Revista da Beija-Flor 1966

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...,

PROMOCAo

DO

lor RUA GETULI 0 VARGAS ESTADO

00

NILO"POLIS

FJIO

.

13. FEV. 1966 APRESENTA Tempesfade de R(tmos e Samba,s parcLo Carnaval de 1966 A

[

-

;a~~ H7s~6r~cos <lue deculminaram .----, Com a Brasil. Independ~ncia

----'.

.

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1

G.R.E.S. B~IJA-FLOR HISTORICO Nos seus 11 anos de samba, tem seu concei to firmado no cenario do Samba do RiO, pois j~ participou de todas as categoria~ de desfi1e (pe quenas, m~dias e grandes Esco1as), fazendo com que Ni16po1is fosse conhecida como uma cidad~ de grande s sambista~, gra9as as suas apresentagoe~ nos carnavais, tendo apresentado o~ seguintes tÂŁ mas: Cagador de E~mera1das 1954: compositor: Os6rio Lima Paginas de Ouro da Poesia Brasilcira 1955: compositor: Os6rio Lima o Gaucho 1956: compositor: Cabana Riquezas Aureas do Brasil 1957: compositor: Cabana Tomada de Monte Castelo 1958: compo.aitor: Osorio Lima Copa do Mundo 1959 : compositor: Cabana Trina 1960: Regencia composi tor: Cabana 1961: Brasilia composi tor: Caba.na Dia do Fico 1962: compositor: Cabana Perf e Cec! 1963: composi tor: Cabana Cafe, Riqueza do Bra~i1 ', 1964: compositor: Cabana Ven tre Livre 1965: compo si tor: Timb6


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DIRETORIA PRESIDENTE: Heitor Silva ~CE-PRESIDENTE: Jose Leandro Santiago Filho lQ TESOUREIRO.: Ademar Vilas 2Q TESOUREIRO: Severino Ferreira dos Santos SECRETARIO GERAL: Sebastiao Herculano PROCURADOR: Artur Severino Pi~to CONSELHO

FI SCAL

PRESIDENTE: Durval Eugenio Avallez VICE-PRESIDENTE: Amaury Jose Nogueira CONSELHEIROS: Aldair Calado, Irson Alves e Aloizio dos Santos DIR~TOR DE RELAQOES POBLICAS: Ivan Vieira DIRETOR SOCIAL: Genario de Oliveira DIRETOR DE HARMONIA: Assis DIRETOR DE BATERIA: Valente

REPRESENTANTES 12 - Silvio Rodrigues GUimaraes 2Q - Genario de Oliveira


3

HOMENAGEM -,....-----......

, Dedicamos esta paglna ao Exmo. Sr. Prefeito de Nilopolis JOAO BATISTA DA SILVA, pelo incentivo e apoio que sempre disponoou nossa querida Agremiagao. , P~lo mui to que tem f"ei to, nao so por nos, mas tambem, ao nosso Municipio, "

a

~

A Diretoria agradece.


4

AGRADECIMENTO

As

autoridades deste popu1oSQ Municipio,

ge10 tratamento que sempre 50uberam no&

dar,

agradecemos. A Diretoria


5

AO COMERCIO LOCAL. - - - _ •.

?;

o nos~o

grato reconhecimento colabora9ao que recebemos. A Diretoria.

pela


6

CONVITE

Venha sentir 0 ritmo da Bateria do Beija-Flor, e ouvir as mai s lindas melodias "as de terreiro, participando dos SGUS cnsaios tergas-feiras, quintas e domingos , a partir das 20 horas, no seu terreiro de ensaio, sito Getulio Vargas-Nilopolis. /

a rua


7

VOLTA PARA 0 MORRO I

Voce morava num barraco la no morro, E dormia numa esteira no chao Carregava lata d ' agua na cabe9a E cozinhava em fogareiro a carvao E 0 malandro que com ele tu vivias Te batia todo 0 dia Eu e quem posso dizer Que a vida la no morro era triste pra voce. II

Um dia chorando voce me pediu Quo tirasse voce do morro Tirei voce la do morro e te lcvei pra cidade Entao passaste a viver uma boa vida E a seguir logo ficaste convencida Passoi a nao ser mais seu tipo Arranjaste alguem mais bonito Para ser 0 teu amor Em pouco tempo la pro morro voce voltou Hoje ainda tens coragem oh criatura De vir a minha procura pra pedir perdao Nao posso to perdoar, tens que sofrer outra vcz Para aprender a volta que 0 mundo da o morro e 0 malandro te espera Volta e continua sendo 0 que voce era. Cabana


8

Sl1PLICA I

Cruciante E cruel a dor atroz Que em momentos de afli9ao Silencia a minha voz Quanta tristeza Reside em meu cora9ao Serei eterno ~ Eterno escravo de uma paixao.

