Jornal de Brasília Nº 15.416

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REUTERS/DAVID MERCADO

Flamengo estreia na Libertadores com vitória Gabigol aproveita assistência de Bruno Henrique e deixa sua marca

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Pancadaria dissolve o maior dos blocos

Após festa, depredação nos ônibus e no Metrô

Briga generalizada acaba com Fervo da Lud, que pôs um milhão na rua 3

GDF contabiliza ao menos 39 ônibus e 30 vagões 2 vandalizados

R$1 QUARTA-FEIRA 6 de março de 2019 Ano 47, nº 15.416 www.jornaldebrasilia.com.br Assinaturas: 0800-612221

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SAPUCAÍ

O MAIS POLÍTICO DOS CARNAVAIS DO PAÍS NOS ÚLTIMOS ANOS

As escolas do Rio apostaram no luxo, como a Vila Isabel, das mais lindas borboletas. Mas apostaram na contestação, em desconstruir figuras históricas e até os próprios carnavalescos. 4 e 5


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Brasília, quarta-feira, 6 de março de 2019

CIDADES. Festa da depredação CARNAVAL DA VIOLÊNCIA

OBITUÁRIO REPRODUÇÃO

Em 4 dias, vandalizados 39 ônibus e 30 vagões do Metrô REPRODUÇÃO/WHATS’APP

ANA KAROLLINE RODRIGUES redacao@grupojbr.com

urante o Carnaval no Distrito Federal, 39 ônibus foram vandalizados até a noite de terça-feira (5), em diferentes regiões administrativas. Segundo a Secretaria de Mobilidade do DF, entre os coletivos depredados, com janelas arrancadas, bancos rasgados e objetos de segurança removidos, estão 14 da Urbi, 10 da Piracicabana, 10 da Pioneira - sendo cinco BRT (Bus Rapid Transit) -, quatro da Marechal e uma da São José. Também foram vandalizados 30 vagões do Metrô. Em uma série de vídeos que estão sendo divulgados em redes sociais, feitos tanto por câmeras de segurança dos veículos, quanto por passageiros, é possível visualizar pessoas fantasiadas depredando coletivos. Em um caso, um grupo aparece em janelas quebradas de um ônibus da empresa Urbi, que seguia para o Riacho Fundo. As imagens feitas na EPNB mostram que, além dos foliões que se equilibravam em cima do veículo em movimento, havia outros que viajavam com o corpo praticamente para fora da janela que foi arrancada pelos mesmos.

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Médico e administrador hospitalar, trabalhou 42 anos no HDB

Janelas foram arrancadas e bancos rasgados nos ônibus da capital

Apenas entre domingo (3) e segunda (4), a Polícia Civil registrou quatro boletins de ocorrência de dano a bem público relacionados aos coletivos do DF. Em uma das ocorrências, um cobrador informou aos policiais que, em um trajeto ao Riacho Fundo II, passageiros passaram a chutar o interior do veículo, quebrando o vidro de uma janela e ainda tentaram agredi-lo

fisicamente. Ele, porém, conseguiu pular a roleta, desceu em uma parada e saiu correndo. O Carnaval de Brasília reuniu cerca de 117 mil pessoas nesta terça-feira, segundo balanço da Secretaria se Segurança Pública do DF. No ano passado, 58 ônibus foram alvo de vandalismo nesta época do ano, gerando um prejuízo de R$ 100 mil às empresas.

Acidente fere três em Ceilândia Um carro colidiu com um poste na Avenida Principal do Setor O, Ceilândia Norte, deixando três pessoas feridas nessa terça-feira (5). O acidente ocorreu por volta das 08h40, quando Robson de Paiva Silva, 34 anos, perdeu o controle do veículo e colidiu com poste de iluminação pública. Dentro do seu Chevette ainda estavam dois passageiros: Raimundo Antônio, 42 anos, e Rogério Rodrigues de 30 anos. Eles foram socorridos pelo Corpo de Bombeiros

e levados ao hospital. Para retirar o condutor do veículo, bombeiros tiveram que retirar a porta do carro. O homem recebeu os primeiros socorros no local e foi transportado para o Hospital Regional de Ceilândia (HRC) se queixando de dores no tórax, consciente, orientado e estável.

Múltiplas fraturas Raimundo Antônio foi antedido e transportado para o Hospital Regional de Taguatinga (HRT) com le-

sões nos braços, traumatismo cranioencefálico leve e escoriações no queixo. Enquanto Rogério foi atendido e transportado pelo CBMDF para o HRC com fraturas na perna e no braço esquerdo. O Corpo de Bombeiros Militar do DF atendeu a esta ocorrência com cinco viaturas e vinte militares. O local ficou aos cuidados da Polícia Militar DF e do Detran. A CEB também foi acionada para verificar possíveis danos ao fornecimento de energia local.

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Aluísio Toscano Franca, ex-secretário de Saúde Foi sepultado na tarde de ontem, no Campo da Esperança, o corpo do ex-secretário de Saúde do Distrito Federal Aluísio Toscano Franca. Ele tinha 78 anos e morreu na segunda-feira de carnaval. Seu nome se associa ao Hospital de Base do Distrito Federal, onde fez carreira. Tinha um perfil muito especial: além de médico, com pós-graduação, era formado em Administração Hospitalar, o que lhe conferia autoridade especial no sistema de saúde. Ele estava internado desde segunda-feira da semana passada no Hospital Santa Marta, para ser submetido a uma cirurgia de hérnia inguinal, mas sofreu falência múltipla dos órgãos. Cirurgião e intensivista,dirigiu tanto a unidade de cirurgia-geral quanto, por longo tempo, a UTI do Hospital de Base, que estruturou ao longo do tempo. Aposentou-se em junho de 2010, depois de 42 anos trabalhando no próprio Hospital de Base. Chegou inclusive a acumular, quando secretário, a direção da unidade. Em-

D I R E TO R- S U P E R I N T E N D E N T E

Renato Matsunaga EDITOR CHEFE

Jorge Eduardo (jorge.antunes@grupojbr.com) Classificados: (61) 3343-8008

Sucursal São Paulo: (11) 5097-6777

Dep. Comercial: (61) 3343-8180

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bora secretário, passava parte do tempo no hospital, tomando todas as decisões importantes. Aluísio Toscano Franca foi secretário de Saúde durante a gestão de Joaquim Roriz, em 2002. Antes disso, ocupou cargo de assessor no gabinete do ministro da Saúde, durante a gestão do médico Seigo Tsuzuki, já no final do governo de José Sarney. Participou da equipe que atendeu e operou o presidente eleito Tancredo Neves, em 1985, mas não como cirurgião. À época, chefiava a UTI do Hospital de Base e foi nessas condições que acompanhou a evolução da enfermidade do presidente. A diretoria do Instituto Hospital de Base e a direção do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) divulgaram nota de pesar. “Pessoa e profissional extremamente querido, dedicado e respeitado, trabalhou até o último dia da sua atividade profissional no nosso Hospital de Base, quando aposentou-se compulsoriamente”, diz o texto.

