Revista da Mocidade 2006

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A historia contada atraves dos tempos!


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Jorginho Carioca e Djalma Cril

"cartao

de identidade"


Paulo Vianna 'Presiaente '4!cutl'vo Wandyr Trindade Vice-4'resiaente Acacio M. Rosario - Vice-Presidente Patrimonio Alberto Ahmed - Vice-Presidente Institucional Anselmo Edeval Duarte - Vice-Presidente Financeiro Benjamin da Silva Filho - Vice-Presidente Administrativo Celia Vianna - Vice-Presidente Comunitario e Vice-Presidente Estrelinha Claudio Correa - Vice-Presidente Esportes Dejahyr dos Santos - Vice-Presidente Carnaval Douglas da Lapa - Vice-Presidente Comunicac;ao e Coordenador Tecnico de Desfile Edmundo Elias dos Santos - Vice-Presidente Medico Edson Alves de Menezes - Vice-Presidente Social Dr. Fabiano Migueis - Vice-Presidente Juridico loao Luiz Pereira - Vice-Presidente Cultural Julio Caio - Vice-Presidente Marketing Luiz Carlos Pinna - Vice-Presidente Informatica e Tecnologia Maria das Grac;as Carvalho - Vice-Presidente Depart. Feminino e Pres. Estrelinha Nestor Maganinho Wice-Presidente Apoio Tatico Paulo Wilson Muniz - Vice-Presidente Terceira Idade Regina Celia Veloso - Vice-Presidente Relac;1ies Publicas Ricardo Ceda - Vice-Presidente'Comercial SEiMENIOS Mauro Quintaes - Carnavalesco Wilker Filho - Coordenador das Alas

da Comunidade e Composic;6es Paulo Santi - Coordenador de Destaques Jonas Oliveira - Diretor de Bateria + 10 auxiliares Nilda da Silva - Presidente da Ala das Baianas lefinho - Presidente da Ala dos Compositores Wandyr Trindade - Presidente da Velha Guarda Marilene Barbosa - Coordenadora da Ala das Passistas Rogerio Dorneles - Mestre-Sala Marcella Alves - Porta-Bandeira Wander Pires - Interprete Oficial Marcelo Pessoa - Mestre-Sala Janaina Mendes - Porta-Bandeira Ze Mauro, Alessandro, Rafael, Victor Alves - Harmonia de Corda Paulo Henrique, Roger, 1.Bahia, Wanderiei, Tiaozinho - Harmonia de Canto Ana Botafogo - Coreog rafia Com issao de Frente Beto Monteiro - Coordenador Especial de Projetos Sociais Cidinho - Carnavalesco Estrelinha

REAUZAf;Ao

• DEPARTAMENTO CULTURAL Vice-Presidente: Joao Luiz Pereira Diretores: Flavio Tomelin, Marise Ferreira, Paula Brazuna, Andre Thomaz e Thais Motta Responsavel pelo Projeto Grafico e Diagramac;ao: Paula Brazuna Reportagens: Andre Thomaz, Paul" Brazuna, Thais Motta Fotografias: Arquivo Pessoal Andrezinho (filho Mestre Andre), Beth Andrade, Arli (esposa Gaucho), Andre Thomaz, Paula Brazuna, Thais Motta, Velha Guarda, Agencia Profotto, Grac;i, loao Luiz Capa e Arte: Sidney Carvalho Colaboradores: Douglas da Lapa, Paulo Santi e Velha Guarda Agradecimentos: Expertise, Sidney Carvalho e Thiago de Melo

Carlos Alberto Lemos - Diretor Geral de Harmonia +

componentes de harmonia Sede: R. Coronel Tamarindo, 38 - Padre Miguel - Rio de Janeiro. CEP: 21.870-002 Tel.: 3332-5823/3291-8700 Barracao: 2293-0791 (Cidade do Samba) Site: www.mocidadeindependente.com.br / E-mail: mocidade@mocidadeindependente.com.br


Palavra do Presidente

"Ocarnaval

rarnifica~6es,

brasileiro, em suas varias

vern se destacando

nacional e internacionalmente, seja atraves dos tradicionais blocos de rua, seus trios eletricos ou dos grandes desfiles das escolas de samba. Estas, conseguem contribui~ao

reconhecirnento tanto pela sua qualidade e importante

cultural, quanta pela

beleza e plasticidade visual que incorporam. E

° reconhecimento dessa importante participa~ao, com uma primorosa trajetoria,

constituindo urn valioso patrimonio cultural nacional, tem motivado a Mocidade a investir

esfor~os

no resgate de sua memoria. Esse audacioso e fundamental projeto do

nosso departamento cultural propos a

edi~ao

dessa revista "Mocidade 50 anos", com

objetivo de abordar, de uma maneira ampla, unindo os fatos, as

lembran~as

0

e os grandes

momentos durante meio seculo de glorias.

o G.R.ES. MocidaJe Independente de Padre Miguel, nos seus diferentes enredos, soube reconhecer e divulgar os camillhos do sonho, da sendo referencia e, muitas vezes,

0

tradi~ao,

do folclore e da ciencia,

M~o das inova~6es nesse grande espetaculo, que e

0

\

carnaval carioca.

