Jornal de Brasília Nº 15.670

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SEGUNDA-FEIRA 24 de fevereiro de 2020 Ano 48, nº 15.670 www.jornaldebrasilia.com.br Assinaturas: 0800-612221

PEDRO MARRA

CARNAVAL 2020

A GENTE SE MOLHA DE CHUVA, SUOR E CERVEJA... O mau tempo em boa parte do dia não tem desanimado o folião, que, se não prestigia muito o carnaval oficial, lota os blocos tradicionais 3

Cego, surdo e formado em Pedagogia Exclusivo: JBr conta a linda história de superação de 4 José Ricardo Moreira

A ficha corrida do Capitão Adriano Assassinato e extorsão marcam a história do miliciano morto na Bahia

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Coronavírus agora ameaça a Itália

Um tiro atinge a história de Brasília

Doença avança no país europeu. No Brasil, termina quarentena em Anápolis. 9 e 14

Na série 60 Anos, os efeitos do suicídio de Vargas na interiorização da capital 10 e 11


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Brasília, segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

CIDADES. PEDRO VENTURA/AGÊNCIA BRASÍLIA

LIMPEZA

SLU recolhe 4,8 toneladas de resíduos em um dia Pelo menos 170 garis, em três turnos, limparam as ruas após a passagem dos blocos

o primeiro dia de carnaval, o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) recolheu 4,8 toneladas de resíduos nos locais de festa. Foram 170 garis disponibilizados para o serviço, sendo 60 pela manhã, 30 à tarde e 80 durante a noite. Na sexta-feira (21), o total recolhido foi de 1,5 toneladas de resíduos – totalizando 6,3 toneladas até o momento. Os garis trabalham se revezando em três turnos, pela manhã, tarde e à noite. Em todos os pontos do DF, equipes do SLU estarão de plantão para eventuais ocorrências. O trabalho já ocorre há pelo menos duas semanas,

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durante o pré-carnaval. Ao todo, nesse período, foram recolhidas 19 toneladas de resíduos gerados nos dois finais de semana de pré-carnaval na cidade. Durante a operação de carnaval, o Serviço de Limpeza Urbana atende aos serviços de limpeza urbana própria para o evento com varrição, coleta e transporte de resíduos e destinação final após a passagem dos blocos.

Sem interferência Para tanto, conta – além dos profissionais de limpeza, fiscalização e coordenação – com ma-

terial extra e logística especial, como mais espetos de catação, vassouras, carrinhos, sacos – e mobilização de caminhões de apoio e ônibus de transporte para os profissionais. Apesar do reforço entre os garis envolvidos na limpeza para o carnaval, os serviços rotineiros, como coleta domiciliar, varrição, capina, não são afetados pela festa. Durante o período carnavalesco, as atividades do aterro sanitário e os serviços de limpeza urbana (varrição, catação e coleta convencional) também ocorrem normalmente.

Na Operação de Carnaval, o SLU atende aos serviços de limpeza urbana própria para o evento com varrição, coleta e transporte de resíduos

REFORMA

GDF recupera local O GDF Presente não parou nem mesmo no carnaval. Pela manhã, uma equipe de 30 funcionários da Novacap iniciou os trabalhos de recuperação de um estacionamento público com mais de 300 vagas, em frente ao Hospital Brasília, no Lago Sul. Na ação, foram utilizadas seis toneladas de massa asfáltica. “Aqui havia uma demanda reprimida de muito tempo e precisávamos fechar o trânsito em todo o espaço para trabalharmos”, explica Alexandro Cesar, coordenador do Polo Central Adjacente 1 do GDF Presente. Além dos trabalhadores da Novacap e do volume de asfalto, foi necessária a utilização de maquinário pesado: dois caminhões e um rolo compressor. Alexandre César diz que a iniciativa visa atender uma série de demandas de ouvidoria. O gerente de Engenharia e Manutenção do Hospital Brasília, Paulo Henrique Oliveira, foi um dos que solicitou. “A comunidade toda estava reclamando, além dos nossos pacientes e acompanhantes”. De acordo com ele, a circulação de veículos é intensa. “Mais de mil veículos passam aqui por período”, prevê. LÚCIO BERNARDO JR./AGÊNCIA BRASÍLIA

Houve reforma de local em frente ao Hospital Brasília

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PEDRO MARRA

SÓ ALEGRIA

CIDADES

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ESCOLAS DE SAMBA

São Paulo tem desfile “high tech”

Baratinha fez alegria das crianças e dos adultos no primeiro dia de apresentação. Bloco infantil levou muita gente ontem ao Parque da Cidade

Foliões buscam blocos com maior tradição Eduardo & Mônica e Raparigueiros arrastam multidões pelas ruas de Brasília

Fantasia de LED. Alegorias compostas por telões e QR Code. Passistas com batimento cardíaco monitorado na avenida. E até robô que cai no samba. Se no primeiro dia dos desfiles das escolas de samba de São Paulo as agremiações apostaram em mensagens políticas para conquistar o público, na segunda noite no Sambódromo do Anhembi a plateia testemunhou um verdadeiro carnaval high tech. Responsável por abrir a noite, a Pérola Negra coroou sua rainha de bateria, Samara Carneiro, com lâmpadas de LED. As luzinhas acendiam na medida em que ela sambava, levantando a plateia apesar do frio e da garoa fininha que caía àquela hora. Já na Gaviões da Fiel, embalada pela estreia do carnavalesco Paulo Barros e pelo aniversário de 50 anos da escola, a escultura da ave-símbolo da agremiação emitia um ruído de arrepiar. Com o enredo "Tempos Modernos", foi a Rosas de Ouro quem levou o mundo digital ao limite do carnaval. Em parceria com empresas de tecnologia e universidade, a escola da zona norte trouxe para o Sambódromo referências à criação das locomotivas e do automóvel e até um robô no meio da bateria distribuindo baquetas aos ritmistas.

Disputa acirrada PEDRO MARRA redacao@grupojbr.com

pós a Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) anunciar a troca do carnaval da Esplanada dos Ministérios para o estacionamento da Fundação Nacional de Artes (Funarte), no último dia 10 deste mês, a oferta de folia ficou apenas com artistas locais, já que as atrações nacionais – como Preta Gil e Psirico – foram canceladas. Mas ontem, no segundo dia de festa, o espaço não encheu. Segundo seguranças, o evento recebeu cerca de 200 pessoas de 10h até 14h. Em comparação ao carnaval na Funarte, blocos tradicionais arrastaram multidões. Como foi o caso do Eduardo & Mônica, que, segundo os organizadores, levou cerca de 20 mil pessoas ao Complexo Yurb, no Setor de Clubes Sul. Já o número de foliões previsto pelo Raparigueiros, até o final da apresentação, no Eixo Monumental, era de 120 mil pessoas. Na Funarte, por volta de 12h, a chuva diminuiu o movimento do público, diziam os funcionários. A copeira hospitalar, Suênia Maria, 35 anos, brinca que precisou fazer um tour com as amigas entre o Po-

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lo Funarte e o bloco infantil Baratinha, no Parque da Cidade. “A questão da segurança está boa, mas a mudança trouxe um pouco de desconforto para algumas pessoas, porque lá na Esplanada é uma área bem maior. Percebi que tinha pouca gente, com um público bem menor que o da Baratinha. Na Funarte, só tinha um movimento de muitas famílias dançando perto do palco, mas no fundo estava bem vazio. Mas as escolas de samba animaram também”, diz a foliã, que saiu pela primeira vez para blocos de rua. Hoje, o estacionamento da Funarte terá o dia mais movimentado, de 14h30 às 22h, com sete atrações. Artistas como o ceilandense Marcelo Café, a escola de samba Aruc e a Império do Guará marcarão presença na folia brasiliense.

“Chuva espantou o público” O aposentado Juvenal Abude, 61 anos, conta que foi para o carnaval na Funarte exclusivamente para ver a apresentação da Escola de Samba Bola Preta de Sobradinho.

“O Bola Preta nunca decepciona a gente. Vim de manhã, dei uma volta no Parque da Cidade, mas a chuva espantou o público. E essa mudança de última hora prejudicou”, avalia Juvenal. Morador de Sobradinho, o aposentado gosta de frequentar o bloco pernambucano Galinho de Brasília, mas lamenta a mudança de local, que há 28 anos se concentrava nas proximidades da 201/202 Sul. Mas em 2020, saiu no sábado (22) pela manhã no estacionamento da Funarte. “Eu frequentava na 202 Sul, e era bem melhor. Essa mudança tirou a essência do Galinho, porque lá é uma raiz. Aqui, a gente fica meio perdido”, comenta ele. Entre as artistas locais que se apresentaram no Polo Funarte, está a intérprete da Escola de Samba Bola Preta de Sobradinho, Jamelinha da Mangueira, 53 anos. “Fomos convidados de última hora para suprir a ausência dos artistas nacionais, mas o público que estava aqui curtiu. Ainda bem que

na nossa apresentação não choveu. Tanto que o quadradão perto do palco estava cercado de pessoas, porém, tinha pouca gente no fundo”, afirma a Jamelinha.

Foliões destacam o policiamento Se o carnaval na Funarte ficou aquém das expectativas, blocos tradicionais como o Baratinha, no estacionamento 12 do Parque da Cidade, não decepcionaram o público. A professora, Maria Cristina Dourado, 38 anos, foi uma das foliãs que aproveitou para curtir o carnaval em família. "É a primeira vez que venho para o Baratinha, e gostei porque tem uma boa organização de entrada e segurança também. Vim por recomendação da escola dos meus filhos, que são pessoas que já vieram em outros anos. É mais seguro vir em blocos assim", opina. Ela foi junto do marido, o coordenador de logística, Bruno Ramos, 37 anos, que estavam juntos dos filhos, João guilherme, 9 anos, e Pedro Dourado, 3 anos. "Eu conhecia pela televisão. Mas viemos principalmente pela segurança. O único problema é o forte calor, mas é melhor do que estar na chuva", diz o folião.

Impressionantes, os recursos tecnológicos se misturaram às tradicionais lantejoulas, plumas e paetês. "O carnaval de São Paulo realmente cresce a cada ano. Isso é incrível. Não tenho os olhos fechados para a minha escola", comentou Solange Cruz, presidente da Mocidade Alegre. Pela reação da plateia, as inovações foram aprovadas. Com ingressos esgotados, o Anhembi recebeu público ainda maior do que no primeiro dia e, em diversos momentos, cantaram os sambas-enredos e acenderam iluminadores. Embora a Gaviões tenha sido a favorita da arquibancada, os desfiles da segunda noite indicam uma disputa acirrada. Mocidade, Vila Maria e Rosas de Ouro entram também na briga. REUTERS/AMANDA PEROBELLI

Rosas de Ouro levou o mundo digital ao limite do carnaval


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CIDADES

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Brasília, segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

EXEMPLO DE VIDA SAMUEL FALCAO/IESB

“Apesar dos obstáculos, superei as barreiras e, na colação de grau, levantei o canudo como qualquer outro estudante", diz o pedagogo José Ricardo

“Realizei um sonho quase impossível”

Brasiliense supera limites e se forma em Pedagogia Aos 42 anos — e a despeito da cegueira e da surdez —, José Ricardo Moreira está enfim mais perto de realizar o seu maior sonho: tornar-se professor e alfabetizar no sistema braille

LARISSA GALLI larissa.galli@grupojbr.com

ormou-se no início deste mês o primeiro pedagogo surdo-cego do Distrito Federal. Aos 41 anos — quase 42, como ele mesmo ressaltou —, José Ricardo Moura Moreira agora está mais próximo de realizar o seu maior sonho: ser professor e alfabetizar as pessoas no sistema braille. Hoje, José trabalha como revisor de braille no Senado Federal, mas seu maior desejo é dar aulas. Em entrevista ao Jornal de Brasília, o pedagogo contou que a vontade de ensinar braille surgiu quando começou a aprender o sistema de leitura e escrita para cegos, ainda criança. Logo no primeiro ano de vida, médicos já advertiram à família de José que ele perderia a visão ao longo do tempo. "A minha vida começou assim. Com aproximadamente 1 ano, eu comecei a andar e meus pais perceberam que eu tinha problemas de visão, porque eu esbarrava muito nas coisas. Eles me levaram a vários oftalmologistas, mas nunca explicaram muito bem qual era o meu problema. Aos 9 anos, fui diagnos-

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ticado com retinose pigmentar e o médico falou que eu perderia a visão com 15 anos; aos 14, eu já não enxergava mais", conta. José estudou até os 13 anos no Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais (Ceedv); por isso, antes mesmo de perder por completo a visão, o rapaz já sabia ler e escrever em braille.

