincando... Barro pisado, pés no chão Corre-corre, pega-pega, pega. Jogava bola, de futebol e de gude, rodava pião... Adrenalina total Nada parava, virava á noite Na rua até altas horas da madrugada Contando os fatos da favela Assim era passatempo Finais de semanas juntavam todos os jovens Brigávamos entre “si-mesmo” E depois estávamos um cheirando o suvaco do outro Como se não tivesse acontecido nada
foto: Gabriel Loyola.Patrícia Lima e Raquel Picculi
Pulávamos no quintal do outro. Roubávamos manga. Pegávamos pipa e mexíamos com o dono da casa. Para ele correr atrás de “nós” E saÍamos correndo, passando mal de rir E tudo isso, convivendo com o tráfico. Ao passar do tempo, começamos a deixar nossa juventude de lado. Sabíamos que ser criança era engraçado e nada de mal nos aconteceria.
Daniel da Silva de Sá foto: Paloma Granjeiro
M
inha rua é muito boa para brincar. Uma vez para brincarmos de vôlei, amarramos a corda entre uma casa e outra. Nós tínhamos um clubinho debaixo da escada. O nosso teto era de tábua para não molhar. A gente marcava de um trazer guaraná e o outro biscoito. Um dia, fizemos uma música assim: Meu nome é Rafaela vim lá da galera. Meu nome é Pedro Henrique entra no meu click. Meu nome é Camila vim da família. Meu lema é o seguinte vou dar meu palpite. Você está ferrado vou dá o meu recado. Por favor, não se aborreça, não dá muita moleza. Isso é errado vou dar mais um recado. Mas se liga no que eu digo, e não se liga no que e falo Meu rap é assim eu por você por mim. Se você não se ligou preste muita atenção. Esse rap é dedicado para mim de coração [...]
Pedro Henrique
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eu irmão do meio, e eu, estávamos indos para a Capoeira.Ele estava mais ou menos com 8 anos e eu com 11. Nós tínhamos muito esse desejo de passar por aventuras. No percurso, havia um valão. Parte era de esgoto a céu aberto e ficava bem próximo a um muro, deixando apenas uma brecha para passar. Então, eu andei por esse espaço desafiado por meu irmão. Mas quando chegou a vez dele, não deu certo! Quando ele estava no meio do caminho, acabou se desequilibrando e caiu. Plofit! Água de vala até o queixo e afundando! Não havia ninguém próximo para ajudar, então me apoiei nas bordas sem as pernas e o puxei com toda a força que tinha por uma de suas mãos. À medida que o corpo saia da água, o estrago se revelava. .Quando já em cima, são e salvo, ele caiu no choro, espanto e nojo de si mesmo. Eu não me contive e cai na gargalhada! Evangelista
INFâNCIA NA
FAVELA
foto: Gabriel Loyola
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or inúmeras vezes, me pego viajando aos tempos de minha infância. Fato que se fortalece muito mais quando vejo as fotos desta época tão deliciosa. O passado e o presente unem-se magicamente, em questão de segundos, divago em um vagão chamado Eu. Me lembro com muito alegria que embora singela e humilde, a aurora de minha vida foi muito feliz. Foi difícil enfrentar as circunstâncias e vir com minha mãe e duas irmãs morar no Morro da Alvorada no princípio de junho de 1972. Hoje sou parte das comunidades do atual Complexo do Alemão. Quando cheguei, cerca de 90% ainda era mato. Não tinha luz elétrica, água encanada e, nem tão pouco, rede sanitária. Cozinhávamos a lenha e nosso lar era de compensados coberto com telhas de zinco. De onde extraíamos satisfação em meio a tantas adversidades? A população abria arraiais. E à noite, os adultos se uniam tocando sanfonas, em volta das fogueiras ardilosas, contando estórias arrepiantes, enquanto alguém servia deliciosos quitutes, bolos de fubá, broa de milho, doces, chá e café. Depois tinha o teste da coragem: sempre um ou dois para ir comprar alguma coisa em uma barraca distante. Já fui escolhido alguma vezes. E confesso que já deixei a desejar. Bom, ainda me sou um “menino”, apesar de “homem”, Sou passageiro de mim mesmo. Constantemente, tenho que enfrentar com bom ânimo o que a vida me propor.