•

Uma boa leitura a todos aqu,$'les que se interessam pelos diversos carninhos, onde a realidade e a fantasia se

mistur~,

bern como aos amantes da nossa

com seus fragmentos reconstruidos atraves da

preserva~ao

agrernia~ao,

que,

de sua memoria,

evidenciaram os caminhos trilhados ao longo do tempo e ajudaram a manter-se viva a nossa historia. "

Paulo Vianna Presitfente P.Jcecutivo

I


DEPARTAMENTO CULTURAL Nome: Joao Luiz Pereira Idade: 44 anos. Fora do Carnaval: Arquiteto, Urbanista e Paisagista. Dentro do Carnaval: Vice-Pres idente do Departamento Cu ltura l da Mocidade. Mensagem para a escola: "E brilho, e luz, e sonho, e realidade, e aq uilo que ninguem sa be expl icar. .. Faz parte da minha vida a Mocidade" .

I

Nome: Flavio TomeJin Idade: 46 a nos. Fora do Carnaval: Empresario. Dentro do Carnaval: Diretor do Departamento Cu.ltu.ral da Mocidade. Mensagem para a escola: "Sin to muito orgu lho em estar podendo ~o nstruir 0 pr6ximo meio secu.lo, ajudando a organizaI 0 os 50 anos passados, junto com 0 departamento cultural desta grande escola. Amo a Mocidade!".

Nome: Marise Ferreira de Menezes Idade: 36 anos, Fora do Carnaval: Arquiteta, Urbanista e Paisagista. Dentro do Carnaval: Diretora do Departamento Cu.ltural da Mocidade. Mensagem para a escola: "ÂĽais que uma escola, uma referencia. Mais que uma referencia, um espetaculo inesquedvel", I

•

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Nome: Andre Luiz Thomaz Idade: 30 anos. , Fora do Carnaval: Supervisor Operacional do Barra Shopping. Dentro do CarnavaI: Diretor do Departamento Cultural da Mocidade. Mensagem para a escola: "Amo-te como amigo e como amante numa sempre diversa reaIidade".

Nome: Paula Brazuna Ferreira Idade: 22 anos. Fora do Carnaval: Supervisora de Vendas. Dentro do CarnavaI: Diretora do Departamento Cultural da Mocidade. Mensagem para a escola: "Quando Te~~bi 0 conv ite para"fazer parte do projeto Mocidade 50 anos, fiquei muito feliz, por ser a escola do meu cora<;ao. Mocidade pra mim e aprendizado, e paixao, e a minha vida" .

Nome: Thais Motta Idade: 21 anos. Fora do Carnaval: Estudante Dentro do Carnaval: Diretora do Departamento Cultural da Mocidade. Mensagem para a escola: "A Mocidade tem uma lu z que irradia felicidade. Desde muito pequena me arrepio ao ouvir a bateria nota 10 e tenJ,o certeza de que essa paixao, por maior que seja, s6 aumentara com 0 tempo. Parabens, Mocidade!".


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Joao Luiz Pereira Vice - Presidente Departamento Cultural

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PRESIDENTE: PAULO VIANNA VICE-PRESIDENTE: WANDYR TRINDADE DIRETOR DE CARNAVAL: DEJAHYR DOS SANTOS CARNAVALESCO:

MAURO QUINTAES

COMPOSITORES: SANTANA E RICARDO SIMPATIA

Sam6a 40 Cinquenten4rio E mais uma primavera 50 anos alegrando 0 meu pais Sei que 0 mundo interiro te espera Por on de passa, deixa a vida mais feliz Sera! Sempre a luz do meu destino Um sorriso de menino, que desabrochou Levando paz e esperan.;a A Mocida'de com seu manto encantou Estrela Guia, 50 anos de alegria Me faz sorrir, me faz sonhar A bateria faz 0 povo delirar

.