Com a ajuda de aparelhos Mas os obstáculos a serem vencidos por José não param por aí. Próximo do diagnóstico da deficiência visual aos 9 anos, José pegou uma gripe com febre alta que afetou seu ouvido. Ele precisou fazer uma cirurgia para colocação de carretel e acabou perdendo 40% da audição. "Os médicos não afirmam que foi negligência, porque na família da minha mãe há outros deficientes auditivos. Então, me falaram que podia ser um problema hereditário", disse. Desde os 13 anos, José escuta com a ajuda de aparelhos auditivos — o que permitiu que ele saísse do Ceedv e se matriculasse em um colégio regular. O recém-pedagogo estudou na rede pública do Distrito Federal e completou o ensino médio aos 19

anos. Hoje ele vive com os pais em Ceilândia. Sem condições de pagar por uma faculdade, porém, e enfrentando dificuldades para encontrar trabalho, José decidiu pedir o Benefício Assistencial à Pessoa com Deficiência (BPC) — que dava a ele o direito de receber um salário mínimo por mês — e se aposentou por invalidez. Se já não fossem imensos os desafios da sua vida, nessa época foi também diagnosticado com diabetes. Mesmo assim, José não interrompeu a sua busca por conhecimento: fez cursos à distância para operador de câmara escura e de informática. Depois, foi morar por um tempo em São João do Rio do Peixe (PB), com familiares, mas logo voltou para Brasília. Sob influência de amigos, decidiu fazer o curso de revisor de braille. “Em 2006, comecei a fazer o curso porque um amigo falou que tinha uma vaga para auxiliar em braille no Senado Federal. Terminei e, como eu tinha um dos melhores desempenhos da turma, fiquei esperando o Senado me chamar. Confesso que não tinha muita esperança, mas, em fevereiro de 2008, fui contratado", conta.

O trabalho mudou a vida de José Ricardo. "Comecei a viver de verdade em 2008. Antes, eu só ficava dentro de casa; não andava sozinho de bengala porque sentia medo. Não tinha nenhuma vivência. Hoje eu não tenho mais tanto medo e me considero mais independente." De fato: apesar das limitações, José — além de se graduar em Pedagogia — já se desloca sozinho para o trabalho e anda pelo prédio do Senado com desenvoltura. O pedagogo conta que entrou na faculdade por meio da nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em 2015, por sugestão de uma professora da escola onde havia estudado. "Fiz a prova e consegui passar. Mas se eu fosse estudar na Universidade de Brasília [UnB] ou no Instituto Federal de Brasília [IFB], eu precisaria sair do Senado, porque os cursos eram matutinos. Achei melhor, então, procurar uma faculdade privada para estudar durante a noite — e descobri que no Centro Universitário Iesb não havia atendimento para cegos, mas sim para deficientes auditivos. Fiquei animado e entrei para o curso de Pedagogia", relata. Foram cinco anos na instituição que representaram uma verdadeira revolução para José Ricardo. "Foi uma trajetória de muita dificuldade e, ao mesmo tempo, uma experiência muito feliz. Os professores me ajudaram muito; eu mostrei que queria aprender e realizei um sonho que achava impossível. Apesar dos obstáculos, superei as barreiras e, na colação de grau, levantei o canudo como qualquer outro estudante", comenta. Agora, José Ricardo sonha com uma oportunidade para entrar no mercado de trabalho na área de educação. "Meu objetivo maior é exercer minha profissão e trabalhar como professor; seja na rede pública ou privada, minha vontade é dar aula", pontua. E ele não vai desistir: já até fez a inscrição para uma pós-graduação em educação inclusiva também no Iesb. Enquanto isso, ele segue trabalhando no Senado e, no tempo livre, estuda para concursos.


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SAÚDE. DRUNKOREXIA DIVULGAÇÃO/EBC

Drunkorexia: a obsessão por bebidas pode ser um novo tipo de transtorno mental ou apenas uma das muitas formas de distúrbio comportamental?

Beber sem qualquer moderação A compulsiva substituição de comida por álcool começa a ser considerada transtorno alimentar uando os pais de Renata (nome fictício), 57, morreram, ela ficou deprimida e começou a comer compulsivamente. Passou dos 80 kg aos 130 kg e não saiu de casa por cinco anos — até que fez uma cirurgia bariátrica. Após a cirurgia, porém, Renata passou a induzir o vômito, porque achava que a comida não descia direito, e acabou trocando a comida pelo álcool. Renata então desenvolveu do que está sendo chamado de drunkorexia. Trata-se de um distúrbio alimentar — ainda não descrito formalmente — em que ocorre a substituição das refeições pelo álcool. Os casos mais comuns de drunkorexia são de restrição alimentar diante da possibilidade de ingestão de bebida alcoólica (para reduzir a quantidade de calorias ingeridas ou para que o álcool faça efeito mais rápido); ingestão de bebidas alcoólicas seguida por indução de vômito; e a tentativa de compensar, por meio de excesso de exercícios, o álcool consumido. Há cinco anos, Renata faz acompanhamento psicológico e frequenta reuniões dos Alcoólatras Anônimos (AA). Também passou a liderar um grupo feminino do AA na zona norte de São Paulo.

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Segundo a psicóloga que acompanha Renata, ela migrou da compulsão de comer para a de beber. A possibilidade de restrição do apetite proporcionada pelas bebidas acabou levando-a ao alcoolismo, e os vômitos provocados após refeições agravaram ainda mais o quadro. De repente, os 130 kg se transformaram em 47 kg.

Dois transtornos A drunkorexia não é oficialmente uma doença e não consta no DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, em português). Entretanto, a co-ocorrência de dois transtornos previstos no manual levou especialistas a questionarem se não há particularidades suficientes nessa condição para que ela seja catalogada como um novo tipo de transtorno. Segundo Maria Del Rosário de Alonso, médica nutróloga e diretora do Departamento de Transtornos do Comportamento Alimentar da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), o uso abusivo de álcool combinado com transtornos alimentares já não é mais visto como duas coisas separadas. Um grupo de pesquisadores do Departamento de Psicologia da Universidade do Sul da Flórida, nos

EUA, sugeriu em junho de 2018 a catalogação do termo FAD (Food and Alcohol Disturbance), algo como distúrbio alimentar e alcoólico, em português. Já a diretora da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Maria de Fatima Viana de Vasconcellos, acredita que não há por que catalogar a drunkorexia como um novo transtorno. "Nós tratamos essas condições como alteração de comportamento. São comportamentos nocivos. É um problema de saúde, mas ainda não representa um quadro clínico, embora faça mal e precise ser tratado. O que caracteriza o transtorno alimentar é alteração da imagem corporal", diz. Um estudo realizado por pesquisadores de três universidades italianas em 2018 revela que 62,5% dos 403 participantes (entre 14 e 24 anos) adotavam métodos extremos de controle de peso diante da possibilidade de ingerir bebidas alcoólicas. Outros estudos, publicados nos EUA entre 2015 e 2017, apontam que pelo menos um terço dos estudantes universitários deixa de comer nos dias em que planejam beber. É o caso da brasileira Luisa Cullinan, 26, que vive nos EUA e tinha bulimia. Em 2012, chegou a ser in-

ternada com guna (gengivite ulcerativa necrosante aguda), uma infecção das gengivas que também pode ocorrer em pessoas com diagnóstico de bulimia. Por causa da internação, a família soube que ela tinha o transtorno alimentar. "Pelo trauma da internação, nunca mais forcei o vômito”, diz. A compulsão pelo vômito após comer, porém, foi substituída pelo álcool. "Em 2013, eu comia muito mal e bebia muito. Acho que é porque estava na faculdade, um ambiente que inspira isso, mas também porque não sentia fome quando bebia", relata. Mais tarde, o álcool deu lugar a dietas. O que começou com restrição a alimentos calóricos e duas horas diárias de academia se tornou algo maior: ortorexia, uma obsessão pela alimentação saudável.

Ortorexia Assim como a drunkorexia, a ortorexia também não é um transtorno catalogado no DSM. Luisa diz que às vezes demorava duas horas para escolher um lugar para comer com amigos ou com o marido — e se isolou cada vez mais da vida social. "Eu achava que estava sendo saudável. Tinha pavor de comer carboidrato, não só por medo de

engordar, mas porque achava que se comesse carboidrato teria diabetes um dia. Eu tinha um medo de não ser saudável. Só conseguia comer confortavelmente as coisas que eu cozinhava, porque eu sabia como eu tinha preparado. Se qualquer outra pessoa cozinhasse para mim, eu ficava estressada, nervosa. Comecei a fazer jejum intermitente, a juntar uma dieta em cima da outra. Não tinha mais energia e estava sempre irritada." Vasconcellos explica que a ortorexia pode levar à deficiência de algumas vitaminas e ao consumo em excesso de outras, desencadeando, por exemplo, problemas intestinais e perda de peso. A preocupação com a alimentação supostamente saudável pode levar a quadros depressivos, devido ao isolamento social e à ansiedade diante da impossibilidade de controlar a alimentação. "É muito sofrido sentar no restaurante para dividir uma pizza com as pessoas e seu coração parecer que vai sair pela boca", conta Luisa. O tratamento para drunkorexia e ortorexia é por meio de psicoterapia. Vasconcellos aponta que essas condições, por serem alterações de comportamento, requerem atenção para a origem do problema.


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POLÍTICA. EXTORSÃO E MORTE

O perfil criminoso do capitão Supostamente envolvido com Flávio Bolsonaro, o PM Adriano tinha uma longa ficha criminosa

a rua mencionada (...) podem ser encontrados alguns indivíduos excluídos da Polícia Militar, que fazem parte de uma milícia, identificados como sargento Dalmir Barbosa, Mauricião, capitão Adriano, André e Fininho. Eles cometem crimes de homicídio, extorsão a comerciantes, instalações clandestinas de internet e venda ilegal de botijões de gás." Este texto, atribuído a uma notificação anônima feita ao Disque-Denúncia do Rio de Janeiro em novembro de 2015, é um dos registros sobre a atuação do grupo comandado pelo ex-policial militar Adriano Magalhães da Nóbrega, o capitão Adriano, na comunidade de Rio das Pedras (RJ). Morto no último dia 9 no interior da Bahia, ao reagir ao cerco policial, Adriano era o último dos 13

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milicianos da lista de procurados da Justiça na operação que recebeu o nome de “Intocáveis”. Ao analisar relatos feitos ao Disque-Denúncia, provas apreendidas pelo Ministério Público e escutas telefônicas dos milicianos, é possível retratar a atuação da milícia em Rio das Pedras e ter uma dimensão dos negócios criminosos e da violência empregada pelo grupo para manter a influência no poder público e garantir o domínio territorial, econômico e político.

Ligações com Flávio A atuação do Capitão Adriano e de seu grupo de milícia ganhou potencial político pela suposta relação que ele tinha com o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro. Adriano é investigado no supos-

to esquema de “rachadinha” (no qual o político fica com parte do salário dos funcionários do seu gabinete) que Flávio manteria quando era deputado estadual no Rio de Janeiro, administrado por seu ex-assessor Fabrício Queiroz. A mulher e a mãe de Adriano chegaram a ser empregadas como servidoras no gabinete de Flávio. Flávio ainda foi responsável por homenagens a Adriano. Quando o capitão já estava preso por envolvimento com milícias, ele foi, por sugestão de Flávio, condecorado com a Medalha Tiradentes, principal distinção oferecida pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Há relatos de que Flávio também teria visitado Adriano quando ele estava na prisão. Área de ocupação irregular, iniciada na década de 1970 na região

de Jacarepaguá, Rio das Pedras é como uma cidade dentro do Rio. Segundo o último Censo do IBGE, houve um aumento de 48% no número de moradores (de 42.735, em 2000, para 63.482 em 2010).