Alberto Dias
G
ostava das noites frias, principalmente de junho e julho. Nós sentávamos no quintal e ficávamos observando o céu, admirando a lua e as estrelas. Meu pai acendia uma fogueira e contava histórias incríveis que eu ficava admirada. Foi assim que eu conheci o Saci-Pererê, o lobisomem, a Bela Adormecida entre outros. Ficava até tarde admirando a companhia do meu pai, das minhas irmãs, da minha mãe e vizinhos que também foram especiais. Durante estes momentos eu acreditava que o mundo era mágico e que nada de ruim pudesse acontecer.
Poliane Cristina
foto: Paloma Granjeiro
INFâNCIA NA
FAVELA
foto: Paloma Granjeiro
foto: Gabriel Loyola.Patrícia Lima e Raquel Picculi
foto: Paloma Granjeiro
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e vez em quando sentávamos e cantávamos cantigas. Subimos em árvores para pegarmos frutas. Soltávamos pipa e inventávamos jogos. Tiago Cavalcante Martins
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e lembro de ser muito feliz, valente, sem medo do perigo. Só me metia em brigas, mas sempre tive uns amigos que me ajudavam e me defendiam. Marlon Nascimento
INFâNCIA NA
FAVELA
meu pai, minha mãe e eu A
dorava ir para a igreja. Adorava ficar na escolinha da igreja. Rezava que chegasse o fim de semana para ver meu pai.
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inha mãe nasceu na metade do século passado e contou-me maravilhas sobre a sua infância. Naquela época as famílias eram grandes, minha avó materna teve 4 filhos e minha mãe é a única menina. Brincavam todos juntos. Ela brincava com suas bonecas de pano e os meninos brincavam de caminhão e pião. Descreveu as cantigas de rodas onde todos participavam, o pique-esconde e o pique fedorento. Um jogava a bola pro outro e o do meio era o “fedorento”. Imagina! Hoje seria bullyng. Minha mãe aprendeu a beijar a mão do avô e da avó, pedir à benção, beijar a mão do padre sem dizer nada e ele também responder em silêncio. Na minha infância menos rigorosa tem histórias que não saem da minha memória. Nós tínhamos mais divertimento, sem maldades e sem drogas. Brincávamos na rua de amarelinha e piques, no verão ficávamos até tarde andando de velocípede (muitos, vão rir), de bicicleta, brincavam de casinha e bonecas. Os meninos gostavam de jogar futebol e bolinhas de gude; como posso esquecer... nós (meninas), queríamos participar do jogo e como não tínhamos as tais bolinhas. O jogo iniciava e as meninas que tinham a tal sandália da “hora’ Melissinha, passeavam com suas filhas (bonecas) e o “guarda chuva” de folha de mamona. Não tínhamos computador nem vídeo game, mais tínhamos a alegria de viver e o respeito pelos mais velhos.Poderia me adentrar na adolescência e não terminar tão cedo de relatar um passado gostoso de relembrar. Não posso deixar de relatar a infância dos meus filhos. Hoje, adolescentes, não puderam brincar tanto na rua por conta da violência, mas aproveitaram conforme puderam. Eu brinquei muito de bonecas e casinha com minha filha, hoje com 18 anos e com o meu filho de carrinhos, sem contar os bichinhos de fazendinha. Mudanças radicais na contemporaneidade. Crianças passam a maior parte do tempo em frente ao computador ou no vídeo game. A maioria está vivendo sua infância neste mundo tecnológico consumindo muitos produtos. Um novo modelo de celular, de vídeo game, televisão digital. Cultura do consumo através da publicidade. Hoje, poderia ser avó e percebo que as crianças têm pais ausentes, televisão como babá, agenda lotada, o amor e o carinho transformados em objeto.Infelizmente nem todas as crianças podem viver a infância que tivemos. Rosângela Morgado
Jéssica Cristina
