Maria Julia GoldwasserzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJ
o PALP~CIO zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVU D O S A H B A ----ESTUDO SAHBA
ANTROPOLÓGICO ESTAÇÃO
PRU1EIRA
DA ESCOLA DE
DE
MANGUEIRA
Dissertação de Mestrado apre sentada ao Programa de Pós-
Graduação em Antropologia S~ cial do Museu Nacional dazyxwvutsrqp Universidade Federal do de .Jane í.r-o ,
Huseu Nacional 1975
Rio
ÍNDICE
págozyxwv Introdução I.
NO INfcIO "Er-a uma co i.s a muí.t o S:LLlp.LCc:;\l I.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
2
o
Fundação
da E::::cola
de .3d'üba de H arrgue í.r-a
30 O Morro de Mangueira 11,
físico
13
da estrutura
social
no espaço
e arquitetônico
2. O deslocamento
21
espacial
201 - A Sede Antiga
25
2.2 - A Cerâmica
28
2,3 - A Quadra
32
Antiga
2.4 ~ O Garnier 30
A Codificação
39
social
do espaço
no Palá41
cio do Samba QUEM Ê HANGUEIRENSE? 1.
L rrtr-oduçâo
2. Domínio
52
das categorias
3, O fechamento estrat~gia IV.
8
O PAL1\CIO DO SPu'1BA I. Projeção
111.
1
ORGANIZAÇÃO
do sistema
53 como
de auto-definição
60
INTERNA
1. Contradiç6es 2. Estrutura
gradativo
internas
b~sicas
71
Organizacional
77
2.1 - Alas Reunidas
79
2.2 ~ Ala de Bateria
84
2.3 ~ Ala dos Compositores
86
204 - Diretoria Carnaval
da Escola
e Comissão
de 94
pág. 3. O padr~o 4.
V.
de organizaç~o
e o DesfilezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJI 101
A Escola
IDEOLOGIA
DA ESCOLA:
NAl'JGUEIRENSE 1. Ideologia
VI.
O QUE PENSA O
(I ) como sistema
2. HEra um tempo 3.
cultural
de arrogância
"Dout or-e s do Norro
IDEOLOGIA
burocráticazyxwvutsrqponmlkjihgfed 97
DA ESCOLA:
106
e valentialV
107 125
11
O QUE PENSA
O
(1 1 ) 11ANGUEIREHSEzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQP
"Mangueira
VII.
~ uma famflia
138
1. A comunidade
auto~delimitada
139
2 • A comunidade
nivelada
145
3 • A comunidade
unida
154
DA
IDEOLOGIA
ESCOLA:
MANGUEIRENSE
O ASPECTO
O QUE PENSA O
(Conclusão)
é intransferível!l!
"O Carnaval VIII.
reunida"
POLÍTICO:
QUEN COi"l.A.NDA A ESCOLA
1. O tradicionalismo 2. O "saber"
159
como argumento
polftico
como a+r i.bu+o
carnavalesco
de
liderança 3. O
I"
172 f
'"
~.
'Morro' como r8 erenCla
u , O processo
eleitoral
... .
179
polltlca
na Escola
de Samba 182
de Hangueira IX.
"AQUELE
189
ENCANTADO ... íi
t1UNDO
Bibliografia
170
194
citada
Ilustrações' Planta
baixa
Diagrama Escola
do Pavimento
I: Sis~ema
organizacional
de Samba Estação
Mangueira
42-A
Térreo
Primeira
da de 77-A
INTRODUÇÃO
Este trabalho riamente
de uma pura emoçao
te a lmensa de Escolas tatava
beleza
ra mlm.
plástica
transbordar
que eu via desdobrar-se
dos Desfiles muito
Os Desfiles
delineando
não constam
toda a interpretação,
constituem
vários
de Samba e como
a-
certas
em suas apresentações,
como objeto
de estudo
pa-
desta análise
pOE
de organização
a cena e o som permanentes
não só porque
que eu cons
Fui durante
explicitamente
em outro nível
eles são contudo
tema como porque
de Escolas
enormeme~
nos Desfiles
o ritmo e alegria
particularmente
de Samba foram-se
que ela se concentra Samba;
Impressionava-me
de seus participantes.
intrigavam-me
as Escolas
estética.
de Samba e contagiava-me
nos espectadora coisas
ele é fruto prim~ de um deslumbramentozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV 3
nasceu
fornecem
a sua expressão
das Escolas
de
ao fundo
de
a razão mais
de ser do sis
adensada
e vívi-
da. Pretendi isso, a Escola quado.
realizar
aqui um "estudo
de Samba pareceu-me
Em alguns
casos,
de comunidade,,(l) e,
um objeto
especialmente
em cima do acontecimento
para ade-
intermitentezyxwvuts dó
(1) Cf. Goldwasser, N.J.: 1974 - Estudos de Comunidade: Teoria ou Método? em Revista de Ciências Soclals, UnlverSldade Federal do Ceará, VaI. V - n9 1, 19 semestre. é avaliada neste artigo como uma tenta "Estudo de Comunidade1V tiva de apreensão unitária da realidade derivada do enfoque an t r-opo Lôg Lco clássico. A "comunidade I! é definida como um objeto construido de análise, e não como uma realidade empíri ca, que tem seus limites teoricamente demarcados por uma pro~ blematica específica, caracterizando-se o método como uma for ma de estudo intensivo aplicado sobre uma teia de relações sõ ciais localizada e permitindo preferencialmente capitar o sis tema de relações inter-pessoais e as categorias de representã ção social. -
I I zyxwv
Desfile, Escola
se construiu
uma estruturaç~o
de Samba pode emergir
do num espaço relações
determinado
sociais.
deste tipo
como um grupo
e regulado
A presente
- a Escola
est;vel
e
continuada
social
ordenado~
fixa
definido
de
por um padr~o
dissertação
de Samba Estação
se deteve
Primeira
e a
num exemplar
-e , de Mangueirazyxwvutsrq
naturalmentezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 3 as indegações iniciaiszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZ f or-am as mesmas colocadas na observaç~o O ponto eu notava
dos Desfiles. de partida
da análise
entre o grau de organização
de Carnaval. estruturado
Os Desfiles e o Carnaval,
festa caótica;
ao mesmo
tre a magnitude
constituem
tempo~
socia.is mais baixos,
passaram
vamente
na escala
transformação crescimento
desencadeou
diferenciais
dentro
prioritariamente de poder
decisório
Samba têm-se
mente
unidade
tar a Escola
en-
Hinvasão
essa
por sua projeção
estratos
um público social;
relatie
essa
nova em termos entre
camadas
social.
de sociais
Frequentemente
de classe média"
e discutido
de tlperda de autenticidade"
e
tradicionais.
a respeito
de Escola
que são os
de
Desfiles
e
é a imagem que a Escola efetiva manifesta
o sistema
em sua realidade
de
esse fenôme-
em sua face conspícua
penetrar
uma
de classe média,
das discussões
pré-Carnavalesco,
contudo
também
de estratificação
de uma mesma
parte
como
a desproporção
originárias
por parte dos dirigentes
detido
autoriza
ressou-me
a atrair
como um processo
Como a maior
o período
de Samba,
e de confronto
como
situação
rigorosamente
compreende-se
surpreendia-me
de fora por observadores
no tem sido rotulado
um espetáculo
illfia prOblemática
institucional
e a
que
e seu curto tempo de encenação.
as Escolas
mais elevado
contradição
dos Desfiles
ao contrário,
do espetáculo
Recentemente,
analisado
foi a visível
menos
nessas
ocasiões.zyxwvutsrqpo In-
de seu ;ngulo evidente
interno
e ca~
do dia a dia.
C on-
1 1 1 . zyxw
siderando
que existe
uma engrenagem
supoe uma organização descortiná-la
social pronta
em sua configuração
gral de funções.
atrás do Desfile
Importou-me
a atualizâ-la~
própria
também
e que esta
tratei
de
e seu complexo
retratar
inte-
típizyx
o integrante ,
co da Escola definir
de Sa~ba em suas motivações
a sua visão pessoal
inerentes
do processo
e sobretudo
em curzyxwv
de transformação
SOe
Dados os objetivos de se revelassem a escolha
da pesqulsà)
com maior nitidez
da Escola
Uma Escola
mo agência
enraízada
tanto mais consistente A Escola antigas
Escolas
Assim,
-se ali uma representação mentarem-se
s~rie de requisitos uma base econômica de u.rn quadro
vas
social
de estudo,
valendo
de mudança,
ã
mais quase
de formular
como de sedi-
modalidade
na operaçao
de estu ..• . proprla de
uma
como a disponibilidade
a financiá-la~
a arregimentação
um grau significativo
diferenciação
de
de funções
de organizaadministrati-
contínuo.
este nível
~ deste ponto
-
. e teve sede proprla
como a atual Lüplica
estável,
.-
e
em sua formação.
de l'langueiraé uma das
necessárias
capacitada
co
e este seu aspecto
não só possibilidade
institucionais
como
além do Desfile
consolidada
do processo
de desenvolvimento,
e r-Lz a+s e como uma agência
global;
de Mangueira
de uma sede
~- e funcionamento
t
houve
on-
determinou
A existência
-- inclusive
Atingido car-ac
Primeira
a realizar.
considerável
ção interna
mais
as características
do que me propus de porte
no cotidiano
de Samba existentes
desde a fundação.
Primeira
de Samba existe
quanto
de Samba Estação
esclarecê-los
e este princípio
de Sam b a Estação
campo de estudo. social
procurei
de vista
mediadora cresce
a Escola
de
Samba
em face da sociedade
em interesse
não só por sua problemática
como objeto
específica
como
IV.zyxwv
:?ela abertura
que desvanda
as quais exerce distribuir ;uizadas
para
o seu papel
as áreas do
tl~ansitivo.
em áreas diferenciais
que aglutina,
a Escola
são condensada
do modelo
as suas normas
segundo
Da uma inversão der vigentes
Os dados
des da Escola.
r.e ssas ocasiões,
verporém
em si mes-
e do sistema
foram
coligidos
no período
de po-
tanto
da Escola.
principalmente
incluindo
também
a-
de Samba Estação
tive ocasião
o período
de
cobrindo ,portanto to
da Escola
este período,
movimentação
são resultado
hierar-
retraduzindo
sociais
de Alas e comparecer
acompanhando
a fase de menor
contidas
Durante
reuniões
a
global.
do um ciclo anual de funcionamento
ciar a inúmeras
entre
como uma
e reproduzindo
de 1974 consecutivamente,
meira de Mangueira,
as camadas
amplo,
próprio
de relações
desta pesquisa
bril de 1973 a maio
mais
social
internamente
de Samba recorta-se
um código
na sociedade
Tendendo
de ação social
societário
do padrão
sistema
a todas
Pri-
de presen-
as festivida
pré-carnavalesco
como
As interpretações
das observações
algumas
aqul
conduzidas
entrevistas
e dados
de
fonte secundária. Quero nesta Diretoria facultou
da Escola
oportunidade
agradecer
de Samba Estação
muito
Primeira
.. a
especialmente
de Mangueira
quezyxwvutsrqponmlkj me
o aces~o
a todas as depend~ncias
e atividades
da Escola
sem cujo concurso
não teria sido possível
a realização
deste
:hoo
Desejo
~etoria
=a
também
das Alas Reunidas,
Ala Comigo Ninguém
~o decurso
:a
agradecer
cortesia
do trabalho
à
Diretoria
da Ala de Bateria,
aos Compositores
Pode e todas
as demais
da Escola, pessoas
de campo por sua valiosas
com que sempre me receberam
à
traba
à
Di-
Diretoria
que encontrei
informações
e facilitaram
e pe-
as observa-
:;:)es. Desejo ~:)Programa
consignar
meus agradeci~entos
de Pôs-Graduação
em Antropologia
aos meus professores Social
e
do Museu
Na-
v .zyxw cional~
a quem devo minha
res Roberto
Augusto
lho que leram parte
formação
da Matta~ destes
e, em especial,
Diretor
originais
aos
do Programa, e me fizeram
Professo-
e Gilberto
Ve-
relevantes
su-
gestões, Agradecimentos Professora
Francisca
incessante
que me comunicou,
por sua aSS1SLenCla •
!-
-
""-'
Isabel
recunca, ,
Para a realização gla Social,
beneficiei-me
C.A..PES durante
.,.
registrozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQP ã minha Orientadora,
destacados
o perlodo
Shurig
Vieira
pelo diálogo crítica
Keller~ amistoso
estímulo
e sobretudo
e construtiva,
do Curso de Pós~Graduação de uma Bolsa de Estudos de março
pelo
de 1972 a outubro
em Antropolo concedida de 1974.
pela
I - NO INfcIOzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV
1.
!lEra uma coisa muito
Es-te trabalho Estaç~o
Primeira
Escola musical
trata de uma Escola
po~ sua finalidade
As Escolas
que enquanto
entre
do Centro
fabris,
sem profiss~o
Escopa-
seu' objetivo
As Escolas
de
Samba,
carnavalescas. sociais
carioca(l) com nomes
comentam
r-e cr-u zyxwvu t avam -
de
relativamente definida
mais
de conheci-
as Escolas
as posições
que, ao contrário
Sociedades,
porém
e os Ranchos
de uma população
que aqui ocupavam
Notam também
elegantes
da época
operários
de indivíduos
chos e das Grandes
contavam
As
estabilizaram-
nos estratos
do Carnaval
Sociedades
eram formadas
tes de áreas rurais
~ente
conservando
instituições
que se ocuparam
e comerciantes
composta
periféricas.
de Samba
organizados
algumas
no Carnaval.
essencialmente
se predominantemente
lizada~
permanentes,
as Grandes
dos escritores
em contraste
temporariamente
de Samba originaram-se
Autores
carnavalesca.
Progressivamente,
de se apresentarem
constituem
baixos.
como grupos
o Carnaval.
-se como agremiações
assim,
a Escola
é uma modalidade de associação recreativa e de SambazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Ias de Samba surgiram
primordial
de Samba:
de Mangueira.
caracterizada
ra brincar
simples"
ou
sociais
dos Desfiles
Samba margina migranmalS
dezyxwvutsr Ran-
que se davam em ruas comparativa-
da cidade,
o Desfile
das Escolas
de Sam
(1) Remeto a Eneida 1958 - História do Carnaval Carioca, Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira. Efegê, Jota 1965 - Ameno Rosedá, o Rancho que foi Escola, Rio de Janeiro: Editora Letras e Artes Ltda.
2 •zy
~~ fazia-se
numa
:io: a Praça
zona bastante
deteriorada,
à area do meretrí-
próxima
Onze de Junho.
As Escolas
de Samba foram
criadas
no Rio de Janeiro
na década
de
t zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJ e . Apareceram num período bem fluido da música popular brasilei-zyx vi.n
:,a., o samba _::4
. aS-lm,
apenas
. malS
:'e Samba.
ora confundidas
=lxar os locais
de Desfile
A express~o
~la, na Rua Joaquim Corte, depois
=~stituto
~~cio marcarem
de Samba"
foi cunhada
encontro
:'2 fácil identificação,
uma Escola
Seja porque
fosse hábito
nas proximidades seja porque
dos sambistas
=:':'erã-lacomo a primeira apresentado-se -- ~esmo
de subvenções
Escola
•
antiga
Ali exis
Escola
dos sambistas por ser um "mestres
tornou-se
de Samba surgida,
Normal
com o nome
embora
mas como Bloco,
de
E~dozyxwvuts ponto em Sam
Falar"
a
tradição
con
Sendo o "Deixa
do Estâcio,
e
de agremiação.
da Escola
ll
Escolas
que as condicionou
se considerassem"
sob esta de ominaç~o,
como Rancho
mesmo
para a Rua Maríz e Barros
::~n,daí surgiu o termo "Escola de Samba ~:,incipal agremiaç~o
como associações
no Estãcio.
Normal,
e, aln
. 1 (2) mUSlca .
a distribuiç~o
as modalidades
transferida
de Educaç~o.
em 1935
segundo
Palhares,
musical
ora denominadas
do Carnaval
ao determinar
"Escola
longo tempo
com Blocos,
Foi a oficializaç~o formal
como um gênero
do que como estrutura
de Samba permaneceram
~ uma definiç~o
:'a.
de se definir
como um termo
As Escolas ~lutuantes,
acabava
nunca
tives
e se extingui
em 1933. (3)
~) Admlte-se que o Samba tenha-se codificado como gênero musical em 1916, com a gravaç~o de I1Pelo Telefone" de Ernesto Joaquim Maria dos Santos (Donga) Ver: Pixinguinha, Donga, Jo~o da Baiana 1970 - As vozes desassombradas do Museu Rio de Janeiro, Museu da Imagem e do Som. paga 73 e seguintEs. -
Mangueira reivindica ter sido a primeira Escola a desfilar com denominaç~o de Escola de Samba mesmo, isto desde sua fundaç~o .f Lc i a L,
a
3.zyxw
As Escolas
de Samba muito
2arnavalescos.
Destes,
deveram
herdaram
::'ade,foram simplesmen-te Blocos sentação
toda a estrutura que assimilaram
~iavelmente ?ortela,
o modelo
de
na veE apre-
livremente
o ritmo,
Os Ranchos
fantasiados
na
folclóricas
do país
respondendo
passavam
configurado
derivados
ao desenvolvimento
de
cercados
instrumentos
p~
um Bloco. de Reis(4)
nas áreas rurais
urna conformação
em alas que atendiam
em forma processional,
alguns
dos Ranchos
existentes
- apresentavam
urna quantidade
sem fantasias,
o grupo e mais
- possivelmente
Organizavam-se
o Desfile
inva
Vai corno Pode
o Carnaval:
ou mesmo
e já se achava
outras manifestações tados do Norte
de Samba encontra-se
na Mangueira,
para brincar
por uma corda para delimitar
Ranchos
de Desfile,
"BlocosllzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUT eram agrupamentos quase indiferenciados de
que se juntavam
ra marcar
Escolas
um Bloco: Arengueiros
etc.
indivíduos
da.
aos Ranchos
dos Ranchos.
Na raiz de todas as antigas
?essoas
de sua formação
a um papel
mais
acompanhados
e Es-
elabora
temático,
de um enredo
e
todo
escolhido.Os de instrumen-
(4) Cascudo, Luis da Câmara 1972 - Dicionário do FolcJore' Brasileiro, Folia. Rio de Janeiro, INL/MEC: p. 384.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA "No Brasil~ a folia é bando precatório que pede esmolas para a festa do Divino Espirito Santo (folia do Espirito Santo) ou para a festa dos Santos Reis Magos (folia de Reis). MeIo Morais Filho ...• alude indiferentemente à folia e à bandeira corno si nônimo dos mesmos "ranchos de rapazolas, brancos, crioulos mestiços, vestidos de branco, com as jaquetas enfeitadas com laçàrotes de fitas, trazendo chapéus de palha, com laços verdes, escarlates, cor de rosa, etc. que desdobravam-se em longas e flutuantes pontas sobre os o~bros e as costasll• As folias de Reis andam à noite, no mister idêntico de esmolar pa ra a festa dos Reis Magos .... Da véspera de Natal (24 de de= zembro) até Candelária (2 de fevereiro), a folia de Reis, representando os próprios Reis Magos, sai angariando auxílios •... Com violões, cavaqui~ho, padeiro, pistão e tantã cantam à porta das casas, despertanao os moradores, recebendo esmolas, servindo-se de café ou de pequena refeição
e
4.zyx
~~s de sopro
com flautas
_~ns e de percursão seu gênero
=8
musical
os cenários,
g~upo,
entre
Levavam
esses,
as Escolas em alas,
o enredo.
que conduzia
a obediência
o mestre-Sala
~lguns
instrumentos
musicais,
o andamento
as características
conforme
a cadência
de organização
da Escola
pouca
das Escolas
uma orquestra: surgiram
chos.
os Ranchos
Porque
~holas! valia,
a Escola
trazia
vinham
Foram abolidas
aí est~
de Samba em de~ descreve
assim
as castanholas
violão.
cavaquinho, E neste
imitando
eram de sandálias
traziam,vamos
cavaquinho,
acelerado.
Os Ran
com o ritmo
Os Ranchos
surdo,
as pastoras,
dos Ranchos.
de Samba,
com violão,
com ritmo um pouco mais então
e
de Samba na época.
coisa mais alterado.
co acelerado,
alegó
Eliminados
do Samba,
de Samba de Mangueira
das Escolas
de Samba então
tamborim,
do
os elementos
e a Porta-Estandarte.
chos era do ritmo mais moderado.
Escolas
a insígnia
a forma processio-
temática,
- HAs Escolas .de Samba sao a continuação
traziaum
O conjunto
como os de sopro e as castanholas,
rítmico
do padrão
Um fundador
dizer,
representan-zyxwvutsr
isto é, um carro introdu
de Sa~ba extraíram
o Abre-Alas,
~ais moderado,
a marcha-rancho,
alegóricos
e comunicando
ricos,
va o essencial
e bando
de um Mestre-Sala.
Dos Ranchos,
file.
carros
de uma Porta-Estandarte
~al, a disposição
com violões
executando
um abre-alas,
a agremiação
acompanhada
~celerado
de cordas
como castanholas, próprio.
~6rio apresentando e~a precedido
e trombones,
As
pandeiro, ritmo um pou-
como eram os Ran-
~! Casta
e castanholas.
dos Ranchos,
mas a sandália
prevalescia! Então:
aboliram
pro que tinham nho, violão,
as castanholas,
os ranchos.
bandolim
tiraram
os instrumentos
Ficou só: tamborim,
e sandálias,
pandeiro,
isto era a Escola
de so
cavaqui-
de Samba,
e um
ritmo um pouco mais alterado. Agora
não, agora é aquela
um samba maluco
zoada de surdo,
que não se entende
nada,
o que, alas e mais alas de não sei o que.
caixa de guerra,e
fantasia
de luxo de não sei
Não tinhas
essas alas."
5 •zyxwv
- "Tinha o que?1i - "Era a Porta~estandarte(5)e
~
-"E uma Escola -:::":-::-la mais ou menos
de Samba desta epoca, quantos
_I1Uns trezentos :2:-"tos ~ mil. modo
3
quatrocentos.
3
pe].o modo
quando
vinha
Tinha Escola
de cantar.
a diferença
e a bazyxwv
as baianas
desfilar,
es ?"
uma melodia ~ se ve." se no ta
~~cil de se notar ::'::"2.,
com ponerrt
Mas era ide:;:üificada quando
de tocar,
ritmo
Hestre-Sala,
chegava
At~ hoje
que tinha oitona Praça
cada Escola
Naq ue Le tempo
o
pelo ritDD,
Onze p~
se notava
tem
era mais
di-
era pela melo-
era uma coisa de mais i/nportância ~ uma coisa mais bonita,
-:2:1..:.'1a dúvida.
11
-11Naquele tempo - "Não.
Enredo
__ cores da Escola: ~ qual
não
tinha
a sua
as Escolas
3
apareceu
tinham
enredo
mais tarde.
azul e branco,
verde
para sair cada ano?"
A gente respeitava
e amarelo,
só
tal e tal.
Ca-zyxw
cor.
- llE este negócio
de enredo
afetou muito
- flFoi um erro da Mangueira.
as Escolas?"
Quem lançou
enredo
foi a Manguei
à Mangueira
:'2., sem julgar que mais tarde seria prejudicial
mesmo.
:,'.1e se gasta hoje um capital
que não tinha necessidade
de se gastar,
:~Dcarros
coisa que não era preclso
ter.
alegóricos,
~as vão crescendo :cisas, e mais
muita
e vão aumentando
fantasia
tal.
o povo,
As Esco
e bota mais gente,
Não precisava
ter isto.
e mil
O enredo
era
·..:..;:-;a coisa simples." "Qual foi o primeiro
enredo?11
- I1Foi: a Floresta." - "E o samba,
como era?1i
- ilFazia-se um sa'1lbaespecial :::a.sião,nós fazíamos -3e cantando
um samba bonito,
:-:3.-Tlgueira que vinha, ~ Salgueiro
Bntão)
: ?OVO
outro;
acompanhava,
:'aquela e deixava
- ,.
Depois
com o mesmo
saía-se
Naquela
da Central,
sentia
de Escola cantava-se
três horas samba,
ia-
que era
que era o Salgueiro.
Tinha uma porção duas,
na ocasião.
que o povo
na hora do concurso,
~~ e vem até aqui em baixo
: \
alegre,
é como hoje que ê cansativo:
~ava5 cantava
cantar
um quando
que era a Portela,
não existia.
~a era certa. .:~o
três sambas:
para
a
Aliás,
de Samba,
nenh~
outro samba.
um samba só .
entendeu?
Pega
O samba pa-
..
depois parava 5 cantava outro~ para salr. Então ,. .. sala atraso Se estivesse melhor o povo 1a atras
a outra para
se transformou
lá jogada
fora.1I
em Porta-Bandeira.
6 •zyx
- "Voce se lembra
de algum
"Um eu me lembro:
samba desta época?"
A Floresta.
Quando
?::"::resta, eu fiz um samba, mas sem maiores
fizemos
o enredo
da
pretensões:
Na Floresta Dei-te
um ninho
E mostrei
o bom caminho,
Mas quando Era assim:
não tinha nada de enredo:
Ar: Ê na Floresta?
este negócio
::a8
é como hoje que a coisa é toda
~~e faz a coisa. ~~ltas
:'0
novos
são Francisco.
.i derrt
í
e não é assim,
E não está exato. Ficou faltando
- daí? Está tudo explicado,
f í.c
E aí fazia o enredo.
ê
ada : 110 enredo
tal" .
..
e
para ver como
e tem que ser assim.
E
Olha, eu fiz um samba;Vale
mencionar
o principal
•..
Mas como inventa-zyxw
vão até a Biblioteca
E corrige,
intromissões.
não tem brio
com a Floresta.
ram
~~tão os compositores
a mulher
um Estado
está aí.
que ele passa.
Não está descrito
:;rio?" - "E as fantasias ,como eram?" - liAs fantas ias eram livre, res e pronto.
O forte
dia tem um figurino.
eram livre .
das Escolas Naquele
Respeitando
eram as baianas.
tempo não:
fazia-se
as
co-
Baiana hoje em
conforme
o gosto
da pesr oa ;"
É necessário
assinalar
les dessa época porque files atuais. poente
bem o grau de flexibilidade
ele marca
Referindo-se
uma diferenciação
ao mesmo
enredo
dos Desfi-
em face dos Des-
nA Floresta",
outro
de-
narrou: "Um dia, M. disse: "Vamos
sair com a Floresta.H
- "Mas H., como nós vamos :omo vamos
sair com um enredo
- "Vamos Slm. ~uem tem jeito para
Fulano
fazer isto? Nós somos analfabetos.
deste de Floresta?"
vai segurando
fazer uns bichos
uns galhos
de barro?"
- "Eu não tenho me.i, to, mas vê se dá. ::,ade macaco?H
...•
..
E assim5 nos lamos improvisando. ~ão tinha muito ::,ese o mais
dinheiro
ch i.ne Lo , alias.
As baianas
Isto aqua,
As roupas
para as fanta~ias,
era como podia,
..
de arvore. está com ca-
eram diferentes:
então respeitava
às vezes quimono, iam em fila do lado
às vezes ... li
as co-
sandália,
7 • zyxw
surgimento correspondeu a um tempo de improvisão ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA =~sfile
quanto
na organização
~ ~presentarem
essas associações
~~~ e, passado
o período
:~ latência
social.
:~:~ro de Mangueira
~~ espocando
pelas
o
ruelas.
futebol
Carnaval,
:::s::ola para o Desfile
constituíam
:~=inido
apenas
~~~açao
do espetáculo
Como vimos, - de Bateria,
poucas
Compositores,
inclusive
:~ durabilidade. =~rência
os arranj os de última
~~çoes
sem definições
;~~, sem ordem
mesmo
=-~:.que,embora
:::::olaque mais
em estado
a qualquer
da
do momento.
menClonam-se:
e Cozinheiras. de liberdade,
en-
colorido
e po~
como pontos
de re
as alegorias,
do conas colabo
de funções. neste
clima geral de improvisa
e sem horário
muitas
Samba tinha compcuitor
lhe agradasse
ho
para pr~
do samba e unificação
simplesmente
ainda houvesse
no
temporalmente
muito
apenas
que
festeira,
de exigências
cre~cm,de
hora fazendo
de apresentação
s~:'a na hora por um segundo
temporá-
e a ativação
Periquitos
funcionavam
se integrava
=-~resentareri1 , O próprio
contudo,
com larga margem
apriorísticas
=~les que se encerraram
e tamborins
alas; em Mangueira,
para inspiração
~.in to,
O desfile
elementar
as de papel
Os enredos
suscintos
atmosfera
em si um evento
Baianas~
=::--,feccionavam-seas fantasias ::ntrando-se
extremamente
a faixa de tempo necessâria
ao nível
havia
dessa época
os informantes
uma intensa
di~rios,
marcante
logo reentrarem
unanimemente
espraiava-se
e consumindo
um caráter
carnavalesco3
Recordam
::= sambas e batucadas
o
da Escola.
tanto no
definido.
pelo apagar Escolas
aguardando
Des
para
parte
O povo seguia
e esta atravessava
ouve
das luzes no pa-
a sua segunda .
T
se
improvi-
atr;s
as aglomerações
da
8.
(6 )zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYX
~~e~as por sua corda e suas cores •zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA - ::~jo relevante
caracterizando
-:'::"clência em que transcorriam e~~ de brigas,
turbulência,
..
a epoca era o clima de ex-
correrias
e indiscriminada
~ =~~a
de intolerância
num contexto
:~ '::"~~ransigenteproibição ==== ~m marglnal.
policial,
Ir ao Centro
:::.==~~ quase um ato de intrepidez =::.'::"3 dispostos
a enfrentar
.
costu de ou
policial.
e menosprezo
social,
sendo perseguido
no Carnaval,
a que somente
os riscos
agressão
o sambista
da cldade
quadro
e assassinatos;
-.::-:::. ~::.r"'ce, uma forte repressão subsistia
o
os Carnavais.
. .•. constltula
se arriscavam
de uma aventura
os
que poderia
-.:=r~~r-setemerária. A Escola
de Samba de Mangueira
:''::''sposta a "brigar,
e ser machucado,
Fundação
da Escola
A Escola
de Samba Estação
_.~,Morro ::e10
machucar
de Mangueira
evolutivo
foi fundada
de Samba Estação
Primeira
e ser presou •
Primeira
de Man&ueira
de Mangueira
no dia 28 de abril de 1928.
das Escolas
por gente assim:
de Samba, Mangueira
roi fundada
Conforme
surgiu
o mo-zyxwvuts
de um Bloco,
(6) É interessante contrastar as funções da corda e das cores. A corda era uma delimitação traçada em torno da Escola, separa~ do-a do meio ambiente. A corda, portanto, segregava a Escola por oposição aos lide fora". "Cortar a corda era a ofensa mai or que se podia fazer a uma Escola", porque a ameaçava de inde finição em face do mundo externo. "Uma vez cortaram a nossa corda e foi aquele bafafá, com a Polícia, o Exército, tudo atrás de nós". Participar da Escola era "entrar na corda", co mo não permitir a participação era "não deixar entrar na cor=da". A corda foi extinta na década de"SO, substituída pelo "cordão de isolamento" ao longo de toda a avenida de Desfile. Separavam-se agora não as Escolas de Samba entre si, mas as Escolas de Samba em conjunto, ou melhor o "Mundo do Samba",da assistência. As cores constituem um símbolo mais eficaz e são hoje o elemen to central no sistema simbólico da Escola. Coladas à pessoa do componente mesmo, sinalizam antes "9.uem pertence" ã Escola do IIquem não pertence", sendo reconheclvel em qualquer posição em que êste se encontre, independentemente do conjunto for mado.
9.zyxw
~elhor~
da fusão
dos diversos
Blocos
existentes
na localidade ,li
:'~::-=.dos pelo Bloco dos Arengueiros.
A versão
:::::::::la de Samba de Hangueira
por um fundador
IINós tínhamos
aí um bloco~
___ de Tia Tomásia, :::':5.
Nós éramos
~:s resolvemos
Mestre
;::"..:eiros. Este bloco
Candinho.
de sujo.
Esses
saíamos
o nosso bloco,
de qualquer organizar
Tanto que esse pessoal
machucar,
que tinha
da
é a seguinte: E tinha
os bloorganiza
maneira.Então,
o Bloco dos Arenera o que nao pre~
Sala no Carnaval
Saía para brigar,
da criação
eram os Blocos
era a turma da pior espécie,
que não valia nada.
~='3 para brigar. S:.
um bloco
desorganizados,
organizar
-==.va,a turma
narrada
oficial
não para brincar,
ser machucado~
aí, esses outros
ser pre
Blocos,
nao
=.ceitava a gente não: "são maus elementos!1I Batia muito bem tamborim, :;:OClasair na família, lo pelas meninas Então,
nos blocos
de família.
e nós não podíamos
resolvemos
lecido zé Espinelli, - "Vamos
batia muito bem pandeiro,
tinha
ze-
sair.
nos organizar.
o Pedro,
O pessoal
mas não
Eu falecido
diversos.
Marcelino,
fa-
Aí, nós nos reunimos:
fazer uma coisa séria?"
- "Vamos J 11 Começamos
a estudar
gar, não tínhamos ra na rua.
nada.
Enfim,
a Estação Dansava?
arranjamos
o primeiro
pessoas.
No outro ano, então,
Primeira,
mas era procurando
ano, mas pouca
Aquele
110
negócio
E saímos
já representando
da rua.
gente:
organizamos começou
lu-
Ensaiava?
ensaiar
não chegava
E
nela.
a trinta
em definitivo
local para ensaiar,
pes~~al
mo que nao prestávamos, -
Era no meio
mas não tínhamos
uma casa para a gente
Ensaiamos
todo respeito.
Primeira,
a Estação
coisa e tal,
a impor respeito.
com
Nós mes-
dizíamos:
agora tem que ser assim.i!
o outro
ano seguinte,
o Morro.
também
com pouca gente;
Fornos lá disputar
com o Estácio,
mas com
a
Favela. Então,
eles Vlram a organização,
para o vinho e foram-se bando
os bloquinhos.
chegando.
Depois
fez-se
o modo
Foram-se a junção
corno mudamos
chegando geral.
da água
e foram aca-
10.zyx
:~o ano seguinte, -
-:·...::.c
Hestre
para a Estação
- "Nós vamos
.i i
E
aquilo
com a FavelaJ" que está em jogo!"
foi indo, foi indo, e nós chegamos
.·~:~ele tempo t~~ha que botar um pouco :::-:~.::'..os o Harcelino,
~-=
foram praticanienzyxw
spu t ar- com o Estácio!"
a Mangueira
!lÊ
Tia Tomásia
Primeira:
- "Vamos disputar -
Cadinho,
de valente
tinha o H ariue L, Joaquim,
onde está hoje . não ~?
no meio,
para sair.
Estes
já
?ara impor respeito:
É direito!"
- I1Quer brincar?
E aí o negócio
foi indo."
As cores e o nome da Escola
"Eu nasci - nove anos,
na .:\uaFerreira
explicam-se
Viana,
fui para Laranjeira.
::--:) , com o nome de
11
Arrepiado" .
Tinha ~"'Ila fábrica Só morava
Eu frequentei
Catete.
Dali,
Em Laranjeiras~ Era verde
uma porção
a Escola
e sco La em cr-Lanç a , eu gostei
ali.
E
com a idade
existia
um Ran-
uma fábrica
de apartamento,
ali operário.
fun-
e ros a.
ali, pelo nome de Aliança,
-:ecido~ e ali onde fizeram - operário.
assim pelo mesmo
Tinha então,
escola,
era
de
Avenida
tinha tudo.
eu frequentando
aquela
do Ar-r-epado , que era verde e rosa.Heu í
~~i e minha irmã saía"'Il; meu pai tocava
Eu não cheguei .. ~ salr: no ano que eu la salr, meu avo~ - que era d o Ab acate (7)
=su avô morreu.
Mas eu gostava
Com onze anos,
-2
cores do Arrepiado. e eu sempre
Eu não sei -- mas eu via aquelas
do verde e rosa.
~esta brincadeira,
daquelas
eu vim para a Mangueira,
:~s cores na cabeça. ;:cstava demais
muito
cavaquinho.
fui ficando
Quando
fundou-se
::cres e aceitaram,
(7)
Um Rancho
a Escola
mais rapaz,
verde
famoso:
Estação
aos quinze
Primeira,
e rosa, e aceitaram
Flor do Abacate.
cores,
eu
eu cheg.lei aqui, me meti
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA casa, minha f~~ília mudou-se, eu fiquei sozinho
Qúando
com aque-
.•.
sal anos euzyxwvuts
no Morro.
eu escolhi
o nome do meu
estas samba
:":''C: se chamava ~~i=eirall. ~~~~çao
"Chega
de Demandan(S)e
E~ naquela
da Central
:: =..-:.c a , Porque
~poca,
não era porque
não, ~ porque
tinha antes
que dizia:
:'C:550alpensa que ~ porque
fossemos
era a primeira
Lauro Muller
"Somos
da Estação
da
estação
primeira que
e são Cristóvão.
era a estação
primeira,
tinha
Então
o
mas era a prlme~
~~ estação que tinha samba. Então ficou: verde-e-rosa e Escola :=..-:-~a Estação Primeira.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 11
Para dar Qma idéia do e~basamento
de Samba de Mangueira,
::::-.siderada um exemplo F. foi casado _~a, hoje morta,
narrada
por sua esposa,
de "carreira"
e enviuvou.
típica
Deste
e que pode ser
ou ideal:
casamento,
ficou-lhe
a v i.ve r- com uma mulher
passou
Era muito mais velha
tendo inclusive
o tempo em que
passado
~e~ deixar o Morro, ao ponto de várias pessoas pensarem :::c morrido.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA F. falou
com
a irmã
de V. que
.. irmã de V. era cas ada com um parceiro -::.uem namorar
=~ sua vida!!, porque ::::1tinuasseassim, :::otinuar lavando
ela queria
roupa,
falar
V. diz que F. bebia
Uma ocasião,
e a mulher
a um café-bar :..~chegando,
frequentado F. foi muito
também
de três a quatro
:2)lIChega de demanda, chega! Com este time temos que vencer. Somos da Estação Primeira. Salve o Morro de Mangueira!"
V. consen
e que se
ele a
um esforço,
ajuda o homem".
V.
com ele para ele to garrafas
de cacha-
Quase.
a~é o Centro
pelos radialistas festejado.
com ela .
Ela se dispôs
fizesse
firme e zangada
V. fez F. descer
namorar
na velhice
ficar com ele.
;a por dia e que agora não bebe mais,
que ele tives
de que ele "cuidasse
desde que ele tamb~m
ajuda a mulher
doze anos
de F. nos sambas.
um amparo
ela não poderia
=isse que sempre precisou =ar jeito.
queria
com ele, mas botou a condição
"~orque o homem
uma fi-
que foi sua "perdi
do que ele e foi durante
',':' va a com ela que F. mais bebia,
Um dia,
tran~
que lhe deuzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB uma neta que mora no Buraco Quente, na
:~~::1gueira. Viúvo, ;~ ::;I1 .
do Samba, quero
da L.i.ogr-afzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV i a de um dos principais fundadores da Es-
::.-'C:ver o resumo :::"a
social
de
da cidade para
e pela boemia
A. inclusive
lI"
da época.
ofereceu-lhe
uma
consulta
no seu próprio
médico
sentiu e ficou de aparecer
v.
popque
-
mais tarde;
ele era fechado
diz que F. era muito
111eles carros 110
oficiais
muito
doente
-
no entanto,
"nunca malS
deu
assim mesmo.
procurado
a- zyx Paravamzyxwvuts
por pOlíticos.
e perguntavam:
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ? I! n d e e•• que mora F ..
E todo mundo - I1Não sei.
respondia:
1I
Até que um dia, apareceu Posso
um Ilde
J:ü2.lS
e pensou:
't i.no "
Seu f. não deve nada ~ PolIcia,
--"Ora~ ele.
o aspecto
F. asum samba dezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF F . no seu próximo disco.
e pediu para incluir as caras"~
-- F. tinha
não tem nada contra
dizer onde ele mora".
E apontou
o barraco.
Era a deputada sião dirigiu-se
A.O. que ofereceu
à Deputada:
assim
- "Hadame , a senhora
ajuda
::-eprovadopor causa da cachaça
ajuda a senho r-a"
a gente que a gente
f. compareceu
Mas três vezes
V. na oca
a ele um emprego.
ao exame médico
que bebia
e três vezes foi
que fazia o copação
lidisp~
::-arllna hora. Um dia apareceu ~
i1
Onde mora?
Chegando
lá5
por lá o Dr . D.C.,
e a mesma
COJ_sa:
Onde mora'?11
v.
contou
já
que F.
tinha
um emprego
prometido
-_-=-zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB ., ...• 0.
deputada
A.O. mas que era sempre
~:r aquele motivo.
D.C. respondeu
~_~jico, não precisava ~ ara naquele - seguinte
mesmo
de exame
ao seu "s ecr-e t âr-í.o "
F. para coze s çar- a trabalhar
fazer um a. bar-r-aca
3.100, o aluguel
F. achava
ftpelo menos
era certo"
aquele
e dormiam
que um dia V. ficou
,'/ cheia
ar-r an j arem um va g aa papa
e neste
órgão oficial =-iI:lentícios o
falando
do barraco
para as despesas.
apareceu
da COFAP
conta, mas F. só vivia
lá para a barraca .: =-
então que não precisava
de nada e deu cartãozinho
dia "ernpr-e gar-"
então
tomar
Ganhava
no exame de saúde
no
o
Mandaram para F .
reprovado
11
(9)
~-
em f r-errt e a Grafi
em abandonar
era 2.500,
a barra
ainda sobravam
que nao valia nada, mas V. e foi aguentando
firme.
achava De noite,
em Clma dos sacos de feij~o de dormir
tomar
ali e insistiu
conta da barraca
dia a barraca
para fiscalização
foi assaltada:
e arroz,
com F. pa-
Um dia,
o
já estava
e abastecimento
este insta
de gêneros
a
13.zyxwv
~~=ahá -
quatro
meses
e nunca
tinha sido assaltada,
mas nesse
dia
-~ , liporque o vigia era de fora." F. nem se incomodou
":::..gla lá,
porque
Nas V. procurou
:.·..:2nte lide olho"
~~rio, onde
Um dia, acabaram '::::"0da Central
F. foi transferido
Has F. sempre
- ilFica bem F. não morar
Roquete
uma campanha
::-a:n e os funcionários
malS
querendo
a ocupar
graduados
o terreno
do Ministério
foi exclusi vam errt e de F. que "j
3~OWS
'.:;1
eletricista renomado
e gravaçoes
e entende
compositor
Morro ~ conhecido
Primeira
á foi pedreiro,
(ou Favela) o Morro
=..ada,abrangendo designativo
a
carpln-
de tudo um pouco!!.
de muito
sucesso
e numerosos
nasced0 .~o da Es-
de Mangueira.
dos Telégrafos,
dominante
outras
em contiguidade
favelas,
situada
Constitui mais
na VII
Região
uma área fave-
conhecidas
porém pe-
de Mangueira.
do Morro
visto
elevação
são Cristóvão.
dos Telégrafos
::::1staterem sido seus primeiros :.:: Paço Imperial,
é o topônimo popular pelo qual
de Mangueira
diversas
A ocupação
~erto,
p~
de Mangueira
.':'.:::'..c"!linistrativa, denominada
_=
se cotizaram
atualmente.
::la de Samba Estação
Morro
A
ali onde me
ao chão", mas
J~ é tempo de falar no Morro de Mangueira,
o
..zyx
a
retornar
Pinto ~ onde lamentou:
::-adoar a casa ao F. "Tudo foi dado, das telhas
F. é
para um Minis
pela volta de F. para Mangueira.
autorizou-lhe
~elro~ pintor,
~ Polrcia.
na Mangueira?11
?.:::gião Administrativa
=-.2.0 de obra
nada
ela
indo ::rorarna casa do pai de F. num Subúr-
lá para Clma.
houve
sido o Y., que
do Ministro.
V. foi até a Rádio
Enfim,
tinha
a sua filha no Buraco
sem denunciar
a COFAP foi extinta, contInuo
não era com ele:
que tinha
as mercadorias,
se tornou
::~ngueira.
saber e botou
até que descobriu
:~rigou a devolver Quando
o negócio
habitantes,
que a Quinta ao Morro
data de fins do século capatazes
da Boa Vista
dos Telégrafos.
XIX.
e cocheiros
localiza-se
ali
14.
(10) Explicam
Medina
e outros
r8ra primitivamente
repartido
além de outros menores, 2a terra :~:~grafos, .:~=
condicionou afirmam,
:==0
e que o sistema
o seu modo
tanto por iniciativa
~ =8 aluguel
~:~ma ordenada a:s limites
:::orridos ilegalmente. Pessoa
ligada
Assim,
se
produziu de um bar-
da taxa de ocupação
em consequência
do solo uma
também
•
Comentam
essas propriedades
em face da continu
dos terrenos,
do solo, visto que esta se subordinou
das propriedades.
·::'sôriasentre ~~ação,
de ocupação
umazyxw
de barracos
desde que a habitação
Obteve-se
dos
Morro
pela construção
dupla.mente do pagamento
e pos-
controlada,
dos proprietários
intrínseca,
do barraco.
o
de ocupação
por eJ.es autorizados.
~~a forma de seleção :-a::odependia
de propriedade
de ocupaçao.
teve um processo
de arrendatários
dos Telégra
entre três grandes )roprietários,
que esta se fez predominantemente
-~~~ aluguel
que o Morro
autores
que, apesar
constituem
dade fIsica
disto,
atualmente
da favela
as di-
mera
e dos
abs
avanços
)
a um arrendatário
local expôs-me
seguinte
a
~xplanação: "O primeiro :~bato.
proprietário
Isto pelos
:ue o meu padrinho Saião Lobato,
2
daqui foi Alberto
idos de 1900. foi o primeiro
que foi o português
que se iniciou
a favela
assim
Ainda
Negreiro
eu não era nascido.
proprietário
daqui,
Tomás Martins. diretamente.
