Jornal Metrô Belo Horizonte Especial

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ADÃO DE SOUZA/PBH

BELO HORIZONTE Sexta-feira, 31 de janeiro de 2020 Edição Especial MÍN: 19°C MÁX: 31°C

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Avenida Prudente de Morais, na Região Centro-Sul

TEMPO DE RECONSTRUÇÃO RECICLE A INFORMAÇÃO: PASSE ESTE JORNAL PARA OUTRO LEITOR

Chuva dá uma trégua e máquinas entram em operação para recolher a lama e o entulho espalhados por ruas e avenidas da cidade PÁG. 02

Ministro-chefe Onyx balança na Casa Civil Ao decidir não readmitir o secretário-executivo Santini, Bolsonaro enfraquece o aliado PÁG. 04

Atlético negocia novos reforços

OMS declara emergência global

Dudamel diz que conversas estão Coronavírus já provocou ao menos 171 adiantadas e nomes devem ser mortes na China. Entidade coordenará anunciados nos próximos dias PÁG. 07 medida de reação preventiva PÁG. 05

Garrafas d’água viram máscaras na China | KEVIN FRAYER/GETTY IMAGES

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1 FOCO

Sobrevoo

Ajuda federal

O presidente Jair Bolsonaro sobrevoou ontem as áreas afetadas pelas Chuvas em Minas Gerais. Do helicóptero, conferiu os estragos na capital e também em Raposos, Ibirité, Contagem, Betim e Sabará. Depois se reuniu com autoridades estaduais e municipais para definir ações emergenciais.

Cotações Dólar + 0,95% (R$ 4,259) Bovespa + 0,12% (115.528 pts) Euro + 0,55% (R$ 4,682) Selic (4,50% a.a.)

Salário mínimo (R$ 1.039)

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{FOCO}

Hora de recomeçar Estragos. Moradores e comerciantes contabilizam os prejuízos e dão início à reconstrução em diferentes regiões de BH Na avenida Cônsul Antônio Cadar, uma das mais movimentadas do bairro São Bento, região Centro-Sul de Belo Horizonte, o dia de ontem começou agitado para as equipes de limpeza e reconstrução da prefeitura. São diversos trabalhadores e máquinas pesadas que atuam também em outros pontos da cidade para tentar recuperar o que foi destruído pela forte chuva que atingiu Belo Horizonte na última terça-feira. A região foi uma das mais prejudicadas pelo temporal jamais visto na cidade. Foram várias avenidas e ruas alagadas, comércios prejudicados, carros arrastados pela enxurrada e, por sorte, nenhuma vítima. “É uma coisa inédita para a gente que vive no bairro”, diz Paulo Coutinho, morador do bairro São Bento. “A água da enxurrada invadiu as garagens dos prédios de uma vez, pegando todo mundo de surpresa. Agora que o céu abriu, podemos ver com mais calma os estragos”, relata. No Lourdes, um dos bairros mais tradicionais da capital, comerciantes ainda contam os prejuízos causados pela tormenta e torcem para que os clientes não se afastem. “Ainda é muito cedo para falar, mas o movimento foi pior ontem por conta da situação”, diz Armando Ribei-

MURILO ROCHA DIRETOR DE JORNALISMO DO GRUPO BANDEIRANTES EM MINAS GERAIS

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pessoas morreram neste mês em virtude das fortes chuvas que atingiram o estado, segundo balanço da Defesa Civil ro, sócio de uma barbearia próximo a Praça Marília Dirceu há mais de 15 anos. “Já vi outras chuvas fortes, mas dessa magnitude nunca. A água subiu um metro e meio na loja e ainda levou duas cadeiras. Foi um prejuízo considerável”, conta. Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, a prioridade foi limpar a cidade que está tomada pela lama e pedaços de asfalto arrancados pela força da enxurrada. Além do maquinário já disponível no município, a PBH negocia com o Sicepot-MG (Sindicato da Indústria da Construção Pesada) a contratação de mais equipamentos. Desde a semana passada, já estão nas ruas 34 caminhões, 12 carregadeiras, cinco escavadeiras, 13 retroescavadeiras, dois tratores esteira tipo D6, cinco caminhões prancha e 11 hidrojatos. Após o temporal de terça-feira, o efetivo de servidores nas ruas dobrou, assim como o maquinário necessário para a limpeza e desobstrução das vias públicas. METRO BH