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uando eu era criança os tempos eram diferentes de hoje.Eu acordava 3 horas da manhã para ir para a escola. Caminhava todos os dias 4 quilômetros a pé, porque não existia ônibus, ficava cansada, mas valia a pena, pois eu gostava de estudar e queria realizar o meu sonho um dia e me tornar psicóloga. Sempre gostei de gente, então quando ia para a escola conversava muito com meus amigos, gostava de escutá-los, para ajudá-los nas suas dificuldades, e desse modo consegui muitas amizades. Foi em Santo Antônio de Pádua que cresci com meus 32 irmãos. Brincávamos muito de roda, pique-pega, atirar na lata do lixo, pião, bolinhas de gude, amarelinha, jogo de malha, escolinha e bola. Mas como em minha casa não existia bola, fazíamos o limão de bola. Minha mãe brincava conosco e nos divertíamos bastante, mas apenas nos finais de semana, pois o resto da semana, nós estudávamos e trabalhávamos. Minha mãe nos ensinava a tricotar, fazer crochê, bordado, a cozinhar. Minha família trabalhava para se sustentar. Tínhamos uma horta imensa. Plantávamos e nos sustentávamos com os vegetais, frutas e leguminosas colhidas e também vendíamos para o mercado. E assim foi minha vida por muitos anos. Até que aos 16 anos vim para o Rio de Janeiro ficar perto de alguns irmãos, mas logo voltei. Porém, o destino me reservava algo por aqui. Foi aos 18 anos que vim para cá definitivamente cuidar de meus irmãos juntamente com minha mãe. Meu pai havia falecido. Até hoje aqui me encontro, mas precisamente na Nova Brasília. Com 22 anos tive meu primeiro filho e minha mãe, Dona Celuta, ficou muito feliz. Anos se passaram e ao todo tive 10 filhos, e minha mãe conseguiu ver todos eles; foi uma pena que ela não pode ver os seus bisnetos. Ela morreu aos 85 anos. Meus filhos cresceram aqui e também criaram seus filhos aqui. São homens de bem e têm profissões; alguns são motoristas, outros trabalham em empresas, outra trabalha no Estado e etc. Hoje sou assistente social, cuido de muitas crianças. Minha paixão sempre foi gente. Fico muito feliz de ver todas as minhas crianças felizes. Estou com 76 anos e me sinto realizada. História de Dona Lenita Vieira Rocha, contada por Larissa Cristina
M
eu pai, por ter vários filhos, tinha certa dificuldade na época de Natal. Eram 6 presentes que não podiam faltar. Contudo, de forma divertida, pendurava-os em árvores para que pudéssemos achá-los. Certa vez, ficou maravilhado em ver que nós havíamos abandonado os brinquedos e nos divertíamos com uma pena de passarinho. Jaíne
E
u tinha 8 anos e gostava quando meu pai me visitava. Quando meu pai chegava, eu ficava muito feliz. O meu pai me adora e eu queria ser igualzinho ao meu pai, mas vou ser mais alto que ele. Ricardo Ribeiro Vidente
AS PIPAS S
audosismo, vontade de ser criança ou porque era o mundo que não pedia muita responsabilidade ou de tudo isso um pouco... As cicatrizes nas minhas pernas. As feridas, as travessuras feitas para o assombro de meus pais. O Sol à pino, pipa longe, sem querer ser guardada, sem querer que mamãe me chamasse. Não agora que peguei outra pipa! Quando não tinha pipa, eu ia ao bambuzal que rodeava minha casa, não dando passagem ao sol, e tirava o bambu maduro para fazer as varetas. Minhas pipas quando prontas sempre tombavam para um lado, não deixando aprumar. Isso exigia um recurso que era logo providenciado: um furo na lateral _ se a pipa tombava para à direita, o furo era feito do lado esquerdo, dando passagem ao vento e assim ganhar o céu. As varetas eram coladas com macarrão, arroz _ que tinham que ser bem cozidinhos, bem molinhos para não rasgar o papel de seda muito fino. Pipa pronta. E hora de fazer o cabresto. Esse regulado de acordo com o vento do momento e o tamanho da pipa. Feito o cabresto, fazia-se a rabiola e, claro, o cerol para cortar o adversário. Aí era hora de cantar a cantiga do vento, caso ele ainda não estivesse ali: “Vem vento catinguelê, cachorro do mato quer me morder.” Ai o vento vinha, a pipa subia, os garotos sorriam e o meu pensamento voava junto. Mário Filho
Não parava em casa. Meus pais ficavam doidinhos atrás de mim. Eu rodava o morro todo só para soltar pipa. Andava com o dedo sempre cortado. Sempre que ia comprar linha já comprava o kit linha: cerol e pipas. Até hoje eu solto pipa.
Eu ficava admirado com várias cores de pipas que havia no céu. As competições aconteciam entre os colegas que tentavam cortar a pipa dos outros. Essa brincadeira era tão gostosa que, às vezes, até esquecia a hora de ir para a escola e ai tomava bronca da minha mãe.
