ESTUDANDO O SAMBA E SEUS HORIZONTES LARISSA CALDEIRA GASPAR PADRE 1
Resumo: A análise do valor/efeito estético do disco Estudando o Samba de 1976, produzido pelo músico e compositor Tom Zé, remete a uma mudança de horizonte da percepção estética dentro do período de sua produção, década de 70, e nos dias atuais. Assim procura-se entender como a mídia, a crítica influi nessa percepção, aceitação, atribuição de valor artístico e estético do disco nos diferentes períodos problematizados. Palavras-chave: mídia, público, experimentalismo, disco e percepção estética. O Tropicalismo nasceu como um movimento artístico-cultural de cunho fortemente político e contestador em meio a Ditadura Militar Brasileira (1964-1985). Utilizava-se, principalmente, a música como expressão artística, tendo como intuito a mudança de paradigma em relação ao vanguardismo nacional, que apenas atribuía o status de arte àquilo que fosse genuinamente produzido no Brasil. Em virtude disso o Tropicalismo surge como a contraversão da “ordem” musical estabelecida. Produzindo canções que misturavam o nacional com o internacional, a música de vanguarda com as novas produções do momento (a exemplo do Rock n’ roll estadunidense e britânico), ou a música de vanguarda ao experimentalismo. E neste âmbito destaca-se o baiano de Irará, Antônio José Santana Martins, o controverso e enigmático, Tom Zé, o “descobridor de sons”. Segundo Silva, Tom Zé transformou o “defeito” em “potência”, estando ele consciente de suas limitações quantos aos seus recursos melódicos, harmônicos e vocais para o universo da canção, o “descobridor de sons” arquiteta a sua própria música, e de forma criativa transforma seus “defeitos de fabricação” em música engajada e controversa. Mescla o regional, o pop, o erudito, regurgita essas referências nas formas mais clássicas e absurdas, tradicionais e pós-modernas, modais e atonais. Surge outra 1
Mestranda do Curso de Comunicação e Cultura Contemporânea da Pós-Com UFBA. larissapadre@hotmail.com