Saião Por-
depois
de
Por motivo
dele
Aconteceu
o seguin-zyxwv
-:e:
CIO) Medina,
Carlos Alberto de, et allii 1972 - Um ponto de vista sobre a Favela de Mangueira. Rio de Janeiro, Instituto dos Arquitetos do Brasil e Banco Nacional de Habitação, edição mimeografada. Embora sendo apenas um documento preliminar, várias afirma ções que faço adiante tomam-no por base, por ser o único levantamento especificillnente sobre a favela de Mangueira e xistente.
15.
o
Saião Lobato, na época, por contingências, alugou ao
Tomás
".~~~ins,isto em 1900, eu não era nascido ainda, depois vim
para
~ =~mpanhia dele, esta área de Mangueira, do 774 ao 1082.
A
Man-
~~2ira está compreendida aí, esta é a Mangueira propriamente
dita,
~:~que o resto é Santo Antônio, é Faria, Pindura Saia: isto
nãozyx
:~= parte integrante da Mangueira que se comenta, que se decanta.E~ ~~ cheia de divisões que não fazem parte integrante da Mangueira ~~:J:?riamentefalada, decantada. Tem o Pindura Saia, tem o Santo An ~=~lO, que estão ligados, mas são independentes, na sua população, . (11) .. _ sua vi.da, et c . De forma que ele começou assim: Tomás Martins alugando do Alb~to Saião Lobato esta área com _ finalidade de localizar suas carroças, pastagem de seu gado, etc. ~;,uifoi-se constituindo a favela. Os primeiros barracos foram fei ~=s para os empregados de Tomás Martins na época, aí já pelos idos ~2 1904, uma coisa assim. E de forma que depois veio os familiares ~2stes empregados de Tomá~Martins residirem aqui na Mangueira. Ar, ~2u-se a exploração da favela pelo Tomás Martins, que este cara era =eU padrinho. Aí que acompanhei um bocado, neste tempo já tinhazyx .ms dezoito anos, residia com ele aqui. E de forma que o contrato que ele fez com Saião Lobato estava ccnddcí.onado ao seguinte: que no falecimento de uma das partes, ele :".1 Saião Lobato, tomaria conta das terras novamente. Mas isto nao ~conteceu tão cedo e neste tempo houve a demolição do Regimento de (11) Veloso cita: " ... Alguns de seus logradouros já foram cantados e decantados no nosso cancioneiro popular, como o Pindura Saia, já na quebrada do Tuiuti ... Cantados também Santo Antônio e Chalé, um pouco mais para baixo. A contagem regressiva é típica, pois o compositor Nélson Sargento costuma identificar a sua casa como a segunda para quem desce ...• Quase na planície está a Olaria, onde mora um dos sócios mais antigos da Estação Primeira, Chico Porrão ... Encostado à Olaria, está o Sossego, onde mora D. Neuma, filha do primeiro presidente da Mangueira ... Mas o !onto principal incoteste do Morro é o Buraco Quente. Outra teimosia das autoridades que insistem em lhe chamar de Travessa Saião Lobato .... Mas não são só esses os bairros formadores da Mangueira. Noutra boca, mais próxima da Estação de são Cristóvão, está a Candelária." Veloso, Nuno 1973 - Todo o tempo em que eu viver, Mangueira, in Cadernos de Jornalismo e Comunicação. Rio de Janeiro, editora J.B., Jan./ Fev./73 p. 30/31.
16. :avalaria soldados
que era aqui na Quinta e os familiares,
~o de Cavalaria
empregados
era muito
~ios ~ivis
também
~o quartel
demolido,
Aí começou
da Boa Vista.
grande,
de várias
sueI dos barracos.
civis também.
não só militares
funções,
Aí vieram
como funcioná-
~er
quartel,
a explorar,
começou
vindo os soldados,
ã construção
=~egando
o Comandante
a cobrar
Quando
foi pelos
Naquele
:~iginada
~o de Cavalaria ~ a turma,
era simplesmente populacionaldo
que era na Quinta
::;:~6ximo e mais propício,
~a~racos.
==~
conta e depois
para aten
e aqui foram iniciada,
era Morro
de
de Mangueira.
ManFoi
que servia da Regime~
da Boa Vista.
Foi demolido
lá,
veio para cá que era o local mais
existiu,
e não se achava
Na rescisão
Morro
pessoal
pela situação
Tomás Martins
_~ de sua exploração
foi tirada
já estava
não era favela;
não tendo onde morar,
Enquanto
E vieram
idos de 1910, a favela
tempo
como núcleo
oszy
a favela.
s5 naquele tempo, a denominação s·~eira.
aqul.
alu-
as famíliâs,
da época deu o material
dos seus barracos
e constituindo
Depois
era a Mangueira.
i.oriâr-Lo s civis do Regimento. A doação de material f unczyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
~~ próprio
os
Como o Regimen
qual foi o recurso?
o lugar mais próximo
o Tomás Martins
Ali residiam
do contrato
financeira
de cada um.
ele teve o Morro franqueada
sob contro-
a construção
é que o Alberto
de
Saião Lobato
to
eu não selo
Tomás Martins faleceu em 1917, foi quase o tempo da epidemia . d amen t e uns cemzyxwvutsrqpo baVlVlacos(.12 ~~?an h o 1 a. N es t.. a epoca, 't ln h a aproxlma í
o .
::..::
Morro
de Mangueira
levas habitacionais
r ; de Santo Antônio,
.
LL
cresceu
depois
Menciona-se
na década
pelo afluxo
um inc~ndio
de 20) que provocou
de sucessi-zyxwvu
ocorrido
no Mor
a t r-ans f er-êrr-
~2) Independente do papel atribuído pelo informante ao portugu~s Tomás Martins, a história do povoamento do Morro de Mangueira é basicamente esta. Há sempre refer~ncias às obras de de molição de casas de cômodos na remodelação da Quinta da Boa Vista, e não do Batalhão em si, e transfer~ncia dos seus habitantes para o Morro de Mangueira, com aproveitamento do ma terial de demolição. etc. Informa também uma Revista "Man-gueira", ano 1969, que o primeiro proprietário do Morro dos Telégrafos foi Francisco de Paula Negreiros Saião Lobato, Visconde de Niterói.
____-----===----------------------------------------~.J~~~----------------:~a de um contingente ~..;, o Morro recebeu e RJo de Janeiro. do meretrício -:a. de marginais
=.fase notória ~~=a policial
- ...•. . :-::.l.l.Cl.a.
populacional
numerosos
para a Ma~gueira,
migrantes
foi subitamente
e prostitutas
dispersos
em que o Horro passou e a se destacar
=.-::-.te "a favela de Mangueira
expressa
é
antigos
;~-:stígio, laços familiares,
~3)
Medina,
Carlos Alberto
esta foi
também
continuamente
na crô
procuradas
a chegada
que ali permanecem
posição
l~zyxwvu
pelazyxwv
que atua_1
de novos mo-
em meio ã heterogeneidade por razões de
na Escola de Samba, investimen o núcleo tradicional
mais recentes,
antes com sua própria
, .d d . '-. ='3atl.Vl a es comUnl.tarlas.
de vultosa
um caráter de consolidação;
mencionada
~:s feitos no local, e que constituem ::~es; e os comparativamente
do Mangue;
como lugar de pessoas
novos, nem
os moradores
acrescido
a figurar
~=.doresil.ldentificam dois tipos polares
::'fusa, p~eocupados
de Minas Gerais
. d o,(13) ava I'lam os autores Cl.ta
Vo 1tan do ao documento
:~ moradores:
dos Estados
de
Em torno de 40, quando se tentou fechar a zo
no Mangue,
~~o se vêem barracos
A partir
formando
subsistência
de mora-
uma orla
mais
do que com
(1 4 )
de
et allii
(op. cit.)
~-) Relacionam-se em geral três ordens de fatores como tendo contribuído para a fixação deste núcleo estável e afetado sua composição social: 19. As indústrias ao redor: existem no plano baixo do Morro de dez a doze estabelecimentos de médio e grande porte, compreendendo gráficas, fábricas de móveis, de cerâmica, labora. ,..... .. . . torlOS farmaceutl.cos, lndustrlas de comestl.VelS e outros que propiciam significativas oportunidades de emprego para os moradores locais.
..
..
29. A proximidade ao centro da cidade e facilidade de transportes, favorecendo a moradia de pessoas que exercem atividades terciárias no setor de comércio ou de serviços no centro da cidade e bairros mais próximos. 39. A patronagem pOlítica: entre as décadas de cinquenra e sessenta, no curso da política eleitoral populista, numerosos indivíduos lograram obter junto a políticos empregos públicos mediante troca de votos, tendo sido a Escola o intermediário principal do encaminhamento e contato nesses casos.
18. Finalmente, Mangueira
há uma questão
localidade
Morro nesta
será daqui por diante
dissertação.
;:~~~ usada pelos moradores
llFavela" designa em geral
unicamente
referida
A razão é ser exclusivamente do lugar, que encontrei
um aglomerado
construidas
IlMorro" ou "Fave
a ser esclarecida.
de casebres
ilegalmente
esta a cate
na Escola
de Sam~
de precárias
instala
sobre terrenos
de propriedade
11· · tizyxwvutsrqponmlkjihgfed . (15) .~zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON ~ercelros. A varlavel llegalldade de ocupaçao comum a todas as
:=
::::::elas, embora - ~a invasão
não seja dominante
de certas partes
na formação
da encosta.
de Mangueira,
Uma favela
se confir
também
resulta
- "várias modalidades de ocupação do terreno: compra, aluguel, inva_ (16) ::_, criação de solo edific~vel por ~erraplenagem,r e ar, de qual-zyx -
-
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA forma, se identificam
alguns
:;.....-.
.
::.
Em seu aspecto
- casebres
geral,
igualmente
uma favela
rústicos,
_::~~e.ssionandono seu conjunto :17)
Talvez
a idéia mais
:~~~ema de representação -
"~ 1 . - 11 :0 ulçao.
dos processos
Fe descreve
igualmente
pobres
social,
de favela
onde acha-se
analisando
em Hanguei
como um ajuntamento
com "um agrupamento
contundente
Schne i (18) nelder,
ocorrentes
e desconfortáveis", desordenado
se remeta
intimamente
o conceitú
e den-
ao próprio
associada
de fávela
à
em outro
::~~exto, conclui: Cf. Leeds, Anthony 1969 - The significant variables determining the character of squatter settlements, in A~erica Latina. RJ. Ano 12, n. 3 - ju1ho/set./1959.p.44. !TThe term squatter settlement ..• refers to a category of primor residential areas whose only uniform iden dially and pr-e Lí.mí.na'tIy tifying characteristics are their illegal and unordered origins 2y accretitive or organized invasion and, because of their origin, their continued juridically ambiguousstatus as settlementsoil Parisse, Lucien 1969 - Las favelas en Ia expansiôn urbana de Rio de Janeiro: ~studio geográfico, in Ameriea Latina (op, cit.) p. 7 8uimarães, Alberto Passos (~pud Lueien Parisse,op. cito P p.9) Schneider, Dorith Wolf 1974 - As Classes Esquecidas 5oeial). RJ o Museu Nacional,
(Tese de Mestrado ed. mim. p o 74,
em Antropologia
19. "Os vários
tipos de residência
:::.-=::-:.3. chamar uma "hierarquia
se ordenavam
no que se po-
, na qual cada tipo dezyxwvutsrqponm
de poluição"
é ligeiramente mais poluído do que o outro. Na reali :-.=-= i -raçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA :::'~~e> no topo da hierarquia, ií ':;::"8rtipo de habitação,
~-==3.de esgotos, :::'e maneira
~.: que contraria
É uma área
a ordem.
:::t:emosa equiparação
de
_3.,.
Ela pode mesmo
o
de um s í.s -' de ma-
sem um plano
"desorganizada",
perigosa. social
Assim,
- pobreza,
sexual, doença nnerrt a L, etc."
se l1angueira
ser uma favela
~t:ributos considerados
.... e area
ã patologia
é determinar
nao
a favela,
feitas
construídas
fisicamente
Portanto, favela
·;iolência, pr-omí.s cuí dade
A questão
às casas serem
e a serem geralmente
precária.
encontra
o que se deve a não dispor
de água corrente,
:::'e:"ra ou de barro -=
ou escala,~se
de favela,
:;:elosórgãos
oficiais
~8 Instituto
Brasileiro
sociológicas
e na perspectiva
porque
ou não uma fave
ali se encontramos
tanto que
da política
é
é assim classificada
e planejamento
de Geografia
habitacional,pe
e Estatística,
nas análises
das IIcamadas urbanizadas"
da socie
~ade global. No entanto,
esta categoria
2urso Mangueirense
como inaplicável
"Hoje em dia chamam Isso aqui era Morro Favela.
é abertamente
Tudo quanto
Favela
não.
:::'e favela.
era uma localidade,
tava-se
de morro:
era só aquela
Morro
::',0 morro
do Urubu
Reconheço
da Mangueira,
nao.
era ali mesmo,
era na
tempo
e coisa,
ali perto
era morro:
Não
tem
eles chama
da Central.Tra
110rro do Tuiuti ... Favela
que nós tínhamos
perto
da Central.
vou no Morro
Ho-
do Tuiuti,vou
11 •
que esta conduta
todos os moradores trei na Escola
Tem uns barracos
localidade
Je nao, mas naquele
mas antigamente
é morro, agora chama de favela.
=ais isso de morro Favela
no dis-
ao seu local de moradia:
tudo de favela,
da Mangueira.
recusada
do Morro.
e suponho
mesmo
verbal
Refiro-me
-
nao seja generalizada apenas
que representem
aos que
a
enconõ
um segmento
mais
•
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
bem sucedido mente
na comunidade.
o uso da categoria
-me explicitamente
Contudo,
Morro
todas
20.
como conservaram
em relaçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON à Mangueira e corrigiram-
as vezes que utilizei
penso que esta alternativa
tem alguma
que fazem do local onde vivem.
preender
o que significa
Assim,
Morro na perspectiva
avaliar
em que medida
velado,
que ele obviru~ente deve conhecer A Escola
nem a Escola te trabalho ~ediadora
e o Morro
se reduz se verá
ao Morro,
justamente
entre vários
pares
~rurura/anti-estrutura/, No próximo
capítulo,
Primeira
de Mangueira.
?ercorrido.
e a sua relação
e
de fa-
mas
No decorrer
des
como uma agência
comunidade/sociedade,
es-
etc.
a cena atual
presentemente
~o espaço ~.rquitetônico, examinando JCUpOU a Escola
o estigma
relacionados;
analisada
em oposição:
Tentaremos
com
deste Mangueirense
nem este ã Escola.
tomaremos
~
e
por sua experiência.
intimamente
a Escola
Favela,
sobre a repre-
o relevante
a superar
real/imaginário,
Samba - a sede onde situa-se
;ão
o auxilia
acham-se
o designativo
coisa a dizer
sentação
a Escola
invariavel-
a Escola
uma leitura
- o Palácio
de Samba Estado social
antes as sucessivas
com o processo
do
evolutivo
através
sedes
que
por
ela
21. II - O PALÃCIO
Projeção da Estrutura
DO SA}1BA
Social no Espaço Físico e Arquitetõnico
ll é o nome' pelo qual é conhecida a sede nova i1Palácio do SambazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUT
- Es coLa de Samba EstaçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Pr-Lme í.r-a de Mangueira. Tendo sido lan:~:: como termo promocional, ~rédio propriamente
fixou-se mais tarde corno
onde funciona a Escola.
~a.ra denotar arquitetonicamente
::-..: -::: tulo : ::-.· /i tes,
5
encabeçando programaçoes
Hoje serve sobretu
o local e apenas nestas
::.::i:ânciasconstitui um termo substitutivo .:~-.gueirat1, aparecendo
designação
cir-
para a denominação
assim algumas vezes como um cognome, ou um certos documentos
semi-oficiais
mensais ou material
como avisos,
de propaganda
e divulg~
-
- =. ....
I
A expressao
"Palácio do Samba" é revestida
:~.-:e desenvolvida.
Outras sedes teve Mangueira
de uma mística bas antes desta, nenhu
=~:2.S quais entretanto parecendo ter merecido por parte de ~==:ciados esta denominação A "Sede Antiga" ::.~~ente denominado
especial.
encontra-se Travessa
~ hoje dita e registrada
ali perto, no Buraco Quente, ofi-
Saião Lobato, mais adentrada como "sede administrativall
r.um a
de fato na sede nova.
espécie de monumento
histórico
no
de
;_-=:'::-a, embora na prática todos os serviços de direção e - se processem
seus
Hor Man-
secreta
A Sede A~tiga transformoue o título meramente
hono-
~ - - - .que lhe atribuem de "sede administrativa" constitui uma for--zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJ --,
_.-
-
-
_.--
religação material
com o passado.
Homenageando-a,
afinal,h~
-::,-.::.~eia.ln-se a si mesmos, urna vez que sendo o "passado" um :-=':"~-:ivamente recente em Mangueira, --
::~ o
ainda participantes
tempo
muitos de seus antigos fundadozyxwvu
ativos ou testemunhas
-:::-~1sformações por que esta tem atravessado.
pessoais
das gra~
Tanto a sede "noval! como a "antiga" .,
-,-::,c.ualidade um elevado :~jamente diversos :õ~~
forma modelos
:: mesmo projeto
distintos
ou em níveis
de realização
social.
=:5 forjados
Elas exprimem
momentos
evolutiva
comum, Mangueira
para sustentação
de
do poder,
mar
emzyxwv
organização
em pontos
afasta-
do passado
e do
mesmo em relação
mas que por sua ideologia
indizyxwvutsr
e cristalizam
distintos Situadas
vivem duas gpocas diferentes,
~::'~uiçãointerna,
em sua
de ~~a só realidade' em mudança
::5 de uma trajetória :~esente
valor simbólico.
concentram-se
e através
conseguem
~ sua cons-
dos mecanis-
unitariamente
se
c c n c.í.Lí.ar-,
Foi a sede velha o centro de formação :õ~~va em Mangueira.
da ideologia
Em função de sua própria
=:jos característicos
de interação,
~~::'ncípiosorganizacionais
estruturação
ali se estabeleceram
que se tornaram
valores
.:~~gueira atual, pelo menos em termos de normas ::'gualitarismo, o primado
_=
reconhecimento
:õ:al. Mangueira
que se con-
axiomáticos
aparentemente
a outro sistema
:~~vés de seu sistema normativo, :~~a identidade
o
sua fundação
garantindo
sociais
direta e
;=.::-:ização, mas apenas em tese de certo modo, porque todos que nortearam
em
ideais, entre eles
do tipo de cooperação
atual obedece
seus
certos
da coesão sobre outros processos
prioritário
~~::'ncípiosfundamentais
e
pesde or-
aqueles
se prolongaram
continuidade
a
~ sua pró-
institucional.
deslocamento
.~~~gueira atravgs
físico da Escola
de Samba Estação
de suas várias sedes veio justamente
:~:cesso evolutivo
em sua estruturação
~:õsência como um envolvimento
simultaneamente
:~~a estrurura.
Em termos espaciais,
um
o qual se define
em
de maior complexidade
e relativamente
de
refletir
cada vez mais denso na sociedade
_~_, acompanhado
:~ uma sede simples
social,
Primeira
isto significou
glo-
.•
de suazyxwvutsrqponmlkjihgfedcb pr~ a passagem
isolada no Morro para
sedes
23.
cada vez mais setorizadas :-:angueirense, a explicação =~~anças ocorridas
e abertas
ao acesso público.
mais imediata
Para
e que melhor resume
foi ter a Escola êe deslocado
as
"para a beira
da
:=.:"çadazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA "par-a a nua!", onde se tornava mais fácil a ida de "moças li ~
:~ família, acompanhadas
de seus familiares,
:~~do notória modificação de influência __ qualquer
da frequência
que, interpretado
forma percebido
;.;':-ie de reformulações
seus amigos"
e carreando
como inédito no ambiente
:.·..:.§;ar, que até ia-se buscar
::=~à saída. -::;=:-.
um acontecimento
uma
a
ida
tão insólito
no
e levar "lã fora na calçada"
e comitiva para acompanhá-Ios
Foram tão festejados
e, ainda malS, se
da variação
ocasionais
chegada
tanto à
em relação
-
é verdade que
sasonal de prestígio
deste - que se precisam
da
Escola
formar
longas
:~_as à sua entrada e a espera às vezes se torna tão demorada ..• ... :: ao controle da passagem atraves de roletas e a aglomeraçao :~~~rada no interior __ se vêem forçados Isto acontece ~~:'alli, aproximando =-:"'-:.ente variáveis
da quadra,
devi con
que não são poucos os que desistem
a adiar sua ida para outra oportunidade. porque
a Escola
já ingressou
a seu modo proporções
de organização
na suallera empre-
diversas
ecircunstanci
"t r-add.c í.one L'' e "m oder-ne.'".
-==.agência social que durante a maior parte do ano se limita :~seQpenho de funções essencialmente
comunitárias,
:: :arnaval entretanto
numa concorrida
-::~:·J.los e diversões
que
a estas ocorrências.
~::e, todavia, são tão numerosos os frequentadores ~.. ~::.sempre, dependendo
aqueles
na época esses visitantes,
até hoje seus nomes relembrados
~ =as oscilações
e impôs
no MOrro~
ililustreslV que por lã apareciam
:~s~acavam bateria
foi
da conduta habitual.
"de fora" constituía
:-=.:--os visitantes
tra
com isso um ti
embora como contraditório,
No tempo em que a Escola era interiorizada - pessoas
••.
se transforma
suficientemente
vendáveis
Sendo ao
nas proximidades casa de espe-
do ponto de vista co
,...,.
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG ~ _ .. ---..,.,'",-
-
24. zyxwvu
=ercial para lhe terem assegurado ~~os aproximadamente
no curto espaço de apenas
o financiamento
de uma sede nas dimensões
?alâcio do Sarrilla e constituirem
por si só justificativa
~ara demonstrar
de um investimento
a lucratividade
cinco
-::--:) deste novo contexto é que as s ume relevância
do
bastante
desta ordem.Den
a função adminis-
-::-oa.tiva na Escola, porque é através dela que se promove a viabili:~de econômica
do empreendimento
-:~res financeiros~ 3~a consecução
organizacionais
e materiais
-- transformação;
•.
indispensáveis
no plano espacial,
ela representa
·::"da. de uma estrutura
a
desenvol
dados os meios mate
expressão
constitutivos
O setor administrativo
para a parte dianteira
da organização
definida e concatenada
::, como se através da forma arquitetônica -=3-:ruturasocial.
de~
cada coisa ali tomou seu lugar, socio-
falando, e os elementos
3::ial encontraram
uma retradução
uma forma arquitetônica
social também realizada:
~:"~is para sua objetivação,
::-5 e
dos fa-
final.
A sede nova constitui,
~:gicamente
e se procede à combinação
no espaço físi
se reificasse
a própria
ganhou realce, deslocancada
do prédio e, assim como esta,
-=. dos demais serviços ou segmentos vitais da organização adquiri~~. dependências
próprias,
__~~ distintivas
do espaço.
Contemplando-se
assumindo
a Sede Antiga,
=3~~ÇO ali se revela indiviso,
isso, em seu ato de construção
I
a Sede Antiga
constata-se
apenas levemente
=_ :utra das funções diferenciadas
'i
controle exclusivo
bem o oposto: assinaladas
dentro da agremiação.
o ~~a
Mais do
mesmo e em seu plano construt~
retrata um reflexo transformado
social e das formas de solidariedade ~ ~.:::~toque lhe deu origem.
sobre fra
do sistema de a
características
Um dado significativo
do agru-
foi, no trans-
=--=-3:de toda essa evolução, não se ter jamais cogitado de aliená
25.
-Ia, estivesse
ou não em uso seu prédio; pelo contrário,
construía o Palácio do Samba e em meio a maiores de recursos
financeiros,
ainda ali se efetuaram
de sorte que, no presente, de referência de estórias
2.1
quando se
disponibilidades alguns acréscimos,
a sede antiga se projeta
como um marco
do passado em torno do qual se tecem uma infinidade lIexemplaresll~l)
liSede Antiga"
Entre os epítetos que Mangueira
se atribui,
de I1Pioneira" e, neste qualificativo,
salienta-se
o
tem-se em vista uma alusão
implícitazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA à realização do Palácio do Samba e ao nível de organizaçao que ao longo de sua evolução se elaborou e atingiu. ~ema recorrente
no discurso Mangueirense
~em ter, várias de suas iniciativas ~rmãsn(2), ~e.
entre estas se destacando
é terem tido, ou julga-
copiadas pelas Escolas o empreendimento
Além de ter sido no passado a primeira
~ssegurar sede própria,
foi também Mangueira
~~ que se valeu de créditos contraídos vadas e contratou
Outro
empresa especializada
"co-
da última se
Escola de Samba a no presente
a primei-
em agências oficiais para construir
se
e pri-
o Paláciozyxwvutsr
.-""'S am ba.
A primeira :'~versos deste.
sede foi erguida dentro de um esquema totalmente Havendo
larga possibilidade
de extração de traba-
~~adores manuais na camada de formação da Escola de Samba, esta se
. ~Y' A verdade é que aquilo alí é um a relíquia. salão de honra com o nome do nosso primeiro rá, futuramente terão Inclusive,a Direção aquilo ali será o "Museu da Escola".
~) Como se referem às demais Escolas de Samba.
Devia ter lá um Presidente. Mas te sempre disse que
26. zyxwvu
:,ealizou através de uma espécie de mutirão. sspontânea
a mão de obra, mobilizada
:~e edificaram
sozinhos
Foi toda gratuita
entre os próprios
e
componentes,
a sede inteira.
Conta-se que em célebre visita feita pelo Prefeito Pedro
Er
r.e.s zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJ t o à Escola de Samba em 1936, o principal pedido que lhe teriam
~irigido os Mangueirenses i:,
uma Escola Primária
fora de que o Prefeito mandasse
ali no Morro e o resultado
~~contro foi, logo no dia seguinte, ~:-.::)rmes quantidades __ Escola Primária Tamanhas
de material Humberto
imediato
começarem
de obra e iniciar-se
a
a despejar construção
que se
também a Escola de Samba.
mostraram Levantava-se
no mesmo lugar da Sede Antiga, um prédio menor; e o
se acha no Buraco Quente surgiu por reforma e ampliação .-~ tão precário =--:::·...:...; .•
üões
:: r.dez
este núcleo inicial, que as principais
se realizavam
as ,
em casas dos associados
De qualquer
deste~
festas
e
ou em clubes das r-e
forma, "ter um lugar certo para ensaiar",
~.~ base local definida,
foi a primeira
preocupação .
-
.~~gueirenses logo ao fundarem sua agremJ.açao.
-',
deste
de Campos.
foram as sobras deste material,
;; ·...:.ficientes para remodelar ~.~eriormente,
ca~inhões
constru
dos
líderes
(3)
Cf .
Jliveira, R.C. 1974 - Processos de articulação étnica. de de Brasília. ed. ~im. p. 10/11.
Brasília. Universida-
"Es t e fato coincide com uma hipótese sugerida por R. C.O. quanao papel que desempenham as "sedes" de clubes sociais orga~izados por minorias étnicas como materialização de uma terri~orialidãde simbólica necessária ã persistência do grupo. Diz :)autor: i1Estou convencido que para os grupos étnicos persisti :--emcomo tais, torna-se indispensável um território, um "se ~tingil, que lhes assegure a atualização de formas de organiza= ~ão social "típicas a saber, consistentes com as particulari ~ades estruturais do grupo étnico e mais adiante, referindo= -se às sedes de associcações étnicas: "Eu diria aqui, seguindo ::.inhasconsiderações sobre a necessidade de um território ali :srçador de uma organização, que se trataria aqui de uma terrT -;:::)rialidade simbólica que, de certa maneira, prolongaria a vi= ~ 3. da etnia como um tipo parcialmente organizado -:0
li
,
ll
;
li
•
Finda a construção :~:Tavam alguns
-~3=0
habitual
Primária,
verificou-se
equipamentoszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA à Escola de Samba e acionou-se o mecade cooperação
como de esperado, a janela,
da Escola
alguém
na comunidade.
providenciando chegou mesmo
Os doadores
recursos
vários,
comparece-
um a porta,ou-
a tirar a pia de sua própria
casa
cedê-IazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA à Escola de Samba e esta se completou na forma como até se conserva. O prédio
(4)
desta Sede Antiga
::::-"~rastando em grandeza ::-~:.ioque proporcionou
recorta-se
com os casebres aos Mangueirenses
~:'~::.mento mais ordenado
do espaço.
::::-"=~rme o funcionamento
da Escola,
.=~=
fora nos dias de festa, ganhou ~~ serviço
: ~::.
".:::1
estabilizado.
singulamente
ao r-edor,
~::~sentavam
os ritmistas
para um
apr~
O I!barii~que antes se deslocava para dentro
durante
dependências
O corpo principal
um estrado da bateria
Foi este segundo
oportunidade
salão único de festas onde, num dos lados,
__:;:~:'ramente mais elevado,
do ambiente,
estreito
a semana
próprias
e se fixou
da Escola fixava-se
e alongado,
e os compositores.
e
compreen em plano onde
se
Sendo a ca-
"';ida de Pedro Ernesto foi num dia de são Sebastião. Com o ma~erial que sobrou da Escola, foi que construímos a sede na Saião :"':::bato: os tijolos e a ped~a. Só faltava portas e janelas e o ~elhado. Aí que houve aquele choradeira, coisa e tal, botaram o ~elhado. :~lmeiro, nós tinhamos aquela sede que o buffet era do lado de =:::ra. A primeira sede tinha +~lhado, só não tinha porta e jane:...~ do lado de fora. A geladeira era uma dessas antigas. De ma::-.:-.ã cedo, nós ancnf'am os a geladeira de cerveja, domingo ela fica ":~ do lado de fora, domingo nós guardávamos dentro da sede. Fi=:~~os muito tempo assim. :e?ois houve aquela enchente .... Então juntou Compadre Pedro, =~acílio, eu, pai de Nico, então nós fizemos uma Junta para bo~~r gente mais ativa .... A Ala dos Periquitos nesta época esta":~ cem por cento, e então o Chico também ajudou. Como é, vamos r e.r.ode Lar- a sede? Cada um entrou com cinco mil réis. Seu Manoel, :"..:.-:::: era o homem do dinheiro, nós botamos ele nas alturas, aí Cole ~:"3se: "Tá bem, vamos fazer a obra". Nesse interim, foi aí que -=-::-.~ra Angenor Hulatino, ele então, entra daqui, pede dali, arran ~ :"..:. as portas e janelas. Nós tínhamos três janelas de frente, ::= a modificação, ficaram quatro janelas de frente e uma de la:':. Aí já sabe: cada lli~ cooperou. O falecido Padrinho cooperou =_:"-:0, Antonio fez toda a instalação elétrica, Seu Manoel, aque :.._ :Jue era pedreiro. O Chico trouxe a pia da casa dele .... " -
28.
_ ~~~~sa e sem quaisquer
divisórias
fazia-se
pntre esta e a rua,
p e s soas circulavam diretamente dozyxwvu - : acesso entre ambas e aszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLK
:;'".18
-
-
-
se abria lá fora ao salão de festas que também se descor-
que o muro ~ontlnuamente do exterlor atraves das Janelas. -'- zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML -
.. -
•
. . , I I i.
circunda,
separando-a
_=.=. :;:~:vidênciaposterior
a toda volta das áreas adjacentes,
tomada ao tempo da construção
:: .: ::..='::a, porque toda a disposição
original,
do
foi
Palácio
ao· contrário,
sugeria
~.=. ~~~ensa e profunda integração na ciraunvizinhança. _..... Cerâmica
Esteve a Sede Antiga -
"
-::::
em uso até mil novecentos
, quando uma série de transformações
-: ~acional
chegam por vias indiretas
=::..='::a. Na esteira c , .;..{a
urna dimensão
de
::'~~:1ção, identificadas
tendências
movimento
de valorização
::::::,em-se as Escolas
~~:as tradições
lliil
que se acumulavam
da chamada
de Sambasubitamente
__~ e concepções
de lazer urbano,
forma-se
nas Escolas
:~~ômenos mais provocativos
que ocorreram
:..;pelo menos um dos mais conspícuos,
~~ia de Cerâmica ~:::,ias sediadas
por aque-
,
nos mopara
uma nova corrente Foi este um
em sua história
dos
recente,
de Imprensa,
numa expressão
que a este
corrente.
Pouco antes desta movimentação, ~:angueira promovendo
Orientada
de Samba.
ll
des
"das mais autên-
que os cronistas
:-:tularam como "invasão da classe média já se tornou
"eu Itura popular",
por uma reformulação
: :onsumo da arte produzida
~espeito
de massas que in-
de conservação
e favorecida
de
como objetos de inusitada
da música popular brasileiralT• políticas
no pla-
a afetar também as Escolas
de politização
como redutos
e cinquerita e
já vinha a Escola de Samba de
seus ensaios na quadra de basquetebol
Brasileira,
~~a das mais antigas e maiores
nas proximidades.
da Compa indús-
29.
o
que se alegava,
-::=-::-.=-::.~ excessivamente ~
ao nível local, era que a sede já se havia exígua para o volume de afluência
por isso, seria necessário
=__ ::;
:~: =::..is amplo que comportasse
_::..: ::-.tinuasserealizando
oszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW sam bas para um 10-
transferir
uma frequência
-::...:.: seu nível de desenvolvimento,
que atraíazyxwvutsrq
maior, mesmo porque,
"não se admitia mais que a Esco-
os ensaios na rua ", sem melhores
acomoda-
como há muito tempo vinha fazendo. Vista ná 15gica total do sistema, ::-~::-.::i::.., a rigor, relacionada :::.":"-:-.::" ocorrência
..•
concreta
~~ ~::.. Escola de Samba e na valorização O que a princípio
se afigurava
~=-~~~~ncia, ditada pelo crescimento ::.':'i::..ção de seus moradores _::..=-~
~_=- configuração :-:: ~~pliação
estrutural
;-.:i2 interna à Escola
da faixa de atuação soci-
social do sambista
como uma ampliação demogrifico
mais profunda,
e introduzindo,
social~ uma variável
qua!::.
de ordem qualitativa
e do sam-
numérica
de
do Morro ou pela ir
para outras áreas residenciais
depois como Qma alteração
pa
é, o incremento da aflu
de fato e uma mudança
virá traduzir na expansao
se
que se acumulavam
atrás de um dado primariamente
a 5tica local, isto
o que se antecipa
:_-=
às transformações
mais pr5xima:
~~-:-=-~lVO impressionando
já se achava esta transfe-
afetando
, se reve
inclusive
através do fator mesmo
até então desconhecida
de Samba: a impessoalidade
na experi-
no trato das rela
sociais. Ê
presumível
que não tivesse,
de início, este alargamento
=~~::ndido muito além do círculo habitacional
de frequentadores
=~::la, ou, pelo menos, não tivesse ultrapassado ~::ial das camadas tradicionalmente
associadas
de muito o
=-:-.;:ueira distinguirem-se
..
--
da nível
a esta modalidade
:.;=-::miação, porque é comum entre os frequentadores
se
mais antigos
de da
certas redes de relações muito particular
-:;"=~:-;:;C· · "-.,.,_~:-:.:,-:C-'---;-:-:~_----~._,,-~-.- .. -._-
30. -~~Le adensadas . ::-:-:::8
e desdobrar-se
(5) ~ ou círculos
:~~ nerworks -_=leares, ~=inhança,
o conjunto
interligados
centralizam-se
....
a sua forma visivelmente
-
.
~
:..::-. :idencia da r-egr-a de or-garu.z açao ==~rutural na constituição ~~~eles aglomerados
da Escola,
espontâneos
e organizados.
~~ Livesse realizado
através
(6)
público - - -
ou
de
devido
a
.
que, como
teve por resultado
..
.•..
pru.nca.pa,o
consolidar
e informais
em agrupamentos
delimi-
É possível,
que a expensao
inicial
e se conservado
dentro do balisamento
mais restrito
inter-pessoais.
À medida em que os meios de divulgação ~ela realidade
acentuada
E~
gruposzyxwv
ou
de parentesco
desses agrupamentos
algum tempo,
sistema de relações
por Alas
net-zyxwvu
demarcados.
em torno de certas figuras
em geral sobre o prlnclplo
e tiveram
:::-isso~ durante
mas definidamente
.
fundados
~~::s, estáveis
como uma cadeia. de
da Escola
novo e curioso
passaram
de Samba, provocaram de conhecer
a se interes~
a arregimentação
aquele tipo de espetáculo,
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB - , . :.:.desvinculado de suas normas e padrões valorativos - --- .. totalmente
--:~:i::ionais.
o corolário
da nova afluência
simultanea~ente, relevante - --- -~.
foi a comercialização
a fragmentação
e flutuação
porém foi que, ao convergir
do espetá
da assistência.
este público
estranho
---...•'zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA interior da Escola de Samba, expôs-se inevitavelmente
entre camadas ::...:::~::-.~e
5
sociais
nos limites mesmo
hierarquizadas
e restabeleceu-se
de suas fronteiras,
o con-
interzyxwv
as linhas diferenci-
..i ~chell,
Clyde ::..:: :: 3 - The concept and us e of social network, in Social ne tw or-k s urban situations. Manchester. Univ. of Hanchester. p. l/50 . .- Alas, como se verá no capítulo 111, constituem a unidade míni ._ de organização da Escola. são recrutadas basicamente dentro amigos, parentes, "conheci- ::írculos de relações primárias5 ~~3", destes, etc. A inclusão numa Ala depende de recomendação :.~ ::l membro já incorporado da Ala. Por seu gênero de organiza_=_, Lmplica na manutenção de contatos contínuos, diretos, pess~ ~':"3, etc.
;;4 7 T h zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO " " * # A & 4 · g 4 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJI
31.
ais de estratificação
vigentes
na sociedade
foi que, neste caso, ao contrário ~ava-se do domínio especial ~eas da sociedade
global.
do que se passava
do sambista,
A diferença "lá fora", tra-
ã-
isto é, de uma daquelas
ondezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA tendo em vista a predominância negra, ele 3
oode ser ideologicamente
visto como "superior!! e onde se lhe admite
"exce der-" em capacidades
e habilidades
tidas como "inatas" ou "pe cu
::"iares"ao seu grupo liracialH• A história
de Hangueira
~esposta a estas influências ~''':''''1do os parâmetros Procurou-se,
e numa tentativa
originais
de recalibrá-las
canalizar
a potencialidade
Depois, gerando-se
~=~rutura essencial
à
um círculo vicioso,
obtenção
sua vez dispêndios As sucessivas
daqueles
adicionais
mudaDças
desde o deslocamento
e cuçao
comer
capitalizou-se
rendimentos,
do pa-
como infra-
mas criando
próprios.
..
de sede que se verificaram
para a quadra
-: ?alácio do Samba, representam :-.S
se-
em favor dos gastos cada vez mais suntuários
=-=- a fixação de uma sede também cada vez mais grandiosa
::
numa
da Escola.
a princípio,
:~al do espetáculo =~3file.
nos últimos quinze anos consiste
neste perl~
da Cerâmica até a culminância
no fundo uma estratégia
do liestabelecimento", não se esgotando
adequada
ã
porém aí seu sig-
-:..::':::ado, porque assim como em l1angueira se conseguiu
conciliar
:: ~ presença
também ali se
de publicos
.~=:::"veua combinação -'--- comercial"
opostos
entre a exploração
e a sua vivência
A solução Hangueirense
~r ;.;
em posições
li
da casa como um "estabeleci
como IIclube social".
resumiu-se
__ :·":':-'ções ~ em que os "brancos __ ::=-~os
em muitos aspectos,
numa repartição
d í.f er-enc.i.a L
ou os "be.canas11 da Zona Sul se va.r-am
de grande visibilidade
:"nternamente considerado,
qua!!
enquanto
mas reduzido
poder deci-
o "pes soe L humilde
do Mor-
32. •.•.
e os"cr~oulos'
., (7)
conservaram
__ ~reas mais tradicionais
,
:~::~hecidas
dentro
d
suas pos~çoes
e indisputadas
b
de coman o so re su conforme
de liderança
da Escola.
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
o que facilitou
=~:::-_amento da Escola
esta
"solução!! foi a variação
e o carãter
cíclico
~~~, o qual na realidade,
só
~:::ximidades do Carnaval,
deixava
_-: ~~ização da Es cola e,
da presença
comparecendo 5
e gestão
de pressão
::-~~~enteentregues
a seus usuários
do "br-anco"
ao final do ano e
nas
dUl'al1tea maior parte do ano, a
cO lD a:~e<Q 1l.1lentelIl!llelD .1:e
::::::-,ação de grupos
sasonal no fun
~
a definição
de opiniões,
de seus interesses
contínuos
necessa-
na comunidade.
Ir
jl
A Quadra Antiga
,1
!
Após a Cerâmica,
foram a Quadra Antiga
~~;~intes na progressao A Quadra Antiga ~_~ corresponde
_ raz
atrás de
onde atualmente
Tendo sido construída
ainda assim, permaneceu s
i,
U Jn
episódio
típico
as etapas
do Samba.
não deve ser confundida
ao terreno
~~::;iodo Samba. :~ra a Escola
para o Palácio
e o Garnier
com a Sede Antiga:
se acha localizado
como um arranjo em uso durante
o Pa
provisório
vários
da poli tica eleitoral
anos.
em voga
década de 60 na Guanabara.
o
terreno
da Quadra Antiga
~~::-~anos idos de 1964. ~e Mangueira
se distribui
Como vimos no capítulo entre alguns grandes
-:2~ a maior parte das extensões
I
entrou para a posse da Escola anterior,
o Morro
proprietários
de terra ali situadas.
o
que de
terreno
uma -;) Trata··se aqui de c at.ego rd as nominais que guardam apenas relação indireta com os fenótipos menc í.onad os, Na Escola de Samba, o branco é o arrivista da Zona Sul, que é doutor, que zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA tem dinheiro, que só entra ocasionalmente no Desfile e que no samba tem IIpé duroll e lIpisa uva". O IIcrioulo" tem "ginga de malandro, é o que sabe fazer e dansar o samba, mas é pobre, analfabeto e mora no Norro. Isto como representação de conceito limite. li
de
33.
da Quadra Antiga go proprietário pendurada
correspondia
a uma dessas propriedades
é hoje figura benemérita
na sala de Diretoria,sem
quer contribuição
na Escola,
vernador
do Estado
sobrepondo-a
de acesso
de saudação,
achava-se
Aproveitando
ao Morro de Mangueira
tação da via principal
este concedesse
feito qual-
beneficientezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA à Escola.
ate aquela época.
em discurso
sem fotografia
que a rigor tivesse
O terreno hoje pel'tencente à Escola desocupado
e seu anti-
uma visita
do então Go-
para inaugurar
ao Morro,
dirigiu
parcialmente
o Presidente
ao Governador
a pavimenda Escola,
um apelo para que
à Escola de Samba uma quadra de ensaios própria, e
inclusive
à própria obra que se acaba de concluir:
ItAproveitei o L. ter vindo aquJ..J..naugurara travessa Lobato.
E bem quando
dele nao estava
estava
terminada
terminado,
naquela
Saião
eu disse a ele que a missão
localidade.
Ele ficou assim,
dis
se: - "Como?" Eu disse: - "O Senhor
, I,
para a sede.
está esquecido
Aquilo
daquilo
é o nosso teatro,
que está ali -- apontando
o nosso
cinema,
versao que nós temos.
E a Escola
gueira nao tem ensaio,
a gente paga vinte a trinta
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
dra do ensaio.
O senhor se puder,
Ele disse que tratando-se era um favor do Governo -"Está
de Samba Estação
Primeira
di
de Man
contos pela qu~
nos dá uma quadra."
da Estação
Primeira
e do samba, nao
e sim uma obrigação.
dada a quadra!"
Após este ato, os líderes Mangueirenses i a uma longa romaria
~e pudessem
a única
encontrar
:iares para reavivar
relembram
por todos os lugares ou cerimônias o Governador a promessa.
ter inicia-zyxw públicas
o~
do Estado ou algum dos seus auxi Houve
desacordos
..•
em torno da area
34. zyxwv
~ ~er cedida, o Governo
pressionando
:::::.. -:aseem um lote dentro na Rua Visconde
para que os Mangueirenseszyxwvutsrqp a-
r-r-o , estes ins istindo no atual terredo HozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
de Niter5i:
"E agora, para
conseguir?
__ .? Onde iam, eu ia atrás
Isto aqui era um brejo.
E oS.?
E
deles:
l" - "Viva C.L.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSR
Quando ia fechando, -
\1 0
senhor está me deixando
que ia me dar a quadra "'. =--'
eu chegava perto
estou conseguindo
dele:
mal com o pessoal.
e até hoje nós estamos
O senhor dis
lutando,
eu ainda
nada, eu estou ficando mal com e Les ",
Ele disse: _IiVOU falar com a professora. Aí, ela me amarrou, ~~=ira saber quantas ::~trar aquela
~~ quatro; marcava
me deu um castigo medonho.
e quantas
criatura.
li
horas
eu esperava
Ela marcava
às quatro,
O senhor
nao
por dia para
en-
comigo às três horas, chegava
nem la.
