ESCOLAS DE SAMBA DO RIO DE JANEl RO OU A DOMESTICACAO DA MASSA URBANA Maris Isauf3 Pereira de Queiroz,
Diretors de Pesquisa do Centro de Escudos Rursis e Urbanos, Departamento lM Ci6nciss Seciais, USP.
INTRODUCAO
Rio , v~spera do Sabado Gordo : 0 prefeito entrega as chaves da cidade ao ReJ....Momo. As batucadas ressoam pelas esquinas, as ruas centra is cintllam de mil luzes. Jarnais, revistas, TV , em tftulos retumbantes celebram 0 reinado da folia : UrT" banho de laucura sacode a cidade, dizem eles. num ritmo de inversoes e de licenciosidades, trazendo
a abolicao das d istancias socials,
0
nivelamenta dos individuos , a
sol uCao dos conflitos num sonho colet ivo de alegria e felicidade ... Mas ~ na noite do Domingo Gordo, com 0 desfile das grandes Escalas de Samba, que 0 carnaval atinge seu ponto maximo ; inidado as 18 haras, termina por volta de 11 ho ras da manha seguinte, sob 0
ard urne do sol. No deslumbrarnento das cores, no cintilar das luzes, no retumb ar das baterias, 0 supershow desenrola os 40.000 figuran tes das 10 grandes Escolas diante de arquibancadas err- que IT'ais de 100.000 espectadores se requebram cantando sambas , ou gritam no entus;asmo da torcida pela "sua " Escola . . 0 desfile nao ~ sornente um supershow, ~ tamMm urn concurso, uma competicao, na verdade uma batalha impiedosa: na 5{1 feira seguin te , as urnas contendo os votos de vinte e dois jurados serao abertas, a contagem designara a grande vltoriosa do ano. E sera 0 desencadear novarnente da alegria e da loucura, agora no suburbio da Zona Norte ao qual eta pertence. o que sao, na verdade, as grandes Escolas de Samba? CADER NOS CE RU (2~ StO RI E) N~ 1 - 1985
7