Equipes trabalharam durante a noite de quarta-feira para normalizar a situação na avenida Tereza Cristina | ADÃO DE SOUZA/PBH

Ambientalista critica ‘obras caras que servem para piorar’ Em quase todas as vezes que chove em Belo Horizonte, ele se torna o protagonista. O Ribeirão Arrudas, que corta Belo Horizonte, transborda em vários pontos e provoca estragos por onde passa. Nas áreas onde o rio passa pela avenida Tereza Cristina, já canalizado, porém aberto, o transbordamento inunda

CHUVA EXPÕE CIDADES INSUSTENTÁVEIS Nas duas últimas semanas, a região metropolitana de Belo Horizonte, em especial a capital, registrou um volume recorde de chuva. A medição feita de quinta (23) para sexta-feira (24) foi a maior para um período de 24 horas de toda a história da cidade, desde quando esse tipo de levantamento é feito, há 110 anos. A grande quantidade de água registrada expôs as mazelas de boa parte das cidades brasileiras: falta de prevenção, de planejamento e de políticas urbanizadoras continuadas e em compasso com cidades modernas e sustentáveis. Não é um problema desse ou daquele prefeito. É uma epidemia crônica de má gestão de recursos públicos e de ausência de prioridades associadas as consequências letais de um país com uma das mais desiguais distribuições de renda do mundo. Com um déficit habitacional de mais de 7,7 milhões de moradias, o país empurra a população mais pobre para as periferias das grandes cidades, onde, geralmente, não há condições mínimas de infraestrutura. Nos dois deslizamentos de terra registrados na capital mineira de sexta-feira (24) para sábado (25), quando 12 pessoas morreram, as situações eram se-

CONTATO COMERCIAL: (11) 3528-8561

casas e comércios, deixando um rastro de destruição. Depois de passar pela região Oeste para a Região Noroeste da capital, o arrudas chega a região central, onde ganha um fechamento com asfalto e concreto, e esse é um dos maiores problemas da cidade. “A engenharia tem que ser uma engenharia ambien-

tal, ela tem que conviver com a natureza, ela tem que desocupar a barragem do rio, estimular parques ciliares”, diz o o ambientalista Apolo Heringer, Ele critica a atuação dos governos. “As prefeituras não podem mais estimular obras que são caras e só servem para piorar a situação da vida nas cidades. METRO

melhantes. Bairros com moradores de baixa renda, formados por meio de invasões e em áreas de encostas. Condições similares também às das tragédias ocorridas no mesmo período em Betim, Contagem e Ibirité, num total de mais de 20 mortes. Nesses aglomerados criados por necessidade de sobrevivência e omissão do poder público, quase nunca as regras básicas de urbanismo são respeitadas. E o resultado, depois dos desastres previsíveis, é a troca de acusações sobre de quem é a culpa. Jogar a responsabilidade apenas sobre os moradores, mesmo quando esses resistem em deixar as casas nas chamadas áreas de risco, é puni-los duas vezes. Os problemas, no entanto, não se resumem hoje somente a bolsões de pobreza. Lá, se concentram os casos mais graves (as mortes), mas toda a cidade, como fica evidenciado nesses dias em Belo Horizonte, parece se afogar durante os temporais. Rios canalizados e tamponados de forma anacrônica transbordam, destroem as pistas e impõem transtornos e enormes prejuízos financeiros. É como se os cursos d’água reclamassem seu espaço de volta em meio a carros e edifícios. A falta de permeabilidade do solo, impossibilitando uma drenagem natural e eficiente da chuva, é outro agravante. Repensar o modo de vida das metrópoles não é mais uma questão de escolha. Tornou-se uma pauta urgente e de sobrevivência.

EXPEDIENTE Metro Jornal. Editor-Executivo: Marcelo Camargo (MTB: 33.618). Grupo Bandeirantes de Comunicação MG. Diretor-Executivo: Bernardo Teles.