Até que um dia eu cheguei
::::rtodela e disse: - l1professora, a senhora - senhora que procurasse :::::-. ma situação.
está lembrada
dãr solução
que o Governador
a esse meu caso.
disse
Me deixando
i1
Ela disse: - "Ali no Urubu,
tem um lugar ali, voces podem fazer a quadra
Eu disse: - "Tem um outro lugar - IIAli nao, ali eu quero fazer uma garagem
do Governo.1i
Eu disse: "Mas Professora,
assim ninguém
vai assistir
o ensalO
E ali não, ali já ê um lugar ideal, n5s podemos - '= 'V " 1
lá den-
trabalhar,
fa-
ali a nossa quadra.H MaiS' uns três meses Aconteceram
outras
~=~DO em que se discutia
=.:.. apareceria
a título
e nada
l'
ambiguidades a concessao
de "interesse
em torno da questão:
ao
mesmo
da área, e que no decreto ofici público"
como de praxe, o Presi
35.
dente da Escola de Samba de Mangueira rlO que se tornara encarregado lio adicional
ouvia consternado
da matêria~
para por em condições
do Secretá
ao lhe solicitar
um auxí
de uso o terreno, que este
se
limitaria exclusivamentezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA à concessão do terreno em si, porque as obras para sua utilização les cachaceiros
poderiam muito bem ficar a cargo I?daque-
que não faltam por lá
- liMas professora,
i1 :
a senhora sabe que eu nao tenho condições
de fazer uma quadra, eu sou um feirante, pedi um terreno"
Tem que construir
Aí, ela chamou o delegado,
disse p'ra dar uma licença de nomas não dava quem trabalha~
tinha muita gente por lá o dia inteiro bebendo cacchaça
que podia trabalhar: - "Eu já lhe dei o material. dar mais nada.
Que que você quer? Não vou
ra construir
a atual sede.
onde se ganhou dinheiro pa-
E dinheiro suficiente
para comprar
O zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA C.L. desapropriou, mas não pagou. Quer
pagando a desapropriação,
éramos obrigados
Em 1965, enfim, os Mangueirenses dita "Antigai1
lhe
Até logo!"
Fizemos então uma quadra modesta terreno.
nao
a quadra."
venta dias, disse que ia dar material, se, por-que
eu pedi uma quadra,
com recursos
ta fora simplesmente por suas maiores
de Niterói, permitira
se instalavam
auferidos na passagem
um aproveitamento
cla que começava então a sensivelmente
na Quadra hoje
pela Cerâmica. R~
descoberta;
e sua boa localização,
A Quadra Antiga foi construida
dizer que ,não
a pagar o terreno.1I
uma quadra de basquetebol
dimensões
o
apenas
na Rua Visconde
mais intensivo
de frequên-
a se avolumar.
segundo o modelo
"original"
autênticas ": sempre descoberta para evi. das. Esc(;)la?':::ig~ Samba ditaszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV li
tar reverberação
do som da Bateria; o palanque
de
Bateria de um Ia
36.
-- e o dos compositores
do outro; ao fundo, um modesto
__ se atendiru~ aos serviços :=~pava a quase totalidade
= projetando-se ;~2sentando-se
rotineiros
de administração.
do terreno,
como elemento
tomando-lhe
dominante
como a primeira
ã
Quadra
li
~~êm se confunda,
se traduzia designando
Na Quadra Antiga, ~=--:lentol! sistemático, ;=-de ingressos.
inauguraram
identificada
Escola",
iniciando,
a princípio
dos acontecimentos,
1.SS0
Antes, na Cerâmica, consignadas
-:~cas no levantamento
todavia,
timidamente,
a cobranpelas
Uma avalia
indica ter sido esta uma
haviam-se
assinalado
por particulares
de reportagens,
da Escola vigorara
:'~~cia exclusiva
de pequenas
;=sição por associados
ou por empresas
até então praticamente
na depe!2
postos a dis-
mais abastados,
mas se
entre o tempo
antes de uma festa e o reembolso
.=-_2diato da despesa após o término
i-
desta.
as cobranças
adquiriram
de venda, e organizou-se
atingindo
sempre .•. o pro-
e indeterminada.
prazo, digamos,
de
jornalís-
mas estas colaborações
ou alas relativamente
de bebidas
bilhetes
casos precedentes
doações ou adiantamentos
=fetuavam via de regra a curtíssimo
Na Quadra Antiga,
por aquela onda de aber
em sua direção.
;:-:'0 "orçamento"
:'2contabilidade,
a "era do fatu
depois os "cop í.ar-am ",
:::2fizeram a título de "ajuda!! voluntária
~=primindo-se
há
quase todas as Escolas de maior porte simulta-
-:-.:.ra social que se acumulava
~-.:.sto para aquisição
..
a Escola
muito criticados
::-_2amente na medida em que se v i.r-amafetadas
~=Dortâncias
a pessoa aozyxwvutsr
como até hoje
os Hangueirenses
Dizem ter sido por
:'2cisão que adotaram
plano
lli~apela outra.
:::scolasco-irmãs "que, entretanto,
:~0histórica
à
quadra
o primeiro
cena com que se deparava
por "ir
A
on-
na introduçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZY ã Escola. A-
chegar, desenh ava+s e tão profundamente "ir
barracão
tanto à portaria
caráter regular, uma forma rudimentar
quanto ao bar.
Em vis-
37.zyxwv
-::a do volume
crescente
~a contingência ~plicação
de Caixa, sentiram-se
de instituir
de finanças
r.ado s a recorrer
~am então,
à
segundo
um sistema
os os Mangueirensea
mais eficaz
de controle
e foi por essa época que se mostraram
orientação~e
técnicos
no assunto,
seus métodos
habituais,
em cargos
e
incli
que absorve internos
de
indicando
não
Jiretoria.
o
ano de 1969 denominou-se
~er esta penetração justamento. ~o Desfile
Neste
Desfile
se realizado
sem certos
ano, Mangueira
esperava
de Carnaval,
~os carnavais
a primeira ~úncias
o
definições
ressentimentos" derrota
abalos
resultado
e crises
o bicampeonato
do julgamento
de Samba um divisor institucionais.
como obscurece
deixa a desnudo
de rea
obter o tricampeonato
de ter alcançado
para uma Escola
tro de suas próprias gela muitos
depois
de 1967 e 1968.
acarreta
"ano do fracasso",
muitas
uma avalanche
de um
de águas
den
"Uma vitória
con
críticas,
mas
de suspeitas,
de
e reprovaçoes.
Foi o que ocorreu
no ano de 1969.
Dizem ter sido
"providen
cialllzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLK a derrota neste ano porque lhes "abriu os olhosll para os "tremendos
roubos
Ia pessoas
em cargos
de decepção"
e rombos"
berto na rubrica
te,
grupal
muito
as contas, de "ajudas
ra invariavelmente gridade
de confiança,
e "deixaram
não se questionam
que estavam
lliil
que entretanto
a desejar."
ficando para
processo
praticando
contra
"deram uma gr~
Na euforia
incompreensível
enco-
fantasiasii;
mas a derrota
instau
de expiação
e expurgo
vez, o relevante
a observar
é que as imputações
de desonestidade
recaíram
cos do Estado
exatamente
e da União
tesoureiros-gerais.
da vitória,
o mais
e, desta
iltécnicos de foralí,
a Esco-
uns contabilistas
e que, na Escola,
a bem da inte
,sociologicamen -
todas
sobre
de renomados
exerciam
a função
os ban de
38.
Independente
da Escola
:=.~~r e nunca =_-=-,-e ano",
tinha
após o Carnaval,
entrado
tanto
"até a Bandeira
:=.~~ ver a escrita, ~~ tudo; recibos, ~
nada".
e veracidade
:_~~ro e a partir
não havia
escrita notas
daí os cargos
fiscais,
Além
=~~~cia imediata
do ocorrido
foi ter-se
Em 1971,já
ã construç~o
se haviam
Mangueira
=-::~toregular
e substantivo
__ um terreno
próprio.
__ de edificaç~o
do Palácio
~~!""'io se mostrasse =.~dquiri-lo,
da indenizaç~o
disposto
A construção
ano pela
:~~o
imobiliário,
passaram
necessárias
constante,
avalisado
efetuado
indicava,
aquele
anti-
por falta
de
Como o proprie
e os Mangueirenses
e o terreno
foi
com-
e seis mil cruzei
por uma firma e.§.
particular
pelo
à pro
de aprovar> o proce.§..
do Samba foi efetuada
o contrato
anos
um fatura-
ao que tudo
e oitenta
empresa·
conse-
do Samba.
na época,
soma de cento
o
a ser distri-
por mais dois
correspondente.
as negociações,
por uma
para
e bem mais restritiva
se tratou
se havia
a vendê-Io
do Palácio
~-=cializada e financiada
dispor,
quando
jamais
encaminharam-se
::-~do neste mesmo
n~o mostra-
do Samba é que se verificou
de desapropriaç~o
~::.g.::.mento pelo Estado
:-:3.
e supunha
Somente
como na-
de alerta
as condições
com um público
se
dado sumiço
os homens
retardado
do Palácio
consolidado
contava
para
dessa r-etr-aç âc , a segunda
"de fora",
para
Escola
tinha~
serviu
e parcimônia
- -:::-,te às pessoas
~_ decreto
naque-
e que ao lhes pedirem
nenhuma,
de Diretoria
prudência
dinheiro
naquela
devendo"
ê que esta advertência
~_::dos com muito maior
_ ~~pitalizaç~o
n~o havia
dinheiro
ficaram
documentos,
O fato
=-=;ão deste:
contidas
ê que "quando os credores foram coo que se relatazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE
acusações, ~=-=.!""' à porta
do grau de exatid~o
Banco
de
Nacional
.A
crede
39. -- b.iltaçao. - (8) ~a
E enquanto
>:angueira manteve-se
se vagava
o terreno
uma temporada
para execuçao
d as oras, bzyxwvut
em cena no Sport Club Garnier,
de
~97l a 1972.
2.4
O Garnier
o
Sport
~.ocha, uma estação =0 Brasil,
l
~ermite ~~ba
é
Club Garnier
do Centro
um funcionamento
em razão
." . ~as caracterlstlcas, =e Mangueira
para
permanente,
- ou do que se passava
~s interrupções
- o principal
~ha para este período O Garnier
dista
sede de Mangueira;
de substituição na realidade mais
do Palácio
Antiga
interpreta
há mais
de uma hora
o Mangueirense
reafirmará
ir a pé" como
)
"proximidade de sua esco-
provisória.
~::;calização do Garnier,
. ::- \ E há outros episódios
como
na determinação
social.
:'J.eserá"melhor
Mais do que es-
ter sido a sua proximidade
de proximidade
informando
dozyxwvuts
- onde sao frequentes
do que uma proximidade
:õua vizinhança,
Central
ao contrário
parece
argumento
do
Por ser coberto,
~este caso de uma forma
\,
de Ferro
da chuva ou do mau tempo.
entretanto,
no bairro
o Suburbio.
na Quadra
- ou o que o Mangueirense
:e Mangueira"
situado
de Hangue i.r-a na Estrada
depois
no sentido
um clube social
fieica, Perguntado
vai".
trata-se sobre
convictamente
que IIfica ali pertinho" Htodo mundo
de caminhada
a a
e recomendando
Em sua representa-
relacionados ã criação do Palácio do Samba. Relata-se, por exemplo, como prova do grande prestígio social e pOl!tico da Escola de Samba, que qUru~do se procurou levantar o Projeto de Alinhamento da área na Secretaria de Obras do Estado, para dar início à elaboração do Projeto, verificou-se que o traçado do Viaduto de Mangueira passava justo dentro do terreno da Escola e que ali onde hoje se encontra a quadra, estava prevista a construção de uma praça publica. Depois de muita movimentação junto ao Secretário de Obras do Estado, os Mangueirenses conseguiram por três vezes fazer reformular o projeto do viaduto de forma a poupar a Escola.
40. ;~o, a identidade ~le mesmo
do Garnier
lhe confere
:~des sociais.
na proporção
Tendo-o
~~Oq dessa experiência ~xtensão
da própria
::nta própria
~idade
é
do Palácio
na medida
~~ar-se por pÚblicos ~~s contrastantes
na escolha enquanto
por quase
o Garnier
o hábito
na urbanização mesmo
::ntrário,
constantemente
tende
consistente
: Palácio
do Samba,
_ ?rópria
vetaram-se
~ organiza
a percebê-Io
opostos,
da cidade
à
de
como en
~ definição durante
a
a sistemática
de Samba buscam repartindo-se
e reproduzindo social,
origens.
infil
por
zo-
no
plano
Mangueira,
ao
procura. de um enraizamento
cada
Desde que se
criou
aszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML festividades particulares de Alas
colher "fora da Escolalizyxwvutsrqponmlkj a fim de
promoções
o sentido
de Carnaval.
conjuntas
fora de sua sede.
é que se veirifica
que ilumina
Escolas
das fantasias
incentiva
pic nics
por
. dzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO aa,n a assim estas detiveram o direito
anual
financiamento
Escola
outras
em suas pr6prias
de uma promoção
~·..:.ndos para
uma
seu ciclo
de reduz!-lq
do Garnier
de seu divisionismo
a. rrtoru . or- d a sede (9) ,mas
- dispor
dois
como
existe
em que se distancia
diametralmente
~~sico o espelho
~~{das
de suas ativi-
a pensá-Io
reaprende
que
do Samba".
_~ açao mangueirense:
.J
a tendência
que o Mangueirense
Há ~~a lógica
••
em que participou
No entanto,
controlando
a realidade
de "clube em que t1angueira fazia seus ensaios
::nstrução
·:ezmais
ultrapassar
como casa própria
adveio-Ihe
Mangueira.
independente,
:~rivada
utilizado
e, apenas
::?articipação,
nao parece
A par disso,
em outras
Na direção
agremiações
que tomam
estas
em que se tece a rede mais
~~eita de inter
conexoes
mangueirenses:
~~ de promoçoes
oficiais
ou de contratos
es
é raro, a menos que se tracomerciais,
que a Escola
:3) Anteriormente, as fantasias eram custeadas pelos lucros obtidos numa festividade anual (festa da Ala) que cada Ala tinha o direi to de promover por conta própria na quadra da Escola.
4 1 . zyx
~omo zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA tal ultrapasse da Zona Norte da cidade para
pontos
~ados da Zona Sul e, mesmo
o episódio
~raz algum
quando
isto acontece,
torno
de seu próprio
~os e modestos
clubes
sofisti em
si
quantozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB ã composição e orientação dos gru-
esclarecimento
:;:.os que o praticaTfl. As preferências S~
malS
círculo
locais
de Mangueira
de inlfuências,
gravitam
variando
regrazyxw
em
dos peque-
a outros semelhantes. em subúrbios
afas-
~ados. Para o Mangueirense, =arçável
conotação
vendo agremiações ~ssim, atrás =onseguido
menores
clubesinhos
;:ao de familiaridade
::::"ub6! já tinha
do tipo
quando
futebol
A construção
líderes
embora
falar
curtas
mas ainda
coisa que Mangueira
as festividades
acrescenta,
de calças
dá entrada
domínio
A codificação
:3
Se
de estar promo-
de Ala é
uma visível no intuito
do Clube D. desde
lá.
Pensei
tem le-
conota
de críti o tempo
até que esse
acabado."
épica em pleno
elaborado
"a única
de proibir
de uma indis-
seu prestígio,
pe r-d.i.do's por aí", trai-se
Em 1972~ Mangueira.
~J
ele tem consciência
de que "eu não ouvia
que eu jogava
se temperam
ao lhes emprestar
de uma acusação
=3., a observação
excursoes
de patronagem:
com essa política
van t ar- esses
S~
estas
da ordenação
social
do espaço
do Palácio
==nsciência
de todas
~egralmente
os elementos
:-.~.m.ento de bares
e depósitos
~sntos musicais,
dependências
o plano
tendo-lhes
do programa,
até local apropriado desejáveis,
mediante
os autores
adiante
as suas necessidades, constitutivos
é uma entra-
do Samba
foi executada
Revelam
que conduziam
do Samba;
do espaço.
no Palácio
do Samba
por três arquitetos.
Mangueirenses
no Plácio
proje-zyxw
do proj eto <t1J.~. tinham
clara
comunicado desde
i!:
o dimensio
à guar-da de instru
etc: e que,
como profissio
42.zyxwv
coubera-lhes tão somente "equa cí cná+Los numa r.a i s ,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA -:·:::onicamenteviável O prédio
..=.isdo que um Palácio, -õ:3-:ruturas em concreto
aparente,
recortado
vizinhos
- encosta
a uma fortaleza
grossos
em anfiteatro
Tudo é verde
muros
e solidez . do Samba:
de arrimo
salientes,
e rosa em torno, mais
da Escola
comumente
-::=. integração,
por ali que
o
mais
o numero
liaEscola
=.~arição insólita, ~=.sse o limiar
relembra
o Morrou,
escora
instante
aos trajes
ou
restos
de fantasias na Escola,
~2ilsação contraditória
que
em latência,
:: Morro,
de homens
ocupados
à vol-
decoranpendur~
de baianas
pelos móveis,
almofa-
usam
e bordados,
como roupa
fora as pró-
e bijuteria.
do Carnaval,
largueza,
da Escola". na limpeza,
impõe
uma
ordem e asseio. para
de fora, de tal forma que "nem a Escola
-::3~enteturmas
Tudo
a
e estandartes
é o substrato
a visão
mas pronto
alegorias
de luminosidade,
nem este perde
re-
com sua
em suas casas,
é feita de amplos espaços abertos, projetados
a ser vista
es-
que assina-
do cotidiano.
de brocados
que muitos
deslocada
bem
de fanta-
civis e recordando,
que guardam
e flores
pelas
em remanescentes
extraordinário a normalidade
dramatizando
que transitam
de Cinzas
de Desfile,
coloridos,
Penetrar
vestidas
pessoas
cestas
é observar-se,
de pessoas
uma quarta-feira
adereços
paredes,
:~ias peças
misturados
o Carnaval:
-- o interior,
:=.sem lamês
comuns,
de um mundo
:- cmpe r' a qualquer
curioso
incrível
nos dias mais
3:'as verde-e-rosa
::s pelas
aos
ao longe espalhado
é lia sala de visitas do Morro", idéias que correspondem
::~dezas,
as
à base do Morro, que o cir-
ou tr-c s pontos
e daí para
~ imagem que evoca.
~~a
de imponência
do Morro.
Dizem - ...•. ~ ela
pela sugestão
assemelha-se
:~~da em semi-círculo. : ar-r-acos
ar-qua+
11 •
impressiona
-:::doo conjunto
linguagem
dali se
perde
Encontram-se sobretudo
ver
a visão frequennas manhãs
PAVIMENTOSUPERIOR ~~~ li. - Galeria
B C D E F
_ _ _
Boate Serviço Administração Sanitários Palanque Bateria
G - Palanque Compositores H - Vista da Quadra
Â
It
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
D
- -
-
--_.-
--
-_.-
'--1
I
PAVIMENTO T~
A _ Bilheterias B C D E F
r--
_
Entrada Sarda Área Coberta (Bar) Controle Som DepÓsito Bateria
G - Bar H _ Serviço zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA .Y _ I _ Quadra J - Sanitários
I
I I
D "
I
I
I I
I,
I
I
I
_~G =-=:=-:'--I
1 ----
C[1<t-
- - - -- --I -----zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSR
D
I
43, 3sguintes
às noitadas
:2simpedir
de samba,
rapidamente
~2, observa-se, ~2S setores
a quadra
objetivados
da Escola~
3~a estrutura
por crianças
Principalmen-
para o seu futebol.
no espaço
reproduzindo
arquitetBnico,
simetricamente
que procuram
os diferen-
os segmentos
de
organizacional.
No Palácio
do Samba operou~se
2squema de relações :ra Antiga,
ajudados
a um remanejamento
entre os elementos
resultando
na formac~o
construtivos
de um plano
completo
vistos
estrutural
do
na Quainteira-
:-:-.2nte diverso. A Escola
ergue-se
:ilatro a Clnco metros ~ombasse
em relaç~o
em barrancada
~ra uma muralha
sobre um platB)
a uma altura
ao nIvel da rua.
sobre a calçada,
vertical
elevado
levantada
Como o
escorou-se
no alinhamento
~a a parte
consistiu
dianteira
-edificaç~o.
do terreno,
Esta é traçada
ie, tomando-lhe
por inteiro
A entrada
na quadra
de uma escadarias
desta,
Estende-se,
te descoberta
e ocupando
A
esquerda
~erto, cão
do bar.
o palanque
A meio
tal do conjunt~
o tua-se
se dá através
pada
de horizontalida-zyxwv
abrem-se
da superfície
encontra-se
do terreno,
e, nos fundos,
do terr~
semi-desco
o primeiro
situado, a unidade
sob
inteirame~
total
um terraço
lateralmente
ao fim
em pátio
a quadra,
sobre a rua e onde tem início
superior
principal
do corpo principal,
a muralha,
três quartos
o palanque
pavimento
sentido
daí para os fundos,
dos Compositores
inova-zyx
a testada.
e para a frente,
que se debruça
A grande
em corpo
con
e aplain~
o setor administra"tivo
erigindo-o
em acentuado
que, cortando
seu pilotis,
~o.
em ter trazido
terreno
a ribanceira
~o-se daí para tr~s o solo em toda a sua extensao.
- do Projeto ~ao
de
balzyxw
encontra-se mais monumen-
da Bateria. subdivide~se
o setor administrativo,
em duas alas:zyxwvutsrqponmlkjihgfedcb à direita,si
com os guichês
de tesouraria,
as sa
44. -~= de expediente, = ~ ~·..:.erda passando
:: -:::-:-. defronte
--
::.
,
a sala de reuniões
por uma larga galeria
ao setor
dois balcões
administrativo,
destinados
Toda esta construção :~~ias de valoração
aberta,
acham-se
a "autoridades apresenta
o segundo
:::-.?arado aos antigos
"terreiros
~~-::"dae que "levantam visível,
do prédio
- série de indicações Como em certos
. = ·":'DJIler", ao contrário
..
enquanto
.
~~~vidas
-:~~es e QS pratos
de modo
importantes,
que
em chão de terra
e, portanto,
um
ln
um avanço
apropriada.
E
há
vêe~-se
mesas
cerveja,
propriamente
encaminhados
de
que se apresen-
mobiliário
também
certas mesas
- e apenas
aí
sao
servi
ali costuma
Convidados
para o pavimento
com
mas os jan-
são exclusivamente
em que o atendimento
mais rápido.
em plásti
se encontram
acompanhamentos,
de cardápio
carac
de cerveja,
- cadeira
as bebidas
difere
e cadeiras
nacional
adquirido
de fôrmica
e alguns
concordam
ser muito
o
a caráter,
na quadra,
companhia
Na quadra,
na boate presta-se
aí se vestem
dos que funcionam de camisa.
de uma sala reservada
também
os garçons
sólidas.
geral
=~:; invariavelmente
que dispõem
é expressamente
::5 lá em cima e todos
social",
ele representa
de uma conduta
por determinadà
:~::ilidade, sobretudo
:~7~ém
mais
e pês cromados,
refeições
um tratamen
a este respeito.
na quadra
o mObiliário
injetado
ao se dansar,
em termos
em mangas
-:~~lstlcas, cedidas boate,
poeira"
mais qualificado:
:: debaixo:
diferen
que lhe são consagrados.
de samba , feitos
11
restaurantes
ou ocasiões
-:~~ simplesmente
a qua-
11.
recebe
1.1.;"1a âT'ea de "distinção
um acÚffiulode construção
deve ser sinalizado
- serviço
para
e convidados
::lanifestatanto no uso quan to na etiqueta
__ pessoas
voltados
áreas qualitativamente
pavimento
:;;rivilegiado. Ele compreende
~=ti~ento
à boate.
chega-se
social.
Notoriamente,
=
do Presidente;zyxwvutsrq àzyxwvu
e o gabinete
superior
ilustres e o grau
45. =~is alto de deferência
se demonstra
em colocá-los
::es em frente ao setor administrativo, ~:"'::;'~ente a evidência
mais inequívoca
justo nos
o qual simboliza
de quanto
"Mangueira
bal-
consensu-
cresceuzyxwvuts
_ .: .•..,,(9) zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ___ i..O •
Têm os dirigentes,
:~~ência, ali se encontrando ::= seu familiares, ~~~dra.
Visitante
no andar de cima, seu sítio de pre-
frequentemente
quando não se faz necessário menos habituais
~~ em cima, produzindo-se
assim, inconscientemente,
a quadra se encontra
:::~a do local de permanência :::~ada por fatores
relativamente
uma forma de perceptível vazia e a
es-
e menos condi
é que a vis~o e a participaç~o
aí se dispõe de maior
:~ ;erto e contactar
quando
-
(10)
se mantém
incessantemente, Apesar
cantores,
como tambémzyxwv
..-
d sso esse' padrao í
com toda regularidade,
:::~... :::entena força de seu conteúdo
de
e se pode apreciar
com os compositores.
que o percorrem
as evo Luçoe s ná quadra.
no espetá
se está no andar
amplitude
a todo instante
-:=istas e passistas
~~::~ção de pessoas
a alojar-se
se faz mais espontânea
se fazem mais claras e intensivas
r;
social,
na
de espaço.
O mais interessante
::;':XO, porque
sua presença
tendem usualmente
::~vagem nas linhas de cor e estratificaç~o ;::~etudo quando
em mesas reservadas
escorada
de exclu
social.
Numa festa de são João realizada
em 1973, observei
a
mesma
~ a primeira parte que cost~~am mostrar aos visitantes, sobre-.::..:do a "sala dos troféus", que é a sala de reuniões da Direto~la. Neste sentido, pode-se dizer que a entrada na nova Man~·.leirase dá"'sob a égide li da administração, uma vez que as esca :~rias passam sob este setor.
46. :~stribuição
de posições,
::-.:::strar-se inteiramente :~s, lanternas = mesmo
~~ a Semana
de neste
impedido
e dosséis
ocorreu
apesar
de cima pela profusão
de bambu
:~a, tornava-se
de um teatro
junto ao palanque
praticamente
Coerentemente,
as reuniões
~·.:.eira e se efetuam
periódicas
de Ala&"
dentro
de um grande
ri tualismo
:"':-.i ciei a pesquis a, várias
z ~~xo", no terraço,
- levadas
pela
por alegações
convocavam
configuração
em
que
suas reuniões
se polarizaram
factualmente
do andar
são
do progresso
Até a época
todas no fundo pela mesma
de chão aí corresponde
os próprios
~:-;as regras
papéis
"emzyxwvutsrq
para o an
.•
e
distintas, carga
de valora-
de cima.
:~z e flexibilidade :=~2.S informando
a um domínio
rigidamente
variações
apresentado
no espaço
instranpassável
que lhes cabe assinalar mantidas
como quem não pertence
Encontram-se
::-~~ura social
sociais
de exclusão
::e.rar quem pertence
sensíveis
tanto
a um determinado
por cada seção,
projeções
e diferenci-
servem
quanto
c~
a deagru-
ao grau de rigi-
uma vez que
de sua própria
pOSlçao
estão na
es
da Escola.
Destacam-se,
fundemerrte Imerrte , +r-es' c er.as ~istintas
e que, ao.n
social,
estrutu
_: da organização :2.~S
ainda
burocrático
ã quadra é penetrar no domínio das áreas segregadas.
Descer
:~.ento.
Alas
mas progressivamente
':~~dade - mas atraídas
::.=
que sao igual
equivalente
=.~~erial da Escolffie zona de ação cerimonial.
:~:a pedaço
e que, pela distân
de cima.
:-~2.lizadasno andar de tlcimal!como símbolo
:~~ comunicada
duran
comozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA UIIl sinal do progresso organizacional da Man-
=.ente encaradas
=~~!lde cima"
sobre ela.zyxwvutsrqponmlk
sacro encenado
da Bateria,
indiscernível
da quadra
de bandeiro
que se entrecruzavam
na representação
Santa
dia o panorama
na constituição
refletem
da Escola.
~:-:?riamente, o palanque
justamente
são estas:
dos Compositores
os pilares
a quadra
de ensaios
e o palanque
da Bateria.
47. zyxwvu
Dos três, apresenta-se a quadra como o elemento mais maleâ';eldo sistema.
Ela constitui o Locus do corpo numericamente mais
s~gnificativo dentro da Escola, pois enquanto a ala dos Compssito-
:-sscompoe-se dezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE ( 51 ) membros e a de Bateria, de trezentos ins~~umentistas, as Alas restantes, incluindo todos os demais compone~ ~es da Escola, aí compreendidos as pastoras e passistas que formam _ massa do Desfile, oscilam entre dois mil a três mil participantes
_ sao estes por definiç~ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQP 0$ usu;rias da quadra. A quadra represe~ ~~ um sistema mais aberto, ela constitui o paIo por onde cresce
a
~scola, sendo inclusive sua flexibilidade levada até o plano de sua ~:~fologia física.
o -
palanque dos Compositores e opalanque
da Bateria situam-se
pisos acentuadamente mais elevados que o da quadra.
~~os
a
se dá através de escadas privativas guarnecidas de portões de
:~~ra fechados
-
O acesso
ã chave, tornando assim extremamente fácil a fiscali
:~~~o da passagem para essas partes. Mais do que esses obstáculos, porém, contribui decisivamente _ :eterminar a fechamento seletivo desses palanques o próprio espí:-~~:de monopólio corparativo desenvolvido pelos membros de suas A ~~3
correspondentes.
Nenhum compositor exceto os de Mangueira po-
:~-se apresentar no palanque dos Compositores, assim como nenhuma ::=~osiç~o, exceto as de sua própria autoria sem parceria com com;:s~~ores de fora, ser executada ali.
Nas reuni5es da'Ala de Bate
. ~:~, repetl. das vezes OUVl. Componentes (11). obJetarem a permanencla
:~=:rada de visitantes sobre o palanque. Tanto a Ala de Bateria, como a dos Compositores sao denomi"alas técnicas" na Escola, envolvendo critérios pré-estabel~
Componente: integrante da Escola.
48.
c:idas de seleção ~D
cada qual,
e admissão
um código
disciplinar
~ertencimento' ao grupo,
xemp Lo : o direito
de receber
dever de se apresentar Delimita-se
: ''':'é
balizam
num quadro
os limites
~=~cionando
fantasia
gratuitamente
de um grupo
destacados,
de seu funcionamento
o quadro
-::-~os próprios
permanente
Componentes,
:.=dia" investidos, sobre
garantir
_=332,
naquela
a conduta
a observância
atendimento
:~ ~~icos
de
de direitos
forma,
aqueles
para
dentro
~=.~ ~u compositores,
respectivamente
:=~: a dos Diretores,
tendo
-=.~~~~ente se admitem
uns raros
:~"=.~~za um ato de excepcional _~~ =.las. Em regra, ~~s;a.s estranhas
srtios exclusivos A segregação
são eles também dos
palanques •
do grupo
outra
aí permitido.
. ...
Ja
- bateris-
categoria,
Apenas
se
ex-
extraordi-
para uma rápida
vista,
dos auto··falantes, e essa ocorrência deferência
é taxativamente
aos quadros
dis-
que se geram
dos palanques,
- nenhuma
visitantes
en-
e com autoridadezyxwvutsrqp
os portões
como membros
acesso
co-
de samba , "diretores
e da frequência;
dentro
Não
seu
escalam-se
de precedência
para movimentar
Vl-
ordem.
que exercem
presentes
das regras
através
daquela
data, de prerrogativas
dos membros
reconhecíveis
de conduta,
de controle
ao palanque,
determinada
que se encontram
declarada
e-
demarcado'} e que
agentes
cada noite
:=.=~~ automaticamente
::~~= sempre
específicos
de dirigentes,
da pontualidade
com autoridade
e
em contraposição
categoricamente
='=':-'cdo em outro ni vel, no que interessa
--=--
regras
regularmente.
internamente
à manutenção
:~~linares
as próprias definido
assim uma área e um código
~s~ a seu serviço, ~~.do
que define
implicando
internamente,zyxw
Vigora
em relaçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ã própria Ala e ã Escola como um todo. Por
:brigações
:='8
de novos membros.
por parte
vedada
da; : Alas
dos componentes
a entrada
de Bateria
de quaisquer
e Compositores
em
de performance.
chega ao ponto
de, numa exibição
da Orquestra
Sin
49 •zyxwvu
.--:.::::. Brasileira
com a participação
da Bateria
__ .. angue.í r-e , apresentada
em 1973
: =~=~Da
os músicos
da Pátria,
terem
-~ =~~o colocados
num estrado
;~:~~~a, enquanto
os bateristas
- :~3te para executar ~s regras ~~:3ição
de inclusão
incidem
.=-:~~
antes
~~?endendo
pessoa
na quadra
~:':cetoquando
.
-o;.
:
;.
poderia
integrantes
••.
penetrar
dos membros para
(12)
dani-
das
que eram não ensaia
de papéis
"batem"
e na Bateria
para
privativo
masculinos
.•
.. mpa.r-a.ca-«
a Escola:
da Escola,
lIos homens
sua ad-
E
na quadra
A divisão
de
por
ou cantam,
ou nos Composi-
é na "quadra". e a Ala de Bateria
e especializada,
de convergência
: ::.s-:inguiremnesta
-
Elementos
mais nítida:
da
isto é, as regras
tao r-Lgí.dos ,
da Bateria.
::::-.:..uanto a Ala dos Compositores
-_:::-.:::. ponto
ao nível
os critérios
femininos
o lugar dos homens
segregada
mais
foi o lugar outrora
de Harmonia.
lugar das mulheres
~.~ posição
da
no interi-
da fase em que se encontrasse
a quadra
==.zia-se então muito :._~.e~es dansam;
Brasilei
do palanque
comportamento
sobre
a pru.ncapaos.
_::~~s, isto é, dos componentes .: ~=.:'::.s pelo Diretor
base
se dão muito
do agrupamento,
presente
sobretudo
.. : ~~.~:-.--:e, entretanto,
Sinfônica
separadamente
sobre o modo de
que J."a nao obedecem
~ualquer
à
rente
permaneciam
ação do que propriamente :...: ; s; ,
do Samba em comemoração
da Orquestra
instalado
Sambazyxwvu
de
sua parte.
do que da formação
:..:-::. :ipação
no Palácio
da Escola
mais
variação,
amplo.
entre
a Quadra Todavia,
os quais
evoluíram
tendeu
a se di
há dois tempos
oscila
a Escola
em
:~:~: anual de funcionamento.
~=-~~ urna análise
das discrepâncias entre as normas ideais para =:~3ação de um agrupamento e a composição empírica do agrupa :: ~:-:=: as sim formado, ver: = =.:. ~ i::1 s) M•D • :..:::On the ideology and Composition of Descent Groups. Man. =-
50. Quando
a Escola
:.-:oõ::tação "fria", ~
=,'J.e afloram
-=--
se encontra
do samba,
na quadra
::::-_=.:'amente e evoluindo -: :: Diretor
mais retraída
mais propiciamente
-_~~~ção, vêem-se
exclusivamente
da Escola
momento .
tradicionais
da quadra também
ensaiando
or-
sob o comando
úni
estar
ali
livre para qualquer
mas que usualmente diz-se
de sua cons
poderiam
- que têm passe
Dos homens,
épocazyxwvutsrqpo
a comunidade,
as pastoras
Teoricamente,
_=~~~:.ência - e os Compositores, :-~~~~gativa nesse
sobre
os valores
em fila ao redor
de Harmonia,
-:-~~e~tes os Diretores
em sua fase de IImeio de ano",
declinam
desta
que "não precisam
e~
. -;:._=.~ porquezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA já sabem tudo que têm que fazer no Desfile", o que de ~:: se explica
como uma distinção
;=-8S0S e coreografias
-
-= -
.
tão elaborados
por outro
lado, também
espontâneo
que e Le.s,
Em face da avalanche __ =
::õ:::olas de Samba,
:e
papéis
passam
social
mulheres
muito mais próximo o
irreversível
gênero
levaram
de alienção
da Escola
Escolas
das Escolas
agora de
de Samba; o fazem Samba
se
às portas
essa diferenciazyxwvu
a encontrar-se
mais
onde nao se o
para este ru~iente
formas
na quadra
num padrão
de "Communitasll
in-
de integr~
que já
se a-
. (13) carloca.
os comentadores
das Escolas
de~
de Samba e
de baile
e crianças,
da relação
que
leva de frequentadores,
em salões
então
assomou
intimamente
•
desse
gosto,
de apren
. d a ldeo 1 ogla o Carnaval
caracterlzar
: negro
experiência
levaram
passando
_: _:-.:..;-:-_~nadamente homens,
____
pela mesma
A nova
de Carnaval"
:~fusas de atuação,
~it~ações
e
tradicionais
_ este tipo de diferenciação,
, __=:~
as mulheres
que ultimamente
por sexo na quadra.
___~_2.dos aos "gritos
uma vez que eles eXl-
quanto
descaracterizou-se
::.:~:;-:-_etidos com as normas
=-~~~s
categórica,
a concluir
de Samba;
110
pelo
branco
eles antes faziam
o Desfile
se-
segundo
da
me-
o
gosto
trans f ,._,rmaram em
classe
..
ca-
~='~2.~~a interpretação do Carnaval carioca como uma situação de = : =-=--":"i.i tas ver: = =- ~:=-tta,R. ~:-: - O Carnaval como um Rito de Passagem, in Ensaios de Antro ~:_:sla Estrutural. Petrópolis, Vozes.
51. comerciais
e os Desfiles
em espetáculos
de consumo para a classe
quadra Quem comparecezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ã Escola numa dessas ocasiões, vê a .::. -=
':'::-.hada de gente, porém reduzida
~odos os lados para dar lugar ao nÚmero máximo
-=:~
~::..:-.-:irão o "faturamento" ~:·... :.t arn+se
das prestações
sambas variados
::=.;;dansam livremente.
de mesas que ga-
e os custos do Desfile.
do tipo que "balança
a quadra"
Nesse dia, os ingressos
:=-= =.lugadas, chama a a atenção a predominância
}ias se passar
de "brancos
se transportará
::_:~:-2scala do tempo anual, 3.um ensaio 2 menos
comutando
"para valer".
"divertimentoll
índole tradicional.
...~= ~=.is ampliada,
muito toma
Nesses
de situação,
de um ensaio
uma
e testemunha-se
.. :':'3.8, mas os Diretores -::~:·..:.e o importante
:':'3".
Executa-se
de Harmonia
continuamente
dorsal,
amealhadas
serao estes critérios
Componentes
suficientes,zyxwvu
encaram
como o
a maior parte de sudo ano. (14)
e meios de ser e tornar-se de afiliação
nes-
e os presentes
que muitos
no transcurso
natural,
o resto se encaixa
o samba-enredo
para o Desfile,
?:.rque há muitos modos 2
no ambiente
dentro da dispo-
consideram-nos
_-: ~=.i8 solene de sua vida e no qual investem :::-_omias durante
"para turista
ressurgir
ordenadamente
é formar a espinha
='~2..Ji!.-se com seriedade
como muna
A quadra retoma o seu tamanho
e as Alas evoluem
ou
dias, a Escola é mais"traba-
:-;~: ,a que terão·.de obedecer .no Desfile. Hã poucos
-=:
gastan-
sua ida de um fim de semana para uma quarta
._:..::-.-:3.-feira, o observador
•.~ ó::
e as pesso
a em pé no bar".
~':2j
.. = -:
E-
são pagos e as me-
: "você não vê nêgo sentado na mesa, nêgoquando : -=
comprimidazyxwvutsr
em seu encercamento,
IIMangueiren
grupal que examinaremos
capítulo.
_=a
::-.2::-,5
cozinheira revelou-me que reservava ais para confecção da f an t as i.a,'
nove de seus salários
no
52.
É MANGTJEIRBJSE? 111 - QmlzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
T rrtroduçao
J problema da definição · _-::'~.2.
de delimitação
do universo
s: ;-..:.~irenses implica
afinal
: + :': -=-dadeManguei:rense · = = .:.-::
!lt· 1a,'1gueirensellenvolve o próprio
Híl'1gueirense. Dizer quem são e quem nao..sao
não só em determinar-
como, em outro nível,
de estudo que se tem em vista
analisar
_~:~ de posições
diferenciadas
~· .l2fltoaos canais
tanto
de recrutamento
e:11demarcar os próprios
~3?2cificado,
:::::.realidade,
categorias
o sistema abriga
._ =--::3:;:onde inclusive
pela variedade
utilizados
em sua penetração.
tangenciais
..•
disponham de um ro
como o "torcedor"
so-
e o "simpati
matizada de c;lassificações mesmode pontos de vis
grupal.
dois conj urrtos de contrastes
no sis
denominar o lItipo focal:l2
divergências
32 encontram em seu sistema de representação =-.3. taxonomia global,
do
SUpÕe vir-
a papéis e identidades
urna gama ricamente e pelas
dazy
uma multipli-
ao .seu grau de inclusão
nem por isso deixam de remeter-se
até certas
limites
em relação
_~5 ":~5cretos e que se estendem desde o que se poderia ~. ~2i:rense
oszyxw
.
- ~-· :::':-.t:euma.taxonomia onde, embora nem todos os segregadosl - _ =
pro
emp.irricamcrrtea configuração
HM3ngueirenseV!é um tenno POlisêmico que recobre
.:...categoria
· :....-:-...=.
da identidade
Di.s+inguem-se, basica
encabeçados cada qual pe
.: ~-=--:.tido desenvolvido na Ethnoscience: Taxonomia: conjunto de classes ou se ='-::~:::.:bs h'ierarquí.camerrte ordenados por UI11 processo de inclusão. Se~gado: _- =- ==-3.5Se- ou taxon - dentro de uma taxonomia. l1ais adiante se lera: Conjun-: :~ :Ontra.ste: Conjunto de segregados - ou taxa - compreendidos dentro de .: -=-~::o segregado precedente. - .~~~ Stephen A. . : : ;, =--ltroduction, ._" :-::=+ & Rinchart
ll1
Cognitive Arrthropo'logy.
: õ-=-=- __::"do dado por Coodenough, vJ.H. = ::- - -:::..:. '"'..jeSocial: U'Tlc"1. posição social singularmente considerada, Por exemplo: .".~ __". casado; ctc . regras de ccmpor-tamerrtopara deter.minada identidade. ~: :::a.l: tipo ideal que expr-ime a combinação máxima de identidades sociais ..:.-:: ::-_5-:ruçãode uma persona social . .- ~-::,:· :'enough, ~·J,H. .. ?~-:hinking Status and Role, in The Relevance of Models for Social Anthro (2d, 11. Barrton) . ASAr. London, Tavistock Publ.; pp. 1/22
53.zyxw _::..scategorias
de
-
Componente" e !?Sócio", as quai.s se podem, por outro lado,
.õ:Clar as duas vertentes ::; expressão ritual =~sfile
as-
11
essenciais
e a sua esfera
de formação da Escola,
ou seja,
de atuação institucional
a sua esfera
- respectivamente,
o
e a Escola em sua dimensão instrumental.
É
objetivo
-!': se apresenta
~r~iculares
des-te cap.it.ul.o apreender este
sistema classificatório
na representa:;;ã.o grupal., e descrevê-lo
deafiliação
co-zyxwv
tal
em conexão com as
regras
que nele o?era~ para acosso às posições interna~ente
:· :::1tidas.
DomÍnio das Categorias
Internas:
"Componente" constitui
um termo matriz na estrutura
:· ..2..,.'1do o Mangueirense refere-se -::; o termo "Componente\1, :_--:rD lado,
por isso mesmoassim denominado3 •
entre
esta
e, que, por causa disto,
e o Desfile,
4
isto
por
"compÕe1! a Escola,nu-
que denotam especificamente
especialmente
é, cantando, dançando ou tocando e, portanto,
::. -::'-· .ra'Ilente através
normalmen
O "Componente 11 ,
é ele quem "faz" a Escola; é sempre o indivíduo,
_. ::1ão,mas que age como exemplar desta, :2.5,
ele utiliza
ou reciprocamente.
O termo "Componerrre"surge em contextos
- :Sscola de Samba:
semântica Mangueirense.
aos que "compoem"a Escola,
é aquele "que desfila1Y
- cIara assirPilação
Componentes e Sócios
em apresentações atualizando-a
da e.rea de performance que D1e é peculiar
situações
fantasiado sambísti. concreta
e
e caracteristicamen
- 2.Ssociada.
~\"3TIlplo de uso: 'Componente, como o nome está dizendo, é o que compoe a Escola, aquele que de~ ::ila ... li 'Pedimos aos Componentes, quer dizer, ped:L!losaos que desfilam mesmopela nossa Escola que entrem todos na Quadra agora para os ensaios ... H :::xemplo de uso~ '!Temosuma apresentação :::3J.itasiados... \1
a fazer em V.R.
e prec.isemos de trinta
Componentes
54.zyxw Desta forma, o integrante
do Desfile representa
o tipo ideal do "Ccmponen-
porque esta é urnamodalidade polar de expressão de Escola de Samba- compo~ - ~xclusivarn.ente de música, dança e representação ~~:~ principal
desta execução, este
é
dramática - e comoele
ê
o
o momentoem que encarna por excelência
o
papaL de "Componente"em sua manifestação mais pura.
"Sócio" é o termo que se opõe comp.lernerrtarmerrte ao de "Componente 11 zyxwvutsrqponm na cons ~::.. -:-':'::'ção interna
Mangueirense: ele está para a estruture
~~ :: segundo para o Desfile;
são duas ordens discr~tas
institucional e corre latas
assim code organiza-
social. Numasuposição intemporal em que a Escola-clube no cotidiano - - ::::n a Escola-mágica no Desfile,
-_::-:::=. inverso - designaria
=:
o termo "Componente"- ou "Sócio17 do ponto de
uma totalidade
'~mesmo conjunto único e ãndíví.so,
mais abrangente,
Essa situação-limite,
=-=-~icou, em primeiro lugar devido à própria . : :-'::.',,:-õ:, mesmoem seus primórdios, _:":0.
=:
._--.:. :TI
todavia,
jamais
se
dos agrupamentos e depois,
à sua unidade terri to-
em f8ce da própria
expansão
so-
Escola.