Reduto nordestino Conhecida como um dos berços das milícias, a comunidade é também o maior reduto nordestino do Rio. Por isso, não foi surpresa a descoberta de capitão Adriano na Bahia e a prisão de outros milicianos do grupo em estados do Nordeste. Adriano era tratado como "Gordo" ou "Patrãozão". A vida de crimes começou quando, ainda na PM, ele passou a trabalhar como segurança do bicheiro Waldomiro Paes Garcia, o Maninho, e do genro dele, José Luiz de Barros Lopes, o Zé Personal, ambos assassinados.

REPRODUÇÃO/POLÍCIA CIVIL

SAIBAMAIS » Outros crimes atribuídos à milícia de Adriano: posse e porte ilegal de arma; extorsão de moradores e comerciantes, mediante cobrança de taxas referentes a 'serviços' prestados; pagamento de propina a agentes públicos; e agiotagem".

» A morte de capitão Adriano não encerra o processo contra o grupo. A ação penal aberta no início de 2019 está em fase final e deverá ser julgada ainda este ano pela 4.ª Vara Criminal.

A milícia da qual Adriano fazia parte atuava na comunidade de Rio das Pedras, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro

Homicídio, extorsão a comerciantes, instalações clandestinas de internet, venda ilegal de botijões de gás são alguns dos crimes atribuídos ao capitão, que chegou a ser homenageado por Flávio Bolsonaro

Assassinato e caça-níquel São do período em que dava proteção aos dois bicheiros os primeiros processos e prisões por assassinato de ex-aliado da família, em disputa pelo domínio dos negócios de jogos de máquinas de caça-níquel. Em um dos processos, Adriano foi denunciado por tentar assassinar um ex-aliado de Maninho. Não foi condenado. O alvo foi morto anos depois. Adriano foi expulso da PM em 2014. O poder conquistado pela milí-

cia do capitão Adriano em Rio das Pedras, após disputas e mortes, decorre de suas ligações com contraventores e políticos, segundo investigadores. Um poder sustentado e ampliado nos últimos dez anos com as ações violentas do grupo e suas "informações privilegiadas".

“Braços” na política "A organização (...) teria braços no Estado, no Legislativo munici-

pal e estadual, assim como na Polícia Militar do Estado, o que denota uma gravidade concreta elevada, a justificar as cautelares extremas, até como forma de impedir que novas extorsões, corrupções e homicídios venham a ocorrer", registra o processo contra Adriano. De acordo com o Gaeco, os denunciados "exerciam várias atividades ilegais, entre elas, grilagem, construção, venda e locação ilegais de imóveis; receptação de carga”.

» As investigações do Ministério Público e da polícia contra Adriano também não acabaram. Investigadores querem saber quais eram os tentáculos da milícia no Legislativo e no Executivo do Rio, que garantiram a atuação longeva e impune da organização criminosa.

» Sem o comando de Adriano e com a prisão de outras lideranças, o vácuo deixado na milícia que controla Rio das Pedras é incerto, segundo investigadores. Uma das possibilidades é que tenha início uma guerra pelo domínio da área. Em ano de eleições municipais, o controle dos mais de 50 mil votos passa a ser cobiçado por outros grupos.


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ESPLANADA

Brasília, segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Leandro Mazzini

ALERTAS ONLINE

POLÍTICA

Com Walmor Parente (DF), Carolina Freitas (DF), Beth Paiva (RJ) e Henrique Barbosa (PE) reportagem@colunaesplanada.com.br

Tributária

O Departamento de Segurança da Informação, vinculado ao Gabinete de Segurança institucional (GSI), já emitiu este ano dois boletins nos quais reforça aos servidores e autoridades do governo recomendações para evitar ataques cibernéticos e dicas de “comportamento” nas redes sociais. No documento de Janeiro, o GSI recomenda: “Evitar publicação, comentário ou compartilhamento de informações sensíveis que possam ser usadas em seu desfavor”. Também indica evitar fotos, viagens e participações em eventos, “mantendo o mínimo de informações possíveis em seu perfil de redes sociais”.

Reforço da senha No boletim mais recente, o órgão do Palácio do Planalto solicita que “revisem suas contas regularmente e verifiquem atividade não autorizada”.

Com dois deputados na comissão mista que irá discutir e votar a Reforma Tributária no Congresso, o Cidadania refutará aumento de imposto. Paula Belmonte (DF) e Arnaldo Jardim (SP) vão integrar o colegiado que terá 45 dias para analisar o tema.

Alívio na produção Líder da bancada, Jardim adianta que o partido terá como tarefa propor medidas para a simplificação tributária visando a desoneração do setor produtivo: “Nenhum acréscimo de carga tributária. Tem que ser neutra, de preferência que diminua a carga e que seja uma resposta rápida à sociedade”.

Folia atravessada Uma mudança no perfil das campanhas de carnaval do governo de prevenção a doenças em relações sexuais confirmou-se este ano, a exemplo do ano passado. Não há mais peças publicitárias recomendando uso de camisinhas – ou até distribuição de milhões de preservativos pelo Ministério da Saúde. Tomou a frente o Ministério dos Direitos Humanos e da Família com campanhas de conscientização para adolescentes.

Sobre custos O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo (foto), viajou ontem de Anápolis (GO) para Brasília num jato da FAB. São apenas 1h30 de carro até a capital federal pela BR 060, duplicada e com bom asfalto.

Chantagem O general Augusto Heleno, ministro do GSI (foto), conseguiu unir senadores da oposição e parlamentares alinhados ao Palácio. Isso porque, se houvesse sessão deliberativa do Senado há dias, o requerimento de convocação dele para se explicar no plenário seria aprovado com folga. Até bolsonaristas se irritaram com a declaração do general sobre suposta “chantagem” de parlamentares.

MARCELO CAMARGO/AG BRASIL

Attenzione País residente de uma das maiores populações brasileiras no exterior, a Itália vive um surto de coronavírus, com mortes na região de Milão e centenas de infectados no Norte. Um brasileiro relata que sua universidade cancelou as aulas.

Peso do malhete O Superior Tribunal de Justiça recebeu denúncia contra o ex-presidente do Tribunal de Contas do estado do Amapá José Júlio de Miranda Coelho, por lavagem de dinheiro. Na recente sessão da Corte Especial do STJ, a subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, citou a vertiginosa evolução patrimonial de Miranda.

Três Ferrari Em 1998, segundo declaração de bens ao TER-AP, o patrimônio do conselheiro era de R$ 353 mil. Em 2010, conforme laudos periciais, seja em nome próprio ou de terceiros, Miranda foi apontado como proprietário de três carros Ferrari, um Maserati, três Mercedes Benz, um Ford Mustang, dois BMW, uma aeronave Cessna Citation 500, além de embarcações, estabelecimentos comerciais e dezenas de imóveis.

RODRIGUES POZZEBOM/AG BRASIL

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OPINIÃO. ARTIGOS

CHARGE

COMENTARIOS DO

Soldado cidadão ada distingue um soldado de um civil, pois o que originalmente os une, é todos serem cidadãos. Palavra mágica cuja origem é "civitas", que em latim significa cidade, resultado humano da integração de alguém à sua comunidade. O cidadão não surge pronto e acabado. Seja quem for, deve ser formado e orientado para sua acomodação na comunidade. Os soldados não lutam nos combates com ódio pelo inimigo à sua frente, mas pelo amor aos valores que defendem. Esse é um saber de profunda cidadania que a caserna ensina, mas falta aprender habilidades profissionais. Em 2003, o Ministério da Defesa foi iluminado por ideia brilhante. Criou o projeto Soldado Cidadão com o objetivo de dar uma profissão aos militares que prestam o serviço militar, depois do tempo dentro das Forças Armadas. O projeto funciona desde 2004 e abrange todo o território nacional e, até o ano de 2018, 240 mil jovens já foram beneficiados. Desmentindo o pessimismo, tudo o que é bom pode ficar melhor ainda. Na concepção desse

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projeto, foram incluídos os centros de formação de aprendizado e mão de obra do Sistema S. Distingiu-se o Senac pela vasta experiência de formação rápida e eficiente de trabalhadores. O Senac-DF é parceiro na execução do Projeto Soldado Cidadão desde 2005 e atende ao Exército e à Marinha. Em 2019, o Senac-DF realizou cinco cursos para o Exército Brasileiro, como Web Designer, Auto Cad 2D, Editor de Projeto Visual Grá?co e Excel Básico e Avançado, conseguindo 83% de satisfação. Chegou a hora de repensarmos a ação Soldado Cidadão para garantir mais vitalidade e atualização diante das transformações do mercado de trabalho. Louis Dembitz foi um magistrado americano que sempre se preocupou com soldados e cidadania e nos ensina: “Soldados precisam produzir para sua pátria e enriquecer sua cidadania, pois o único título em nossa democracia que é superior ao de Presidente é o de Cidadão”. FRANCISCO MAIA, presidente do

Sistema Fecomércio-DF

Onde está a alegria egando o gancho nesta festa linda que é o carnaval, começo esse artigo citando o Padre Emanuel Dias, um visionário e servidor da luz, que conquistou meu coração em uma de suas pregações. Ele dizia que é muito mais fácil encontrar Deus dentro da multidão dos foliões do que no banco de uma igreja. Você pode imaginar a cara de espanto de muitos fiéis, mas o que ele quis dizer é que o Criador, ou seja lá qual for o nome que você dá a essa experiência do sagrado, reside onde está a alegria. Por essa razão, é perfeitamente natural que muitos prefiram pular na Sapucaí a escutar uma entidade eclesiástica explicando um monte de regras escritas há dois mil anos. Você já deve ter escutado a frase “atraímos o que vibramos”. E a nossa vibração de fábrica, nossa essência, é de puro gozo, abundância e contentamento. Isso quer dizer que nascemos para atrair unicamente amor, gratidão e compaixão e tudo o mais que gira em torno desses três pilares.

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Logo, é muito mais fácil nos encontrarmos em lugares que têm esse foco explícito. Importante: não estou me referindo aos eventos festivos cujo objetivo é mergulhar no universo inconsciente do álcool e das drogas – esses também nos deixam muito distantes de quem somos. A palavra entusiasmo significa Deus no coração, e, em minha opinião, é a que melhor descreve os momentos de nossa existência em que tudo parece estar no lugar perfeito. Não há dor e nem julgamentos. É, simplesmente, sorver cada sopro de vida com a inocência do primeiro e a atenção como se fosse o último. Perceber que somos parte de um plano maior. Que nunca estivemos e jamais estaremos desconectados da Unidade. A partir de hoje, escolha locais que façam a sua luz brilhar e revelam somente o seu melhor. Faça valer a pena, todos os dias, celebre e honre esse presente que é a vida. NATHALIE MALKINE, monja Pranada

Ishaya, é coach em meditação de alta performance na Reinvente Ser

(61) 99606.4199 Envie suas sugestões de reportagem, imagens e vídeos para o nosso WhatsApp

Saqueadores Minha irmã e meu cunhado sofreram um acidente e o carro capotou (felizmente nada grave). Algumas pessoas chegaram no local e, antes de prestarem socorro, minha irmã escutou alguns gritando: “O som é meu...” “Eu fico com o estepe...” Povo honesto e solidário é o brasileiro... MARY LUSTOSA DE MELO, PELO FACEBOOK SOBRE A MATÉRIA

“Caminhão de cerveja tomba em estrada e outros motoristas saqueiam a carga”

CARTASDOLEITOR Posto Ipiranga

Norte

Com certeza, o “Posto Ipiranga”, superministro da Economia, Paulo Guedes, pisou feio na bola, chamando funcionários públicos de “parasitas” e preconceituosamente desprezando a pobreza dominante no país, ao criticar domésticas que teriam, segundo ele, viajado de avião para a Disney. Em vez de chorumelas, nós, mortais usuários e contribuintes, desejamos ao menos, no mínimo, um bom atendimento do serviço público. Para isso, o governo precisa urgentemente criar um programa permanente de melhoria de atnecimento, com dois principais objetivos: Bem atender: presteza, competência técnica e rapidez no atendimento; Simplificar: por exemplo, no Simples das Domésticas, o empregador deveria apenas recolher um percentual sobre o valor do salário registrado na Carteira de Trabalho. O resto seria problema da Receita Federal. Vai que a bola é sua, senhor superministro. Ao tempo em que ressalto que o crescimento econômico do Brasil só será válido se tiver repercussão também no interior do nosso esgarçado sistema social.

