Jornal de Brasília Nº 15.415

Page 1

R$1 TERÇA-FEIRA 5 de março de 2019 Ano 45, nº 15.415 www.jornaldebrasilia.com.br Assinaturas: 0800-612221

/Jornaldebrasilia @oficialjbr +Jornaldebrasilia @jornaldebrasilia /canaljbr WhatsApp/99606-4199

TRÊS ESCOLAS LEVANTAM SAPUCAÍ E JÁ SAEM COMO FAVORITAS

Viradouro, Salgueiro e Beija-Flor arrasam no primeiro dia de desfile do Grupo Especial. Não foi só o luxo ou o bom samba, mas também a criatividade. Todas as escolas, porém, tiveram atrações especiais, caso de Juliana Paes, como rainha da bateria da Grande Rio 4 e 5

LUCIANO BELFORD/AGÊNCIA O DIA/AE

CARNAVAL


2

CIDADES.

Jornal de Brasília

Brasília, terça-feira, 5 de março de 2019

Madrugada de sangue no DF Morador de rua é assassinado na Asa Sul e outra vítima é morta a tiros em Ceilândia PMDF

ois homens foram assassinados na madrugada dessa segunda-feira (4) no Distrito Federal. Um homem de 42 anos identificado pelas iniciais A.L.F.J. foi morto com uma facada na 504 Sul, por volta das 3h da manhã. O outro caso de homicídio ocorreu na EQNM 2/4, em Ceilândia. O homem morreu após levar três tiros. No primeiro caso, testemunhas afirmaram que, devido ao horário do crime, acordaram só após o assassinato, quando a polícia já estava no local. Segundo a Polícia Civil do DF, o POLICIAIS FORAM homem - ao que tuACIONADOS do indica um morador de rua - teria discutido com o autor e acabou sendo esfaqueado. Outros moradores de rua, que também dormiam por perto, disseram nada ter percebido. O agressor ainda não foi identificado. A 1ª Delegacia de Polícia investiga o crime. O outro homicídio também ocorreu por volta das 3h. A vítima, ainda não identificada pela polícia, foi recolhida ao IML. A autoria do crime também é desconhecida. O caso é investigado pela 15ª Delegacia de Polícia. O celular do mesmo foi apreendido, além de per- » A Polícia Militar do Distrito Federal lavrou 19 ocorrências até tences pessoais e R$ 151,75, em espéo início da noite de ontem. Quinze cie.

D

900

SAIBAMAIS

Carnaval violento Mesmo com um efetivo de cerca de 900 policiais para garantir a segurança ao Carnaval do Distrito Federal, até o final da tarde desta segunda (4), a Polícia Civil fez seis autuações, quatro em flagrante e duas apreensões de menor. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, foram dois casos de lesão corporal, duas ocorrências de dano a bem público, um registro de embriaguez ao volante, um furto em veículo e um furto em coletivo, além de apreensão de drogas com um menor.

deles foram por uso e porte de drogas. Os outros quatro por porte de facas. Os autores dos crimes foram liberados depois que assinaram o termo.

» Duas mil pessoas estavam no Setor Carnavalesco Sul (Setor Comercial) até as 18 horas. No Setor Carnavalesco Norte (Setor Bancário), 15 mil foliões. Outras dez mil estavam até as 18 horas, no Setor Carnavalesco Estádio Mané Garrincha.

» Houve ainda dezenas de casos de roubo e furto de celulares.

Corpo foi encontrado, após a morte a facadas, por policiais militares, e não há ainda indícios nem sobre o autor, nem sobre o que teria motivado o homicídio

Bandidos fingiam interesse na compra de celular e assaltavam Dois bandidos de uma quadrilha especializada em roubar celulares de anunciantes em sites de vendas foram presos em flagrante após uma ação do Serviço de Inteligência e do Grupo Tático Operacional do 11º Batalhão, no início da noite deste domingo (3), em Samambaia. David, de 37 anos e Gleison , 18 anos, foram levados à 26º Delegacia de Polícia para registro do flagrante. A quadrilha identificava vendedores de celulares na OLX, principalmente Iphone, marcava um lo-

Preço da assinatura (DF e GO): R$ 260,00 – SEMESTRAL: R$ 135,00

Um veículo do

ANUAL:

Fundado em 10 de dezembro de 1972

Editora JORNAL DE BRASÍLIA Ltda. CNPJ - 08.337.317/0001-20 TELEFONE GERAL: (61)

3343-8000

ENDEREÇO: SIG/Sul - Qd. 01 - Lote 765 Brasília - DF - CEP.: 70.610-410

Vendas avulsas (DF e GO): R$ 1,00 Vendas avulsas (Outros Estados): R$ 3,00

cal para fechar o negócio e, ao chegarem no endereço, rendiam as vítimas com uma arma e levavam os aparelhos. Para chegar até os criminosos, a equipe do Serviço de Inteligência entrou em contato com um vendedor que havia anunciado quatro smartphones. Ele marcou data e local para a negociação dos aparelhos e as equipes da PMDF ficaram nas proximidades prontas para agir. No momento de fechar o negócio, o Serviço de Inteligência acionou o Gtop 31 para realizar a

D I R E TO R- S U P E R I N T E N D E N T E

Renato Matsunaga EDITOR CHEFE

Jorge Eduardo (jorge.antunes@grupojbr.com) Classificados: (61) 3343-8008

Sucursal São Paulo: (11) 5097-6777

Dep. Comercial: (61) 3343-8180

Sucursal Rio de Janeiro: (21) 3459-8848

abordagem. Um homem tentou fugir, mas foi detido. Com ele foi apreendido um revólver calibre 38. O outro homem foi detido na quadra 123. Contra um deles havia um mandato de prisão em aberto.

Roubos no Carnaval Nessa segunda (4), mais um caso envolvendo roubo de celular ocorreu no DF. Por volta de 1h30, um homem foi preso durante festas de carnaval no Centro de Brasília após o roubo. Ele foi levado à 5º DP, onde foi autuado pelo crime.

Telefones: (61) 3343-8100 e 3343-8070 E-mail: redacao@grupojbr.com DIAGRAMAÇÃO: Tatiane Barbosa (3343-8161)

tatiane@grupojbr.com

EDITOR EXECUTIVO

Eduardo Brito (edubrito@grupojbr.com)

Atendimento ao leitor : (61) 3343-8012 e 3343-8134 Atendimento ao assinante: (61) 3253-9257 e 3254-3947

A Editora Jornal de Brasília Ltda. não comercializa diretamente os exemplares do jornal ao público, fazendo-o unicamente por meio de bancas de jornais devidamente credenciadas e com a empresa juridicamente constituída que, por sua vez, revendem os exemplares por meio de vendedores avulsos, com idade acima de 16 anos, conforme norma legal vigente, por ela diretamente contratados. As assinaturas são vendidas diretamente na sede social da empresa ou por intermédio das pessoas físicas ou jurídicas para isso autorizadas.


Jornal de Brasília

CIDADES.

Brasília, terça-feira, 5 de março de 2019

PEDRO VENTURA/AGÊNCIA BRASÍLIA

Só no Plano Piloto foram recolhidas 11,3 toneladas de lixo

Brasiliense deixa toneladas de lixo pelas ruas

Dia de folia só para crianças São Pedro até que tentou, mas os brasilienses que ficaram na cidade dispostos a brincar o Carnaval não perderam o pique e prestigiaram os bloquinhos no Plano Piloto. Solteiros e casados, com ou sem filhos, se divertiram e gostaram do que viram nesta segunda-feira (4), o terceiro dia da festa. A jornalista Nathale Amaral, de 45 anos, teve seu dia de folga das funções de maternidade. Acompanhada do marido, o publicitário João Paulo Passos, 39, e mais três amigos, ela deixou o filho de três meses com a avó para aproveitar a folia de um dia de bloco – e está segura de ter tomado uma boa decisão. “Me produzi e estou animada para curtir enquanto meu bebê me espera em casa”, contou. “É o único dia em que estou saindo.” O casal já passou vários carnavais fora da cidade e aproveitou outros tantos aqui. Este ano, por conta do recém-nascido, Nathale e João Paulo reforçaram a presença. “A cada ano, a organização só tem melhorado”, avaliou João Paulo. Luciano Ferrarez, 40, decidiu incluir os filhos na folia e não se

arrependeu. Ao lado da esposa, Luciana, 40, o analista de sistemas levou Henrique (4) e Amanda (8) para dois blocos infantis no domingo (3). Foi ao Mamãe me Carrega e ao CCBB. À noite, o casal saiu para aproveitar o bloco Eduardo e Mônica, só de adultos. Luciano contou que tanto ele quanto Luciana se sentiram seguros em todos os blocos – os dois adoram se divertir com os grupos carnavalescos, principalmente com os alternativos. O empresário Rafael Pereira Teixeira esteve no Parque da Cidade, no domingo (3), no bloco Baratinha, com a mulher as duas filhas – de 4 e 12 anos – para brincar o Carnaval. O horário da festa, que se estendeu até a noite, por se tratar de uma área não residencial, foi um atrativo. “Já prestigiei outras vezes e acho muito bom”, disse Rafael. “O que acho mais interessante é que termina mais tarde”, afirmou. A mulher de Rafael, a psicóloga Taiane Braga, apreciou da mesma forma e destacou ter se sentido à vontade. “Achei muito seguro. Conseguimos nos divertir bastante. As meninas estão querendo mais”. VINÍCIUS DE MELO / AGÊNCIA BRASÍLIA

