O palácio do samba : estudo antropológico da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira

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Maria Julia GoldwasserzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJ

o PALP~CIO zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVU D O S A H B A ----ESTUDO SAHBA

ANTROPOLÓGICO ESTAÇÃO

PRU1EIRA

DA ESCOLA DE

DE

MANGUEIRA

Dissertação de Mestrado apre sentada ao Programa de Pós-

Graduação em Antropologia S~ cial do Museu Nacional dazyxwvutsrqp Universidade Federal do de .Jane í.r-o ,

Huseu Nacional 1975

Rio


ÍNDICE

págozyxwv Introdução I.

NO INfcIO "Er-a uma co i.s a muí.t o S:LLlp.LCc:;\l I.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

2

o

Fundação

da E::::cola

de .3d'üba de H arrgue í.r-a

30 O Morro de Mangueira 11,

físico

13

da estrutura

social

no espaço

e arquitetônico

2. O deslocamento

21

espacial

201 - A Sede Antiga

25

2.2 - A Cerâmica

28

2,3 - A Quadra

32

Antiga

2.4 ~ O Garnier 30

A Codificação

39

social

do espaço

no Palá41

cio do Samba QUEM Ê HANGUEIRENSE? 1.

L rrtr-oduçâo

2. Domínio

52

das categorias

3, O fechamento estrat~gia IV.

8

O PAL1\CIO DO SPu'1BA I. Projeção

111.

1

ORGANIZAÇÃO

do sistema

53 como

de auto-definição

60

INTERNA

1. Contradiç6es 2. Estrutura

gradativo

internas

b~sicas

71

Organizacional

77

2.1 - Alas Reunidas

79

2.2 ~ Ala de Bateria

84

2.3 ~ Ala dos Compositores

86

204 - Diretoria Carnaval

da Escola

e Comissão

de 94


pág. 3. O padr~o 4.

V.

de organizaç~o

e o DesfilezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJI 101

A Escola

IDEOLOGIA

DA ESCOLA:

NAl'JGUEIRENSE 1. Ideologia

VI.

O QUE PENSA O

(I ) como sistema

2. HEra um tempo 3.

cultural

de arrogância

"Dout or-e s do Norro

IDEOLOGIA

burocráticazyxwvutsrqponmlkjihgfed 97

DA ESCOLA:

106

e valentialV

107 125

11

O QUE PENSA

O

(1 1 ) 11ANGUEIREHSEzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQP

"Mangueira

VII.

~ uma famflia

138

1. A comunidade

auto~delimitada

139

2 • A comunidade

nivelada

145

3 • A comunidade

unida

154

DA

IDEOLOGIA

ESCOLA:

MANGUEIRENSE

O ASPECTO

O QUE PENSA O

(Conclusão)

é intransferível!l!

"O Carnaval VIII.

reunida"

POLÍTICO:

QUEN COi"l.A.NDA A ESCOLA

1. O tradicionalismo 2. O "saber"

159

como argumento

polftico

como a+r i.bu+o

carnavalesco

de

liderança 3. O

I"

172 f

'"

~.

'Morro' como r8 erenCla

u , O processo

eleitoral

... .

179

polltlca

na Escola

de Samba 182

de Hangueira IX.

"AQUELE

189

ENCANTADO ... íi

t1UNDO

Bibliografia

170

194

citada

Ilustrações' Planta

baixa

Diagrama Escola

do Pavimento

I: Sis~ema

organizacional

de Samba Estação

Mangueira

42-A

Térreo

Primeira

da de 77-A


INTRODUÇÃO

Este trabalho riamente

de uma pura emoçao

te a lmensa de Escolas tatava

beleza

ra mlm.

plástica

transbordar

que eu via desdobrar-se

dos Desfiles muito

Os Desfiles

delineando

não constam

toda a interpretação,

constituem

vários

de Samba e como

a-

certas

em suas apresentações,

como objeto

de estudo

pa-

desta análise

pOE

de organização

a cena e o som permanentes

não só porque

que eu cons

Fui durante

explicitamente

em outro nível

eles são contudo

tema como porque

de Escolas

enormeme~

nos Desfiles

o ritmo e alegria

particularmente

de Samba foram-se

que ela se concentra Samba;

Impressionava-me

de seus participantes.

intrigavam-me

as Escolas

estética.

de Samba e contagiava-me

nos espectadora coisas

ele é fruto prim~ de um deslumbramentozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV 3

nasceu

fornecem

a sua expressão

das Escolas

de

ao fundo

de

a razão mais

de ser do sis

adensada

e vívi-

da. Pretendi isso, a Escola quado.

realizar

aqui um "estudo

de Samba pareceu-me

Em alguns

casos,

de comunidade,,(l) e,

um objeto

especialmente

em cima do acontecimento

para ade-

intermitentezyxwvuts dó

(1) Cf. Goldwasser, N.J.: 1974 - Estudos de Comunidade: Teoria ou Método? em Revista de Ciências Soclals, UnlverSldade Federal do Ceará, VaI. V - n9 1, 19 semestre. é avaliada neste artigo como uma tenta "Estudo de Comunidade1V tiva de apreensão unitária da realidade derivada do enfoque an t r-opo Lôg Lco clássico. A "comunidade I! é definida como um objeto construido de análise, e não como uma realidade empíri ca, que tem seus limites teoricamente demarcados por uma pro~ blematica específica, caracterizando-se o método como uma for ma de estudo intensivo aplicado sobre uma teia de relações sõ ciais localizada e permitindo preferencialmente capitar o sis tema de relações inter-pessoais e as categorias de representã ção social. -


I I zyxwv

Desfile, Escola

se construiu

uma estruturaç~o

de Samba pode emergir

do num espaço relações

determinado

sociais.

deste tipo

como um grupo

e regulado

A presente

- a Escola

est;vel

e

continuada

social

ordenado~

fixa

definido

de

por um padr~o

dissertação

de Samba Estação

se deteve

Primeira

e a

num exemplar

-e , de Mangueirazyxwvutsrq

naturalmentezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 3 as indegações iniciaiszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZ f or-am as mesmas colocadas na observaç~o O ponto eu notava

dos Desfiles. de partida

da análise

entre o grau de organização

de Carnaval. estruturado

Os Desfiles e o Carnaval,

festa caótica;

ao mesmo

tre a magnitude

constituem

tempo~

socia.is mais baixos,

passaram

vamente

na escala

transformação crescimento

desencadeou

diferenciais

dentro

prioritariamente de poder

decisório

Samba têm-se

mente

unidade

tar a Escola

en-

Hinvasão

essa

por sua projeção

estratos

um público social;

relatie

essa

nova em termos entre

camadas

social.

de sociais

Frequentemente

de classe média"

e discutido

de tlperda de autenticidade"

e

tradicionais.

a respeito

de Escola

que são os

de

Desfiles

e

é a imagem que a Escola efetiva manifesta

o sistema

em sua realidade

de

esse fenôme-

em sua face conspícua

penetrar

uma

de classe média,

das discussões

pré-Carnavalesco,

contudo

também

de estratificação

de uma mesma

parte

como

a desproporção

originárias

por parte dos dirigentes

detido

autoriza

ressou-me

a atrair

como um processo

Como a maior

o período

de Samba,

e de confronto

como

situação

rigorosamente

compreende-se

surpreendia-me

de fora por observadores

no tem sido rotulado

um espetáculo

illfia prOblemática

institucional

e a

que

e seu curto tempo de encenação.

as Escolas

mais elevado

contradição

dos Desfiles

ao contrário,

do espetáculo

Recentemente,

analisado

foi a visível

menos

nessas

ocasiões.zyxwvutsrqpo In-

de seu ;ngulo evidente

interno

e ca~

do dia a dia.

C on-


1 1 1 . zyxw

siderando

que existe

uma engrenagem

supoe uma organização descortiná-la

social pronta

em sua configuração

gral de funções.

atrás do Desfile

Importou-me

a atualizâ-la~

própria

também

e que esta

tratei

de

e seu complexo

retratar

inte-

típizyx

o integrante ,

co da Escola definir

de Sa~ba em suas motivações

a sua visão pessoal

inerentes

do processo

e sobretudo

em curzyxwv

de transformação

SOe

Dados os objetivos de se revelassem a escolha

da pesqulsà)

com maior nitidez

da Escola

Uma Escola

mo agência

enraízada

tanto mais consistente A Escola antigas

Escolas

Assim,

-se ali uma representação mentarem-se

s~rie de requisitos uma base econômica de u.rn quadro

vas

social

de estudo,

valendo

de mudança,

ã

mais quase

de formular

como de sedi-

modalidade

na operaçao

de estu ..• . proprla de

uma

como a disponibilidade

a financiá-la~

a arregimentação

um grau significativo

diferenciação

de

de funções

de organizaadministrati-

contínuo.

este nível

~ deste ponto

-

. e teve sede proprla

como a atual Lüplica

estável,

.-

e

em sua formação.

de l'langueiraé uma das

necessárias

capacitada

co

e este seu aspecto

não só possibilidade

institucionais

como

além do Desfile

consolidada

do processo

de desenvolvimento,

e r-Lz a+s e como uma agência

global;

de Mangueira

de uma sede

~- e funcionamento

t

houve

on-

determinou

A existência

-- inclusive

Atingido car-ac

Primeira

a realizar.

considerável

ção interna

mais

as características

do que me propus de porte

no cotidiano

de Samba existentes

desde a fundação.

Primeira

de Samba existe

quanto

de Samba Estação

esclarecê-los

e este princípio

de Sam b a Estação

campo de estudo. social

procurei

de vista

mediadora cresce

a Escola

de

Samba

em face da sociedade

em interesse

não só por sua problemática

como objeto

específica

como


IV.zyxwv

:?ela abertura

que desvanda

as quais exerce distribuir ;uizadas

para

o seu papel

as áreas do

tl~ansitivo.

em áreas diferenciais

que aglutina,

a Escola

são condensada

do modelo

as suas normas

segundo

Da uma inversão der vigentes

Os dados

des da Escola.

r.e ssas ocasiões,

verporém

em si mes-

e do sistema

foram

coligidos

no período

de po-

tanto

da Escola.

principalmente

incluindo

também

a-

de Samba Estação

tive ocasião

o período

de

cobrindo ,portanto to

da Escola

este período,

movimentação

são resultado

hierar-

retraduzindo

sociais

de Alas e comparecer

acompanhando

a fase de menor

contidas

Durante

reuniões

a

global.

do um ciclo anual de funcionamento

ciar a inúmeras

entre

como uma

e reproduzindo

de 1974 consecutivamente,

meira de Mangueira,

as camadas

amplo,

próprio

de relações

desta pesquisa

bril de 1973 a maio

mais

social

internamente

de Samba recorta-se

um código

na sociedade

Tendendo

de ação social

societário

do padrão

sistema

a todas

Pri-

de presen-

as festivida

pré-carnavalesco

como

As interpretações

das observações

algumas

aqul

conduzidas

entrevistas

e dados

de

fonte secundária. Quero nesta Diretoria facultou

da Escola

oportunidade

agradecer

de Samba Estação

muito

Primeira

.. a

especialmente

de Mangueira

quezyxwvutsrqponmlkj me

o aces~o

a todas as depend~ncias

e atividades

da Escola

sem cujo concurso

não teria sido possível

a realização

deste

:hoo

Desejo

~etoria

=a

também

das Alas Reunidas,

Ala Comigo Ninguém

~o decurso

:a

agradecer

cortesia

do trabalho

à

Diretoria

da Ala de Bateria,

aos Compositores

Pode e todas

as demais

da Escola, pessoas

de campo por sua valiosas

com que sempre me receberam

à

traba

à

Di-

Diretoria

que encontrei

informações

e facilitaram

e pe-

as observa-

:;:)es. Desejo ~:)Programa

consignar

meus agradeci~entos

de Pôs-Graduação

em Antropologia

aos meus professores Social

e

do Museu

Na-


v .zyxw cional~

a quem devo minha

res Roberto

Augusto

lho que leram parte

formação

da Matta~ destes

e, em especial,

Diretor

originais

aos

do Programa, e me fizeram

Professo-

e Gilberto

Ve-

relevantes

su-

gestões, Agradecimentos Professora

Francisca

incessante

que me comunicou,

por sua aSS1SLenCla •

!-

-

""-'

Isabel

recunca, ,

Para a realização gla Social,

beneficiei-me

C.A..PES durante

.,.

registrozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQP ã minha Orientadora,

destacados

o perlodo

Shurig

Vieira

pelo diálogo crítica

Keller~ amistoso

estímulo

e sobretudo

e construtiva,

do Curso de Pós~Graduação de uma Bolsa de Estudos de março

pelo

de 1972 a outubro

em Antropolo concedida de 1974.

pela


I - NO INfcIOzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV

1.

!lEra uma coisa muito

Es-te trabalho Estaç~o

Primeira

Escola musical

trata de uma Escola

po~ sua finalidade

As Escolas

que enquanto

entre

do Centro

fabris,

sem profiss~o

Escopa-

seu' objetivo

As Escolas

de

Samba,

carnavalescas. sociais

carioca(l) com nomes

comentam

r-e cr-u zyxwvu t avam -

de

relativamente definida

mais

de conheci-

as Escolas

as posições

que, ao contrário

Sociedades,

porém

e os Ranchos

de uma população

que aqui ocupavam

Notam também

elegantes

da época

operários

de indivíduos

chos e das Grandes

contavam

As

estabilizaram-

nos estratos

do Carnaval

Sociedades

eram formadas

tes de áreas rurais

~ente

conservando

instituições

que se ocuparam

e comerciantes

composta

periféricas.

de Samba

organizados

algumas

no Carnaval.

essencialmente

se predominantemente

lizada~

permanentes,

as Grandes

dos escritores

em contraste

temporariamente

de Samba originaram-se

Autores

carnavalesca.

Progressivamente,

de se apresentarem

constituem

baixos.

como grupos

o Carnaval.

-se como agremiações

assim,

a Escola

é uma modalidade de associação recreativa e de SambazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Ias de Samba surgiram

primordial

de Samba:

de Mangueira.

caracterizada

ra brincar

simples"

ou

sociais

dos Desfiles

Samba margina migranmalS

dezyxwvutsr Ran-

que se davam em ruas comparativa-

da cidade,

o Desfile

das Escolas

de Sam

(1) Remeto a Eneida 1958 - História do Carnaval Carioca, Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira. Efegê, Jota 1965 - Ameno Rosedá, o Rancho que foi Escola, Rio de Janeiro: Editora Letras e Artes Ltda.


2 •zy

~~ fazia-se

numa

:io: a Praça

zona bastante

deteriorada,

à area do meretrí-

próxima

Onze de Junho.

As Escolas

de Samba foram

criadas

no Rio de Janeiro

na década

de

t zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJ e . Apareceram num período bem fluido da música popular brasilei-zyx vi.n

:,a., o samba _::4

. aS-lm,

apenas

. malS

:'e Samba.

ora confundidas

=lxar os locais

de Desfile

A express~o

~la, na Rua Joaquim Corte, depois

=~stituto

~~cio marcarem

de Samba"

foi cunhada

encontro

:'2 fácil identificação,

uma Escola

Seja porque

fosse hábito

nas proximidades seja porque

dos sambistas

=:':'erã-lacomo a primeira apresentado-se -- ~esmo

de subvenções

Escola

antiga

Ali exis

Escola

dos sambistas por ser um "mestres

tornou-se

de Samba surgida,

Normal

com o nome

embora

mas como Bloco,

de

E~dozyxwvuts ponto em Sam

Falar"

a

tradição

con

Sendo o "Deixa

do Estâcio,

e

de agremiação.

da Escola

ll

Escolas

que as condicionou

se considerassem"

sob esta de ominaç~o,

como Rancho

mesmo

para a Rua Maríz e Barros

::~n,daí surgiu o termo "Escola de Samba ~:,incipal agremiaç~o

como associações

no Estãcio.

Normal,

e, aln

. 1 (2) mUSlca .

a distribuiç~o

as modalidades

transferida

de Educaç~o.

em 1935

segundo

Palhares,

musical

ora denominadas

do Carnaval

ao determinar

"Escola

longo tempo

com Blocos,

Foi a oficializaç~o formal

como um gênero

do que como estrutura

de Samba permaneceram

~ uma definiç~o

:'a.

de se definir

como um termo

As Escolas ~lutuantes,

acabava

nunca

tives

e se extingui

em 1933. (3)

~) Admlte-se que o Samba tenha-se codificado como gênero musical em 1916, com a gravaç~o de I1Pelo Telefone" de Ernesto Joaquim Maria dos Santos (Donga) Ver: Pixinguinha, Donga, Jo~o da Baiana 1970 - As vozes desassombradas do Museu Rio de Janeiro, Museu da Imagem e do Som. paga 73 e seguintEs. -

Mangueira reivindica ter sido a primeira Escola a desfilar com denominaç~o de Escola de Samba mesmo, isto desde sua fundaç~o .f Lc i a L,

a


3.zyxw

As Escolas

de Samba muito

2arnavalescos.

Destes,

deveram

herdaram

::'ade,foram simplesmen-te Blocos sentação

toda a estrutura que assimilaram

~iavelmente ?ortela,

o modelo

de

na veE apre-

livremente

o ritmo,

Os Ranchos

fantasiados

na

folclóricas

do país

respondendo

passavam

configurado

derivados

ao desenvolvimento

de

cercados

instrumentos

p~

um Bloco. de Reis(4)

nas áreas rurais

urna conformação

em alas que atendiam

em forma processional,

alguns

dos Ranchos

existentes

- apresentavam

urna quantidade

sem fantasias,

o grupo e mais

- possivelmente

Organizavam-se

o Desfile

inva

Vai corno Pode

o Carnaval:

ou mesmo

e já se achava

outras manifestações tados do Norte

de Samba encontra-se

na Mangueira,

para brincar

por uma corda para delimitar

Ranchos

de Desfile,

"BlocosllzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUT eram agrupamentos quase indiferenciados de

que se juntavam

ra marcar

Escolas

um Bloco: Arengueiros

etc.

indivíduos

da.

aos Ranchos

dos Ranchos.

Na raiz de todas as antigas

?essoas

de sua formação

a um papel

mais

acompanhados

e Es-

elabora

temático,

de um enredo

e

todo

escolhido.Os de instrumen-

(4) Cascudo, Luis da Câmara 1972 - Dicionário do FolcJore' Brasileiro, Folia. Rio de Janeiro, INL/MEC: p. 384.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA "No Brasil~ a folia é bando precatório que pede esmolas para a festa do Divino Espirito Santo (folia do Espirito Santo) ou para a festa dos Santos Reis Magos (folia de Reis). MeIo Morais Filho ...• alude indiferentemente à folia e à bandeira corno si nônimo dos mesmos "ranchos de rapazolas, brancos, crioulos mestiços, vestidos de branco, com as jaquetas enfeitadas com laçàrotes de fitas, trazendo chapéus de palha, com laços verdes, escarlates, cor de rosa, etc. que desdobravam-se em longas e flutuantes pontas sobre os o~bros e as costasll• As folias de Reis andam à noite, no mister idêntico de esmolar pa ra a festa dos Reis Magos .... Da véspera de Natal (24 de de= zembro) até Candelária (2 de fevereiro), a folia de Reis, representando os próprios Reis Magos, sai angariando auxílios •... Com violões, cavaqui~ho, padeiro, pistão e tantã cantam à porta das casas, despertanao os moradores, recebendo esmolas, servindo-se de café ou de pequena refeição

e


4.zyx

~~s de sopro

com flautas

_~ns e de percursão seu gênero

=8

musical

os cenários,

g~upo,

entre

Levavam

esses,

as Escolas em alas,

o enredo.

que conduzia

a obediência

o mestre-Sala

~lguns

instrumentos

musicais,

o andamento

as características

conforme

a cadência

de organização

da Escola

pouca

das Escolas

uma orquestra: surgiram

chos.

os Ranchos

Porque

~holas! valia,

a Escola

trazia

vinham

Foram abolidas

aí est~

de Samba em de~ descreve

assim

as castanholas

violão.

cavaquinho, E neste

imitando

eram de sandálias

traziam,vamos

cavaquinho,

acelerado.

Os Ran

com o ritmo

Os Ranchos

surdo,

as pastoras,

dos Ranchos.

de Samba,

com violão,

com ritmo um pouco mais então

e

de Samba na época.

coisa mais alterado.

co acelerado,

alegó

Eliminados

do Samba,

de Samba de Mangueira

das Escolas

de Samba então

tamborim,

do

os elementos

e a Porta-Estandarte.

chos era do ritmo mais moderado.

Escolas

a insígnia

a forma processio-

temática,

- HAs Escolas .de Samba sao a continuação

traziaum

O conjunto

como os de sopro e as castanholas,

rítmico

do padrão

Um fundador

dizer,

representan-zyxwvutsr

isto é, um carro introdu

de Sa~ba extraíram

o Abre-Alas,

~ais moderado,

a marcha-rancho,

alegóricos

e comunicando

ricos,

va o essencial

e bando

de um Mestre-Sala.

Dos Ranchos,

file.

carros

de uma Porta-Estandarte

~al, a disposição

com violões

executando

um abre-alas,

a agremiação

acompanhada

~celerado

de cordas

como castanholas, próprio.

~6rio apresentando e~a precedido

e trombones,

As

pandeiro, ritmo um pou-

como eram os Ran-

~! Casta

e castanholas.

dos Ranchos,

mas a sandália

prevalescia! Então:

aboliram

pro que tinham nho, violão,

as castanholas,

os ranchos.

bandolim

tiraram

os instrumentos

Ficou só: tamborim,

e sandálias,

pandeiro,

isto era a Escola

de so

cavaqui-

de Samba,

e um

ritmo um pouco mais alterado. Agora

não, agora é aquela

um samba maluco

zoada de surdo,

que não se entende

nada,

o que, alas e mais alas de não sei o que.

caixa de guerra,e

fantasia

de luxo de não sei

Não tinhas

essas alas."


5 •zyxwv

- "Tinha o que?1i - "Era a Porta~estandarte(5)e

~

-"E uma Escola -:::":-::-la mais ou menos

de Samba desta epoca, quantos

_I1Uns trezentos :2:-"tos ~ mil. modo

3

quatrocentos.

3

pe].o modo

quando

vinha

Tinha Escola

de cantar.

a diferença

e a bazyxwv

as baianas

desfilar,

es ?"

uma melodia ~ se ve." se no ta

~~cil de se notar ::'::"2.,

com ponerrt

Mas era ide:;:üificada quando

de tocar,

ritmo

Hestre-Sala,

chegava

At~ hoje

que tinha oitona Praça

cada Escola

Naq ue Le tempo

o

pelo ritDD,

Onze p~

se notava

tem

era mais

di-

era pela melo-

era uma coisa de mais i/nportância ~ uma coisa mais bonita,

-:2:1..:.'1a dúvida.

11

-11Naquele tempo - "Não.

Enredo

__ cores da Escola: ~ qual

não

tinha

a sua

as Escolas

3

apareceu

tinham

enredo

mais tarde.

azul e branco,

verde

para sair cada ano?"

A gente respeitava

e amarelo,

tal e tal.

Ca-zyxw

cor.

- llE este negócio

de enredo

afetou muito

- flFoi um erro da Mangueira.

as Escolas?"

Quem lançou

enredo

foi a Manguei

à Mangueira

:'2., sem julgar que mais tarde seria prejudicial

mesmo.

:,'.1e se gasta hoje um capital

que não tinha necessidade

de se gastar,

:~Dcarros

coisa que não era preclso

ter.

alegóricos,

~as vão crescendo :cisas, e mais

muita

e vão aumentando

fantasia

tal.

o povo,

As Esco

e bota mais gente,

Não precisava

ter isto.

e mil

O enredo

era

·..:..;:-;a coisa simples." "Qual foi o primeiro

enredo?11

- I1Foi: a Floresta." - "E o samba,

como era?1i

- ilFazia-se um sa'1lbaespecial :::a.sião,nós fazíamos -3e cantando

um samba bonito,

:-:3.-Tlgueira que vinha, ~ Salgueiro

Bntão)

: ?OVO

outro;

acompanhava,

:'aquela e deixava

- ,.

Depois

com o mesmo

saía-se

Naquela

da Central,

sentia

de Escola cantava-se

três horas samba,

ia-

que era

que era o Salgueiro.

Tinha uma porção duas,

na ocasião.

que o povo

na hora do concurso,

~~ e vem até aqui em baixo

: \

alegre,

é como hoje que ê cansativo:

~ava5 cantava

cantar

um quando

que era a Portela,

não existia.

~a era certa. .:~o

três sambas:

para

a

Aliás,

de Samba,

nenh~

outro samba.

um samba só .

entendeu?

Pega

O samba pa-

..

depois parava 5 cantava outro~ para salr. Então ,. .. sala atraso Se estivesse melhor o povo 1a atras

a outra para

se transformou

lá jogada

fora.1I

em Porta-Bandeira.


6 •zyx

- "Voce se lembra

de algum

"Um eu me lembro:

samba desta época?"

A Floresta.

Quando

?::"::resta, eu fiz um samba, mas sem maiores

fizemos

o enredo

da

pretensões:

Na Floresta Dei-te

um ninho

E mostrei

o bom caminho,

Mas quando Era assim:

não tinha nada de enredo:

Ar: Ê na Floresta?

este negócio

::a8

é como hoje que a coisa é toda

~~e faz a coisa. ~~ltas

:'0

novos

são Francisco.

.i derrt

í

e não é assim,

E não está exato. Ficou faltando

- daí? Está tudo explicado,

f í.c

E aí fazia o enredo.

ê

ada : 110 enredo

tal" .

..

e

para ver como

e tem que ser assim.

E

Olha, eu fiz um samba;Vale

mencionar

o principal

•..

Mas como inventa-zyxw

vão até a Biblioteca

E corrige,

intromissões.

não tem brio

com a Floresta.

ram

~~tão os compositores

a mulher

um Estado

está aí.

que ele passa.

Não está descrito

:;rio?" - "E as fantasias ,como eram?" - liAs fantas ias eram livre, res e pronto.

O forte

dia tem um figurino.

eram livre .

das Escolas Naquele

Respeitando

eram as baianas.

tempo não:

fazia-se

as

co-

Baiana hoje em

conforme

o gosto

da pesr oa ;"

É necessário

assinalar

les dessa época porque files atuais. poente

bem o grau de flexibilidade

ele marca

Referindo-se

uma diferenciação

ao mesmo

enredo

dos Desfi-

em face dos Des-

nA Floresta",

outro

de-

narrou: "Um dia, M. disse: "Vamos

sair com a Floresta.H

- "Mas H., como nós vamos :omo vamos

sair com um enredo

- "Vamos Slm. ~uem tem jeito para

Fulano

fazer isto? Nós somos analfabetos.

deste de Floresta?"

vai segurando

fazer uns bichos

uns galhos

de barro?"

- "Eu não tenho me.i, to, mas vê se dá. ::,ade macaco?H

...•

..

E assim5 nos lamos improvisando. ~ão tinha muito ::,ese o mais

dinheiro

ch i.ne Lo , alias.

As baianas

Isto aqua,

As roupas

para as fanta~ias,

era como podia,

..

de arvore. está com ca-

eram diferentes:

então respeitava

às vezes quimono, iam em fila do lado

às vezes ... li

as co-

sandália,


7 • zyxw

surgimento correspondeu a um tempo de improvisão ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA =~sfile

quanto

na organização

~ ~presentarem

essas associações

~~~ e, passado

o período

:~ latência

social.

:~:~ro de Mangueira

~~ espocando

pelas

o

ruelas.

futebol

Carnaval,

:::s::ola para o Desfile

constituíam

:~=inido

apenas

~~~açao

do espetáculo

Como vimos, - de Bateria,

poucas

Compositores,

inclusive

:~ durabilidade. =~rência

os arranj os de última

~~çoes

sem definições

;~~, sem ordem

mesmo

=-~:.que,embora

:::::olaque mais

em estado

a qualquer

da

do momento.

menClonam-se:

e Cozinheiras. de liberdade,

en-

colorido

e po~

como pontos

de re

as alegorias,

do conas colabo

de funções. neste

clima geral de improvisa

e sem horário

muitas

Samba tinha compcuitor

lhe agradasse

ho

para pr~

do samba e unificação

simplesmente

ainda houvesse

no

temporalmente

muito

apenas

que

festeira,

de exigências

cre~cm,de

hora fazendo

de apresentação

s~:'a na hora por um segundo

temporá-

e a ativação

Periquitos

funcionavam

se integrava

=-~resentareri1 , O próprio

contudo,

com larga margem

apriorísticas

=~les que se encerraram

e tamborins

alas; em Mangueira,

para inspiração

~.in to,

O desfile

elementar

as de papel

Os enredos

suscintos

atmosfera

em si um evento

Baianas~

=::--,feccionavam-seas fantasias ::ntrando-se

extremamente

a faixa de tempo necessâria

ao nível

havia

dessa época

os informantes

uma intensa

di~rios,

marcante

logo reentrarem

unanimemente

espraiava-se

e consumindo

um caráter

carnavalesco3

Recordam

::= sambas e batucadas

o

da Escola.

tanto no

definido.

pelo apagar Escolas

aguardando

Des

para

parte

O povo seguia

e esta atravessava

ouve

das luzes no pa-

a sua segunda .

T

se

improvi-

atr;s

as aglomerações

da


8.

(6 )zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYX

~~e~as por sua corda e suas cores •zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA - ::~jo relevante

caracterizando

-:'::"clência em que transcorriam e~~ de brigas,

turbulência,

..

a epoca era o clima de ex-

correrias

e indiscriminada

~ =~~a

de intolerância

num contexto

:~ '::"~~ransigenteproibição ==== ~m marglnal.

policial,

Ir ao Centro

:::.==~~ quase um ato de intrepidez =::.'::"3 dispostos

a enfrentar

.

costu de ou

policial.

e menosprezo

social,

sendo perseguido

no Carnaval,

a que somente

os riscos

agressão

o sambista

da cldade

quadro

e assassinatos;

-.::-:::. ~::.r"'ce, uma forte repressão subsistia

o

os Carnavais.

. .•. constltula

se arriscavam

de uma aventura

os

que poderia

-.:=r~~r-setemerária. A Escola

de Samba de Mangueira

:''::''sposta a "brigar,

e ser machucado,

Fundação

da Escola

A Escola

de Samba Estação

_.~,Morro ::e10

machucar

de Mangueira

evolutivo

foi fundada

de Samba Estação

Primeira

e ser presou •

Primeira

de Man&ueira

de Mangueira

no dia 28 de abril de 1928.

das Escolas

por gente assim:

de Samba, Mangueira

roi fundada

Conforme

surgiu

o mo-zyxwvuts

de um Bloco,

(6) É interessante contrastar as funções da corda e das cores. A corda era uma delimitação traçada em torno da Escola, separa~ do-a do meio ambiente. A corda, portanto, segregava a Escola por oposição aos lide fora". "Cortar a corda era a ofensa mai or que se podia fazer a uma Escola", porque a ameaçava de inde finição em face do mundo externo. "Uma vez cortaram a nossa corda e foi aquele bafafá, com a Polícia, o Exército, tudo atrás de nós". Participar da Escola era "entrar na corda", co mo não permitir a participação era "não deixar entrar na cor=da". A corda foi extinta na década de"SO, substituída pelo "cordão de isolamento" ao longo de toda a avenida de Desfile. Separavam-se agora não as Escolas de Samba entre si, mas as Escolas de Samba em conjunto, ou melhor o "Mundo do Samba",da assistência. As cores constituem um símbolo mais eficaz e são hoje o elemen to central no sistema simbólico da Escola. Coladas à pessoa do componente mesmo, sinalizam antes "9.uem pertence" ã Escola do IIquem não pertence", sendo reconheclvel em qualquer posição em que êste se encontre, independentemente do conjunto for mado.


9.zyxw

~elhor~

da fusão

dos diversos

Blocos

existentes

na localidade ,li

:'~::-=.dos pelo Bloco dos Arengueiros.

A versão

:::::::::la de Samba de Hangueira

por um fundador

IINós tínhamos

aí um bloco~

___ de Tia Tomásia, :::':5.

Nós éramos

~:s resolvemos

Mestre

;::"..:eiros. Este bloco

Candinho.

de sujo.

Esses

saíamos

o nosso bloco,

de qualquer organizar

Tanto que esse pessoal

machucar,

que tinha

da

é a seguinte: E tinha

os bloorganiza

maneira.Então,

o Bloco dos Arenera o que nao pre~

Sala no Carnaval

Saía para brigar,

da criação

eram os Blocos

era a turma da pior espécie,

que não valia nada.

~='3 para brigar. S:.

um bloco

desorganizados,

organizar

-==.va,a turma

narrada

oficial

não para brincar,

ser machucado~

aí, esses outros

ser pre

Blocos,

nao

=.ceitava a gente não: "são maus elementos!1I Batia muito bem tamborim, :;:OClasair na família, lo pelas meninas Então,

nos blocos

de família.

e nós não podíamos

resolvemos

lecido zé Espinelli, - "Vamos

batia muito bem pandeiro,

tinha

ze-

sair.

nos organizar.

o Pedro,

O pessoal

mas não

Eu falecido

diversos.

Marcelino,

fa-

Aí, nós nos reunimos:

fazer uma coisa séria?"

- "Vamos J 11 Começamos

a estudar

gar, não tínhamos ra na rua.

nada.

Enfim,

a Estação Dansava?

arranjamos

o primeiro

pessoas.

No outro ano, então,

Primeira,

mas era procurando

ano, mas pouca

Aquele

110

negócio

E saímos

já representando

da rua.

gente:

organizamos começou

lu-

Ensaiava?

ensaiar

não chegava

E

nela.

a trinta

em definitivo

local para ensaiar,

pes~~al

mo que nao prestávamos, -

Era no meio

mas não tínhamos

uma casa para a gente

Ensaiamos

todo respeito.

Primeira,

a Estação

coisa e tal,

a impor respeito.

com

Nós mes-

dizíamos:

agora tem que ser assim.i!

o outro

ano seguinte,

o Morro.

também

com pouca gente;

Fornos lá disputar

com o Estácio,

mas com

a

Favela. Então,

eles Vlram a organização,

para o vinho e foram-se bando

os bloquinhos.

chegando.

Depois

fez-se

o modo

Foram-se a junção

corno mudamos

chegando geral.

da água

e foram aca-


10.zyx

:~o ano seguinte, -

-:·...::.c

Hestre

para a Estação

- "Nós vamos

.i i

E

aquilo

com a FavelaJ" que está em jogo!"

foi indo, foi indo, e nós chegamos

.·~:~ele tempo t~~ha que botar um pouco :::-:~.::'..os o Harcelino,

~-=

foram praticanienzyxw

spu t ar- com o Estácio!"

a Mangueira

!lÊ

Tia Tomásia

Primeira:

- "Vamos disputar -

Cadinho,

de valente

tinha o H ariue L, Joaquim,

onde está hoje . não ~?

no meio,

para sair.

Estes

?ara impor respeito:

É direito!"

- I1Quer brincar?

E aí o negócio

foi indo."

As cores e o nome da Escola

"Eu nasci - nove anos,

na .:\uaFerreira

explicam-se

Viana,

fui para Laranjeira.

::--:) , com o nome de

11

Arrepiado" .

Tinha ~"'Ila fábrica Só morava

Eu frequentei

Catete.

Dali,

Em Laranjeiras~ Era verde

uma porção

a Escola

e sco La em cr-Lanç a , eu gostei

ali.

E

com a idade

existia

um Ran-

uma fábrica

de apartamento,

ali operário.

fun-

e ros a.

ali, pelo nome de Aliança,

-:ecido~ e ali onde fizeram - operário.

assim pelo mesmo

Tinha então,

escola,

era

de

Avenida

tinha tudo.

eu frequentando

aquela

do Ar-r-epado , que era verde e rosa.Heu í

~~i e minha irmã saía"'Il; meu pai tocava

Eu não cheguei .. ~ salr: no ano que eu la salr, meu avo~ - que era d o Ab acate (7)

=su avô morreu.

Mas eu gostava

Com onze anos,

-2

cores do Arrepiado. e eu sempre

Eu não sei -- mas eu via aquelas

do verde e rosa.

~esta brincadeira,

daquelas

eu vim para a Mangueira,

:~s cores na cabeça. ;:cstava demais

muito

cavaquinho.

fui ficando

Quando

fundou-se

::cres e aceitaram,

(7)

Um Rancho

a Escola

mais rapaz,

verde

famoso:

Estação

aos quinze

Primeira,

e rosa, e aceitaram

Flor do Abacate.

cores,

eu

eu cheg.lei aqui, me meti

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA casa, minha f~~ília mudou-se, eu fiquei sozinho

Qúando

com aque-

.•.

sal anos euzyxwvuts

no Morro.

eu escolhi

o nome do meu

estas samba


:":''C: se chamava ~~i=eirall. ~~~~çao

"Chega

de Demandan(S)e

E~ naquela

da Central

:: =..-:.c a , Porque

~poca,

não era porque

não, ~ porque

tinha antes

que dizia:

:'C:550alpensa que ~ porque

fossemos

era a primeira

Lauro Muller

"Somos

da Estação

da

estação

primeira que

e são Cristóvão.

era a estação

primeira,

tinha

Então

o

mas era a prlme~

~~ estação que tinha samba. Então ficou: verde-e-rosa e Escola :=..-:-~a Estação Primeira.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 11

Para dar Qma idéia do e~basamento

de Samba de Mangueira,

::::-.siderada um exemplo F. foi casado _~a, hoje morta,

narrada

por sua esposa,

de "carreira"

e enviuvou.

típica

Deste

e que pode ser

ou ideal:

casamento,

ficou-lhe

a v i.ve r- com uma mulher

passou

Era muito mais velha

tendo inclusive

o tempo em que

passado

~e~ deixar o Morro, ao ponto de várias pessoas pensarem :::c morrido.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA F. falou

com

a irmã

de V. que

.. irmã de V. era cas ada com um parceiro -::.uem namorar

=~ sua vida!!, porque ::::1tinuasseassim, :::otinuar lavando

ela queria

roupa,

falar

V. diz que F. bebia

Uma ocasião,

e a mulher

a um café-bar :..~chegando,

frequentado F. foi muito

também

de três a quatro

:2)lIChega de demanda, chega! Com este time temos que vencer. Somos da Estação Primeira. Salve o Morro de Mangueira!"

V. consen

e que se

ele a

um esforço,

ajuda o homem".

V.

com ele para ele to garrafas

de cacha-

Quase.

a~é o Centro

pelos radialistas festejado.

com ela .

Ela se dispôs

fizesse

firme e zangada

V. fez F. descer

namorar

na velhice

ficar com ele.

;a por dia e que agora não bebe mais,

que ele tives

de que ele "cuidasse

desde que ele tamb~m

ajuda a mulher

doze anos

de F. nos sambas.

um amparo

ela não poderia

=isse que sempre precisou =ar jeito.

queria

com ele, mas botou a condição

"~orque o homem

uma fi-

que foi sua "perdi

do que ele e foi durante

',':' va a com ela que F. mais bebia,

Um dia,

tran~

que lhe deuzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB uma neta que mora no Buraco Quente, na

:~~::1gueira. Viúvo, ;~ ::;I1 .

do Samba, quero

da L.i.ogr-afzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV i a de um dos principais fundadores da Es-

::.-'C:ver o resumo :::"a

social

de

da cidade para

e pela boemia

A. inclusive

lI"

da época.

ofereceu-lhe

uma


consulta

no seu próprio

médico

sentiu e ficou de aparecer

v.

popque

-

mais tarde;

ele era fechado

diz que F. era muito

111eles carros 110

oficiais

muito

doente

-

no entanto,

"nunca malS

deu

assim mesmo.

procurado

a- zyx Paravamzyxwvuts

por pOlíticos.

e perguntavam:

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ? I! n d e e•• que mora F ..

E todo mundo - I1Não sei.

respondia:

1I

Até que um dia, apareceu Posso

um Ilde

J:ü2.lS

e pensou:

't i.no "

Seu f. não deve nada ~ PolIcia,

--"Ora~ ele.

o aspecto

F. asum samba dezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF F . no seu próximo disco.

e pediu para incluir as caras"~

-- F. tinha

não tem nada contra

dizer onde ele mora".

E apontou

o barraco.

Era a deputada sião dirigiu-se

A.O. que ofereceu

à Deputada:

assim

- "Hadame , a senhora

ajuda

::-eprovadopor causa da cachaça

ajuda a senho r-a"

a gente que a gente

f. compareceu

Mas três vezes

V. na oca

a ele um emprego.

ao exame médico

que bebia

e três vezes foi

que fazia o copação

lidisp~

::-arllna hora. Um dia apareceu ~

i1

Onde mora?

Chegando

lá5

por lá o Dr . D.C.,

e a mesma

COJ_sa:

Onde mora'?11

v.

contou

que F.

tinha

um emprego

prometido

-_-=-zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB ., ...• 0.

deputada

A.O. mas que era sempre

~:r aquele motivo.

D.C. respondeu

~_~jico, não precisava ~ ara naquele - seguinte

mesmo

de exame

ao seu "s ecr-e t âr-í.o "

F. para coze s çar- a trabalhar

fazer um a. bar-r-aca

3.100, o aluguel

F. achava

ftpelo menos

era certo"

aquele

e dormiam

que um dia V. ficou

,'/ cheia

ar-r an j arem um va g aa papa

e neste

órgão oficial =-iI:lentícios o

falando

do barraco

para as despesas.

apareceu

da COFAP

conta, mas F. só vivia

lá para a barraca .: =-

então que não precisava

de nada e deu cartãozinho

dia "ernpr-e gar-"

então

tomar

Ganhava

no exame de saúde

no

o

Mandaram para F .

reprovado

11

(9)

~-

em f r-errt e a Grafi

em abandonar

era 2.500,

a barra

ainda sobravam

que nao valia nada, mas V. e foi aguentando

firme.

achava De noite,

em Clma dos sacos de feij~o de dormir

tomar

ali e insistiu

conta da barraca

dia a barraca

para fiscalização

foi assaltada:

e arroz,

com F. pa-

Um dia,

o

já estava

e abastecimento

este insta

de gêneros

a


13.zyxwv

~~=ahá -

quatro

meses

e nunca

tinha sido assaltada,

mas nesse

dia

-~ , liporque o vigia era de fora." F. nem se incomodou

":::..gla lá,

porque

Nas V. procurou

:.·..:2nte lide olho"

~~rio, onde

Um dia, acabaram '::::"0da Central

F. foi transferido

Has F. sempre

- ilFica bem F. não morar

Roquete

uma campanha

::-a:n e os funcionários

malS

querendo

a ocupar

graduados

o terreno

do Ministério

foi exclusi vam errt e de F. que "j

3~OWS

'.:;1

eletricista renomado

e gravaçoes

e entende

compositor

Morro ~ conhecido

Primeira

á foi pedreiro,

(ou Favela) o Morro

=..ada,abrangendo designativo

a

carpln-

de tudo um pouco!!.

de muito

sucesso

e numerosos

nasced0 .~o da Es-

de Mangueira.

dos Telégrafos,

dominante

outras

em contiguidade

favelas,

situada

Constitui mais

na VII

Região

uma área fave-

conhecidas

porém pe-

de Mangueira.

do Morro

visto

elevação

são Cristóvão.

dos Telégrafos

::::1staterem sido seus primeiros :.:: Paço Imperial,

é o topônimo popular pelo qual

de Mangueira

diversas

A ocupação

~erto,

p~

de Mangueira

.':'.:::'..c"!linistrativa, denominada

_=

se cotizaram

atualmente.

::la de Samba Estação

Morro

A

ali onde me

ao chão", mas

J~ é tempo de falar no Morro de Mangueira,

o

..zyx

a

retornar

Pinto ~ onde lamentou:

::-adoar a casa ao F. "Tudo foi dado, das telhas

F. é

para um Minis

pela volta de F. para Mangueira.

autorizou-lhe

~elro~ pintor,

~ Polrcia.

na Mangueira?11

?.:::gião Administrativa

=-.2.0 de obra

nada

ela

indo ::rorarna casa do pai de F. num Subúr-

lá para Clma.

houve

sido o Y., que

do Ministro.

V. foi até a Rádio

Enfim,

tinha

a sua filha no Buraco

sem denunciar

a COFAP foi extinta, contInuo

não era com ele:

que tinha

as mercadorias,

se tornou

::~ngueira.

saber e botou

até que descobriu

:~rigou a devolver Quando

o negócio

habitantes,

que a Quinta ao Morro

data de fins do século capatazes

da Boa Vista

dos Telégrafos.

XIX.

e cocheiros

localiza-se

ali


14.

(10) Explicam

Medina

e outros

r8ra primitivamente

repartido

além de outros menores, 2a terra :~:~grafos, .:~=

condicionou afirmam,

:==0

e que o sistema

o seu modo

tanto por iniciativa

~ =8 aluguel

~:~ma ordenada a:s limites

:::orridos ilegalmente. Pessoa

ligada

Assim,

se

produziu de um bar-

da taxa de ocupação

em consequência

do solo uma

também

Comentam

essas propriedades

em face da continu

dos terrenos,

do solo, visto que esta se subordinou

das propriedades.

·::'sôriasentre ~~ação,

de ocupação

umazyxw

de barracos

desde que a habitação

Obteve-se

dos

Morro

pela construção

dupla.mente do pagamento

e pos-

controlada,

dos proprietários

intrínseca,

do barraco.

o

de ocupação

por eJ.es autorizados.

~~a forma de seleção :-a::odependia

de propriedade

de ocupaçao.

teve um processo

de arrendatários

dos Telégra

entre três grandes )roprietários,

que esta se fez predominantemente

-~~~ aluguel

que o Morro

autores

que, apesar

constituem

dade fIsica

disto,

atualmente

da favela

as di-

mera

e dos

abs

avanços

)

a um arrendatário

local expôs-me

seguinte

a

~xplanação: "O primeiro :~bato.

proprietário

Isto pelos

:ue o meu padrinho Saião Lobato,

2

daqui foi Alberto

idos de 1900. foi o primeiro

que foi o português

que se iniciou

a favela

assim

Ainda

Negreiro

eu não era nascido.

proprietário

daqui,

Tomás Martins. diretamente.