Brayan
Wesley Alves
C
Walmir
Q
uando eu era pequeno todos os garotos corriam atrás de pipas pulando o muro das casas de alguns. Eu odiava isso e ainda odeio pipas. Os garotos ficavam machucados porque caiam dos muros. Tenho raiva deles pulando no meu quintal para pegar pipa.
Lucas
OS BRINQUEDOS
A
lgo que faz parte das lembranças muita gente é a sua primeira volta na bicicleta. Afinal, depois que se aprende a andar nunca mais se esquece. Muitas vezes, temos a ajuda de nossos pais, e/ou o apoio das rodinhas. No seu caso, até abandonar as rodinhas levou um bom tempo e alguns tombos. Rodrigo de Silva Gomes
Q
A
s pipas foram criadas na China antiga por volta do ano 1200 A.C. Foram utilizadas como dispositivos de sinalização militar. Os movimentos e as cores das pipas eram mensagens transmitidas a distância entre os destacamentos militar. No século XII, na Europa, as crianças já brincavam com pipas. Vale à pena notar também o papel desenhado pela pipa como aparelho de medição atmosférica. O político e inventor americano Benjamin Franklin utilizou uma pipa para investigar e inventar o para-raio. Hoje a pipa, mantém a sua popularidade entre as crianças de todas as culturas.
E
u brincava de boneca com minhas amigas ou até mesmo sozinha. Às vezes, pedia para minha mãe fazer roupinhas para minhas bonecas pra eu ficar trocando toda hora. Fazia paredes de papelão para dizer que eram alguns cômodos da casa. Fazia penteados novos nas minhas bonecas. Eu achava que elas ficavam lindas. Também tinha um carro rosa, botava as bonecas dentro, fazia o som do carro e empurrava para simular que estava andando...
Tuany Oliveira
erto dia eu estava em casa cansado e entediado, foi quando meu pai chegou com uma grande surpresa! Meu pai tinha comprado um PS3. Eu fiquei tão surpreso, que fiquei sem palavras para descrever o que eu estava sentindo no momento. Na hora só pensei em agradecer meu pai por aquela surpresa maravilhosa. E esse foi um dos dias mais legais da minha vida. Logo depois que agradeci ao meu pai, fui logo jogar. Era tão divertido que quando comecei a jogar não conseguia mais parar. Ele era tão incrível que além do PS3 veio junto dois controles, uma guitarra e quatro jogos. Nunca vou esquecer esse dia por ter sido um dos melhores da minha vida. Yan Fernandes
uando meu filho fez 5 anos, ele ganhou uma coleção do Power Ranger com 5 heróis. Porém não faziam os vilões. Eu recortei na parte de trás da caixa, o vilão e colei em uma garrafa pet. O vilão de papel e pet foi o mais usado.
Cristiano Sá
Dias inesquecíveis...
N
o meu primeiro dia de escola, achei que todos eram estranhos. Eu via as crianças chorando desesperadas e não achei que seria tão ruim porque eu queria muito estudar. Minha professora era legal. Mas eu amava quando chegava à porta para esperar a entrada. Tinha uma padaria e minha mãe comprava um bolinho de chocolate só para eu ir para a escola. E eu, claro, só ia à escola na condição dela comprar o bolinho. Raquel Picculli
M Q
uando eu tinha 9 anos, fiz minha primeira viagem sozinha para a casa da minha irmã em Fortaleza. Meu pai recomendou muito ao motorista para deixar no ponto onde eu sabia chegar na casa da minha irmã. O barato foi que o motorista ficou com medo e levou-me até a casa de minha irmã. Foi muito legal e a cena do ônibus chegando e parando em frente a casa da minha irmã e buzinando foi inesquecível. Maria Lucia Holanda de Souza
U