.

sinto pulsar forte ~m meu peito o que e dela por tiireito Es meu grande ~mor Raiz ber.;o de bambas No samba se consagrou Eu sou Mocidade, de cora.;iio Amo minha escola Sin to orgulho do meu pavilhao

I


Historia da Mocidade: A trajetoria da escola nesses 50 anos Pagina 11 Principais Carnavais: as 14 carnavais que marcaram a vida da Mocidade Pag ina 20

,

Familia Andrade: A presen~a dessa familia foi marcante e fundamenta l para 0 crescimento da ag rem ia~ao Pag ina 36 Bateria : A marca registrada da escola se deve ao seu batuque Pagina 47 Presidentes: Conhe~a os homens que comandaram a Mocidade Pag ina 53 Velha Guarda: as eternos bambas do samba Pagina 62 "

Artistas: Conhe~ os astros que bri lharam na estrela-guia Pagi na 68 , Liesa: A Liga das Escolas de samba deixa sua mensagem • Pagina 78

oJ

Ala dos Composjtores: as mestres que ct mp6em as encantadoras letras dos sambas da Mocidade Pagina 87 Ala das Baianas: As guerreiras de Padre Mig uel f Pagina 92 Segmentos: as componentes que formam 0 espetaculo Pagina 95 -Trabalho Social: A estrela de Padre Miguel cumpre seu papel com a comu nidade Pagina 107 Estrelinha: A escola mirim da Mocidade Pagina 113 Pioneirismo: Acompanhe as evol u~6es que a escola proporcionou para 0 ca rn ava l ca rioca Pagina 121

.

Baile do Cinquentenilrio: comemora com festa de gala Pag ina 124

Agremia~ao

Carnaval 2006: A Vida que pedi Deus Pagina 128

a


Mensagem do Prefeito I

nossa Mocidade Independente

e urn patrimonio cultural

do Rio de Janeiro. Muitos que olham de longe, pensam que a Escola de Samba

e feita

Na verdade este culminan te

para os desfiles no Carnava l.

e urn

momenta apenas. Momento

e verda de. Mas ha

todo urn processo permanente

de produ<;ao de cultura popular, de forma<;ao de baiJarinos, de cenografos, de coreogra£os, de artesao, de costureiras, ... enfim urn mundo que nao para nunca e que faz parte da idenhdade de nossa Cidade. E mais ainda: as atividades da Mocidade lndepend ente cumprem fun<;ao de integra<;iio • e de inclusao sociaif. Por isso tudo este 50 anos devem ser comemorados por todos n6S', pm todo

0

Rio de Janeiro,

t'

dizendo a cada. um de voces, que estao la em cima, ou que est:o aqui - muito, muito obrigado. "

Cesar Maia CPYefeito da cUÂŁa.tfe do 1?jo de Janeiro


9W.ocUfacfe e seus Camavais --,

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53/54

Silvio Trintade (Tio Vivinho)

54/55 55/56 56157

Silvio Trindade (lio Vivinho)

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57/58

Silvio Trindade (lio Vivinho)

58/59 59/60

Silvio Trindade (Tio Vivinho) Silvio Tri ndade (lio Vivinho)

An o da Fundar;ao (nao desfilou) Desfilou no Bairro(sem enredo) Navio Negreiro (Desfilou no Bairro) Baile das Rosas Apo teose do Samba Os Tres Vultos que Ficaram na Historia Frases Celebres

60161

Ariodanlino Vieira (lio Dengo)

Camaval Carioca

61162

Ariodantino Viei ra (lio Dengo)

62163

Orozimbo de Oliveira Orozimbo de Oliveira Jose f ereira da Silva (Mestre Andre) Gerson Lopes de Souza Olfmpio Correa (Gaucho) Olfmpio Correa (Gaucho) OlimpiD Correa (Gaucho) Olimpio Correa (Gaucho) Nairton Chaves I Helena Rocha Mai. Ademir da Costa Pereira Maj. Ademir da Costa Pereira Osman Pereira Leite Osman Pereira Leite Osman Pereira Leite Osman Pereira Leite Osman Pereira Leite

Brasil no Campo Cultural As Minas Gerais o Cacho de Banana Parabesn Para Voce Rio E xalta~o a. Academia Brasileira de Letras Teatro Brasileiro Atraves dos Tempos Viagem Pitoresca Atraves do Brasil Vida e GI6ria de Vamhagem Meu Pe de Laranja Lima Rapsodia da Saudade Rainha Mesti<;:a no Tempo de Lundu Rio Ze Pereira A Festa do Divino Mundo Fantastieo do Uirapuru Mae Menininha Samba, Marca Regist\ada Brasiliana

Osman Pereira Leite Nelson Costa

o Descobrimento do Brasil Tropic8Jia Maravilha

Arlindo Rodrigues Femando Pinto

Nelson Costa Olfmpio Correa (Gaucho) Olfmpio Correa (Gaucho)

Abram Alas Pra Folia o Velho Chico Como Era Verde Meu Xingu

Paulinho e Braga Carminha Fernanctp Pint~

'5186

Olfmp io Correa (Gaucho) Olfmpio Correa (Gaucho) Nelson da Costa

Mamae Eu Quero Manaus Ziriguidum 2001: Um Carnaval de ~st relas Bru xarias e Historias do Arco da Ve,a