Saião Por-

depois

de

Por motivo

dele

Aconteceu

o seguin-zyxwv

-:e:

CIO) Medina,

Carlos Alberto de, et allii 1972 - Um ponto de vista sobre a Favela de Mangueira. Rio de Janeiro, Instituto dos Arquitetos do Brasil e Banco Nacional de Habitação, edição mimeografada. Embora sendo apenas um documento preliminar, várias afirma ções que faço adiante tomam-no por base, por ser o único levantamento especificillnente sobre a favela de Mangueira e xistente.


15.

o

Saião Lobato, na época, por contingências, alugou ao

Tomás

".~~~ins,isto em 1900, eu não era nascido ainda, depois vim

para

~ =~mpanhia dele, esta área de Mangueira, do 774 ao 1082.

A

Man-

~~2ira está compreendida aí, esta é a Mangueira propriamente

dita,

~:~que o resto é Santo Antônio, é Faria, Pindura Saia: isto

nãozyx

:~= parte integrante da Mangueira que se comenta, que se decanta.E~ ~~ cheia de divisões que não fazem parte integrante da Mangueira ~~:J:?riamentefalada, decantada. Tem o Pindura Saia, tem o Santo An ~=~lO, que estão ligados, mas são independentes, na sua população, . (11) .. _ sua vi.da, et c . De forma que ele começou assim: Tomás Martins alugando do Alb~to Saião Lobato esta área com _ finalidade de localizar suas carroças, pastagem de seu gado, etc. ~;,uifoi-se constituindo a favela. Os primeiros barracos foram fei ~=s para os empregados de Tomás Martins na época, aí já pelos idos ~2 1904, uma coisa assim. E de forma que depois veio os familiares ~2stes empregados de Tomá~Martins residirem aqui na Mangueira. Ar, ~2u-se a exploração da favela pelo Tomás Martins, que este cara era =eU padrinho. Aí que acompanhei um bocado, neste tempo já tinhazyx .ms dezoito anos, residia com ele aqui. E de forma que o contrato que ele fez com Saião Lobato estava ccnddcí.onado ao seguinte: que no falecimento de uma das partes, ele :".1 Saião Lobato, tomaria conta das terras novamente. Mas isto nao ~conteceu tão cedo e neste tempo houve a demolição do Regimento de (11) Veloso cita: " ... Alguns de seus logradouros já foram cantados e decantados no nosso cancioneiro popular, como o Pindura Saia, já na quebrada do Tuiuti ... Cantados também Santo Antônio e Chalé, um pouco mais para baixo. A contagem regressiva é típica, pois o compositor Nélson Sargento costuma identificar a sua casa como a segunda para quem desce ...• Quase na planície está a Olaria, onde mora um dos sócios mais antigos da Estação Primeira, Chico Porrão ... Encostado à Olaria, está o Sossego, onde mora D. Neuma, filha do primeiro presidente da Mangueira ... Mas o !onto principal incoteste do Morro é o Buraco Quente. Outra teimosia das autoridades que insistem em lhe chamar de Travessa Saião Lobato .... Mas não são só esses os bairros formadores da Mangueira. Noutra boca, mais próxima da Estação de são Cristóvão, está a Candelária." Veloso, Nuno 1973 - Todo o tempo em que eu viver, Mangueira, in Cadernos de Jornalismo e Comunicação. Rio de Janeiro, editora J.B., Jan./ Fev./73 p. 30/31.


16. :avalaria soldados

que era aqui na Quinta e os familiares,

~o de Cavalaria

empregados

era muito

~ios ~ivis

também

~o quartel

demolido,

Aí começou

da Boa Vista.

grande,

de várias

sueI dos barracos.

civis também.

não só militares

funções,

Aí vieram

como funcioná-

~er

quartel,

a explorar,

começou

vindo os soldados,

ã construção

=~egando

o Comandante

a cobrar

Quando

foi pelos

Naquele

:~iginada

~o de Cavalaria ~ a turma,

era simplesmente populacionaldo

que era na Quinta

::;:~6ximo e mais propício,

~a~racos.

==~

conta e depois

para aten

e aqui foram iniciada,

era Morro

de

de Mangueira.

ManFoi

que servia da Regime~

da Boa Vista.

Foi demolido

lá,

veio para cá que era o local mais

existiu,

e não se achava

Na rescisão

Morro

pessoal

pela situação

Tomás Martins

_~ de sua exploração

foi tirada

já estava

não era favela;

não tendo onde morar,

Enquanto

E vieram

idos de 1910, a favela

tempo

como núcleo

oszy

a favela.

s5 naquele tempo, a denominação s·~eira.

aqul.

alu-

as famíliâs,

da época deu o material

dos seus barracos

e constituindo

Depois

era a Mangueira.

i.oriâr-Lo s civis do Regimento. A doação de material f unczyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

~~ próprio

os

Como o Regimen

qual foi o recurso?

o lugar mais próximo

o Tomás Martins

Ali residiam

do contrato

financeira

de cada um.

ele teve o Morro franqueada

sob contro-

a construção

é que o Alberto

de

Saião Lobato

to

eu não selo

Tomás Martins faleceu em 1917, foi quase o tempo da epidemia . d amen t e uns cemzyxwvutsrqpo baVlVlacos(.12 ~~?an h o 1 a. N es t.. a epoca, 't ln h a aproxlma í

o .

::..::

Morro

de Mangueira

levas habitacionais

r ; de Santo Antônio,

.

LL

cresceu

depois

Menciona-se

na década

pelo afluxo

um inc~ndio

de 20) que provocou

de sucessi-zyxwvu

ocorrido

no Mor

a t r-ans f er-êrr-

~2) Independente do papel atribuído pelo informante ao portugu~s Tomás Martins, a história do povoamento do Morro de Mangueira é basicamente esta. Há sempre refer~ncias às obras de de molição de casas de cômodos na remodelação da Quinta da Boa Vista, e não do Batalhão em si, e transfer~ncia dos seus habitantes para o Morro de Mangueira, com aproveitamento do ma terial de demolição. etc. Informa também uma Revista "Man-gueira", ano 1969, que o primeiro proprietário do Morro dos Telégrafos foi Francisco de Paula Negreiros Saião Lobato, Visconde de Niterói.


____-----===----------------------------------------~.J~~~----------------:~a de um contingente ~..;, o Morro recebeu e RJo de Janeiro. do meretrício -:a. de marginais

=.fase notória ~~=a policial

- ...•. . :-::.l.l.Cl.a.

populacional

numerosos

para a Ma~gueira,

migrantes

foi subitamente

e prostitutas

dispersos

em que o Horro passou e a se destacar

=.-::-.te "a favela de Mangueira

expressa

é

antigos

;~-:stígio, laços familiares,

~3)

Medina,

Carlos Alberto

esta foi

também

continuamente

na crô

procuradas

a chegada

que ali permanecem

posição

l~zyxwvu

pelazyxwv

que atua_1

de novos mo-

em meio ã heterogeneidade por razões de

na Escola de Samba, investimen o núcleo tradicional

mais recentes,

antes com sua própria

, .d d . '-. ='3atl.Vl a es comUnl.tarlas.

de vultosa

um caráter de consolidação;

mencionada

~:s feitos no local, e que constituem ::~es; e os comparativamente

do Mangue;

como lugar de pessoas

novos, nem

os moradores

acrescido

a figurar

~=.doresil.ldentificam dois tipos polares

::'fusa, p~eocupados

de Minas Gerais

. d o,(13) ava I'lam os autores Cl.ta

Vo 1tan do ao documento

:~ moradores:

dos Estados

de

Em torno de 40, quando se tentou fechar a zo

no Mangue,

~~o se vêem barracos

A partir

formando

subsistência

de mora-

uma orla

mais

do que com

(1 4 )

de

et allii

(op. cit.)

~-) Relacionam-se em geral três ordens de fatores como tendo contribuído para a fixação deste núcleo estável e afetado sua composição social: 19. As indústrias ao redor: existem no plano baixo do Morro de dez a doze estabelecimentos de médio e grande porte, compreendendo gráficas, fábricas de móveis, de cerâmica, labora. ,..... .. . . torlOS farmaceutl.cos, lndustrlas de comestl.VelS e outros que propiciam significativas oportunidades de emprego para os moradores locais.

..

..

29. A proximidade ao centro da cidade e facilidade de transportes, favorecendo a moradia de pessoas que exercem atividades terciárias no setor de comércio ou de serviços no centro da cidade e bairros mais próximos. 39. A patronagem pOlítica: entre as décadas de cinquenra e sessenta, no curso da política eleitoral populista, numerosos indivíduos lograram obter junto a políticos empregos públicos mediante troca de votos, tendo sido a Escola o intermediário principal do encaminhamento e contato nesses casos.


18. Finalmente, Mangueira

há uma questão

localidade

Morro nesta

será daqui por diante

dissertação.

;:~~~ usada pelos moradores

llFavela" designa em geral

unicamente

referida

A razão é ser exclusivamente do lugar, que encontrei

um aglomerado

construidas

IlMorro" ou "Fave

a ser esclarecida.

de casebres

ilegalmente

esta a cate

na Escola

de Sam~

de precárias

instala

sobre terrenos

de propriedade

11· · tizyxwvutsrqponmlkjihgfed . (15) .~zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON ~ercelros. A varlavel llegalldade de ocupaçao comum a todas as

:=

::::::elas, embora - ~a invasão

não seja dominante

de certas partes

na formação

da encosta.

de Mangueira,

Uma favela

se confir

também

resulta

- "várias modalidades de ocupação do terreno: compra, aluguel, inva_ (16) ::_, criação de solo edific~vel por ~erraplenagem,r e ar, de qual-zyx -

-

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA forma, se identificam

alguns

:;.....-.

.

::.

Em seu aspecto

- casebres

geral,

igualmente

uma favela

rústicos,

_::~~e.ssionandono seu conjunto :17)

Talvez

a idéia mais

:~~~ema de representação -

"~ 1 . - 11 :0 ulçao.

dos processos

Fe descreve

igualmente

pobres

social,

de favela

onde acha-se

analisando

em Hanguei

como um ajuntamento

com "um agrupamento

contundente

Schne i (18) nelder,

ocorrentes

e desconfortáveis", desordenado

se remeta

intimamente

o conceitú

e den-

ao próprio

associada

de fávela

à

em outro

::~~exto, conclui: Cf. Leeds, Anthony 1969 - The significant variables determining the character of squatter settlements, in A~erica Latina. RJ. Ano 12, n. 3 - ju1ho/set./1959.p.44. !TThe term squatter settlement ..• refers to a category of primor residential areas whose only uniform iden dially and pr-e Lí.mí.na'tIy tifying characteristics are their illegal and unordered origins 2y accretitive or organized invasion and, because of their origin, their continued juridically ambiguousstatus as settlementsoil Parisse, Lucien 1969 - Las favelas en Ia expansiôn urbana de Rio de Janeiro: ~studio geográfico, in Ameriea Latina (op, cit.) p. 7 8uimarães, Alberto Passos (~pud Lueien Parisse,op. cito P p.9) Schneider, Dorith Wolf 1974 - As Classes Esquecidas 5oeial). RJ o Museu Nacional,

(Tese de Mestrado ed. mim. p o 74,

em Antropologia


19. "Os vários

tipos de residência

:::.-=::-:.3. chamar uma "hierarquia

se ordenavam

no que se po-

, na qual cada tipo dezyxwvutsrqponm

de poluição"

é ligeiramente mais poluído do que o outro. Na reali :-.=-= i -raçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA :::'~~e> no topo da hierarquia, ií ':;::"8rtipo de habitação,

~-==3.de esgotos, :::'e maneira

~.: que contraria

É uma área

a ordem.

:::t:emosa equiparação

de

_3.,.

Ela pode mesmo

o

de um s í.s -' de ma-

sem um plano

"desorganizada",

perigosa. social

Assim,

- pobreza,

sexual, doença nnerrt a L, etc."

se l1angueira

ser uma favela

~t:ributos considerados

.... e area

ã patologia

é determinar

nao

a favela,

feitas

construídas

fisicamente

Portanto, favela

·;iolência, pr-omí.s cuí dade

A questão

às casas serem

e a serem geralmente

precária.

encontra

o que se deve a não dispor

de água corrente,

:::'e:"ra ou de barro -=

ou escala,~se

de favela,

:;:elosórgãos

oficiais

~8 Instituto

Brasileiro

sociológicas

e na perspectiva

porque

ou não uma fave

ali se encontramos

tanto que

da política

é

é assim classificada

e planejamento

de Geografia

habitacional,pe

e Estatística,

nas análises

das IIcamadas urbanizadas"

da socie

~ade global. No entanto,

esta categoria

2urso Mangueirense

como inaplicável

"Hoje em dia chamam Isso aqui era Morro Favela.

é abertamente

Tudo quanto

Favela

não.

:::'e favela.

era uma localidade,

tava-se

de morro:

era só aquela

Morro

::',0 morro

do Urubu

Reconheço

da Mangueira,

nao.

era ali mesmo,

era na

tempo

e coisa,

ali perto

era morro:

Não

tem

eles chama

da Central.Tra

110rro do Tuiuti ... Favela

que nós tínhamos

perto

da Central.

vou no Morro

Ho-

do Tuiuti,vou

11 •

que esta conduta

todos os moradores trei na Escola

Tem uns barracos

localidade

Je nao, mas naquele

mas antigamente

é morro, agora chama de favela.

=ais isso de morro Favela

no dis-

ao seu local de moradia:

tudo de favela,

da Mangueira.

recusada

do Morro.

e suponho

mesmo

verbal

Refiro-me

-

nao seja generalizada apenas

que representem

aos que

a

enconõ

um segmento

mais


zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

bem sucedido mente

na comunidade.

o uso da categoria

-me explicitamente

Contudo,

Morro

todas

20.

como conservaram

em relaçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON à Mangueira e corrigiram-

as vezes que utilizei

penso que esta alternativa

tem alguma

que fazem do local onde vivem.

preender

o que significa

Assim,

Morro na perspectiva

avaliar

em que medida

velado,

que ele obviru~ente deve conhecer A Escola

nem a Escola te trabalho ~ediadora

e o Morro

se reduz se verá

ao Morro,

justamente

entre vários

pares

~rurura/anti-estrutura/, No próximo

capítulo,

Primeira

de Mangueira.

?ercorrido.

e a sua relação

e

de fa-

mas

No decorrer

des

como uma agência

comunidade/sociedade,

es-

etc.

a cena atual

presentemente

~o espaço ~.rquitetônico, examinando JCUpOU a Escola

o estigma

relacionados;

analisada

em oposição:

Tentaremos

com

deste Mangueirense

nem este ã Escola.

tomaremos

~

e

por sua experiência.

intimamente

a Escola

Favela,

sobre a repre-

o relevante

a superar

real/imaginário,

Samba - a sede onde situa-se

;ão

o auxilia

acham-se

o designativo

coisa a dizer

sentação

a Escola

invariavel-

a Escola

uma leitura

- o Palácio

de Samba Estado social

antes as sucessivas

com o processo

do

evolutivo

através

sedes

que

por

ela


21. II - O PALÃCIO

Projeção da Estrutura

DO SA}1BA

Social no Espaço Físico e Arquitetõnico

ll é o nome' pelo qual é conhecida a sede nova i1Palácio do SambazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUT

- Es coLa de Samba EstaçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Pr-Lme í.r-a de Mangueira. Tendo sido lan:~:: como termo promocional, ~rédio propriamente

fixou-se mais tarde corno

onde funciona a Escola.

~a.ra denotar arquitetonicamente

::-..: -::: tulo : ::-.· /i tes,

5

encabeçando programaçoes

Hoje serve sobretu

o local e apenas nestas

::.::i:ânciasconstitui um termo substitutivo .:~-.gueirat1, aparecendo

designação

cir-

para a denominação

assim algumas vezes como um cognome, ou um certos documentos

semi-oficiais

mensais ou material

como avisos,

de propaganda

e divulg~

-

- =. ....

I

A expressao

"Palácio do Samba" é revestida

:~.-:e desenvolvida.

Outras sedes teve Mangueira

de uma mística bas antes desta, nenhu

=~:2.S quais entretanto parecendo ter merecido por parte de ~==:ciados esta denominação A "Sede Antiga" ::.~~ente denominado

especial.

encontra-se Travessa

~ hoje dita e registrada

ali perto, no Buraco Quente, ofi-

Saião Lobato, mais adentrada como "sede administrativall

r.um a

de fato na sede nova.

espécie de monumento

histórico

no

de

;_-=:'::-a, embora na prática todos os serviços de direção e - se processem

seus

Hor Man-

secreta

A Sede A~tiga transformoue o título meramente

hono-

~ - - - .que lhe atribuem de "sede administrativa" constitui uma for--zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJ --,

_.-

-

-

_.--

religação material

com o passado.

Homenageando-a,

afinal,h~

-::,-.::.~eia.ln-se a si mesmos, urna vez que sendo o "passado" um :-=':"~-:ivamente recente em Mangueira, --

::~ o

ainda participantes

tempo

muitos de seus antigos fundadozyxwvu

ativos ou testemunhas

-:::-~1sformações por que esta tem atravessado.

pessoais

das gra~


Tanto a sede "noval! como a "antiga" .,

-,-::,c.ualidade um elevado :~jamente diversos :õ~~

forma modelos

:: mesmo projeto

distintos

ou em níveis

de realização

social.

=:5 forjados

Elas exprimem

momentos

evolutiva

comum, Mangueira

para sustentação

de

do poder,

mar

emzyxwv

organização

em pontos

afasta-

do passado

e do

mesmo em relação

mas que por sua ideologia

indizyxwvutsr

e cristalizam

distintos Situadas

vivem duas gpocas diferentes,

~::'~uiçãointerna,

em sua

de ~~a só realidade' em mudança

::5 de uma trajetória :~esente

valor simbólico.

concentram-se

e através

conseguem

~ sua cons-

dos mecanis-

unitariamente

se

c c n c.í.Lí.ar-,

Foi a sede velha o centro de formação :õ~~va em Mangueira.

da ideologia

Em função de sua própria

=:jos característicos

de interação,

~~::'ncípiosorganizacionais

estruturação

ali se estabeleceram

que se tornaram

valores

.:~~gueira atual, pelo menos em termos de normas ::'gualitarismo, o primado

_=

reconhecimento

:õ:al. Mangueira

que se con-

axiomáticos

aparentemente

a outro sistema

:~~vés de seu sistema normativo, :~~a identidade

o

sua fundação

garantindo

sociais

direta e

;=.::-:ização, mas apenas em tese de certo modo, porque todos que nortearam

em

ideais, entre eles

do tipo de cooperação

atual obedece

seus

certos

da coesão sobre outros processos

prioritário

~~::'ncípiosfundamentais

e

pesde or-

aqueles

se prolongaram

continuidade

a

~ sua pró-

institucional.

deslocamento

.~~~gueira atravgs

físico da Escola

de Samba Estação

de suas várias sedes veio justamente

:~:cesso evolutivo

em sua estruturação

~:õsência como um envolvimento

simultaneamente

:~~a estrurura.

Em termos espaciais,

um

o qual se define

em

de maior complexidade

e relativamente

de

refletir

cada vez mais denso na sociedade

_~_, acompanhado

:~ uma sede simples

social,

Primeira

isto significou

glo-

.•

de suazyxwvutsrqponmlkjihgfedcb pr~ a passagem

isolada no Morro para

sedes


23.

cada vez mais setorizadas :-:angueirense, a explicação =~~anças ocorridas

e abertas

ao acesso público.

mais imediata

Para

e que melhor resume

foi ter a Escola êe deslocado

as

"para a beira

da

:=.:"çadazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA "par-a a nua!", onde se tornava mais fácil a ida de "moças li ~

:~ família, acompanhadas

de seus familiares,

:~~do notória modificação de influência __ qualquer

da frequência

que, interpretado

forma percebido

;.;':-ie de reformulações

seus amigos"

e carreando

como inédito no ambiente

:.·..:.§;ar, que até ia-se buscar

::=~à saída. -::;=:-.

um acontecimento

uma

a

ida

tão insólito

no

e levar "lã fora na calçada"

e comitiva para acompanhá-Ios

Foram tão festejados

e, ainda malS, se

da variação

ocasionais

chegada

tanto à

em relação

-

é verdade que

sasonal de prestígio

deste - que se precisam

da

Escola

formar

longas

:~_as à sua entrada e a espera às vezes se torna tão demorada ..• ... :: ao controle da passagem atraves de roletas e a aglomeraçao :~~~rada no interior __ se vêem forçados Isto acontece ~~:'alli, aproximando =-:"'-:.ente variáveis

da quadra,

devi con

que não são poucos os que desistem

a adiar sua ida para outra oportunidade. porque

a Escola

já ingressou

a seu modo proporções

de organização

na suallera empre-

diversas

ecircunstanci

"t r-add.c í.one L'' e "m oder-ne.'".

-==.agência social que durante a maior parte do ano se limita :~seQpenho de funções essencialmente

comunitárias,

:: :arnaval entretanto

numa concorrida

-::~:·J.los e diversões

que

a estas ocorrências.

~::e, todavia, são tão numerosos os frequentadores ~.. ~::.sempre, dependendo

aqueles

na época esses visitantes,

até hoje seus nomes relembrados

~ =as oscilações

e impôs

no MOrro~

ililustreslV que por lã apareciam

:~s~acavam bateria

foi

da conduta habitual.

"de fora" constituía

:-=.:--os visitantes

tra

com isso um ti

embora como contraditório,

No tempo em que a Escola era interiorizada - pessoas

••.

se transforma

suficientemente

vendáveis

Sendo ao

nas proximidades casa de espe-

do ponto de vista co


,...,.

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG ~ _ .. ---..,.,'",-

-

24. zyxwvu

=ercial para lhe terem assegurado ~~os aproximadamente

no curto espaço de apenas

o financiamento

de uma sede nas dimensões

?alâcio do Sarrilla e constituirem

por si só justificativa

~ara demonstrar

de um investimento

a lucratividade

cinco

-::--:) deste novo contexto é que as s ume relevância

do

bastante

desta ordem.Den

a função adminis-

-::-oa.tiva na Escola, porque é através dela que se promove a viabili:~de econômica

do empreendimento

-:~res financeiros~ 3~a consecução

organizacionais

e materiais

-- transformação;

•.

indispensáveis

no plano espacial,

ela representa

·::"da. de uma estrutura

a

desenvol

dados os meios mate

expressão

constitutivos

O setor administrativo

para a parte dianteira

da organização

definida e concatenada

::, como se através da forma arquitetônica -=3-:ruturasocial.

de~

cada coisa ali tomou seu lugar, socio-

falando, e os elementos

3::ial encontraram

uma retradução

uma forma arquitetônica

social também realizada:

~:"~is para sua objetivação,

::-5 e

dos fa-

final.

A sede nova constitui,

~:gicamente

e se procede à combinação

no espaço físi

se reificasse

a própria

ganhou realce, deslocancada

do prédio e, assim como esta,

-=. dos demais serviços ou segmentos vitais da organização adquiri~~. dependências

próprias,

__~~ distintivas

do espaço.

Contemplando-se

assumindo

a Sede Antiga,

=3~~ÇO ali se revela indiviso,

isso, em seu ato de construção

I

a Sede Antiga

constata-se

apenas levemente

=_ :utra das funções diferenciadas

'i

controle exclusivo

bem o oposto: assinaladas

dentro da agremiação.

o ~~a

Mais do

mesmo e em seu plano construt~

retrata um reflexo transformado

social e das formas de solidariedade ~ ~.:::~toque lhe deu origem.

sobre fra

do sistema de a

características

Um dado significativo

do agru-

foi, no trans-

=--=-3:de toda essa evolução, não se ter jamais cogitado de aliená


25.

-Ia, estivesse

ou não em uso seu prédio; pelo contrário,

construía o Palácio do Samba e em meio a maiores de recursos

financeiros,

ainda ali se efetuaram

de sorte que, no presente, de referência de estórias

2.1

quando se

disponibilidades alguns acréscimos,

a sede antiga se projeta

como um marco

do passado em torno do qual se tecem uma infinidade lIexemplaresll~l)

liSede Antiga"

Entre os epítetos que Mangueira

se atribui,

de I1Pioneira" e, neste qualificativo,

salienta-se

o

tem-se em vista uma alusão

implícitazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA à realização do Palácio do Samba e ao nível de organizaçao que ao longo de sua evolução se elaborou e atingiu. ~ema recorrente

no discurso Mangueirense

~em ter, várias de suas iniciativas ~rmãsn(2), ~e.

entre estas se destacando

é terem tido, ou julga-

copiadas pelas Escolas o empreendimento

Além de ter sido no passado a primeira

~ssegurar sede própria,

foi também Mangueira

~~ que se valeu de créditos contraídos vadas e contratou

Outro

empresa especializada

"co-

da última se

Escola de Samba a no presente

a primei-

em agências oficiais para construir

se

e pri-

o Paláciozyxwvutsr

.-""'S am ba.

A primeira :'~versos deste.

sede foi erguida dentro de um esquema totalmente Havendo

larga possibilidade

de extração de traba-

~~adores manuais na camada de formação da Escola de Samba, esta se

. ~Y' A verdade é que aquilo alí é um a relíquia. salão de honra com o nome do nosso primeiro rá, futuramente terão Inclusive,a Direção aquilo ali será o "Museu da Escola".

~) Como se referem às demais Escolas de Samba.

Devia ter lá um Presidente. Mas te sempre disse que


26. zyxwvu

:,ealizou através de uma espécie de mutirão. sspontânea

a mão de obra, mobilizada

:~e edificaram

sozinhos

Foi toda gratuita

entre os próprios

e

componentes,

a sede inteira.

Conta-se que em célebre visita feita pelo Prefeito Pedro

Er

r.e.s zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJ t o à Escola de Samba em 1936, o principal pedido que lhe teriam

~irigido os Mangueirenses i:,

uma Escola Primária

fora de que o Prefeito mandasse

ali no Morro e o resultado

~~contro foi, logo no dia seguinte, ~:-.::)rmes quantidades __ Escola Primária Tamanhas

de material Humberto

imediato

começarem

de obra e iniciar-se

a

a despejar construção

que se

também a Escola de Samba.

mostraram Levantava-se

no mesmo lugar da Sede Antiga, um prédio menor; e o

se acha no Buraco Quente surgiu por reforma e ampliação .-~ tão precário =--:::·...:...; .•

üões

:: r.dez

este núcleo inicial, que as principais

se realizavam

as ,

em casas dos associados

De qualquer

deste~

festas

e

ou em clubes das r-e

forma, "ter um lugar certo para ensaiar",

~.~ base local definida,

foi a primeira

preocupação .

-

.~~gueirenses logo ao fundarem sua agremJ.açao.

-',

deste

de Campos.

foram as sobras deste material,

;; ·...:.ficientes para remodelar ~.~eriormente,

ca~inhões

constru

dos

líderes

(3)

Cf .

Jliveira, R.C. 1974 - Processos de articulação étnica. de de Brasília. ed. ~im. p. 10/11.

Brasília. Universida-

"Es t e fato coincide com uma hipótese sugerida por R. C.O. quanao papel que desempenham as "sedes" de clubes sociais orga~izados por minorias étnicas como materialização de uma terri~orialidãde simbólica necessária ã persistência do grupo. Diz :)autor: i1Estou convencido que para os grupos étnicos persisti :--emcomo tais, torna-se indispensável um território, um "se ~tingil, que lhes assegure a atualização de formas de organiza= ~ão social "típicas a saber, consistentes com as particulari ~ades estruturais do grupo étnico e mais adiante, referindo= -se às sedes de associcações étnicas: "Eu diria aqui, seguindo ::.inhasconsiderações sobre a necessidade de um território ali :srçador de uma organização, que se trataria aqui de uma terrT -;:::)rialidade simbólica que, de certa maneira, prolongaria a vi= ~ 3. da etnia como um tipo parcialmente organizado -:0

li

,

ll

;

li


Finda a construção :~:Tavam alguns

-~3=0

habitual

Primária,

verificou-se

equipamentoszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA à Escola de Samba e acionou-se o mecade cooperação

como de esperado, a janela,

da Escola

alguém

na comunidade.

providenciando chegou mesmo

Os doadores

recursos

vários,

comparece-

um a porta,ou-

a tirar a pia de sua própria

casa

cedê-IazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA à Escola de Samba e esta se completou na forma como até se conserva. O prédio

(4)

desta Sede Antiga

::::-"~rastando em grandeza ::-~:.ioque proporcionou

recorta-se

com os casebres aos Mangueirenses

~:'~::.mento mais ordenado

do espaço.

::::-"=~rme o funcionamento

da Escola,

.=~=

fora nos dias de festa, ganhou ~~ serviço

: ~::.

".:::1

estabilizado.

singulamente

ao r-edor,

~::~sentavam

os ritmistas

para um

apr~

O I!barii~que antes se deslocava para dentro

durante

dependências

O corpo principal

um estrado da bateria

Foi este segundo

oportunidade

salão único de festas onde, num dos lados,

__:;:~:'ramente mais elevado,

do ambiente,

estreito

a semana

próprias

e se fixou

da Escola fixava-se

e alongado,

e os compositores.

e

compreen em plano onde

se

Sendo a ca-

"';ida de Pedro Ernesto foi num dia de são Sebastião. Com o ma~erial que sobrou da Escola, foi que construímos a sede na Saião :"':::bato: os tijolos e a ped~a. Só faltava portas e janelas e o ~elhado. Aí que houve aquele choradeira, coisa e tal, botaram o ~elhado. :~lmeiro, nós tinhamos aquela sede que o buffet era do lado de =:::ra. A primeira sede tinha +~lhado, só não tinha porta e jane:...~ do lado de fora. A geladeira era uma dessas antigas. De ma::-.:-.ã cedo, nós ancnf'am os a geladeira de cerveja, domingo ela fica ":~ do lado de fora, domingo nós guardávamos dentro da sede. Fi=:~~os muito tempo assim. :e?ois houve aquela enchente .... Então juntou Compadre Pedro, =~acílio, eu, pai de Nico, então nós fizemos uma Junta para bo~~r gente mais ativa .... A Ala dos Periquitos nesta época esta":~ cem por cento, e então o Chico também ajudou. Como é, vamos r e.r.ode Lar- a sede? Cada um entrou com cinco mil réis. Seu Manoel, :"..:.-:::: era o homem do dinheiro, nós botamos ele nas alturas, aí Cole ~:"3se: "Tá bem, vamos fazer a obra". Nesse interim, foi aí que -=-::-.~ra Angenor Hulatino, ele então, entra daqui, pede dali, arran ~ :"..:. as portas e janelas. Nós tínhamos três janelas de frente, ::= a modificação, ficaram quatro janelas de frente e uma de la:':. Aí já sabe: cada lli~ cooperou. O falecido Padrinho cooperou =_:"-:0, Antonio fez toda a instalação elétrica, Seu Manoel, aque :.._ :Jue era pedreiro. O Chico trouxe a pia da casa dele .... " -


28.

_ ~~~~sa e sem quaisquer

divisórias

fazia-se

pntre esta e a rua,

p e s soas circulavam diretamente dozyxwvu - : acesso entre ambas e aszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLK

:;'".18

-

-

-

se abria lá fora ao salão de festas que também se descor-

que o muro ~ontlnuamente do exterlor atraves das Janelas. -'- zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML -

.. -

. . , I I i.

circunda,

separando-a

_=.=. :;:~:vidênciaposterior

a toda volta das áreas adjacentes,

tomada ao tempo da construção

:: .: ::..='::a, porque toda a disposição

original,

do

foi

Palácio

ao· contrário,

sugeria

~.=. ~~~ensa e profunda integração na ciraunvizinhança. _..... Cerâmica

Esteve a Sede Antiga -

"

-::::

em uso até mil novecentos

, quando uma série de transformações

-: ~acional

chegam por vias indiretas

=::..='::a. Na esteira c , .;..{a

urna dimensão

de

::'~~:1ção, identificadas

tendências

movimento

de valorização

::::::,em-se as Escolas

~~:as tradições

lliil

que se acumulavam

da chamada

de Sambasubitamente

__~ e concepções

de lazer urbano,

forma-se

nas Escolas

:~~ômenos mais provocativos

que ocorreram

:..;pelo menos um dos mais conspícuos,

~~ia de Cerâmica ~:::,ias sediadas

por aque-

,

nos mopara

uma nova corrente Foi este um

em sua história

dos

recente,

de Imprensa,

numa expressão

que a este

corrente.

Pouco antes desta movimentação, ~:angueira promovendo

Orientada

de Samba.

ll

des

"das mais autên-

que os cronistas

:-:tularam como "invasão da classe média já se tornou

"eu Itura popular",

por uma reformulação

: :onsumo da arte produzida

~espeito

de massas que in-

de conservação

e favorecida

de

como objetos de inusitada

da música popular brasileiralT• políticas

no pla-

a afetar também as Escolas

de politização

como redutos

e cinquerita e

já vinha a Escola de Samba de

seus ensaios na quadra de basquetebol

Brasileira,

~~a das mais antigas e maiores

nas proximidades.

da Compa indús-


29.

o

que se alegava,

-::=-::-.=-::.~ excessivamente ~

ao nível local, era que a sede já se havia exígua para o volume de afluência

por isso, seria necessário

=__ ::;

:~: =::..is amplo que comportasse

_::..: ::-.tinuasserealizando

oszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW sam bas para um 10-

transferir

uma frequência

-::...:.: seu nível de desenvolvimento,

que atraíazyxwvutsrq

maior, mesmo porque,

"não se admitia mais que a Esco-

os ensaios na rua ", sem melhores

acomoda-

como há muito tempo vinha fazendo. Vista ná 15gica total do sistema, ::-~::-.::i::.., a rigor, relacionada :::.":"-:-.::" ocorrência

..•

concreta

~~ ~::.. Escola de Samba e na valorização O que a princípio

se afigurava

~=-~~~~ncia, ditada pelo crescimento ::.':'i::..ção de seus moradores _::..=-~

~_=- configuração :-:: ~~pliação

estrutural

;-.:i2 interna à Escola

da faixa de atuação soci-

social do sambista

como uma ampliação demogrifico

mais profunda,

e introduzindo,

social~ uma variável

qua!::.

de ordem qualitativa

e do sam-

numérica

de

do Morro ou pela ir

para outras áreas residenciais

depois como Qma alteração

pa

é, o incremento da aflu

de fato e uma mudança

virá traduzir na expansao

se

que se acumulavam

atrás de um dado primariamente

a 5tica local, isto

o que se antecipa

:_-=

às transformações

mais pr5xima:

~~-:-=-~lVO impressionando

já se achava esta transfe-

afetando

, se reve

inclusive

através do fator mesmo

até então desconhecida

de Samba: a impessoalidade

na experi-

no trato das rela

sociais. Ê

presumível

que não tivesse,

de início, este alargamento

=~~::ndido muito além do círculo habitacional

de frequentadores

=~::la, ou, pelo menos, não tivesse ultrapassado ~::ial das camadas tradicionalmente

associadas

de muito o

=-:-.;:ueira distinguirem-se

..

--

da nível

a esta modalidade

:.;=-::miação, porque é comum entre os frequentadores

se

mais antigos

de da

certas redes de relações muito particular

-:;"=~:-;:;C· · "-.,.,_~:-:.:,-:C-'---;-:-:~_----~._,,-~-.- .. -._-


30. -~~Le adensadas . ::-:-:::8

e desdobrar-se

(5) ~ ou círculos

:~~ nerworks -_=leares, ~=inhança,

o conjunto

interligados

centralizam-se

....

a sua forma visivelmente

-

.

~

:..::-. :idencia da r-egr-a de or-garu.z açao ==~rutural na constituição ~~~eles aglomerados

da Escola,

espontâneos

e organizados.

~~ Livesse realizado

através

(6)

público - - -

ou

de

devido

a

.

que, como

teve por resultado

..

.•..

pru.nca.pa,o

consolidar

e informais

em agrupamentos

delimi-

É possível,

que a expensao

inicial

e se conservado

dentro do balisamento

mais restrito

inter-pessoais.

À medida em que os meios de divulgação ~ela realidade

acentuada

E~

gruposzyxwv

ou

de parentesco

desses agrupamentos

algum tempo,

sistema de relações

por Alas

net-zyxwvu

demarcados.

em torno de certas figuras

em geral sobre o prlnclplo

e tiveram

:::-isso~ durante

mas definidamente

.

fundados

~~::s, estáveis

como uma cadeia. de

da Escola

novo e curioso

passaram

de Samba, provocaram de conhecer

a se interes~

a arregimentação

aquele tipo de espetáculo,

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB - , . :.:.desvinculado de suas normas e padrões valorativos - --- .. totalmente

--:~:i::ionais.

o corolário

da nova afluência

simultanea~ente, relevante - --- -~.

foi a comercialização

a fragmentação

e flutuação

porém foi que, ao convergir

do espetá

da assistência.

este público

estranho

---...•'zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA interior da Escola de Samba, expôs-se inevitavelmente

entre camadas ::...:::~::-.~e

5

sociais

nos limites mesmo

hierarquizadas

e restabeleceu-se

de suas fronteiras,

o con-

interzyxwv

as linhas diferenci-

..i ~chell,

Clyde ::..:: :: 3 - The concept and us e of social network, in Social ne tw or-k s urban situations. Manchester. Univ. of Hanchester. p. l/50 . .- Alas, como se verá no capítulo 111, constituem a unidade míni ._ de organização da Escola. são recrutadas basicamente dentro amigos, parentes, "conheci- ::írculos de relações primárias5 ~~3", destes, etc. A inclusão numa Ala depende de recomendação :.~ ::l membro já incorporado da Ala. Por seu gênero de organiza_=_, Lmplica na manutenção de contatos contínuos, diretos, pess~ ~':"3, etc.


;;4 7 T h zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO " " * # A & 4 · g 4 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJI

31.

ais de estratificação

vigentes

na sociedade

foi que, neste caso, ao contrário ~ava-se do domínio especial ~eas da sociedade

global.

do que se passava

do sambista,

A diferença "lá fora", tra-

ã-

isto é, de uma daquelas

ondezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA tendo em vista a predominância negra, ele 3

oode ser ideologicamente

visto como "superior!! e onde se lhe admite

"exce der-" em capacidades

e habilidades

tidas como "inatas" ou "pe cu

::"iares"ao seu grupo liracialH• A história

de Hangueira

~esposta a estas influências ~''':''''1do os parâmetros Procurou-se,

e numa tentativa

originais

de recalibrá-las

canalizar

a potencialidade

Depois, gerando-se

~=~rutura essencial

à

um círculo vicioso,

obtenção

sua vez dispêndios As sucessivas

daqueles

adicionais

mudaDças

desde o deslocamento

e cuçao

comer

capitalizou-se

rendimentos,

do pa-

como infra-

mas criando

próprios.

..

de sede que se verificaram

para a quadra

-: ?alácio do Samba, representam :-.S

se-

em favor dos gastos cada vez mais suntuários

=-=- a fixação de uma sede também cada vez mais grandiosa

::

numa

da Escola.

a princípio,

:~al do espetáculo =~3file.

nos últimos quinze anos consiste

neste perl~

da Cerâmica até a culminância

no fundo uma estratégia

do liestabelecimento", não se esgotando

adequada

ã

porém aí seu sig-

-:..::':::ado, porque assim como em l1angueira se conseguiu

conciliar

:: ~ presença

também ali se

de publicos

.~=:::"veua combinação -'--- comercial"

opostos

entre a exploração

e a sua vivência

A solução Hangueirense

~r ;.;

em posições

li

da casa como um "estabeleci

como IIclube social".

resumiu-se

__ :·":':-'ções ~ em que os "brancos __ ::=-~os

em muitos aspectos,

numa repartição

d í.f er-enc.i.a L

ou os "be.canas11 da Zona Sul se va.r-am

de grande visibilidade

:"nternamente considerado,

qua!!

enquanto

mas reduzido

poder deci-

o "pes soe L humilde

do Mor-


32. •.•.

e os"cr~oulos'

., (7)

conservaram

__ ~reas mais tradicionais

,

:~::~hecidas

dentro

d

suas pos~çoes

e indisputadas

b

de coman o so re su conforme

de liderança

da Escola.

