O Preto Velho canta seu enredo - Significância cultural do G.R.E.S. Preto Velho

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II ID> SignificonCiO Cultural do GR.E.S. Preto Velho Thiogo Pinheiro de Almeida Orientodor: Robe.rto Araujo 2019



SignificCncio Cultural do G.R.E.S. Pre to Velho





Universidade Federal de Pernambuco Departamento de Arquitetura e Urbanismo

SignificCncia Cultural do G.R.E.S. Preto Velho

Thiago Pinheiro de Almeida

Recife 20 19



Thiago Pinheiro de Almeida

SignificCncia Cultural do G.R.E.S. Preto Velho

Trabalho de Conclusao de Curso apresentado como requisito parcial a obtenc;:ao de grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Pernambuco.

Recife 20 19



Dedicatoria

D

edico este trobolho oos meus queridos avos' meu avO moterno, Sr. Pinheiro e

minha avo paterno, Dono Morliete (in memorion), as quais portirom para um novo

plano no decorrer do groduo<;:Oo. Em que ambos forom fundomentois no meu processo evolutivo, pela sobedorio possodo e perpetuodo em coda gesto que corrego no minho iornodo. Pelo olhor humono

00

proximo, pdo legodo de contribuir para umo sociedode

mOis justa e humano.

Pelo espirituolidode que fOi tronspossodo

00

longo do minho infOncio e

odolescCncio, e que contribuirom vee mente para 0 profissionol que me torno 00 fim desto etopo conclusivo.



AgradeCimentos G ratidoa, primeiramente, a tad a espiritualidade que contribuiu de olguma forma, nOo explicovd, pora conciusOo deste trobolho. Grotidoo aos meus pais, Lcdo e Sergio, por todos os ensinomentos 00 Iongo do minha vido. Em especiol pdo apoio nesses onos de groduocoo. Agrodeco pdo ornor, companheirismo e poci<2.ncio.

Grotidoo 0 todos aqudes que estiveram comigo nesso longo, bela, orduo, desgostonte e opoixononte moratono. Pdos descobertas, pelos frocos de experiCncias, pdos risos, pdos noites e noites sem dormir, pelo oprendizado comportilhado. Momentos esses que leva rei comigo sempre. Em especial 0 um grupo enorme de pessoas lindos que tive 0 prozer de comportilhor grondes temporodos. De forma c ronologica, menciono esses lindos que fizeram parte desse g ronde show, Rebeco, Lourinha, Sommires, Marcdlo, Andre, Julio, Lucas, Jessico Motto, Leilo, Andrezza, Juliane, Danidle, Thois e Ricordo. Grotidoo 0 professoro Ano Rito So Carneiro, que desde as primeiras oulos, 10 no inicio, jo porecio que entendio minha missOo. E 00 professor Roberto Araujo que obrocou 0 couso po ro finolizar esse trobalho. Grotidoo pelos morovilhosos pessoas que 'reencontrer em umo dos mais incriveis

e mogicos experiC:ncios de vida que j6 tive. Que esses omores sejom eternos

como nosso Romo que nos uniu, Jessica Oliveiro, Nubio, Bruno, Roinoro, Aliano, Roberto, Tolys e tantos outros que jamois esquecerei os copitulos vivid os.


Gratidoa a Nora par tada a aprendizada passada no DPP. Levarei coda ensinamento, 6 coda persistCncia de fazer 0 melhor. Gratidoo impar a Bel, essa mulher maravilhosa que teve um amor e carinho de mae nesses dOis anos de DPP. Obrigado por tudo! Pela amizade, pelo companheirismo, por todo conhecimento passado, pela confian<;:a no meu trabalho, e principalmente, pela paciCncia e compaixOo. Gratidoo a Marina por to do 0 apoio nessa reta final. Coda palavra dita era mOis urn gas pro continuor nesso missao.

Gratidoo aos meus familia res que me transmitem tanto amor e estabilidade emocional. Sem voCCs eu nOo serio metade do que sou. Obrigado pelas tias incriveis que tenho, agradecendo especial mente a tia Lurdes, tia Lucia e tia Gracinha, pelo amor dado 00 longo do

minha iornada. Pelas primos

maravilhosas que contribuem para minha renova<;:Oo espiritual, especialmente a Andrea, Annaly e Ana. Gratidoo 6queles que, de forma direta ou indiretamente, sempre estiveram presentes e acompanhando meus processos nessa etapa que se conciui, Jamesson, Rodrigo e Fernando. Aos novos amigos do vida que contribuem para me torna r uma pessoa coda vez melhor. Gratidoo a Dave pelo companheirismo fundamental nessa conquista. Gratidoo a todos que acreditaram, que acreditam e que estoo comigo. Que venha uma nova fase! Amem! Axel Gratidoo, gratidoo, grafidOoi

14



A

'0,

neu flo! Que bon que 5Unce velo! Vou fe confar una hbf6rla Ou nelhor, vou canfar una hI5f6r1a",

Ziflo, fu val precbar owlr con feu corcx;ao, porque nen fudo poden05 conpreender de lnedlafo, fa?!

P ode enfrar//I


,

,

-

,•

I

I


Ilustra~ao

0 I - Que born que sunce veia! Pade entrar, zIlla

As portas abertas da Escola de Samba Preto Velho e umas de suas caracteristicas, chamando aqueles que visitam Olinda, especihcamente 0 Alto da Se, para adentrar, geralinente curios os pelo batuque da bateria que ressoa de porta a fora. 0 linguajar tipico de Preto Velhos, "Sunce", "Ziho", "flo", "veio", para come~ar essa narrativa no dima desse pai da sabedoria: Preto Velho


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L

P ec;o /icenc;a a Deu? pai e /1aria

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L

~

T odo? o? ?anfo? e quia?

110 pi?ar no ?aqrado canzu6 Vejo 0 bra-xiro, i/u(YIinar 0 conq6 •

Prefo V 60 cheqou na roda Ve(YI de IIruanda, P e(YIba de IInqo/a."


Faixa 0 I - Sarava Umbanda - Alegria da Zona Sul - 20 19 Compositores: Marcio Andre, Neyzinho do Cavaco, Lopita 77, Ribeirinho, Elson Ramires, Beto Rocha, Tehno Augusto, Fabio Xavier, China, Girao e Samir Trindade Interprete: Igor Vianna


f


Ilustra~ao

02 - Pai Francisco de Aruanda "Adorei as almas!"

Figura do Preto Velho presente em quadros nos centros de Umbanda visitados.


~Quondo nesfo coso en/rei, eu louvei Moria Sonlo nome de Jesus, eu louvei 0 luz do dio. ..•

Ainda era pequenino a prime ira vez que tui levado 6 um terreiro de Umbanda pel os me us pais. Eu tinha a alma infinita de pureza, mas, j6 sabia que muitos nOo entendiam aquda rdigiOo. NOo qut, eu crian<;:a, soubesse direito sobre tudo que ocontecerio, mas, a minho curiosidode sobre 0 que eu iriO encontror me levou ate aquele lugaL Quando adentrei aquele espa<;:o sa grado, 0 som dos tam bores e 0 cheiro das ervas queimando no pequeno braseiro me chamou aten<;:Oo. Haviam pessoas de vestes alvos e algumas vel as ocesos no grande altar iluminado. As pol mas ecoavam tirme junto ao som de uma pequena sineta que parecia badalar ao longe um chama do. Perto daquele altar havia um senhor e uma senhora sentados, cada um em seu vdho toco. Ele - com seu velho chapeu de palha sob a cabe<;:a - tinha 0 corpo curvado sustentodo por uma bengala de madeira e um cachimbo que soltava uma branca tuma<;:a. Ela - com um len<;:o branco que cobria os cabelos - tomava um bocado de cote servido em uma cuia. ~

fumor;:o do coch/mbo, defumou congo E 0 rosorio de Mario. cloreou congo! 6 cloreou! 6 cloreou! Cloreou, seu congo, cloreoul" Com a tala meio embolada, diterente de qualquer pessoa que 16 estava, aquele senhor me chomou:

- 'Se ochego, meu 'fio"! "Nego veio· tem hist6rio veio buscor, ne?".

[... ]

·po-

"conteY. E

0

que

"sunc<2:~


Trecho da sinopse do GRES Alegria da Zona SuI, "Sarav:i,Umbandal'; para

0

carnavaI de 2019


Q

uandO falamas em Preta Velha, nos referimas a uma linhagem vibracianal de

Pref6cio

espiritas que passuem uma mesma missOa. Tais entidades sao cultuadas nos giras de Umbanda, senda tambem presentes em centras de autras linhas espirituais. No Umbanda, prestam auxilia religiasa e espiritual aqueles que pracuram a paz e a serenidade tanto para si, quantas para seu lor e entes queridas. Essa linhagem espiritual e compost a de espiritas de negras que faram

escrovizodos, ossim como de negros ofriconos que noo chegoram a ser escravas. eansta tambem, dessa linha de espiritas, que alguns nOo possuem nenhuma rela<;:Oo com negros e com periodo escravocrata, mas que devido as afinidades vibracionais escolhem a

Umbanda para

seguirem

sua

missOo

espiritual. Em plano terreno, devido sua ida de avan<;:ada, eram entidades que possuiam 0 poder de viver longamente gra<;:as a sua sabedoria, e que apesar do vida rude no cativeiro, demonst raram fe para suportar as adversidades que a vida coloca. Sao espiritos Quias ossociados a experiCncia, refletem em nomes como, velho, veio, vovO ou vovQ sinalizando, assim, sua sabedoria de vida, subentendendo

que tal entidade tenha vivido por um periodo de tempo no vida terrena e que 00

longo

experirlncios

dela,

0

e eOisos

mesmo

adquiriu

saberes

e,

consequentemente,

mais

para contor, e repass or para gera<;6es mOis novas.

25


Principalmente, repassam canselhas que prezom a paci~ncia, a com preen sao, e que seus fi/hos tenham menos ansiedade para a vida. As marcos dessa linha sao, a toierOncia, a simplicidade e a caridade. As indumentarias que compOem tais entidades sao carregadas de elementos simplarios, que nOo necessitam de muitos artificios para trabalhar, diferentes de outras entidades que possuem indumentarias rebuscadas e trabalhadas aos detalhes. As vestimentas sao compostas, geralmente, de roupas broncos, Quios, colares, len<;:os, bengalas, toalhas e, as vezes, dependendo do linhagem do Preto Velho e do local on de se pratica 0 ritual, 0 uso fumo de rolo, cachimbo, cigarro de palha e 0 uso de velas broncos. Usam tambem copo com Irquido, que pode ser agua ou ainda vinho bronco licoroso, e 0 cafezinho, que esta sempre presente e associado 00 periodo de escravidoo nos lavouras de cafe. Tal simplicidade refiete ate no forma de incorpora<;:Oo, sem grandes dan<;:as, apenas com movimentos leves, geralmente sentados ou parados com pes fixados no chao. Devido a vibra<;:Oo, inicia com um peso nos costas que gera uma inclina<;:Oo de fronco para frente. Ja sobre 10como<;:00 diante do giro, acontece apenas quando incorporam para saudar entidades chefes e em seguida sentam e praticam suo caridade Ha rituais que, para entrar no compo vibracional do linha dos Pretos Velhos, foz -se 0 uso de ervas, que canalizom a vibra<;:Oo por meio de banhos e defuma<;:Oo.

26


Os atendimentas prezom pel a simplicidade, como porte do suo ess<2ncia, refletindo ate em seu linguajar, e sao bastantes objetivos em suas palavras. Para inicio do ritual, para que haja a facilita<;:Oo por porte do medium 0 qual ira incorporor a entidode, se faz necessaria, por meio de umo pessoo responsovel

de puxor os contos, chamados geralmente de ponto5- juntamente com toques de atabaques, instrumento de percussOo utilizodo para inicio de toques em rituais de Umbanda. Apas a incorpora<;:Oo ha-se 0 ritual de inicia<;:Oo e em seguida as entidades se acomodam em lugares pre-determinados, geralmente bonquinhos os quais sentam e iniCiom- se as consultos.

Conecta dos, em alguns casos, a linha vibracional de costumam

em

seus

rituois

fumo r cachimbo

e

o cafe, como vis to, Cuma das bcbidas que

Omolu.

boforor

0

Ori xa do cura,

seus

consulentes,

fazem

r cla~ao

com a cntidad c dos Preto V clhos. Ao longo da eiabora,ao do trabalho, apcs a

acreditando que tal rito e um processo de limpeza e harmonizo<;:Oo das

pintura do Prcro V c1ho ( llll<;trao;ao 02) era colocado

vibra<;:Oes. Utilizom, tambem, de ramos de a rruda, rezos com uso de ter<;:os e

uma X1cara de cafe ao Iado do quadro como wna forma de concxao com a simbologia forte. Alguns dos dcscnhos

borrifadas de agua fluidificad a. Os pontos cantados servem para saudar a presen<;:a das en tid odes, fi rmar suo for<;:a durante os trabalhos espirituais e envolver a todos presentes, mas

cxecurados com 0

foram ptntados proprio cafe,

principalmente aos mediuns de incorpora <;:Oo, como uma harmonia a ajuda-Ios a

juntamcntc

a

se concentro re m para que esto ocorra.

conscguir urn aspccto de papd cnvelhecido ou de madeira.

aquarcia para

No Umbanda, os Preto Velhos sao homenageados no dia 13 de maio, data a •

qual, fOi assinada a Lei Aurea, a aboli<;:Oo do periodo escravocrata brasileiro.

27


II

Ad

' a5 a!na5,/"

II oral

28


Apresentac;:aa Introduc;:ao - - - - Metodologia Objetivos

29

Sumario

37

41 45

PatrimOnia Cultural Brasileiro HistOria, Identidade e MemOria SignificOncia Cultural 72

53 66

1.0 - Patrimonio Cultural Imaterial - -No alma das coisas acreditei- 86 I. I - Instrumentos e metodos de Salvaguarda aplicados pdo IPHAN 90 1.2- Planas de Salvaguarda de bens imateriais 96 1.3- Educa<;:Oo Patrimonial 100 2.0 - Objeto Empirico: Gremio Recreativo Escola de Samba Preto Velho -Pre to Veio me contou, Preto Veio me contou!" 107 2. I - 0 lugar - Sitio HistOrico de Olinda I 35 2.2- 0 arruado - Entorno Imediato 151 2.3- 0 late - 0 bem construido 16 1 2.4 - 0 samba - Dos cong~neres 0 Olinda 168 2.5- Levantamento histOrico do G r~mio Recreativo Escola de Samba Preto Velho 175 - - - - 3.0 - Identificac;:ao de atributos e significados - -f verde e rosa a cor do sua bandeira!" I 97 3.1 - Identifica<;:Oo dos atributos - Ustagem dos Atributos 203 3.2- Usta de atributos sugeridos para valid a<;:oo com atores sociais 247 Considerac;:oes Finais Referencias Bibliograficas ANEXO ANEXO ANEXO - - - - ANEXO

249 253

A - CD com as Sambas de Enredo B - Registro Documental - DiOrio de Pernambuco C - Registro Documental - NoticiOrios em meio virtual D - Letra s dos samba s de enredo do GRES Preto Vdho


30


Era wla vez Uf'1 prefo velho Que fo; e=ravo •

R efornando a =nzala

-

Para hbforiar 0 =u pa??ado Cheqando a velha f?ah;a J6 no cafiveiro ex;?f;a Prefo velho fo; vend;do

/'1en;no a Uf'1 =mor

L L

Que ar?en;zou a ?Va qrande dor Que fa=;nac;ao Prefo velho na =nzala Enfoava Uf'1a canc;ao

6 '"

A

A

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Faixa 02 - Historia de um Preto Velho - Esta~ao Primeira de Mangueira - 1964 Compositores: Helio Turco, Pelado e Comprido Interprete: Jose Bispo Clementino dos Santos (Jamelao)

https';/ www.youtube.com/watch?v=W6 WjMCTcKgQ


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Ilustra~ao

03 - Retornando a senzala'para histonar seu passado


Apresento<;:oo

"E o

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- r -------------------------------------

I

ra uma vez um Prela Velho ...Prelo Velho e um elemenlo com

baslanle significa<;:Oo no nalureza do Escola de Samba Prelo Velho, a qual e objelo de esludo nesse Irabalho. Significado esse refielido desde

a

seu

pavilhOo,

com

a

gravura de um Prelo Velho bordado

os cores verde e roso do suo bandeira, (Imagem 02) revelando -o

como

a

agremia<;:Oo

simbolo

maior

cornovolesco

do

lmagcm 02 - Paviihiio da Escola de Samba Prcro Vdho. Fonte: Blogpost da Agrcmiao;ao

Cidade AlIa de Olinda, e, assim, se lornando a fio condulor para nallar a hisl6ria dessa agremia<;:Oo. As cores do pavilhOo foram inspiradas nos cores do bandeira do congCnere carioca Esla<;:Oo Prime ira de Mangueira. OGRES Prelo Velho esl6 localizado no Rua Bispo Coulinho, no AlIa do Se, no Silio Hisl6rico de Olinda.

Fundada em 24 de dezembro de 1974. a escola

possui uma grande significOncia social e carnavalesca para cidade de Olinda.

35


Como dito pelo Umbondo, os Pretos Velhos sOo entidodes tidos, no suO fose

terrena, como contodores de historios, e nesso suo ess<2.ncio do contor,

0

p roprio Prelo Ve/ho tome seu portido, foz de suo enlono(Oo mOis puro e pOemse 0 conlor a suo proprio historio de 42 onos no Alto do

;,e, no silio Historico

de Olindo, e no vido de muitos pernombuconos, especiolmente os olindenses. Agregodo 0 um conjunto de diversos otributos, os quois fomentorom diversos significodos 00 Ion go do tempo, 0 Preto Velho revel oro no decorrer deste trobolho os significodos que compOem 0

seu povilhOo, des de por seus

fundodores, possondo por oqueles, que 00 longo do suo historio, somorom e contribuirom poro 0 SignificOncio Culturol desse potrimOnio imoteriol olindense.

o

Preto Velho canto a seu enredo otroves de um gCnero musico l

genuinomente brosileiro, e que fomento um dos moiores otributos que 0 bem estudodo possui, 0 sombo-enredo. E des to formo, 0 no rro tivo se dora de forma fluido, informol e poetico, mergu/hondo nos letros dos diversos sombos de enredo que conlom 0 historio do Sombo do Preto Velho e revel om suo SignificOncio Culturol. Sobendo

que

opresentondo

0

de

gCnero forma

sombo-enredo lineor,

possui

cronologico

ou

um de

corater forma

descritivo,

segmentodo,

descrevendo desso forma 0 enredo com riquezo de detolhes. Usondo desse ortificio descritivo, utilizo de umo sele<;:Oo de sombos de enredo

36


para cantor a historia do GRES Preta Velha. Vista que, tais sambas refletem, em suas letras e mel adios, particularidades e atributas que descrevem a escala, revelanda assim, sua singularidade historica, artistica e cultural coma um bem

unico que merece os devidos oIhores e cUidodos, para ossim, preservor seus valares, asseguranda a sua cantinuidade, e, cansequentemente, prategenda e garantinda seus atributas 6s gera<;Oes futuras . Este trabalha fai realizada sob a inspira<;Oa das mais puras e singulares exemplares do musica papular brasileira, escritas par uma nata de brasileiras que sOa genuinamente representantes do Musica Papular, as quais campuseram bel is simas abras, representanda, par meias das seus sambas de enredo, uma das mais politicos e espontOneos express6es musicais brasileiro. Com suos ess<2ncios

cantadas em magnificos versos musicados, atestando a composi<;Oo artistica dessas obras como

Val

de um povo, refletindo suas historias, lutas e verdades,

que troz consigo a representatividade das minorias e que do

Val

a elas.

Sambas esses suficientemente criotivos e extremamente sensiveis para enoltecer,

comentar au criticar, quando preciso, as fatos acontecidos no passado au no presente, e, assim, ossegurondo a suo

exist~ncio

para as proximos geroc;Oes: os

regist ros de muitas historias, de muitas lutas, e, sobretudo, dos bondeiros

desfro/dodos do resistCncia de muitos personagens, fieis aos seus principios, sendo imortalizados pela sua

Val

maior, a samba.

37


E das paeticas letras desse repertOrio de sambas cantados em suos rodas de samba, reflete -se em um conjunto pitoresco de ilustra<;:Oes que emergem no histOria do Samba do Preto Vdho e ret rota no fluidez do pintura em aquarela suo verda de ira e estreme essCncia do samba pernambucano, legitimamente olindense. Enquodrondo no histOria, a histOria nOo contada de um sombislo que desce as ladeiras de Olinda no periodo momesco, e afirma que no lerro dos

olios coqueiro,- a Orvore do samba gerou muitos frutos pdas bandas de cO tambem!

'Nao

38

de:ixe: 0 5af'1ba f'1orra/'


Eu (ui f'7andirKJa, caf'7binda, hau??o F ui Uf'7 rei eqbo pre= na correnfe ?o(d no? brar:;o? de Uf'7 capafaz Hord no? canaviai? onde

L L

A

= planfa qenfe

A

E calurKJa! E calurKJa! Prdo Velho f'7e confou, Prdo Velho f'7e confou Onde f'7ora a =nhora liberdade

-

Noo fef'7 (erro nm (dor

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-


Faixa 03 - Meu Deus, Meu Deus, Esta Extinta a Escravidao? - Paraiso do Tuiuti - 2018 Compositores: Claudio Russo, Moacyr Luz, Jurandir, Zeze e Anibal 1nterpretes: Nino do Milenio, Celsinho Moddy e Grazi Brasil

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V

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J

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Ilustra~ao

04 - Preto Velho me contou, onde mora a senhora hberdade nao ferro, nem fe/tor.

Ilustra~ao de urna das maiores comissaes de frente que ja passaram na Marques de Sapueai, em

particular, a que mais me fez derrabar lagrimas e pereeber 0 quao todos os elementos que fomentavam a apresenta~ao me representavam, sem falar do magnifico samba enredo que eneanta a cad a verso.


Introduc;:ao

"n I re to Velho me contou ... Este trobolho de conciusOo de curso intitulo-se - 0 Preto Velho Conto Seu

Enredo - SigmficOncio Cultural do Escolo de Samba Preto Velho - e procura renetir sobre a constru<;:Oo do significOncia cultural de bens de cunho imaterial artistico cultural, a partir do perspectiva do significOncia cultural que os bens desta natureza carregam revelando

e os valores

em seus diversos atributos. A partir disso,

e, consequentemente, afirmando a representatividade que

possui a um grupo social, a complexidade de sua conforma<;:Oo,

exist~ncia 00

e todos os fatores e agentes, que

00

0

bem

longo de sua

longo do tempo,

contribuirom para a suo singuloridode. Espero -se contribuir para 0 pensomento

critico diante dos bens de cunho imaterial como corpo necessorio para contar a historia de uma parcela do sociedade civil. material

e no sua

significOncia

ess~ncia

cultural,

e que interven<;:Oes no seu corpo

imaterial estejam sob a alica do conserva<;:Oo do

para

que

possamos

compreender

e

proteger

adequadamente tais bens. Tendo como objeto de estudo 0 Gr~mio Recreativo Escola de Samba Preto Velho, localizado no Alto do :ie, no centro Histarico de Olinda, Estado de Pernambuco - Brasil. 0 estudo apoiou-se em um recorte temporal que vai de 1974, ano de funda<;:oo do agremia<;:Oo, ate 2019, e em um recorte espacial

que abrange 0

iote 681, no rua Bispo Coutinho, on de localiza-se a

43


agremia<;:Oo e a seu entorno imediato, com aten<;:Oo paras rela<;:Oes entre a objeto estudado e elementos como a pra<;:a do

;,e,

a coso ria, as monumentos e

as ruas do Sitio Historico no periodo momesco. Acrescentando nessa pesquisa, como a historia do bem estudado adere 0 memoria afetiva de todos as agentes que compuseram a narrativa do Escola de Samba Preto Velho, e como eles decantaram a trama de sua historia em versos e risco ram as ladeiras do Cidade Alta com seu mais genuino e oIindense samba. Um das problemoticas levantadas e sabre como a IPHAN aborda bens de tal natureza, vista que, um dos p roblemas atuais esto no rela<;:Oo conflituosa entre a IPHAN e as dirigentes do GRES Pre to Velho. Isso devido a neglig~ncia, interpretada pelos especialistas do IPHAN, par pa rte dos proprietarios, que par meio de interven<;:Oes no edifica<;:Oo, amea<;:a integridade do bem, alterando atributos tipologicos e morfologicos que, consequentemente, contribuem para a perda de valores arquitetOnicos, paisagisticos e artisticos do conjunto on de encontra-se a bem, elementos estes que fomentam a justificativa do Sitio Historico de Olinda como PatrimOnio Cultural do Humanidade, pela UNESCO, em 1982.

0 bem estar localizado no poligono de tombamento, dentro Zona

Especial de Prote<;:Oo Cultural (ZEPC 0 I), no Setor Cultural do Alto do Se; Incluso no list a das centenas das agremia<;:Oes que desfilam no carnaval de Olinda, organizado pela Secretaria de PatrimOnio, Ci~ncia , Cultura e Turismo

44


do Prefeitura de Olinda, considerada dentre das mais importantes no Sitio Historico, tida como simbolo de empoderamento, identidade, resistCncia social, racial e espacial. Em contrapartida a estas ac;:Ces, 0 GRES Preto Velho e objeto de ac;:Co judicial, por con to das tais obras irregulares. E teve p rojeto de reversCo de danos e regularizoc;:Co aprovado pdo IPHAN, sob 0 acompanhamento do Justic;:a. Porem nota- se a dificuldade de diologo entre os agentes responsoveis pela protec;:Co, no coso 0 IPHAN, e os usuorios do bem. Diante disso, este trabalho tem como um dos seus objetivos explanar como 0 orgCo responsovel pda suo conservac;:Co, 0 IPHAN, utilizo de seus programas e metodos de conservac;:Co e como 0 mesmo gesticula e documenta os bens de cunho imaterial. de forma que, atraves de seus pianos de conservac;:Ces, permita a manutenc;:Co e preservac;:Co destes bens que possuem uma subjetividade complexa. Uma das discursivas deste trabalho e sobre a rdac;:Co, devido 0 promoc;:Co de intervenC;:Ces inadequadas de cunho materia l, entre 0 IPHAN e 0 GRES Preto Vdho, afirmando que a resposta dodo pdo IPHAN nCo assegura, de antemCo, a significCncia cultural do bem, e por consequCncia, a continuidade do Samba do Preto Vdho, 0 qual fomenta, juntamente os outras atividades culturais do SHO, a 'alma' significativa do Sitio Historico de Olinda.

