ESCOLA DE SAMBA
LINS IMPERIAL ,
.0
•
CRUZ CREDO. ETA DIABO! CARNAVAL DE 1977
1
DIABO BRASILEIRO JORGE DE LIMA "ENXOFRE, botija, galinha, preta! Credo em cruz, capeta, pe-de-pato! Diabo brasileiro, dente de ouro, botija, onde esta? Credo, capeta, pe de pato! Diabo brasileiro quero saber quando da a dezena do carneiro? Enxofre, botija, galinha preta! Credo em cruz, capeta, pe de pato! Capeta, dente de ouro, tome galinha preta, quero dormir com a Zeza! Capeta, bode preto, quero dorrnir com a Zefa! Capeta, diabo brasileiro, so the dou galinha preta Capeta, quero casar com a Zefa, quero que seu Vigario me case logo com a Zefa! Capeta tome galinha preta! Capeta, diabo brasileiro, quando da a centena do macaco? Quero quebrar banqueiro, capeta danado, pe de pato, dente de ouro, cheiro de enxofre, tome galinha preta! Capeta, pe de pato, quero acertar com 0 bicho, quero comprar gravata, botina de bico fino, terno de casirnira pra quando a Zefa me veri Capeta, pe de pato, tome galinha preta! Capeta, pe de pato, dente de ouro, quero dente de ouro. quero capa de borracha, punho engomado, camisa, bengala castao de ouro, capeta, pe de pato, tome galinha preta! Quero saber suas partes, suas sabedoo:ias, quero saber mandingas, capeta, pe de pato, tome galinha preta, que eu quero quebrar banqueiro, que eu quero tirar botija, que eu nao quero trabalhar, que tambem sou brasileiro Capeta, tome galinha preta, que eu quero saber embolada, quero saber martelo, quero ser urn cantador, capeta, quero dize.r a Zefa essa quentura de arnor! Capeta, tome galinha preta, que eu quero casar com a Zefa Por Deus, que eu quero, capeta, pe de pato! Tome galinha preta!"
...
'"
.
Todo aquele que fizer urn pacta com 0 Demonio tera, neste mundo, gloria, riqueza e poder, mas sua alma imortal estara perdida pela Eternidade a fora. Tratado de Bruxaria Malleus Maleficarum, 1486 E Deus criou
0
mundo e
0
Diabo
0
arame farpado.
Glauber Rocha Deus e 0 Diabo na Terra do Sol
o Diabo atenta e 0 ferro entra proverbio popular
va-prO. Diabo-que-o-carregue Acender-uma-vela-a -Deus-e-ou tra-ao-Diabo Comer-o-pao-que-o-Diabo-amassou Enquanto-o-Diabo-esfrega-um-olho o Diabo niio e tao feio como pintam expressOes populares.
INTRODUC.AO Desde os tempos imemoriais 0 homem tem procurado chegar aD Absoluto. A fascinaC;ao pelo misterio, pelo irrevelado e inMito mantem acesso no ser humano 0 seu desejo de novas experHlncias. Os egipcios olhavam 0 ceu e adoravam 0 Sol e a Lua, mas procuravam, atraves da matematica, 0 caminho das estrelas. Em toda sociedade primitiva, do passado ou do presente, nota-se que a figura do feiticeiro ou mage representa 0 Absoluto. Hoje ja chegamos a Lua, mas temos outras inc6gnitas a decifrar. 0 certo e que em plena Era Espacial 0 homem ainda faz figa para 0 azar, nao passa embaixo de escadas, bate na madeira tres vezes, tem medo de espelhos quebrados, etc. o medo do inferno e do Diabo estao fazendo muita falta em nDSSO tempo, em que ha mais vilania do que na epoca da InquisiC;ao e das Bruxarias. Estamos certos de que 0 Demonio existe. A virtude e 0 brac;o direito do homem, mas uns sao canhotos. Os demonios sao forc;as negativas, latentes no Universo, contrapostas as forc;as do Bem. o Absoluto esta Ill. de pe, a nos desafiar e s6 ha urn meio de buscar a res posta exata, antes que a Ciencia explique 0 milagre. 0 meio e 0 mergulho no sobrenatural. E ninguem resiste ao fascinio do misterio, a volupia do desconhecido.