O Metro Jornal circula em 21 países e tem alcance diário superior a 18 milhões de leitores. No Brasil, é uma joint venture do Grupo Bandeirantes de Comunicação e da Metro Internacional. Editado e distribuído por Metro Jornal S/A, CNPJ 07.780.914/0001-61. Endereço: Rua Tabapuã, 41, 9ºandar, CEP: 04533-010, Itaim Bibi, São Paulo, SP, Brasil. Tel.: 3528-8500. O Metro Jornal Belo Horizonte é impresso na Sempre Editora Ltda.

A tiragem e distribuição desta edição são auditadas pela BDO.


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Reação nas redes. Kalil refuta hipótese de cortar despesas com a festa para auxiliar nas vítimas da chuva. Cerca de 5 milhões de turistas são esperados

Carnaval deveria ser cancelado? Entenda

Assim que os estragos causados pela chuva em Belo Horizonte começaram a pipocar na internet, a solução apontada por alguns usuários, incluindo deputados estaduais e vereadores, foi o cancelamento do Carnaval na capital, marcado para começar no dia 8 do próximo mês, e destinar a verba para causas mais urgentes, como o apoio às vítimas. Apesar do apoio que ganhou nas redes, a alternativa já foi descartada pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD). Na coletiva concedida quarta-feira, o chefe do executivo garantiu que a chuva não será empecilho para o folião que quer curtir o Carnaval na capital mineira. Neste ano, são esperados mais de 5 milhões de pessoas na cidade. “Se não tivesse dinheiro

para chuva, não teria Carnaval. E o Carnaval não tem dinheiro público”, destacou Kalil, reforçando que a festa é realizada com verba de patrocinadores. “O povo é obrigado só a sofrer? Aqui não tem ninguém irresponsável”, disse. “Mas temos que parar com essa coisa de que estamos escondidos na montanha. Vamos trazer 5 milhões de pessoas com segurança para a cidade. Esperamos que até lá a cidade já esteja parcialmente recuperada”, prometeu Kalil. Entre 8 de fevereiro e 1º de março, mais de 500 blocos desfilam pela cidade. Segundo a prefeitura de BH, todos os trajetos serão monitorados durante a folia e, caso haja algum desfile programado para áreas poten-

cialmente arriscada, o bloco será remanejado. De onde vem o dinheiro? Grande parte dos recursos gastos no Carnaval de Belo Horizonte vem de patrocínios de empresas privadas. Somente da Skol, que pertence a cervejaria Ambev, a prefeitura, por meio da Belotur, recebeu um aporte de R$ 10,5 milhões em verba direta – R$ 4,5 milhões gastos em 2019 e R$ 6 milhões prometidos para 2020 –, além estruturas e serviços fornecidos pela empresa que chegam R$ 8,3 milhões para cada ano de patrocínio. Ainda não há uma estimativas de quanto a cidade vai arrecadar direta e indiretamente com a folia deste ano. METRO BH

Pré-carnaval: Bloco Queima Largada desfilou pela cidade no dia 11 de janeiro | RAMON BITENCOURT/FOLHAPRESS


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Rodrigo Maia. ‘Ministro da Educação é um desastre’ Presidente da Câmara, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) voltou ontem a criticar a atuação do ministro Abraham Weintraub à frente da pasta da Educação. Em evento em São Paulo, o chefe do Legislativo classificou Weintraub como um “desastre”. “O ministro da Educação atrapalha o Brasil, atrapalha o futuro das nossas crianças, está comprometendo o futuro de muitas gerações”, afirmou. Weintraub já havia sido alvo de Maia em outro evento, na quarta-feira, também em São Paulo. “Como faz para um investidor olhar para um ministro da Educação desse?”, questionou o deputado. Outro ministro criticado pelo presidente da Câmara foi Ricardo Salles, do Meio Ambiente. Maia não respondeu se defende que ambos sejam demitidos. “Este não é o meu papel. Perguntaram minha opinião e eu falei.” METRO

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{BRASIL}

Onyx balança com trocas na Casa Civil

Administração. Bolsonaro impede readmissão de secretário-executivo que usou avião da FAB, exonera o seu substituto e tira da pasta o PPI, que vai para a Economia. Ações enfraquecem ministro, que pode deixar o cargo