Serviço de Limpeza Urbana escalou mais de 300 garis para garantir limpeza das vias após os blocos Serviço de Limpeza Urbana (SLU) realizou um mutirão para garantir a folia dos brasilienses no Carnaval. Neste domingo (3), foram coletados resíduos em dez regiões administrativas, trabalho que levou 364 garis às ruas e retirou das vias mais de 14 toneladas de materiais e objetos. No Plano Piloto, 265 profissionais recolheram 11,3 toneladas de lixo, a maior quantidade entre as regiões. Em Planaltina, uma tonelada foi removida por 20 garis. Houve serviço também em Águas Claras, Ceilândia, Estrutural, Guará, Paranoá, Itapoã, São Sebastião e Taguatinga. De acordo com o SLU, durante o Carnaval, transcorrem normalmente as atividades do aterro sani-

O

11,3

TONELADAS DE LIXO NO PLANO PILOTO

tário de Brasília e os serviços de limpeza urbana (varrição, catação e coleta convencional). O expediente da Unidade de Recebimento de Entulhos (URE) também segue normalmente, ficando fechado no feriado de terça-feira (5). Pelo quinto ano consecutivo, o SLU promove a campanha “Bloco Brasília Limpa” para levar cons-

cientização nos dias de folia na cidade. Neste ano, todos que participarem enviando vídeos e fotos de suas ações até o dia 23 de março serão certificados. Em 2018, a meta de diminuir a sujeira durante a festa foi atingida: os garis recolheram 82 toneladas de lixo, número inferior ao registrado em 2017, de 95 toneladas. Os números, que refletem a conscientização da população sobre a destinação de resíduos e material para o lixo, devem diminuir ainda mais neste ano. Desde 2015, o SLU já certificou 43 blocos carnavalescos que se empenharam na gestão dos seus resíduos, mobilizando os foliões para o descarte adequado durante seus desfiles.

3

Famílias ressaltaram o clima de segurança para as crianças


4

Jornal de Brasília

Brasília, terça-feira, 5 de março de 2019

BRASIL. GILSON BORBA/FUTURA /AE

Três já são favoritas, ao levantar toda a Sapucaí

Bruxas da Viradouro foram acompanhadas de muita magia, com vampiros, múmias, fadas, princesas, fantasmas e gnomos

Arrasaram nos desfiles Viradouro, Salgueiro e Beija-Flor se destacam no primeiro dia ANDREIA SALLES, JORGE EDUARDO ANTUNES, PAULO GUSMÃO E SORAYA KABARITE Especial para o Jornal de Brasília

nidos do Viradouro, Acadêmicos do Salgueiro e Beija-flor de Nilópolis foram as três melhores escolas, entre as sete que desfilaram entre a noite de domingo (3) e a manhã desta segunda-feira (4) de Carnaval. Um patamar acima das demais – Império Serrano, Acadêmicos do Grande Rio, Imperatriz Lepoldinense e Unidos da Tijuca –, as agremiações saltam na frente como favoritas, antes do desfile de mais sete escolas, que teve início na noite desta segunda-feira e só acabará na manhã da Terça-feira Gorda (5). Em comum nos três melhores carnavais foi o luxo. Viradouro, Salgueiro e Beija-flor ignoraram a crise financeira propalada antes da folia e vieram com o que havia de melhor. É bem provável que as três agremiações desfilem no sábado das campeãs – e não será surpresa se a Viradouro levar o título. A escola de Paulo Barros, de fato, foi surpreendente, após três anos no Grupo de Acesso. O desfile das sete primeiras escolas da elite do Carnaval carioca começou com um banho. Não que o tradicional Império Serrano tenha

U

feito um desfile como nos tempos do histórico “Bumbum paticumbum prugurundum”, de 1982, seu último título. É que a chuva castigou a Passarela do Samba, na Marques de Sapucaí, atrasando em meia hora o começo da festa. Embaixo d’água, os 3,2 mil componentes do Império, distribuídos em 31 alas, fizeram pouco, o que prova que não basta apenas ter grandes ideias. O enredo “O que é, o que é?”, do carnavalesco Paulo Menezes, era baseado na clássica música de Luiz Gonzaga Júnior, o Gonzaguinha. Mas o desfile foi pouco empolgante. A passagem da escola do bairro de Magno deu a sensação de que, se fosse no Grupo de Acesso, poderia até ser campeã. Mas, no Grupo Especial, sairá no lucro se permanecer na elite mais um ano. De bom, apenas, a homenagem à dona Ivone Lara, no último carro. Com fantasias e carros alegóricos pobres, nem mesmo o empolgante refrão “é bonita, é bonita, é bonita”, do sucesso de Gonzaguinha empolgou o público. A seguir veio a Unidos do Viradouro, e o tetracampeão Paulo Barros fez mais um carnaval histórico. Após 11 anos longe da agremiação de Niterói, ele fez valer o refrão do bom samba-enredo e o “brilho no olhar voltou” para a escola, campeã com outro mito dos desfiles, o

JORGE EDUARDO

SAIBAMAIS » O maior problema da noite foi da Imperatriz Leopoldinense. Seu primeiro carro alegórico, em duas partes, demorou a ser encaixado na primeira, o que ameaça a perda de pontos.

» Depois do incidente, que levou alguns diretores da escola às lágrimas, a passagem foi firme, com homenagens a artistas contemporâneos, como Chico Anysio e Moacyr Franco, que desfilou. Faltou, porém, uma dose de empolgação necessária ao bom desempenho.

inesquecível Joãosinho Trinta. No enredo “ViraViradouro” Paulo Barros revisitou o mago Merlin, Alice no País das Maravilhas, A Bela e a Fera, Piratas do Caribe, vampiros e múmias, entre dezenas de figuras ligadas ao mistério, magia, bruxaria, princesas, fantasmas, fadas e gnomos, personagens marcantes do imaginário literário e cinematográfico. Até a chuva parou para assistir a Viradouro e Paulo Barros. Ele usou, novamente, suas alegorias como esculturas vivas, levou cascatas para a Avenida e fez transformações da Fera em príncipe. Trouxe também o Motoqueiro Fantasma para a avenida, com moto e tudo. Soube superar qualquer eventual falta de recursos, que todos reclamavam. Seus efeitos visuais em um carnaval marcado pela crise econômica seguiram o padrão de inovação. Usou e abusou da criatividade. Valeu até misturar veludo com plástico nas fantasias – e ficou ótimo. O excelente samba-enredo deu o ritmo para um desfile empolgante, como as epopeias que ele levou à Sapucaí em carnavais à frente da Unidos da Tijuca e da Portela. A Viradouro e Paulo Barros deram certeza de que estarão, ao menos, no Desfile das Campeãs. E talvez celebrando um título que será a volta

da escola aos bons tempos. A Sapucaí ainda estava impactada com o desfile da Viradouro quando a Acadêmicos do Grande Rio entrou na pista. A ideia do casal de carnavalescos Renato e Márcia Lage era levar para a Marquês de Sapucaí um enredo levemente crítico dos maus hábitos e jeitinho dos brasileiros. O samba não ajudava muito, mas o histórico de Renato Lage, dono de quatro títulos na elite, recomendava bem, apesar da certa dose de hipocrisia do enredo, já que foi uma virada de mesa que manteve a Acadêmicos do Grande Rio no Grupo Especial, após o rebaixamento do ano passado. Mas já se via antes do desfile que não ia funcionar. Mesmo com desfilantes às lágrimas, de emoção, a passagem da Grande Rio foi pouco emocionante, exceto pela comissão de frente, que usou drones para flutuar emojis na Sapucaí. Fora isso, a escola foi fria. O samba, como já dito, era pouco empolgante e arrastado e as alegorias pouco puderam fazer. Lógico que não foi o desastre do ano passado, quando a quebra do último carro alegórico fez o até então alegre desfile sobre Chacrinha virar um pesadelo. A passagem deve garantir a escola de Duque de Caxias na elite, mas é muito pouco para quem já foi grande.


Jornal de Brasília

Brasília, terça-feira, 5 de março de 2019

BRASIL.