' 6187

Olfmpio Correa (Gaucho)

Tupinicopolis

Fernando Pinto

87/88

Olfmp io Correa (Gaucho)

Beijim, Beijim, Bye-Bye Brasil

Fernando Pinto

"

'6189

Olfmpio Correa (Gaucho)

Elis - Urn Trem de Emo¢es

Rogeno e Peron

7'

89/90

Ollmpio Correa (Gaucho)

Vira-Virou A Mocidade Chegou

Renato Lage

CAMPEA

90/91

Olfmpio Correa (Gaucho)

ChUB-Chua As Aguas Vao Rolar

Ranato Lage

CAMPEA

91/92

Olfmpio Correa (Gaucho)

Sonhar Nao Custa Nada

Renato Lage

2'

92/93

Americo Siqueira Filho

Marraio-Ferido Sou Rei

Renato Lage

4'

93/94

Jose Roberto Tenorio

Avenida Brasil - Tudo Passa Quem Nao Viu

Renato Lage

"

94/95

Jose Roberto Tenorio

Padre Miguel Olhai Por N6s!

Renato t,.age

4'

95186

Jorge Pedro Rodrigues

Criador e Criatura

Renato Lage

GAMPEA

96197

Jorge Pedro Rodrigues

De Corpo e Alma na Avenida

Renato Lage

2'

97/98

Jorge Pedro Rodrigues

Brilha no Ceu a Estrela que me faz Sonhar

Renato Lage

6'

96199 99100

Jose Roberto Tenorio Jose Roberto Tenorio

Renato Lage Renato Lage

4'

00/01

Jose Roberto TenOrio

Villa-Lobos e a Apo teose Brasileira Verde, Amarelo. Azul Anil, Colorem 0 Brasil no ana 2000 Paz e Harmonia

Renato Lage

7'

01102

Paulo Vianna

o Grande Circa

Renato Lage

4'

02103

Jose Roberto Tenorio Jose Robero Tenorio

Chico Spinoza Chico Spinoza

04/05

Paulo Vianna

Para Serrpre no Seu Cora<;:ao, Camaval cia. Doac;ao Nao Carra, Nao Mate, Nao Morra, pegue Garona com a Mocidade! Educa<;:ao no Transito Buon Mangiare Mocidade! AArte esta. na Mesa

4'

03/04

63/64

64165 65/66 66/67 67/68 68/69 69/70 70m 71!72 72173

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740 5 75f76 76m

770S 78/79 79/80

80/81 81/82

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Silvio Trindade (lio Vivinho) Silvio Trindade (lio Vivinho)

Ari Lima

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TIo Marino TocoeCleber TocoeCleber Toco e Cleber

7' 7' 5' Ari Lima Ari Lima Dr. Luiz Gardel Guilherme Martins e Alfredo Brigs Poty Mario Monteiro Guil1erme Martins e AHredo Brigs Gabri el Nascimento e Ari Castro Gabriel Nascimento e Ari Castro Clovis Bomay CI6vis Bemay Arlinda Rodrigues Arlindo Rodrigues Arlinda Rodrigues Gugu Arlindo Rodrigues

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5' CAMPEA

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Fernando Pinto Fernando Pinto Paulino e Braga

Paulo Menezes

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Tatu , Nezinhi e

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CAMPEA

2'

2' CAMPEA 7'

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Oico da Viola e J"",n d" I Djalma Santos, Loiola e Domeni! Toco e Ojalma Gril Arsenio, Domeni e Djalm Santos Nei Viana e Nezinho Adil. Dieo da Viola e Oa I Adil, Dico. Paulinho da Mocidade e Tiaozinho Romildo e Edson Show Gibi, Arsenio e TIaozinho Dudu, Jorginho Medeiros liaozinho Gibi, Nino Bateria, Chico CabeleiraeJ . Muinhos J. Muinhos, Ferreira e Joao das Rosas Paulinho Mocidade, Dice da Viola e Cadim Taco, Jorginho Medeiros liaozinho Toco, Jorginho Medei ros liaozinho Paulinho Mocidade, Oico Moleque Silveira A. Andrade, Edu Ferreir. Serafim Adri ano Dico, Jefinho e Joejinho Ganem :Marquinho POD , Santaf"l; Wanderlei Cardo so Beto Correa, Jefinho, Die e Joaozinho Chico Cabeleira, Joaozir Muca e J. Brito Joaozinho, J. Brito, Muc Guina Santana, Simpatia e Nascil DicodaViola, Marquinho Jefinho e Marquinho Joaozinho, Marcelo do F Domenil e J. Brito Beto Correa, Dico da Vic Jefinho, Marquinho e Inc Santana e Ricardo Simp Santana e Ricardo Simp Inacio Rios, Nilton MeJlo Jorginho Valle