45


46


Concomitantemente 00 desenvolvimento do pesquisa, verificou-se a prec6ria

Metodo ogio

fonte de registros fisicos do bem estudodo, dificultondo 0 exploro<;:Oo de informo<;:Oes relevontes poro desdobromento dos recortes que compuserom 0 hist6rio do ogremio<;:Oo. FOi necess6rio 0 usa de metodologios que explorossem 0 expressOo culturol de outras formas, visto que a hist6rio pode est6 expressa em diversos signos que 0

bem pode revelor por meio dos seus diversos otributos. Poro tonto, 0 trobolho possou por diversos processos, os quois nOo possuirom umo lineoridode, e sim umo troco mutuo dos diversos fontes do ess~ncio do bem estudodo, que por suo vez, gerovom refiexOes e interpreto<;:Oes diversos. A seguir, olguns dos processos odotodos poro extroir os diversos significodos que compOem 0 bem onolisodo e proporcionor 0 norrotivo desse trobolho, I) Fez- se iniciolmente 0 uso de desenhos de observo<;:Oo, poro ossim nOo openos retrotor 0 presente dos formos de expressOo do bem, mas como umo ferramenta de apreensOo e conexOo com a cerne que

compOem todos os predicodos do bem. E tol instrumento, 0 desenho e pinturo, fOi usodo 00 Ion go do pesquiso como elemento conolizodor poro retrotor, pitorescomente, 0 hist6rio e significodos do Preto Velho;

47


2)

Ao longo de

todo 0

trobolho

registrassem

historio

do

a

bern,

buscou- se como:

por moteriois que

registros,

informo<;Oes

documentois, pesquisos digitois em sites de busco e hemerotecos, sites de noticios que retrotossem reportogens, noticios ou depoimentos que fomentosse um conteudo, que olem de exploror 0 historio do bem, revelosse elementos que 0 torno singulor; 3) VivCncios continuos e explorodoros que proporcionosse umo conexOo o lugor" com 0 temo, com 0 otmosfero estudo, de modo 0 exploror lugores de mesmo uso, ou de lugores que possuem elementos que compOem e estoo diretomente ligodos os roizes que conformo ro m 0 que 0 bem e hoje. Foro m feitos visitos em escolos de sombo tidos como congCneres do sombo brosileiro, os escolos de sombo do Rio de Joneiro; 0 visito<;:Oo 0 terreiros de Umbondo, Condomble e centr~s espiritos que trobolhom no Iinho do do Preto Velho e Juremo, poro opreensOo do otmosfero religioso que esto extromente intrinseco nos o rigens dos escolos de sombo; Alem de inumero s visito<;:Oes os rodos de sombo e dos festos proporcionodos pelo ogremio<;:Oo estudodo, de modo 0 compreender 0 suo ombiCncio, 0 logistico do espo<;:o e como suo expressOo culturol se desenvolve otuolmente;

48


4) 0 di610go com ogentes que fozem porte do ogremio<;:Oo, poro ossim, o portir de umo troco, produzir reflexOes e conhecimentos p rovenientes

de discursos oro is; 5) Um gronde estudo dos letros dos sombos de enredo, otributo esse primordiol 00 se folor de escolos de sombo. Sendo interpretodos e relocionodos 6 proprio historio do ogremio<;:Oo. 6) Ao fim de todo 0 processo, eloboro<;:Oo de ilustro<;:Oes expressivos que renitom as interoc;6es entre os signos que comp6em

a significOncia

culturol do bem estudodo.

49


50


Os processos destocodos onteriormente fizerom porte poro 0 desenvolvimento

Objetivos

desto narrativQ, de forma a construir urn material que revelosse umo nova

interpreto<;:Oo do SignificOncio Culturol do Gr~mio Recreotivo Escolo de Sombo Preto Velho .. revelondo os signos que compOem 0 ess~ncio significotivo do objeto onolisodo. Dionte disto esto pesquiso tem como produtos e objetivos especificos, I) Umo norrotivo que proporcionosse um moteriol com coroter de dossi!! do GRES Preto Velho. com os registros coletodos que compuserom suo historio;

2) Relevor os otributos que compOem 0 imoteriolidode e moteriolidode. os quois mutuomente. fomentom SignificOncio Culturol do bem onolisodo; 3)

Propor

diretrizes

que

configurem

0

seguridode

tonto

do

imoteriolidode. quonto do integridode moteriol do GRES Preto Velho; 4) Geror reflexOes dionte do forma como sao explorodos. onolisodos. coletodos e interpretodos os elementos imoteriais de bens desta natureza. De fo rma que a orquiteturo

e

solidificom

e

esse

registro

imoterial

urn dos elementos moteriois que

que

as

duos

vertentes.

a

moterialidode e imateriolidode. estoo interligodos 00 longo do historio;

SI


5)

Pondero<;:Oes que fomentem posturos q ue ogreguem um olhor mais critico e inclusivo diante do patrimOnio brasileiro de origem afro. indigena e de comunidades menos favorecidas. para que tenhamos uma

sensibilidade

para

a

produ<;:Oo

cultural.

da

produ<;:Oo

arquitetOnica e da historia des sa massa que compOem tambem 0 PatrimOnio Cultural Brasileiro.

52


110c;0 N Go •

= eX{uec;a que 0

neqro f ar7ber7

con:::>fruiu

II? riqueza:::> de no:::>?O !?ra:::>i/ ~ - -.ri

-

-

- '-

P erqunfe ao Criador Ouer7 pin/ou e:::>fa aquare/a L-ivre do ac;oife da =nza/a

L L

Pre?O na r7ixria da favela

L.J

o neqro :::>ar7ba

-

Neqro joqa capoeira E/e ·e

0

rei na verde e ro:::>a".

- - - ' . . -'-l


Faixa 04 - lOa anos de liberdade, realidade ou ilusao? - Esta~ao Prime ira de Mangueiral - 1988 Compositores: Helio Turco, Jurandir e Alvinho Interprete: Jose Bispo Clementino dos Santos (Jamelao)

https';/open.spotify com/track/OzUJceYP71gYPJI3Gps7Gw o


-,-

....

--

-

-

--,

,

C2?-t:?s· / 7

-

,

-


Ilustra~ao

05 - MOfo, nao se esquefa que 0 negro tambem construiu as l1quezas do nosso BrasIl

Versos de urn samba que questiona se a liberdade e uma realidade ou urna ilusao, acentuando que 0 negro tambem construiu a hist6ria do nosso pais, que ele faz parte de nossa hist6ria, da nossa memoria, e que as maos deles estao nas riquezas construidas, tanto as materiais quanta as imateriais


o que e morar em umo cidode polrimOnio do humonidode? Como 0 polrimOnio cullurol e inlegrodo e se inlegra de seus morodores?

00

colidiono do cidode e

Quonlos hislorios de vida significado$, lembronr;:os, eslOo esconchdos em umo

lodeira em umo coso, em umo poisogem? E como esse conjunlo de lembronr;:os conlnbui no conslrur;:Oo do memorio coleliva do universo orelivo e, finalmen Ie, do idenlidode cullurol de umo comunidode in/elro?

[... ] PatrimOnia de pen de, partanta, de uma camunidade que a recanhece como tal, e a suo salvaguarda e torero, em prime ira lugar, de quem aquele patrimOnia vivencio, utilizQ, foz .

Entoa, as maradares do local, sOa as atares principais, as fozedares e as guardiOes de uma cidade patrimOnia, as que dOa sentida a seus aspectos fisiCOS (cosorios, igrejas, lodeiros, monumentos, areas noturais), bern como as suos pro tic as intangiveis (manifesta<;:oes culturais, religiasas, saberes e fozeres) .

[... ] •

E no memoria caletiva do suo camunidade que a cidade tem guard ado seus significadas mais profundos, seus segredas, seus dramas, e par fim, tada a suo essC:ncio.

[... ] Em suas entrelinhas, existem tad a a paesia, a saudasisma e a unicidade daquele canjunto de sensa<;:Oes que haje tadas perce be mas quando mencianamas a nome do cidade patrimOnia.

[... ]


Trecho do prefacio do livro "Olinda - Patrimonio CotJdiano - Mem6ria Coletiva dos seus moradores'; ICEI BRASIL. Olinda. Pernambuco. agosto de 2017


Patrimonio Cu tural Brasileiro Parafraseanda a ultima cita<;:ao,

essa narrativa, pautada de versos que

exprimem um canto, a voz de um povo abastardo em boa parte do sua historia pela sociedade, ressoados por batuques que percorrem ladeiras assentadas nos mais petrificadas historias, sao plasmado no popel no fluidez do aquarela, sendo ossim: <Umo contribuic;Co simples e necessaria para consolidor a me moria coletivo de umo comunidode que luta para conhecer, reconhecer e manter seus costumes,

A

trodiC;Oes e historios que compOem suo identidode. E nos oiudo a entender que

de p.1((·r, que significa pai e

o pohimOnio esto em coda urn de nos:> (ICE I Brasil, 20 17).

tern

palavra

patrimonio

origem

no

vern

!arim .

Patrimonio C0 Icgado que pai

Ao falar de Patrimanio Cultural not amos a vasta amplitude em que 0 mesmo

dew para 0 seu filho.

po de abra<;:ar e representor. De acordo com as defini<;:Oes 0 conceito de

Assim, a palavra patrim6nio

patrimOnio fOi ampliado de PatrimOnio Historico e Artistico, como estabelecida

passou a ser usada quando nos rcfcrimos aos bens ou riquczas

pelo Decreto-Iei n" 25, de 30 de novembro de 1937, para um conceito mais

de

amplo e abrangente, denominado de PatrimOnio Cultura l Brasileiro, como esta pautado no Constitui<;:ao Federal de

1988, em seu Artigo 2 16. Com tal

defini<;:ao a amplitude de reconhecimento de bens, sobretudo, aqueles que sao passiveis de proemin<!ncia e importancia, principalmente aqueles de natureza imaterial, os quais possuem uma abrang<!ncia maior e complexidade de anolise e compreensao no sua magnitude. Seguindo a Constitui<;:ao, a qual estabelece que a responsabilidade de administra<;:ao, 00 falar de gestao do patrimOnio, co be aos orgaos publicos, como 0 IPHAN, no ambito nacional, juntamente

uma

familia,

de

PCSSO;l,

uma

de urn gnlpo

individuos.

Essa

de idcia

comc,Oll a ad quirir 0 scntido de propriedadc colctiva com a

Rcvolw;ao Franccsa no scculo XVIIl. Logo notoria

podcmos

fazcr

analogia

esscncia do cntidadc do

com

uma a

arquctipo da Freta V dho:

passar a sua sabcdoria para as gera,6cs mais novas.

59


oos devidos 6rgOos municipois e estoduois, fomentondo ossim umo porcerio

ent re 0 poder publico e os comunidodes pora, assim, assegurar 0 PatrimOnio Cultural Brasileiro. Ao estabdecer que patrimOnio cultural Ii 0 conjunto de bens de cunho material e imaterial, toma -se como demento de

refer~ncia,

de identidade, de mem6ria

dos diferentes g rupos e povos que fomentam a sociedade brasileira pdas suas representatividades e autenticidades. Nessa novO con formacao dodo pda ConstituicOo, estoo classificadas as formas de expressOo; os modos de crior, fozer e viver; as crio~6es cientificos, ortisticos

e tecnol6gicas; os documentos, objetos, obras, edificacOes e demais lugares destinodos 6s expressoes ortistico-culturois; os conjuntos urbonos e sitios de

valor hist6rico, artistico, paisagistico, arqueol6gico, paleontol6gico, ecol6gico e cientifico.

Se tratando do IPHAN, 0 mesmo tem como funcOo assegurar pdo cumprimento dos marcos legais, efetivando a gestOo do PatrimOnio Cultural Brasileiro e dos bens

reconhecidos

Humanidade.

60

pela

UNESCO,

reconhecidos

como

PatrimOnio

do


Como visto, 0 novo perspectivo que 0 Constitui<;:Oo de 1988 trouxe poro ovon<;:o do dimensOo imoteriol, proporcionou os refiexOes sobre 0 relotivizo<;:Oo dos conceitos de e no<;:Oes de excepcionolidode, 0 quol vem sido substituido pelo polovro representotividode, vis to que, 0 reconhecimento de um grupo excluido, tornando - os inclusos diante das inumeras manifesto<;6es culturois que existem no nosso pois, fozendo com que oqueles grupos se sintam incluidos, com

voz e direito de monifestor suo cren<;:o, suos verdodes e soberes, promovendo oindo mOis 0 importOncio dos grupos que compOem 0 sociedode brosileiro. De tol formo, tol mudon<;:o refiete dionte do conceito de referCncio culturol, 0 qual incorporo umQ significativa e inestimovel visCo

e

reconhecimento de bens

possiveis de serem distinguidos como potrimOnio culturol brosileiro. Segundo Torrely, em Notos sobre 0 evolu<;:Oo do conceito de potrimOnio culturol, os dificuldodes que impedirom umo moior obrongCncio do potrimOnio culturol vOo olem dos questoes politicos e ideol6gicos, emboro estos estejom sempre presentes e fozem porte de um mol que otinge outros politicos publicos, 0 insuficiCncio de recursos finonceiros e 0 reduzido copocidode de gestOo, frente o um desofio que tem como porOmetro 0 diversidode culturol do Pois e suos dimensOes continentais.

61


Esse quadra e agravado pela velocidade desproporcional dos meios de difusOo de valores dissociados das nossas manifesta<;:Oes e tradi<;:Oes culturais sem que esso afirmotivo se constituo em urn preceito xen6fobo - das quais, muitos mfnguam e morrem sem que possom nem mesmo ser conhecidos, quanto

mais salvaguardadas e protegidas como e 0 caso de muitas manifesta<;:Oes popula res de origem indigena e afro -brasileira. E relata um segundo aspecto, 0 qual se diz respeito 0 delimita<;:Oo do que vem a ser pafrimOnio cultural, sobre compreender a dinOmica e essCncia para compreender e atenuar 0 choque entre gera<;:Oes e evitar comportamentos arredios, visto que cada sistema cultural estaro sempre em constante mudan<;:a, o que tambem vale para a conceitua<;:Oo de patrimOnio, vis to que a cultura e dinOmica e mutante ao passar do tempo. Dai a relevOncia da substitui<;:Oo do conceito de excepcionalidade, elitista e propenso a estabelecer uma hegemonia cultural, pelo de representatividade, capoz

de

assegurar

aos

diferentes

segmentos

socioculturais

seu

referenciamento. TORELL Y, 20 I 2. A

substitui<;:Oo

gradativa

do

conceito

de

excepcionalidade

pelo

de

representatividade reflete diretamente em uma sen sibil ida de e compromisso com a cidade e a preserva<;:Oo de bens que representam um grupo de individuos.

62


Logo,

e

nota riO 0 importOncio de politicoS que integrem os ospectos de

preservo<;:Oo do potrimOnio culturol, juntomente oos fotores econOmicos e sociois, 00 poutor os relo<;:Oes entre os ogentes que compOem 0 singuloridode do bem e todo sociedode que 0 entorno. De modo que os reflexOes dionte do preservo<;:Oo do potrimOnio culturol sejo umo ferromento poro 0 desenvolvimento sustentovel

e,

principolmente,

elemento

que

configure

0

justi<;:o

sociaL

reconhecendo nosso plurolidode, ossegurondo- o e proporcionondo um legodo poro os gero<;:Oes futuros de um povo. Contudo,

e importonte solientor que

pafrimOnio, maior

quonto mOis obrongente for 0 conceito de

sera a diversidade e riqueza cultural.

63


64


e

HISTORIA PRA NINAR GENTE GRANDE um alhor possivel para a historio do Brasil. Umo norrotivo boseodo nos "poginos ousentes. Se a historio oficiol umo sucessOo de versOes dos fotos, a enredo que proponho umo "outro versOo

e

e

[... ] De forma gerol, a predominOncio dos versOes historic as mOis bem-sucedidos esto ossociodo 0 consogro<;:Oo de versOes elitizodos, no gerol, escrito pelos detentores do prestigio econOmico, politico, militor e educocionol - volendo lembror que 0 dominio do escrito durante periodo considerovel fOi quose que umo exelusividode dos elites - e, por consequ~ncio natural, esto a versOo que

e

determino no imoginorio nocionol a memoria coletivo dos fotos. [... ] Sem sober quem somos, vamos a "toque de godo" esperondo "olguem pro fazer a historio no nosso lugor", qui<;:o umo "princeso", como a ISABEL, a redentoro, que levou a "gloria" de calocor fim 00 mOis tardio termino de escrovidoo dos Americas. Nunco esperoremos ser salvos pel os tipos populores que nOo forom para os livros. Se "herois sao simbolos poderosos, encorno<;:Oes de ideios e ospiro<;:Oes, pontos de refer~ncios, fulcros de identifico<;:Oo" a constru<;:Oo de umo narrativo hist6rico elitisto e euroc~ntrico jomois concederia a Ifderes populores negros umo porticipo<;:Oo definitivo no oboli<;:Oo oficiol. Bem mOis "exemplar" a princeso conceder a liberdode do que ineluir nos livros escalores 0 nome de umo "realezo" no qual ZUMBI, DANDARA LUIZA MAHIN, MARIA FELIPA ossumissem seu real popel no historio do liberdode no Brasil. foto que a otuo<;:Oo de "gente comum", ou mesmo a inconsovel luto negro orgonizodo em quilombos, em fugos, no esfor<;:o pessool ou coletivo no compro

o

e

de

o lforrias

e

em

revoltos

escrovocroto oquelo altura.

[... ]

Qu

conspiro<;Oes,

j6 enfroqueciom 0

sistema


Esses nomes nao serviram para eles. Para nos, eles servem. Para nos, sentinel as dos "ois do Brosil, herois de lutos sem glorios oindo deixodos "de tongo" ou preso oos "grilhOes, eles sOo os ideios que usoremos poro "gestor" 0 que viro. ~Engravidados" de novas ideias, jorroro leite novo para ~ amamentor" os guris que vi rOo. Sobendo outro versOo de quem e 0 Brosil, - nOo 0 que nos "ninou" poro quondo fOssemos odultos - sobendo que CABRAL "invodiu" e que, 00 inves de qUinhentos e dezenove onos, somos brosileiros ho quose doze mil onos. Conhecendo CUNHAMBEBE, 0 CONFEDERAC:AO DOS CARIRIS, cientes do porticipo<;Oo dos CABOCLOS no luto do 02 DE JULHO NA BAHIA, e sobendo que os indios lutorom e resistirom por mOis de meio seculo de domino<;Oo, tolvez se orgulhem do por<;Oo de songue que foz de TODOS NOS, sem exce<;Oo, indios. Sobendo que 0 "bondoso" prince so Isobel deu vez 0 "Chico do Motilde", "Luizo Mohin" e "Morio Felipo", e possivel que reconhe<;om em si 0 brovuro que vive 0 espreito do horo de despertor e oi, tolvez, 0 "gigonte desperte sem ser poro se distroir com 0 TV".

Cientes de que nos so historio e de luto, teremos orgulho do Brosil. Alimentodos de leite novo e bom, vorreremos de nossos "porOes 0 complexo de "viro-Iotos que fomento nosso cren<;o de inferioridode. Veremos tonto belezo no esculturo de ANTONIO FRANCISCO LlSBOA quonto no quodro que eternizo 0 sorriso do Monoliso. Nos orgulhoremos do "tupi" que folomos - mesmo sem sober. Doremos mOis cortoz 00 soci do que 0 "bruxo". Brincoremos mOis de BUMBA MEU BOI, ClRANDA E REISADO. Nossos crion<;os enxergorOo tonto corogem no CANGACEIRO quonto no "cowboy". Vibroremos quondo SUASSUNA estreor em "ROLIUDE" sem trodu<;Oo poro 0 SOTAQUE de JoOo Grilo e Chico. NOo estronhoremos coso 0 Mickey subo 0 ESTAC:AO PRIMEIRA troque ' my love' por ' minho n~go" e monde pintor 0 'porquinho' do Disney com 0 VERDE E 0 ROSA DA MANGUEIRA

Trecho da smopse da Esta~ao Primeira de Mangueira, "Hist6na pra ninar gente grande'; por Leandro Vieira, para 0 Carnaval 2019


I

/?rof5il, fYleU neqo deixo eu fe confor

!l hdorio que a hif5forio nCio confo

o (J./ef5= do fYlef5r1O luqor No !ufo

e que a qenfe = enconfro

/?rof5il, fYleU denqo, 0/1onqueiro cheqou E('} ver=f5 que 0 livro opaqou De?de 1"500 fe('} ('}oif5 invOf5Cio que De=obrifYlenfo

r

e('}

f50nque re/info pif5odo

!lfraf5 do heroi erlOldurodo /1ulheref5, fo('}oiof5, ('}UloIof5 Eu quero u('} POlf5 que nCio ef5fa no re/rolo


Faixa OS - Hist6ria pra ninar gente grande - Esta<;ao Primeira de Mangueira - 20I9 Compositores: Deivid Domenico, Tomaz Miranda, Mama, Marcio Bola, Ronie Oliveira e Danilo Firmino Interprete: Marquinhos Art'Samba

https';/opm-spotify.com/track/50fPOayCrIBAMVxvsmyx7x


, I I I I

I I I I I I I I

I I I I I I I I

I I I I I I I I I I I

I I I I I I I I

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I I I

I I I I I I I I

I I I I I


Ilustra~ao

,

06 - Eu quero um pais que nao esti no retrata. Indios, negros e pobres.

Inspirado no trecho do samba da Esta~ao Primeira de Mangueira para 0 Carnava! de 201 9, 0 qual reflete em versos 0 quao 0 pobre, 0 indio e 0 negro nao tiveram protagonismo nos registros hist6ricas. E trago essa indaga~ao no carpo do trabalho e retrata a histona de urn povo que resistiu as intempenf:s de uma sociedade segregadora e excludente. 0 Prete Velho vai cantar seu enredo!' ''Localizando a histona da escofa em cada letra, aconteceu algo improvive1 e da ordem do mllagre: do singular ao comum, as multJd6es se tarnaram tadas verde-rosa. A bandelra, sfmbolo do ufanismo verde e amare10 nos /oi devolvlda: no lugar de ordem e progresso a invoca,ao de tadas as vozes lnaugurais: indios, pretos e pobres numa bandelra verde e rosa. Uma subvcrsao da llnguagem passou a habitar 0 espanta de nossos corpos, valorizando a IUn,ao utoplca da palavra num samba que e um poema, que traz em seu seio versos apagados dos livros. r .)"Blanca OJas, 2019


Historia, dentidade e Memoria

Uma cansci<2ncia historica se foz presente e esto, histaricamente falando, relacionada com os monumentos arqueologicos e arquitetOnicos, e acredita- se que to is monumentos

sao marcos que represent am e conformom simbolos

constituidos de conhecimento, transmitindo compreensOes e fatos historicos. Acreditando que nOo ho identidade sem memoria, que quando se perde a memoria,

se

perde

a

identidade,

compreende -se

arquitetOnicos e os artefatos arqueologicos agregam

que

os

monumentos

signos que transmitem

mensagens a partir da interpreta<;:Oo dos elementos que com pOe 0 objeto. E que por suo vez, por serem elementos materiais, tornam a ess~ncjo e tornom - se

portadores da voz da historia, sendo 0 codigo, prime ira mente, para leitura e produ<;:Oo de significados diante dos atores socia is. Seria uma forma de materializar conceitos, desde uma identidade nacional, por exemplo, ate refer~ncios

etnicos.

Diante disso a leitura desses corpos esto simples mente aberta interpreta<;:Oes. 0 agente que interpreta,

e0

a

divers as

que definiro, por meio de registros,

um parecer historiogrofico. Logo podemos constatar que a historia existe, mas quem a conta, a partir de interpreta<;:Oes,

e0

historiador, sendo quem rea lmente

define 0 que da fOi, ou 0 que da significa, e de certa forma, men sura a sua importOncia. Logo, conciui -se que a historia pode ser contada por diversos Ongulos, com perspectivas

71


diversas que pade gerar, um registro veridico; com partes de uma verdade; que pode ser manipulada, podendo ocultar elementos, como sujeitos ou objetos que fazem

porte do contexto do historia registrada. Que uma abordagem

antropologica

do

proprio

patrimOnio

cultural

ajuda

a

desmascarar

a

manipula<;:Oo do passado (Haas 1996 apud Funari 200 Il. Isso e evidenciado no patrimOnio brasileiro, onde os bens patrimoniais tombados em suo grande moioria sOo refiexos de umo classe dominante que fomentorom 0 que era

patrimOnio brasileiro, excluindo 0

outr~

lado, 0 ovesso do mesmo lugor. que nOo

e valorado, visto que est6 foro do seleto grupo que esteve no poder por grande porte do historia brasileira As rela<;:Oes analiticas para com 0 patrimOnio foram deixadas para uma nota de escritores, orquitetos, artistos, que se torn a ram os descobridores e porto- vozes

do patrimOnio brasileiro. E e notoria observar quem eram esses detentores do voz

do pafrimOnio brosileiro,

que determinovam

0

que configuravom

a

identidade brasileira. Considerando primeiramente as igrejos e monumentos coloniais 0 acervo primordial. acima de qualquer artefato indigena que tambem

conformo a nosso memoria nacional. Assim como novas geroc;Oes colocam

0

progresso acima de qualquer conjunto que reflete a identidade coletiva, sobrepondo 0 capitol e crescimento acima do his tori a e memoria. Vide, por exemplo, a escolha do novO

72


capita l brasileira, modern a e sem historia, acima das edificias 'vel has' e nOa mais natoveis de identidade coma no antigo capital Ria de Janeiro. Sem mencianar a tanto de historia e pavas indigenas faram dizimadas nessa missOa de acupa<;:Oa do centro -oeste brasileiro. Trazemos a nossa realidade pernambuco no, a Sitio Historico de Olinda, com sua memoria onexodo OOS onois do historio brosileiro, sem colecionor fotos hist6ricos

que refletem tambem povos perifericos, mas que construiram a his tori a do cidade. Revela - se no documento que coloca Olinda como PatrimOnio do Humanidade, elementos que foram frutos do coioniza<;:Oo, excluindo as ribeirinhos das margens do Cidade Alta, do casario mais humilde que tambem configurava no tra<;:ado do cidade. Vale pensar que essa parcela de oIindenses tambem escreveram a historia de Olinda, e tiveram popel no conjunto excepcional adotado 00 lugar pelos especiolistas de uma elite. A distOncia entre a povo e as autoridades sempre esteve presente no historia do Brasil, e que, clara mente, reflete nos ideologias de patrimOnio, de identidade nacional, e dos elementos que consideram parte do memoria coletiva. Memoria essa seletiva, segregadora e excludente. Autoridades essa que nos gera<;:Oes atuais implementaram ideologias de progresso, como sinOnimo de negar a passodo, e que est6 escrifo nOo nos serve mOis. E esses pensomentos refietem no

mais simples cidadOo, que

73


nOo reconhece seu proprio volor, e que ideolizo, desde 0 suo coso, um pouco desse 'progresso

nodo democrotico, que mOis seporo 0

povo do seu

potrimOnio que fomento umo refiexOo do que e ter identidode, ter memorio e ser ogente tombem desse meio. To is refiexos de umo sociedode que nOo troto seus cidodOos como conscientizodores potrimoniol, refiete no citocOo que Funori (200 I) troz nos polovros de Grommont ( I 998} <A disfancio entre sociedode civil e

0

0$

outoridodes e

0

pavo

e

a mesmo doquelo entre a

possodo. devido 6 falto de informoc;:Co, oindo que as

hobitontes dos cidodes coloniois dependom do turismo para suo proprio sobreviY~ncio.