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

o que facilitou

=~:::-_amento da Escola

esta

"solução!! foi a variação

e o carãter

cíclico

~~~, o qual na realidade,

~:::ximidades do Carnaval,

deixava

_-: ~~ização da Es cola e,

da presença

comparecendo 5

e gestão

de pressão

::-~~~enteentregues

a seus usuários

do "br-anco"

ao final do ano e

nas

dUl'al1tea maior parte do ano, a

cO lD a:~e<Q 1l.1lentelIl!llelD .1:e

::::::-,ação de grupos

sasonal no fun

~

a definição

de opiniões,

de seus interesses

contínuos

necessa-

na comunidade.

Ir

jl

A Quadra Antiga

,1

!

Após a Cerâmica,

foram a Quadra Antiga

~~;~intes na progressao A Quadra Antiga ~_~ corresponde

_ raz

atrás de

onde atualmente

Tendo sido construída

ainda assim, permaneceu s

i,

U Jn

episódio

típico

as etapas

do Samba.

não deve ser confundida

ao terreno

~~::;iodo Samba. :~ra a Escola

para o Palácio

e o Garnier

com a Sede Antiga:

se acha localizado

como um arranjo em uso durante

o Pa

provisório

vários

da poli tica eleitoral

anos.

em voga

década de 60 na Guanabara.

o

terreno

da Quadra Antiga

~~::-~anos idos de 1964. ~e Mangueira

se distribui

Como vimos no capítulo entre alguns grandes

-:2~ a maior parte das extensões

I

entrou para a posse da Escola anterior,

o Morro

proprietários

de terra ali situadas.

o

que de

terreno

uma -;) Trata··se aqui de c at.ego rd as nominais que guardam apenas relação indireta com os fenótipos menc í.onad os, Na Escola de Samba, o branco é o arrivista da Zona Sul, que é doutor, que zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA tem dinheiro, que só entra ocasionalmente no Desfile e que no samba tem IIpé duroll e lIpisa uva". O IIcrioulo" tem "ginga de malandro, é o que sabe fazer e dansar o samba, mas é pobre, analfabeto e mora no Norro. Isto como representação de conceito limite. li

de


33.

da Quadra Antiga go proprietário pendurada

correspondia

a uma dessas propriedades

é hoje figura benemérita

na sala de Diretoria,sem

quer contribuição

na Escola,

vernador

do Estado

sobrepondo-a

de acesso

de saudação,

achava-se

Aproveitando

ao Morro de Mangueira

tação da via principal

este concedesse

feito qual-

beneficientezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA à Escola.

ate aquela época.

em discurso

sem fotografia

que a rigor tivesse

O terreno hoje pel'tencente à Escola desocupado

e seu anti-

uma visita

do então Go-

para inaugurar

ao Morro,

dirigiu

parcialmente

o Presidente

ao Governador

a pavimenda Escola,

um apelo para que

à Escola de Samba uma quadra de ensaios própria, e

inclusive

à própria obra que se acaba de concluir:

ItAproveitei o L. ter vindo aquJ..J..naugurara travessa Lobato.

E bem quando

dele nao estava

estava

terminada

terminado,

naquela

Saião

eu disse a ele que a missão

localidade.

Ele ficou assim,

dis

se: - "Como?" Eu disse: - "O Senhor

, I,

para a sede.

está esquecido

Aquilo

daquilo

é o nosso teatro,

que está ali -- apontando

o nosso

cinema,

versao que nós temos.

E a Escola

gueira nao tem ensaio,

a gente paga vinte a trinta

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

dra do ensaio.

O senhor se puder,

Ele disse que tratando-se era um favor do Governo -"Está

de Samba Estação

Primeira

di

de Man

contos pela qu~

nos dá uma quadra."

da Estação

Primeira

e do samba, nao

e sim uma obrigação.

dada a quadra!"

Após este ato, os líderes Mangueirenses i a uma longa romaria

~e pudessem

a única

encontrar

:iares para reavivar

relembram

por todos os lugares ou cerimônias o Governador a promessa.

ter inicia-zyxw públicas

o~

do Estado ou algum dos seus auxi Houve

desacordos

..•

em torno da area


34. zyxwv

~ ~er cedida, o Governo

pressionando

:::::.. -:aseem um lote dentro na Rua Visconde

para que os Mangueirenseszyxwvutsrqp a-

r-r-o , estes ins istindo no atual terredo HozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

de Niter5i:

"E agora, para

conseguir?

__ .? Onde iam, eu ia atrás

Isto aqui era um brejo.

E oS.?

E

deles:

l" - "Viva C.L.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSR

Quando ia fechando, -

\1 0

senhor está me deixando

que ia me dar a quadra "'. =--'

eu chegava perto

estou conseguindo

dele:

mal com o pessoal.

e até hoje nós estamos

O senhor dis

lutando,

eu ainda

nada, eu estou ficando mal com e Les ",

Ele disse: _IiVOU falar com a professora. Aí, ela me amarrou, ~~=ira saber quantas ::~trar aquela

~~ quatro; marcava

me deu um castigo medonho.

e quantas

criatura.

li

horas

eu esperava

Ela marcava

às quatro,

O senhor

nao

por dia para

en-

comigo às três horas, chegava

nem la.

Até que um dia eu cheguei

::::rtodela e disse: - l1professora, a senhora - senhora que procurasse :::::-. ma situação.

está lembrada

dãr solução

que o Governador

a esse meu caso.

disse

Me deixando

i1

Ela disse: - "Ali no Urubu,

tem um lugar ali, voces podem fazer a quadra

Eu disse: - "Tem um outro lugar - IIAli nao, ali eu quero fazer uma garagem

do Governo.1i

Eu disse: "Mas Professora,

assim ninguém

vai assistir

o ensalO

E ali não, ali já ê um lugar ideal, n5s podemos - '= 'V " 1

lá den-

trabalhar,

fa-

ali a nossa quadra.H MaiS' uns três meses Aconteceram

outras

~=~DO em que se discutia

=.:.. apareceria

a título

e nada

l'

ambiguidades a concessao

de "interesse

em torno da questão:

ao

mesmo

da área, e que no decreto ofici público"

como de praxe, o Presi


35.

dente da Escola de Samba de Mangueira rlO que se tornara encarregado lio adicional

ouvia consternado

da matêria~

para por em condições

do Secretá

ao lhe solicitar

um auxí

de uso o terreno, que este

se

limitaria exclusivamentezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA à concessão do terreno em si, porque as obras para sua utilização les cachaceiros

poderiam muito bem ficar a cargo I?daque-

que não faltam por lá

- liMas professora,

i1 :

a senhora sabe que eu nao tenho condições

de fazer uma quadra, eu sou um feirante, pedi um terreno"

Tem que construir

Aí, ela chamou o delegado,

disse p'ra dar uma licença de nomas não dava quem trabalha~

tinha muita gente por lá o dia inteiro bebendo cacchaça

que podia trabalhar: - "Eu já lhe dei o material. dar mais nada.

Que que você quer? Não vou

ra construir

a atual sede.

onde se ganhou dinheiro pa-

E dinheiro suficiente

para comprar

O zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA C.L. desapropriou, mas não pagou. Quer

pagando a desapropriação,

éramos obrigados

Em 1965, enfim, os Mangueirenses dita "Antigai1

lhe

Até logo!"

Fizemos então uma quadra modesta terreno.

nao

a quadra."

venta dias, disse que ia dar material, se, por-que

eu pedi uma quadra,

com recursos

ta fora simplesmente por suas maiores

de Niterói, permitira

se instalavam

auferidos na passagem

um aproveitamento

cla que começava então a sensivelmente

na Quadra hoje

pela Cerâmica. R~

descoberta;

e sua boa localização,

A Quadra Antiga foi construida

dizer que ,não

a pagar o terreno.1I

uma quadra de basquetebol

dimensões

o

apenas

na Rua Visconde

mais intensivo

de frequên-

a se avolumar.

segundo o modelo

"original"

autênticas ": sempre descoberta para evi. das. Esc(;)la?':::ig~ Samba ditaszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV li

tar reverberação

do som da Bateria; o palanque

de

Bateria de um Ia


36.

-- e o dos compositores

do outro; ao fundo, um modesto

__ se atendiru~ aos serviços :=~pava a quase totalidade

= projetando-se ;~2sentando-se

rotineiros

de administração.

do terreno,

como elemento

tomando-lhe

dominante

como a primeira

ã

Quadra

li

~~êm se confunda,

se traduzia designando

Na Quadra Antiga, ~=--:lentol! sistemático, ;=-de ingressos.

inauguraram

identificada

Escola",

iniciando,

a princípio

dos acontecimentos,

1.SS0

Antes, na Cerâmica, consignadas

-:~cas no levantamento

todavia,

timidamente,

a cobranpelas

Uma avalia

indica ter sido esta uma

haviam-se

assinalado

por particulares

de reportagens,

da Escola vigorara

:'~~cia exclusiva

de pequenas

;=sição por associados

ou por empresas

até então praticamente

na depe!2

postos a dis-

mais abastados,

mas se

entre o tempo

antes de uma festa e o reembolso

.=-_2diato da despesa após o término

i-

desta.

as cobranças

adquiriram

de venda, e organizou-se

atingindo

sempre .•. o pro-

e indeterminada.

prazo, digamos,

de

jornalís-

mas estas colaborações

ou alas relativamente

de bebidas

bilhetes

casos precedentes

doações ou adiantamentos

=fetuavam via de regra a curtíssimo

Na Quadra Antiga,

por aquela onda de aber

em sua direção.

;:-:'0 "orçamento"

:'2contabilidade,

a "era do fatu

depois os "cop í.ar-am ",

:::2fizeram a título de "ajuda!! voluntária

~=primindo-se

quase todas as Escolas de maior porte simulta-

-:-.:.ra social que se acumulava

~-.:.sto para aquisição

..

a Escola

muito criticados

::-_2amente na medida em que se v i.r-amafetadas

~=Dortâncias

a pessoa aozyxwvutsr

como até hoje

os Hangueirenses

Dizem ter sido por

:'2cisão que adotaram

plano

lli~apela outra.

:::scolasco-irmãs "que, entretanto,

:~0histórica

à

quadra

o primeiro

cena com que se deparava

por "ir

A

on-

na introduçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZY ã Escola. A-

chegar, desenh ava+s e tão profundamente "ir

barracão

tanto à portaria

caráter regular, uma forma rudimentar

quanto ao bar.

Em vis-


37.zyxwv

-::a do volume

crescente

~a contingência ~plicação

de Caixa, sentiram-se

de instituir

de finanças

r.ado s a recorrer

~am então,

à

segundo

um sistema

os os Mangueirensea

mais eficaz

de controle

e foi por essa época que se mostraram

orientação~e

técnicos

no assunto,

seus métodos

habituais,

em cargos

e

incli

que absorve internos

de

indicando

não

Jiretoria.

o

ano de 1969 denominou-se

~er esta penetração justamento. ~o Desfile

Neste

Desfile

se realizado

sem certos

ano, Mangueira

esperava

de Carnaval,

~os carnavais

a primeira ~úncias

o

definições

ressentimentos" derrota

abalos

resultado

e crises

o bicampeonato

do julgamento

de Samba um divisor institucionais.

como obscurece

deixa a desnudo

de rea

obter o tricampeonato

de ter alcançado

para uma Escola

tro de suas próprias gela muitos

depois

de 1967 e 1968.

acarreta

"ano do fracasso",

muitas

uma avalanche

de um

de águas

den

"Uma vitória

con

críticas,

mas

de suspeitas,

de

e reprovaçoes.

Foi o que ocorreu

no ano de 1969.

Dizem ter sido

"providen

cialllzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLK a derrota neste ano porque lhes "abriu os olhosll para os "tremendos

roubos

Ia pessoas

em cargos

de decepção"

e rombos"

berto na rubrica

te,

grupal

muito

as contas, de "ajudas

ra invariavelmente gridade

de confiança,

e "deixaram

não se questionam

que estavam

lliil

que entretanto

a desejar."

ficando para

processo

praticando

contra

"deram uma gr~

Na euforia

incompreensível

enco-

fantasiasii;

mas a derrota

instau

de expiação

e expurgo

vez, o relevante

a observar

é que as imputações

de desonestidade

recaíram

cos do Estado

exatamente

e da União

tesoureiros-gerais.

da vitória,

o mais

e, desta

iltécnicos de foralí,

a Esco-

uns contabilistas

e que, na Escola,

a bem da inte

,sociologicamen -

todas

sobre

de renomados

exerciam

a função

os ban de


38.

Independente

da Escola

:=.~~r e nunca =_-=-,-e ano",

tinha

após o Carnaval,

entrado

tanto

"até a Bandeira

:=.~~ ver a escrita, ~~ tudo; recibos, ~

nada".

e veracidade

:_~~ro e a partir

não havia

escrita notas

daí os cargos

fiscais,

Além

=~~~cia imediata

do ocorrido

foi ter-se

Em 1971,já

ã construç~o

se haviam

Mangueira

=-::~toregular

e substantivo

__ um terreno

próprio.

__ de edificaç~o

do Palácio

~~!""'io se mostrasse =.~dquiri-lo,

da indenizaç~o

disposto

A construção

ano pela

:~~o

imobiliário,

passaram

necessárias

constante,

avalisado

efetuado

indicava,

aquele

anti-

por falta

de

Como o proprie

e os Mangueirenses

e o terreno

foi

com-

e seis mil cruzei

por uma firma e.§.

particular

pelo

à pro

de aprovar> o proce.§..

do Samba foi efetuada

o contrato

anos

um fatura-

ao que tudo

e oitenta

empresa·

conse-

do Samba.

na época,

soma de cento

o

a ser distri-

por mais dois

correspondente.

as negociações,

por uma

para

e bem mais restritiva

se tratou

se havia

a vendê-Io

do Palácio

~-=cializada e financiada

dispor,

quando

jamais

encaminharam-se

::-~do neste mesmo

n~o mostra-

do Samba é que se verificou

de desapropriaç~o

~::.g.::.mento pelo Estado

:-:3.

e supunha

Somente

como na-

de alerta

as condições

com um público

se

dado sumiço

os homens

retardado

do Palácio

consolidado

contava

para

dessa r-etr-aç âc , a segunda

"de fora",

para

Escola

tinha~

serviu

e parcimônia

- -:::-,te às pessoas

~_ decreto

naque-

e que ao lhes pedirem

nenhuma,

de Diretoria

prudência

dinheiro

naquela

devendo"

ê que esta advertência

~_::dos com muito maior

_ ~~pitalizaç~o

n~o havia

dinheiro

ficaram

documentos,

O fato

=-=;ão deste:

contidas

ê que "quando os credores foram coo que se relatazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE

acusações, ~=-=.!""' à porta

do grau de exatid~o

Banco

de

Nacional

.A

crede


39. -- b.iltaçao. - (8) ~a

E enquanto

>:angueira manteve-se

se vagava

o terreno

uma temporada

para execuçao

d as oras, bzyxwvut

em cena no Sport Club Garnier,

de

~97l a 1972.

2.4

O Garnier

o

Sport

~.ocha, uma estação =0 Brasil,

l

~ermite ~~ba

é

Club Garnier

do Centro

um funcionamento

em razão

." . ~as caracterlstlcas, =e Mangueira

para

permanente,

- ou do que se passava

~s interrupções

- o principal

~ha para este período O Garnier

dista

sede de Mangueira;

de substituição na realidade mais

do Palácio

Antiga

interpreta

há mais

de uma hora

o Mangueirense

reafirmará

ir a pé" como

)

"proximidade de sua esco-

provisória.

~::;calização do Garnier,

. ::- \ E há outros episódios

como

na determinação

social.

:'J.eserá"melhor

Mais do que es-

ter sido a sua proximidade

de proximidade

informando

dozyxwvuts

- onde sao frequentes

do que uma proximidade

:õua vizinhança,

Central

ao contrário

parece

argumento

do

Por ser coberto,

~este caso de uma forma

\,

de Ferro

da chuva ou do mau tempo.

entretanto,

no bairro

o Suburbio.

na Quadra

- ou o que o Mangueirense

:e Mangueira"

situado

de Hangue i.r-a na Estrada

depois

no sentido

um clube social

fieica, Perguntado

vai".

trata-se sobre

convictamente

que IIfica ali pertinho" Htodo mundo

de caminhada

a a

e recomendando

Em sua representa-

relacionados ã criação do Palácio do Samba. Relata-se, por exemplo, como prova do grande prestígio social e pOl!tico da Escola de Samba, que qUru~do se procurou levantar o Projeto de Alinhamento da área na Secretaria de Obras do Estado, para dar início à elaboração do Projeto, verificou-se que o traçado do Viaduto de Mangueira passava justo dentro do terreno da Escola e que ali onde hoje se encontra a quadra, estava prevista a construção de uma praça publica. Depois de muita movimentação junto ao Secretário de Obras do Estado, os Mangueirenses conseguiram por três vezes fazer reformular o projeto do viaduto de forma a poupar a Escola.


40. ;~o, a identidade ~le mesmo

do Garnier

lhe confere

:~des sociais.

na proporção

Tendo-o

~~Oq dessa experiência ~xtensão

da própria

::nta própria

~idade

é

do Palácio

na medida

~~ar-se por pÚblicos ~~s contrastantes

na escolha enquanto

por quase

o Garnier

o hábito

na urbanização mesmo

::ntrário,

constantemente

tende

consistente

: Palácio

do Samba,

_ ?rópria

vetaram-se

~ organiza

a percebê-Io

opostos,

da cidade

à

de

como en

~ definição durante

a

a sistemática

de Samba buscam repartindo-se

e reproduzindo social,

origens.

infil

por

zo-

no

plano

Mangueira,

ao

procura. de um enraizamento

cada

Desde que se

criou

aszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML festividades particulares de Alas

colher "fora da Escolalizyxwvutsrqponmlkj a fim de

promoções

o sentido

de Carnaval.

conjuntas

fora de sua sede.

é que se veirifica

que ilumina

Escolas

das fantasias

incentiva

pic nics

por

. dzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO aa,n a assim estas detiveram o direito

anual

financiamento

Escola

outras

em suas pr6prias

de uma promoção

~·..:.ndos para

uma

seu ciclo

de reduz!-lq

do Garnier

de seu divisionismo

a. rrtoru . or- d a sede (9) ,mas

- dispor

dois

como

existe

em que se distancia

diametralmente

~~sico o espelho

~~{das

de suas ativi-

a pensá-Io

reaprende

que

do Samba".

_~ açao mangueirense:

.J

a tendência

que o Mangueirense

Há ~~a lógica

••

em que participou

No entanto,

controlando

a realidade

de "clube em que t1angueira fazia seus ensaios

::nstrução

·:ezmais

ultrapassar

como casa própria

adveio-Ihe

Mangueira.

independente,

:~rivada

utilizado

e, apenas

::?articipação,

nao parece

A par disso,

em outras

Na direção

agremiações

que tomam

estas

em que se tece a rede mais

~~eita de inter

conexoes

mangueirenses:

~~ de promoçoes

oficiais

ou de contratos

es

é raro, a menos que se tracomerciais,

que a Escola

:3) Anteriormente, as fantasias eram custeadas pelos lucros obtidos numa festividade anual (festa da Ala) que cada Ala tinha o direi to de promover por conta própria na quadra da Escola.


4 1 . zyx

~omo zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA tal ultrapasse da Zona Norte da cidade para

pontos

~ados da Zona Sul e, mesmo

o episódio

~raz algum

quando

isto acontece,

torno

de seu próprio

~os e modestos

clubes

sofisti em

si

quantozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB ã composição e orientação dos gru-

esclarecimento

:;:.os que o praticaTfl. As preferências S~

malS

círculo

locais

de Mangueira

de inlfuências,

gravitam

variando

regrazyxw

em

dos peque-

a outros semelhantes. em subúrbios

afas-

~ados. Para o Mangueirense, =arçável

conotação

vendo agremiações ~ssim, atrás =onseguido

menores

clubesinhos

;:ao de familiaridade

::::"ub6! já tinha

do tipo

quando

futebol

A construção

líderes

embora

falar

curtas

mas ainda

coisa que Mangueira

as festividades

acrescenta,

de calças

dá entrada

domínio

A codificação

:3

Se

de estar promo-

de Ala é

uma visível no intuito

do Clube D. desde

lá.

Pensei

tem le-

conota

de críti o tempo

até que esse

acabado."

épica em pleno

elaborado

"a única

de proibir

de uma indis-

seu prestígio,

pe r-d.i.do's por aí", trai-se

Em 1972~ Mangueira.

~J

ele tem consciência

de que "eu não ouvia

que eu jogava

se temperam

ao lhes emprestar

de uma acusação

=3., a observação

excursoes

de patronagem:

com essa política

van t ar- esses

S~

estas

da ordenação

social

do espaço

do Palácio

==nsciência

de todas

~egralmente

os elementos

:-.~.m.ento de bares

e depósitos

~sntos musicais,

dependências

o plano

tendo-lhes

do programa,

até local apropriado desejáveis,

mediante

os autores

adiante

as suas necessidades, constitutivos

é uma entra-

do Samba

foi executada

Revelam

que conduziam

do Samba;

do espaço.

no Palácio

do Samba

por três arquitetos.

Mangueirenses

no Plácio

proje-zyxw

do proj eto <t1J.~. tinham

clara

comunicado desde

i!:

o dimensio

à guar-da de instru

etc: e que,

como profissio


42.zyxwv

coubera-lhes tão somente "equa cí cná+Los numa r.a i s ,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA -:·:::onicamenteviável O prédio

..=.isdo que um Palácio, -õ:3-:ruturas em concreto

aparente,

recortado

vizinhos

- encosta

a uma fortaleza

grossos

em anfiteatro

Tudo é verde

muros

e solidez . do Samba:

de arrimo

salientes,

e rosa em torno, mais

da Escola

comumente

-::=. integração,

por ali que

o

mais

o numero

liaEscola

=.~arição insólita, ~=.sse o limiar

relembra

o Morrou,

escora

instante

aos trajes

ou

restos

de fantasias na Escola,

~2ilsação contraditória

que

em latência,

:: Morro,

de homens

ocupados

à vol-

decoranpendur~

de baianas

pelos móveis,

almofa-

usam

e bordados,

como roupa

fora as pró-

e bijuteria.

do Carnaval,

largueza,

da Escola". na limpeza,

impõe

uma

ordem e asseio. para

de fora, de tal forma que "nem a Escola

-::3~enteturmas

Tudo

a

e estandartes

é o substrato

a visão

mas pronto

alegorias

de luminosidade,

nem este perde

re-

com sua

em suas casas,

é feita de amplos espaços abertos, projetados

a ser vista

es-

que assina-

do cotidiano.

de brocados

que muitos

deslocada

bem

de fanta-

civis e recordando,

que guardam

e flores

pelas

em remanescentes

extraordinário a normalidade

dramatizando

que transitam

de Cinzas

de Desfile,

coloridos,

Penetrar

vestidas

pessoas

cestas

é observar-se,

de pessoas

uma quarta-feira

adereços

paredes,

:~ias peças

misturados

o Carnaval:

-- o interior,

:=.sem lamês

comuns,

de um mundo

:- cmpe r' a qualquer

curioso

incrível

nos dias mais

3:'as verde-e-rosa

::s pelas

aos

ao longe espalhado

é lia sala de visitas do Morro", idéias que correspondem

::~dezas,

as

à base do Morro, que o cir-

ou tr-c s pontos

e daí para

~ imagem que evoca.

~~a

de imponência

do Morro.

Dizem - ...•. ~ ela

pela sugestão

assemelha-se

:~~da em semi-círculo. : ar-r-acos

ar-qua+

11 •

impressiona

-:::doo conjunto

linguagem

dali se

perde

Encontram-se sobretudo

ver

a visão frequennas manhãs


PAVIMENTOSUPERIOR ~~~ li. - Galeria

B C D E F

_ _ _

Boate Serviço Administração Sanitários Palanque Bateria

G - Palanque Compositores H - Vista da Quadra

Â

It

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

D

- -

-

--_.-

--

-_.-

'--1

I

PAVIMENTO T~

A _ Bilheterias B C D E F

r--

_

Entrada Sarda Área Coberta (Bar) Controle Som DepÓsito Bateria

G - Bar H _ Serviço zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA .Y _ I _ Quadra J - Sanitários

I

I I

D "

I

I

I I

I,

I

I

I

_~G =-=:=-:'--I

1 ----

C[1<t-

- - - -- --I -----zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSR

D

I


43, 3sguintes

às noitadas

:2simpedir

de samba,

rapidamente

~2, observa-se, ~2S setores

a quadra

objetivados

da Escola~

3~a estrutura

por crianças

Principalmen-

para o seu futebol.

no espaço

reproduzindo

arquitetBnico,

simetricamente

que procuram

os diferen-

os segmentos

de

organizacional.

No Palácio

do Samba operou~se

2squema de relações :ra Antiga,

ajudados

a um remanejamento

entre os elementos

resultando

na formac~o

construtivos

de um plano

completo

vistos

estrutural

do

na Quainteira-

:-:-.2nte diverso. A Escola

ergue-se

:ilatro a Clnco metros ~ombasse

em relaç~o

em barrancada

~ra uma muralha

sobre um platB)

a uma altura

ao nIvel da rua.

sobre a calçada,

vertical

elevado

levantada

Como o

escorou-se

no alinhamento

~a a parte

consistiu

dianteira

-edificaç~o.

do terreno,

Esta é traçada

ie, tomando-lhe

por inteiro

A entrada

na quadra

de uma escadarias

desta,

Estende-se,

te descoberta

e ocupando

A

esquerda

~erto, cão

do bar.

o palanque

A meio

tal do conjunt~

o tua-se

se dá através

pada

de horizontalida-zyxwv

abrem-se

da superfície

encontra-se

do terreno,

e, nos fundos,

do terr~

semi-desco

o primeiro

situado, a unidade

sob

inteirame~

total

um terraço

lateralmente

ao fim

em pátio

a quadra,

sobre a rua e onde tem início

superior

principal

do corpo principal,

a muralha,

três quartos

o palanque

pavimento

sentido

daí para os fundos,

dos Compositores

inova-zyx

a testada.

e para a frente,

que se debruça

A grande

em corpo

con

e aplain~

o setor administra"tivo

erigindo-o

em acentuado

que, cortando

seu pilotis,

~o.

em ter trazido

terreno

a ribanceira

~o-se daí para tr~s o solo em toda a sua extensao.

- do Projeto ~ao

de

balzyxw

encontra-se mais monumen-

da Bateria. subdivide~se

o setor administrativo,

em duas alas:zyxwvutsrqponmlkjihgfedcb à direita,si

com os guichês

de tesouraria,

as sa


44. -~= de expediente, = ~ ~·..:.erda passando

:: -:::-:-. defronte

--

::.

,

a sala de reuniões

por uma larga galeria

ao setor

dois balcões

administrativo,

destinados

Toda esta construção :~~ias de valoração

aberta,

acham-se

a "autoridades apresenta

o segundo

:::-.?arado aos antigos

"terreiros

~~-::"dae que "levantam visível,

do prédio

- série de indicações Como em certos

. = ·":'DJIler", ao contrário

..

enquanto

.

~~~vidas

-:~~es e QS pratos

de modo

importantes,

que

em chão de terra

e, portanto,

um

ln

um avanço

apropriada.

E

vêe~-se

mesas

cerveja,

propriamente

encaminhados

de

que se apresen-

mobiliário

também

certas mesas

- e apenas

sao

servi

ali costuma

Convidados

para o pavimento

com

mas os jan-

são exclusivamente

em que o atendimento

mais rápido.

em plásti

se encontram

acompanhamentos,

de cardápio

carac

de cerveja,

- cadeira

as bebidas

difere

e cadeiras

nacional

adquirido

de fôrmica

e alguns

concordam

ser muito

o

a caráter,

na quadra,

companhia

Na quadra,

na boate presta-se

aí se vestem

dos que funcionam de camisa.

de uma sala reservada

também

os garçons

sólidas.

geral

=~:; invariavelmente

que dispõem

é expressamente

::5 lá em cima e todos

social",

ele representa

de uma conduta

por determinadà

:~::ilidade, sobretudo

:~7~ém

mais

e pês cromados,

refeições

um tratamen

a este respeito.

na quadra

o mObiliário

injetado

ao se dansar,

em termos

em mangas

-:~~lstlcas, cedidas boate,

poeira"

mais qualificado:

:: debaixo:

diferen

que lhe são consagrados.

de samba , feitos

11

restaurantes

ou ocasiões

-:~~ simplesmente

a qua-

11.

recebe

1.1.;"1a âT'ea de "distinção

um acÚffiulode construção

deve ser sinalizado

- serviço

para

e convidados

::lanifestatanto no uso quan to na etiqueta

__ pessoas

voltados

áreas qualitativamente

pavimento

:;;rivilegiado. Ele compreende

~=ti~ento

à boate.

chega-se

social.

Notoriamente,

=

do Presidente;zyxwvutsrq àzyxwvu

e o gabinete

superior

ilustres e o grau


45. =~is alto de deferência

se demonstra

em colocá-los

::es em frente ao setor administrativo, ~:"'::;'~ente a evidência

mais inequívoca

justo nos

o qual simboliza

de quanto

"Mangueira

bal-

consensu-

cresceuzyxwvuts

_ .: .•..,,(9) zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ___ i..O •

Têm os dirigentes,

:~~ência, ali se encontrando ::= seu familiares, ~~~dra.

Visitante

no andar de cima, seu sítio de pre-

frequentemente

quando não se faz necessário menos habituais

~~ em cima, produzindo-se

assim, inconscientemente,

a quadra se encontra

:::~a do local de permanência :::~ada por fatores

relativamente

uma forma de perceptível vazia e a

es-

e menos condi

é que a vis~o e a participaç~o

aí se dispõe de maior

:~ ;erto e contactar

quando

-

(10)

se mantém

incessantemente, Apesar

cantores,

como tambémzyxwv

..-

d sso esse' padrao í

com toda regularidade,

:::~... :::entena força de seu conteúdo

de

e se pode apreciar

com os compositores.

que o percorrem

as evo Luçoe s ná quadra.

no espetá

se está no andar

amplitude

a todo instante

-:=istas e passistas

~~::~ção de pessoas

a alojar-se

se faz mais espontânea

se fazem mais claras e intensivas

r;

social,

na

de espaço.

O mais interessante

::;':XO, porque

sua presença

tendem usualmente

::~vagem nas linhas de cor e estratificaç~o ;::~etudo quando

em mesas reservadas

escorada

de exclu

social.

Numa festa de são João realizada

em 1973, observei

a

mesma

~ a primeira parte que cost~~am mostrar aos visitantes, sobre-.::..:do a "sala dos troféus", que é a sala de reuniões da Direto~la. Neste sentido, pode-se dizer que a entrada na nova Man~·.leirase dá"'sob a égide li da administração, uma vez que as esca :~rias passam sob este setor.


46. :~stribuição

de posições,

::-.:::strar-se inteiramente :~s, lanternas = mesmo

~~ a Semana

de neste

impedido

e dosséis

ocorreu

apesar

de cima pela profusão

de bambu

:~a, tornava-se

de um teatro

junto ao palanque

praticamente

Coerentemente,

as reuniões

~·.:.eira e se efetuam

periódicas

de Ala&"

dentro

de um grande

ri tualismo

:"':-.i ciei a pesquis a, várias

z ~~xo", no terraço,

- levadas

pela

por alegações

convocavam

configuração

em

que

suas reuniões

se polarizaram

factualmente

do andar

são

do progresso

Até a época

todas no fundo pela mesma

de chão aí corresponde

os próprios

~:-;as regras

papéis

"emzyxwvutsrq

para o an

.•

e

distintas, carga

de valora-

de cima.

:~z e flexibilidade :=~2.S informando

a um domínio

rigidamente

variações

apresentado

no espaço

instranpassável

que lhes cabe assinalar mantidas

como quem não pertence

Encontram-se

::-~~ura social

sociais

de exclusão

::e.rar quem pertence

sensíveis

tanto

a um determinado

por cada seção,

projeções

e diferenci-

servem

quanto

c~

a deagru-

ao grau de rigi-

uma vez que

de sua própria

pOSlçao

estão na

es

da Escola.

Destacam-se,

fundemerrte Imerrte , +r-es' c er.as ~istintas

e que, ao.n

social,

estrutu

_: da organização :2.~S

ainda

burocrático

ã quadra é penetrar no domínio das áreas segregadas.

Descer

:~.ento.

Alas

mas progressivamente

':~~dade - mas atraídas

::.=

que sao igual

equivalente

=.~~erial da Escolffie zona de ação cerimonial.

:~:a pedaço

e que, pela distân

de cima.

:-~2.lizadasno andar de tlcimal!como símbolo

:~~ comunicada

duran

comozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA UIIl sinal do progresso organizacional da Man-

=.ente encaradas

=~~!lde cima"

sobre ela.zyxwvutsrqponmlk

sacro encenado

da Bateria,

indiscernível

da quadra

de bandeiro

que se entrecruzavam

na representação

Santa

dia o panorama

na constituição

refletem

da Escola.

~:-:?riamente, o palanque

justamente

são estas:

dos Compositores

os pilares

a quadra

de ensaios

e o palanque

da Bateria.


47. zyxwvu

Dos três, apresenta-se a quadra como o elemento mais maleâ';eldo sistema.

Ela constitui o Locus do corpo numericamente mais

s~gnificativo dentro da Escola, pois enquanto a ala dos Compssito-

:-sscompoe-se dezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE ( 51 ) membros e a de Bateria, de trezentos ins~~umentistas, as Alas restantes, incluindo todos os demais compone~ ~es da Escola, aí compreendidos as pastoras e passistas que formam _ massa do Desfile, oscilam entre dois mil a três mil participantes

_ sao estes por definiç~ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQP 0$ usu;rias da quadra. A quadra represe~ ~~ um sistema mais aberto, ela constitui o paIo por onde cresce

a

~scola, sendo inclusive sua flexibilidade levada até o plano de sua ~:~fologia física.

o -

palanque dos Compositores e opalanque

da Bateria situam-se

pisos acentuadamente mais elevados que o da quadra.

~~os

a

se dá através de escadas privativas guarnecidas de portões de

:~~ra fechados

-

O acesso

ã chave, tornando assim extremamente fácil a fiscali

:~~~o da passagem para essas partes. Mais do que esses obstáculos, porém, contribui decisivamente _ :eterminar a fechamento seletivo desses palanques o próprio espí:-~~:de monopólio corparativo desenvolvido pelos membros de suas A ~~3

correspondentes.

Nenhum compositor exceto os de Mangueira po-

:~-se apresentar no palanque dos Compositores, assim como nenhuma ::=~osiç~o, exceto as de sua própria autoria sem parceria com com;:s~~ores de fora, ser executada ali.

Nas reuni5es da'Ala de Bate

. ~:~, repetl. das vezes OUVl. Componentes (11). obJetarem a permanencla

:~=:rada de visitantes sobre o palanque. Tanto a Ala de Bateria, como a dos Compositores sao denomi"alas técnicas" na Escola, envolvendo critérios pré-estabel~

Componente: integrante da Escola.


48.

c:idas de seleção ~D

cada qual,

e admissão

um código

disciplinar

~ertencimento' ao grupo,

xemp Lo : o direito

de receber

dever de se apresentar Delimita-se

: ''':'é

balizam

num quadro

os limites

~=~cionando

fantasia

gratuitamente

de um grupo

destacados,

de seu funcionamento

o quadro

-::-~os próprios

permanente

Componentes,

:.=dia" investidos, sobre

garantir

_=332,

naquela

a conduta

a observância

atendimento

:~ ~~icos

de

de direitos

forma,

aqueles

para

dentro

~=.~ ~u compositores,

respectivamente

:=~: a dos Diretores,

tendo

-=.~~~~ente se admitem

uns raros

:~"=.~~za um ato de excepcional _~~ =.las. Em regra, ~~s;a.s estranhas

srtios exclusivos A segregação

são eles também dos

palanques •

do grupo

outra

aí permitido.

. ...

Ja

- bateris-

categoria,

Apenas

se

ex-

extraordi-

para uma rápida

vista,

dos auto··falantes, e essa ocorrência deferência

é taxativamente

aos quadros

dis-

que se geram

dos palanques,

- nenhuma

visitantes

en-

e com autoridadezyxwvutsrqp

os portões

como membros

acesso

co-

de samba , "diretores

e da frequência;

dentro

Não

seu

escalam-se

de precedência

para movimentar

Vl-

ordem.

que exercem

presentes

das regras

através

daquela

data, de prerrogativas

dos membros

reconhecíveis

de conduta,

de controle

ao palanque,

determinada

que se encontram

declarada

e-

demarcado'} e que

agentes

cada noite

:=.=~~ automaticamente

::~~= sempre

específicos

de dirigentes,

da pontualidade

com autoridade

e

em contraposição

categoricamente

='=':-'cdo em outro ni vel, no que interessa

--=--

regras

regularmente.

internamente

à manutenção

:~~linares

as próprias definido

assim uma área e um código

~s~ a seu serviço, ~~.do

que define

implicando

internamente,zyxw

Vigora

em relaçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ã própria Ala e ã Escola como um todo. Por

:brigações

:='8

de novos membros.

por parte

vedada

da; : Alas

dos componentes

a entrada

de Bateria

de quaisquer

e Compositores

em

de performance.

chega ao ponto

de, numa exibição

da Orquestra

Sin


49 •zyxwvu

.--:.::::. Brasileira

com a participação

da Bateria

__ .. angue.í r-e , apresentada

em 1973

: =~=~Da

os músicos

da Pátria,

terem

-~ =~~o colocados

num estrado

;~:~~~a, enquanto

os bateristas

- :~3te para executar ~s regras ~~:3ição

de inclusão

incidem

.=-:~~

antes

~~?endendo

pessoa

na quadra

~:':cetoquando

.

-o;.

:

;.

poderia

integrantes

••.

penetrar

dos membros para

(12)

dani-

das

que eram não ensaia

de papéis

"batem"

e na Bateria

para

privativo

masculinos

.•

.. mpa.r-a.ca-«

a Escola:

da Escola,

lIos homens

sua ad-

E

na quadra

A divisão

de

por

ou cantam,

ou nos Composi-

é na "quadra". e a Ala de Bateria

e especializada,

de convergência

: ::.s-:inguiremnesta

-

Elementos

mais nítida:

da

isto é, as regras

tao r-Lgí.dos ,

da Bateria.

::::-.:..uanto a Ala dos Compositores

-_:::-.:::. ponto

ao nível

os critérios

femininos

o lugar dos homens

segregada

mais

foi o lugar outrora

de Harmonia.

lugar das mulheres

~.~ posição

da

no interi-

da fase em que se encontrasse

a quadra

==.zia-se então muito :._~.e~es dansam;

Brasilei

do palanque

comportamento

sobre

a pru.ncapaos.

_::~~s, isto é, dos componentes .: ~=.:'::.s pelo Diretor

base

se dão muito

do agrupamento,

presente

sobretudo

.. : ~~.~:-.--:e, entretanto,

Sinfônica

separadamente

sobre o modo de

que J."a nao obedecem

~ualquer

à

rente

permaneciam

ação do que propriamente :...: ; s; ,

do Samba em comemoração

da Orquestra

instalado

Sambazyxwvu

de

sua parte.

do que da formação

:..:-::. :ipação

no Palácio

da Escola

mais

variação,

amplo.

entre

a Quadra Todavia,

os quais

evoluíram

tendeu

a se di

há dois tempos

oscila

a Escola

em

:~:~: anual de funcionamento.

~=-~~ urna análise

das discrepâncias entre as normas ideais para =:~3ação de um agrupamento e a composição empírica do agrupa :: ~:-:=: as sim formado, ver: = =.:. ~ i::1 s) M•D • :..:::On the ideology and Composition of Descent Groups. Man. =-


50. Quando

a Escola

:.-:oõ::tação "fria", ~

=,'J.e afloram

-=--

se encontra

do samba,

na quadra

::::-_=.:'amente e evoluindo -: :: Diretor

mais retraída

mais propiciamente

-_~~~ção, vêem-se

exclusivamente

da Escola

momento .

tradicionais

da quadra também

ensaiando

or-

sob o comando

úni

estar

ali

livre para qualquer

mas que usualmente diz-se

de sua cons

poderiam

- que têm passe

Dos homens,

épocazyxwvutsrqpo

a comunidade,

as pastoras

Teoricamente,

_=~~~:.ência - e os Compositores, :-~~~~gativa nesse

sobre

os valores

em fila ao redor

de Harmonia,

-:-~~e~tes os Diretores

em sua fase de IImeio de ano",

declinam

desta

que "não precisam

e~

. -;:._=.~ porquezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA já sabem tudo que têm que fazer no Desfile", o que de ~:: se explica

como uma distinção

;=-8S0S e coreografias

-

-= -

.

tão elaborados

por outro

lado, também

espontâneo

que e Le.s,

Em face da avalanche __ =

::õ:::olas de Samba,

:e

papéis

passam

social

mulheres

muito mais próximo o

irreversível

gênero

levaram

de alienção

da Escola

Escolas

das Escolas

agora de

de Samba; o fazem Samba

se

às portas

essa diferenciazyxwvu

a encontrar-se

mais

onde nao se o

para este ru~iente

formas

na quadra

num padrão

de "Communitasll

in-

de integr~

que já

se a-

. (13) carloca.

os comentadores

das Escolas

de~

de Samba e

de baile

e crianças,

da relação

que

leva de frequentadores,

em salões

então

assomou

intimamente

desse

gosto,

de apren

. d a ldeo 1 ogla o Carnaval

caracterlzar

: negro

experiência

levaram

passando

_: _:-.:..;-:-_~nadamente homens,

____

pela mesma

A nova

de Carnaval"

:~fusas de atuação,

~it~ações

e

tradicionais

_ este tipo de diferenciação,

, __=:~

as mulheres

que ultimamente

por sexo na quadra.

___~_2.dos aos "gritos

uma vez que eles eXl-

quanto

descaracterizou-se

::.:~:;-:-_etidos com as normas

=-~~~s

categórica,

a concluir

de Samba;

110

pelo

branco

eles antes faziam

o Desfile

se-

segundo

da

me-

o

gosto

trans f ,._,rmaram em

classe

..

ca-

~='~2.~~a interpretação do Carnaval carioca como uma situação de = : =-=--":"i.i tas ver: = =- ~:=-tta,R. ~:-: - O Carnaval como um Rito de Passagem, in Ensaios de Antro ~:_:sla Estrutural. Petrópolis, Vozes.


51. comerciais

e os Desfiles

em espetáculos

de consumo para a classe

quadra Quem comparecezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ã Escola numa dessas ocasiões, vê a .::. -=

':'::-.hada de gente, porém reduzida

~odos os lados para dar lugar ao nÚmero máximo

-=:~

~::..:-.-:irão o "faturamento" ~:·... :.t arn+se

das prestações

sambas variados

::=.;;dansam livremente.

de mesas que ga-

e os custos do Desfile.

do tipo que "balança

a quadra"

Nesse dia, os ingressos

:=-= =.lugadas, chama a a atenção a predominância

}ias se passar

de "brancos

se transportará

::_:~:-2scala do tempo anual, 3.um ensaio 2 menos

comutando

"para valer".

"divertimentoll

índole tradicional.

...~= ~=.is ampliada,

muito toma

Nesses

de situação,

de um ensaio

uma

e testemunha-se

.. :':'3.8, mas os Diretores -::~:·..:.e o importante

:':'3".

Executa-se

de Harmonia

continuamente

dorsal,

amealhadas

serao estes critérios

Componentes

suficientes,zyxwvu

encaram

como o

a maior parte de sudo ano. (14)

e meios de ser e tornar-se de afiliação

nes-

e os presentes

que muitos

no transcurso

natural,

o resto se encaixa

o samba-enredo

para o Desfile,

?:.rque há muitos modos 2

no ambiente

dentro da dispo-

consideram-nos

_-: ~=.i8 solene de sua vida e no qual investem :::-_omias durante

"para turista

ressurgir

ordenadamente

é formar a espinha

='~2..Ji!.-se com seriedade

como muna

A quadra retoma o seu tamanho

e as Alas evoluem

ou

dias, a Escola é mais"traba-

:-;~: ,a que terão·.de obedecer .no Desfile. Hã poucos

-=:

gastan-

sua ida de um fim de semana para uma quarta

._:..::-.-:3.-feira, o observador

•.~ ó::

e as pesso

a em pé no bar".

~':2j

.. = -:

E-

são pagos e as me-

: "você não vê nêgo sentado na mesa, nêgoquando : -=

comprimidazyxwvutsr

em seu encercamento,

IIMangueiren

grupal que examinaremos

capítulo.

_=a

::-.2::-,5

cozinheira revelou-me que reservava ais para confecção da f an t as i.a,'

nove de seus salários

no


52.

É MANGTJEIRBJSE? 111 - QmlzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB

T rrtroduçao

J problema da definição · _-::'~.2.

de delimitação

do universo

s: ;-..:.~irenses implica

afinal

: + :': -=-dadeManguei:rense · = = .:.-::

!lt· 1a,'1gueirensellenvolve o próprio

Híl'1gueirense. Dizer quem são e quem nao..sao

não só em determinar-

como, em outro nível,

de estudo que se tem em vista

analisar

_~:~ de posições

diferenciadas

~· .l2fltoaos canais

tanto

de recrutamento

e:11demarcar os próprios

~3?2cificado,

:::::.realidade,

categorias

o sistema abriga

._ =--::3:;:onde inclusive

pela variedade

utilizados

em sua penetração.

tangenciais

..•

disponham de um ro

como o "torcedor"

so-

e o "simpati

matizada de c;lassificações mesmode pontos de vis

grupal.

dois conj urrtos de contrastes

no sis

denominar o lItipo focal:l2

divergências

32 encontram em seu sistema de representação =-.3. taxonomia global,

do

SUpÕe vir-

a papéis e identidades

urna gama ricamente e pelas

dazy

uma multipli-

ao .seu grau de inclusão

nem por isso deixam de remeter-se

até certas

limites

em relação

_~5 ":~5cretos e que se estendem desde o que se poderia ~. ~2i:rense

oszyxw

.

- ~-· :::':-.t:euma.taxonomia onde, embora nem todos os segregadosl - _ =

pro

emp.irricamcrrtea configuração

HM3ngueirenseV!é um tenno POlisêmico que recobre

.:...categoria

· :....-:-...=.

da identidade

Di.s+inguem-se, basica

encabeçados cada qual pe

.: ~-=--:.tido desenvolvido na Ethnoscience: Taxonomia: conjunto de classes ou se ='-::~:::.:bs h'ierarquí.camerrte ordenados por UI11 processo de inclusão. Se~gado: _- =- ==-3.5Se- ou taxon - dentro de uma taxonomia. l1ais adiante se lera: Conjun-: :~ :Ontra.ste: Conjunto de segregados - ou taxa - compreendidos dentro de .: -=-~::o segregado precedente. - .~~~ Stephen A. . : : ;, =--ltroduction, ._" :-::=+ & Rinchart

ll1

Cognitive Arrthropo'logy.

: õ-=-=- __::"do dado por Coodenough, vJ.H. = ::- - -:::..:. '"'..jeSocial: U'Tlc"1. posição social singularmente considerada, Por exemplo: .".~ __". casado; ctc . regras de ccmpor-tamerrtopara deter.minada identidade. ~: :::a.l: tipo ideal que expr-ime a combinação máxima de identidades sociais ..:.-:: ::-_5-:ruçãode uma persona social . .- ~-::,:· :'enough, ~·J,H. .. ?~-:hinking Status and Role, in The Relevance of Models for Social Anthro (2d, 11. Barrton) . ASAr. London, Tavistock Publ.; pp. 1/22


53.zyxw _::..scategorias

de

-

Componente" e !?Sócio", as quai.s se podem, por outro lado,

.õ:Clar as duas vertentes ::; expressão ritual =~sfile

as-

11

essenciais

e a sua esfera

de formação da Escola,

ou seja,

de atuação institucional

a sua esfera

- respectivamente,

o

e a Escola em sua dimensão instrumental.

É

objetivo

-!': se apresenta

~r~iculares

des-te cap.it.ul.o apreender este

sistema classificatório

na representa:;;ã.o grupal., e descrevê-lo

deafiliação

co-zyxwv

tal

em conexão com as

regras

que nele o?era~ para acosso às posições interna~ente

:· :::1tidas.

DomÍnio das Categorias

Internas:

"Componente" constitui

um termo matriz na estrutura

:· ..2..,.'1do o Mangueirense refere-se -::; o termo "Componente\1, :_--:rD lado,

por isso mesmoassim denominado3 •

entre

esta

e, que, por causa disto,

e o Desfile,

4

isto

por

"compÕe1! a Escola,nu-

que denotam especificamente

especialmente

é, cantando, dançando ou tocando e, portanto,

::. -::'-· .ra'Ilente através

normalmen

O "Componente 11 ,

é ele quem "faz" a Escola; é sempre o indivíduo,

_. ::1ão,mas que age como exemplar desta, :2.5,

ele utiliza

ou reciprocamente.

O termo "Componerrre"surge em contextos

- :Sscola de Samba:

semântica Mangueirense.

aos que "compoem"a Escola,

é aquele "que desfila1Y

- cIara assirPilação

Componentes e Sócios

em apresentações atualizando-a

da e.rea de performance que D1e é peculiar

situações

fantasiado sambísti. concreta

e

e caracteristicamen

- 2.Ssociada.

~\"3TIlplo de uso: 'Componente, como o nome está dizendo, é o que compoe a Escola, aquele que de~ ::ila ... li 'Pedimos aos Componentes, quer dizer, ped:L!losaos que desfilam mesmopela nossa Escola que entrem todos na Quadra agora para os ensaios ... H :::xemplo de uso~ '!Temosuma apresentação :::3J.itasiados... \1

a fazer em V.R.

e prec.isemos de trinta

Componentes


54.zyxw Desta forma, o integrante

do Desfile representa

o tipo ideal do "Ccmponen-

porque esta é urnamodalidade polar de expressão de Escola de Samba- compo~ - ~xclusivarn.ente de música, dança e representação ~~:~ principal

desta execução, este

é

dramática - e comoele

ê

o

o momentoem que encarna por excelência

o

papaL de "Componente"em sua manifestação mais pura.

"Sócio" é o termo que se opõe comp.lernerrtarmerrte ao de "Componente 11 zyxwvutsrqponm na cons ~::.. -:-':'::'ção interna

Mangueirense: ele está para a estruture

~~ :: segundo para o Desfile;

são duas ordens discr~tas

institucional e corre latas

assim code organiza-

social. Numasuposição intemporal em que a Escola-clube no cotidiano - - ::::n a Escola-mágica no Desfile,

-_::-:::=. inverso - designaria

=:

o termo "Componente"- ou "Sócio17 do ponto de

uma totalidade

'~mesmo conjunto único e ãndíví.so,

mais abrangente,

Essa situação-limite,

=-=-~icou, em primeiro lugar devido à própria . : :-'::.',,:-õ:, mesmoem seus primórdios, _:":0.

=:

._--.:. :TI

todavia,

jamais

se

dos agrupamentos e depois,

à sua unidade terri to-

em f8ce da própria

expansão

so-

Escola.