-:s::-:ceitual da categoria
nao se chegara sequer a impor uma elabora-
"Componerrte!",visto
=: ::'-õ: iI1teração grupal exigia õ
urna vez que recobrin-
e diI1âmicas em sua composição, tendo-se torn~
ainda mais inviável
~Jaquela época, principalmente,
".
fluidez
a Escola não equivalia
::e origem, ambas heterogêneas :=.-:-~almente esta hipótese
se confundis-
que a própria natureza do siste-zyxwvut
um sistema de referência
mais personalizado
~2:1eraliza..'1te. Apontavam-se às pessoas pelos seus próprios
. -=--= .":'~as,não constando que fossem utilizados
referentes
e
nomes ou pelo
mede
neste nível proprlame~
:.:-:: ermediário de abstração. S:Xllentea institucionalização cr térios í,
de categorização
~:scriminativos
=- "~::::::::.:n
crescente
social,
da Escola exigiu um refinamento de
introduzindo
em função da variedade de laços,
o reconhecimento de
termos
posições e interesses
que
a se acentuar .
.-: organização do "quadro socí.aí," da Escola de Sambade Mangueira data
de,
1960, fase justamente em que a Escola entrava em acelerado pro--:"-::2.damen-te,
55.
:;~~~ de mudança. A idéia
que seobjetivava
-..:::. ::.de "orgarrízar- o quadro sociall!5, :~~~~çãoparalela
através
desta operaçao era em zyxwvutsr Sl mes
embora pragmaticamente ainda se pensasse na
de fundos para o Carnaval e na acumulação de uma reserva
finan
:~~~~para a Escola.
Atrás deste mecarií.smo , por-tarrto, já se consolidava urnapreocupaçao conscienzyxwvu -
2."':1
estabelecer
certos
__
::c,
já por si .irrtr-insecamsnt;ee.xposta à indefinição
=-~ =.b'21"tura social,
princípios
ainda
fomais
e definidos
à determinação da estru-
.•
por suas múltiplas
mais agravada pelo intensivo
areas
processo de transfor
- que se desencadeara. -~;~O A categoria
17SócioVi surge nes-te momentode insti tucionalização
o-=-. visando justamente a identificar :::.:ial'· ,
tanto que mais tarde,
;~~ à intenção original
da estrutu-
os "componentes" da Escola, o seu
quando se verificou
11
o desvio que ocorrera
quadro em rela
de marcar os que efe-tivamente "per-tenc.iam"à Escola, sub
::",:,'/idiu-senovamente o quadro de sócios em nSócios Componerrtes"e "Sócios Espe:::: ::; i s 11. No prdrnc.iro momento, contudo, haviam 'todos sido classificados ::::':)3;1 no pressuposto
como "Só-
de que fossem também "Componentes", o que de fato não
cor-
~~3pondia à realidade. A diferenciação :-:-2 de diferenciação
interna
no quadro de sócios calcou-se
por sexo, a qual,
como já se assinalou
primariamente na lino capítulo
anterior,
:::::-lstitui uma tendência básica na organização da Escola de Sambade Mangueira: ::::-iou-seum quadro feminino e um quadro masculino, distribuindo-se ::...:: crianças
conforme o sexo e dispondo, por essa r'azão, de iguais
'.-2::'esque os adultos.
As "Alas técnicasn,
:-ss, conservaram seus registros :-.:)5
isto
independentes,
ambos,
direitos
e de-
é, a de Bateria e a dos Composito a primeira elaborando-o mais ou m~
por essa mesmaépoca e a segunda já o tendo feito
::mna replicando
entre
desde 1932, mas de qualquer
no domínio musical também, ao contrastarem
"Começaram a dizer que o B. aa organizar o quadro social, que ser organizado. .. e foi aquela correria no Morro... 11
com as Alas de Pasto que o quadro tinha
56.zyxw a mesmadiferenciação
As inscrições
por sexo constatada
na dimensão institucional
se fizeram de modomais ou menos automático,
da Esco
correndo um c8E
consenso quanto ao reconhecimento daqueles que eram manguedrenses componentes :requentadores.
::=~~das
Diz-se que "naque.Ie tempo era bem mais fácil
Alas ou pessoal:
obter afiliaçãozyxwvutsr 11 ,
bastava que o indivíduo se comprometesse a sair
- ..=.-:::..1 dentro de uma determinada Ala com uma certa
fantasia,
no Car
ou que apresentasse
:-~ .LUaà Escola assumindo para o grupo comoum todo o meSIIDcompromisso,
~_-=
se tornasse
uma "al.a f'i.Li.ada" ou) caso interessasse,
:::-,3:1tes como sócios.
Apenas com relação
- dos quadros 5 reservadas
às trinta
aos "fundadores li
se processaram de forma rotineira Mais tarde} evidenciou-se
5
primeiras matrículas
os comem cada
ocorreu uma certa disputa;
as de
e simplista.
que assim com muitos componentes nao se regis-
=-='-:::1"Tl
comosócios,
:- = ::la
ou comprometer-se com suas mensalidades, tambémum grande número de sócios
~-=..-:-_
preferindo
7
se registrassem
para
participar
motivados pela participação
nas atividades
-:::_ desejar- comprometer-se com os Desfiles. ::-=:-_-:::a uma experiência ::..:..ou uma curiosidade, :- .; -:- - => J
necessária
dos Desfiles
sociais
sem vinculação contínua à
da Escola sem, entretan-
Há pessoas para quem o Desfile repre
a ser vivida pelo menos uma ou duas vezes na vi
e outras para as quais, mais do que isso,
representa
um
periÓdico e sagrado; há pessoas tambémpara as quais a ida à uma Escola
5a.:llbaconstitui
uma al ternati va apenas entre outras tantas
semanal, enqua~to para outras ê:~dariedade
significa
uma verdadeira
para
mil
experiência
di vertimen de
vida e
comunitária.
_~ Alas de Bateria e Compositores - esta a princípio - tinham apenas componen -res masculinos e a de Pastoras; femírrinos, Atualmente, há duas compositoras :-:aHangu.eira. .'Jisseram que a Vo ia se inscrever de Sócia Fundadora, e ela nem saía na Escola nem nada. Então, eu me virei para arranj ar dinheiro e entrar na frente de :"a, mas só porque ela não tinha direito, porque a Dona A. tinha mais direito =.té do que eu e outras mais antigas. Jv'BS foi só para a V. não entrar na fren-:::2, porque ela não era antiga, não tinha direito ... "
57. Todas aquela
estas
discrepâncias,
chamada
"penetração
contudo, da classe
revelaram-se
com embasamentos
e perspectivas
:~~alizando-se
daí as múltiplas
combinações
compreendidas
Tal como este hoje ::~s: há os Sócios - - Os Sócios,
se apresenta,
do quadro
diferenciais
possíveis
pe.§.
de vida~
entre as variá
no sistema.
e os Componentes,
tanto
depois
media!! pôs em confronto
::~s e camadas
~~s classificatórias
apenas
comporta
as seguintes
como categorias
feminino
quanto
POS1-
discretas.
do masculino,
subdivi
:~=-se em tr~s modalidades:zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJ Sócios
1.
~~:~pavam
ativamente
-~~salidades ~~~almente -~~zo
Fundadores:
os que criaram
na década
e gozam
participar
de 300
são isentos
de todos os demais do Desfile
a Escola,
direitos,
ou das atividades
ou dela já par
do pagamento podendo,
de
ou
da Escola
nao,
sem pr~zyxwvu
de sua classificação. 2.
Sócios
Componentes:
~~3sado deverá
ter desfilado
~:=itido nesta
categoria.
eleitores 3.
e elegíveis
Sócios
cUJO acesso
passa
antes por dois anos pela Escola
Pagam mensalidades para os cargos
Especiais:
_~~ades de dez cruzeiros,
pelo Desfile.
de cinco
O int~ para
cruzeiros,
ser sen
de Diretoria.
nao participam equiparando-se
do Desfile;
para os demais
pagam mensaefeitos
aos
:::ios Componentes. : - Quanto
aos componentes,
::~entes que são sócios : =~mponentes
- segundo
que não são sócios,
~~~~o extra-oficial, todos
ao nível
porque
os Componentes
~~:ido o prazo
de car~ncia
- Fora do Quadro
Social
laços financeiros,
individual,
as tr~s modalidades
de vista
deveriam
~
da Mangueira
-
uma classifi
da ideologia
.
oficial
ser SOC10S Componentes,
para admissão
em Com-
de associados
sendo esta entretanto
do ponto
existem
distinguem-se
dazyxw
uma vez
na categoria.
e vinculadoszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV à Escola apenas
os "Comendadores
do Samba".
O título
58. - "Comendador : ~ o do Samba;
do Samba!! foi criado constituiu
:~~eitos antecipados ;::; de venda
ao tempo
um recurso
creditício
pelo qual a Escola
do título,
a fornecer
;:-essos e garantir~lhe
da construção
uma determinada
um percentual
.
•
Acima -:::
'Y)
.
-
dessas
-
. que toda a organlzaçao
.. _~ mínimos, =~~penhos
não havendo
de índole
::=.;ãoda Escola
~ :inanceira ;~~sonagem -:~elada -~~icos
dotado
e que representa
sobre o cálculo e esquematização
As mesmas ~~::.l - quando
"~~el grupal,
c~nico
.=~~s absorveram ..~scola
desde
de figurinos
aí
salien
de agrupame,!}
para expectativas
a unidade
mínima
gerado,
denominados dos elementos
no enredo
ou d~
de organ~
à estrutura
do Desfile
e
de papéis
certos
indivi
ao
agrupa-
da Escola.
das Alas no que
da organização
Confrontando-os,
dra
unitariamen
- reproduziram-se
institucional
-
para as
ao nível
distinguem-se
burocráticos
incorporadas.
um
que se reduzissem
na ordem do Desfile,
11,
do Desfile,
de subvenções
observado
e "Componentes"
"Grupos
administrativa
a distribuição
ao rateio
sem sucesso
"Sócios"
em que se acham
em termos
Toda estrutura
que se haviam
:'=::1tos que não se assimilaram :=:;:; es agrupamentos
deve-se
grau de autonomia
Gnico.
das Alas,
se pretendera
tendo-se
Assim,
como um todo,
discrepâncias
~-::à mesma identidade
-
de um certo
ou um elemento
de co,!}
é a "Al.a!", que se define como um conjun-
e do Desfile
~: de componentes
ln-
esgotando-se
porém,
e pensado
lugar nem tolerância
individualista.
de
nas despesas
limite,
atomísticas,
da Escola
de
8
reclprocos.
classificações
na venda
quantidade
de descontos
.,
e obrlgaçoes
Palá-zyxwv
se comprometiazyxwvutsrqponmlkjihgfedc contra o pre J
s.. :''"11.0 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA efetuadas na Escola até um determinado
:~us dlreltos
lastreado
do
ordinária Grupos
e Alas,
Foi também um recurso para evitar a venda de títulos patrimoniais 1ue poderi~m subtrair a Escola de,seus fundadores: "Um capitalista aí qualquer comprava mil títulos - e bastava, não precisava mais - e a gente ia ver: tinha perdido a Escola".
59. zyxwvu
sao "filiadas!!zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH à Escola, enquanto que os Gru
:--::3salta-se que as Alas
=:3 não o são, mas se projetam :--::~ça de que as Alas :_:ional
se desdobram
da Escola~
___ as esferas,
enquanto
_~~çadas aqui porque
todas
aquelas
são transpostas
_-:lusivos,
_~ ;lobal da Escola.
Pode-se
na ordem
setorial
segmentos
no interior
comparável
mesmo
avaliar
_~~ dualidade
em sua constituição,isto
_.; ~::-,o, ainda
faculta
-~ ~izer mesmo:
~_~ prática
~:_~s efetivamente
sei destacam:
-:~~~ vista
a seleção
_~ impessoal -::=~
lógica
-~~~s e podem
---:: : conte~do
elemento
consentidas
na escapa~
e coti- e -pod~
de um lado, suas normas
empírica
e, de outros,
dos agrupamentos
Numa descrição
das categorias
_:~lizaria nas barreiras
institucional
mecânica,
normativas
interpostas
apesar
porque
estes
dede
de ordenação
da assimetria
e sua aplicação
ao acesso
da coeren
da alocação
o padrão
a origem
à pr!
elas pa-zyxwvut
distorções,
da Escola
diretamente
dos desvios,
determinando
lugar,
dessas
ao
das características
na incidência
de dirigentes
por isso influenciar
dois aspec-
elas não se produzem
em segundo
a sistemática
do centro
discrepâncias,
de voluntarismo
sobre o reconhecimento
da Escola.
é,carnaval
deduzível
patente
de posições;
que comanda
irradiar-se
-~- o controle
=~=-l
a uma certa
o aparente
dessas
primeiramente,
- há uma regularidade
_-:: :ontraria
uma pl~
das distorções
de agrupamentos
e a composição
a distribuição
c=~so, mas obedecem :: sistema
e Grupos
mais
decorrentes.
Examinando-se - relevantes
- entre,
e formação
classificatória
ao nível
como este que, além de abrigar
institucionalizadas social
a~
sao
organizacionais
uma faixa de discrepâncias
__=~is para ordenação
operantes
a redundância
num sistema
entre
do Desfile.
à encontrada
em amplitude
inst!
da Escola
das Alas
~~-.-eisde se acumularem essencial
transitivo
classificações
para esses
projetando-se
~~lidade de categorias
segregam-se
a organização
com a dife
sobre a estrutura
como um agente
os Grupos sobre
do Desfile~
igualmente
desenhando-se
Estas observações
_-~ividual
ambos na ordem
concreta
en se
para a faixa das po-
60. =ições mais
definidamente
:·leios repercutem
de imediato
:·..:e interessa
à temática
=2r examinados
somente
:~~ das fronteiras
o
estruturadas
fechamento
sobre
dentro
da Escola
e estes blo-
as relações
internas
capítulo,
entretanto,
do presente
no significado
que acarretam
de poder.
No
deverão
para a reafirma-
do sistema. gradativo
do sistema
como estratégia
de auto-defi-
Eição
à Escola de Samba de Mangueira ao final do ano Quem comparecerzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ::jerá encontrar,afixado - ser H. basta
saber se comunicar!
- de Mangueira =23file.
às pilastras5Uffi aviso semelhante a este:"PazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSR
e,através
Simultaneamente
~~~egimentação
anual
::3 e registram
deste
expediente,recruta
verá,numa
do Grupo,que
mesa mais prestam
- de pagamento, encaminhamento
conta
é aberto:quem
-_:.:;, pague
em dia as prestações
:~~.~ar este ano com certos : ~~amente
o que acontece
:: ~articipantes;o
Grupo presta
.:::itos e estreantes Os Grupos
-ê
:3
Grupos
.=_~:mente tidos ~:~~entes
bastante
populosos:
concorridos
argumentos como muito
da Escola
indefinidamente
e,sobre-
com outros;e
há uma incessante
mí
poderá,d~
O Grupo poderá
próximo
ma.is de cem componentes.
mostrarem-se
=_= principais
estes requisitos
se apre isto é
substituição
experiência
a quantos
o procurarem.
são sempre
.::--:::3enta anualmente
para tomadas das
seu nome,endereço
de sua fantasia.
na realidade:
- masculi
da fantasia,modalid~
Atendidos
componentes,no
da
a posição do ~
aos confeccionadores, prazos
que comunique
para o
aos interessa-
quer que dele tome conhecimento
:::-~~~do,neleingressar,desde
de Sam
promotores
os figurinos
dos custos
-::-:':"das de manequim,sapatos,cabeça,etc. -~~~s,o Grupo
componentes
informações
a confecção5esclarecem
e,principalmente,dão
da Escola
adiante,os
suas inscrições:apresentam-lhes
e feminino,explicam-lhes Jesfile
H. é um dos Grupos
n
de setores
É de todo
interesse
e entusiasma.dos,porque
para aceitação animados
o Grupo H. ,por exemplo,
na Escola;
mesmo,razão
diferentes.
estes são
e os Grupos
porque
pa-
atraem
são outros
61.
A caractertstica
mais
?ia, é seu alto índice sar . num Grupo
saliente
de flutuaçãoo
é demitir-se
~ial da ligação
ao Grupo
dele~
a considerar Apenas
a fantasia
- extindo
:,esfile e o papel
do Grupo
~~s a cada ano, também :~da novo padrão =~ntasiar-se.
de fantasia~
recupera
=iado ao Desfile
de acordo
:~tado a custear
sua própria
--~do de pessoas, ;-..:ra o caminho
fantasia. para
impedimentos
primária
tempo declara
:::0:::-, cada
os laços de afiliação
~~~amente
:~~8de
com que estes
vez que caduca os atesta
revalidação
ef
o
terna
Esta parece
aberto
uma qualifica
do Grupo
apenas;
ele-
de Saro sa-
o indivi
grupal.
com que se contraem,
porém;
podem-
sua fragilidadezyxwvutsrqponmlkjihgfedcb é propor cio
são reconhecidos
de validade
sem cujo atendimento
-
se afi
defensivos~
sua afiliação
por causa disso,
capa-
tal corno componeg
e condicionada
dos laços associativos
o prazo
tendo-se
da Escola
demonstrativo
grupali
fanta
por um número
através
a.
de seu ato de
comparecer
nem obstáculos
e resolve
informalidade
descontinuidade
in~
no Grupo.
do Grupo,
de caracterizar-se
.:...::) ao mesmo
~: própria
significa
o flanco
por esse comportamento
:-.::'2. à facilidade
e
ser restahelecida
ser preenchida
-:~do Grupo,
__ romper
segundo
sua participação
portanto,
mais desobstruido,
Com a mesma
a ligação
pela reiteração
tanto assim que a entrada
-:':"sfeita a condiqão
e mate
deve
com o figurino
simples
~~. Aí nao se colocam
é o elo visível
anualmente,
ao Grupo
apenas
npertencer!~ a um Grupo,
;~o suficientemente
ingre~
no enredó.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLK Com o as fantasias são recria-
a ligação
o Componente
tão fácil quanto
o elo, desfeita
-:ersamente. Mas as fan·tasias renovam-se
toda-zyxw
nos Grupos.
dá
que se interrom~
fantasia
requerem
p§.
que simbo-
um processo
automaticamente
perio
se extin-
620 No regime ~ualquer
tempo,
atual,
a participação
encontram-se
suspensa
no Grupo
pode
Componentes
ser retomada
a
tanto estreantes,
já se tenham apresentado em outros Desfiles seguida ou ~T:mto quezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
~~terrompidamenteo z.a í.or ou menos
:-·J.eno núcleo ~2gularg
Distinguem-se,
estabilização
constantemente
:-.2nto,condensando-se os agentes
percorrida destes
naquele
pelo
~~ vê já terem desfilado As Alas
apresentam
de
para além de um pe-
é cumulativamente
impressionante
::3.sionais, mas
é
se encontra
reduzido,
porque,
para a ação temporária, coesas
e solidárias~
~3.~cumulação
de um orçamento
~3.sia; vigora
internamente
~~~as já procuraram
:_~ção da qual
~~=tida é o recebimento
nelas,
coletivo
formações
definida
próprios
80-
se c9tizam
à confecção
se
pa
da fan
de cargos,
al-
e, além disso,
a-
institucional
da Escola,em
a uma série de exigências
cuja contra-
numa Ala significa,
de reciprocidades
~:":-:J.ada de elmentos
constituem
que
anual,ta~
da fantasia.
A inclusão
::=?orta, em prejurzo
de Componentes
os Componentes
regimentos
a estabili-
dos Grupos
destinado
que
de Samba.
por parte da Ala de ~~a subvenção
à confecção
~3.~ao num sistema
as Alas
na organização
se subordinam
de pessoas
neslas
ao contrário
com
Os Grupos,prin
um certo número
uma distribuição
elaborar
:~~~-se todas enquadradas
somatório
inversa,
no agrupa-
cujo centro
o Grupo.
pela Escola
novos
de
retida
permanente
ciclicamente
uma morfologia
Ai também
:~~ destinada
concêntricos
por levas sucessivas
ou desfilarem
~3.de é a regra.
:~3.ismais
todavia,
aglomerado
que reativam
:~p3.lmente, respondem
~:bilizam
no Grupo;
circulos
sedzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA í.merrt.ado , sua feição marcante é a de uma franja ir-
::3.rtcipanteso Uma fração
~~2ende
assim,
muito mais definido
de sua equilibração
isolados
portanto,
interna
e intrinsecamente
y
a partici
nao
e que
a manutenç~o
desvinculados
con
desta
63. É fato que frequentemente se aceita."TI Componentes :~d.eia de relações.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
::rcunstanciais ~~ndência
para o Desfile,
generalizada
no sentido
ou de eliminá-los
segundo
e uma subvenção
dos Grupos,
comuns
mas a em se-
suas regras
especí
a serem partilhados
a serem preenchidaszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTS ç evidentemente o esquema
programadas
:-. ~o comporta
o modelo
consistentemente,
:~~as~ se há um orçamento ~ funções
é
às Alas
=~ida ou de absorvê-los
consoante
por muito
tempo alimentar
à margem
excessões
de sua es
~=·J.tura • A nfiliação
de Alas"
acha-se
::'::08 desde
a inauguração
--:3
não estão declaradamente
sócios
_ o mesmo, :=~térios
do Palácio
não formalizados
suspensas,
de seleção
do registro
de Alas
_:-.:?edir o crescimento
da Escola.
~~ à pulsação
gerada
binária
:~~ que tem apenas
nao demonstrou
na alternativa
encontram
-~::sões de sua temporalidade em torno
de
nofinal
difusos
e
a l~a grande
à
estas
alargar-se
se acumulam, ordinárias,
adequar
Os Grupos
Interes
formam
nas
di-
um espaço
como mecanismo
de
ê maior a afluên-
quando após,
quando
esta decli
como uma coroa móvel, ao desafogo
mas que pode
de
particular-
a cunha talhada
normais
uma área de extensão
~~~:rno às suas relações
e se orientam
funcionando
da Escola
ela parecv
entre os períodos
nos Grupos
suas dimensões
periferia
acrescentam-Ihes
aasonal
da Escola,
até o momento
em seu ciclo anual.
particular.
que lhe permite
social a retomar
_:-~arnas quando
protelatórios
Pelo contrário,
uma incidência
:-~::tepara o Desfile,
.~ticulados
três
mas o resultado
que abrem margem
:::..·.:xo e def luxo social que se verificam
~_~o-regulação
há
pessoais.
A suspensão
~~ jescontração
oficialmente
do Samba. As inscrições
à adoção de procedimentos
devido
::.=~a de manobras
suspensa
das
os Grupressoes
ser descartada
sem descaracterizar-lhe
no
a es-
54 •zyx
~~uturação
estável.
~~nvolvimento ~~~tonizada
da Escola,
às variações
~~ior e menor
expansao
A obstrução
~..:.e
prossegue
~~~a sua alocação
~~~utenção,
e retração
dentro
meramente
é
~_3.tus de Sócio ~~;ão social
::3 guichete
:-~essos e tamanho :~ tornam mais
-~~alesco
das filas
~_~ um documento
até urna quantia
em face do volume no Palácio
emzyxw
canais
para a sua
irrisória
e
de recursoszyxwvutsrq fi-
do Samba.
como um critério
- os sócios
entretanto,
votam
Mas
o
de delimi
- e nesse
de Sócio a "carteirinhallzyxwvutsrqpo
traz uma série de vantagens do pagamento
na prática
dessas
nas filas
ambos
as atrativos
situações.
de identidade
a entrada
para enà
- preço
essas franquias.
de sócio facilita
adicio-
de ingressos
à medida que se aproxima o
-
o que lhe aumenta
apreciador
de
tempo
os
de seus sócios
e que só fazem crescer
interessantes
: ~Jdas de Samba,
ao mesmo
fecham-se
do Samba e da longa permanência
:"~::J, a "carteirinha"
e divergente
controlado.
desobrigá-los
de venda,
cria uma orga
padronizadas.
político
de Samba de Mangueira
~~~ja no Palácio
porque,
integrantes,
claramente
Para os frequentadores,
-~~s: ela significa
ocorre
atualmente
compreendido
:~~tido é ideologicamente
- ~scola
da Escola
representam
e um instrumento
entre as fases de
institucional
da contribuição
:-_~::-"celros que se movimentam
de flexibilidade
ao contrário,
simbólica
ao de
social.
das posições
as mensalidades
_~~ obrigação
uma solução
de sócios,
de novos
não depende
as tendências
de sua oscilação
O desligamento
a admissão
A Escola
rítmicas
do registro
formais.
não burlam
mas constituem
à estrutura
~~zação paralela ;:-":'3.S normas
Como dispositivo,
frente dos
ln-
Carnaval
outro
Por
em outras
e
Escolas
para o tipo de car-
Mais do que isso, ela consti-
altamente
valorizado
:=~3 que a julgam capaz de lhes abrir passagem
para certas
para meios
pes-
sociais
65.zyxw
;~e d e outra
. f orma cons1deram
~~vos diversos número
o
convergem
significativo
. quezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZY 1h es estar1am vedados.9 A'sS1m, mo
para que se torne um título de pessoas
fluxo processual
__ Samba de Mangueira
de procedência
para obtenção
compreende
do título
as seguintes
cobiçado
por
social variada. de Sócio da Escola
etapas:zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML
=..:.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA A E scola d eclara q u e " ach a-se ab erto o q u ad ro aoc í.a L'";
Os Presidentes
de Alas
~~~ao dos Componentes A Diretoria ::'3.1 distribui
devolvem
A Comissão
So
em igual número
ao
à Comissão,depois
as propostas pelos
de de-
interessados;
diretamente
essas
etapas
mais restritivo
~~~~ito consciente je propostas
formalizam
e o pagamento
simultaneamente,
é tratada
- é:
para o Quadro
à triagem entre as propostas,
aprovados
_ =~trega das fotografias
~_~~o
a re-
determinando
e as rejeitadas;
Os candidatos
Todas
da Escola
não Sócios;
e informadas
procede
a Comissão
de Alas propostas
Componentes
":':amente preenchidas
Aberta
ou melhor,
aos Presidentes
Os Presidentes
ã Diretoria
não Sócios;
da Escola,
- seus respectivos
aprovadas
encaminham
sofrem
o acesso.
e a quebra
efetuando
da mensalidade;
a admissão
pelo
de evitar
suas inscrições,
à categoria
de Sócio Espe-
interessado. na prática
manipulações
A origem
do fechamento
que está
as distorções
pelo encaminhamento
da estabilidade
pela rotatividade
tornamzyxwv no erro dos
"No outro dia, eu fui ao Palácio Guanabara ver negócio de matrícula da Escola: - "Quem é?" Aí, eu apresentei a carteirinha de Mangueira: - "Pode entrar, pode entrar ... " E fui logo sendo atendida~ Se tivesse ido com a carteirinha do Félix Pa checo, estava at 2 hoj e lá e sper-andc '". i
~5cios ocasionais.
A Escola
:-:-.::nifesta da Comissão
-
procura
assegurar-se
de que os pretendentes
correspondem
-:::::' estável
e leal às cores da Escola,
mas sendo
=~icamente
desconhecidos
uma grande
:'.::de, o resultado ~2
final torna-se
da confiabilidade
~::çâo ao centro
e envolvendo
altamente
e proximidade
decisório
- esta é a função
seus critérios
pu -
dose de subjetivi-
e dependen-zyxwv
imprevisível
que o candidato
da Escola
a um cor
demonstrar
e, particularmente,
em re
aos membros
__ Comissão. Vários ;2dendo,
Presidentes
também
adianto
:~~inham propostas
~·..:.::--!S .am.í.go s pessoais
na Escola
ainda
- servindo
~~2zentas
Consta
em vista
da atenção
que que e~
da Mangueira: outro
- este foi um caso bastante
de intermediário
tornara-se
propostas,
o que significa
o fez ao chefe de sua repartição,
:=:-2sidentesde Alas,
·~~dem dessas
fiem confiança"
que não são Componentes
e outro
propostas.
já declararam
o lado dos amigos",
a pessoas
_~ deles, por exemplo,
-~~tado
de Alas
suspeito
inclusive
o que parece
entre a Comissão
de ter extraviado
qu~ alguns
Presidentes
uma acusação
com que os Componentes
mais
bastante
usualmente
a aIzyxwvut co e os de
de Alas discuti
acompanham
distribuição. Em face desses -:::""/a
a mais para
comentários,
sua ação fiscalizadora.
::'2:1tespara conter
a demanda
~~=ial está fechado": - ?ropriamente
a Comissão
o que reclamar,
:m prejudicado.
A medida
ê
é declarar
o 1!quadro social porque
uma justifica-
Um dos argumentos
de propostas
enquanto
encontra
ninguém
aparentemente
mais
que
"o quadro
está fechado"
é diretamente
impessoal
efi-
nao
aponta-
e por isso não
67. ~~de ser contestada. ~ primeira
pergunta
~~eira ~ saber :~ tentar
Expõem-se
para ampará-la,
que se deve fazer ao pretender
"se o quadro
obter
racionalizações
ser Sócio da Man
está aberto!!. Se estiver,
sua proposta,
mas
será o momento
o que ~ quase tão difícil
quanto
se
-::rnar Sócio. O Quadro
Social
da Mangueira
~~da e em data não prevista. ::~dições
prévias
que o Quadro
~~Q
=,"":'8,
antes
=~ssão
devem
tenha
de ser uma Comissão
:~os falecidos,
ou que tenham
sido incriminados
-- conduta
desabonadora exigências
-:~~tes3 jamais
~~~ circunstancialmente Somente número
depois
~~sa é uma tarefa :~ outros
exemplo,
na Escola
~:r motivo :::idades
as vagas
suas mensalidades,
apenas
mantêm-se
ou
demonstraa primei-
como sanções
como probabilidades
e avaliado
desde as últimas de novos
tempo,
la
peazyxwvutsrqp
Sócios
o acréscimo
inscrições,
real
pode
a serem admitidos.
nao só porque
como porque
há fases
a Comissão
acumu-
desta operação
por falta de pagamento
de prazo para
-==.:::os que são sempre
dos só-
que
próprio.
de Sócios
carece
=~=a, a quebra
ocorrido
que demanda
A eliminação
o papel de Co
ou que tenham
as demais
é necessázyxwv
os nomes
etc. Na prática,
mas que existem
de apuradas
=-~resentam um compasso
desempenha
de pagar
algumas
pela Comissão
em cancelar
judicialmente,
da quantidade
encargos
lugar,
tempo
consideradas.
de Componentes
=-=:omissão ajuizar
deixado
na Escola,
aplicadas,
seja aberto,
sido antes revisto
de admissão,
é cumprida;
por breve
Em primeiro
A "revisão'i consiste
:"":'2 tenham
- dessas
Para que o Quadro
ser atendidas.
existente
de revisão.
"abr-e."raramente,
levados
involuntária
caracterizar-se
em conta nesse da capacidade
de doença
ou outro,
financeiras,
etc.,
desemprego,
são sempre
3 das mensalidadeszyxw
devidamente;
corte.
Um "fracassoll,ou
de trabalho declínio
respeitados,
há e~
do indivíduo
de suas disponi sobretudo
quan
68. ~o se trata
de moradores
só se repetem ~ade. Nesse 2feitos
amiúde
caso,
~ensalidades
amplamente
a recuperação
sobre a regularização
que é comum aos associados para
integralizá-las
~o já são cobrados ~e "recibo
para quem essas ocorrências
como se tornam
espera-se
retardados
Sabe-se
do Morro,
ingressos
conhecidas
de sua situação deixarem
os ensaios
em dia" para obtenção,
em alguns
estejam
=esligamento
em atraso,
do Carnaval
casos,
se cogita
suas dívidas
de quaisquer
-:~as considerações, =e tolerância ~~contrado
medidas
porém,
sobre outro:
em dificuldades
S2 recuperar : ?agamento
até novembro
pode-se
:~zar sua tarefa :::.jril" o Quadro"
da fantasia
fontes
de carência
somando
ou
habitual
ninguém
no Carnaval,
regulares
mas enquanto
Assim,
o Quadro
um ano
Social
Às vezes, deixa
pessoal
constitui
em
de rea
não apreciam
a revisão
de
da Escola.
bom do Carnaval"
de bilheteria
que tenha~se
já terão pro-
a Comissão
"0
Ou-
um prazo
por mais
entra".
lado, também
no período
da Escola.
lI
não
não tenha tido t~
anos sem que se altere
por outro
o faturamento
os faltosos.
e com isso atrase
por essa época para evitar
de rendimento
contra
nesse momento
isail!,também
revisora;
--~ três ou quatro;
os pa
em afastamento
que, por essa época,
enfronhada
::-Jcessar em intervalos
gra-
dos quais
supor que uma pessoa
seguinte
:-~que só está interessado ~:::.sta- afinal,
e se exi
antes desse prazo
num mês de novembro,
com o prazo
e, se ninguém
:-..:-:ubro ou novembro,
~~5
suspensivas
intervêm
O fato é que passam-se __ Escola
com a Escola;
de suas mensalidades
::::.velmente emendado
qua~
é o mes em que se espera que os inNovembrozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF
do Sócio.
-:eressados liquidem
várias
intensificados
sem que isto implique
ter
na Escola.
acumular
-:-J.i ta.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA É norma ~ portanto, que haj a intervalos dentro ~amentos
na locali
do Sócio e esta pode
nas proximidades
para
nao
muito
de última
ho-
e depois
se
uma das maio-
que deveria
se
de dois anos, acaba por se alongar isso consolida-se
um núcleo
conser
69. ~~=r na Escola
que lhe assegura
:~~sar das influências
Há
dois outros
atuantes canais
feiç~o
constante
atrav~s
dos anos,
a que se acha exposta.
de admiss~o
a este que se e~zyxwvu
paralelos
: ~-'.c,teiam zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA igu alm en te n a p rática. D izem q u e zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQP n o p essoal d o M orro p od e :; :-_-:::,ar para :. _~ fazem.
Sócio em qualquer Todavia ~ entre
:~~=isariam
entrar
para
~~=~o mesmo
de pertencerem
época
"o pessoal
ao Morro,
franqueada.
:~~::,io,constitui
um argumento
:::~mica,
- e"mostrarem
grande
parte
Com o título este também quando
mais
desta
prerrogativa
de Sócio Especial
de "f í.Lí.ar-"
se trata
geral o caso, como ainda Sócio Componente número
para os interessados,
::3 pela Comiss~o. : r ; cede) em tese,
foram mesmo
à devoluç~o
apesar
dos cortes
Em face dos nomes
assíduos
Pode-se mencionar, por exemplo, monstram proximidade ao poder", cio Componente", etc.
em
na Escola
pelo que é seuzyxwvutsrq !i; e nessa fica sem uso. rejeiç~o
é muito
várias
semelhante.
a pessoa menor,
simbólico
pode-se
apenas
pessoas
So
insere
um d~cimo
se afigura
mais
da família,
como
é muito
menor
que
por incluir
mes
mangueirenses~O de propostas
que saem periodic~
as de Sócios
Componentes
que se sabe ainda já identificados~
a s í.nd í.cêne ias suplementares
Componentes
a Escola
ingressarem
de Sócio Especial
de identidades
acham que nâo
que este, ao con
como sinal de pertencimento,
5
em relaç~o
~~-:8rno integral,
_=3
contesta
ocorre
seu valor
excess~o
por isso ter permanen-
se diz que "n~o há problema,
:-_~::,oso quando
~~~~e da Escola
devendo
interesse
O título
Assim,
frequentar
a mais para
quiser!7. Mas sua procura
~uito menor
do Morro" , muitos
A Diretoria
:~ ~e Sócio Componente.
=~
sendo esta a única
Sócio para poderem
::;~ente a entrada
sua Escola'
11,
serão
têm
efetua-
a Comiss~o
para verificar
ou se a Ala mereceu~
pelo
se aqu~ seu
"que nao desfilam", Tln~o denn~o tem prestígio para ser Só
70.zyx ~
_::: ~=-_:;:3nho, registrar
tal numero
: _ e . =-_:3.is de cinquenta
por cento
:~~~~:3.Spela Comissão.
Quanto
~-~=-~~ant07 são estes mesmos :~~~~~-las
11.
de pr-et enderrt es " das propostas
às propostas
d'
para Sócios
de setenta
~
sJ.n lcanzyxwv
encaminhadas
que após certo prazo
à Escola, numa proporção
e nessa
são re-
Especiais,
desistem
de reen-
por cento das
pro-
::::~~s saídas. ~~ propostas
que passam
:3.proveitando as brechas o personalismo
.::::~itérios -r :
das escolhas
de chapas,
etc.
de participação
:..:.~,das de delimitar
da mediação
do sistema:
e a patronagem
-~~:: alaras no momento ~: ::~?osiç~es
acima
cUJas
é
dos Presidentes
nesses
internas
Todo esse sistema se revela
marcadamente
casos que inter-
consequ~ncias
pol!ticas
então
um campo
S
for-rnar+ se em "terra
üma vez delineado
se mostrarão - as eleiç~es,
de afunilamento,
em suas funções social
. .. d'a antJ.-estrutura,12 - :rganJ.zaçao, que partJ.cJ.pa
=: =. -.
de
mais
e prevenir
que
se resva 1e parazyxwvu
de ninguém?'. o agrupamento,
__:~-lo em sua constituição
trataremos
em seguida
de ana
interna.
Por exemplo~ dizem tomar em consideração se a Ala apareceu mes ;:tocom aquele número de Componentes na Avenida, o que pode ser verificado pela contagem a posteriori das fantasias ou por v i> sita à costureira durante a confecção; se foram assíduos aos ensaios e saídas; etc. Não se sabe entretanto, se esta tarefa é realmente cumprida na prática. 'Por sua ligação
com o CarnavalH•
Ver o capítulo
seguinte.
71. IV - ORGANIZAÇÃO
Contradições
INTERNA
básicas
A idéia básica de Samba Estação
que me parece Primeira
explicar
de Mangueira
o funcionamento
da Esco
é a de "cristalização
H =..::-.::i-estruturalIAnti-estrutura1? zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA • figura aqui como Carnaval
:~~ida como uma fase transitiva
em que se anulam
__ status,
entre os participantes
tendo
- communitas. -- colocam
em vista
A communitas
sem distinção
a equivalência
~=-S
~~~itas~
criar
a um nível
as situações
~=-~cado pela rotinização =::2tus e communitas
estruturadas
e pela ordenação
- ou estrutura
- se confrontam
uma onde
Na
do cotidiano
e anti-estrutura,
todos
social,zyxw
ritual.
de status;
como duas
relação
de valoração
é de caráter
e é de
diferenciações
de igualdade,
idêntico
que se estabelece
invertem-se
=~a sistemática
é o domínio
as
da
comatual,
e sistema
de
que também
séries hom610gas
tem
em oposi
_:-~l zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA _:::"....J •
O Carnaval
carloca
"Fazer um carnaval" ::~funde ~:Dens
e ninguém
se podem ~
.
.
:~es em prlnclpe
~:ssibilidade
.
•
2
exemplar
equivale
um caos",
conhece
travestir e assim
mais
a "fazer
o lugar das coisas.
em mulheres, por diante,
para uma inversão
~~o ou remanejamento ::.alS
é a representação
dos status
entre
onde tudo
se
No Carnaval,
os
em bebês,
o que significa
mágica
das barreiras
os adultos
da anti-estrut~
que
reais
as classes
os
se
poabre
e uma anula
e categorias
so
•
Para um desenvolvimento da noçao de communitas, ver Turner, V. 19690 The Ritual Process: Structure and anti-Structure. Chicago, Aldine Publishing Co. Para uma interpretação do Carnaval brasileiro como expressão ritual de anti-estrutura, ver Da. Matta, R. 1973. O Carnaval como um Rito de Passagem, in Ensaios de Antropologia Estrutural. Petr6polis, ed. Vozes.
72. A Escola
de Samba Estação
- uma instituição ~angueira
est~vel,
3'.13.
ordenação
=: - -:'1::>ada e esta
.:
e a organização se projetam
estrutura,
grau traços
formal
na Escola
ainda incipiente empresarial
como modelos
~~e tem desenvolvido, - ~~~vocado,
resultando
.::..-:~l5 recursOS
humanos
sistema
simétricos
limites
dentro
contem
e ln do mes-
ambos
em
al
exig~ncias
de uma organi-
pelas
resultado
da construção
considerável,
devido
também
0-
e administra
mas aí também
de ritualismo
de Carnaval
empresarial,
como
sis-
de burocrati-
elementos
_~ estratégia
como
num processo
_;-:~intervirem
Desfile
em si é uma
de Carnaval
da Escola
eszyxwvu
se traduz
de porte
o
da
do sistema
~: :~ uma sede própria claros
dadozyxwv
de ação característica
que é ditado
em formação,
de estrutura,
A Escola
o Desfile
são configurações
da modalidade
A açao técnica
diferenciada~
como anti-estrutura
- 4 ; na pr-a-t í.c . a , porem, ';:-::--1PO de transformaçoes ~:
la
de anti-estrutura,
essencial.
duas tend~ncias:
~;ão técnico-racional
':~:3 da mesma
ou melhor)
é sua contradição
de ação ritual
-=-~
e o principio
carnavalesca;
destas
por outro
e internamente
entre o princípio
institucional,
~~ sua natureza
--:~:ização
ordenada
de Mangueira~
como um "precipitadol13 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV do Carnaval e se confi-
surgiu
por lSSO como uma solução --
Primeira
se as-
sôbre a prática
de
sezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZY vem alargando em
não só à proporções
como pelo crescimento
suntu~
de inter~sses
numa aplicação
cada vez mais ampliada
e instrumentos
técnicos.
Apesar
-
que de
disso,
:::>ecipitado", no sentido figurado, (derivado da Química) de _~~ subst~ncia insolGvel que se deposita como resultado de cer-::3 processos de transformação. :~~i-Strauss, C. 1970. .-.:-.-:ropologia Estrutural
A noção de estrutura (trad.), Cap. XV .GB,
em Etnologia Ed. TB.
in
73.zyxwv
.r.c
ar-ar-
comozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA mer-a "Empr-e s a " é tão meia verdade quanto in-
a Escola
-:-:::"-:Jretar o Desfile ~_~~ade maior
é
afinal
no próprio
fato de que mesmo
planejamento)
está sempre,
de natureza
::~jiciona Begundo -::::J
como "ProduçãoTl
reside
--=:-.-:al em Mangueira ~~~~ que
simplesmente
expressiva
sua lógica
tôda "Produção"
=~~navalil; é um mundo - 3~bordina
ao fugaz
A evolução
da Escola
dicotomizada,
:-=:::;:ão que se impulsionou =õ::la foi gerada e segundo
.:=~3mico,
-~=
a progressão
~ue cumpre
-=~3~0
-=:23sidade
reais;
primário
desta
:=:~rso do ano, enquanto :-::ssários~ efetivação
:===:8 - : -.~2
tão de perto
correlatos distintas
É por
da mesma
:-=~~zação da Escola"
Do ponto
suntuária,
do Desfile,
pensada
a de in
a fonte
efetuada
os recursos
isso que a evolução
é intrinsecamente
de vista
que se encena
geram-se
subjacente.
do Des
Tanto
de de
em seus res -
da
no no ne
Escola
como dois pro -
ou como duas expressões
realidade
da
pois uma relação
de toda a prática
com a evolução
~ per -
A organização
constitui
é da dramatização
e simultâneos,
penetrante
e a Escola-Desfile
na Escola-Empresa
deste.
que ontologicame~
entre as quais
Existe
em
a uma trans
inversão
como empresa
o significada
decisória,
às exigências
deste.
rituais,
inversão.
de estruturação:
_==_~le que se deriva
:-:: :~nfunde
a Escola
entre a Escola-Empresa
·=:~ivos graus
~ mudança.
uma gigantesca
a
e principalmente
relacionada
em resposta
funções
um
em permanente.
polo mais
na conformação
representa
determinadas
dos status
~~~~~ciamento
o movimento
a
onde o programado
Sendo uma realidade
fundamentalmente
o Desfile
se converte
foi daquele
instru
se desenvolve
"pagodes"
está diretamente
:=:"~ação no plano do Desfile. -.:: 3e revela
Toda atividade
sistemáticas,
e o episódico
a ação mais
instância , voltada
em Mangueira
de inversões
A ambi
e que necess~riamente
específica.
de Ttsambas", Ifsaídas", pic-nics",
-:::"::0
=~_2
em última
comercial.
manifesta-
assim
que a "or'
como "organização
cê
74. _~:~n.
Um Componente
da Ala de Bateria,
-~~~o da organizaçâo -
11
na sua
~_, Enfim,
foi das piores
-~~~ se apanhar
nessa
se apanhar
~=~jadeira.
l'1estre-sala precisava
a bandeira
no Carnaval:
inclusive9
que estava
tinha
naquela
época,
que se fazer uma
na mâo da costureira~da
de uma cabeleira?
!iTá na hora!
ela passava
tinha
que
fazer
Tá faltando!1I 5
essa coisa todazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV porque nós não tinha um livro de Ouro,
Tinha
j
- o nosso
comércio
Eu deixei -
de Carnaval,
no dia de Carnaval
_~5~a, para
- ~ateiozinho
época
monetariamente3
a bandeira
ao desencadea-
explicou:zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ
Ala,
A l'1angueira, sempre
reportando-se
não tinha
de sair em 59 justamente
saí na Bateria
porque
:: :'..:.pa a seu gosto. :..:.~lno para
aqui era nenhum,
a Escola
Eu achei
se fazer
~ue era o Beleleo,
deu
comércio.
por causa disto.
um pano
que não estava
e cada
certo.
qual
Tinha
a coisa.
Quem estava mandando
Beleleo
que era o Presidente.
Em 59, euzyxwv a
fazia
que ter um fi
nesta
época pare-
E foi levar o pa
lá em casa: - 'iNão~ assim :..:.-:::ro nada!
eu nao vou. Nâo vou mesmo.
VI
Entâo,
nao saí naquele
ano e falei:
- "Só vou sair na Bateria Então
Não quero pano, nao
fundamos
- "Antes
se fundarmos
a Ala de Bateria
de ser criada
para
a Ala de Bateria".
sair em 60
a Ala de Bateria,
11
•
a organização
era mais
_:-,~ormal IV_ "Não! Não tinha :~=la a sua fantasia. -= pintado.
Ninguém
~ ~scola também
Um vinha
pintar!
ia caindo.