Quem sOo as maiores inim igos do preservoc;:Co dessos cidodes

coloniois? Em primeiro lugar, a propria odminishoc;Co municipal. nOo o feta do

pelos problemas sociois e ignoronte dos quesfOes culturois em gerol mas, 6s vilzes, as morodores tombem, incomcientes do imporfOnc io dos monumentos,

conhibuem para a deformoc;Co do quodro urbano. Novas ionelos, ontenos porob6licos, gorogens, telhodos e casas inteiros bostom para transformor umo cidode colonial em umo cidode modema. umo mero sombra de umo antigo cidade colonial. como e

0

coso de tontos delos.> (GRAMMONT.I998 opud

FUNARI, 200 I, p. 03)

A conscientiza(:Oo patrimonial

e uma

das diretrizes fundamentais para situar 0

cidodOo comum dionte do que foz porte do suo historio, que fomento suo identidode e memorio. Possondo tombem oos especiolistos em conservocOo e potrimOnio 0 sensibilidode de compreender os

74


porquCs que levom as atitudes de descaracterizo<;:Oo do patrimOnio construido. E quais as renexOes que as mudan<;:as causam nos rela<;:Oes entre 0 patrimOnio e os sujeitos envolvidos, se trouxe novos significados, que 00 Iongo do tempo se firma rom como porte do identidade, ou apenas uma melhoria aos oIhos de uma classe que nOo se sente representada pelo 0 que se

e imposto.

Vole salientar que nOo se propOe abster discussOes sobrearquiteturas que reflitam um falso-historico, ou uma modifica<;:Oo que enquadre num pastiche, 0 que se releva no discussOo, sOo as motiva<;:Oes que levam 00 cidadOo comum sentirem tais necessidades de modifica<;:Oes, como elas interagem com 0 novO estado conformado. E como a educa<;:Oo patrimonia l pode ser fundamenta l para assegurar a continuidade do materialidade que troz em si um registro historico e como a consciCncia do classe civil diante do que

e seu, do que foz

porte do suo his tori 0, do suo identidade e de suo memoria. <Devemos concordor com Byrne (1991 : 275) quando ofirmo que Ii comum que as grupos dominontes usem seu poder para promover seu proprio pohimonio, minimizondo au mesmo negondo a imporfCncio dos grupos subordinodos. 00 forior umo identidode nocionol 6 suo proprio

imogem, mos 0

grou de sepora<;Oo entre as setores superiores e

inferiores do sociedode nOo 12, em gerol, too morcodo quanto no Brasil.

Neste contexto,

75


76


Significoncio Cultural

o conceito de Significoncia Cultural fOi introduzido no compo do conservacoo como um instrumento 0 qual abrange todos os criterios que fomenta um bem como representativo e singular Instrumento este reconhecido pel a UNESCO, como um dos fatores relevantes para a inscricoo de um bem no lista do PatrimOnio Mundial. Como ressa lta Valentim (2018)' a primeira men cOo do termo "significado cultural"

advem no publicacoo do Carta de Venezo (1 964), no

definicoo conceitual de Monumento Historico, <Compreende a edificoc;:oo isolodo. bern como 0 sitio urbano au rural que

do

testemunho de umo civililOC;:OO particular, de umo evoluc;:ao significativo au de

urn ocniscimo historico. Entende-se nOo 56 6s grondes crioc;:Oes, mos tombem OS obros modestos, que tenhom odquirido, com 0 tempo. significoc;:oo cultural">

(CARTA DE VENEZA 1964 opud VAlENTIM, 2018, p. 03)

o conceito de significoncia

fOi oficioimente definido no Carta de Burro (1979),

no Carta do Icomos Australia para conservacoo de sitios com significado cultural. Esta definido, no Artigo I" , "0 termo significacoo cultural designara valor estetico, historico, cientifico, social ou espiritual para as geracOes passadas, atual ou futuras (CARTA DE BURRA, 1979, p.o I apud VALENTIM, 2018 )

77


No quarto edi<;:oo do Carta de Burro em 1999, 0 conceito de significado cultura l

tom a

novo

obrong~ncio,

envolvendo

a

partir

disso,

novas

compreensOes, como noto-se no Artigo 1.2 est a definido, <Em sumo. entende-se a partir de tal definic;:Oo que SignificOncio Cultural. segundo a Carta de Burro. e compreendido a partir dos volores otribuidos 00

bern patrimonial, levondo em considerm;Oo as determinontes laeois, as ogentes e grupos sociois envolvidos e, consequentemente. a suo importOnc io hist6rico.>

(CARTA DE BURRA 1999, p. 05 opud VALENTIM. 2018, p. 03)

De ocordo com a carta de Burro, a SignificOncio Cultural e com preen dido a partir dos volores estobelecidos 00 bem, considerondo os fotores Iocois, os especialistos e otores sociois que estao envolvidos com 0 pafrimOnio e suo

importOncio historico. Os conceitos de outenticidode e integridode tombem sao relocionodos

a

significOncio cultural no compo do conservo<;:Oo, tendo os

coroter de legitimidode e plenitude, respectivomente. Os volores otribuidos 00 bem, segundo Zochetti (2009) devem ser oceilos, mediante 0 p rocesso de julgomento, por meio do consultos 00 otores socia is, com proposito para volido<;:oo de tal documento. Dionte de tOis criterios e metod os, foz -se pensor no legodo historico de umo parcel a do sociedode que nOo possuio meios e recursos para registros fisicos de suo his tori a e como tOis grupos de diferentes origens e

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fins sociois ofirmom e configurom oos orgaos responsoveis pelo solvoguordo do potrimOnio e a sua continuidode.

Dando

continuidade

reconhecimento do

no

levantamento

significOncio de um

dos

processos

de

estudos

para

bem, os meios de investigoc;Oes

metodol6gicas estruturam 0 processo nos seguintes elapas, (;) levantamento e identificacOo do bem; (;i) julgamento dos valores junto aos atores socia is; (iii) redacOo do deciaracOo; (iv) elaboracOo de diretrizes de conservacOo e, (v) a revisOo do processo. Medidas

emerg~ncias

para assegurar 0

patrimOnio cultural brasileiro sOo

adotados con stante mente e novas discussoes diante dos meios e formas como gerir tais segurancas 00 patrimOnio sOo levantadas. A paisagem e outros tipos de patrimOnios comecam a ser discutidos e valorados no inicio do decada de 80, onde, em Pernambuco, medidas e diretrizes de conservacOo do patrimOnio hist6rico foram adotadas.

0 tombamento torn a a ser a medida mais preventiva

e aplicada a partir disso. Porem nOo podemos desconsiderar os inumeros fatores que estOo associados 00 tombamento, como

a vol oro cOo de certo tecido

urbano, em que, consequentemente gera uma expulsOo dos moradores locais, perdendo porte do imaterialidade do recorte tombado, visto que, sOo tambem os otores sociois, os morodores que conformom os volores que 0 potrimOnio

material tombado tambem possuL

79


Ta l

estrotegio

de

preservo<;:Oo

cresce

como

sendo

a

solu<;:Oo

mOis

representotivo para cessor as desvolorizo<;:Oes que gerom depredo<;:Oes e

orruinodos do memoria historico coletivo otroves dos conjuntos e bens de valor historico construido. Porem Volentim ressolto elementos que a Carta de AmsterdO jo opontovom duos necessidodes do conservo<;:Oo integrodo, <A imporfOnci o do esc 010 locol nos proficos de preservoc;Oo e, ocimo de tudo. a porticipQ(;Oo do sociedode civil: "A conservoc;OO integrodo

conclomo a responsobilidode as poderes laeois e opelo para a

pm'icipoc;Co dos cidodCos (DEClARACAO DE AMSTERDA. 1975, p.051. >

(VAlENTIM, 2018 p. 05)

Os volores otribuidos a um bem sOo de diferentes interpreto<;:Oes e diferentes rOlOes, de ocordo com as pensomentos e ofei<;:Oes dos otores

sOCiOis

envolvidos, ressoltondo que todos tem a mesmo finolidode, a solvoguordo de um bem. Desto moneiro compOem a significOncio cultural. Solientondo que as metodos e interpreto<;:Oes oplicodos para a precisom ser periodicomenfe revisados

e

revelo<;:Oo do significOncio

ter 0 envolvimento dos otares socia is.

Porem, Volentim (2018) ocredito que a significOncio, como instrumento de conservoc;Oo patrimonial, preciso superor alguns desofios para sua moior

efetividode.

80


Volentim (2018)

revelo

em

seu

ortigo,

novas interpreto<;:Oes dionte do

significOncio cultural, obordondo olhores criticos novas dionte do conduto dos metodologios e dos orgOos responsoveis pel a reconhecimento de um bem especifico, trozendo pensomento de teoricos omericonos: <Primeiro, a

significOncio tern sido usodo. mu itos veres, como urn

instrumento contundente - au piar, umo coixo pre to. 0 julgomento no

significOncio e desenhodo, o tento

6

orquiteturo

historicos. ossociodos e volidodos por

ocod~micos.

e: oos cCnones

Como urn compo, a

preservo<;:Oo mostrou paueo opetite por pensor critic omente sabre a

significOncio, au teorizondo urn podrao de

0

significado. Em vez disso, tern confiodo em

-ou t o-evid~ncio"

semelhonte

00

usodo pelo US Supreme

Courte Just ice Potter em 1964 para definir pornogrofio e obscenidode:

-eu sei quando eu veio.> (MASON. 2004; p.64; opud VALENTIM 2018. p. 06)

Revelondo

que

no

moiorio

dos

vezes

as

orgOos

responsoveis

pelo

reconhecimento e ovolio<;:Oo dos bens, sOo especiolistos do conservo<;:Oo, envolvendo um numero menor de otores socia is. Em que Monson (2004) ressolto que tal postura levam a esses profissionais priorizar aspectos materiais e

elementos historic os. Afirmondo que a necessidode de mOis vozes para contemplor a plenitude significotivo do bem.

81


Diante desta renexoo, este trabalho tom a partidos no metodologia para levantar e aferir os significados revel ados 00 bem estudo, a Escola de Samba Preto Velho, vis to que a experi~ncia vivid a dentro das atmosferas que compOem o bem, a visita<;:oo de cultos religiosos que agregam referencias as escolas, a presen<;:a em festividades do bem, das suas rodas de samba, do conhecimento de perlo de como os atores se conformam no espa<;:o, como eles expressam os atributos que tecem a cadeia de signos que fomentam a significoncia do GRES Preto Velho. Como constata Valentim, <Considerondo que a significOncio tombem e combiovel. no tempo,

e

de ocordo com os otores sociois envolvido$, 0 desofio metodol6giCQ. no verdode, est6 centrodo nos meios de compreensCo dos volores sociolmente otribuidos. Entretonto. mois import ante que pensor urn

"modelo-podrOo· de analise do significOncio,

e

se oprofundor no

invilsfigoc;:Oo destes volores frutos do relocOo entre as $ujeitos e obieto, que compOem

0

0

pohimOnio cultural de umo sociedode.>

(VAlENTlM, 20 18 p. 07)

Ta l postura renetem de forma significativa para as interpreta<;:Oes dos canones que conferem as caracteristicas singulares do bem estudado. Vis to que a experi<2ncio in loco refiete umQ nova perspectivo e ossimilo novOS olhores e a

que bra de paradigmas pr<i-estabelecidos socialmente.

82


o

novo olhor dionte de um bem que possui expressOes singulores, opesor de

intrinsecos, senti-los a peie foz dos percep<;:Oes sensoriois fomentor pensomentos

e sensibilidades que expressom urn novo conceito e revelo a suo essC:ncio. Visto que e por meio do processo de intero<;:Oo entre os agentes envolvidos e 0 bem, que 0

conjuntos de significados sOo fomentodos e, desto moneiro,

evidenciados e, posteriormente, registrodos pora 0

conceitua<;:Oo de sua

significOncio.

As experiCncios vividos dentro do GRES Preto Velho, dos terreiros de Umbonda e Condomble, dos visitos aos ensaios e festividade de outras escolas de so mba, fOi de sumo importOncio poro compreender e assimilor de forma mais limpido e fiel os signos que compOem uma agremio<;:Oo cornovolesca deste tipo. A quol fOi notorio compreender e observor 0 sua origem humilde, negro, que tem como sombo 0 sua voz e reflete uma porcela do sociedade brosileiro, que por muitos vezes nOo tem notoriedode no historio. A reflexOo anterior vem dos inquieta<;:Oes diante dos formas como sao explorodos os informa<;:Oes e como a limito<;:Oo de informo<;:Oo pode limitor 0 reconhecimento de bem. Trogo como umo nova forma de pensor e ogir no hora de configuror estrotegios e metodologias paro obsorver e interpretar os significodos de um bem, principolmente aqueles que

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abracem as dOis lados, que, consequentemente, iriam proporcionar melhores interpreta<;:Oes e os bens seriam melhor contemplados e suos diretrizes de solvaguarda seriam mais amplas e contundentes. Teoricos como Wells (20 I 1\ acredita que a busca de pensamentos ideologicos que fomentem a fenomenologia

a partir do extra<;:Oo de aspectos emocionais

por porte dos atores sociais, aqueles do senso comum, sOo tidos como atores que agregam apego 00 bem e, facilmente, atribuem valores a estes bens. Como Valentim troz as teorias de Wells (20 I I), 00 revelar que e possivel chegar a um metodo que avalie como "como as pessoas se relacionam com 0 bem e, principalmente, como as pro tic as de preserva<;:Oo devem conservar a rela<;:oo das pessoas com 0 bem", visto que por meio dos seus estudos que os significados hist6ricos estoo relacionodos como as experi~ncjos no mundo dos pessoas, que por suo vez, refietem como as mesmos enxergom e entendem como seu pofrimOnio.

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Foto 03 - do autor, 2018


Vou bu::x:or pro f'1if'1 II for<;o do =u axe •

/1enino bobolofif'1 no ?oqrodo )\foxel

lIo? pe? do f'1orro fiz

0

f'1eU ferreiro

Onde 0 podroeiro f'1e profeqe ef'1 =u ollar !IIolO, eu balo cobe<;o pro Of'1Ulu Ne?= chao fef'1 pipoco pro ?onfo

L L

Oferendo? do f'1eU f'1Undo verde e bronco

LJ II cruz no peifo a f'1e oben<;oor No ceu de prof'1e??o?,

0

-

pre=nfe oferfor

Ef'1 rOf'1orio eu aqrodeci No olf'1o do? coi?o? acredifei",

-


Faixa 06 - 19b .. Cubango, a Alma Das Coisas e a Arte Dos Milagres - Aeademicos do Cubango - 2019 Compositores: Robson Ramos, Sardinha, Duda Tonon, Anderson Lemos, Ailtinho, Sergio Careea, Carlao do CarangueJo e Samir Trindade Interprete: Thiago Brito

https';/open.spotiF)'.com/mck/6MI8XomQKx7Um4SKHChUS6



Ilustra~ao

07 - Na alma das coisas acredlcei

A alma das coisas, urna referencia a essencia e simbologia que objetos possuem culturalmente, os signos, as cargas de identidade diante de urn simples objeto ou elemento natural que possui materialidade. 0 quanto as rela~oes com as coisas fazem parte da imaterialidade de tantos bens culturais. N as religioes de matriz africana e nas cristas, a vela tern uma carga simb6lica que reune nao somente a fe do devoto ou fJho de santo, mas urna forma de comunica~ao com sua espiritualidade. 0 Preto Velho traz essa fusao por meio do sincretismo religioso peculiar da religiosidade brasileira, traz elementos afros, como arruda, flga, e guias, com a fusao com tcn;:os, velas e altares. Simbolos da imaterialidade cultural.


1.0 Potrimonio Culturo Imoteriol

UN

a alma das caisas acreditei!'

o canceita de PatrimOnia Imaterial campreende -se em um canjunta de proticas e daminias do vida social que renetem em saberes, aficias e mod as de fozer, desde celebra<;:Oes, farmas de expressOa CCnicas, plosticas, musicais au ludicas;

os quais sao evidenciodos nos lugores onde ocorrem: como mercodos, feiros

OU

santuorias que abrigam tais atividades culturais de cunha coletiva. A partir do Canstitui<;:Oa de 1988, em seus artigas 2 15 e 2 16, abrangeu a na<;:Oa de PatrimOnia Imaterial a partir do reconhecimento do exist~ncia de patrimOnios que abordovom noo somente os aspectos materiois, mas tombe.m 0

vies

imoterial.

Nos dOis artigos do novO Constitui<;:Oo, reconhece 0

patrimOnio a

preservado pelo Estado juntamente com a comunidade, abrangesse e reconhecesse as diversidades de

de

refer~ncias

ser

forma que

culturais nos

camadas e grupos formadores de opiniOo do sociedade brasileira. Acreditando que a transmissOo do palrimOnio imaterial Ii um legado passado de gera<;:Oo a gera<;:Oo, em que as recria<;:Oes constantes por porte das comunidades e grupos fomentam a configura<;:Oo do suo historia e suas rela<;:Oes entre a natureza, 0 ambiente, gerando sentimentos de pertencimento, identidade e continuidade, contribuindo 0 promo<;:Oo do respeito 0 diversidade cultural e 0 criatividade humana.

91


De acordo com a UNESCO, as defini<;:Oes de Pat rimOnio Imaterial

e constituida

pdas "Prc'lticas, representa<;:Oes, expressOes, conhecimentos e tecnicas - com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais os quais sOo associados - que

os grupos socia is, as comunidades,

e em alguns casos os ind ividuos, reconhecem

como porte complement or de seu patrimOnio cultural." Esta conceitua<;:Oo estc'l de acordo com a Conven<;:Oo do UNESCO para a Salvaguarda do PatrimOnio Cultural 1m oteri 01, ratifjcada pdo Brasil em mar<;:o de 2006, em que a mesma considera e reconhece os seguintes aspectos, <

I) Considero a imporfOnc io do potrimOnio cultural imo teriol como fan te

de diversidode cultural e gorontio de desenvolvimento sustentavel. conforme

destacado

no

Recomendoc; co

do

UNESCO

sabre

a

solvoguordo do culturo trodic ionol e popular. de 1989. bern como no Declorm;Co Universal do UNESCO sabre a Diversidode Cultural. de 200 1. e no Decloroo:; co de Istombul, de 2002, oprovodo pelo Terceiro Meso Redondo de Minisfros do Culturo; 2)

Considero

a

profunda

i nterdep e nd~nc io

que

existe entre

0

pohimOnio cultural im o lerio l e 0 pohimOnio ma l erial cultural e natural;

3) Reconhece que as processos de globalilO<;Co e de transforma<;Co social. ao mesmo tempo em que criam condi<;Oes propicios para um diologo renovado entre os comunidades.

92


geram ta mbern, da mesma forma que 0 fenOmeno da intolerCncia, graves riscos de deteriorac;:Co, desaparecimento e destruiC;:Co do patrimOn io cultural ima terial, devido em part icular 6 fal ta de meios para sua salvaguorda; 4) Consciente da vontade universal e d a preocupac;:Co comum de salvaguardar 0 patrimOnio cultural imaterial da humanidade; 5) Reconhece que as comunidades, em especial as ind igenas, os grupos e, em alguns casos, os individuos desempenham urn import a nte papel na produc;:Co, salvaguarda, rnanutenc;:Co e recriac;:Co do patrimOnio cultural im a terial, assim contribuindo para enriquecer a diversidade cultural e a criatividade humana; 6) Considera a necessidade de consc ientizoc;:Oo, especialmente entre as novas gerac;:Oes, da importCnc ia do patrimOn io cultural imaterial e de sua salvaguarda; 7) Considera que a comunidade internac ional deveria contribuir, junto com os Estados Partes na presente Conven<;::Co, para a solvaguarda desse patrimOnio, com um espirito de cooperac;:Co e ajuda mutua; 8) Considera a inestimovel func;:Co que cumpre 0 patrimOnio cultural imaterial como fa tor de aproximac;:Co, intercCmbio e entend imento entre os seres humanos.> UNESCO, 2003

93


A considero<;:Oo destocodo pelo UNESCO reflete otuolmente nos posturos estobelecidos dionte como se lidom e estobelecem os relo<;:Oes entre os ogentes especiolistos e 0 PotrimOnio Imoteriol, por<zm noto- se 0 inefici~ncio de obronger e reconhecer os inumeros bens que estoo 0 merc<z do descoso devido o pouco os demondos grondes de estudo e ovolio<;:Oes po ro poucos profissionois

hobilitodos

nos

6rgOos

brasileiros

responsoveis por gerir os

instrumentos odequodos 00 reconhecimento e a preservo<;:Oo desses bens imoteriois, de forma 0 otender as determino<;:Oes legois e suprir 0 demondo. Dionte de tOis limito<;:Oes, 0 IPHAN coordenou estudos que resultorom no edi<;:oo do Decreto nO. 3.55 I, de 4 de ogosto de 2000 - que instituiu 0 Registro de Bens Cu!turois de Noturezo Imoteriol e criou 0 Progromo Nocionol do PotrimOnio Imoteriol CPNPIl - e consolidou 0 Inventario Nocionol de Refer~ncios Culturois CINCRl. Posteriormente, em 2004, forom estobelecidos novos politicoS de solvoguordo que estruturossem e sistematizossem melhores impiementoc;oes de diretrizes mOis

odequodos 00 reconhecimento e voloro<;:Oo do PotrimOnio Imoteriol. Dionte disso 0 IPHAN criOu 0 Deportomento do PotrimOnio Imoteriol CDPIl. Em 20 I 0 fOi instituido pelo

Decreto nO. 7.387, de 9 de dezembro de

20 I 0 0 Inventario

Nocionol do Diversidode linguistico ClNDU, utilizodo poro reconhecimento e volorizo<;:Oo dos linguos portodoros de

refer~ncio

a identidode, 0<;:00 e

memO riO dos diferentes grupos formodores do sociedode brosileiro.

94


1.1- Instrumentos e metodos de So vaguarda ap icados pe 0 IPHAN A partir do Decreto n" 3.55 I, em 4 de agosto de 2000, 0 qual instituiu 0 Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial, definindo uma programa destinado para esses patrimOnios deste cunho.

0 registro, a partir de suo

conceitua<;:Oo do IPHAN, e um instrumento de cunho legal para preserva<;:Oo, reconhecimento e valoriza<;:Oo do patrimOnio imateriol brasileiro, patrimOnio este responsovel para conforma<;:Oo do identidade e memoria do sociedade brasileira.

o Registro e um instrumento direcionado 00 conjunto de bens que respeitam as categorias estabelecidas pelo Decreto, celebra<;:Oes, formas de expressOo, saberes e lugares, que, grupos sociais reconhecem como porte integrante do suo identidade, compreendendo representa<;:Oes, conhecimentos, expressOes e tecnicas. Ao serem registrados, os bens recebem a titula<;:Oo de PatrimOnio Cultural Brasileiro e, posteriormente, sOo inscritos em um dos quatros livros de Registro, estabelecido no grupo apropriado. Os pedidos de registro de bens culturais imateriais devem ser feitos de acordo com os artigos 2" a 4" do Resolu<;:Oo N" 00 I, de 3 de agosto de 2006.

95


Para

instru<;Oo de

um processo de

registro

e

necessario uma pesquisa

documental e de campo, juntamente a uma mobilizacOo social sobre as inducOes e proposicOes que levam a inscricOo do bem. Se fOl necessario argumentacOes sobre 0 valor pat rimonial do bem cultural; juntamente a um diagnostico sobre a vulnerabilidade e recomendacoes para salvaguarda do bem cultural. Tal processo culmina na inscricOo do bem em um dos livros do PatrimOnio Imaterial; CelebracOes, Lugares, Sa be res e Formas de Expressoo. A reavaliacOo do registro dado a um bem cultural imaterial

e realizoda

a cada

dez anos. Segundo 0 IPHAN, se tem como um dos objetivos, nesse processo, mediar a construcOo de um consenso entre os segmentos

OU

atores da politica, em torno

do que deve ser registrado. Na fase de registro, espera- se que aconteca um movimento de interlocucOo entre Estado e segmentos sociais a partir do qual possam ser realizodas as seguintes acOes; ·produzir e sistematizar conhecimento sobre 0 universo cu!tura l em

questOo; promover a mobilizocOo dos segmentos sociais no debate sobre aspectos e rOlOes do registro; identificar demandas e possiveis acOes de salvaguarda; identificar os atores envolvidos sejam des pessoas, g rupos, comunidades, segmentos sociais e institui<;Oes; e

identificar as tensOes sociais mais evidentes em relacOo 0 solvaguarda do bem cultural.

96


Noto-se tombem, 0 quonto poro ineluir um bem no listo de potrimOnio, e necessario 0 inscri<;:Oo deste seguindo um decreto. Vole consideror que, os ogentes que irOo reconhecer 0 necessidode de sse registro, requer um olhor sensivd 0 ponto de perceber 0 suo importOncio e singuloridode. Voi olem de um olhor empatico dionte de um potrimOnio, requer um olhor sensivd e coutdoso. Visto que muitos dos monifesto<;:Oes e expressOes culturois nOo possuem 0 consciCncio por porte doqueles que conformom suo identidode, seus ogentes otuontes no potrimOnio, sendo necessario um gorimpo por porte de especiolistos junto mente 00 grupo que configura 0 bern, com 0 intuito de preservor e gorontir

o continuidode deste tipo de potrimOnio, que devido 0 suo subietividode, possui multiplos interpreto<;:Oes que, consequentemente, gero grondes limito<;:Oes poro voloro<;:Oo e reconhecimento. 0

livro de Registro e cotegorizodo em

quotro grupos,

Livro de Regis/fo dos Sobefes - Destinodo

0

ouferir os registros de bens de

cunho imoterioi que configurom conhecimentos e modos de fozer enroizodos no cotidiono dos grupos e comunidode. Os Soberes sOO um conjunto de conhecimentos trodicionois ossociodos as otividodes desenvolvidos pdo grupo de ogentes sociois reconhecidos como detentores de tecnicos, ofiCios e moterios-primos que refletem no identidode deste grupo, fozendo-os serem reconhecidos pelo seu sober e pelo suo localidade.