m dia eu estava em casa com minha babá e resolvi sair pra dar um passeio sem avisar a ela. Abri a porta e saí. Perto de casa tinha um grande shopping e resolvi entrar pra ver uns brinquedos. Fiquei ali na loja de brinquedos me divertindo por horas. Até que alguém me viu e chamou a segurança do shopping que depois de muito chamar meus pais pelo alto falante resolveu chamar a polícia. Então os policiais ficaram conversando comigo, me levaram para o Mc Donalds e me deram lanche e conversando começaram a tentar fazer com que eu descrevesse o local onde morava. Com muito sacrifício eles conseguiram que eu explicasse onde morava (era bem do lado) e me levaram lá. Quando minha mãe viu a viatura de polícia chegando (ela não me viu dentro) desmaiou! A essa altura, todo estava lá em baixo, até vários vizinhos. O meu pai já havia chamado a polícia! Quando eu saí do carro e todo mundo bateu palmas. Eu tinha 4 anos, e me lembro de tudo isso. Yan Carlos
E
u era uma menina muito levada. Mexia com todo mundo na rua, sempre muito comunicativa. Tudo era motivo de dançar, rebolar na frente do espelho. Não perdia um programa do Bolinha e do Chacrinha. Aprendi a sambar com as Chacretes. Era muito bom! Nara Regina
inha mãe costumava me acordar um pouco mais cedo para almoçar antes de ir para a escola e nisso minha mãe sempre vinha com aquela velha preocupação da boa alimentação que no caso seria legumes, frutas e verduras. E era a alimentação que mais odiava na infância sempre preferia a tal batata frita. Enfim toda vez que era legumes eu pegava uma folha de caderno e botava todos os legumes e jogava debaixo da cama. Lá também ficavam todas as frutas e todo o tipo de legume que não gostava. Mas certo dia, esqueci de tirar debaixo da cama e aconteceu que quando minha mãe foi limpar lá... Caramba! Achou tudo e quando cheguei da escola minha mãe perguntou: E ai filha almoçou hoje? Comeu tudo? E eu respondi: _ Claro que sim! Quando cheguei no quarto estava lá tudo o que joguei fora. E pra resumi: tive que comer um prato de legumes e verduras e de sobremesa: fruta, só para aprender a não fazer mais isso. Nossa demorei quase uma hora só pra comer e também minha mãedo meu ladinho me olhando com uma “cara”. Pudera, é? Bianca Leão
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urante a quarta série, eu falsifiquei a assinatura da minha mãe nos bilhetes que recebia da professora por não fazer os trabalhos de casa. Consegui me safar umas duas vezes, mas na última vez, a professora desconfiou das assinaturas e chamou a minha mãe para discutir a minha conduta. Só que nenhuma das duas sabia o que eu estava fazendo. Logo depois de uma breve conversa descobriram a minha “brincadeira” e minha mãe me “jurou” que quando chegássemos em casa íamos ter, como dizem os adultos, uma “conversa”. Maycon Vandré
N
as férias, eu e meus irmãos viajamos pra casa da minha tia, que fica lá no Espírito Santo e era uma fazenda de café. Ela, seu esposo e 14 filhos cuidavam da fazenda. Eu e meus irmãos, crianças da cidade, não sabíamos fazer nada, mas mesmo assim ajudávamos. Depois, brincávamos pela fazenda, subindo em árvore, andando a cavalo. À noite, fazíamos fogueira e comíamos milho assado, banana e batata doce. Foram as melhores férias da minha vida. Magda Rejane Pinto de Oliveira
E
ra um dia ensolarado quando eu e minha turma fomos ao Planetário da Gávea. Logo na entrada vimos vários planetas. Fomos a diversas e vimos muitas coisas interessantes. Adorei tudo o que eu vi e aposto que as outras turmas também gostaram, principalmente uma sala com forma de nave espacial. Lá podíamos ver nosso peso em cada planeta. Muitas pessoas adoraram e eu também. O nosso passeio ao Planetário foi maravilhoso.