__ Carnaval
e para
nenhuma,
infelizmente.
de tênis pintado,
fazia uma coisa padronizada.
:~egava dia de Carnaval,
=_~,
organização
Porque,
tinha boina
outro vinha Então,
de sap~
com aquilo,
sabe, três dias de Carnaval.
que comprar
sair uma coisinha
distribuindo
Cada qual
malS
chap~u
de palha,
ou menos
assim.
Então
pintar.
Já tive dia
lá em baixo:
IiFulano, olha aqui a sua boina!lI Quer dizer,
um com boina,
Isto tudo. Agora,
outro
sem boina;
de 60 para cá, acabou
Llvro de "contribuições" financeiras 10 comercio das redondezas.
doadas
boné,
já saímos
de
tudo issoll.
à Escola,
em geral
p~
75. "Mas ensaio ~izada.
tinha,
Chegava
cada um fazia numa
chegava
e olhava~
~
Agora,
que ve a Bateria,
.:~ um, ve todos.
As vezes,
~5cios: a camisa, -::::::.r para dentro da calça!"
- botar
mas não era aquela
costureira,
estava
da calça,
padro
fazia em casa.
cada um de um jeito.
Era
um
que ser assim; de
i1
então
ordenação
cênical1,
isto tudo.
:rganizei
um estatuto~ porque
a turma
de fa-
~ pen-
dessas
tran~
explicou-
da sua Ala: eu assumi
de dia, e outras
com outros.
não era registrado;
coisas.
Daí que eu organizei
inclusive alguns,
Conselho
~m Representante
de Ala. A coisa até hoje
orga quem
s6lida,
eu
propriamente
um
que ~ urnestatu-
foram admitidos
expulsos
uma Diretoria
~ice-Presidente,
Foi eu
uma disciplina
mas compreendmdo
e demitidos Fiscal
a Ala, procurei
A Ala não tinha
leva com responsabilidade,
regulamento.
é fo-zyxw
No Desfile
de organização
A época-chave
Eu para ter às mãos
-:::os por esse regulamento
que gosta
de 60; um Compositor
a d~cada
diretor
:rganizou
bo
Até o jeito
para trás.
o princípio
de burocratização.
da organização
as atas,
~ todo mundo. outro
ne-
se o Fulano
"Não, a camisa
Tem sujeito
se
cada um usa como quer!!.
liMas de 60 para cá, foi quando ~izar todas
com certos
então
tirar:
um para frente;
::)rmações ~ consensualmente ~e a respeito
~ fora da calça,
a gente manda
depois,
quer dizer:
at~ preocupaçao
tem que ser o mesmo.
~3.do como um processo
S2
outro
~
Se ~ fora da calça,
o chap~u
Além
-:::0,
de roupa
ve uma Ala organizada,
n6s temos
por exemplo~
=er uma onda no chap~u:
estatuto
organização
Carnaval.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
~2rdadeiro
-:::~ m
sempre!!.
"Ensaio ~~tão a gente
:-3.
tinha
com três membros,
outros
mUl
por es
com Presidente, Diretor
est~ conduzida
Social
e
e estabele
:ida assim". Adicionalmente, Jrdenação
do espaço
sao malor, jaixas.
o princípio físico,
da qual o Palácio
mas que se projeta
Na Ala de Bateria,
::1enteadvogava:
organização
igualmente
defendendo
envolve
uma idéia
de
do Samba é a expres-
em outras
instâncias
o disciplinamento,
malS
um Compo-
76.zyx !lÊ
preciso
c:'lObater
organizar.
~~ntém
Fazer a arrumação
um certo respeito:
~~s: usou?
Entrega,
~~ direitinho
e sc a la r
A partir ~~ria passa
não entra qualquer
elementos.
porque
p~
na sua própria
e de lazer,
~~s transformações =~g~ificação
:::::rrendoporém
Q
essência,
vistas
em contextos
interpondo
-
~:-:::, de "dever",
Assim
e que "tocar
_-:"sacrifício":
"Esta semana
porque
na aplicação
supostamefi se operam
:~~~ria trabalha
o ano inteiroU.
:::~ uma definição !lÊ preciso
f~ctualmente
-~~~~lhar mesmo
na Bateria"
idênticas,
pode-se
traduzir
ter que fazer sacrifício
a Bateria
é um "serviço
Um Componente,
bem o que é comparecer
Há gente
a noite
-~~~:::,ou seja vendendo _~ ::: suj ei to não pode
nbater"
de
do outro duro",
razoavelmente,
lia in-
de suas atribuições:
situar
-~~~alhar na festa.
porque
ce~
de referentes
::c:' três dias .. ,!1 ou: "Só vem aqua para ver o sacrifício direito"
burocrá
num caso de illazerlle no ou-
nós vamos
_ ;::zar do mesmo
e volun
procedimentos
de atividades
a atividades
opostos,
recreativa
de organização
é que se compreende
apontando
Não é qual-
i?
à prática
semânticas,
inversa
o
essa bo-
Tem um lugar certo,zyxwvu
por um princípio
~:c:'mativosinstitucionalizados ~~ voluntárias
o
lugar.
preciso.
em que uma agremiação
a ser penetrada
~~2a que a atinge
d ia
os instrumen
encarregada,
se t_~
encourar
um h om em d e
fazer umas
Lugar para guardar
e larga em qualquer
do momento
um; manda
se tem uma pessoa
no lugar~ manda
~·.lerum que chega vam o s
para ficar em condições,
ali ficar uma sala de visitas,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO É preciso organizar. Aí,
:haves, dá a uns certos
. Ss
para o secretá
ofíciozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA à máquina, a máquina de somar; um lugar para Dir~
~oria de Patrimônio, c:'~aquilo
Tem que ter um cantinho
que vai
inteira,
à festa; há outros que
ou seja
ingressos
batendo,
lá na p6rta.
sair: o que bate,
(um instrumento):
à festa e o que é 6
ou seja can-
Há obrigações
bate a noite
tocar um instrumento.
vão
inteira
de 11.
77. zyxwv
Defendendo te, um ritmista jo a noite
dos componentes
dizia que "o sujeito
inteira
1ue se vinham Jiretor
um rodízio
no palanque".o
mostrando
relapsos
tocando
não precisa
advertindo
na mesma
ficar
colegas
na administração
escraviza
de Diretoria
de uma Ala,
que não estiver
com vontade
de trabalhar
°
~ue entreguezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA cargo, porque o negócio não é brincadeira". desta
=-_enteouvia sérias, ::-:'0
oposição~
Estrutura
canto,
agora
fundamento
dansa
e
acompanhamento
e pela
organizacional
:'e sua importância
entre
1.
sambística
rítmico;
completa,
o que na Escola
se materializam
em "Ala
dos
e "Ala de Bateria!f. Encimadas Comissão
essas três
pe-
constituem
de Carnaval,
dentro
subdivisões
da Escola
que cada qual requer
Elas não só diferem
Ver diagrama
se estrutura
7 da Escola .
relativa
~ento" e "iniciação"
de Carnaval?
de uma execução
e no Desfile
da Escola
Uma comparação
:uadros.
vão ficar mais
da Escola".zyxwvutsrqponmlkjihgfe
como o Desfile
:::ompositores", BAlas Reunidas"
_ estrutura
frase que repetid~
.Ir. é Carnavalzyxwvutsrqponmlkjihgfedc Isto Ja nos coloca
organizacional
de Samba,
::ie Samba de Mangueira
~a Diretoria
numa
A sín-
Organizacional
sobre o tríplice
é,
se resume
"Derrtz-o de um mês as coisas
o assunto
da estrutura
A Escola
~sto
para mim,
lá dentro:
porque
âmbito
L.
um
admoestou!
Eu peço ao Diretor
tese
noi-
em composição
dá uma
e do quanto
para admissão social,como
idéia de
em tem-se
"taseus com
DIAGRAMA I - SISTEMA ORGANIZACIONAL DA ESCOLA DE SAMBA ESTAÇÂO PRIMEIRA DE MANGUEIRA
I
DIRETORIA
____
(ESFERA.
DA
ESCOLA
COMISSÃO
ADMINISTRATIVA)
DE
(ESFERA
CARNAVAL
ART:tSTICA)
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
~
L
IzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ALA
DOS
t
COMPOSITORES
COMPOSITORES
A lA
DA
BATERIA
I
BATERIA
(ESFERA ADMINISTRATIVA)
(ESFERA ARTISTICA)
,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
i
ALAS
REUNIDAS
-- . 1
.~
DESTAQUES PASSISTAS
.• ~ -_ .,,:
l I
!
11
CROONERSzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA iITMISTAS
r ...RITMISTAS
·~
D:tRETORIA DE ALA
I COMPONENTES
"'------_---/ ALAS
TJ!!CNICAS
'"
1
1
I
f
DIRETORIA DE ALA
I
DIRETORIA
2
I
COMPONENTES
ALAS
NAO
I
TJ!!CNICAS
GRUPO
1
COMPONENTES
.1
1.
DIRETORIA GRUPO
2
I
[~TES I
78.
:~rtado
de maneira
-=-~jialT. Das três, =~~síveis
diversa
são as Alas
a esse fenômeno
~:res e a Ala de Bateria
:s
acesso,
do Morro
obedecem
cantar
a critérios
:~ação por sexo: as pastoras
pensada nas Alas
Reunidas
=·..:.linas~ como a exclusividade
-~~quentas
de Ala.
e um membros
A Ala de Bateria
mantem
masculinos;
::.-=::línio, em razão
Reunidas
todas
~-=-:íguodentro
juntam
as Alas
nem outro,
Ildançam". As Alas
terminou
de diferen-
porém,
mas aglutinam,
têm, na verdade,
os
apenas na Alae em
que examlnazyxwvut
as alas femininas
contradição
mais
e mas-
periférico
de Ala"
quando
na
entre
que existem
um papel
de "reunir
Ala
porque
recrutamento
femininos
uma segunda
na
na Ala dos Compo-
duas Compositoras
da Escola",
Reunidas
da Escola,
aClma
e tocar
alas mistas
das "festividades
assinalada
fundamentalmen
os homens
também
- representam
do término
A discrepância
nem um papel
in -
junto aos
ou sambar
Idealmente,
tradicionalmente
os elementos
da Ala deBateria
"abranger
preferencial
Reunidas,
masculina
se admitiram
:. :'e
a Ala de Bateria,
dansar
abrangem
~~~ores em 1970, quando
::~ente", as Alas
bem mais restritivoszyxwvu
como um processo
e na Ala dos Compositores.
~~~tica não só as Alas
__ baianas
mais
A Ala dos Composi
entre as Alas remete ou compor,
é
bater. \ Simultaneamente,
__ elementos
social.
recrutamento
de papéis
__ a um campo musical:
Bateria
da classe
as que "têm-se mostrado
alas técnicas;
manter
"invasão
de Mangueira.
A distribuição
:s
Reunidas
de alargamento
sendo denominadas
::usive, tem procurado ~:radores
em face da chamada
na prática exatamente, um status
o que as expõe a uma aberta
e--
que
não exer as Alas muito
manipulação
79. :;::)lítica (8). A DiretoriazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA é o órgão centralizador do conjunto; dela parte - para ela reflui
todo o fluxo
As Alas
Reunidas
As Alas
Reunidas
as de organização - federação
organizavam-se
de fundos
_~~ental sobre a qual :~:"endário anual
da fantasia
enredo,
de obediência
esta ocasião,
custeado
A participação _ 2oordenação
5e complexifica
efetiva
o sistema comum
.:~ 3brangido
categoria
~ste aspecto
instituição,
--a
social
no
espacialzyxwvuts
de uma autoA filiação
uma relação
significa
de
de Ala. requer
um mesmo festas
quan-
Desfile,
e reuniões,
necessariamente
fixar funções
no Capítulo
..
a
de ter
principalmente
-- para
p~
em relação
entretanto,
Integrar
quadra
e responsabilidades,
será desenvolvido
os recursos
uma possibilidade
entre as partes,
_:~:"izarum patrimônio
:~~tir direitos
apenas
festividades
inclusivo.
Existia,
e disposição
os seus interesses.
destas
fun
a cada ala para reali:,
cada ala dispunha
e, implicitamente, através
na mesma
figurinos
As
de fes -
sendo esta a base
das obrigações
do associado
numa mesma
mais
Além
áreas
de todos
da parte
e lealdade
__ 2arnaval
de Carnaval.
absoluta
a realização
é que provinham
festa,
entre
de direção.
seus integrantes.
um dia reservado
nas demais
:~::la representava
em vista
si
uma espécie
eram independentes
sua autonomia
tendo
às cores,
em 1968, tendo
Constituem
para o Carnaval,
e, dessa
2usteio
:~~:erência
as Alas
se articulavam
da Escola,
:~~ sua festividade
-~~~ncia quase
na Escola.
Até então,
sobretudo
:~5 para obtenção
:= -~ ::.
tardia
dentro da Escol,
e decisões
em Mangueira
à Escola conservando
:~ e se filiavam -~~S
fora criadas
mais
de Alas.
de informações
VIII.
relativas,
de
80.zy
~erminar
atribuições
recíprocas
e a isto se propôs
~las Reunidas:
concretizar
~e articulação
que já era subjacente
Desde ~~ternas
a construção
passaram
~~tegralmente
venda
:~al de espetáculos boates,
~ssas alterações
do Palácio
de ingressos,
fora da Escola,
(9).
as promoções faturando
bar e restaurante.
A par
a potencialidade
passando
de televisão,
pela necessidade
todas
pela Escola,
também
das
uma exigênciazyxwvutsrq
às alas filiadas
mesas,
descobriu-se
emissoras
unificada
do Samba,
a ser monopolizadas
:2stas transformações,
~~ clubes,
numa direção
a criação
comer
esta a se apresentar
justificando-se
de capitalizar
todas
para o financia-
-2~tO da sede. Por essa unificação, ~~~ afetados, ~~~iculação
mas as grandes
entre as alas,
:~~ento na Escola. -::::eçao
e recursos
~ voga de "r-odas ~~ Escola,
Algumas
um dia ~ara realização essas
da Escola,
1IAs alas costumavam mente;
arcando
=orma mais
passaram
a se fazer
sig-
caracterizyxwvutsr
de ala, depois
a idéia de reunir
de samba onde os participantes ou menos
Reunidas
da Eszyxwvuts
no calendário
aqui na quadra
improvisada.
-
própria
do Pa-
fora
as alas com o ônus de aluguel
se reunir
aí, nós tivemos
Espetáculos
da festividade
em an
administrativo
e uma clara
de reservava
da
em adminis
em causa
das Alas
de autonomia
festividades
mais
o modelo
a fundação
Se antes
fica-
da centralização
alas se sofisticaram
perda
às Alas
se deram ao nível
em consequência
de samba!110 ou copiando
::;ã8 de subordinação.
_~~2ndências
internos
transformações
mas para a maioria,
~~:io do Samba,
aspectos
de faturamento , aproveitando
-~=icou uma progressiva
= = ~ ::.
alguns
mesmo
das de
separada-
todas!!. se apresentam
de
81
21ubes ou salões jepende
e partilha
de uma subvenção
de lucros.
Atualmente,
que lhes é concedida
seu orçamento
pela Escola
como
fl ., ajuda de custo para fantasiazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE , mais uma reserva comum acumulada
~elas Alas 2
Reunidas
uma caixa
=apital
mediante
cooperativa
substantivo
Desta
forma,
venda
particular
na confecção
das fantasias.
~ecursos
através
de exploração
~assaram
a colaborar
às Alas
:~o desta ação conjunta,
~a do período
também
~~edade
f verdade
tácita.
;~ever transporte
Reunidas,
vê justamente
de Bateria
a matéria
nas apresentações, e alimentação
~-,.mas o cachet
::~2ente ao Haver -..:::'a: trata-se
da Escola.
da emulação
explicação
!lNós antes não tínhamos ção à ala". Como se denominam
a concatena
dessas
mesmo
da Escola,
reuniões
de obrigato
com os grupos
quando
acomodações
fo
e uma pequena passando
carnavalesco, escolha
ou enti
via de regra
lhes escapa,
No período
Reunidas,
são literalmente
procura-se
também
-
e dos Compositores.Fo
para os figurantes
do enredo,
Outro tema recorrente
na Escola, da'renda.
de uma espécie
que na transação
tornouacumular
das Alas
principal
dentro
do Rio de Janeiro,
uda de custo
:~5urinos,
a redistribuição
nas Alas
um
numa festividade,
unificada
de'fsaídas" (12). Os Componentes
~~des interessadas
.:..!
da quadra
promove
isto é, comparecem
~~ da cidade
direta
e que nao é exclusiva
carnavalesco,
; a organização ::nvocados,
Ao invés de procurar
para uma capitalização
_ qual, por sua vez, depois
etc ..
(11)
ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA :v f a't ur-a manro " alcançado pela Escola
aos seus membros.
~as se encontra
chaveiros,
a cada ala, que representa
3e um alvo comum
Quem assiste
de flâmulas,
intei
a temática
e distribuição
de
etc.
na "época
prejuízo
do frio"
é o incentivamen-
de nada, nao tinha
as apresentações
fora da Escola.
contribui
82.zyxwv
-::J
da frequência
g ar-arrt
à quadra: "é preciso manter a quadra cheia" parazyxwvut
í.r- o faturamento
:':J frio"
necessário
ou "entresafra
ao Palácio
do samba"
do Samba. A
é o tlperíodo de meio
::Jmpreendido entre uma fase pós-carnavalesca ~~é-carnavalesca
seguinte.
~esse generalizado ~em
inquietações
Esse costuma
nas Escolas e crises
de Direção
;entes incriminando-se
mutuamente
-:~Jlá-la, institui-se
a frequência
~e verá também
~e~tante
de Ala,
-:esmas pessoas ~e uma esfera
pela baixa
para
parece
podem
se criar uma unidade
nos mais
ao nível
-:~~eamente dirigentes
e dirigidos,
numa espécie
:~ responsabilidade.
A direção
:~~os eram membros; ?~esidente
:~: da mesma;
-
~~~posiçao
de Harmonia
quezyxwvu
-- cada repr~
e o seu Tesoureiro
o Presidente
e ambiguidade
calcular
passando
física
por exemplo,em
Social,
designa-
da qual eles pró -
de Ala de Bateria pertence
era Vice-
ao Conselho
os problemas
de representação
simul-
de difusão
da Ala dos Compositores
Pode-se
o
são as
cargos,
Reunidas,
da Escola,
no
corporativa,
hierarquizadas,
e um Diretor
o Vice-Presidente
:::"\''J.lgação da Escola. :~ jurisdição
das Alas
pela Diretoria
da Escola
Para con
individual:
diferentes
funções
::5 para esta função
os diri
ser interpretados,
e acumulando
::73 cabia a um Diretor
irromzyxwvu
ao samba - o
e de Bateria
se dar mais
que reaparecem a outra
do Samba,
frequência.
obrigatória
coercitivos
instrumentos total
e por esse motivo,
a sua presença.
Ee estes mecanismos
~~~adeamento
de desinte
à Escola em dia de festa, tendo que as-
chegando
~~nalar em livro próprio
:-..:.~do, como
anoll
de um ano e a fase
no Palácio
na Ala dos Compositares
de
ser um período
de Samba,
ttépoca
Fis-
era Diretor
de
de conflitos
que surgem
desta
su
.•..
de papels.
Materialmente,
os resultados
~..:.::"librar nos dois sistemas,
financeiros
na perspectiva
finais
devem-se
e-
de cada ala em si. Um
83.
certo grau de organizaç~o cessariamente d~o menos
se mantem
festas,
mas naquela
ligência
somente?
sentido
nos do que quando
~las inclusive ~o corolário vavelmente venções,
justamente
social
ções deixaram
de contas
e atomizada:
recursos
tem que atravessar
corresponde religando
co
de chefia.
Pro-
do montante
de sub -
mais
de
direto
sua
5
vezes
de solidariedade
através
da organização
Na conceituação
mais
-
se constatavam atualmente
se denuncia
no momento
de reci-
que as subven
de operação
de integração
níveis
social mais coesa.
ala/escola:
um circuito
embrionário
os diversos
do ciclo
a reciprocidade
indivíduo/ala,
a um mecanismo
de uma ordem
e todo enfei-
pôs-carnavalesco
de contra-prestação
que se algumas
ma de autoritarismo
me
da
e disputas
público
da di
e dissoluções
é a dilatação
claro. Antes,
imediata
e complexificado,
a depender
era oculto
de contrôle
a observar
e o caráter
mais
alas
delas.
Mas o relevante procidade
as
mas provavelmente
no período
com o conhecimento
na maioria
e ne
de aç~o conjugada,
as dissensões
haja uma possibilidade
~plicaç~o
unidade
financeiro
indivíduos:
das prestações
hoje,
quando
as alas continuam
de seus presidentes,
ocorrem
existiu
recompcndo-se após a um nível maiszyxwvutsrqp al-
o controle
xado por uns poucos
evidentemente,
as oportunidades
também,
e honestidade
a cada ala sempre
até hoje;
reduzem-se
etapa
to. Num certo
interna
mais
os longo
como uma for-
apropriamente do qual vão-se
na construção de Durkheim,
de uma
passa-se
mecânica
a uma ordem
de solidarie-
of Labor
in Society.
Illinois,
~. 13 da de organlca
13. Durkheim,
E. The Division
Free Press,
1960.
The
84.
A direção ~ivas:
entrando
das Alas
Reunidas
na quadra
- e no Desfile
~~ssa ao corpo de Diretores ~20grafia ~2
e evolução
vê reaparecer
de conjunto14
-=xpressão de seu dualismo
~J,
talvez
:':..las diretorias ::.~ nDiretoria
deste
e esferas
=ente apenas
"Diretoria
:e Bateria
passou
a enviar
co
de chefias, como
o "samba"
uma
de conju
e seu opos-zyxwv
forma,
sempre
contradições
básicas
e anti-estrutura,
e arte.
se manifesta
na formação
administrativa,
e uma diretoria
de
denomina-
musical,
denomina
como fTAla'l,a Bateria independente
dentro
representantes
constituísse
da Escola,
às Alas
Recente
Reunidas
e
a
.• "1 5 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON " " da Ala controverSla . A f unçao da Dlretorla
em adquirir
:~is, responsabilizar-se :2 Carnaval
técnica
pela
de Bateria".zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML É de supor que antes de se
e mais
consiste
comando
é um campo
estrutura
uma diretoria
indiviso
" =edli d a tem suscltado
àquelas
êste dualismo
distintas:
- o
da Escola
a Escola
capítulo:
e ação expressiva,
administrativamente
segmento
afinal
administra-
- os responsáveIs
de realidade:
de Ala de Bateria"
-'"simplesmente
~d
que remetem
Ala de Bateria Na Ala de Bateria,
:rganizar
de Carnaval
Este paralelismo
intrínseco:
distintas
na introdução
~~ao instrumental 2.2
níveis
funções
"trabalho!T ou "cotidiano!!, de qualquer
~~res em oposição ~?ontadas
de Harmonia
em diversos
~~ção de duas ordens
cessa nestas
e homologar
e conservar
por sua guarda,
os instrumentos
providenciar
os atos da Diretoria
musi
-
as fantasias
de Bateria;
à Direto-
:4. É interessante notar que há um dia em que subitamente se inter rompem as !Ireuniõeslldas Alas Reunidas e seus encontros se transformam de vez em "ensaios". Não se verá mais os partici pantes sentados em assembléia, mas 11 evoluindo" ativamente na qua dra. Isto declara definitivamente a abertura do período pré~car navalesco. ~5. As Alas Reunidas algumas vezes são tratadas como um órgão ma~s abrangente,como quando se diz: liAs Alas Reunidas abrange a nos todos", discutindo a adequabilidade de ceder ritmistas para as festas daquela. Outras vezes, é tratada como órgão paralelo,re ilEles lá estão arrochando também", aludin-=ferida como "elesil : do ao controle da frequência.
85. ~la de Bateria
cabe propriamente
A Diretoria ?ensadas
3idente,
de Ala de Bateria
como dois 6rg~os
A Diretoria
:os em ordem
e dois
Diretor
~ia e Diretores
sao de Bateriazyxwvutsrqpon
~esma forma que estes àqueles
um Vice-Pre de Bateria
auxiliares
em execuçao
-
de Bate-
soberanos
de Ala de Bateria
nas reuniões
compoe
Diretores
s~o considerados
quando
escolhi
de Ala de Bateria
da Bateria;
área: os Diretores de Bateria
a Diretoria
Diretores
A Diretoria
de Ala de Bateria
:inados aos Diretores
do conjunto.
tem um presidente,
quatro
que fazem parte
~~a1 em sua pr6pria
e a Diretoria
Secretários;
e mais
pelo primeiro.
se de ftritmistas"
musical
distintos.
de Ala de Bateria
um Tesoureiro
~em um Primeiro
a regência
cada
s~o subor
musical,
da
afezyxwvu
de Ala e em matéria
~~ à administração. Recentemente, ~la de Bateria :~ridades.
a Diretoria
devido
DestituIdos
..
-
a comprovaçao os Diretores
~leições,
tendo
~~ nenhum
momento
=iretoria
de Bateria,
~inuidade
de suas apresentações.
J
a crise
organizador
é
a assinalar
empossada
se comunicou
a estabilidade
vem-se
de Ala conservou-se
à
ina1terada
e seus métodos
por exemplo,
e outras
de Ala, procedeu-se
que prosseguiu
da Ala de Bateria
~etor da Bateria, ~
sequer
fez uma intervenç~o
de desfalques
sido a atual Diretoria
Uma questão :irigentes
da Escola
Bateria
novas de 1973.
em si ou
assegurando
dos
O primeiro
no cargo desde
continuamente
à
a con-
comparativa
de ação.
mantendo
lrregu-
a
em maio
na
a sua testa
Di
1935,zyxw desde
86.zyxwv
~~~ criaç~o.
A Ala de Bateria,
~~crutamento
expressamente
. pre f erenclal
=:-ganizá-la, seu fundador Morro",
para angariar
"N5s fomos :-~~, inclusive
revelou
que mantemzyx
lado, ~ a ~nica no Morro
ter ido bater
16 . de Manguelra . Ao
"de porta
em porta
seu apoio:
felizes
porque
n5s andamos
=--.:.xílio aos moradores.
por outro
o Morro
de porta
Nós dávamos
todo aderiu
em porta
~ Ala de Bate-
no Morro todo pedindo
um envelc:pecom um caFt~o
e cada
_--:_ dava o que podia".
~.3.
Ala de Compositores A Ala dos compositores
Escola:
a referência
-:~al, enquanto ~~:s
~~2
uma espécie
aos seus componentes
isto só acontece
integrantes
- = -:c; membro
constitui
excepcionalmente
de Mangueira17.,
em seus quadros
por si só ~ publicamente
tende
Por outro
envolve
de elite dentro a ser sempre
todo um processo
entendido
a ou
em relaç~o
lado a admiss~o
no
de
um
de referendum
como um apuramento
de quali
~=-=-e. Bateria
e Compositores
-=-~=nicasli e são as ~nicas ~~ por parte ~~5tituído
sao internamente
em que se exige
dos candidatos.
O teste para
há uns dois anos para corrigir
- :ueda de rendimento :~:-2do de pessoas
nela
que se verificou ingressaram,
definidas
comprovação entrar
como "Alas
de capacida-
na Bateria
foi
o superdimensionamento
depois
levadas
que um n~mero
pelo
interêsse
e
desmeprovoc~
!!Na hora de ingressar gente na Bateria, eu peço aos Diretores que dêem preferência ao pessoal do Morro, porque ~ com eles que a gente pode contar mais. Estão mais perto: na hora que precisa chamar ~ mais fácil,estão logo aqui. Não dão problemas para as saídas. Outro longe, não: at~ que chame •.. " Por exemplo, quando se trata de pessoas que já gozavam de projeção nos meios artísticos antes de sua entrada para a Escola, indivíduos que ocupam posições de realce no Desfile, como os Destaques (figuras ricamente fantasiadas que representam os personagens principais do enredo), etc.
87,zyxwvuts
~= zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ?elos Desfiles Carnavalescos. O teste consiste ~~:~ em que o sujeito
demonstra
-=~-.c~mente de um ensaio ~:: a Bateria mantem :~~ivamente
e executando
a aprendizado
produção
musical
-= -': ::onsensual:
II
eu fiz uns sambas
praticamente
que ele realmente := :':::J
e eles gostaram".
De qualquer
IT,
elaborado.
segundo
_ forma tradicional,
"bons sambas"
o padrão
para ingresso
já e~
e ser va L o r-L dos
o Compositor
na Ala dos Compositores.
é criado
em Mangueira
sua admissão
certas
condições,
-=:: jada. Pela forma atual, ~=5 de outras Escolas -:-':5, em geral,
são em geral
menores
é que se tem solicitado
de uma música
de sua autorida
-::-::::"e de qualidadeflmais estrito
atualmente
No Capítulo
Compositores
testes
de lá e en -
de fora, vi~
no métier.
formais,
especificamente
dos dirigentes
o que se pode denominar
VIII, narro um epis6dio
Des-
isto é,
que se vê em sujeitos
por parte
e familia
na Ala é naturalmen
más já consagrados
-=~::inalidade; e são estes também
.
um CO!!!
de julgamento
-=~:, atendidas
-
a
forma, um ponto é pacífico:
com os Compositores
-
Quando
a sua admissão
:~=ado desde cedo na convivência
Existe
O Com
de Ala.
Há duas alternativas
~~~esentação
gra-
ê um ponto declaradame~
e este
deve apresentar
como "bom compositor
::~~ositores
e mais
algum teste formal,
decidida.
solo; além dis-
para exame, mas é toda
ropriamente
~=5itor chega a realizar
-
o processo
que é julgada
efe-
onde se vai processando
das crianças.
::5itor não se apresenta
participando
algum pequeno
uma "Ala Mirim"
Na Ala dos Compositores,
=_~
sua capacitação
numa prova emPi
com es
a umzyxwvutsrqp "con da Esco-
uma carreira
deste genero.
a
de
88.z
d e E scola d e Sam b a, seJa ama d or ou pro fO' lSSlona 119
~8mposltor
-
o
o
Os Compositores :8mpositores ;assagem
que mais recentemente
da Escola
por outras
:es se encontra
de Samba de Mangueira
Escolas
menores,
fui para a Mocida4e
em meados
mais antigos.
_ mantive
este apelido
T. fazia parte ::J
Salgueiro
dos "Acadêmicos
~e uma ala da "Portela",
; Jldinense",
isso foi em 68. Antes
Independente
do Engenho
que "não tinha muita onde não havia
T. veio da "Unidos
eu
de Padre Miguel
de Dentro",
chance",
logrado
de Lucas",
época, não dava mesmo
;ao, fazia alguma
coisa.
:rua) Oito de Dezembro
Eu, quando
Z.veio
D.T.
ingresso
veio
entre os
N. da "Imperatriz
pé não. Eu já tinha garoto,
Leo
eu disse:
sou da Mangueira,
~asci em Mangueira.
eu Vl que não havia
~e entrar para a Ala de Compositores Depois
::~1
para Caxambi.
:81
fundada
Lá eu tinha
uma Escola
-~r-me em Caxambi.
foi fundada
uma Escola
sucesso
E eu fui. Lá posso
fui servir
Depois
de Meriti
que
possibilidade
em Caxambl,
inegável.
de Samba em s.João
eu com jei
posso dizer
da Mangueira,
da
eu correr
"Ora bola,
~inho, eu da Oito de Dezembro, Mas quando
inspira-
se eu atravessasse
para cá, o D., o C. eles faziam
::'ebaixode pau para lá. Mas depois
:9.
Então
etc. B. narra o seguinte:
"Naquela
~xército.
S.. disse:
até hoje."
onde achava
:=mpositores.~
ve-
de 71. Eu me dei este no
Independente,
meu nome na Mocidade
uma
algumas
~u estive três anos no Beija Flor. Lá eu era S. mesmo. ~esmo modifiquei
na Ala de
experimentaram
e estH sequ~ncia
até no caso de Compositor
"Eu entre para Mangueira ~e quando
ingressaram
all
o eu
de Caxambzyx i ,
e vieram
dizer que me consagrei.
busAi~
"Carreira" no sentido de "typical sequences of position, achievement, responsability, and even of adventure .... Subjecti vely, a career is the moving perspective in which the person sees his life as a whole and interprets the meaning of his various attributes, actions and the things which happefis to h í.m" • (Evertt C. Hughes, apud: 1966 - Becker, Howard S.: Outsiders. NY, The Free Pressa p. 102 ).
89. ~o meu regresso; nao tive problema, foi chegar e ir era da casa."zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
o
processo
~ento formais.
de entrada
O candidato
ja Ala explicando sua habilitação
gra a refutar
deve endereçar
suas pretensões
é julgada.
je suas relações
na Ala obedece
a indicação,
embora
za complacente
de que ele tenha
~~ o candidato
a encaminhar
~poio, existem
reciprocidades
samba, projetos
comuns
Uma regra parece ve pleitear
ingresso
~io suficiente ~ecessário.
deste pedido
citado
os demais
o pedido.
demonstrem
Através
de participação
de profissionalização,
estabelecida:
quando
arquivadas.
é
algumas
uma certe-
de alguma
de
em shows e rodas
de
em par-
nao
de
o faz isto jé é indf-
garantida,
com a rede de podem
apoio
dispensar
por isso que estas tendem
Transcrevo
for-
destas redes
ou sucessos
de que não conta efetivamente
e
a
a de que o candidato
declaradamente;
=ontas como via de aproximação
formal,
tende via de re-
de fato encorajado
Os que têm sua entrada
ser simplesmente
uma cartazyxwvutsrqponmlkjihgfedcba à Diretoria
em geral aponta
na Ala, mas o compositor
. .•.
Ja
a uma série de procedi
e partir
O candidato
entrando,
um exemplar
dessas
as a
cartas:
_~os Tlmos. Jiretores da Ala de Compositores jo GRES Estação Primeira de Mangueira ~~esta Prezados Senhores, neste offcio venho explanar o meu malor :esejo: ser integrante desta tão brilhante ala. E ao mesmo tempo, ~firmar que, este desejo incontido não é só ou simplesmente, ° de e~vergar uma jaqueta honrosa como as vossas, mas sim o de ver se ?:::lSSO fazer também alguma coisa boa por Mangueira, ou melhor par~ilhar com vocês todos os momentos desta gloriosa Escola de Samba. :;ão tenho muito para dar diante de tão grande p L a rrt e L como é esta ~la e todos os seus componentes em defesa de Mangueira. Mas o pou :::0 com amor é muito. Bastante quero aprender, e porque senão vocês? Soube através de amigos que integram nesta ala, que existem ~res vagas e quanto é dificil o ingresso na mesma. principalmente
32 O zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA concorrente não é de renome consagrado ou vive no anonimato. ~<?.Smeu coração falou mais alto e venceu o temor a uma decepção ~'J.e possa acontecer com uma resposta negativa da vossa parte, mas ~inha personalidade de desportista não irá me deixar cair por ter'é competir. ~?. com uma derrota, pois mais importantezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON Nesta ala tenho várias amizades como zé Branco, Telinho, ?reto Rico, Manoel Vieira, Padeirinho, Moacir, Rubens, Sr. Miúdo. =~clusive Manoel Vieira é meu parceiro em dois sambas inéditos. N.B. Não disse estes nomes com intuito de facilitar meu in ~resso, mas para se for caso de testar minha idoneidade mora Se necessário for, estou disposto a submeter-me a um teste :2 capacidade, e desde já fico-lhe mui grato com a atenção a êste :ispensada. Para os íntimos. sou conhecido por: Xo ou (Fininho) "Da Vi ~?.", por ter sido vice-presidente da ala (tal) de Vila Isabel.
Sem mals,
subscrevo-me
x
Quando
a estratégia
ê correta, vlgora uma espécie de ronda,
- abordagem
progressiva,
em que o desejo
::, mas não formalizado:
este frequente
-:~eita laços com compositores,
=.-:é que chegue
o "convite".
~~~do ~ auroximação: !~3,
=~3
::::: tacitamente
ingerência
assiduamento
sambas
influentes
da Diretoria
-:~?.çao;mas se a admissão
~enhuma -:~2
e~
ampa -
mangueiren
dentro
-
da Ala,
setores.
Reconhece
de algum"padrinho"favorecendo
a pene-
não
é bem sucedida, ninguém sai compro-
da Ala, entretanto,
outra Ala observei
seus membros.
líderes
ou outros
=~-:ido, uma vez ~ue a rigor nada se pediu Uma vez dentro
a Escola,
I'ldesinteressadamentell , zyx
é decidida exclusivamente
a existência
é conheci-
Há sempre uma rede de relações
compositores
etc. mas a adm~ssão
qualquer
conta
do candidato
O Compositor
e nada se negou. a relação
horizontal idade maior deverá
ainda vencer
é de confraria, na relação um prazo
en de
91.
carência,
~ - 16 ~ a sua fase de agregaçao a Ala, duran-
que corresponde
te a qual, no primeiro
ano de sua admissão,
nao pode ainda concor
rerzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA à eleição do samba-enredo, como também, sua conduta, que sua produção
musical,
se acha sob uma forma de
mais
do
vigilância
en
é bastante flexível.
Os
coberta. De modo geral, ~ecanismos demais Alas
a organização
de pressão se atenuam
para controle
de Ala são pouco concorridas,
=asual dos membros ser realizadas ~izam afinal,
por desencontro
:~s. Espera-se, ~~ sugestão ~euniões
de horário
presentes.
:2, diversa da disciplina
ou interpelação
e antes
.-.=-as Reunidas, ~~cas e queixas
as reuniõe~
pela variabilidade
reuniões
deixam mesmo Quando
se dão num clima de extrema particularmente
que todos como parte
se rea
nas Alas Reuni-
integrante diferindo
de
jocosid~
falem, que encaminhem
onde o comum é o monólogo
do
,;demonstrando
de seus componentes.
de seu encerramento,
apenas
nas
de feição:
Mesmo
incerto
ditada
Numerosas
exigida
além disso,
e mudam
do Compositor.
de freqüência
estas reuniões
encontrados
à ordem e horário de apresentação
ao comparecimento
~~a grande rotatividade
de frequência
na Ala dos Gompositores
dizem aí muito mais respeito ~ue propriamente
de Ala
da pauta
nisso
da mesa,
algu-' de
também
correndo
das
as crí
posteriori.
Van Gennep~ A. 1966 - The rites of passage. Chicago, The University of Chi cago Press. "Fase de agregação"nc sentido dado por Gennep,de fase final de um rito de passagem, quando se efetiva a entrada no novo status ou na nova situação.
A Escola :~iadores
reconhece
de símbolos
:~mandam correntes ::-":c
no Desfile
à Diretoria
dentro
É verdade
sugestões
:e Carnaval.
Quando
diz-se
que "a quadra
a Escola
__ de sambas
3
promovem-se
:2:nente levados ::sitores ::.:s demais
pelas
também
associados
-:::-3.m para o "cemitério
relembrados,
esta escolha
nao
polarizações
acer-
e, se
a
de certas preferên-
sentido,
é um recurso
por meses. os sambas
de
Durante
es-
sao constan
atividade
e propaganda
de que "alguns
junto
levam gente de fo
o samba na quadra". o samba,
aciona
cessa toda a movimentação
seus mecanlsmos
só se executa
que
sobre
de reintegração:
o samba vitorioso,
de sambas mortos"
que "perderam"
-::::adospublicamente.
=~~
e a "empol
e "caitituagem"
públicas,
de intensa
e há notícia
e a Escola
em diante,
:: de sambas
da Escola
em torno
neste
se am-
isto é, a popularida-
de intensas
se fraciona
e Comissão
o processo
Enquanto
há "torcidas"
apresentações
Mas uma vez decidido
momento
em tese, p
à quadra e as rodas de samba fora da Escola, os com-
para fazer crescer
S2
pastoras.
o mais que possível
vivem um período
~s~e assunto
pessoa,
final, mas deve consultar
é que decide",
é construído
::.~ivaçãoque se prolonga se tempo
e escolha
vive um período
::'as. Todo o processo
exclusivamenzyx
pela Diretoria
entre os frequentadores
e compositores,
~s201a se mobiliza,
a
do enredo pro-
cabendo-o
que qualquer
enfeixados
faz a triagem
~::.çãolt com que é cantado __ consuma,
do samba-enredo
se chega ao samba-de-enredo,
:e que o samba alcança
E
para o tema mas a opção em si e o desenvol-
são inteiramente
5
sac
eles catalizam
Da escolha
alheio,
crucial:
Um dos movimentoszyxwv
da Escola.
de Carnaval.
-::':nento deste
::. quadra
de mensagens,
social permanece
da Escola.
:~ia: a Diretoria
uma função
em meio de ano é a escolha
:;::--iamente, o quadro
- apresentar
e veiculadores
de opinião
mais a dinamizam
ser apresentado
nos Compositores
é
os demais
de~ en
como se chama o acer
e que por causa disso não podem mais se,
Em rodas
informais,
mas oficialmente
por um certo tempo
caem en proibição
rigorosa,
ainda supri
93. ~indo-se
um fator qu~ pode ser fonte latente
:~ntexto; os compositores : seu julgamento
pessoal
abremmão
tabus.
~~r brasileira
que frequentemente
- memória
Muitas
de seus autores
favor da inteção
desta sua obra, não
a respeito
~les se tornam
vezes
de disruptura
da decisão
de unidade
importando
da música
a se conserva~
e que são sacrificadas
consciente
novo
final: o fatozyxwvutsrqponm é que
são obras primas não chegam
no
em dada
popusêquer
conjun~a
grupal.
"Eu estou lutando ar, porque h~ dificuldade. Para mim, se eu "::ncero Carnaval, é uma glória! Se outro vencer também o Carnaval~~ra mim é imEortantíssimo isto - a única coisa que eu tenho a fazer ~ apertar a mao dos meus vencedores, que foi o que eu sempre fiz.Di ~~~os que eu não seja o vencedor, mas também não perco; também ga~ :-.:.0: o vencedor que vencer, ganho também, que é a música que nós te -.:' s que defender, é a música da Mangueira. Tem o seguinte: eu espero ~ vitória; mas se a vitória não vir, apertarei a mão dos meus vence ':':res,como eu tinha dito antes) e cantarei com a maior vibração co -: se fosse o meu samba. Que beleza! Entendeu a Verde-e-Rosa'?"zyxwvutsrqponm Um outro mecanismo
-: e reforçar
a imagem
age no sentido
institucional:
~=ria nos sambas-de-enredo. ::::10 uma "earta mítica": ~~?resenta.
de controlar
é a regra
O samba-de-enredo,
ele narra verbalmente
Daí a preocupaçao
~~:jeção na Escola =::":".0 um recurso
de Samba. A parceria
alitf ,
=~~ro tem uma idéia melhor =~~ismo para socialização -~ J
= ::
se dá naturalmente "J.TI1
relacionamento
como resultado pessoal
se trata
-
e do Desfilezyxwvutsrqpo
dentro
a estória
anterior
explicada
musical.
20
80
é um
maior
conscientemente
um dá um retoque aqui,
Quando
como um ~
a
de uma experiência
parceria musical
entre os compositores,
pela Diretoria
de combinações
que ali se
ele não
mas age substantivamente
da autoria
~=~erminada compulsoriamente quando
é
obriga-
ã festa "sagrada"de
"pr-oduz í.r um samba melhor:
para
de parceria
com o samba-de-enredo:
::.::ntecimentoanual, mas está interligado
o individualis
ou
ela
...•
e
da Ala, que também int~
entre compositores
novos,fazendo
Até 1970, os Compositores dos Sambas de enredo não eram nem citaddos nominalmente nas publicações da Escola, mas o samba aparecia simplesmente como uma composição da "Ala dos Composi tores de Hangueira". -
94. :-.sstecaso introduzir
a participação
~2nta um meio de assegurar :~la. A parceria
também
a continuidade
delimita
>:3.ngueirapode lançar na quadra ~2
fora, mas somente
~.4 - Diretoria
a legitimação
de
com autoreszyx
Escola.
e difusão
melhor
se dá apoiada
de natureza
~: formalmente
de poder
fazendo
da Es
compositor
da polític~
as transformações
desta é a de legitimação
:~iação de uma organização
:~a grupal,
nenhum
da pr6pria
A idéia que expressa
as posições
do conceito
de Carnaval
a organização
:2. Em Mangueira,
o que repr~
samba feito de parceria
é o centro de teorização
da Escola.
:·..:.e vem passando
temporal
fronteiras:
com compositores
e Comissão
A Diretoria ~~rista
de um nome antigo,
da criação
por
da autorida
em dois princípios:na
burocrática,
despersonaliza~
e na incentivação
da ordem
uni
interna
da consciên-
uma tarefa
de inte-
=--=ssecomum. A Diretoria -~
se comporta
A referência
=-etoria norma
sistemática
e prática
é
:3.dores exteDnos:
permanentemente
ao "nós" como sujeito
consciente,
como a Escola
-:-:um todo em face da sociedade ~~nto ~s reuni~es ~ Jiretoria
setoriais
é uma entidade
:~ serem suas decis~es ::-S8,
democraticamente
~~ria e vivamente - uma Diretoria
como um 6rgão cOlegia-
sobretudo
na presença
se apresenta
global.
