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SALVADOR TERÇA-FEIRA 14/8/2012
Divulgação
LANÇAMENTO A animação Yellow Submarine ganha edição em CD, DVD e Blu-Ray
Todos a bordo em versão restaurada dos Beatles MARCEL BANE
Pepperland é uma terra mágica, na qual a música reina suprema. Até que os Meanies Azuis declaram guerra e enviam seu exército de malvados, cujo líder é a temível luva voadora, para destruir toda a beleza e aniquilar qualquer melodia. O mundo colorido de Pepperland começa a ficar cinza. Restaurar as cores e os sons a esta terra paradisíaca é a função da Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, de uns certos Beatles. Yellow Submarine, o longa de animação estrelado pelos quatro fabulosos, ganhou uma reedição em DVD e Blu-Ray, além da trilha sonora em CD. Eis a chance de assistir a um clássico da psicodelia em alta definição, com sons e cores brilhantes. A inspiração para Yellow Submarine nasceu da canção homônima, escrita por John Lennon e Paul McCartney, para o disco Revolver, de 1966. O ponto de partida foi uma série de cerca de 40 curtas animados já estrelados pelos Beatles na rede americana ABC, e produzidos por Al Brodax. Foi Brodax quem abordou Brian Epstein, empresário do quarteto, com uma ideia para o longa-metragem. Empolgado com a ideia de trabalhar com o designer alemão Heinz Eldemann, ele contribuiu
YELLOW SUBMARINE / THE BEATLES
rado a redenção da animação. Com seu estilo visual inovador e impregnado de referências pop, não era certamente um desenho para crianças, mas para qualquer um capaz de apreciar sua reinterpretação de poderosas canções dos Beatles. O caminho até a estreia foi curioso. O filme entrou em fase de produção sem um roteiro final, sem um storyboard definitivo, e com um grupo de pessoas envolvidas tão inspirado pelas canções dos Beatles que foi realizado em apenas 11 meses. Esse milagre da realização se deve ao diretor George Dunning, e aos roteiristas Lee Minoff, Al Brodax, Jack Mendelson, Eric Segal e aos diálogos criados por Roger McGouh. Mas foram precisos 14 roteiros diferentes, 40 animadores e 140 técnicos.
Psicodélico EMI MUSIC / R$ 49,90 (DVD) E R$ 89,90 (BLU-RAY) / EMIMUSICBRASIL.COM
Graças ao artista alemão Heinz Edelman, Pepperland, os Beatles ganharam vida e brilho na tela
Versão traz o trailer original, um making of chamado Mod Odyssey, com bastidores da produção
com as músicas It’s Only a Northern Song, All Together Now e Heybulldog. Mas a série de desenhos animados da ABC estava para Yellow Submarine como a ingenuidade das primeiras canções do Beatles está para a revolução do álbum Revolver. O longa foi lançado nos cinemas em 1968, e trouxe consigo uma revolução na maneira
como os desenhos animados eram feitos e mudou a percepção para a audiência a que se destinavam. Obviamente, grandes animações já existiam à época: os clássicos desenhos da Warner Bros e os longa-metragens da Walt Disney já faziam parte de uma tradição de grandes estúdios e produções que encantavam espectadores de
todas as idades. Mas uma mudança aconteceria nos anos 50, quando as emissoras de TV passaram a exibir os desenhos no período no qual as crianças estavam em casa, após a escola, e nas manhãs de sábado, mudando a percepção do público adulto quanto aos desenhos animados. Quando Yellow Submarine estreou, em 1968, foi conside-
Inspirado pelas novas tendências nas artes daquela geração, Yellow Submarine se coloca lado a lado com a vibrante pop art de Andy Warhol, Martin Sharp, Alan Aldrige e Peter Blake, com a fotografia psicodélica de Richard Avedon e com as imagens surreais de Salvador Dalí. “Nós decidimos trazer as imagens que são familiares para o imaginário popular. O filme, apesar da história e do enredo, foi desenhado para ser uma experiência”, contou o diretor George Dunning, no livro Beatles at the Movies, de Roy Carr. O longa captura com perfeição o espírito dos combativos anos 60: o movimento antiguerra, a contracultura e a onipresente psicodelia do período. Tecnicamente, a obra refletia a verve exploratória das artes de vanguarda, com o uso de luzes estroboscópicas, cores fortes, edição rápida e sequências de colagem. O processo de restauração do filme foi feito à mão, quadro a quadro, de forma a preservar a arte gráfica original. A primeira edição em DVD foi lançada em 1999, mas sem o tratamento adequado para os desenhos originais. Desde então, o filme estava indisponível.
Liderado por Luiz Rocha, Zona Harmônica resgata uma esquecida tradição brasileira
Coletânea Chico Castro Jr. Jornalista e repórter do Caderno 2+
Diz o senso comum que “brasileiro não tem memória”. Como todo clichê tem seu fundo de verdade – ou não seria clichê –, aqui vai mais um dado brasileiro perdido no tempo, cortesia do gaitista e pesquisador baiano Luiz Rocha: “Entre os anos 1930 e 60, o Brasil teve vários trios de gaitistas, de relativo sucesso”. Imerso nas suas pesquisas e nos encontros/workshops que costuma promover, o Papo de Gaita, Luiz acabou formando ele mesmo um trio naqueles moldes, o Zona Harmônica, que atualmente cumpre temporada todas as sextas-feiras de agosto no Visca Sabor & Arte. Formado por Luiz (gaita diatônica), Breno Pádua (cromática e diatônica) e Ramon El-Bachá (gaita baixo), mais o percussio-
PRETA GIL
nista Ricardo Hardmann, os músicos mandam ver versões de standards como Summertime (G. Gershwin) e Tequila (The Champs), além de hits radiofônicos mais recentes, como Smooth (Santana), e autorais, como Medo de Chutar Alguém (composta pelo trio). “Os trios antigos usavam uma (gaita) cromática, uma gaita baixo e uma de acordes, mas nós usamos basicamente as diatônicas, que são as comumente usadas no blues”, conta. “A ironia é que não temos blues no repertório”, ri Luiz. “Buscamos temas consagrados de diversos gêneros, músicas conhecidas por ouvintes de vários perfis. E aí as transportamos para estética da gaita”, explica.