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Brilha uma 'estrela no ceu G.R.ES. Mocidade /ndependente de Padre Migue/ comp/eta '50 anos de existencia POR PAULA BRAZUNA •


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escola originou-se de urn time de futebol chamado Independente Futebol Clube, cuja camisa era verde e branca em Iistras verticais. As comemora~oes dos jogos eram feitas no Ponto Chic, bairro de Padre Miguel. Quando acabavam as partidas, os jogadores, bons de bola e excelentes na percussao, se reuniam e formavam urn verdadeiro bloco carnavalesco. Segundo o benemeri to da escola, Ad yr Alves, considerado pelos seus amigos da Velha Guarda uma enciclopedia do samba, os

'R!vista 'Mocidade 50 anos

componentes cantavam seguinte grito de guerra:

0

"Niio e marra 1'Iao, nem Ii bafo de boca, II/dependente chegou, Deixondo 0 lIIorado COlli dgoo no boca" . • De acordo com a 1" Ata da escola, a estrela de Padre Miguel foi fundada ern 10 de novembro d" 1955, pelo seu primeiro presidente, Sylvio Trindade, seu vice-presidente Renato da Silva, lvo Lavadeira, Djalma Ferreira, Garibaldi Faria Lima, Cambalhota, Mestre Andre, Tiao Marino, entre outros. Neste mesrno ano, a escola desfilou apenas no bairro com urn samba que homenagiava

o entao deputado Waldemar Vianna. 56 come~ou a desfilar oficialmen te em 1957, na Pra~a Onze, com 0 enredo "Baile das Rosas" onde ficou em quinto lugar. Ern 1958, a escola foi campea do Terceiro Grupo com 0 enredo "Apoteose do Samba". Sendo assinl, passou para 0 Prinleiro • Gru'po, que ;,a epoca desfilava na Avenida Rio Branco. De la pra ca, ela permanece ate hoje no Grupo Especial, sem nunca ter descido. Na sua estreia entre as grandes escolas em 1959, com o carnaval "Os Tres Vultos que Ficaram na Hist6ria", a

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I

I

Independente Futebol Clube

escola ficou com 0 quinto lugar. Neste desfile, Jose Pereira da Silva, 0 Mestre Andre, por urn erro, eriou a famasa paradinha e nao decepcionou: "Ate hoje, quando se fala em bateria, tern que se falar do Mestre Andre. Naquele dia, ele escorregou e a bateria parou. Levantou, deu urn rodopio e apontou para 0 repique. 0 repique entrou no tempo certa e entao foi inventada a paradinha", explica 0 filho do Mestre Andre, 0 Andrezinho, do Grupo Molejo. Assim, a Mocidade se n10stroll diferente das demais e consagrou sua bateria como nota 10. "Quando a gente chegava na avenida, todos ficavam curiasos e entusiasmados para ver a bateria da Mocidade. Ela que segura va a escola no Primeiro Grupo. Eramos absolutos", conta Sebastiao Estevao, 0 famoso Miquimba, criador do surdo de terceira e atual rei da bateria. Na decada de 60, a

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Mocidade sonaofoi campe5, pois osjurados¡ . nao estavam preparados.;para a evolufap do samba"

escola se manteve no Grupo Especial, mesmo sem muitos recursos, mas sempre com a fon;a da sua bateria. Em 1964, o versa til Mestre Andre chegou a seT presidente da escola. Em 1966, assumiu a administra<;ao Olfmpio Correa, 0 Gaucho. Ele foi 0 presidente que mais teve mandatos e esteve presente em tres campeonatos: em 1985, com "Ziriguidum 2001, Um Carnaval de Estrelas", em 1990, com "Vira-Virou A Mocidade Chegou" e em 1991, com Chue-Chua As Aguas vao Rolar: "Para mim, 0 Gaucho foi urn importante presidente pelo trabalho que ele fazia. Todo esse terreno que a Mocidade possui, foi acrqui~ido na adm inis tra<;ao dele", conta 0 vice-presidente administrativD, Benjamim da Si lva, 0 Didiu, que esta na Mocidade ha 44 anos. A partir de 1974, com

Mestre Andre na sua bateria nota 10

<R§vista Mociaaae 50 anos


a gestao de Osman Pereira Leite, 0 carnavalesco Arlindo Rodrigues estreou com 0 enredo "A Festa do Divino" que marcou epoca e foi cam pea no gosto popular. "A Mocidade s6 nao foi campea, pois os jurados daquele tempo nao estavam preparados para a evolu~ao do sanlba u , comenta 0 expresidente executivo Orozimbo de Oliveira. Nesse periodo, Castor de Andrade tornou-se urn eterno apaixonado, onde contribuiu para a ascensao da verde e branco. Ele foi 0 patrono e bra~o forte da escola. Com 0 trabalho da~ua familia, a Mocidade se tornou