O ministro Onyx em dezembro do ano passado | ISAC NÓBREGA/PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

O presidente Jair Bolsonaro determinou ontem a demissão de dois funcionários do alto escalão da Casa Civil e tirou da pasta as responsabilidades sobre o PPI (Programa de Parcerias de Investimentos). As medidas foram interpretadas como um esvaziamento do órgão e um sinal de enfraquecimento do seu ministro-chefe, o deputado licenciado Onyx Lorenzoni. Aliado de Bolsonaro desde a eleição e coordenador da sua equipe de transição em 2018, Onyx estava de férias até domingo, mas antecipou o seu retorno e deve se reunir hoje com o presidente em Brasília para tratar das reviravoltas na pasta. A crise teve início na terça-feira, quando Bolsonaro anunciou a demissão de Jo-

sé Vicente Santini. Então secretário-executivo da Casa Civil, Santini estava substituindo Onyx e usou avião da FAB (Força Área Brasileira) para cumprir duas agendas internacionais do governo, entre a Suíça e a Índia. A viagem ocorreu dentro do que determina a lei, mas o episódio irritou o presidente, que classificou o ato como “inadmissível” e “imoral”. No dia seguinte, na quarta-feira, Santini foi primeiro exonerado, mas logo depois readmitido em outra função, como assessor especial de relacionamento externo da Casa Civil. A nomeação foi feita por Fernando Moura, que no mesmo dia havia sido promovido para o cargo que era de Santini. Mais uma vez contraria-

do, dessa vez com a repercussão negativa do vaivém, Bolsonaro foi às redes sociais na manhã de ontem e anunciou a demissão de Santini e o cancelamento da promoção de Moura – mais tarde confirmadas no Diário Oficial. No mesmo ato, o presidente também transferiu as tarefas do PPI para o Ministério da Economia. Sem mais essa atribuição, a Casa Civil teve o seu poder ainda mais reduzido – já que no ano passado havia perdido a articulação política, que foi para a Secretaria de Governo. Para aliados, as mudanças podem indicar o prenúncio de uma nova reforma ministerial. Uma das possibilidades é de que Onyx vá para pastas sociais ou reassuma seu posto na Câmara. METRO

ECONOMIA

Serviço público. Reforma sai em até 2 semanas, diz Guedes O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a proposta de reforma administrativa será enviada em uma ou duas semanas ao Congresso. Ele ponderou, contudo, que não consegue garantir o que é politicamente viável de ser aprovado. “Nossa reforma administrativa vai, mas com restrições políticas. Se não é possível politicamente aplicar a quem está hoje, coloca um filtro para os próximos”, disse o ministro, que participou de evento em São Paulo. Ele acrescentou que, se a reforma não for feita agora, em um ou dois anos o servidor terá que perder a estabilidade. Guedes voltou a atribuir a responsabilidade do andamento das reformas ao Congresso. “Cabe ao Executivo encaminhar a estrutura [dos projetos]. O Congresso é quem dá o ritmo. A classe política sentou no comando da economia. Não tem mais essa de superministro”, disse. No mesmo evento, o presidente da Câmara dos Deputa-

Temor sobre vírus faz dólar bater recorde Tensão no mercado. Moeda norte-americana sobe 0,95% e fecha a R$ 4,2589, maior valor nominal da história. Ibovespa tem leve alta após decisão da Organização Mundial da Saúde

Ministro é cobrado por presidente da Câmara | MARCOS CORRÊA/PR

dos, Rodrigo Maia (DEM-RJ), cobrou maior engajamento do governo na condução das reformas. Ele foi chamado ao palco logo após a saída de Guedes e, com o ministro já ausente, afirmou que todo o trabalho em relação a reformas não pode ficar “nas costas do parlamento”. O deputado disse ainda que não retirou a reforma administrativa da prioridade. Segundo Maia, é preciso que o Executivo dê o “pontapé” no projeto para que o Legislativo faça a sua parte. METRO COM ESTADÃO CONTEÚDO