5

Orixás e bom samba animam Salgueiro MAURÍCIO PINGO/AGÊNCIA O DIA/AE

ANDREIA SALLES, JORGE EDUARDO ANTUNES, PAULO GUSMÃO E SORAYA KABARITE

Grande Rio teve excelente entrada, mas seu desfile foi monótono, ao contrário da Viradouro, com o motoqueiro que desceu em chamas do carro alegórico

Especial para o Jornal de Brasília

Após a monótona passagem da Grande Rio veio a Acadêmicos do Salgueiro, que usou uma receita clássica de carnaval. A escolha de orixás costuma dar bons sambas, enredos criativos e desfiles empolgantes. Foi o caso. Tendo Xangô como enredo, a escola da Tijuca passou grandiosa (com 3,5 mil componentes), firme e luxuosa. Méritos do carnavalesco Alex de Souza, que usou e abusou do luxo para contar a história do homem que virou orixá e capitaneia a justiça em um mundo injusto. Carros alegóricos gigantescos e bem acabados, fantasias usando o que havia de melhor e a bateria do Salgueiro, a Furiosa, deram um tom empolgante à passagem. No generoso desfile do Salgueiro sobrou espaço para homenagear o histórico professor Júlio Mesquita, que encarnou Xangô, padroeiro da escola, por quase quatro décadas. E o sincretismo religioso, que uniu os santos católicos Antônio, Jerônimo, João Batista e Santa Bárbara em torno da figura de Xangô, foi homenageado com um toque providencial de negritude, colocando o ator Ailton Graça, padre na novela “O sétimo guardião”, da Rede Globo, como um papa negro. Usando e abusando de vermelho, preto, dourado, prata e branco, as fantasias harmonizaram com o desfile e ajudaram a contar essa saga – além do samba de refrão fácil e que foi cantado pelas arquibancadas. Um belo desfile, em síntese. Em busca do bicampeonato do carnaval carioca, a Beija-flor de Nilópolis apostou alto em uma história vitoriosa: a dela própria. A azul e branco da Baixada levou para a Sa-

Suntuosidade e muito luxo na Beija-Flor

CLEVER FELIX/AGÊNCIA O DIA/AE

pucaí o enredo “Quem não viu vai ver... As fábulas do Beija-flor”, desenvolvida pela comissão de carnaval integrada por Victor Santos, Bianca Behrends, Rodrigo Pacheco, Léo Mídia, Cid Carvalho e Válber Frutuoso - Laíla deixou a escola rumo à Unidos da Tijuca. Lembrado em um dos carros alegóricos, assim como outros mitos da escola - Joãosinho Trinta inclusive - Laíla fez falta, mas a Beija-flor soube superar sua ausência e cantar bonito os seus 70 anos de história no carnaval. Claro que a pegada do enredo, nos dias atuais, faz com que se esqueça enredos complicados, como o que apoiava ações do regime militar. Mas o que importava era a passagem de tempos mais positivos - e a presença da veterana Pinah, a Cinderela negra que encantou o príncipe Charles, do Reino Unido, era prova disso. JORGE EDUARDO

Império Serrano, que abriu o desfile do primeiro dia, foi prejudicada pelas chuvas que atingiram o Sambódromo

Abusando do luxo e da suntuosidade, a Beija Flor fez um grande desfile, com poucos problemas técnicos – o pássaro-símbolo do primeiro carro, que demorou quase meia pista para “alçar voo”. Imperceptível no meio de fantasias bem acabadas e entrosadas com o enredo, com o samba cantado por Neguinho da Beija-flor e pela escola inteira e graças à bateria de batida sincopada e forte. Desfile que, se não chegou a emocionar, foi bastante competitivo. A sexta escola a desfilar foi a Imperatriz Leopoldinense, com o enredo "Me dá um dinheiro aí". Com samba de Elymar Santos, casal de carnavalescos Mário e Kaká Monteiro contou a história do dinheior dos tempos antigos à era do bitcoin. Samba alegre, história criativa. Mas a escola teve problemas com o primeiro carro alegórico. A estrutura, em duas partes, tinha de ser montada em frente ao setor 1, na pista. A segunda etapa da alegoria não entrava e depois demorou a ser encaixada na primeira, a coroa que simboliza a escola. Com isso, formou-se um gigantesco buraco entre a ala que ia na frente e o carro alegórico. A Imperatriz deve perder pontos importantes por causa da falha. Já com sol no céu, a Unidos da Tijuca veio à Sapucaí contar a história do pão como alimento – físico e espiritual. A mistura de religiosidade – que pontuou o desfile do começo ao fim – com crítica social deu certo, e a passagem foi tecnicamente muito boa, com a digital da comissão de carnaval integrada por Laíla, Annik Salmon, Marcus Paulo, Hélcio Paim e Fran Sérgio, alguns deles egressos da Beija-flor. Embora as aquibancadas e cadeiras já estivessem vazias, a escola passou bem, mas sem a empolgação de Viradouro, Salgueiro e Beija-flor. Não surpreenderá se for para as campeãs, mas é quase imporvável que leve para o Morro do Borel o quinto título da história.


6

BRASIL.

Brasília, terça-feira, 5 de março de 2019

Jornal de Brasília


Jornal de Brasília

Brasília, terça-feira, 5 de março de 2019

7

POLÍTICA. BOLSONARO FAZ JOGO DE PRESSÕES

Moro amarga série de recuos Constrangimentos na tramitação de propostas e em indicações políticas irritam ministro ois meses após tomar posse com status de superministro, Sergio Moro já coleciona derrotas e recuos que foi obrigado a fazer publicamente após contraordens do presidente Jair Bolsonaro. Na última quinta-feira (28), o ministro da Justiça teve de recuar, a contragosto, na nomeação da especialista em segurança pública Ilona Szabó, que ele havia indicado membro suplente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. Antes desse caso, ele já havia deparado com outros episódios de constrangimento, o que tem gerado desgaste e irritado o ministro. Moro, segundo assessores próximos, passou a quinta-feira de cara fechada. O ministro aceitou deixar a carreira de juiz federal para assumir o ministério sob o argumento de que estava "cansado de tomar bola nas costas". Mas em 60 dias de governo, tem enfrentado problemas parecidos. Logo nos primeiros dias no cargo, Moro recebeu a missão de concretizar mudanças na legislação para dar aos cidadãos mais acesso à posse de armas, bandeira de Bolsonaro durante a campanha presidencial. Desde o começo, o ministro tentara se desvincular da autoria da ideia, dizendo nos bastidores que apenas estava cumprindo ordens do presidente. Na elaboração do decreto, que foi publicado em janeiro, algumas de suas sugestões foram ignoradas, como o número de armas que poderia ser registrado por pessoa –ele defendeu que tinham que ser apenas duas, e não quatro, como acabou estabelecido no decreto sobre o assunto. Em outro caso, mais recente, o ministro viu o governo interferir naquilo que mais se dedicou desde a posse, seu pacote anticrime, que reúne projetos de leis apresentados ao Congresso em fevereiro. Entre as medidas, Moro incluiu a criminalização do caixa dois. Dias depois, no entanto, soube que, por decisão do Palácio do Planalto, o tema iria tramitar separadamente do restante das propostas, que incluem mudanças na legislação sobre crime organizado, corrupção e tráfico de drogas. Mesmo quando não teve de recuar, o ministro deu sinais de fragilidade quando a palavra do presidente foi mais forte do que a dele,

REUTERS/AMANDA PEROBELLI

D

Após a frustrada nomeação de especialista para conselho, ministro não escondeu a irritação e passou a quinta de cara fechada

como no caso do escândalo de candidaturas-laranjas. Enquanto Moro deu declarações evasivas, dizendo que a Polícia Federal iria investigar se "houvesse necessidade" e que não sabia se havia consistência nas denúncias, Bolsonaro determinou dias depois, de forma enfática, a abertura de investigações para apurar o esquema. No episódio de Ilona Szabó, o ministro ainda teve de acompanhar declarações públicas que explicitaram sua derrota, como entrevistas da especialista e mensagens dos filhos do presidente.

Acusada de sabotagem "Meu ponto de vista é como essa Ilana Szabó aceita fazer parte do governo Bolsonaro. É muita cara de pau junto com uma vontade louca de sabotar, só pode", escreveu o senador Flavio Bolsonaro (PSL-RJ), filho de Jair Bolsonaro, em uma rede social. O próprio ministério admitiu a derrota em nota: "Diante da repercussão negativa em alguns segmentos, optou-se por revogar a nomeação, o que foi previamente comunicado à nomeada e a quem o Ministério respeitosamente apresenta escusas."

DESENCONTRO

Ele defende convite ELA REITERA POSIÇÕES • Mesmo com o recuo, Moro defendeu o convite, dizendo na nota que foi motivado "pelos relevantes conhecimentos da nomeada na área de segurança pública e igualmente pela notoriedade e qualidade dos serviços prestados pelo Instituto Igarapé". • Ilona Szabó caiu porque é contrária ao afrouxamento das regras de acesso a armas, política do governo Bolsonaro. Também já criticou em artigo o pacote anticrime de Moro pelas medidas que tendem a ampliar o direito à legítima defesa. • "O sentimento é de que quem ganha é a polarização, perde a pluralidade e o debate de ideias, tão fundamentais numa democracia", disse Ilona.