Representantes
una e monoliticamente e inspiradas
equidistante.
consciente
Dentro
::-s3.1idade da Escola ~s~ que reconhecer
que é a Diretoria
-~~ a sua aquiescência
em matéria
da idéia de que
por interesses
superlO-
de uma organização
~ autonomia, quem comanda
de interesse
iguais,
volun-
a posição
das decis~es
cada ala defende
e o seu direito
da Diretoria
sugerin-
de suas prerrogativas
ambígua:
co-
integrada,
que detém de fato o monopólio
-- faz inevitavelmente
de obser-
contrastivamente
de Alas são porta-vozes
unânimes
da ação é na Di-
finais
a sua primazia mas ao mesmo
na
tempo
e que é precisozyxwvutsr 0E
particular
e convence
95.zyxwv
Ia da justiça
de suas
o fluxo total
de informações
2argos, quanto ;>or outro
reivindicações.
dispondo,
de crédito
de Ala;
de f!sigilo" que gara~
é a ponte de articulação
e financiamento,
de uma área de manobra
i i d ade tecn1ca -, 1122.. ;>ensab 111 que, na pratica5
Derioridade
em relação
se cultivar
a mística
aos demais
e adquirindo a coloca
associados:
da legitimidade
a Imprensa,
etc. -
uma rtindis-
em posiçao
de su
daí a importância
e de comprovar
a adequação
de de
à "causa comumn•
As reuniões ~e1ra parte
de
Il
as empresas
seu desempenho
junto às reuniões
de áreas
Além disso,
controla
21 - ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVU mundo do samba", as autoridades governa-
exterior
portanto,
atrás
a Diretoria
devido tanto à acumulação
ao envio de representantes
~em a sua invulnerabilidade.
~entais,
na Escola,
lado, ela se protege
com o mundo
Somente
de Diretoria
são recebidas
se desenrolam
"em audiência
ll
em dois tempos:
as pessoas
na pri-
que têm algum
21. O chamado "Mundo do Samba" que se revela de forma tão espetacular no Desfile,é para o sambista uma realidade bem palpável, seu meio próprio e familiar de convivência social. No momento atual, há uma série de situações em que se manifesta unitaria e distintiva mente: 1) pontos consagrados de encontro de sambistas onde dão conhec~m~nto de s~as última~ composiçõ~s, i~formam se~s contratos comerc1a1s, arranJam parcer1as e negoc1os d1versos; sao esses pon tos de encontro, certos bares ou restaurantes populares no Centro da Cidade, 2) "rodas de samba!! na Zona Sul e concursos oficiais ou semi-oficiais como "Concurso de Sambas de Terreiro", "Concursos de Sambas de Favela", 3) Além disso, as Escolas de Samba dis põem em seu conjunto de órgãos de representação próprios, ao ní~ vel estadual e federal como a Associação das Escolas de Samba da Guanabara (AESEG) e a Federação Nacional de Escolas de Samba.Men cionam-se também clubes e casas noturnas diversas que vêm se in~ teressando em apresentar espetáculos de samba desde que estes se tornaram um seguro investimento comercial. são essas as situações mais freqUentes em que se promOVE o encontro contínuo e intensi vo de compositores e ritmistas, frequentados sobretudo por asue~ les com projetos de profissionalização, porque constituem ve1CUlos seguros de divulgação de nomes e obras, e de interação profissional. Do ponto de vista histórico, o Mundo do Samba corresponde quase a uma construção mitológica, povoado de heróis e episódios extraordinários, contados e recontados pelos sambistas Ilhistóricos" ou "autênticos", e que invariavelmente atravessam as fronteiras entre todas as Escolas para se transformarem em patrimônio de to dos os sambistas. 22.
Cf. Michels, R. Political Parties (trad.). Ed. Collier Books.1962 lIIndispensabilidade técnica": domínio das técnicas e estratégi§.s de ação adquiridas pelos líderes em virtude de sua longa permane~ cia no cargo.
96.zyxw sssurrto pessoal a tratar; •. que entra o sigilo.
a segunda se reserva aos "Assuntos de Diretoria",
Vencendocertas
Jestas reuniões para constatar
"Assuntos de Diretoria"
assisti
em maio de 1973 a uma úni
que minha presença de fato causava tensões ali, sen
i..'1terpretada comouma transgressão :-s:i,
barreiras,
sendo
às normas fundamerrtaí.s, Na reunião a que comp~
equivaleram a "Assuntos de Carnaval": o Presidente
='=20ladava conta de seus contatos na Riotur,
quesitos
~~; etc . , e se elaboravam as primeiras deliberações
da
de julgamento, local de desfi
sobre o concurso de enredos.
Em z
,
-:-:: ::úa de Samba, o Carnaval marca o fulcro -:=:~'Tlento carnavalesco, :3sificação,
da sacralidade:
mais protegido um objeto,
quanto mais próximo do aco
seja uma reunião,
um desenho, um planejamento; levantam-se então tabus,
-~~3õeS restritas
uma.comissâo,uma separações,
e um sem-nUmerode precauções rituais.
No decorrer do ano,as funções concentradas na Diretoria .r í.gerna dois aparelhos distintos:
a Diretoria,
se especializam,
com funções administrativas,
-~~3ão de Carnaval. É o dualismo da Escola levado ao eixo temporal; tirada :-c :::, a Comissão de Carnaval adquire vida própria
: :~-:;arnavalesco,
co-
só a Diretoria
existe;
e acaba por absorvê-la:
dando
e a Coda Diret~
no per-Iodo
na medida em que se vai ciclicamente
trans-
:::::.B.Ddoa problemática anual da Escola, cresce a Comissão de Carnaval ao final :"'-:, sao só fantasias,
do
tomadas de preços para confecção, aquisição de material,cons-
-=' ..:.:;aode
alegorias,
:~: vital
da Escola. As reuniões da Comissão de Carnaval são ainda mais sigilosas
etc.,
que importam e a Comissão de Carnaval se transfonna no ór-
,nãcz
-i nada que se pretenda mais fechado na Escola de Sambade Mangueira do que as reu-~:~s e planejamentos da Comissão de Carnaval. O resultado
de sua operação somente SE
conhecendo aos poucos, à medida em que vão progressivamente se concretizando SUaE
c:::
~=:isões e providências para o Carnaval. A Comissão de Carnaval desempenhaum papel s.;
~smo tempo criativo
-.::-::agem.O trabalho :~ir
e técnico:
cabe-lhe toda a concepção do Carnaval, produção e
da Comissão de Carnaval, pelo que deduzi, consiste
em pensar- a
do enredo um tratamento cênico do tema, modular a Escola segundo o desenvolvi-
-::::-.-:0 da seqüência narrativa,
apropriadas a cada ala, de todos os materiais
distribuir contratar
necessários,
das subvenções às alas , editar
os papéiS-figurinos
figurinistas
segundo as característi:,
e alegoristas,
promover a distribuição
a Revista da Escola, etc.
providenciar e fiscalizar
a com-
a aplica-
97. 3.
O padrão de organização
O formalismo
ridade
joga um papel
e na reafirmação
a Escola
dispõe
definido
,
anterior dência,
5
leitura
de ofícios
ordem do dia, etc.
liferando
largamente
poradicamente,
caLando+s e ainda t
Por outro
procede-
e aprovação
de correspon
que se travavam
coincidente
ro~ portanto, trar vários tes entre
ao de outras
chegando-se
grupos
e Ala de Compositores,
gerais",
semanalmente,
mais outras
tâncias mais
reuniões
mais
simultaneas
reproduzem
o sistema
"reuniões
inclusivas:
em
não é ra
dias da semana~ e circulando
e
encon-
representa~
nas novas versões;
que atravessa
Vista na perspectiva duz num desdobramento calão uma réplica A estratégia
das
ins-
sociologicamente,
que
é um surto de
toda a Escola. global,
da própria
do sistema
esta forma de crescimento
estrutura$
organizacional
de ação se repete:
de flâmulas5
de organização
é o modelo atual da Diretoria
altas~ historicamente
se vai repetindo
por venda
inter
si.
As alas menores
burocracia
pa~
deste nível de articulação ,as alas
lá em determinados
em reuniões
pro-
antes es-
filiadastambém realizem reuniões próprias, às vezes na Escola mesmo ~orário
da ata
lado, vêm estas reuniões
de 1973 a se efetuar
entre as "reuniões
normativa:
comunicação
reuniões
or La" dessas Alas. Abaixo
'reuniões protocola-
leitura
e circulares~
em número:
semestre
pelas
da mesa,
legais de de-
SOClalS.
à seqUência
como as da Ala de Bateria
saram no primeiro
de D'i.r-e
de mecanismos
em Mangueira
ã composição
se invariavelmente
da auto-
\1
de relações
em que se tende rigorosamente
na legitimação
comozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ código1!, ele "dizlt que
impessoais~
Há um gosto acentuado ll
importante
da estrutura:
de fórmulas
2isão e de um sistema
res
burocráticazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
chaveiros
5
repetindo-se
a cada es-
adjacente.
reuniões,
promoção
se tra
esquema
de festas
de finanças
e rodas de sam
98.
ba, conjuntos lidades,
musicais
etc.
próprios,
Em cargos
inscrição
de denominação
de sócios
idêntica,
de várias moda
mas hierarquicamen
a Escola apresenta uma multidão de indivíduos; há ~e diferenciadoszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 3 vários
Presidente da Escola, Presidente da Ala de Com :presidentes:zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ
?ositores,
i
;
Presidente
da Ala de Bateria,
Presidente
ias; Presidentes
de cada uma das quarenta
:e outros
Grupos
~retários,
t~ntos
tesoureiros,
se renova.
aos da Escola
~o de Assistência :; .. ~e significa
Social,
a criação
em várias
~21 timbrado
vista
:iais da Escola,
que já estimula
~snto de ofícios
formalizando
:--õ;:::ligir estatutos
etc,
por réplicas
-. seus proprlos
~ivres para dar atenção
-:=.:'s se fiscalizar :=.:C/!;l direitinho"
- -- .
tem-se
de Carnaval,
próprio,
ao exigir
de Harmonia
~s demais
mutuamente, destacados
superior:
alastrado
contando
ofi
no
na compo o afã
de
no Estatuto da E.§.
até então intangível, uma ala já e.§.
. 23, ]UStli f ~i de Harmonla,
da Escola
poderão
alas e os componentes
malS descontraídos,
com pa-
encaminh~
alteração
5
concorrentes:
, Dlretores
etc.,o
de diretores. En
à instância
às Alas Reunidas
do Desfile
Dep ar-tameri
como os documentos
esta tendência
Recentemente,
:~::1do que assim os Diretores
brincar
de escrituração se confunde
se-
inter-
Públicas,
de mais um número
comunicações
j unto
a ser afetado
~ cUldan . d o de nomear ~~
~: poderão
Social,
px"óprios, "bas eado s naturalmente
::: Ia ! I e até o comando ::~eça agora
departamentos
Departru~ento de Relações
que à primeira
Presidentes
etc., a recorrência
as sim: Departamento
5
alas, material
~ição de dirigentes,
fiscais,
que estão criando
adicional
-.sação de representantes
alas filiadas,
para os vice-presidentes,
representantes,
Há alas filiadas
::-.os idênticos
:ontra-se
não filiados;
das Alas Reuni-
ficar mais
da ala mes-
uma vez que não precisarão já com elementos
lI
uniformi-
para esta finalidade.
Diretores de Harmonia: responsáveis pela parte coreográfica,ou seja, pelas evoluções da Escola e pela concatenação entre canto, ritmo e dança.
99. Em contraste ~tas~ estatutos, ~aridade
com o grande
apreço
regulamentos,
na sua preservação.
:ílio dos secretãrios~
ofícios
pelos documentos - observa-se
escritos
-
a maior
irregu-
Os livros de ata são guardados
a domi-
que cada vez os trazem
para as reuniões.zyxwvutsrqp En-
:errado um livrozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA nem sempre se garante seu arquivamento, na verda5 :e, acham-se
perdidos
na quase totalidade:
~ios de uma gestã05
outros
~,itivamente ~ apenas
uns poucos
ficam alguns
com de outras,
com secret~
até que se extravia~
dos mais recentes
se conservam
defi e frag
:-:-.entariamente. Em 1960, quando
se fêz a organização
~anização
da Ala de Bateria,
~scritos,
mas a tradição
:ormaçã.o do passado, ~~o histórica: :alques,
leZ
sumirem
Fala-se
todos
os livros
~e; construída
na primeira
pessoalmente
~inos e alegorias,
planos
é
acusado
então existentes
"por-que
de um Museu
sede que teve a Escola
enredos
de armação se perde
de des-
na Escola,
de
de Mangueira
p~
no Buraco
a idéia corre
carnavalescos, de desfiles,
desenhos músicas,
Quenhã
de fig~ fantasias,
logo que utilizado.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZ É extraordinE em reunião
para serem cuidadosas
em
tudo vai para a ata e fica escrito '",quando tão imprevisível;
que são guardados,com como se fossem
:ial~ com que se deu partida ~a, não
fonte de in
quase toda a documerrta
um tesoureir05
na criação
serem advertidas
=3tas atas têm um destino
:2 diretores
registros
sendo a principal
por seus fundadores;
disso,
~·J.doisto como documento
suas propostas
e a or-
e anteriores.
~lguns anos e apesar
~io ver pessoas
social
os primeiros
urna vez que se dispersa
constantemente
~a ser instalado
início
oral continua
em 1969~ por exemplo,
s~a administração
:arecidos
tiveram
do quadro
senão um fichãrio
há troféus
o conhecimento
prêmios
pessoais;
ao processo dos mais
geral, o próprio
dos mais enna residência quadro
de burocratização
incompletos,
so-
da Esco-
onde constam
ape-
100 •zyxwvuts
~as os nomes dos associados, rie de outras
informações
embora
as fichas
abram espaço
que Hnão interessam"
internamente.
EstazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA é a essência da burocracia de Mangueira, ::10"ad hoc" com a função estrutura
simbólica
"redundantemente"
corrt r-a todo o !lruído; causado
A face oposta extrema
de decisões
::idade de improvisação todas
-:8
a uma reunião
poderá
~lteram-se
soluções
~enhuma
proposta
aprovadas,
o
uso social
?eforma do Estatuto
capa
bas
que fal-
Dilatam-se
comissões
está bem dentro
por toprazos,
já constituídas; de reunião!',
mas se vai confi
deste
imprimir
uma Comissão exemplares
sobre quem convocaria
:ue nunca
chegaram
a se iniciar
=er posta
de lado, A conseqüência
,:;3tatutoque "não vale muitoll a Reforma
os trabalhos
apaa
de Refor
dos estatu-
a primeira
reunião,
e a reforrrtaacabou
disto é que vigora
porque
legalismo
em abril de 1973, votou-se
imediatamente
mandaram-se
por
atualmente
está sob reforma,
um
mas ainda
a.§.
não saiu;'. Pelo fato de es t ar- sob refor
não pode ser apresentado
a ninguém,
-::-esidentesde alas filiadas =~3.dos no da Escola!! mesmo
Il
das discussões.
-:~s e tal foi a indefinição
_=,
de
desorientado
de forma elaborada,
nomeando-se
~~. Para esta Comissão,
=:"'-1 "va.Le, porque
um diretor
em sua ausência.
Geral, realizada 5
chamam
é deixada ao sabor doiandamento
do estatuto
::-ente.Na Assembléia
decisão~
ampliam-se
é apresentada
é uma
lado, para modificá-Ias
se ver momentaneamente
;urando no desenvolvimento
1.D1lêI.
se por um lado "tem que fazer
a última
decididas
-:oda a pauta prevista
de
da Comunicação,
imediatista
que eles próprios
por outro
novamente
~as as contra-marchas
burocrático
do sambista":
as resoluções,
-:a lifazer constar"
a existência
pela arrti.r-e s t r-u t ur-a ,
deste ritualismo
flexibilidade
20nstar'
de "informar"
é um burocrati~
como se diria na Teoria
5
..
a uma se
redigindo
sem vê-lo.
o que não impede que seus estatutos
próprios
O fato de ninguém
haja "ba-
efetivamen
101.
~e manuseá-lo, isso mesmo
nao contraria
que serve:
~e de manipulação~ ~a prejudicar
que seJa largamente
!Tébom para ser alegado"
tanto que um dos recursos
~~a proposta
ou colocar
alguém
invocado
e
facultando
comQmente
é
para
toda sor-
entendidos
sob suspeita
p~
é pergun-
~ar se "eszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON t a dentro do Estatuto~... e a resposta. quase sempre infali
-
em ata,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJ pode!' .
veL e de que "se constar
é
A flexibilidade .r.a L e o que permite
o antídoto
fazer funcionar
r-ocr-ac i.a em Hangue i.r-a r-ecobr-e
~os de Bupocracia:
=-.0 ~
"r-ac Lona L'",
'"simbólica" que os sambistas comportamen
t
a burocracia
na ordem
distintas 1técnicaH
o comunlcatlvo o
o
11
constitui
como tipo ideal, no sentido
. sem se delxarem
A Bu
a bupo \tJeberia
na Burocracia
de lá bem sabem neutralizar 24
for
- ou são dois ti
do "expr-e ssLvo " 5 transforma-se
levada ao domínio
,
contra
a engr·enagem no essencial.
duas ordens
a Burocracia
cr ac aa propriamente
produzido
na área do
papa l' lzar em sua açao
::riadora.
A Escola
e o Desfile
Cabe, enfim, vaL e a estrutura
estabelecer da Escola
~aval e da Diretoria, 2
não são a mesma
~o objeto;
derivados
de Samba.
o Desfile
coisa"
um paralelo
podem
À
entre o Desfile
semelhança
de Carnaval e não podem
de Carna
da Comissão
de Car
e a Escola
de Samba são
ser tratados
como um mes
um do outro, manifestam-se
existencialmente
in
:ependentes. Escola
e Desfile
sao calcados
assi.s t e ao De s f í.Le , lIvê ) por assim ~scola: 24.
sobre os mesmos dizer,
estão ali todas as alas dispostas
Le a ch ,
fundamentos:quem
"pas sar " a estrutura e agrupadas
da
distintamente
E.
1966. A discussion on Ritualization of Behavioup in AnimaIs and Nan. Philosophical Transactions of The Royal Society of London, Series B) n. 7725 vol. 251.
102. e todo o sistema no do Desfile
de papéis
em operaçao.
e este tem a propriedade
A Escola
se reproduz
de sintetizar
no pIa
a representação
ja Escola, Mais do que a passagem jo o conjunto que explica
da Escola
social que se constrói
a realidade
e ideologia
Ao longo da avenida ras de arquibancadas
na passarela
da Escola
de Samba.
por onde passa o Desfile~
essas pessoas
pagam
montam-se
para dezenas
para assistir
le)zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ê o público observador que consome o espetáculo. ~icipam
numerosas
Escolas,
gue i.r-a faz parte
do "Gr-upo
~estas dez Escolas Jil figurantes
de pessoas
a oitocentos
fantasiadas~
~eços que ali se juntam,
Do desfile,par
Escolas~5
no transcurso metros
Se cada
se reúne
de Samba realiza
de vários
nfveis
sua conexao
de mediação,
=iados de seu núcleo
central.
=ial que se encontra
ali estruturado
ali que se chama
aos figurantes,
~enta e as autoridades
governamentais
~rução semiológica
aponta
com a sociedade
diferencialmente
Sociologicamente)
~ele, dos assistentes
25.
para a apr~
11 •
Uma Escola jal através
fantástico
a
1 "0 aszyxwvuts
a isso os ritmistas,
sentação
"mundo de samba
a três
de mil cores e ade-
e se preparando
que mundo
uma
de uma só noi
:'asque se f'o rrnarn"es querrt ando o samba" e veja-se
Man
de rua~ imagine-se
enfeitadas
acrescente-se
de mi-
ao Desfi-
de dois mil e quinhentos
desfilar
filei-
por ordem de grandeza;
das Dez Grandes"
que devem todos
~e ao longo de seiscentos =oncentração
classificadas
conta em média
é t~
ali em torno do acontecimento
a cada lado com capacidade
lhares de espectadores;
do Desfile,
em torno
distan-
todo o Universo do Desfile
a infra-estrutura que o afetam.
a uma recriação
glo-
so-
faz parte que o sus-
Toda a sua: cons
do tempo histórico
e esp~
A classificação é um tanto arbitária, mas toma por base, e~ quematicamente, número de participantes, antiguidade: , re cursos financeiros, etc.
103.zyxw
ço social:
os figurantes,
e lugares,
contam
?osição
quando
social
de status.
a Escola
de uma cena social ~
personagens
em cena por seu valor
no sistema
talização:
representando
dramático,
mui to mais abrangente
sua própria
natureza,
a abertura
J'
epocas
não importando
sua
é um fenômeno de to
O Carnaval
de Samba se projeta
de outras
como ator
principal,
do que ela,está de fato atuapara a sociedade
global
es-
~ãzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA inscrita em sua essência como entidade carnavalesca. Mangueira :ondensa
reflete
no domingo
~ente durante
como um microcosmos
de Carnaval
o ano; como um corte
:re um eixo
diacrônico.
;iJ contínua
entre momentos
~:cial; o ponto -:~3sa d a
de maior
uma etapa
:~~ n~cleo
na Avenida
d 'e
este universo:
é acumulado
sincrônico
A existência de maior
progressiva
que se pode rebater
da Escola ou menor
se traduz
retração
ao co t '1d ilano
relntegraçao-
26
,a
sô
numa oscila
e
é dado na culmin~ncia
amplitude
o que se
expansao
do Desfile.zyxwvu
E sco 1 a
retorna
ao
original.
Mangueira é uma Escola enraizada no Morro. Franqueada a entrada ã quadra, i.
::E.ior parte do ano,moraclores do
l'ID l:"ro
se fazem seus usuários habituais: a Escola
=~ avista de todos os lados da favela, é um palco -::.jo.Mas sendo fia praça" .~ ~uito bem comportados: - - -;, - - , transpondo-o,
-
e a Escola
permanente profusamente il~
e o clube do morro, o portão
abaixa-se
da Escola
é uma "praçaTl
é um comutador
o tom da voz e modera-se
se faz para muitos,
o centro
e um clu da
con-
o comportamen-
das reuniões
dominguei-
Período em que se aguarda o julgamento do Desfile e posterior reequilibração de expectativas. A Escola abriga um projeto educativo consciente que será examinado no prÓximo capítulo. Numa festa de s.João a que presencei, uma comitiva que vinha em grande algazarra cantando pelo Buraco Quente, ao entrar na Escola, baixou mesmo o tom da voz e moderou a conduta.
104. o campo de futebol
das crianças,
azyxw
a festa dos fins de semana~
-zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML i.c i 28 o centro daa vlda w i zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ , 29 :ena d e promoçoes o f lClals, comunl'tJ>arla.
Para o final do ano é que se vão acrescentando P r-í.me í.r-o , "o mundo
:':3.S de frequentadores. ~3.gens em outras
Escolas,
~3.~ba, atos públicos consumidores"
da Guanabara
de consagração,
do ª3pet~culo:
~escos mangueirenses,
Estados,
etc.; depois
os carnavalescos
:·":!1cionando, em pleno período
do samba '": festas
e de outros
o público
as outras
fai-
e homerodas
é que surgem
de
os
de última hora, os carnavae a bilheteria
simplesmente
Hpré-carnavalesco"
que se inicia em ou
-:·..:bro o
É esta fase final que assusta
:3.~ba como uma ameaça
aos comentadores
-
a sua integridade
:-sce-me que se faz uma distribuição
e autenticidade.
rentável
-:-.ercialização de fim de ano que se extrai li
:-.e:1te para conferir ~~eirenses ~~gumento ::r efeito :õ
a m b .í
as alegrias
é
~=-de Samba se tornou ~~~, uma pergunta
de consumo um programa
uma tendência
::-.=forma que a expectativa ~=-l.Assumir
externo,
=~3tema seja gerado
como obra perma
estejam
da "classe média
depois
li
"intelec-tualizado". até que ponto
inerente
a partir
implica
aos Man
se dando
as perspectivas
dos
que a Esc~
Em contraposia auto-organi-
à Escola de Samba, da mes
de as cens 10 e integração
esta perspectiva,
ê dessa "co-
de uma vez por ano. Outro
condicionando
que se deve fazer é:
:=-ção não constitui
a Escola
de que as transformações
de demonstração
st as aos padrões
de papéis:
de
A mim, pa-
do dia a dia ou do Carnaval,
de sempre ou aos Mangueirenses contestável
de Escola
em admitir
de suas próprias
na sociedade
gl~
que o dinamismo
forças
do
e contradições
A Escola foi, em 1973, palco de um concerto da Orquestra Sinfônica Brasileira, largamente concorrida pela população do morro. A própria Paróquia prefere promover de suas festividades. Por exemplo: Semana Santa.
na quadra um Teatro
da Escola, algumas Sacro durante a
105. ~~ternas~
o que dialeticamente
~~e a simplificação
-- fatores
da explicação
causal pela busca
malS fecundazyxwvutsrq
exclusivamentezyxwvutsr
~
exogenos.
Para lSSO, examlnaremos ~~sicas
sugere uma explanação
de ideologia
nos próximos
Mangueirense.
capítulos,
as proposições
106.zyxwvuts
v -
1.
IDEOLOGIA
DA ESCOLA: O QUE PENSA O MANGUEIRENSE
(I)
. como Slstema . Id eo 1 ogla cu 1· tura 1 (1)
O termo "ideologia" ção social, ou melhor,
é considerado
é tratado
aqui ao nível da comunica
como um código
cultural
do qual se definem modos de pensar e princípios tam os indivíduos
em relação
se em vista a apreensão qual adquire
social.
sendo esta lógica socialmente Ia "ideologia".
Adotando
Em sentido mais exato,
condicionada,
uma terminologia
o que em certos aspectos
"ética" e a determinar
podemos
corresponde
os parâmetros
pela
sociais,mas
também
Weberiana,
do sistema
tem-
social
sistema de relações
afirmar que se busca uma "compreensão" nificado",
através
de ação que orien-
de uma forma de representação
lógica um determinado
-
chamá-
poder-se-ia
"ao nível do sig, a
descrever
sua
para sua inteligibilidade
in-
terna. Assim definida,
a ideologia
to de idéias e práticas
simbólicas
biliza quando se põe em contato limita,na percepção externos,
Mangueirense
que o Mangueirense
reconhecível
renses e lhe dá, ao Mangueirense,
agentes ou dos
de valores
atuais;
ela confere,
ridade de experi~ncias vivenciou
(1) Para um desenvolvimento
observou
ela de-
espectadores
aceitos
como Manguei de seu pa-
quarrt o em seu quadro
enfim, unidade
e ~s descontinuidades
ou paralelamente
como tal mo-
uma visão explicativa
pel social tanto em ss.ua dimensão histórica interações
um conj~
com outros atores sociais;
de seus próprios
um universo
compreende
e coer~ncia
que
no decurso da
de
~ disp~
ele pessoalmente súbita ascensão
do conceito de "ideologia como sistema cultural", ver: Geertz, Clifford. 1973 - La ideologia como sistema cultural~in El Proceso !deolo gico (ed. Eliseo Veron). BA, Editorial Tlempo Contemporaneo, 2a. ed. pp 13/43.
107· zyxwvu
social que se verificou valorização temas
de que foi objeto
dominantes
bre o contraste no passado
no status
no discurso
de "sambista"
sua Escola
e no
de Samba.
Mangueirense
Tanto
de
que,
os
versam precisamente
que se gerou entre sua situação
e o prestígio
processo
so-
marginalidade
de
de que, de modo inesperado,
passou
a des-
frutar no presente.
2.
"Era um tempo de arrogância
o
tema da "marginalidade"
~emória
Mangueirense.
cola, porque
e valentia"
assume
duas versoes
Falo aqui genericamente
elas se reportam
principais
do Morro
na
como da Es
à fase de maior vinculação
entre am-
jos. Existe
uma formulação
~ostra mais estreitamente segunda que se revela ::"''Tlplos. Na primeira :aráter épico, ~ivamente
concepção,
heróicos
e "moral de malandro".
uma denúncia
~~ca em que a Escola
uma mais
se reveste
de um
que a consagram
posi-
também
as noçoes reflete
de
princi-
dos atos e atitudes
de Samba era intepretada
de
dirigidos nessa é-zyxwvutsrqponm ..• como area de pericu-
ao invés
de "herói",
sendo esta ainda a imagem
~scola de Samba se mantem
e
social que lhes foram
e o sambista,
:::: como "delinquente",
se
societários
A segunda
ou uma assimilação
e repressão
:":,sidadesocial
dos padrões
se desenvolvem
que
comunitários,
a "marginalidade"
episódios
e, em torno desta,
:iscriminação
de "marginalidade"
ligada aos valores
como absorvida
arrolam-se
"I:1oraldo Morro" ~almente
da condição
em muitos
era identifica-
que a respeito
meios mais afastados
da
de sua
: c nv i vência.
Uma primeira __ encontram
leitura
dos relatos
dois agrupamentos
acerca
empíricos
'::ns" e o dos "maus elementos":
desta fase sugere que
em justaposição:
" a gente
coexistia",
o como
dos diz
108. um Fundador.
Uma comparação
denciatr~tar·se posto
"disciplinador,
homem
duzia os ensaios
sujeito
narra-se
se cotizado
pus; de outro, que fora seu Presidente,
Mangueira
ou, a mesum
de ouro", que con igualmente
para obter-lhe
já ter
habeas-cor-
diz-se que "era pistoleiro,
ou que "podia ser pistoleiro,
mas tinha
a
no coraçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTS ll
Torna-se diferentes,
•
aparente,
portanto,
e não com grupos
oscilatoriamente
ordenados:
desenvolvendo ::1aisampla,
que as pessoas
diferentes,
em seu julgamento
siste mesmo num trânsito samente
evi -
sobre quem se afirma ter sido
"com todo o respeito",
mas nao era marginal"
de abordar-se
de mãos de ferro e coração
e ter a Escola
entretanto,
unica mas ambivalente
de uma forma ambivalente
Do mesmo
estado preso
dos dados,
antes de uma realidade
de outro modo,
ma realidade.
ampliada
repetido
cuja aplicação
porque
de um a outro meio social
particulares
suas agências
alternam
a sua vida cotidiana
a sua vida na comunidade
valores
lidam com códigos
relativamente
e o seu contato
institucionais
e modos
con
diver-
isolada,
com a sociedade
impessoais
de re-
lação social. Existe _ mudar
um consenso
na Cerâmica
z.uí. to diferentes
-:rar na Cerâmica :'evar um tiro", -=ra só do Morro,
Desse passado,
mas não era pistoleiro" irem ao ensaio
ocasião,
=iretor da Cerâmica ~:ca, alguém
~~ "tão ingrata
expostos
associados
que lhes facultara
lamentou
B., A., I.; I.
que começaram
como por outros
que a Mangueira
com P. que botou muito
en
ou "se arriscar
e que "era
e ficarem
são hoje
"que nao se podia
batidafl,
que "eram todos pistoleiros:
isto dito tanto por pessoas
:~la nessa
de que "as coisas
comenta-se
sem ter sua carteira
:ara os visitantes ::-.8S",
e, principalmente,
ll
11 •
quantozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ã idéia de que "as coisas começaram
uma
dinheiro
nao,
vergonha
a esses vexa-
a frequentar
a Es-
mais antigos.
Do
o uso da quadra o tivesse
a
por essa é-
"esquecido"
e fos-
lá e arriscou-se
no
109. tempo em que a Escola
era um antro de marginais".
Ouve-se
mais
que: "agorazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ê uma tranquilidade, basta botar dois PM na Quadra que já dá para
afugentar
muito marginal".
devem ser questionadas Compare-se natureza
a semelhança
da definição
je desfruta
policial.
saí na frente
essas
informações
com outros
dados si tuacionais.
o conteúdo
desta descrição
Um compositor nos meios
de uma fase datando
"Eu também
da Escola,
de música
de trinta
da Polícia
e a
que ho-
popular
brasi-
anos atrás:
p'ro Distrito
daqui.
Es-
--h9.jezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ê benemérita na Mangueira, mas nesse tempo era
contra o samba -- mandou toda batendo
tamborim
tação Primeira ele olhava, mundo
entre
de grande projeção
leira, relembra
sa pessoa
em confronto
Contudo,
prender
até o Distrito.
tem consideração
tinha
na frente.
no Morro:
É
buscar.
Ele é considerado,
com a turma
Essa é uma pessoa
até hoje.
samba, mandava
eu desci morto.
Fazia isso:
Pô-pô-pô;
mas naquele
que a E~ todo
descia
tempo
ele era con
tra o Samba. Em trinta
e oito, eu apanhei
ça Onze. Então,
tinha
da Polícia,
aquele negócio:
e apanhei
na terça-feira
bem,na
Pr~
de Carnaval,
à meia noite, acabava o Samba e pronto; acabava o Samba. Muita gen te na Polícia
era camarada,
mandava,
sabe como é:
Não quer que eu pare,
eu vou andando
Não quer que eu pare,
eu vou andando ...
Mas acontece
que eu parel.
da G. E chegou um polícia
nao
mas o oficial
..•
Parei
e se invocou
até discutindo comigo.
com a faleci
Eu, menino
novo,
e, com essa coisa: - "Pare com essa discussão!" "Que discussão?
pra
Eu só 'tô pedindo
à garota para ir embora
casa!" Daí, eu continuei
tou, mandou
conversando
o cassetete.
ele. E para quê? Quando
Quando
com a menina
ele me bateu,
eu me levantei,
e, quando
ele vol-
eu me atraquei
que eu oihei,
com
só tinha po-
lícia em volta de mim: tal tal tal, tal e tal. Nesse
ano, a Ala
dos Compositores
verde~ grava-
ta verde;
saiu de terno todo rosa e um chapéu
é capaz até de ainda ter retrato
nhei •.• Eu já apanhei A "batida policial"
por aí. Mas como eu ap~
muito por causa de Samba! fora do Carnaval
mesmo,
Palavra!" "cercar
a casa"
e
r- zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA i zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
110. levar todo mundo" sambista,
eram experiências
rotineiras
sobre
as quais existe pronta
tro na tradição
oral dos mais antigos.
de Mangueira, muitas
compositor,
hoje também
unanimidade
figura
aqui por baixo, Tinha cadeia,
era considerado
lo simples cintura,
intuito
jogavam
intuito
jogavam
Companhia
vagabundo,
de cantar
de trânsito
dentro
de cantar
Ferrugem;
A pessoa
descascava
samba.
A pessoa
descascava
samba
casco de na era amarrada
casco de navio
era amarrada
Eu me lembro,
pe-
pela
casco de navio.
era na ilha das Cobras.
em
e coisas mais.
que descascava
d'água,
dentro d'água,
livre
cita o seguinte:
apanhava
samba.
-
da Escola
cantar, mas se cantasse
como um tal de Ferruja,
vio pelo simples pela cintura,
a gente podia
do
e amplo regis
Um ex-Presidente
áreas que lhe eram antes inacessíveis,
"Aqui no Morro,
na vida diária
Chamava eu
fui
preso. O Samba era isso. Numa das ocasiões, com T., estava no alto do Morro ~avido ~egócio :ereza
uma macumba, de quando começou
eu estava
do Urubu,
ali em Terra Nova. Tinha
veio uma moça com pão-de-ló,
terminava
a macumba.
canJlca,
Aí, eles cantaram
a cantar e eu fiz uma música Cruz Credo,
em casa de B., aquele um samba;
assim:
Credo em Cruz
Aí vem o Delegado, Temos pão-de-ló,
o Abelardo
Luz.
temos pão com manteiga.
Você sabe o samba,
Já Daqui a pouco:
vou lá minha
nega.
bom bom bom bom. Era o delegado,
:ardo Luz e nos caçoaram
fazendo
aquilo.
Daqui
delegado
a pouco,
Abe-
cercaram
a
casa e fizeram
a gente andar de Terra Nova ao Vinte e três Distri-
~o, que aquele
tempo era em Madureira,
3rasilino,
todo mundo
lá".
Deste cerceamento, Samba, de escondê-Io, =e candomblé. "Naquele
"lidava para um baile ~ra a macumba.
gerava-se misturando-o
Um depoente tempo, Quando
a pé. E fiquei eu, Tereza,
a necessidade a torcidas
de se camuflar de futebol
o
ou sessões
esclareceu:
a Escola
de Samba era proibido.
afro-brasileiro. chegava
Este baile
Então,
se co,!!
afro-brasileiro
por volta de seis horas
da manhã
,
111. então fechava
o terreiro
Acorda, Quem
e a gente
cantava:
acorda,
'tá dormindo,
acorda!
Na fé de Deus, acorda! Então: - "Abença" - "AbenzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ça"
- "Pede bom-diazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUT ll
- "Bom dia!" Aí então,
depois
daquilo
tudo feito,
va no chão, aí então entrava
va a seita,
pelo meio do caminho
vinha o Samba. A gente
que
A ligáção bes de Futebol, melras
aos últimos,
teção que as levava
cogitar
ti-funcionais
na Comunidade,
recordam
forma segura molestadas
acaba
da Estação
das pri-
de auto-pr2
candomblé;
o futebol,
emmul-
como promo-
É interessante
Primeira
- "Chega de de-
à palavra "time":
que penetrar
11
.
(2)
em torcidas
de fazer sambas publicamente,
de futebol
porque
era
aquelas
uma
não eram
pela Polícia:
"Aliás,
outra esperteza
do sambista:
na rua, era coisa de marginal. cantar, eles eram torcida de futebol.
quando
antes organizações
o Carnaval.
"Com esse time temos que vencer... Muitos
matagal
de derivação
sob a máscarádo
e organizavam
faz uma alusão
-
de Samba e Clu-
à mesma necessidade
ora
que praticavam
que o samba de batismo
manda" -
entre Escolas
de que constituíssem
e reuniões
-- porque
a um processo
a se confundir
bora se possa
viam bailes
nós nos assujeitáva
ia, mas atrás do Samba".
~e dava na origem
ora se atribui
em relação
lembrar
o samba. Agora,
da seita esta-
à casa de Eva -- Eva morava num
mos a sair daqui para ir assim, tinha sepultura
o pessoal
Chegava
(2) Ver Capítulo
de clube,
lá, tirava
I,nota
8
Então,
não podia
quando
cantar
o pessoal
acompanhava
o seu sambinha,
do samba ia
a torcida faziam
samba em
jogo
a sua batuca
112. da, vinha
com o pessoal
da. Veja a manha
da torcida
de acontecimentos
vém reproduzir que a imagem
didos" gares
algumas
externa
cios internos;
e expressões
citações
palmente
ou nenhum,
blinhando-o Durante
eleições
de ordem e tranquilidade,
alguém
"Agora está tudo mudado, a pistola
e "navalhadaszyxwv ll
em cima da mesa",
tão violentas.
essas Princi
desse repertório,
su
social.
que transcorriam
porque
de Samba
como sobreviveram
s~o extraídos
lembrou
como lu-
entre eles e, a julgar
como área de tensão
as últimas
"covil de ban
da Escola
"Tiros"
disruptivas
jocosos
de indí -
descrições
"botar o revólver
perguntar
a tensões
fortemente
o ambiente
vulgares
impõe-se
os comentários
dessas
cog
transparece
de todo infundada
sambistas.
como expectativas
em meio
e cenas de valentia, Por essas,
emergem
nesta época
usual entre
por essas afirmações, organizações
nem na-
de Sa~ba se desenvol
"antro de marginais",
semelhantes
pretexto
etc. irrompem
a mais.
n~o se alimentava
comuns retratando
sob qualquer
sobre Escola
turbulentos
pelo contrário,
e o comportamento
n~o prendia
do sambista ••• "
Como o mais amplo anedotário ve em torno
e a PolIcia
em clima de grag
que:
antigamente
o sujeito
tirava
do cinto e dizia:
- "O presidente
agora é Fulano.
- "Que nada! Todo mundo
ao máximo
é contra?
de acordo".
E que por essa razao mesmo :e dissimular
Alguém
cada qual se via na contingência
sua opini~o,
dando a todos
igual impressão
:e os apoiar e não aos concorrentes.
Ê incontável
o número
de estórias
:olas de Samba que se encontravam :onsiderável
saldo de mortos
":am. As tradicionais -:as e consagradas
que correm
a respeito
no Carnavál,deixando
e feridos
de Es
atrás de si
cada vez que se entrecruza-
"baianaszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ ti, hoj e aparentemente t~o inofens i -
às velhas
da Escola,
eram tidas
como as fantasias
14-8.
Nas Alas Reunidas, licial militar,
a mesa é composta
de um comerciante,
um po-
dois contínuos,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Th~ pintor de paredes, uma cozinheira
e outros. Na Ala de Bateria, respectivamente pecializado
a um funcionário
na Escola.
dado inconteste componentes,
-
Desconheço
a profissão
sendo alguns
dentre
sor de ensino
um funcionário
de uma fábrica
-se um colchoeiro, ja de segurança
do Palácio
e um membros,
t1angueira é local
:~ais diversificadas; sociais
-~:1cia de indivíduos
moradores
muitos
membros
encontram-se
de
na loc jovens,
um profes-
um funcionário
e outros.
-
ad-
. Na proprla
Ala,
da Escola,
acham
três motoristas ,um gua~
um guarda
de vigilância
de manutenção
noturna
e outros,
seis dos quais aproximadamente,
compl~ vêm ten
em música.
Desse esboço de classificação :ectos dialeticamente
Morro
de nível secundário.
urbana,
um técnico
mas um
no próprio
de "elite intelectual"
Guanabara,
mais
e a quase totali
de cartório,
um garl da limpeza
~ando profissionalização
-~ de relações
escola
de armamentos
uma espécie
da Aeronáutica,
~ando cinquenta
atualmente
e~
de seus próprios
antigos
incorpora
da Ala dos Compositores
técnico,
=l.ueé considerada
residem
eles dos mais
da Ala de Bateria
Na Diretoria
:e
dos demais,
por informação
de suas duas diretorias
sendo que dois deles cursam
.~~ sargento
e a um operário
é que a maior parte de seus elementos
A direção
~inistrativo
do Cais do Porto
na Ala de Bateria,
dade dos membros
lidade.
cabem
e a vice-presidência
de armamentos, que e uma das pessoas nazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
prestigiadas
Mangueira,
a presidência
relacionados.
social,
sobrelevam-se
Um deles é que a Escola
de aglutinação
de indivíduos
ali se acha representado encontrado
dois
na sociedade
de cor e de camadas
global,
sociais
de Samba
de camadas
um espectro
as-
so-
do siste-
com predomi-
baixas
na
hierar-
149. qUla da sociedade interno
global.
estrutura-se
rarquização
O segundo
independentemente
observáveis,
ou melhor,
rios, porque não foram gerados nem decorrem
indicadores traste
ciedade
deixar
de Samba
de mando
momento
que tende
explicitamente
de Samba de Mangueira
da Escola
Ia" tornou-se
uma constante
gra implícita
de prevenir
global,
igualitária,signif!
unidade. o princípio
uma hipótese
de nivelamento a partir
socialmente concreta.
que qualquer
Hangueirense, indivíduo
do
apoiado A preocup~
venha a fazer nome às custas
na política
da so-
da Esco
criando
a re-
se sobressaia
iso-
acima da comunidade.
Este procedimento e a principal
indivíduos
vem gerando
área de atrito
que já alcançaram
de nivelamento
pria Escola prestar
internamen
na sociedade
e este se intensificou
tornou-se
que "um elemento
questão
as
sobre
as contradições
de se promover
ção de evitar
bertos
diluem-se
realizada
que se pretende
em sua própria
em que a possibilidade
ladamente
internas
as informações
a ser desvantajosa
se manifestarem
de ruptura
no prestígio
de Mangueira
e dominância
Há outro modo pelo qual se revela na Escola
desses crité -
de suas exigências
e suprimem-se
global numa organização
ca ameaçá-Ia
hie-
De fato~zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH é mais coerente obscurecer o con-
entre uma posição
te e uma situação porque
sociais
de status.
como uma negação
e
funcional.
na Escola
entre classes
de ordenação
desta diversificação
a partir
de sua organização
Por essa razão, barreiras
é que, o sistema
notoriedade
de um conceito
individual,
de "marca registrada"
se localiza
não se colocava
não dispunha
à ascensão
ressentimentos
em relação
externa. nesses
e conflitos
Antes
termos,
bastante
tal como se verifica
a alguns
disso,
porque
influente
nem seu nome se revestia
a-
a pró-
para do
a
em
valor
em sua atual conjuntura
150. empresarial. Quando
um sujeito
adquire
"fama" e pensa
fluir sobre a Escola,
seja para obtenção
seja para alargamento
de seu prestígio
ocorrer:
ou a Escola
sua áurea
"especial"
gumas pessoas
o enquadra
se perguntam
porque
certos
sendo eliminados
da Diretoria
ceser
que foram ativos
"demais"
de estar visando
pessoal,
a interesses
outros espetáculos
de um bar-res-t::auranteno segundo
em estado
de semi-ociosidade.
o local, nenhum
tamanho
oferecido
para
particulares,
sobretudo
UJIl
do Sam
que permanece
chegado
um esquema
para
efetivamente
a ser
não só devido
diversas
pessoas
de aproveitamento
do
ao têmlu
~
a participação
havia
de
igualmente
considerável
cesso da roda de samba. cedeu a esses planos, claras.
pavimento~
porque
A única
embora coisa
externa,
para dentro
A Diretoria
elementos
encaminhado
ambos de certa notoriedade
público
de
propos-se a organlzar uma am MangueirensezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLK
roda de samba com e um ritmista
O Palácio
interrogações
como também
montar
Um compositor
-te. Gozando
tendo
Isso provoca
e valor da área,
gar.
muito
diligência
usos já foram pensados
Vários
deles entretanto
posto em prática.
trair
•
pare-
sua proprla
este procedimento.
ba dispõe
colas
ativos
e uma resposta ,A
Al
musicais.
O caso da boate ilustra
pla
·tão
se acham ligadoszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ã comercialização de rodas de samba ou
quando
-se
de liderança.
colaboradores
colocando
podem
desconhecendo
comum
da Escola
ln-
especiais~
duas reaçoes
de seus quadros
acabam
sob suspeita
de prerrogativos
na disciplina
ou o segrega
com isso poder
suas explicações definitiva
projeto pensavam
da Escola,
da Escola,
de várias Es semelha~ poder
a-
garantindo o s~
entretanto,
jamais
nunca tivessem
sido
que se podia informarê
respei to de suas decisões era que "eles não queriam".
O assunto
fora
151.
sempre muito
ventilado
na Escala
e havia quem considerassezyxwvutsrqponmlk
" ...um mistério
o negócio
da roda de samba na Mangueira.
do nãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ê um que breca, é outro: uma hora é o Relações não divulga,
outra hora são os Compositores
o que há,que
não sai roda de samba na Mangueira".