Os mercados financeiros globais tiveram uma nova onda de aversão a risco por temores referentes ao coronavírus. No Brasil, o dólar comercial fechou em alta de 0,95%, a R$ 4,2589 na venda, maior valor nominal da história. O recorde anterior foi de R$ 4,2586 no dia 27 de novembro de 2019. Durante a sessão, a moeda norte-americana chegou a R$ 4,273. No ano, o dólar já acumula valorização de 6,13% frente ao real. Nas casas de câmbio, por volta das 19h, a cotação do dólar variava entre R$ 4,66 e R$ 4,69 no cartão pré-pago, segundo o site Melhor Câmbio. Em espécie, a moeda era vendida de R$ 4,45 a R$ 4,51.

EM ALTA

Dólar comercial, em R$

4,5 4,25

3,7246

4,2586

4,2589

4 3,75 3,5

30/01/19

27/11/19 ONTEM FONTE: REUTERS

O Ibovespa fechou em alta de 0,12%, aos 115.528,04 pontos, após chegar a cair 2,2% na sessão. A recuperação veio depois que a OMS (Organização Mundial de Saúde), no final da tarde, decretou emergência global, mas recomendou que os países evitem interferências desnecessárias no turismo e no comércio.

Investidores temem os efeitos do coronavírus sobre a economia global. Segundo o economista-chefe da Órama, Alexandre Espirito Santo, o principal impacto será, inicialmente, na China, que pode ter uma perda de até 0,5 ponto percentual do seu PIB. “Ainda é cedo para afirmar de que maneira esse ce-

nário irá se configurar para termos uma dimensão exata do problema. Até o momento, a letalidade do coronavírus está em torno de 2%, distante dos 9,5% da Sars. Se vier a chegar próximo disso, teremos uma queda de até 1 ponto percentual do PIB global, que em vez de crescer 3%, cresceria apenas 2%”, estima. Para Espirito Santo, um fator tranquilizante foi a decisão do Fed, o banco central americano, que anunciou na quarta que manteve inalterada sua taxa de juros. “Se o Fed estivesse muito preocupado com a ameaça, poderia ter antecipado esse cenário com uma queda de juros”, conclui. METRO


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{MUNDO}

Coronavírus é emergência global, diz diretor da OMS Reino Unido. Mas, segundo organização, 99% dos casos estão na China, e medida é reação preventiva à disseminação do 2019-nCoV A OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou ontem emergência de saúde pública de interesse internacional em decorrência do surto de coronavírus, que já matou ao menos 170 pessoas na China e infectou cerca de 7.800 indivíduos. A medida foi tomada pela diretoria da entidade após reunião, em Genebra, com um comitê formado por especialistas do mundo inteiro. Com a decisão, uma ação coordenada para combater a doença deverá ser criada entre diferentes governos e autoridades. “Devemos lembrar que são pessoas, não números. Mais importante do

que a declaração de uma emergência de saúde pública são as recomendações do comitê para impedir a propagação do vírus”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Desde a semana passada, o comitê tem se reunido para analisar a epidemia, mas, na ocasião, afirmou que “era muito cedo” para declarar a emergência (texto abaixo). O cenário, no entanto, se agravou nos últimos dias. Ao todo, o 2019-nCoV já atingiu 23 países. Foram confirmados casos de transmissão da doença por contato humano na Alemanha, no Japão, no Vietnã e

nos Estados Unidos. O Brasil investiga nove suspeitas em seis estados. Apesar de quase 99% dos casos reportados virem da China, a OMS descartou recomendações de restrições a comércio ou viagens, inclusive ao país asiático. Precedentes É a sexta vez que a OMS declara esse tipo de emergência global, depois do surto da gripe H1N1 (2009), do ebola, na África Ocidental (2014) e na República Democrática do Congo (2019), da poliomielite em 2014 e do vírus Zika em 2016. METRO Leia mais no metrojornal.com.br

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS | NAOHIKO HATTA/GETTY IMAGES