Telefones: (61) 3343-8100 e 3343-8070 E-mail: redacao@grupojbr.com DIAGRAMAÇÃO: Tatiane Barbosa (3343-8161)

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BRASIL. Pancadaria dissolve megabloco Mais de um milhão de pessoas brincavam no centro do Rio quando começou a guerra ALEXANDRE DURÃO/ESTADÃO CONTEÚDO

desfile do bloco da cantora Ludmilla foi interrompido no início da tarde desta terça-feira (5), no centro do Rio, por causa de uma briga entre foliões. Uma confusão na frente do carro de som da cantora fez a Polícia Militar lançar bombas de gás pouco antes de 12h30. Minutos depois, outras confusões foram registradas entre o público. O Fervo da Lud é um dos maiores blocos do Carnaval carioca de 2019. Segundo os organizadores, mais de 1 milhão de pessoas acompanhavam o cortejo. Após a primeira confusão, a cantora parou de cantar. Os foliões pediam, sem sucesso, o retorno de Ludmilla. A previsão era de o bloco tocar até 14h. Às 12h45, a assessoria da cantora anunciou o encerramento da apresentação. Ludmilla disse estar "profundamente triste" com a confusão que ocorreu durante o desfile do bloco Fervo da Lud, nesta terça-feira, 5. Uma confusão provocou o encerramento mais cedo do bloco da cantora, no centro do Rio "Gente, o carnaval é tempo de festa, alegria, união e também de doação de amor ao próximo, um momento de respiro para um povo que batalha o ano todo para alcançar seus objetivos. Há dois anos, criei o Fervo da Lud com isso em mente: levar alegria e diversão ao maior número de pessoas e hoje, lamentavelmente, isso não foi possível", escreveu a cantora ao publicar uma imagem em branco no Instagram.

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Mulher ferida recebe socorro no meio da confusão do Fervo da Lud: briga entre participantes do bloco causa encerramento antes da hora

"Fomos interrompidos e estou profundamente triste por ter presenciado tamanha agressividade ao próximo, mas certa de que optamos pela melhor opção, pois minha prioridade sempre será o bem-estar de todos", completou. Policiais militares jogaram bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o tumulto. Um homem que estava ferido foi imobilizado pelos policiais e retirado do local algemado.

Em São Paulo, campeã agora é Mancha Verde A Mancha Verde, escola de samba do Palmeiras, é campeã do grupo especial do carnaval paulistano em 2019. A Vai - Vai, escola que mais vezes venceu o carnaval paulistano, foi rebaixada para o grupo de acesso em 2020. A Mancha foi a terceira a desfilar na madrugada de sexta-feira, 1°, para sábado, 2, no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo. O grupo entrou na avenida por volta de 1h30. Nas cores verde, branco e vermelho, a escola cantou, sambou e desfilou inspirado na saga de uma guerreira negra. O samba-enredo "Óxala, Salve a Princesa! A Sa ga de uma Guerreira Negra!" é um canto às tradições de origem africana.

Uma ala do grupo fez referência ao Congo como local de escoamento de marfim e outros produtos da região. Logo no primeiro carro alegórico, os destaque eram os elefantes com dentes de marfim e imagens de mulheres negras. A primeira ala entrou na avenida com fantasias ricas em detalhes com lantejoulas, brilhos e fitas. O verde em diferentes tonalidades dominou o desfile, que reuniu três mil componentes ao todo. No quesito "Comissão de Frente", a Vai-Vai caiu para a última colocação entre as 14 agremiações na disputa e foi rebaixada. O grupo do Bexiga não tirou uma nota 10 no quesito avaliado.


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Política marca desfiles durante a segunda noite da Sapucaí CLEVER FELIX/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO

ANDREIA SALLES, JORGE EDUARDO ANTUNES, PAULO GUSMÃO E SORAYA KABARITE Especial para o Jornal de Brasília

segunda noite de desfiles na Marquês de Sapucaí trouxe a discussão política para o mundo do samba, mistura que nem sempre dá certo, mas que sempre carrega boa dose de hipocrisia travestida de crítica e defesa social. A vereadora Marielle Franco, por exemplo, foi lembrada em duas escolas – Vila Isabel e Mangueira. Nunca é demais lembrar que ela foi morta pelas milícias cariocas, braço criado a partir da segurança feita por policiais a bicheiros, patronos das agremiações que criaram a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), que administra a festa. E a Paraíso do Tuiuti teve enredo com fôlego para criticar “coxinhas” – eleitores mais à direita. Pena não etr a mesma disposição para indenizar a família da radialista Lúcia Mello, morta após ser atropelada por uma alegoria da escola, no desfile de 2017. Mas hipocrisias e modismos à parte, Vila Isabel, Portela União da Ilha e Mangueira fizeram belos desfiles, uns mais, outros menos políticos, e se juntam às três que se destacaram na noite de abertura – Unidos do Viradouro, Salgueiro e Beija-flor. Um grupo de sete escolas, entre 14 que desfilaram, é abrangente demais para apostas de carnaval. A rigor, pode-se dividir este bloco de favoritas em três patamares. No primeiro, Viradouro, Mangueira e Salgueiro. No segundo, Beija-Flor e União da Ilha. No último, Portela e Vila Isabel. A noite de segunda-feira (4) abriu com a passagem da São Clemente. A escola de Botafogo, única da Zona Sul do Rio da desfilar na elite, reviveu o enredo o "Samba sambou", de 1990, que colocou a escola em sexto lugar no Grupo Especial. O carnavalesco Jorge Luiz Silveira distribuiu 3,1 mil foliões em 26 alas para falar mal de todo mundo do Carnaval, na primeira crítica da noite – e talvez a única 100% honesta. Sobrou até para a imprensa, com certa razão. Mas a escola passou sem empolgar, sem brilhar e vai buscar apenas se manter no Grupo Especial. Dificilmente repetirá o

3.100

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PARTICIPANTES TEVE A SÃO CLEMENTE, QUE FALOU MAL DO MUNDO DO CARNAVAL

Gracyanne Barbosa, madrinha da bateria, foi uma atração à parte na União da Ilha, que não chegou a empolgar ALEXANDRE BRUM/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Pode-se dividir este bloco de favoritas em três patamares. No primeiro, Viradouro, Mangueira e Salgueiro. A seguir, Beija-Flor e União da Ilha. No último, Portela e Vila Isabel. sexto lugar de 1990. A seguir veio a luxuosa Vila Isabel, que na concentração, puxou o grito “Olê, Olê, Olê-o-lá”, para ouvir o “Lulá, Lulá” de volta. Na homenagem a Petrópolis com o enredo “Em nome do Pai, do Filho e dos Santos, a Vila canta a cidade de Pedro”, do carnavalesco Edson Pereira, campeão do Grupo de Acesso ano passado com a Viradouro, teve até espaço para a lembrança da vereadora Marielle Franco, com a mãe, Marinete, o pai, Antônio, e a irmã, Anielle, desfilando no carro alegórico sobre a abolição da escravidão, junto da imagem de Princesa Isabel, com uma faixa "Marielle presente" decorando a alegoria.

O gigantismo, personificado no carro abre-las de 60 metros, e o luxo nas fantasias e alegorias levaram a avenida a gritar “É campeã”, graças à torcida presente no setor 1. Mas a Vila já começará a apuração devendo, pois estourou o tempo de desfile em um minuto, o que custará, ao menos, um décimo, o que pode ser fatal para a pretensão de ser campeã. A Avenida serenou quando a Portela entrou, homenageando Clara Nunes. Com Rosa Magalhães à frente da escola, a vida e a arte da cantora foram contadas com extremo rigor técnico, como é costume da dona de sete títulos do carnaval carioca. Um desfile historicamente impecável, mas de pouca empolgação, como costumam ser as passagens das escolas que Rosa Magalhães comanda. Mas tudo sobre a vida da mineira que foi diva do samba estava lá – a infância pobre, a fábrica de tecelagem, a religiosidade, o amor à escola que a homenageou. Um primor técnico, de respeito ao enredo que, se não empolga ou não faz críticas acentuadas, costuma agradar aqueles que julgam. Por conta disso, alijar a Portela de favoritismo seria uma espécie de avaliação comprometida.