Yasmim Mimsay
Superar e CRESCER
S
O SONHADOR
Pardal no campo
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ssa história se passa entorno de um menino franzino e pobre, chamado Carlinhos, vulgo Pardal. Ele morava perto de um rio e tinha um extraordinário talento para o futebol. Nas circunstâncias econômicas que Carlinhos se encontrava, não possuía quaisquer condições de dispor dos materiais esportivos necessários a prática do futebol. Certo dia, em uma tarde ensolarada, quando chegava da escola, Carlinhos encontrou uma bola de futebol no leito do rio, estava suja, mas em boas condições de uso. Chegou em casa igual a um “foguete” para lavar a bola e imediatamente saiu para jogar com seus amigos, sequer retirou o uniforme de escola. Carlinhos reuniu os amigos para jogar no “campo”, um lugar com partes gramadas e outras de terra batida, com bois e cavalos pastando por perto. Logo dividiram os times da “pelada”. Cinco na linha e um no gol. Três gols cada partida. O vencedor continua jogando. O perdedor dá lugar para o próximo time. Se a bola cair no rio, o time de fora deve ir pegá-la de volta. Essas eram algumas regras do jogo. Começa a partida e já se vê o talento do menino com a bola. Um pouco “fominha” e parecendo um Pardalzinho pulando com a bola nos pés de um lado para o outro. A diversão da garotada naquela tarde estava garantida, muitos de seus amigos ao passarem perto do campo “mataram aula” para ficarem jogando futebol e zoando com os demais. Durante as idas e vindas dos times, pessoas se aglomeravam em alguns troncos cortados que serviam de cadeiras de uma improvisada arquibancada. Com isso a “molecada” estava envolvida numa fantasia de jogarem no Maracanã ali mesmo. Isso quase sempre acontecia. Um espectador em particular estava um tanto surpreso com a dinâmica dos torcedores e, sobretudo, com alguns “peladeiros”. No começo da noite, a “pelada” já dava sinais de encerramento, pois a “molecada” encontrava-se com fome, sede, e as mães chamavam-lhes para suas respectivas moradias. Fabio, Maycon e Carlos
ou brasileiro do subúrbio do Rio de Janeiro, morador de Realengo. Nasci em 1957 às 4 horas da manhã na maternidade Casa da Mãe Pobre no Riachuelo. Minha família de origem humilde foi instruída no Candomblé, onde aos 7 dias de nascido, me consagram. Tive uma infância muito conturbada. Levado, costumava chegar em casa as tantas da madrugada. Isso com 6 e 7 anos, causando grande preocupação a minha avó que me criava. Minha querida vovó trabalhava na casa de um juiz como faxineira e pediu conselhos ao referido magistrado que a orientou a me colocar num colégio interno por se muito levado. Conseguiram um internato fora do estado do Rio de Janeiro, assim fui para São Paulo, na cidade de Sorocaba, a noção da minha infância deuse nesse colégio.Lembro-me que eram muito rigorosos em se tratando de disciplina, pois havia horário pra tudo: estudar, trabalhar, brincar e assistir televisão. O que eu mais gostava era de cuidar dos animais e da plantação, capinar a terra para o plantio, para depois colher. Foram anos difíceis longe da família. Chorava de saudades. Uma vez por ano vinha ao Rio visitá-los. O mais difícil era voltar, chorava demais, pois queria ficar. Foram longos 7 anos retornei quando tinha 14 anos. Minha querida avó e minha mãe já são falecidas, porém sinto saudade delas. Gostaria muito que elas estivessem vivas para verem no que deu o levado de Realengo que em São Paulo tem apelido de “carioca preto”. Sou bacharel em teologia, pós-graduado em ciência da Religião e pastor evangélico. Luis Fernando
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uando eu era criança Brincadeiras eram muitas Mas eu brinquei pouco. Não tenho saudade da minha infância Tenho lembrança Mas não reclamo não Apesar de tudo Somando pros e contras Na conta, o saldo é favorável. Gabriel Romualdo
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u vivia nas ruas, morando com os meus pais. Teve um dia que não teve nada para comer ai meus pais me pediram para ir ao restaurante e pedir comida. Meus pais também bebiam muito e brigavam demais. Certo dia, eu nunca mais vi meu pai. Nesse dia, eu nunca mais os vi. Carlos Augusto
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uando brincava com meu irmão de briguinha, eu tinha que ficar de joelho para ficar na altura dele. Eu sempre ganhava devido à diferença de tamanho e força. Mas hoje ele ficou maior e mais forte do que eu e quando a gente “brinca” quem perde sou eu! Caolin Melo
T
inha 5 anos de idade, era a minha primeira formatura, tinha acabado de completar o Jardim 3. Minha turminha estava chamando um por um. Logo percebi que junto com o aluno chamavam também os pais para subir no palco. Logo bateu o nervosismo, porque dali de cima eu procurava, procurava e não achava a minha mãe de jeito nenhum. Foi quando a professora chamou meu nome, insegura e tímida por minha mãe não estar lá, me levantei fui caminhando lentamente até a professora. Minha irmã na época tinha apenas 9 anos, disse que minha mãe tinha sumido. Eu nem estava prestando atenção nela, pois minha professora tinha acabado de me dar um anel de plástico que para mim parecia um brilhante. Fui descendo, fui olhando para o anel como se o mundo não existisse. Paloma Nepomuceno
Amigos de infância N
ão me lembro de muitos amigos na minha infância, pois eu não podia sair de casa. Eram só amigos na escola e, em casa, brincava com meus primos e minha melhor amiga, que é minha vizinha. Lembro-me de filmes de princesas, um sonho de ser professora e excesso de proteção da minha mãe. Também me lembro de ter sido muito mimada e de ter recebido muito amor e carinho da minha família.