Tratoradas atingem os integrantes do governo As "tratoradas" de Bolsonaro não atingem apenas Moro, no entanto. Outros ministros também tiveram derrotas e tiveram que anunciar recuos publicamente. Gustavo Bebianno, ex-Secretaria-Geral da Presidência, chegou a ponto de ser demitido, e Paulo Guedes, da Economia, teme que posições do próprio presidente desgastem o maior projeto do governo, a reforma da Previdência. Vários ministros já foram derrotados e tiveram que anunciar recuos, como Gustavo Bebianno, que comandou a Secretaria-Geral da Presidência e foi demitido após o escândalo das candidaturas de laranjas. Em áudios vazados publicados pela revista Veja, por exemplo, Bolsonaro manda uma mensagem a Bebianno simplesmente cancelando uma viagem dele e de outros ministros que já estava marcada para a Amazônia. Paulo Guedes (Economia), que também entrou com status de superministro, é outro que já teve

contratempos com o Planalto. O principal deles envolve a reforma da Previdência. O presidente afirmou nesta quinta (28) que o governo pode alterar a proposta de idade mínima para mulheres de 62 anos para 60 anos. O primeiro revés de Moro foi ainda em janeiro. O ministro tentou se desvincular da autoria da ideia de flexibilizar a posse de armas, dizendo nos bastidores estar apenas cumprindo ordens do presidente. Teve sua sugestão ignorada de limitar o registro por pessoa a duas armas –o decreto fixou o número em quatro Por ordem do Palácio do Planalto, a proposta de criminalização do caixa dois, elaborada pelo ministro da Justiça, vai tramitar separadamente do restante do projeto anticrime. É o contrário do que previa. Moro teve de demitir Ilona Szabó por determinação do presidente, após repercussão negativa da nomeação. Ilona criticou a ampliação do direito à legítima defesa que está no projeto do ministro.


8

POLÍTICA.

Jornal de Brasília

Brasília, terça-feira, 5 de março de 2019

ESPLANADA. LUPA GERAL Após ceder à pressão de parlamentares por cargos para compor a base governista, o “núcleo duro” do Governo de Jair Bolsonaro (PSL) avisou aos aliados que todos os nomes indicados passarão por um crivo minucioso. O objetivo do Planalto é evitar exposição negativa com nomeações de pessoas que tenham problemas com a Justiça ou não tenham experiência nas áreas para as quais serão indicados. O crivo será feito pela Casa Civil e pela ala militar do Governo. O processo passa inevitavelmente pelo Gabinete de Segurança Institucional e pela Agência Brasileira de Inteligência.

Leandro Mazzini

Com Walmor Parente (DF), Beth Paiva (RJ) e Henrique Barbosa (PE) reportagem@colunaesplanada.com.br

‘Cela’ especial

PSL x PT

A Coluna foi a primeira a citar, e vale lembrar. Não há na Constituição previsão de cela especial para ex-presidente da República condenado – independentemente de partido ou crime cometido. Lula da Silva (foto) continua numa salinha da Polícia Federal, com TV, banheiro, esteira de corrida. Um luxo. Longe dos presídios onde condenados em 2ª instância são inquilinos e usam o ‘boi’, buraco no chão para necessidades fisiológicas.

Com as maiores bancadas na Câmara, o PT, centro-esquerda, e o PSL, da direita, travam disputa pela presidência da Comissão de Direitos Humanos. O colegiado foi comandado pelo Partido dos Trabalhadores nos últimos cinco anos. Com o maior bloco na Casa, os aliados do presidente Bolsonaro (PSL) têm prioridade nas escolhas dos deputados que vão integrar as comissões e eleger os respectivos presidentes.

NILTON FUKUDA/ESTADÃO CONTEÚDO

Os alvos

Ele voltou

Estão na mira dos partidos da base de Bolsonaro cargos de 2º e 3º escalões: secretarias de ministérios e postos em empresas estatais.

Ex-secretário do Tesouro Nacional durante o regime militar, o economista Carlos Von Doellinger foi nomeado para o comando do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o IPEA. Ele coordenou o grupo responsável por analisar questões orçamentárias e de finanças públicas da campanha de Bolsonaro.

Diversidade A Universidade Federal de Minas abriu concurso para vaga de professor titular para disciplina queer/LGBTI – gêneros e sexualidade. Inscrições até sexta.

Plano B Setores do PSL admitem abrir mão do comando da CDH desde que o posto seja ocupado por deputado alinhado; o nome que desponta é de Marco Feliciano (Podemos-SP) que presidiu o colegiado em 2013. À época, Feliciano (foto à esquerda) contou com o apoio do então deputado Jair Bolsonaro. O PT irá lançar a deputada Érika Kokay (DF) para a disputa.

Memória Ex-subsecretário da Fazenda do Rio no Governo Moreira Franco (1987-1991) e ex-presidente do Banerj, Doellinger afirmou, durante da Transição, que o IPEA “ficou muito abandonado nos últimos anos” e “publicou coisas ótimas, mas ninguém lia”.

FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL

Samba... ...atravessado Perguntar não ofende: a Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro ganha milhões de reais com a venda de ingressos, venda de publicidade na Sapucaí, venda de camarotes (R$ 1,1 milhão, cada), venda de direitos de transmissão para televisão etc. E as escolas ganham com venda de fantasias para turistas. Precisa de dinheiro público para desfilar?

Virou praxe os prefeitos do Rio nas últimas décadas doarem milhões de reais para as escolas do Grupo Especial, controladas por bicheiros. Não é só o viés religioso do atual alcaide, Marcelo Crivella, o questionamento. É bom senso com dinheiro público.

ESPLANADEIRA .O leitor pode acompanhar a Coluna diariamente nos jornais em sua capital, na Rádio Globo Noroeste Paulista (segundas, 7h, e via app) e na Rede Mais/Record TV Minas Gerais (às terças, 19h).


Jornal de Brasília

Brasília, terça-feira, 5 de março de 2019

9

OPINIÃO. ARTIGOS

.

CHARGE

COMENTARIOS DO JBr

Doria dá o exemplo ode ser, e deve mesmo ser, o caminho para o ajuste de nossas contas e, a partir daí, a retomada do desenvolvimento, mas o discurso monocórdio do corte de despesas já começa a preocupar. O país parece não ter, e com certeza não tem mesmo, um projeto de desenvolvimento. Governo federal e governos estaduais ficam a repetir que precisam cortar despesas esquecendo-se de que, são duas as vertentes do ajuste: o corte das despesas e o aumento da receita. Dizem que, aprovada a reforma da Previdência, e outras, como a da segurança, o governo será obrigado a distribuir guarda-chuva para o povo, tal a tempestade de dólares que cairá sobre o País. Há, no discurso dos governantes, investidores na sala de embarque dos aeroportos de vários países esperando, ansiosamente, a hora de trazer seu dinheiro ao País. Mas para investir em quê? Qual o projeto de crescimento o país tem? Nenhum. Aliás, tem sim, o de privatizações. Mas, a partir da transferência do controle para a iniciativa privada, o que acontecerá na economia? Aonde se quer

P

chegar? Ótimo, vamos melhorar nossa produção com investimentos, mas escoar esta produção por onde? E a mão de obra, vamos qualificar como? Será cantando o Hino Nacional todos os dias? O tempo vai passando e nada acontece. Há uma inércia irritante. É como se nossos governantes tivessem ganhado um presente eletrônico e não soubessem ligá-lo. Estão com o governo nas mãos e não sabem o que fazer. São, repito o que já disse neste espaço, como cachorros que correm atrás de carros latindo. O carro para e eles ficam sem saber o que fazer com os pneus. Isto é que dá ser apenas o candidato do contra. A registrar apenas uma exceção. O governador de São Paulo, João Doria, é até aqui, o único a tirar o traseiro da cadeira e ir atrás dos investimentos. Participou de Davos e agora trabalha para encontrar um comprador para a fábrica que a Ford está desativando em seu estado. Procura um investidor. Alguém que queira produzir. Simples assim. PAULO CÉSAR DE OLIVEIRA,

jornalista e diretor-geral da revista Viver Brasil e jornal Tudo BH

Novos tempos uando passou no vestibular de psicologia contextualizei minha filha, usando como exemplo a efetivação, naqueles dias, de um psicólogo no cargo de CEO da filial brasileira de um supermercado multinacional, que no mundo de hoje não cabe mais a reserva de cargos e funções a especialidades predeterminadas. Passados mais de seis anos, o título de sua tese de mestrado, Apego ao lugar e conservação de recursos naturais: o racionamento de água em questão, demonstra que eu não estava equivocado. Num dia em que chovia bastante em Brasília, julguei mais conveniente estacionar longe do hospital, afinal, munido que estava de blazer e guarda-chuva não teria dificuldades para chegar a tempo no exame pré-agendado. Ledo engano, as más condições de conservação da calçada do bairro mais nobre da cidade, agravada pelos efeitos do temporal que caia, certamente inviabilizaria o caminhar de qualquer idoso ou portador de algum tipo de dificuldade física. Enquanto não chega o carro voador, já tem até protótipo, como mostrou o consultor Silvio Barros à plateia do projeto Líder, iniciativa do Codese-DF & Sebrae, a solução