Vespeiro

DOMINGOS SÁVIO DE ARRUDA, Asa

Segundo o noticiário, o presidente do Senado quer convocar o general Augusto Heleno para explicar fala que depõe contra aquela casa. O General acusou o Congresso de chantagear o governo. Ora, conhecendo a esquentada têmpera do general, provavelmente ele não só aceitará o “convite”, como confirmará e repetirá a fala ao vivo e a cores para o senhor Davi Alcolumbre. Bem feito!

Claudia Telles Vá na paz, Claudinha, em direção da Luz. Gostava muito de sua voz. Descanse em paz, sob a proteção de Deus. DULCIMAR FERNANDES, PELO FACEBOOK SOBRE A MATÉRIA “Luto:

morre Claudia Telles”

Olavo de Carvalho

LUÍS F. AMARAL São Paulo

Concordando, ou não, com as ideias do professor Olavo de Carvalho, a hora é de pedirmos a Deus, por ele e aos que nos ouvem, ou lêem, orações ao professor Olavo de Carvalho.

500 réis

ALAN KEVEDO, PELO FACEBOOK SOBRE A MATÉRIA “Perfil em homenagem a

Leio pela imprensa que a crítica fora de curva do ministro e general Augusto Heleno aos congressistas, chamando-os de chantagistas, tem respaldo de ministros. Só poderia ser da improdutiva ministra Damares Alves e do sem ideias e projetos ministro da Educação, Abraham Weintraub. E para piorar, também dos filhos do presidente Carlos e Eduardo Bolsonaro... Ou seja, apoios esses que não valem quinhentos reis... Moeda essa que vigorou no Brasil, até inicio de outubro de 1942! PAULO PANOSSIAN, São Carlos (SP)

CARTAS PARA A REDAÇÃO: cartas@grupojbr.com SIG trecho 1 - Lote 765 - Brasília - DF - CEP 70610-400. Inclua nome completo, endereço e identidade

Olavo de Carvalho informa que escritor está hospitalizado”

Violência Nossa, ele estava se reerguendo e faz isso novamente? Triste, a droga estraga famílias! CLÉCIA CRISTINA SANTOS OLIVEIRA, PELO FACEBOOK SOBRE A MATÉRIA

“Cantor vira réu por agressão contra a esposa”

Tráfico humano Parabéns à polícia por salvar essa moça. E dar luz a famílias com crianças desaparecidas. Toda pista é válida MÁRCIA AYLAPEIXES, PELO FACEBOOK SOBRE A MATÉRIA “PF salva garota de

16 anos do tráfico humano que seria levada para a Bolívia”


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OPINIÃO. PM REBELADA

CARNAVAL EM CASA JARBAS DE OLIVEIRA/AFP

Livres do coronavírus, resgatados da China deixam Anápolis

Além da Força Nacional, 2.500 homens do Exercito começaram a atuar ontem nas ruas de Fortaleza

Ceará enfrenta onda de assassinatos Até a tarde de ontem já chegava a 127 o número de vítimas de crimes violentos desde o início do motim té a tarde de ontem, já chegava a 127 o número de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) em todo o Ceará desde o início de motins dos policiais militares, na última terça-feira (18), que paralisaram as atividades por falta de acordo com o governo do estado referente à reestruturação salarial. Só no sábado foram 34 homicídios. Os CVLIs englobam os casos que se enquadram como homicídio doloso/feminicídio, lesão corporal seguida de morte e latrocínio. Na sexta-feira, o número de CVLI chegou a 37, o dia mais violento registrado desde o início de 2020. Até então, o dia com maior números de casos foi em 18 de janeiro, com 17 mortes. O mês todo de janeiro teve 261 homicídios. Em fevereiro de 2019, foram 164 homicídios, uma média de menos de seis por dia — em 2020, já são 286 no mesmo mês. Na segunda-feira (17), antes do início da paralisação, houve três homicídios e, na terça (18), cinco. Na tarde de sábado, na cidade de Aracati (150 km de Fortaleza), um policial militar foi preso acusado de matar um homem de 21 anos. Aracati tem uma das mais conhecidas festa de carnaval do Ceará e chegou a contratar agentes priva-

A

dos para fazer a segurança dos foliões. Em Beberibe, a 80 km da capital, os corpos de um homem de 39 anos e de sua filha de 1 ano e 11 meses foram encontrados na casa da vítima. A polícia informou que havia marcas de tiros nos dois. O governo federal enviou ao Ceará, após pedido do governador, Camilo Santana (PT), agentes da Força Nacional e do Exército para ajudar no policiamento ostensivo nas ruas. São 2.500 homens do Exército que começaram a atuar efetivamente neste domingo (22)— os 150 agentes da Força Nacional começaram a chegar na quinta-feira (20). No dia 18, o governo enviou à Assembleia o projeto de lei com o aumento da remuneração dos soldados da PM e Bombeiros de R$ 3.400 para R$ 4.500, parcelado em três vezes (pagamentos em março de 2020, março de 2021 e março de 2022). Parte dos profissionais não concordou e, na mesma noite, as paralisações começaram – e le s querem receber tudo de uma vez e demandam também a criação de um plano de carreira para a categoria. A paralisação envolveu ocupação de batalhões da PM e pressão para que comerciantes fechassem as portas, na cidade de Sobral.

Ciro dispara contra filho de Bolsonaro Candidato derrotado à Presidência em 2018, Ciro Gomes (PDT-CE) respondeu a uma provocação do vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSC) pelo Twitter, chamando-o de "libélula deslumbrada" e escrevendo que a família do vereador, que é filho do presidente Jair Bolsonaro, tem "canalhas, milicianos e peculatários corruptos". "Libélula deslumbrada. Nós aqui no Ceará somos e seremos o pior pesadelo de sua família de canalhas, milicianos e peculatários corruptos", escreveu Ciro neste domingo. A publicação veio em resposta a um tuíte de Carlos publicado no sábado em que ele comenta um vídeo do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). No vídeo publicado por Carlos, Randolfe cita Ciro ao manifestar apoio ao irmão do pedetista e seu colega de senado Cid Gomes (PDT-CE), baleado ao tentar romper com uma retroescavadeira um bloqueio de policiais amotinados em Sobral na quarta-feira. "'Vambora', Ciro. Já estou indo para Sobral, me espera aí!", diz Randolfe no vídeo, em cima de um trator. "(Randolfe) quer passar por cima de crianças e mulheres com o pessoal do nariz nervoso e lambedor de beiço do Ceará", comentou Carlos.

Com a confirmação do diagnóstico de que não foram contaminados pelo novo coronavírus, os brasileiros que foram repatriados da China no início deste mês deixaram a quarentena estabelecida pelo governo federal. Ao todo, 58 pessoas, sendo 34 resgatados pelas autoridades brasileiras e 24 integrantes da equipe de apoio, permaneceram por 15 dias em período de isolamento. Eles partiram da Base Aérea de Anápolis (GO) neste domingo. Inicialmente, eles ficariam em quarentena por 18 dias, mas o governo brasileiro decidiu antecipar o período, o que é permitido pelo protocolo internacional, após um terceiro exame clínico realizado na sexta-feira não ter identificado infecção pelo vírus Sars-CoV-2. "Hoje, sentimos orgulho pelo resultado da operação bem-sucedida e alívio pelo retorno dos nossos brasileiros aos seus lares com os resultados dos exames dando negativo", disse o ministro da De-

fesa, Fernando Azevedo e Silva. O país não tem casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus, mas ainda há uma suspeita no Rio de Janeiro sendo investigada. Até agora, 51 casos foram descartados após exames laboratoriais darem negativo. Os brasileiros que passaram por quarentena deixaram Anápolis (GO) às 11h40 com destino a nove unidades federativas: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Pará, Maranhão, Rio Grande do Norte e Distrito Federal. O deslocamento foi feito por duas aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), sendo que uma delas foi utilizada também para transportar a comitiva do governo federal de volta a Brasília. Por questões logísticas, dois brasileiros, que foram levados para a capital federal voltarão para os seus estados, no caso Rio Grande do Norte e Maranhão, em voos comerciais pagos pelo governo brasileiro.

REUTERS/ADRIANO MACHADO

Os 34 resgatados seguiram em aviões da FAB e em voos comerciais para oito estados e Brasília

Nova norma de avaliação Antes do embarque, foi promovida uma cerimônia na Base Aérea de Anápolis, na qual duas crianças repatriadas entregaram ao ministro da Defesa bandeiras nacionais assinadas pelos 34 brasileiros resgatados da China. "A nossa família está reunida para o carnaval e agora só falta a gente", disse o publicitário mineiro Alefy Rodrigues, 26 anos, um dos que permaneceram em quarentena. Ele acrescentou que o isolamento "superou a expectativa". O Ministério da Saúde decidiu alterar os critérios que devem ser usados pela rede de saúde para definição de casos de suspeita de infecção pelo novo coronavírus. Até

então, a definição incluía apenas os casos de pacientes que apresentavam febre e outros sintomas respiratórios, além de histórico de viagens à China em até 14 dias antes do início dos sintomas. Agora, o ministério passará a enquadrar também nessa definição casos de pessoas com sintomas e histórico de viagens dentro desse período a outros sete países e territórios: Japão, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Singapura, Vietnã, Tailândia e Camboja. A mudança ocorre devido ao aumento no número de novos casos fora da China e à chegada do Carnaval, quando há maior vinda de turistas ao país.


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Um tiro no peito Comove o país REPRODUÇÃO REPRODUÇÃO

“Só morto sairei do Catete”: De volta ao poder pelo voto, Vargas termina seu governo de forma trágica: encerra a grave crise que enfrenta dando fim à própria vida

OLAVO DAVID NETO E VÍTOR MENDONÇA redacao@grupojbr.com

“A fome, a doença, o esporte, a gincana A praia compensa o trabalho, a semana O chope, o cinema, o amor que atenua O tiro no peito, o sangue na rua” Sidney Miller em “Pois é, pra quê?”

governo do presidente Eurico Gaspar Dutra pareceu trazer de volta o interesse pela tese da mudança da capital para o interior. Na avaliação de algumas linhas historiográficas, talvez não exatamente por uma convicção pessoal de Dutra, mas talvez mais como um reflexo da sua obsessão por cumprir rigorosamente os preceitos da Constituição que promulgou em 1946 – o “livrinho”, como chamava. Foi, porém, um tempo de revezes para o país. Num período de Guerra Fria e polarização de forças entre Estados Unidos e União Soviética, o Estado brasileiro alinhou-se automaticamente aos norte-americanos, rompendo, pouco mais de dois anos depois, as relações diplomáticas com Moscou e se isolando de boa parte do mundo oriental. Também foi uma época dura para o proletariado. Apesar do caráter autoritário, a Era Vargas mostrou-se um período de conquistas trabalhistas, representado na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) imposta por Getúlio. Um exemplo é o valor do salário mínimo. De 1942, quando o Brasil trocou o mil réis de Pedro II pelo Cruzeiro, a 1945, ano da queda do Estado Novo, houve uma redução do valor real de US$ 80 para US$ 65. A partir de 1946, a queda se acentua: chega a US$ 45 em 1947, baixando para US$ 42 nos dois anos seguintes, para chegar a US$ 40 em 1950, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o índice mais baixo no governo Dutra. Além da desvalorização do pagamento ao trabalhador, a Segunda

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Guerra Mundial também contribuiria para limar a embrionária industrialização desenvolvida durante o Estado Novo, principalmente no consumo de itens primários. Durante a presidência de Dutra, as reservas cambiais brasileiras — medida que afere, a partir da balança comercial, os gastos do país no exterior -—foram queimadas pela aproximação com o Tio Sam, assim como colaborou o ressurgimento do comércio europeu, sobretudo nos bens de consumo, destroçado na guerra nazista.