97


Livro de Pegislro dos Celebror;:Oes - Reene nesta categoria os rituais e festas que morcom a viv~ncio coletivo, religiosidode, entretenimento

e outros

praticoS

do vida social. Considerados importantes para 0 fomento do cultura, do identidade e memoria co let iva de um grupo social, as celebra<;:Oes configuram ritos e festividades que expressa a vivCncia deste grupo, os quais acontecem em lugares e territorios especificos e podem estar relacionados 0 celebra<;:Oes civicas, religiosas, aos ciclos do calendorio, como feriados. SOo ocasiOes que possuem aspectos diferenciados de intera<;:Oo social, que envolvem proticas complexas e possuem suas proprias regras para a destina<;:Oo dos papeis diante do grupo social, como a prepara<;:Oo de comidas e bebidas, p rodu<;:Oo de vestu6rio e indumentorios, entre outros formos de expressOo.

Livro de Peg/slro dos Formos de Expressoo -

Destinado a

registrar as

manifesta<;:Oes de cunho artistico de modo geral. Formas de Expressoo sOo formas de intera<;:Oes entre

determinado grupo social, que sOo reconhecidos

pela comunidade e em rela<;:Oo os quais 0 determinado costume estabelece normas, expectativas e padrOes de qualidade. Abordam a compreensOo e apreensOo das performances culturais de g rupos sociais, como manifesta<;:Oes musicois,

plosticoS,

literorios,

crlniCOs

ou

ludicos, as quais consideradas

importantes 00 fomento do identidade de um grupo e de sua memoria, confiQurando as diversas formos de expressOes culturois brosileiros.

98


Livro de Regis/ro dos Lugores - nessa categaria sao inscritas as lugares que produzem proticos culturois coletivos, como feiros, sontu6rios, mercodos, pro(:os

au

lugares que cancentram

uma coletividade

social.

Tendo um cunha

diferenciada par representor um sentida particular para a camunidade local, tarnanda um lugar representativa no sentida cultural. Senda lacais que sao realizadas atividades de diferentes naturezas, tonto do catidiana, quanta extroordinarios,

de

moneira

vernacular

quanto

oficiois.

Podendo

ser

canceituadas como ambientes que refietem a vida social de uma localidade, cujas

valores

e

atribui<;:Oes

sao

recanhecidas

e

materializadas

em

representa<;:Oes simbolicas e narrativas, famentando a constru<;:Oo dos signos de pertencimento, territorialidade, identidade e memoria. Apesar das classifica<;:Oes de registros do IPHAN, podemos considerar que bens podem encontror novas significo(:Oes ou/e encoixor-se em mais de um grupo de

registros. Visto que a complexidade do interpreta<;:Oo de bens de natureza imaterial, por possuirem a capacidade de diferentes vertentes. Sen do, assim, amplos e passiveis de multiplas particulares e interpreta<;:Oes.

99



1.2- Panos de So vOQuordo de bens imoteriois. Um dos instrumentos de salvaguarda de bens de natureza imaterial e 0 Apoio e Fomento, acreditando que salvaguarda e assegurar a continuidade de um bem cultural imaterial de forma sustent6vel, atuando no melhoria das condi<;:Oes e rela<;:Oes sociais, por meio dos materia is de transmissoo e reprodu<;:oo, os quais promovem a suo exist~ncia . 0 conhecimento adquirido durante os processos de inventorio e registro

e

0 que possibilita identificor de forma mOis eficiente e

precisa, os modos mais apropriados de seguridade do bem imaterial. Essas form as dependem de aspectos financeiros e de agentes detentores de saberes especificos com vistas

a

suo tronsmissOo, por meio de suo orgoniza<;Oo em

comunidade e a facilidade de aces so as suas materias primos.

o Plano de Salvaguarda e um instrumento de apoio e fomento de fatos culturais aos quais sao atribuidos sentidos e valores que constituem

refer~ncias

de

identidade para os grupos sociais envolvidos, e que sao registrados como PatrimOnio Cultural Brasileiro, conforme 0 estabelecido no Decreto no. 3.55 I, de 4 de agosto de 2000. Segundo 0 IPHAN, a mobiliza<;:oo social 00 longo do instru<;:oo do registro e uma condi<;:oo fundamental para 0 processo, e permite que a sociedade aceite, ou noo, a propos to e, por suo vez, apresente seu ponto de vista, apontando questOes que podem ser elaboradas como recomenda<;:Oes para a salvaguarda - item obrigatorio no instru<;:oo do processo.

101


Para a implemento<;:Oo do Plano, se foz necessaria, primeiromente, a inscri<;:Oo em um dos livros de Registros do IPHAN. Dionte disso, sOo doborodos um plonejomento com estrotegios boseodo no diognostico enos recomendo<;:oes indicodos pdo processo de registro, ossim, solvoguordo a bem. Para executor com efici~ncio esse plano, e necessaria a interlocu<;:Oo continuo entre a Estodo e a comunidode, grupos au segmentos sociois que estOo ligodos diretomente no ombito cultural obordodo. Tal instrumento de solvoguordo fOi configurodo a partir do ocordo entre a instru<;:Oo do processo de registro, dos inventarios eloborodos, dos pesquisos complementores e a compreensoo preliminar entre os ogentes envolvidos no

produ<;:Oo e reprodu<;:Oo do bem cultura l em questOo. Contribuindo para um reconhecimento e volorizo<;:Oo dos segmentos envolvidos 00 bem, suo produ<;:Oo e, consequentemente, reprodu<;:Oo, juntomente 00 seu contexto sociocultural e histarico. Dentro as progromos direcionodo 00 PotrimOnio Imoteriol, temos a PNPI, Progromo Nocionol do PotrimOnio Imoteriol, a qual instituido pelo Decreta n" 3.SS I, de 4 de ogosto de 2000, onde viobilizo projetos de identifico<;:Oo, reconhecimento, salvoguo rdo e oscensOo do dimensOo imoterial do PotrimOnio Cultural Brosileiro. Sendo um program a de Apoio e Fomento que busco estobelecer porcerios com institui<;:Oes dos governos

102


federol, estoduois e municipois, universidode, orgonizo(:oes noo governomentois,

agencias de desenvalvimenta e arganizocoes privadas ligadas a cultura e a pesquisa. Entre as atribuicoes do PNPI est a

a elaboracoo de indicadores para

acompanhamento e avoliacoo de acoes de valorizocoo e salvaguarda do patrimonio cultural imateriai. Outros objetivos soo a captacOo de recursos e promocOo do forma cOo de uma rede de parceiros para preservacOo, valorizocOo e am plio cOo dos bens que compoem 0 Patrimonio Cultural Brasileiro, olem

do

incentivo

e

opoio

6s

iniciotivos

e

praticos

de

preservo(:oo

desenvolvidas pda sociedade. Nos politicos de fomento e apoio do PNPI, estoo as diretrizes previstas a ascensOo do inciusOo social e a mdhoria das condicoes basicas de vida dos produtores e detentores do patrimonio cultural imaterial, e medidas que aumentem a parlicipacOo dos grupos que produzem, expressOo, transmite e atualizom as manifestacoes culturais de cunho imaterial nos projetos de preservacOo e valorizocOo desse tipo de patrimonio. Contudo, a promocOo do salvaguarda dos bens de naturezo imaterial devera ocorrer de moneiro que sejom opoiodos 6s suos condi(:oes moteriois, os quois

propiciam suo existCncia e que possibilite 0 acesso de forma ampla as benesses geradas por este tipo de preservacOo de patrimonio, juntamente com a criacOo de mecanismos de protecOo

103


detiva dos bens que estoo em situa<;:Oo de risco, que estoo a mercC de perder seus atributos e consequentemente, a suo significOncia cultural, a qual fomenta 0

bem unico e singular. Devido a produ<;:Oo cultural ampla brasileira, a falta de politicos publicas que abracem todos essas manifesta<;:Oes, nOo s6 incluindo aquelas grandiosas e tidas como as mais import antes, visto que a conforma<;:Oo do sociedade brasileira tambem e compost a de grupos pequenos, com suas singularidades, e que configuram a identidade cultural brasileira. Sendo assim, apesar dos pianos de conserva<;:Oo exemplificados aqui que 0 IPHAN troz, nota-se a necessidade de apoio a esses pianos e se foz tambem, necess6rio pianos de conserva<;:Oo apoiados de politicos de inciusOo, que reconhe<;:a e levante os bens imateriais dos grupos e comunidades brasileiras.

104


1.3- Educoc;:oo Potrimonio - A cotarse do consci~ncio do potrim6nio. No catarse a saciedade recanhece que a realidade ate entoa canhecida par do. tida coma alga ·natural". nOa e exatamente desta forma. mas sim um camplexa cantexta historica. a qual configura do par uma saciedade cam inten<;:Oes politicos implicitas au explicitas. praduzidas em determinada lugar e recarte temporal. as quais refletem nos farmas coma lidamas haje cam a nassa potrim6nio.

A aliena<;:Oa patrimonial e umas das abje<;:Oes do famenta do memoria. a qual cantribui para a esquecimenta do nassa patrimOnia. que ficam a mercC das intemperies do tempo e do canjuntura social que a nega. pais. se a sociedade nCo

valorizo

e

compreende

sua

importOncio,

resvoia

00

descaso

e,

consequentemente. a perda de seus atributos. de sua memoria. de sua identidade. Funari (200 I ) revelo que existem Ms elementos. dentre as inumeros que podemos ressaltar. que amea<;:am as bens culturais, a

fato das pessoas estarem

interessados em ter aces so 6 umo infroestrutura modem a, renegondo 0 que

e.

seu. e julgando sem valor; a roubo arqueologico. vista que a valoriza<;:Oo de sitios e tombamentos de conjuntos geram oIhares de abut res diante dos objetos e do orquitetura, vista as inumeros igrejos e monumentos coloniois a mercC:, sem

as devidas seguran<;:as; e a deteriora<;:Oo dos monumentos devido 6 falta de manuten<;:Oo e abrigo. E acentua,

lOS


<Estes

tr~s

perigos

oporentemente comum:

0

para

a

manutem;Oo

nOo relacionados. revelam

alienac;:Oo do populac;:Oo.

0

dos

bens

uma causa

div6rcio entre

0

culturais. subiacente

povo e as

autoridades. a distOncia que sepora os preocupm;C>es corriqueiros e

0

ethos e politic as oficiais.> (FURARI. 200 I)

Evidencia-se que a pava passui uma aliena<;:Oa diante do sua propria cultura, coma se a mesma nOa fasse relevante, sem valor e digna de recanhecimenta e aten<;:Oa. E diante dissa, uma das a<;:Oes fundamentais para preserva<;:Oa do PatrimOnia cultural esto no educa<;:Oa patrimonial, a qual est a campasta de uma cansci~ncia

caletiva diante do patrimOnia. Em que se !rata de um pracessa

permanente e sistematica de trabalha educacianal, acreditanda que a patrimOnio

e

fonte primoria de conhecimento e enriquecimento individual e

caletiva. Traduzidas em canceitas e conhecimento, a abjetiva se faz em tamar abjetas e expressOes

do

patrimOnia

cultural

coma

mecanisma

para

atividades

pedagogicas, analisanda-as e apreendenda-as para famentar um canjunta de informa<;6es que gera a consci~ncia patrimonial: reconhecimento da sua

identidade, resgate do memoria e valara<;:Oa de forma que assegure a conhecimento apreendida e que a me sma seja repassada as novas gera<;:Oes. <0 educm;Oo patrimonial pode ser um instrumento de ·alfabetizoc;:Oo cultural" que possibilita

0

individuo fozer a leitura do mundo que

rodeia. levando-o a compreensOo do universo

106

0


sOCiocultural e do trojet6rio hist6rico-temporol em que esto inserido. Este processo leva

00

desenvolvimento do outo-estimo dos individuos e

comunidode, e a volorizo~Co do suo culturo.> (Medeiros e Suryo, 2(X)9 p.07)

o olhor critico,

juntomente

a apropria<;Oo consciente

do sociedade, por porte

dos grupos e individuos, para com seu pafrimOnio, configura um processo de

preserva<;Oo de forma sustentovel desses bens, fomentando 0 fortalecimento das rela<;Oes entre os individuos e seu patrimOnio, engrandecendo e afirmando os simbolos de identidade e cidadania. A conscientizo<;Oo de que todos os povos, em suo pluralidade e diversidade cultural, acreditando que todos possuem suo cultura, que nOo ho cultura melhor que a ou tra, e nem cidadOos sem cultura. Com a aplicabilidade de uma consciCncia patrimonial, foz 0 cidadOo perceber e analisar os objetos expostos, extraindo deles aspectos politicos, econOmicos, socia is, tecnol6gicos e culturais do sociedade brasileira, resgatando, assim, as rela<;Oes e la<;os de comunidade, visto que uma comunidade produz suo cultura, e que a mesma conscienfe de seu valor, valorizo e preservor os significados que

fomentam suo singula ridade. A conscientizo<;Oo patrimonial gera uma discussOo diante das formas como os bens podem

ser

melhores apropriados, capacitando 0

grupo social

a

compreender e melhor usufruir de seus bens. Gerando maiores

107


interac;Oes, enriquecimento dos elementos que configura os signos culturais, num

processo continuo de produ<;:Oo e reprodu<;:Oo cultural. Porem a

historia renete

muito os porqu~s dessa politico

de aliena<;:Oo

patrimonial, em que povos renegados 00 Ion go do historia, negros, indios e pobres, sao abastados do historia, e colocados como uma camada nOo detentora de valores, que suo forma<;:Oo cultura nOo possui relevOncia para a identidade nacional. E tais visOes foram impregnadas no sociedade brasileira, que apesar de vivermos uma realidade mais aberta a pluralidade, ainda deparamos com elementos que renetem a desvalorizo<;:Oo das pequenas camadas, objetivando elementos patrimoniais de elite, de uma era colonial. Como retalha historicamente Funari (200 1)0

o resultado de uma sociedade baseada no escravidOo, desde 0

infc io

houve sempre dois grupos de pessoos no pais, os poderosos, com suo culturo moterial esple ndoroso, cuio memoria e monumentos sOo dignos de reverl2ncia e preservac;:Oo e os vestigios esquolidos dos subalternos, dignos de desdem e desprelO. Como enfatizou brosileiro, Octavio Ianni (1988: 83),

0

0

grande sociologo

que se considera patrimonio e a

Arquitetura, a musica, os quadros, a pintura e tudo

0

mais ossociado 6s

fam ilias aristocroticos e b comada superior em geral. A Catedral, frequentoda pela "gente de bem", deve ser preservada, enquanto a Igreia de SOo 5enedito, dos "pretos da terra", nOo e protegida e e, com frequl2 ncia, abandonado.

108


Os monumentos considerodos como potrimon io pelos instituic;:Oes oficiois, de ocordo com Eunice Durham (198 4: 33), sOo aqueles reloc ionodos b -historio das classes dominontes, os monumentos preservodos sOo oqueles associodos oos feitos e 6 produc;:Oo cultural dessas classes dominontes. A Historio dos dominodos

e

roromente preservodo.>

(FUNARI. 200 I )

Evidencia que a aliena<;:Oa Ii um reflexa historica e politico, visto que um grupo que nOo so be seus valores, nOo se reconhece, e acredita numa fa lsa identidade, ou numa proje<;:Oo do que foz porte de suo cultura e de suo memoria. Dia nte disso, a educa<;:Oo patrimonial Ii uma 0<;:00 fundamental para a preserva<;:Oo do patrimOnio, a nOo realiza<;:Oo repercu te de forma neg at iva, pois se torna dificil obter 0 apoio do sociedade para a preserva<;:Oo destes bens, por desconhecimento quanto 0 importOncia que os mesmos

t~m

para a

manutenc;oo da memoria coletiva, noo valoriza, e principalmente, rejeita as

me didos de preserva<;:Oo impostas pelo poder publico. (Medeiros e Surya, 2009) Quando ho 0 reconhecimento das camadas que compOem a sociedade brasileira, a mesma se apropria e esto apta a dencor os objetos e significados que

com pOe

suo

identidade,

sendo

assim,

facilitada

as

formas

de

reconhecimento dos bens que possuem valor patrimonial, e posterior mente, mdhores pia nos para salvaguardar os mesmo.

109


Em sumo,

e.

notoria que a consci~ncia patrimonial

e.

fundamental para garantir a

preserva<;Oa do patrimOnio coletivo, vis to que quando um povo com preen de 0 que Ii seu, ressurge os sentimentos de representatividade e pertencimento, que p romove

cuidados

mais

pertinentes

aos

bens

patrimoniais

e

ajudando

fortemente na aplicabilidade de politic as de preserva<;Oo.

o patrimOnio cultural pertence aos grupos e a

comunidade que produzem sua

significOncia. Para se pensar em prote<;Oo destes bens, Ii necessario pensar no interesse da propria comunidade em salvaguardar. POis se uma sociedade souber reconhecer e valorizar 0 seu patrimOnio, estar6 dando consider6vel

avan<;o para garantir a continuidade das rela<;Oes entres os agentes e seus bens patrimoniais, e, consequentemente, emancipa<;Oo cultural das gera<;Oes futuras. Para 0 IPHAN a Educa<;Oo Patrimonial constitui -se de, <todos os processos educativos form ais e nCa forma is que foco

0

t~m

como

patrimOnio cultural. apropriodo sociolmente como recurso para a

compreensCo socio-historica dos

refer~ncias

culturais em todos os suos

monifestac;:Oes. a flm de colaborar para seu reconhecimento. suo volorizoc;:Oo e preservac;:Oo. Considero- se. aindo. que os processos educativos devem primar pela construc;:Oo coletivo e democr6tico do conhecimento. por meio da participac;:Oo efe tivo dos comunidades detentoros e produtoros dos

refer~ncios

culturais. onde convivem

diversos noC;:Oes de patrimOnio cultural.> (IPHAN)

I 10


A aplicabilidade de politicos educacianais rebate a uma serie de premissas conceituois: os grupos socia is envolvidos devem porticipar efetivomente dos

a<;:Oes educativas; as bens culturais fazem parte do espacialidade das pessaas e cansequentemente, do vida das pessaas; A medi<;:Oa e fundamental para a sucessa do pracessa de canscientiza<;:Oa do patrimOnia; acreditanda que a patrimOnia e um camplexa campa de canflitas e de interesses de diferentes partes; a tese de que as territorias sOa detentares do cantempla<;:Oa educativa; as

politicos

publicas

voltadas

as

a<;:Oes

educativas

devem

levar

em

cansidera<;:Oa as inter-rela<;:Oes e a intersetarialidade. No IPHAN temas a prajeta Casas do PatrimOnia, a qual senda a principal iniciotivo nesse sentido. As principois diretrizes que devem nortear as oc;oes de

Educa<;:Oa Patrimonial decarrem de um langa pracessa de debates institucianais, aprafundamentas teoricas e avalia<;:Oes das proticas educativas valtadas a preserva<;:Oa do patrimOnio cultural. Tal programa educacional tem como diretrizes um projeto pedagogico, com a<;:Oes de educa<;:Oo patrimonial e de capacita<;:Oo que visam fomenta r e favorecer a constru<;:Oo do conhecimento e a participa<;:Oo social para 0 aperfei<;:oamento do gestOo, prote<;:Oo, salvaguarda, valoriza<;:Oo e usufruto do patrimOnio cultural. Fundamentam-se, ainda, no necessidade de estabelecer novas formas de relacionamento entre 0 IPHAN, a sociedade e os poderes publicos locais.

III


Um dos seus objetivos e interiigor experi~ncios e espo<;:os que promovom proticos e otividodes de noturezo educotivo de volorizo<;:Oo do potrimOnio culturol. NOo restritos 0 instolo<;:oo de umo estruturo fisico, os Cosos do PotrimOnio tem como desofio omplior 0 diologo com 0 sociedode 0 portir do educo<;:Oo potrimoniol, multiplicondo locois de gestOo comportilhodo de o<;:Oes educotivos e de constru<;:Oo dos politicos publicos de potrimOnio culturo l. As inten<;:Oes desse progromo e tronsformor os sedes do IPHAN e institui<;:Oes porceiros em polos de refer~ncio sobre 0 potrimOnio culturol, promovendo 0 crio<;:Oo de novOS proticos de preservo<;:Oo, sobretudo por meio de o<;:Oes educocionois formois e nao formois em porcerio com escolos, ogentes culturois, institui~6es educotivos nOo formois, coletivos, grupos e

e

demo is segmentos sociais

econOmic os.

Contudo, constoto- se que 0 consci~ncio potrimoniol do sociedode e um dos meconismos mOis eficienfe para gorontir a continuidode

e

preservo~oo

dos bens

potrimoniois. Visto que olem de umo sociedode que reconhece seu potrimOnio, como porte do suo identidode, do suo memorio e suo historio, 0 mesmo reflete nos cuidodos e contribui poro 0 monuten<;:Oo dos volores significotivos que fomentom 0 significOncio culturol dos potrimOnios brosileiros.

I I2


2.0 - Objeto Empfrico: Gr~mio Recreativo Escola de Samba Pre to Velho


Imagem 04 - do au tor (201 8)


!1anqueira feu cenorio eUf'la beleza Que a nafureza criou, 0", 0"" •

o !1orro COf'l =U~ barrac6e~ de zinco Quando af'lanhece, que e~p/endor,

rodo rondo fe conhece ao /onqe, P elo =f'I de =u~ faf'lborin~ Eo rufar do =u faf'lbor

LJ

L L

6 !1anqueira, feu pa~~ado de q/6ria, Ficou qra.;ado na hi?f6ria, ,

E V erde-ro~a a cor da fua bandeira

-

Pra f'lo~frar a e~~a qenfe QueD ~af'lba,

e/0 ef'l!1anqueira/

-


Esra~ao

D

Faixa 07 - Exal[a~ao aMangueira Primeira de Mangueira - Hino da Mangueira -

https';/www·rol1tube.com/watch?v=dYtJHVCKOLM


..1


Ilustra~ao

,

08 - E verde e rosa a cor da tua bandeira

Sfmbolo maior de uma escola de samba, 0 seu pavilhao, traz a fusao de todos os elementos de pertencimento e simbologia que uma escola de samba traz: as suas cores, a sua ancestralidade, a sua religiosidade, a luta de resistencia de uma voz, de urn povo, de urn , samba, que persistem em representar uma comunidade. E tudo isso que fomenta urn pavilhao. Inspirada nas cores da congenere Esta~ao Primeira de Mangueira, a Escola de Samba Preto Velho, abre seu desftle trazendo em seu pavilhao, a referencia da sua mem6ria. Das cores escolhidas por Cartola para representar a povo de Mangueira, que a portabandeira, em seu maior respeito, conduz nos seus rodopios, 0 desfraldar de urn pavilhao que representa seu povo: em suas cores e emos:oes.

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,. ~MARELA ~,

ENCRUZILHAD GRA~AS

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lmagcm 05- Foto Sarclirc de Olinda Fonte: Googlc Maps, 2019

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verde e roso 0 cor do tuo bondeiro ...-

Mergulhor nesse mundo do sombo e de um gronde prozer, mos nOo ocreditovo que estorio debru<;:ondo num universo too omplo e riCO no verde e roso do Alto do 5<0. Amor 00 sombo sempre fez porte do minho essCncio, mos conhecer 0 historio do Preto Velho, me fez reocender e descobrir verdodes sobre mim profundomente, reconhecer minho oncestrolidode, minho identidode, e resgotor porte do minho memorio desconhecido ote en tOo. Ao desbrovor 0

historio desso ogremio<;:Oo reboti, desde 0

inicio, com

dificuldodes, resistCncios e limito<;:Oes que poderiom, focilmente, fozer-me desistir de revelor 0 importOncio desse bem. Mos com persistCncio, 00 ocreditor que temos umo responsobilidode dionte do que consideromos nosso e do popel que podemos somor 00 cuidor, contribuindo de o lgumo moneiro po ro 0 sociedode. Alem de enriquecer meu e4 fOi umo dos moiores motivo<;:Oes de conhecer, pesquisor e tornor -se visivel 0

historio desto escolo de sombo, 0 GrCmio

Recreotivo Escolo de Sombo Preto Velho. Tentar interpret or

e

compreender minhos intui<;6es forom os maiores a1icerces

poro persistir no continuidode deste trobolho. As inquieto<;:Oes forom muitos, e 0 inten<;:Oo de !rozer esse legodo poro meio ocodCmico, esse bem com tonto

riquezo, como elemento de

resist~ncio

e valor

I2I


excepcionol para a comunidade oIindense, pernambuco no e brasileira, pois fomentam culturalmente nossa identidade, memoria e historia do cultura popular brasileira. Ao debru<;:ar no pesquisa do historia do Escola de Samba Preto Velho foram encontrados

diversas

dificuldades

em

todos

os

Ombitos,

do

registro

historiogrofico, do acesso a informa<;:Oes des de a procura pelos seguimentos do escola, presidentes e diretoria, os quais foram encontrado algum tipo de re sist~ncia

em contatar e obter respostas.

Em con versos paralelas com amigos que teria certa intimidade com os dirigentes atuais, descobri dessa maneira informal, que a agremia<;:Oo estava passando por um processo juridico. Em busca de tais informa<;:Oes, fOi constatado, 00 comunicar 00 IPHAN, que 0 bem passava por um processo juridico 0 qual mesmo diante de pesquisa

acad~mica,

as informa<;:Oes do processo, ou informa<;:Oes

sobre a agremia<;:Oo so poderiam ser consultadas diante do autorizo<;:Oo do responsoveis legais do imovel, e alem de tudo, 0 IPHAN em seu acervo afirmou que nOo hovia nenhum tipo de registro em seu ocervO que constotosse

informa<;:Oes do Gr~mio Recreativo Escola de Samba Preto Velho. Diante dos percal<;:os encontrados, foram encontrados, como dito anteriormente, uma resist~ncia em comunica<;:Oo com os dirigentes do bem. Tais tentativas de comunica<;:Oes ocorreram por volta de agosto de 2018 quando este trabalho se encontrava no fase de elabora<;:Oo inicia!.