I

o Oescobrimento do Brasil urna escola de competi~ao: "0 Castor foi 0 oxigenio que a escola precisava. A Mocidade era modesta, po is nao tinha mui tos recursos. 0 que ela tinha era 0 talento da sua

bateria que a segurava Iii em cima. Entao precisava de urn oxigenio para brigar. Foi tudo que Castor fez: deu a alma, deu 0 espirito, deu a fusao, enfim, deu moral a escola,

"0 Castor foi ooxigenio que a escola precisava. Oeu a alma, deuo espirito, deu fusao, enfim, deu moral a escola'~

Castor de Andrade e Olimpio Correa (Gaucho)

'R.rvista 9docitfadt 50 anos

enfatiza Jorge Francisco, mais conhecido como "Chi'luinho" . • Em 1979, a estrela ¡de Padre Miguel alcan~ou 0 sonhado titulo no Crupo Especial com 0 enredo "Descobrimento do Brasil" de Arlindo Rodrigues. A hist6ria contada com lendas sobre os mares e 0 novo mundo que surgia encantou os jurados. No ana seguinte,

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Mostrou ce lul as do corpo hum a no, co ra ~ao, cerebro e aparelho digestivo. A grande surpresa da noite foi a portabandeira Lucinha Nobre vir ves tid a de bailarina, m ostrando que a dan~a e a maior expressao do corpo. "Ac ho que jii es tava escrito. Fo i um a g ra nd e quimica que houve en tre eu e a Mocidade. 0 meu primeiro a no, de 1989 para 1990, a esco la foi ca mpea e pra mim

,

foi urn cantata marav ilhoso e

Comissaode Frente Ziriguidum 2001

assumiu 0 ca rn ava le sco Fernando Pinto, prod uzindo carnava is excepcionais, como em 1985, com 0 titulo de "Ziriguidum 2001 ". 0 enredo

mos trava co mo seria 0 desembarque da nossa cultura em cada planeta. A comissao d e fr e n te foi in esquecivel formada pelos roboz inhos e contou com a parti c i pa~ao do Andrezinho, filho do Mestre Andre. A escola venceu devido a sua criati vid ad e. o e nre do "Tupinic6polis" , trouxe uma metr6pole imagim'iria Tupi em 1987. Uma n a~ao qu e mos trava a p e rda da verdade ira identidad e do s indio s. 0 te m a foi surp ree nd e nte dando 0 segu ndo lugar para a escola. Em 1990, entra Renato Lage onde obteve a primeira coloca~ao com "V ira-V irou" e m p a rce ira co m Lilian Rabelo. Em 1991, conquis tou o bi-campeonato com "ChueChua As Aguas vao Rolar". 0

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ca rnavalesco trouxe enredos uni vetsais, com um a lin g uage m multimidia e estelica futurista. No,vamente ca mp ea e m 19~6, co m "Criador e Criatura,l, a escola tiro u nota 10 e m todo s quesitos. exp lorou a d es trui~ao que o bi ch o homem fazendo planeta e fa lta

im edia to . No a n o seg uinte tivem os a fel icidade de biconqu is tarmos o carnpeona to. Na Mocidade eu alcance i a ma turidad e", enfatiza 0 ca rnavalesco.

Em 1999, a escola levou para a Avenida 0 enredo "V illa Lobos e a

•

universo.

escola, mesmo s ap resentando e m p lena luz do dia, foi a me lh or! Em 1992, ficou em segundo lu ga r com 0 enredo De Corpo e A lma Avenida. ~ 9tf.ocUfaae 50 anos


Apoteose Brasileira". 0 carnaval sobre a vida do maestro teve a participa<;ao marcante e emocionada do ator Marcos Palmeira: "Oepois do en redo sobre 'Villa Lobos', onde desfilei pe la primeira vez interpretando

0

I

musico, a

escola me adotou. Nao tem como explicar a emo<;ao que senti. Hoje eu sou total mente Mocidade", enfatiza 0 ator. A partir de 2000 a escola encantou 0 publico com temas marcantes. Prime iro sobre 0 Brasil 500 anos, levan do para a Avenida "Verde, Amarelo, Azu l Ani!, Colorem 0 Brasil no Aho 2000" e "0 Grande Circo Mistico" em 2002, contando 0 fascfnio provocado pe lo picadeiro. Em 2003, com a chegada do carnavalesco Chico Spi noza, a escola apresentou o enredo "Pra Sempre no Seu

o Grande Circo Mistieo 'R.rvista :Mocidtufe 50 anos

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,

se estendem pelo ana. Todo primeiro domingo de cada mes acontece na quadra a Ariio Social, onde proporciona atendimento denlario com aplica<;ao de fluor, corte de cabe lo, alfabetizac;ao para adultos, almo<;o, entre outros. A marca dos carnavais memon'iveis da esco la e suas inova<;5es serao eternas. Na Mocidade, foi criado a surdo

,

de terceira,

carnavalesco Mauro Quintaes, Diretor de Carnaval Dejahyr dos Santos, Porta Bandeira Marcella Alves, Interprete Wander Pires e Mestre Jonas

Cora,ao, Carnaval da Doa,ao", onde surpreendeu a todos com seu emocio nante tema, conquistando a quarta Coloc8<;ao.