II Talvez um dia venhas compreender bendito amor Que dedico a voce Enquanto amargurado espero Que venhas percebe~ Quan to te quero Suplico em toda minha ora9ao Que no futuro 0 Criador Nos de feliz uniao.

~ste

Timb6


9

CINDERELA I ~

Eu nao sei Se foi so:qho Ou urn delirio de amor Que eu tive ao conhecer certo alguem Em fest a de grande explÂŁndor Eu s6 sei que meu coragao ~ Sentiu-se radiante de paixao Quando eu a vi surgir E sorrir-me formosa Linda, como se fosse Uma ninfa Em seu vestido cor-de-rosa Em seu v e stido cor-de-rosa. II Dangamos a valsa Enlevados de carinho E com toda ternura Ela falou-me baixinho Do seu desejo de ficar Mas meia-noito Teria que se retirar E foi Mas meu coragao foi com ela Linda Cinderola Que procuro e nao encontro E quo me fez chorar tristonho Quando despertei do sonho.

a

Wilson


10

PRIMAVERA I

Boa noitc Cidade maravilhosa Aqui esta 0 Beija-Flor Saudando com alegria Os patrocinadores Deste extra carnaval Nobrcs Senhores Abraao Medina e Joao Batista do Amaral. II Um forte aperto dc mao Ao Governador da Guanabara Pola operagao mutirao A.B.I. pelo sou jubileu A Joao Goulart iluatre Chefe da Nagao Salve a tele-escola Salve 0 Rei da V6~ Que com outros promovoram ~ste carnaval na primavera para n6s. Ary Carobinha


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LAMA I

uuu passado foi lama Linda flor mulhGr AparGci na sua vida Como urn guia protetor 'rirGi voce do mau caminho Dci-lhc todo 0 mcu carinho Quiz IhG dar urn lar Pra nao IhG vcr mais De mao em mao a perambular Agora mG trocastG pGla bOGmia Mundana, mundana Seu destine <3 lama. II

Tudo eu fiz para VGr voce feliz Mas foi tudo em vao PorquG voce nao quiz 'ua felicidade nao 6 viver P~ra urn s6 coragao 06 6s fGliz bGbendo .... E andando de mao em mao. Zairo


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FRUTO PROIBIDO I

Primeiro ser humane a habitar a terra Diz a "Hist6ria Sagrada" foi Adao Do dito cujo Deus tirou uma costela E fez a Eva uma mulher muito bela Para the fazor companhia Porque ele vivia sgzinho no paraizo E previniu-o que nao comesse do fruto proibido Que the seria por Eva oferecido. II

Por muito tempo Adao Resistiu tentagao Ate que urn dia Mediante tanta insistcncia ~le perdeu a paciGncia e comeu Do f~to que Ihe foi rccomendado Que nao comesse, que era 0 fruto do pecado Adao desobedeceu A ordem . que 0 Senhor Ihe deu Por isso foi castigado.

a

Cabana


13

MUSA INSPIRADORA I

Dizem que sou A sua musa in~piradora Toda a razao do meu viver Nao sei porque ~ Pois vivo em fun9ao de um outro alguem Para 0 meu bem Felicidade eu sempre desejei para voce Ja chegou ao meu conhecimento que voce Procurou em outroยง bra90s, em outros labios Os carinhos que nao eram os meus Sem no entanto encontrar consolo

II Que contraste horrivel Deve ter encontrado Pois 0 que ~ born Jamais sera imitado Nao te pude dar 0 original Tu procuraste com razao Uma c6pia, uma inita9ao Silvio e CabO Jorge


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GARgON I

Garg Qn Ponha bebidas na mesa Deixc que eu paguc "a despcaa Nao cobr~ nada a ninguom ~ E depois pega 1icgnga ao patrao E abandone 0 balcao E ver~a beber tamb6m II

Estou fcstejando Urn grande dia Dc fclicidade para m!m Por iosso fago questao que os amigos Venham bober comigo Em homenagem ao fim De todo 0 meu sofrimento E de todos os tormentos Que eu tive Ultimamcnto Bebam, cu pago toda a dcspesa Me ajudcm a festejar o fim da minha tristeza Cabana

,t


15

-JURA I

;.i\nhor 1\1

I)

minha

r'ui por meu sincero amor

amar com fervor

\,U quando morrer "Ludadcs 1evarei comigo M ~ meu eterno amor 11'1 care. contigo II