122


Mesmo dionte dos dificuldodes, 0 insist~ncio em trobolhor com 0 Samba do Preto Velho nOo me fez cessor, e sim pelo controrio, buscor outros olternotivos que, seguindo 0 objetivo primordial deste trobolho, de explonor a significOncio cultural deste bem. Possondo alguns meses, em fevereiro, conheci umo senhoro chomodo dono Juju, durante 0 cornovol no Marques de Sopucoi e de fo rma instintivo contei a his tori a dos dificuldodes que hovio ocontecendo para dar continuidode oeste trobolho. Perguntei se tOis problemas ocorriom por olgumo interven<;:Oo espirituol. Visto que 00 estudor as estarios dos cornovois encontro- se bostonte presente a necessidode de outorizo<;:Oes espirituois para odentror em estudos e ate mesmo fazer um cornovol que obrongesse entidodes espirituois. Em continuidode a converso, Dono Juju me esclorece duos COisos que considerei relevonte, todo escolo de samba 00 noscer, 00 surg ir, elo tem umo finolidode e um propasito, todos possuem um fundomento . E frisou novomenteo tudo tem um fundamental E em continuidode oconselhou procuror 0

fundodor, ou os fundodores do

ogremio<;:Oo que otroves dele OU deles eu conseguirio desotor os nas que estoo impedindo 0 ondomento do pesquiso. Possou-se 0 cornovol e voitei a pesquiso deste trobolho e no prime ira monchete que surge 00 pesquisor Escolo de Samba Preto Velho no Google, encontro umo noticio bostonte triste a qual des taco a seguir. Clmogem 07)

123


Ao ler 0 noticio (Imogem 07) olgumos esc1orecimentos sao reveiodoso

Ele sempre teve empenho em monter 0 culturo e 0 orle do sombo ,

viva E umo perdo irreporovel poro todos nos Clovis tinho um leito bem colodo mos com muito seriedode e respeifo tirou muifos lovens dos drogos e os colocou em oulos de percussao Ele tinho o poder de resgotor 0 culturo e solvor os pessoos, Jacy lima "Dinda' integrante do Associa<;:Oo Carnavalesca de Samba de O linda (Acaso) Clovis fOi um dos principais incentivadores do samba em Olinda e ajudou difundir 0 ritmo nos ladeira s de cidade nOo apenas no carnaval, mas 00 longo

0 corpo do sambista esto sendo veiado no Sede do Escola de Samba Preto Velho ate as I Sh, 0 enterro acontecero no tarde deste sobado de todo 0 ano.

( I OJ, no Cemiterio de Guadalupe, tambem em Olinda. Ele tambem fOi cofundador do Associa<;:Oo Carnavalesca de Samba de Olinda (Acaso) Como diretor do escola de samba, intensificou os ensaios, realizados sempre aos domingos, no sede do agremia<;:Oo, localizada no Alto do Se, "Ele vivia para 0 Preto Velho. Sempre batalhou pel a melhoria do escola e defendeu o samba de corpo e alma", afirmou Henrique GuimarOes, mais conhecido como Deco, presidente do Acaso e diretor de bateria do grupo de samba Patusco.

124


--

I

--

.1

r~~rre presidente da Escola de Samba Preto Velho de Olinda

06vts Ferreiro t:fQ ~de'lte do a,umiG¢o hd sele onos e uo conheddo pot ~ 101m dos principois ddt1'l5Om do sombo ttn OIindo ao .• t 010.20U"0II'1 Por· ... oo;:IoOPt

=--= ------=

IiRESJlI\ETO VELHO

=

--

-

Imagem 07: Manchete da reportagem do Reda,ao OP9 novembro 10,2018 as 08:47 - Por: Reda,ao OP Captura de tela em 04-06-2019 Disponivel em: < Imps:1 I www_op9_com_br/pe/noticias/morrepresid en tc- d a-es cola -d e-sam ba -p reto-velho-d c- 0 lin d al >

125


Como formo de finoncior 0 agremia<;:Oo e melhorar a estrutura do sede, Clovis tambem abriu as port as do Preto Vdho para outros estilos, festas e manifesta<;:Oes culturais. 'Sempre teve essa cabe<;:a de abrir 0 espa<;:o para outras cOisas. Ele sabia que isso ajudava no manuten<;:Oo do lugar. E tambem era muito tranquilo. Caia 0 Mundo e de nOo est avo nem ai", reco rda a DJ e produtora cultural Lola K, que he mais de dez anos reolizo festas e previas de blocos carnavalescos no soioo do escola. Orlando de Paulo, amigo de infOncia de Clovis, lembra que 0 Preto Vdho e a unica agremia<;:Oo de Olinda que defende 0 samba-enredo de rOiz . ~E ele insistio muito nisso e ochou outros formos de expondir isso.

FOi assim que de levou a escola pro concorrer no desfile de escolas de samba do Carnaval do Recife", pontua 0 amigo. Nascido no Rua Bertioga, no Ca rmo, Olinda, Clovis morava no mesmo local e frequentava a sede do escola quase todos os dias. Ele deixa um filho, que mora em Sao Paulo. (Por, 0 Portol do Sistema OpiniOo) No reportagem e revdado 0 quanto Clovis possuia um amor a suo agremia<;:Oo e como refletia em suas atitudes um popel sociol juntamente a Escola de Samba Preto Velho, sen do um dos principais incentivadores e

126


resistentes em perpetuar a samba em Olinda, abrinda as port as do Preta Velha para autras manifesta<;Oes culturais do cidade de Olinda, com cansciCncia de que est avo famentanda a permanCncia do samba do Preta Velha no Alto do

Se E vole ressaltar no ultimo camentOria do repartagem, a depaimenta do seu amigo Orlando de Paulo, 00 afirmar que ClOvis defendia a essCncia do samba de enreda de raiz, estila de samba esse que caracterizo essencialmente as escalas de samba e renete tadas as dificuldades e resistCncia do ritma continuor existindo.

Partindo de ClOvis Ferreiro, defensor do samba no cidade de Olinda, e ultimo presidente do GrCmio Recreativo Escola de Samba Preto Velho, inicia-se 0 desdobramento do historia des so escola de samba, revelando desde a suo significOncia cultural e most rondo a suo importOncia e resistCncia do samba no Cidade Alto de Olinda. A seguir 0 de poi men to no integra de ClOvis Ferreiro 00 livro "Olinda - PatrimOnio Cotidiano - MemOria Coletiva dos seus moradores, ICEI BRASIL, Olinda, de agosto de 2017. Qutores

0 qual foz -se men<;Oo no inicio deste trabalho. On de os

procurorom

explonor as

vozes

dos

morodores que

fomentom

a

identidade e memOria coletiva do Sitio HistOrico de Olinda. Revelando histOrias que costuram os recortes e refletem no essCncia de coda lugar e expressOo cultural q habita nesse recorte espacial too valoroso e riCO de brasil ida de.

127


<Meu nome e Clovis Ferreiro fJorboso, sou presidente do ogremior;:Oo Preto Velho he dez onos Quose ninguem me chomo pelo nome do corteiro de identidode. chomo por Clovis do Preto Velho ou Clovis do Alto do Se Trobolho com umo monifestor;:Oo do culturo comovolesco, que e escolo de sombo, Acomponhei

0

fundor;:oo do ofoxe Alofin Oyo, em

1986. Pouco depois. de 1988 poro 1989 fOi sombo

reggoe-Mondelo,

Mondelo,

em

homenogem

que, mesmo no codeio,

oportheid Quondo

0

0

liderou

envolvimento com

0

sul-ofricono

00 0

Nelson

movimento contro

oportheid terminou, em 199Q

0

0

0

bondo mudou de

nome poro Azone e Couo. Depois desse trobolho, fOi quondo eu me engojei como dire tor do Escolo de Sombo Preto Velho, do quo! otuolmente, sou

0

presidente

A escolo de Sombo Preto Velho fOi fundodo em 24 de dezembro de

1974 pelo pessool do Colerio Preto Velho, um ponto comerciol de fobricor;:oo e revendo de ortesonoto, no Alto do Se; Helio Lobo, que no epoco, ero cobrodor do empreso Oliveiro de onibus; Morio Moreno, morceneiro do prefeituro; e Ercilio fJeriomino, que ero odvogodo e tombem trobolhovo no Prefeituro de Olindo; e outros. Como eu disse,

0

golerio ero um ponto comercio! olugodo por Poco,

poro vender ortesonoto fobricodo por ele e por seus irmOos

128


Era umo ollernolivo de um Irobolho exira para quem, par exempla, dovo expedienle no pre(eiluro, pais a lorde eles obriom a golerio Todo mundo era or/esOo e produzio lolhos com molivos dos cosorOes e dos igre/os de Olinda e bus los do prelo velho (figuro dos cullos de }uremo) Depois possorom a revender, lombem, replicas dos pet;:os do Meslre Vilolino, produzidos par or/esOos de Coruoru. Isso era a goleria. As pet;:os para venda no golerio erom (eilos par eles, que comprovom lolhos de madeira brula. a cedro em que desenhovom e lolhovom com (ormOo. Eles (oziom as proprios lolhos e colocovom a venda e, as vezes, ate revendiom para um cidodOo que linho la, chomodo Tonho NegOa, que comprovo em quonlidode e levovo pro Coruoru para revender Tonho NegOo era do ruo 8ispo Coulinho, numo coso do lodo do sede do Prelo Velha, ele lombem (ozio lolhos e colocovo para revender no suo coso a moleriol de bOffo vindo de Coruoru. Helfo possou a

guardor no go/eria os inslrumen/os musicais de urn time

de pe!odeiros, empregodos do empreso Oliveira. 0 surda, a lorai a coixQ-reqpique, as fomborins e 0 09090 serv/rom pora animor as fodos

de samba de umo chorongo do lime As rodos de samba, no golerio, era eslilo pogode - quando se conlovom musiCOS de Agepf?, Fundo de Quinloi Morlinho do V7Io e

129


e outros Acontecio nos tordeZinhos dos sobodos, quando a golerio

fechovo e as pessoos iom tomar umo cerve;inho. Logo, possorom

0

vir

pessoos de outros bOirros - 0 pessool do familia de seu Pinininhq que erom fundodores do Atombeiro ontigoi Nininho do Puo do PolhOi vierom pessoos do Amaro fJroncq onde jo existio 0 Oriente. clube onde se fozio somboi depois, vierom alguns meninos do Amporo porficipor dessos rodos de samba Doi fOi crescendo e tomondo proporr;:oo de COiSO grande. FOi se intensificondo coda vez mOis e com pessoos do comunidode. Depoi5 que Olinda 'comer;:ou a frequentor 0 ombiente; noo demorou muito para surglr a ideio do crior;:oo de umo escolo de samba no Alto do 5,;. Nosceu a Escolo de Samba Preto Velhq Para noo fugir do modelo dos outros escolos de samba de Pernombucq tudo procuro copior 0 que se foz no Pio de Joneirq Noo existem mOis escolos de samba 5 de Outubrq Voi Quem Que" Morrom fJronco e a Escolo do Ze. Todos essos deslslirom. HOJe em diq oqui em Olinda, pelo meu conhecimentq s6 desfilom no cornovol as escolos Preto Velhq Oriente. Acodl?micos de Sifio Novo e os recentes blocos D13reck e PotuSCq Este ultimo jo e um nome antigo, fundodo como um clube onorquico, de 1962 Nenhum dos fundodores era filiodo 00 santo: No verdode todos erom cot6licos. Ate os onos 1990 ninguem era do religioo dos

130


Orix6s. Depois, eu oderi 00 culto do Juremo, no qual eu presto homenogem

00

-------------------------------

mestre

Preto Velho. Foro parle do meso de dono Lio,

do

ruo

fJeriiogo,

onde

tenho

orgonizodo um ponto para manter a paz. Entre os desfilontq no entonto, muifos pertencem

00

santo ~ Algumas meninos que

soem de boionos sao moes de santo. ossim como alguns botuqueiros e dire tares ogos>

Clovis

~orboso.

sao

Olinda

PatrimOnia Catidiano - Memoria Coletiva dos seus moradores, 20 I 7

~~=-=~~~~ -lmagcm 08 - Clovis Barbosa Fontc: O linda - Patrimonio CotidianoMemoria Colctiva dos SellS mo radorcs, 2017

I3I


132


o 0 0 Yao? quanfo afYIor A

Ii? prefa? velha? Yao? •

VefYI canfando efYI =u lowor

II con?felac;ao De e?frela? neqra? que reluz ClafY/enfina de Je?U? Elevava

0

=u canfar feliz

II qanqa-ZUfYIba

L L

Oue lufou e foi raiz Do neqro que ,

e arfe, eculfura

E de=nvolfura de?fe fY/eU pal? A

Eh! L...uana

-

o Trona de Fratx;a =r6 =u baiana LJ

-


Faixa 08 - A Grande Constela~ao das Estrelas Negras - Beija-flor de Nil6polis - 1983 Compositores: Neguinho da Beip-flor e Nego Interprete: Neguinho da Beija-flor

https';/open.spotiF),.com/mck/4SWhTnvV3FSbnelGRJ2nys


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/5 -0S- /,/


Ilustra~ao

09 - As pretas velhas Yaos

Como urna sabia preta veiha, Dona JUJu, aquela senhora que conheei na Marques de Sapueai, com seu jeito doee pareeia saber 0 que estava dizendo, no pequeno conseiho de procurar os fundadores para conheeer os fundamentos da escola, pareeia ate os conselhos de minha mae, se revelou tanto ao deparar com urna importante parte da historia dessa escola ao deseobrir 0 depoimento de Clovis ao livro Olinda - Patrimonio Cotidiano Memoria Coletiva dos seus moradores, e nas suas inten~6es como defensor do samba e sua resisteneia, seu legado com eerteza foi deixado para muitos.


Oh! Unda dema P orfda Na? ladeira?, poe?ia •

5eu Duro brarco e coqueirai? f?ordada pdo ('lOr NilYjue(YJ e?quecera,

-

5eu folclore popular

L.J

L L

Vou iwadir ?eU cora<:;ao Olinda Ercanfando e?fa na<:;ao Tao linda

-

/lceNo de beleza nafural Olinda, pafdmnio rondial

7


Faixa 09 - Linda, eternamente Olinda - Portela - 1997 Compositores: Doutor, Renato Vale, Tonica da Portela e Eli Penteado Interprete: Rixxa

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https://www.yotltubc.com/watch?v=5rM6SCJQ9_s


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Iiustra,ao 10 - Oh Linda, Eternamente Olinda!

o belo samba de enredo da Portela para 0

Carnaval de 1997 retrata elementos que compoem a paisagem e a esseneia da eidade de Olinda, eidade onde encontra-se a Escola de Samba Preto Velho. Elementos estes que estao presentes na Deciara,ao de Significaneia de O linda, documento utilizado na inscri,ao para inser,ao na Lista de Patrimonio Mundia!. E 0 Samba do Preto Velho pineela seu lugar nessa paisagem singular. Oh, linda! O linda!


2. I 0 ugar - Sftio Historico de Olinda Para campreender a SignificOncia Cultural de um bem se faz necessaria samarse as elementos que campOem espacialmente a seu entarna. Situada no paligana de tambamenta do Sitia Histarica de Olinda (SHO). a Gremio Recreativa Escala de Samba Preta Velha. tem em sua essCncia elementos que campOem particularidades que estoa presentes em diversas esferas simbalicas que famenta a Sitia.

o SHO esta lacalizoda no Estada de Pernambuco. no regiOa Nordeste do Brasil perfazenda uma a rea

territorial

de

44 km'. Fazenda parte

do regiOa

metrapolitana do Recife. Olinda possui aproximadamente 400 mil habitantes segundo IBGE 20 I O. Em seus limites temos 00 norte a cidade de Paulista. 00 sui e oeste com a cidade do Recife e 00 leste a Oceano Atlantica. (Ver Imagem

XX) Em 1968 a SHO fOi tombado pela antigo Diretoria do PatrimOnio Hist6rico e Artistico Nacional - DPHAN. atualmente IPHAN. e elevado a monumento nacional em 1980. E em 1982 fOi inscrito no lista de PatrimOnio Mundial (WHLl como bem cultural e recebeu a titulo de PatrimOnio do Humanidade pel a Organiza<;:Oo das Na<;:Oes Unidas (UNESCO) Contando com aproximadamente

120 ha de

extensOo territorial do nucleo inscrito no lista de PatrimOnio e com 920 ha como zona de amortecimento. abrangendo as bairros de Amaro Branco. Amparo. Bonsucesso. Carma. Guadalupe. Monte. Rosario. Se. e Varadouro.

I4I


AREA RURAL

••

••

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ZEPCI ~

lmagem 09: Munidpio de O linda, limitcs e localiza~ao do Sicio Historico (ZEPEC I - Lei 4849/92) . Fonte: DIM/ SEPLAMA 2004 3pudMorci ra 2006,32.

142


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ZOfln

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EspedaJ th! ProI~ao

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SEJS Sci1C¥'* llIICieJJe Soc/tIJ

Imagem 10: PoHgono de T ombamento do SH O - CECI, 2010

143


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OLINDA

Museu de Arte Sacra de Pernambuco Catodral d. So! e Mosteiro de SAo Bento

d. N. Sr.. d. Mlseric6rdl.

Ig~ja

d. N. Sra. d. Gra<;•• 5emlnirio d. Olind. COnjunto do Convento de ~ Francisco Igreja e Conventode N. Sra.cia Concei(~ Igr.;. d. N.Sra. do Moot.

• •

------------------------- ------------------------------- ------------,- • lmagcm II - Guia ilustrado do Sitio His[orico de Olinda Fontc: T ripAdvisor, 20 18

144

( oI,nh'


Os criterios considerodos para inscri<;:Oo do SHO no WLH foram, (i;) exibi um importante intercambio de valores humanos, durante um periodo de tempo ou dentro de uma area cultural do mundo, sobre a evalu<;:Oo do arquitetura ou do tecnoiogia, das artes monumentais, do planejamento urbano OU Paisagismo; e 0 criterio (iv) - exemplo excepcional de um tipo de constru<;:Oo, conjunto arquitetOnico ou tecnolagico ou de paisa gem que ilustra estagio significativo no historia do humanidade. No declara<;:Oo de significOncia do SHO, coda bem identificado fOi listado e caracterizodo, nota-se que no lista encontra-se apenas bens construidos de cunho material, os quais totalizondo aproximadamente trinta edifica<;:Oes entre igrejos, passos e palacios. Porem e destacado que 0 valor excepcional atribuido vem do conjunto integra do entre os elementos construidos e os natura is, levando a inscri<;:Oo a categoria de "Grupo de Edifica<;:Oes", com a seguinte considera<;:Oo,

"0

equilibrio harmonioso entre as constru<;:Oes, jardins,

vinte igrejos barrocas, conventos e numerosas pequenas capelas (passos), associados, contribui para 0 charme particular de Olinda.". No trecho do declara<;:Oo de significOncia de Olinda revelo as descobertas que 0 caminhar pelo SHO pode proporcionar, "Uma das vinte e tantas igrejos e conventos barrocos,

OU

os numerosos "possos~ (copdos ou oratorios), surge

inesperadamente 00 virar um canto - 0 requinte de suo decora<;:Oo em contraste com a simplicidade

145


encontodoro dos casas, que sOo pintodos em cores vivos au revestidos com ozulejos.-. Noto-se que 0 otributo dos casas com 'cores vivos est a ossociodo a suo forma de pintu ro, em cores vibrontes e colorido no conjunto, elemento esse odic ion ado com 0 possor dos onos pelos mora do res do SHO, se tornondo, hOje, um dos otributos que compOem umo dos corocteristicos do SHO, sendo reconhecido e tido como umo dos suos marcos de identidode. E Ii notariO que tal carocteristico que fomenta 0 cosario seja incorporada as novas construC;Oes e

ate nos novas edifico<;:Oes que, de forma indevido OU nOo, odicionorom tal demento em suos fochodos. Vis to que 0 empoderomento do SHO devido seu reconhecimento mundiol como PotrimOnio do Humonidode, torno -se um lugor vulneravel a oItero<;:Oes por porte dos seus morodores em decorrCncio desso voloro<;:Oo que torn a 0 lugor sensivel as tOis decorrCncios inopropriodos. Visto que Ii notorio a importOncio do permonCncio do tecido material urbano dos edifico<;:Oes que compuserom um marco historico do SHO, desde antes do invosOo holondeso, como todo 0 conjunto edificodo constituido opos 0 retorno dos portugueses 00 dominio. Porem, mais que esses registros hist6ricos que sao

revelodos pdo moteriolidode do orquiteturo existente, vole consideror a permonCncio do essCncio do lugor por meio do forma como se usufrui do espoc;o: 0 inesperado viror de urn canto, 0 casario simplorio e as suntuosos igrejos e suos torres que

146


marcam pantas facais e de descaberta do lugar, a massa arb6rea dos quintais, os quais fomentam uma paisagem singular Um verdadeiro conjunto de elementos que compOem uma singularidade 00 SHO e que sOo revel ados 00 desbravor esse poligono valioso.

o

valor hist6rico est6 expresso no tro<;:ado urbano, por meio de suas ruas,

becos e vie los, que tra<;:am em ladeiras e configuram trajetos dos mais inusitados e cheios de hist6ria. Tra<;:ado esse testemunho do processo de ocupa<;:Oo que ocorrera no periodo

portugu~s, 0

qual seguia um desenho medieval refletido no

defesa por meio do altura. Valor expresso tambem no coso rio, conjunto arquitetOnico composto de casas de forma homogCnea e com suo composi<;:Oo com os monumentos religiosos de mesmo estilo. E nota-se diante do conjuntu ra espacial

a

singularidade do paisa gem,

fomentando 00 lugar um valor

paisagistico expresso no rela<;:Oo harmoniosa entre 0 tra<;:ado, os elementos construfdos, cosario e igre jas, 6 masso vegetal dos quintois e jord ins, juntomente

com a rela<;:Oo com 0 mar, configurando uma paisagem Gnica 00 SH0. No Plano de GestOo do Conserva<;:Oo do Sitio Hist6rico de Olinda/PE, pelo CITUC -CECI 2009) destaca- se em suo produ<;:Oo, "0 Sitio Hist6rico est6 implantado sobre um conjunto de colinas continuos 00 mar, cuja singularidade do meio ambiente construido e conferida especialmente pelas igrejas com suas torres, que estruturam 0 tecido urbano e compartilham 0 protagonismo do cena com 0 meio ombiente

147


natural andulada das quintais mescla- se aas tons terrosos dos telhados e dialoga com 0 azul do mar, compondo assim, uma paisa gem singular". Diante de todos os atributos e elementos que compuseram a SignificOncia Cultural do SHO, expressa pelo 0 conjunto de valores que resistiram no historia desse

poligono,

revelando

arquifefOnicos e urbonisticos,

valores

e

historicos,

paisagisticos,

artisticos,

notorio que as relo(:Oes com tOis valores

as

formos de viver no possor dos onos conformarom novos volores 00 Sifio e

aqueles agentes que diariamente compOem as particularidades que 0 lugar apresenta, agregando nessas novas rela<;Oes novos valores, como os valores de usos e os simb6licos. Que por sua vez, em suos complex os relo<;6es sociois

configuraram a significOncia imaterial do SHO, as quais estOo reveladas nos suas manifesta<;Oes culturais, nos hobitos dos moradores, no agremia<;Oes

carnavalescas,

fomentando,

assim,

a

resist~ncia

identidade

de suas

de

uma

sociedade e de um grupo de oIindenses, e que ultrapassa as limites de uma comunidade, de um bairro e de uma cidade, e se torn a marcos do sociedade contemporOnea b rasileira. Os valores simb6licos atribuidos e expressos no SHO vem do resist~ncias de testemunhos do passado, que se refietem nos suas tradi<;Oes, desde as religiosas os profanas, como procissOes e carnaval, as manifesta<;Oes culturais, as dan<;as, a culinorio expresso nos tapioqueiros, 0 ortesonoto que confiQura urn dos

elementos expressivos pelo artesOo olin dense e as

148


artes plosticas. Canfiguranda, assim, um inestimovel conjunto de elementos culturais que configuram uma imaterialidade inestimovei. 0

sentimento de

pertencimento, de memoria coletiva compartilhada entre os moradores com suo essCncia e suas ra izes, gerando uma profunda rela<;:Oo afetiva 00 sitio, rela<;:Oes socia is, com participa<;:Oo ativa das camadas que compOem 0

SHO e

redondezos.

o valores

de uso sao revelados desde outrora como 0 valor que foz 0 lugar

existir e possuir essa identidade vivo e singular. As re la<;:Oes dos moradores com o espac;o, como reAetem em suos monifestoc;Oes ortfsticas e rel igiosas, no conforma<;:Oo do carnaval. por exemplo, como elemento de fusOo das massas culturais e artisticas do sitio, se foz tudo devido a permanCncia dos seus moradores e a preserva<;:Oo das caracteristicas que fomentam os valores de uso, como a permanCncia do uso residencial 00 Ion go do tempo, 0 uso religioso refletido nos procissOes. A presen<;:a dos ateliCs e galerias de arte no SH0. Tais elementos que 00 Iongo do tempo refletiram no identidade do poligono, em consequCncia do intera<;:Oo entre os moradore s, os artistas plosticos, poetas, musicos e todos aqueles que fomentam a cultura popular em Olinda . •

E notorio que os valores

destacados e valorados no Declara<;:Oo de

SignificOncia do SHO, apesar de quase 40 anos apos 0 reconhecimento e listado no WLH (1982). 0 poligono de tombamento possui a permanCncia de tais atributos e valores que afirmam a suo excepcionalidade cultural.

149


TodoviO, mesmo dionte do reconhecimento 0 corater excepcionol do ocervo histarico-culturol do Sitio HistaricO de Olindo, e1es nOo gorontem que areos livres e os imaveis que compOem esse gronde ocervo sejom objet os de obros e interven<;:Oes irregulores. Visto que tOis otuo<;:Oes coloborom poro a perdo dos ospectos outCnticos dos bens, colocondo, ossim, em risco 0 monuten<;:Oo dos volores otribuidos 00 conjunto tombodo. A portir do registro do Tribunol de Contos do Estodo de Pernombuco nCE-PEl, em que constoto 0 perdo do quolidode do preservo<;:Oo do SHO e no suo ombiCncio,

recomentou

0

eioboro<;:oo

de

um

Progromo

de

Educo<;:oo

Potrimoniol. Visto tomonho demondo, 0 Centro de Estudos Avon<;:odos do Conservo<;:Oo Integrodo, reolizo 0 e1oboro<;:oo de um monuol de boos normos peronte 0 cosorio, denominodo "Conservor - Olindo boos praticos no cosorio", com 0 finolidode de indicor oos morodores informo<;:Oes e condutos odequodos. Mesmo dionte do prote<;:Oo dos volores potrimoniois por meio d leis e titulos que otestom e promovem 0 condi<;:Oo singulor do SHO, os mesmo nOo gorontem 0 seguridode dos bens, 0 que pode geror serios riscos de desoporecimento. Alem do possibilidode do Sitio Hist6rico entror no listo de potrimOnios em estodo de risco, do UNESCO e do IPHAN.