“O retrato do velho” As medidas do governo Dutra acabaram ajudando a pavimentar o caminho para a volta de Vargas, que ele planejara desde sempre. O ex-ditador, desta vez, seria conduzido ao Palácio do Catete, sede da Presidência, pelas urnas. Disputava contra o brigadeiro Eduardo Gomes, da União Democrática Nacional (UDN) e o desconhecido mineiro Cristiano Machado, pelo Partido Social Democrata (PSD), candidatando-se pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Vargas manobrou para que o PSD na prática abandonasse seu candidato, criando um verbo que a política usa até hoje. “Cristianizar” virou sinônimo de largar o candidato do partido para apoiar outro de outra legenda. A vitória veio após Getúlio aglutinar 48% do eleitorado em torno do seu nome. Em 1951, o gaúcho voltou ao poder e já tomou medidas que consolidaram a sua marca de grande bastião do trabalhismo brasileiro. No ano seguinte à posse, o salário mínimo real chegava a US$ 97, maior índice desde 1940; um ano depois, cairia a US$ 82 para, no ano do suicídio do presidente, voltar aos US$ 100 das quase duas décadas anteriores.


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Amigo do mudancismo Nem só de salário mínimo, porém, viveu Getúlio Vargas no segundo governo. Tido como inimigo da interiorização da capital — apesar da resistência em construir uma nova sede do poder nacional se desse para manter o equilíbrio com as oligarquias cafeeiras, de São Paulo, e pecuárias, de Minas Gerais, como visto na reportagem 16 deste especial —, Vargas retornou de braços abertos para o projeto mudancista. Tanto é que, já sob seu governo, proliferaram no Congresso Nacional propostas em torno do tema. Ainda em 1951, o deputado mineiro Dilermando Cruz submeteu à análise do parlamento o Projeto de Lei (PL) 1343, que transferia, provisoriamente, a capital da República para Belo Horizonte. Comissão especial No ano seguinte, o Congresso despacha a Resolução nº 227, que institui a Comissão Especial de Mudança da Capital, para discutir a retirada dos maiores poderes brasileiros do Rio de Janeiro. Teria prazo de 60 dias e seria composta, se aprovada, de 25 deputados. Sem sucesso, mas com legado, a resolução resultou no Decreto 32.976, segundo o qual era “c ri ad a uma Comissão Especial para se incumbir dos estudos definitivos destinados à escolha do sítio e da área da nova Capital”. Para liderar a nova missão, Vargas indicou seu chefe de gabinete, o general Agnaldo Caiado de Castro, companheiro de velha data do presidente, a quem dera suporte durante a vigência do Estado Novo. Atentos às conversas do general Djalm a Po l l i C o e l h o c o m o E s t ado-Maior do Exército e o Estado-Maior Geral, dadas por meio de relatórios secretos e reservados em 1947, caberia a Caiado uma manobra geniosa para combater a especulação imobiliária apontada por Coelho na área da “farinha podre”, como era conhecida a região do Triângulo Mineiro por sua umidade, que estragava o produto alimentício. Este tema, no entanto, será abordado na reportagem de amanhã.

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REPRODUÇÃO

A marca da tragédia: em silêncio profundo, o Maracanã vê o Brasil perder a Copa de 50

Outra tragédia silencia o país

CDOC/FGV

O segundo governo Vargas foi conturbado. Foram diversas crises relacionadas, entre outras razões, à gestão do petróleo, à família do presidente, e, sobretudo, à relação do governante com a oposição. Já citado neste especial, Carlos Lacerda (UDN), deputado pelo, à época, Distrito Federal, mostrou-se um dos mais ferrenhos oposicionistas de Getúlio. Jornalista, utilizava de dois veículos diferentes para atacar o presidente, com destaque às supostas denúncias de corrupção no governo federal. Em 5 de agosto de 1954, Lacerda, que andava escoltado por um brigadeiro da Aeronáutica, sofreu um atentado político. Baleado na perna, viu seu protetor dar a vida pela dele na rua Toneleros, em Copacabana, onde morava. O episódio ganhou proporções imensas quando Gregório Fortunato, chefe da guarda presidencial, foi identificado por testemunhas como um dos autores do ataque. Como um militar morrera, as Forças Armadas - que depuseram Getúlio em 1945 - abriram um inquérito militar, no episódio conhecido como República do Galeão (aeroporto fluminense que abrigava quartéis e moradias da Força Aérea). A pressão das investigações levou Getúlio a uma atitude extrema. Após negar uma renúncia e prometer que “só morto” deixaria o Catete, chegou a afirmar a interlocutores que “o tiro que feriu Lacerda” o havia atingido pelas costas. Na noite de 24 de agosto, em seu quarto, o presidente da República sacou um revólver e disparou contra o próprio peito. A morte do “velho” levou o povo às ruas, e, conforme a historiografia predominante, retardou em dez anos um novo golpe militar no Brasil.

“Ele voltará”: as perdas trabalhistas na era Dutra pavimentam o caminho para o retorno de Getúlio, desta vez pelo voto popular

Um orgulho brasileiro nascido do combate a Hitler Organizada desde 1930, graças ao sucesso do torneio olímpico, a Copa do Mundo da FIFA já reunia os grandes jogadores do planeta para tirar a teima acerca do melhor futebol do globo. Com a ascensão de Adolf Hitler na Alemanha — e os consequentes conflitos gerados pela ideologia nazista —, as edições de 1942 e 1946 foram canceladas pela destruição causada no continente europeu. Assim, para 1950, a entidade máxima do esporte voltou os olhos à América do Sul, que recebera a primeira Copa em 1930, no Uruguai, para sediar a competição. Surge assim a candidatura do Brasil. Sem estádios para largos públicos, coube ao país construir uma megalomania de concreto no que era, então, a capital do país. Com a necessidade de um palco esportivo à altura do evento que receberia na metade do século XX, a construção do Maracanã, bancada pelo governo federal, trouxe, também, o choro da derrota por 2x1 frente ao Uruguai na decisão “informal” do certame.

» AMANHÃ: a norte-americana Donald J. Belcher camufla a nova capital


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BRASIL

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GILBERTOAMARAL

Com Lia Dinorah gilbertoamaral.com.br

MAIS FLASHES DA POSSE DE MARIA CRISTINA PEDUZZI NA PRESIDÊNCIA DO TST FOTOS: PAULO LIMA

Presentes na concorrida solenidade, Tereza Vanbrussel e o ministro Roberto Barroso

Ministro Luiz Henrique Vieira Filho e Ana Frazão

Cláudia e o ministro Guilherme Caputo Bastos com Terezinha Falcão

Adriana Colela ladeada pelos advogados, Guilherme e Estenio Campelo

Paulo Mury e Tereza

RAICE CABRAL HELGE HANSEN

Nossa correspondente na França instagram: @mytastytravel

Fables à la fontaine Na praça do Trocadero, aos pés da Torre Eiffel, no prestigioso Chaillot (Teatro Nacional da Dança), a brasileira Lia Rodrigues fará sua interpretação de La Fontaine. A coreógrafa escolheu a fábula “Contra aqueles que têm um gosto difícil” para reinterpretar os questionamentos do poeta francês Jean de la Fontaine. Para os amantes de dança e de contos, o espetáculo vai de 17 a 21 de março, na Cidade Luz.

Lia Rodrigues Artista associada ao Tetro Chaillot desde 2017, Lia Rodrigues apresentará, em paralelo à “Fables à la Fontaine”, com 14 dançarinos da Companhia Nacional de Dança Contemporânea da Noruega. Ela tem carta branca e o espetáculo usará os princípios da improvisação desenvolvidos para sua dança Pororoca, que teve residência no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, local de trabalho da coreógrafa.

Cachaça Berlinale A 70ª edição da Berlinale, renomado festival de cinema alemão, conta com um recorde de obras brasileiras. São 19 longas, curtas, documentários e coproduções em diversas seleções da competição. A grande expectativa está em torno do filme “Todos os mortos”, de Caetano Gotardo e Marco Dutra, que concorre ao Urso de Ouro. O cineasta brasileiro Kléber Mendonça Filho é um dos membros do júri, que este ano é presidido pelo ator britânico Jeremy Irons. A Berlinale vai até 1° de março.

Para festejar o carnaval em Paris, o salão de degustação My Tasty Travel recebeu o Philippe Mille (foto). O maior especialista em cachaças da França fez uma degustação sensorial da bebida brasileira. Um evento único oferencendo uma viagem pelas destilarias do Norte ao Sul do Brasil. Uma programação especial está prevista para setembro, quando se comemora o Dia da Cachaça.

Aniversário O querido amigo Stéphane Lesellier, engenheiro da petroleira Total, assopra velinhas nesta segunda. Ele recebe amigos “en petit comité”, em sua residência em Paris. O champanhe já está gelando.

MY TASTY TRAVEL

BENJAMIN MENGELLE


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ECONOMIA. CRISE ECONÔMICA TONY WINSTON/AGÊNCIA BRASÍLIA

Bolsa Família já tem fila de 3,5 milhões de pessoas Sem dinheiro, população voltou a bater à porta das prefeituras, já debilitadas financeiramente fila de brasileiros que esperam pelo Bolsa Família já chega a 3,5 milhões de pessoas, o que representa 1,5 milhão de famílias de baixa renda. O gargalo tem provocado um princípio de colapso na rede de assistência social de municípios, sobretudo os pequenos e médios. Sem o dinheiro do programa, a população voltou a bater à porta das prefeituras em busca de cestas básicas e outros tipos de auxílio. A reportagem chegou ao número de pessoas na fila do Bolsa Família analisando o banco de dados do governo federal. No fim de janeiro, o Ministério da Cidadania havia informado, via Lei de Acesso à Informação (LAI), que a lista de pedidos para entrar no programa de transferência de renda seria cerca de um terço deste número, 494 mil famílias.

A

Finanças municipais As demandas da população carente têm sobrecarregado as finanças municipais, já combalidas. Em Surubim, a 120 quilômetros do Recife, interior de Pernambuco, os pedidos de cestas básicas dobraram no segundo semestre do ano passado. A prefeita Ana Célia de Farias (PSB) fez um aditivo ao contrato para distribuição de alimentos. Gestores do Bolsa Família da cidade de 70 mil habitantes avaliam que o crescimento da demanda por atendimentos se deve ao congelamento de novos benefícios do programa federal. "São nove meses de uma fila de espera que só aumenta. E tem uma demanda que se reverte para a gestão municipal. Quem não tem acesso recorre à prefeita", afirmou Penélope Andrade, vice-presidente do Colegiado Estadual de Gestores da Assistência Social de Pernambuco e secretária de Assistência Social

em Surubim.

Desemprego No município de Picuí, a 240 quilômetros de João Pessoa, na Paraíba, o prefeito Olivânio Remígio (PT) também disse ter registrado aumento no número de pedidos feitos por moradores de baixa renda. "São pessoas que perderam o emprego devido à recessão econômica e precisam do Bolsa Família. Nos procuram para podermos arcar com esse ônus. Está sufocando a prefeitura", disse. À frente de um município de 18 mil moradores, Remígio afirma que não consegue atender a todos. "Já tem fila nos nossos programas sociais, como aluguel social, pedidos para pagar conta de energia. E a arrecadação municipal é baixa. O problema acaba afetando a própria economia das cidades. "O dinheiro dos benefícios sociais circula na economia local", analisa Denilson Magalhães, supervisor do núcleo de Desenvolvimento Social da Confederação Nacional dos Municípios.

"SÃO PESSOAS QUE PERDERAM O EMPREGO DEVIDO À RECESSÃO ECONÔMICA E PRECISAM DO BOLSA FAMÍLIA. NOS PROCURAM PARA PODERMOS ARCAR COM ESSE ÔNUS. ESTÁ SUFOCANDO A PREFEITURA" OLIVÂNIO REMÍGIO, prefeito de

Picuí (PB)

A falta de empregos aumenta a demanda por benefícios, pressionando os municípios já endividados

SAIBAMAIS » A fila para ter acesso ao benefício não surgiu no governo Bolsonaro. Técnicos relatam que ela é característica do programa. » O que muda, no entanto, é a ausência de perspectiva para que ela diminua. Antes, com a meta de atendimento de 13,9 mi de famílias, a gestão do Bolsa Família podia diminuir expressivamente a fila ao longo de um ano.

» Famílias saíam em consequência de processos administrativos, mas outras podiam entrar. Havia orçamento para isto. Hoje, o programa não tem previsão orçamentária para passar dos 13,1 milhões de famílias. O que na prática resulta num corte permanente de quase 1 milhão de famílias.

