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Paolla Oliveira: palavra de rainha
A rainha de Entrevista Caxias está de volta
Onde você aprendeu a sambar tão bem?
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Já fui muito chamada de paulista no samba. Não sei onde aprendi, até porque samba é muito diferente das que se aprende na escola. É algo muito específico. Lembro de ver os desfiles na TV muito jovem. Acho que aprendi assim.
Como foi a primeira encarnação como rainha?
A paixão começou quando na minha estreia como destaque de chão. Conheci o Carnaval de verdade que é isso aqui (o barracão). E o carinho começou pela forma sem cerimônia com que a Grande Rio me recebeu. Daí surgiu meu amor pela escola. Descobri a conexão com a bateria pelo Ciça, adorável maluco, que me botou para comandar os ritmistas.
E agora?
A comoção na internet foi irresistível, os torcedores criaram a hashtag #voltapaolla. Não sou mais a mesma, estou dez anos mais velha, mas o amor da gente de Caxias é tão grande... voltei!
Há alguma vantagem pessoal ou profissional em ser rainha?
Não, nenhuma. Pelo contrário. A vantagem é estar ligada a essa galera toda. No mais, tento cumprir o papel de eliminar o preconceito contra o Carnaval, para as pessoas entenderem a importância da festa para o Brasil.
A Grande Rio é uma escola da Baixada Fluminense. Como você se ligou à comunidade?
Nossa, o pessoal de Caxias é muito querido comigo! Outro dia, fui entrar no estacionamento do aeroporto, estava cheio mas o rapaz da entrada falou: “não, rainha, sou de Caxias, vamos dar um jeito”. E achou uma vaga (risos). A conexão deles comigo é muito surpreendente. Passaram várias rainhas e todos se lembram de mim, me tratam por “minha rainha”. Não tem como ser melhor.
Você volta num ano em que o enredo e o samba da Grande Rio são os mais celebrados pela crítica. Qual a importância da mensagem sobre tolerância religiosa que a escola vai levar à avenida?
Cada vez mais o Carnaval está voltado a questões importantes da nossa sociedade. Sou apaixonada pela mensagem que a Grande Rio está passando esse ano. Atual, moderna e muito importante, que vem pela história de uma pessoa muito icônica, o Joãozinho da Gomeia. Negro, candomblecista, intelectual, um desbravador. A gente vai falar de religião, mas valorizando a tolerância, o respeito. É muito importante uma festa popular apresentar temas como esses, que fazem as pessoas pensarem. Estou muito orgulhosa.•