1.0 QUADRO: 0 mascimento do Diabo Urn anjo inquieto que ousou discordar dos ditames de Deus, Todo Poderoso, sendo pOl' isso desclassificado e expulso do ciiu, e,is 0 que nos ensinam os teologos sabre o Diabo, apresentando-o assim como uma figura subversiva da hierarquia celestial. Os gregos Ihe deram 0 nome de "diabolos": duas mortes, do corpo e da alma; viam na sua existencia a personificagao do Mal Supremo, em contraste com as for~as do Bern. A Biblia cita 0 Demonic a cada passo e ate admite a existencia de varios deles, governados por urn principe. Podemos encontrar em Sao Mateus, Capitulo XII, versiculo 24, 0 estabelecimento dessa hierarquia: "Mas. os fariseus ouvindo isso, diziam: Este niio expulsa os demonios, senao Belzebu, principe dos dem6nios". Ao traduzir 0 Velho Testamento para 0 grego, os judeus egipcios, do Stlculo III Antes de Cristo, usaram a palavra diabolos para definir 0 hebraico satan, que significava uma entidade angelica cuja fun~ao era testar a fidelidade a Deus. Essa entidade nao teria side maldosa, a principio, tornando-se ruim apenas por CUlpa do oficio. Assim, Sata recebeu do Senhor poderes para infringir sofrimentos aos homens. Quando 0 Velho Testamento gregG foi traduzido para o latim a paiavra diabolos vinha grafada ora como diabolus, ora como satan. Com isto pode-se aprender que 0 Diabo e Satanas sao uma mesma pessoa, embora mais adiante, na propria Biblia, eles sejam considerados como chefes de legi5es interminaveis. Os doutores em Demonologia inventaram diferentes personalidades para cada um destes capetas, e por eles nomearam verdadeiras legi5es de demonioo. BELZEBU; LUCIFER e LEVIATA; sao os tres anj os caidos que representam no Universo, as forgas contrarias a Deus. Mas 0 Demonio so foi mesmo legaJizado no ano 446 depois de Cristo, no Concilio de Toledo, embora tenha aparecido oficialmente no livro de Athanasius sobre a vida de Santo Antonio, escrito em 310 D.C. o Papa Inocencio VIII na bula Summis, de 5 de dezembro de 1484, concitava. a todos os fieis catOlicos a investigar 0 trafico dos homens com os demonios e denunchi-los it Igreja. Essa bula que serviu de justificativa it terrivel Inquisigao, para as mais crueis torturas de inocentes, entretanto represen tou 0 prlmeiro reconhecimento formal de que 0 Diabo existe e deve ser combatido. Estamos certos, pois, que 0 Diabo existe e como dizem os espanhois com certa rnalicia jesuitica "No creo en brujerias, pero que las hay, las hay!