Apostando no luxo, a Vila Isabel recriou o Museu Nacional de Petrópolis


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Apostas da União da Ilha dão certo ANDREIA SALLES, JORGE EDUARDO ANTUNES, PAULO GUSMÃO E SORAYA KABARITE Especial para o Jornal de Brasília

Acreditar que uma escola pequena como a União da Ilha não possa sonhar com voos mais altos é ser um bocado pessimista. E a agremiação insulana surpreendeu. O carnavalesco Severo Luzardo Filho, em seu terceiro desfile na União, conseguiu fazer uma boa junção de dois clássicos da literatura cearense, José de Alencar e Raquel de

Queiróz. Passeando com extrema competência pelos livros de ambos, abordou também a fé, a arte e as tradições do Ceará. Como destaque, um padre Cícero voador à frente de uma comissão de frente de migrantes, criação que dificilmente não será premiada com a nota máxima pelos jurados. A mesma coisa deve ocorrer com a bateria, que agregou até a sanfona para colocar o samba no ritmo ideal para uma homenagem ao simpático estado nordestino. A madrinha da bateria, Gracyanne

Barbosa, foi atração à parte. Sensação do Carnaval passado pós colocar um vampiro com uma faixa presidencial, numa alusão a Michel Temer, a Paraíso do Tuiuti, que segue sem pagar a indenização de R$ 700 mil à família da radialista Lucia Mello, morta em 2017 após ser atropelada por um carro alegórico desgovernado da agremiação, foi para a avenida com outro enredo sobre o Ceará, desta vez abordando a história do Bode Ioiô, “eleito” vereador em Fortaleza nos anos 1920.

Claro que a história não se prendia apenas ao bode, vide uma ala simulou a luta do “bode da resistência” e a “coxinha ultraconservadora", crítica com evidente viés político, até porque as coxinhas empunhavam arma, em referência aos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, e os bodes estavam de vermelho, lembrando a da esquerda e do PT. Mas o bode deu o maior bode e a escola teve problemas de evolução, o que deve tirar a agremiação do Desfile das Campeãs, no sábado.

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SAIBAMAIS » A Paraíso do Tuiuti teve dificuldades para superar as expectativas com relação ao ano passado, quando terminou em segundo lugar.

» Com coxas de frango

gigantes carregando armas, a escola criticou os "coxinhas", como são chamados pejorativamente os que estão à direita no espectro político. A escola também evocou elementos da cultura nordestina e negra.

CEZAR LOUREIRO | RIOTUR

Imagem aérea do desfile da Portela, no voo da águia: muita luz e muitas cores dão visão resplandecente à Sapucaí

» Última agremiação a desfilar, a

Mocidade surpreendeu com um samba poderoso, fantasias luxuosas e carros bem acabados. No enredo sobre o tempo, a escola colocou como destaque a cantora Elza Soares, com 81 anos.

» A São Clemente também fez

crítica política. A escola de Botafogo criticou o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, alegando falta de apoio às escolas. Em uma faixa, a São Clemente dizia "votei no bispo e me ferrei". CELSO PUPO/FOTOARENA/AE

Mangueira descontrói vultos históricos e revive Marielle A Mangueira veio a seguir, e manteve o tom político do desfile. A lembrança da vereadora Marielle Franco estava no samba e na passagem da viúva dela, a arquiteta Mônica Benício, e dos seus colegas de PSOL, o deputado federal Marcelo Freixo e o vereador Tarcísio Motta. Além dela, uma revisão da história do Brasil, contada a partir de heróis desconhecidos e não citados nos livros de história – negros, índios e outros. A revisão histórica promovida pelo carnavalesco Leandro Vieira com o enredo “História pra ninar gente grande” teve 3,5 mil componentes valorizando figuras como o guerreiro guarani Sepé Tiaraju, e

descontruindo Princesa Isabel, o bandeirante Domingos Jorge Velho, o Marechal Deodoro da Fonseca, o Dom Pedro I e Pedro Álvares Cabral.

Nem a bandeira escapa Além dos ataques a estes vultos, a Mangueira também decidiu até mesmo mudar as cores da bandeira do Brasil, que passou em verde e rosa, com o “Ordem e Progresso” também substituído em forma e conteúdo por “índios, negros e pobres”. Após a sequência política, a Mocidade Independente de Padre Miguel fechou o Carnaval carioca com a passagem firme e um enre-

do sobre o tempo. E começou bem, trazendo de cara a cantora Elza Soares, no abre-alas, sobre Cronos e a criação dos astros. Representando a estrela maior, símbolo da Mocidade, ela encantou o público e ampliou a expectativa sobre o desfile de 2020, no qual será o enredo da escola. Com luxo e muito rigor estético, o carnavalesco Alexandre Louzada, campeão em 2017 pela escola, fez um desfile bastante técnico e criativo, mas pouco empolgante diante de um sambódromo que já vira a passagem de 13 escolas. Pode surpreender, até pelas boas ideias, como a comissão de frente que viajava no tempo.

Viuva de Marielle Franco, Monica Benício foi atração de verde e rosa


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OPINIÃO. ARTIGOS

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COMENTARIOS DO JBr

Pensar diferente

(61) 99606.4199 que te trouxe aqui, não te levará até lá”. A célebre frase do coach norte-americano Marshall Goldsmith, que dá título a seu livro, sua como uma espécie de mantra que precisa ser recitado diariamente por todos os profissionais do século XXI. Contudo, a grande maioria parece preferir ignorar que as velhas receitas não têm mais surtido os mesmos efeitos. Estamos vivendo o século XXI com a mesma mentalidade do século XX. Com o avanço das tecnologias, na década de 1990, entramos na era digital, ou era da informação. As distâncias diminuíram e vimos o mundo se globalizar. Muitas profissões deixaram de existir e outras foram criadas. Tivemos acesso ao trabalho remoto e compartilhado, onde o escritório pode ser em qualquer lugar. O raciocínio passou a ser não-linear, conectado, multidisciplinar e imprevisível. Passamos a viver múltiplas experiências simultâneas, recebendo informações de vários canais de forma instantânea. Novos modelos de negócios surgiram e vimos o nosso cotidiano se modificar drasticamente.

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Apesar das imensas transformações que já duram quase três décadas e mostram que a mudança e a liquidez são a nova constante, algo parece continuar intacto em todo esse processo. Por mais incrível que pareça, continuamos com o mesmo pensamento linear, segmentado, repetitivo e previsível que aprendemos na era industrial. Muito dessa questão deve-se ao fato de que, embora a nossa rotina tenha se transformado tanto, a nossa forma de aprender se manteve praticamente intacta. Em pleno século XXI, nossas crianças ainda vão para as escolas uniformizadas, são classificadas por idade e não por aptidões e interesses, ouvem um alarme para sinalizar o horário da entrada, do intervalo ou da saída. Tudo perfeitamente preparado para que elas saiam dali e estejam aptas a trabalhar em uma fábrica. As escolas surgiram na era industrial justamente para facilitar esse trabalho massificado e escalável. Quanto mais “dentro da caixa” uma pessoa estivesse, mais lucro traria para o dono da fábrica. MARÍLIA CARDOSO, jornalista, com MBA em Marketing

Por uma Ilha de Elba ão importa quando, hoje ou no passado, as fronteiras sempre foram difíceis de controlar. No Brasil, o Barão do Rio Branco foi um dos grandes artífices da manutenção das fronteiras que fazem de nossas terras um país continental. Novamente, após muitas décadas, um conflito fronteiriço está próximo de explodir, aumentando a tensão entre Brasil e Venezuela. A crise vivida pelos nossos vizinhos, dramática pelo sofrimento humano que está levando a uma possível explosão fronteiriça, pode se transformar em um choque de natureza militar. A militarização imposta pela Venezuela deixa cada vez mais possível embate com forças militares brasileiras. Isto demonstra o quanto é importante a democracia que um país pode ter e perder por ‘’caudilhismos’’ surgidos por meio de políticas populistas, que de populares não têm nada, pois a população está sofrendo na miséria, no mesmo nível das que sofreram países na 2ª Guerra Mundial. O mundo parece que tem mudado pela velocidade da informação, mas por outro lado as misé-