Gaita made in China
Tainã El-Bachá / Divulgação
Luiz Natureza estreia Conhece Luiz Natureza? Não se envergonhe. Um dos melhores e mais bem guardados segredos da música baiana está prestes a ser revelado. Quem não quiser esperar o álbum que o produtor andré t. está concluindo, deve comparecer ao show que esse simpático senhor, fã de Roberto Carlos e ska, faz nesta sexta-feira, no Dubliner’s Irish Pub. 22 horas, R$ 10. Depois não digam etc e tal...
Zona Harmônica: Breno Pádua, Ricardo Hardmann, Ramon El-Bachá e Luiz Rocha, toda sexta no Visca
O Zona Harmônica em si é fruto dos Papos de Gaita. “Uma vez mostrei no encontro uma gaita baixo que me foi emprestada por Léo Barros, ex-integrante do único trio de gaita dos anos 60 em Salvador, o Harmônica Trio. Ramon, que é médico e fã de gaita, se interessou. Algum tem-
Os músicos mandam ver versões de standards, além de hits radiofônicos e músicas autorais
TITÃS
SANTANA
Música & pimpolhos
po depois, ele viajou à China, para uma convenção, e trouxe uma gaita baixo de lá. Foi o que faltava para formarmos o trio. Um negócio da China, literalmente”, diverte-se Luiz. Embalado, o grupo foi aprovado em um edital setorial de música da Fundação Cultural do Estado (Funceb). “Ainda não fechamos as datas, mas entre ou-
tubro e dezembro, estaremos rodando por algumas cidades do interior, com o workshop Papo de Gaita e o show do Zona Harmônica”, comemora Luiz.
VEJA: WWW.PAPODEGAITA.COM
O senhor ou a senhora dona de casa tem filhos? Faça-lhes um favor e leve-os ao concerto da Orquestra Castro Alves (segunda a sair do Projeto Neojiba), dentro do projeto Música para Brincar, na Concha Acústica do TCA. Regência do equatoriano David Calderón e participação do jovem Yuri Azevedo, aquele menino que ganhou um prêmio em Campos do Jordão. Domingo, 17 horas, R$ 10 e R$ 5.
REVERENDO T. & OS DISCÍPULOS
MALDITA
THAEME & THIAGO
ZONA HARMÔNICA / SHOWS ÀS SEXTAS-FEIRAS DE AGOSTO, 21 HORAS / VISCA SABOR & ARTE (R. GUEDES CABRAL, 123, RIO VERMELHO) R$ 15
DESCRENTES
Em seu novo trabalho, intitulado Sou Como Sou, a cantora Preta Gil mostra suas grandes marcas: canções dançantes com letras que questionam estereótipos e bastante ousadas, como a nona faixa, Tudo com Você.
Sem favor nenhum, um dos melhores LPs do rock brasuca em todos os tempos, Cabeça Dinossauro (1986) ganha edição comemorativa. O CD 2 traz a versão demo do disco, com a inédita (e ótima) Vai Pra Rua. CABEÇA DINOSSAURO ED.
O Reverendo T. (nome artístico de Tony Lopes) solta EP em que dá guinada rumo a um som eletrônico, enumera seus defeitos (Muito Prazer) e confessa seus pecados (Desculpe). Divino. MUITO PRAZER
A banda Maldita dá a cara a tapa e arrisca uma mistura de metal gótico com funk carioca. O resultado é mais do que duvidoso, impressão reforçada pelo apego aos clichês de ambos os gêneros. Para não mencionar as letras pueris.
Como toda boa indústria, a fonográfica lança diversos produtos iguais. Este CD é mais um dentro do segmento de duplas sertanejas com canções que falam de romance e pegação na balada.
COMEMORATIVA 30 ANOS / WARNER / R$
Volta, benvinda, de Santana ao som instrumental, sem intenções pop. Há menos latinidade que de costume, trocada por uma abordagem melódica mais profunda e mística. A faixa-título é uma bela elegia à ancestralidade indígena. SHAPE SHIFTER / SONY
SOU COMO SOU / UNIVERSAL/ R$21,90
/ BRECHÓ / BAIXE: DISCIPULOS
MONTAGEM /INDEPENDENTE / BAIXE:
MARIANA PAIVA
14,90 (CD) / R$ 32,90 (DVD) / R$ 35,90
24,90 CHICO CASTRO JR.
MUSIC / R$ 24,90 EDUARDO BASTOS
DESCRENTES.BLOGSPOT.COM.BR CCJR.
BANDAMALDITA.COM.BR CCJR.
(KIT CD E DVD) MARCELO ARGÔLO
AO VIVO EM LONDRINA / SOM LIVRE / R$