2.¡ QUADRO: A Chegada do Diabo ao Brasil
o Diabo chegou ao Brasil nas caravelas de Pedro Alvares Cabral. Enquanto Frei Henrique de Coimbra plantava a cruz da fe celebrando a primeira missa, que tambem fol assistida pelos indigenas curiosos e seminus, o Diabo nao perdeu a oportunidade de fazer valeI' a sua influ~ncia maligna, desviando a aten~ao dos membros da expedi~ao portuguesa para a nudez das mulheres nativas. Ate mesmo 0 entusiasmo de Pero Vaz de Caminha, descrevendo para 0 Rei D. Manuel, 0 Venturoso, a nova terra, tinha side motivado pela beleza descoberta das mulheres da Terra de Vera Cruz. Ha mais de seis meses em alto mar, os marinheiroo de Cabral desembarcaram em terra escol'l'egando em in, dia nua. As mulheres eram as primeiras a se entregarem aos brancos, as mais ardentes indo esfregar-se nas pernas desses que supunham deuses. Davam-se ao europeu pOl' urn pente ou urn caco de espelho. Naquele tempo 0 Diabo estava no apogeu de sua lama, respeitado e temido pelo mundo inteiro, personagem central de tudo quanto era lenda, est6ria e crendlces armazenadas desde 0 comeC(o do mundo. Os tripulantes das caravelas traziam misturadas com sua fe religiosa, essas crendices, essas est6rias, essas lendas, e cada urn respeitava e temia 0 Diabo. Era generalizada a crendice de que se alguem pronunciasse 0 nome do Diabo ele poderia aparecer e fazer das suas. E para que tal nao acontecesse, os portugueses come~aram a inventar apelidos para 0 Diabo, que constL tulam urna maneira de logra-Io: Zarapelho, Azango, Onzeneiro, Tatro, Dianho e Porco. A fim de evitar que os homens pecassem tanto, es-. pecialmente contra a luxUria, que dominou as primeiras decadas da coloniza~ao, os missionanos usavam, na catequese, 0 Diabo como arma poderosissima. Assim, 0 diabo era preto, usava chifres, tinha 0 nar~ adunco pOl' onde expelia fogo e fuma~a, os pes eram de pato, a cauda terminava como se fosse urna seta, parecia urn morcego e sua presen~a era sentida POl' causa do cheiro de enxofre que exalava e s6 andava com urn â‚ŹSpeto na mao. Mas, as vezes, para melhor tentar 0 homem, o Diabo, tambem se disfar~ava em animals, tomando a forma de urn cachorro, de urn porco, de urn bode, de urn gato e de outros bichos. E foi assim que 0 Diabo chegou ao Brasil. Com multos apelidos, com muita fama. Respeitada e temido. Enchenda a cab~a das portugueses de luxUria.
3,0 QUADRO: Com
0
Diabo no Corpo
A essa altura 0 Diabo continuava senhor da sUua~ao, sem que ainda os missionaries, poucos como emm no seu encal~o, armades com a fe , 0 Credo, a cruz e a agua benta pudessem enfrenta-lo. Com essa liberdade deu para aparecer em diversos lugares, aumentando cada vez mais seu raiD de acao e 0 ntimero de suas peripecias. Passou tambem 0 Diabo a usar 0 expediente de se meter no corpo das pessoas quando queria perseguir alguem ou dar uma demonstra~ao de seu poder. Sao intimeros os casos de endemoniados que 0 povo narra, revestidos de minudencias e particulares circunstancias. o Livro de sao Cipriano ensina como se deve fazer para que 0 Diabo nao entre em nossos corpos. Devemos rezar tres vezes a o~ao que se segue e fazer 0 slnal-dacruz, outras tantas, sobre 0 peito: "Eu te arrenego, anj.o mau, que pretendes introduzir-te em mim e perverter-me. Eu te esconjuro, maldlto, para que MO possaa tentar a minha alma sossegada." Entre os indigenas do Brasil, havia dancas do Diaoo Jurupari - com 0 fim de amedrontar as mulherea e criangas e conserva-las em boa ordem, sendo que entre os amerindios as mascaras de dan~a desempenhavam fun~ao importante e eram guardadas como coisa sagrada e 0 seu misterioso poder se transmitia ao dan~arino. Eram mascaras imitando animais demoniacos nos quais supunha 0 selvagem transformarem-se os mortos e sua eficacia magica era aumentada pelo fato de serem humanos ou de origem vegetal, muitos dos materiais de sua composi~ao: cabelo de gente, pelo de bichos, penas, etc. -
0
Por sua vez 0 danQarino devia imitar OS movimentos e vozes dos animais demoniacos. Os jesuitas conservaram danQas indigenas de menlnos fazendo entrar nel!ls uma figura comica do Diabo, com 0 fim de desprestigiar pelo ridiculo 0 complexo Jurupari. Criavam-se ainda em vidrinhos, como fllhinhos, 0 Familia, especie de diabinho domestico, que atendia a todos os desejos de seu possuidor. Familia nos sertiies mineiros e 0 mesmo diabinho que na mudanQa para 0 interior e na viagem atraves do tempo deixou de 5er familiar, para ser Familia, de que nos falam as cronicas de Portugal. Ensinava 0 Livro de Sao Cipriano, tratado de bruxaria, a faz~-lo, chocando os olhos -de urn gate preto dentro de urn ovo de galinha preta na enterqueira, dirigindo-se ainda algumas palavras a Lucifer para obte-lo: () Belzebu, principe dos Infernos! Eu te entrego estes dois olhos de urn gato preto para que tu, meu grande amigo, me sejas sempre favoravel. Quero que tu, Belzebu, me emprestes a tua magica, a tua astucia, os teus enganos e a tua riqueza. Quero que tu, Belzebu, faQas destes dois olhos de gato preto urn pequeno demonio, para viver em minha companhia e me servir em troca de minha alma.