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rias humanas que governantes auto impostos se dão ao luxo de continuar fazendo, com intuito de “ter o poder sem importar os meios’’. Isso mostra que é necessário adotar iniciativas consistentes e fortes. A colaboração internacional, que visa neutralizar este tipo de ação antidemocrática, antiética e antipopular, está permitindo que o povo venezuelano possa ter ainda esperança de mudar esta situação catastrófica, seja militarmente ou pela desidratação do regime antidemocrático da Venezuela. Esperamos que o resultado final seja a derrota das fronteiras militares impostas pela Venezuela, possibilitando a entrada da ajuda humanitária urgente e necessária para dar dignidade ao povo, e finalmente, o retiro da atual liderança venezuelana para uma ‘’Ilha de Elba’’, para meditar a derrota imposta, como fez Napoleão. Lógico, sem querer comparar o ‘’personagem’’ atual com o grande estrategista e estadista francês. RENE BERARDI, doutor em

sociologia e professor do ISAE

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Mulher agredida Espero que não a julguem culpada! Virou moda, a vítima ser a culpada! GRAÇA LIMA, PELO FACEBOOK, sobre

a matéria “Caso de paisagista agredida por estudante pode ter reviravolta”

CARTASDOLEITOR Esfaqueada Mais uma jovem, trabalhadora, que servia a uma agência de informações, foi assaltada e esfaqueada em plena Rodoviária do Plano Piloto, por moradores de rua, usuários de droga. Por pouco não teve o mesmo destino de um estudante da UnB que acabou morto após lhe tomarem uma garrafa de cerveja. Não se trata apenas de falta de patrulhamento, pois a polícia não pode estar em todos os lugares. Trata-se da remoção imediata desses ocupantes irregulares de espaços públicos. São seres dignos de piedade, uma vez que se trata de doentes, afetados duramente por problemas mentais e pelo uso de drogas. Por isso mesmo precisam ser retirados de lá e receber tratamento adequado. Não há que se invocar o direito de ir e vir. Suas vítimas têm esse direito e os ocupantes não lhes permitem exercê-lo. ARIOSTO MILA Águas Claras

Redes sociais O grande equívoco de parte de nossos políticos em usarem as redes sociais virtuais para se comunicarem com a população, é não perceberem a fragilidade do sistema, sujeito a um precoce desgaste que esta forma de comunicação produz. Daí a perda rápida de prestígio dessas autoridades, principalmente quando no poder, não conseguem implementar promessas de campanha, acelerando ditos desprestígios. JOSÉ DE ANCHIETA NOBRE DE ALMEIDA, Rio de Janeiro

CARTAS PARA A REDAÇÃO:

Laranjas As suspeitas de desvios de recursos nas ultimas eleições, chamadas de laranjas, e imputadas maldosamente pela imprensa apenas ao PSL, partido que abrigou a candidatura do atual Presidente da República, com certeza foi pratica generalizada senão em todos mas na grande maioria dos partidos e em todos os locais desse país. Deve e tem de ser apurado e punido com rigor, todos os candidatos de todos os partidos. Há que se registrar que o atual presidente tentou doar as sobras de campanha de cerca de 1,5 milhão de reais. Então tentar envolve-lo na prática eleitoral criminosa é mais uma tentativa de ataca-lo e um desserviço ao país! No fundo o real responsável por toda essa suspeita de ilegalidade, o laranjal como chamam, chama-se Fundo Partidário que tem que ser extinto. Hoje com a internet, redes sociais é absolutamente desnecessário financiar shows, santinhos etc. Da mes ma forma que temos que pressionar o Congresso Nacional, as Assembleias Estaduais e Distrital a cortar drasticamente despesas. Não se pode mais pagar auxílios mudanças, combustíveis, moradia etc dos nobres deputados. A moralização do país passa necessariamente pelo cumprimento do teto constitucional salarial, cancelamento de auxílios moradias e tantos outros no Legislativo e no Judiciário nacional e estaduais. Isso sim tem de ser evidenciado e cobrado pela imprensa e pelos brasileiros! ELCIO DIAS GOMES, Asa Norte

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SIG trecho 1 - Lote 765 - Brasília - DF - CEP 70610-400. Inclua nome completo, endereço e identidade

Mulher agredida II Vingança eu duvido, o sujeito procurar a mãe do cara, seduzir, ir no apartamento espancar. Era mais fácil encontrar na rua e fazer isso. O que deve ter ocorrido é que muita gente é uma pessoa na Net e na vida real, outra. Aí jogo pode ter saído do controle CARLOS ALVES, PELO FACEBOOK

sobre a matéria “Caso de paisagista agredida por estudante pode ter reviravolta”

Mulher agredida III Eu disse isso no mesmo dia da agressão: o filho dela é o Rayron Gracie, da família de lutadores, ele pode ter levado uma taca e descontado na mãe do rapaz. Ambos são lutadores de jiu-jitsu. Que coincidência, não? ALESSANDRO NERES, PELO FACEBOOK, sobre a matéria “Caso

de paisagista agredida por estudante pode ter reviravolta”

Carnaval Quem empolgou mesmo foi Viviane Araújo, madrinha de bateria, linda, maravilhosa e se revelando também uma sambista de mão cheia. TAQUES ROSETH CAMPOS, PELO FACEBOOK, sobre a matéria

“Salgueiro faz desfile empolgante em homenagem a Xangô

Médico Tive o privilégio de conhecer o dr. Aluísio Toscano, que não apenas era um excelente profissional como um gestor de rara competência. Tinha ainda uma palavra de conforto para todos os pacientes com quem se deparava no hospital. Deixa saudades. ARIOSTO MILA sobre a matéria

“Morre Aluísio Toscano Franca, ex-secretário de Saúde do DF”


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POLÍTICA. CONTRA A IMPUNIDADE

Arolde de Oliveira: ele não se contenta em reduzir a punibilidade para 16 anos, de modo a permitir que infratores mais jovens possam ser presos

Para acabar a maioridade penal Senador que extinguir o conceito para que infrator de qualquer idade possa sofrer punições LEANDRO MAZZINI redacao@grupojbr.com

leito com discurso da segurança pública e aliado do presidente Jair Bolsonaro, o senador de primeiro mandato Arolde de Oliveira (PSD-RJ) defende o fim da maioridade penal contra a impunidade. Representante do Estado do Rio de Janeiro, onde o maior problema é a segurança pública, crava ele, o parlamentar, em visita ao Jornal de Brasília, diz acreditar que ainda este ano o tema voltará à discussão no Congresso Nacional. Arolde foi deputado federal por nove mandatos. Atualmente, há um projeto em tramitação no Senado com trami-

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Modelo para Arolde é o da Inglaterra, onde pessoas de qualquer idade podem ser sentenciadas a prisão tação avançada, que reduz a maioridade penal para 16 anos – até aliados de Bolsonaro apontam que será difícil aprovar para esta idade. Para Arolde, caso não convença senadores sobre sua proposta, a idade de 17 anos já seria um avanço. O senador assegura que o Brasil deve seguir o exemplo de outros países, como a Inglaterra, onde cada caso é um caso: o juiz define o tipo de pena para o menor infrator.

Ou seja, independentemente da idade, até mesmo muito jovem, ele será punido.

Pela posse de armas O tema posse de armas também está no discurso do senador. Para Arolde, a posse de arma – cuja autorização ampliada foi aprovada em decreto pelo presidente Bolsonaro – evita invasões de terras e domicílios que acontecem em todo o Brasil: “O bandido vai pensar duas vezes antes de invadir uma casa ou uma propriedade de um fazendeiro”. Ele não acredita, porém, que haverá liberação do porte de armas nas ruas. Sobre o Rio de Janeiro, segundo o senador, a impunidade decorrente

da não aplicação da lei afeta diretamente o turismo, que gera emprego e riqueza para o Estado. Lança mão do discurso de “reativar o turismo” do Rio de Janeiro para reaquecer a economia. O Rio perdeu turistas nos últimos anos diante do caos administrativo, que criou o atual cenário da insegurança, reforça o parlamentar. De imediato, para resolver a crise financeira do Governo do Rio, o senador argumenta que precisa ter coragem para tomar medidas que eliminem privilégios na área do funcionalismo, das instituições do Estado e do próprio Legislativo. Acredita que tem que ter vontade política e suporte político para isso.

