oXingu esta nas cores de nossa bandeira
s Escolas de Samba constituem um capitulo it parte no Carnaval Carioca, um espa~o democratico que liga todos os cantos da cidade e celebra a diversidade. E fa lar de diversidade e falar da lmperatriz Leopoldinense. Considerada uma das Escolas de Samba mais tradicionais do Carnaval Carioca e uma das maiores cam peas da Era Sambodromo, a Rainha de Ramos, tem na sua essencia urn compromisso com a cultura. Colecionamos desfiles inesquedveis e sambas que sao considerados verdadeiros ciassicos, que nos renderam prestigio, e reconhecimento de importantes setores da sociedade. Temos a marca do pioneirismo em nosso pavilhao.
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Conquistamos oito vezes 0 titulo de cam pea do Carnaval Carioca no Grupo Especial. Compl"Ometida em dar voz it diversidade, a lmperatriz Leopoldinense decidiu levar para a Marques de Sapucai em 2017 0 enredo "Xingu - 0 clamor que vem da Floresta. Vamos falar da rica contribui~ao dos povos indigenas do Xingu it cu ltura brasileira e ao mesmo tempo construir uma mensagem de preserva~ao e respeito it natureza e it biodiversidade. Segundo 0 relato da propria popula~ao que vive ali, a regiao do Xingu ainda e alvo de disputas e constantes conflitos. A produ~ao muitas vezes sem contl"Ole, as derrubadas de arvores, as queimadas
e outras a~6es desenfreadas em nome do progresso e do desenvolvimento, afetam de forma drastica o meio ambiente e comprometem 0 futuro de gera~6es vindouras. Acreditamos que, para alem do entreten imento, 0 Carnaval e a Escola de Samba tem urn compl"Omisso com 0 socia l e 0 desenvolvimento sustentavel. A nossa mensagem e de preserva~ao, respeito, tolerancia e paz. Todos os que acreditam nesses valores estao convidados a celeb rar conosco. Salve 0 indio brasi leil"O, 0 verde do Xingu, viva 0 Carnaval, a Imperatriz Leopoldinense e todos os trabalhadores do Brasil!
Luiz Pacheco Drumond Presidente
G.R.E.S. IMPERATRIZ IEOPOLDINENSE Quadra: Rua Professor Lace, 235 - Ramos, RioW de Janeiro, RJ - CEP 21060-120 - Telefone: (21) 3593-6582 Barracao - Rua Rivadavia Correia, 60 ,barracao 14 - Cidade do Samba, Gamboa, Rio de Janeiro, RJ - Telefone (21) 2233-5495 Site: wwwimperatrizleopoldinense.com.br Facebook: https:!/wwwfacebook.com/imperatrizleopoldinenseoficial/ Instagram: @imperatrizleopoldinenseoficial Imprensa: Evandro Lima - E-mail: gres.imperatrizleopoldinense@gmail.com - Tel.: (21) 2233-5495
06 Presidente ENTREVISTA Luiz Pacheco Drumond: "0 componente Ii 0 maior patrimanio da Escola de Samba'
08 MENSAGEM DO PRESIDENTE DA LlESA Celebrando 0 orgulho indigena
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MENSAGEM DO PRESIDENTE DA RIOTUR a indio em verde e branco
MENSAG.EM DO PRESIDENTE DA FUNDACAO DARCY RIBEIRO Pelos indios e pela Imperatriz
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MUSA Luiza Brunet, a guerreira esta de volta!
HISTORIA Estrelas num caminho de gl6rias
IMPERATRIZ 2017 Xingu,o clamor que vem da Floresta
IRMAOS VILLAS-BOAS
Respeito ao indio, asua cultura e ao meio ambiente
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RAINHA DE BATERIA Cris Vianna: Tributo aos caciques de Ramos
HARMONIA E EVOLUCAO Meta e fazer um desfile com
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BAIANAS
Amaior reserva indigena do mundo!
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VELHA GUARDA
BARRACAO
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DlRECAO DE CARNAVAL Wagner Araujo: 0 criador da "Certinha de Ramos"
CARNAVALESCO Cahe Rodrigues visita a aldeia dos Kuikuro
PARQUE DO XINGU
a time que trabalha um ana para 75 minutos de desfile
Dona Zoza: "Imperatriz, meu amor! ' Asabedoria de nossos mestres
PASSISTAS A identidade nos pes
COMISSAO DE FRENTE
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MESTRE-SALA EPORTA-BANDEIRA Show no Xingu
SAMBA DE EN REDO
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INTERPRETE
a clamor que vem da Floresta Arthur Franco, 0 maestro que rege com a voz
BATERIA OS tam bores van rufar
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padrao Imperatnz
PERSONAGEM
44 Acompanhe ROTEIRO
Uma revoada de Passaros Sagrados
" 0
Uma chuva de borboletas vai colorir a Sapucai
"as kuben devem ter mais amor pelo Brasil"
CACIQUE RAONI
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desfile ala a ala
FICHA TECNICA
oelenco da Opera Xinguana DA LlCENCA... Momentos bizarros da "Certinha de Ramos'
pAGINA CENTRAL
Poster de Cris Vianna e um desfile de fantasias para 0 Carnaval2017
CAPA
Logomarca do enredo para Cria~ao: Ronan Marinho
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Carnaval 2017
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"A,mperatriz e como se fosse uma filha que eu cuido ha quase 46 anos. E a extensao da minha casa e e por isso que 05 meus filhos estao sempre comigo, na quadra, desfrutando de momentos gostosos". A declara~ao do presidente Luiz Pacheco Drumond traduz a importancia da Escola de Samba em sua vida, uma realidade que nem ele mesmo ousaria imaginar. Mas ao aceitar um convite do fundador e entao presidente Amauri J6rio para visitar a quadra da Imperatriz, sua vida mudou. Aconteceu. E foi no dia '4 de abril de '975, quando aceitou assumir a presiciencia da agremia~ao. o conceito de familia cresce quando 0 presidente esta na qua-
Entrevista com o Presidente Luiz Pacheco Drumond
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IMPERATRIZ 2017
dra. Alem do carinho de filhos, sobrinhos e netos, tem 0 chamego dos componentes. Luiz fica de longe, observando 0 comportamento de cada um. Certa noite, notou a empolga~ao de duas
ita 0 caso da quadra, situada na rua Professor Lace, em Ramos, nas proximidades do Complexo do Alemao, on de os problemas sociais geram conAitos que viram noticias nos jornais. E um fator que Iimita a presen~a do publico, mas a Imperatriz jamais foi afetada pOl' esses problemas: "A Escola de Samba e 0 unico lazer queaquela gente tem. E sempre houve muito respeito na nossa quadra, seja nas festas ou eventos que gerem tensao de torcidas, como na escolha do samba de enredo, Nao tenho absolutamente nada a me queixar" - afirma 0 presidente. " Ensaiamos aos domingos e muitos trabalhadores residem Se 0 samba
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senhoras, sambando no meio da quadra, esbanjando vigor. EI'am sempre as primeiras a chegarem e as ultimas a sairem. Resolveu se aproximar para conhece-Ias. Perguntou se iriam desfilar. Responderam que nao, po is nao haviam conseguido fantasias. 0 presidente foi pessoalmente ao Departamento de Carnaval e pediu que tirassem as medidas das duas amigas. Antes de voltar a sua mesa , prometeu: "Pronto, agora as senhoras vao desfilar". A atitude demonstra a maxima que Luiz Pacheco Drumond carrega consigo ha muitos anos e foi tambem a bandeira que defendeu quando exerceu a presidencia da L1ESA, de 1998 a 2001: "0 componente e 0 maior patrimonio da Escola de Samba".
Fosse ate tarde, atrapalharia 0 descanso de quem precisa acordar cedo. E pOl' isso que a meia-noite, no maximo, a bateria para" - justifica, Luiz gosta de sugerir enredos, como aconteceu ha dois anos, com a homenagem a Nelson Mandela. Estava assistindo a uma partida entre Vilarreal x Barcelona, quando um torcedor atirou uma banana na dire~ao do lateral brasileiro Daniel Alves. Teve um estalo e achou oportuna a feitura de um enredo que combatesse 0 racismo. Sobre 0 enredo deste ano, 0 presidente vestiu-a camisa das etnias xinguanas: " Precisamos ajuda-Ios. Afinal, eles sao os verdadeiros donos da terra" - ressalta. Perguntado se nao esta com saudade de ser campeao, faz as contas e chega a conclusao de que la se vaG 16 anos desde a ultima conquista - 2001, com 0 enredo que fa lava sobre a cana de a~ucar. Faz um breve comentario sobre 0 equilibrio de for~as na disputa do titulo, que fez aumentar bastante 0 grau de dificuldade. Concorda com 0 desejo de todos, na busca do campeonato, mas revela 0 seu tambem: "E... Ja esta na hora", Tor~amos!
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Celebrando 0 orgulho indigena
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rimeiros habitantes de nossa terra, os indios foram inumeras vezes retratados pelas Escolas de Samba nestas oito decadas de desfiles. Seus costumes, suas lendas, suas tradi,6es ... No Carnaval de 2017, porem, a Imperatriz Leopoldinense promete algo mais: atraves do enredo "Xingu, 0 clamor que vern floresta':
a verde, branco e ouro de Ramos quer ir alem, quer lan,ar um aviso ao caraiba/ homem branco para que se resgate 0 equilibrio da natureza, evitando as amea,as a Mae Terra. Nesta celebra,ao do orgulho indigena, a lmperatriz pretende mostrar que as palavras dos sertanistas Villas-Boas estao cada vez
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mais fortes na nossa atualidade. Se e verdade que os indios pararam no tempo, sua sociedade mantem-se tranquila, amparada em seus mitos, enquanto os homens brancos necessitam de toda uma estrutura repressora para assegurar a paz em sua sociedade. o canto vindo da floresta, das nac;:6es xinguanas, dira ao mundo que e preciso dar um basta na ganan cia, buscar a sustentabilidade para garantir que a terra, a nossa terra, continue firme para receber os passos de nossos fi Ihos, como ja recebeu os nossos e de nossos ancestrais. Com a criatividade habitual que o Carnaval nos proporciona, a Im-
peratriz ira apresentar um canto de alerta repleto de reflex6es e alegria. Uma Aoresta na Avenida. A jun,ao ideal entre 0 indio e 0 caraiba/homem branco, com a natureza.