:

No carnava l 2006, a verde e branco levara para a avenida 0 enredo" A Vida que Pedi a Deus" do carnavalesco Mauro Qui ntaes: "Geralmente as pessoas esperam que qua lid ade de v id a fale de educa,ao, saude, alimenta<;ao e seguran<;a, que sao as seus pi lares. 0 foliao que estiver esperando aque le te ma repetitivo vai se surpreender

atraves do seu trabalho: "Eu ja fui vi~e-presidente de rela<;6es pu bl icas e social, presidente do co ,;s.e lho deliberativo, assess~r da presidencia e vice-presld ente da mocidade. Ja tjssei por quase todos as cargos, s6 nao fui diretor de can~val. Alem disso, fui responsave l par mais de 20 anos pela comissao de fr e nte. Agora sou presidente", indaga. Na sua gestao, promove projetos sociais que

0

tamborim de

multipla s baquetas, as paradinhas, a g lamour da s madrinhas de bate ria , e ntre outras, que estao ate hoje no nosso carnava l. Apesar de todas as injusti<;as que a escola passou, com nota s n ao merecida s, prejudicando a s ua coloca,ao, a iem de var ios v icecampeonatos, a est rela da M~cidade nun ca de ixo u de brilhar. Pelo contn\rio, sempre buscou seu aperfei,oamento para nos pr6ximos anos su rpreend e r. Agora, a expec tativa e que a nossa escola complete mais 50 anos com sucesso e rnuita hist6ria

para contar.

•

com a maneira que e le estan1

sendo apresentado", afirma Quintaes. o atu a l presidente executivo Paulo Vianna esta muito motivado, devido ao a n a do c inqii entemlr io d a agrem ia,ao . Paulo, desfilou pela primeira vez na Mocidade com 10 anos de idade e durante toda s ua trajet6ria, sempre mostrou a seu a mar pela verde e branco 'fWvista ?4.ocitÂŁade 50 anas

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o Espetaculo a parte Mocidade /ndependente apresenta os seus \ enredos marcantes e inesqueciveis POR' PAULA BRAZUNA •

., •

,

'

I


Apoteose do Samba - 1958 o enredo do carnavalesco Ari

Lima cadenciado pelo belissimo samba de Toco e Cieber, consagrou-se campeao do Terceiro Crupo. A partir dal, foi um caminho de glorias e muito sucesso.

Nas lIoites ellluarndas No tempo do eativeiro Todos devem eOllhecer A fama de carrasco Do eorollel Trigueiro

,

Neste rihllo cadelleiado Que pelo Brasil se propagou Radiofollia, i"'prel1sa falada Associa,ao, departml1e1110 de lurismo Que COIl1 muilo brillwllfislllo Pelo 110SS0 samba ImballlOu COllfedern,iio Brnsileira Lufoll pelo IlIeSll/O ideal Pam qlle 0 samba se fomasse o orgulllO lIaciol1al

Mas existin lim porem "seu" corollei, toda ftiria perdia Qualldo eseu lava 110 terreiro UIIl preto velllO alllarrndo 110 Iroll co Que ellloava sua melodia Ern 0 Sall1ba, silll senhor Elltoado COllI sojrimellfo e dor

E que 0

o Cacho de B o enredo ficou

r

•

64

1!

na mem6ria dos amantes verde branco com a presidencia de Orozimbo de Oliveira,apesar do seu setimo lugar. 0 samba de Toco e Cieber contava a historia da pequena amostra do tesouro da nossa na~ao, que era 0 cacho de banana. "Naquela epoca, a Macidade surpreendeu com seus destaques, mas ainda era escola pequena e par issa tirau a sHima lugar", canta Didiu.