4,0 QUARTO: Umbanda e Quimbanda As for~as dQ 'Bern e do Mal estao em toda a parte, e podem ser convocadas. Certas energias do nosso pensamento, postas em conjun~ao com outras energias e outros pensamentos, funcionam como verdadeiras antenas, captando entidades das mais variadas especies, que se encontram no Universo. Reconhecemos 0 poderio da for~a do Mal, sendo ela. necessaria e ate imprescindivel. Deus, Diabo: 0 primeiro sabemos existir, 0 segundo a ele tudo de Mal e atribuido, injustamente. A existencia de urn implica na crendice do outro. Dizem os historiadores que os Demtinios sao entidades poderosissimas de vibra~6es negativas. Os que sabem manipula-los conseguem realizar feitos assombrosos. A Umbanda, seita afro-brasileira, usa as forl<as de suas entidades' s6 para 0 Bern. 0 Quimbanda, dizem, usa suas for~as, atraves de espiritos maleficos, para 0 Mal. Trazidos da Africa para 0 Brasil pelos nossos ancestrais escravos, as seitas de Umbanda e Quimbanda flzeram aqui, com as nossas tradil<Oes indigenas, rituais de pajes, catimb6s e outros elementos folcl6ricos, tod~ urn sincretismo religioso. Umbanda e urn culto prestado a Divindade Absoluta, Forl<a Universal, mae de todas as manifestal<Oes do Bern. Quimbada e 0 mesmo culto prestado a. Divindade Malefica, na figura do Diabo - criativa do homem. Os trabalhos sao muito numerosos e podem ser vis. tos as segundas e sextas-feiras a. meia-noite, sob forma de "despachos" - oferendas - em encruzilhadas e cemiterios. A Umbanda vive com os Exus - que erradamente achamos sincretizados com 0 Diabo - 0 mais jovem dos Orixas, e atraves deles, geralmente, consegue realizar tarefas boas. Os cultos de Umbanda e Quimbanda sao praticados em pontos de reuniao denominados tendas e terreiros, onde sao "firrnados" seus pontos para invocar as entldades. Os espiritos cultuados pelos seus adeptos sao de di. versas eSpllcies: Orixas (encantados), Caboclos e Pretos Velhos. Aceitos como Demtinios, erradamente, pela malor parte dos seguidores dessas seitas, os Exus sao na verdade entidades elementares que sempre ajudam aqueles que os invocam. De fato esses cultos apresentam no Brasil urn sistema confuso em que os rituals se misturam e se alteram e nao se conseguiu ainda sistematiza-los. Cada qual estabelece uma hierarquia diferente, com Iinhas e falanges numerosas, nomeadas de acordo com a fantasia do Ultimo intreprete.