Bom Carnaval a todos!
Jorge Castanheira, Presidente da LIESA
oindio em verde e branco om oito titulos de cam pea do Crupo Especial do Camaval do Rio a Imperatriz traz mais uma vez para a Avenida um tema de interesse mundial: a preserva~ao. Com o enredo, "Xingu, 0 clamor que vem da floresta" a verde e branco de Ramos vai exaltar a luta dos povos indigenas e alertar para os riscos que soITem as etnias nativas. Os indios foram os primeil'Os habitantes de nossas terras e, nada mais justa do que prestarmos uma homenagem a eles atraves da nossa maior manifesta,ao cultural: 0 Camava!. o Maior Espetaculo da Terra vai can tar junto com a Imperatriz as
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belezas do Xingu e cia mar pOI' esse povo que govemou 0 Brasil ate 0 seu descobrimento pel os portugueses. A escola de samba que ja teve um samba-de-enredo como tema de novela promete levantar 0 publico e conscientizar sobre 0 desmatamen to de areas que precisam de nossa aten,ao. Preservar sempre foi a palavra de ordem desse povo simples e cheio de cultura e, cabe a nos nao deixar essa premissa desaparecer junto com a nossa natureza. Vai ser um show de verde com a representa,ao das nossas matas nas mais variadas formas passando pela Sapucai. Toda a delicade -
za e tradic;ao de 57 anos da Imperatriz vai trazer a tona as raizes do pais e a emo~ao de cantar a pura alma brasileira!
Marcelo Alves, Presidente da Riotur
Pelos indios e pela Imperatriz Fundac;ao Darcy Ribeiro (FUNDAR) esta encantada com 0 enredo do Carnaval 2017 que a Escola de Samba lmperatriz Leopoldinense preparou para homenagear 0 Xingu. A FUNDAR esta encantada com a lmperatriz Leopoldinense pela defesa das populac;iies indigenas do Brasil, especial mente as que estao na Terra lndigena Xingu, onde vivem mais de 16 povos indigenas preservando suas culturas e ajudando 0 Brasil a preserval' seu meio ambiente. Esta encantada com a critica que a lmperatriz fara aoabuso que os destruidores do meio ambiente vem praticando, nao s6 no Xingu como tambem na Amazonia e em todo 0 Brasil.
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A FUN DAR, seguindo os passos de seu patrono, 0 antrop610go Darcy Ribeiro, acha que 0 desenvolvimento do Brasil nao pode ser feito as custas do desprezo a vida dos povos indigenas, nem pela destruic;ao desvairada de nossas riquezas naturais. Que aprendam todos a respeitar o meio ambiente, do qual dependemos para sempre. Querem fazer hidreletrica? Respeitem os indios, suas terras, os rios, as riachas, as matas ciiiares, as florestas e preservem uma das mais ricas biodiversidades do planeta. A FUNDAR esta encantada com a beleza que a Imperatriz Leopoldinense vai mostrar no seu desfile no Samb6dromo, criac;ao de Darcy Ribeiro, sobre nossa terra, nossa
populac;ao primeira, nossa cultura mais profunda, nossa vida mais cheia de amores. QUE VIVA A IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE!!! E QUE VIVA 0 XlNGU!!!
Paulo Ribeiro Presidente
(Carta enviada a dire~ao da Imperatriz leopoldinense em 13/01/2017J
, WWVI.GRUPOSOUTH.COM.BR WWVI.SOUTHECO.COM.BR
o ILOJASOlIlHCO l!J lSOUTHECO
Ii] @SOUTHOFOO
oram 16 anos reinando a frente da Bateria da Impel'atriz Leopoldinense. E mesmo estando afastada ha quatro anos da Passarela, a atriz, empresaria e modele Luiza Brunet foi homenageada recentemente no Samb6dromo, durante os ensaios tecnicos, sendo coroada como Rainha das Rainhas. Segreda que quando recebeu 0 convite para retornar a Escola, "0 cora,ao quase saiu pela boca." A india Brunet voltou com todo 0 gas! Agora ela e a Musa da agremia,ao, confirmando urn titulo que ja era seu desde os 18 anos, quando estreou na Avenida. Sua posi,ao no desfile mudou: Luiza vira na abertura do desfile, logo ap6s a comissao de frente e 0 primeiro casal de mestre-
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-sala e porta-bandeira. Na visita ao barracao, a modele manifestou sua alegria com 0 enredo sobre 0 Xingu e contou ao carnavalesco Cahe Rodrigues que corre sangue indigena em suas veias. Na mesma hora Cahe tra,ou detalhes do figurin~ e batizou a fantasia com 0 nome de A Beleza da Mulher Indigena - indica,ao que certamente tera a unanimidade dos caciques xinguanos. Para refor,ar os tra,os nativos, Luiza deixou os cabelos crescerem e esta malhando bastante, zelando pela boa forma de sempre. Nao esconde a idade. Esta com 54 e alma de broto. Deu uma demonstra,ao quando foi reapresentada acomunidade, numa noite de ensaio. 0 presidente Ihe ofereceu todo 0 conforto
num camarote com ar refrigerado, mas Luiza preferiu 0 calor do povao. Falou ao microfone, abra,ou velhos amigos e, com extrema simpatia, posou para dezenas de selfies. - Estou superpreparada para 0 retorno, farei uma apresenta,ao muito especial! - declarou ao publico. E disse mais:- Minha etnia e indtgena e sera muito born retornar a Escola num ano em que ela estara falando sobre 0 meu povo! - declarou a guerreira, nascida em Itapora, Mato Grosso do SuI. Ou como comentou 0 presidente ao receber 0 abra,o carinhoso da amiga: "Guerreira e pe-quente!" lembrando que Luiza estava a frente da bateria em varios tttulos conquistados pel a Imperatriz.
Vagalume
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FOlHAS PARA
(Abadas, Coletes, T-shirts, Blusas, Vestidos, Saias, Bermudas, Sungas, Biquinis, Decora<;ao, entre outros)
e
Comunica~ao
Visual
(Adesivos Impressos, Adesivos Recortados, Banners, Lonas, Placas, Tapumes, entre outros)
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HISTORIA
Estrelas num caminho de gl6rias anoel Vieira deu 0 nome de Imperatriz Leopoldinense e as cores verde e branco foram sugeridas por Venancio da Conceicao. 0 esboco do maior simbolo da agremiacao, seu pavilhao, foi ideia de Agenor Gomes Pereira e a madrinha de batismo foi 0 Imperio Serrano. Mas os anos passavam e a Imperatriz Leopoldinense oscilava entre bons e maus resultados nos seus desfiles. Tamanha inconstancia fez com que Amaury J6rio trouxesse para a agremiacao, alguem capaz de administrar a escola e coloca-Ia no patamar competitivo com as demais que ja existiam. Luiz Pacheco Drumond, 0 Luizinho, foi 0 nome escolhido. Luizinho comprou a quadra, alugou um galpao para a confeccao das alegorias e contratou 0 renomado carnavalesco Arlindo Rodrigues para 0 desenvolvimento dos enredos da Escola! Comecou ai uma jornada de gl6rias, que teve sequencia com Max Lopes e, depois, Rosa Magalhaes. Foram tantas vit6rias que ainda hi'! quem pense que as estrelas na bandeira da Imperatriz representam os titulos conquistados - que sao oito. Na verdade, as 11 estrelas simbolizam as estac6es ferroviarias do ramal da Leopoldina: Triagem, Manguinhos, Bonsucesso, Olaria, Penha, Penha Circular, Bras de Pina, Cordovil, Parada de Lucas e Vigario Geral. A estrela maior representa 0 bairro de Ramos, on de fica a sede da agremiacao. Veja, aseguir,os oito campeonatos conquistados pelaImperatriz no Grupo Especial:
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ANO
ENREDO
1980 [AESCRj)
a que que a Bahia tem? Camavalesco: Arlindo Rodrigues Samba: Darcy do Nascimento e Dominguinhos do Est;cio Interprete: Domingui nhos do Est;cio
1981 [AESCRj)
ateu cabelo nao nega Camavalesca: Arlindo Rodrigues Samba: Gibi, Serjao e Ze Katimba Interprete: Dominguinhos do Estacio
1989
Uberdade, liberdade, abra as asas sabre nos! Camavalesca: Max Lopes Samba: lurandir, Niltinho Tristeza, Pre to loia e Vicentinho Interprete: Dominguinhos do Estacio
[LiESA)
1994 [LiESA)
1995 [LiESA)
1999 [LiESA)
2000 [LiESA)
ZOOl [LiESA)
Catarina de Medieis na Corte dos Tubinambas e Tabajeres Camavalesca: Rosa MagalMes Samba:Alexandre D¡Mende. AI~nho, Aranha e Marao Andre Interprete: Preto loia Mais vale urn jegue que me carregue, que urn camelo que me derrube ... La no Ceara! Camavalesca: Rosa Magalhaes Samba: Cesar Som Livre, Eduardo Medrado, loao Estevam e Waltinho Honorato Interprete: Preto loia Brasil, mostra a sua cara em ... Theatrum Rerum Naturalium Brasiliae Camavalesca: Rosa MagalMes Samba: Cesar Som Livre, Eduardo Medrado, loao Estevam e Waltinho Honorato Interprete: Preto lola Quem deseobriu 0 Brasil foi Seu Cabral no dia 22 de abril, dois meses depois do Carnaval Camavalesca: Rosa MagalMes Samba: Amauriz;o, Chopinho, Guga, Marquinhos Lessa e Tuninho Professor Interprete:Paulinho Mocidade Cana caiana, cana roxa, cana preta, amarela, Pernambuco ... Quero vi! desce 0 sueo na pancada do ganz3 Camavalesca: Rosa MagalMes Samba:Guga, Marquinhos Lessa e Tuninho Professor Interprete: Paulinho Mocidade
~~~~~~~~~~~~~~~G IMPERATRIZ 2017
XINGU
oclamor que vem da floresta CaM Rodrigues, Marta Queiroz e Claudio Vieira Autores do Enredo 0 criar umroteiro cro-
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nologico, tendo 0 indio brasileiro e a natureza que 0 cerca como focos principais, procuramos facilitar 0 entendimento de toda a trama que sera apresentada na Avenida. A letra do samba de enredo segue 0 mesmo sentido, reforgando a narrativa visual do desfile. o Parque Indigena do Xingu IPIX) e 0 cenario principal escoIhido para 0 desenrolar da trama. Com
suas demarcagoes fisicas torna-se mais facil materializar os problemas que ma is afetam a vida das etnias indigenas, estejam elas sediadas no PIX ou nao: invasoes, contaminagao quimica produzida por agrotoxicos, queimadas e devastagao da floresta, com derrubada de arvores. Infelizmente, agoes como estas tambem ocor-
ABERTURA
SETOR 1
AComissao de Frente oPassaro
CELEBRACAO TRIBAL
Sagrado e 0 Tesouro de Ramos - destaca a forga mistica das nagoes xinguanas Da inicio a narrativa do enredo, evocando a Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense como porta-voz do clamor que vem da Floresta.