Queda nas concessões Dados do Ministério da Cidada- gou para reclamar da fila, uma dor nia apontam uma queda brusca no de cabeça que aumenta em ano volume de concessões do Bolsa Fa- eleitoral. mília a partir de maio de 2019. Naquele mês, 264.159 famílias foram Quem tem direito De acordo com as regras do goincluídas na lista de beneficiários. A partir de junho, as entradas caí- verno, o Bolsa Família deve atenram para 2.542 e, até outubro, der a todas as famílias em extrema quando os dados mais recentes fo- pobreza, com renda familiar de até ram publicados no Cecad, o banco R$ 89 per capita. Também têm dide dados do Cadastro Único de be- reito ao benefício as famílias em sinefícios sociais do governo federal, tuação de pobreza, ou seja, com o volume permanecia no mesmo renda per capita de até R$ 178 por mês, desde que tenham crianças e patamar. adolescentes de até 17 anos. O ministério reconheceu a reO levantamento que dução no número de incluidentificou a falta de assões de famílias nos últisistência para 3.556.454 mos meses e disse que pessoas levou em conisso será normalizado ta somente as situa"com a conclusão dos das na extrema poestudos de reformulaREAIS É A RENDA DE breza e com cadastros ção do Bolsa Família". QUEM TEM DIREITO AO BOLSA FAMÍLIA atualizados ao longo Manobra de 2019, o que significa No entanto, técnicos conque a fila pode ser ainda sultados apontam que a redução maior. pode ter sido uma manobra para O Nordeste é onde está a maior garantir caixa necessário ao paga- parcela de pessoas na fila do Bolmento do 13º do benefício, promes- sa Família, conforme os números sa de campanha do presidente Jair apurados pelo Estado. Das 1,5 miBolsonaro. Em nota, a pasta afir- lhão de famílias que aguardam, na mou, ainda, que as concessões fila, 606.835 estão distribuídas petambém dependem de "estratégias los nove estados da região, o que de gestão da folha" de pagamento. corresponde a 39,1% do total. OuO Ministério da Cidadania acaba tros 36,8% estão espalhados pelo de passar por um processo de tran- Sudeste, um total de 571.609. sição. Onyx Lorenzoni, ex-ministro O maior volume de liberações, da Casa Civil, assumiu no lugar de ainda de acordo com o levantaOsmar Terra. Antes de demitir Ter- mento dos secretários, foi para o ra, o presidente Jair Bolsonaro li- Sudeste: 45.763.

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MUNDO. A VEZ DA EUROPA

Coronavírus avança na Itália CLAUDIO FURLAN/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Número de casos confirmados da doença no país saltou de 25 no sábado para 115 no domingo número de casos confirma- com a saúde pública. dos de coronavírus na Itália saltou de 25 no sábado para Coreia do Sul Na Coreia do Sul, o presidente 115 neste domingo, concentrados principalmente na Lombardia, re- Moon Jae-in decretou alerta máxigião norte que inclui a capital fi- mo para doenças infecciosas, dinanceira do país, Milão, afirmou o zendo que as autoridades devem governador de Varese, Attilio Fon- tomar medidas "sem precedentes e tana. Milão, porém, tem registro de poderosas" para combater o surto. Os comentários de Moon Jae-in apenas um paciente. Quase todos os casos da Itália es- foram feitos depois que as autoritão agrupados no norte, com 11 ci- dades sul-coreanas notificaram dades em confinamento — o que mais 123 casos, aumentando o total significa que as pessoas não po- para 556, com cinco mortes. Moon disse que seu governo audem entrar ou sair das fronteiras. mentou seu nível de alerta Depois da Lombardia, a próantivírus para o ponto xima região mais atingi"vermelho", o mais alto da é Veneto, no nordesnível. A última vez que te, com pelo menos 17 o país entrou em alercasos. ta vermelho foi em Desde ontem, coÓBITOS FORAM 2009 em meio ao nomércio, missas e evenREGISTRADOS vo surto de gripe que tos esportivos foram NA ITÁLIA matou mais de 260 pesfechados ou cancelados. soas na Coreia. O primeiro caso da doença Sob o alto nível de alerta, as na Itália foi de um casal chinês que estava de férias em Roma, no autoridades podem pedir o fechainício de fevereiro. Até o momento, mento de escolas e reduzir a opeforam relatadas três mortes — duas ração de transporte público e de de idosos no norte. Segundo auto- voos. Segundo o presidente da Coridades, ao menos 18 pessoas estão reia do Sul, o surto "atingiu um diem Unidades de Terapia Intensiva visor de águas crucial" e, para ele, os próximos dias serão "críticos". (UTI). Os desfiles de moda em Milão se- "Não devemos ficar sujeitos a reguem normalmente. O estilista gulamentos e hesitar em tomar Giorgio Armani, porém, realizou medidas poderosas e sem preceseu desfile deste domingo em um dentes". De acordo com Centros showroom vazio e transmitido pa- da Coreia do Sul para Controle e ra o público da moda pela internet. Prevenção de Doenças, 113 dos 123 Esta foi a primeira vez em 45 anos novos casos vieram estão na quarque a marca de Milão tomou uma ta maior cidade de Daegu e arremedida em meio à preocupação dores.

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Pessoas enfrentaram ontem longa fila na entrada de supermercado em Casalpusterlengo, no norte da Itália

SAIBAMAIS » O ministro da Saúde da Turquia, Fahrettin Koca, anunciou ontem o fechamento da fronteira com o Irã devido ao número de casos de coronavírus no país vizinho. Koca disse que os voos do Irã também cessariam a partir das 20h dese domingo. As passagens rodoviárias e ferroviárias entre os dois países também foram fechadas. Ontem, o Irã elevou o número de mortos pelo novo coronavírus para oito, com 43 casos confirmados. A Turquia não registrou nenhum caso.

China em "estágio crítico” Advertindo que a epidemia de coronavírus na China "ainda é sombria e complexa", o presidente chinês, Xi Jinping, pediu ontem por mais esforços para combater o surto, reviver a indústria e impedir que a doença atrapalhe o plantio de culturas na primavera. Xi defendeu a resposta do Partido Comunista no governo como "oportuna e eficaz", mas afirmou que a situação está em um "estágio crítico" e pediu às autoridades que "limitem resolutamente a propagação da epidemia".

De acordo com analistas, a China pode se recuperar rapidamente se o surto puder ser controlado até o final de março. Mas eles dizem que a produção econômica deste trimestre diminuirá em até 1% em relação ao trimestre encerrado em dezembro. Até o momento, o número de casos confirmados de coronavírus em todo o mundo chegou a 78.608 pessoas infectadas até este sábado, das quais 77.027 somente na China. Já são 2.460 mortes, das quais 16 fora do território chinês.

CALLAGHAN O'HARE/REUTERS

SUCESSÃO DE TRUMP

Sanders vence prévia, mas Joe Biden espera virada

Bernie Sanders venceu com folga as prévias democratas de Nevada

Favorito até agora nas prévias democratas para escolher quem concorrerá à Casa Branca contra o republicano Donald Trump, o senador progressista Bernie Sanders venceu na noite de sábado com folga em Nevada, de acordo com projeções. Foi a primeira grande prévia democrata no oeste do país e a segunda realizada por caucus – espécie de assembleia de eleitores. A ampla margem sobre os adver-

sários permitiu que Sanders fosse apontado vencedor mesmo com a apuração em ritmo lento. Joe Biden ficou em segundo lugar. Apesar da derrota, o desempenho do ex-vice-presidente dos EUA no governo Obama sinaliza uma recuperação, já que Biden largou como um dos favoritos e decepcionou ao ficar em quarto e quinto nas duas prévias anteriores, em Iowa e New Hampshire.

Ele comemorou enfaticamente o resultado: "Vocês todos fizeram isso por mim. Vocês todos fizeram. Agora vamos à Carolina do Sul para ganha e então vamos tomar isso de volta", disse, em um comício em Las Vegas. O terceiro lugar em Nevada era ocupado por Pete Buttigieg (13,9), que se alternou nas duas primeiras posições nas prévias iniciais. Em seguida vinha Elizabeth Warren (8,9%).


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ALEXANDRE VIDAL / FLAMENGO

FLAMENGO

de passe entre os dois atacantes. Pedro até apareceu em alguns cabeceios, enquanto Gabriel Barbosa correu muito, mas teve pouco espaço para criar. Apesar da combinação decisiva da dupla, Jorge Jesus ainda vê em Bruno Henrique um parceiro melhor para Gabriel. “O Bruno Henrique e o Gabriel se conhecem desde o Santos. O Pedro ainda está chegando, está conhecendo o Gabi. Mas são jogadores com características diferentes. Bruno Henrique se completa muito melhor com o Gabi”, analisou.

Pedro comemora com Gabigol o título da Taça Guanabara

SAIBAMAIS » Se em campo Gabriel e Pedro ainda precisam se entender mais, fora de campo o relacionamento é próximo. Na volta olímpica após o título, os dois estiveram sempre por perto e trocaram a Taça Guanabara de mãos a todo momento.

» O próximo desafio da dupla e do Flamengo é na quarta-feira. A equipe enfrenta o Independiente Del Valle no Maracanã, pelo jogo de volta da Recopa Sul-Americana. Na ida, houve empate em 2 x 2.

MERCADO CORINTHIANS

Pressão ainda maior A pressão sobre Tiago Nunes no Corinthians aumentou após novo tropeço no Campeonato Paulista. Batido pelo Água Santa por 2 x 1, no sábado, o time ampliou o seu início ruim de temporada com oito pontos somados em sete jogos, desempenho que pode deixar a equipe fora da zona de classificação às quartas de final quando a rodada for concluída. Aos resultados ruins no Paulistão se soma a eliminação na segunda fase preliminar da Co-

pa Libertadores para o Guaraní, do Paraguai. Nesse cenário, Tiago Nunes é alvo de cobranças da torcida, mas garante encarar a situação com naturalidade. "Pressão externa não tem blindagem. Jogar no Corinthians implica sofrer pressão. Qualquer palavra que eu diga aqui tem uma repercussão gigantesca. Quando você perde para o Água Santa você vai ser cobrado. Se perder para o Barcelona vai ser cobrado por isso. Os atletas têm de saber isso”.

JUDÔ

Brasileiros voltam ao pódio

Gabigol e Pedro jogam bem juntos? Gabriel e Pedro podem se entrosar para jogar juntos? A pergunta que os torcedores do Flamengo fazem desde janeiro começou a ser melhor respondida na vitória por 2 x 1 sobre o Boavista, que valeu o título da Taça Guanabara. Pela primeira vez na temporada, os dois atacantes atuaram juntos desde o início da partida. Uma parceria que começou tímida, mas melhorou ao longo do jogo e culminou no belo gol da virada. No primeiro tempo abaixo da média de todo o time, os dois pouco combinaram. Foi raro ver trocas

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Ajax contrata Antony O Ajax oficializou a contratação do meia-atacante Antony, que pertence ao São Paulo. A promessa do futebol brasileiro assinou contrato até junho de 2025 com o clube holandês e custou quase 16 milhões de euros (cerca de R$ 76 milhões). Porém, caso o atleta alcance algumas marcas, a negociação pode chegar a R$ 103 milhões. O contrato só começará a valer em julho. Até lá, Antony, que completará 20 anos hoje, seguirá com a camisa do São Paulo. E prometeu "dar a vida em campo" pelo clube tricolor até a sua ida definitiva para a Holanda.

"Eu nem olho muito o lado de fora, olho para dentro do São Paulo mesmo. Meus companheiros são para quem tenho que dar mais ouvidos, tenho que honrar. O torcedor também. Estou focado. A cada partida, pode ter certeza que vou dar a minha vida em campo, ajudar meus companheiros para sair com a vitória", afirmou o atacante. Depois de servir à seleção sub-23 que conquistou a vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, Antony fez no sábado a sua estreia pelo São Paulo em 2020 na goleada por 4 x 0 sobre o Oeste, em Barueri, pelo Paulista.