I SO


o

objetivo do monuol e orientor os morodores, desde proprietarios oos

Iocotarios, orquitetos e publico em gerol sobre os Boos Pra ticos de interven<;:oo nos imoveis do SHO, de forma que minimizem as interven<;6es que ocorretom a

perdo dos otributos significotivos dos bens e proporcionem boos condi<;:oes de uso e hobitobilidode dos imaveis e, principolmente, 0 gorontio do continuidode dos ospectos que fomentom 0 Significoncio Culturol do Sitio. Poro que os interven<;:oes no SHO gorontom 0 conservo<;:oo dos volores potrimoniois do Sitio, e necessario 0 reconhecimento sociol dos otributos do mesmo. Visto que sao otroves dos otributos de um bem tombodo que deferidos os devidos volores potrimoniois. Os otributos reconhecidos pelo SHO sao entendidos como 0 bose FisiCO que com pOe e estruturo 0 conjunto tombodo e que se expresso nos rdo<;:Oes entre 0 os objetos construidos e 0 notureza. Porem, noto-se que 0 os rdo<;:Oes sociois noo sao citodos como rdevontes poro o fomento do significoncio do Sitio, fozendo pensor que 0 Sitio e reconhecido pdos ospectos poisogistico, orquitetOnicos e monumentois, pdo tro<;:odo e pelo seu volor histarico. Porem vole re~etir que tipo de cidode volorizamos quondo quem foz do pulsor no dio -o -dio noo e frisodo 00 se reconhecer como potrimOnio do humonidode. Visto que todos os volores que compOem 0 significoncio do Sitio forom provenientes dos relo<;:Oes entre oqudes que oli registrorom a historio.

151


Ao diluir os elementos que compOem 0 poisogem do Sitio, sOo mencionodos 0 coso riO ontigo, 0 diversidode tipol6gico do mesmo, seus elementos estilisticos e suas tecnicos construtivos; revela-se 0 mar, a vegetoc;oo dos quinfois, proc;os

e

porques; juntomente 00 tro<;odo urbono e 0 topogrofio ocentuodo, que se

harmoniza com a volumetrio do cosario e seU$ telhodos em tons terrosos. Conformondo um conjunto de elementos que represento umo hormonio visuol singular.

Observo- se que 00 citor os elementos que compOem 0 singuloridode do SHO, os elementos que compOem suo significOncio culturo, sOo elementos que opresentom ospectos moteriois, desde noturois oos construidos. Enquonto os reloC;6es socia is, as monifestac;6es culturois provenientes no espoc;o, 0 encontro

entre 0 dio-o -dio do morodor e os lugores que compOem 0 sitio, nOo sOo mencionodos, considerondo fotos openos hist6ricos que dotom de um tempo possodo. Mos e 0 presente? As relo<;Oes entre 0 comunidode locol e odjocencios, 0 interotividode por porte de todos os comodos sociois e culturois que compOem o Sitio. Vole consideror que tOis elementos sOo totolmente relocionodos com 0 forma de viver e preservor 0 pofrimOnio, e que conformom juntomente aos

ospectos hist6ricos e moteriois, 0 significOncio culturol de Olindo.

152


Mesmo dionte do conhecimento de que 0

permonCncio dos otributos e

significados culturais reconhecidas ao Sitio Historico de Olinda seja pautada por tais elementos, e que 0 mesmo ten ham significOncia devido a conserva<;:Oo ao Ion go do tempo, vale considerar que a cidade de Olinda e seu Sitio

e

pautado de aspectos que permanecem devido um oIhar particular de cada agente que fomentou seus valores ao longo do tempo. E que as rela<;:Oes do presente devem afirmar juntamente aos aspectos materiais e historicos. 0 Olinda

e uma

constante fonte de produ<;:Oo de significados, de vi do a sua rica historia

e ocervo. E que a mesmo nCo deve ser oIhoda como urn cemiterio au museu do historia, da arqueologia e da arquitetura mundial, e sim como uma cidade, com vivencias, rela<;:Oes, p rodu<;:Oo cultural, manifesta<;:Oes artisticas, etc. de forma dar continuidade na escrita da historia de Olinda. Entretanto para continuidade dos atributos e significados reconhecidos ao SHO,

e anunciado

atribuidos e

por um conjunto de val ores, os quais sao

considerado 0 tempo como 0 criterio maior para afirma<;:Oo de tal valora<;:Oo, vis to que

e pelo

est ado do bem e como ele se manteve ao Ion go do tempo.

Diante dessa perspectiva de valora<;:Oo, foram constat ados os seguintes valores, volores historicos, poisogfsticos, urbonisticos, orquitetOnicos, ortfsticos e culturois.

153


As rela<;:Oes do Escala de Samba Preta Vdha com a Sitia Historica de Olinda, se fez presente 00 Ionga do suo historia, pdas intera<;:Oes do seu corlejo carnavalesca nos dias de carnavais, percarrenda a Sitia Historica, levanda seu samba, ressaanda seus tambares ladeiras a baixo, com a gingada no pe de seus passistas, das radopios e corteio do mestre-solo para a suo dama portabandeira, das suas baianas que giram levando axe e ancestralidade pelas ruas do Cidade Alto. 0 percorrer pdas ruas marcaram historias, fizeram dos faiiOes que procurorom seguir seus botuques, a extrovosor sua olegrio e ofirmor 00

longo desses mais de 40 anos, que Olinda tem samba e que muitos dos olindenses se sentem represent ados.

o

percurso que a escala foz em seus carnavais agregam valor 00 espa<;:o, a

rela<;:Oo do foliOo com 0 percorrer de vias, ladeiras, pulando seu carnavaL A simbalogia dessa expressOo cultural e magistralmente representativa, reflete a identidade de uma comunidade. As ruas do Cidade Alto nOo sOo as mesmas sem 0 gingado do samba do Preto Vdho. Visto que a rua e 0 carnaval de rua, e uma das manifesta<;:Oes mais democroticas culturais brasileiras, que nOo difere quem brinca, quem pular ou quem apenas observa. Ela e inclusiva, ela e popular, do e do povo! Que 0 carnaval de rua olindense seia sempre agraciado pel a presen<;:a do samba do Preto Vdho.

154



Ilustra,ao 09 - Vem pode chegar. Que a rua

e

enossa mas epar dire/to.

A fua Bispo Coutinho, onde encontra a agremias:ao, urn extensao do seu interior. E ventos, festividades, esguentas de carnaval, tudo come,a e termina na rua. Urn dos palcos gue 0 Preto Velho usufrui para mostrar seu samba


2.2 0 arruodo e

0

A to do Se - Entorno Imedioto

A rua Bispa Cautinha agrega um canjunta de casas, em suo grande moiorio, centro liz ados no •

late;

passui

mercado

0

de

artesanato

exatamente 00 lade do Escola de Samba Preto

\.

,

Velho, 0 qual fOi construido como uma das propostas

do

IPHAN

para

realoca<;:Oo

de

vendedores de artesanato. Verifica -se no imagem 00 lade (Imagem 12),

que as casas possuem carocteristicos diversas do casario das demais rua do SHO, nota-se que sua ocupa<;:Oo

e mais

contemporOnea das

demo is casas e sobrados encontrados no SHOo No fotografia Clmagem I 4), datada de meados dos anos 3D, notamos que so no inicio do rua havia algumas constru<;:Oes lmagcm 12- Rua Bispo Coutinho. Fonte: Auror dcsconhccido

constatando que a 0

lote do agremia<;:Oo passa a ser ocupado, com

constru<;:Oes, a partir de no minimo anos 30.

o

primeiro registro do Rua Bispo Coutinho no Jornal Diorio de Pernambuco,

e

datado de 14 de fevereiro de 1893. Clmagem 151.

157


No ruo Bispo Coutinho circundo tad a a Proco do Se, ndo encontromos a Coixo D'oguo de Olinda, a Museu de Arte Sacra de Pernambuco e a icOnico Igreio do Se de Olinda, Apesor de receber a Iogrodouro do Ruo Bispo Coutinho como endereco, 0 GRES Preto Velho se encontro em um orruodo oboixo do proco, numo depressOo com um nivel de cerco de 2,5 m do nivel do Proco do Se,

Ac'Kt@rtWl

s,"'._ .deV

Ces. dos BoMcos Cogl'lIes do Alto da st

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ComefllOde

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Imagcm 13: Mapa doAlco da Sr, dctalhc para Rua Bispo Coutinho c armado. Fonte: Googlc Maps, 2019

Legcnda:

158

Rua Bispo Coutinho

A uado onde localiza -sc 0 GRES Prcto Velho

~

.....

I


Imagem 14 -Vista acrea do Alto da SC e adajacncias. Detalhe para da Rua Bispo Coutinho em meados dos anos 30. Fonte: Anto nio O Ii velra, Pernambuco Arcaico., SiAno

0

armado

A arruada do Bispa Cautinha haje Ii cansiderada uma extensOo do Escola de Samba Pre to Velho, on de ensaios sOo realizados, esquenlos de saida de desfiles de corn oval, sendo um local de concentro<;:Oo para as festividades que ocorrem no Preto Velho, como verifica- se no Imogem 14.

159


°Apartrd 1 linda .....Uu· a Pm. d nhor OrlO. indo do

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Rua Int p,. •

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ad , Ru de re('olhfndo no

A . . . . . . . .1&1.... Imagcm 15Fonte Diario de Pernambuco., 1893

lmagcm 16Fonte D iario de Pernambuco., 1980

Convite poro prestigior 0 ProcissOo de Cinzos, 0 quol tinho como porte do seu trojeto 0 ruo Bispo Coutinho. Quose cem onos mOis torde, 0 ruo continuo 0 fOler porte de procissOes, como verificomos no noticiario do dio 3 I de mor<;:o de 1980. Desto vez 0 ProcissOo do Senhor Morto. (Imogem 16)

160


5acerdofe erque a fac;a COrllocando foda a f'7o??a •

Ne?= evenfo que conqrac;a Senfe de foda? a? rac;a? NUf'7a f'7e?f'7a ef'7or:;ao, E?fa /(izof'7ba

e no??a Con?fifuir:;ao

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Vef'7 a lua de L-uanda Para iluf'7inar a rua No??a =de E Oue

e no??a =de

° apharfdd = de?frua -

Vale:u, ZUf'7bi...

-


Faixa 10 - Kizomba, a Festa da Ra~a - Unidos de Vila Isabel - 1988 Compositores: Rodolpho, Jonas e Luiz Carlos da Vila Interprete: Gera e Jorge Tropical

https';/open.spotiF),.com/mck/7udazmJZ9KMOOwGUwTHL9s


, (

.


Ilustra~ilo

e

10 - Nossa sede nossa sede

No camayal de 1988, a Unidos de Vila Isabel ganhaya seu primeiro camayal e gritaya pela sua maior yontade: ter sua guadra. A escola ensaiava nas ruas de Vila Isabel e seu refrao desse camaval antologico ela nilo so fazia uma grande Kizomba ela marcaya seu espa~o, seu territorio e aclamaya pela sua cede. E nilo e diferente com a Escola de Samba Preto Velho, a mesma luta arduamente para manter sua sede no Alto da Se, e consta da sua funda~ilo a partir do momento gue a sede e agraciada aos fundadores da escola. Uma escola sem cede, uma escola scm terreiro, uma escola sem terreiro, ela na~ e ninguem! A territorialidade faz parte da essencia das escolas de samba, as guais gritam pela sua comunidade e seu povo, seu bairra, seu morro, sua fua.

c


2.4 0 ote - 0 bem construido Em 1988, a Unidas Vila Isabel, escala de samba do Rio de Janeiro, fazia uma grande 'Kizomba' no Sapucai, e juntamente 00 cantor os cem anos do fim do escravidao, a escola ofirma va no refrOo do seu samba 0 onseio em ter sua

quadra, "nossa sede e nossa sede .." 0 que firmava nOo somente 0 grito de Festa pel a liberdade que ali se comemorava, mas pela sua Onsia de ter sua sede oficia!. Para quem conhece 0 mundo das escolas de sambas, sabe que a posse de uma quadra tem um significado extremo que vai alem do utilidade como um espa<;:o para ensaios para os desfiles, rodas de samba ou shows. As quadras das escolas de samba possuem em suas comunidades um popel social fundamental, 0 qual podemos verificar ate mesmo no Escola de Samba Preto Velho., alem de re fe rCncias que ancestralidade, aspectos de territorialidade, como verdadeiros terreiros espirituais de candomble ou umbanda. A rela<;:Oo de identidade e territorialidade entre os usuorios, moradores e visitantes para com as manifesta<;:Oes simb6lico-culturais nos arredores do Alto do Se, enriquece e materializo os signos que definem a identidade dos sujeitos que usufruem, que por sua vez, constituido dos elementos que com pOe esse espa<;:o, atribuindo uma identidade oeste territ6rio, proporcionando um lugar. detentor de expressividades culturais.

16S


Evidencia-se a territoriolidode formada juntomente oos morodores, e das interfer~ncios

frequentes devido 0 forte turismo 00 local. Diante deste foto,

observo-se que 0 GRES Preto Velho como elemento de identidode culturol direto para 0 comunidode que reside no Alto do Se, no proprio sitio historico inserido enos orredores do Cidode Alto. Quonto 00 objeto como bem orquitetOnico inserido num conjunto urbanistico e paisagistico de volor culturol, vole -se avo liar seu estodo de conservacOo. Quontos aos orgOos responsoveis pdas suas fiscolizocOes, visto uma gronde preocupacOo com estado de conservacOo dos bens, sendo 0 bem outuodo pdo IPHAN por inopropriados modificacOes no estrutura fisica do edificio. Como p roblemotiza PEDROSA (20 I I ), em suo dissertacOo, sobre 0 estodo de con servo cOo do conjunto orquitetOnico civil no CHO, em que 0 sitio sofre com 0 promocOo de intervencOes orquitetOnicas no conjunto civil potrimoniol que alterom otributos morfologicos e tipologicos que contribuem poro a perdo de volores

urbonisticos,

arquitetOnicos,

ortisticos

e

poisogisticos

que

forom

atribuidos 00 Sitio como PotrimOnio Culturol do Humanidade em 1982. Ao analisar 0

edificio se evidencio, em meio 00 conjunto inserido, umQ

arquitetura vernoculor otraves do

presenc~

de corocteristicos comuns, pelo

sistema construtivo e 00 casario de seu entorno, 0 qual compos to por:

166


I) a Iacalizocoa do late no quadra, par meia de Iates estreitas; 2) a lacalizocOa do edificio no lote, geminado nos duos laterais, ou seja, no limite do late; 3) adaptacOo do terreno e edificacOo no topografia do terreno; 4) nos aspectos volumetricos, sao observados as linhas de cumeeira paralela 00

alinhamento do rua, a inciinacOo das oguas.

5) Fachada com modificacOes e adaptacoes sao logo do suo historia, com uma lingua gem de pastiche, vide uma

refer~ncia 00

casario mais nobre do

entorno do Se; 6) sistema de coberta, com estrutura em madeira (troves, caibros e ripas), as quais com 0 passar do tempo fora m alteradas, adaptadas, e, devido a fa lta de urn profissionol apta a intervir num edificio que possui coracteristicos

peculiares, a coberta fOi perdendo, 00 longo do tempo, suo integridade, e ate mesmo se disfinguindo do casario inserido; possui seu fechomenfo por

meio de telha tipo cerOmica colonial, tipo capo e bica, com be ira I e platibanda com calha; 7) alvenaria tipo mista, composta por tijolo de 8 furos e pedras; 8) revestimento do alvenaria em argamassa de col e areia; 9) revestimentos internos do piso em cimento queimodo, cerOmicos;

IOJ quintal revestido de cimento queimado, nOo possuindo solo impermeovei.

167


Quanta aas usas do espa<;:o, evidencia-se uma configura<;:Oo de adapta<;:Oo interna do edificio para usa tipo 'salOo', tendo suo porte coberta em suo grande porte aberta para as roda s de samba e festivid ade, passu indo apenas quatro cOmodos, a bilheteria, a bar, um deposito e as sa nitorios. Devido a nOo autorizo<;:Oo para levantamento do edificio e impedimenta de plantas baixas par porte do IPHAN, devido a autorizo<;:Oo do proprietorio , seg ue uma planta esquemotica do late,

lmagcm 17 - V ista da Caixa Fonte Autor dcsconhccido,

168

D'agua

51 Ano

Imagcm 18 - V ista da Caixa D'agua de Olinda Fonce Autor desconhccido, 5/ Ano


,

GBESEBETO VEl HO-= I

..... .... .

,

Imagcm 19 - Fachada do GRES Prcto Vclho. Fonte: Auror Dcsconhcc ido, S/ Ano

Imagcm 20 - Fachada do GRES Preeo Vclho. Fonte: Autor Dcsconhccido, 5/ Ano

tN5PRfTU

Imagcm 2 1 - Fachada do GRES Preeo Vclho. Fonte: Autor Dcsconhccido, S/ Ano

Imagem 22 - Fachada do GRES Prcto V d ho. Fonte: Autor Dcsconhccido, SiAno

169


3

--- - -----

4

, ,,

Imagcm 23 - Fonte: Blogposr da escola, S/ Ano

Imagcm 24 - Planta Esquema - 1: Salao 12: Bilhctcria I 3:Bar 14: T crrciro; 15: We Fern.; I 6: We Masc. I Scm escala Fonte: 0 Auror, 2019

I

lmagcm 25 - Fonte: Blogpost da cscola, 2012

170

lmagcm 24 - Corte Esqucmatico I Scm cscala Fonte: 0 Autof, 2019


o

?Of'1

E faz

do

f'1eU

f'1eU

faf'1bor ecoa, ecoa pdo ar

corcx;Oo COf'1 ef'1o<;:Oo pu/?ar

/wade a a/f'1a, a/ucina ,

E vida, for<;:a e vibrcx;Oo!

I?e??OQU da nafureza, Prif'1ifiva cOf'1Uniccx;i.io ,

Da Africa do? no??O? ance?frai? Do? deu?e? no? foque?, rifuai?

L L

r

ef'1

bafuque, fm f'1aqia, fef'1 axe!

o poder que confaqia quef'1 fef'1 fe! N a qinqa do corpo, ef'1ana a/eqria De?perfa foda enerqia

-


Faixa 09 - Tambor - Academicos do Salgueiro - 2009 Compositores: Moises Santiago, Paulo Shell, Leandro Costa e Tatiana Leite Interprete: Quinho

http,,//open.spotifyocom/track/ 1OoS)"qqhNbOdhm7EOGXgrB


2.4 0 samba - Ancestro idode Dos cong~neres a 0 indo A musiealidade afrieana esto notoriamente refietida nos aeordes do samba, g~nero

musical

tido

como

urn

dos

ritmos

brosileiros

mOis

conhecidos

mundialmente, resumindo um dos maiores atributos dodos a uma eseola de samba.

o

samba surgiu nos terreiros brasileiros por meiO do deriva<;:Oo de batuques

produzidos por negros escrovizodos,

em

que os mesmos remetiom tol expressoo

os suas aneestralidades. Rituais religiosos que foziam assoeia<;:Oo a elementos do natureza, gerando uma difusOo ritualistiea atraves do bOil ado e do toque

,

de tambores de eouro estieado, gerando umo percussOo e, consequentemente, uma

dan<;:a earaeteristiea.

lmagcm 26 - Pintura de J. Mortiz Rugcndas rcgistra 0 baruquc de ncgros no Brasil do scculo XIX Fonte: Commos

173


Sobre 0

etimologio do polovro sombo h6 diversos consensos por porte

doqueles que historiom esse ritmo genuinomente brosileiro. 0 primeiro registro em

meio fisico, se tem em 1838, no estodo de Pernombuco, especificomente no revisto 0 Coropuceiro. Com divergencios por porte dos estudiosos sobre 0 o rigem do sombo e do polovro proprio mente dito, temos o lgumos defini<;:Oes dionte do reo I origem por porte dos pesquisodores e historiodores, tem -se, segundo Nei Lopes, origem etnica quioco, significondo 'brincor', entretonto, para outros historiodores vern do

quimbundo "sembo", com significodo de oro<;:Oo ou umbigo, nome este que designo um ritmo oindo p roticodo pelos povos ongolonos. Como dito, 0 musico poro os religiOes de origem ofriCO no, conformovom um dos otributos que compOem 0 rituol religioso como todo, e no umbigodo, 0 botuque e don<;:o estovo diretomente ossociodo 00 sogrodo po ro esses povos, otroves do ossocio<;:Oo com elementos do noturezo e rituois de fertilidode, e tombem, 0 umo for<;:o moior 0 quol eles cultuovom e ocreditovom.

174


A partir do Semba, dan<;:a africana do Congo e Angola, que as portugueses descobriram no seculo 18, que a etnalogo Camara Cascudo descobriu trCs tipos de dan<;:as que continham a base do ritmo que originou as sambas brasileiros. Essas dan<;:as

sen a dan<;:a do umbigada, a de pares e a de roda.

Trazidos 00 Brasil pelos escravizodos, esse ritmo e dan<;:a, se desenvolveram-se em uma area de colonizo<;:ao que vai desde a Maranhao ate Sao Paulo, recebendo em coda estado brasileiro, um nome diferente e um jeito diferente de se expressorem e serem tocados. Dessos romificoc;Oes deste ritmo ofricano,

originaram-se ritmos como a Tambor de Crioula no Maranhao; a bambela no Rio Grande do Norte; a coco, a milindo, a Piaui e samba no Ceara e no Paraiba; a coco de parelha trocada, a coco solto, a troca parelha au coco trocado, a virado e coco em fileira em Pernambuco; a samba de roda e a batebau no Bahia; a jon go, a samba-Ien<;:o, a samba-rural e a samba de rod a em Sao Paulo; a caxambu, a jon go, a samba e a partido alto no Rio de Janeiro. No

configura<;:ao

atual

das

escolas

de

samba,

encontramos

diversos

seguimentos tradicionais que utilizom do dan<;:a como forma de expressao artistica; temos a bail ado do mestre-sola e porta-bandeira, a ala de passistas e ala de baianas.

175


o

casal de parta-bandeira e mestre-solo apresentam-se usando trajes que

representam a nobrezo do seculo XVIII, porem com adi<;:oo de elementos mais volumosos e trabalhados em plumas, paetes e pedrarias. Historicamente falando, o surgimento do figura do casal nos escolas de samba vem do periodo do coionizo<;:Oo quando a corte portuguesa realizova 0

entrudo nos casas

grandes. Registro constatam que durante 0 entrudo, um casal de escravos, encantado com a festa, passou a acompanhar 0 movimento andando atras do festejo, observando 00 longe 0 bailor elegante do corte com suas roupas de gala. Com 0 passar dos anos, os negros adota ram 0 entrudo como uma festa, e durante as festividades, um casal imitava seus senhores, com tons de gozo<;:Oo. Com 0 passa r, do tempo 0 casa l passou a fazer po rte do tradi<;:Oo do festa. Tornando um dos elementos que conformam a identidade de uma escola de samba. Nos des files das escolas de samba por todo 0 Brasil. 0 casal apresenta um bailado avaliado pel a corte julgadora,com uma apresenta<;:Oo especial para os jurados, com 0 objetivo de atingir a nota maximo. Tendo como criterios de julgamento, 0 bailor suave 00 ritmo do samba, fazendo passos considerados obrigotorios, como meneios, giros, meios- voltos, mesuras e torneados.

176


Alem desses criterios, 0 cosol e iulgodo pelo hormonia entre 0 seu bailado, a intera<;:Oo entre os mesmos, pelo corteio do mestre-solo em prote<;:Oo e cortesia a porta-bandeira e 00 seu pavilhOo. Considerando, tambem, para a portabandeira, aspectos como 0 cuidado de nOo deixar enrolar a bandeira ou bater no corpo do mestre- solo, de fo rma graciosa e correspondendo aos corteios do mestre- solo. A vestimenta do casal deve apresentar aspectos como,acabamentos

bem

feitos

e

extremamente

luxuosos,

adequadas

6

apresenta<;:Oo e 00 enredo defendido. Outra expressOo de dan<;:a encontrada nos escolas de samba, sao as tradicionais alas de passistas, que renetem 0

verdadeiro samba no pe.

Tradicionalmente, das fo ram chamadas de cabrochas, para as mulheres, e bambas para os homens. 0 passista, no atualidade, e uma das poucas figuras das escolas de samba que fozemos rela<;:Oo do samba no pe, que serio a fusOo do musica, ritmo gerando 0 movimento de dan<;:ante. No escola de samba Preto Velho, as passistas que compOem a 010 durante os desfiles no periodo momesco, sao dos bairros dos arredores do Sitio Hist6rico de Olinda, vindo do Amparo, Guadalupe e bairros adiacentes.

177


178


Vipra, oh r'lima Vila II 5ua alr'la ler'l neqra vocar;50 •

50r'lof5 a pura raiz do f5ar'lpa Oale r7CU pci/o a

af5Ua pulf5ar;50

Incorporra oulra va Kizor'lpa E =que na r'lif5f550 Tar'lpor africano ecoando, =10 fei/iceiro Na cor da pele,

L L

0

neqro

L.J 5er'lpa de 16, que eu f5ar'lpo de c6 J6 clareou 0 dia de paz

-

Vai ref5=ar 0 canlo livre NOf5 r7CUf5 lar'lporef5,

0

=mo vive

-


Faixa IO - Voce Semba de La, Que Eu Sambo de Co - 0 Canto Livre de Angola - Unidos de Vila Isabel - 2012 Compositores: Evandro Bocao, Arlindo Cruz, Andre Diniz, Leonel e Artur das Ferragens Interprete: Tinga

https';/open.spotiF)'.com/mck/SoOLeeXCxAh96bMeI v02LM


2.5 Levantamento historico do Gr~mio Recreativo Esco a de Samba Preto Ve ho 1974 • Umo familia de ortesOes. do Golerio Preto Vdho (Imogem 28). de esculturo em

madeira de tolho de

Olinda oos domingos fozem rodos de samba no fim do tarde. opos 0

fechomento do golerio.e oos

poucos otroem morodores do Alto do Se e orredores; • Em 24 de dezembro de 197 4 a Escolo de Samba

Imagcm 28 - Foro da Galcria Prcto Vclho e sells

Preto Velho e fundodo no ruo Bispo Coutinho. 58 I.

Fundadorcs. Mcados da decada de 70 Fo nte: B1ogpost da cscoia, SiAno

no Alto d o Se pdo grupos de ortesOes do Golerio Preto Velho.

a ---

--------------

1976 • Primeiro regist ro no Jornol Diorio de Pernambuco (Imogem 29 Anexo 50 I) data de 7 de novembro de 1976. on de 0 Pre to Velho e citodo como a escolo

de do Velbo e a Or. de J'mo •

lmagcm 29 - Fonte: D iario de Pernam buco, 1976

de samba do persona gem que gerou 0 fomoso bloco do quarto de cinzos Bocolhou do Bototo.