-:s::-:ceitual da categoria

nao se chegara sequer a impor uma elabora-

"Componerrte!",visto

=: ::'-õ: iI1teração grupal exigia õ

urna vez que recobrin-

e diI1âmicas em sua composição, tendo-se torn~

ainda mais inviável

~Jaquela época, principalmente,

".

fluidez

a Escola não equivalia

::e origem, ambas heterogêneas :=.-:-~almente esta hipótese

se confundis-

que a própria natureza do siste-zyxwvut

um sistema de referência

mais personalizado

~2:1eraliza..'1te. Apontavam-se às pessoas pelos seus próprios

. -=--= .":'~as,não constando que fossem utilizados

referentes

e

nomes ou pelo

mede

neste nível proprlame~

:.:-:: ermediário de abstração. S:Xllentea institucionalização cr térios í,

de categorização

~:scriminativos

=- "~::::::::.:n

crescente

social,

da Escola exigiu um refinamento de

introduzindo

em função da variedade de laços,

o reconhecimento de

termos

posições e interesses

que

a se acentuar .

.-: organização do "quadro socí.aí," da Escola de Sambade Mangueira data

de,

1960, fase justamente em que a Escola entrava em acelerado pro--:"-::2.damen-te,


55.

:;~~~ de mudança. A idéia

que seobjetivava

-..:::. ::.de "orgarrízar- o quadro sociall!5, :~~~~çãoparalela

através

desta operaçao era em zyxwvutsr Sl mes

embora pragmaticamente ainda se pensasse na

de fundos para o Carnaval e na acumulação de uma reserva

finan

:~~~~para a Escola.

Atrás deste mecarií.smo , por-tarrto, já se consolidava urnapreocupaçao conscienzyxwvu -

2."':1

estabelecer

certos

__

::c,

já por si .irrtr-insecamsnt;ee.xposta à indefinição

=-~ =.b'21"tura social,

princípios

ainda

fomais

e definidos

à determinação da estru-

.•

por suas múltiplas

mais agravada pelo intensivo

areas

processo de transfor

- que se desencadeara. -~;~O A categoria

17SócioVi surge nes-te momentode insti tucionalização

o-=-. visando justamente a identificar :::.:ial'· ,

tanto que mais tarde,

;~~ à intenção original

da estrutu-

os "componentes" da Escola, o seu

quando se verificou

11

o desvio que ocorrera

quadro em rela

de marcar os que efe-tivamente "per-tenc.iam"à Escola, sub

::",:,'/idiu-senovamente o quadro de sócios em nSócios Componerrtes"e "Sócios Espe:::: ::; i s 11. No prdrnc.iro momento, contudo, haviam 'todos sido classificados ::::':)3;1 no pressuposto

como "Só-

de que fossem também "Componentes", o que de fato não

cor-

~~3pondia à realidade. A diferenciação :-:-2 de diferenciação

interna

no quadro de sócios calcou-se

por sexo, a qual,

como já se assinalou

primariamente na lino capítulo

anterior,

:::::-lstitui uma tendência básica na organização da Escola de Sambade Mangueira: ::::-iou-seum quadro feminino e um quadro masculino, distribuindo-se ::...:: crianças

conforme o sexo e dispondo, por essa r'azão, de iguais

'.-2::'esque os adultos.

As "Alas técnicasn,

:-ss, conservaram seus registros :-.:)5

isto

independentes,

ambos,

direitos

e de-

é, a de Bateria e a dos Composito a primeira elaborando-o mais ou m~

por essa mesmaépoca e a segunda já o tendo feito

::mna replicando

entre

desde 1932, mas de qualquer

no domínio musical também, ao contrastarem

"Começaram a dizer que o B. aa organizar o quadro social, que ser organizado. .. e foi aquela correria no Morro... 11

com as Alas de Pasto que o quadro tinha


56.zyxw a mesmadiferenciação

As inscrições

por sexo constatada

na dimensão institucional

se fizeram de modomais ou menos automático,

da Esco

correndo um c8E

consenso quanto ao reconhecimento daqueles que eram manguedrenses componentes :requentadores.

::=~~das

Diz-se que "naque.Ie tempo era bem mais fácil

Alas ou pessoal:

obter afiliaçãozyxwvutsr 11 ,

bastava que o indivíduo se comprometesse a sair

- ..=.-:::..1 dentro de uma determinada Ala com uma certa

fantasia,

no Car

ou que apresentasse

:-~ .LUaà Escola assumindo para o grupo comoum todo o meSIIDcompromisso,

~_-=

se tornasse

uma "al.a f'i.Li.ada" ou) caso interessasse,

:::-,3:1tes como sócios.

Apenas com relação

- dos quadros 5 reservadas

às trinta

aos "fundadores li

se processaram de forma rotineira Mais tarde} evidenciou-se

5

primeiras matrículas

os comem cada

ocorreu uma certa disputa;

as de

e simplista.

que assim com muitos componentes nao se regis-

=-='-:::1"Tl

comosócios,

:- = ::la

ou comprometer-se com suas mensalidades, tambémum grande número de sócios

~-=..-:-_

preferindo

7

se registrassem

para

participar

motivados pela participação

nas atividades

-:::_ desejar- comprometer-se com os Desfiles. ::-=:-_-:::a uma experiência ::..:..ou uma curiosidade, :- .; -:- - => J

necessária

dos Desfiles

sociais

sem vinculação contínua à

da Escola sem, entretan-

Há pessoas para quem o Desfile repre

a ser vivida pelo menos uma ou duas vezes na vi

e outras para as quais, mais do que isso,

representa

um

periÓdico e sagrado; há pessoas tambémpara as quais a ida à uma Escola

5a.:llbaconstitui

uma al ternati va apenas entre outras tantas

semanal, enqua~to para outras ê:~dariedade

significa

uma verdadeira

para

mil

experiência

di vertimen de

vida e

comunitária.

_~ Alas de Bateria e Compositores - esta a princípio - tinham apenas componen -res masculinos e a de Pastoras; femírrinos, Atualmente, há duas compositoras :-:aHangu.eira. .'Jisseram que a Vo ia se inscrever de Sócia Fundadora, e ela nem saía na Escola nem nada. Então, eu me virei para arranj ar dinheiro e entrar na frente de :"a, mas só porque ela não tinha direito, porque a Dona A. tinha mais direito =.té do que eu e outras mais antigas. Jv'BS foi só para a V. não entrar na fren-:::2, porque ela não era antiga, não tinha direito ... "


57. Todas aquela

estas

discrepâncias,

chamada

"penetração

contudo, da classe

revelaram-se

com embasamentos

e perspectivas

:~~alizando-se

daí as múltiplas

combinações

compreendidas

Tal como este hoje ::~s: há os Sócios - - Os Sócios,

se apresenta,

do quadro

diferenciais

possíveis

pe.§.

de vida~

entre as variá

no sistema.

e os Componentes,

tanto

depois

media!! pôs em confronto

::~s e camadas

~~s classificatórias

apenas

comporta

as seguintes

como categorias

feminino

quanto

POS1-

discretas.

do masculino,

subdivi

:~=-se em tr~s modalidades:zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJ Sócios

1.

~~:~pavam

ativamente

-~~salidades ~~~almente -~~zo

Fundadores:

os que criaram

na década

e gozam

participar

de 300

são isentos

de todos os demais do Desfile

a Escola,

direitos,

ou das atividades

ou dela já par

do pagamento podendo,

de

ou

da Escola

nao,

sem pr~zyxwvu

de sua classificação. 2.

Sócios

Componentes:

~~3sado deverá

ter desfilado

~:=itido nesta

categoria.

eleitores 3.

e elegíveis

Sócios

cUJO acesso

passa

antes por dois anos pela Escola

Pagam mensalidades para os cargos

Especiais:

_~~ades de dez cruzeiros,

pelo Desfile.

de cinco

O int~ para

cruzeiros,

ser sen

de Diretoria.

nao participam equiparando-se

do Desfile;

para os demais

pagam mensaefeitos

aos

:::ios Componentes. : - Quanto

aos componentes,

::~entes que são sócios : =~mponentes

- segundo

que não são sócios,

~~~~o extra-oficial, todos

ao nível

porque

os Componentes

~~:ido o prazo

de car~ncia

- Fora do Quadro

Social

laços financeiros,

individual,

as tr~s modalidades

de vista

deveriam

~

da Mangueira

-

uma classifi

da ideologia

.

oficial

ser SOC10S Componentes,

para admissão

em Com-

de associados

sendo esta entretanto

do ponto

existem

distinguem-se

dazyxw

uma vez

na categoria.

e vinculadoszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV à Escola apenas

os "Comendadores

do Samba".

O título


58. - "Comendador : ~ o do Samba;

do Samba!! foi criado constituiu

:~~eitos antecipados ;::; de venda

ao tempo

um recurso

creditício

pelo qual a Escola

do título,

a fornecer

;:-essos e garantir~lhe

da construção

uma determinada

um percentual

.

Acima -:::

'Y)

.

-

dessas

-

. que toda a organlzaçao

.. _~ mínimos, =~~penhos

não havendo

de índole

::=.;ãoda Escola

~ :inanceira ;~~sonagem -:~elada -~~icos

dotado

e que representa

sobre o cálculo e esquematização

As mesmas ~~::.l - quando

"~~el grupal,

c~nico

.=~~s absorveram ..~scola

desde

de figurinos

salien

de agrupame,!}

para expectativas

a unidade

mínima

gerado,

denominados dos elementos

no enredo

ou d~

de organ~

à estrutura

do Desfile

e

de papéis

certos

indivi

ao

agrupa-

da Escola.

das Alas no que

da organização

Confrontando-os,

dra

unitariamen

- reproduziram-se

institucional

-

para as

ao nível

distinguem-se

burocráticos

incorporadas.

um

que se reduzissem

na ordem do Desfile,

11,

do Desfile,

de subvenções

observado

e "Componentes"

"Grupos

administrativa

a distribuição

ao rateio

sem sucesso

"Sócios"

em que se acham

em termos

Toda estrutura

que se haviam

:'=::1tos que não se assimilaram :=:;:; es agrupamentos

deve-se

grau de autonomia

Gnico.

das Alas,

se pretendera

tendo-se

Assim,

como um todo,

discrepâncias

~-::à mesma identidade

-

de um certo

ou um elemento

de co,!}

é a "Al.a!", que se define como um conjun-

e do Desfile

~: de componentes

ln-

esgotando-se

porém,

e pensado

lugar nem tolerância

individualista.

de

nas despesas

limite,

atomísticas,

da Escola

de

8

reclprocos.

classificações

na venda

quantidade

de descontos

.,

e obrlgaçoes

Palá-zyxwv

se comprometiazyxwvutsrqponmlkjihgfedc contra o pre J

s.. :''"11.0 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA efetuadas na Escola até um determinado

:~us dlreltos

lastreado

do

ordinária Grupos

e Alas,

Foi também um recurso para evitar a venda de títulos patrimoniais 1ue poderi~m subtrair a Escola de,seus fundadores: "Um capitalista aí qualquer comprava mil títulos - e bastava, não precisava mais - e a gente ia ver: tinha perdido a Escola".


59. zyxwvu

sao "filiadas!!zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH à Escola, enquanto que os Gru

:--::3salta-se que as Alas

=:3 não o são, mas se projetam :--::~ça de que as Alas :_:ional

se desdobram

da Escola~

___ as esferas,

enquanto

_~~çadas aqui porque

todas

aquelas

são transpostas

_-:lusivos,

_~ ;lobal da Escola.

Pode-se

na ordem

setorial

segmentos

no interior

comparável

mesmo

avaliar

_~~ dualidade

em sua constituição,isto

_.; ~::-,o, ainda

faculta

-~ ~izer mesmo:

~_~ prática

~:_~s efetivamente

sei destacam:

-:~~~ vista

a seleção

_~ impessoal -::=~

lógica

-~~~s e podem

---:: : conte~do

elemento

consentidas

na escapa~

e coti- e -pod~

de um lado, suas normas

empírica

e, de outros,

dos agrupamentos

Numa descrição

das categorias

_:~lizaria nas barreiras

institucional

mecânica,

normativas

interpostas

apesar

porque

estes

dede

de ordenação

da assimetria

e sua aplicação

ao acesso

da coeren

da alocação

o padrão

a origem

à pr!

elas pa-zyxwvut

distorções,

da Escola

diretamente

dos desvios,

determinando

lugar,

dessas

ao

das características

na incidência

de dirigentes

por isso influenciar

dois aspec-

elas não se produzem

em segundo

a sistemática

do centro

discrepâncias,

de voluntarismo

sobre o reconhecimento

da Escola.

é,carnaval

deduzível

patente

de posições;

que comanda

irradiar-se

-~- o controle

=~=-l

a uma certa

o aparente

dessas

primeiramente,

- há uma regularidade

_-:: :ontraria

uma pl~

das distorções

de agrupamentos

e a composição

a distribuição

c=~so, mas obedecem :: sistema

e Grupos

mais

decorrentes.

Examinando-se - relevantes

- entre,

e formação

classificatória

ao nível

como este que, além de abrigar

institucionalizadas social

a~

sao

organizacionais

uma faixa de discrepâncias

__=~is para ordenação

operantes

a redundância

num sistema

entre

do Desfile.

à encontrada

em amplitude

inst!

da Escola

das Alas

~~-.-eisde se acumularem essencial

transitivo

classificações

para esses

projetando-se

~~lidade de categorias

segregam-se

a organização

com a dife

sobre a estrutura

como um agente

os Grupos sobre

do Desfile~

igualmente

desenhando-se

Estas observações

_-~ividual

ambos na ordem

concreta

en se

para a faixa das po-


60. =ições mais

definidamente

:·leios repercutem

de imediato

:·..:e interessa

à temática

=2r examinados

somente

:~~ das fronteiras

o

estruturadas

fechamento

sobre

dentro

da Escola

e estes blo-

as relações

internas

capítulo,

entretanto,

do presente

no significado

que acarretam

de poder.

No

deverão

para a reafirma-

do sistema. gradativo

do sistema

como estratégia

de auto-defi-

Eição

à Escola de Samba de Mangueira ao final do ano Quem comparecerzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ::jerá encontrar,afixado - ser H. basta

saber se comunicar!

- de Mangueira =23file.

às pilastras5Uffi aviso semelhante a este:"PazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSR

e,através

Simultaneamente

~~~egimentação

anual

::3 e registram

deste

expediente,recruta

verá,numa

do Grupo,que

mesa mais prestam

- de pagamento, encaminhamento

conta

é aberto:quem

-_:.:;, pague

em dia as prestações

:~~.~ar este ano com certos : ~~amente

o que acontece

:: ~articipantes;o

Grupo presta

.:::itos e estreantes Os Grupos

:3

Grupos

.=_~:mente tidos ~:~~entes

bastante

populosos:

concorridos

argumentos como muito

da Escola

indefinidamente

e,sobre-

com outros;e

há uma incessante

poderá,d~

O Grupo poderá

próximo

ma.is de cem componentes.

mostrarem-se

=_= principais

estes requisitos

se apre isto é

substituição

experiência

a quantos

o procurarem.

são sempre

.::--:::3enta anualmente

para tomadas das

seu nome,endereço

de sua fantasia.

na realidade:

- masculi

da fantasia,modalid~

Atendidos

componentes,no

da

a posição do ~

aos confeccionadores, prazos

que comunique

para o

aos interessa-

quer que dele tome conhecimento

:::-~~~do,neleingressar,desde

de Sam

promotores

os figurinos

dos custos

-::-:':"das de manequim,sapatos,cabeça,etc. -~~~s,o Grupo

componentes

informações

a confecção5esclarecem

e,principalmente,dão

da Escola

adiante,os

suas inscrições:apresentam-lhes

e feminino,explicam-lhes Jesfile

H. é um dos Grupos

n

de setores

É de todo

interesse

e entusiasma.dos,porque

para aceitação animados

o Grupo H. ,por exemplo,

na Escola;

mesmo,razão

diferentes.

estes são

e os Grupos

porque

pa-

atraem

são outros


61.

A caractertstica

mais

?ia, é seu alto índice sar . num Grupo

saliente

de flutuaçãoo

é demitir-se

~ial da ligação

ao Grupo

dele~

a considerar Apenas

a fantasia

- extindo

:,esfile e o papel

do Grupo

~~s a cada ano, também :~da novo padrão =~ntasiar-se.

de fantasia~

recupera

=iado ao Desfile

de acordo

:~tado a custear

sua própria

--~do de pessoas, ;-..:ra o caminho

fantasia. para

impedimentos

primária

tempo declara

:::0:::-, cada

os laços de afiliação

~~~amente

:~~8de

com que estes

vez que caduca os atesta

revalidação

ef

o

terna

Esta parece

aberto

uma qualifica

do Grupo

apenas;

ele-

de Saro sa-

o indivi

grupal.

com que se contraem,

porém;

podem-

sua fragilidadezyxwvutsrqponmlkjihgfedcb é propor cio

são reconhecidos

de validade

sem cujo atendimento

-

se afi

defensivos~

sua afiliação

por causa disso,

capa-

tal corno componeg

e condicionada

dos laços associativos

o prazo

tendo-se

da Escola

demonstrativo

grupali

fanta

por um número

através

a.

de seu ato de

comparecer

nem obstáculos

e resolve

informalidade

descontinuidade

in~

no Grupo.

do Grupo,

de caracterizar-se

.:...::) ao mesmo

~: própria

significa

o flanco

por esse comportamento

:-.::'2. à facilidade

e

ser restahelecida

ser preenchida

-:~do Grupo,

__ romper

segundo

sua participação

portanto,

mais desobstruido,

Com a mesma

a ligação

pela reiteração

tanto assim que a entrada

-:':"sfeita a condiqão

e mate

deve

com o figurino

simples

~~. Aí nao se colocam

é o elo visível

anualmente,

ao Grupo

apenas

npertencer!~ a um Grupo,

;~o suficientemente

ingre~

no enredó.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLK Com o as fantasias são recria-

a ligação

o Componente

tão fácil quanto

o elo, desfeita

-:ersamente. Mas as fan·tasias renovam-se

toda-zyxw

nos Grupos.

que se interrom~

fantasia

requerem

p§.

que simbo-

um processo

automaticamente

perio

se extin-


620 No regime ~ualquer

tempo,

atual,

a participação

encontram-se

suspensa

no Grupo

pode

Componentes

ser retomada

a

tanto estreantes,

já se tenham apresentado em outros Desfiles seguida ou ~T:mto quezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

~~terrompidamenteo z.a í.or ou menos

:-·J.eno núcleo ~2gularg

Distinguem-se,

estabilização

constantemente

:-.2nto,condensando-se os agentes

percorrida destes

naquele

pelo

~~ vê já terem desfilado As Alas

apresentam

de

para além de um pe-

é cumulativamente

impressionante

::3.sionais, mas

é

se encontra

reduzido,

porque,

para a ação temporária, coesas

e solidárias~

~3.~cumulação

de um orçamento

~3.sia; vigora

internamente

~~~as já procuraram

:_~ção da qual

~~=tida é o recebimento

nelas,

coletivo

formações

definida

próprios

80-

se c9tizam

à confecção

se

pa

da fan

de cargos,

al-

e, além disso,

a-

institucional

da Escola,em

a uma série de exigências

cuja contra-

numa Ala significa,

de reciprocidades

~:":-:J.ada de elmentos

constituem

que

anual,ta~

da fantasia.

A inclusão

::=?orta, em prejurzo

de Componentes

os Componentes

regimentos

a estabili-

dos Grupos

destinado

que

de Samba.

por parte da Ala de ~~a subvenção

à confecção

~3.~ao num sistema

as Alas

na organização

se subordinam

de pessoas

neslas

ao contrário

com

Os Grupos,prin

um certo número

uma distribuição

elaborar

:~~~-se todas enquadradas

somatório

inversa,

no agrupa-

cujo centro

o Grupo.

pela Escola

novos

de

retida

permanente

ciclicamente

uma morfologia

Ai também

:~~ destinada

concêntricos

por levas sucessivas

ou desfilarem

~3.de é a regra.

:~3.ismais

todavia,

aglomerado

que reativam

:~p3.lmente, respondem

~:bilizam

no Grupo;

circulos

sedzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA í.merrt.ado , sua feição marcante é a de uma franja ir-

::3.rtcipanteso Uma fração

~~2ende

assim,

muito mais definido

de sua equilibração

isolados

portanto,

interna

e intrinsecamente

y

a partici

nao

e que

a manutenç~o

desvinculados

con

desta


63. É fato que frequentemente se aceita."TI Componentes :~d.eia de relações.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

::rcunstanciais ~~ndência

para o Desfile,

generalizada

no sentido

ou de eliminá-los

segundo

e uma subvenção

dos Grupos,

comuns

mas a em se-

suas regras

especí

a serem partilhados

a serem preenchidaszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTS ç evidentemente o esquema

programadas

:-. ~o comporta

o modelo

consistentemente,

:~~as~ se há um orçamento ~ funções

é

às Alas

=~ida ou de absorvê-los

consoante

por muito

tempo alimentar

à margem

excessões

de sua es

~=·J.tura • A nfiliação

de Alas"

acha-se

::'::08 desde

a inauguração

--:3

não estão declaradamente

sócios

_ o mesmo, :=~térios

do Palácio

não formalizados

suspensas,

de seleção

do registro

de Alas

_:-.:?edir o crescimento

da Escola.

~~ à pulsação

gerada

binária

:~~ que tem apenas

nao demonstrou

na alternativa

encontram

-~::sões de sua temporalidade em torno

de

nofinal

difusos

e

a l~a grande

à

estas

alargar-se

se acumulam, ordinárias,

adequar

Os Grupos

Interes

formam

nas

di-

um espaço

como mecanismo

de

ê maior a afluên-

quando após,

quando

esta decli

como uma coroa móvel, ao desafogo

mas que pode

de

particular-

a cunha talhada

normais

uma área de extensão

~~~:rno às suas relações

e se orientam

funcionando

da Escola

ela parecv

entre os períodos

nos Grupos

suas dimensões

periferia

acrescentam-Ihes

aasonal

da Escola,

até o momento

em seu ciclo anual.

particular.

que lhe permite

social a retomar

_:-~arnas quando

protelatórios

Pelo contrário,

uma incidência

:-~::tepara o Desfile,

.~ticulados

três

mas o resultado

que abrem margem

:::..·.:xo e def luxo social que se verificam

~_~o-regulação

pessoais.

A suspensão

~~ jescontração

oficialmente

do Samba. As inscrições

à adoção de procedimentos

devido

::.=~a de manobras

suspensa

das

os Grupressoes

ser descartada

sem descaracterizar-lhe

no

a es-


54 •zyx

~~uturação

estável.

~~nvolvimento ~~~tonizada

da Escola,

às variações

~~ior e menor

expansao

A obstrução

~..:.e

prossegue

~~~a sua alocação

~~~utenção,

e retração

dentro

meramente

é

~_3.tus de Sócio ~~;ão social

::3 guichete

:-~essos e tamanho :~ tornam mais

-~~alesco

das filas

~_~ um documento

até urna quantia

em face do volume no Palácio

emzyxw

canais

para a sua

irrisória

e

de recursoszyxwvutsrq fi-

do Samba.

como um critério

- os sócios

entretanto,

votam

Mas

o

de delimi

- e nesse

de Sócio a "carteirinhallzyxwvutsrqpo

traz uma série de vantagens do pagamento

na prática

dessas

nas filas

ambos

as atrativos

situações.

de identidade

a entrada

para enà

- preço

essas franquias.

de sócio facilita

adicio-

de ingressos

à medida que se aproxima o

-

o que lhe aumenta

apreciador

de

tempo

os

de seus sócios

e que só fazem crescer

interessantes

: ~Jdas de Samba,

ao mesmo

fecham-se

do Samba e da longa permanência

:"~::J, a "carteirinha"

e divergente

controlado.

desobrigá-los

de venda,

cria uma orga

padronizadas.

político

de Samba de Mangueira

~~~ja no Palácio

porque,

integrantes,

claramente

Para os frequentadores,

-~~s: ela significa

ocorre

atualmente

compreendido

:~~tido é ideologicamente

- ~scola

da Escola

representam

e um instrumento

entre as fases de

institucional

da contribuição

:-_~::-"celros que se movimentam

de flexibilidade

ao contrário,

simbólica

ao de

social.

das posições

as mensalidades

_~~ obrigação

uma solução

de sócios,

de novos

não depende

as tendências

de sua oscilação

O desligamento

a admissão

A Escola

rítmicas

do registro

formais.

não burlam

mas constituem

à estrutura

~~zação paralela ;:-":'3.S normas

Como dispositivo,

frente dos

ln-

Carnaval

outro

Por

em outras

e

Escolas

para o tipo de car-

Mais do que isso, ela consti-

altamente

valorizado

:=~3 que a julgam capaz de lhes abrir passagem

para certas

para meios

pes-

sociais


65.zyxw

;~e d e outra

. f orma cons1deram

~~vos diversos número

o

convergem

significativo

. quezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZY 1h es estar1am vedados.9 A'sS1m, mo

para que se torne um título de pessoas

fluxo processual

__ Samba de Mangueira

de procedência

para obtenção

compreende

do título

as seguintes

cobiçado

por

social variada. de Sócio da Escola

etapas:zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML

=..:.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA A E scola d eclara q u e " ach a-se ab erto o q u ad ro aoc í.a L'";

Os Presidentes

de Alas

~~~ao dos Componentes A Diretoria ::'3.1 distribui

devolvem

A Comissão

So

em igual número

ao

à Comissão,depois

as propostas pelos

de de-

interessados;

diretamente

essas

etapas

mais restritivo

~~~~ito consciente je propostas

formalizam

e o pagamento

simultaneamente,

é tratada

- é:

para o Quadro

à triagem entre as propostas,

aprovados

_ =~trega das fotografias

~_~~o

a re-

determinando

e as rejeitadas;

Os candidatos

Todas

da Escola

não Sócios;

e informadas

procede

a Comissão

de Alas propostas

Componentes

":':amente preenchidas

Aberta

ou melhor,

aos Presidentes

Os Presidentes

ã Diretoria

não Sócios;

da Escola,

- seus respectivos

aprovadas

encaminham

sofrem

o acesso.

e a quebra

efetuando

da mensalidade;

a admissão

pelo

de evitar

suas inscrições,

à categoria

de Sócio Espe-

interessado. na prática

manipulações

A origem

do fechamento

que está

as distorções

pelo encaminhamento

da estabilidade

pela rotatividade

tornamzyxwv no erro dos

"No outro dia, eu fui ao Palácio Guanabara ver negócio de matrícula da Escola: - "Quem é?" Aí, eu apresentei a carteirinha de Mangueira: - "Pode entrar, pode entrar ... " E fui logo sendo atendida~ Se tivesse ido com a carteirinha do Félix Pa checo, estava at 2 hoj e lá e sper-andc '". i


~5cios ocasionais.

A Escola

:-:-.::nifesta da Comissão

-

procura

assegurar-se

de que os pretendentes

correspondem

-:::::' estável

e leal às cores da Escola,

mas sendo

=~icamente

desconhecidos

uma grande

:'.::de, o resultado ~2

final torna-se

da confiabilidade

~::çâo ao centro

e envolvendo

altamente

e proximidade

decisório

- esta é a função

seus critérios

pu -

dose de subjetivi-

e dependen-zyxwv

imprevisível

que o candidato

da Escola

a um cor

demonstrar

e, particularmente,

em re

aos membros

__ Comissão. Vários ;2dendo,

Presidentes

também

adianto

:~~inham propostas

~·..:.::--!S .am.í.go s pessoais

na Escola

ainda

- servindo

~~2zentas

Consta

em vista

da atenção

que que e~

da Mangueira: outro

- este foi um caso bastante

de intermediário

tornara-se

propostas,

o que significa

o fez ao chefe de sua repartição,

:=:-2sidentesde Alas,

·~~dem dessas

fiem confiança"

que não são Componentes

e outro

propostas.

já declararam

o lado dos amigos",

a pessoas

_~ deles, por exemplo,

-~~tado

de Alas

suspeito

inclusive

o que parece

entre a Comissão

de ter extraviado

qu~ alguns

Presidentes

uma acusação

com que os Componentes

mais

bastante

usualmente

a aIzyxwvut co e os de

de Alas discuti

acompanham

distribuição. Em face desses -:::""/a

a mais para

comentários,

sua ação fiscalizadora.

::'2:1tespara conter

a demanda

~~=ial está fechado": - ?ropriamente

a Comissão

o que reclamar,

:m prejudicado.

A medida

ê

é declarar

o 1!quadro social porque

uma justifica-

Um dos argumentos

de propostas

enquanto

encontra

ninguém

aparentemente

mais

que

"o quadro

está fechado"

é diretamente

impessoal

efi-

nao

aponta-

e por isso não


67. ~~de ser contestada. ~ primeira

pergunta

~~eira ~ saber :~ tentar

Expõem-se

para ampará-la,

que se deve fazer ao pretender

"se o quadro

obter

racionalizações

ser Sócio da Man

está aberto!!. Se estiver,

sua proposta,

mas

será o momento

o que ~ quase tão difícil

quanto

se

-::rnar Sócio. O Quadro

Social

da Mangueira

~~da e em data não prevista. ::~dições

prévias

que o Quadro

~~Q

=,"":'8,

antes

=~ssão

devem

tenha

de ser uma Comissão

:~os falecidos,

ou que tenham

sido incriminados

-- conduta

desabonadora exigências

-:~~tes3 jamais

~~~ circunstancialmente Somente número

depois

~~sa é uma tarefa :~ outros

exemplo,

na Escola

~:r motivo :::idades

as vagas

suas mensalidades,

apenas

mantêm-se

ou

demonstraa primei-

como sanções

como probabilidades

e avaliado

desde as últimas de novos

tempo,

la

peazyxwvutsrqp

Sócios

o acréscimo

inscrições,

real

pode

a serem admitidos.

nao só porque

como porque

há fases

a Comissão

acumu-

desta operação

por falta de pagamento

de prazo para

-==.:::os que são sempre

dos só-

que

próprio.

de Sócios

carece

=~=a, a quebra

ocorrido

que demanda

A eliminação

o papel de Co

ou que tenham

as demais

é necessázyxwv

os nomes

etc. Na prática,

mas que existem

de apuradas

=-~resentam um compasso

desempenha

de pagar

algumas

pela Comissão

em cancelar

judicialmente,

da quantidade

encargos

lugar,

tempo

consideradas.

de Componentes

=-=:omissão ajuizar

deixado

na Escola,

aplicadas,

seja aberto,

sido antes revisto

de admissão,

é cumprida;

por breve

Em primeiro

A "revisão'i consiste

:"":'2 tenham

- dessas

Para que o Quadro

ser atendidas.

existente

de revisão.

"abr-e."raramente,

levados

involuntária

caracterizar-se

em conta nesse da capacidade

de doença

ou outro,

financeiras,

etc.,

desemprego,

são sempre

3 das mensalidadeszyxw

devidamente;

corte.

Um "fracassoll,ou

de trabalho declínio

respeitados,

há e~

do indivíduo

de suas disponi sobretudo

quan


68. ~o se trata

de moradores

só se repetem ~ade. Nesse 2feitos

amiúde

caso,

~ensalidades

amplamente

a recuperação

sobre a regularização

que é comum aos associados para

integralizá-las

~o já são cobrados ~e "recibo

para quem essas ocorrências

como se tornam

espera-se

retardados

Sabe-se

do Morro,

ingressos

conhecidas

de sua situação deixarem

os ensaios

em dia" para obtenção,

em alguns

estejam

=esligamento

em atraso,

do Carnaval

casos,

se cogita

suas dívidas

de quaisquer

-:~as considerações, =e tolerância ~~contrado

medidas

porém,

sobre outro:

em dificuldades

S2 recuperar : ?agamento

até novembro

pode-se

:~zar sua tarefa :::.jril" o Quadro"

da fantasia

fontes

de carência

somando

ou

habitual

ninguém

no Carnaval,

regulares

mas enquanto

Assim,

o Quadro

um ano

Social

Às vezes, deixa

pessoal

constitui

em

de rea

não apreciam

a revisão

de

da Escola.

bom do Carnaval"

de bilheteria

que tenha~se

já terão pro-

a Comissão

"0

Ou-

um prazo

por mais

entra".

lado, também

no período

da Escola.

lI

não

não tenha tido t~

anos sem que se altere

por outro

o faturamento

os faltosos.

e com isso atrase

por essa época para evitar

de rendimento

contra

nesse momento

isail!,também

revisora;

--~ três ou quatro;

os pa

em afastamento

que, por essa época,

enfronhada

::-Jcessar em intervalos

gra-

dos quais

supor que uma pessoa

seguinte

:-~que só está interessado ~:::.sta- afinal,

e se exi

antes desse prazo

num mês de novembro,

com o prazo

e, se ninguém

:-..:-:ubro ou novembro,

~~5

suspensivas

intervêm

O fato é que passam-se __ Escola

com a Escola;

de suas mensalidades

::::.velmente emendado

qua~

é o mes em que se espera que os inNovembrozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF

do Sócio.

-:eressados liquidem

várias

intensificados

sem que isto implique

ter

na Escola.

acumular

-:-J.i ta.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA É norma ~ portanto, que haj a intervalos dentro ~amentos

na locali

do Sócio e esta pode

nas proximidades

para

nao

muito

de última

ho-

e depois

se

uma das maio-

que deveria

se

de dois anos, acaba por se alongar isso consolida-se

um núcleo

conser


69. ~~=r na Escola

que lhe assegura

:~~sar das influências

dois outros

atuantes canais

feiç~o

constante

atrav~s

dos anos,

a que se acha exposta.

de admiss~o

a este que se e~zyxwvu

paralelos

: ~-'.c,teiam zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA igu alm en te n a p rática. D izem q u e zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQP n o p essoal d o M orro p od e :; :-_-:::,ar para :. _~ fazem.

Sócio em qualquer Todavia ~ entre

:~~=isariam

entrar

para

~~=~o mesmo

de pertencerem

época

"o pessoal

ao Morro,

franqueada.

:~~::,io,constitui

um argumento

:::~mica,

- e"mostrarem

grande

parte

Com o título este também quando

mais

desta

prerrogativa

de Sócio Especial

de "f í.Lí.ar-"

se trata

geral o caso, como ainda Sócio Componente número

para os interessados,

::3 pela Comiss~o. : r ; cede) em tese,

foram mesmo

à devoluç~o

apesar

dos cortes

Em face dos nomes

assíduos

Pode-se mencionar, por exemplo, monstram proximidade ao poder", cio Componente", etc.

em

na Escola

pelo que é seuzyxwvutsrq !i; e nessa fica sem uso. rejeiç~o

é muito

várias

semelhante.

a pessoa menor,

simbólico

pode-se

apenas

pessoas

So

insere

um d~cimo

se afigura

mais

da família,

como

é muito

menor

que

por incluir

mes

mangueirenses~O de propostas

que saem periodic~

as de Sócios

Componentes

que se sabe ainda já identificados~

a s í.nd í.cêne ias suplementares

Componentes

a Escola

ingressarem

de Sócio Especial

de identidades

acham que nâo

que este, ao con

como sinal de pertencimento,

5

em relaç~o

~~-:8rno integral,

_=3

contesta

ocorre

seu valor

excess~o

por isso ter permanen-

se diz que "n~o há problema,

:-_~::,oso quando

~~~~e da Escola

devendo

interesse

O título

Assim,

frequentar

a mais para

quiser!7. Mas sua procura

~uito menor

do Morro" , muitos

A Diretoria

:~ ~e Sócio Componente.

=~

sendo esta a única

Sócio para poderem

::;~ente a entrada

sua Escola'

11,

serão

têm

efetua-

a Comiss~o

para verificar

ou se a Ala mereceu~

pelo

se aqu~ seu

"que nao desfilam", Tln~o denn~o tem prestígio para ser Só


70.zyx ~

_::: ~=-_:;:3nho, registrar

tal numero

: _ e . =-_:3.is de cinquenta

por cento

:~~~~:3.Spela Comissão.

Quanto

~-~=-~~ant07 são estes mesmos :~~~~~-las

11.

de pr-et enderrt es " das propostas

às propostas

d'

para Sócios

de setenta

~

sJ.n lcanzyxwv

encaminhadas

que após certo prazo

à Escola, numa proporção

e nessa

são re-

Especiais,

desistem

de reen-

por cento das

pro-

::::~~s saídas. ~~ propostas

que passam

:3.proveitando as brechas o personalismo

.::::~itérios -r :

das escolhas

de chapas,

etc.

de participação

:..:.~,das de delimitar

da mediação

do sistema:

e a patronagem

-~~:: alaras no momento ~: ::~?osiç~es

acima

cUJas

é

dos Presidentes

nesses

internas

Todo esse sistema se revela

marcadamente

casos que inter-

consequ~ncias

pol!ticas

então

um campo

S

for-rnar+ se em "terra

üma vez delineado

se mostrarão - as eleiç~es,

de afunilamento,

em suas funções social

. .. d'a antJ.-estrutura,12 - :rganJ.zaçao, que partJ.cJ.pa

=: =. -.

de

mais

e prevenir

que

se resva 1e parazyxwvu

de ninguém?'. o agrupamento,

__:~-lo em sua constituição

trataremos

em seguida

de ana

interna.

Por exemplo~ dizem tomar em consideração se a Ala apareceu mes ;:tocom aquele número de Componentes na Avenida, o que pode ser verificado pela contagem a posteriori das fantasias ou por v i> sita à costureira durante a confecção; se foram assíduos aos ensaios e saídas; etc. Não se sabe entretanto, se esta tarefa é realmente cumprida na prática. 'Por sua ligação

com o CarnavalH•

Ver o capítulo

seguinte.


71. IV - ORGANIZAÇÃO

Contradições

INTERNA

básicas

A idéia básica de Samba Estação

que me parece Primeira

explicar

de Mangueira

o funcionamento

da Esco

é a de "cristalização

H =..::-.::i-estruturalIAnti-estrutura1? zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA • figura aqui como Carnaval

:~~ida como uma fase transitiva

em que se anulam

__ status,

entre os participantes

tendo

- communitas. -- colocam

em vista

A communitas

sem distinção

a equivalência

~=-S

~~~itas~

criar

a um nível

as situações

~=-~cado pela rotinização =::2tus e communitas

estruturadas

e pela ordenação

- ou estrutura

- se confrontam

uma onde

Na

do cotidiano

e anti-estrutura,

todos

social,zyxw

ritual.

de status;

como duas

relação

de valoração

é de caráter

e é de

diferenciações

de igualdade,

idêntico

que se estabelece

invertem-se

=~a sistemática

é o domínio

as

da

comatual,

e sistema

de

que também

séries hom610gas

tem

em oposi

_:-~l zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA _:::"....J •

O Carnaval

carloca

"Fazer um carnaval" ::~funde ~:Dens

e ninguém

se podem ~

.

.

:~es em prlnclpe

~:ssibilidade

.

2

exemplar

equivale

um caos",

conhece

travestir e assim

mais

a "fazer

o lugar das coisas.

em mulheres, por diante,

para uma inversão

~~o ou remanejamento ::.alS

é a representação

dos status

entre

onde tudo

se

No Carnaval,

os

em bebês,

o que significa

mágica

das barreiras

os adultos

da anti-estrut~

que

reais

as classes

os

se

poabre

e uma anula

e categorias

so

Para um desenvolvimento da noçao de communitas, ver Turner, V. 19690 The Ritual Process: Structure and anti-Structure. Chicago, Aldine Publishing Co. Para uma interpretação do Carnaval brasileiro como expressão ritual de anti-estrutura, ver Da. Matta, R. 1973. O Carnaval como um Rito de Passagem, in Ensaios de Antropologia Estrutural. Petr6polis, ed. Vozes.


72. A Escola

de Samba Estação

- uma instituição ~angueira

est~vel,

3'.13.

ordenação

=: - -:'1::>ada e esta

.:

e a organização se projetam

estrutura,

grau traços

formal

na Escola

ainda incipiente empresarial

como modelos

~~e tem desenvolvido, - ~~~vocado,

resultando

.::..-:~l5 recursOS

humanos

sistema

simétricos

limites

dentro

contem

e ln do mes-

ambos

em

al

exig~ncias

de uma organi-

pelas

resultado

da construção

considerável,

devido

também

0-

e administra

mas aí também

de ritualismo

de Carnaval

empresarial,

como

sis-

de burocrati-

elementos

_~ estratégia

como

num processo

_;-:~intervirem

Desfile

em si é uma

de Carnaval

da Escola

eszyxwvu

se traduz

de porte

o

da

do sistema

~: :~ uma sede própria claros

dadozyxwv

de ação característica

que é ditado

em formação,

de estrutura,

A Escola

o Desfile

são configurações

da modalidade

A açao técnica

diferenciada~

como anti-estrutura

- 4 ; na pr-a-t í.c . a , porem, ';:-::--1PO de transformaçoes ~:

la

de anti-estrutura,

essencial.

duas tend~ncias:

~;ão técnico-racional

':~:3 da mesma

ou melhor)

é sua contradição

de ação ritual

-=-~

e o principio

carnavalesca;

destas

por outro

e internamente

entre o princípio

institucional,

~~ sua natureza

--:~:ização

ordenada

de Mangueira~

como um "precipitadol13 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV do Carnaval e se confi-

surgiu

por lSSO como uma solução --

Primeira

se as-

sôbre a prática

de

sezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZY vem alargando em

não só à proporções

como pelo crescimento

suntu~

de inter~sses

numa aplicação

cada vez mais ampliada

e instrumentos

técnicos.

Apesar

-

que de

disso,

:::>ecipitado", no sentido figurado, (derivado da Química) de _~~ subst~ncia insolGvel que se deposita como resultado de cer-::3 processos de transformação. :~~i-Strauss, C. 1970. .-.:-.-:ropologia Estrutural

A noção de estrutura (trad.), Cap. XV .GB,

em Etnologia Ed. TB.

in


73.zyxwv

.r.c

ar-ar-

comozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA mer-a "Empr-e s a " é tão meia verdade quanto in-

a Escola

-:-:::"-:Jretar o Desfile ~_~~ade maior

é

afinal

no próprio

fato de que mesmo

planejamento)

está sempre,

de natureza

::~jiciona Begundo -::::J

como "ProduçãoTl

reside

--=:-.-:al em Mangueira ~~~~ que

simplesmente

expressiva

sua lógica

tôda "Produção"

=~~navalil; é um mundo - 3~bordina

ao fugaz

A evolução

da Escola

dicotomizada,

:-=:::;:ão que se impulsionou =õ::la foi gerada e segundo

.:=~3mico,

-~=

a progressão

~ue cumpre

-=~3~0

-=:23sidade

reais;

primário

desta

:=:~rso do ano, enquanto :-::ssários~ efetivação

:===:8 - : -.~2

tão de perto

correlatos distintas

É por

da mesma

:-=~~zação da Escola"

Do ponto

suntuária,

do Desfile,

pensada

a de in

a fonte

efetuada

os recursos

isso que a evolução

é intrinsecamente

de vista

que se encena

geram-se

subjacente.

do Des

Tanto

de de

em seus res -

da

no no ne

Escola

como dois pro -

ou como duas expressões

realidade

da

pois uma relação

de toda a prática

com a evolução

~ per -

A organização

constitui

é da dramatização

e simultâneos,

penetrante

e a Escola-Desfile

na Escola-Empresa

deste.

que ontologicame~

entre as quais

Existe

em

a uma trans

inversão

como empresa

o significada

decisória,

às exigências

deste.

rituais,

inversão.

de estruturação:

_==_~le que se deriva

:-:: :~nfunde

a Escola

entre a Escola-Empresa

·=:~ivos graus

~ mudança.

uma gigantesca

a

e principalmente

relacionada

em resposta

funções

um

em permanente.

polo mais

na conformação

representa

determinadas

dos status

~~~~~ciamento

o movimento

a

onde o programado

Sendo uma realidade

fundamentalmente

o Desfile

se converte

foi daquele

instru

se desenvolve

"pagodes"

está diretamente

:=:"~ação no plano do Desfile. -.:: 3e revela

Toda atividade

sistemáticas,

e o episódico

a ação mais

instância , voltada

em Mangueira

de inversões

A ambi

e que necess~riamente

específica.

de Ttsambas", Ifsaídas", pic-nics",

-:::"::0

=~_2

em última

comercial.

manifesta-

assim

que a "or'

como "organização


74. _~:~n.

Um Componente

da Ala de Bateria,

-~~~o da organizaçâo -

11

na sua

~_, Enfim,

foi das piores

-~~~ se apanhar

nessa

se apanhar

~=~jadeira.

l'1estre-sala precisava

a bandeira

no Carnaval:

inclusive9

que estava

tinha

naquela

época,

que se fazer uma

na mâo da costureira~da

de uma cabeleira?

!iTá na hora!

ela passava

tinha

que

fazer

Tá faltando!1I 5

essa coisa todazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV porque nós não tinha um livro de Ouro,

Tinha

j

- o nosso

comércio

Eu deixei -

de Carnaval,

no dia de Carnaval

_~5~a, para

- ~ateiozinho

época

monetariamente3

a bandeira

ao desencadea-

explicou:zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ

Ala,

A l'1angueira, sempre

reportando-se

não tinha

de sair em 59 justamente

saí na Bateria

porque

:: :'..:.pa a seu gosto. :..:.~lno para

aqui era nenhum,

a Escola

Eu achei

se fazer

~ue era o Beleleo,

deu

comércio.

por causa disto.

um pano

que não estava

e cada

certo.

qual

Tinha

a coisa.

Quem estava mandando

Beleleo

que era o Presidente.

Em 59, euzyxwv a

fazia

que ter um fi

nesta

época pare-

E foi levar o pa

lá em casa: - 'iNão~ assim :..:.-:::ro nada!

eu nao vou. Nâo vou mesmo.

VI

Entâo,

nao saí naquele

ano e falei:

- "Só vou sair na Bateria Então

Não quero pano, nao

fundamos

- "Antes

se fundarmos

a Ala de Bateria

de ser criada

para

a Ala de Bateria".

sair em 60

a Ala de Bateria,

11

a organização

era mais

_:-,~ormal IV_ "Não! Não tinha :~=la a sua fantasia. -= pintado.

Ninguém

~ ~scola também

Um vinha

pintar!

ia caindo.