rem na Amazonia e em outras areas da regiao Centro-Oeste, vizinhas a reserva. Procuramos relacionar elementos da flora e da fauna, bem como festas erituais, tragos de cultura, arte etradigoes as 16 etnias que habitam 0 Parque. Cabe lembrar que varios desses povos sao originarios de outros territorios, como a Amazonia, por exemplo, e quando foram transferidos - para nao serem extintos - levaram na bagagem as suas raizes culturais e, com elas, crengas, costumes e tradigoes. Acompanhe, a seguir, os contextos que definem a abertura e os seis setores.
Depois do ritual dos pajes, surge um novo, agora destacando a mistica da natureza, atraves da Danga dos Tucanos, na performance do 1° casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira. Abertura e Primeiro Setor compo em um grande ritual, simbolizado no Kuarup, a principal manifestagao xinguana. Eo, ao mesmo tempo, uma grande homenagem aos ancestrais e um evento que reune toda a sociedade indigena, reforgando os lagos de amizade e fraternidade entre as nagiies do Coragao do Brasil. ogrande momenta fica guardado para 0 carro-abre-alas, transformado num grande templo ao ar livre, para a celebragao.
CARRO 1 Templo Sagrado - Kuarup
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S~TOR 2 o PARAiso ERA AQUI Este segmento ret rata a natureza brasileira antes da chegada dos europeus, a representagao logica do Paraiso, de acordo com as prime iras comparagiies diante de tamanha exuberancia. As alas que compiiem este Setor possuem um objetivo muito claro: destacar a harmonia entre 0 indio e a Natureza, o seu respeito afauna e aflora. Usar a penas 0 que e necessaria para a sobrevivencia. Os animais escolhidos para ilustrarem os figuri n~s pertencem afauna local. Cada um delespossui um papel muito importante dentro do equilibria do ecossistema au, ate mesmo, na identificagao do indio com as forgas da Natureza.
CARRO 2
oEncanto
da Floresta
SETOR 3 OS OLHOS DA COBICA Os Setores 3 e 4 funcionam como as primeira e segunda parte de uma serie de ataques a Natureza que comegaram com a chegada dos co lon izadores europeus no seculo XVI e aqui tambem enumeramos as presengas de franceses e holandeses, alem dos portugueses. Tao logo chegaram, as navegantes e degredados do Velho Mundo procuraram se apoderar do terri to rio "descoberto', ignorando os habitantes. Iniciaimente, seus interesses estavam voitados para os metais preciosos e pau-brasil. Oepois, tentaram 'escravizar o indio par fim, empreenderam diversas agiies de exterminio ate mesmo peio contagio.
CARRO 3 oabra~o mortal da sucuri
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W&'o/&'o/&'o/&'o/&'o/~& 'o/&'o/~~~~&.'o/~&
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IMPCRATRIZ 2017 SETOR4 DESTRUICAO otempo passou, mas 0 relacionamento
CARRO 4 Belo Monstro .
dos novos colonos com 0 indio e a Natureza nao mudou. Ao co ntriirio, a derrubada de arvores seculares passou a ser feita com a utiliza9ao de motosserras, colocando no chao nao apenas as expectativas de sobrevivencia de'etnias indigenas, mas de todos que precisam de oxigenio para respirar. ouso indiscriminado de agrot6xicos polui rios e lagos, matando peixes, a vegeta9ao aquatica e, na outra extremidade, causa doen9as gravissimas aos indios que consomem estes alimentos. Guardamos um capitulo especial para a usina de Belo Monte, situada na cabeceira do rio Xingu, simbolo de uma catastrofe anunciada.
SETOR 5 CARRO 5 Os Sertanistas (0 legado dos Villas-Boas)
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ACAUSA INDiGENA A luta pela causa das na90es indigenas de nosso pais tem varios momentos importantes. Come9a pelo trabalho incansavel do marechal Candido Rondon. Percorrendo os sertoes brasileiros para a instala9ao de lin has telegriificas, seu trabalho de aproxima9ao com povos isolados serviu de exemplo para futuros sertanistas. Entre eles se destacam os irmaos Orlando, Claudio e Leonardo Villas Boas, responsaveis pela cria9ao do Parque Indigena do Xingu e a transferencia de diversas etnias amea9adas de extin9ao. Ede se destacar a atua9ao do mlidico Noel Nutels, que se dedicou a erradica,ao de doen9as transmitidas pelo branco. Tambem rendemos homenagens ao antrop610go Darcy Ribeiro, que redigiu 0 projeto que deu origem ao PIX.
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TRIPE 1 SEMENTE DO AMANHA Os curumins representam a esperanga pe la preservagao do meio ambiente e do amor pela terra em que nasceram.
â&#x20AC;˘
SETOR 6 PRESERVANDO AVIDA Para encerrar a sua apresentagao, a Imperatriz deixara gravado no chao da Avenida 0 seu grande sonho. Assim como a arte incomparavel de grafismos, na combinagao de penas e plumas, na modelagem de mascaras, na tessitura da palha e do sisal; na leveza dos rituais, agradecendo aos deuses pela graga do pequi ou simplesmente tentando imitar 0 voo dos papagaios, esperamos que os indios continuem sendo um orgulho da nagao brasileira por muitos e muitos anos, com a protegao de Mavutsinim. Torcemos para que este desfile nos ajude a repensar sobre a forma de viver. Precisamos ser mais unidos, amigos, irma os e devolver 0 amor que a nossa terra merece. Como, alias, 0 indio sempre nos ensinou. Karara6! c:.-_---:t:~::
CARRO 6
aClamor
da Floresta
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W/ tW/.,w/;wo.w/tW/.,w/;wo.w/tW/.,wo.w/~o.w/ ~/~
~&"o/&'o/~~~&'o/~~~&'o/~~&'o/&'o/~ IRMAOS VllLAS-f>OAS
Respeito ao indio, asua cultura e ao meio ambiente s Irmaos Orlando, Claudio e Leonardo Villas-Boas nasceram em Santa Cruz do Rio Pardo, interior de Sao Paulo, e, ja adultos, vieram para a capital, sao Paulo, apos a morte dos pais. Participaram do lan ,amento do plano de ' ocupa,ao do territorio brasileiro, a Marcha para 0 Oeste, decretado pelo Governo Vargas com 0 objetivo de promover a ocupa,ao do interior do pais. Este movimento foi intensificado na decada de 1940, durante a Segunda Guerra, pois come,ou a se especular na Europa que 0 Brasi l, com tantas terras desocupadas, poderia abrigar refugiados. Orlando, Claudio e Leonardo tomaram parte desde as primeiras atividades da vanguarda da Expedi,ao Roncador-Xingu criada pelo governo federal no inicio de 1943 com 0 objetivo de conhecer e desbravar as areas mostradas em branco nas cartas geograficas brasileiras. Posteriormente foram design ados chefes da expedi,ao. Em decorrencia da incessante luta dos Villas-Boas foi criado, em 1961, 0 Parque Nacional do Xingu, a mais importante reserva indigena das Americas. No que diz respeito it fauna e it flora, a reserva procuraria guardar para 0 futuro um testemunho do Brasil do Descobrimento. Os irmaos Villas-Boas implantaram uma nova politica indigena, com base na defesa dos valores culturais dos nativos, como unico meio de evitar a marginaliza,ao e 0 desaparecimento dos grupos tribais. A partir da maxima segundo a qual "0 indio s6 sob revive na sua propria cultura", os irmaos conseguiram implantar uma nova forma de relacionamento entre nossa sociedade e as comunidades indigenas brasileiras. Essa po Iitica passou a ser adotada como modele pOI' etnologos e entidades cientificas nacionais e estrangeiras. Leonardo, 0 mais jovem, morreu em 1961; Claudio, em 1998; e Orlando, 0 mais velho, em 2002.