181


.. ..... ... _ ..

.~

1977

-~

• 0 samba do Preto Velho come<;:o a obrilhontor •

porficipondo dos festivos cornovolesco. E umo dos otro<;:Oes do bloco

Elefante (Imogem 30 -

Anew B 03) • Porticipo<;:OO no progromo<;:Oo do Micoremo, no Ruo do Bonfim, gonhodoro do premio de melhor decoro<;:Oo

do

cornovol

anterior.

Noto- se

a

relo<;:Oo entre os festejos , com a presen<;:o do Imagcm 30 - Fonte: D iario de Pernambuco, 1977

samba do Preto Velho, ocontece a procissOo do Ressurrei<;:Oo do Igrejo de Sao Francisco percorre o SHU Cimogem 3 I - Anew B 04) As

relo<;:Oes

dos monifesto<;:Oes cornovolescos

juntomente com

as

festividodes

religiosos

do

e

umo

igrejo cot6licQ, com prociss6es e missos,

dos co rocteristicos dos festividodes do culturo b rosileiro, Umo fusOo ent re 0 sogrodo e 0 p rofono.

Tamhthn em Ullnda nail fahara 0 Micoreme. cuja resla ocontecerli nn Rua dll Hllnlim - vencedora dll (~)O. CUI'!!O de nrnamenlal;i1o do camaval pOAAlldn. Prese n~a da eKcola de Sa mha Prelo \'e· Ihll e Gremin musical Henri. que DiaH. que animarau " lil· lio . 0 Prefeiln enl rt'l1orti 0 I "t;" all vencedur. Imagcm 31 - Fonte: D iari o de Pernambuco, 1977

182


~-

1978 • 0

usa do espo<;:o publico como meio de

territoriolidode. expressor seu sombo. por meio de seus

botuqueiros.

de

forma

grotuito.

Oli IIda (! /garmJSu re", d . . ,aque.· lias opcoes de ltoil'. para 0 lazer

com

porticipo<;:Oo do publico que vis ito Olindo

a

I

procuro de lozer Clmogem 32 - Anexo B 08l. Os

ritmistos

fornam

caroter

importonte

no

identifico<;:Oo do ogremio<;:Oo. os 'botuqueiros fornom protogonismo 00 referir - se

a

.. ........ , ....t"' •••

m

I

escoio, visto

d

• •

que sao des que produzem 0 som corocteristico dos escolos de sombo.

nd

r

um r m

pu

1

lmagcm 32 - Fonte: D iari o de Pernambuco, 1978

183


--------------

1978 • Nos vesperos do cornovol de 78. a samba

Preto

Velho

j6

escolo de

despontovo

progromoc;:Co do cornovo l. como divulgodo janeiro. do

no

em

mesmo ono. pelo Prefeituro de Olinda.

(Anew 5 OS). Informondo a soido do desfile a frente do Golerio Pre to Velho. no alto do Se.

o

e

1080 •

o , ,

I

lugores que 0 Preto Velho marco presenc;:o

comec;:om a ser revelodos. a re loc;:Co com a suo sede. seu entorno imedioto.. com a proc;:o do se e a ruO 5iSpo Coutinho. Alem de se torno umo entidode cornovolesco se despontondo como relevonte destocodo

no no

cornovol

olindense.

progromoc;:Co

juntomente a trodiconois blocos

do

Sendo cornovol.

e monifestoc;:ces

cornovolescos de Olinda. como Homem do MeioNoite. Mulher do Dio. entre outros (Imogem 33 Anew 5 07)

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Imagcm 33 Fonte: Diario de Pernambuco. 1978 7

184


1979

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Imagcm 34 - Fonte: Diario de Pernambuco, 1979

185


1979

.• Comeram bacalhau do Balalo, " em compaclo

on.

'0 Cutrftitu cI. e 0 PNco VIIIIo (04'_ 0 . . . ulhau do 8001111 d.. Virwtllll do Belno Plo.o" • 0 _ do rompllt'lo d. rm'O I·~.do peIae_. poIilotco SfrJio BI.. len • A~ do «rto VioIl. 0. uml li'eaem de doie mil cIiIcoI, -.de 16 fill

ea..

-e,ldidl. """0 ........... rGM. . . . . . . . . . , • mia. Nclo Rio 01 1'01"1",, nil IojM de dIecae .... _ . IX" ime di_uIalfio que I I NdIcII clio _ nOo ni u , .....t......... nplicou Ah •• que . . . . . _ _ doe lulum du mit i.......11_ I II(io do dIeco.

rr.-. .....

DISCO

No romplt'lo ootio 01 ( . . . . . " ..., • 16 _ illo." .."0 ~i~OrId~ ~HiJ... nndo .'!'~_~ C•..mln» QII •• mo .,... • "Sonho Tropirll". que • 0 • SuI. PreiO V 1110. As mu.icil Iio ....u.... :JllIoe _ ..... do ('oo«rto VioIl: ZUII. no "vlllU-iIo; a.n.u DO hailo e ne heleril: e Boto ('he ........ DO . .do. Ape ... dl de COIIIIIIIir ~ . . nil . . rompolit.... nio KhuI riIIda

COMPAC10 DUPLO DE CAaNA VAL - Lan~ado ,...,,,,,, ••

mntl,. rom opoio do EMPETlJR. o primri'" tlilca do CamGt'ol d~ Olindo. 0 romparlo duplo foi

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Imagcm 35 - Fonte: D iario de Pernambuco, 1979

186

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Imagcm 36 - Fonte: D iario de Pernambuco, 1979


1979 • As reportage ns para 0 carnava l de 79 jo refiete com mais consistCncia, a afirma<;:oo do escola no carnaval de Olinda, desde a suo reperc ussoo e as rea<;:oes dos folioes durante seus ultimos desfiles. • Para este ano, a escola canto um enredo que aborda a historia de Olinda no periodo holandCs, e jo destaca, (lmagem 34), como a agremia<;:oo vem compost a para este desfile. As rela<;:oes com a comunidade se afirma, e 0 popel social se destaca neste ano. 0 samba de enredo toma popel relevante como articulador entre a comunidade carnavalesca e a agremia<;:oo. Devido a grava<;:oo do samba enredo juntamente os music as de outras ogremio<;6es cornavolescas;

• E apesar das dificuldades em por 0 carnaval no rua, a escola destaca a ambi<;:oo de se torn a uma das maiores escolas de samba de Olinda.

1980

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Imagem 37- Fonte: Diario de Pernambuco. 1980

187


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1980

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lmagem 38 - Fonte: Diario de Pernambuco, 1980

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lmagem 39 - Fonte: D iario de Pernambu co. 1980

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1980 •

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Imagcm 41 - Fonte: Diario de Pernambuco, 1980

189


1980

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Imagem 42 - Fonte: D iari o de Pernambuco, 1980

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Imagem 43 - Fonte: Diario de Pernambuco, 1980


1981

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• 0 dub. do l".o do Ampsro, iCcebed uma dtooelclD t.oda em praia • bn~ Q\M lie IImWID I t ...... ultld" P". 00 traIao.t.Q_ que compaa ie.rle ao Va.ourinh', Para .. dan· ~u. locario 0 Banda Honrique DI.. 0 0 Po colo ck SalDba Pitta V.lho do 86. A 'do Patnicio NUINno. Roprie'BrutuI 0 Ricanlo do CUIIO.

Imagcm 45 - Fonte: Diario de Pernambuco, 1981

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1982

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M ilufl,

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t'nnut'l.

PrlCI Oant.. Barreto, l)r.(,1 do Carma. 8onfim. Qultro C.ntol , 13 d. ~,.'o. Ht.nnque Diu. JoAo

Lope, V."dooro, Si,i•.

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corqrilOal. Nale lno. I I.mniltio pmtari lri· buto ., Camaval Olinda· Patrlm6 nio Cultu ral da Hurnanldad•• Mmtnllltm a Clkiio NI.m e .ira .. 18 horu do Alto d. S. (do. min." uSa IIn:vop &eft. · (till.

A dlretoria da PrelO V.lho. Iln"- dot aim.· VllttcOI HertOio Bell" mino. Jot'I. Lobo. Ptdto

AIaln, WlndD'. Tcnho. 1Ma • outf'Ol. detenvolv. _ClIp no .ntldo eM raa. Uma boa ..... 'nta(1o no Cernay,1 dUle Ino na Marim dol Cat.

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Imagcm 46 - Fonte: Diario de

Imagem 47 - Fonte: Diario de

Pernambuco. J 982

Pernambuco, 1982


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1983

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Imagcm 48 - Fo nte: Oiario de

Pernambuco, 1982

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,·t'ndedorH .rnhul"n'" clUt Mhem e <lffettm I.-

ct.-Iru rnt~ndn "anc." .. flIlIH,la,...: de Olinda dv '''I,inquei~ 'In. tnfelI"m n Alto d" ~ . Sf.undu H.rdllo fWhnminn. III "criAfin de .Inhl#,.iu (""",alho revive

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Imagem 4 9 - Fonte: D iario de Pernambuco. 1982

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1984

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lmagem 50 - Fonte: Diario de Pernambuco, 1982

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lmagem 5 1 - Fonte: D iario de Pernambuco, 1982


Anos 2000 Carnavais da Escola d~ Samba Prno V dho Coloca)1o

2

Campea

lOll

2012

4° lugar

Enudo

Grupo

I

Especial

I

Uma viagem cultural, Pernambuco, imortal. imortal!

Da origem cia vida, a cada dia a dia, as maas em forma ~ fantasia VOll dan~ar,

vou festejar, balan\ar, fazer

zueira, numa viagcm as festa.s brasilciras.

o piano mjnha paido, a musica uma vida inteira muito prazer, sou Nelson Feneira

Camavalesco Mario Canuto Mario Canuto Mario Canuto

Ricardo

Angeira~

Tabcla 01. Fonte: B1ogpost da cscola. 2008

·Apenas em 2009 que oGRES Preta Velha conseguiu desfilar 00 lado das grandes escolas de ReCife. As letras dos sambas de enredo desses 4 carnavais estoo no anexo D deste trabalho.

195


2008

lmagcm 52. Fonte: B1ogpost da escola. 2008

196


2009

lmagcm 53. Fonte: B1ogpost da escola. 2009

197


2009

lmagcm 54. Fonte: B1ogpost da cscola. 2009

198


2012

lmagcm 55. Fonte: B1ogpost da escola. 2012

199


2012

lmagcm 56. Fonte: B1ogpost da escola. 2012

200


,

11aje?fo?a Irfrica C?er<;:o do? ('}CU? ance?frai?

K eflefe no e?pelho da vida II ?aqa da? neqra? e ?eU? ideai? K aiz da cria<;:ao

L L

Do f7ifo a hi?f6ria, 5eduzindo a realeza

Candace?, (7Ulhere?, querreria?

-

Na lufa", ju?fi<;:a e liberdade

LJ

-


Faixa 13 - Candaces - Academicos do Salgueiro - 2007 Compositores: Dudu Botelho, Marcelo Motta, Ze PauIo e Luiz Piao Interprete: Quinho

https';/open.spotify.com/t"ck/4Dsk2XsSy8FYamRSFdoJ


__

_____________________________________________ .

l_~

, • • • •

3.0 - Identificoc;:ao de otributos e significodos

• • • •

•, • • •• • • •

• • • • •

-

• • • •

• • • •

--}.,~:~!!~~:::~~::!~!:~~~~~!~~

____ J ___________________________ _

••

.

- "..., ------'..;;.;.;;.;;.;_;..;;.~r_;;_.;;_..;;._ _____________ _ _ ,


204


A

Partir do levantamenta hist6rica documental; das

viv~ncias

nos escalas de

samba. nos terreiras de Umbanda e Candambl<<:; das visitas 6 Escala de Samba Preta Velha e a traca de canversas e infarma<;:Oes infarmais cam segmentas e visitantes; das estudas das elementos que campOem uma escala de samba. desde a samba enreda ate a lagistica do pracessa de canfarma<;:Oa de um desfile e de funcianamenta de uma escala; fai passivel fazer uma interpreta<;:Oa das signas que campOem a agremia<;:Oa carnavalesca. e que canfarmam sua significOncia cultural. Diante desse pracessa. das metadalagias de abserva<;:Oa. de desenha de abserva<;:Oa. leituras e vivCncias nos campos que canfarmam a escala. faram elencadas 17 atributas que. cam sua particularidade. e em conjuntos, nos suos diversos formos de interacoQ, reveiam a SignificOncia

Cultural do GrCmio Recreativo Escala de Samba Preto Velho. Sendo elementos sugeridos para valida<;:oo juntamente as agentes envolvidos diretamente com a agremia<;:Oo. para assim. proporciona um documento que fomente as atributos e significados que configuram a essCncia imaterial e material do escola. que representam as valores patrimoniais do bem estudo. para que propiciem melhores diretrizes de interven<;:Oo para a bem. Assegurando as aspectos sensiveis a

interpre tacoo e reconhecimento de cunha imoferiol, os quais

representam a sua singularidade.

205


206


P e:cado

e nao britrar 0

carnaval/

Cne:qou a nora de: f7Udar E rque:r a bande:ira do =>af7ba Ve:f7 a luz

acon=ietria

Que: iluf7ina a re:=>i=>fetria de:=>=>a qe:nfe: baf7ba P e:rqunfe: ao=> ?e:U=> atre:=>frai=>

L L

Do=> anfiqo=> carnavai=> No=>=>a rCK;a Co=>fuf7Cira Oufrora f7arqinalizado, Que: fa=inCK;Oo )6 u?e:i cdif7 bardo

-

Pra de:=>fiIar na 11anque:ira

-


Faixa 14 - Com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco- Esta,ao Primeira de Mangueira - 201 8 Compositores: Lequinh o, Junior Fionda, Alemao do Cavaco, Gabriel Machado, Wagner Santos, Gabriel Martins e Igor Leal Interprete: Ciganerei

https';/open.spotiFy.com/ mck/660Ac2MDjp8pSq9ByyRsD6


3. I - listo de otributos interpretodos N"

ATRIWTOS E SIGNIFICADOS

O[

A sede

02 03 04 05 06 07 08 09

Rodas de samba de cnrcdo Rodas de samba aos domm os

A muslcalidadc

A dan't3

o samba de cnredo Dcsfilc no carnavaI PCf CUfSO do dcsfilc no Sttia H Ist6rico

Contcmpla'tao da paisa em

to

Exprcs.~a() afro-brasll clra

[I

Rcla~t1cs rel l ios:ls

[2 [3 [4 [5 [6

Cscwwra do Preto Vclho na fachada

17

Rua B,spo Coutmho c Pra't:l da SC

[8

Rcsistcncia social

bcw tura do Prclo V clho

o pavilhao Accrvo documental Accrvo foto rMlea

T abela 01 - Lista de Atributos c significados

209


210


3. I . I - A sed e o

volor orquitetOnico, dodo pdo suo sede e

N"

ATRIBUTOS E SIGNIFICADOS

representodo pelo proprio edifico<;:Oo on de se

or

A sede

encontro 0

escalo, renetindo umo tipologio

02

Rodas de samba de cnrcdo

local.

te.cnicos,

OJ

Rodas de samba aos domin os

04

A musical ldadc

OS

A dan,a

do constru<;:Oo do historio de Olindo, os quois

06

o samba de cnrcdo

portir de levontomento

07

Dcsfilc no carnaval

iconogr6fico, converso com usuarios e ogentes

08

Pcrcurso do dcsfilc no Skio Historico

09

Contcmpla,ao da palsagcm

10

l:::xprcssao arro-brasllclra

Verifjcom -se tombem modifico<;:Oes que 0 bem

II

Rcla,ocs rcil iosas

sofre u 00 Ion go dos onos desde 0 inser<;:Oo do

12 13 14

bcultura do Prcto V dho na fachada

IS

Accrvo documental

necessidode de um solOo livre poro os rodos

16

Accrvo

de sombo.

17

Rua B~ Commho c Pra,a da SC

18

RcsistenCl3 sOCIal

nos

moteriOis

e

sistemas

construtivos oplicodos no decorrer do historio

forom

verifjcodos 0

especialistos

escolo

em

de

funcionalidodes

orquiteturo

sombo., do

se

e

constru<;:Oo.

odoptondo

os

como

o

escolo,

Escultura do Preeo Vclho

o pavilhao fOlografico

T abcla 01 - Lista de Atributos c significados

Logo, poro compreender 0 bem orquitetOnico, si tuod o no Alto do Se, se fez necessario 0 embosomento por meio do monual Conservor, Olindo Boos Praticos no Cosorio, em que 0 mesmo fornece informo<;:Oes e porOmetros de interven<;:Oes odequodos 00 Sitio , e tem

2I I


3. I . I - A sed e

UN

osso sede e nossa sede ...·

•• •• • • IS74 G.,:.P • / •i\

•• ••

•• •• •• ••

20lS

•• lmagcm 57: Esquema da cvoluo;ao da pinrura da fachada Fonte: do :tutor, 2019

como objetivo orientar oqudes que desejam realizar obras de conserva<;Oo, reformas ou restauracOo no casario antigo do Cidade Alto. Neste manual levanta informa<;Oes pertinentes e bosicas para compreender 0 contexto do bem analisado esto inserido. A sede e um tipo de terreiro, onde os segmentos do escola de samba fozem suo his tori 0, afirmam suo ancestralidade e soltam suo voz atraves do samba.

212


I

I

I I I

I I I

RES. peETO 'tEl aTI!~z~~!

, • 2i

ct

- G

- \,

I

I

••

, •

I I

I I I I I

1

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

I II I

I

, •

I

I

II

I

,

I I •

/4·04·/9

.I I!

.

,

I

I

II

I I I '

,


Ilustra~ao

I I - Nossa sede,

enossa sede

Sede da ag remia~ao desde 1974. Localizada na rua Bispo Coutinho, numero 68 1 no Carmo, em O linda


3.1.2 - Rodas de samba de enredo "R u ate na lata pra povo sambar!· Desde sua funda<;:oo. as rodas de samba do

N"

ATRIBUTOS E SIGNIFICADOS

Preto Velho sempre estiveram na agenda do

01

A sede

caderno de atra<;:Oes e festividades do lornal

02

Rodas de samba de cnredo

03

Rodas de samba aos domm os

04

A mus icaI ldadc

Os eventos, no moiorio das vezes oos domingos,

OS

A dan,a

chamava os sambistas dos arredores de Olinda.

06 07 08 09

o samba de cnrcdo

Diorio de Pernambuco.

turistos que visitom

segment os.

0

sitio historico, e, claro, seus

Dcsfilc no carnaval Pcrcurso do dcsfilc no Strio Histonco

Conrcmpia,a.o da p31sagcm

IO

Exprcssao afro-brasdclra

II

Rcla,ocs reli losas

12

Escultura do

P rClO

VcIho na fachada

IJ

l:sculcura do Prcro Vdho

14

o pavdhao

IS

Accrvo documental

16

Accrvo fotogdfico

17 18

Rua

B~

Commho c Pra,a da SC

RcsistcnCla social

Tabcla 01 - Lista de Atributos c significados

215


3. 1.3 - Rodas de samba aos dom ingos o domingo sempre

fOi um dio sogrodo para as

N"

ATRIBUTOS E SIGNIFICADOS

rodos de samba do Preto Velho. Tido como um

01

A sede

dio de descanso para muitos, era a forma como

02

Rodas de samba de cnrcdo

as fundodores

03 04

Rodas de samba aos domingos

OS

A dan,a

e

06

o samba de cnrcdo

esquentos de cornovol oindo se ofirmo nos

Dcsfilc no carnaval

tinhom de fazer seu sombinho

de pais de umo semono de trobolho. A efetividode

dos

festos,

celebro<;:Oes

A musicalldadc

caracterfsticos

mOis

a

07 08 09 10

ogremio<;:Oo. 0

domingo no Preto Velho faz

II

Rcla,ocs rcil iosas

12 13 14

bcultura do Prcto V dho na fachada

IS

Accrvo documental

16 17 18

Accrvo

domingos, ofirmondo um dos seus otributos e morcantes

para

porte do memoria do samba olin dense.

Pcrcurso do dcsfilc no Skio Historico

Contcmpla,ao da palsagcm l:::xprcssao arro-brasllclra

Escultura do Preeo Vclho

o pavilhao fOlografico

Rua B~ Commho c Pra,a da SC RcsistenCia SOCIal

T abela 01 - Lista de Atributos c significados

216


3. 1.4 - A musicolidode e refletido

N"

ATRIBUTOS E SIGNIFICADOS

no

01

A scdc

repertorio musicol. Os sombos contodos sOo um

02 03

Rodas de samba de cnrcdo

A produ<;:Oo musicol do ogremio<;:Oo em

seU$

reflexo

contores,

do

proprio

nos

seU$

his to riO

ritmistos e

do

sombo.

do

Roda~

de samba aos domm os

04

A musicalidadc

OS

A dan,a

06

o samba de cnrcdo Dcsfilc no carnaval

sombo,

07 08 09 10

de

II

Rcla,ocs rell iosas

12 13 14

bcultura do Preto V dho na fachada

enredo, sombo rOil, pogode, swingueiro e todos

IS

Accrvo documental

os ritmos que 0 Sombo do Preto Velho obro<;:o

16 17 18

Accrvo

ogremio<;:Oo e dos pessoos que oli convivem. 0 sombo

e

0

e VOl

de um povo, 0 tombor que ressoo

pulsor em vibro<;:Oo e os ocordes do

melodio dos sombos sOo 0 forma de envolver os

signos

que

conformarom

o

oncestrolidode, percussOo, negritude e

VOl

urn povo.

Refletidos em sombos de rodo, sombos de

e envolve oqueles que se deixom levor por esso musicolidode.

Pcrcurso do dcsfilc no Skio Historico

Contcmpla,ao da palsagcm l:::xprcssao arro-brasllclra

Escultura do Preeo Vclho

o pavilhao fOlografico

Rua B~ Commho c Pra,a da SC RcsistenCia SOCIal

T abela 01 - Lista de Atributos c significados

217


<

/t7-


Iiustra,ao 12- Na ginga do corpo, na banda do pe. Axe! Axe Deshle e dan,a dos folioes e integrantes da GRES Preto Velho pelas ruas do Sttio Historico.


3. 1.5 - A danc;:a A

don<;:o

e

um

representotividode

dos no

elementos

de

moior

N"

ATRIBUTOS E SIGNIFICADOS

do

01

A scdc

sombo. Derivodo

coda grupo de don<;:o e escolos de sombo.

02 03 04 I 05 06 07 08 09 10

Agregondo 00 bOilodo influencios de outros

II

Rcla,ocs rell iosas

12 13 14 15 16 17 18

bcultura do Prcto V dho na fachada

comunico<;:Oo corporol desde os primordios, dos

ofriconos,

oncestrais

que

utilizom

dos

movimentos do carpo para cultuar e reverenCior

seus orix6s e mestres espirituois.

o sombor

nos rodos do Preto Velho

e umo dos

express6es artisticos tao genuinas e comuns de

ritmos locais.

Ao Ion go do historio do GRES Preto Velho verificomos os rodos de sombos e des files que 0 boilodo

coracteristico

esto

diretomente

presente e ossociodo 0 todos os eventos que

ocorrem no agremio<;oo.

Rodas de samba de cnrcdo Rodas de samba aos domm os

A musical ldadc A dan,:l

o samba de cnrcdo Dcsfilc no carnaval Pcrcurso do dcsfi lc no Skio Historico

Contcmpla'tao da palsagcm l:::xprcssao arro-brasllclra

Escultura do Preeo Vclho

o pavilhao Accrvo documental Accrvo

fOlografico

Rua B~ Commho c Pra,a da SC RcsistenCia SOCIal

T abela 01 - Lista de Atributos c significados

220


,

I I I I I I

I I I

I I I I I I

I I I

I I I

I I I

I I I I I I I I I I I

I I I

I I I

I I I

I I I I I I

I I I

I I I I I I

I I I

I


Ilustra,ao 13- Nos Quatro Cantos cheguei Bailado da Porta-bandeira e do mestre-sala Nos Quatro Cantos em O lind a


3.1.6 - 0 samba de enredo Intitulada como PatrimOnia cultural do Brasil. a samba-enreda. em destaque nesse trabalho. ultrapassa as fronteiras do Cidade Maravilhosa. do limite geopolitico. e se lan<;:a no territorio no cion 0 1. assim. percorrendo e adentrando por todo 0

territorio brasileiro.

contribuindo carioca,

para

tornando

alem um

se

do

bem

afirmando e cultura

de

local

identidade

nocional. E um dos atributos mais relevantes do Samba do Preto Velho. Tomado

como umo dos

atributos mais relevantes de sse bem. Sendo nOo apenas simples g~neros musicais. mas uma forma de expressOo. que refiete modos de socializo<;:Oo e referencias de pertencimento .. sendo tambem referencia cultual brasileira. Atributo presente em todas as festividades e

N"

ATRIBUTOS E SIGNIFICADOS

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

A scdc Rodas de samba de cnrcdo Rodas de samba aos domm os

A musical. dade A dan,a

o samba de cnrcdo Dcs f-ll c no carnaval Pcrcurso do dcsfi lc no Sitia Historico

Contcmpia,ao da paisa em Exp rcssao afro-brasllclra

II

Rcl:u;{)cS reli iosas

12 13 14 15 16 17 18

bculwra do Preto Vdho na fachada Escultura do Prcco VcIho

o pavilhao Accrvo documental

Accrvo foLO rMico

Rua B,spo Counnho c Pra,a da SC RcsistcnCl3 social

T abcla 01 - Lista de Atributos c significados

eventos no ogremio<;oo.

223


3. 1.7 - Desfi e no corn o va

un

i ecada

o

e nOo brincar 0

corn oval!·

N"

ATRIBUTOS E SIGNIFICADOS

01

A sede

02 03 04

Rodas de samba de cnrcdo Rodas de samba aos domm os

expressOo cultural artistica excepcional.

OS

A dan,a

o

06 07 08 09

o samba de cnn-do

desfile durante 0 carnavol. especificamente

no terc;a feira de carnaval.

e um

dos atributos

mais rdevantes do bem. Ele envolve um fusOo dos

seus

demais

atributos.

desfile do escola

esperados

pda

e

fozendo

uma

um dos dias mais

agremiac;Oo.

a

produc;Oo

criativo de indumentarias, fantasias, elementos

A musicalldadc

Desfilc no carnaval Pcrcurso do dcsfilc no Skio Historico

Contcmpla,ao da palsagcm

alegoricos que fundem a essCncia das escolas

10

l:::xprcssao arro-brasllclra

de samba, um profusOo de cores. significados e

II

Rcla,ocs rell iosas

12 13 14

bcultura do Prcto V dho na fachada

IS

Accrvo documental

16 17 18

Accrvo

representativi dade.