5. 0 QUADRO: Folguedos Populares Inumeros sao os folguedos populares em que 0 Diabo figura como personagem principal. Dentre elas, as que escolliemos; A Procissoo de Cinza
Havia meninos conhecidos por diversas denominaentre os quais dos Santos Inocentes e M3.rtires de Marrocos, vinham todos borrados de tinta vermellia para imitar sangue, 0 que llies dava urn aspecto horrive!. Urn dos lados da falange infanti!, a qual vinha acorrentada, era guardada POl' urn Ferrabras que 0 populacho chamaya - Anio da Guarda; 0 ~Utro, porem, era vigiado POl' Lucifer que tambem era apelidado - Rei Herodes. De vez em quando 0 principe das trevas, que ia armado de uma durindana, fazia men9a.o de querer matar urn dos tals inocentes; e entiio 0 Anio da Guarda, que manabrava urna lan<;a, apontava-a aos peitos de Lucifer que cedia logo de seus intentos, receando, talvez, ser morto por seu antagonista. Nesses avan<;os, tanto 0 born como o mau esplrito, faziam piruetas pr6prlas de uma pr~ de touros. Enquanto esses saltimbancos divertiam as massas, choviam as satiras e as pullias em profusao. Em qualquer parte que a procissao parasse, para descansar os devotos carregadores das estatuas ou regular melhor u andamento do prestito religioso, havia a tal representa<;ao; os simulacros de martes e engaliinhamentos do Anio com Lucifer. Quase sempre, como e faci! de se preyer, os artistas que se encarregavam do desempenho desses papels eram homens de sentimentos gastos, alguns cOnhecidos do povo por seus apeUdos e ridiculas alcunhas e que 56 por elas nessas ocasiOes eram tratados . . Eis urn resumo 0 que era nos tempos passados urna Procissiio de Cinza. ~oes,
o Mamulengo o mamulengo era coqueluche da Europa na epoca do descobrimento. De todos os folguedos populares 0 mamulengo e 0 que mais exige a improvisa9aO da parte do apresentador, dependendo 0 ~xlto do espetaculo da vlvacidade do mamulengueiro, que deve boUr com os presentes, fazendo-<>s rir. Pade-se supor que Anchleta tenha Iancado mao doa bonecos para uma forma de espetaculo que contribulsse para a catequese dos indigenas. No mamulengo baiano 0 Diabo tem 0 nome de Compra-Barulho. 0 Diabo e a Morte sao duas flguras indlspensaveis em quase todas as pecinhas de mamulenguei-
ros. Nos folguedos populal'es que se perpetuam atraves da oralidade como manifestacao dramatica, 0 Diabo nao pode deixar de ter sua participaciio.
Finale o Diabo com seus mais variados apeJidos, esta sempre usando de todos os expedientes para que as pessoas s6 fa~am 0 que niio presta, tentando homens e mulheres, criando dificuldades na vida das pessoas. Entre a popu~ao do interior, principalmente, 0 Diabo e muito temido pelo mal que faz. 0 mesmo Diabo da Idade Media, com seu inferno cheio de fogueiras, am. da continua a ser muito temido e responsabiJizado por tudo quanto e ruim que acontece no mundo. Se nao choveu, se a vaca morreu, se alguem caiu do cavalo e que. brou a perna, quem leva a culpa e 0 Diabo. Os poetas populares retratam em seus folhetos toda a atmosfera religiosa que envolve a figura do homem do interior, onde 0 Diabo preto, de chifres, cauda em forma de seta, botando fogo pelo nariz, cheirando a enxofre e conduzindo, seu espeto de ferro, e muito popular. o tema e de muito agrado niio somente dos poetas populares, como dos consumidores de folhetos, escritos em tom quase sempre jocoso, criticando os costumes. Nas feiras das cidades, vilas e povoados 0 povo gosta de ouvir 0 vendedor de folhetos debaixo de seu guardasol, transpirando pelos cotovelos, contar est6rias onde 0 Diabo aparece, pinta 0 sete e, na maioria das VlezeS, â&#x201A;ŹI logrado. Tratando-se de uma figura muito popular, 0 Diabo niio esta apenas na Jinguagem popular, na literatura de cordel, nas est6rias que 0 povo gosta de contar, este personagem fantastico participa de todas as manifesta~6es de cultura popular. E ei-Io no Carnaval! Cruz Credo! Eta Diabol