Falta de consenso adiou anúncio na semana passada Há uma semana, pesquisadores haviam decidido que ainda “não era hora” de declarar o coronavírus como emergência global porque houve uma divisão no painel de 16 especialistas independentes formado para analisar o avanço do vírus. O encontro chegou a ser prolongado por falta de consenso. Agora, a OMS entendeu

que a conjuntura da disseminação do coronavírus dentro e fora na China justifica a nova medida. Ghebreyesus destacou que a declaração não é um sinal de desconfiança em relação à capacidade da China de conter a crise, mas, sim, uma reação preventiva à disseminação do coronavírus em outros países. METRO

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Brexit. Reino Unido sai oficialmente hoje da UE Após três anos e meio de debates, o brexit agora é irreversível. Às 23h de hoje (20h em Brasília), o Reino Unido encerrará pouco mais de 47 anos de história em comum com a UE (União Europeia) e voltará a seu destino insular. Mas o que muda de concreto? Em termos práticos, pouca coisa será diferente a partir de amanhã, já que a verdadeira separação – em especial no mercado único, nas alfândegas compartilhadas, na liberdade de circulação e na jurisdição do Tribunal de Justiça da União Europeia – acontecerá somente após o período de transição, previsto para terminar em 31 de dezembro. Mas britânicos e europeus já terão de conviver com algumas novidades, principalmente no campo simbólico. Veja abaixo como fica a partir da noite de hoje para todos eles. METRO


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{CULTURA}

Podemos ir? No game ‘Journey to the Savage Planet’, você assumirá o papel de um explorador enviado a um planeta desconhecido e exuberante para determinar se ele é propício para ser habitado por seres humanos

Jogo já está disponível em sua versão digital com preço médio de R$ 130

CULTURA

Vai na frente então!

IMAGENS: DIVULGAÇÃO

Bem-vindo, recruta. Como novo integrante da Kindred Aerospace, organização que se orgulha muito de sua classificação como a “4ª melhor empresa de exploração espacial”, você terá uma missão bastante importante: avaliar as condições para sobrevivência dos humanos no distante e desconhecido planeta AR-Y 26. Essa é a proposta de “Journey to the Savage Planet”, produzido pelo estúdio canadense Typhoon e publicado pela 505 Games com apoio da Epic Games – publisher de Fortnite. O jogo já está disponível em versão digital para as plataformas PlayStation 4, Xbox One e PC. Journey to the Savage PlaAnota aí!

Claudia Leitte

Um dos maiores nomes do Carnaval brasileiro, Claudia Leitte abrirá a festa no Rio de Janeiro pela primeira vez. No dia 9 de fevereiro ela inicia seus trabalhos em cima dos trios elétricos pelo Brasil na Cidade Maravilhosa com o Bloco Carnaval Square. Na performance ao lado da Nova Orquestra e da escola de samba Beija-Flor de Nilópolis, a cantora – que nasceu no Rio – larga com o bloco às 9h na avenida Presidente Antônio Carlos, no Centro. Então, se a ideia for acompanhar a folia, já deixa anotado na agenda.

Jogo em primeira pessoa abusa também do bom humor

net é um título de aventura e exploração em primeira pessoa – que também pode ser jogado no modo coop –, situado em um mundo alienígena iluminado, colorido e repleto de criaturas estranhas e fabulosas.

Enviado – largado lá no canto, na verdade – com grandes esperanças, mas pouco equipamento disponível e nenhum plano real, seu trabalho será explorar, catalogar a flora e a fauna alienígena e determinar se esse lo-

Não terá como passar despercebido

Os últimos dias de uma estrela em decadência Renée Zellweger está irreconhecível no papel de Judy Garland, uma das principais estrelas da Era de Ouro do cinema hollywoodiano. Não à toa, pelo protagonismo em “Judy – Muito Além do Arco-Íris”, que está em cartaz desde ontem nos cinemas brasileiros, ela foi agraciada com o troféu de melhor atriz em filme de drama na 77ª edição do Globo de Ouro. Antes marcada pela encarnação de Bridget Jones, dessa vez Zellweger apresenta seu novo grande papel da carreira ao reviver com notável intensidade nas telonas os dramas de Garland, responsável pela gravação de sucessos como “Somewhere Over the Rainbow”, música tema do filme “O Mágico de Oz”, em que também se imortalizou