Após dois dias de resultados ruins, o judô brasileiro foi duas vezes ao pódio no encerramento do Grand Slam de Düsseldorf, na Alemanha. Ontem, Mayra Aguiar faturou a prata e Rafael Silva, o "Baby", ficou com o bronze. Beatriz Souza e Rafael Buzacarini perderam suas lutas pela medalha de bronze. Campeã em Düsseldorf em 2019, Mayra fez a sua estreia no ano olímpico no evento alemão. Em sua campanha, a brasileira venceu por ippon a equatoriana Vanessa Chala, assim como a russa Alexandra Babintseva. Nas quartas, passou pela austríaca Bernadette Graff nas punições. Mayra reencontrou nas semifinais a cubana Kaliema Antomarchi, a quem venceu na final do Pan de Lima, no ano passado, e voltou a derrotá-la, agora no golden score e com um waza-ari. Na decisão, porém, foi imobilizada pela japonesa Shori Hamada, ficando com a medalha de prata. Sem subir ao pódio no circuito após sofrer fratura na mão em junho de 2019, Baby encerrou o jejum em Düsseldorf. Ele venceu o alemão Erik Abramov, o venezuelano Pedro Pineda, e o bielo-russo Aliaksandr Vakhaviak, o algoz do brasileiro David Moura na primeira rodada. Porém, nas semifinais, caiu para o georgiano Guram Tushishivili, campeão mundial em 2018. Depois, se recuperou na luta pela medalha de bronze ao derrotar o húngaro Richard Sipocz pelas punições. Buzacarini (100kg) venceu Daniel Dichev, da Bulgária, Danilo Pantic, de Montenegro, Karl-Richard Frey, da Alemanha, e Giorgi Chikovani, da Geórgia. PEDRO RAMOS/ REDEDOESPORTE.GOV.BR

TÓQUIO-2020

Aos 40 anos, brasileiro se aproxima dos Jogos Mais um atleta brasileiro obteve índice para a Olimpíada de Tóquio. O veterano Paulo Roberto de Almeida Paula, 40, correu a Maratona de Sevilha abaixo da marca exigida ao completar a distância em 2h10min08, sendo 1min22 mais rápido do que o tempo estipulado. Foi a marca mais rápida da sua carreira na tradicional prova. Paulo Roberto tinha os 2h10min23 alcançados em Pádua, na Itália, em 2012, como melhor tempo da sua carreira. E o resulta-

do deste domingo o deixou na 24ª colocação na Maratona de Sevilha, prova que foi vencida pelo etíope Mekuant Ayenew Gebre em 2h04min46, seguido pelo queniano Barnabas Kiptum, com 2h05min05, e pelo compatriota Regasa Bejica, com 2h06min24. "Foi uma prova tática, tinha em mente correr a 3min06, 3min07 por quilômetro e foi o que aconteceu. Estou feliz pelo índice e por estar quebrando as barreiras da idade", disse Paulo Roberto, que com-

pletará 41 anos em 8 de julho. Antes de Paulo Roberto, Daniel Chaves também havia alcançado o índice olímpico da maratona, com 2h11min10, na Maratona de Londres de 2019. Eles estão bem perto de terem assegurada a vaga em Tóquio. Ainda é preciso esperar o fim do período de classificação, pois cada país só pode ter três representantes. Além disso, há limite de 80 corredores para a maratona. Caso a classificação se sacramente, Paulo Roberto vai participar pe-

la terceira vez de uma Olimpíada. O brasileiro competiu em Londres, tendo ficado em oitavo lugar, e também no Rio, sendo o 12º colocado. No ano passado, o brasileiro foi o 19º da prova no Mundial de Atletismo de Doha. A obtenção do índice olímpico completa uma semana importante para Paulo Roberto. Afinal, na última quinta-feira, havia sido convocado para participar do Mundial de Meia Maratona após o pedido de dispensa de Gilmar Silvestre Lopes.

Mayra Aguiar faturou a prata no Grand Slam de Düsseldorf


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Sereias Tropicanas: respeito à diversidade e muito axé dos anos 1990

Cênico, musical e performático Com o tema Segredos do Mar, Bloco Sereias Tropicanas promete uma festa ao ritmo do axé uando as Sereias Tropicanas estrearam no carnaval brasiliense, no ano passado, 20 mil pessoas se jogaram na festa de axé proposta pelo bloco. Hoje, a folia das Sereias começa às 16h, no Setor Carnavalesco Sul (SCS) — e, num desfile em torno do tema Quem não acredita em sereia não conhece os segredos do mar, promete um carnaval ainda mais performático, cênico e dançante. Ao longo da folia, os segredos do mar serão revelados por mais de 40 artistas da dança, do circo, do teatro e da performance. “Há dois meses estamos ensaiando um espetáculo inédito, que será apresentado também no Chile e na Argentina”, anuncia o produtor Guylherme Almeida. No ano passado, ele e o coprodutor Gustavo Letruta transformaram o SCS em um arquipélago de diversão para a comunidade LGBTQIA+ e simpatizantes. Para es-

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ta edição, prometem surpresas: o bloco contará com a banda Sereias Tropicanas e as DJs Karla Testa e Larissa Hollywood, ao som de muito axé anos 1990. Estreante à f r e n t e d a s p ick-ups, Guylherme Almeida — como DJ Guy — estará também revisitando a memória musical que marcou sua infância no Riacho Fundo, onde nasceu. “Sempre mantive um relacionamento íntimo com a música e vou levar para os foliões um resgate afetivo com canções tiradas do fundo do baú”, revela. O bloco prima pela diversidade, e dá boas-vindas a todas as identidades, desde que sejam observadas

duas premissas: respeito e amor ao próximo. “As sereias se multiplicaram, criando um arquipélago plural de afetos, cores, dança e suingue. O bloco será um espetáculo c ar n av a le s co, cenográfico e c o re o g r á fi c o de grande impacto para os foliões”, reforça Letruta. A festa das Sereias Tropicanas tem entrada franca.

CarnaMuseu Neste ano, o Museu Nacional da República é palco novamente do CarnaMuseu — considerado o carnaval alternativo de Brasília. A proposta incomum mistura as raízes musicais da cultura popular do

carnaval — como o samba e o maracatu — ao forró, ao carimbó e até ao rock e hip hop. O evento é gratuito, e traz como tema a luta contra o preconceito, lema do Bloco Libre! — que defende o direito à diversidade cultural e promove a consciência sobre a preservação do meio ambiente e a conservação do patrimônio público. Hoje, a partir das 18h, o CarnaMuseu abriga o Bloco Punk & Rock, com as bandas Maria Sabina e a Pêia, Detrito Federal e Baú Revirado. Os DJs djalgoritmo (Joenio Marques da Costa) e Gerson de Veras estarão no comando do som nos intervalos. Amanhã, o CarnaMuseu se despede com o Bloco Forró com Carimbó, com concentração a partir dás 16h30 abrindo o palco para o Trio Porta do Mundo, que toca músicas autorais e poéticas em ritmos típicos de Pernambuco como forró, coco, baião e maracatu rural.

SERVIÇO

Bloco Sereias Tropicanas HOJE • 16h às 23h • Setor Carnavalesco Sul • entrada franca • livre para todos os públicos • @blocosereiastropicanas

Bloco Punk & Rock no CarnaMuseu HOJE • a partir de 18h • Museu Nacional da República

Bloco Forró com Carimbó no CarnaMuseu HOJE • a partir de 18h • Museu Nacional da República

HUMBERTO ARAÚJO/DIVULGAÇÃO

CARNAVAL


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LEODIAS

VIVA

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Lucas Pasin (Assistente) leodias@grupojbr.com

O QUE OS FAMOSOS ESTÃO APRONTANDO NO CARNAVAL? Espalhados pelas festas de todo o Brasil, as celebridades aproveitam o espírito de liberdade do carnaval e dão o que falar na folia. A Coluna do Leo Dias, que circula pelos camarotes de Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, traz hoje - ainda no meio do carnaval e com muito a acontecer - contar os principais “bafões” que rolaram no último fim de semana. Teve beijo na boca, samba no pé, ex-BBBs com status de celebridade, jogador fugindo da imprensa e rainha de bateria fazendo bonito na passarela do samba.

DIVULGAÇÃO

Luan Santana focado na dieta

BRAZIL NEWS

Quem fez questão de fugir dos jornalistas mas sem deixar de curtir o carnaval foi o jogador de futebol Gabigol. Acompanhado de muitos amigos, ele tentava ao máximo passar sem ser percebido e visitou dois camarotes da Marquês de Sapucaí – o Camarote Rio e o Nosso Camarote. Bastante animado, ele dançou e bebeu com os seus ‘parças’.

A primeira noite de desfiles na Sapucaí, no Rio de Janeiro, ainda na sexta-feira (21), contou com um show especial de Luan Santana no Nosso Camarote Bradesco. O que chamou a atenção no sertanejo foi seu foco na dieta. Para a coluna, ele contou: "Que bom que vocês repararam (magreza). Eu tô sofrendo igual um condenado. Quando pego firme num negócio vou até o final". Do Rio, o cantor foi direto para Salvador, onde também é atração em camarote.

Alok é destaque em Salvador Pelo terceiro ano consecutivo, Alok comandou um trio sem cordas no circuito Dodô (Barra/Ondina) durante o carnaval de Salvador. Momentos antes de tirar todos os foliões do chão, o DJ conversou com a Coluna do Leo Dias e contou que já deixou de ser um artista segmentado do eletrônico e passou a ser mais abrangente. "Hoje me sinto um artista pop. Eu acho que o carnaval passa a ser mais democrático quando ele acolhe os diferentes tipos de tribo e gênero. Então, eu fico feliz de trazer um pouco dessa dinâmica pro carnaval de Salvador", contou o papai de Ravi.

Pedro Scooby está solteiro ou não? DIVULGAÇÃO

Quem também causou no fim de semana de carnaval foi Pedro Scooby. O surfista chegou a um espaço vip da Marquês de Sapucaí, no Rio, garantindo que estava “fechado para balanço” quando perguntado se seguia namorando com a modelo Cinthia Dicker. Pouco tempo depois, a ruiva também apareceu no local e afirmou categoricamente que não era mais namorada de Scooby. No entanto, trinta minutos depois, lá estavam os dois se beijando para a alegria dos fotógrafos que registraram tudo. Oi? E tem mais, Scooby esteve no mesmo camarote que a ex-namorada, Anitta, no domingo. Como dizem: todos juntos e misturados.

Abram alas para a rainha Lexa! A noite desta hoje no carnaval será toda de Lexa. Rainha de bateria da Unidos da Tijuca pela primeira vez, a funkeira está dedicada no posto e quer fazer bonito na Marquês de Sapucaí. Ela, que reinou pela Unidos de Bangu, na Série A, vai fazer sua estreia à frente de uma bateria do Grupo Especial carioca. A Coluna do Leo Dias faz suas apostas de que todos os olhares estarão voltados para o brilho da cantora. Vai com tudo, Lexa!

Gabigol longe dos flashes

DIVULGAÇÃO

Bruna Marquezine em Salvador

Rainha aplaudida de pé Entre todas as rainhas de bateria que desfilaram neste fim de semana, temos que tirar o chapéu para Iza, da Imperatriz Leopoldinense, que cruzou a passarela do samba no sábado. Iza foi ovacionada e aplaudida de pé pelo público presente. Para retribuir, ela deu show de simpatia e, mesmo contra a vontade da equipe, a intérprete de "Brisa" foi até a grade da arquibancada e abraçou e tirou fotos com as crianças. A comoção para ver a cantora de perto foi tão grande que até nos camarotes houve disputa por um espaço próximo à grade para ver Iza passar. O público presente nos cercadinhos vips se espremia e levantava os celulares para registrar a passagem da artista.

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

A Coluna se perguntava antes de começar o Carnaval: por onde Bruna Marquezine estará na folia? A atriz, que estava um pouco longe dos holofotes, escolheu a badalada Salvador para aproveitar seu fim de semana de folia. Com a barriga à mostra, ela curtiu trio de Major Lazer, ÀTTØØXXÁ e TropKillaz e chamou atenção dos foliões.