'; nhora tcnha compaixa o "Il suplico ",chorando ) t au perda.,Q l)ulJdi ta 6 a minha sina N:\.o me dcixc cair na tcntagao \,I.e mG a1ucina 1.1/~rna Vir~em divinal II' \ r r. i-mo dcstc turbulento Uonfli to de paixao sentimental. Timb6


16 METAMORFOSE

¡'¡r Que importa Que a vida acabe para mim ~ue importa Quo eu chegue ao fim ,,, ." t .uU Ja es ou Desiludido de tudo Minha odissGa Tem sido grande domais A metamorfose Que a minha vid ~ ~ofreu Me fez crcr Que 66 me resta morrur Pra tor paz II

Ah! Se eu morresse amanha Um descanso eterno eu tGria Ja implorei ao Senhor por favor Para~chegar este dia Eu nao quero 'mais viver Neste mundo que a gente s6 encontra falsidade e hipocrisia Cabana


l7

FLOR lVIULHLR I

N() ,jn.rdim da vida 1.1\ ~ r't' tnntas flore s fI. t'OU'1. flor mulher MI.' (lllvol vou de amore s ' h¡u rubro mo fez fl.1'dontlJ do paixao :.iuu purfumo me embovGceu MlU 0 e epinho q~e semprG vem com a rosa 1,lul'lu mau coragao 1';11 :')oi quan to dOGUe II

(Jllanto amo r-porfGi to em minha vida I ' r'p6tuas G margaridas 1':11 Cui como um Boija-flor IHJmbrangas amargas ::6 da rosa QIH; com orgulho e prosa Mo fez sofrGr por amor. Wilson


18

MEU CORAClO VACILOU I

Meu coragao vaci10u Quando meu amor part1u :bu que pensava que nao chorava Chorei, cgorei de dar Meu coragao vaci1ou.

Eu nao queria chorar Pra nao dar 0 brago a torcer Mas quandÂŁ meu am or partiu, cu nao sci Meu coragao vaci10u e au chorci. Cabana


19

SOLIDAO -I In, I~

III

ass im

1t 6rn suporta

-

10 1 i da o 11 11. Lu da de

que me corta 0 cora gao VII!'" f .J.l a m mui to falam de amor VI I( \ '1 pregamJ. mU1 to pregam amizado I. IHH'q ue VOC8S nao sabem 0 quo 6 dor • I H) r'qu e VOCGS nao sabom 0 que 6 saudade I I I Y OU contar sc mente que nasce () "OCC 0 floresce au tive um amor II I II f'ui fe liz, 0 destino nao",qui!k 111 ',\1) , como sofro 0 mou coragao oa t a razao da minha sOlidao Il l tn , a s s im. I

j

,

Jair


20

VOU EMBORA I

Vou 0mbora Para bem long2 Pra onde eu nao possa mais the ver Se eu Ihe vejo, perco a linha Fico pensandoque VOCG Ainda <3 minha. II

Entre n6s nao existe mais nada Somos apenas camaradas E nada mais Mas quando the vojo, ~ Me vem logo a impressao ~ Que ainda sou, 0 dono do SGU coragao, Para que assim nao continuo acontecer ~u YOU embora Para bom longe do voce. Cabana


21 VENTRE LIVRE

........... t 11 r' odo

~

..;.;~.;;;.

do Carnaval de 1965 I

historia

.,

os negros, ao nascer Ja eram escravisados a traba1hos forgad08 um movimento P a rI amen to 1I IId ( t ' J o.mava 0 ilustre orador V111!¡Otlci o do Ri o Branco I II L A ss emrI~ia apresen tou 1I \ It pro j e to , III II uu1 p e dia I, l'l I'da de, para os filhos t r or vo s que nasciam . II 1': 111 0 11 t r'(1v a m-(le ausen tes I ItUtJ lI O n obre Imperador

I.

do pai.s

d d lca da esposa

1) 11 11.

Cr'i s tina, a - nossa imperatriz 0 prosseguimell to IIIl OILmpa llho. da Libertagao !J 11 1 L II t" w n em pro1 do desenvolvimento ll ll I LtjU dn uss inatur~ da a1rnejada Lei, t1v w ltlll 't.V'il. n. multidao I ,/ p (: (,n. 1 tu de ro sa I" t 'III ,L L \ l'tldas D O 3s,la o 'I'I ,'(

\1,

Mit

hOl1V

1.


~2

Sublime dadiva do ceu Era regente A bonissima Princesa Isabel Que num gesto nobre e gentil Assinou a Lei do Ventre Livre do Brasil La ra ra ra ra ra I

o0

000 0 0

Timb6

AVISO A Diretoria do Gremio Re!e:rt~ ativo. Eu .t.' 1 ~ Samba Beija-Flor, avisa a seus compone nt cios e admiradore s, que esta preparando utn p;' de carnaval para este ano e convida a tod moradores do local e sambistae, para CO lf /1 rem para 0 bom exi to do carnaval do Beij u- II'J tt.