__ Carnaval

e para

nenhuma,

infelizmente.

de tênis pintado,

fazia uma coisa padronizada.

:~egava dia de Carnaval,

=_~,

organização

Porque,

tinha boina

outro vinha Então,

de sap~

com aquilo,

sabe, três dias de Carnaval.

que comprar

sair uma coisinha

distribuindo

Cada qual

malS

chap~u

de palha,

ou menos

assim.

Então

pintar.

Já tive dia

lá em baixo:

IiFulano, olha aqui a sua boina!lI Quer dizer,

um com boina,

Isto tudo. Agora,

outro

sem boina;

de 60 para cá, acabou

Llvro de "contribuições" financeiras 10 comercio das redondezas.

doadas

boné,

já saímos

de

tudo issoll.

à Escola,

em geral

p~


75. "Mas ensaio ~izada.

tinha,

Chegava

cada um fazia numa

chegava

e olhava~

~

Agora,

que ve a Bateria,

.:~ um, ve todos.

As vezes,

~5cios: a camisa, -::::::.r para dentro da calça!"

- botar

mas não era aquela

costureira,

estava

da calça,

padro

fazia em casa.

cada um de um jeito.

Era

um

que ser assim; de

i1

então

ordenação

cênical1,

isto tudo.

:rganizei

um estatuto~ porque

a turma

de fa-

~ pen-

dessas

tran~

explicou-

da sua Ala: eu assumi

de dia, e outras

com outros.

não era registrado;

coisas.

Daí que eu organizei

inclusive alguns,

Conselho

~m Representante

de Ala. A coisa até hoje

orga quem

s6lida,

eu

propriamente

um

que ~ urnestatu-

foram admitidos

expulsos

uma Diretoria

~ice-Presidente,

Foi eu

uma disciplina

mas compreendmdo

e demitidos Fiscal

a Ala, procurei

A Ala não tinha

leva com responsabilidade,

regulamento.

é fo-zyxw

No Desfile

de organização

A época-chave

Eu para ter às mãos

-:::os por esse regulamento

que gosta

de 60; um Compositor

a d~cada

diretor

:rganizou

bo

Até o jeito

para trás.

o princípio

de burocratização.

da organização

as atas,

~ todo mundo. outro

ne-

se o Fulano

"Não, a camisa

Tem sujeito

se

cada um usa como quer!!.

liMas de 60 para cá, foi quando ~izar todas

com certos

então

tirar:

um para frente;

::)rmações ~ consensualmente ~e a respeito

~ fora da calça,

a gente manda

depois,

quer dizer:

at~ preocupaçao

tem que ser o mesmo.

~3.do como um processo

S2

outro

~

Se ~ fora da calça,

o chap~u

Além

-:::0,

de roupa

ve uma Ala organizada,

n6s temos

por exemplo~

=er uma onda no chap~u:

estatuto

organização

Carnaval.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

~2rdadeiro

-:::~ m

sempre!!.

"Ensaio ~~tão a gente

:-3.

tinha

com três membros,

outros

mUl

por es

com Presidente, Diretor

est~ conduzida

Social

e

e estabele

:ida assim". Adicionalmente, Jrdenação

do espaço

sao malor, jaixas.

o princípio físico,

da qual o Palácio

mas que se projeta

Na Ala de Bateria,

::1enteadvogava:

organização

igualmente

defendendo

envolve

uma idéia

de

do Samba é a expres-

em outras

instâncias

o disciplinamento,

malS

um Compo-


76.zyx !lÊ

preciso

c:'lObater

organizar.

~~ntém

Fazer a arrumação

um certo respeito:

~~s: usou?

Entrega,

~~ direitinho

e sc a la r

A partir ~~ria passa

não entra qualquer

elementos.

porque

p~

na sua própria

e de lazer,

~~s transformações =~g~ificação

:::::rrendoporém

Q

essência,

vistas

em contextos

interpondo

-

~:-:::, de "dever",

Assim

e que "tocar

_-:"sacrifício":

"Esta semana

porque

na aplicação

supostamefi se operam

:~~~ria trabalha

o ano inteiroU.

:::~ uma definição !lÊ preciso

f~ctualmente

-~~~~lhar mesmo

na Bateria"

idênticas,

pode-se

traduzir

ter que fazer sacrifício

a Bateria

é um "serviço

Um Componente,

bem o que é comparecer

Há gente

a noite

-~~~:::,ou seja vendendo _~ ::: suj ei to não pode

nbater"

de

do outro duro",

razoavelmente,

lia in-

de suas atribuições:

situar

-~~~alhar na festa.

porque

ce~

de referentes

::c:' três dias .. ,!1 ou: "Só vem aqua para ver o sacrifício direito"

burocrá

num caso de illazerlle no ou-

nós vamos

_ ;::zar do mesmo

e volun

procedimentos

de atividades

a atividades

opostos,

recreativa

de organização

é que se compreende

apontando

Não é qual-

i?

à prática

semânticas,

inversa

o

essa bo-

Tem um lugar certo,zyxwvu

por um princípio

~:c:'mativosinstitucionalizados ~~ voluntárias

o

lugar.

preciso.

em que uma agremiação

a ser penetrada

~~2a que a atinge

d ia

os instrumen

encarregada,

se t_~

encourar

um h om em d e

fazer umas

Lugar para guardar

e larga em qualquer

do momento

um; manda

se tem uma pessoa

no lugar~ manda

~·.lerum que chega vam o s

para ficar em condições,

ali ficar uma sala de visitas,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO É preciso organizar. Aí,

:haves, dá a uns certos

. Ss

para o secretá

ofíciozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA à máquina, a máquina de somar; um lugar para Dir~

~oria de Patrimônio, c:'~aquilo

Tem que ter um cantinho

que vai

inteira,

à festa; há outros que

ou seja

ingressos

batendo,

lá na p6rta.

sair: o que bate,

(um instrumento):

à festa e o que é 6

ou seja can-

Há obrigações

bate a noite

tocar um instrumento.

vão

inteira

de 11.


77. zyxwv

Defendendo te, um ritmista jo a noite

dos componentes

dizia que "o sujeito

inteira

1ue se vinham Jiretor

um rodízio

no palanque".o

mostrando

relapsos

tocando

não precisa

advertindo

na mesma

ficar

colegas

na administração

escraviza

de Diretoria

de uma Ala,

que não estiver

com vontade

de trabalhar

°

~ue entreguezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA cargo, porque o negócio não é brincadeira". desta

=-_enteouvia sérias, ::-:'0

oposição~

Estrutura

canto,

agora

fundamento

dansa

e

acompanhamento

e pela

organizacional

:'e sua importância

entre

1.

sambística

rítmico;

completa,

o que na Escola

se materializam

em "Ala

dos

e "Ala de Bateria!f. Encimadas Comissão

essas três

pe-

constituem

de Carnaval,

dentro

subdivisões

da Escola

que cada qual requer

Elas não só diferem

Ver diagrama

se estrutura

7 da Escola .

relativa

~ento" e "iniciação"

de Carnaval?

de uma execução

e no Desfile

da Escola

Uma comparação

:uadros.

vão ficar mais

da Escola".zyxwvutsrqponmlkjihgfe

como o Desfile

:::ompositores", BAlas Reunidas"

_ estrutura

frase que repetid~

.Ir. é Carnavalzyxwvutsrqponmlkjihgfedc Isto Ja nos coloca

organizacional

de Samba,

::ie Samba de Mangueira

~a Diretoria

numa

A sín-

Organizacional

sobre o tríplice

é,

se resume

"Derrtz-o de um mês as coisas

o assunto

da estrutura

A Escola

~sto

para mim,

lá dentro:

porque

âmbito

L.

um

admoestou!

Eu peço ao Diretor

tese

noi-

em composição

dá uma

e do quanto

para admissão social,como

idéia de

em tem-se

"taseus com


DIAGRAMA I - SISTEMA ORGANIZACIONAL DA ESCOLA DE SAMBA ESTAÇÂO PRIMEIRA DE MANGUEIRA

I

DIRETORIA

____

(ESFERA.

DA

ESCOLA

COMISSÃO

ADMINISTRATIVA)

DE

(ESFERA

CARNAVAL

ART:tSTICA)

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

~

L

IzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ALA

DOS

t

COMPOSITORES

COMPOSITORES

A lA

DA

BATERIA

I

BATERIA

(ESFERA ADMINISTRATIVA)

(ESFERA ARTISTICA)

,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

i

ALAS

REUNIDAS

-- . 1

.~

DESTAQUES PASSISTAS

.• ~ -_ .,,:

l I

!

11

CROONERSzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA iITMISTAS

r ...RITMISTAS

·~

D:tRETORIA DE ALA

I COMPONENTES

"'------_---/ ALAS

TJ!!CNICAS

'"

1

1

I

f

DIRETORIA DE ALA

I

DIRETORIA

2

I

COMPONENTES

ALAS

NAO

I

TJ!!CNICAS

GRUPO

1

COMPONENTES

.1

1.

DIRETORIA GRUPO

2

I

[~TES I


78.

:~rtado

de maneira

-=-~jialT. Das três, =~~síveis

diversa

são as Alas

a esse fenômeno

~:res e a Ala de Bateria

:s

acesso,

do Morro

obedecem

cantar

a critérios

:~ação por sexo: as pastoras

pensada nas Alas

Reunidas

=·..:.linas~ como a exclusividade

-~~quentas

de Ala.

e um membros

A Ala de Bateria

mantem

masculinos;

::.-=::línio, em razão

Reunidas

todas

~-=-:íguodentro

juntam

as Alas

nem outro,

Ildançam". As Alas

terminou

de diferen-

porém,

mas aglutinam,

têm, na verdade,

os

apenas na Alae em

que examlnazyxwvut

as alas femininas

contradição

mais

e mas-

periférico

de Ala"

quando

na

entre

que existem

um papel

de "reunir

Ala

porque

recrutamento

femininos

uma segunda

na

na Ala dos Compo-

duas Compositoras

da Escola",

Reunidas

da Escola,

aClma

e tocar

alas mistas

das "festividades

assinalada

fundamentalmen

os homens

também

- representam

do término

A discrepância

nem um papel

in -

junto aos

ou sambar

Idealmente,

tradicionalmente

os elementos

da Ala deBateria

"abranger

preferencial

Reunidas,

masculina

se admitiram

:. :'e

a Ala de Bateria,

dansar

abrangem

~~~ores em 1970, quando

::~ente", as Alas

bem mais restritivoszyxwvu

como um processo

e na Ala dos Compositores.

~~~tica não só as Alas

__ baianas

mais

A Ala dos Composi

entre as Alas remete ou compor,

é

bater. \ Simultaneamente,

__ elementos

social.

recrutamento

de papéis

__ a um campo musical:

Bateria

da classe

as que "têm-se mostrado

alas técnicas;

manter

"invasão

de Mangueira.

A distribuição

:s

Reunidas

de alargamento

sendo denominadas

::usive, tem procurado ~:radores

em face da chamada

na prática exatamente, um status

o que as expõe a uma aberta

e--

que

não exer as Alas muito

manipulação


79. :;::)lítica (8). A DiretoriazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA é o órgão centralizador do conjunto; dela parte - para ela reflui

todo o fluxo

As Alas

Reunidas

As Alas

Reunidas

as de organização - federação

organizavam-se

de fundos

_~~ental sobre a qual :~:"endário anual

da fantasia

enredo,

de obediência

esta ocasião,

custeado

A participação _ 2oordenação

5e complexifica

efetiva

o sistema comum

.:~ 3brangido

categoria

~ste aspecto

instituição,

--a

social

no

espacialzyxwvuts

de uma autoA filiação

uma relação

significa

de

de Ala. requer

um mesmo festas

quan-

Desfile,

e reuniões,

necessariamente

fixar funções

no Capítulo

..

a

de ter

principalmente

-- para

p~

em relação

entretanto,

Integrar

quadra

e responsabilidades,

será desenvolvido

os recursos

uma possibilidade

entre as partes,

_:~:"izarum patrimônio

:~~tir direitos

apenas

festividades

inclusivo.

Existia,

e disposição

os seus interesses.

destas

fun

a cada ala para reali:,

cada ala dispunha

e, implicitamente, através

na mesma

figurinos

As

de fes -

sendo esta a base

das obrigações

do associado

numa mesma

mais

Além

áreas

de todos

da parte

e lealdade

__ 2arnaval

de Carnaval.

absoluta

a realização

é que provinham

festa,

entre

de direção.

seus integrantes.

um dia reservado

nas demais

:~::la representava

em vista

si

uma espécie

eram independentes

sua autonomia

tendo

às cores,

em 1968, tendo

Constituem

para o Carnaval,

e, dessa

2usteio

:~~:erência

as Alas

se articulavam

da Escola,

:~~ sua festividade

-~~~ncia quase

na Escola.

Até então,

sobretudo

:~5 para obtenção

:= -~ ::.

tardia

dentro da Escol,

e decisões

em Mangueira

à Escola conservando

:~ e se filiavam -~~S

fora criadas

mais

de Alas.

de informações

VIII.

relativas,

de


80.zy

~erminar

atribuições

recíprocas

e a isto se propôs

~las Reunidas:

concretizar

~e articulação

que já era subjacente

Desde ~~ternas

a construção

passaram

~~tegralmente

venda

:~al de espetáculos boates,

~ssas alterações

do Palácio

de ingressos,

fora da Escola,

(9).

as promoções faturando

bar e restaurante.

A par

a potencialidade

passando

de televisão,

pela necessidade

todas

pela Escola,

também

das

uma exigênciazyxwvutsrq

às alas filiadas

mesas,

descobriu-se

emissoras

unificada

do Samba,

a ser monopolizadas

:2stas transformações,

~~ clubes,

numa direção

a criação

comer

esta a se apresentar

justificando-se

de capitalizar

todas

para o financia-

-2~tO da sede. Por essa unificação, ~~~ afetados, ~~~iculação

mas as grandes

entre as alas,

:~~ento na Escola. -::::eçao

e recursos

~ voga de "r-odas ~~ Escola,

Algumas

um dia ~ara realização essas

da Escola,

1IAs alas costumavam mente;

arcando

=orma mais

passaram

a se fazer

sig-

caracterizyxwvutsr

de ala, depois

a idéia de reunir

de samba onde os participantes ou menos

Reunidas

da Eszyxwvuts

no calendário

aqui na quadra

improvisada.

-

própria

do Pa-

fora

as alas com o ônus de aluguel

se reunir

aí, nós tivemos

Espetáculos

da festividade

em an

administrativo

e uma clara

de reservava

da

em adminis

em causa

das Alas

de autonomia

festividades

mais

o modelo

a fundação

Se antes

fica-

da centralização

alas se sofisticaram

perda

às Alas

se deram ao nível

em consequência

de samba!110 ou copiando

::;ã8 de subordinação.

_~~2ndências

internos

transformações

mas para a maioria,

~~:io do Samba,

aspectos

de faturamento , aproveitando

-~=icou uma progressiva

= = ~ ::.

alguns

mesmo

das de

separada-

todas!!. se apresentam

de


81

21ubes ou salões jepende

e partilha

de uma subvenção

de lucros.

Atualmente,

que lhes é concedida

seu orçamento

pela Escola

como

fl ., ajuda de custo para fantasiazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE , mais uma reserva comum acumulada

~elas Alas 2

Reunidas

uma caixa

=apital

mediante

cooperativa

substantivo

Desta

forma,

venda

particular

na confecção

das fantasias.

~ecursos

através

de exploração

~assaram

a colaborar

às Alas

:~o desta ação conjunta,

~a do período

também

~~edade

f verdade

tácita.

;~ever transporte

Reunidas,

vê justamente

de Bateria

a matéria

nas apresentações, e alimentação

~-,.mas o cachet

::~2ente ao Haver -..:::'a: trata-se

da Escola.

da emulação

explicação

!lNós antes não tínhamos ção à ala". Como se denominam

a concatena

dessas

mesmo

da Escola,

reuniões

de obrigato

com os grupos

quando

acomodações

fo

e uma pequena passando

carnavalesco, escolha

ou enti

via de regra

lhes escapa,

No período

Reunidas,

são literalmente

procura-se

também

-

e dos Compositores.Fo

para os figurantes

do enredo,

Outro tema recorrente

na Escola, da'renda.

de uma espécie

que na transação

tornouacumular

das Alas

principal

dentro

do Rio de Janeiro,

uda de custo

:~5urinos,

a redistribuição

nas Alas

um

numa festividade,

unificada

de'fsaídas" (12). Os Componentes

~~des interessadas

.:..!

da quadra

promove

isto é, comparecem

~~ da cidade

direta

e que nao é exclusiva

carnavalesco,

; a organização ::nvocados,

Ao invés de procurar

para uma capitalização

_ qual, por sua vez, depois

etc ..

(11)

ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA :v f a't ur-a manro " alcançado pela Escola

aos seus membros.

~as se encontra

chaveiros,

a cada ala, que representa

3e um alvo comum

Quem assiste

de flâmulas,

intei

a temática

e distribuição

de

etc.

na "época

prejuízo

do frio"

é o incentivamen-

de nada, nao tinha

as apresentações

fora da Escola.

contribui


82.zyxwv

-::J

da frequência

g ar-arrt

à quadra: "é preciso manter a quadra cheia" parazyxwvut

í.r- o faturamento

:':J frio"

necessário

ou "entresafra

ao Palácio

do samba"

do Samba. A

é o tlperíodo de meio

::Jmpreendido entre uma fase pós-carnavalesca ~~é-carnavalesca

seguinte.

~esse generalizado ~em

inquietações

Esse costuma

nas Escolas e crises

de Direção

;entes incriminando-se

mutuamente

-:~Jlá-la, institui-se

a frequência

~e verá também

~e~tante

de Ala,

-:esmas pessoas ~e uma esfera

pela baixa

para

parece

podem

se criar uma unidade

nos mais

ao nível

-:~~eamente dirigentes

e dirigidos,

numa espécie

:~ responsabilidade.

A direção

:~~os eram membros; ?~esidente

:~: da mesma;

-

~~~posiçao

de Harmonia

quezyxwvu

-- cada repr~

e o seu Tesoureiro

o Presidente

e ambiguidade

calcular

passando

física

por exemplo,em

Social,

designa-

da qual eles pró -

de Ala de Bateria pertence

era Vice-

ao Conselho

os problemas

de representação

simul-

de difusão

da Ala dos Compositores

Pode-se

o

são as

cargos,

Reunidas,

da Escola,

no

corporativa,

hierarquizadas,

e um Diretor

o Vice-Presidente

:::"\''J.lgação da Escola. :~ jurisdição

das Alas

pela Diretoria

da Escola

Para con

individual:

diferentes

funções

::5 para esta função

os diri

ser interpretados,

e acumulando

::73 cabia a um Diretor

irromzyxwvu

ao samba - o

e de Bateria

se dar mais

que reaparecem a outra

do Samba,

frequência.

obrigatória

coercitivos

instrumentos total

e por esse motivo,

a sua presença.

Ee estes mecanismos

~~~adeamento

de desinte

à Escola em dia de festa, tendo que as-

chegando

~~nalar em livro próprio

:-..:.~do, como

anoll

de um ano e a fase

no Palácio

na Ala dos Compositares

de

ser um período

de Samba,

ttépoca

Fis-

era Diretor

de

de conflitos

que surgem

desta

su

.•..

de papels.

Materialmente,

os resultados

~..:.::"librar nos dois sistemas,

financeiros

na perspectiva

finais

devem-se

e-

de cada ala em si. Um


83.

certo grau de organizaç~o cessariamente d~o menos

se mantem

festas,

mas naquela

ligência

somente?

sentido

nos do que quando

~las inclusive ~o corolário vavelmente venções,

justamente

social

ções deixaram

de contas

e atomizada:

recursos

tem que atravessar

corresponde religando

co

de chefia.

Pro-

do montante

de sub -

mais

de

direto

sua

5

vezes

de solidariedade

através

da organização

Na conceituação

mais

-

se constatavam atualmente

se denuncia

no momento

de reci-

que as subven

de operação

de integração

níveis

social mais coesa.

ala/escola:

um circuito

embrionário

os diversos

do ciclo

a reciprocidade

indivíduo/ala,

a um mecanismo

de uma ordem

e todo enfei-

pôs-carnavalesco

de contra-prestação

que se algumas

ma de autoritarismo

me

da

e disputas

público

da di

e dissoluções

é a dilatação

claro. Antes,

imediata

e complexificado,

a depender

era oculto

de contrôle

a observar

e o caráter

mais

alas

delas.

Mas o relevante procidade

as

mas provavelmente

no período

com o conhecimento

na maioria

e ne

de aç~o conjugada,

as dissensões

haja uma possibilidade

~plicaç~o

unidade

financeiro

indivíduos:

das prestações

hoje,

quando

as alas continuam

de seus presidentes,

ocorrem

existiu

recompcndo-se após a um nível maiszyxwvutsrqp al-

o controle

xado por uns poucos

evidentemente,

as oportunidades

também,

e honestidade

a cada ala sempre

até hoje;

reduzem-se

etapa

to. Num certo

interna

mais

os longo

como uma for-

apropriamente do qual vão-se

na construção de Durkheim,

de uma

passa-se

mecânica

a uma ordem

de solidarie-

of Labor

in Society.

Illinois,

~. 13 da de organlca

13. Durkheim,

E. The Division

Free Press,

1960.

The


84.

A direção ~ivas:

entrando

das Alas

Reunidas

na quadra

- e no Desfile

~~ssa ao corpo de Diretores ~20grafia ~2

e evolução

vê reaparecer

de conjunto14

-=xpressão de seu dualismo

~J,

talvez

:':..las diretorias ::.~ nDiretoria

deste

e esferas

=ente apenas

"Diretoria

:e Bateria

passou

a enviar

co

de chefias, como

o "samba"

uma

de conju

e seu opos-zyxwv

forma,

sempre

contradições

básicas

e anti-estrutura,

e arte.

se manifesta

na formação

administrativa,

e uma diretoria

de

denomina-

musical,

denomina

como fTAla'l,a Bateria independente

dentro

representantes

constituísse

da Escola,

às Alas

Recente

Reunidas

e

a

.• "1 5 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON " " da Ala controverSla . A f unçao da Dlretorla

em adquirir

:~is, responsabilizar-se :2 Carnaval

técnica

pela

de Bateria".zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML É de supor que antes de se

e mais

consiste

comando

é um campo

estrutura

uma diretoria

indiviso

" =edli d a tem suscltado

àquelas

êste dualismo

distintas:

- o

da Escola

a Escola

capítulo:

e ação expressiva,

administrativamente

segmento

afinal

administra-

- os responsáveIs

de realidade:

de Ala de Bateria"

-'"simplesmente

~d

que remetem

Ala de Bateria Na Ala de Bateria,

:rganizar

de Carnaval

Este paralelismo

intrínseco:

distintas

na introdução

~~ao instrumental 2.2

níveis

funções

"trabalho!T ou "cotidiano!!, de qualquer

~~res em oposição ~?ontadas

de Harmonia

em diversos

~~ção de duas ordens

cessa nestas

e homologar

e conservar

por sua guarda,

os instrumentos

providenciar

os atos da Diretoria

musi

-

as fantasias

de Bateria;

à Direto-

:4. É interessante notar que há um dia em que subitamente se inter rompem as !Ireuniõeslldas Alas Reunidas e seus encontros se transformam de vez em "ensaios". Não se verá mais os partici pantes sentados em assembléia, mas 11 evoluindo" ativamente na qua dra. Isto declara definitivamente a abertura do período pré~car navalesco. ~5. As Alas Reunidas algumas vezes são tratadas como um órgão ma~s abrangente,como quando se diz: liAs Alas Reunidas abrange a nos todos", discutindo a adequabilidade de ceder ritmistas para as festas daquela. Outras vezes, é tratada como órgão paralelo,re ilEles lá estão arrochando também", aludin-=ferida como "elesil : do ao controle da frequência.


85. ~la de Bateria

cabe propriamente

A Diretoria ?ensadas

3idente,

de Ala de Bateria

como dois 6rg~os

A Diretoria

:os em ordem

e dois

Diretor

~ia e Diretores

sao de Bateriazyxwvutsrqpon

~esma forma que estes àqueles

um Vice-Pre de Bateria

auxiliares

em execuçao

-

de Bate-

soberanos

de Ala de Bateria

nas reuniões

compoe

Diretores

s~o considerados

quando

escolhi

de Ala de Bateria

da Bateria;

área: os Diretores de Bateria

a Diretoria

Diretores

A Diretoria

de Ala de Bateria

:inados aos Diretores

do conjunto.

tem um presidente,

quatro

que fazem parte

~~a1 em sua pr6pria

e a Diretoria

Secretários;

e mais

pelo primeiro.

se de ftritmistas"

musical

distintos.

de Ala de Bateria

um Tesoureiro

~em um Primeiro

a regência

cada

s~o subor

musical,

da

afezyxwvu

de Ala e em matéria

~~ à administração. Recentemente, ~la de Bateria :~ridades.

a Diretoria

devido

DestituIdos

..

-

a comprovaçao os Diretores

~leições,

tendo

~~ nenhum

momento

=iretoria

de Bateria,

~inuidade

de suas apresentações.

J

a crise

organizador

é

a assinalar

empossada

se comunicou

a estabilidade

vem-se

de Ala conservou-se

à

ina1terada

e seus métodos

por exemplo,

e outras

de Ala, procedeu-se

que prosseguiu

da Ala de Bateria

~etor da Bateria, ~

sequer

fez uma intervenç~o

de desfalques

sido a atual Diretoria

Uma questão :irigentes

da Escola

Bateria

novas de 1973.

em si ou

assegurando

dos

O primeiro

no cargo desde

continuamente

à

a con-

comparativa

de ação.

mantendo

lrregu-

a

em maio

na

a sua testa

Di

1935,zyxw desde


86.zyxwv

~~~ criaç~o.

A Ala de Bateria,

~~crutamento

expressamente

. pre f erenclal

=:-ganizá-la, seu fundador Morro",

para angariar

"N5s fomos :-~~, inclusive

revelou

que mantemzyx

lado, ~ a ~nica no Morro

ter ido bater

16 . de Manguelra . Ao

"de porta

em porta

seu apoio:

felizes

porque

n5s andamos

=--.:.xílio aos moradores.

por outro

o Morro

de porta

Nós dávamos

todo aderiu

em porta

~ Ala de Bate-

no Morro todo pedindo

um envelc:pecom um caFt~o

e cada

_--:_ dava o que podia".

~.3.

Ala de Compositores A Ala dos compositores

Escola:

a referência

-:~al, enquanto ~~:s

~~2

uma espécie

aos seus componentes

isto só acontece

integrantes

- = -:c; membro

constitui

excepcionalmente

de Mangueira17.,

em seus quadros

por si só ~ publicamente

tende

Por outro

envolve

de elite dentro a ser sempre

todo um processo

entendido

a ou

em relaç~o

lado a admiss~o

no

de

um

de referendum

como um apuramento

de quali

~=-=-e. Bateria

e Compositores

-=-~=nicasli e são as ~nicas ~~ por parte ~~5tituído

sao internamente

em que se exige

dos candidatos.

O teste para

há uns dois anos para corrigir

- :ueda de rendimento :~:-2do de pessoas

nela

que se verificou ingressaram,

definidas

comprovação entrar

como "Alas

de capacida-

na Bateria

foi

o superdimensionamento

depois

levadas

que um n~mero

pelo

interêsse

e

desmeprovoc~

!!Na hora de ingressar gente na Bateria, eu peço aos Diretores que dêem preferência ao pessoal do Morro, porque ~ com eles que a gente pode contar mais. Estão mais perto: na hora que precisa chamar ~ mais fácil,estão logo aqui. Não dão problemas para as saídas. Outro longe, não: at~ que chame •.. " Por exemplo, quando se trata de pessoas que já gozavam de projeção nos meios artísticos antes de sua entrada para a Escola, indivíduos que ocupam posições de realce no Desfile, como os Destaques (figuras ricamente fantasiadas que representam os personagens principais do enredo), etc.


87,zyxwvuts

~= zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ?elos Desfiles Carnavalescos. O teste consiste ~~:~ em que o sujeito

demonstra

-=~-.c~mente de um ensaio ~:: a Bateria mantem :~~ivamente

e executando

a aprendizado

produção

musical

-= -': ::onsensual:

II

eu fiz uns sambas

praticamente

que ele realmente := :':::J

e eles gostaram".

De qualquer

IT,

elaborado.

segundo

_ forma tradicional,

"bons sambas"

o padrão

para ingresso

já e~

e ser va L o r-L dos

o Compositor

na Ala dos Compositores.

é criado

em Mangueira

sua admissão

certas

condições,

-=:: jada. Pela forma atual, ~=5 de outras Escolas -:-':5, em geral,

são em geral

menores

é que se tem solicitado

de uma música

de sua autorida

-::-::::"e de qualidadeflmais estrito

atualmente

No Capítulo

Compositores

testes

de lá e en -

de fora, vi~

no métier.

formais,

especificamente

dos dirigentes

o que se pode denominar

VIII, narro um epis6dio

Des-

isto é,

que se vê em sujeitos

por parte

e familia

na Ala é naturalmen

más já consagrados

-=~::inalidade; e são estes também

.

um CO!!!

de julgamento

-=~:, atendidas

-

a

forma, um ponto é pacífico:

com os Compositores

-

Quando

a sua admissão

:~=ado desde cedo na convivência

Existe

O Com

de Ala.

Há duas alternativas

~~~esentação

gra-

ê um ponto declaradame~

e este

deve apresentar

como "bom compositor

::~~ositores

e mais

algum teste formal,

decidida.

solo; além dis-

para exame, mas é toda

ropriamente

~=5itor chega a realizar

-

o processo

que é julgada

efe-

onde se vai processando

das crianças.

::5itor não se apresenta

participando

algum pequeno

uma "Ala Mirim"

Na Ala dos Compositores,

=_~

sua capacitação

numa prova emPi

com es

a umzyxwvutsrqp "con da Esco-

uma carreira

deste genero.

a

de


88.z

d e E scola d e Sam b a, seJa ama d or ou pro fO' lSSlona 119

~8mposltor

-

o

o

Os Compositores :8mpositores ;assagem

que mais recentemente

da Escola

por outras

:es se encontra

de Samba de Mangueira

Escolas

menores,

fui para a Mocida4e

em meados

mais antigos.

_ mantive

este apelido

T. fazia parte ::J

Salgueiro

dos "Acadêmicos

~e uma ala da "Portela",

; Jldinense",

isso foi em 68. Antes

Independente

do Engenho

que "não tinha muita onde não havia

T. veio da "Unidos

eu

de Padre Miguel

de Dentro",

chance",

logrado

de Lucas",

época, não dava mesmo

;ao, fazia alguma

coisa.

:rua) Oito de Dezembro

Eu, quando

Z.veio

D.T.

ingresso

veio

entre os

N. da "Imperatriz

pé não. Eu já tinha garoto,

Leo

eu disse:

sou da Mangueira,

~asci em Mangueira.

eu Vl que não havia

~e entrar para a Ala de Compositores Depois

::~1

para Caxambi.

:81

fundada

Lá eu tinha

uma Escola

-~r-me em Caxambi.

foi fundada

uma Escola

sucesso

E eu fui. Lá posso

fui servir

Depois

de Meriti

que

possibilidade

em Caxambl,

inegável.

de Samba em s.João

eu com jei

posso dizer

da Mangueira,

da

eu correr

"Ora bola,

~inho, eu da Oito de Dezembro, Mas quando

inspira-

se eu atravessasse

para cá, o D., o C. eles faziam

::'ebaixode pau para lá. Mas depois

:9.

Então

etc. B. narra o seguinte:

"Naquela

~xército.

S.. disse:

até hoje."

onde achava

:=mpositores.~

ve-

de 71. Eu me dei este no

Independente,

meu nome na Mocidade

uma

algumas

~u estive três anos no Beija Flor. Lá eu era S. mesmo. ~esmo modifiquei

na Ala de

experimentaram

e estH sequ~ncia

até no caso de Compositor

"Eu entre para Mangueira ~e quando

ingressaram

all

o eu

de Caxambzyx i ,

e vieram

dizer que me consagrei.

busAi~

"Carreira" no sentido de "typical sequences of position, achievement, responsability, and even of adventure .... Subjecti vely, a career is the moving perspective in which the person sees his life as a whole and interprets the meaning of his various attributes, actions and the things which happefis to h í.m" • (Evertt C. Hughes, apud: 1966 - Becker, Howard S.: Outsiders. NY, The Free Pressa p. 102 ).


89. ~o meu regresso; nao tive problema, foi chegar e ir era da casa."zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

o

processo

~ento formais.

de entrada

O candidato

ja Ala explicando sua habilitação

gra a refutar

deve endereçar

suas pretensões

é julgada.

je suas relações

na Ala obedece

a indicação,

embora

za complacente

de que ele tenha

~~ o candidato

a encaminhar

~poio, existem

reciprocidades

samba, projetos

comuns

Uma regra parece ve pleitear

ingresso

~io suficiente ~ecessário.

deste pedido

citado

os demais

o pedido.

demonstrem

Através

de participação

de profissionalização,

estabelecida:

quando

arquivadas.

é

algumas

uma certe-

de alguma

de

em shows e rodas

de

em par-

nao

de

o faz isto jé é indf-

garantida,

com a rede de podem

apoio

dispensar

por isso que estas tendem

Transcrevo

for-

destas redes

ou sucessos

de que não conta efetivamente

e

a

a de que o candidato

declaradamente;

=ontas como via de aproximação

formal,

tende via de re-

de fato encorajado

Os que têm sua entrada

ser simplesmente

uma cartazyxwvutsrqponmlkjihgfedcba à Diretoria

em geral aponta

na Ala, mas o compositor

. .•.

Ja

a uma série de procedi

e partir

O candidato

entrando,

um exemplar

dessas

as a

cartas:

_~os Tlmos. Jiretores da Ala de Compositores jo GRES Estação Primeira de Mangueira ~~esta Prezados Senhores, neste offcio venho explanar o meu malor :esejo: ser integrante desta tão brilhante ala. E ao mesmo tempo, ~firmar que, este desejo incontido não é só ou simplesmente, ° de e~vergar uma jaqueta honrosa como as vossas, mas sim o de ver se ?:::lSSO fazer também alguma coisa boa por Mangueira, ou melhor par~ilhar com vocês todos os momentos desta gloriosa Escola de Samba. :;ão tenho muito para dar diante de tão grande p L a rrt e L como é esta ~la e todos os seus componentes em defesa de Mangueira. Mas o pou :::0 com amor é muito. Bastante quero aprender, e porque senão vocês? Soube através de amigos que integram nesta ala, que existem ~res vagas e quanto é dificil o ingresso na mesma. principalmente


32 O zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA concorrente não é de renome consagrado ou vive no anonimato. ~<?.Smeu coração falou mais alto e venceu o temor a uma decepção ~'J.e possa acontecer com uma resposta negativa da vossa parte, mas ~inha personalidade de desportista não irá me deixar cair por ter'é competir. ~?. com uma derrota, pois mais importantezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON Nesta ala tenho várias amizades como zé Branco, Telinho, ?reto Rico, Manoel Vieira, Padeirinho, Moacir, Rubens, Sr. Miúdo. =~clusive Manoel Vieira é meu parceiro em dois sambas inéditos. N.B. Não disse estes nomes com intuito de facilitar meu in ~resso, mas para se for caso de testar minha idoneidade mora Se necessário for, estou disposto a submeter-me a um teste :2 capacidade, e desde já fico-lhe mui grato com a atenção a êste :ispensada. Para os íntimos. sou conhecido por: Xo ou (Fininho) "Da Vi ~?.", por ter sido vice-presidente da ala (tal) de Vila Isabel.

Sem mals,

subscrevo-me

x

Quando

a estratégia

ê correta, vlgora uma espécie de ronda,

- abordagem

progressiva,

em que o desejo

::, mas não formalizado:

este frequente

-:~eita laços com compositores,

=.-:é que chegue

o "convite".

~~~do ~ auroximação: !~3,

=~3

::::: tacitamente

ingerência

assiduamento

sambas

influentes

da Diretoria

-:~?.çao;mas se a admissão

~enhuma -:~2

e~

ampa -

mangueiren

dentro

-

da Ala,

setores.

Reconhece

de algum"padrinho"favorecendo

a pene-

não

é bem sucedida, ninguém sai compro-

da Ala, entretanto,

outra Ala observei

seus membros.

líderes

ou outros

=~-:ido, uma vez ~ue a rigor nada se pediu Uma vez dentro

a Escola,

I'ldesinteressadamentell , zyx

é decidida exclusivamente

a existência

é conheci-

Há sempre uma rede de relações

compositores

etc. mas a adm~ssão

qualquer

conta

do candidato

O Compositor

e nada se negou. a relação

horizontal idade maior deverá

ainda vencer

é de confraria, na relação um prazo

en de


91.

carência,

~ - 16 ~ a sua fase de agregaçao a Ala, duran-

que corresponde

te a qual, no primeiro

ano de sua admissão,

nao pode ainda concor

rerzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA à eleição do samba-enredo, como também, sua conduta, que sua produção

musical,

se acha sob uma forma de

mais

do

vigilância

en

é bastante flexível.

Os

coberta. De modo geral, ~ecanismos demais Alas

a organização

de pressão se atenuam

para controle

de Ala são pouco concorridas,

=asual dos membros ser realizadas ~izam afinal,

por desencontro

:~s. Espera-se, ~~ sugestão ~euniões

de horário

presentes.

:2, diversa da disciplina

ou interpelação

e antes

.-.=-as Reunidas, ~~cas e queixas

as reuniõe~

pela variabilidade

reuniões

deixam mesmo Quando

se dão num clima de extrema particularmente

que todos como parte

se rea

nas Alas Reuni-

integrante diferindo

de

jocosid~

falem, que encaminhem

onde o comum é o monólogo

do

,;demonstrando

de seus componentes.

de seu encerramento,

apenas

nas

de feição:

Mesmo

incerto

ditada

Numerosas

exigida

além disso,

e mudam

do Compositor.

de freqüência

estas reuniões

encontrados

à ordem e horário de apresentação

ao comparecimento

~~a grande rotatividade

de frequência

na Ala dos Gompositores

dizem aí muito mais respeito ~ue propriamente

de Ala

da pauta

nisso

da mesa,

algu-' de

também

correndo

das

as crí

posteriori.

Van Gennep~ A. 1966 - The rites of passage. Chicago, The University of Chi cago Press. "Fase de agregação"nc sentido dado por Gennep,de fase final de um rito de passagem, quando se efetiva a entrada no novo status ou na nova situação.


A Escola :~iadores

reconhece

de símbolos

:~mandam correntes ::-":c

no Desfile

à Diretoria

dentro

É verdade

sugestões

:e Carnaval.

Quando

diz-se

que "a quadra

a Escola

__ de sambas

3

promovem-se

:2:nente levados ::sitores ::.:s demais

pelas

também

associados

-:::-3.m para o "cemitério

relembrados,

esta escolha

nao

polarizações

acer-

e, se

a

de certas preferên-

sentido,

é um recurso

por meses. os sambas

de

Durante

es-

sao constan

atividade

e propaganda

de que "alguns

junto

levam gente de fo

o samba na quadra". o samba,

aciona

cessa toda a movimentação

seus mecanlsmos

só se executa

que

sobre

de reintegração:

o samba vitorioso,

de sambas mortos"

que "perderam"

-::::adospublicamente.

=~~

e a "empol

e "caitituagem"

públicas,

de intensa

e há notícia

e a Escola

em diante,

:: de sambas

da Escola

em torno

neste

se am-

isto é, a popularida-

de intensas

se fraciona

e Comissão

o processo

Enquanto

há "torcidas"

apresentações

Mas uma vez decidido

momento

em tese, p

à quadra e as rodas de samba fora da Escola, os com-

para fazer crescer

S2

pastoras.

o mais que possível

vivem um período

~s~e assunto

pessoa,

final, mas deve consultar

é que decide",

é construído

::.~ivaçãoque se prolonga se tempo

e escolha

vive um período

::'as. Todo o processo

exclusivamenzyx

pela Diretoria

entre os frequentadores

e compositores,

~s201a se mobiliza,

a

do enredo pro-

cabendo-o

que qualquer

enfeixados

faz a triagem

~::.çãolt com que é cantado __ consuma,

do samba-enredo

se chega ao samba-de-enredo,

:e que o samba alcança

E

para o tema mas a opção em si e o desenvol-

são inteiramente

5

sac

eles catalizam

Da escolha

alheio,

crucial:

Um dos movimentoszyxwv

da Escola.

de Carnaval.

-::':nento deste

::. quadra

de mensagens,

social permanece

da Escola.

:~ia: a Diretoria

uma função

em meio de ano é a escolha

:;::--iamente, o quadro

- apresentar

e veiculadores

de opinião

mais a dinamizam

ser apresentado

nos Compositores

é

os demais

de~ en

como se chama o acer

e que por causa disso não podem mais se,

Em rodas

informais,

mas oficialmente

por um certo tempo

caem en proibição

rigorosa,

ainda supri


93. ~indo-se

um fator qu~ pode ser fonte latente

:~ntexto; os compositores : seu julgamento

pessoal

abremmão

tabus.

~~r brasileira

que frequentemente

- memória

Muitas

de seus autores

favor da inteção

desta sua obra, não

a respeito

~les se tornam

vezes

de disruptura

da decisão

de unidade

importando

da música

a se conserva~

e que são sacrificadas

consciente

novo

final: o fatozyxwvutsrqponm é que

são obras primas não chegam

no

em dada

popusêquer

conjun~a

grupal.

"Eu estou lutando ar, porque h~ dificuldade. Para mim, se eu "::ncero Carnaval, é uma glória! Se outro vencer também o Carnaval~~ra mim é imEortantíssimo isto - a única coisa que eu tenho a fazer ~ apertar a mao dos meus vencedores, que foi o que eu sempre fiz.Di ~~~os que eu não seja o vencedor, mas também não perco; também ga~ :-.:.0: o vencedor que vencer, ganho também, que é a música que nós te -.:' s que defender, é a música da Mangueira. Tem o seguinte: eu espero ~ vitória; mas se a vitória não vir, apertarei a mão dos meus vence ':':res,como eu tinha dito antes) e cantarei com a maior vibração co -: se fosse o meu samba. Que beleza! Entendeu a Verde-e-Rosa'?"zyxwvutsrqponm Um outro mecanismo

-: e reforçar

a imagem

age no sentido

institucional:

~=ria nos sambas-de-enredo. ::::10 uma "earta mítica": ~~?resenta.

de controlar

é a regra

O samba-de-enredo,

ele narra verbalmente

Daí a preocupaçao

~~:jeção na Escola =::":".0 um recurso

de Samba. A parceria

alitf ,

=~~ro tem uma idéia melhor =~~ismo para socialização -~ J

= ::

se dá naturalmente "J.TI1

relacionamento

como resultado pessoal

se trata

-

e do Desfilezyxwvutsrqpo

dentro

a estória

anterior

explicada

musical.

20

80

é um

maior

conscientemente

um dá um retoque aqui,

Quando

como um ~

a

de uma experiência

parceria musical

entre os compositores,

pela Diretoria

de combinações

que ali se

ele não

mas age substantivamente

da autoria

~=~erminada compulsoriamente quando

é

obriga-

ã festa "sagrada"de

"pr-oduz í.r um samba melhor:

para

de parceria

com o samba-de-enredo:

::.::ntecimentoanual, mas está interligado

o individualis

ou

ela

...•

e

da Ala, que também int~

entre compositores

novos,fazendo

Até 1970, os Compositores dos Sambas de enredo não eram nem citaddos nominalmente nas publicações da Escola, mas o samba aparecia simplesmente como uma composição da "Ala dos Composi tores de Hangueira". -


94. :-.sstecaso introduzir

a participação

~2nta um meio de assegurar :~la. A parceria

também

a continuidade

delimita

>:3.ngueirapode lançar na quadra ~2

fora, mas somente

~.4 - Diretoria

a legitimação

de

com autoreszyx

Escola.

e difusão

melhor

se dá apoiada

de natureza

~: formalmente

de poder

fazendo

da Es

compositor

da polític~

as transformações

desta é a de legitimação

:~iação de uma organização

:~a grupal,

nenhum

da pr6pria

A idéia que expressa

as posições

do conceito

de Carnaval

a organização

:2. Em Mangueira,

o que repr~

samba feito de parceria

é o centro de teorização

da Escola.

:·..:.e vem passando

temporal

fronteiras:

com compositores

e Comissão

A Diretoria ~~rista

de um nome antigo,

da criação

por

da autorida

em dois princípios:na

burocrática,

despersonaliza~

e na incentivação

da ordem

uni

interna

da consciên-

uma tarefa

de inte-

=--=ssecomum. A Diretoria -~

se comporta

A referência

=-etoria norma

sistemática

e prática

é

:3.dores exteDnos:

permanentemente

ao "nós" como sujeito

consciente,

como a Escola

-:-:um todo em face da sociedade ~~nto ~s reuni~es ~ Jiretoria

setoriais

é uma entidade

:~ serem suas decis~es ::-S8,

democraticamente

~~ria e vivamente - uma Diretoria

como um 6rgão cOlegia-

sobretudo

na presença

se apresenta

global.

Representantes

una e monoliticamente e inspiradas

equidistante.

consciente

Dentro

::-s3.1idade da Escola ~s~ que reconhecer

que é a Diretoria

-~~ a sua aquiescência

em matéria

da idéia de que

por interesses

superlO-

de uma organização

~ autonomia, quem comanda

de interesse

iguais,

volun-

a posição

das decis~es

cada ala defende

e o seu direito

da Diretoria

sugerin-

de suas prerrogativas

ambígua:

co-

integrada,

que detém de fato o monopólio

-- faz inevitavelmente

de obser-

contrastivamente

de Alas são porta-vozes

unânimes

da ação é na Di-

finais

a sua primazia mas ao mesmo

na

tempo

e que é precisozyxwvutsr 0E

particular

e convence


95.zyxwv

Ia da justiça

de suas

o fluxo total

de informações

2argos, quanto ;>or outro

reivindicações.

dispondo,

de crédito

de Ala;

de f!sigilo" que gara~

é a ponte de articulação

e financiamento,

de uma área de manobra

i i d ade tecn1ca -, 1122.. ;>ensab 111 que, na pratica5

Derioridade

em relação

se cultivar

a mística

aos demais

e adquirindo a coloca

associados:

da legitimidade

a Imprensa,

etc. -

uma rtindis-

em posiçao

de su

daí a importância

e de comprovar

a adequação

de de

à "causa comumn•

As reuniões ~e1ra parte

de

Il

as empresas

seu desempenho

junto às reuniões

de áreas

Além disso,

controla

21 - ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVU mundo do samba", as autoridades governa-

exterior

portanto,

atrás

a Diretoria

devido tanto à acumulação

ao envio de representantes

~em a sua invulnerabilidade.

~entais,

na Escola,

lado, ela se protege

com o mundo

Somente

de Diretoria

são recebidas

se desenrolam

"em audiência

ll

em dois tempos:

as pessoas

na pri-

que têm algum

21. O chamado "Mundo do Samba" que se revela de forma tão espetacular no Desfile,é para o sambista uma realidade bem palpável, seu meio próprio e familiar de convivência social. No momento atual, há uma série de situações em que se manifesta unitaria e distintiva mente: 1) pontos consagrados de encontro de sambistas onde dão conhec~m~nto de s~as última~ composiçõ~s, i~formam se~s contratos comerc1a1s, arranJam parcer1as e negoc1os d1versos; sao esses pon tos de encontro, certos bares ou restaurantes populares no Centro da Cidade, 2) "rodas de samba!! na Zona Sul e concursos oficiais ou semi-oficiais como "Concurso de Sambas de Terreiro", "Concursos de Sambas de Favela", 3) Além disso, as Escolas de Samba dis põem em seu conjunto de órgãos de representação próprios, ao ní~ vel estadual e federal como a Associação das Escolas de Samba da Guanabara (AESEG) e a Federação Nacional de Escolas de Samba.Men cionam-se também clubes e casas noturnas diversas que vêm se in~ teressando em apresentar espetáculos de samba desde que estes se tornaram um seguro investimento comercial. são essas as situações mais freqUentes em que se promOVE o encontro contínuo e intensi vo de compositores e ritmistas, frequentados sobretudo por asue~ les com projetos de profissionalização, porque constituem ve1CUlos seguros de divulgação de nomes e obras, e de interação profissional. Do ponto de vista histórico, o Mundo do Samba corresponde quase a uma construção mitológica, povoado de heróis e episódios extraordinários, contados e recontados pelos sambistas Ilhistóricos" ou "autênticos", e que invariavelmente atravessam as fronteiras entre todas as Escolas para se transformarem em patrimônio de to dos os sambistas. 22.

Cf. Michels, R. Political Parties (trad.). Ed. Collier Books.1962 lIIndispensabilidade técnica": domínio das técnicas e estratégi§.s de ação adquiridas pelos líderes em virtude de sua longa permane~ cia no cargo.


96.zyxw sssurrto pessoal a tratar; •. que entra o sigilo.

a segunda se reserva aos "Assuntos de Diretoria",

Vencendocertas

Jestas reuniões para constatar

"Assuntos de Diretoria"

assisti

em maio de 1973 a uma úni

que minha presença de fato causava tensões ali, sen

i..'1terpretada comouma transgressão :-s:i,

barreiras,

sendo

às normas fundamerrtaí.s, Na reunião a que comp~

equivaleram a "Assuntos de Carnaval": o Presidente

='=20ladava conta de seus contatos na Riotur,

quesitos

~~; etc . , e se elaboravam as primeiras deliberações

da

de julgamento, local de desfi

sobre o concurso de enredos.

Em z

,

-:-:: ::úa de Samba, o Carnaval marca o fulcro -:=:~'Tlento carnavalesco, :3sificação,

da sacralidade:

mais protegido um objeto,

quanto mais próximo do aco

seja uma reunião,

um desenho, um planejamento; levantam-se então tabus,

-~~3õeS restritas

uma.comissâo,uma separações,

e um sem-nUmerode precauções rituais.

No decorrer do ano,as funções concentradas na Diretoria .r í.gerna dois aparelhos distintos:

a Diretoria,

se especializam,

com funções administrativas,

-~~3ão de Carnaval. É o dualismo da Escola levado ao eixo temporal; tirada :-c :::, a Comissão de Carnaval adquire vida própria

: :~-:;arnavalesco,

co-

só a Diretoria

existe;

e acaba por absorvê-la:

dando

e a Coda Diret~

no per-Iodo

na medida em que se vai ciclicamente

trans-

:::::.B.Ddoa problemática anual da Escola, cresce a Comissão de Carnaval ao final :"'-:, sao só fantasias,

do

tomadas de preços para confecção, aquisição de material,cons-

-=' ..:.:;aode

alegorias,

:~: vital

da Escola. As reuniões da Comissão de Carnaval são ainda mais sigilosas

etc.,

que importam e a Comissão de Carnaval se transfonna no ór-

,nãcz

-i nada que se pretenda mais fechado na Escola de Sambade Mangueira do que as reu-~:~s e planejamentos da Comissão de Carnaval. O resultado

de sua operação somente SE

conhecendo aos poucos, à medida em que vão progressivamente se concretizando SUaE

c:::

~=:isões e providências para o Carnaval. A Comissão de Carnaval desempenhaum papel s.;

~smo tempo criativo

-.::-::agem.O trabalho :~ir

e técnico:

cabe-lhe toda a concepção do Carnaval, produção e

da Comissão de Carnaval, pelo que deduzi, consiste

em pensar- a

do enredo um tratamento cênico do tema, modular a Escola segundo o desenvolvi-

-::::-.-:0 da seqüência narrativa,

apropriadas a cada ala, de todos os materiais

distribuir contratar

necessários,

das subvenções às alas , editar

os papéiS-figurinos

figurinistas

segundo as característi:,

e alegoristas,

promover a distribuição

a Revista da Escola, etc.

providenciar e fiscalizar

a com-

a aplica-


97. 3.

O padrão de organização

O formalismo

ridade

joga um papel

e na reafirmação

a Escola

dispõe

definido

,

anterior dência,

5

leitura

de ofícios

ordem do dia, etc.

liferando

largamente

poradicamente,

caLando+s e ainda t

Por outro

procede-

e aprovação

de correspon

que se travavam

coincidente

ro~ portanto, trar vários tes entre

ao de outras

chegando-se

grupos

e Ala de Compositores,

gerais",

semanalmente,

mais outras

tâncias mais

reuniões

mais

simultaneas

reproduzem

o sistema

"reuniões

inclusivas:

em

não é ra

dias da semana~ e circulando

e

encon-

representa~

nas novas versões;

que atravessa

Vista na perspectiva duz num desdobramento calão uma réplica A estratégia

das

ins-

sociologicamente,

que

é um surto de

toda a Escola. global,

da própria

do sistema

esta forma de crescimento

estrutura$

organizacional

de ação se repete:

de flâmulas5

de organização

é o modelo atual da Diretoria

altas~ historicamente

se vai repetindo

por venda

inter

si.

As alas menores

burocracia

pa~

deste nível de articulação ,as alas

lá em determinados

em reuniões

pro-

antes es-

filiadastambém realizem reuniões próprias, às vezes na Escola mesmo ~orário

da ata

lado, vêm estas reuniões

de 1973 a se efetuar

entre as "reuniões

normativa:

comunicação

reuniões

or La" dessas Alas. Abaixo

'reuniões protocola-

leitura

e circulares~

em número:

semestre

pelas

da mesa,

legais de de-

SOClalS.

à seqUência

como as da Ala de Bateria

saram no primeiro

de D'i.r-e

de mecanismos

em Mangueira

ã composição

se invariavelmente

da auto-

\1

de relações

em que se tende rigorosamente

na legitimação

comozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ código1!, ele "dizlt que

impessoais~

Há um gosto acentuado ll

importante

da estrutura:

de fórmulas

2isão e de um sistema

res

burocráticazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC

chaveiros

5

repetindo-se

a cada es-

adjacente.

reuniões,

promoção

se tra

esquema

de festas

de finanças

e rodas de sam


98.

ba, conjuntos lidades,

musicais

etc.

próprios,

Em cargos

inscrição

de denominação

de sócios

idêntica,

de várias moda

mas hierarquicamen

a Escola apresenta uma multidão de indivíduos; há ~e diferenciadoszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 3 vários

Presidente da Escola, Presidente da Ala de Com :presidentes:zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ

?ositores,

i

;

Presidente

da Ala de Bateria,

Presidente

ias; Presidentes

de cada uma das quarenta

:e outros

Grupos

~retários,

t~ntos

tesoureiros,

se renova.

aos da Escola

~o de Assistência :; .. ~e significa

Social,

a criação

em várias

~21 timbrado

vista

:iais da Escola,

que já estimula

~snto de ofícios

formalizando

:--õ;:::ligir estatutos

etc,

por réplicas

-. seus proprlos

~ivres para dar atenção

-:=.:'s se fiscalizar :=.:C/!;l direitinho"

- -- .

tem-se

de Carnaval,

próprio,

ao exigir

de Harmonia

~s demais

mutuamente, destacados

superior:

alastrado

contando

ofi

no

na compo o afã

de

no Estatuto da E.§.

até então intangível, uma ala já e.§.

. 23, ]UStli f ~i de Harmonla,

da Escola

poderão

alas e os componentes

malS descontraídos,

com pa-

encaminh~

alteração

5

concorrentes:

, Dlretores

etc.,o

de diretores. En

à instância

às Alas Reunidas

do Desfile

Dep ar-tameri

como os documentos

esta tendência

Recentemente,

:~::1do que assim os Diretores

brincar

de escrituração se confunde

se-

inter-

Públicas,

de mais um número

comunicações

j unto

a ser afetado

~ cUldan . d o de nomear ~~

~: poderão

Social,

px"óprios, "bas eado s naturalmente

::: Ia ! I e até o comando ::~eça agora

departamentos

Departru~ento de Relações

que à primeira

Presidentes

etc., a recorrência

as sim: Departamento

5

alas, material

~ição de dirigentes,

fiscais,

que estão criando

adicional

-.sação de representantes

alas filiadas,

para os vice-presidentes,

representantes,

Há alas filiadas

::-.os idênticos

:ontra-se

não filiados;

das Alas Reuni-

ficar mais

da ala mes-

uma vez que não precisarão já com elementos

lI

uniformi-

para esta finalidade.

Diretores de Harmonia: responsáveis pela parte coreográfica,ou seja, pelas evoluções da Escola e pela concatenação entre canto, ritmo e dança.


99. Em contraste ~tas~ estatutos, ~aridade

com o grande

apreço

regulamentos,

na sua preservação.

:ílio dos secretãrios~

ofícios

pelos documentos - observa-se

escritos

-

a maior

irregu-

Os livros de ata são guardados

a domi-

que cada vez os trazem

para as reuniões.zyxwvutsrqp En-

:errado um livrozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA nem sempre se garante seu arquivamento, na verda5 :e, acham-se

perdidos

na quase totalidade:

~ios de uma gestã05

outros

~,itivamente ~ apenas

uns poucos

ficam alguns

com de outras,

com secret~

até que se extravia~

dos mais recentes

se conservam

defi e frag

:-:-.entariamente. Em 1960, quando

se fêz a organização

~anização

da Ala de Bateria,

~scritos,

mas a tradição

:ormaçã.o do passado, ~~o histórica: :alques,

leZ

sumirem

Fala-se

todos

os livros

~e; construída

na primeira

pessoalmente

~inos e alegorias,

planos

é

acusado

então existentes

"por-que

de um Museu

sede que teve a Escola

enredos

de armação se perde

de des-

na Escola,

de

de Mangueira

p~

no Buraco

a idéia corre

carnavalescos, de desfiles,

desenhos músicas,

Quenhã

de fig~ fantasias,

logo que utilizado.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZ É extraordinE em reunião

para serem cuidadosas

em

tudo vai para a ata e fica escrito '",quando tão imprevisível;

que são guardados,com como se fossem

:ial~ com que se deu partida ~a, não

fonte de in

quase toda a documerrta

um tesoureir05

na criação

serem advertidas

=3tas atas têm um destino

:2 diretores

registros

sendo a principal

por seus fundadores;

disso,

~·J.doisto como documento

suas propostas

e a or-

e anteriores.

~lguns anos e apesar

~io ver pessoas

social

os primeiros

urna vez que se dispersa

constantemente

~a ser instalado

início

oral continua

em 1969~ por exemplo,

s~a administração

:arecidos

tiveram

do quadro

senão um fichãrio

há troféus

o conhecimento

prêmios

pessoais;

ao processo dos mais

geral, o próprio

dos mais enna residência quadro

de burocratização

incompletos,

so-

da Esco-

onde constam

ape-


100 •zyxwvuts

~as os nomes dos associados, rie de outras

informações

embora

as fichas

abram espaço

que Hnão interessam"

internamente.

EstazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA é a essência da burocracia de Mangueira, ::10"ad hoc" com a função estrutura

simbólica

"redundantemente"

corrt r-a todo o !lruído; causado

A face oposta extrema

de decisões

::idade de improvisação todas

-:8

a uma reunião

poderá

~lteram-se

soluções

~enhuma

proposta

aprovadas,

o

uso social

?eforma do Estatuto

capa

bas

que fal-

Dilatam-se

comissões

está bem dentro

por toprazos,

já constituídas; de reunião!',

mas se vai confi

deste

imprimir

uma Comissão exemplares

sobre quem convocaria

:ue nunca

chegaram

a se iniciar

=er posta

de lado, A conseqüência

,:;3tatutoque "não vale muitoll a Reforma

os trabalhos

apaa

de Refor

dos estatu-

a primeira

reunião,

e a reforrrtaacabou

disto é que vigora

porque

legalismo

em abril de 1973, votou-se

imediatamente

mandaram-se

por

atualmente

está sob reforma,

um

mas ainda

a.§.

não saiu;'. Pelo fato de es t ar- sob refor

não pode ser apresentado

a ninguém,

-::-esidentesde alas filiadas =~3.dos no da Escola!! mesmo

Il

das discussões.

-:~s e tal foi a indefinição

_=,

de

desorientado

de forma elaborada,

nomeando-se

~~. Para esta Comissão,

=:"'-1 "va.Le, porque

um diretor

em sua ausência.

Geral, realizada 5

chamam

é deixada ao sabor doiandamento

do estatuto

::-ente.Na Assembléia

decisão~

ampliam-se

é apresentada

é uma

lado, para modificá-Ias

se ver momentaneamente

;urando no desenvolvimento

1.D1lêI.

se por um lado "tem que fazer

a última

decididas

-:oda a pauta prevista

de

da Comunicação,

imediatista

que eles próprios

por outro

novamente

~as as contra-marchas

burocrático

do sambista":

as resoluções,

-:a lifazer constar"

a existência

pela arrti.r-e s t r-u t ur-a ,

deste ritualismo

flexibilidade

20nstar'

de "informar"

é um burocrati~

como se diria na Teoria

5

..

a uma se

redigindo

sem vê-lo.

o que não impede que seus estatutos

próprios

O fato de ninguém

haja "ba-

efetivamen


101.

~e manuseá-lo, isso mesmo

nao contraria

que serve:

~e de manipulação~ ~a prejudicar

que seJa largamente

!Tébom para ser alegado"

tanto que um dos recursos

~~a proposta

ou colocar

alguém

invocado

e

facultando

comQmente

é

para

toda sor-

entendidos

sob suspeita

p~

é pergun-

~ar se "eszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON t a dentro do Estatuto~... e a resposta. quase sempre infali

-

em ata,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJ pode!' .

veL e de que "se constar

é

A flexibilidade .r.a L e o que permite

o antídoto

fazer funcionar

r-ocr-ac i.a em Hangue i.r-a r-ecobr-e

~os de Bupocracia:

=-.0 ~

"r-ac Lona L'",

'"simbólica" que os sambistas comportamen

t

a burocracia

na ordem

distintas 1técnicaH

o comunlcatlvo o

o

11

constitui

como tipo ideal, no sentido

. sem se delxarem

A Bu

a bupo \tJeberia

na Burocracia

de lá bem sabem neutralizar 24

for

- ou são dois ti

do "expr-e ssLvo " 5 transforma-se

levada ao domínio

,

contra

a engr·enagem no essencial.

duas ordens

a Burocracia

cr ac aa propriamente

produzido

na área do

papa l' lzar em sua açao

::riadora.

A Escola

e o Desfile

Cabe, enfim, vaL e a estrutura

estabelecer da Escola

~aval e da Diretoria, 2

não são a mesma

~o objeto;

derivados

de Samba.

o Desfile

coisa"

um paralelo

podem

À

entre o Desfile

semelhança

de Carnaval e não podem

de Carna

da Comissão

de Car

e a Escola

de Samba são

ser tratados

como um mes

um do outro, manifestam-se

existencialmente

in

:ependentes. Escola

e Desfile

sao calcados

assi.s t e ao De s f í.Le , lIvê ) por assim ~scola: 24.

sobre os mesmos dizer,

estão ali todas as alas dispostas

Le a ch ,

fundamentos:quem

"pas sar " a estrutura e agrupadas

da

distintamente

E.

1966. A discussion on Ritualization of Behavioup in AnimaIs and Nan. Philosophical Transactions of The Royal Society of London, Series B) n. 7725 vol. 251.


102. e todo o sistema no do Desfile

de papéis

em operaçao.

e este tem a propriedade

A Escola

se reproduz

de sintetizar

no pIa

a representação

ja Escola, Mais do que a passagem jo o conjunto que explica

da Escola

social que se constrói

a realidade

e ideologia

Ao longo da avenida ras de arquibancadas

na passarela

da Escola

de Samba.

por onde passa o Desfile~

essas pessoas

pagam

montam-se

para dezenas

para assistir

le)zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ê o público observador que consome o espetáculo. ~icipam

numerosas

Escolas,

gue i.r-a faz parte

do "Gr-upo

~estas dez Escolas Jil figurantes

de pessoas

a oitocentos

fantasiadas~

~eços que ali se juntam,

Do desfile,par

Escolas~5

no transcurso metros

Se cada

se reúne

de Samba realiza

de vários

nfveis

sua conexao

de mediação,

=iados de seu núcleo

central.

=ial que se encontra

ali estruturado

ali que se chama

aos figurantes,

~enta e as autoridades

governamentais

~rução semiológica

aponta

com a sociedade

diferencialmente

Sociologicamente)

~ele, dos assistentes

25.

para a apr~

11 •

Uma Escola jal através

fantástico

a

1 "0 aszyxwvuts

a isso os ritmistas,

sentação

"mundo de samba

a três

de mil cores e ade-

e se preparando

que mundo

uma

de uma só noi

:'asque se f'o rrnarn"es querrt ando o samba" e veja-se

Man

de rua~ imagine-se

enfeitadas

acrescente-se

de mi-

ao Desfi-

de dois mil e quinhentos

desfilar

filei-

por ordem de grandeza;

das Dez Grandes"

que devem todos

~e ao longo de seiscentos =oncentração

classificadas

conta em média

é t~

ali em torno do acontecimento

a cada lado com capacidade

lhares de espectadores;

do Desfile,

em torno

distan-

todo o Universo do Desfile

a infra-estrutura que o afetam.

a uma recriação

glo-

so-

faz parte que o sus-

Toda a sua: cons

do tempo histórico

e esp~

A classificação é um tanto arbitária, mas toma por base, e~ quematicamente, número de participantes, antiguidade: , re cursos financeiros, etc.


103.zyxw

ço social:

os figurantes,

e lugares,

contam

?osição

quando

social

de status.

a Escola

de uma cena social ~

personagens

em cena por seu valor

no sistema

talização:

representando

dramático,

mui to mais abrangente

sua própria

natureza,

a abertura

J'

epocas

não importando

sua

é um fenômeno de to

O Carnaval

de Samba se projeta

de outras

como ator

principal,

do que ela,está de fato atuapara a sociedade

global

es-

~ãzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA inscrita em sua essência como entidade carnavalesca. Mangueira :ondensa

reflete

no domingo

~ente durante

como um microcosmos

de Carnaval

o ano; como um corte

:re um eixo

diacrônico.

;iJ contínua

entre momentos

~:cial; o ponto -:~3sa d a

de maior

uma etapa

:~~ n~cleo

na Avenida

d 'e

este universo:

é acumulado

sincrônico

A existência de maior

progressiva

que se pode rebater

da Escola ou menor

se traduz

retração

ao co t '1d ilano

relntegraçao-

26

,a

numa oscila

e

é dado na culmin~ncia

amplitude

o que se

expansao

do Desfile.zyxwvu

E sco 1 a

retorna

ao

original.

Mangueira é uma Escola enraizada no Morro. Franqueada a entrada ã quadra, i.

::E.ior parte do ano,moraclores do

l'ID l:"ro

se fazem seus usuários habituais: a Escola

=~ avista de todos os lados da favela, é um palco -::.jo.Mas sendo fia praça" .~ ~uito bem comportados: - - -;, - - , transpondo-o,

-

e a Escola

permanente profusamente il~

e o clube do morro, o portão

abaixa-se

da Escola

é uma "praçaTl

é um comutador

o tom da voz e modera-se

se faz para muitos,

o centro

e um clu da

con-

o comportamen-

das reuniões

dominguei-

Período em que se aguarda o julgamento do Desfile e posterior reequilibração de expectativas. A Escola abriga um projeto educativo consciente que será examinado no prÓximo capítulo. Numa festa de s.João a que presencei, uma comitiva que vinha em grande algazarra cantando pelo Buraco Quente, ao entrar na Escola, baixou mesmo o tom da voz e moderou a conduta.


104. o campo de futebol

das crianças,

azyxw

a festa dos fins de semana~

-zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML i.c i 28 o centro daa vlda w i zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ , 29 :ena d e promoçoes o f lClals, comunl'tJ>arla.

Para o final do ano é que se vão acrescentando P r-í.me í.r-o , "o mundo

:':3.S de frequentadores. ~3.gens em outras

Escolas,

~3.~ba, atos públicos consumidores"

da Guanabara

de consagração,

do ª3pet~culo:

~escos mangueirenses,

Estados,

etc.; depois

os carnavalescos

:·":!1cionando, em pleno período

do samba '": festas

e de outros

o público

as outras

fai-

e homerodas

é que surgem

de

os

de última hora, os carnavae a bilheteria

simplesmente

Hpré-carnavalesco"

que se inicia em ou

-:·..:bro o

É esta fase final que assusta

:3.~ba como uma ameaça

aos comentadores

-

a sua integridade

:-sce-me que se faz uma distribuição

e autenticidade.

rentável

-:-.ercialização de fim de ano que se extrai li

:-.e:1te para conferir ~~eirenses ~~gumento ::r efeito :õ

a m b .í

as alegrias

é

~=-de Samba se tornou ~~~, uma pergunta

de consumo um programa

uma tendência

::-.=forma que a expectativa ~=-l.Assumir

externo,

=~3tema seja gerado

como obra perma

estejam

da "classe média

depois

li

"intelec-tualizado". até que ponto

inerente

a partir

implica

aos Man

se dando

as perspectivas

dos

que a Esc~

Em contraposia auto-organi-

à Escola de Samba, da mes

de as cens 10 e integração

esta perspectiva,

ê dessa "co-

de uma vez por ano. Outro

condicionando

que se deve fazer é:

:=-ção não constitui

a Escola

de que as transformações

de demonstração

st as aos padrões

de papéis:

de

A mim, pa-

do dia a dia ou do Carnaval,

de sempre ou aos Mangueirenses contestável

de Escola

em admitir

de suas próprias

na sociedade

gl~

que o dinamismo

forças

do

e contradições

A Escola foi, em 1973, palco de um concerto da Orquestra Sinfônica Brasileira, largamente concorrida pela população do morro. A própria Paróquia prefere promover de suas festividades. Por exemplo: Semana Santa.

na quadra um Teatro

da Escola, algumas Sacro durante a


105. ~~ternas~

o que dialeticamente

~~e a simplificação

-- fatores

da explicação

causal pela busca

malS fecundazyxwvutsrq

exclusivamentezyxwvutsr

~

exogenos.

Para lSSO, examlnaremos ~~sicas

sugere uma explanação

de ideologia

nos próximos

Mangueirense.

capítulos,

as proposições


106.zyxwvuts

v -

1.

IDEOLOGIA

DA ESCOLA: O QUE PENSA O MANGUEIRENSE

(I)

. como Slstema . Id eo 1 ogla cu 1· tura 1 (1)

O termo "ideologia" ção social, ou melhor,

é considerado

é tratado

aqui ao nível da comunica

como um código

cultural

do qual se definem modos de pensar e princípios tam os indivíduos

em relação

se em vista a apreensão qual adquire

social.

sendo esta lógica socialmente Ia "ideologia".

Adotando

Em sentido mais exato,

condicionada,

uma terminologia

o que em certos aspectos

"ética" e a determinar

podemos

corresponde

os parâmetros

pela

sociais,mas

também

Weberiana,

do sistema

tem-

social

sistema de relações

afirmar que se busca uma "compreensão" nificado",

através

de ação que orien-

de uma forma de representação

lógica um determinado

-

chamá-

poder-se-ia

"ao nível do sig, a

descrever

sua

para sua inteligibilidade

in-

terna. Assim definida,

a ideologia

to de idéias e práticas

simbólicas

biliza quando se põe em contato limita,na percepção externos,

Mangueirense

que o Mangueirense

reconhecível

renses e lhe dá, ao Mangueirense,

agentes ou dos

de valores

atuais;

ela confere,

ridade de experi~ncias vivenciou

(1) Para um desenvolvimento

observou

ela de-

espectadores

aceitos

como Manguei de seu pa-

quarrt o em seu quadro

enfim, unidade

e ~s descontinuidades

ou paralelamente

como tal mo-

uma visão explicativa

pel social tanto em ss.ua dimensão histórica interações

um conj~

com outros atores sociais;

de seus próprios

um universo

compreende

e coer~ncia

que

no decurso da

de

~ disp~

ele pessoalmente súbita ascensão

do conceito de "ideologia como sistema cultural", ver: Geertz, Clifford. 1973 - La ideologia como sistema cultural~in El Proceso !deolo gico (ed. Eliseo Veron). BA, Editorial Tlempo Contemporaneo, 2a. ed. pp 13/43.


107· zyxwvu

social que se verificou valorização temas

de que foi objeto

dominantes

bre o contraste no passado

no status

no discurso

de "sambista"

sua Escola

e no

de Samba.

Mangueirense

Tanto

de

que,

os

versam precisamente

que se gerou entre sua situação

e o prestígio

processo

so-

marginalidade

de

de que, de modo inesperado,

passou

a des-

frutar no presente.

2.

"Era um tempo de arrogância

o

tema da "marginalidade"

~emória

Mangueirense.

cola, porque

e valentia"

assume

duas versoes

Falo aqui genericamente

elas se reportam

principais

do Morro

na

como da Es

à fase de maior vinculação

entre am-

jos. Existe

uma formulação

~ostra mais estreitamente segunda que se revela ::"''Tlplos. Na primeira :aráter épico, ~ivamente

concepção,

heróicos

e "moral de malandro".

uma denúncia

~~ca em que a Escola

uma mais

se reveste

de um

que a consagram

posi-

também

as noçoes reflete

de

princi-

dos atos e atitudes

de Samba era intepretada

de

dirigidos nessa é-zyxwvutsrqponm ..• como area de pericu-

ao invés

de "herói",

sendo esta ainda a imagem

~scola de Samba se mantem

e

social que lhes foram

e o sambista,

:::: como "delinquente",

se

societários

A segunda

ou uma assimilação

e repressão

:":,sidadesocial

dos padrões

se desenvolvem

que

comunitários,

a "marginalidade"

episódios

e, em torno desta,

:iscriminação

de "marginalidade"

ligada aos valores

como absorvida

arrolam-se

"I:1oraldo Morro" ~almente

da condição

em muitos

era identifica-

que a respeito

meios mais afastados

da

de sua

: c nv i vência.

Uma primeira __ encontram

leitura

dos relatos

dois agrupamentos

acerca

empíricos

'::ns" e o dos "maus elementos":

desta fase sugere que

em justaposição:

" a gente

coexistia",

o como

dos diz


108. um Fundador.

Uma comparação

denciatr~tar·se posto

"disciplinador,

homem

duzia os ensaios

sujeito

narra-se

se cotizado

pus; de outro, que fora seu Presidente,

Mangueira

ou, a mesum

de ouro", que con igualmente

para obter-lhe

já ter

habeas-cor-

diz-se que "era pistoleiro,

ou que "podia ser pistoleiro,

mas tinha

a

no coraçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTS ll

Torna-se diferentes,

aparente,

portanto,

e não com grupos

oscilatoriamente

ordenados:

desenvolvendo ::1aisampla,

que as pessoas

diferentes,

em seu julgamento

siste mesmo num trânsito samente

evi -

sobre quem se afirma ter sido

"com todo o respeito",

mas nao era marginal"

de abordar-se

de mãos de ferro e coração

e ter a Escola

entretanto,

unica mas ambivalente

de uma forma ambivalente

Do mesmo

estado preso

dos dados,

antes de uma realidade

de outro modo,

ma realidade.

ampliada

repetido

cuja aplicação

porque

de um a outro meio social

particulares

suas agências

alternam

a sua vida cotidiana

a sua vida na comunidade

valores

lidam com códigos

relativamente

e o seu contato

institucionais

e modos

con

diver-

isolada,

com a sociedade

impessoais

de re-

lação social. Existe _ mudar

um consenso

na Cerâmica

z.uí. to diferentes

-:rar na Cerâmica :'evar um tiro", -=ra só do Morro,

Desse passado,

mas não era pistoleiro" irem ao ensaio

ocasião,

=iretor da Cerâmica ~:ca, alguém

~~ "tão ingrata

expostos

associados

que lhes facultara

lamentou

B., A., I.; I.

que começaram

como por outros

que a Mangueira

com P. que botou muito

en

ou "se arriscar

e que "era

e ficarem

são hoje

"que nao se podia

batidafl,

que "eram todos pistoleiros:

isto dito tanto por pessoas

:~la nessa

de que "as coisas

comenta-se

sem ter sua carteira

:ara os visitantes ::-.8S",

e, principalmente,

ll

11 •

quantozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ã idéia de que "as coisas começaram

uma

dinheiro

nao,

vergonha

a esses vexa-

a frequentar

a Es-

mais antigos.

Do

o uso da quadra o tivesse

a

por essa é-

"esquecido"

e fos-

lá e arriscou-se

no


109. tempo em que a Escola

era um antro de marginais".

Ouve-se

mais

que: "agorazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ê uma tranquilidade, basta botar dois PM na Quadra que já dá para

afugentar

muito marginal".

devem ser questionadas Compare-se natureza

a semelhança

da definição

je desfruta

policial.

saí na frente

essas

informações

com outros

dados si tuacionais.

o conteúdo

desta descrição

Um compositor nos meios

de uma fase datando

"Eu também

da Escola,

de música

de trinta

da Polícia

e a

que ho-

popular

brasi-

anos atrás:

p'ro Distrito

daqui.

Es-

--h9.jezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ê benemérita na Mangueira, mas nesse tempo era

contra o samba -- mandou toda batendo

tamborim

tação Primeira ele olhava, mundo

entre

de grande projeção

leira, relembra

sa pessoa

em confronto

Contudo,

prender

até o Distrito.

tem consideração

tinha

na frente.

no Morro:

É

buscar.

Ele é considerado,

com a turma

Essa é uma pessoa

até hoje.

samba, mandava

eu desci morto.

Fazia isso:

Pô-pô-pô;

mas naquele

que a E~ todo

descia

tempo

ele era con

tra o Samba. Em trinta

e oito, eu apanhei

ça Onze. Então,

tinha

da Polícia,

aquele negócio:

e apanhei

na terça-feira

bem,na

Pr~

de Carnaval,

à meia noite, acabava o Samba e pronto; acabava o Samba. Muita gen te na Polícia

era camarada,

mandava,

sabe como é:

Não quer que eu pare,

eu vou andando

Não quer que eu pare,

eu vou andando ...

Mas acontece

que eu parel.

da G. E chegou um polícia

nao

mas o oficial

..•

Parei

e se invocou

até discutindo comigo.

com a faleci

Eu, menino

novo,

e, com essa coisa: - "Pare com essa discussão!" "Que discussão?

pra

Eu só 'tô pedindo

à garota para ir embora

casa!" Daí, eu continuei

tou, mandou

conversando

o cassetete.

ele. E para quê? Quando

Quando

com a menina

ele me bateu,

eu me levantei,

e, quando

ele vol-

eu me atraquei

que eu oihei,

com

só tinha po-

lícia em volta de mim: tal tal tal, tal e tal. Nesse

ano, a Ala

dos Compositores

verde~ grava-

ta verde;

saiu de terno todo rosa e um chapéu

é capaz até de ainda ter retrato

nhei •.• Eu já apanhei A "batida policial"

por aí. Mas como eu ap~

muito por causa de Samba! fora do Carnaval

mesmo,

Palavra!" "cercar

a casa"

e


r- zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA i zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

110. levar todo mundo" sambista,

eram experiências

rotineiras

sobre

as quais existe pronta

tro na tradição

oral dos mais antigos.

de Mangueira, muitas

compositor,

hoje também

unanimidade

figura

aqui por baixo, Tinha cadeia,

era considerado

lo simples cintura,

intuito

jogavam

intuito

jogavam

Companhia

vagabundo,

de cantar

de trânsito

dentro

de cantar

Ferrugem;

A pessoa

descascava

samba.

A pessoa

descascava

samba

casco de na era amarrada

casco de navio

era amarrada

Eu me lembro,

pe-

pela

casco de navio.

era na ilha das Cobras.

em

e coisas mais.

que descascava

d'água,

dentro d'água,

livre

cita o seguinte:

apanhava

samba.

-

da Escola

cantar, mas se cantasse

como um tal de Ferruja,

vio pelo simples pela cintura,

a gente podia

do

e amplo regis

Um ex-Presidente

áreas que lhe eram antes inacessíveis,

"Aqui no Morro,

na vida diária

Chamava eu

fui

preso. O Samba era isso. Numa das ocasiões, com T., estava no alto do Morro ~avido ~egócio :ereza

uma macumba, de quando começou

eu estava

do Urubu,

ali em Terra Nova. Tinha

veio uma moça com pão-de-ló,

terminava

a macumba.

canJlca,

Aí, eles cantaram

a cantar e eu fiz uma música Cruz Credo,

em casa de B., aquele um samba;

assim:

Credo em Cruz

Aí vem o Delegado, Temos pão-de-ló,

o Abelardo

Luz.

temos pão com manteiga.

Você sabe o samba,

Já Daqui a pouco:

vou lá minha

nega.

bom bom bom bom. Era o delegado,

:ardo Luz e nos caçoaram

fazendo

aquilo.

Daqui

delegado

a pouco,

Abe-

cercaram

a

casa e fizeram

a gente andar de Terra Nova ao Vinte e três Distri-

~o, que aquele

tempo era em Madureira,

3rasilino,

todo mundo

lá".

Deste cerceamento, Samba, de escondê-Io, =e candomblé. "Naquele

"lidava para um baile ~ra a macumba.

gerava-se misturando-o

Um depoente tempo, Quando

a pé. E fiquei eu, Tereza,

a necessidade a torcidas

de se camuflar de futebol

o

ou sessões

esclareceu:

a Escola

de Samba era proibido.

afro-brasileiro. chegava

Este baile

Então,

se co,!!

afro-brasileiro

por volta de seis horas

da manhã

,


111. então fechava

o terreiro

Acorda, Quem

e a gente

cantava:

acorda,

'tá dormindo,

acorda!

Na fé de Deus, acorda! Então: - "Abença" - "AbenzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ça"

- "Pede bom-diazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUT ll

- "Bom dia!" Aí então,

depois

daquilo

tudo feito,

va no chão, aí então entrava

va a seita,

pelo meio do caminho

vinha o Samba. A gente

que

A ligáção bes de Futebol, melras

aos últimos,

teção que as levava

cogitar

ti-funcionais

na Comunidade,

recordam

forma segura molestadas

acaba

da Estação

das pri-

de auto-pr2

candomblé;

o futebol,

emmul-

como promo-

É interessante

Primeira

- "Chega de de-

à palavra "time":

que penetrar

11

.

(2)

em torcidas

de fazer sambas publicamente,

de futebol

porque

era

aquelas

uma

não eram

pela Polícia:

"Aliás,

outra esperteza

do sambista:

na rua, era coisa de marginal. cantar, eles eram torcida de futebol.

quando

antes organizações

o Carnaval.

"Com esse time temos que vencer... Muitos

matagal

de derivação

sob a máscarádo

e organizavam

faz uma alusão

-

de Samba e Clu-

à mesma necessidade

ora

que praticavam

que o samba de batismo

manda" -

entre Escolas

de que constituíssem

e reuniões

-- porque

a um processo

a se confundir

bora se possa

viam bailes

nós nos assujeitáva

ia, mas atrás do Samba".

~e dava na origem

ora se atribui

em relação

lembrar

o samba. Agora,

da seita esta-

à casa de Eva -- Eva morava num

mos a sair daqui para ir assim, tinha sepultura

o pessoal

Chegava

(2) Ver Capítulo

de clube,

lá, tirava

I,nota

8

Então,

não podia

quando

cantar

o pessoal

acompanhava

o seu sambinha,

do samba ia

a torcida faziam

samba em

jogo

a sua batuca


112. da, vinha

com o pessoal

da. Veja a manha

da torcida

de acontecimentos

vém reproduzir que a imagem

didos" gares

algumas

externa

cios internos;

e expressões

citações

palmente

ou nenhum,

blinhando-o Durante

eleições

de ordem e tranquilidade,

alguém

"Agora está tudo mudado, a pistola

e "navalhadaszyxwv ll

em cima da mesa",

tão violentas.

essas Princi

desse repertório,

su

social.

que transcorriam

porque

de Samba

como sobreviveram

s~o extraídos

lembrou

como lu-

entre eles e, a julgar

como área de tensão

as últimas

"covil de ban

da Escola

"Tiros"

disruptivas

jocosos

de indí -

descrições

"botar o revólver

perguntar

a tensões

fortemente

o ambiente

vulgares

impõe-se

os comentários

dessas

cog

transparece

de todo infundada

sambistas.

como expectativas

em meio

e cenas de valentia, Por essas,

emergem

nesta época

usual entre

por essas afirmações, organizações

nem na-

de Sa~ba se desenvol

"antro de marginais",

semelhantes

pretexto

etc. irrompem

a mais.

n~o se alimentava

comuns retratando

sob qualquer

sobre Escola

turbulentos

pelo contrário,

e o comportamento

n~o prendia

do sambista ••• "

Como o mais amplo anedotário ve em torno

e a PolIcia

em clima de grag

que:

antigamente

o sujeito

tirava

do cinto e dizia:

- "O presidente

agora é Fulano.

- "Que nada! Todo mundo

ao máximo

é contra?

de acordo".

E que por essa razao mesmo :e dissimular

Alguém

cada qual se via na contingência

sua opini~o,

dando a todos

igual impressão

:e os apoiar e não aos concorrentes.

Ê incontável

o número

de estórias

:olas de Samba que se encontravam :onsiderável

saldo de mortos

":am. As tradicionais -:as e consagradas

que correm

a respeito

no Carnavál,deixando

e feridos

de Es

atrás de si

cada vez que se entrecruza-

"baianaszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ ti, hoj e aparentemente t~o inofens i -

às velhas

da Escola,

eram tidas

como as fantasias





































14-8.

Nas Alas Reunidas, licial militar,

a mesa é composta

de um comerciante,

um po-

dois contínuos,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Th~ pintor de paredes, uma cozinheira