Q

será ainda encontrar uma vaga em meio ao caos que é o estacionamento daquele hospital, ou então sentarem juntos construtor, assistente social, psicólogo, idoso, arquiteto, governo, como estimula o projeto, Projetando lugares com Idosos: Rumo às comunidades amigas do envelhecimento, desenvolvido em conjunto pela UnB e demais universidades do Brasil e do mundo, partindo do pressuposto de que calçada não é meramente obra de infra-estrutura, mas caminho e, para muitos, redenção. Seis anos seguidos frequentando quase que diuturnamente o bandejão da UnB nos primórdios da década de 1980 e só nesta semana me dei conta que o acesso aos seus seis refeitórios dá-se exclusivamente através de rampas. Acessibilidade numa época em que o tema não era notícia. Universidade, seja pública ou privada, acessível e mobilizadora, sustentabilizando, calçada, caminho, redenção… fosse o poeta Anand Rao faria com estas palavras uma música, para depois nos cantar num dos auditórios do minhocão, até a chegada do mestre da aula das duas. DIONYZIO A. M. KLAVDIANOS, 1º

vice-presidente do Sinduscon-DF

(61) 99606.4199 Envie suas sugestões de reportagem, imagens e vídeos para o nosso WhatsApp

Carnaval I

CARTASDOLEITOR Fantasias

Mordomias

O bloco dos politicamente corretos arrebata multidões na folia de Brasília. Ganha entusiasmados adeptos em todos os carnavais. As fantasias são originais e feitas com esmero. As mais chiques e aplaudidas mostram foliões que desconhecem a importância de dar a seta, toda vez que o motorista for mudar de faixa; dos que fazem atalhos nos jardins e gramados; dos porcalhões que não recolhem a sujeira dos cachorros; dos que queimam lixo no fundo do quintal; dos que desrespeitam vagas dos idosos e deficientes físicos; dos que dirigem(?) fumando, digitando, lanchando ou falando no celular; dos que atravancam o trânsito nas comerciais, parando nas pontas dos retornos; dos que colam na traseira dos carros. Uma graça. Todo carnaval os notáveis corretos dão um show de exemplos edificantes na vida diária. Purpurinas neles.

Fico um misto de embasbacado e revoltado com a continuação das mesmas mordomias e privilégios do Congresso Nacional. A tônica das campanhas foi acabar as excessivas vantagens em relação ao pobre trabalhador brasileiro. Ocorreu o contrário. Apartamentos, carros oficiais com combustível, verbas de gabinete, cotas parlamentares, verbas indenizatórias, mais de 50 assessores, salário de R$ 33, 7 mil, folgas exorbitantes como agora, etc. Tudo com o dinheiro do sofrido povo. Pagamos quase 40% de nossos salários com impostos sem o devido e necessário retorno. O país com um déficit absurdo e eles não estão nem aí. Nas democracias dos países desenvolvidos como na Alemanha, ocorre o oposto. Este descalabro não pode continuar!

VICENTE LIMONGI NETTO, Lago

Compaixão

Norte

JOÃO COELHO VÍTOLA, Asa Norte

Talvez em razão da nossa grande crise, está a intelectualidade brasileira, pouco à pouco, estudando e tentando apontar soluções as causas de nossas tragédias sócio, culturais e econômicas. Tais estudos miram nas oligarquias e dinastias familiares, que inclusive superam percentualmente entre nós, as castas indianas, como estão apontando estudos sociológicos recentes de nossos dias.

A morte do neto de Lula comoveu o Brasil e todo ser humano que possuí um mínimo de sentimento e compaixão. Infelizmente algumas pessoas tripudiaram sobre a morte do garoto em postagens na internet, inclusive o filho do presidente e deputado federal Eduardo Bolsonaro que afirmou que o ex-presidente estaria usando esse fato para posar de coitado. Pessoas que usam a morte de um inocente para exporem suas diferenças políticas perderam a capacidade de amar

JOSÉ DE ANCHIETA NOBRE DE ALMEIDA, Rio de Janeiro

Minas Gerais

Dinastias

CARTAS PARA A REDAÇÃO:

DANIEL MARQUES, Virginópolis,

cartas@jornaldebrasilia.com.br

SIG trecho 1 - Lote 765 - Brasília - DF - CEP 70610-400. Inclua nome completo, endereço e identidade

Carnaval da faca e dessa vez até machado! Senhor, manda chuva para meu soninho ser melhor. Essa festa regada a sangue eu estou dispensando. O Setor Comercial parece cenário dos jogos mortais. Tinha que ser em Brasília mesmo... Isso sem contar aqueles "subterrâneos": se arrastarem uma mulher para lá já era!!! Na sexta tinha helicóptero sobrevoando a noite... Se a pessoa entrar num prédio daqueles pode rodar o helicóptero do "Batman" que não acham o sujeito. DALILA CASTRO, PELO FACEBOOK,

sobre a matéria “Bloco Aparelhinho é a atração da tarde na região central de Brasília”

Carnaval II Esse Carnaval vai ser conhecido como o Carnaval do Patrick " Olha a faca" FRANCISCO SUAID, PELO FACEBOOK,

sobre a matéria “Mais de 125 mil já se divertem no Carnaval de Brasília neste domingo”

Carnaval III Fazer maldade tem outro nome agora. No Carnaval, quem pensa ganha dinheiro e quem não pensa leva facada, fica sem celular, apanha sem entender nada, vai pra fila do hospital público ou perde a vida. EDSON SANTOS, PELO FACEBOOK,

sobre a matéria “Mais de 125 mil já se divertem no Carnaval de Brasília neste domingo”

Carnaval IV Reconheça-se que os policiais militares trabalharam, e muito, neste Carnaval brasiliense. Precisavam. Nunca se viu tanto bandido correndo para brigar e principalmente para assaltar nas concentrações e nas festas. Chegou-se a encontrar um cara com cinco facas. E ainda tinha um com um machado estilizado, de lutador mesmo. Vamos combinar, para boa coisa é que não seria. FRANCISCO SANDOVAL, PELO FACEBOOK, sobre a matéria “Mais

de 125 mil já se divertem no Carnaval de Brasília neste domingo”


10

Jornal de Brasília

Brasília, terça-feira, 5 de março de 2019

ECONOMIA. Churrasco e cerveja mais baratos OPÇÕES PARA O CARNAVAL

Pesquisa mostra que preço da picanha e o da maioria das bebidas caíram nos supermercados DIVULGAÇÃO

brasileiro que quer garantir o churrasco neste Carnaval não deverá pagar mais caro pela picanha e pela cerveja, na comparação com o mesmo período de 2018. Pesquisa da Apas (Associação Paulista de Supermercados) mostra que os preços de dois dos principais itens tiveram leve queda nos supermercados. A picanha caiu 0,79%, e a cerveja, 0,61%. Outro corte que apresentou queda no período foi a alcatra (-2,95%). A água mineral também deu um bom alívio, com retração de 3,91%. Segundo Thiago Berka, economista da Apas, a queda no valor médio da cerveja, mesmo que pequena, é resultado da concorrência. "Houve um aumento da competição no mercado interno brasileiro. Muitas marcas entraram, colocando uma necessidade de adequação das marcas tradicionais, ou seja, o preço ou cai ou fica estável", afirma. Para Berka, a queda é significativa, pois ocorreu no mês em que há

O

muita venda de cerveja, em um momento de calor recorde no país. "Outra questão é o crescimento bastante forte das cervejas premium, que faz com que as tradicionais fiquem mais competitivas entre si", diz o economista. No caso da carne, o movimento de queda de preço já vinha sendo sentido ao longo de 2018, pois são cortes de primeira. "Com o desemprego ainda alto, o quarteto filé-mignon, contrafilé, alcatra e picanha está com preço menor por causa da queda do consumo." Para não ficar no prejuízo, o consumidor precisa pesquisar. As dicas são comparar os preços em mercados e fazer as contas antes de fechar a compra de uma grande quantidade. Até porque outros itens do churrasco, como a cebola, estão em alta. Já quem vai consumir cerveja fora de casa pagará mais caro. Pesquisa da FGV (Fundação Getulio Vargas) mostra que, em São Paulo, a bebida comprada em bares e restaurantes subiu 4,13% nos últimos 12 meses.

Pesquisa feita logo antes do Carnaval nos supermercados dos principais centros do País mostraram redução, ainda que pequena, nos preços das cervejas

SAIBAMAIS » Um dos componentes que mais pesam no preço de produtos de festa são os impostos. A carga tributária que incide sobre a caipirinha é de 76,66%, segundo a Associação Comercial de São Paulo.

» Somadas, as alíquotas de PIS, Cofins e IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) chegam a 81,87% do preço final da cachaça e 54,73% dos vinhos (sem contar os extras sobre importação).

» Embora com variações segundo tributos estaduais, a carga costuma ficar em 62% no chope e 55% na cerveja. O imposto supera 40% no colar havaiano, spray de espuma, máscara de plástico, confete e serpentina.