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W@QJIJXW &ffi)lfID0g 0 @fu)(!l0[f c!J~ ~U15Bru[H)eJ c!J@ ~[ill~ oi assistindo aos desfiles pel a televisao que 0 diretor de carnaval Wagner Tavares Araujo fez observa~6es que seriam fundamentais para mudar a forma de a Imperatriz Leopoldinense desfilar. E, posteriormente, quando ja era chamada de A Certinha de Ramos, ter 0 seu modelo adotado por todas as co-irmas. Wagner percebeu que 0 conjunto do desfile era prejudicado pelos buracos que se abriam entre as alas, no interior das proprias alas, e entre as alas e os carros alegoricos. Esses vaos esgar~avam a unidade do contingente. Foi a partir do desfile de '989, quando assumiu a Dire~ao de Car-
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naval no historico "Liberdade, Liberdade", que a Imperatriz passou a se exibir de forma compacta, acabando com os intervalos que prejudicavam nao apenas 0 visual, mas tambem os quesitos Evolu~ao e Harmonia. Ao aperfei~oar cada vez mais esse estilo, a Imperatriz passou a colecionar um rosario de notas maximas e foi rotulada pela critica como uma Escola 'tecnicamente perfeita'. "Hoje, todas buscam esse modelo" - comenta. Nos ensaios de quadra e nas ruas da comunidade, 0 diretor passou a aperfei~oar a parte tecnica do desfile; no barracao, trocando ideias com carnavalescos e projetistas, buscava sempre a maior praticidade
das fantasias, para que 0 sambista pudesse evoluir com desenvoltura, e das alegorias, para que os carrbs nao sofTessem danos no transporte, nem emperrassem em pleno desfile. A palavra-chave para 0 conjunto de detalhes e providencias que transformou a Imperatriz numa Escola-modelo e organiza~ao. Alem de todas as mudan~as que trouxe para 0 espetaculo, ajudou tambem a moldar as fun~6es de um diretor de carnaval. Esta no cargo ha quase 40 anos e dele so se afastou entre '995 e 2006, para ocupar a presidencia da Escola. Atualmente, tambem integra a diretoria da L1ESA, como Diretor Secreta rio.
Cahe Rodrigues troca livros e documentarios para passar dois dias convivendo com os indios do Xingu, her6is de seu enredo
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ais importante do que todos os livros e documentarios pesquisados sobre os povos e a natureza do Xingu foi passar dois dias na aldeia dos Kuikuro, uma das , ,6 etnias que habitam 0 Parque Indigena. Esta comunidade nativa ea que fica mais proxima do convivio com os brancos. Esta situada a cinco horas de automovel, em estrada de terra, da cidade de Ca narana um municipio com quase 20 mil habitantes, no nordeste de Matogrosso, a 633 km de Cuiaba. Em outras palavras, a distancia de Cana,'ana a aldeia e comparavel a uma via gem de ida e volta a Sao Paulo, pela Dutra. A viagem, no mes de dezembro, foi uma das experiencias mais marcantes da vida do carnava lesco Cahe Rodrigues, 40 anos, que assina 0 seu quinto Carnaval na Imperatriz. Trouxe boas e mas noticias na bagagem. Come~ando pelas boas: todas as lideran,as da ATIX (Associa,ao de Terras Indigenas do Xingu) aprovaram a constru,ao do enredo, a sua postura critica e cultural, sem tirar nem por qualquer detaIhe nas alegorias e figurinos que ja estavam desenhados desde agosto. "Pediram apenas que ressa ltassemos 0 comportamento do indio na sociedade moderna. indio nao vai de arco e flecha para 0 meio da
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rua. indio navega na internet, usa as redes sociais e ingressa na faculdade para aprender a defender os seus direitos, 0 indio quer ser respeitado como qualquer cidadao" - destaca 0 carnavalesco. As mas noticias ficam por conta
das preocupa,6es que atormentam os indios dia e noite. Temem que suas ten'as sejam invadidas a qualquer momento. Algumas etnias se fragmentaram, criando ocas em diferentes partes do terri to rio, para exercer maior controle sobre a terra que Ihes per-
indios se organizam para 0 desfile Cahe conseguiu chegar as Iideran,as da ATIX com a ajuda do cineasta Takuman Kuikuro, que visitou 0 barracao da Escola, na Cidade do Samba, para colher imagens da prepara,ao do carnaval da Imperatriz e exibi-Ias em aldeias xinguanas. "Havia uma curiosidade muito grande por la. Todos queriam saber como seria" - disse 0 cineasta o carnavalesco passou dois dias em Canarana e outros dois com os Kuikuro, numa oca onde nao havia energia eletrica, antena de telefonia celular, nem sinal de internet, tampouco caixa de correio. Bebeu agua mineral, mas comeu a mesma comida dos
tence. Tern pavor de agrot6xicos nas aguas dos rios. "Recomendaram que eu levasse agua mineral, para na~ beber a da aldeia que esta contaminada" - revel a Cahe. Nenhuma forma de \~Â gilancia ou controle, no entanto, consegue deter 0 impeto do invasor. Basta
se distanciar urn pouco da aldeia para se deparar com uma c1areira onde, dias atras, havia uma f10resta densa. Os indios ficam chocados com a cena. "Quando veem uma arvore tombada, eles choram. Ecomo se tivessem perdido urn parente" - compara.
indios: tapioca, beiju de frango, peixe grelhado, muita manga e castanha de pequi - 0 energetico natural dos indios. Ficou impressionado com a beleza das indias, dos curumins e 0 porte atletico de guerreiros que sao preparados para os logos I ndigenas. "A arquitetura me encantou. E tao perfeita que, durante urn temporal nao vi uma unica goteira" - afirma. No encontro com as lideran,as indigenas e repre sentantes da Funai, ficou acertado que cabera a ATlXa responsabilidade de organizar os indios que representarao as etnias xinguanas no desfile. Cahe Rodrigues deixou a aldeia com uma grande certeza: a Imperatriz esta com 0 Xingu e 0 Xingu com a Imperatriz. IMPERATRIZ 2017
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Amaior reserva indigena do mundo!
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Parque Indigena do Xingu foi a primeira grande terra indigena reconhecida no pais e tam bern a abrigar vanas etnias nativas - atualmente, sao 16. Sua locali za,ao, praticamente no centro geografico do pais, na regiao de transi,ao dos biomas Cerrado e Amazonia, associ a de forma original socio-diversidade e uma riquissima biodiversidade. A hist6ria do contato e convivio de seus povos com 0 restante da sociedade brasileira traduz e representa a longa saga, ainda em curso, de ocupa,ao desse imenso terri to rio chamado Brasil. Criado ha 56 anos (em 1961) pelo entao presidente Janio Quadros, visto como cartio de visita da politica indigenista oficial durante muitos anos, 0 Parque localiza-se na regiao nordeste do Mato Grosso, na parte sui da Amazonia, e esta totalmente inserido na bacia do rio Xingu. Sua cria,ao se deu apos uma longa discussao que mobilizou diferen-
tes setores e institui,oes privadas e publicas. Seus Iimites foram contestados na epoca por interesses economicos ligados ao mercado mato-grossense de especula<;ao de terras e, posteriormente, por varios povos indigenas que tiveram parcelas significativas de seus territorios tradicionais excluidos da sua demarca,ao. o Parque significou a delimita,ao de urn espa<;o privilegiado de prote,ao para as etnias que la viviam. E, da mesma forma, para aquelas que resistiam, amea,adas, na sua circunvizinhan,a, e para la foram levadas pelos [rmaos Villas-Boas. Algumas dessas na<;6es estavam debilitadas, com urn quadro drastico de redu,ao populacional, it beira da extin,ao. o foco de nosso enredo esta no Parque Indigena do Xingu, alertando para a necessidade do respeito it sua demarca<;ao, bern como it preserva,ao de seus ocupantes e da Natureza que os cerca.
NA DES XINGUANAS Aweti
Nafukua
Ikpeng
Naruvotu
Kalapalo
Tapayuna
Kamaiura
Trumai
Kawaiwete Kisedje [Suia)
Waura
Kuikuro
Yawalapiti
Matipu
Yudja [Juruna)
Meninako FONTE: Almanaque Socioambiental/ lnstituto Socioambiental
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aoapenas 75 minutos paraapresentar 0 trabalho de urn ano. Por tras das luzes do espetacu10 existe uma grande equ ipe que nao aparece para 0 grande publico. Elas sao responsaveis pOl' cada detalhe da confec~ao dos sete carros alegoricos (0 abre-alas e acoplado) e dos dois elementos cenograficos que assinalarao as partes principais do enredo; foram elas tam bern que confeccionaram os prototipos e depois reproduziram os figurinos que serao usados pelos componentes de 29 alas, alem de composi~6es e destaques que desfilam no alto das alegorias. Ao todo, produziram 3.000 fantasias e as roupas de diretoria. Alem desses an6nimos existem outros que trabalham na cozinha, limpam os banheiros, carregam volumes de urn lado para 0 outro, verificam os equipamentos de seguran~a e estao sempre dispostos a ajudar, a incentivar e apostar no sucesso do projeto. Eles sao a energia que im-
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pu lsiona a Escola de Samba, a fe necessaria para superar os momentos dificeis e a esperan~a para se alcan~ar a meta desejada. Seria impossivel relacionar todos que fazem parte desse time gigantesco - inclu indo tam bern os que trabal ham na quadra, atuam nos
ensalOs e no setor administrativo da agremia~ao. Em nome do presidente Luiz Pacheco Drumond, concentramos nos representantes de cada setor, 0 nosso agradecimento e o reconhecimento pelo empenho e ded i ca~ao de cada urn.
(Wagner Araujo I Diretor de Carnaval)
A EQUIPE DO BARRACAO 14 Diretora de Barracao - Regina Cairo
FABRICA DE ALEGORIAS
Compras - Catia Drumond Ferragens - Alexandre Xixi Carpintaria - Jorge Esculturas - Lael Eletricista - Kibe Mecanico - Franco Adere90s - Edward de Moraes Almoxa rifado - Ana Arte em espuma - Marco Monte Esculturas com movimento Juscelino Ribeiro
ATELIER / FIGURINOS Diretores responsiiveis - Ray Menezes e Mauro Costura - Cristiane Machado Chapelaria - Rivelino Adere90s - Mauro Ferre ira Sapateiros - Alberto e Regina Estilista - Ray Menezes Arte em espuma - Marco Monte Pintura de Arte - Daniel Soave Arma90es em arame - Paulo
CNTRcVISTA
Raoni espera que os kuben tenham mais amor pelo Brasil ual a expectativa do cacique Raoni Metuktire para o desfile da Imperatriz Leopoldinense? Da aldeia Caiap6, ele responde. Espera que 0 desfile ajude os kuben (homem branco) a amar mais 0 Brasil eo planeta; a respeitar mais a natureza e as populac;:6es indigenas.
Q
Ate que ponto um desfile de Escola de Samba, transmitido para todo 0 Brasil e mais de 100 paises, pode ajudar a causa indigena? Raoni - Espero que 0 desfile possa ajudar muitoao povo indfgena eque nao haja mais destrui~ao ao meio ambiente. Espero tambem que os kuben (homem branco) possam respeitar as popula~6es indfgenas em todo 0 planeta.