e outros. Na Ala de Bateria, respectivamente pecializado

a um funcionário

na Escola.

dado inconteste componentes,

-

Desconheço

a profissão

sendo alguns

dentre

sor de ensino

um funcionário

de uma fábrica

-se um colchoeiro, ja de segurança

do Palácio

e um membros,

t1angueira é local

:~ais diversificadas; sociais

-~:1cia de indivíduos

moradores

muitos

membros

encontram-se

de

na loc jovens,

um profes-

um funcionário

e outros.

-

ad-

. Na proprla

Ala,

da Escola,

acham

três motoristas ,um gua~

um guarda

de vigilância

de manutenção

noturna

e outros,

seis dos quais aproximadamente,

compl~ vêm ten

em música.

Desse esboço de classificação :ectos dialeticamente

Morro

de nível secundário.

urbana,

um técnico

mas um

no próprio

de "elite intelectual"

Guanabara,

mais

e a quase totali

de cartório,

um garl da limpeza

~ando profissionalização

-~ de relações

escola

de armamentos

uma espécie

da Aeronáutica,

~ando cinquenta

atualmente

e~

de seus próprios

antigos

incorpora

da Ala dos Compositores

técnico,

=l.ueé considerada

residem

eles dos mais

da Ala de Bateria

Na Diretoria

:e

dos demais,

por informação

de suas duas diretorias

sendo que dois deles cursam

.~~ sargento

e a um operário

é que a maior parte de seus elementos

A direção

~inistrativo

do Cais do Porto

na Ala de Bateria,

dade dos membros

lidade.

cabem

e a vice-presidência

de armamentos, que e uma das pessoas nazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

prestigiadas

Mangueira,

a presidência

relacionados.

social,

sobrelevam-se

Um deles é que a Escola

de aglutinação

de indivíduos

ali se acha representado encontrado

dois

na sociedade

de cor e de camadas

global,

sociais

de Samba

de camadas

um espectro

as-

so-

do siste-

com predomi-

baixas

na

hierar-


149. qUla da sociedade interno

global.

estrutura-se

rarquização

O segundo

independentemente

observáveis,

ou melhor,

rios, porque não foram gerados nem decorrem

indicadores traste

ciedade

deixar

de Samba

de mando

momento

que tende

explicitamente

de Samba de Mangueira

da Escola

Ia" tornou-se

uma constante

gra implícita

de prevenir

global,

igualitária,signif!

unidade. o princípio

uma hipótese

de nivelamento a partir

socialmente concreta.

que qualquer

Hangueirense, indivíduo

do

apoiado A preocup~

venha a fazer nome às custas

na política

da so-

da Esco

criando

a re-

se sobressaia

iso-

acima da comunidade.

Este procedimento e a principal

indivíduos

vem gerando

área de atrito

que já alcançaram

de nivelamento

pria Escola prestar

internamen

na sociedade

e este se intensificou

tornou-se

que "um elemento

questão

as

sobre

as contradições

de se promover

ção de evitar

bertos

diluem-se

realizada

que se pretende

em sua própria

em que a possibilidade

ladamente

internas

as informações

a ser desvantajosa

se manifestarem

de ruptura

no prestígio

de Mangueira

e dominância

Há outro modo pelo qual se revela na Escola

desses crité -

de suas exigências

e suprimem-se

global numa organização

ca ameaçá-Ia

hie-

De fato~zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH é mais coerente obscurecer o con-

entre uma posição

te e uma situação porque

sociais

de status.

como uma negação

e

funcional.

na Escola

entre classes

de ordenação

desta diversificação

a partir

de sua organização

Por essa razão, barreiras

é que, o sistema

notoriedade

de um conceito

individual,

de "marca registrada"

se localiza

não se colocava

não dispunha

à ascensão

ressentimentos

em relação

externa. nesses

e conflitos

Antes

termos,

bastante

tal como se verifica

a alguns

disso,

porque

influente

nem seu nome se revestia

a-

a pró-

para do

a

em

valor

em sua atual conjuntura


150. empresarial. Quando

um sujeito

adquire

"fama" e pensa

fluir sobre a Escola,

seja para obtenção

seja para alargamento

de seu prestígio

ocorrer:

ou a Escola

sua áurea

"especial"

gumas pessoas

o enquadra

se perguntam

porque

certos

sendo eliminados

da Diretoria

ceser

que foram ativos

"demais"

de estar visando

pessoal,

a interesses

outros espetáculos

de um bar-res-t::auranteno segundo

em estado

de semi-ociosidade.

o local, nenhum

tamanho

oferecido

para

particulares,

sobretudo

UJIl

do Sam

que permanece

chegado

um esquema

para

efetivamente

a ser

não só devido

diversas

pessoas

de aproveitamento

do

ao têmlu

~

a participação

havia

de

igualmente

considerável

cesso da roda de samba. cedeu a esses planos, claras.

pavimento~

porque

A única

embora coisa

externa,

para dentro

A Diretoria

elementos

encaminhado

ambos de certa notoriedade

público

de

propos-se a organlzar uma am MangueirensezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLK

roda de samba com e um ritmista

O Palácio

interrogações

como também

montar

Um compositor

-te. Gozando

tendo

Isso provoca

e valor da área,

gar.

muito

diligência

usos já foram pensados

Vários

deles entretanto

posto em prática.

trair

pare-

sua proprla

este procedimento.

ba dispõe

colas

ativos

e uma resposta ,A

Al

musicais.

O caso da boate ilustra

pla

·tão

se acham ligadoszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ã comercialização de rodas de samba ou

quando

-se

de liderança.

colaboradores

colocando

podem

desconhecendo

comum

da Escola

ln-

especiais~

duas reaçoes

de seus quadros

acabam

sob suspeita

de prerrogativos

na disciplina

ou o segrega

com isso poder

suas explicações definitiva

projeto pensavam

da Escola,

da Escola,

de várias Es semelha~ poder

a-

garantindo o s~

entretanto,

jamais

nunca tivessem

sido

que se podia informarê

respei to de suas decisões era que "eles não queriam".

O assunto

fora


151.

sempre muito

ventilado

na Escala

e havia quem considerassezyxwvutsrqponmlk

" ...um mistério

o negócio

da roda de samba na Mangueira.

do nãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ê um que breca, é outro: uma hora é o Relações não divulga,

outra hora são os Compositores

o que há,que

não sai roda de samba na Mangueira".

Anos depois,

diante

de samba e esta roda veio demonstrar se.

A roda de samba de Mangueira

coletivo,

abrigando

espont~nea, promoção

larga margem

sem limites

do espetáculo

suas funções neraçao. sitores,

ritmistas

conforme

seus deveres

Em termos

foi montado

espetáculos

comerciais.

:onvencionado. ~ntermediária

divertimento

de

sem perceber

colaboração A

qualquer

da Escola,

gratuita

social,

remu-

os comp~

e regularmente,

com o padrão Em geral,

por seu trabalho,

este é um modelo

na profissionalização

~ância muito mais na formação na recompensa

dispõe-se

um pagamento

Para o empresário,

-=-.:'..is regular,

havendo

uma cade ía

contudo, vertical

que rezyx

e instrumentistas,

em espécie

representam

do sambista,

financeira,

casas de

de um empresário

passistas

de um público

:~ que real.

de relações

de rodas de samba em

As rodas de samba comerciais

:"Jepropriamente

Mangueiren-

e participantes.

com os artistas

de cantores , compositores,

:abendo a todos,

roda

Social no mero exercício de

comparecendo

de organização

que contrasta

~

e

a

regimentais.

solidárias

.ine um grupo

e, portanto,

e passistas

como um

entre platéia

coube a um Diretor

institucionais

O programa

organizoU-se

que

Eu não sei

criou-se

o estilo de solução

de improvisações

precisos

Públicas

que não vao.

de uma crise financeira,

Qua~

uma

residindo

e projeção

outro etapa

sua impo~

do nome,

de valor mais supõe-se

ou

do

simbólico

uma lucratividade

em que alguém remunera

aL

~

;:-·...:.em. Para a Mangueira,

esta fórmula

:~e toda a sua obra resulta

vertical

de um esforço

não tem sentido

de criação

conjunta,

porcomo


152

se refletiu Compositor

em sua roda de samba. e pelo ritmista

eles apareciam se que aquilo demais

obedeciam

como empresários.

também,

funcional.

rio neste sentido,

sua contradição

comercial,

Favorecer

introduzir

o

qual

sustentaos

de uma mes-

intrumentos

a es·trutura e formação amadorístico,

empresarial

no

de um comando,esp~

e outros

muito de seu espírito

pelo

todos

membros

surgimento

cach~s

agride

com o segmento

contudo,

de uma Ala pode fazer,

uma vez que constituem

tivos entre os componentes que ainda conserva

ao padrão

apresentadas

Em Mangueira,

que um componente

o possam

ma unidade

As propostas

competida Escola

apesar

de

que se vem desenvolven-

do a seu termo. O Desfile se considerarem presentarem ninguém

expõe urna situação atrações

no Desfile.

profissionalmente

ajuda de custo ou veste mas dependendo

Consta,

Ala das Baianas

porém,

que Mangueira

com esta finalidade. integralmente

buto à sua fama pessoal..

que por

certos

estrutural

componentes

no Desfile

e a Ala das Crianças

ou

Alas,'

e não corno tri custe~

de Frente,

o pano; recebem

de custo todas as Alas e cada um dos Destaques

.uma

a Ala dos Composi

a Comissão

recebem

paga

integralmente

a Ala de Bateria,

e a Porta-Bandeira;

não renumera

A Escola

Têm suas fantasias

a Diretoria,

tores; o Nestre-Sa1a

Há pessoas

requeremzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG à Escola um pagamento para se a-

de sua posição

das pela Escola:

semelhante.

e Passistas

a

ajuda

indivi-

dualmente. Membros

da Escola atestam

que várias

feito exigências

semelhantes

sadas por terem dessas posições. carado com

O recebimento

de subvenções,

urna certa ambiguidade

Drime um sinal de prestígio

pessoas

porque,

- poucas

já foram recu-

sem ocupar por outro

qualquer lado e en-

ao mesmo tempo em que e~

pessoas

podem ter sua fantasia

t eada pela Escola-"escravizal1o componente ã Escola, não podendo cuszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML


153· zyxw

este moralmente acusado

se recusar

de subordinar-se são critérios

texto.

a qualquer

interesseiramente

de valorização

Um componente

explicou

que preside

à avaliação

ciocínio

saída e sendo frequentemente à Diretoria.

que variam

de um a outro

com-

a sua idéia de "Lgua Ldade " e o diferencial

do papel das

ra-

pessoas

em Mangueira: "Mangueira abusos.

é uma casa acolhedora

Mangueira

não d~ privilégio

que telefona

reclamando

que não pode

entrar~

se nós não reservarmos Passou dessas

-

os ensaios:

nao se consegue

às sete da manhã~ mos trabalhadores, Escola,

o pessoal,

esse pessoal

trabalha

mais?

nós não podemos

a fechar a quadra

tem que abrir mao

é uma luta.

como eu que sou feirante que trabalha

e mas

ficar

para naopr~ Quando

assim

Se deixar,

J~ imaginou,

mesmo.

sai

daqui

nós que so-

que dá tudo dezyxwvu

e tenho que pegar de madruga

Se alguém

tem mais direito

é quem

de sol a sol como tem componente

e que dá tudo de s~ à Escola.

do papai

existe ou um fulano

aí qualquer

e só vem de vez em quando

Para Dona F. ~ Dona N., a Escola

é

que

Quem é que tem mais direi-

como D.N. que dá duro nas feijoadas

desde que a Escola

que é filhinho

horas

que temos que pegar às sete~ sair daqui às set~

to? Uma velha baiana Escola

gente

Tem dias que isso aqui não

que não é brincadeira.

da, é que tem mais direito. trabalhador,

muita

mesa? Reservamos~

Por isso é que quem é trabalhador,

seis da manhã?

-a

Tem

evitar

é de sete às doze, ou de nove às três.

conter

Porque para conter

. Sl

horas,

mesa só por.que é seu Fulano.

tem onde pisar e nos somos obrigados judicar

a ninguém.

que ficou na porta até as tantas

é até as tantas horas, segurando

mas nós temos que

5

tem obrigação

e sai só

e não

na por-

aparece

de dar fantasia,

essas sim~ que não vai tirar o lugar delas para botar um desfilante novo.

Agora,. um desfilante

mas vai ter que se assujeitar qualquer

pelo Presidente

Dialeticamente

madas

se quiser

às mesmas

entrar,

obrigações

va1 entrar,

que uma crioula

aí do Norro e às vezes mais até, que ainda vai

ser aceito

status

novo,

existente sociais

ter

que

de uma Ala".

como aC1ma,

na sociedade

com a passagem

a mesma negaçao

e superação para o mundo

da hierarquia

das fronteiras interior

de

entre ca-

à Escola

de Sam


154. ba se revela nesta

concepçao

a pobreza

das pobrezas

Todos

de riqueza, coisa:

desfilando

estão nivelados,

nem de religião,

o amor à Escola.

sões para outra Escola, um

O sujeito

trezentos miséria,

porque

e sessenta acorda

rico.

a Escola

excesvia

ainda

junta tudo aquilo

a nosso

3.

unida

A Comunidade "Igualarll

é uma função

mínimo

durante

passa

fome,

carrega

água,

e ainda joga em ci

que exprime

mais

a meu ver, é a Escola

de "unir" na Escola

de Samba de

Todos os atos devem ter ali uma referência

'~ilacategoria

É zyxwvutsrqpon

ver, a coisa está cada vez mais

a forma e a solução, este mundo".

de

de Samba brasileira,

que cava salário

vai pro trabalho,

Samba que congrega

social:

~~a

o pobre está cada vez mais pobre e o rico cada vez A solução,

suelra.

só pensa

porque

e cinco dias do ano, economiza,

Porque,

nem

só va~ com raríssimas

profundo

sobe o Morro para economizar; difícil:

O sujeito

social

contra tudo e contra todos.

uma pessoa

às cinco,

ma do Carnaval.

de Samba é de-

diferença

que não tem amor à Escola,

que exige estudo

estudo profundo,

Escola

não existe

nem de nada.

regra cada um fica na sua Escola,

- . negoclo

ao lado de uma B.Q., um

Ê democracia.

V.M. ao lado de um passista. mocracia.

"apolítica":

É só a senhora ir lá ver a heterogêneo.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH

"Ê um meio muito miséria,

de uma Escola

bem esta necessidade

de

de

Man-

grupal.

relacionamento

é "armaçãoll•

"Armação"

é o ato de articular

:ontra uma idéia, ~róprio processo ~.ismo de difusão

uma decisão, de articular da

::::mfli tos; constitui ~~ de explicação

uma pessoa,

de apolo em favor etc.

estes grupos.

solidariedade simultaneamente

grupal

e

lIarmar" é

ou o

A l1armação" é um meca e de obscurecimento

uma norma

de ação e uma

de for-

social.

Para o sujeito "armar",

grupos

ganhar

o sujeito

uma decisão

em Mangueira,

que IInão arma!!, perde.

preci-

ele

Procedendo

ou

nao


155. empiricamente nal quanto

ao ato de armar,

ao seu sucesso

ção": ele venceu "porque

armaram

"porque

lização

Quando

de meios

armou"

inconfessos

e não venceu

"porque não armoutlou

este procedimento

concorrem

angariar

de conquistar

promoveu

uma rodada

que considerava

ra uma peixada

em sua casa e aSSlm por diante. "armando

lar no meio que considerava pessoas

que atuariam

votação,

-se dirigir

alguém

Confessando

pa

sem -

articusobre as

ou sobre as que pronunciariam

se torna vitorioso

a qualquer

a

é

em Mangueira,

"armou,hein?".

grupo

de pessoas

A mesma conversando

um cumprimen

expressão

pode

discretamente:

hein?".

Perguntados (4)

Quente;

na Mangueira

ou influir

com

no ano de

cada qual procurava

mais estratégico:

na quadra,

to jocoso que pode ouvir

valesco.

influentes

o

etc.

Quando

"armando,

11 ,

do sa~

de chope no Buraco

pessoas

explicitamente

Desfile.

flarmar".

diferentes:

outro convidou

pre estarem

e uti

por seu samba. A

chama-se

círculos

do

pela eleição

preferência

adesões,

"arma" em relaçã.o a vários

1974, um Compositor

anônimos

de seu uso no contexto

de Mangueira

eles precisam

de grupos

de pressao.

exemplos

os Compositores

positor

ou insucessozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM é dada em termos de "arma

sempre na constituição

alguns

ba-de-enredo,

fi

ll "armaçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV tem uma conotação próxima de consplra

implica

Vejamos

forma a explicação

contra ele".

A categoria ção porque

de qualquer

por que escolhiam .,

sobre o qual se OUVlam

com tanta -

restrlçoes

(4) Indivíduo que propõe o enredo e sugere sive figurino, alegorias, etc.

frequência

o Carna.

por seu conservadorls

o seu tratamento,

inclu


156. e falta de imaginação, pessoal

responderam

"ele arma bem

que se torna

cola, ou alguém

da Escola,

um outro jurado

ou de outra

acusações

"armação"

costuma

e levantar-se

Se a Escola

acusada

vitoriosa

no Desfile,

pode ter "armado"

o

forma não idenficável.

ser comprovada justamente

e

é

chama-se

quanto medida

que implique

o resultado

a substituição

são proferidas

social

tanto antes p~

conhecidos.

numa transformação

de um julgamento

ou a indicação

substancial

ou de urna decisão,

de um determinado

jurado,

"armação".

Quando o Presidente expurgado adeptos

da

afinal não ganha,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM é porque "armou mas não deu~

após serem os resultados

corno obter

mesmo

em áreas de incerteza

paratoriamente,

que possa alterar

Aliás nenhuma

da essência

de "armação"

Qualquer

"armoul1. A E~

com o júri, ou com

visto que as acusações

contra

e

do Morro gosta dele".

Urna Escola

dessas

ser porque

da Escola,

da chapa da Diretoria

explicaram

que perdera

que concorreria

sua destituição

o Carnaval,

foi

à reeleição,

seus

corno "uma armaçao

que

fizeram

ele". Da mesma

chamavam

forma, os cabos eleitorais

"armar" a todos os passos

n.:>curso de sua campanha

e procedimentos

de sua propagan

1) um mecanismo

de coesão

da. IIArmação", aSSlm paI porque

constitui:

uns os indivíduos

na medida

vel criar urna rede de apoio ambiental tivos,

e 2) um dispositivo

impersonali~a características

as acusações

em que supõe ser indispensá para consecução

para diluição e projeta

de personalidade

gru -

de conflitos

sobre fatores

de seus obje uma vez

extrínsecos

de um indivíduo ou ao méri to de

quezyxwvut ... as uma


157. questão, rência,

a causalidade

ou o desfecho

pois é essencial

incompatibilidades riedade

prevenir

a alegação e pontos

de "armação"

de vista;

vem guardar

um elemento

falseamento

é descrita

sabendo

opiniões

antagonismos

e

se de

para seu reencontro

de dizer que é, mas nao é.

no

Esta técnica

de

assim:

Isso é da moral

Ele nunca diz de cara o que está pensando.

Ele faz assim:

-" a tua. e

as

por um Mangueirense

quer saber o que você está pensando, lá.

que completa

frontalmente

se der novo ponto de reequilíbrio.

"Está naquela malandro.

adicional

Todas as incompatibilidades

social.

de auto-superação

da interação

de

da regra de solida-

isto impede que se descerrem

zonas de atrito

quando

que dependem

exprimir

ocor-

ou o enquistamento

Um recurso

é evitar

cristalizem

sistema

conflitos

em agrupamentos

para sua sobrevivência.

final de uma determinada

E quando

do ele

ele dá uma volta para chegar

ele joga uma que não é a tua, só para saber qualzyxwvu

Por exemplo,

ele chega para mim e diz assim:

que você está com Fulano".

"A.,

estou

Ele sabe que eu não estou

com

Fulano mas quer saber com quem que eu estou. tou sim. também

Você também

Aí, eu digo assim:"Es Mas ele está, não é?lI. Ele diz: "Estou".

não está e sabe que eu sei.

Ele só está querendo

saber

azyxw

mí.nha " •

Há inúmeros

exemplos

to que o Mangueirense

práticos

uma enfática

solidariedade As acusações

comi cidade

são sempre difusas "algum querido

Nas últimas

obscurecer

eleições,

vis desa

desen ll

em torno do "voto secreto

de todos os eleitores

las esquinas",

desta técnica,

tem como regra de sua conduta

justes e "estar bem com todo mundo". volvia-se

de aplicação

e

da

para com todos os concorrentes.

do tipo "alguém

disse", "fala-se

pe-

por aí", "tem ge rrt e que está faturan-

do", etc. Na Ala dos Compositores, lustrativa

deste comportamento.

presenciei

a uma passagem

Um eompositor

advertia

bastante

i

ao Presiden


158. zyxwv

te

da

Ala da insatisfação

ponentes~

seus atrasos

que vinham provocando

e não comparecimento

tado sobre de onde partiam

aquelas

nos demais

às reuniões.

acusações~

o Compositor

c00.

Pergunrespon

deu: "O Senhor

Presidente

.. - foi nlnguem nao que falou. ~

por al,

-

As unicas

sou eu, o D. e o P.

pessoas 5

quando

sabe melhor

do que ningué~

que~ aqul,zyxwvu

-

e aqu15 fala-se muito 5 mas PorquezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF 5 aqu i.

que dizem o que pensam

es-tá bêbado"~

ressalvou.

na

frente


159. VII - IDEOLOGIA

DA ESCOLA:

"O Carnaval

Não seria demais tos e sessenta vaI fornece •

<fI'.

prlnClplO,

O QUE PENSA O MANGUEIRENSE(conclusão)

é intransferJ:vel!"

dizer que uma Escola

e cinco dias do ano em função do Carnaval.

a razão

de ser do sistema:

em Mangueira,

O Carna -

o Carnaval

é

ozyxw

o melO e o fim de todas as coisas.

ê um substratodo

A Escola cia do Carnaval

Carnaval:

e para sua organização.

ra é um lugar onde o Carnaval

ela surgiu

A Escola

em decorrên-

de Samba de Manguei

perde o seu caráter

tica das ruas para transformar-se ministrado

de Samba passa trezen-

de anti-festa

num empreendimento

caó-

rotinizado

e ad

burocraticamente.

O Carnaval sado e programado,

feito pela Escola previsto

leção de tema, desenho péis entre as Alas,

de Samba atual é um Carnaval pe~

e suprido

de figurinos

escolha

em seus mInimos

e alegorias,

do Samba-enredo

detalhes.

distribuição

fazem-se

Se-

de pa-

com meses

de an

tecedência. Em 1973, que foi o ano em que comecei cIpio de abril,

a Escola

anunciava

de 1974, quando

o Carnaval

to do enredo,

então a produção

do Carnaval.

os Compositores

ção fora marcada outubro.

nos, projetava

recebiam

as alegorias

devendo

a Comissão e ordenava

Quando as Alas receberam carnavalesco

um resumo

do Samba-enredo,

para agosto,

Simultaneamente,

se concentrava

a seleção

enredo

já estava de Ao mesmo

no desenvolvimen-

de seu conteúdo

cuja primeira

pa-

apresenta-

final efetuar-se

de Carnaval os papéis

seus figurinos

já se achava praticamente

já no pri~

para o

Em maio,

de Carnaval

ra dar inIcio ã elaboração

sugestões

se daria em março.

cidido o tema, acionando-se tempo em que a Comissão

aceitar

a pesqulsa,

criava

os figuri

em relação em outubro,

concluIdo,

em

entrando

-

às Alas. o projeto em

fa-


se de execução;:zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 'A-p-a'P.:t-ir- da entrega dos figurinos, desencadeia-se a mobilização

total da Escola,

le se restringe,

porque

como uma tarefa -c>

at~ aí a concepção

do Desfi-

da Comiszyxwvu

de elite, ao conhecimento

sao Carnaval. Estima-se mente

sigilosa

cialização. Carnaval

que o planejamento

e que requeira

Pessoa

alguma

elevado

e em geral tem-se

observado

de sua movimentação.

das semanalmente

como inconsequentes;

manecem

sob monopólio

da Escola

versando

que se consideram

Quando

seu r~tmo de vida. ponto tornam-se

Cessam

agora os componentes

desejam

dos figurinos

o sistema

A Escola

à frequência

ou melhor,

profusa

cresce

per-

mudam

e amiúde

em

e os livros

de

de função,

comparecer

de um instrumento

para um disciplinador

Compare-se

porque ..••

quando

e

por exemplo,

para controle

da frequência,

nos dias e nas horas

dentro

e acelera-se

se transforma

à quadra.

porque

de relações

o livro de ponto

~omparecimento

nem a entrega

e a visão de conjunto

Entre os Compositores,

se apresentar

são transmiti

de segredo,

do Carnaval.

desejam

ou os ob-

sobre fatos tidos

malor a animaçao

bre os ausentes

de

de Carnaval.

as ameaças

desnecessários,

periódicas

este circulo

esta etapa,

por completo.

e espe -

da Comissão

de suas decisões

obviamente

essenciais

da Comissão

se avizinha

altera-se

nenhuma

abalam

alta

a regra de não deixar transpi

nem a divulgação

dos temas aos Compositores os efeitos

às reuniões

Informações

à Imprensa,

seja atividade

grau de experiência

tem acesso

rar, antes da fase de execução, jetivos

do Desfile

porque

so-

todos

em que ê mais intenso

a diferença

o

de tom entre es -

~as duas advertências. "AVISO:

Senhores

Presidentes

~a diretol'ia, por méio de oficio ~euniões

de Alas.

Queiram

o nome do seu representante

para que não haja problemas

no final com as faltas.

:-.~chamada

no corneasoe final de cada reunião.

~la levará

falta".

...

enVlar a es

Não respondendo,

nas Avea


-------------------------~ --~ ~ "

~ "= = = "~ "

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcb

161. E a outra: "Meu argumento campeão

do Carnaval,

participar

e como campeão,

com voces,

Quando

viagens

guem e vao a uma Escola

pequena,

por aí, eu veJo que a Manguei-

encontram

-

na reta, :p-eçoa todos os Componentes

nho esta vaidade

um Carnaval

do bicampeão,

-5 Como campea0

com

a quadra

para o Carnaval

nós temos mais facilidade. real' junto porque

É

é

guerra

que estejam

-

.. nos

É

preciso

voces nao,

que voces

sabem o seguinte:

Então todo mundo

e nao podemos

o

a Mangueira, estão se

Desfile

expressão Da entrega apresenta

fa-

mesmo,

E nós estamos não.

nos distrair

não é derrubar

de Carnaval

dos figurinos

constitui

pessoal

o campeao, guerra

a

nos

es

descui-

Nós temos que nos

não.

ninguém

Porque mais,

o caso de eles estão

se descuidar,

por-

e uma possibilidade

em sua totalidade

conjunta;

se comunica

para auto-

de Samba de Mangueira.

a Escola

em ativação

de Carnaval

uma oportunidade

na Escola

em diante,

como um organismo

autônoma

é

preparando ..."

e participação

trito da Comissão de criação

para voces

Mangueira

de olho. É um apelo que eu faço que não podemos que as coirmã

é

se preparando,

nos descuidar

para a luta, não podemos

les é derrubar

para se mo-

Este apelo que nós estamos

para quem? para a Mangueira.

dando da coisa, cuidar

é

mesmo.

nós somos o campeão. tá voltada

a

- teEu nao

lutar junto, vamos gueE.

zendo aqui, vocês tem que fazer a eles; porque

-

a testa para que

tudo tem que ter trabalho,

a hora, vamos

guerra.

no Jogo.

do campeao.

a altura

porque

que vem. já

estamos

-

nin-

cheia.

mas quem está na chuva

trabalho

o

nada disso.

... . zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Jd estamos dentro do enredo, Ja

gente possa apresentar

~

são

todo mundo quer ver voces,quer

Então nós temos que nos preparar

<Lhar-.

Vocês

então eu acho chato eles vêm aí e não encontram

-

estamos

é a Mangueira.

mas chega aí não encontra

eu faço minhas

ra tem cartaz, ..•

além disso tudo,

o trabalho

se res-

às Alas e há uma parcela

de cooperação

abertas

a to

o

comum

dos os participantes. Assisti

a diversas

era o comparecimento Alas Reunidas

reuniões

integral

de Alas nesse período.

da Ala,ao

aos quais estavam

contrário

presentes

dos encontros das

exclusivamenteos

represe,!!


162. zyxwvu

tantes de cada Ala. viam recebido

Havia assuntos

os figurinos

de motivaç~o

e tratava-se

geral:

as Alas

da interpretaç~o

ha-

confec~zyxwvuts

e

- dos modelos. çao Os componentes Slas apenas

de Mangueira

um croquis

de frente

ta de sua imaginaç~o. sião: é preciso ~dequadamente bordfdos

Por isso, as Alas

detalhes

~as concorrências jostureiros,

colorido;

discutil materiais

e elementos

de adorno;

se reunem

apenas

de preços,

fanta-

fica por

con-

tanto nessa

oca-

apropriadas,

definir

assinalados, também

escolher

e prestações.

serviços

de suas

o restante

é necessário

pagamentos

?essoas que vào oferecer

do modelo

e tonalidades

e complementos

para tomada

decidir

recebem

analisar

promover

peque-

fornecedores

A Escola

ou mercadorias,

e

pulula

de

propo,ndo vantagens

~u tipos especiais. Os modelos

são tratados

::Jmponentes quanto

pelo figurinista.

~~ que os Componentes

expunham

e,' invariavelmente,

couber-a

~presentava

outras

:~ntes, porque

~iss~o, repetidos :'ismoque vigora ~~ocesso

Carnaval

ou concordava

ao controle

livremente também

dos modelos,

seguindo

Mangueira

lhes

o modelo,

na Mangueira,

sugeri

parecem

redun-

ou da própria uma espécie

Co-

de mopróprio

No

alterações

conserva

ou

mas uma tro-

de Carnaval.

surgem

que

com as mudanças

do figurinista

para as fantasias

inesperados.

pelo figurino modificava

pelos

discussões

várias

vezes os adornos

pelas Alas,

tanto

involuntá-

assim o gosto pe-

como brincadeira.

A imagem ~:as: a quadra ~:irrado.

ou o figurinista

e por isso muitas

de interpretaç~o

~ias e resultados

Presenciei

N~o há imposições

escapam

flexibilidade

seu desagrado

alternativas

:~s pelos Componentes. :~ 0e preferências

com grande

da Escola nessa se apresenta

época é de uma lmensa

recoberta

de mesas de grupos

Um membro

da Comiss~o

de Carnaval

:::8 temas se prestam

à Mangueira

porque

:iente de personagens

e episódios

federaç~o

declarou

em

para dar fantasia

debate

que apenas

devem conter um número a todas as

de

cer sufi Alas


163. e Grupos.

Tanto as Alas quanto

dentidade

no Desfile

cia do enrêdo,

e não é sem atrito

que, às vezes,

se tenta a fusão de Alas no Desfile

f tão intensa ma uma unidade

a experiência

temporal

zem parte do Carnaval

e anteriores

serão computados

se conta de Carnaval de conhecer

ano 2000.

vaI começa

em 1973, quanto

com este último

a Carnaval

credita-se

suficiente

com uma boa afluência o Carnaval nO grande julho, agosto" um grande

e fica assim

Os grandes

tos, são em novembro, compra nada:

ele bota em

de Carnaval,

é pagamento

mesmo,

para produzir

um bom Carnaval.Pre não pode contar

assim:

O faturamento

começa

os grandes

uma

de fatores

ela está cheia de débito".

mas -ele não

fazedores

Depois

faturamen-

todo, tiran-

investe,

de operário,

em

Em outubro, já tem

O sujeito

tudo mais.

para fi-

o descreve

Mas este faturamento

.. . serle

a

de ter feito

a fazer o Carnaval

o faturamento.

. alegorla,

termos:

sem meios de pagamento

ensaios

ria, o conj -'nto todo, materiais, Carnaval

depois

Hoje começam

débito.

nestes

necessária

são os ensaios.

dezembro.

acaba deixando

do

e que "o Carna-

primariamente

Um Mangueirense

novembro.

até além

contínuo.

que não faz um bom Carnaval

não propriamente

ensaio.

do débito,

para produzir

consecutivo.

na faixa de outubro,

de 1975, os

O que torna o Carna -

resume-se

a frequência

faturamento

a estezyxwvutsrq

O ano "sambista"

seguinte"

de Cinzas".

de Samba dependa

para atrair

que a Escola

Assim,fa

de Samba só deixa de pensar no Car

de Samba -- um acontecimento

que a Escola

um faturamento

do Carnaval

de todos os Carnavais

no Carnaval

logo na quarta-feira

um bom Carnaval

ela for-

os do ano de 1974,

Carnaval.

O ciclo Carnaval-Escola-Carnaval

conjunto

uma

e há pessoaszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVU e m Mangueira que se

o calendário

para pensar

vaI -- ou a Escola

que

a que se destina.

à preparaçao

Dizem que "uma Escola

naval que passou

nanciar

de

de 1974, todos os fatos relacionados

no ano de sua preparaçao

após seu término

sume-se

sua i

por exigên-

através

dessa preparaçao,

com o Carnaval

-

Carnaval

ufanam

devem encontrar

comum.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE

fantasia

quais

os indivíduos

dentro

do

de alego-

que termina

o


164. zyxwvutsrqpo

O Carnaval

é meta e melo para a Escola

de Samba, como a Es-

cola de Samba é meta e meio para o Carnaval. a Escola

de Samba como um "dia do Juízo

titui uma chance lém disso, entidade

única no ano -

Final",

"O Carnaval

é toda a sua estratégia

essencial

O Carnaval

tanto mais que con~

é intransferível!!I. A-

de ação e a sua totalidade

que se colocam

em julgamento:

"tudo que elazyxwvutsrqponm ê,

Quem fez, fez; quem não fez, aparece:

não desfila,

estão prontas,

11.

a ala não está completa

brio interno. Escola

As grandes

se relacionam

de Alas

se remetem

do Desfile

vitórias

às vitórias

basicamente

as roupas

não

ê decisivo para o equilí-

ou derrotas

ou derrotas

a

como

esse ê um dia sem perdão.

tudo que ela faz, se joga num dia porque

Por isso, o resultado

pesa~obre

políticas

no Desfile;

dentro

da

as cisões

antafonisD/~'5e insatisfações

gera

dos no Carnaval. A acusação-padrão Ala assumido presentação prontas"

nesse

caso ê a de nao ter o Presidente

em tempo as providên~ias do conjunto.

necessárias

são sempre

no prazo ou a contento:

"fantasias

para a devida

a-

que não ficaram

tingidoslt

"sapatos

de

ou de má qua1i

dade que "desbotavam

na chuvallzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVU , chapéus que "não cabiam", roupas

que "se desmanchavam

na Avenida"

do ti,

etc. Ou então,

cumulado

sozinho

tos do Desfile

é o pretendente

ou mais

Ultimamente,

ou "fora de medida",peças

ao cargo que se jacta de ter-se

eficientemente

o Palácio

era de que a Diretoria

se imediatamente

destituída

tem-se

verificado

necem à testa da Escola Isto mostra

uma mentalidade

que Diretorias

rir com "honestidade!! o patrim3nio

interna.

que perdem

no ano mesmo

Hangueirenses: da Escola

aos efeiAntes,

o Carnaval fo~

não se reelegesse.

do Samba introduziu

nova entre os

equiparado

que perdesse

ou, pelo menos,

e se reelegem

que o Palácio

encargos.

sobre a pOlítica

a norma esperada

almente,

daqueles

do Samba tem-se

em sua repercussão

!lfaltan

Carnavalp~

de sua derrota.

interesses

a capacidade tem-se

At~

novos para

e ge-

comparado,como


165.zyx

critério

de julgamento

ferir vitórias

e prcpaganda

no Desfile

de Carnaval.

Naturalmente~

um a outro argumento

não se opera mecanicamentc5

cesso de redefinição

de responsabilidades

dos!' que atesta

bem a atenção

à encenação

riamente

Como cimento

gura como o argumento sobre o sistema. gado um momento tuamente sao

maior diante

Numa reunião

congelar-se

imediatamente

ra um tema que o Presidente a questão gamento

da retirada

do quesito

a que presenciei,

naquele

subitamente "harmonia"

se confidisruptiva

ameaça

che-

acusando-se perfodo,

e todas as atenções

havia

priorita-

o Carnaval

se altercavam,

da Escola

de "culp~

no Desfile.

de qualquer

em que os Diretores

pela baixa frequência

deve render

da Escola~

de Diretoria

de

mas há todo um pro

e à perfomance

da constituição

para au

a passagem

e de isolamento

que a polftica

do Carnaval

ã cap~cidade

eleitoral~

mu-

vi a discus

se voltarem

lançado

dentre

sobre a

p~ mesa:

os itens de jul-

do Desfile.

IgualmentezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON 1 quanjo um dos Diretores das Alas Reunidas pedia demissão

de suas funções,

seu trabalho naval,

cumulativo

os presentes,

jacentes

alegando

estar sobrecarregado

na Diretoria

percebendo

às suas alegações,

da Escola

"Depois do Carnaval,

e na Comissão

desentendimentos

encerraram

devido

de Car

mais profundos

a disputa

você pede demissão.

ao

sub

arguindo: Antes

nao

porque

senao vira tudoll! Ambos os episódios de à chamada de emergir turamento quentell

"estação

consequentemente

acumulando-se neste

Este tipo de problema

a frequência

é então reduzida

se torna limitado.

do Samba não afloram

a ansiedade

no mes de junho que correspo~

fria" do Samba.

nesta época porque

são concorridos, eliminam

se passaram

Na chamada

fatos desta natureza recursos

sentido.

porque

que aliviam

Il

só poe o

fa

estação

os ensaios

as pressões

e


166. zyxwvuts

o

Carnaval

que resolve

tem assim a propriedade

adicionalmente

um dos problemas

atualidade

que é a sua necessidade

prestações

relativas

periódica

funciÓnamento

para financiamento

dívidas.

de insolvência

mais agudamente vezes invocada

em ocasiões

o Eangueirense

contudo

se enquadra

Nas últimas

a necessidade

mar as providências tecipação

cessam

que parecem

deslocadas

e escala

os

ra-

sobre riscos

financeiro.

Ela ê

que

muitas

para um estranho;

compreensivamente

porque

ela

de valores.

em abril de 1974, o candidato

de se dispor

relativas

em

no

se faz assim a mensagem Mangueirense.

eleições,

A oscilação

gera dívidas

seu equilíbrio

pode assumí-la

as

do empr·éstimo con-

a opinião

em sua vivência

- invocava çao

face ao pagamento

o Carnaval

sensibiliza

na

um fato normal

da renda dos ensaios,

aspectos,

da Escola

agora como uma anomalia

e a Escola readquire

Por muitos

por-

para saldar

se considerara

da obra e cujo atraso

Com o incremento

tensões

do Palácio -do Samba.

ê percebido

que acarreta

cruciais

de capitalizar

que sempre

da Escola

zão dos prejuízos traído

ã construção

da frequência

de dissolver

da oposi

de um prazo maior para

to-

ao CarnavalzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON e por isso advogava a an-

da posse da Diretoria

que viesse

a ser eleita

"para

ter

• A reinvidicação foi aceita com aparente mais tempo para trabalharilzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUT

naturalidade

pelo auditório

pio a validade daquela

como se todos reconhecessem

da proposta.

E o Carnaval

a quase um

ano

data. Uma apresentação

longamente

programada,

val se r-evest e de uma série de elementos que a Escola consideram

tem estocados

por-ta da Escola: guardando

alguns

raros ou que escasseiam

época do Carnaval.

goria.

distava

em princí-

apenas

Há um símbolo muito uma carreta

a chegada

empresariais.

materiais devido

carnavalescos

de

Car-ne-

Informa-se que

ã expansão da demanda

concreto

que ali permanece

do Carnaval

o Desfile

desta previdência

se na

ã

presa a um poste,a-

para recobrir-se

de uma ale-


167.

ê

Toda a Escola

em Sl uma condensação

~ários numa realidade ~adamente

à oposta,

:'eia semântica; ~ínio segundo

Traços

aí operando

manipulam-se

mágicos

e ordi-

de cada uma das séries passam

perfeita~ente

integrados

convenientemente

os interesses

momentâneos

na nova

os símbolos

do contexto.

iso ca-

de cada do-

Três exemplos:

em Hangueira se traduz contabilmentezyxwvutsrqponmlk ... "ajuda de custo para fantasia", que e urna maneira de escapar aos

1) o pagamento

:;01'

única.

de elementos

dos empregados

:nus da legislação 2) a Escola

fiscal:

distribui

às Alas subvenções

para

as fantasias

e

um

:::.odo de fiscalizar

é através da I1contagem de fantasiasl1~ sua aplicaçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED

~uando há dúvidas,

o Presidente

-::::)ria da Escola = 2U

contexto

as fantasias

fantástico,

da Ala é chamado

confeccionadas,

transformando-se

a apresentar

à Dire-

que se deslocam

em peças

então

comprobatórias

de num

~nquêri to "c i.v i.L'! . 3)

as mensalidades

::)mponente à Ala.

Huitas

;reços da fantasia, -:êem-se demovidos _~ recurso ~3.

pagas

às Alas

vezes, pretendendo

desagrado

justamente

pelo feitio,

Sendo embora

um concurso,

etc. - desistir

trazido

a Escola

ê transferir

pelo próprio

o

diversasdo Desfile,

que já tiverem

esta situação

Componente-substituto

uma forma de prender

sob alegações

pelo investimento

criado para contornar

a um outro

constituem

feito.

a poupan-

desistente.

de Samba de Mangueira

entra

no

:esfile "p ar-a ganhar". i1Qualquer Diretoria :-..:e trazer

um primeiro

;_, ninguém

que se elege sabe que tem que trabalhar. lugar, pelo menos

-:::ratr em cena ~2stre-sala",

110

seleciona 110

melhor

melhor

a cada ano seus melhores enredou.

figurino",

=ento, empenhando) extenso

=>:plicá-la.

Menos

do que lS

aceita".

Corno a Escola

-:::~ acontece,

um segundo.

Tem

"o melhor

samb a+erir-e do!",

etc. - dispendendo

tempo e uma dedicação

nunca há nesse

elementos

caso razões

"o melhor

um vultoso

intensiva,

suficientemente

para en

orça

se a derro

claras

para


168.zyxwvuts aí que intervem

É

soal quanto

uma segunda

a "armação"

que vimos atrás.

Mangueira

só se compreende

qUE; houve

"armação",

"Atravessar

uma derrota

ou porque

ninguém

para prevenir

que a Escola

manter

ritmo

constante,

porque

os verdadeiramente sigiloso

fazer".

Depois

a arrumação

um hiato

ou

po~

sempre

que a Esco são tomados dei-

de som, a Escola

deve

e específicos

de Harmonia

a Escola

de

não deve

Esses são os requisitos

dos Diretores

E apesar disso,

de Samba

Todos os cuidados

eficazes,

e impes -

"atravessoull•

"atravesse":

etc.

Na Escola

do Desfile.

mais segura".

xar claros no chão que possibilite

tão difusa

por dois motivos:

a Escola

é a doença mortal

la atravessa,

domínio

categoria

mais óbvios,

se presumem

que "sabem o que

corre o risco de

Il

no devem

atraveszyxwv

)

aar-" •

o

tes da Escola: partes

é uma espécie de descompasso

"atravessar"

ou é o canto em desacordo

da Bateria,

ou sao dois trechos

do "dá o atravessamento", guém pode localizar

a Escola

exatamente

com a Bateria,

diferentes

seu ponto

de origem,

nem quem exatamente

que o

é uma questão

atravessamento"

Tentar

recompor

porque

"atravessando", alcance

a Escola

os Desfilantes

mas nln

não se

sabe

está V1atravessando",po~

é uma parte

relacional:

em

mesmos

atuação.

imponderáveis

Avenida,

é extremamente

não têm consciência

Os Diretores

de uma ponta à outra,

no, sendo sua responsabilidade fatores

que "atravessou"

di-

de estarem

uma vez que em geral cada Ala tem exclusivamente

de sua própria

rem a Avenida

zinhas

Qua~

à outra.

relação

fícil,

par-

ou são duas

da Escola.

toda se desarticula,

onde nem como começou, Il

entre duas

podem

procurando

mesmo evitar

interferir,

uma curva na pista do Desfile,

ou mesmo uma linha melódica

de Harmonia mantê-la

percor

em unísso-

o "atravessar".

como o sistema

de som

o eco das construções

mais rebuscada

-

Mas da Vl -

do samba-enredo.


169. De qualquer derável;

diagnostica

nem o responsável

É

através

sua dimensão ~ueira

forma,

mas não identifica

pela crise, do Carnaval

poderia

ser descrita

do Carnaval rando-se recortada

que a Escola

como uma região nele.

propriamente

que a Escola

de um imponnem a

causa

de Samba se constitui

Sem ele, a Escola como qualquer

Anônima"

apenas um aspecto

resultará

como na "armação".

mais específica.

mesmo uma "Sociedade mando

o "atravessamento"

de Samba de

associação

em Man-

recreativa,ou

pr-e t.endem alguns cronistas, tocomozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE

parcial

de sua organização.

se articula

Mas é através

com o extraordinário,

fora do comum,

subtraída

configu

do cotidiano,mas


170- zyxwvu

VIII - O ASPECTO

1.

Tradicionalismo

Afirma-se

POLíTICO:

QUEM COMANDA A ESCOLAzyxwvutsrqponmlkji

como argumento

geralmente

político

é

que "Mangueira

uma Escola

muito tradi-

cionalllzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJ : esta definição, contudo; precisa ser questionada mais exatamente

ao nível da realidade

Há certos

traços

consensualmente versamente)

de modernidade,

riais suntuosos

nea e improvisada, curtos

das Escolas

citando-se

na apresentação

do Desfile~

compacto

esses, por mat~

a conserva

uma coerografia

a eleição

ou, in-

entre

a preferência

estilo de "harmonia"~

um desfile

de Samba que são

frequentemente

descoberta,

etc. e no outro,

e rápidos,

na Escola.

como sinais de "autenticidade"

da quadra

e brilhantes

çao de um determinado

observada

na configuração

reconhecidos

num caso, a manutenção

empírica

espontâ

de sambas de

e acelerado,

enredo

coreografia

"mar

cada", etc. Há, todavia, tos e, além disso, ferencial

nesses

cada Escola

uma combinação

de Samba apresenta

de ambas as tendências.

de uma Escola

de Samba segundo

"tradicional", Mangueira

resulta

"tradicional"

"passo marcado" temente

uma alta dose de subjetividade

esses critérios)

por fim bastante encontram-se

e os Compositores

produzido

Por isso, qualquer

sambas de enredo

como

arbitrária.

algumas

julgamen-

classificação "moderna" Na

admitem

ou

própria

vezes coreografias

Mangueirenses

di

de

ter freque~

IIcomerciais"J "ao gosto do públi

col!.

Assim, ferenciação

malS do que uma constatação se propoe

como um sistema

se está pensando

propriamente

fazer as coisas~

como numa maneira

:onhecer

as tradiç6es

factual,

de categorização

numa maneira

da Mangueira

essa forma de disocial.

"tradicional"

em si

Não de

"tradicionalmente

Mangueirense"t

ê,

conhecer

neste sentido,

o que


1 7 1 , zyxw

a Mangueira

~, seu modo de ser, os principias

nem como uma unidade

Escola

de Samba de Mangueira

medida

em que a recobre as partes

específico

dentro

às posições

na

e está ligada a uma função política

na

acha-se

sistematicamente

É

neste sentido

de um certo espaço

quem tem o conhecimento

articulando

associada

território que

é

e

de

"político"

ele está dando nome a um sistema

de liderança

assim responder

axioroático

de um determinado

de poder para assegurá-Ia. Mangueirense:

um valor

de todo.

de ordem dentro

cionalismo

constitui

como um campo social unitário,

A noção de "políticoV1 principio

que a defi-

social.

A idéia de tradicionalismo

internamente

e valores

social e qualifica

no agrupamento. das regras

adequadamente

a um meios

o tradi

de regras

o

acesso

Detém o poder em Mangueira

do jogo, ou do regime,

às demandas

e expectativas

podendo da coleti-

vidade. .•. .,,1

IICampo pOlltlco de estudo

deste capítulo.

onde ocorrem mensão ta

os processos

que melhor

Definindo-se

se aplica

ao

objeto

como a "área espaço-temporal

pOlíticos!!, ele permite

incorporar

a

dinâmicazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA à análise das relações pOlíticas, dando assim

dos processos

Mangueira alterações

1.

.•

e o modelo

de mudança

em curso na realidade.

como um l1campo político" em seu campo de forças

é reconhecer

Caracterizar

a eventualidade

numa perspectiva

dicon a de

diacrônica.

Para um aprofundamento da noção de "campo políticolf ver: Swartz, M.J., Turner, V. & Tuden A. 1966 ~ Political Anthropology, Chicago, AIdine Publ.: p.247. 'Tln keeping with this recognition, we have used the political field concept to refer to the space-time área inWhich poli ti~. cal activities occur. The inclusiviness or scope of a politi-' cal field will expand and contract over time in that groups and individuaIs "ho are not currently involved in the processes may become activc in them tomorrow, next year, or a decade hence, and presently active units may temporarily or permanently withdraV7from the f Le Ld!",