HORA DE DECLARAR

SÃO BERNARDO DO CAMPO

Imposto de Renda terá a restituição em junho

Mercedes quer mercado da Ford, mas não a sua fábrica

Já está definido: as restituições do Imposto de Renda serão feitas, este ano em sete lotes. O primeiro sairá no dia 17 de junho; o segundo em 15 de julho; o terceiro, no dia 15 de agosto; o quarto em 16 de setembro; o quinto, no dia 15 de outubro; o sexto em 18 de novembro; e o sétimo em 16 de dezembro. O programa para fazer a Declaração do Imposto de Renda deste ano já está disponível. Assim, quem quiser já pode juntar os documentos, preencher os dados e deixar tudo pronto para enviar a declaração entre as 8h desta quinta-feira (7) e as 23h59 de 30 de abril, pela internet. Quanto mais cedo enviar a declaração for envaida, mais rapidamente o contribuinte com direito à restituição irá receber o valor. Por outro lado, quem deixa para os últimos dias recebe um valor maior, devido à correção pela taxa básica de juros, a Selic. As informações são da Agência Brasil.

As restituições são liberadas prioritariamente para idosos acima de 80 anos, contribuintes entre 60 e 79 anos, pessoas com alguma deficiência física ou mental ou doença grave e contribuintes cuja maior fonte de renda seja o magistério. A declaração pode ser feita de três formas: pelo computador, por celular ou tablet ou por meio do Centro Virtual de Atendimento (e-CAC). Pelo computador, será utilizado o Programa Gerador da Declaração - PGD IRPF2019, disponível no site da Secretaria da Receita Federal. Também é possível fazer a declaração com o uso de dispositivos móveis, como tablets e smartphones, por meio do aplicativo "Meu Imposto de Renda", já disponível na Apple Store e na Google Play. Essa opção, porém, não pode ser usada para quem tenha recebido rendimentos superiores a R$ 5 milhões no ano passado.

A Mercedes-Benz, líder do merca- montagem de cabines na fábrica do de caminhões no Brasil, preten- da Mercedes em São Bernardo. de absorver a fatia do mercado que Ele ressaltou que a fábrica de São será deixada pela Ford, que sairá do Bernardo conta com 50% de ociosisegmento após decisão de fechar a dade, portanto, há espaço na profábrica de São Bernardo do Campo dução para absorver a demanda do (SP), responsável pela produção de cliente da Ford. Essa ociosidade veículos pesados da montatambém é um dos motivos dora norte-americana. para que Mercedes não O prédio que abriga se interesse em coma fábrica da Ford é prar a fábrica da conconsiderado um corrente, localizada marco histórico não na mesma cidade. apenas de São BerO executivo eviBILHÕES DE REAIS É nardo do Campo, tou comentar a deciO INVESTIMENTO mas de todo o ABC são da Ford, mas despaulista, berço da intacou que a situação da dústria automobilística indústria de caminhões brasileira. no Brasil "está complicada há "Estamos de olho e temos condi- anos". Contudo, enfatizou o potenções de atender ao perfil desse cial do mercado brasileiro e de cacliente (da Ford), mas ainda é ce- minhões e ônibus e pediu que o do", disse o presidente da Merce- País tratasse com mais "cuidado" os des-Benz no Brasil, Philipp Schie- investidores que estão aqui. mer, após participar, na noite da "O resultado de investimento da quinta-feira, 28, de evento de inau- indústria no PIB é um péssimo siguração de uma nova linha de nal. E não se investe por razões ób-

2,4

vias, há um déficit fiscal alto que, se não for resolvido, fica difícil convencer colocar dinheiro novo aqui no Brasil", disse Schiemer. "Não falo de incentivos, mas sim de criar condições para que possamos competir internacionalmente", afirmou. Ele, no entanto, afastou a possibilidade de a montadora sair do Brasil. "O Brasil é um mercado importante para nós, estamos aqui há 62 anos, há um potencial muito bom para caminhões e ônibus, mas o Brasil precisa cuidar dos investidores, e por isso a reforma da Previdência é tão importante, e não só ela, a reforma tributária também", disse. A Mercedes-Benz tem um plano de investir R$ 2,4 bilhões até 2022 O programa de aportes foi anunciado no fim de 2017. A nova linha de cabines apresentada na quinta-feira é resultado de um investimento de R$ 100 milhões, montante que está dentro do plano.


Jornal de Brasília

Brasília, terça-feira, 5 de março de 2019

MUNDO. Até aliados contra Trump MURO NA FRONTEIRA COM O MÉXICO

Senadores republicanos se juntam a democratas e ameaçam o presidente REUTERS

EDUARDO BRITO edubrito@grupojbr.com

líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, declarou na tarde desta segunda-feira, 4, que os senadores ainda estão debatendo se a resolução conjunta para impedir a declaração de emergência nacional do presidente Donald Trump pode ser alterada. É com esse ato que o Congresso pretende impedir que Trump se aproprie de US$ 6 bilhões de outras finalidades para construir seu muro na fronteira com o México. O mais importante, porém, é que McConnell, republicano como Trump, antecipou que o Senado aprovaria a medida que anula a emergência na fronteira. "Eu era um dos que esperavam que o presidente não tomasse a rota de emergência nacional", disse McConnell. "Uma vez que ele decidiu fazer isso, eu disse que iria apoiá-lo, mas estava esperando que o presidente não tomasse esse caminho em particular." "Acho que o que está claro no Senado é que haverá votos suficientes para aprovar a resolução da desaprovação. Com isso, ela será vetada pelo presidente e, com toda a probabilidade, esse veto será mantido na Câmara, por falta de votos para deerubá-lo." Questionado especificamente se a resolução poderia ser alterada pelo Senado, McConnell sugeriu que continuava sendo uma questão não resolvida, pois as disposições de desaprovação da Lei de Emergências Nacionais nunca foram invocadas antes dessa maneira. "Isso nunca foi feito antes", disse ele. "Estamos olhando e conversando com o parlamentar sobre quais opções existem, se houver." No fim de semana, o companheiro republicano de bancada de McConnell, senador Rand Paul, anun-

O

Rand Paul se tornou o voto decisivo para impor derrota à Casa Branca, mas outros republicanos ainda podem se rebelar

ciou que se opunha à declaração de emergência, alegando uma violação do poder de compra do Congresso.

Votos quase garantidos O apoio de Paul à resolução para bloquear a emergência nacional garantiu a ela votos acima do limiar de aprovação, e não seria surpresa se mais republicanos do Senado se juntarem para pressionar o presidente nesse assunto específico. A saída que Donald Trump terá é vetar a resolução - mesmo com apoio bipartidário - que impediria sua declaração de emergência na-

cional de segurança de fronteira. O apoio de Rand Paul significa que, assumindo o apoio de todos os membros da bancada democrata do Senado à resolução, ela passar também pela Câmara Alta. Hoje, os democratas têm 47 cadeiras e os republicanos, 53. Se quatro republicanos mudarem de lado, o que agora parece certo, Trump perde. Os republicanos ainda poderiam fazer um esforço para mudar o texto, mas as chances de adotar as alterações parecem improváveis, na melhor das hipóteses, já que a medida tramita em um rito rápido que exige apenas maioria simples para a aprovação final.

Voto crucial está garantido Embora não fosse exatramente uma surpresa, o senador republicano do Kentucky, Rand Paul, deixou isso bem claro durante as declarações de sábado em um jantar do Dia do Partido Republicano que é um evento de arrecadação de fundos para o Partido Republicano do Condado de Warren. "Eu não posso votar para dar ao presidente o poder de gastar di-

nheiro que não foi apropriado pelo Congresso", disse Paul. “Podemos querer mais dinheiro para a segurança das fronteiras, mas o Congresso não autorizou isso. Se tirarmos esses pesos e contrapesos, é uma coisa perigosa. De modo geral, os comentários de Paulo têm sido favoráveis ao presidente, mas sua principal bandeira é o controle de gastos públi-

cos em quaisquer circunstâncias. Seu anúncio efetivo sobre a declaração de emergência foi crucial para a contagem de votos no Senado. As senadoras republicanas Susan Collins, do Maine, e Lisa Murkowski, do Alasca, são co-patrocinadores originais da versão do Senado da medida de desaprovação, e o senador Thom Tillis, da Carolina do Norte, já manifestou apoio.

SAIBAMAIS » Donald Trump recorreu a um artifício inventado nos tempos de George W Bush para se impor a uma decisão do Congresso: declarar situação de emergência para se apropriar de recursos públicos recusados pelos parlamentares ao fazer o Orçamento.

» Esse instrumento, visto como ditatorial, foi concebido pelo então vice Dick Cheney e é tratado até no filme Vice, indicado para o Oscar deste ano.

» Trump não perdeu a maioria no Senado (na Câmara sim, na eleição de 2018), mas deve sofrer uma derrota pontual nesse caso.

» Se isso se confirmar, ele pode se curvar ou, mais provavelmente, vetar a decisão. Os opositores não têm votos para derrubar o veto. Com isso, a questão pode acabar na Suprema Corte, que dará a palavra final em tudo isso.