Maioria da Câmara pretende mudar NÚMEROS

290 308

deputados querem algum tipo de mudança na maioridade penal

votos são necessários para rever garantia que está na Constituição

Pelo menos 290 deputados federais eleitos e que tomam posse em fevereiro de 2019 se dizem a favor da redução da maioridade penal, segundo levantamento realizado em novembro do ano passado. Isso significa que a maioria dos deputados aceitam a redução. Entretanto, como se trata de questão constitucional, haveria necessidade de 308 deputados para que proposta de emenda seja aprovada. Declararam-se favoráveis à redução da maioridade penal: 168 deputados (33%) e favoráveis à redução

da maioridade penal em determinados casos: 122 (24%). Contrários à redução da maioridade penal são apenas 112 (22%). Esse número é muito inferior ao do Congresso que se encerrou no dia 31 de janeiro. A legislação brasileira garante hoje que menores de 18 anos são penalmente inimputáveis. Assim, jovens entre 12 e 18 anos que cometem alguma infração são responsabilizados por meio de medidas socioeducativas, decididas por um juiz, e previstas no Estatuto da

Criança e do Adolescente. São, salvo exceções, liberados ao completar 18 anos. Em 2015, a Câmara aprovou, em dois turnos, uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que reduz a maioridade idade penal de 18 para 16 anos no caso de crimes de homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte e crimes hediondos, como o estupro. Desde então, o texto está parado no Senado, onde espera análise da Comissão de Constituição e Justiça antes de seguir para o plenário.

SAIBAMAIS » Com a experiência de nove mandatos como deputado federal, Arolde de Oliveira (PSD-RJ) promete trabalhar em defesa da vida e da família.

» Minha proposta é de defesa da vida, defesa da família, contra ideologia de gênero, contra escola partidarizada — disse o senador, que é evangélico.

» Outra bandeira do senador eleito é ajudar a resolver o problema da segurança pública, em especial no Rio de Janeiro.

» Eleito com mais de 2,3 milhões de votos, Arolde, que tem 81 anos, procura enquadrar as facções criminosas na Lei Antiterrorismo.

» ” Hoje o crime organizado no Brasil se transformou em facção terrorista. Com armas pesadas, com armas de guerra. Serão consideradas inimigos do Estado e, portanto, alvos letais”.


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Brasília, quarta-feira, 6 de março de 2019

ESPLANADA.

Leandro Mazzini

OPOSIÇÃO MIRA POSSE DE ARMAS Depois de derrubar o decreto que alteraria as regras da Lei de Acesso à Informação, a oposição pressiona os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para colocar em votação projetos que preveem a revogação da flexibilização da posse de armas de fogo. Alinhados com o Palácio do Planalto e para evitar nova derrota em plenário, Maia e Alcolumbre resistem à pressão da oposição – em especial do PT – e não preveem data para a votação dos projetos.

Aliança latina

O marco regulatório da mineração, em vigor há mais de 50 anos, será revisado pela Câmara. Uma comissão especial, formada por 34 deputados, será instalada para elaborar um novo Código do setor com foco na prevenção de desastres e crimes socioambientais.

Magistrados e ministros equatorianos querem apoio do Brasil para criação da Comissão Internacional Anticorrupção formada por representantes de países latino-americanos. Pedido foi feito ao ministro da Justiça, Sergio Moro, pelo Secretário Anticorrupção do Equador, Iván Granda, e pelo embaixador equatoriano Diego Ribadeneira.

Um dos autores do requerimento de criação da comissão especial, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) diz apostar na revisão legislativa “como uma das soluções para o temor de novos desastres em várias cidades de Minas e do Pará”. Dezoito projetos de lei (PL 37/11 e apensados) relacionados à mineração se arrastam na Câmara desde 2011.

Bancada do PT sustenta no PDL 238/19 que a simplificação das exigências para posse de armas “irá gerar aumento nos homicídios, inclusive por acidentes”.

Reforço Na Câmara, além do PT, o PSOL também apresentou Projeto de Decreto Legislativo para suspender o decreto que facilita a posse de armas.

ALDO CARNEIRO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Vaia no reduto Os bonecos gigantes do ministro Sérgio Moro e do presidente Jair Bolsonaro foram vaiados nos blocos de Olinda (PE). Vale lembrar que a cidade é tradicional reduto da esquerda brasileira. Ali mandou por anos o prefeito comunista Renildo Calheiros (irmão do senador Renan), e é onde mora a presidente do PCdoB, deputada Luciana Santos.

Símbolo da resistência Em 2016 o agora presidente encarregado da Venezuela, Juan Guaidó, assinou a bandeira abaixo-assinado do Mercosul, ideia do documentalista brasileiro Dado Galvão, que rodou o Brasil e países latinos. Tem assinaturas de ativistas – livres e presos – contra a ditadura de Nicolás Maduro. A bandeira virou um símbolo da resistência ao regime.

ESPLANADEIRA • Mauro Magalhães, presidente da Sociedade dos Amigos de Carlos Lacerda e ex-líder da extinta UDN na Assembleia Legislativa do Rio, organiza homenagens pelos 105 anos do ex-governador do antigo Estado da Guanabara, dia 30 de abril . • Carol Proner, professora de Direito Internacional da UFRJ, amiga de Lula e namorada de Chico Buarque, vai receber na sexta a medalha Chiquinha Gonzaga, pelo Dia Internacional da Mulher. Indicação é do vereador Reimont Otoni, do PSOL.

Com Walmor Parente (DF), Beth Paiva (RJ) e Henrique Barbosa (PE) reportagem@colunaesplanada.com.br

Mineração

Minas & Pará Argumentos

POLÍTICA.

Folia dos milhões A Coluna citou ontem como a Liesa, Liga das Escolas de Samba do Rio, fatura milhões em várias frentes no Carnaval carioca. Mesmo assim, pressionado, o prefeito Crivella doou R$ 500 mil para cada escola do Grupo Especial. O governador Witzel também cedeu, e colocou à disposição R$ 1 milhão para cada, via lei de incentivo fiscal.

Apoio extra Investigações da Lava Jato no Equador resultaram na prisão do ex-vice-presidente Jorge Glas, por receber propina da Odebrecht. A criação da Comissão também foi discutida durante encontro entre a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e a procuradora-geral (fiscal general) do Equador, Ruth Palacios.

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Brasília, quarta-feira, 6 de março de 2019

ECONOMIA. Onda de aposentadorias ameaça rombo e apavora os governadores REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Só em quatro estados, 100 mil servidores já podem ir para casa, com salário iante da expectativa de aprovação da reforma da Previdência, gestores estaduais de aposentadorias começam a se preocupar com a possibilidade de que haja um "boom" de pedidos do benefício neste ano, pressionando os já elevados déficits dos Estados. Apenas São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, somam, juntos, cerca de 100 mil funcionários públicos em condições de se aposentar, mas que continuam na ativa. O conjunto dos quatro maiores Estados do País, pelo critério do PIB, dá ideia do tamanho do problema. São Paulo é o que está em situação mais dramática. Estimativas da SPPrev, responsável pela gestão da aposentadoria dos servidores, indicam que 60 mil trabalhadores teriam direito a se aposentar por idade ou tempo de serviço. Desses, 30 mil recebem o abono permanência, adicional para aqueles que poderiam se retirar do serviço, mas optam por continuar. Apesar de a reforma previdenciária não prever alterações para aqueles que já têm direito de se aposentar, há uma apreensão com a possibilidade de que os servidores fiquem inseguros, com medo de perder seus direitos adquiridos e acabem requerendo a aposentadoria. No ano passado, lembra o governaedor João Doria, 19 mil aposentadorias foram concedidas a servidores de São Paulo, elevando a chamada insuficiência financeira - valor que o Tesouro arca para cobrir a diferença entre o arrecadado com a contribuição dos funcionários públicos e o pago aos aposentados. Esse déficit chegou a R$ 19,9 bilhões em 2018, um crescimento de 10% na comparação com 2017. A SPPrev não tem estimativas de quanto esse número pode avançar neste ano. "Mas vai se acelerar. Dependendo de como vier a reforma, o pessoal fica desesperado e acaba se aposentando", diz o presidente do órgão, José Roberto de Moraes, que prepara uma campanha de comunicação no Estado pa-