23

cmiIPOSITORES . A valorosa Ala de compositores do Beija-Flor, e composta dos seguintes inspirados: Silvestre David da Silva (Cabana) Nicanor de Oliveira (Timb6) Wilson Candido de Souza Jair Dias de Oliveira Ary de Souza (Carobinha) Crooner oficial do G.R.E&So Beija-Flor: Zai ~"o

Rodrigues Sennas


2 4-

DESFILE No desfile do carnaval de 1966, 0 BeijaFlor se apresentara com os seguintes grupos e componentes: Alas Masculinas 1\ Al~s Femininas Diplomatas I Im1?oss:Lveis Murici Boemias Lordes MarquelO:as Narcisos Negros Na hora ~ que se ve Endiabrados Baronezas S6 sai quem pode Principiantes Simples Imperatriz Cagulas Importantes Renegados I Emba:: xatriz S6 sai quem pode Quem fala de IDS nao s~ 1\ - be 0 que d:!.z i

Primeiro Mestre-Sala: Jailton Primeira Porta-Bandeira: China Segundo Mestre-Sala: Ze Minas Segunda Porta-Bandeira: Eliana Figuras de destaque: D. Juracy


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() tema para 0 e confeccionado pe Jorado por Cabana.

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~

Contara de um Pede passagem e tres alegorias. 12 carro: Exa1tagao a D. Joao VI por seus feitos no Brasil, destacando-so: Abertur~ dos Pcrtos as Nagoes amigas Banco do Brasil Liberdade ao fabrico Expansao cultural, etc. 22 carro: Exaltagao a D. Pedro I, pelo "Dia Fico" e Independencia do Bra sil.

do

3Q carro: Homenagem a D. Pedro I, Joaquim Jose da Silva Xavier "0 Tiradentcs", gran de m~rtir inconfidente, bem como Jose Clemente Pereira, Joaquim Gon9a~~es Ledo, Conego Januario da Cunha Barbosa e Jose Joaquim da Rocha, fundadores do C1ube da Resistencia.


26

G.R.E.S.BEIJA_FLOR FATOS HIST~RICOS DO BRASIL Samba enredo I

Contando peda90s de historia deste Gigante chogQDOS orgulhosos e fe1izes para re1embrar F~tos hor5icos que nos foram bem marcantes Para esta 1iberdade Que hoje contentes vivemos a gozar No ana do 1808, chegou na Bahia o grande Principe Regente Que com toda aque1a gente Nova fase nesta terra iniciou D. Joao! D. Joao! D. Joao! •.• Quanta imagina9uol Seus feitos fizeram elevar esta Na9ao ~ E ainda existe 0 rastro de sua administr~9ao Abertura dos Portos, Banco dg Brasil, Lib8rdade ao fabrico, Expansao cultural E outras grandes coisas mais Que marcaram a passagem Desse personagem fenomenal. II Foi entao que outros vultos compreenderam Que era a oportunidade E as remotas chamas t 'e ascenderam Iluminando os ideais da liberdade, Atrav6s do Patriarca e Clemente Perei~a Consumava-se 0 sonho de Tiradentes, Com 0 Ato do "Fico ll , D. Pedro domonstrou Que cedo 0 Brasil ficaria independente. E que-'depois, D. Pedro sentiu ~ Que era tempo da nossa separa9ao E em pouco tempo, ole selou nossa sorte Com 0 grito da Independencia IIInde.pendoncia ou MorteH!~! La ra ra ra ra ra ra ra ra La r a ra ra ra ra ra ra ra Jair e Timb6 A~ui


'7

LEMBR:gTZ A fim do ovi tar os atr.azos¡ nos ensaios do

G. R. E.S . Beija-Flor, a Dirotoria solicita

dos

seus componentes a porfeita obsorvancia do hor~ rio (20,00 horas), bom como

0

acelcramento

na

confecgao do suas fantasias , ovitando,portanto, atrazos do ultima hora, a fim do que nao

seja

pordida a condugao ospecial q~o nos conduzira ~

,

~

t;; a concontragao na Fraga XI .


P:UJJIO .__QPltf~{Q I

Meu coragao Tem a forma de urn violao Que bate no compasso de um tamborim Porque eu nasci no samba E viverei no samba ate 0 fim. II

Ao rebentar-se as cordas Do meu pinho, coragao E meu violao ficar aOleu Ao Senhor pedirei Em comovida oragao E continuarei ~ , Cantando samba la no ceu. liJilson




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