Anos depois,
diante
de samba e esta roda veio demonstrar se.
A roda de samba de Mangueira
coletivo,
abrigando
espont~nea, promoção
larga margem
sem limites
do espetáculo
suas funções neraçao. sitores,
ritmistas
conforme
seus deveres
Em termos
foi montado
espetáculos
comerciais.
:onvencionado. ~ntermediária
divertimento
de
sem perceber
colaboração A
qualquer
da Escola,
gratuita
social,
remu-
os comp~
e regularmente,
com o padrão Em geral,
por seu trabalho,
este é um modelo
na profissionalização
~ância muito mais na formação na recompensa
dispõe-se
um pagamento
Para o empresário,
-=-.:'..is regular,
havendo
uma cade ía
contudo, vertical
que rezyx
e instrumentistas,
em espécie
representam
do sambista,
financeira,
casas de
de um empresário
passistas
de um público
:~ que real.
de relações
de rodas de samba em
As rodas de samba comerciais
:"Jepropriamente
Mangueiren-
e participantes.
com os artistas
de cantores , compositores,
:abendo a todos,
roda
Social no mero exercício de
comparecendo
de organização
que contrasta
~
e
a
regimentais.
solidárias
.ine um grupo
e, portanto,
e passistas
como um
entre platéia
coube a um Diretor
institucionais
O programa
organizoU-se
que
Eu não sei
criou-se
o estilo de solução
de improvisações
precisos
Públicas
que não vao.
de uma crise financeira,
Qua~
uma
residindo
e projeção
outro etapa
sua impo~
do nome,
de valor mais supõe-se
ou
do
simbólico
uma lucratividade
em que alguém remunera
aL
~
;:-·...:.em. Para a Mangueira,
esta fórmula
:~e toda a sua obra resulta
vertical
de um esforço
não tem sentido
de criação
conjunta,
porcomo
152
se refletiu Compositor
em sua roda de samba. e pelo ritmista
eles apareciam se que aquilo demais
obedeciam
como empresários.
também,
funcional.
rio neste sentido,
sua contradição
comercial,
Favorecer
introduzir
o
qual
sustentaos
de uma mes-
intrumentos
a es·trutura e formação amadorístico,
empresarial
no
de um comando,esp~
e outros
muito de seu espírito
pelo
todos
membros
surgimento
cach~s
agride
com o segmento
contudo,
de uma Ala pode fazer,
uma vez que constituem
tivos entre os componentes que ainda conserva
ao padrão
apresentadas
Em Mangueira,
que um componente
o possam
ma unidade
As propostas
competida Escola
apesar
de
que se vem desenvolven-
do a seu termo. O Desfile se considerarem presentarem ninguém
expõe urna situação atrações
no Desfile.
profissionalmente
ajuda de custo ou veste mas dependendo
Consta,
Ala das Baianas
porém,
que Mangueira
com esta finalidade. integralmente
buto à sua fama pessoal..
que por
certos
estrutural
componentes
no Desfile
e a Ala das Crianças
ou
Alas,'
e não corno tri custe~
de Frente,
o pano; recebem
de custo todas as Alas e cada um dos Destaques
.uma
a Ala dos Composi
a Comissão
recebem
paga
integralmente
a Ala de Bateria,
e a Porta-Bandeira;
não renumera
A Escola
Têm suas fantasias
a Diretoria,
tores; o Nestre-Sa1a
Há pessoas
requeremzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG à Escola um pagamento para se a-
de sua posição
das pela Escola:
semelhante.
e Passistas
a
ajuda
indivi-
dualmente. Membros
da Escola atestam
que várias
feito exigências
semelhantes
sadas por terem dessas posições. carado com
O recebimento
de subvenções,
urna certa ambiguidade
Drime um sinal de prestígio
pessoas
porque,
- poucas
já foram recu-
sem ocupar por outro
qualquer lado e en-
ao mesmo tempo em que e~
pessoas
podem ter sua fantasia
t eada pela Escola-"escravizal1o componente ã Escola, não podendo cuszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML
153· zyxw
este moralmente acusado
se recusar
de subordinar-se são critérios
texto.
a qualquer
interesseiramente
de valorização
Um componente
explicou
que preside
à avaliação
ciocínio
saída e sendo frequentemente à Diretoria.
que variam
de um a outro
com-
a sua idéia de "Lgua Ldade " e o diferencial
do papel das
ra-
pessoas
em Mangueira: "Mangueira abusos.
é uma casa acolhedora
Mangueira
não d~ privilégio
que telefona
reclamando
que não pode
entrar~
se nós não reservarmos Passou dessas
-
os ensaios:
nao se consegue
às sete da manhã~ mos trabalhadores, Escola,
o pessoal,
esse pessoal
trabalha
mais?
nós não podemos
a fechar a quadra
tem que abrir mao
é uma luta.
como eu que sou feirante que trabalha
e mas
ficar
para naopr~ Quando
assim
Se deixar,
J~ imaginou,
mesmo.
sai
daqui
nós que so-
que dá tudo dezyxwvu
e tenho que pegar de madruga
Se alguém
tem mais direito
é quem
de sol a sol como tem componente
e que dá tudo de s~ à Escola.
do papai
existe ou um fulano
aí qualquer
e só vem de vez em quando
Para Dona F. ~ Dona N., a Escola
é
aí
que
Quem é que tem mais direi-
como D.N. que dá duro nas feijoadas
desde que a Escola
que é filhinho
horas
que temos que pegar às sete~ sair daqui às set~
to? Uma velha baiana Escola
gente
Tem dias que isso aqui não
que não é brincadeira.
da, é que tem mais direito. trabalhador,
muita
mesa? Reservamos~
Por isso é que quem é trabalhador,
seis da manhã?
-a
Tem
evitar
é de sete às doze, ou de nove às três.
conter
Porque para conter
. Sl
horas,
mesa só por.que é seu Fulano.
tem onde pisar e nos somos obrigados judicar
a ninguém.
que ficou na porta até as tantas
é até as tantas horas, segurando
mas nós temos que
5
tem obrigação
e sai só
e não
na por-
aparece
de dar fantasia,
essas sim~ que não vai tirar o lugar delas para botar um desfilante novo.
Agora,. um desfilante
mas vai ter que se assujeitar qualquer
pelo Presidente
Dialeticamente
madas
se quiser
às mesmas
entrar,
obrigações
va1 entrar,
que uma crioula
aí do Norro e às vezes mais até, que ainda vai
ser aceito
status
novo,
existente sociais
ter
que
de uma Ala".
como aC1ma,
na sociedade
com a passagem
a mesma negaçao
e superação para o mundo
da hierarquia
das fronteiras interior
de
entre ca-
à Escola
de Sam
154. ba se revela nesta
concepçao
a pobreza
das pobrezas
Todos
de riqueza, coisa:
desfilando
estão nivelados,
nem de religião,
o amor à Escola.
sões para outra Escola, um
O sujeito
trezentos miséria,
porque
e sessenta acorda
rico.
a Escola
excesvia
ainda
junta tudo aquilo
a nosso
3.
unida
A Comunidade "Igualarll
é uma função
mínimo
durante
passa
fome,
carrega
água,
e ainda joga em ci
que exprime
mais
a meu ver, é a Escola
de "unir" na Escola
de Samba de
Todos os atos devem ter ali uma referência
'~ilacategoria
É zyxwvutsrqpon
ver, a coisa está cada vez mais
a forma e a solução, este mundo".
de
de Samba brasileira,
que cava salário
vai pro trabalho,
Samba que congrega
social:
~~a
o pobre está cada vez mais pobre e o rico cada vez A solução,
suelra.
só pensa
porque
e cinco dias do ano, economiza,
Porque,
nem
só va~ com raríssimas
profundo
sobe o Morro para economizar; difícil:
O sujeito
social
contra tudo e contra todos.
uma pessoa
às cinco,
ma do Carnaval.
de Samba é de-
diferença
que não tem amor à Escola,
que exige estudo
estudo profundo,
Escola
não existe
nem de nada.
regra cada um fica na sua Escola,
- . negoclo
ao lado de uma B.Q., um
Ê democracia.
V.M. ao lado de um passista. mocracia.
"apolítica":
É só a senhora ir lá ver a heterogêneo.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
"Ê um meio muito miséria,
de uma Escola
bem esta necessidade
de
de
Man-
grupal.
Há
relacionamento
é "armaçãoll•
"Armação"
é o ato de articular
:ontra uma idéia, ~róprio processo ~.ismo de difusão
uma decisão, de articular da
::::mfli tos; constitui ~~ de explicação
uma pessoa,
de apolo em favor etc.
estes grupos.
solidariedade simultaneamente
grupal
e
lIarmar" é
ou o
A l1armação" é um meca e de obscurecimento
uma norma
de ação e uma
de for-
social.
Para o sujeito "armar",
grupos
ganhar
o sujeito
uma decisão
em Mangueira,
que IInão arma!!, perde.
preci-
ele
Procedendo
ou
nao
155. empiricamente nal quanto
ao ato de armar,
ao seu sucesso
ção": ele venceu "porque
armaram
"porque
lização
Quando
de meios
armou"
inconfessos
e não venceu
"porque não armoutlou
este procedimento
concorrem
angariar
de conquistar
promoveu
uma rodada
que considerava
ra uma peixada
em sua casa e aSSlm por diante. "armando
lar no meio que considerava pessoas
que atuariam
votação,
-se dirigir
alguém
Confessando
pa
sem -
articusobre as
ou sobre as que pronunciariam
se torna vitorioso
a qualquer
a
é
em Mangueira,
"armou,hein?".
grupo
de pessoas
A mesma conversando
um cumprimen
expressão
pode
discretamente:
hein?".
Perguntados (4)
Quente;
na Mangueira
ou influir
com
no ano de
cada qual procurava
mais estratégico:
na quadra,
to jocoso que pode ouvir
valesco.
influentes
o
etc.
Quando
"armando,
11 ,
do sa~
de chope no Buraco
pessoas
explicitamente
Desfile.
flarmar".
diferentes:
outro convidou
pre estarem
e uti
por seu samba. A
chama-se
círculos
do
pela eleição
preferência
adesões,
"arma" em relaçã.o a vários
1974, um Compositor
anônimos
de seu uso no contexto
de Mangueira
eles precisam
de grupos
de pressao.
exemplos
os Compositores
positor
ou insucessozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM é dada em termos de "arma
sempre na constituição
alguns
ba-de-enredo,
fi
ll "armaçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV tem uma conotação próxima de consplra
implica
Vejamos
forma a explicação
contra ele".
A categoria ção porque
de qualquer
por que escolhiam .,
sobre o qual se OUVlam
com tanta -
restrlçoes
(4) Indivíduo que propõe o enredo e sugere sive figurino, alegorias, etc.
frequência
o Carna.
por seu conservadorls
o seu tratamento,
inclu
156. e falta de imaginação, pessoal
responderam
"ele arma bem
que se torna
cola, ou alguém
da Escola,
um outro jurado
ou de outra
acusações
"armação"
costuma
e levantar-se
Se a Escola
acusada
vitoriosa
no Desfile,
pode ter "armado"
o
forma não idenficável.
ser comprovada justamente
e
é
chama-se
quanto medida
que implique
o resultado
a substituição
são proferidas
social
•
tanto antes p~
conhecidos.
numa transformação
de um julgamento
ou a indicação
substancial
ou de urna decisão,
de um determinado
jurado,
"armação".
Quando o Presidente expurgado adeptos
da
afinal não ganha,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM é porque "armou mas não deu~
após serem os resultados
corno obter
mesmo
em áreas de incerteza
paratoriamente,
que possa alterar
Aliás nenhuma
da essência
de "armação"
Qualquer
"armoul1. A E~
com o júri, ou com
visto que as acusações
contra
e
do Morro gosta dele".
Urna Escola
dessas
ser porque
da Escola,
da chapa da Diretoria
explicaram
que perdera
que concorreria
sua destituição
o Carnaval,
foi
à reeleição,
seus
corno "uma armaçao
que
fizeram
ele". Da mesma
chamavam
forma, os cabos eleitorais
"armar" a todos os passos
n.:>curso de sua campanha
e procedimentos
de sua propagan
1) um mecanismo
de coesão
da. IIArmação", aSSlm paI porque
constitui:
uns os indivíduos
na medida
vel criar urna rede de apoio ambiental tivos,
e 2) um dispositivo
impersonali~a características
as acusações
em que supõe ser indispensá para consecução
para diluição e projeta
de personalidade
gru -
de conflitos
sobre fatores
de seus obje uma vez
extrínsecos
de um indivíduo ou ao méri to de
quezyxwvut ... as uma
157. questão, rência,
a causalidade
ou o desfecho
pois é essencial
incompatibilidades riedade
prevenir
a alegação e pontos
de "armação"
de vista;
vem guardar
um elemento
falseamento
é descrita
sabendo
opiniões
antagonismos
e
se de
para seu reencontro
de dizer que é, mas nao é.
no
Esta técnica
de
assim:
Isso é da moral
Ele nunca diz de cara o que está pensando.
Ele faz assim:
-" a tua. e
as
por um Mangueirense
quer saber o que você está pensando, lá.
que completa
frontalmente
se der novo ponto de reequilíbrio.
"Está naquela malandro.
adicional
Todas as incompatibilidades
social.
de auto-superação
da interação
de
da regra de solida-
isto impede que se descerrem
zonas de atrito
quando
que dependem
exprimir
ocor-
ou o enquistamento
Um recurso
é evitar
cristalizem
sistema
conflitos
em agrupamentos
para sua sobrevivência.
final de uma determinada
E quando
do ele
ele dá uma volta para chegar
ele joga uma que não é a tua, só para saber qualzyxwvu
Por exemplo,
ele chega para mim e diz assim:
que você está com Fulano".
"A.,
estou
Ele sabe que eu não estou
com
Fulano mas quer saber com quem que eu estou. tou sim. também
Você também
Aí, eu digo assim:"Es Mas ele está, não é?lI. Ele diz: "Estou".
não está e sabe que eu sei.
Ele só está querendo
saber
azyxw
mí.nha " •
Há inúmeros
exemplos
to que o Mangueirense
práticos
uma enfática
solidariedade As acusações
comi cidade
são sempre difusas "algum querido
Nas últimas
obscurecer
eleições,
vis desa
desen ll
em torno do "voto secreto
de todos os eleitores
las esquinas",
desta técnica,
tem como regra de sua conduta
justes e "estar bem com todo mundo". volvia-se
de aplicação
e
da
para com todos os concorrentes.
do tipo "alguém
disse", "fala-se
pe-
por aí", "tem ge rrt e que está faturan-
do", etc. Na Ala dos Compositores, lustrativa
deste comportamento.
presenciei
a uma passagem
Um eompositor
advertia
bastante
i
ao Presiden
158. zyxwv
te
da
Ala da insatisfação
ponentes~
seus atrasos
que vinham provocando
e não comparecimento
tado sobre de onde partiam
aquelas
nos demais
às reuniões.
acusações~
o Compositor
c00.
Pergunrespon
deu: "O Senhor
Presidente
.. - foi nlnguem nao que falou. ~
por al,
-
As unicas
sou eu, o D. e o P.
pessoas 5
quando
sabe melhor
do que ningué~
que~ aqul,zyxwvu
-
e aqu15 fala-se muito 5 mas PorquezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF 5 aqu i.
que dizem o que pensam
es-tá bêbado"~
ressalvou.
na
frente
159. VII - IDEOLOGIA
DA ESCOLA:
"O Carnaval
Não seria demais tos e sessenta vaI fornece •
<fI'.
prlnClplO,
O QUE PENSA O MANGUEIRENSE(conclusão)
é intransferJ:vel!"
dizer que uma Escola
e cinco dias do ano em função do Carnaval.
a razão
de ser do sistema:
em Mangueira,
O Carna -
o Carnaval
é
ozyxw
•
o melO e o fim de todas as coisas.
ê um substratodo
A Escola cia do Carnaval
Carnaval:
e para sua organização.
ra é um lugar onde o Carnaval
ela surgiu
A Escola
em decorrên-
de Samba de Manguei
perde o seu caráter
tica das ruas para transformar-se ministrado
de Samba passa trezen-
de anti-festa
num empreendimento
caó-
rotinizado
e ad
burocraticamente.
O Carnaval sado e programado,
feito pela Escola previsto
leção de tema, desenho péis entre as Alas,
de Samba atual é um Carnaval pe~
e suprido
de figurinos
escolha
em seus mInimos
e alegorias,
do Samba-enredo
detalhes.
distribuição
fazem-se
Se-
de pa-
com meses
de an
tecedência. Em 1973, que foi o ano em que comecei cIpio de abril,
a Escola
anunciava
de 1974, quando
o Carnaval
to do enredo,
então a produção
do Carnaval.
os Compositores
ção fora marcada outubro.
nos, projetava
recebiam
as alegorias
devendo
a Comissão e ordenava
Quando as Alas receberam carnavalesco
um resumo
do Samba-enredo,
para agosto,
Simultaneamente,
se concentrava
a seleção
enredo
já estava de Ao mesmo
no desenvolvimen-
de seu conteúdo
cuja primeira
pa-
apresenta-
final efetuar-se
de Carnaval os papéis
seus figurinos
já se achava praticamente
já no pri~
para o
Em maio,
de Carnaval
ra dar inIcio ã elaboração
sugestões
se daria em março.
cidido o tema, acionando-se tempo em que a Comissão
aceitar
a pesqulsa,
criava
os figuri
em relação em outubro,
concluIdo,
em
entrando
-
às Alas. o projeto em
fa-
se de execução;:zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 'A-p-a'P.:t-ir- da entrega dos figurinos, desencadeia-se a mobilização
total da Escola,
le se restringe,
porque
como uma tarefa -c>
at~ aí a concepção
do Desfi-
da Comiszyxwvu
de elite, ao conhecimento
sao Carnaval. Estima-se mente
sigilosa
cialização. Carnaval
que o planejamento
e que requeira
Pessoa
alguma
elevado
e em geral tem-se
observado
de sua movimentação.
das semanalmente
como inconsequentes;
manecem
sob monopólio
da Escola
versando
que se consideram
Quando
seu r~tmo de vida. ponto tornam-se
Cessam
agora os componentes
desejam
dos figurinos
o sistema
A Escola
à frequência
ou melhor,
profusa
cresce
per-
mudam
e amiúde
em
e os livros
de
de função,
comparecer
de um instrumento
para um disciplinador
Compare-se
porque ..••
quando
e
por exemplo,
para controle
da frequência,
nos dias e nas horas
dentro
e acelera-se
se transforma
à quadra.
porque
de relações
o livro de ponto
~omparecimento
nem a entrega
e a visão de conjunto
Entre os Compositores,
se apresentar
são transmiti
de segredo,
do Carnaval.
desejam
ou os ob-
sobre fatos tidos
malor a animaçao
bre os ausentes
de
de Carnaval.
as ameaças
desnecessários,
periódicas
este circulo
esta etapa,
por completo.
e espe -
da Comissão
de suas decisões
obviamente
essenciais
da Comissão
se avizinha
altera-se
nenhuma
abalam
alta
a regra de não deixar transpi
nem a divulgação
dos temas aos Compositores os efeitos
às reuniões
Informações
à Imprensa,
seja atividade
grau de experiência
tem acesso
rar, antes da fase de execução, jetivos
do Desfile
porque
so-
todos
em que ê mais intenso
a diferença
o
de tom entre es -
~as duas advertências. "AVISO:
Senhores
Presidentes
~a diretol'ia, por méio de oficio ~euniões
de Alas.
Queiram
o nome do seu representante
para que não haja problemas
no final com as faltas.
:-.~chamada
no corneasoe final de cada reunião.
~la levará
falta".
...
enVlar a es
Não respondendo,
nas Avea
-------------------------~ --~ ~ "
~ "= = = "~ "
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcb
161. E a outra: "Meu argumento campeão
do Carnaval,
participar
e como campeão,
com voces,
Quando
viagens
guem e vao a uma Escola
pequena,
por aí, eu veJo que a Manguei-
encontram
-
na reta, :p-eçoa todos os Componentes
nho esta vaidade
um Carnaval
do bicampeão,
-5 Como campea0
com
a quadra
para o Carnaval
nós temos mais facilidade. real' junto porque
É
é
guerra
que estejam
-
.. nos
É
preciso
voces nao,
que voces
sabem o seguinte:
Então todo mundo
e nao podemos
o
a Mangueira, estão se
Desfile
expressão Da entrega apresenta
fa-
mesmo,
E nós estamos não.
nos distrair
não é derrubar
de Carnaval
dos figurinos
constitui
pessoal
o campeao, guerra
a
nos
es
descui-
Nós temos que nos
não.
ninguém
Porque mais,
o caso de eles estão
se descuidar,
por-
e uma possibilidade
em sua totalidade
conjunta;
se comunica
para auto-
de Samba de Mangueira.
a Escola
em ativação
de Carnaval
uma oportunidade
na Escola
em diante,
como um organismo
autônoma
é
preparando ..."
e participação
trito da Comissão de criação
para voces
Mangueira
de olho. É um apelo que eu faço que não podemos que as coirmã
é
se preparando,
nos descuidar
para a luta, não podemos
les é derrubar
para se mo-
Este apelo que nós estamos
para quem? para a Mangueira.
dando da coisa, cuidar
é
mesmo.
nós somos o campeão. tá voltada
a
- teEu nao
lutar junto, vamos gueE.
zendo aqui, vocês tem que fazer a eles; porque
-
a testa para que
tudo tem que ter trabalho,
a hora, vamos
guerra.
no Jogo.
do campeao.
a altura
porque
que vem. já
estamos
-
nin-
cheia.
mas quem está na chuva
trabalho
o
nada disso.
... . zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Jd estamos dentro do enredo, Ja
gente possa apresentar
~
são
todo mundo quer ver voces,quer
Então nós temos que nos preparar
<Lhar-.
Vocês
então eu acho chato eles vêm aí e não encontram
-
estamos
é a Mangueira.
mas chega aí não encontra
eu faço minhas
ra tem cartaz, ..•
além disso tudo,
o trabalho
se res-
às Alas e há uma parcela
de cooperação
abertas
a to
o
comum
dos os participantes. Assisti
a diversas
era o comparecimento Alas Reunidas
reuniões
integral
de Alas nesse período.
da Ala,ao
aos quais estavam
contrário
presentes
dos encontros das
exclusivamenteos
represe,!!
162. zyxwvu
tantes de cada Ala. viam recebido
Havia assuntos
os figurinos
de motivaç~o
e tratava-se
geral:
as Alas
da interpretaç~o
ha-
confec~zyxwvuts
e
- dos modelos. çao Os componentes Slas apenas
de Mangueira
um croquis
de frente
ta de sua imaginaç~o. sião: é preciso ~dequadamente bordfdos
Por isso, as Alas
detalhes
~as concorrências jostureiros,
colorido;
discutil materiais
e elementos
de adorno;
se reunem
apenas
de preços,
fanta-
fica por
con-
tanto nessa
oca-
apropriadas,
definir
assinalados, também
escolher
e prestações.
serviços
de suas
o restante
é necessário
pagamentos
?essoas que vào oferecer
do modelo
e tonalidades
e complementos
para tomada
decidir
recebem
analisar
promover
peque-
fornecedores
A Escola
ou mercadorias,
e
pulula
de
propo,ndo vantagens
~u tipos especiais. Os modelos
são tratados
::Jmponentes quanto
pelo figurinista.
~~ que os Componentes
expunham
e,' invariavelmente,
couber-a
~presentava
outras
:~ntes, porque
~iss~o, repetidos :'ismoque vigora ~~ocesso
Carnaval
ou concordava
ao controle
livremente também
dos modelos,
seguindo
Mangueira
lhes
o modelo,
na Mangueira,
sugeri
parecem
redun-
ou da própria uma espécie
Co-
de mopróprio
No
alterações
conserva
ou
mas uma tro-
de Carnaval.
surgem
que
com as mudanças
do figurinista
para as fantasias
inesperados.
pelo figurino modificava
pelos
discussões
várias
vezes os adornos
pelas Alas,
tanto
involuntá-
assim o gosto pe-
como brincadeira.
A imagem ~:as: a quadra ~:irrado.
ou o figurinista
e por isso muitas
de interpretaç~o
~ias e resultados
Presenciei
N~o há imposições
escapam
flexibilidade
seu desagrado
alternativas
:~s pelos Componentes. :~ 0e preferências
com grande
da Escola nessa se apresenta
época é de uma lmensa
recoberta
de mesas de grupos
Um membro
da Comiss~o
de Carnaval
:::8 temas se prestam
à Mangueira
porque
:iente de personagens
e episódios
federaç~o
declarou
em
para dar fantasia
debate
que apenas
devem conter um número a todas as
de
cer sufi Alas
163. e Grupos.
Tanto as Alas quanto
dentidade
no Desfile
cia do enrêdo,
e não é sem atrito
que, às vezes,
se tenta a fusão de Alas no Desfile
f tão intensa ma uma unidade
a experiência
temporal
zem parte do Carnaval
e anteriores
serão computados
se conta de Carnaval de conhecer
ano 2000.
vaI começa
em 1973, quanto
com este último
a Carnaval
credita-se
suficiente
com uma boa afluência o Carnaval nO grande julho, agosto" um grande
e fica assim
Os grandes
tos, são em novembro, compra nada:
ele bota em
de Carnaval,
é pagamento
mesmo,
para produzir
um bom Carnaval.Pre não pode contar
assim:
O faturamento
começa
os grandes
uma
de fatores
ela está cheia de débito".
mas -ele não
fazedores
Depois
faturamen-
todo, tiran-
investe,
de operário,
em
Em outubro, já tem
O sujeito
tudo mais.
para fi-
o descreve
Mas este faturamento
.. . serle
a
de ter feito
a fazer o Carnaval
o faturamento.
. alegorla,
termos:
sem meios de pagamento
ensaios
ria, o conj -'nto todo, materiais, Carnaval
depois
Hoje começam
débito.
nestes
necessária
são os ensaios.
dezembro.
acaba deixando
do
e que "o Carna-
primariamente
Um Mangueirense
novembro.
até além
contínuo.
que não faz um bom Carnaval
não propriamente
ensaio.
do débito,
para produzir
consecutivo.
na faixa de outubro,
de 1975, os
O que torna o Carna -
resume-se
a frequência
faturamento
a estezyxwvutsrq
O ano "sambista"
seguinte"
de Cinzas".
de Samba dependa
para atrair
que a Escola
Assim,fa
de Samba só deixa de pensar no Car
de Samba -- um acontecimento
que a Escola
um faturamento
do Carnaval
de todos os Carnavais
no Carnaval
logo na quarta-feira
um bom Carnaval
ela for-
os do ano de 1974,
Carnaval.
O ciclo Carnaval-Escola-Carnaval
conjunto
uma
e há pessoaszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVU e m Mangueira que se
o calendário
para pensar
vaI -- ou a Escola
que
a que se destina.
à preparaçao
Dizem que "uma Escola
naval que passou
nanciar
de
de 1974, todos os fatos relacionados
no ano de sua preparaçao
após seu término
sume-se
sua i
por exigên-
através
dessa preparaçao,
com o Carnaval
-
Carnaval
ufanam
devem encontrar
comum.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE
fantasia
quais
os indivíduos
dentro
do
de alego-
que termina
o
164. zyxwvutsrqpo
O Carnaval
é meta e melo para a Escola
de Samba, como a Es-
cola de Samba é meta e meio para o Carnaval. a Escola
de Samba como um "dia do Juízo
titui uma chance lém disso, entidade
única no ano -
Final",
"O Carnaval
é toda a sua estratégia
essencial
O Carnaval
tanto mais que con~
é intransferível!!I. A-
de ação e a sua totalidade
que se colocam
em julgamento:
"tudo que elazyxwvutsrqponm ê,
Quem fez, fez; quem não fez, aparece:
não desfila,
estão prontas,
11.
a ala não está completa
brio interno. Escola
As grandes
se relacionam
de Alas
se remetem
do Desfile
vitórias
às vitórias
basicamente
as roupas
não
ê decisivo para o equilí-
ou derrotas
ou derrotas
a
como
esse ê um dia sem perdão.
tudo que ela faz, se joga num dia porque
Por isso, o resultado
pesa~obre
políticas
no Desfile;
dentro
da
as cisões
antafonisD/~'5e insatisfações
gera
dos no Carnaval. A acusação-padrão Ala assumido presentação prontas"
nesse
caso ê a de nao ter o Presidente
em tempo as providên~ias do conjunto.
necessárias
são sempre
no prazo ou a contento:
"fantasias
para a devida
a-
que não ficaram
tingidoslt
"sapatos
de
ou de má qua1i
dade que "desbotavam
na chuvallzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVU , chapéus que "não cabiam", roupas
que "se desmanchavam
na Avenida"
do ti,
etc. Ou então,
cumulado
sozinho
tos do Desfile
é o pretendente
ou mais
Ultimamente,
ou "fora de medida",peças
ao cargo que se jacta de ter-se
eficientemente
o Palácio
era de que a Diretoria
se imediatamente
destituída
tem-se
verificado
necem à testa da Escola Isto mostra
uma mentalidade
que Diretorias
rir com "honestidade!! o patrim3nio
interna.
que perdem
no ano mesmo
Hangueirenses: da Escola
aos efeiAntes,
o Carnaval fo~
não se reelegesse.
do Samba introduziu
nova entre os
equiparado
que perdesse
ou, pelo menos,
e se reelegem
que o Palácio
encargos.
sobre a pOlítica
a norma esperada
almente,
daqueles
do Samba tem-se
em sua repercussão
!lfaltan
Carnavalp~
de sua derrota.
interesses
a capacidade tem-se
At~
novos para
e ge-
comparado,como
165.zyx
critério
de julgamento
ferir vitórias
e prcpaganda
no Desfile
de Carnaval.
Naturalmente~
um a outro argumento
não se opera mecanicamentc5
cesso de redefinição
de responsabilidades
dos!' que atesta
bem a atenção
à encenação
riamente
Como cimento
gura como o argumento sobre o sistema. gado um momento tuamente sao
maior diante
Numa reunião
congelar-se
imediatamente
ra um tema que o Presidente a questão gamento
da retirada
do quesito
a que presenciei,
naquele
subitamente "harmonia"
se confidisruptiva
ameaça
che-
acusando-se perfodo,
e todas as atenções
havia
priorita-
o Carnaval
se altercavam,
da Escola
de "culp~
no Desfile.
de qualquer
em que os Diretores
pela baixa frequência
deve render
da Escola~
de Diretoria
de
mas há todo um pro
e à perfomance
da constituição
para au
a passagem
e de isolamento
que a polftica
do Carnaval
ã cap~cidade
eleitoral~
mu-
vi a discus
se voltarem
lançado
dentre
sobre a
p~ mesa:
os itens de jul-
do Desfile.
IgualmentezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON 1 quanjo um dos Diretores das Alas Reunidas pedia demissão
de suas funções,
seu trabalho naval,
cumulativo
os presentes,
jacentes
alegando
estar sobrecarregado
na Diretoria
percebendo
às suas alegações,
da Escola
"Depois do Carnaval,
e na Comissão
desentendimentos
encerraram
devido
de Car
mais profundos
a disputa
você pede demissão.
ao
sub
arguindo: Antes
nao
porque
senao vira tudoll! Ambos os episódios de à chamada de emergir turamento quentell
"estação
consequentemente
acumulando-se neste
Este tipo de problema
a frequência
é então reduzida
se torna limitado.
do Samba não afloram
a ansiedade
no mes de junho que correspo~
fria" do Samba.
nesta época porque
são concorridos, eliminam
se passaram
Na chamada
fatos desta natureza recursos
sentido.
porque
que aliviam
Il
só poe o
fa
estação
os ensaios
as pressões
e
166. zyxwvuts
o
Carnaval
que resolve
tem assim a propriedade
adicionalmente
um dos problemas
atualidade
que é a sua necessidade
prestações
relativas
periódica
funciÓnamento
para financiamento
dívidas.
de insolvência
mais agudamente vezes invocada
em ocasiões
o Eangueirense
contudo
se enquadra
Nas últimas
a necessidade
mar as providências tecipação
cessam
que parecem
deslocadas
e escala
os
ra-
sobre riscos
financeiro.
Ela ê
que
muitas
para um estranho;
compreensivamente
porque
ela
de valores.
em abril de 1974, o candidato
de se dispor
relativas
em
no
se faz assim a mensagem Mangueirense.
eleições,
A oscilação
gera dívidas
seu equilíbrio
pode assumí-la
as
do empr·éstimo con-
a opinião
em sua vivência
- invocava çao
face ao pagamento
o Carnaval
sensibiliza
na
um fato normal
da renda dos ensaios,
aspectos,
da Escola
agora como uma anomalia
e a Escola readquire
Por muitos
por-
para saldar
se considerara
da obra e cujo atraso
Com o incremento
tensões
do Palácio -do Samba.
ê percebido
que acarreta
cruciais
de capitalizar
que sempre
da Escola
zão dos prejuízos traído
ã construção
da frequência
de dissolver
da oposi
de um prazo maior para
to-
ao CarnavalzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON e por isso advogava a an-
da posse da Diretoria
que viesse
a ser eleita
"para
ter
• A reinvidicação foi aceita com aparente mais tempo para trabalharilzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUT
naturalidade
pelo auditório
pio a validade daquela
como se todos reconhecessem
da proposta.
E o Carnaval
a quase um
ano
data. Uma apresentação
longamente
programada,
val se r-evest e de uma série de elementos que a Escola consideram
tem estocados
por-ta da Escola: guardando
alguns
raros ou que escasseiam
época do Carnaval.
goria.
distava
em princí-
apenas
Há um símbolo muito uma carreta
a chegada
empresariais.
materiais devido
carnavalescos
de
Car-ne-
Informa-se que
ã expansão da demanda
concreto
que ali permanece
do Carnaval
o Desfile
desta previdência
se na
ã
presa a um poste,a-
para recobrir-se
de uma ale-
167.
ê
Toda a Escola
em Sl uma condensação
~ários numa realidade ~adamente
à oposta,
:'eia semântica; ~ínio segundo
Traços
aí operando
manipulam-se
mágicos
e ordi-
de cada uma das séries passam
perfeita~ente
integrados
convenientemente
os interesses
momentâneos
na nova
os símbolos
do contexto.
iso ca-
de cada do-
Três exemplos:
em Hangueira se traduz contabilmentezyxwvutsrqponmlk ... "ajuda de custo para fantasia", que e urna maneira de escapar aos
1) o pagamento
:;01'
única.
de elementos
dos empregados
:nus da legislação 2) a Escola
fiscal:
distribui
às Alas subvenções
para
as fantasias
e
um
:::.odo de fiscalizar
é através da I1contagem de fantasiasl1~ sua aplicaçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED
~uando há dúvidas,
o Presidente
-::::)ria da Escola = 2U
contexto
as fantasias
fantástico,
da Ala é chamado
confeccionadas,
transformando-se
a apresentar
à Dire-
que se deslocam
em peças
então
comprobatórias
de num
~nquêri to "c i.v i.L'! . 3)
as mensalidades
::)mponente à Ala.
Huitas
;reços da fantasia, -:êem-se demovidos _~ recurso ~3.
pagas
às Alas
vezes, pretendendo
desagrado
justamente
pelo feitio,
Sendo embora
um concurso,
etc. - desistir
trazido
a Escola
ê transferir
pelo próprio
o
diversasdo Desfile,
que já tiverem
esta situação
Componente-substituto
uma forma de prender
sob alegações
pelo investimento
criado para contornar
a um outro
constituem
feito.
a poupan-
desistente.
de Samba de Mangueira
entra
no
:esfile "p ar-a ganhar". i1Qualquer Diretoria :-..:e trazer
um primeiro
;_, ninguém
que se elege sabe que tem que trabalhar. lugar, pelo menos
-:::ratr em cena ~2stre-sala",
110
seleciona 110
melhor
melhor
a cada ano seus melhores enredou.
figurino",
=ento, empenhando) extenso
=>:plicá-la.
Menos
do que lS
aceita".
Corno a Escola
-:::~ acontece,
um segundo.
Tem
"o melhor
samb a+erir-e do!",
etc. - dispendendo
tempo e uma dedicação
nunca há nesse
elementos
caso razões
"o melhor
um vultoso
intensiva,
suficientemente
para en
orça
se a derro
claras
para
•
168.zyxwvuts aí que intervem
É
soal quanto
uma segunda
a "armação"
que vimos atrás.
Mangueira
só se compreende
qUE; houve
"armação",
"Atravessar
uma derrota
ou porque
ninguém
para prevenir
que a Escola
manter
ritmo
constante,
porque
os verdadeiramente sigiloso
fazer".
Depois
a arrumação
um hiato
ou
po~
sempre
que a Esco são tomados dei-
de som, a Escola
deve
e específicos
de Harmonia
a Escola
de
não deve
Esses são os requisitos
dos Diretores
E apesar disso,
de Samba
Todos os cuidados
eficazes,
e impes -
"atravessoull•
"atravesse":
etc.
Na Escola
do Desfile.
mais segura".
xar claros no chão que possibilite
tão difusa
por dois motivos:
a Escola
é a doença mortal
la atravessa,
domínio
categoria
mais óbvios,
se presumem
que "sabem o que
corre o risco de
Il
no devem
atraveszyxwv
)
aar-" •
o
tes da Escola: partes
é uma espécie de descompasso
"atravessar"
ou é o canto em desacordo
da Bateria,
ou sao dois trechos
do "dá o atravessamento", guém pode localizar
a Escola
exatamente
com a Bateria,
diferentes
seu ponto
de origem,
nem quem exatamente
que o
é uma questão
atravessamento"
Tentar
recompor
porque
"atravessando", alcance
a Escola
os Desfilantes
mas nln
não se
sabe
está V1atravessando",po~
é uma parte
relacional:
em
mesmos
atuação.
imponderáveis
Avenida,
é extremamente
não têm consciência
Os Diretores
de uma ponta à outra,
no, sendo sua responsabilidade fatores
que "atravessou"
di-
de estarem
uma vez que em geral cada Ala tem exclusivamente
de sua própria
rem a Avenida
zinhas
Qua~
à outra.
relação
fícil,
par-
ou são duas
da Escola.
toda se desarticula,
onde nem como começou, Il
entre duas
podem
procurando
mesmo evitar
interferir,
uma curva na pista do Desfile,
ou mesmo uma linha melódica
de Harmonia mantê-la
percor
em unísso-
o "atravessar".
como o sistema
de som
o eco das construções
mais rebuscada
-
Mas da Vl -
do samba-enredo.
169. De qualquer derável;
diagnostica
nem o responsável
É
através
sua dimensão ~ueira
forma,
mas não identifica
pela crise, do Carnaval
poderia
ser descrita
do Carnaval rando-se recortada
que a Escola
como uma região nele.
propriamente
que a Escola
de um imponnem a
causa
de Samba se constitui
Sem ele, a Escola como qualquer
Anônima"
apenas um aspecto
resultará
como na "armação".
mais específica.
mesmo uma "Sociedade mando
o "atravessamento"
de Samba de
associação
em Man-
recreativa,ou
pr-e t.endem alguns cronistas, tocomozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE
parcial
de sua organização.
se articula
Mas é através
com o extraordinário,
fora do comum,
subtraída
configu
do cotidiano,mas
170- zyxwvu
VIII - O ASPECTO
1.
Tradicionalismo
Afirma-se
POLíTICO:
QUEM COMANDA A ESCOLAzyxwvutsrqponmlkji
como argumento
geralmente
político
é
que "Mangueira
uma Escola
muito tradi-
cionalllzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJ : esta definição, contudo; precisa ser questionada mais exatamente
ao nível da realidade
Há certos
traços
consensualmente versamente)
de modernidade,
riais suntuosos
nea e improvisada, curtos
das Escolas
citando-se
na apresentação
do Desfile~
compacto
esses, por mat~
a conserva
uma coerografia
a eleição
ou, in-
entre
a preferência
estilo de "harmonia"~
um desfile
de Samba que são
frequentemente
descoberta,
etc. e no outro,
e rápidos,
na Escola.
como sinais de "autenticidade"
da quadra
e brilhantes
çao de um determinado
observada
na configuração
reconhecidos
num caso, a manutenção
empírica
espontâ
de sambas de
e acelerado,
enredo
coreografia
"mar
cada", etc. Há, todavia, tos e, além disso, ferencial
nesses
cada Escola
uma combinação
de Samba apresenta
de ambas as tendências.
de uma Escola
de Samba segundo
"tradicional", Mangueira
resulta
"tradicional"
"passo marcado" temente
uma alta dose de subjetividade
esses critérios)
por fim bastante encontram-se
e os Compositores
produzido
Por isso, qualquer
sambas de enredo
como
arbitrária.
algumas
julgamen-
classificação "moderna" Na
admitem
ou
própria
vezes coreografias
Mangueirenses
di
de
ter freque~
IIcomerciais"J "ao gosto do públi
col!.
Assim, ferenciação
malS do que uma constatação se propoe
como um sistema
se está pensando
propriamente
fazer as coisas~
como numa maneira
:onhecer
as tradiç6es
factual,
de categorização
numa maneira
da Mangueira
essa forma de disocial.
"tradicional"
em si
Não de
"tradicionalmente
Mangueirense"t
ê,
conhecer
neste sentido,
o que
1 7 1 , zyxw
a Mangueira
~, seu modo de ser, os principias
nem como uma unidade
Escola
de Samba de Mangueira
medida
em que a recobre as partes
específico
dentro
às posições
na
e está ligada a uma função política
na
acha-se
sistematicamente
É
neste sentido
de um certo espaço
quem tem o conhecimento
articulando
associada
território que
é
e
de
"político"
ele está dando nome a um sistema
de liderança
assim responder
axioroático
de um determinado
de poder para assegurá-Ia. Mangueirense:
um valor
de todo.
de ordem dentro
cionalismo
constitui
como um campo social unitário,
A noção de "políticoV1 principio
que a defi-
social.
A idéia de tradicionalismo
internamente
e valores
social e qualifica
no agrupamento. das regras
adequadamente
a um meios
o tradi
de regras
o
acesso
Detém o poder em Mangueira
do jogo, ou do regime,
às demandas
e expectativas
podendo da coleti-
vidade. .•. .,,1
IICampo pOlltlco de estudo
deste capítulo.
onde ocorrem mensão ta
os processos
que melhor
Definindo-se
se aplica
ao
objeto
como a "área espaço-temporal
pOlíticos!!, ele permite
incorporar
a
dinâmicazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA à análise das relações pOlíticas, dando assim
dos processos
Mangueira alterações
1.
.•
e o modelo
de mudança
em curso na realidade.
como um l1campo político" em seu campo de forças
é reconhecer
Caracterizar
a eventualidade
numa perspectiva
dicon a de
diacrônica.
Para um aprofundamento da noção de "campo políticolf ver: Swartz, M.J., Turner, V. & Tuden A. 1966 ~ Political Anthropology, Chicago, AIdine Publ.: p.247. 'Tln keeping with this recognition, we have used the political field concept to refer to the space-time área inWhich poli ti~. cal activities occur. The inclusiviness or scope of a politi-' cal field will expand and contract over time in that groups and individuaIs "ho are not currently involved in the processes may become activc in them tomorrow, next year, or a decade hence, and presently active units may temporarily or permanently withdraV7from the f Le Ld!",
~-
~-
~.~-=:-:-~
172.
o Turner
conceito
de "pOlítico"
que utilizo
aquizyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSR é o proposto por
define-se ese outros. C2) Para esses autores, 'o "políticollzyxwvutsrqponmlk
sencialmente
como matéria
tal relativamente po em quest~o
pública,
visando
a fins públicos
cons c i errt i zados e desejados
e envolvendo
para execut~-los
pelos membros
um controle
como do gr~
diferenc~l
do poder. Deste ponto de vista, os objetivos
e valorações
Ia de Samba de Mangueira
é finalidade
dominantes e as bases
deste capítulo
que legitimam sociais
descrever
o poder na Esco
para recrutamento
de
sua elite dirigente.
2.
O "saber"
Carnavalesco
O "saber" carnavalesco de Samba de Mangueira
(2)
como atributa
de liderança
gera um grupo de expertos
e os expertos
em Carnaval
na
adquirem
Escola Ilindispe~
M.J. ~ Turner~ V.W. & Tuden A. Swartz,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Copo cit) pp. 4/7
"First, a political process is rather publie than private. An activi ty that affects ane:ighborhood~ a whole eommuni ty, a whole so~ ciety or a group of societies is unquestionably a public aetivity; whether it is also a political activity depends upon other characteristics, in addition to its being publico ." The second generally accepted quality of politics is that it concerns goals. Combining the first characteristic with this second one, we can go a bit further and say that politics always involves public goals. ,'o From what has been said about political goals, it will be clear that consciousness of a desired end is present~ but this conSClOUS ness need be neither complete nor universal. A final major cha :c>acteristic of "politcs" is implicit in what has just been said: itinvolvessome kind .of focusing of power" in its broadest sense. This focusing need not entail the existenee of a permanent hierarchy of power, but it will always involve the existence of differe~ tial behavior concerning public goals. Conceivably, the differential may be no more than that certain individuals announce group goals that have been jointly decided upon by all members of a / group participating equally - or it may be that a very f ew m errbe r s determines, group i s goals and that, the others merely carry out the decisions. A differential will a Lw ay s be present. 11
173- zyxwvutsr
sabilidade,t(3)
face ~s realizaç5es
"Fazer o Carnaval" tarefa
altamente
o problema
ou "entender
especializada
de organizar
principais
dentro
e disciplinar
da Escola.
de CarnavallV de uma Escola
testadas
devem ser conhecidas lizada de Desfile tivos ~ ordem, consagrados
forma e inclus~o
o
uma maneira
e experiência
de "saber"
de demonstrar "saber"
to artístico.
mal, depende
3,
certa de
l1
que podem
etc. que
su-
Também há sinais
exclusivamente
a funç~o
ex
de "perícia". de outras
da chamada
formas
"cultura
uma forma de aprendizado
assim de vivência
rel~
procedimentos
dispositivos
evoluir",
que
instituciona-
cristalizados
de anos.