Sabrina Sato: "Não consigo pensar em nada que me faça desistir do Carnaval" Ela deixou o posto de rainha de bateria no Rio, mas estará presente no desfile da Unidos de Vila Isabel, na noite de hoje, como rainha da escola. Sabrina Sato se tornou uma figura importante para o carnaval e conversou com a Coluna do Leo Dias sobre a importância da festa. "Nasci no carnaval e sou apaixonada por essa época do ano. Não consigo pensar em nada que me faria desistir dessa paixão. Mesmo dois meses depois do nascimento da Zoe, eu estava lá na FERNANDO TOMAZ avenida. Conheci o Duda na agitação do carnaval, começamos a namorar logo após o fim de um deles e fizemos a Zoe no meio da folia", disse a apresentadora. Ela resume sua rotina nesta época do ano: "Intensifico os treinos e fico mais regrada na dieta. Para esse ano, estamos com um desafio ainda maior, que é conciliar os compromissos de carnaval com as gravações do Domingo Show, meu novo programa, que estreia na Record TV no dia 8 de março. Estou gravando mais de 12h por dia e aproveito o tempo que me resta para ficar com a Zoe, fazer as provas de roupa, treinar, que normalmente é de madrugada".

Ex-BBBs viram celebridades Lucas Chumbo e Lucas Gallina, eliminados recentemente do 'BBB 20', roubaram a cena nos camarotes do carnaval no fim de semana. Os dois, que saíram com a imagem um pouco desgastada, mostraram que fora do jogo tudo está bem e foram muito tietados pela mulherada. Gallina estava acompanhado da namorada, mas Chumbo estava soltinho na pista e fazendo sucesso.


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LUCIANABARBO

E-mail: contato@lucianabarbo.com.br instagram: @lucianabarbo site: jornaldebrasilia.com.br/gastronomia

Francesinho Será no Taguatinga Shopping a primeira unidade brasiliense da Le Bon Ton, marca do Grupo Trigo, detentor do Spoleto e do Koni, que pretende democratizar a culinária francesa. O menu da rede conta com quiches, saladas e pratos já montados. A linha de sanduíches conta com o clássico croque monsieur e ainda com o Rôdog, versão do cachorro quente com creme de queijo, salsicha e mostarda.

Vila Cinco tem festival para quem ama carnes Casa oferece temporada de pratos especiais, com cortes bovinos, suínos e ovinos até meio de março média de consumo do brasileiro é de 42 quilos de carne por ano. O número mostra a preferência dos consumidores pelo produto e encoraja a realização de diversas ações temáticas pelo país, não somente eventos de churrasco, mas também ações promocionais em restaurantes. De olho nesse público, o restaurante Vila Cinco está com um menu especial até o meio de março o Festival de Cortes Especiais, com opções não somente bovinas, mas também suínas e ovinas. Dentre os cortes de boi, é possível escolher entre bife de chorizo, shoulder steak ou steak de alcatra, todos de gado Angus, a R$ 64,90, para uma pessoa, R$ 119, para duas. Outra opção, disponível apenas na versão para dois comensais, é o tomahawk também

A

Parceria

Prorrogado

A Casa Graviola e a Danone se uniram para criar um bowl exclusivo, que estará disponível nas lojas de Brasília (202 Sul), Salvador, Vitória, Rio de Janeiro, Fortaleza e São Paulo, até o dia 15 de março. A criação reúne frutas, granola e raspas de coco e o novo iogurte YoPro Smoothie, que pode aparecer na versão frutas vermelhas com guaraná ou manga, acerola e coco. A bebida tem alto teor de proteínas, cerca de 15g por unidade, whey, caseína, e ainda é livre de lactose e açúcares. O bowl custa R$ 16 e pode ser uma boa opção de lanche para o período pós-Carnaval.

A 10ª edição do Festival Panelas da Casa foi prorrogada até o dia 1º de março. Com a temática Novos Candangos, o evento faz uma homenagem a todos aqueles que colaboraram para tornar a capital federal no terceiro polo gastronômico do Brasil e reúne casas como Belini Café, Bhumi, Cantucci Bistrô, Carpe Diem, El Paso, Nossa Cozinha Bistrô, Reverso, Kojima, The Plant, Le Parisien Bistrot e Grano & Oliva. Os restaurantes oferecem menus individuais, com entrada, prato principal e sobremesa pelo valor de R$ 55, que podem ser consumidos no almoço ou jantar, de acordo com o regulamento de cada participante. Informações e menus no perfil do Instagram: @panelasdacasa.

Falando em francês...

de Angus, a R$ 149. A opção de cordeiro do menu é Coroa de French Rack que serve duas pessoas e sai a R$ 159. Para quem prefere a carne de porco, as sugestões são o prime rib e o short rib steak (bife de costela), a R$ 44,90 (uma pessoa) e 79,90 (duas pessoas). Os pratos vêm acompanhados por 3 guarnições e um molho a escolha do cliente. São quatro tipos de arroz (branco, com brócolis, piamontese e carreteiro), risotos (pomodoro e de açafrão), purê de batata, mandioca ou batata frita, farofa de ovos, legumes salteados, espaguete e minissalada. Já os molhos variam entre béarnaise, mostarda, madeira, gazpacho de tomate, redução de vinho do Porto, redução de balsâmico ou maracujá.

SERVIÇO

Festival de Cortes Especiais Vila Cinco

• Brasília Shopping - Área Externa • De segunda a sábado, das 11h às 0h; domingos e feriados, das 11h às 22h. Telefone: (61) 3047-8680 • Aeroporto de Brasília - Praça de Alimentação, 2º Piso • De segunda a sexta, das 8h às 23h; sábado, das 8h às 22h, domingo e feriado, das 8h às 23h.• Telefone: (61) 3364-9233

Capital Squash Center Complexo Clube Coat

• De segunda a sexta, das 8h às 22h, sábado, das 9h às 14h. Telefone: (61) 3226-5187

O chef Leandro Nunes agora é sócio do Le Parisien Bistrot (103 Norte), restaurante para o qual já prestava consultoria desde a abertura. Para essa nova fase, ele enxugou o menu e o deixou com um sotaque ainda mais francês, uma atitude acertada, tendo em vista o número reduzido de casas do gênero na cidade e a expertise do cozinheiro, que tem formação na clássica escola Le Cordon Bleu, de Paris.De terça a sexta-feira, no almoço, o menu terá a combinação típica dos bistrôs franceses com entrada e prato principal a R$ 49 ou entrada, prato principal e sobremesa, a R$ 55. As opções serão trocadas a cada mês. No menu vigente, é possível escolher entre salada do dia, vichyssoise (tradicional sopa fria) ou coxinha de boeuf bourguignon. Como prato principal, a casa oferece tilápia com legumes em papillote, tornedor de acém cozido na cerveja preta, acompanhado por mousseline de batatas; talharim com boeuf bourguignon; e a opção vegana composta por nhoque de cenoura com azeite de tapenade, tomatinhos cereja, manjericão e castanhas de caju. De sobremesa, as opções são mousse de chocolate ou a mini cocada com morango. Também no almoço, outra novidade é o plat du jour, criado com os ingredientes mais apetitosos e frescos do dia.


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CLASSIFICADOS&EDITAIS

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(61) 3343.8008 / 3343-8005 classificados@grupojbr.com


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MARCELOCHAVES

@colunamarcelochaves @marcelochavess marcelochaves@grupojbr.com

DE ASAS ABERTAS PARA O BAILE DO COPA MIGUEL SÁ

» Em sua 26ª edição, o baile carnavalesco do Copacabana Palace, chamado carinhosamente de Baile do Copa, reuniu famosos, estrangeiros e nomes de peso do Brasil. O evento, que já faz parte do calendário oficial dos festejos de Momo no Rio de Janeiro, é considerado o baile de carnaval mais sofisticado do Brasil.

nomes conhecidos da moda e do circuito social carioca e paulistano marcaram presença. Nos camarotes do Golden Room, um chamava a atenção pela alegria. Era o camarote CopaFriends, comandado pela empresária Claudia Martinez, que recebeu elogios pela fantasia com LED.

» Com o tema Abra Suas Asas,

» Cantor Serjão Loroza agitou a

enaltecendo a liberdade e remetendo a uma festa de música, dança e alegria, a noite reuniu famosos e muitos nomes de Brasília. A começar pelo advogado Pedro Calmon e a mulher Michele. O casal recebeu para um caprichado esquenta em uma das suítes do Copa, onde estão hospedados.

varanda do hotel, que se tornou uma pista de dança com a presença dos mais descolados. Local preferido do empresário da beleza de Brasília, Ricardo Maia, que se divertiu bastante ao lado da amiga Tânia Souza. Já Carlinhos Beauty com uma cabeça pesada, mal conseguia andar.

» Relações públicas brasiliense

» Após receber os médicos Caio

Thiago Miranda levou sua turma: chef Gracco Magalhães, advogado Luciano Souza, arquiteta Gabi Gontijo e o médico Fausto Stauffer. Todos saíram exaustos de tanto dançar. Para repor as energias, provaram do buffet com uma variedade de iguarias e destaque para o profiterole como sobremesa.

Mendonça e Sérgio Morum, e o nutricionista brasiliense Clayton Camargos para um brinde com champanhe Moët & Chandon geladinho, todos seguiram para os salões, pontualmente abertos às 22h do último sábado, para a festa que ganhou ambientação do decorador carioca Daniel Cruz.

» Daniel transformou os salões quase

» As mulheres presentes

centenários do Copa em uma verdadeira floresta contemporânea. Foram utilizados revestimentos em animal print, além de figuras humanas representando os animais de uma maneira não óbvia. Até uma girafa de perna de pau estava circulando pelos ambientes da festa.

capricharam nos looks, fantasias e acessórios. A advogada e socialite paulistana Regina Manssur, ex-integrante do reality Mulheres Ricas da Band, era parada a toda hora com pedidos de selfies. Tudo por conta do bom gosto e originalidade de sua fantasia. Ela encarnou uma leoa.

» Também de Brasília estavam o

» Um turista americano de olhos

procurador Denilson Gonçalves e a cirurgiã plástica Ivanoska Filgueira, que dividiram uma suíte no Copacabana Palace. Denilson cancelou uma viagem para Londres no mesmo período, com receio do coronavírus, e preferiu passar o carnaval como gosta, no Rio de Janeiro.

azuis, fantasiado de anjo e sem camisa, apenas de asas, fez a alegria de algumas mocinhas e mocinhos. Como percebeu que estava chamando a atenção, lá pelas tantas voltou ao salão, usando um enchimento na parte frontal. Acabou virando piada na língua dos mais atentos.

» Do outro lado do salão estavam o ministro Cláudio Santos e a mulher, a advogada Eliene Bastos. A noite foi um misto de diversão e de saudade para Eliene. Foi a primeira vez que ela voltou ao baile, desde que perdeu a mãe, dona Lalina, que sempre ia. Estar no baile foi uma homenagem para a mãe, disse Eliene.

» Sobre a festa, foi sem dúvida um

ATRIZ CAMILA QUEIROZ foi a rainha do baile de carnaval do Copacabana Palace

» Em clima de alegria estavam o advogado e ex-presidente da OAB-DF, Luiz Filipe Coelho, com a mulher Ana Flávia. A juíza Claudia Andrade e o namorado, o empresário Juscelino Sarkis, também no ritmo do samba, foram pela primeira vez. Claudia gostou tanto, que prometeu voltar no próximo ano com as amigas.

» Famosos, influenciadores digitais e

» A atriz Camila Queiroz reinou absoluta como rainha do baile, sob os olhares atentos do namorado, o ator Klebber Toledo. A diretora do hotel, Andrea Natal, foi quem colocou a faixa em Camila ao som de clássicas marchinhas entoadas pelo Cordão do Bola Preta, que animou a festa madrugada adentro.

» Frequentadores assíduos do Copacabana Palace, a empresária Susie El Haje e o marido Paulo Lobo foram acompanhados da amiga Ana Rezende, que apesar de ser o primeiro carnaval sem o marido Antonio, de quem ficou viúva no ano passado, aproveitou a folia e até recebeu elogios pelo adereço da cabeça que usava.

dos melhores bailes dos últimos anos. No dia anterior, todos os convites já haviam se esgotado, sendo o mais barato custando por volta de R$ 2.000 por pessoa. Reflexo do carnaval do Rio, que este ano teve recorde de turistas e de ocupação hoteleira.

» A coluna online, no portal do Jornal de Brasília, traz mais detalhes em forma de fotos do evento, bem como os brasilienses que marcaram presença no baile. Ao longo da semana, também iremos mostrar os bastidores dos camarotes e festas mais concorridas do eixo Brasília, Rio, São Paulo e Salvador.


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