Escultura do Preeo Vclho

o pavilhao fOlografico

Rua B~ Commho c Pra,a da SC RcsistenCia SOCIal

T abela 01 - Lista de Atributos c significados

22 4



Ilustra~ao

14 - Pecado

enao brincar 0

carnaval

Desfile da Escola de Samba Preto Velho arrastando multid6es descendo a Ladeira da Misericordia no periodo momesco na ter~a-feira de carnaval. Ao alto 0 detalhe da torre da Igreja da Misericordia. Marcando urn ponto focal.


3.1.8 - Percurso do desfi e no Sftio Histo rico Nos cornovOis do inicio do decodo de 80. 0

N"

ATRIBUTOS E SIGNIFICADOS

01

A sede

02 03 04

Rodas de samba de cnrcdo Rodas de samba aos domm os

OS

A dan,a

expressondo suo monifesto<;Oo culturol, onde

06 07

o samba de cnn-do

podemos observor os reiocoes entre os ogentes

08

Pcrcurso do dcsfilc no Sieio Historico

do ogremiocOo, os morodores, os foliOes e,

09

Contcmpla,ao da palsagcm

10

l:::xprcssao arro-brasllclra

II

Rcla,ocs rell iosas

12 13 14

bcultura do Preeo V dho na fachada

IS

Accrvo documental

16

Accrvo

percurso do desfile do Escolo de Sombo Preto Velho ero divulgodo no Diorio de Pernombuco, e tol otributo do bem, e pertinente po ro suo SignificOncio, visto que e 0 oproprio<;Oo

do

principolmente, territoriolidode

espo<;o

os

suo

do

seu

relocOes

ofirmodo

0

forma de en torno,

espociois,

co do

0

lugor do

Cidode Alto. Vole solientor os pontos focois, os de porodos e os elementos orquitetOnicos, monumentos

urbono

e

sOo

juntomente

com

colocodos

estrotegicos de forma que 0 espociolmente.

0

como

troc;ado

A musical ldadc

Dcsfilc no carnaval

Escultura do Preeo Vclho

o pavilhao fOlografico

pontos

17

Rua B~ Commho c Pra,a da SC

foliOo se situe

18

RcsistenCia SOCIal

T abela 01 - Lista de Atributos c significados

227


r're,o A

onln. r ~::.roll d. Somhl

II

.ir'

Prf'1O V.lho do Allo dl SO I port;, d.. 18 hore. do domin,o. ptrt:Oflendo o. Nil Biapo Coutinho, Mon.. Mlril, Lo..., do Amporo, Flria :.;.... Sobrinho. Sol. Dtodoru dl

F,.,

'0

f'onu('l. Mi,U.I. P'I(,I Olntl. Ba rreto. Pra(,1 du Carmo, 8onfim. QUit,. Clnlol, 13 de MilO. Htnrique Diu. Joio Lopo, Vlredouro, Si.i., mundo Gon('lh·et. PrI(,1 do Jlrlre, Clrmo, Bonfim, Lodelre dl SO e Bilpo Cou, linho, undo _oIho

lmagem 58 - Fonte: Diario de Pernambuco. 1982

228


.

, •

I

/0 · «


A

Ilustra,ao IS - 066, somo a voz do povo. U-m como pode no meio da muladao. Desfile da Escola de Samba Prete Velho arrastando multid6es descendo a Ladeira da Misericordia no periodo momesco na ter,a-feira de carnavaL


3.1.9 - Contemploc;:oo do poisogem Vista panorOmica do Sitio Hist6rico de Olinda, a

N"

ATRIBUTOS E SIGNIFICADOS

partir do quintal ([undos) do agremiacOo, tendo

01

A sede

02 03 04

Rodas de samba de cnrcdo Rodas de samba aos domm os

OS

A dan,a

o samba de cnn-do

descortino do cidade de Recife 00 longe,

06 07

podendo observar 0 Istmo, 0 Porto do Recife, as

08

Pcrcurso do dcsfilc no Sitia Hlsronco

09

Contcmpla,ao da paisagcm

10

l:::xprcssao arro-brasllclra

e ate 0 inicio do zona Sui do cidade do Recife.

II

Rcla,ocs rcil iosas

A perspectiva que os fundos do Pre to Vdho

12 13 14

bcultura do Preeo V dho na fachada

IS

Accrvo documental

16 17 18

Accrvo

como composicOo dessa paisa gem singular a presenca do con vento de SOo Francisco com 0 mar 00 fundo, 0 conjunto de ig rejas do SHO, especial mente avista para Igreja do Carmo, 0

edificacOes que compOem a zona centra l. norte

proporciono,

ofirma

umo

dos

seus

maiores

atributos, que por suo vez, refi ete com um dos otributos que mOis corocterizam e definem 0

SHOo a paisagem singular., rdacOo entre 0 mar, o sitio com seu casario, tdhados terrosos e vegetacOo abundante dos quinto is, jardins e

A musicalldadc

Dcsfilc no carnaval

Escultura do Preeo Vclho

o pavilhao fOlografico

Rua B~ Commho c Pra,a da SC RcsistenCia SOCIal

T abela 01 - Lista de Atributos c significados

pro cos.

231


232


I I I I

I I

I I

... ,

. ;

2

--

to,","

- ...::..

--,

,

I

•--

I

I

- <

GHES. PBETO VEL HO ;.~z~ CO

,


Ilustra,ao 16 - 0 morro desnudo e sem vaJdade Participar das rodas de samba e das festividades do Preto Velho e ganhar 0 privilegio de sambar c contemplar uma das paisagens mais belas e conhecidas mundialmente: uma contempla,ao da Do Sltio Hist6rico do Alto da Se. juntamente com a beleza de seu casario. coqueiros. prdins. conversando com 0 mar e ao fundo 0 descortmo da cidade do Recife


3. I. 10 - Expressoo ofro-brosileiro

As escolos de sombo refietem em seus elementos,

N"

ATRIBUTOS E SIGNIFICADOS

o oncestrolidode ofro. As escolos de sombo

01

A sede

02 03 04

Rodas de samba de cnrcdo Rodas de samba aos domm os

provenientes dos terreiros , dos botuques do negros escravizodos,

e

historio dos neg ros

no Brosil. Refletindo suo

OS

A dan,a

produ<;Oo ortistico e culturol, que perpetuo nos

06 07

o samba de cnn-do

08 09

Pcrcurso do dcsfilc no Sitia Hlsronco

IO

Expressao afro- br;lsileira

II

Rcla,ocs rcil iosas

12 13 14

bcultura do Preto V dho na fachada

IS

Accrvo documental

16 17 18

Accrvo

escolos de sombo.

umo conexoo com 6

A musicalldadc

Dcsfilc no carnaval Contcmpia,ao da palsagcm

Escultura do Preto Vclho

o pavilhao fOlografico

Rua Bif Commho c Pra,a da SC RcsistenCia SOCIal T abela 01 - Lista de Atributos c significados

235


3. I . I I - Rel oc;:oes re ig iosos

As relo<;oes as festividodes religiosos, festo do

N"

ATRIBUTOS E SIGNIFICADOS

Preto Velho em 13 de maio, as represento<;oes

01 02 03 04 05

A scdc Rodas de samba aos domm os

06

o samba de cnrcdo

07 08 09

Dcsfilc no carnaval Pcrcurso do desfilc no Siria Historico

IO

Exprcssao afro-brasilclra

II

Rcla,6es rcligiosas

12 13 14 15 16 17 18

bculwra do Preto Vclho na fachada

do

seu

simbolo

moior

oos

elementos

do

Umbondo, do conexoo espirituol com a lugar, a

ferreiro religioso.

do

samba

Como

um

tido forma

como de

urn

ferreiro

expressor

a

essCncio religioso do samba, refletido tombem no Escolo de Samba Preto Velho.

Rodas de samba de cnrcdo

A musical . dade A dan,a

Conrcmpia,ao da

pal!><l

em

Escultura do Prcco VcIho

o pavilhao Accrvo documental Accrvo foLO rMico

Rua B,spo Counnho c Pra,a da SC RcsistcnCl3 social

T abcla 01 - Lista de Atributos c significados

236


-


Ilustra~ao

17 - OxaJi, derrame ben}'aas sabre n6s


3. I . 12 - Escu lturo do Preto Ve ho do fochodo

A escultura do fachada do agremia<;:Oo e uma

N"

ATRIBUTOS E SIGNIFICADOS

forma de ressiginifcar a reloc;Oo com a sua

01

A sede

historia do galeria de a rtes. pda escultura

02 03 04

Rodas de samba de cnrcdo Rodas de samba aos domm os

rdigiosidade; e tambem uma apropria<;:Oo do

OS

A dan,a

orquiteturo.

06 07

o samba de cnn-do

08

Pcrcurso do dcsfilc no Sitia Hlsronco

09

Contcmpia.,ao da palsagcm

10

Exprcssao afro-bras dclra

talhadas em madeiras; com 0 seu simbolo; pda

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ I~ ___ -

-

.

,, ,, ,, ,, ,, , - - --

II

A musical ldadc

Dcsfilc no carnaval

Rela,ocs rell

IOSa.<;

12 13 14

Escultura do Prcto V dho na fachada

IS

Accrvo documental

16 17 18

Accrvo FOlografico

Escultura do Preto Vclho

o pavilhao Rua B~ Commho c Pra,a da SC RcsistenCia SOCIal T abela 01 - Lista de Atributos c significados

A escultura choma aten<;:Oo dos turista que

------------------------------- , Imagcm 59: Escultura do Prcto Vclho da ' Fachada da agrcmia,ao. Fonee: do autor, 20rs

visitam a Se. E jo se tornou urn dos 'cartoes postais para aqudes que gostam de fotografia.

239


240


-

=

1

7

7

/

,

I

I

', II

,

lI

,

I I I' 'I I,

I

I I I : I I I, I, II I

I

I

I \

I

I


Ilustra~ao

18 - Pergunte aos seus ancestrais. Dos anagos carnavais, n ossa rafa costumeira

a

Simbolo da agremia~ao, com bastante re1a ~ao ancestralid ade, a re1igiosidad e, est" esculpido na fachada da sede, e atrai todos os curiosos que visitam a agremia~ao ou a Se de O linda. E sempre chama aten~ao dos turistas para uma fotografia a frente da sede ao seu lado.


3. 1. 13 - Escu turo do Preto Ve1ho A esculturo do Preto Velho que fiCO no interior

N"

ATRIBUTOS E SIGNIFICADOS

OJ

A sede

seus desfiles, que ficou como umo especie de

02

Rodas de samba de cnrcdo

totem

do ogremio<;Oo. Que ndo reflete seu

03

Rodas de samba aos domm os

periodo de des files em Recife, quando a escolo

04 05 06 07 08

A musical.dade

Pcrcurso do dcsfilc no Sitia Hist6rico

09

Contcmpia,ao da palsagcm

In

Exprcssao afro-brasdclra

II

Rcla,ocs rell iosas

12 13 14 15 16 17 18

bcultura do Preen Vclho na Fachada

do ogremio<;Oo, fOi umo esculturo utilizodo em

disputou no ligo dos escolos de samba durante os cornovois de 2009 ate 2013.

A dan,a

o samba de cnrcdo Ocsf'ilc no carnavaI

Escultura do Prc(O Velho

o pavilhao Accrvo documental

Accrvo foro d.fico Rua B,spo Coutmho c Pra,a da SC

RcsistcnCl3 SOCIal

Tabcla 0 1 - Lista de Atributos c significados

lmagcm 60: Esculrura de Prcto Vclho. Fonte: Prcro VcIho, B1ogpost do GRES Prcro V clho. Ana desconhccido

243


3. I . I 4 - 0 povilhoo o pavilhOa do

agremia<;:Oa

e um simbola maiar

que uma escala de samba carrega. Nele renete tad a a seu pava. suos lutas. seu canto, e suo hist6ria. 0 respeita oeste bem,

e uma

forma de

respeitar tadas as segmentas do escola, suo ancestralidade e suo hist6ria.

--~----------------------------

,,

,,

,,

Imagcm 61: Bandci ra da Escola de Samba Fonte:Prcto Vdho, Blogpost da cscola. Ano dcsconhccido

24 4

-

N"

ATRIBUTOS E SIGNIFICADOS

01 02 03 04

A scdc Rodas de samba de cnredo Rodas de samba aos dommgos

A musical . dade

OS

A dan,a

06

o samba de cnredo

07 08 09

Dcsfilc no carnaval Pcrcurso do desfilc no Sieia Histbrico

IO

Exprcssao afro-brasilclfa

II

Rda,ocs rciiglosas

12 13 14

E.scultura do Prcto Vdho na Fachada

IS 16 17 18

Accrvo documental

Conrcmpia,ao da paisa em

Escultura do Preto Vclho

o pavilhao Accrvo foLO rMico

Rua B,spo Commho c Pra,a da SC -1'a bel ~1

b'Ista.-~- ~s~t~la socialgAI'f.!·Iea.d· . tf'l ' ,Ites-e-sl


3. I . I 5 - Acervo documento A precariedade de registro documentais da agremia<;:oo

e

N"

ATRIBUTOS E SIGNIFICADOS

OJ

A sede

02

Rodas de samba de cnrcdo

de proporcionor a memoria

03

Rodas de samba aos domm os

e

04

A musical.dade

05

A dan,a

06

o samba de cnrcdo

07 08

Ocsf'ilc no carnavaI Pcrcurso do dcsfilc no Siria Hist6rico

09

Contcmpia,ao da palsagcm

In

Exprcssao afro-brasdclra

II

Rcla,ocs rell iosas

12 13 14

bcultura do Prern Vclho na Fachada

IS

Acervo documental

16 17 18

Accrvo foro d.fico

um dos problemas enfrentados

durante a pesquisa. Porem uma coleta do que se tern,

e umo forma

do bem. A documenta<;:oo em forma de uma

estrategia

para

guardar

dossi~

registros

da

historio e proporcionar a suo memoria OS futuros

gera<;:oes.

Escultura do Prclo Vdho

o pavilhao Rua B,spo Coutmho c Pra,a da SC RcsistcnCl3 SOCIal

Tabcla 01 - Lista de Atributos c significados

245


3. 1. 16 - Acervo fo tografico

o

registro fotogrc'lfico e umo tecnica a qual

N"

ATRIBUTOS E SIGNIFICADOS

historiadores podem usar como metod os de

01

A sede

02 03

Rodas de samba de cnrcdo Rodas de samba aos domm os

04

A musical ldadc

OS

A dan,a

o samba de cnn-do

ser

06 07

considerados e preservados. POis reflete uma

08

Pcrcurso do dcsfilc no Sitia Hlsronco

09

Contcmpia.,ao da palsagcm

10

Exprcssao afro-bras dclra

II

Rela,ocs rell tosas

12 13

bcultu ra do Preto VcIho na Fachada

H

o pavilhao

IS

Aeerva documental

leitura de uma historia. Devido a simplicidade do agremia<;:Oo, poucos registros fotogrc'lficos foram feitos durante suo historia, e os poucos exemplares dessa historia refletidos

em

fotogrofios

devem

memoria que compOem a identidade deste bem.

, --~------ - -----------------------

.

'1

16 17 18

Escwrura do Prcto VcIho

ACClVO

fot~rafico

Rua B~ Commho c Pra,a da SC Rcsistcncia Social T abela 01 - Lista de Atributos c significados

, ,, , ,, ,, lmagcm 62: Fundadores da agrcmia,ao a frente da Galcri a Prcto V c1ho, Fonte: Blogpost da (scola. Mcados de 80/82

246

Dcsfilc no carnaval


lmagem 64: V isita da Cantora Akione Fonte: Blogpost da escola. 1980 lmagem 63: Vis ira da Cantora Akione Fonte: Bl ogpost da escola. 1980

Imagem 65: V isita da Cantora Alcione Fonte: Blogpost da cscola. 1980

247


3.1. 17 - Ruo Bispo Coutinho e Pro<;o do Se o

bem arquitetOnica esta situada em um Sitia

N"

ATRIBUTOS E SIGNIFICADOS

Histarica, em que 0 mesmo e regido por leis de

01

A sede

02 03

Rodas de samba de cnrcdo Rodas de samba aos domm os

04

A musical ldadc

OS

A dan,a

o samba de cnn-do

e

06 07

E as

08

Pcrcurso do dcsfilc no Sitia Hlsronco

09

Contcmpia.,ao da palsagcm

10

Exprcssao afro-bras dclra

a

II

Rela,ocs rell tosas

territorialidade, que e um dos atributos mais

12 13

bcultu ra do Preto VcIho na Fachada

H

o pavilhao

IS

Aeerva documental

16 17 18

Accrvo fotogd.fico

prote<;:Oo

nos

Ombitos

federal,

estadual

e

municipal. Alem de ser detentor de titulos de pafrimOnio em escolos internacionois, como 0

titulo concebido pda UNESCO como PatrimOnio Cultural

do

Humanidade

em

1982,

categorizondo-o como Sitio Hist6rico.

vivCncias e rda<;:Oes com 0 arruado do Bispo Coutinho

e

a

Pra<;:a

do

Se

afirmam

fortes nos escolas de samba. 0 senti men to de pertencimento a um lugar, refiete diretamente nos aspectos que desse grupo social.

promovem

a

identidade

Dcsfilc no carnaval

Escwrura do Prcto VcIho

Rua Bispo Coutinho c Pra,a da

se

Rcsistcncia Social T abela 01 - Lista de Atributos c significados

248


'v

/

I_

I

f

Jll

,

J

I

./ •


Ilustra~ao

19 - Vern, pode chegar. Que a rua

enossa, mas epar dire/to

As rela~6es com a Pra~a da Se e a rua Bispo Coutinho vern desde os prirneiros carnavais do Samba do Preto Velho. Seus desfl.les sernpre iniciarn e terrninarn no largo da pra~a. E a rua Bispo Coutinho e quase urna extensao da sede, com ensaios e esquentas de carnavai, tudo acontece ali.


" I1\vJIlOs 0

3. I . I 8 - Resistencia Soc ia

samba foz

Essa dor dentro do peito ir embora ...As relo<;:Oes de resistCncio sociol esto muito

N"

ATRIBUTOS E SIGNIFICADOS

ogregodo os politicos de exciusOo do negro

01

A sede

02 03

Rodas de samba de cnrcdo Rodas de samba aos domm os

04

A musicalldadc

OS

A dan,a

o samba de cnn-do

de umo elite que tentom negar a importOncia e

06 07

volor desse povo.

08

Pcrcurso do dcsfilc no Sitia Hlsronco

o

09

Contcmpia.,ao da palsagcm

10

Exprcssao afro-brasdclra

renegodo

II

Rela,ocs rell tosas

sociolmente, desde sendo por negros, pobres,

12 13

bcultura do Preto VcIho na Fachada

H

o pavilhao

IS

Aeerva documental

16 17 18

Accrvo fot

no

sociedode,

e

em

consequCncio,

renete

diretomente nas suos manifesta<;:Oes culturais. Com 0 sombo nOo fOi diferente, 0 resistCncio de urn cantor sempre fOi umo marco dos chicotes

Sambo do Preto Velho

resistCncia,

homossexuois,

obriga

mulheres

um

e

uma cosa de

grupo

negros,

entre

outros

minorios que se sentem obro<;odos nesse ferreiro

de sambo. Que 0 voz do somba sejo 0 voz de sse povo. E que 0 Sambo do Preto Velho posso obro<;:or todos as causas e necessidodes que umo

Dcsfilc no carnaval

Escwrura do Prcto VcIho

nl.fico

Rua B ~ Coutmho c Pra,a da Se Rcsistcncia Social T abela 01 - Lista de Atributos c significados

sociedade enfrento diariomente.

251


252c


IO- OC-l f


Ilustra~ao

19 - Meu canto

ereslstenoa no ecoar de um tambor!

o ressoar do tambor do Preto Velho, eurn marca,ao no espa~o do grito de existencia. o samba cura! 0 samba faz dor ir embora! o samba ea voz do p ovo!


3.2 - listo de otributos sugeridos paro volido<;:oo com otores sociois ATRI~UTOS

N~

I NOO

E SIGNIFICADOS

entro 1 01

A scde

1

Inclinad o a nOo

Inclinad 00 sim

1

1

1

1

1

1

1

1

1

1

1

Escultura do Preto Velho na Fachada

1

1

1

Escultura do Preen \' ('Ihn

1

1

1

Roda~

Rodas de samba aos doml~s

O'

A musicalidade

OS

A dan~a

06

o samba de enredo

I.

3

1

1 02 1 1 03 1

07 OR 09 10 1 11 1 1 12 1 1 13 1

2

de samba de enredo

D~fi1e

4 Extra

no camaval

Percurso do desfile no Sitio Historico Contcmpia,ao da paisa em ExprDsao

afro-bra~lleira

Rda,i)es

0

re~osa~

3vilhao

IS

Acervo documental

16 17 1R

Acen'o (oto faJiCO

Rua Bispo Coutinho e Pra,a da SC Resistencia Social

T abela 02 - Lista de Atributos c significados para scrcm validados peIo agentcs sociais do hem

SUGESTOES DE OUTROS ATRI~UTOS E SIGNIFICADOS ATRI~UTOS

N~

I NOO

E SIGNIFICADOS

entra 1

1

1

1

2

3

Inclinad 00 nOo

Inclinad 00 sim

4 Extra

1

T abela 03 - Lista de Atributos c significados sugcridos pelos agcntes sociais do hem

255


256


Considero<;:6es Finois Este trabalha de canciusOo de curso se propOs revelar a SignificOncia Cultural do Gr~mio Recreativo Escola de Samba Preto Velho, e proporcionar re flexOes sobre as rela<;:Oes e interpreta<;:Oes do PatrimOnio Imaterial, a partir do descoberta do memoria de um povo, que reflete a suo identidade, e consequentemente, registra a suo historia no tempo e no espa<;:o. Trozendo reflexOes diante das maneiras como os especiolistas do conserva<;:Oo valida um bem, os metod os de reconhecimento do patrimOnio, e como ele as rela<;:Oes direta com 0 bem estudado pode proporcionar visOes mais precis as do realidade e ess~ncia do objeto que se analisa. Tais conciusoes sOo confirmadas a partir do

experi~ncia

nos Ombitos que compOem os atributos do

escola de samba analisada, desde a visita<;:Oo de terreiros e outras escolas de samba para compreender os signos que configuram a identidade do objeto. Acreditando que 0

desenho de observa<;:Oo pode extrair elementos que

compOem a SignificOncia de um bem cultural, ou ate mesmo a interpreta<;:Oo dos seus atributos por metod os nOo convencionais. Podendo ser ferramenta, junto a outros metod os mais pragmoticos, para obten<;:Oo de novas formas de leitura do patrimOnio.

257


A conexOo com 0 reolidode que bens de cunho imoteriol confrontom, contribui

vee mentes poro melhores ovolio<;:Oes e reconhecimento de peculioridodes que podem possor despercebidos 00 ovolior um bem potrimoniol. E friso 0 necessidode de conscitncio potrimoniol por portes de todos os sujeitos que confrontom os elementos que contribuem poro 0 significOncio culturol de bens desto notureza. Dionte de inumeros formos, metodos e ferromentos poro estudor, onolisor e compreender um objeto potrimoniol foz- se pensor que 0 mesclo de metod os, progmaticos e subjetivos, fundissem um oIhor novo dionte do potrimOnio. Visto que os gestOes do IPHAN trobolhom com setores po role los, entre 0 potrimOnio culturol imoteriol e 0 mote riO I, hovendo umo moior necessidode de congrutncio entre esses dOis elementos que noo se desossociam, Qu

No

mOis,

este

trobolho

teve

como

objetivo

00

menos, noo deveriom.

explonor

umo

forma

nOo

convencionol de leituro de bens culturois. A diversidode e complexidode dos signos que compuserom 0 bern onolisodo, 56 confirmo as inumeros interpretoc;Oes

dionte do mognitude dos seus otributos. E como os mesmos refletem em volores tao intrinsecos no SHo. mos que, por venturo do vido, nOo sao percebidos, en ten didos e protegidos. Vis to que 0 potrimOnio e um ser vulneravel as mOos e oIhos que circundom.

258


o material apresentada e um cor po que esto aberto a

novas interpretac;oes, e

suo alma ela paira por diversas atmosferas, tocando aqudes que permitem compreender algo a partir do olhar novo do proximo. Sendo assim, finalizam -se estas considerac;oes, enfatizondo que as reflexoes desejadas com este trabalho noo questiona as formas e metodos de avaliac;oo do potrimOnio, mos que se podem existir outros form~s, e que tOis formos sejom

mOis conectodos a

metodos mOis focados no vivencio nos espoc;os, no sentir no

pde,jo que essa perspectiva sensorial pode trozer um oIhar novo diante de todas as formas de valorizor nossa identidade e fomenta r nossa memoria co let iva, pa ra assim, compreender a memoria e identidade de outros grupos e expressoes culturais e proporcionar a continuidade para a gerac;oes presentes e as proximos.

259


260


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262


Samba. Agoniza mas nOo morre. Alguem sempre te socorre. Antes do suspiro derradeiro. Samba. Negro. forte. destemido. FOi dura mente perseguido. No esquina. no botequim. no terreiro. Samba. Inocente. pe-no-chOo. A fidolguia do soloo. Te abra<;:ou. te envolveu. Mudaram toda a sua estrutura. Te impuseram outra cultura. E voc~ nOo percebeu. Mudaram toda a sua estrutura. Te impuseram outra cultura. E voc~ nOo percebeu Samba. Agoniza mas nOo morre. Alguem sempre te socorre. Antes do suspiro derradeiro. Nelson Sorgenlo


Na noite da morte da mad rinha do Samba, Beth Carvalho, decidi ouvir suas mtlsicas. Ao debnll,;ar com suas Ictras, me faz ia refl etir do po rquc de nomea\,ao de 'madrinha do samba'. Beth tinha a humildade de reconhecer grandes artista..~ que despontavam em rodas de samba, e tomava madrinha desses grandes artistas que eram revclados por ela. Penso que Beth tinha uma missao de nao deixa 0 samba morrer, e quanto mais nomes e vozes a cantar 0 samba, mais ele resistiria. Ainda a ouvir as musicas, me deparei, visto que estava com a playlist tocando no modo aleatorio, com esse samba de composi\,:lo de Nelson Sargento, que ate entao era desconhecido para mim. Esse samba reflete e afinna a resistcncia eterna que 0 samba possui, um c.1fltar de dor que ceo.?, como diria Clara Nunes no Cantos de Areia, curn eco que entoa uma dor de persegui\,ao. M as seguiremos res istindo!

005201-05- 19


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1/,\ ft enche a vida de e?peran<;aF'


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