D

ra esclarecer que os servidores que já podem se aposentar não perderão direitos se adiarem a saída. Em São Paulo, a insuficiência financeira se concentra principalmente na Polícia Militar, com R$ 6,6 bilhões no ano passado, seguida por funcionários ligados à Secretaria da Educação, com R$ 6 bilhões. O número de militares aposentados no Estado, cerca de 102 mil, é, no entanto, inferior ao de professores aposentados (165 mil), mas maior do que o total de policiais ativos (83, 8 mil). A diferença entre os déficits das profissões ocorre não só por causa dos salários, mas também devido à idade de aposentadoria. Enquanto os militares deixam o serviço com 48 anos e recebendo uma média de R$ 7.034,94, os professores trabalham, em média, até os 54 e recebem R$ 3.817. Apesar de não apresentar uma insuficiência tão elevada, a Secretaria da Agricultura também é motivo de a p r e e n s ã o, segundo a SPPrev.

João Doria: novo deficit entre o que é recolhido e as aposentadorias vai a R$ 20 bilhões

CALCULE

Falido, Rio arca com rombo de R$ 20 bilhões POR LÁ, POLÍCIA CIVIL VIRA BOMBA-RELÓGIO FINANCEIRA • Falido, o Rio de Janeiro pagou, no ano passado, R$ 20 bilhões em aposentadorias e pensões. A insuficiência financeira, porém, foi menor do que a de São Paulo, e o Tesouro acabou arcando com R$ 4 bilhões. A diferença é que, além da contribuição dos funcionários públicos, o Rio contabiliza royalties de petróleo como parte da arrecadação para pagamento de aposentadorias. • No Rio, a situação na Polícia Civil também é preocupante. São 2,5 mil profissionais com direito a pedir aposentadoria, mas que continuam na ativa. "Imagina se, de uma hora para outra, eles resolvem sair", diz o presidente do Rioprevidência, Sergio Aureliano Machado da Silva. O Rioprevidência também prepara uma campanha para esclarecer que os cerca de 30 mil funcionários públicos que já podem se aposentar não perderão seus direitos se deixarem para sair da ativa mais tarde.

Fundo perde cada vez mais participantes

A despeito do amplo debate durante o período eleitoral sobre a reforma do sistema público de aposentadorias, o setor de previdência privada aberta amargou a perda de 224 mil participantes no ano passado. Dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi) mostram que o ano passado terminou com 13,1 milhões de contribuintes em fundos privados. Além da saída de pessoas do sistema, a captação entre os clientes ativos também caiu mais de 30% em relação da 2017. A Federação explica a contração do setor por dois fatores principais: a queda do juro básico no País, que diminuiu a atratividade do segmento, e a instabilidade crada pelas eleições. Essa retração foi observada no comportamento das pessoas MIL DEIXARAM A e nos planos empresariais. PREVIDÊNCIA O setor privado também viu PRIVADA a captação líquida (diferença de depósitos e resgates) diminuir pelo segundo ano consecutivo como consequência do contexto econômico. Foram R$ 39,5 bilhões, cifra 30,64% inferior a de 2017. É ainda o menor patamar desde 2013, quando o setor também sentiu o impacto da volatilidade no mercado. Apesar da menor captação e da queda no número de participantes, o novo presidente da FenaPrevi, Jorge Nasser, diz que o setor se mostrou "resiliente" em 2018. "No ano passado, o desemprego não teve a melhora que se apontava. Foi um ano eleitoral com uma série de incertezas e a economia ainda com uma recuperação muito lenta. O sistema como um todo se mostrou resiliente, com reservas crescentes", afirma o executivo, que assumiu a presidência da FenaPrevi em fevereiro. Apesar da queda na captação líquida, as reservas dos planos de previdência privada aberta cresceram 10,54% no ano passado frente a 2017, totaliz a n d o R $ 8 3 6 b ilhões. REUTERS/NACHO DOCE

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MUNDO. Em campanha no hospital ARGÉLIA

Presidente de 82 anos trata derrame na Suíça, mas tenta a quinta reeleição REUTERS

candidatura do presidente argelino Abdelaziz Bouteflika para um quinto mandato na eleição presidencial de 18 de abril foi apresentada no domingo, 3 de março, ao Conselho Constitucional . Poucas horas antes do encerramento das nomeações, à meia-noite, o registro oficial do chefe de Estado de 82 anos, internado há uma semana na Suíça, foi formalizada por seu gerente de campanha, Abdelghani Zaalane. Pouco antes deste anúncio, uma carta escrita pelo chefe de Estado argelino, dirigida à nação argelina, foi lida na televisão nacional. Pressionado por dez dias por manifestações populares que não aceitam um quinto mandato presidencial, Abdelaziz Bouteflika diz que "ouviu e ouviu o clamor do coração dos manifestantes" e sua "compreensível preocupação". No entanto, o presidente reafirma sua condição de "candidato à próxima eleição presidencial, com convicção", segundo o texto publicado pelo site de informações do governo. Nesta carta, Abdelaziz Bouteflika compromete no entanto, se for eleito em 18 de abril para não ir até o fim de seu mandato e se aposentar no final de uma eleição presidenciais antecipada, cuja data seria fixada em de uma "conferência nacional" . "Eu me comprometo a não ser candidato para esta eleição antecipada" , diz Bouteflika nesta carta. O texto não detalha mais o cronograma preciso desses compromissos. O chefe de Estado argelino também promete neste texto "a elaboração e adoção pelo referendo popular de uma nova constituição" .

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Bouteflika, que passou por sucessivos governos e está no poder há exatos 20 anos, é mais um garantidor do esquema militar do que um gestor

Além disso, o presidente diz que haverá uma revisão da lei eleitoral e que a juventude argelina estará no centro de suas prioridades presidenciais. "Os compromissos que acabei de fazer para você nos levarão naturalmente a uma transmissão geracional em uma Argélia reconciliada consigo mesma", conclui Abdelaziz Bouteflika. Se o presidente argelino, que comemorou no sábado seus 82 anos, reafirma plenamente sua quinta candidatura para a eleição presidencial, resta saber se pode ser vali-

dado. O Conselho Constitucional da Argélia especifica que a apresentação de uma candidatura para a eleição presidencial requer a presença do candidato em pessoa. O Presidente Bouteflika se beneficiará de um direito? Um importante dispositivo policial foi implantado gradualmente à noite no centro da capital, enquanto nenhum policial era visível no início das marchas deste bairro, enquadrado nos últimos dias por um dispositivo de segurança impressionante.

