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Thiago Monteiro orienta os componentes. As baianas: guardiãs da tradição do samba (abaixo). Componentes ensaiam na quadra (foto de baixo)

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que um não com dignidade é melhor que um sim mentiroso”, ensina. “Não engano ninguém. Meu trabalho se baseia em falar a verdade, ser honesto”.

Não é só isso. A cruzada de Thiago cria as condições para, no dialeto carnavalesco, o chão acontecer. Conjugar técnica e emoção para a Grande Rio ser ainda mais competitiva. E nessa batida, os ensaios são essenciais. “Precisamos traduzir no canto a emoção do enredo, interpretar os valores e a coragem de Joãozinho da Gomeia”, planeja ele, lembrando que também acontece ali um resgate: depois de 26 anos, a tricolor da Baixada tem um enredo afro. “Todos esses ingredientes transformam a escola num caldeirão que serve de estopim para o trabalho”.

Sempre com a emoção no máximo. “Sem isso, não tem graça”, resume Thiago, garantindo que sua empolgação nada tem de teatral. “É minha essência. Gosto de motivar, pôr para cima, para frente”.

Está na escola certa.•

Quadra

Anfitriões entrosados e apaixonados

Quando você aí quiser conhecer a Grande Rio, é só chegar — encontrará a casa tricolor arrumada, à espera dos visitantes. A excelência na gestão da quadra está consolidada como tradição na escola, confirmada a cada grande evento. Um time pequeno, aguerrido e apaixonado — todo selecionado na comunidade — garante a festa, cuidando dos detalhes, para garantir conforto e encantamento do público. Não falha.

Ali, os preceitos são a experiência, a entrega apaixonada pelo trabalho e o comprometimento com a escola. Há 25 anos, a quadra da Rua Wallace Soares tem a mesma administradora, Alex Sandra Donato, 46 anos de Grande Rio. Em nenhum dia desse quarto de século, ela chegou para trabalhar burocraticamente, pelo salário somente. Seu ofício está contaminado pela paixão.

“Conheço cada tijolinho ali. É minha casa e tenho orgulho de ser boa anfitriã”, ratifica ela, nascida em Caxias e mãe de Thainá, musa da escola. “Sou mãe da Grande Rio também”, completa, com orgulho na voz. Alex explica que seu trabalho serve de aprendizado permanente no caminho da maturidade profissional. “Ali me formei assistente social. Conheço o gosto da comunidade, suas necessidades, e sei do que os convidados precisam para ser felizes conosco”.

Responsável pela manutenção da quadra com capacidade para 7 mil pessoas, Robson Venâncio da Silva, o Robinho, 46 anos, também de Caxias, está na escola há 11. Sua equipe, enxuta e eficiente, tem cinco pessoas fixas, mas nos eventos os terceirizados chegam a 20, além de mais 20 seguranças. “Somos como um time bem treinado, temos grande entrosamento pelos muitos anos de convivência”, aponta. “Trabalhamos o ano todo, não apenas no Carnaval, em eventos de todo tipo, com públicos diferentes. Não gosto de ser maltratado onde vou, assim me preparo para tratar bem todos que chegam”, ensina. A eficiência tricolor nasce na Baixada e chega ao barracão, na Cidade do Samba. A equipe comandada por Sylvio Batista responde pela manutenção, segurança e construção de alegorias e fantasias concebidas pelos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora. Combinando inovação e experiência, o time entrosado o setor administrativo, que dá o suporte fundamental às criações tricolores. Sem a “ala do barracão”, nada aconteceria. Porque o show da Grande Rio começa muito antes da Sapucaí, na apoteose de logística em suas instalações.Sonhemos, Grande Rio! Axé! O tempo é a nossa história: vamos, vamos de mãos dadas!•

Alex Sandra: trabalho que conjuga paixão e profissionalismo. No alto, Robinho (segundo a partir da esquerda) e sua equipe: simpatia e eficiência

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