PARIS FILMES/DIVULGAÇÃO

Renée Zelweger no filme sobre a atriz e cantora Judy Garland, que lhe rendeu o Globo de Ouro

ao dar vida à personagem Dorothy. Na cinebiografia, Zellweger encara os holofotes, seus relacionamentos amorosos e a sofrida separação dos filhos para realizar uma importante viagem. Dirigido por Rupert Goold e adaptado da peça teatral “End of the Rainbow”, de Peter Quilter, o longa-metragem transcorre durante o último ano de Judy antes de

Você precisará catalogar a fauna e a flora do lugar

sua morte, aos 47. Em 1968, com problemas financeiros, ela embarca em uma turnê de shows. Merecem destaque também Bella Ramsey como sua filha, Lorna Luft; Rufus Sewell, como pai de Lorna; Michael Gambon, que faz Bernard Delfont, o empresário; e Finn Wittrock, que vive Mickey Deans, o quinto e último marido. METRO

cal tem condições de receber as pessoinhas da Terra. Durante toda a jornada neste mundo aberto, você terá a chance de entrar em novas áreas, colecionar itens para suas ferramentas, incluindo uma pistola a laser, uma mochila-foguete para saltos com impulso, botas-foguete para descidas mais rápidas. Além disso, a fiel impressora 3D que te acompanha tem a capacidade de transformar qualquer lixo espacial encontrado em elementos que podem determinar a sua sobrevivência. WILSON DELL’ISOLA METRO SÃO PAULO

Techno. Bio de Anderson Noise relata seus dramas Anderson Noise é um dos pioneiros da música de pista no Brasil. DJ e produtor, foi organizador de festas que abriram o caminho da cena eletrônica em Belo Horizonte, sua cidade natal. Na ativa desde 1988, iniciou a carreira na acid house, mas logo migrou para o techno. Toda a luta e os dramas pessoais do artista estão agora retratadas em “O Barulho da Lua – A História do DJ Anderson Noise” (R$ 40; Natura Musical), biografia escrita pela jornalista Claudia Assef. O livro reúne depoimentos, fotografias e uma playlist hospedada na internet e mais de 100 músicas de destaque nessa longa jornada. Foi por volta de 1992 que Noise arregaçou as mangas e passou a articular suas próprias festas, em lugares inusitados como um manicô-

Pioneiro da eletrônica tem história contada em livro | DIVULGAÇÃO

mio, ou concessionárias de veículos. Em 1995, começou a levar nomes de peso à capital mineira. E muito antes que se falasse em raves, Anderson Noise promoveu, em 1999, o Carnabelô, Carnaval fora de época que se tornou lendário na cidade. METRO


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Cruzeiro. ‘Estou muito motivado’, diz Maurício Um dos destaques neste início de temporada no Cruzeiro é o meia Maurício, que chegou a jogar entre os profissionais em 2019, mas que agora começa a se firmar entre os titulares. O meia comentou sobre a responsabilidade do elenco jovem que o time mineiro tem para 2020. “Eu estou muito motivado e feliz com essas duas partidas que a gente fez diante do nosso torcedor. Acho que eles estão felizes com duas vitórias. Ano passado, era um time mais conhecido, experiente, mas também a gente que é garoto tá subindo e vai dar nosso melhor para continuar ganhando”. METRO

Atleta é destaque nesse início de temporada | BRUNO HADDAD/CRUZEIRO

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Dudamel pede paciência e diz apostar em reforços Atlético. Treinador minimizou empate com o Coimbra e revelou conversas adiantadas para novas contratações O empate sem gols com o Coimbra, na última quarta-feira, irritou os torcedores atleticanos que estiveram no Independência para acompanhar o time neste início de temporada. Mesmo com o resultado ruim e o futebol ainda aquém do que se espera, o treinador Rafael Dudamel pediu paciência à torcida. “O torcedor tem todo direito de vir, de exigir, de esperar que ganhemos. E eu manifesto todo apoio. Minha mensagem para nossos torcedores é tranquilidade,

Gol de letra!