Protestos em Argel e até na França Resta ver como a rua reagirá a esses anúncios. Centenas de jovens marcharam nas três últimas noites no centro de Argel para protestar contra a candidatura. Manifestações ocorreram não só na Argélia, mas também na França. Em Argel, centenas de universitários mas também estudantes do ensino médio e do ensino fundamental, percorreram o coração da capital para dizer "não ao quinto mandato" . "Nós não queremos" , ainda martelavam jovens que decidiram não deixar as ruas até que o presidente renuncie. "Todos prendem a respiração",

resume Mourad, um dos manifestantes. Este estudante de ciência da computação ainda não consegue entender por que uma vítima de derrame cerebral de 82 anos, que está gravemente incapacitada e não fala com seu povo há muito tempo, persiste em querer dirigir sua países. "É inexplicável o que está acontecendo, é irracional" , diz ele. "Não, é ilógico" , lembra ele. Mas ninguém é enganado: todos asseguram que o chefe de Estado não controla o país há anos. "Ele está doente, pobre homem, nem sabe o que está acontecendo com ele", afirmava Leila, uma universi-

tária Bandeira verde e vermelha no pescoço, cartazes e slogans - tais como "assassino" - uma parte da juventude está agora de volta exigindo que A Argélia finalmente se torna uma "democracia transparente", como assinala Yasmine, 21 anos, estudante de inglês. De frente para eles, a polícia tem feito um dispositivo de segurança impressionante, incluindo caminhões anti-motim para tentar conter protestos do público jovem, entre a Place Maurice Audin e Rue Abdel Karim El Khatabi, na região central de Argell.

SAIBAMAIS » Existe uma razão oficial para a persistência da candidatura de Bouteflika: é a inviabilidade de eleições inteiramente livres na Argélia.

» O país viveu sob três ditaduras sucessivas, dos presidentes Ben Bella, Houari Boumediene e Chadli Bendjedid. Todos eles eram endossados e apoiados pelo Exército. Depois disso, chegou-se a anunciar uma eleição presidencial livre.

» Quando se chegou à reta final da campanha, constatou-se que haveria vitória de correntes muçulmanas radicais. E não haveria outra alternativa. Simplesmente não havia candidatura moderada em condições de manter a estrutura militar de poder.

QUASE SOLTO

Ghosn paga R$ 33 milhões só de fiança A Corte do Distrito de Tóquio aprovou a libertação do ex-presidente da Nissan Carlos Ghosn, mediante o pagamento de uma fiança de US$ 8,9 milhões - o equivalente a R$ 33 milhões. Mas o executivo não deve deixar a prisão de imediato, segundo um de seus advogados. Isso porque os promotores do caso recorreram da decisão antes que os procedimentos de fiança fossem realizados. Caso o recurso da promotoria falhe, Ghosn poderá ser libertado dentro de um dia ou dois. O advogado do executivo, Junichiro Hironaka, disse que a ordem do tribunal inclui limites para o uso de computador e smartphone por Ghosn, para que ele não possa se comunicar com pessoas no exterior. O advogado havia dito na segunda-feira que o último pedido de fiança de Ghosn também incluía monitoramento por câmeras de vigilância. Ghosn já teve pedidos de fiança negados por duas vezes. Os promotores argumentaram que o ex-presidente da Nissan poderia adulterar provas ou fugir do Japão se libertado sob fiança. Mas a decisão da Corte de Tóquio que liberta o executivo inclui a determinação para que ele permaneça no Japão. Outro ex-executivo da Nissan preso com Ghosn, Greg Kelly, foi libertado no Natal, depois de apelação dos promotores ter falhado no tribunal de Tóquio. A promotoria acusa Ghosn e Kelly de fraude de mais de US$ 80 milhões em pagamentos ao ex-presidente da Nissan não contabilizados nos relatórios financeiros da empresa. Ambos negam a acusação. Ghosn também é acusado de fazer com que a Nissan pague a um empresário saudita que o ajudou. Ghosn disse, em comunicado, que é inocente e vai se defender de acusações "infundadas". "Sou inocente e estou totalmente comprometido em me defender vigorosamente em um julgamento justo", afirmou.

» A única saída foi recorrer a Bouteflika, que havia participado do governo de Ben Bella e, depois, fora chanceler do rival dele, Boumediene.

» A partir de 27 de Abril de 1999 Bouteflika vem mantendo a estrutura militar de poder. Deve ficar, portanto.

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MILHÕES DE DÓLARES TERIAM SIDO DESVIADOS


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TORCIDA. LIBERTADORES

VETERANO REUTERS/DAVID MERCADO

Daniel Alves quer jogar a copa de 2022

Gabigol contou com passe de Bruno Henrique para marcar o tento para o Flamengo: vitória magra, mas bem-vinda

Nas alturas, Flamengo faz estreia com vitória Time carioca conseguiu superar desafio da altitude. Boas defesas e gol de Gabriel foram as armas Flamengo superou o San Jose e os obstáculos da altitude da cidade de Oruro, na Bolívia, para confirmar a vitória por 1 a 0, ontem, pela estreia na Copa Libertadores. Com o goleiro Diego Alves como destaque pelas várias defesas, o time chegou ao gol no segundo tempo, com Gabriel, e venceu pela primeira vez em estreias fora de casa na competição. O temor em enfrentar os cerca de 3,8 mil metros acima do nível do mar da cidade mais alta desta Copa Libertadores fez o Flamengo tomar cuidado. O clube foi para Oruro somente horas antes da partida, levou sete balões de oxigênio e buscou uma forma mais cadenciada de jogo para evitar se cansar cedo. A altitude deixou o Fla comedido no primeiro tempo. O time evitou fazer jogadas em velocidade e procurou cadenciar os ataques a todo momento. Recuado, o time dependia da presença dos atacantes Bruno Henrique e Gabriel no campo de defesa para buscar a bola, mas quase sempre a perdia antes de começar a construir as jogadas. O gra-

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mado ruim também atrapalhava. O primeiro tempo só terminou sem gols graças a Diego Alves. O goleiro fez defesas ótimas, a principal em um chute à queima-roupa de Saucedo. O San Jose pressionou bastante e encontrava espaços. O time boliviano seria muito mais perigoso caso fosse mais técnico. Chutes tortos, erros de passes e jogadas mal preparadas escancaravam a limitação técnica da equipe. O técnico Abel Braga mudou no intervalo ao colocar Éverton Ribeiro na vaga de Arrascaeta. A mudança buscou dar ao time mais posse de bola no meio de campo e se impor tecnicamente a um rival que não mostrou muito repertório. O Flamengo passou a dominar a partida, trocar passes no campo de ataque e ameaçar o adversário. O gol veio aos 14 minutos, com passe de Bruno Henrique para Gabriel tocar na saída do goleiro. O Flamengo inicia bem a Libertadores e terá agora a chance de disparar, já que nas três próximas rodadas jogará no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.

SAIBAMAIS » A partida terminou com quatro jogadores do Flamengo com cartões amarelos: Diego, Léo Duarte, Bruno Henrique e Diego Alves. Do San Jose, três atletas foram assinalados: Hernández, Alessandrini e Segovia.

» A rodada inaugural da fase de grupos da Libertadores teve mais dois jogos nesta terça-feira e ambos terminaram em empate sem gols.

» Um deles envolveu clubes da chave, a F, que está o Palmeiras; no Peru, o Melgar recebeu o San Lorenzo, da Argentina, e não conseguiu furar a retranca adversária.

» Pelo Grupo C, na Argentina, o Godoy Cruz também não balançou as redes contra os paraguaios do Olimpia.

Brasileiros gastam na Libertadores Os sete clubes brasileiros que disputam a Libertadores investiram cerca de R$ 240 milhões em reforços para tentar recolocar o país como protagonista da competição. O valor não inclui pagamento de luvas e comissões. A quantia é 150% maior do que foi investido pelos oito times que disputaram a fase de grupos do torneio no ano passado. Flamengo e Palmeiras foram os clubes que impulsionaram o investimento deste ano. Juntos, gastaram R$ 185,6 milhões, valor equivalente a 77% do total. O Flamengo foi quem mais investiu. O clube gastou R$ 100 milhões na contratação de jogadores para a temporada. Deste total, cerca de R$ 55,8 milhões -mais da metade- foram para a aquisição do meia-atacante De Arrascaeta, que estava no Cruzeiro. Além do camisa 14, chegaram os atacantes ex-Santos Bruno Henrique (R$ 22,8 milhões) e Gabriel (por empréstimo sem custo, mas com salários na casa de R$ 1,2 milhão). Ainda reforçou a defesa com Rodrigo Caio, por R$ 21,4 milhões.