11

VENEZUELA

Guaidó, sem ser barrado, está de volta O líder oposicionista Juan Guaidó desembarcou no aeroporto internacional Simón Bolívar, de Caracas, às 12h22 (13h22 em Brasília) desta segunda-feira (4), após dez dias fora do país. Guaidó avisou em suas redes sociais que havia chegado, após passar pela alfândega, e acrescentou: "Entramos na Venezuela como cidadãos livres, que ninguém nos diga o contrário". A chegada do oposicionista em solo venezuelano foi pacífica. De acordo com a TV Venezuela, sediada em Miami, que transmitiu o desembarque ao vivo, não enfrentou impedimentos. "Seguimos na rua, seguimos mobilizados. Estamos aqui e estamos mais fortes. Vamos conseguir cessar a usurpação em breve na Venezuela", disse Guaidó ao público eufórico que o esperava no aeroporto. ?Estavam presentes na área de desembarque representantes diplomáticos de Alemanha, Holanda, Espanha, França e Chile. "Viemos para ajudar, para que o regresso [de Juan Guaidó] seja seguro", disse o embaixador da Alemanha na Venezuela, Daniel Maitel Kriener. Em seguida, Guaidó se dirigiu à praça Alfredo Sadel, no bairro de Las Mercedes, e discursou para uma multidão de apoiadores. Ele havia convocado um protesto pelas redes sociais no domingo (3). O opositor disse que o povo não pode abandonar as ruas "em busca de sua liberdade", convocando novas manifestações para sábado (9). Disse ainda que fará um "importante anúncio" para os funcionários públicos do país nesta terça (5). Por fim, convocou os membros das forças armadas bolivarianas a deter os coletivos armados que atuaram contra o ingresso da ajuda humanitária no dia 23 de fevereiro. Junto à multidão, cantou o hino nacional e afirmou que as visitas que fez a países da América do Sul só foram possíveis graças ao povo.

10

DIAS GUAIDÓ FICOU FORA DO PAÍS


12

Jornal de Brasília

Brasília, terça-feira, 5 de março de 2019

TORCIDA. ACABOU A FARRA

PSG quer Neymar de volta na quarta Mesmo se jogar, atacante terá de seguir partida decisiva contra o Manchester United pela Copa dos Campeões Paris Saint-Germain confirmou nesta segunda (4) que espera a presença de Neymar na capital francesa na próxima quarta-feira (6), para acompanhar a partida contra o Manchester United, válida pelas oitavas de final da Liga dos Campeões. Assim, o atacante deve deixar o Brasil até esta terça-feira (5) após um período de 10 dias no país, onde deu continuidade ao tratamento da fratura no quinto metatarso do pé direito. No jogo em Paris, Neymar deve apoiar os colegas de elenco no vestiário e acompanhar o jogo da tribuna. O PSG venceu o jogo de ida por 2 a 0, na Inglaterra.

GONZALO FUENTES/REUTERS

O

Neymar dará continuidade ao tratamento da fratura no metatarso

Evolução satisfatória Neymar tem evolução da lesão no pé direito considerada satisfatória pelo PSG e a partir de quinta (7) finalizará a recuperação no clube. A expectativa é de que ele possa cumprir o prazo de cerca de 10 semanas estabelecidos de tratamento antes de voltar aos jogos no início de abril -a lesão aconteceu no dia 23 de janeiro. O PSG não quer pressa ao ponto de garantir o retorno de Neymar em uma possível partida pelas quartas de final da Liga dos Campeões, dia 9 ou 10 de abril O atacante visa entrar em campo

10

dias faz que o jogador deixou a França para vir ao Carnaval

dias antes, podendo ter o retorno justamente diante do Strasbourg, adversário marcado pela lesão atual, no dia 6 de abril.

Os duelos pela Liga dos Campeões são considerados determinantes para o retorno de Neymar. Em caso de eliminação para o Manchester, por exemplo, a volta no início de abril é considerada internamente como desnecessária. No Brasil, Neymar segue trabalho fisioterápico, além de ter iniciado atividades físicas mais intensas, como os passeios de bicicletas registrados ao redor de sua casa em Mangaratiba, no Rio de Janeiro. O jogador deixou de utilizar as muletas na semana passada, antes mesmo do Carnaval brasileiro.

FRATURA NA CHINA

Dourado fica dez semanas fora O atacante Henrique Dourado, que se lesionou na estreia pelo Henan Jianye, da China, se manifestou pela primeira vez sobre o caso nesta segunda-feira. Em postagem no Instagram, o ex-jogador do Flamengo disse que já foi operado na cidade de Zhengzhou, lamentou o problema ocorrido logo no início de sua passagem pelo novo clube e contou que o prazo estipulado para retorno aos treinamentos pode chegar a dez semanas. Ele permanece internado na primeira semana e só depois receberá alta. Aos 29 anos, o jogador foi vendido pelo Flamengo ao clube chinês

em 25 de fevereiro, por R$ 22 milhões. Ele estreou cinco dias depois, em partida contra o Dalian Yifang, fez um gol aos 26 minutos do primeiro tempo e, antes do intervalo, sofreu uma falta dura. Ele teve uma fratura na perna direita e foi levado de ambulância para o hospital, onde recebeu diagnóstico e também a visita de Qin Sheng, jogador que cometeu a falta no lance da lesão de Henrique Dourado "Claro que é muito difícil você sair do seu país, estar longe da família no outro lado do mundo e logo na estreia, com um gol, sofrer uma lesão como essa. É a primeira

cirurgia da minha carreira, jamais fiquei tanto tempo afastado daquilo que mais amo fazer, que é jogar futebol. Passa um filme na cabeça, de tudo que já enfrentei como atleta, os desafios", escreveu Henrique Dourado, antes de dar informações mais precisas sobre a contusão. "A cirurgia foi realizada com sucesso, onde colocaram duas hastes para corrigir a fratura. Agora é focar na recuperação. A previsão é de 8 a 10 semanas para retomar com a parte física. Tô aqui no hospital sendo muito bem tratado e devo permanecer mais uma semana. Um abraço a todos."

SEMFIRULA. Vicente Dattoli

SEM FANTASIA Carnaval? Que carnaval? Encerrada a pré-pré-pré Libertadores, com o São Paulo amargando a desclassificação diante do argentino Talleres (que depois caiu diante do Palestino, do Chile), chegou a hora de finalmente a competição começar mesmo. A fase de grupos da Libertadores da América se inicia nesta terça-feira (de carnaval), dia 5 de março. Enquanto alguns jogadores aproveitaram a parada dos estaduais nos blocos e nos camarotes dos Sambódromos, muitos viajaram e estarão em campo nestes dias finais de folia. A situação, digamos, mais curiosa, é a do Palmeiras. O principal patrocinador do futebol decidiu investir R$ 3 milhões na Mancha Verde (braço carnaval). Só que o Verdão joga pela Libertadores na quinta-feira, ou seja, ficou todo mundo fora da folia. E o mais engraçado é que o Palmeiras irá jogar em Barranquilla, na Colômbia, contra o Junior local. Não viu nada de mais nisso? Vou explicar. Barranquilla é considerado, fora do Brasil, o melhor carnaval da América do Sul. Em muitos casos, tem inclusive mais divulgação internacional (o espanhol facilita). Ou seja: com um só jogo, a Conmebol atrapalhou o ziriguidum de um monte de gente. Os barranquilleros não trocam sua folia por nada. Os protestos mais intensos, porém, são dos times que entrarão em campo nesta terça-feira. O Flamengo, para enfrentar o San José, da Bolívia, viajou em plena folia. Teve de antecipar seu jogo pelo Campeonato Carioca, contra a Portuguesa, para poder viajar. Não deu nem para ver uma escola de samba entrando na Sapucaí. E ainda vai sofrer com a altitude... Como no Paraná o carnaval não tem essa força toda, o pessoal do Athletico Paranaense nem lamentou tanto ter de jogar contra o Tolima, da Colômbia, também na terça-feira. Ou melhor, seus jogdores só lamentaram por não poderem curtir a farra em outra cidade. A Quarta-Feira de Cinzas vai mexer com os gaúchos. Os desfiles de Porto Alegre há tempos, infelizmente, estão prejudicados. Falta grana. Mas existem - que o digam a Imperadores e a Bambas da Orgia, para citar apenas duas escolas de samba, as mais famosas da cidade. Só que, tanto o Internacional, quanto o Grêmio, estarão na estrada. Enquanto o Imortal estará na Argentina para enfrentar o Rosário Central, o Colorado ficou sabendo, na noite de quarta-feira, que precisará ir ao Chile para jogar contra o Palestino. E no acanhado estádio San Antonio de Apoquindo. Também na Quarta-Feira de Cinzas, só que em sua Belo Horizonte, o Atlético Mineiro entrará em campo para enfrentar o Cerro Porteño, do Paraguai. O Galo garantiu sua vaga diante do Defensor, do Uruguai, na quarta-feira passada. Menos mal que o Campeonato Mineiro deu uma paradinha mas os jogadores tiveram de treinar, é claro. Fechando a sina brasileira "off carnaval" teremos o Cruzeiro, também na Argentina, contra o Huracán. A Raposa investe pesado na Libertadores este ano, como fez com a Copa do Brasil ano passado. A ordem foi passar o carnaval concentrado. Sem confete ou serpentina.