Lori-
de Samba e
elementos,
desejados,
difere
Ele está dentro
tido de que compreende
requisitos
que representam
carnavalesco
que já foram
Há uma estrutura
acumuladas
a condição
massa de partici
das Escolas
de certos
para obter os efeitos
poem informaç~o
pressiva
pelos expertos.
a ser obedecida,(4)
ou n~o "atravessar",
convencionais
na história
uma
de Samba. Afora
uma volumosa
parrt es , há uma sér'ie de "ao Luçóe s" carnavalescas
ga e repetidamente
constitui
e convivência
de conhecimen-
popular"
espont~neo
dentro
no sene infor-
de um meio
de
Refiro-me ao conceito de lIindispensabilidade técnica!? como base proposto por para a lIindispensabilidade políticaH Michels) R.: Polltical Parties. Ctrad, E./C. Paul) N.Y., 1962
A indispensabilidade, na perspectiva deste autor, ~ um atributo que o lIdeI' adquire em função de sua vinculação ao cargo começando 3. enfeixar uma série de conhecimentos e iniciativas através das quais ele se vai tornando aparentemente insubstitu{vel devido ã com petência real ou suposta que adquire ou exibe em razão de sua longa zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA . permanencla no cargo.
-
4.
P3.ra uma descrição do plano de desfile de uma Escola de Samba ver: Jôrio, A. e Araújo H. 1969 - Escola de Samba em desfile - Rio de Janeiro, Oligráfica Editora.
1 7 4 . zyxwvut
lIespecialistasl1,
Isso, por outro
lesco da infiltração
lado, protege
e concorrência
de outros
o "experto"carnava-
expertosde
fora.
O nsaberll carnavalescozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ê extremamente expecifico~ não admitin do transferência em Mangueira,
de conhecimentos
um afamado
e um cen5grafo
mentares" »
por~m falharam
Eles querlam em volta.
para evoluir
não canta!
precisam
participar
da cria
de regras
"ele
com uma porçao
espaço
de espaço.
para ela evoluir.
de
de
espaço
Uma
COlsa
tem que ser colocada
de boca calada.
entre duas
E passista
E ai, como ~ que ia ser? Fica-
na Avenida. também
Com as luzes da Avenida" tir a luz da Avenida. que giravam!
tamhém
que guardem
Eles queriam
Aquilo
carro alegórico desaparece!
E querlam
gerais
do Desfile,
visíveis]
umas
COlsas
há características
Existe
pa~
tem que distinguir.
algo que se
identificadora"
Samba mas que em geral se descrevem por vari~veis
carro tem que refle-
como as cores verde-e-rosa
são menos tangíveis. ou a "marca
luzinhas!
tudo na horafl•
de Samba que o experto
são imediatamente
o "estilo"
O
cheio de
carro com movimento,
ia desmantelar
a cada Escola
outras
botar aquilo
Além dos princípios
denominar
vez
telenovelas
A Porta-·bandeira precisa
A Porta -bandeira
Desfila
va um buraco
Mangueira,
sem sucesso
botar a Porta-bandeira
e os passistas
Alas responsâveis
Algumas
ator de
por "desconhecimento"
Não pode!
briga com a outra.
ticulares
de teatro,um
tentaram
Certa
limitrofes.
de sua orf§élnização:zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
•••
passistas
diretor
de televisão
ção do Desfile,
de áreas
da
poderia
de cada Escola
por atributos
emocionais
e
de nao
objetivas.
Em dada ocasião,
pr-e senczyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW i e i a um Compositor da Escola ser ad-
vertido
por estar fugindo à T11inha certa do samba da Hangu e í.r-a " ~ O Com
positor
havia apresentado
tra repetitiva~
na Quadra
Ao que constava,
de exame e desagrado
um samba muito rápido
a composição
por parte da Diretoria;
j~ havia
tinha
'!obrigação de conhecer
sido objeto
e o repreensor
mo porta--voz desta e das IIlItradições!l da Mangueira. o Compositor
e dezyxwvutsrqpon le-
agla co
Ele arguía
e respeitar
que
as tradiç5es
175. zyxwv
da sua EscolallzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO e que ele preclsava se informar de sua história pa-
- produzir ra nao
fosse um samba de enredo
estava
samba de quadra
~ o desabafo
guiu especificar
exatamente
rense no seu samba: renteformalismo e Htradiçãon
o
sambas como aquele.
s i t or- contestava
certo eles fazerem
aquilo,
do Compositor!'. Afinal,
que se
mas Hum
ningu~m
cons~
o que esta tterradollou era anti-Hangue.:!:.
se a letra~
da disputa,
e o Compositor
Cornpo
o ritmo ou a melodia.
questionava-se foi instado
na verdade
simplesmente
Sob o apa~sentimento"
a "retirar
o
um papel malS rígido
na
samba da Quadra".
Há
setores
preservação
da Escola
que desempenham
de suas tradições
uma correlação e influ~ncia
e, quando
entre tradicionalismo,
politica,
A Ala de Bateria
em grande
parte
observa-se
social do
Morro
na Ala de Bateria.
~ uma das principais
de Samba de Mangueira
ag~ncias
conservadoras persiste
e ali o tradicionalismo
incontesteo
anos que se mantem
teria da Mangueira: tados sob alegação mesmo Diretor
proximidade
como se verifica
na Escola
Há
isto acontece,
desde
a mesma
instrumentos
composição
novos
instrumental
na Ba-
são sistematicamente
rejei-
de não serem "tradicionais 1935 e em nenhuma
A bateria
fI ,
outra Ala se observa
tem
o
contirui
dade de chefia tão prolongada: nA Mangueira aquele
maior,
norzinho
como se diz aqui, o 205.
um pouco,
Depois
vem o tarol~
agogô,
chocalho. E rrt ao ,
na Bateria
sempre bota surdo de marcar. e depois
Depois
,
me -
vem o surdo-mar
tamborim,
Estes são os instrumentos
nos não desfilamos
pandeiro,
que a Mangueira
Até agora não desfilou,
ainda na Bateria
instrumentos.
E para bem da coisa,
de Mangueira
..
cuica, desfilae
de banda,
até agora nós
simplesmente
tem saIdo bem.
não dá mesmo
Porque
para Bateria
cola de Samba. A não ser para um bloco que d~ aquele
,
~ menor ainda.
com prato - prato nos não acei t21110S
temos mantendo
que prato ê instrumento
~
vem o surdo de repicar}
a caixa de guerra,
- nem frigideira.
Surdo de marcar
estes eu acho de Es-
tch~ tch~ tchi
176.zyxwvu
Por exemplo. xemplo um tocador
Para a nossa batida de prato - o Baiano
maior
surdo da Mangueira~
Dorme
- era Diretor
com o pr5prio
prato.
Aqui ele tentou,
tendem
social
ele tinha um bloco
dirigia
e tocava
ele levantava,
que compreendem
prato,
o
- Come e dirigia'
fazia as paradas.
uma função
a se fixar com maior
idioma de "virtuosismo" bilitação
Ele toca
mas nôs não aceitamos",
Os elementos te na Escola
Conforme
N5s temos porzyxwvut e-
- excelente.
Inclusive~
de Bateria:
n~o d~~
simbdlica
estabilidade.
que serve para informar
e limitar
o acesso
proemine~
a certas
Existe
diferenças
posiç6es
um
de ha-
estruturais,
comozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA é o caso da Porta·'bande ira o
é um elemento
A Porta-bandeira realce
simb61ico
merece
A Porta-bandeira 10 malS condensado Escola
único na Escola,
uma refer~ncia
~ parte:
"leva o pabilhão
de sua identidade.
de Samba de Mangueira
da Escola"
teve somente
o cargo,
mente transferI-lo
a sua sobrinha.
Mangueira,
a Porta-bandeira
da'!~ sempre apontada
para entrevistas
ocorr~ncias,
Ia'!, mesmo
fora do Carnavaly
f unçao
. ~
.
ldentlca
(5)
~
ela aparece
Existe
lidade de ser Porta-bandeira particular
apropria
dentro
dansa da Escola
de
na Quadra.
Nas
da Esco-
publicamente
em torno da especia-
e das dificuldades
inerentesao seu tipo "uma dansa altamen
de Samba: não tem nada a ver com
aqu Lo "; í
foi
"endeusa-
a bandeira
mais exerce
toda uma mística
de Samba";
da , pouca gente sabe dansar
(5)
"levando
da
eventual
de Samba
singularmente
e destacada
e ninguem
da Escola
desejar
Na Escola
Esta ê considerada
de coreografia.
te especializada
uma antecessora,que
e já declarou
~ uma figura
principais
que é o sImbo-
A atual Porta~·bandeira
sua tia, de quem "herdou" tamb~m
mas pelo seu
...
"e uma dansa muito requinta-o Da mesma
forma,
saber apre-
Existe uma 2a. Porta-bandeira que leva a bandeira do ano ante rior. É interessante notar que a bandeira deve--se renovar a cada ano conservando-se o brasão da Escola, mas atualizando-se o ano do Desfile, numa temporariedade permanente~
----------------~----------~~
=-~~~.=.~~~.~,,= ..<~'E=a~'M zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW =W _~-= __ ~ ••••••••••••••••• :a;z
__
1 7 7 . zyxwvu
ciar e reconhecer denota
uma boa Porta-bandeira
sensibilidade.
àa Escola gueira,
po dos moradores tuamente
Como sua antecessora,
de Samba de Mangueira
onde consta
antigos
relativa
Escola
e uma expressão
atra~és
dela encontra
como a bandeira
sonoro da identificação
ce também
plexa de ritmo,
Ilbatidafl•
andamento,
liar a cada Escola lao
ã
Um baterista
vem dez Escola
a Mangueira
s6 pela batida.
que a marcaçao quando po.
Enquanto
outras
as outras
do da Mangueira dum.
intensidade
faz
Mas é um apenas
anuncia
de som, etc. pecue discrimina
vezes
e
e ela ap.ar-ec e bem
importante
enquanto
Va-
vocª conhece (aplausos).Po~
tum-dum
ao mesmo tem
uma faz tum,
••• Então
as
faz um balanço,
um surdo nosso bate ao contr~O ~nico contracanto
SOe
no intervalo
até o próprio
que o sur
do samba: tum tum,
que faz, é um surdo só fazendo
lo então soa bem no ouvido,
a Esco
esse surdo que n6s batemos,
fazem o seguinte: Quando
com-
da "batida":
Isso é muito
é uma
se te
A libatida" é uma combinação
no surdo, todas elas arreiam
a batida
.. as
da Escola~
e voce não viu as Escolas:
e n6s não; n68 não podemos.
que
em torno da Porta-bandeira
ela é conhecida
fazem dum, então: tum-dum,
rio, manda parar:
é o Morro
Uma místi
do surdo da Mangueira
arreia uma vaqueta
da
de Samba de Mangueira..
o significado
mos dizers
so-
é o sinal
compasso,
"Porque a Mangueira,
m~
a "batida"
de Samba: a "batida" explica
Comparando
e na série
dominante
é o sinal visual,
da Escola
o gru-
tempo uma personificação
no símbolo
ã que se desenvolve
em relação
da Escola.
de seu meio social prôprio~ projeção
no Morro de Man
integrando
na série simbólica
ao mesmo
e
a atual Porta-bandeira
e ê residente
e frequentadores
cial, sendo a Porta-bandeira5
ca semelhante
nasceu
de "iniciação"
ser figura muito prestigiada,
a sua posição
Assim
depende
samba~
aquilo.
tum Aqui-
eu acho que ele so
be um pouco malS. - Quer dizer que a Mangueira
~ a Gnica que tem este tipo
batida?
de
-
- Esta batida
diferente das demais, e. '" . este tlpo . - E como e que surglu de batida? - Isso ~ da pr5pria
Mangueira.
Desde a fundação
do primeiro
-----------------:------
~·~<_~_c~.=.~q~ __•_~~
_ zyx
~_~
178. surdo que era o nosso Lucio Pato falecido, que tocava só.
na Mangueira.
Ainda tinha
que era o unlCO
essa coisa!
tocava
passou
os anos, nós fomos crescend05 via a Mangueira
a dois
e era uma batidazyxwvutsrqponmlkjihg s5 , Com
era na Travessa
vindo desfilar
um surdo
mas antigamente
HojezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA é que a Mnagueira tem um mundo de surd05
s5 tinh~ um surdo, depois
surdo
e escutava
Saião Lobato
aquilo
e você
de longe. Tem at~
um samba! liAMangueira Deixa muita Isso é muito
é conhecida
gente comovida importante!
Esses relatos
a uma determinada
poralmente
cristalizadas
pende de um processo do essencialmente as aprendem preciá-Ios
(Aplausos)
raiz
na participação
mediante
continuado
determinados
valores.
próprias
destas
tem
ins"ti-
regras
de-
e espontâneo
funda
da qual as
pess~
forma como azyxwvutsrq a-
Houve uma determinada
ma
anos e desde que se introduziu5
de Mangueira~
que soar da mesma maneira
"para sair bem". O tradicionalismo
cultural
de outras
os atos de uma certa
um surdo na Bateria
os surdos tiveram
Mangueira
grupal atrav~s
neira de fazer as coisas há muitos por exemplo;
Ter regras
é que o aprendizado
de socialização
não só a executar
de sedimentação
social.
não distingue
O relevante
sociais.
11
ora veJa você!"
sugerem um processo
que aponta
tuiç~es
só pela batida
a partir
daí
todos
"para bem da coisa"
privilegia
e
o grupo que inventa
a tradição. Para Mangueira, ficado adicional. nual precisa tremas.
este tradicionalismo
Uma organização
manter
na Escola
sua permanência Aqui, que rotulei
um grupo nuclear
ao nivel
~ e~
social,
que assegura
a
estrutural.
estou mostrando
a construção
"saber carnavalesco"
ção pOlítica.
entre suas variações
111 como se articula
de Samba de Mangueira
de um signi
que vive um ciclo de oscilação
um fio de continuidade
Já vimos no capítulo
se reveste
e a sua possibilidade
O "saber carnavalesco"
co que distingue
de um código
cultural
de manipul~
~ uma fo~ma de saber esot~ri
um grupo de iniciados.
179·
o zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA monopólio do "saber" implica no monopólio do "poderfl porque "alvos"
e realizações
lesco. As barreiras
principais
da Escola
institucionais
são de caráter
para ingresso
os
carnava--
na categoria
de
"MangueirensellzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM vistas antes, são aqui barreiras cognitivas que dis tinguem
um núcleo
são lideres
de técnicos
porque
dominam
e expertos
melhor
no assunto
e os expertos
o saber especializado
necessário
•..
a Instituição.
o depoimento "Aquilo
ê uma verdadeira
dade. Os novos namente
integrantes
a Escola)
porque
que ser digeridas dOl
de um Mangueirense
Não há esse perigo com a cabeça
exemplo~
os homens
nada. A coisa é decidida
entre fechamento que apresentam
do sistema
apresentam
da Escola.
estrutura
da Escola
a Ala de Bateria
Subdivide-se
vida, das
por rodas
não faz fal
de Samba de
Mangueira
pOlítica. mediante
uma independência em três setores
As
Alas
algum cri
maior
face
fundamentais
-
a
a
a Ala dos Compositores,
Dos três, vimos anteriormente
as que apresentam
truturação
de recrutamento
da Escola~
de Ala,
não conta,
mais restritiva
e as Alas Reunidas.
da Quadra,
ê uma
em outro nivel."
na Escola
serem as Alas Reunidas
na abertura
daquela
de S~mba de Mangueira:
e liberdade
são fal
política
correlativamente
Diretoria
está
em todos os escalões
e grau de autonomia
uma estruturação
tem quer.
isso fala quem
a Presidente
lá no meio da Avenida
O "Morro!! como referência
tetônico
11;
que a gente
estão lá todo dia) aquilo
desde a infância
Existe uma correspondência
t~rio)
que vêm de fora
de fora. Essas notícias
de anos. O cara para chegar
ta~ não altera
inter-
tem que se falar com todomun
a Escola
cheia deste movimento
de samba. A menininha
3.
conselhos,
de "de t ur-par-em
e participado
de capac~
que vêm de fora não afetam muito
tem que ter tido anos de aprendizado
da Escola
a este respeito:
com toda seriação
para no fim fazer aquilo
sas) não têm fundamento: experiência
escola
todas as influênci~s
naqueles
ouvir todo mundo,
ê incisivo
malor
flexibilidade
que se reflete,
que ê o seu ~rtio simb6lico
de es
inclusive
no plano arqui-
---.------------------------------------------~------~===-----==-----====-=-=---zyx 180·
A Ala dos Compositores Diretorias membros.
próprias,
e a Ala de Bateria
periodicamente
As Alas Reunidas
governam-se
eleitas
por seus
tem uma Diretoria
indicada
por
respectivos pela
Direto-
ria da Escola.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
f de se supor que anteriormente de status equivalentes mencionam-se
todas as Alas dispusessem
entre si. Falando-se
da formação
no mesmo nível a Ala dos Compositores,
ria, a Ala dos Periquitos,
a Ala das Baianasa
ria das duas últimas,
é,
hoje aglutinadas
isto
finida. A principio
Nominalmente, preendidas xercem
S~o alas da
"Alas não técnicasll
tem uma composição
destinavam-se
absorvendo pretendem
catego-
que se encontram
também
claramente
exclusivamente
as masculinas
sobre estas.
as
aI
mas na prática
Preferencialmente,
são todas as Alas da Escola
de
e as mistas~
todas as Alas da Escola,
e dos Compositores)
influência
-se por exclusão:
não muito
a aglutinar
depois
englobar
as de Bateria
qualquer
a Ala de Bate-
nas Alas Reunidas.
As Alas Reunidas
Alas Femininas
da Escola,
com-
nãozyxwvutsrqp edefinem
exceto as de Bateria
e a dos Compositores~ Cada uma das Alas quadro
administrativo
próprio
hoje pouco representam Ala. Quando servaram
inclufdas
de complexidade
em vista da suspensão
apresenta
variável,
gerou administração
suas chefias
autônoma~
e percebendo
e dos Compositores
que sua equivalência
a aspiração
mais premente
O status das Alas Reunidas
de
essas
progressivamente
connão
sua unid~
~s Alas de
a uma Diretoria
um
estes
mas o conjunto
se dava ao nível das Alas Reunidas
cada Ala separadamente~ -se a reinvindicação
próprias,
Assumindo
mas
das festividades
se fez a fusão das Alas nas Alas Reunidas,
individualmente
de funcional
nas Alas Reunidas
Bateria
e não
ao de
pr~pria
tornou
das Alas Reunidas •. difere
te do status da Ala dos Compositores
na Escola
substancialmen-
e da Ala de Bateria~
Enquanto
181. zyxwvut
estas conservaram
um consider~vel
das Alas Reunidas
age meramente
cola.
A Ala dos Compositores
tutos próprios~ como a conduta
mantêm
ao contrário,
põem a esta situaç~o
da Diretoria
sobre questões
de seus membros
isto ~. de cima para baixo,
Diretoria
a
e a Ala de Bateria regem-se
de seus Componentes
Nas Alas Reunidas,
por Est~
de ordem
interna
e suas Diretorias
junto ~ Diretoria
o fluxo decisório
e os representantes
denunciam
da Es
encontrarem-se
da
repr~
Escola.
~ unidireoional,
de Ala que
sezyxwvutsr 0-
as Alas Reunidas
sob
estado de "intervençãollzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW •
virtual
Ocasionalmente, cessões~
estimulando
tatuto próprio
a Diretoria
1974, assim
e prometendo
Reunidas
eleições
reavivadas
como a de concessão
No entanto~
de e~
Essas promes-
após a derrota
de dependência
problemas
projeto
independentes.
de um acr~scimo
de uma Diretoria
nidas coloca alguns
simula um jogo de co~
a encaminharem
após certo período~
em seu regime
A eleição
da Escola
as Alas Reunidas
sas foram particularmente
Alas.
como mandatária
autoridade
disciplinas
sentam a opini~o
grau de autonomia,
no Carnaval
nas subvenções
amortecem~
recaindo
de
-
as
as Alas
habitual.
autônoma
por parte das Alas Reu-
à compreensão
da pOlítica
na Escola
de Samba de Mangueira. Em primeiro
lugar, como as Alas Reunidas
gem todas as Alas da Escola, pria Diretoria difícil
da Escola,
de se distinguir
sua Diretoria
acarretando
nominalmente
se confundiria
uma duplicidade
na lógica ou de conciliar
de
abran
-
coma procomandos
na prática
admi
nistrativa. Por outro mericamente
mais expressivo
te eleitoral potencialmente cipalmente
lado, como as Alas Reunidas
interessante
devido
da Escola,
de se manter
podem exercer
porque"
dentro
constituem
ponderável
formam
sob controle pressão
ã sua heterogeneidade
o corpo n~
um contingennão só
política,
porque como prL2
e flutuação
social:.
182. zyxwvut
podem
tornar
portamento
rigorosamente
imprevisíveis
e com-
eleitoral.
Postula-se
que qualquer
de Nangueira
depende
plica porque
se considera
vitória
primariamente
sendo seus membros
tre a população
do Norro;
mais perto
preferencialmente
de suas Alas são as mais
das
elei-
compreende-se
e~
também
de menor
autonomia,
do Norro:estar
estar mais perto
ouve-se
ex-
recrutados
distanciadas
significar
Coerentemente,
dania" Mangueirense.
de Samba Isto
e termômetro
as que desfrutam
do "Morro" parece
na Escola
do "apoio do Morro",
e, inversamente,
são as Alas Reunidas
quando muitas
política
a Ala de Bateria
ções na Escola,
porque
as suas tendências
da llcida-
que "uma chapa
para
• ganhar precisa contar com o apoio da Ala de Bateriallzyxwvutsrqponmlk .•. 11 O que e fundamental para uma chapa ser eleita em Mangueira
..
..
e ter o apoio de Ala de Bateria. a Ala de Bateria
Isto e decisivo,
tomou toda a iniciativa
de apoiar.
Se ela
uma chapa, a chapa tem 99% de chance de ser eleita. deu um apoio de chapa. Nesse ponto, pressão
4.
é preciso
"apoio eleitoral
O processo
O período
eleitoral
na Escola fornece
políticos
ções e alinhamentos,
Há dois fatores
a defasagem
sões da categoria
melhor
o significado
da ex
privilegiada
sendo um momento melhor
que comandam
o sistema
eleitorais.
de sócio e a condição
em determinar-se
17MorroVl,quando
toda
de de
para definirelações
a ação política.
de Samba de Mangueira
as estimativas
ente a condição
o outro é a dificuldade
Ela nunca peE,
de Sa~~a de Mangueira
porque,
na Escola
sobre
apoiar
"f r-acas so " ,ela não. apoiou".
uma situação
aí se desvendam
e as estratégias
rem negativamente
equacionar
ca,
do Morroll• zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLK
eleitoral
exame dos processos
pOlíticas
O ano que houve
..
de 60 para
que interfeUm deles
de
empirica~ente a estratégia
-
e
Componente as
;
dimen-
eleitoral
o
------------------------~_~_~_~c_~~~ .. ~_~~ __~
_
183. zyxwvut
como sua base essencial,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
assume
••
Ha na Escola desfrutam
de notório
dos eleitorais,
prestígio
valorizados
Uma variavel
contudo
o resultado
mero de Componentes
ao seu
que nem sempre
dessas
II
na realidade
para integrar
distorções
ponentes
a probabilidade
porque
e que
dif~e~
de quatro
vo-
em sua Ala,
A
deste gênero
valoriza,
neste caso, mesmo
de serem efetivamente
semelhante
i1Horroil~ Toda a propaganda
maior
não podendo
por
sendo
Sócios os seus Com
é muito maior e mais segura,
Um deslisamento
guelra~
de votos po~
duas chapas
garantia
pequenas~
o nú-
em cem Componentes
senão com uma reserva
das Alas antigas
.
é tão grande que nas eleições
de Sócios existentes
de não apresentarem
ele-
eleitoral"
em número
tos~ que era o total correto
sua vez, a adesão
favoravel-
é que geralmente
exatamente
de uma Ala calculada cobiçado
Em perío-
tornam-se
peso
que
se toma em consideração
previsões"
A defasagem
fora por isso ativamente tes~ não contava
elas entram
eles não são sacios da Escola~
por isso ser eleitore~, de 1974~ o Presidente
de seu tamanho.
e seus líderes
devido
não se traduz
que em sua maior parte~
certas Alas e Grupos
sobe porque
dos votos prov~veis
especialmente
e que deforma
em razão
esse prestígio
mente no c5mputo mentos
de Samba de Mangueira
calcada
propaganda
eleitoral
no pressuposto
e mais interessado resume-se
lIcompra de votos"
ocorre
concentra-se
na Escola de Samba~
em duas medidas
através
providência
ção de eleitor,
como crla um compromisso
te ao candidato
que fez o pagamento; possível
ro, na expectativa
no MOrro
que não s6 reabilita
de que carreiem
o eleitorado desta
uma delas
das mensalidades
o Sócio à condi-
a outra é procurar
consigo
11
a
é
atrasa-
moral de retribuição
de nomes considerados
de Man
A estratégia
fundamentais:
da atualização
categoria
à
de que ali se localiza
das dos Sócios,
chapa o máximo
em relação
des-
incluir
na
.i.nf Lu errt es" no Mor-
um bom número
de votos.
184. zyxwvu
Sobre este esquema trat~gia
básico~
eleitoral,
Algumas
sempre tomando
variáveis
n~o se tem demonstrado eleitoral
tros principios pâncias
por~m o Morro
interferem
um recurso
parece
que examinaremos
cam pelo acr~scimo
taxa de abstenç~o
há o problema
recoberto
pela categoria
sobre este quadro}
t~o efica~,
depois.
rama eleitoral
Morador
que amplia
"Morador
desenvolveu-se
e outros
núcleos
dali se deslocaram, moç~o determinada
do Morro
11
queleto~
ali defronte,
pus universitário~
A propaganda do Morro,
Al~m disso, há de erro. E~fi
do agrupamento
A
como a que atingiu
de Mangueira.
~
area
a
Na Favela do Es
para dar lugar a um
continuaram
mantendo
seus vículos
em princípio
a atingir
habitacionais
Cam-
que
j
de-
à Escola. o pessoal
foi assim levada não s6 ao Morro de Mangueira
em Cordovil~
famílias
fosse por r~
Mnagueirenses
conjuntos
quest~o
várias
inúmeros
visando
o pano-
j
no Morro de Man-
moravam
eleitoral,
v
maneira.
particulares,
que foi removida
mente dito como a vários
propria
-
na Vila Kennedy,
etc.
Neste ano~ quatro Duas delas
o Viaduto
também
pois de transferidos)
oficiais
aqul se compli
de análise
do Morro,
fosse por questões
por órgãos
as discre-
a ele ligados.
demográfica
sob ou-
o
foi conduzida
populacionais
se construiu
mantida
a margem
empirica
da seguinte
eleitoral
~ que, na dinâmica
uma vez que a soli-
do Morro.
da determinaç~o
Toda a propaganda
onde depois
alterando-
Em seguida,
No ano de 1974; que tomo como situaç~o
central
da es-
como premissa.
de Sócio e Componente
da categoria
nalmente~
gueira
variantes
vir sendo regularmente
entre as categorias
uma altíssima
as demais
. ~ . votos" das estimativas.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC De lnlclo, a "compra de
lhe a validade
dariedade
produzem-se
chapas haviam-se
eram resultantes
rei em seguida
o
apresentado
de uma cisão na Diretoria
No dia mesmo das eleições~
às eleições. que relata~
uma das outras
duas
185· zyxwvut
chapas desistiu
da candidaturas
do nome de seu.Presidente comum em Mangueira e o registro
o remanejamento
de um mesmo
de 1974~ quando Diretoria
praticamente~ pons~vel
desde
vinha~se
Diretoria~
do Samba,
novamente
lugar.
sem alteraç?es,
iniciada
perdeu
o
1970/1972 ~ fora re.§. em 1971
o Carnaval, do Samba,
Em 1974, a Escola
mas a Diretoria
~
logo apos
na situação~
as obras do Pal~cio
197211974.
eleitorais
em quarto
para o biênio
do Pal~cio
tendo concluído
deu o Carnaval~
classificou-se
Nesse ano, a Escola
leita para o biênio
Ê
diferentes.zyxwvutsrqponmlkjihgfedc
manifestou-se
mantendo
Eleita
19700
em 1972.
inclusão
entre chapas
em chapas
da Escola
a Escola
pela construção
concluIda
de nomes
candidato
. -
Esta mesma
de
em algum cargo da chapa remanescente.
A Clsao na Diretoria Carnaval
em troca da promessa
mas
a
foi ree-
outra vez
se reelegeu
e
per-
para o
biê-
nio 1974/1976.
Ê considerada polItico eleitoral
na Escola
fatal para qualquer
de8mba
e uma derrota
atual Diretoria
de Mnagueira
no Carnaval.
pretensão
ao continuísmo
a coincidência No entanto,
sofreu esta coincidência,
entre um ano
por duas vezes a
sendo reeleita:
nazyxwvutsrqponm pri-
me i.r-a zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA v ez , VI entregaram o Palácio do Samba") que foi argumento tante para contrabalançar processo
expiat6rio
na segunda,
instaurou-se
atual,
ao Carnaval
o Pal~cio
do Samba desfruta
como elemento
aglutinador
função de pagar as "prestações!! é um dever coletivo: bem o que isoladasll• vimentos blemas
é
Um risco de insolvência de crítica,
e Assembléias
criando comuns. Gerais
ção est~ psicologicamente
desencoraja
!!as Alas
Essa é a mensagem
suspensa
no Palácio
A
sa-
exigências
ou dispersa
um clima de compreensão
para prestação
de uma qu~
da Escola.
à Escola e não ficam fazendo
mais necessário
e dificuldades
reuniões
um
pelo qual ela se saiu isenta de culpa.
Na conjuntura se equivalência
a derrota;
bas-
os mo-
para os
pro-
predominante
nas
de contas.
A oposi-
do Samba até que
se
186. zyxwv
quite·
integralmente
seu financiamento.
No ano de 1974, todavia5 retoria
as realizações
n~o foram por si s6 suficientes
no Carnaval~ sabilizaç~o acusado
que teve que ser assumida de um unicl membro
de ter cometido
lado aramções jurados
desastroeas
para obscurecer e anulada
da Diretoria
abusos
acumuladas
na concess~o
para a Escola
a derrota
através
da respo~
Em resumo,
o
pela Di-
este
de subvenções
foi
e articu
como a substituiç~o
de dois
Mangueirenses.
Dai~ a sua saída da chapa da Diretoria . uma lista proprla.
pa-zyxwv
.~
ra encabeçar
As chapas que se apresentaram
afinal
demonstravam
as segul~
tes caracteristicas:
1)
todas se compunham
do Morro 2) e
Ií
e haviam
em sua malor parte de nomes de moradores
predominantemente
a chapa da Diretoria
3)
embora também
o candidato
camente
debilitado
senão dois membros sidente;
eliminado
também
se diagnosticasse
incluía
achava-se
conseguido
caracterizando um número
nomes
da
uma cis~o nesta;
da chapa da situaç~o
da Diretoria5
se "justificado"
com importantes
uma vez que não havia
a chapa também
ali a sua propaganda;
já havia nesta altura
Li.ber ado " da derrota ~ contava
Ala de Bateria,
realizado
levar
polit! conslgo
sua posição
considerável
de di~
de Composi-
tores; 4)
da chapa restante~
nômico",
"estava rolando
dades atrasadas cuos na Escola
afirmava-se dinheiro
de todo mundo"
o
dispor
de grande
lá em Clma para pagar as mensali N~o apresentava
como as duas anteriores~
nomes tão consp!-
mas considerava-se
chapa de "gente que anda mais",
isto é~ que poderia
lhor os interesses
e divulgá-Ia
da Nangueira
local, enquanto
a chapa
da Mangueira
De seu candidato
11
o
"poder eco-
da situação
ser uma
defender
mais ao n!vel
mesupra-
era de VIgente que nunca
a Presidente,
que era do Morro mas que já n~o morava
porém~
lá há muitos
salU
criticava-se
anos, que
... so
187· zyxwvuts
aparecia sal?
nas eleições
e que "nunca vestiu
Significativamente,
brir a Quadra 5)
uma de suas proposições
para fazer face às dívidas
para essa eleição,
ria da ram:
uma fantasia
Escola, Situação:
considerada
compareceram 279 votos;
Oposição:
consistia
em co-
da Escola.
a mais concorrida
eleitores,
573
ver-de+e+r-c--
que aSSlm
190 votos:
na histó-
se pronunci~
Chapa dissidente:
104 votos,
A questão teórica que este relato coloca é a da do campo político
Mangueirense.
O território -fo
geogra
Mnagueirense ~
dele emerge não como um
1CO. mas como uma espec1e
que extravasa
os próprios
O problema ção da identidade
definição
o
limites
da participação Mangueirense
o zyxwvutsrqponm -1 (6) 0
de terr1tor1al1dade
o
físicos política
e novamente
o
espaçozyxwvutsrqpo
slmbo 1ca
o
da Escola, remete
à própria
à construção
defi-
de um
ti-zyxwvutsrqponm
•...
po focal:
o padrão
Mangueirense
de poder' é o que se revela da Escola, fantasia indivíduo maneja
um morador
verde-e-rosa,
que corresponde
melhor as posições
ao mesmo tempo um frequentador
do Morro,
um Componente
um conhecedor
que presta relevante
das técnicas
serviços
bem o licódigo" Hangueirense~
que desfila
ao Pal~cio
assíduo com
do Carnaval, do Samba,
a um que
etc.
Cf. O'li.ve i.r-a , R.C.: Processos de articulação étnica, Universidade de Brasilia -ad. mim. - 19740 Neste trabalho, o autor propõe o conceito de territorialidade simbólica, relacionado ao problema de definição da identidade étnica e delimitação dos grupos étnicos, O conceito de ilterritoria lidade simbólica" é importante porque explicita a necessidade de um i1território", mesmo definido dentro de um processo de interação social~ para ancorar as organizações sociais a partir de um determinado nível de estruturação, (6)
(ver capitulo
II~ nota 3),
A possibilidade lações de chapas
discretos,
Há~ mais apropriadamente~
que se polarizarn não em termos formas
prioritáriamente
de e consenso,
caracteriza-se
.í
Mangueira
sto e..,
li
Finalmente~
mediante é através
os elementos
a seleção
nal "e ao mesmo
tempo remete
cionalll (7)
mas
parecem
consequentemente e "autoridade
organizar-se
a consecução
/
do Paláde unida-
como uma IIcomunidade políd'"
~. o qua r as d i.ver-g enc i.a s
po-
ação pacífica!!. da idéia de tradicionalismo
semânticos
lismo determina
dições"~
de alvos distintos)
Com sua ideologia
• o ma i.or: grupo den-tro
dem ser resolvidas
ticulam
de
em torno de dois objetivos: no Carnaval,
J
grupos
Mangueirense
cio do Samba e a vitória
(8).
que
de realiza~los,
Os alvos da comunidade
.
uma vez
- se exprimem em grupos compartimentalide opiniãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA nao
de diferentes
't í.c a
de nomes e rearticu
pelo menos no plano institucional~
zados nem cortes interesses
ao remanejamento
apontazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA à inexistência de facções(7) no meio poli
tico Mangueirense, as correntes
aberta
deste campo político:
de uma elite dirigente ao meio
religando
que se a~
o tradicion~
dellsaber tradici~
social de onde emanam
as Iltra
entre si !lMorro1i~"saber tradi-
pOlítica",
cr,
Lloyd ~ P. C. : The Political Structure of African Kingdoms in The Political Systems and the Distribuition of Power. ASA Monog. n.2. Edinburgh. Tavistock Publ., 1965 pp. 63/109 O autor distingue entre lIgrupos de conflitoH (facções)e "grupor de interesses!1: IIpolicy is determined by the competition between the interest groups in the society - that is, groups of people ~aving shared in terests who seek to influence policy". E mais adiante: 111 have been using the term conflict in a very different sense. Here individuals or groups are not seeking identical ends but dif ferent ones: each has its Ov>7nconcept of an ideal society which differs from that of its rivals~ Furthermore5 each is prepared to use means of attaining these ends which its rivals may consider to be illegitimate1Y, (8) Cf. David Easton apud Swuartz & allii (op.cit), p.ll: "Th í.s is the largest group wi t h í.n which differences cam be set-tled and decisions promoted through peaceful action. Clearly, force can Ilot be an important type of support for this entity, and legiti macy(that is~ expectations of desirable sorts of settlements and de cision implementations) will often but not necessarily, be an impor tant element". -
189
IX -zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 11 AQUELE HUNDO ENCANTADO"
Existem compositor
algumas
de Escola
expressoes
que se incorporaram
de Samba e que fazem a adjetivação
tica na linguagem
dos sambas de enredo.
enredo
ao acaso algumas
escolhidos
ilustração "sublime
(1): o samba costuma
inspiração",
falI! onde se mostra uma "apoteose "epopéia
ou descrevendo cantadas", sedução" dessas
a avenida
em meio a grande
ou "sedução,
expressões
pontarem
o enredo,
Penso que nesta
essenciais
ã constituição
Já no primeiro
fundamentalmente
páginas
exige triun-
de
ou uma
glória"
das lendas en como "poesia
e
etc. O traço saliente
superlativo,
mágicas
característica, das Escola
que
de
que á sempre
, e cantadas
e encantamento",
capítulo,
divina"
ou a "magia do ritual
é, além de seu caráter
dinárias.
de
a título
é uma "passarela
"desfolhando
a situações
sambas
um lipanorama deslumbrante"
"esplendor"
magia
sistematicamente
configura-se
do Desfile
estar
"mitos e lendas"
expressões
do
caracterís-
de alguns
ser uma "melodia
ao narrar
podemos
Extraí
dessas
em "tela divinal"
de fascinação1i;
triunfal",
ao ja~gão
o fato de
ou valorações
reside
a-
extraoE
uma das dimensões
de Samba.
mencionei
que uma Escola
como uma agência
mediadora
Samba
de
...•
entrezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZY va>.
rios pares clarecimento
em oposição; destas
(1)
o desenvolvimento
oposições.
da tese consistiu
Em cada capítulo,aprofundei
num esum
de
Essas expressões são extraídas de "Recordações do Rio Antigo" Lobato" (1967), "Lendas do Abaetéi! (1973) e "Mangueira em tempo de folclore" (1974, inclusive sambas de enredo concorrentes). O título do capítulo é um verso do samba-enredo "Montei ro Lobato", cuja primeira parte diz o seguinte: Quando uma luz divinal/ Iluminava a imaginação/ De um escritor genial/ Tudo era maravilha/ Tudo era sedução/ Quanta alegria/ E fasci nação/ Relembro .../ Aquele mundo encantado/ Fantasiado de doirado7 Oh! Doce ilusão/ Sublime relicário de criança/ Que ainda guardo como herança/ No meu coração. (Darei F. Monteiro, Helio R. Neves, Jurandir P. da Silva, João Batista da Silva e Odir Alves)
(1961), "Monteiro
190. zyxwvutsr
seus aspectos
diferentes,
ba como uma unidade pais oposições
1)
sintetizando-se
social contraditória
em Sl mesma.
C2 S~~-
princi-
As
foram notadas:
no eixo temporal:
funcionamento
ao final a Escol~
reflete
onde a Escola,
uma micro-escala
anual
em seu ciclo
de sua evolução
de
histórica
e
social; 2)
na organização
pendular
entre momentos
suscitando
a criação
de um núcleo
social
nadas à alocação 3)
na
onde a Escola e menor
de mecanismos
dividida
e o mágico,
sando verticalmente
as exigências
variáveis
oposições
da pertinência
pode ser encontrada aqui um estudo
os objetivos
principais
convenientemen
do contexto;
fundamental,
restrito
e por um período
de
o co-
atraves-
nela contidas
e conferindo-
de um estudo
desta
desta natureza.
na própria
centralizaram-se
interpessoais.
modo
e o extraordinário,
introdução
à"tese:
Trabalhando
"no exame do
sobre um grupo
relativamente
ordem
Uma resposta
de comunidade ... " e, deste ponto
relações
e~
peculiares.
que se detem assim num único exemplar
realizar
desti-
reparte-se
que define o próprio
sendo esta a sua oposição
Cabe enfim indagar
inicial
manipulando
entre o ordinário
lhe as suas características
social,
na cristalização
onde a Escola
e expressivas,
as demais
e retração
sasonais;
institucional:
con.~tituiçãoontológica:
ser da Escola,
expansão
de áreas secundárias
de seus participantes
segundo
oscilação
V1ve uma
estabilizadores
e na flexibilização
instrumentais
te entre ambas,
tidiano
de maior
na organização
tre funções
4)
social:
"Pretendi de vista5
sistema
de
pãpulacional
longo de tempo", (2)
(2) Mitchell sumariza como principais características do método antropológico: " ...to provide qualitative data based on intense, free or open interviews combined with participant observation over a relatively long period of time". (Mitchell, Clyde: Theoretical Orientations in African Urban Studies in ASA Monog. n9zyxwvutsrqponmlkjihgf 4. London, Tavistock Publications.
191.
foi possível
"captar
dar as categorias .
L" (3)
C la·
mais B.tLH:mtesque orientam
descuidadas,
as relações
societárias
elas não constituiram
cem implicitamente Samba estudada.
na própria
e algumas
questões
tiva. A situação ra inversão
mágica
da ação so-zyxwv
tificadas;
sociais
se colocam
política
rarquicamente
de Samba, global
pelo papel
conservador
da pOlítica
nacional.
a partir
conforme
contudo,
etnica
Escola
Este raciocínio
(4)
,
de
paSam-
secularizada
dados na sociedade para
e socialmente
este padrão
inverte-se,
de
desta perspe~
(5); a Escola
meio de convergência
desempenhado
uma
como um ritual
como uma rotinização
ao grupo que externamente
mais baixas.
Goldwasser,
é
reais
diferenciadas,
na sociedade
específica,
da Escola
-
dos status sociais
na Escola
ção vigente
e configuração
mas apare-
como "campo de observaçao"
sociais
de Samba
sido
nao tenham
da análise,
já foi interpretada
dos status
Uma Escola
duos de camadas
(3)
tomada
interessantes
de Desfile
inversão
brangente.
o fulcro
história
por sua vez pode ser pensada
minância
a prática
mais amplas
Além de sua problemática
de Samba pode ser igualmente
da mesma
e ildesven-
•
Embora
ba
local de representações71
o sistema
dando
a
indiví estra-
de hierarquiz~
internamente
ocupa as camadas
dohie-
pode em parte responder
pelas Escolas
de Samba em face
MJ. op. cito p. 65.
Cf. Arensberg. C. & Kimball, P. 1961 - The Community as Object and as a Sample in American Anthropologist, n. 63. "Le zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM t us review the obvious separeteness of the questions about community. On the one hand, one asks what a community is ... On the other hand 5 the questions are different when one asks about -thecom munity as a field or a sample in which to study something else the community itself". (4)
tran
(5)
Da Matta,
R: op. cito
192 .
o
interesse
político
demonstrado
nível não tem ido além de exaltações tivas
suscitadas
por seus enredos
cional e histórico", mais concretas
conforme
de canalização
demonstrado
pelas Escolas
seu caráter
de anti-estrutura
ba já oferecem
limites
suficiente ..
a emergência
mariamente,
na constatação
mais como uma província Um comentário
mesma
explícitas ~
de nossa
sublinha
tivas na elaboração
com seu sennao favorece,
que é baseada, pri de classe
e poder.
delineal'-se
elas nos permitem
experiência
de fora do comum e, por causa disto,
ir além
Foi preclEsta-
e que para
mais significa-
de campo. Pareceu-me
paradoxalmente
..•zyxw
e
podemos
de Samba
intrínseco,
uma das experiências
do trabalho
de uma organização
normal".
a Escola
com seu dualismo
constituiu
que "nem sempre
e cita que justamente
que me comunlCOU
de Hangueira,
mim, pessoalmente,
de
de IIconsenso" do que de "conflito".
com as obras de arte porque
.
de Sam-
formulá-Ias nos
de status,
política
nesse
políticas
de Samba de Hangueira
a ambiguidade"
esta a lmpressao
tar diante
as Escolas
A Communitas,
das diferenças
final: Douglas(6);
encarar
ção Primeira
de organização
justamente
às aspirações
da consciência
Por outro lado, vimos a Escola
samente
do potencial
das diferenciações
com efeito,
das estruturas
Todas as tentativas
ou de communitas:
por sua agremiação.
tido de desconhecimento
nos comprazer
oficial.
política
exclama-
obrigatqriamentezyxwvu il na-
de conteúdo
decreto
de Samba neste
meramente
na forma como estes têm conseguido
conferidos
desagradável
patrióticas
de Samba têm esbarrado
satisfação
seus integrantes
pelas Escolas
todo tempo e~
comum de uma real ida-
ainda mais surpreendente.
(6) ilBut it not always an anpleasant experience to confront ambiguity .. 0. Ehrenzweig has even argued that we enjoy works of art because they enable us to go behind the explicit structures of our normal experience". Douglas, Mary. 1970 - Purity and Danger. London, Penguin Books. p. 50
193·
Por isso tomei o verso porque
ele exprime
uma realidade realidade
par-a dar nome a este capítulo: do CompositorzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML
bem a aIT~iguidade observada
"ordinária"
permanentemente
na Escola
se abrindo
de
Samba
para uma outra
li , lIimagináriazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTS além de si mesma - como numa obra de arte,
ou num local de recrlar "mundo encantado"
na arte a realidade,
da Escola
de Samba Estação
como é efetivamente Primeira
o
de Mangueira.
.
zyxwvutsrqpo l O~ zyxwvutsr ...,;
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