Convocado por Tite para os amistosos contra Panamá e República Tcheca, nos dias 23 e 26 de março, o experiente lateral-direito Daniel Alves já definiu seus planos neste retorno à seleção brasileira após um ano: brigar por uma vaga na Copa do Mundo de 2022. Aos 35 anos, o jogador do Paris Saint-Germain terá 39 no torneio que será disputado no Qatar. Apesar da idade avançada, a fome é por novas conquistas, segundo afirmou em entrevista ao jornal francês L'Equipe. "Meu objetivo é lutar para ir para a Copa do Mundo em 2022 e terminar a carreira com um título mundial. Existe algo melhor? Nem Zidane conseguiu", brincou o experiente jogador do PSG, que tem atuado reposicionado como meio-campista com o técnico Thomas Tuchel e está gostando da nova função. "Ele usa minha inteligência um pouco mais para ler o jogo do que para contribuir fisicamente. No meio posso corrigir um movimento mal feito por um companheiro e pensar mais rápido. Quanto mais envolvido estou no jogo mais posso aumentar o nível do time." Embora seja presente recorrente na seleção desde 2006, Dani Alves não entra em campo sob o comando de Tite desde março de 2018, quando o Brasil venceu a Alemanha por 1 a 0 em amistoso. Lesionado, o jogador do PSG ficou fora da última Copa do Mundo, na Rússia. Na entrevista, Daniel Alves ainda fala sobre a iminência do fim de seu contrato com o PSG, no meio do ano. O brasileiro revelou conversas em nome de uma renovação por mais duas temporadas. "Não depende de mim. Se dependesse de mim, claro (ficaria). Sou eu quem vai decidir quando parar. Se você é disciplinado, trabalha duro, você dura o tempo que quiser. Como dizemos, quanto mais antigo, mais caro."

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anos terá o lateral quando começar a Copa do Catar


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DIVULGAÇÃO/HBO

VIVA. GAME OF THRONES

Batalha final de fogo e sangue A tão aguardada oitava e última temporada de Game of Thrones estreia dia 14 de abril

oitava e última temporada da série Game of Thrones estreia dia 14 de abril, e a HBO divulgou, finalmente, o trailer oficial. A temporada vai exibir o fim da história sobre a luta pelo controle dos Sete Reinos de Westeros e o Trono de Ferro. A cena final do último episódio da sétima temporada mostra os White Walkers derrubando a muralha de gelo. No trailer, os dragões de Daenerys Targaryen (Emilia Clarke) deixam de ser lenda e são vistos pela maioria dos personagens que ainda não haviam cruzado com eles. A rainha Cersei (Lena Headay) continua com um sorriso amargo no rosto com planos de tirar proveito da grande guerra contra os mortos para garantir a permanência no Trono de Ferro. Enquanto não chega o dia da estreia, a HBO exibe até 30 de junho quatro seleções temáticas de episódios.

A

Final Players reúne os momentos mais marcantes de Cersei, Daenerys e Jon Snow; Dragons Evolution foca os dragões de Daenerys; Best Battles traz as melhores cenas de batalha; e In Memoriam lembra os personagens que já se foram em temporadas passadas, como Ned Stark ou Khal Drogo.

“PARECIA QUE TUDO FOI FEITO PARA FAZER VOCÊ PENSAR 'ESTOU MUITO CANSADO DISSO'. EU LEMBRO DE TODOS DIZENDO 'JÁ DEU'. EU AMO ISSO, FOI A MELHOR COISA QUE ACONTECEU NA MINHA VIDA, VOU SENTIR FALTA, MAS JÁ DEU”. KIT HARRINGTON,ator

Família Stark é destaque no primeiro trailer liberado pela HBO

A oitava e última temporada de Game of Thrones deverá seguir a história deixada pela sétima temporada, que foi exibida em 2017, e também partirá de histórias inspiradas livremente nos seis livros que já existem da saga. Na TV, a trama de GoT já ultrapassou o tempo da ação dos livros. A última temporada enfrentou problemas de vazamento e a crítica da trama, já sem o suporte dos livros de Martin, ficou dividida. Mesmo assim, a série foi mais uma vez a recordista de indicações no Emmy. Apesar de ter avançado no tempo, os livros não pararam de ser escritos e publicados. A editora Companhia das Letras anunciou no início deste ano que adquiriu o direito de Fire & Blood, o mais novo livro da saga de George R.R. Martin, que no Brasil terá o título literal de Fogo & Sangue. Segundo os atores, a nova temporada terá ainda mais mortes, especialmente por conta da batalha

final. Parece que a personagem que Maisie interpreta desde os 12 anos, Arya Stark, vai matar muito mais gente. Ela revelou que, ao final das gravações desta nova temporada, ela e Sophie Turner choraram abraçadas. Disse que, se pudesse se casar com alguém da trama, seria a personagem de Sophie, Sansa Stark. Em entrevista à revista australiana GQ, Kit Harington, que faz Jon Snow, também disse que as gravações foram especialmente difíceis nesta reta final. "Todo mundo estava acabado. Eu não sei se estávamos chorando de tristeza porque estava acabando ou porque foi exaustivo", disse. "Nós estávamos privados de sono. Parecia que tudo foi feito para fazer você pensar 'certo, estou muito cansado disso'. Eu lembro de todos dizendo no final 'já deu'. Eu amo isso, foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, vou sentir falta, mas já deu'."

DIVULGAÇÃO

RAINHA DOS BAIXINHOS

Xuxa volta a mirar público infantil em nova atração

Xuxa aposta em entrevistas e brincadeiras no novo programa infantil

A grande rainha dos baixinhos está de volta! Na última quarta-feira, 27, Xuxa Meneghel anunciou que voltará a trabalhar com crianças no novo Geração Xuxa. O programa infantil será exibido no PlayPlus, plataforma de streaming da Record TV. "Não sei o que está acontecendo com as crianças hoje em dia, na boa. Antes eu chegava e elas lá: 'Xu-

xa, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver!'. Hoje, nada!", diz a apresentadora no início do vídeo em que revela a novidade. O teaser de divulgação revela o formato do programa. Entrevistas e brincadeiras mostram Xuxa tentando entender a nova geração. Artistas também terão espaço no programa, por meio de participações em vídeo. O comediante Fábio Por-

chat e a apresentadora Sabrina Sato, por exemplo, já apareceram no teaser e instigaram a curiosidade do público. Na legenda da publicação, Xuxa comemorou a estreia do programa, marcada para 11 de março: "Dia 27 de março é meu aniversário, mas estou ganhando um presentão adiantado em poder voltar a ter um programa pra criança!"


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VIVA.

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CLASSIFICADOS&EDITAIS.

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(61) 3343.8008 / 3343-8005 classificados@grupojbr.com


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MARCELOCHAVES.

marcelochaves@grupojbr.com

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL

CONFETE E SERPENTINA O Carnaval foi animado em Brasília, mesmo para quem não viajou para roteiros tradicionais da folia como Rio de Janeiro e Salvador. Vários restaurantes e clubes na capital promoveram eventos reunindo muita gente interessante. O restaurante Piantella recebeu convidados para uma feijoada carnavalesca. Vanessa Garcia e Roberto Peres foram os anfitriões do bailinho, que contou com roda de samba, apresentação de passistas e decoração temática. Festa que atravessou a tarde.

Anna Paula Fonseca e Márcia Guimarães

Kátia Pantazis, Carla Lobo e Rosângela Lacerda

Vanessa Garcia e Roberto Peres

Beth Naoum, Nevinha Costa, Susie Lobo, Ana Rezende e Suely Nakao Vanessa Garcia entre Antônio de Castro e Márcia Witczak


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