Jornal de Brasília

Brasília, terça-feira, 5 de março de 2019

13

VIVA. OBITUÁRIO

Riverdale se despede de Luke Ator que interpretava Fred Andrews morre após AVC. Warner lamenta e suspende gravações tor de Barrados no Baile e Riverdale, Luke Perry morreu ontem, dia 4, aos 52 anos. O ator estava internado desde a última quarta-feira, 27, quando sofreu um acidente vascular cerebral. A informação foi confirmada por Arnold Robinson, seu assessor de imprensa, que disse que Luke Perry estava cercado de amigos e familiares quando ele morreu. Sua noiva, ex-mulher e filhos estavam ao seu lado. Durante três temporadas, Perry interpretou Fred Andrews, o pai do personagem principal de Archie Andrews, na série Riverdale. Ele voltaria para a quarta temporada. Luke Perry ficou famoso interpretando Dylan em Beverly Hills, 90210, conhecida no Brasil como Barrados no Baile, uma das séries mais populares dos anos 1990. Um remake da série foi anunciado na quarta, 27, pela Fox. Apenas Luke e Shannen Doherty não estavam confirmados no elenco. Logo após a confirmação da morte do ator, o assunto foi o mais comentado nas redes sociais, ocupando o primeiro lugar nos trending topics no Brasil. Fãs, tanto da série Barrados o Baile quanto Riverdale, inundaram as redes com mensagens lamentando seu falecimento. Amigos e colegas de elenco dos dois seriados também expressaram sua tristeza com a perda. “Luke Perry era um grande ator e realmente único. Assistí-lo em 90210 foi uma das razões pelas quais eu quis me mudar para LA. Pensando em sua família e amigos dentro e fora do set. Descanse em paz”, escreveu o apresentador americano Ryan Seacrest. O ator foi internado na última quarta-feira, dia 27, após sofrer um AVC. Apesar de um membro da família ter confirmado ao site e notícias americano TMZ que ele estava em coma induzido, o representante de Perry não confirmou a informação.

A

SAIBAMAIS » Luke Perry ficou mais conhecido por interpretar o amado bad boy Dylan McKay no drama Barrados no Baile, de 1990, onde ele foi o principal membro do elenco por seis das 10 temporadas do programa. Ele era uma espécie de presença onipresente na cultura pop teen do início dos anos 90: ele estava na capa de todas as revistas, e além do 90210, fez par romântico com Kristy Swanson no filme Buffy a Caçadora de Vampiros, de 1992.

» Embora Perry tenha continuado a trabalhar de forma constante depois de deixar a série Barrados no Baile em 1996 - ele fez algumas temporadas de Oz e muitos outros como convidado - sua carreira passou por um período de ostracismo até 2016, quando ele foi escalado como o pai de Archie Andrews, da série Riverdale.

As gravações de Riverdale foram suspensas após a notícia da morte de Luke Perry nesta segunda (4), de acordo com a Warner. Além disso, os produtores executivos da série Greg Berlanti, Sarah Schechter, Roberto Aguirre-Sacasa, and Jon Goldwater, emitiram um comunicado oficial junto com a Warner Bros. Television e a CW, lamentando a morte do ator. “Nós estamos profundamente tristes em saber sobre a morte de Luke Perry. Um adorado membro da família de Riverdale, Warner Bros. e CW, Luke era tudo que você esperava que ele fosse: um profissional consumado e incrivelmente atencioso, com um grande coração e um verdadeiro amigo para todos. Uma figura paterna e mentor para o elenco mais novo, Luke era muito generoso e enchia o set com amor e gentileza. Nossos pensamentos estão com a família de Luke durante esse momento difícil”, diz o comunicado.

A morte do ator foi lamentada por fãs, amigos e colegas das séries Barrados no Baile e Riverdade, que inundaram as redes com mensagens

DIVULGAÇÃO

Série


14

VIVA.

Jornal de Brasília

Brasília, terça-feira, 5 de março de 2019

MANDANDOaLETRA.

CRUZADAS DIRETAS

Sandro Xavier redacao@jornaldebrasilia.com.br

NO EMBALO DO CARNAVAL É tempo de colocar o bloco na rua, mas vamos aproveitar pra matar a curiosidade e acrescentar conhecimento nessa nossa sede que nunca passa. Sempre tem um pedacinho de copo a mais pra encher. Pode colocar mais umas gotinhas nele neste tempo de festa momesca.

A controversa palavra carnaval A história dessa palavra não tem origem muito consensual. Alguns afirmam que significa “adeus à carne” e outros apostam em “remover a carne” (carne vale ou carne levare). De qualquer forma, a diferença pode ser sutil, e não se pode negar que carnaval tem ligação com os movimentos religiosos. O carnaval é o período que precede a quaresma, em que a igreja cristã se dedica ao jejum e à oração. É momento de reflexão e arrependimento. Antes disso, os fiéis se deixam divertir comendo e festejando, até para se preparar para o período de abstinência. Os exageros são outra coisa inerente ao ser humano e que fazem parte de qualquer atividade em que ele ser meta, não é mesmo?

O famoso Rei Momo Aquele cara gordão com uma coroa e um cetro que recebe a chave da cidade e a comanda pelos dias do carnaval é o Rei Momo. Assim como o nome da festa, não há consenso na origem desse personagem. Há até ligação dele com a mitologia grega, em que era filha de uma deusa e significava “reclamona”. Já com relação ao carnaval, tratava-se, mais adiante, de uma adaptação do rei burlesco, ou seja, cômico ou zombador. Então, também dizem que a palavra momo vem do que os espanhóis chamam macacos, “mono”. Um animal relacionado com a bagunça. Por isso, o Rei Momo recebe as chaves da cidade permitindo o início da festa e das tantas pegadinhas que se fazem nessa época. Com relação ao homem gordo, já há diversas campanhas para que o rei não apareça com essa forma que estimula a glutonaria e as doenças decorrentes dessa prática. Em tempos de vida fitness, Abel é que teria inveja de Caim, né?

SOLUÇÃO ANTERIOR

SUDOKU

A respeito de alegorias A palavra alegoria traz uma confusão tremenda quando chega o carnaval. Já ouvi pessoas falando delas como se fossem as próprias fantasias ou até mesmo o desfile em si (algo como se fosse a evolução da escola de samba). Elas fazem parte de um quesito de julgamento chamado alegorias e adereços, em que se julgam os carros alegóricos, e os adornos e enfeites que os acompanham. Então, as alegorias, nada mais nada menos, são aqueles carros que compõem o desfile da escola. No Rio de Janeiro, uma agremiação deve ter entre cinco e oito carros alegóricos. Mas não confundam com os tripés, esses não contam como alegorias e já são até mais raros em escolas. Mas blocos e escolas pequenas ainda apresentam muitos. Aprecie o carnaval com sabedoria.

Solução anterior

Instruções do Sudoku Preencha cada quadrinho com um número de 1 a 9. Cada conjunto de nove quadrinhos deve conter todos os nove dígitos, sem que nenhum algarismo se repita.


Jornal de Brasília

Brasília, terça-feira, 5 de março de 2019

VIVA.

15


16

Jornal de Brasília

Brasília, terça-feira, 5 de março de 2019

MARCELOCHAVES.

marcelochaves@grupojbr.com

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL

FEIJÃO E SAMBA Com nove horas de duração, a Feijuca do Iate 2019 fez juz à sua fama de uma das festas carnavalescas mais animadas de Brasília. Com as camisetas do evento customizadas e com divertidos e luxuosos acessórios, os convidados lotaram a pista de dança e curtiram os impecáveis shows de Dhi Ribeiro e Guga Cammafeu. O buffet de feijoada e a mesa de doces, muito elogiadas por sinal, foram disputados. As crianças também se divertiram na tarde, que ganhou um Espaço Kids, montado na Sala de Estudos. Cantor Guga Cammafeu colocou todos para dançar ao som de muito axé e outros sucessos que tomaram conta dos salões do clube.

Cantor Guga Cammafeu

Osmarina Finger com Agamenon e Maria Auxiliadora Lima

Comodoro Rudi Finger entre Ennius Muniz e Nelson Campos

Carlos Santiago, Emília Costa, Alessandra Ferrari eWaldir

Encontro

Missa

Estrelas

Fake

Governador de São Paulo, João Doria, e o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, tiveram um rápido encontro, ontem, no Copacabana Palace. Doria, aliás, era parado a toda hora por hóspedes com elogios e pedidos de selfies.

A esposa, filhos, noras e netos do empresário Aristeu Bernardes de Assis Neto convidam para a missa de sétimo dia de seu falecimento, hoje, às 18h30, na Paróquia São Judas Tadeu, na 908 Sul. A coluna presta condolências.

Escritora Sonia Sahão lançará no próximo dia 20 de março, das 18h às 21h, na rooftop do B Hotel Brasília, o livro "Hotéis para Sonhar". Cem por cento da renda arrecadada com a venda dos livros será doada para a ONG Vida Positiva.

Filho de um apresentador famoso teve o Rolex roubado no Rio. Como o carro em que estava não era blindado, ao ser surpreendido teve que entregar o relógio. O ladrão, acabou se dando mal, já que o acessório era uma réplica do original.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.