~-

~-

~.~-=:-:-~


172.

o Turner

conceito

de "pOlítico"

que utilizo

aquizyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSR é o proposto por

define-se ese outros. C2) Para esses autores, 'o "políticollzyxwvutsrqponmlk

sencialmente

como matéria

tal relativamente po em quest~o

pública,

visando

a fins públicos

cons c i errt i zados e desejados

e envolvendo

para execut~-los

pelos membros

um controle

como do gr~

diferenc~l

do poder. Deste ponto de vista, os objetivos

e valorações

Ia de Samba de Mangueira

é finalidade

dominantes e as bases

deste capítulo

que legitimam sociais

descrever

o poder na Esco

para recrutamento

de

sua elite dirigente.

2.

O "saber"

Carnavalesco

O "saber" carnavalesco de Samba de Mangueira

(2)

como atributa

de liderança

gera um grupo de expertos

e os expertos

em Carnaval

na

adquirem

Escola Ilindispe~

M.J. ~ Turner~ V.W. & Tuden A. Swartz,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Copo cit) pp. 4/7

"First, a political process is rather publie than private. An activi ty that affects ane:ighborhood~ a whole eommuni ty, a whole so~ ciety or a group of societies is unquestionably a public aetivity; whether it is also a political activity depends upon other characteristics, in addition to its being publico ." The second generally accepted quality of politics is that it concerns goals. Combining the first characteristic with this second one, we can go a bit further and say that politics always involves public goals. ,'o From what has been said about political goals, it will be clear that consciousness of a desired end is present~ but this conSClOUS ness need be neither complete nor universal. A final major cha :c>acteristic of "politcs" is implicit in what has just been said: itinvolvessome kind .of focusing of power" in its broadest sense. This focusing need not entail the existenee of a permanent hierarchy of power, but it will always involve the existence of differe~ tial behavior concerning public goals. Conceivably, the differential may be no more than that certain individuals announce group goals that have been jointly decided upon by all members of a / group participating equally - or it may be that a very f ew m errbe r s determines, group i s goals and that, the others merely carry out the decisions. A differential will a Lw ay s be present. 11


173- zyxwvutsr

sabilidade,t(3)

face ~s realizaç5es

"Fazer o Carnaval" tarefa

altamente

o problema

ou "entender

especializada

de organizar

principais

dentro

e disciplinar

da Escola.

de CarnavallV de uma Escola

testadas

devem ser conhecidas lizada de Desfile tivos ~ ordem, consagrados

forma e inclus~o

o

uma maneira

e experiência

de "saber"

de demonstrar "saber"

to artístico.

mal, depende

3,

certa de

l1

que podem

etc. que

su-

Também há sinais

exclusivamente

a funç~o

ex

de "perícia". de outras

da chamada

formas

"cultura

uma forma de aprendizado

assim de vivência

rel~

procedimentos

dispositivos

evoluir",

que

instituciona-

cristalizados

de anos.

Lori-

de Samba e

elementos,

desejados,

difere

Ele está dentro

tido de que compreende

requisitos

que representam

carnavalesco

que já foram

Há uma estrutura

acumuladas

a condição

massa de partici

das Escolas

de certos

para obter os efeitos

poem informaç~o

pressiva

pelos expertos.

a ser obedecida,(4)

ou n~o "atravessar",

convencionais

na história

uma

de Samba. Afora

uma volumosa

parrt es , há uma sér'ie de "ao Luçóe s" carnavalescas

ga e repetidamente

constitui

e convivência

de conhecimen-

popular"

espont~neo

dentro

no sene infor-

de um meio

de

Refiro-me ao conceito de lIindispensabilidade técnica!? como base proposto por para a lIindispensabilidade políticaH Michels) R.: Polltical Parties. Ctrad, E./C. Paul) N.Y., 1962

A indispensabilidade, na perspectiva deste autor, ~ um atributo que o lIdeI' adquire em função de sua vinculação ao cargo começando 3. enfeixar uma série de conhecimentos e iniciativas através das quais ele se vai tornando aparentemente insubstitu{vel devido ã com petência real ou suposta que adquire ou exibe em razão de sua longa zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA . permanencla no cargo.

-

4.

P3.ra uma descrição do plano de desfile de uma Escola de Samba ver: Jôrio, A. e Araújo H. 1969 - Escola de Samba em desfile - Rio de Janeiro, Oligráfica Editora.


1 7 4 . zyxwvut

lIespecialistasl1,

Isso, por outro

lesco da infiltração

lado, protege

e concorrência

de outros

o "experto"carnava-

expertosde

fora.

O nsaberll carnavalescozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ê extremamente expecifico~ não admitin do transferência em Mangueira,

de conhecimentos

um afamado

e um cen5grafo

mentares" »

por~m falharam

Eles querlam em volta.

para evoluir

não canta!

precisam

participar

da cria

de regras

"ele

com uma porçao

espaço

de espaço.

para ela evoluir.

de

de

espaço

Uma

COlsa

tem que ser colocada

de boca calada.

entre duas

E passista

E ai, como ~ que ia ser? Fica-

na Avenida. também

Com as luzes da Avenida" tir a luz da Avenida. que giravam!

tamhém

que guardem

Eles queriam

Aquilo

carro alegórico desaparece!

E querlam

gerais

do Desfile,

visíveis]

umas

COlsas

há características

Existe

pa~

tem que distinguir.

algo que se

identificadora"

Samba mas que em geral se descrevem por vari~veis

carro tem que refle-

como as cores verde-e-rosa

são menos tangíveis. ou a "marca

luzinhas!

tudo na horafl•

de Samba que o experto

são imediatamente

o "estilo"

O

cheio de

carro com movimento,

ia desmantelar

a cada Escola

outras

botar aquilo

Além dos princípios

denominar

vez

telenovelas

A Porta-·bandeira precisa

A Porta -bandeira

Desfila

va um buraco

Mangueira,

sem sucesso

botar a Porta-bandeira

e os passistas

Alas responsâveis

Algumas

ator de

por "desconhecimento"

Não pode!

briga com a outra.

ticulares

de teatro,um

tentaram

Certa

limitrofes.

de sua orf§élnização:zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB

•••

passistas

diretor

de televisão

ção do Desfile,

de áreas

da

poderia

de cada Escola

por atributos

emocionais

e

de nao

objetivas.

Em dada ocasião,

pr-e senczyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW i e i a um Compositor da Escola ser ad-

vertido

por estar fugindo à T11inha certa do samba da Hangu e í.r-a " ~ O Com

positor

havia apresentado

tra repetitiva~

na Quadra

Ao que constava,

de exame e desagrado

um samba muito rápido

a composição

por parte da Diretoria;

j~ havia

tinha

'!obrigação de conhecer

sido objeto

e o repreensor

mo porta--voz desta e das IIlItradições!l da Mangueira. o Compositor

e dezyxwvutsrqpon le-

agla co

Ele arguía

e respeitar

que

as tradiç5es


175. zyxwv

da sua EscolallzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO e que ele preclsava se informar de sua história pa-

- produzir ra nao

fosse um samba de enredo

estava

samba de quadra

~ o desabafo

guiu especificar

exatamente

rense no seu samba: renteformalismo e Htradiçãon

o

sambas como aquele.

s i t or- contestava

certo eles fazerem

aquilo,

do Compositor!'. Afinal,

que se

mas Hum

ningu~m

cons~

o que esta tterradollou era anti-Hangue.:!:.

se a letra~

da disputa,

e o Compositor

Cornpo

o ritmo ou a melodia.

questionava-se foi instado

na verdade

simplesmente

Sob o apa~sentimento"

a "retirar

o

um papel malS rígido

na

samba da Quadra".

setores

preservação

da Escola

que desempenham

de suas tradições

uma correlação e influ~ncia

e, quando

entre tradicionalismo,

politica,

A Ala de Bateria

em grande

parte

observa-se

social do

Morro

na Ala de Bateria.

~ uma das principais

de Samba de Mangueira

ag~ncias

conservadoras persiste

e ali o tradicionalismo

incontesteo

anos que se mantem

teria da Mangueira: tados sob alegação mesmo Diretor

proximidade

como se verifica

na Escola

isto acontece,

desde

a mesma

instrumentos

composição

novos

instrumental

na Ba-

são sistematicamente

rejei-

de não serem "tradicionais 1935 e em nenhuma

A bateria

fI ,

outra Ala se observa

tem

o

contirui

dade de chefia tão prolongada: nA Mangueira aquele

maior,

norzinho

como se diz aqui, o 205.

um pouco,

Depois

vem o tarol~

agogô,

chocalho. E rrt ao ,

na Bateria

sempre bota surdo de marcar. e depois

Depois

,

me -

vem o surdo-mar

tamborim,

Estes são os instrumentos

nos não desfilamos

pandeiro,

que a Mangueira

Até agora não desfilou,

ainda na Bateria

instrumentos.

E para bem da coisa,

de Mangueira

..

cuica, desfilae

de banda,

até agora nós

simplesmente

tem saIdo bem.

não dá mesmo

Porque

para Bateria

cola de Samba. A não ser para um bloco que d~ aquele

,

~ menor ainda.

com prato - prato nos não acei t21110S

temos mantendo

que prato ê instrumento

~

vem o surdo de repicar}

a caixa de guerra,

- nem frigideira.

Surdo de marcar

estes eu acho de Es-

tch~ tch~ tchi


176.zyxwvu

Por exemplo. xemplo um tocador

Para a nossa batida de prato - o Baiano

maior

surdo da Mangueira~

Dorme

- era Diretor

com o pr5prio

prato.

Aqui ele tentou,

tendem

social

ele tinha um bloco

dirigia

e tocava

ele levantava,

que compreendem

prato,

o

- Come e dirigia'

fazia as paradas.

uma função

a se fixar com maior

idioma de "virtuosismo" bilitação

Ele toca

mas nôs não aceitamos",

Os elementos te na Escola

Conforme

N5s temos porzyxwvut e-

- excelente.

Inclusive~

de Bateria:

n~o d~~

simbdlica

estabilidade.

que serve para informar

e limitar

o acesso

proemine~

a certas

Existe

diferenças

posiç6es

um

de ha-

estruturais,

comozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA é o caso da Porta·'bande ira o

é um elemento

A Porta-bandeira realce

simb61ico

merece

A Porta-bandeira 10 malS condensado Escola

único na Escola,

uma refer~ncia

~ parte:

"leva o pabilhão

de sua identidade.

de Samba de Mangueira

da Escola"

teve somente

o cargo,

mente transferI-lo

a sua sobrinha.

Mangueira,

a Porta-bandeira

da'!~ sempre apontada

para entrevistas

ocorr~ncias,

Ia'!, mesmo

fora do Carnavaly

f unçao

. ~

.

ldentlca

(5)

~

ela aparece

Existe

lidade de ser Porta-bandeira particular

apropria

dentro

dansa da Escola

de

na Quadra.

Nas

da Esco-

publicamente

em torno da especia-

e das dificuldades

inerentesao seu tipo "uma dansa altamen

de Samba: não tem nada a ver com

aqu Lo "; í

foi

"endeusa-

a bandeira

mais exerce

toda uma mística

de Samba";

da , pouca gente sabe dansar

(5)

"levando

da

eventual

de Samba

singularmente

e destacada

e ninguem

da Escola

desejar

Na Escola

Esta ê considerada

de coreografia.

te especializada

uma antecessora,que

e já declarou

~ uma figura

principais

que é o sImbo-

A atual Porta~·bandeira

sua tia, de quem "herdou" tamb~m

mas pelo seu

...

"e uma dansa muito requinta-o Da mesma

forma,

saber apre-

Existe uma 2a. Porta-bandeira que leva a bandeira do ano ante rior. É interessante notar que a bandeira deve--se renovar a cada ano conservando-se o brasão da Escola, mas atualizando-se o ano do Desfile, numa temporariedade permanente~


----------------~----------~~

=-~~~.=.~~~.~,,= ..<~'E=a~'M zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW =W _~-= __ ~ ••••••••••••••••• :a;z

__

1 7 7 . zyxwvu

ciar e reconhecer denota

uma boa Porta-bandeira

sensibilidade.

àa Escola gueira,

po dos moradores tuamente

Como sua antecessora,

de Samba de Mangueira

onde consta

antigos

relativa

Escola

e uma expressão

atra~és

dela encontra

como a bandeira

sonoro da identificação

ce também

plexa de ritmo,

Ilbatidafl•

andamento,

liar a cada Escola lao

ã

Um baterista

vem dez Escola

a Mangueira

s6 pela batida.

que a marcaçao quando po.

Enquanto

outras

as outras

do da Mangueira dum.

intensidade

faz

Mas é um apenas

anuncia

de som, etc. pecue discrimina

vezes

e

e ela ap.ar-ec e bem

importante

enquanto

Va-

vocª conhece (aplausos).Po~

tum-dum

ao mesmo tem

uma faz tum,

••• Então

as

faz um balanço,

um surdo nosso bate ao contr~O ~nico contracanto

SOe

no intervalo

até o próprio

que o sur

do samba: tum tum,

que faz, é um surdo só fazendo

lo então soa bem no ouvido,

a Esco

esse surdo que n6s batemos,

fazem o seguinte: Quando

com-

da "batida":

Isso é muito

é uma

se te

A libatida" é uma combinação

no surdo, todas elas arreiam

a batida

.. as

da Escola~

e voce não viu as Escolas:

e n6s não; n68 não podemos.

que

em torno da Porta-bandeira

ela é conhecida

fazem dum, então: tum-dum,

rio, manda parar:

é o Morro

Uma místi

do surdo da Mangueira

arreia uma vaqueta

da

de Samba de Mangueira..

o significado

mos dizers

so-

é o sinal

compasso,

"Porque a Mangueira,

m~

a "batida"

de Samba: a "batida" explica

Comparando

e na série

dominante

é o sinal visual,

da Escola

o gru-

tempo uma personificação

no símbolo

ã que se desenvolve

em relação

da Escola.

de seu meio social prôprio~ projeção

no Morro de Man

integrando

na série simbólica

ao mesmo

e

a atual Porta-bandeira

e ê residente

e frequentadores

cial, sendo a Porta-bandeira5

ca semelhante

nasceu

de "iniciação"

ser figura muito prestigiada,

a sua posição

Assim

depende

samba~

aquilo.

tum Aqui-

eu acho que ele so

be um pouco malS. - Quer dizer que a Mangueira

~ a Gnica que tem este tipo

batida?

de

-

- Esta batida

diferente das demais, e. '" . este tlpo . - E como e que surglu de batida? - Isso ~ da pr5pria

Mangueira.

Desde a fundação

do primeiro


-----------------:------

~·~<_~_c~.=.~q~ __•_~~

_ zyx

~_~

178. surdo que era o nosso Lucio Pato falecido, que tocava só.

na Mangueira.

Ainda tinha

que era o unlCO

essa coisa!

tocava

passou

os anos, nós fomos crescend05 via a Mangueira

a dois

e era uma batidazyxwvutsrqponmlkjihg s5 , Com

era na Travessa

vindo desfilar

um surdo

mas antigamente

HojezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA é que a Mnagueira tem um mundo de surd05

s5 tinh~ um surdo, depois

surdo

e escutava

Saião Lobato

aquilo

e você

de longe. Tem at~

um samba! liAMangueira Deixa muita Isso é muito

é conhecida

gente comovida importante!

Esses relatos

a uma determinada

poralmente

cristalizadas

pende de um processo do essencialmente as aprendem preciá-Ios

(Aplausos)

raiz

na participação

mediante

continuado

determinados

valores.

próprias

destas

tem

ins"ti-

regras

de-

e espontâneo

funda

da qual as

pess~

forma como azyxwvutsrq a-

Houve uma determinada

ma

anos e desde que se introduziu5

de Mangueira~

que soar da mesma maneira

"para sair bem". O tradicionalismo

cultural

de outras

os atos de uma certa

um surdo na Bateria

os surdos tiveram

Mangueira

grupal atrav~s

neira de fazer as coisas há muitos por exemplo;

Ter regras

é que o aprendizado

de socialização

não só a executar

de sedimentação

social.

não distingue

O relevante

sociais.

11

ora veJa você!"

sugerem um processo

que aponta

tuiç~es

só pela batida

a partir

daí

todos

"para bem da coisa"

privilegia

e

o grupo que inventa

a tradição. Para Mangueira, ficado adicional. nual precisa tremas.

este tradicionalismo

Uma organização

manter

na Escola

sua permanência Aqui, que rotulei

um grupo nuclear

ao nivel

~ e~

social,

que assegura

a

estrutural.

estou mostrando

a construção

"saber carnavalesco"

ção pOlítica.

entre suas variações

111 como se articula

de Samba de Mangueira

de um signi

que vive um ciclo de oscilação

um fio de continuidade

Já vimos no capítulo

se reveste

e a sua possibilidade

O "saber carnavalesco"

co que distingue

de um código

cultural

de manipul~

~ uma fo~ma de saber esot~ri

um grupo de iniciados.


179·

o zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA monopólio do "saber" implica no monopólio do "poderfl porque "alvos"

e realizações

lesco. As barreiras

principais

da Escola

institucionais

são de caráter

para ingresso

os

carnava--

na categoria

de

"MangueirensellzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM vistas antes, são aqui barreiras cognitivas que dis tinguem

um núcleo

são lideres

de técnicos

porque

dominam

e expertos

melhor

no assunto

e os expertos

o saber especializado

necessário

•..

a Instituição.

o depoimento "Aquilo

ê uma verdadeira

dade. Os novos namente

integrantes

a Escola)

porque

que ser digeridas dOl

de um Mangueirense

Não há esse perigo com a cabeça

exemplo~

os homens

nada. A coisa é decidida

entre fechamento que apresentam

do sistema

apresentam

da Escola.

estrutura

da Escola

a Ala de Bateria

Subdivide-se

vida, das

por rodas

não faz fal

de Samba de

Mangueira

pOlítica. mediante

uma independência em três setores

As

Alas

algum cri

maior

face

fundamentais

-

a

a

a Ala dos Compositores,

Dos três, vimos anteriormente

as que apresentam

truturação

de recrutamento

da Escola~

de Ala,

não conta,

mais restritiva

e as Alas Reunidas.

da Quadra,

ê uma

em outro nivel."

na Escola

serem as Alas Reunidas

na abertura

daquela

de S~mba de Mangueira:

e liberdade

são fal

política

correlativamente

Diretoria

está

em todos os escalões

e grau de autonomia

uma estruturação

tem quer.

isso fala quem

a Presidente

lá no meio da Avenida

O "Morro!! como referência

tetônico

11;

que a gente

estão lá todo dia) aquilo

desde a infância

Existe uma correspondência

t~rio)

que vêm de fora

de fora. Essas notícias

de anos. O cara para chegar

ta~ não altera

inter-

tem que se falar com todomun

a Escola

cheia deste movimento

de samba. A menininha

3.

conselhos,

de "de t ur-par-em

e participado

de capac~

que vêm de fora não afetam muito

tem que ter tido anos de aprendizado

da Escola

a este respeito:

com toda seriação

para no fim fazer aquilo

sas) não têm fundamento: experiência

escola

todas as influênci~s

naqueles

ouvir todo mundo,

ê incisivo

malor

flexibilidade

que se reflete,

que ê o seu ~rtio simb6lico

de es

inclusive

no plano arqui-


---.------------------------------------------~------~===-----==-----====-=-=---zyx 180·

A Ala dos Compositores Diretorias membros.

próprias,

e a Ala de Bateria

periodicamente

As Alas Reunidas

governam-se

eleitas

por seus

tem uma Diretoria

indicada

por

respectivos pela

Direto-

ria da Escola.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

f de se supor que anteriormente de status equivalentes mencionam-se

todas as Alas dispusessem

entre si. Falando-se

da formação

no mesmo nível a Ala dos Compositores,

ria, a Ala dos Periquitos,

a Ala das Baianasa

ria das duas últimas,

é,

hoje aglutinadas

isto

finida. A principio

Nominalmente, preendidas xercem

S~o alas da

"Alas não técnicasll

tem uma composição

destinavam-se

absorvendo pretendem

catego-

que se encontram

também

claramente

exclusivamente

as masculinas

sobre estas.

as

aI

mas na prática

Preferencialmente,

são todas as Alas da Escola

de

e as mistas~

todas as Alas da Escola,

e dos Compositores)

influência

-se por exclusão:

não muito

a aglutinar

depois

englobar

as de Bateria

qualquer

a Ala de Bate-

nas Alas Reunidas.

As Alas Reunidas

Alas Femininas

da Escola,

com-

nãozyxwvutsrqp edefinem

exceto as de Bateria

e a dos Compositores~ Cada uma das Alas quadro

administrativo

próprio

hoje pouco representam Ala. Quando servaram

inclufdas

de complexidade

em vista da suspensão

apresenta

variável,

gerou administração

suas chefias

autônoma~

e percebendo

e dos Compositores

que sua equivalência

a aspiração

mais premente

O status das Alas Reunidas

de

essas

progressivamente

connão

sua unid~

~s Alas de

a uma Diretoria

um

estes

mas o conjunto

se dava ao nível das Alas Reunidas

cada Ala separadamente~ -se a reinvindicação

próprias,

Assumindo

mas

das festividades

se fez a fusão das Alas nas Alas Reunidas,

individualmente

de funcional

nas Alas Reunidas

Bateria

e não

ao de

pr~pria

tornou

das Alas Reunidas •. difere

te do status da Ala dos Compositores

na Escola

substancialmen-

e da Ala de Bateria~

Enquanto


181. zyxwvut

estas conservaram

um consider~vel

das Alas Reunidas

age meramente

cola.

A Ala dos Compositores

tutos próprios~ como a conduta

mantêm

ao contrário,

põem a esta situaç~o

da Diretoria

sobre questões

de seus membros

isto ~. de cima para baixo,

Diretoria

a

e a Ala de Bateria regem-se

de seus Componentes

Nas Alas Reunidas,

por Est~

de ordem

interna

e suas Diretorias

junto ~ Diretoria

o fluxo decisório

e os representantes

denunciam

da Es

encontrarem-se

da

repr~

Escola.

~ unidireoional,

de Ala que

sezyxwvutsr 0-

as Alas Reunidas

sob

estado de "intervençãollzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW •

virtual

Ocasionalmente, cessões~

estimulando

tatuto próprio

a Diretoria

1974, assim

e prometendo

Reunidas

eleições

reavivadas

como a de concessão

No entanto~

de e~

Essas promes-

após a derrota

de dependência

problemas

projeto

independentes.

de um acr~scimo

de uma Diretoria

nidas coloca alguns

simula um jogo de co~

a encaminharem

após certo período~

em seu regime

A eleição

da Escola

as Alas Reunidas

sas foram particularmente

Alas.

como mandatária

autoridade

disciplinas

sentam a opini~o

grau de autonomia,

no Carnaval

nas subvenções

amortecem~

recaindo

de

-

as

as Alas

habitual.

autônoma

por parte das Alas Reu-

à compreensão

da pOlítica

na Escola

de Samba de Mangueira. Em primeiro

lugar, como as Alas Reunidas

gem todas as Alas da Escola, pria Diretoria difícil

da Escola,

de se distinguir

sua Diretoria

acarretando

nominalmente

se confundiria

uma duplicidade

na lógica ou de conciliar

de

abran

-

coma procomandos

na prática

admi

nistrativa. Por outro mericamente

mais expressivo

te eleitoral potencialmente cipalmente

lado, como as Alas Reunidas

interessante

devido

da Escola,

de se manter

podem exercer

porque"

dentro

constituem

ponderável

formam

sob controle pressão

ã sua heterogeneidade

o corpo n~

um contingennão só

política,

porque como prL2

e flutuação

social:.


182. zyxwvut

podem

tornar

portamento

rigorosamente

imprevisíveis

e com-

eleitoral.

Postula-se

que qualquer

de Nangueira

depende

plica porque

se considera

vitória

primariamente

sendo seus membros

tre a população

do Norro;

mais perto

preferencialmente

de suas Alas são as mais

das

elei-

compreende-se

e~

também

de menor

autonomia,

do Norro:estar

estar mais perto

ouve-se

ex-

recrutados

distanciadas

significar

Coerentemente,

dania" Mangueirense.

de Samba Isto

e termômetro

as que desfrutam

do "Morro" parece

na Escola

do "apoio do Morro",

e, inversamente,

são as Alas Reunidas

quando muitas

política

a Ala de Bateria

ções na Escola,

porque

as suas tendências

da llcida-

que "uma chapa

para

• ganhar precisa contar com o apoio da Ala de Bateriallzyxwvutsrqponmlk .•. 11 O que e fundamental para uma chapa ser eleita em Mangueira

..

..

e ter o apoio de Ala de Bateria. a Ala de Bateria

Isto e decisivo,

tomou toda a iniciativa

de apoiar.

Se ela

uma chapa, a chapa tem 99% de chance de ser eleita. deu um apoio de chapa. Nesse ponto, pressão

4.

é preciso

"apoio eleitoral

O processo

O período

eleitoral

na Escola fornece

políticos

ções e alinhamentos,

Há dois fatores

a defasagem

sões da categoria

melhor

o significado

da ex

privilegiada

sendo um momento melhor

que comandam

o sistema

eleitorais.

de sócio e a condição

em determinar-se

17MorroVl,quando

toda

de de

para definirelações

a ação política.

de Samba de Mangueira

as estimativas

ente a condição

o outro é a dificuldade

Ela nunca peE,

de Sa~~a de Mangueira

porque,

na Escola

sobre

apoiar

"f r-acas so " ,ela não. apoiou".

uma situação

aí se desvendam

e as estratégias

rem negativamente

equacionar

ca,

do Morroll• zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLK

eleitoral

exame dos processos

pOlíticas

O ano que houve

..

de 60 para

que interfeUm deles

de

empirica~ente a estratégia

-

e

Componente as

;

dimen-

eleitoral

o


------------------------~_~_~_~c_~~~ .. ~_~~ __~

_

183. zyxwvut

como sua base essencial,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

assume

••

Ha na Escola desfrutam

de notório

dos eleitorais,

prestígio

valorizados

Uma variavel

contudo

o resultado

mero de Componentes

ao seu

que nem sempre

dessas

II

na realidade

para integrar

distorções

ponentes

a probabilidade

porque

e que

dif~e~

de quatro

vo-

em sua Ala,

A

deste gênero

valoriza,

neste caso, mesmo

de serem efetivamente

semelhante

i1Horroil~ Toda a propaganda

maior

não podendo

por

sendo

Sócios os seus Com

é muito maior e mais segura,

Um deslisamento

guelra~

de votos po~

duas chapas

garantia

pequenas~

o nú-

em cem Componentes

senão com uma reserva

das Alas antigas

.

é tão grande que nas eleições

de Sócios existentes

de não apresentarem

ele-

eleitoral"

em número

tos~ que era o total correto

sua vez, a adesão

favoravel-

é que geralmente

exatamente

de uma Ala calculada cobiçado

Em perío-

tornam-se

peso

que

se toma em consideração

previsões"

A defasagem

fora por isso ativamente tes~ não contava

elas entram

eles não são sacios da Escola~

por isso ser eleitore~, de 1974~ o Presidente

de seu tamanho.

e seus líderes

devido

não se traduz

que em sua maior parte~

certas Alas e Grupos

sobe porque

dos votos prov~veis

especialmente

e que deforma

em razão

esse prestígio

mente no c5mputo mentos

de Samba de Mangueira

calcada

propaganda

eleitoral

no pressuposto

e mais interessado resume-se

lIcompra de votos"

ocorre

concentra-se

na Escola de Samba~

em duas medidas

através

providência

ção de eleitor,

como crla um compromisso

te ao candidato

que fez o pagamento; possível

ro, na expectativa

no MOrro

que não s6 reabilita

de que carreiem

o eleitorado desta

uma delas

das mensalidades

o Sócio à condi-

a outra é procurar

consigo

11

a

é

atrasa-

moral de retribuição

de nomes considerados

de Man

A estratégia

fundamentais:

da atualização

categoria

à

de que ali se localiza

das dos Sócios,

chapa o máximo

em relação

des-

incluir

na

.i.nf Lu errt es" no Mor-

um bom número

de votos.


184. zyxwvu

Sobre este esquema trat~gia

básico~

eleitoral,

Algumas

sempre tomando

variáveis

n~o se tem demonstrado eleitoral

tros principios pâncias

por~m o Morro

interferem

um recurso

parece

que examinaremos

cam pelo acr~scimo

taxa de abstenç~o

há o problema

recoberto

pela categoria

sobre este quadro}

t~o efica~,

depois.

rama eleitoral

Morador

que amplia

"Morador

desenvolveu-se

e outros

núcleos

dali se deslocaram, moç~o determinada

do Morro

11

queleto~

ali defronte,

pus universitário~

A propaganda do Morro,

Al~m disso, há de erro. E~fi

do agrupamento

A

como a que atingiu

de Mangueira.

~

area

a

Na Favela do Es

para dar lugar a um

continuaram

mantendo

seus vículos

em princípio

a atingir

habitacionais

Cam-

que

j

de-

à Escola. o pessoal

foi assim levada não s6 ao Morro de Mangueira

em Cordovil~

famílias

fosse por r~

Mnagueirenses

conjuntos

quest~o

várias

inúmeros

visando

o pano-

j

no Morro de Man-

moravam

eleitoral,

v

maneira.

particulares,

que foi removida

mente dito como a vários

propria

-

na Vila Kennedy,

etc.

Neste ano~ quatro Duas delas

o Viaduto

também

pois de transferidos)

oficiais

aqul se compli

de análise

do Morro,

fosse por questões

por órgãos

as discre-

a ele ligados.

demográfica

sob ou-

o

foi conduzida

populacionais

se construiu

mantida

a margem

empirica

da seguinte

eleitoral

~ que, na dinâmica

uma vez que a soli-

do Morro.

da determinaç~o

Toda a propaganda

onde depois

alterando-

Em seguida,

No ano de 1974; que tomo como situaç~o

central

da es-

como premissa.

de Sócio e Componente

da categoria

nalmente~

gueira

variantes

vir sendo regularmente

entre as categorias

uma altíssima

as demais

. ~ . votos" das estimativas.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC De lnlclo, a "compra de

lhe a validade

dariedade

produzem-se

chapas haviam-se

eram resultantes

rei em seguida

o

apresentado

de uma cisão na Diretoria

No dia mesmo das eleições~

às eleições. que relata~

uma das outras

duas


185· zyxwvut

chapas desistiu

da candidaturas

do nome de seu.Presidente comum em Mangueira e o registro

o remanejamento

de um mesmo

de 1974~ quando Diretoria

praticamente~ pons~vel

desde

vinha~se

Diretoria~

do Samba,

novamente

lugar.

sem alteraç?es,

iniciada

perdeu

o

1970/1972 ~ fora re.§. em 1971

o Carnaval, do Samba,

Em 1974, a Escola

mas a Diretoria

~

logo apos

na situação~

as obras do Pal~cio

197211974.

eleitorais

em quarto

para o biênio

do Pal~cio

tendo concluído

deu o Carnaval~

classificou-se

Nesse ano, a Escola

leita para o biênio

Ê

diferentes.zyxwvutsrqponmlkjihgfedc

manifestou-se

mantendo

Eleita

19700

em 1972.

inclusão

entre chapas

em chapas

da Escola

a Escola

pela construção

concluIda

de nomes

candidato

. -

Esta mesma

de

em algum cargo da chapa remanescente.

A Clsao na Diretoria Carnaval

em troca da promessa

mas

a

foi ree-

outra vez

se reelegeu

e

per-

para o

biê-

nio 1974/1976.

Ê considerada polItico eleitoral

na Escola

fatal para qualquer

de8mba

e uma derrota

atual Diretoria

de Mnagueira

no Carnaval.

pretensão

ao continuísmo

a coincidência No entanto,

sofreu esta coincidência,

entre um ano

por duas vezes a

sendo reeleita:

nazyxwvutsrqponm pri-

me i.r-a zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA v ez , VI entregaram o Palácio do Samba") que foi argumento tante para contrabalançar processo

expiat6rio

na segunda,

instaurou-se

atual,

ao Carnaval

o Pal~cio

do Samba desfruta

como elemento

aglutinador

função de pagar as "prestações!! é um dever coletivo: bem o que isoladasll• vimentos blemas

é

Um risco de insolvência de crítica,

e Assembléias

criando comuns. Gerais

ção est~ psicologicamente

desencoraja

!!as Alas

Essa é a mensagem

suspensa

no Palácio

A

sa-

exigências

ou dispersa

um clima de compreensão

para prestação

de uma qu~

da Escola.

à Escola e não ficam fazendo

mais necessário

e dificuldades

reuniões

um

pelo qual ela se saiu isenta de culpa.

Na conjuntura se equivalência

a derrota;

bas-

os mo-

para os

pro-

predominante

nas

de contas.

A oposi-

do Samba até que

se


186. zyxwv

quite·

integralmente

seu financiamento.

No ano de 1974, todavia5 retoria

as realizações

n~o foram por si s6 suficientes

no Carnaval~ sabilizaç~o acusado

que teve que ser assumida de um unicl membro

de ter cometido

lado aramções jurados

desastroeas

para obscurecer e anulada

da Diretoria

abusos

acumuladas

na concess~o

para a Escola

a derrota

através

da respo~

Em resumo,

o

pela Di-

este

de subvenções

foi

e articu

como a substituiç~o

de dois

Mangueirenses.

Dai~ a sua saída da chapa da Diretoria . uma lista proprla.

pa-zyxwv

.~

ra encabeçar

As chapas que se apresentaram

afinal

demonstravam

as segul~

tes caracteristicas:

1)

todas se compunham

do Morro 2) e

e haviam

em sua malor parte de nomes de moradores

predominantemente

a chapa da Diretoria

3)

embora também

o candidato

camente

debilitado

senão dois membros sidente;

eliminado

também

se diagnosticasse

incluía

achava-se

conseguido

caracterizando um número

nomes

da

uma cis~o nesta;

da chapa da situaç~o

da Diretoria5

se "justificado"

com importantes

uma vez que não havia

a chapa também

ali a sua propaganda;

já havia nesta altura

Li.ber ado " da derrota ~ contava

Ala de Bateria,

realizado

levar

polit! conslgo

sua posição

considerável

de di~

de Composi-

tores; 4)

da chapa restante~

nômico",

"estava rolando

dades atrasadas cuos na Escola

afirmava-se dinheiro

de todo mundo"

o

dispor

de grande

lá em Clma para pagar as mensali N~o apresentava

como as duas anteriores~

nomes tão consp!-

mas considerava-se

chapa de "gente que anda mais",

isto é~ que poderia

lhor os interesses

e divulgá-Ia

da Nangueira

local, enquanto

a chapa

da Mangueira

De seu candidato

11

o

"poder eco-

da situação

ser uma

defender

mais ao n!vel

mesupra-

era de VIgente que nunca

a Presidente,

que era do Morro mas que já n~o morava

porém~

lá há muitos

salU

criticava-se

anos, que

... so


187· zyxwvuts

aparecia sal?

nas eleições

e que "nunca vestiu

Significativamente,

brir a Quadra 5)

uma de suas proposições

para fazer face às dívidas

para essa eleição,

ria da ram:

uma fantasia

Escola, Situação:

considerada

compareceram 279 votos;

Oposição:

consistia

em co-

da Escola.

a mais concorrida

eleitores,

573

ver-de+e+r-c--

que aSSlm

190 votos:

na histó-

se pronunci~

Chapa dissidente:

104 votos,

A questão teórica que este relato coloca é a da do campo político

Mangueirense.

O território -fo

geogra

Mnagueirense ~

dele emerge não como um

1CO. mas como uma espec1e

que extravasa

os próprios

O problema ção da identidade

definição

o

limites

da participação Mangueirense

o zyxwvutsrqponm -1 (6) 0

de terr1tor1al1dade

o

físicos política

e novamente

o

espaçozyxwvutsrqpo

slmbo 1ca

o

da Escola, remete

à própria

à construção

defi-

de um

ti-zyxwvutsrqponm

•...

po focal:

o padrão

Mangueirense

de poder' é o que se revela da Escola, fantasia indivíduo maneja

um morador

verde-e-rosa,

que corresponde

melhor as posições

ao mesmo tempo um frequentador

do Morro,

um Componente

um conhecedor

que presta relevante

das técnicas

serviços

bem o licódigo" Hangueirense~

que desfila

ao Pal~cio

assíduo com

do Carnaval, do Samba,

a um que

etc.

Cf. O'li.ve i.r-a , R.C.: Processos de articulação étnica, Universidade de Brasilia -ad. mim. - 19740 Neste trabalho, o autor propõe o conceito de territorialidade simbólica, relacionado ao problema de definição da identidade étnica e delimitação dos grupos étnicos, O conceito de ilterritoria lidade simbólica" é importante porque explicita a necessidade de um i1território", mesmo definido dentro de um processo de interação social~ para ancorar as organizações sociais a partir de um determinado nível de estruturação, (6)

(ver capitulo

II~ nota 3),


A possibilidade lações de chapas

discretos,

Há~ mais apropriadamente~

que se polarizarn não em termos formas

prioritáriamente

de e consenso,

caracteriza-se

Mangueira

sto e..,

li

Finalmente~

mediante é através

os elementos

a seleção

nal "e ao mesmo

tempo remete

cionalll (7)

mas

parecem

consequentemente e "autoridade

organizar-se

a consecução

/

do Paláde unida-

como uma IIcomunidade políd'"

~. o qua r as d i.ver-g enc i.a s

po-

ação pacífica!!. da idéia de tradicionalismo

semânticos

lismo determina

dições"~

de alvos distintos)

Com sua ideologia

• o ma i.or: grupo den-tro

dem ser resolvidas

ticulam

de

em torno de dois objetivos: no Carnaval,

J

grupos

Mangueirense

cio do Samba e a vitória

(8).

que

de realiza~los,

Os alvos da comunidade

.

uma vez

- se exprimem em grupos compartimentalide opiniãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA nao

de diferentes

't í.c a

de nomes e rearticu

pelo menos no plano institucional~

zados nem cortes interesses

ao remanejamento

apontazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA à inexistência de facções(7) no meio poli

tico Mangueirense, as correntes

aberta

deste campo político:

de uma elite dirigente ao meio

religando

que se a~

o tradicion~

dellsaber tradici~

social de onde emanam

as Iltra

entre si !lMorro1i~"saber tradi-

pOlítica",

cr,

Lloyd ~ P. C. : The Political Structure of African Kingdoms in The Political Systems and the Distribuition of Power. ASA Monog. n.2. Edinburgh. Tavistock Publ., 1965 pp. 63/109 O autor distingue entre lIgrupos de conflitoH (facções)e "grupor de interesses!1: IIpolicy is determined by the competition between the interest groups in the society - that is, groups of people ~aving shared in terests who seek to influence policy". E mais adiante: 111 have been using the term conflict in a very different sense. Here individuals or groups are not seeking identical ends but dif ferent ones: each has its Ov>7nconcept of an ideal society which differs from that of its rivals~ Furthermore5 each is prepared to use means of attaining these ends which its rivals may consider to be illegitimate1Y, (8) Cf. David Easton apud Swuartz & allii (op.cit), p.ll: "Th í.s is the largest group wi t h í.n which differences cam be set-tled and decisions promoted through peaceful action. Clearly, force can Ilot be an important type of support for this entity, and legiti macy(that is~ expectations of desirable sorts of settlements and de cision implementations) will often but not necessarily, be an impor tant element". -


189

IX -zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 11 AQUELE HUNDO ENCANTADO"

Existem compositor

algumas

de Escola

expressoes

que se incorporaram

de Samba e que fazem a adjetivação

tica na linguagem

dos sambas de enredo.

enredo

ao acaso algumas

escolhidos

ilustração "sublime

(1): o samba costuma

inspiração",

falI! onde se mostra uma "apoteose "epopéia

ou descrevendo cantadas", sedução" dessas

a avenida

em meio a grande

ou "sedução,

expressões

pontarem

o enredo,

Penso que nesta

essenciais

ã constituição

Já no primeiro

fundamentalmente

páginas

exige triun-

de

ou uma

glória"

das lendas en como "poesia

e

etc. O traço saliente

superlativo,

mágicas

característica, das Escola

que

de

que á sempre

, e cantadas

e encantamento",

capítulo,

divina"

ou a "magia do ritual

é, além de seu caráter

dinárias.

de

a título

é uma "passarela

"desfolhando

a situações

sambas

um lipanorama deslumbrante"

"esplendor"

magia

sistematicamente

configura-se

do Desfile

estar

"mitos e lendas"

expressões

do

caracterís-

de alguns

ser uma "melodia

ao narrar

podemos

Extraí

dessas

em "tela divinal"

de fascinação1i;

triunfal",

ao ja~gão

o fato de

ou valorações

reside

a-

extraoE

uma das dimensões

de Samba.

mencionei

que uma Escola

como uma agência

mediadora

Samba

de

...•

entrezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZY va>.

rios pares clarecimento

em oposição; destas

(1)

o desenvolvimento

oposições.

da tese consistiu

Em cada capítulo,aprofundei

num esum

de

Essas expressões são extraídas de "Recordações do Rio Antigo" Lobato" (1967), "Lendas do Abaetéi! (1973) e "Mangueira em tempo de folclore" (1974, inclusive sambas de enredo concorrentes). O título do capítulo é um verso do samba-enredo "Montei ro Lobato", cuja primeira parte diz o seguinte: Quando uma luz divinal/ Iluminava a imaginação/ De um escritor genial/ Tudo era maravilha/ Tudo era sedução/ Quanta alegria/ E fasci nação/ Relembro .../ Aquele mundo encantado/ Fantasiado de doirado7 Oh! Doce ilusão/ Sublime relicário de criança/ Que ainda guardo como herança/ No meu coração. (Darei F. Monteiro, Helio R. Neves, Jurandir P. da Silva, João Batista da Silva e Odir Alves)

(1961), "Monteiro


190. zyxwvutsr

seus aspectos

diferentes,

ba como uma unidade pais oposições

1)

sintetizando-se

social contraditória

em Sl mesma.

C2 S~~-

princi-

As

foram notadas:

no eixo temporal:

funcionamento

ao final a Escol~

reflete

onde a Escola,

uma micro-escala

anual

em seu ciclo

de sua evolução

de

histórica

e

social; 2)

na organização

pendular

entre momentos

suscitando

a criação

de um núcleo

social

nadas à alocação 3)

na

onde a Escola e menor

de mecanismos

dividida

e o mágico,

sando verticalmente

as exigências

variáveis

oposições

da pertinência

pode ser encontrada aqui um estudo

os objetivos

principais

convenientemen

do contexto;

fundamental,

restrito

e por um período

de

o co-

atraves-

nela contidas

e conferindo-

de um estudo

desta

desta natureza.

na própria

centralizaram-se

interpessoais.

modo

e o extraordinário,

introdução

à"tese:

Trabalhando

"no exame do

sobre um grupo

relativamente

ordem

Uma resposta

de comunidade ... " e, deste ponto

relações

e~

peculiares.

que se detem assim num único exemplar

realizar

desti-

reparte-se

que define o próprio

sendo esta a sua oposição

Cabe enfim indagar

inicial

manipulando

entre o ordinário

lhe as suas características

social,

na cristalização

onde a Escola

e expressivas,

as demais

e retração

sasonais;

institucional:

con.~tituiçãoontológica:

ser da Escola,

expansão

de áreas secundárias

de seus participantes

segundo

oscilação

V1ve uma

estabilizadores

e na flexibilização

instrumentais

te entre ambas,

tidiano

de maior

na organização

tre funções

4)

social:

"Pretendi de vista5

sistema

de

pãpulacional

longo de tempo", (2)

(2) Mitchell sumariza como principais características do método antropológico: " ...to provide qualitative data based on intense, free or open interviews combined with participant observation over a relatively long period of time". (Mitchell, Clyde: Theoretical Orientations in African Urban Studies in ASA Monog. n9zyxwvutsrqponmlkjihgf 4. London, Tavistock Publications.


191.

foi possível

"captar

dar as categorias .

L" (3)

C la·

mais B.tLH:mtesque orientam

descuidadas,

as relações

societárias

elas não constituiram

cem implicitamente Samba estudada.

na própria

e algumas

questões

tiva. A situação ra inversão

mágica

da ação so-zyxwv

tificadas;

sociais

se colocam

política

rarquicamente

de Samba, global

pelo papel

conservador

da pOlítica

nacional.

a partir

conforme

contudo,

etnica

Escola

Este raciocínio

(4)

,

de

paSam-

secularizada

dados na sociedade para

e socialmente

este padrão

inverte-se,

de

desta perspe~

(5); a Escola

meio de convergência

desempenhado

uma

como um ritual

como uma rotinização

ao grupo que externamente

mais baixas.

Goldwasser,

é

reais

diferenciadas,

na sociedade

específica,

da Escola

-

dos status sociais

na Escola

ção vigente

e configuração

mas apare-

como "campo de observaçao"

sociais

de Samba

sido

nao tenham

da análise,

já foi interpretada

dos status

Uma Escola

duos de camadas

(3)

tomada

interessantes

de Desfile

inversão

brangente.

o fulcro

história

por sua vez pode ser pensada

minância

a prática

mais amplas

Além de sua problemática

de Samba pode ser igualmente

da mesma

e ildesven-

Embora

ba

local de representações71

o sistema

dando

a

indiví estra-

de hierarquiz~

internamente

ocupa as camadas

dohie-

pode em parte responder

pelas Escolas

de Samba em face

MJ. op. cito p. 65.

Cf. Arensberg. C. & Kimball, P. 1961 - The Community as Object and as a Sample in American Anthropologist, n. 63. "Le zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM t us review the obvious separeteness of the questions about community. On the one hand, one asks what a community is ... On the other hand 5 the questions are different when one asks about -thecom munity as a field or a sample in which to study something else the community itself". (4)

tran

(5)

Da Matta,

R: op. cito


192 .

o

interesse

político

demonstrado

nível não tem ido além de exaltações tivas

suscitadas

por seus enredos

cional e histórico", mais concretas

conforme

de canalização

demonstrado

pelas Escolas

seu caráter

de anti-estrutura

ba já oferecem

limites

suficiente ..

a emergência

mariamente,

na constatação

mais como uma província Um comentário

mesma

explícitas ~

de nossa

sublinha

tivas na elaboração

com seu sennao favorece,

que é baseada, pri de classe

e poder.

delineal'-se

elas nos permitem

experiência

de fora do comum e, por causa disto,

ir além

Foi preclEsta-

e que para

mais significa-

de campo. Pareceu-me

paradoxalmente

..•zyxw

e

podemos

de Samba

intrínseco,

uma das experiências

do trabalho

de uma organização

normal".

a Escola

com seu dualismo

constituiu

que "nem sempre

e cita que justamente

que me comunlCOU

de Hangueira,

mim, pessoalmente,

de

de IIconsenso" do que de "conflito".

com as obras de arte porque

.

de Sam-

formulá-Ias nos

de status,

política

nesse

políticas

de Samba de Hangueira

a ambiguidade"

esta a lmpressao

tar diante

as Escolas

A Communitas,

das diferenças

final: Douglas(6);

encarar

ção Primeira

de organização

justamente

às aspirações

da consciência

Por outro lado, vimos a Escola

samente

do potencial

das diferenciações

com efeito,

das estruturas

Todas as tentativas

ou de communitas:

por sua agremiação.

tido de desconhecimento

nos comprazer

oficial.

política

exclama-

obrigatqriamentezyxwvu il na-

de conteúdo

decreto

de Samba neste

meramente

na forma como estes têm conseguido

conferidos

desagradável

patrióticas

de Samba têm esbarrado

satisfação

seus integrantes

pelas Escolas

todo tempo e~

comum de uma real ida-

ainda mais surpreendente.

(6) ilBut it not always an anpleasant experience to confront ambiguity .. 0. Ehrenzweig has even argued that we enjoy works of art because they enable us to go behind the explicit structures of our normal experience". Douglas, Mary. 1970 - Purity and Danger. London, Penguin Books. p. 50


193·

Por isso tomei o verso porque

ele exprime

uma realidade realidade

par-a dar nome a este capítulo: do CompositorzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML

bem a aIT~iguidade observada

"ordinária"

permanentemente

na Escola

se abrindo

de

Samba

para uma outra

li , lIimagináriazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTS além de si mesma - como numa obra de arte,

ou num local de recrlar "mundo encantado"

na arte a realidade,

da Escola

de Samba Estação

como é efetivamente Primeira

o

de Mangueira.


.

zyxwvutsrqpo l O~ zyxwvutsr ...,;

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