Em varias entrevistas, 0 senhor chama a atenfao para os problema que sao causados nas grandes cidades e, com 0 passar do tempo vao se refletir nas aldeias, no interior do pais. Gostariamos que 0 senhor tambem fizesse algumas considerap'ies. Raoni - Percebo que a popula~ao
indfgena vem sofrendo cada vez mais. Digo isso por causa da polui-
,ao dos rios, do desmatamento das f1orestas, das grandes queimadas que vem prejudicando 0 ar nas comunidades indfgenas. Espero que 0 desfile da Imperatriz possa mostrar tudo isso, para que as pessoas compreendam enos respeitem.
o desfile tambem mostrara alguns rituais xinguanos, como Kuarup, a Jesta do pequi, a danl,a do papagaio; mascaras, diversos tipos de artesanato e, principalmente, a arte plum aria dessas etnias. 0 que esta chance representa para os nossos indios? Raon; - Representa a oportunidade de mostrarmos ao mundo a nossa cultura original, que praticamos em rituais e festas tradicionais nas aldeias; e que esta cultura resiste ate hoje l 0
desfile ajudara 0 publico a conhecer um pouco de nossa historia.
o en redo prega
que 0 branco deve se mira,. no exemplo do indio para aprender a amar 0 Brasil. 0 senhor concordar com isso? Raoni - Eu amo 0 Brasil , nos amamos 0 Brasil, mas os kuben criam coisas horrfveis e destroem tudo no nosso planeta. Espero que esta seja uma boa oportunidade de mostrar que devemos respeitar mais o Brasil eo nosso planeta.
Havera uma homenagem a alguns sertanistas que dedicaram boa parte de sua vida a causa indigena, entre eles Candido Rondon, Darcy Ribeiro, Noel Nutels e os irma os Villas-Boas. IMPERATRIZ 2017
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Uma revoada deGavioes Reais ascida a dois quarteiroes da quadra da Imperatriz e criada na casa da avo, na rua Bariri, em Olari_a, a coreografa Claudia Mota tern raizes leopoldinenses. Este foi um dos motivos de ter se emocionado quando recebeu 0 convite do presidente Luiz Pacheco Drumond para comandar a comissao de (rente da Escola de seu cora~ao. o bairrismo, no entanto, nao tem nada a ver com 0 convite'. Claudia vern se revelando como uma das, melhores profissionai~ do setor, tendo feito trabalhos de grande qualidade em agremia~oes do Grupo de Acesso, notadamente na Estacio de Sa elm perio Serrano - nesta ultima conseguiu, no ano passado, as notas maximas de
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todos os julgadores do quesito. Claudia tern con sci en cia de que assinar a coreografia da comissao de frente da lmperatriz sera 0 grande desafio de sua vida na Avenida, principal mente pela tradi~ao que a Escola construiu com comissoes que fizeram historia. Mas esta confiante. Da mesma forma como se sente ao pisar no palco do Teatro Municipal, onde e a primeira bailarina do corpo de dan~a. "Os momentos que antecedem 0 grande espetaculo sao tensos, ~erri veis. Mas, depois, tudo come~a a fluir naturalmente, ate arrancar os aplausos do publico" - campara.
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A coreografa escolheu a ded,o cada um dos 15 rapazes que estarao atuando na performance. Sao dan~arifios profissionais ou atores. Alguns ja trabalharam com ela.Todos desfilarao na lmperatriz pela primeira vez. Sao eles: Rafael Felix, Leo Miranda, Diego Dantas, Edcarlo Vieira, Hugo Lopes, Lucas Esteves, Matheus Brito, Robson Schmoe, William Carelli, Matheus Souza, Felipe Viana, Lucas Leonardo, Paulo Pina, Lucas Camilo e Thiago Santiago. Oaudia tem ainda como assistentes Mirna Nijs, Luiz Henrique e Cassio Felipe. A performance "0 passaro sagrado e 0 tesouro de Ramos'; idealizada pelo carnavalesco Cahe Rodrigues, arrebatou a corografa de imediato: " Quando Cahe me apresentou a ideia, gostei tanto que nao quis nem saber se havia a segunda ou terceira op~oes. Disse a ele que precisavamos estudar a melhor' forma de executar 0 que foi planejado" - lembra. Ela comenta que a proposta tem todos os ingredientel; que 'Cativam plateia e julgadores: ineditismo, impacto e magia, abrindo os caminhos para urn grande desfile!
oPassaro Sagrado
e 0 Tesouro de Ramos Tambores rufam ao longe. Ecoam por entre as arvores, anunciando que a terra, a agua, 0 fogo e 0 ar precisam conversar. Desejam saber o que sera da Floresta e dos povos que nela habitam. 0 destino de ambos e cada vez mais incerto. Perigos rompem 0 silencio da noite, transfonnando sonhos em pesadelos. Onde esta a paz que existia nessas lonjuras? I Pajes se reunem para obter uma res posta. Eles enxergam onde nossos olhos -nao conseguem aican,ar. Sabern dos segredos da vida e da magia que existe nos elementos da Natureza. Sao medicos, xamas, conselheiros e, sobretudo, magos,
capazes de transformar fantasia em realidade num piscar de olhos! Os queixumes de Mae Natureza sao graves, nao cabem no compasso dos tambores. Mas, 0 vento, porta-voz do grande Mavutsinim, Senhor de todas as coisas, traz urn desafio aos sacerdotes da mata: sera necessaria uma revoada de gavi6es-reais para revelar 0 segredo guardado na oca 'dos ancestrais. e, com ele, uma joia que brilha como 0 sol de urn novo amanha, 0 Tesouro de Ramos! Alguem, com poderes tao reais como os do gaviao, precisa contar o que esta acontecendo, e nutrir de esperan,a 0 povo da Floresta. Quem sera?
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~~~~~~~~~~~~~~~~ MCSTRE-SALA E PORTA-f>ANDEJRA
Thiaguinho Mendon9a e Rafaela Teodoro buscam reviver ojeito carioca de cortejar a dama e proteger 0 pavilhao
"N
os somos dois, mas dev~Â mos pensar como um so. E a nossa danc;a tera cumprido 0 seu objetivo quando conseguirmos essa tao sonhada unidade': o pensamento da porta-bandeira Rafaela Teodoro, 24 anos, define bem a meta da dupla que defendera o pavilhao da Imperatriz Leopoldinense - ela, pelo setimo Carnaval consecutivo; e Thiaguinho Mendonc;a, 28 anos, recem-chegado da Renascer de Jacarepagua, pela primeira vez. Os do is ensaiaram durante oito meses, orientados pela coreografa Claudia Mota.
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"Ao mesmo tempo em que dramatiza a Oanc;a dos Tucanos, apresentando tambem alguns movimentos dos indios do Xi ngu, 0 desenho coreogrMico e baseado no tradicional bailado de mestre-sala e pOita-bandeira com giros para ambos os lad os, meio giro, torneados, cortejo, riscad6, rodopio, va lseado, elegancia, nobreza, sintonia e outras variantes. A vibraC;ao, a energia e a in terpretac;ao tambem estarao presentes na apresentaC;ao" - garante Claudia. Rafaela teve participaC;ao decisiva na escolha de seu novo par. Pas-
sou horas diante da TV assistindo videos de apresentac;oes dos principais candidatos ao cargo. A estatura, a postura e as caracteristicas de Thiaguinho falaram mais alto: "Ele tem um jeito malandreado de danc;ar, uma coisa que era genuina no sambista carioca e esta desaparecendo" - comenta. Ao lado da porta-bandeira, Thiaguinho tenta decifrar 0 "jeito malandreado". "Acho que ela esta se referindo ao meu jeito de proteger 0 pavilhao e, simultan eamente, ser cortes- com a dama, acompanhando-a na danc;a. Ela e a bandeira sao simbolos sagrados da Escola e eu tenho a missao de protege-las" - define 0 mestre-sala.
o plano de voo
dos tucanos
Os tucanos estao entre os mais belos passaros do Xingu, senao 0 mais bela de todos, razao pela qual a sua plumagem e a mais cobi~ada para a confec~ao de adOl'nos indigenas. Curiosamente, os coca res de quase todas as etnias xinguanas possuem as mesmas cores das penas dessa ave: amarelo, laranja, vermelho e preto. Estas caracteristicas estao presentes na indumentaria do casal, com destaque para 0 bico grande e oco, com 0 qual os tucanos conseguem pegar frutas e pequenos insetos situados a certa distancia de seu carpo - bicos podem ser vistos na cabe~a do mestre-sala e na cintura da porta-bandeira.
Adan~a no acervo indigena Marcilio Diamante, 32 anos, e Elaine Fernanda, tambem 32, formam 0 segundo casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira da Imperatriz Leopoldinense. 0 fato de na~ serem avaliados pelos julgadores na~ diminui 0 comprometimento e a dedica,.10 da dupla com 0 desfile. Estarao usando a fantasia Relicario Indigena, canfeccionada com diversos tipos de pedrarias e contas, simbolizando as sementes que fazem o acabamento das mais diferentes pe~as do artesanato indigena, fundamentando a proposta de inser~ao do 2' casal no ultimo setor de desfile, destinado a destacar a importiincia da preserva,ao da arte e das tradi~6es dos povos xinguanos. A saia da porta-bandeira simboliza uma oca, exaltandoaarquitetura nativa. Adan~ade Marcilio e Elaine, muitas vezes marcada no compasso de rituais indigenas, complementa este conjunto de marrifesta~6es que comp6em as artes que identificam as etnias do Parque.
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oclamor que vern da floresta Xingu, 0 clamor que vem da Floresta, samba de enredo da Imperatriz Leopoldinense para 0 Carnaval2017, assume a grande responsabilidade de servir como porta-voz dos anseios das etnias do Xingu. Sera 0 Clamor da Floresta. Para melhor entendimento da narrativa de desfile, a Escola optou por uma letra descritiva, Que apresenta 0 enredo de forma poetica, em ordem cronol6gica, individualizando os diversos setores Que dividem 0 tema. Para melhor ilustrar essa proposta, tomamos a liberdade de dividir a letra de acordo com os diversos momentos do enredo.