CADU DONÉ LEITOR.BH@METROJORNAL.COM.BR

KOBE, FEDERER E A GRANDE BELEZA Em sua obra-prima “A Grande Beleza”, Paolo Sorrentino troça dos cacoetes, das afetações, da superficialidade comuns em nichos da arte contemporânea – venerada em vernissages lotadas de gente que, muito mais do que contemplar as obras, quer ver quem integra as patotas e sobretudo ser vista. Na mesma medida em que ironizava esse mundo fútil de uma Roma decadente, o dândi Jep Gambardella – figura que poderia ter saído tanto de um filme de Fellini, quanto do ótimo “O dia Mastroianni”, de João Paulo Cuenca – exalava nostalgia pelos tempos do verdadeiro esplendor artístico: Caravaggio, Tintoretto, Ticiano... Curioso: apesar das críticas à atualidade, saímos do cinema com uma vontade incon-

{ESPORTE}

trolável de ir à capital italiana, genuína protagonista da história. O esporte, talvez também por ser completamente cercado por reações tão estúpidas de boa parte do seu público, apesar de aqui e ali ainda acabar relacionado à arte, invariavelmente termina desprezado, tratado como algo menor intelectualmente, inferior no que se refere à sensibilidade, a diversos tipos de refinamento. O gênio David Foster Wallace, no artigo “Federer como experiência religiosa”, relata com maestria como o jogo do suíço, para quem sabe apreciá-lo, nos leva a uma espécie de vivência transcendental, metafísica; quase mística. Schopenhauer diria que, num dia bom, vá lá, numa final de Wimbledon como a descrita no mencionado texto – a de 2006, diante

Cadu Doné é comentarista esportivo da rádio Itatiaia, filósofo e escritor

que ocorrerão no transcorrer dos próximos dias”, revelou o treinador venezuelano, sem citar as posições dos atletas.

Dudamel ainda conversa sobre reforços para o time | BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

apoio, que vamos construindo um time ganhador”, destacou após o empate. Dudamel revelou que existem conversas adiantas

de Nadal –, ou a disputada no ano passado, contra Djokovic, Federer seria capaz de desligar, ainda que por algumas poucas horas, nossa vontade, nos colocando num estado único, num outro universo. Não tenho dúvidas: hoje, contando todas as modalidades, não há nada mais belo no esporte do que ver Federer jogando tênis. E não importa se ele ganha ou não – uma das nuances mais interessantes do ensaio de Wallace é que ele escreve páginas e páginas sobre uma partida sem contar o seu resultado. Afinal, realmente, no fundo, às vezes não importa. Esqueçam os números. Acima deles, quando falamos de Kobe Bryant, estamos aludindo a um cara que, com seus movimentos, seu jeito de atuar, espargia um magnetismo capaz de atingir nossos inconscientes. Era a beleza, a poesia do corpo, não dita, no seu mais puro estado. Michael Jordan, o melhor de todos, transmitia essa perfeição. O jump shot, a mecânica do arremesso de ambos, nos sugava para o basquete, nos fazia querer imitá-los. E isso se mostra tão raro quanto mais precioso do que qualquer estatística...

para a contratação de novos reforços para o Atlético. “Há conversas adiantadas, há trabalhos adiantados com outras incorporações

Estados Unidos Segundo o jornal The Athletic, dos Estados Unidos, um dos jogadores que estão negociando com o Galo é o atacante venezuelano Jefferson Savarino, de 23 anos. O jogador pertence ao Real Salt Lake, que disputa a Major League Soccer. O jornal revelou que a proposta do Atlético pelo atacante foi de 2 milhões de dólares. Nesta temporada, cinco reforços foram confirmados pelo Galo. São eles o lateral-direito Mailton, o meia Hyoran, o volante Allan, o meia colombiano Dylan Borrero e o lateral-esquerdo Guilherme Arana. O jornal revelou que a proposta do Atlético foi de 2 milhões de dólares. METRO

DIA D

3 ESPORTE Super Bowl

50 anos depois

É nesse domingo (02), a final do futebol americano na centésima temporada da NFL. San Francisco 49ers e Kansas City Chiefs, que volta ao Super Bowl depois de 50 anos, se enfrentam em Miami, nos Estados Unidos. Às 2o horas, horário de Brasília.

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