Julia Boudinho
C
orria muito com os meus primos. Pulava muro dos outros. Sempre queria uma Barbie nova para brincar. Como eu era menina e mais nova, fui um pouco mimada. Meus primos iam todos lá pra casa. Era uma bagunça. Eu também não podia brincar das mesmas coisas que os meninos, mas eu perturbava e sempre brincava. Juliana Barbosa
E
u sempre fui a única criança no meu quintal e a única menina, mas quando meus primos iam pra lá... A gente quebrava as coisas. Brincávamos de todos os piques possíveis. Guerrinha de lama e água. Minha avó tinha um salão de festas então nós enchíamos as bolas de água e tacávamos uns contra os outros e nos outros também. Jogávamos por cima do muro até o dia que acertamos um homem. Deu uma confusão!
Ana Mello
L
embro de uma amiga. Nós éramos muito unidas. Uma ia à casa da outra. Brincávamos o tempo todo, principalmente na escola. Éramos da mesma turma. Isso tudo no Jardim de Infância. Isso acabou, trocamos de escola e paramos de nos ver. Eu sentia falta dela, mas segui em frente com amizades diferentes. Fabiana José Marinho
A
os 4 anos conheci o meu primo Welerson. Ele era filho da namorada do meu irmão. Sempre nos finais de semana, quando ele ia lá em casa, nós brincávamos o dia inteiro. Jogávamos videogame, bolinha de gude, corríamos que nem uns loucos pela casa e minha mãe sempre reclamava. Depois de muito brincar, sempre tomávamos Nescau e comíamos pão fresquinho da padaria perto da minha casa. Sempre ficávamos prestando atenção na conversa dos mais velhos e sempre ríamos das coisas confusas que eles falavam. Antes de ir embora, sempre íamos pra minha laje e conversávamos sobre nossos desenhos preferidos: Cavaleiros do Zodíaco, Dragon Ball Z, Digimon... Quando ele ia embora eu ficava triste, porque ele era meu melhor amigo. Caroline Ivo Rubins
Q
uando meu irmão, meu primo e eu saíamos para andar de bicicleta nas ruas a gente fazia cada loucura. Apostávamos corrida. Um dia que a gente apostou corrida foi tão engraçado. Meu irmão bateu em um carro e quebrou a bicicleta do meu primo toda. Eu quase atropelei uma velhinha. Para não matar a velhinha, eu me joguei em cima de uma casa. E quando chegou a noite, eu, meu irmão e meu primo morremos de tanto rir com tudo que aconteceu naquele dia. Luiz Eduardo R. Lima
CRIANÇA merece carinho!!!
T
rabalho em uma creche municipal e venho observando o cuidado que os responsáveis têm com seus filhos. Alguns deixam muito a desejar e mandam as crianças com roupas sujas, sem banho, com unhas grandes e etc. Este tema me incomoda muito porque sei que criança merece ser cuidada, amada e acolhida e tem que ter os seus direitos garantidos como qualquer outro cidadão. A interação social é o ponto básico no desenvolvimento dos pequenos. A importância da presença e do cuidado dos pais e daqueles que fazem parte de seu dia-a-dia é essencial para que elas cresçam saudáveis. Crianças têm algumas necessidades básicas que devem ser atendidas sempre, principalmente, alimentação. Lamentável saber que muitas crianças passam necessidades e que algumas até morrem de fome.
A criança tem que ser vestida adequadamente, de forma bem confortável. Ter higiene diária: banho, escovação de dentes, corte de unhas, roupas limpas e etc. Todas as crianças devem ser vacinadas. No dia-a-dia das crianças todos esses cuidados devem ser tomados para que elas sejam felizes. Mas o cuidado maior é a atenção dedicada a elas. Tratem seus filhos com amor e carinho. Brinquem, incentivem sua imaginação e o diálogo. Deixe a criança ser criança! È bom demais! Nutrir a criança? Sim. Mas não só com leite e pão. É preciso acariciá-la, embalá-la, massageá-la, abraçá-la, amá-la... Poliane Cristina