ABERTURA / 1° SETOR - CELEBRACAO TRIBAL Brilhou... A coroa na luz do luar! Nos troncos, a eternidade, a reza e a magia do paje Na aldeia com flautas e maracas Kuarup e festa, louvor em rituais - Apresenta,ao da Comissao de Frente (0 Passaro Sagrado eo Tesouro de Ramos] - 0 Kuarup, 0 maior ritual do Xingu.
ZOSETOR - 0 PARAiso ERA AQUI Na floresta, harmonia, a vida a brotar Sinfonia de cores e cantos no ar oParaiso fez aqui 0 seu lugar jardim sagrado 0 caraiba descobriu - ANatureza brasileira antes da chegada do branco. - Acomunhao entre indio e Natureza
3° e 4° SETORES - OS OLHOS DA COBICA / DESTRUII;AO Sangra 0 cora,ao do meu Brasil Belo Monstro rouba as terras dos seus filhos Oevora as matas e seca os rios Tanta riqueza que a cobi,a destruiu
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- Aganancia do branco destr6i 0 Paraiso descoberto. - Econtinua destruindo. A usina de Belo Monte (ex-Kararao] e um exemplo.
MENSAGEM DO ENREDO SOU 0 filho esquecido do mundo Minha cor e vermelha de dor omeu canto e bravo e forte Mas e hino de paz e amor Sou guerreiro imorta( derradeiro Oeste chao 0 senhor verdadeiro Semente eu sou, a primeira Oa pura alma brasileira - Apesar de tudo 0 que sofreu ao longo dos seculos, 0 indio continua dando exemplos de amor anatureza, afamilia, a seu povo e aterra onde vive.
- 0 indio, 0 mais antigo habitante do territ6rio brasileiro, gostaria apenas de ser respeitado e de ver que se seus irmaos brasileiros amassem esta terra da mesma forma que ele.
5° SETOR - A CAUSA INDiGENA jamais se curvar, !utar e aprender fscuta, menino, Raoni ensinou Liberdade e 0 nasso destina Memoria sagrada, razao de viver Andar onde ninguem andou Chegar aonde ninguem chegou Lembrar a coragem e 0 amor dos irmaas f outros herois guardi6es Aventurar de fe e paixao osonho de integrar uma na,ao
- Oevemos ouvir 0 que os lideres xinguanos tem a dizer. - Os irma os Villas Boas, sertanistas e antrop610gos reconhecem 0 valor e os direitos do indio. - Surge uma nova legisla,ao de prote,ao a esses direitos. E criado 0 Parque Indigena do Xingu. - 0 Brasil tambem pertence ao indio. Kararao ... Kararao ... oindio luta pela sua terra Oa Imperatriz vem 0 seu grito de guerra
- Kararao, que seria 0 nome inicial da usina, em homenagem a uma etnia do mesmo nome, acabou virando um grito de protesto. - AImperatriz ea porta-voz desse clamor.
6° SETOR - PRESERVANDO AVIDA Salve 0 verde do Xingu, a esperan,a A semente do amanhi!, heran,a clamor da natureza a nossa voz vai ecoar... Preservar!
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- Anossa esperan,a eque as futuras na,oes xinguanas tenham mais tranquilidade para tocar 0 seu futuro, sobretudo quando os brancos respeitarem a sua cultura, suas tradi,Des e as terras onde vivem. -r--T
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~~~~~~~~~~~~~~~ COMPOSITORES
DOis meses de pesquisa e estudos de tupi-guarani ais que parceiros, os cqmposito res Moises Santiago, Adriano Ganso, jorge do Finge e Aldir Senna sao amigtls, suas familias estao sempre reunidas e todos sao torcedores da lmperatriz Leopoldinense. Eles' formam a parceria vencedora do samba que defendera na Avenida 0 enredo para 0 Carnavalz0l7. Apesar de falarem a mesma linguagem ha varios anos, a da amizade, os quatro decidiram aprender urn POLlCO de tupi-guarani para dar urn toque de maior autenticidade a let!a do samba. "Nossa primeira discLlssao foi sobre 0 indio. Sempre que 0 indio I brasileiro aparece numa reportagem esta se queixando de viola~6es aos seus direitos. E foi dessa forma que resolvemos nos manifestar, pensando como urn indio" - destaca Moises. Durante dois meses aprofundaram estudos sobre 0 Xingu e suas etnias. "0 jorge fez urn glossario de pa-
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lavras de origem tupi que poderiam ser usadas na letra" - revel a Aldir. Urna dessas palavras nao estava na sinopse: Kararao. "Descobrimos que seria 0 nome original da usina de Belo Monte, mas os ' indios nao concordaram. A expressao passou a ser usada como urn repudio a cons-
tru~ao
da usina" - explica Adriano. jorge do Finge conta que foram feitos cinco sambas ao longo da constru~ao daquela que seria a versao final. ja proximo da data de entrega da composi,ao, os autores se concentraram no acabamento da letra e das linhas melodicas.
ARTHUR FRANCO
amaestro que
rege com a voz rofessor de canto e com forma~ao em Regencia, Artur Franco e uma das apostas da Imperatriz Leopoldinense para 0 Carnaval 2017. Depois de participar do grupo de cantores que integra 0 carro de som da agremia~ao em varios des6les, Arthur foi al~ado ao posto de interprete oficial. Maestro e regente de coral, atua tambem ern varios projetos como 0 Coral da Casa Gerontol6gica de Aeronautica Brigadeiro Eduardo Gomes, entre outros. Disciplinado e empenhado em estrear com grande estilo no microfone principal da imperatriz, 0 interprete tern feito regularmente aulas de canto e prepara~ao vocal com a fonoaudi610ga Isabel Monteiro de Godoys.
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CARRO DE SaM Primeiro Cavaco - Leandro Thomaz; Cavaco Base - Vinicius Marques; Violawo de Seis Cordas - Pedro Marques; Violao de Sete Cordas - Ismael Santos Pandeiro; Tan Tan - PC da Imperatriz; Surdo - Marcelao
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DIRECAO MUSICAL o experiente produtor e diretor Milton Manhaes esta de volta para assumiradire~ao musical da Escola. Reconhecido por dirigir grandes nomes do mundo do samba como Zeca Pagodinho, Jorge Aragao, Almir Guineto, grupo Fundo de Quintal, Jovelina Perola Negra, Reynaldo e Elymar Santos, entre outros, sera dele a responsabilidade de conduzir a harmonia vocal e instrumental produzida pelo carro de som, para que este encontre 0 perfeito entrosamento com 0 ritmo impresso pela Bateria e 0 canto emitido pelo corpo de componentes da Escola.
o SAMBA DA PREVEN~AO VAl PEGAR NESTE CARNAVAL preven~ao 0
Na cad en cia do samba da
batuque mais alto eo da prevent;ao combinada.
Hoje, ao pensarmos em recursos tecnol6gicos, terfamos cond it;6es suficientes para evitarmos novas infeq:6es pelo HIV/aids. A prevenc;:ao combinada amplia a 9ama de opc;6es que ind ividuos terao para se prevenir, para ah~m do usa do preservativo. Realizar 0 teste diagnostico para 0 HIV, usar as medicamentos antirretrovi rais para tratamento au profilaxia tambem sao
formas de prevenc;ao. No samba da prevenc;ao naD pod em os perder 0 passe! Caso haja rompimento do preservativo ou sexo desprotegi do. a terapia P6s-ExposiC;ilo (PEP) se torna uma oportun idade segura de prevenc;ao desde que seja iniciada em ate 72 horas. Nessa situac;:ao, voce deve procurar 0 servic;:o de sa ude mais proximo para ser avaliado por um profissiona l capacitado, e verifi ca r se ha indicac;:ao de uso de medicamentos ant irretrovira is por um perfodo de 28 dias. Perdeu 0 ritmo e nao fez a PEP?! Se concentre e nao perca 0 rebolado.Nesse caso, voce deve procu rar a unidade de saude e fazer 0 teste para detecc;:ao do HIV. 0 teste possibi lita 0 diagn6stico precoce e 0 inicio oportu no do tratamento para 0 HIV. diminuindo assim a morta lidade por aids e a cha nce de novas infecc;:6es. A testagem gratuita e 0 atendimento siglloso. No Sistema Unico de Saude (SUS) contamos com os testes rapidos, cujo 0 resultado fica pronto em 30 minutos.
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Assim como no sa mba, as vezes perdemos 0 ritmo e nao usamos a cam isinha. Nao perca 0 compasso, lembre-se da prevenc;:ao combinada: camisinha, Profilaxia P6s-Exposic;:ao (P EP), teste rapido e tratamento oportu no.
USE CAMISINHA! PROF. DR. MARCIO TADEU RIBEIRO FRANCISCO
UNAIDS-ONU Consultoria do Drojeto 56 Alegria Vai Contagia r (;duca~ao em 5aude
Coordenador (;xecutivo do Drojeto 56 Alegria Vai Contagiar
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la vira a frente da bateria de la vira a frente da bateria de Mestre Lolo, abrindo 0 caminho para 270 Raonis - os caciques de Ramos - darem ritmo a festa. Em seu quinto desfil e consecutivo como Rainha de Bateria da Imperatriz Leopoldinense, a atriz Cris Vianna sera uma Guerreira Kayap6. Querida por toda a comun idade, a Rainha fa z questao de participar ativamente do projeto de ca rnaval, inteirando-se sobre deta lhes do enredo atraves de visitas regulares ao barracao e a quadra de ensa ios. Na troca de ideias com o ca rnava lesco Cahi' Rodrigues, define a melhor forma de inter-
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pretar 0 seu papel no desfile, alem de cativar 0 publico. Apesar de seus compromissos nos estudios da Rede Globo, atuando de grava,oes de novelas que fazem palte do cotidiano do povo brasileiro, Cris participa ativamente da vida social da Escola. Eum entrosamento que se consolida a cada ano. Cris esta sempre mais enca ntadora e os suditos da corte leopoldinense apaixonados peJo seu carisma. Ao rufar dos tambores na noite de Domingo de Carnaval, Cris Vianna dara mais um show de simpatia, muito samba, e com a magia kayap6, encantara a Avenida! IMPERATRIZ
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HARMONIA E LVOW<;AO
Meta efazer um desfile com 0 padrio Imperatriz
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nir a tecnica, caracterfstica que a Escola foi aperfei~oan do natural mente atraves dos anos, a emo~ao. Este e 0 principal objetivo de Luis Carlos Escafura JUnior, 37 anos, responsi!vel pela coordena,ao da equipe de diretores de Harmonia e Evolu,ao. Escafura conta com a ajuda direta de 30 diretores espalhados ao longo do contingente, alem de dois diretores em cada ala. A missao de cada um e manter uma sintonia perfeita entre 0 canto gerado pelo caminhao de som e 0 cora da Escola, dentro da cadi'ncia ditada pela Bateria. "A tarefa e bem complicada, mas em se tratando de Imperatriz
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Leopoldinense existem diversos fatores que facilitam 0 nosso trabalho: 0 contingente sofre pequenas mudan~as de um ana para 0 outro, portanto praticamente todos se conhecem; temos sempre a felicidade de levar sambas de excelente qualidade para a Avenida, sem falar na excel en cia da Bateria. Ou seja, possuimos todos os ingredientes para fazer uma harmonia do padrao Imperatriz". A Escola apresentari! no desfile alguns rituais praticados no Xingu. Escafura esclarece que foram feitas diversas reuni6es com os responsaveis pel os setores com 0 intuito de frisar que nao havera a coreografia
propriamente dita. "Estas alas farao performances, com os seus integrantes se comportando como se fossem indios mesmo" - lembra. Escafura come~ou como diretor de harmonia na Portela, onde tambem foi compositor. Porem, ao conhecer a porta-bandeira Rafaela Teodoro, com quem namorou, noiyou e casou, passou a frequentar a quadra da rua Professor Lace com assiduidade. Ate receber 0 convite do presidente Luiz Pacheco Drumond para assumir as responsabilidades do cargo que ocupa hi! tres anos. "Poucos sabem, mas sou cria de Bonsucesso e Ramos, onde reside parte da minha familia" - conclui.
f>AIANAS
Uma chuva de borboletas vai colorir a Sapucai
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anapana, Chuva de Borboletas e 0 nome da fantasia que as 100 baianas da Imperatriz usarao para representar urn fen6meno que acontece todos os anos a margem do rio Ipawu, na terra dos indios kamayura.. E0 periodo em que os insetos deixam 0 casulo e saem em revoada, colorindo a vegeta~ao da regiao. Se ate no capitulo das Obrigatoriedades do Regulamento do DesfiIe 0 numero minima de baianas foi reduzido para 70, em vez de 100, em fun~ao da dificuldade que varias co-irmas possuem para fazer a renova~ao deste setor, a Imperatriz ainda nao precisou enfTentar este problema. Raul Cuquejo Marinho, 68 anos, presidente da Ala ha 24 arros, afirma que existe sempre urn numero excedente de senhoras inscritas, que podem ser chamadas a qualquer momento. Raul conhece todo 0 elenco e encontrou urn jeito de memorizar o perfil de cada uma. Ele precisa de muita habilidade para ter urn born relacionamento com todas, man ten-
do sempre 0 foco no rendimento do conjunto. Nao foi a toa que estas tias ja conquistaram nove Estandartes de Ouro, oito com ele. A experiencia de Avenida e tao grande que aiem de manter 0 grupo coeso, Raul ainda encontra urn tempinho para ensinar alguns macetes na hora dos rodopios que fazem a
gaiera vir abaixo. " Far;o aquele passinho do urubu malandro, mostrando o melhor jeito de aproveitar os efeitos da fantasia sem precisar se cansar muito" - diz ele. A media de idade das baianas gira na casa de 60 anos. A mais antiga e dona Neuza Nogueira, de 80 anos, e a mais jovem, Jennifer Cesario, de 22.
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Imperatriz, meu amorl omo se pode avaliar 0 amor de um sambista por sua Escola? A res posta e dificil, mas a historia de Dona Zozo, 70 anos, nos da uma ideia do que 0 sentimento e capaz. A vida de Zozo esta ligada a da Imperatriz Leopoldinense desde a funda~ao, em 1959. Como no samba de Martinho da Vila, ela "foi passista, brincou em ala", so nao foi 0 gra nde amor de um mestre-sala. Casou com um lou ro de olhos azuis, um comerciante que nao gostava de samba e era muito ciumento. Toda vez que a mulata voltava dos ensaios encontrava 0 maridao de cara amarrada.
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o casal ja havia completado 23 anos de matrimonio, tinha tres filhos e a disposi~ao de Dona Zozo para desfilar - agora, na Ala das Baianas - era cada vez maior. Em 1990, 0 comerciante tra~ou uma estrategia para dar um xeque-mate na mulher. Transferido para Caxias do SuI, RS, levou a sambista e deixou os fi Ihos sob a guarda de parentes, para que nilo se prejudicassem nos estudos. Dona Zozo estava na Serra Gaucha , mas os pensamentos
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permaneciam no Rio, divididos entre os filhos e a Imperatriz. 0 enredo era 0 que e que a banana tem?, de Viriato Correa - e seria 0 ultimo de sua carreira. A medida que 0 tempo passava, a angustia aumentava. A baiana pensava nos ensaios que estava perdendo, no samba que ainda nao aprendera e na duvida fatal: "Sera que vao guardar a minha fantasia? " - do tamanho P, para vestir os seus 1,48 m de empolga~ao. o sofrimento da baiana atingiu o limite. Um dia, acordou decidida e fez a mala. Esperou 0 maridao chegar para comunicar que viajaria ao Rio e iria desfilar. 0 louro tremeu na base. Deu um ultimato: "Entao, voce vai tel' que escolher: 0 nosso casamento ou a Imperatriz! " Dona Zozo nilo pensou duas vezes:
"A Imperatriz, meu amor!" - partiu para 0 aero porto. o casamento se des fez. Anos depois, 0 comerciante morreu. A"~ m dos tres filhos, Dona Zozo, viuva, ganhou quatro netos e um bisneto. Nao faz muito tempo, quando passou por uma seria cirurgia, pediu ao medico que iria opera-Ia: "Doutor, minha familia e a Imperatriz ainda dependem de mim.. :' Dona Zozo conseguiu vencer mais um desafio e, a cada ano, continua sendo um esteio da bateria. Costurando fantasias, ajeita 0 chapeu e oferece agua para os ritmistas, sendo util e prestativa do seu jeito. Euma das mais queridas personal idades da famil ia leopoldinense. Ela e a historia viva.
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GALERIA DA
VClHA GUARDA
Asabedoria de nossos mestres
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les adoram con tar historias, relembrar 0 passado e, principalmente, as glorias da Escola que manda e desmanda em seu cora~ao. Nao hacomoresistir. Enquantoacerveja e compartilhada e 0 cheirinho gostoso da feijoada enche a boca de agua, alguem se ve obrigado a puxar um causo la do funcho do bau, antes que 0 estomago entre em panico. Pergunta um cabe~a branca, chapeuzinho de palha, a coraa de Ramos impressa no lado direito: - Lembra do que 0 Luiz disse aos jornais depois que ganhamos 0 Liberdade, Liberdade? o de safari de linho branco, impecavel: - Nao to lembrado. 0 que foi mesmo que ele disse? - Disse que 0 segredo da vito ria foi a organizaC;ao e 0 facao - comenta 0 do chapeu. - Ue! 0 facao?! - se surpreende 0 do safari.
o do chapeu explica: - Sim. No ano anterior, quando a gente quase desceu, a Escola tinha mais de 400 diretores. Ele passou 0 facao e ficaram so 83 - a turma rio Abram alas para os baluartes da Imperatriz! Sao mestres e guardioes de nossas tradic;oes. Atualmente, a Galeria da Velha Guarda e composta POI' 72 componentes e
comandada por Solange Costa. A integrante mais idosa e dona Josi na Braga, com 88 anos. No desfiIe eles representarao a Sabedoria Ancestral: OU\~r mais do que falar... Prestar aten~ao nas solu~oes encontradas para 0 desafio da sobrevivencia ... Amar a terra em que nascemos! Transmitir a responsabilidade para com 0 Futuro.
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ao faz muito tempo. a pequena Ana Beatriz. entao com 8 anos de idade, disse ao seu avo que gostaria de aprender a sambaI' para desfilar na Imperatriz. Certamente, de tanto ouvir falar no talento do avo, a men ina estava come~ando a se animal' para manter a tradi~ao da familia - 0 dom do samba no pe faz parte do DNA dos Bento. Mas, 0 milital' Jose Magno Bento, 69 anos, nao tinha boas noticias para dar. Informou a neta que a Es-
cola nao tinha uma ala de passistas mirins. Ana, entao, pel'guntou com a simplicidade das crian~as: "Ora, entao, pOl' que 0 sen hoI' nao cria uma? " A pergunta fez com que 0 espirito de Magno Show, que durante '4 anos foi 0 primeil'O passista da Escola de Ramos, baixasse novamente. 0 militar marcou uma reuniao com 0 presidente Luiz Pacheco Drumond para apresenta~ao de urn projeto que objetivava a cria~ao da Escolinha de Passistas Mirins, sendo ele
o principal instrutor e coordenador. o presidente nao pen sou duas vezes para abra~ar a ideia e 0 nucleo de fOl'ma~ao de passistas ja esta funcionando ha tres anos. "No ultimo Carnaval, promovemos oito para a ala adulta. Desde en tao, criamos a rotina de transferencia, para quando o aluno, ja formado na al'te da dan~a do samba, atinja a idade de I7 ou 18 anos" - explica Magno. o instrutor e exigente nas condi~6es estabelecidas para receber
navas alunas. Em primeira lugar, e necessaria ter talenta. Em segundo, a crian~a deve ter oito anos ou rna is e residir na comunidade. "Nao aceitamos passistas de outras Escolas. Devemos farmatar a nossa identidade" - afirma, categ6rico. Outra exigencia importante e 0 rendimento escolar A Escolinha estara recebendo novas inscri~6es a partir de mar~o. Atualmente, a Ala de pass is-
tas mirins reune 30 javens de oito a ,8 anos, e a de adultos, 36, destacando-se entre as femininas juliana Oliveira, jessica Lima e Tuany de Paula; e entre os masculinos, jhonny Pereira, Amadeu, Philip e Alan - todos bastante requisitados para shows e apresenta~6es da agremia~ao. No desfile, virao logo atras da bateria, fantasiados de guerreiros kayap6, promovendo urn verdadeiro Agito na A1deia.
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~~&W/~~~&W/~~&W/~~~~&W/~~ ROTEIRO
Acompanhe 0 desfile ala a ala Xingu, 0 clamor que vern da Floresta 1° SETOR: CELEBRAcAO TRIBAL Comissao de Frente a Passaro Sa rado e 0 Tesouro de Ramos 1· Casal MS-PB A Oant;a dos Tucanos [Thiaguinho Mendonca e Rafaela Teodoro] Guardioes Yakui Katu [Mascaras Sagradas] Destaque A Beleza da Mulher Indigena [Luiza Brunet! Grupo Show Guerreiros Kamayura Destaque Paje [Waldir Santa na] ~ AI~ aO~1~______~N~aC~ 6e~s7x~ ing~ ua~n= as~____________ Abre-Alas Templo Sa rado - Kuarup
3° SETOR: OS OLHOS DA COBICA [A INVASAO) Ala 08 Ala 09 Ala 10 Destaques Ala 11 Ala 12 Ala 13 Alegoria 03
2° SETOR: 0 PARAiso ERA AOUI Ala 02 Ala 03 Ala 04 Ala 05 Ala 06 Ala 07
Gaviao-Real,o oder vem do ceu Tatu,o equilibrio perfeito . Guariba, sentinela da mata Tucunare, guerreiro das aguas Asoberana ont;a pintada Panapana, chuva de borboletas [Baianas] 02
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Chegada dos invasores Olhos da Cobiya ATerra do Ouro Dor e a Minha Cor [Chiquinho e Maria Helena] Curumim e 0 pau-brasil [Crian,as] Servidao Doencas a Abrat;o Mortal da Sucuri
4° SETOR: DESTRUICAO Chora 0 verde Ala 15 Rainha da Bateria Ala 16 Ala 17 Ala 18 Ala 19 Grupo
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ope rigo dos ag rotoxicos Guerreira Kaiapo [Cris Vianna) Cacique Raoni [Bateria) Agito na Aldeia [Passistas) Motosserra Vida e morte na Floresta Guardi6es da Floresta [Pajes, xamas, lideran,as, antropologos, ambienta listas e artistas que lutam pela causa indigena Belo Monstro
oElenco da Opera Xinguana FICHA TECNICA GRES IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE www.imperatrizleopoldinense.com.br Funda,ao: 06/03/1959 Cores: Verde, Ouro e Branco Domingo, 26/02/17 - 3" a desfilar Inicio: Entre 00hl0 e 00h30 Concentra,ao: Cedae/ Correios
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Enredo: Xingu, 0 clamor que vern da Floresta Presidente: Luiz Pacheco Drumond
5° SETOR: ACAUSA INDiGENA Ala 20 Ala 21 Ala 22 Ala 23 Ala 24 Oestaque Alegoria 05
Rondon, 0 indio marechal Darcy Ribeiro, 0 indigenista imortal Expedi,ao ao Xingu A medicina de Noel Nutels Orlando Villas-Boas, 0 cacique branco Arara Vermelha [Natalia Nascimento) Os Sertanistas [0 Legado dos Villas-Boas)
60 SETOR: PRESERVANDO AVIDA Ala 25 Ala 26 2° Casal MS-PB Tripe Ala 27 Ala 28 Ala 29 Alegoria 06
osom da Iloresta [Compositores] Sabedoria ancestral [Velha Guarda) Relicario Indigena [Marcilio Diamante e Elaine Fernanda) Semente do Amanha Mascaras da Vida Mapulawa, a Festa do Pequi A Festa do Papagaio oClamor da Floresta
Componentes: 3.000 Alas: 29 Oiretor de Carnaval: Wagner Araujo Carnavalesco: Cahe Rodrigues Mestre de Bateria: Lolo Ritmistas: 270 Rainha de Bateria: Cris Vianna 1° Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Thiaguinho Mendon,a e Ralaela Teodoro 2° casal: Ma rcilio Diamante e Elaine Fernanda Comissao de Frente: Claudia Mota Harmonia e Evolu,ao: Junior Escalura Autores do Samba de Enredo: Moises Santiago, Adriano Ganso, Jorge do Finge e Aldir Senna Interprete: Arthur Franco Acompanhamento: Leandro Thomaz [10 cavacol. Vinicius Marques [cavaco basel. Pedro Marques [violao), Ismael Santos Pandeiro [violao 7 cordas), PC da Imperatriz [tantan], Marcelao [surdo) Diretor Musical: Milton Manhaes Ala de Compositores: 85 componentes Responsavel pela Ala: Vitor Kacz Compositor mais idoso: Ze Katimba, 84 anos Ala das Baianas: 100 componentes Responsavel pela Ala: Raul Cuquejo Baiana mais idosa: Neuza Nogueira, 80 Anos Velha Guarda: 72 componentes Responsavel pela Ala: Solange Costa Componente mais idosa: Josina Braga, 88 anos Ala das Crian,as: 100 componentes Personalidades: Luiza 8runet, Cris Vianna, Elymar Santos e o cacique caiapo Raoni Metuktire Destaques: Simone Drumond, Nathalia Drumond, Paola Drumond, Rodrigo Leocadio, Neucimar, D. Elizabeth, Luizinho 28, Ray Menezes, Eduardo Jr.. Marcelo Bimbi, Maria Azedo, Brenna Diana, Leandra Bahia e Amanda Djehdian Imprensa: Evandro Lima E-mail: gres.imperatrizleopoldinense@gmail.com Tel.: 21. 98124-4519
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DA LICCN(,Aâ&#x20AC;˘â&#x20AC;˘â&#x20AC;˘ A"Certinha de Ramos" tambem ja passou por momentos bizarros na Avenida... Liberdade, liberdade! Raras vezes se viu uma Escola de Samba entrar na Avenida com tamanha garra, como a Imperatriz no Carnaval de 1989, Quando apresentou 'Liberdade, liberdade!" Muitos acham Que foi pela bronca Que 0 presidente deu na hora do eSQuenta, lembrando 0 papelao do ana anterior, quando a Verde e Branco quase desceu para 0 Grupo de Acesso. Mas 0 diretor de Carnaval, Wagner Araujo, Que estreava no cargo, tem outra explica,ao. Conta Que depois de arrumar a Escola na Concentra,ao dos Correios foi ate em casa para tomar um banho e trocar de roupa. Na sua ausencia, um diretor ordenou Que todos as alegorias fossem colocadas na pista central, ocupando 0 espa,o destinado aDs componentes das alas. Resultado, com um carro colado no outro, mais de dois mil sambistas fica ram espremidos nas laterais da pista. A Ala das Crian,as, por exemplo, cuja fantasia era uma xicara de cafe, os diretores tiveram Que fazer pilhas de "xicaras", colocando uma sobre a Dutra, como numa pia de boteQuim. Quando a sirene tocou e 0 portae da Concentracao foi aberto, comecou a verdadeira liberdade, liberdade l
Caxias amarelou
0 problema na Concentracao deixou muita gente nervosa, entre elas 0 ator que desempenharia o papel de Duque de Caxias, e viria montado num cavalo branco, no ponto mais alto do carro A Guerra do Paragua i. 0 Duque de Caxias oficial amarelou e os diretores tiveram Que recorrer a um "suboficial" mesmo, 0 babalorixa Zacarias de Ox6ssi, Que acabou ficando famoso por sua bravura. Quando 0 carro passou sob a Torre da TV, erguida a 10 m do solo, Zacarias teve Que se agarrar no pescoco do alazao e se agachar para 0 carro conseguir passaro Foi ovacionado pelas arQuibancadas.
Elefantes enfurecidos Num desfile de Sabado das Campeas, dois rapazes que desfilavam sobre gigantescos elefantes, que decoravam a traseira de uma alegoria, exageraram na cerveja . E foi justamente no meio do desfile que um deles teve vontade de ir ao banheiroo Sentiu a bexiga apertar, apertar, apertar... Em vez de descer para ir ao banheiro, decidiu se aliviar ali mesmo. Virou para tras e urinou ... em cima dos empurradores l A turma da forca acusou o golpe, mas continuou empurrando 0 carro. J<i na Apoteose, porem, um dos empurradores retirou 0 pi no Que prendia os elefantes. E os dois acabaram entrando para os anais da Avenida, como os primeiros a terem Que pular do alto de elefantes sem freios.
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Chiclete de baleia AEscola ja estava completa, mas 0 empresario apareceu no barracao disposto a gastar 0 necessario para que a filha desfilasse no alto de um carro. Todas as tentativas para convence-Io de que nao have ria chance foram em vao, mas ele insistia. Ate Que alguem lembrou do carro da baleia, sugerindo que a mo,a viesse no interior da escultura, na boca do animal. A jovem topou na hora e 0 pai comprou a fantasia. ESQueceram de avisar, porem, Que ao longo do desfile a baleia abria e fechava a boca, a todo momento. A moca teve Que se agachar e levantar ao longo de todo 0 desfile, fazendo uma Quantidade absurda de flex6es - 0 que a mais exigente das academias de ginastica jamais exigi ria de uma aluna gordinha como ela. Quando desceu do carro, exausta, a jovem chegou a conclusao Que desfilar numaala teria sido bem mais suave.
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o MELHOR DO CAR NAVAL DO RIO A UM TOQUE DE DISTANCIA • THE BEST O F RI O'S CARNIVALJU ST A TAP AWAY
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