Quadro com 0 tema sobre 0 enredo, usado no desfile de 1964

22

'Rrvista 'Macitfade 50 anas


A Festa do Divino - 1974 A Macidade merecia ter conquistado aquele campeonato, mas ficou COIn a quinta coloca.;ao. a carnavalesca Arlindo Rodrigues fez a magnifico enredo que valeu urn titulo. A escola nao foi ca m pea na passarela, mas si m no cora.;ao de todos. a diretor geral de harmonia, Carlos Alberto, canta uma curiosidade da epoca: "Eu, Mestre Andre e Adyr estavamos conversando na antiga pra.;a de Padre Miguel por volta de ISh, quando os sinos da igreja de padre Paulo tocaram. a falecido Andre fa lou: 'E, cidadao, isso da um bom ritmo na avenida'. Fomos falar com a padre e ele propos descer os dois sinos de bronze da igreja. Esses foram para a \ barracao e fai feito urn tripe para leva-los na avenida. No refrao do samba 'No badalar dos sinos' 0 componente da bateria, Fumao, tpravaos. Ap6s 0 desfile retornou para a iweja", ex plica. Naquele ano, foi a estreia do eterno interprete Ney ViaJma, que fez pa.fceria com Elza Soares. f

iJigvista 9docitfaae 50 anos

Compositores: Tatu, Nezinho e Campo Grande De/ira meu povo Nesse festejo colossal Vindo de terra distante Tornol/-se importante, tradicional

Ba(e tam bar, taco viola A bandeira do Divino vem pedir a sua esmola Um badalar do sino anuncia A coroa(ao do menirlO Batuqueiro, violeiro e cantador Alegram 0 cortejo do pequeno imperador Leiloeiro faz grar;a com a prenda no miio A banda toea com animar;ao 011, que beleza "A Festa do Divino" Cores, musicas e danr;as E fogos explodindo

•

Roda giro, giro roda Roda grande vai queimar Para a gl6ria do Divino Vamos todos festejar

23

I


Ney Vianna Aquele negro, alto, magro, de bigode e com sua voz grave conquistou a todos por ser um dos mais talentosos interpretes do mundo do samba. Conduzia os sambas como ninguem. Em 15 de outubro de 1989, durante a final da escolha do samba que contaria 0 enredo "Vira, virou, a Mocidade

,

chegou", Ney Vianna teve um infarte fulminante e morreu em plena quadra. 56 Deus poderia tira-Io da nossa agremia~ao!

o puxador ficou

eternizado pel a sua garra

e competencia. \

ae Meninin~a - 1976 A escola homen ageou Menininha do Cantois. Os r itmi stas ras1'aram a cabe~a, como se faz no ca ndomble, para agradar aos orixas: A escot\. obteve 0 terceiro lugar. 0 atu al presidente executivo, Paulo Vianna, descreve um fa to inusit<jdo: "Urn dos fa tos que mais me Inarcaram na Mocidade, a nivel de d esfil e, foi no carnaval 'Mae Menininha'.Nesse ano tinha urn carro de Xango, belissimo. Esse carro nao entrou na avenida . Ate hoje a gente nao entende 0 por que. N in g ue m co nseg ui a mov ime nta r 0 ca rro. C ham a r a m re boque, e le qu e brou. Colocaram mais de 50 pessoas empurrando-o e ele n aD se Inexia . A escola, entao, come~ou a d esfilar e 0 carro ficou ali n o Estacio. Quando vo ltam os p ara hu scar 0 carro, e le es tava andando sozinho. Aquilo causou um desmaio d o diretor de carnaval na epoca, 0 C alvao. De p o is v ie m os sa be r qu e 0 e nta o presidente, Osm an Pereira Leite, tinh a feito uma prom essa que os ca belos dos ritmi stas tinham que ter sido jogados no m ar, envolvidos com um pano branco. 0 Osman noo fez isso. Naqu e la an gu s tia d e fazer carnava l, n ao

24

prov id encio u essas (aisas. Acon teceu esse fe n 6 m e n o n a h ora do desfil e, uma co isa impressionante. Tuda toi feito para 0 carro se mexer. Ate hoje issa me marca muito".

'l(evista ~ocidiuÂŁe 50 anos


Compos ito res: Toco e Djalma Cril Interprete Oficial: Ney Vianna

fli miau a dia A passarela vai se trallsfarlllar NUIlI cel1ario de 111ngin

Lelllbrallda a veilla Bahia E a fmllasa Galltais

Oil, lIIeu poi Ogum 110 sua fe Samva Nanii e OXlimare Xallgo, Oxassi Oxalli e Yelllal/jli

Fil/m de axulII Pra l1as ajudar Vcm 1105 dar axe COIJI as eres dos orixris

I

011, 11Iinhn mae

Arerer arerd Cal/dalllble velll da Bahia Ollde baixa//J as arixtis

Mellil1illlm VCIJI ver, como toda cidade

Callia elll sell lauvar COlli a Macidade

Arlindo Rodrigues trouxe para a escola sua primeira vitoria no grupo especial. 0 enredo mostrou monstros maritiynos, aves, deuses e embarcat;6es de todos as tipos. Urn samba contagiante dos compositores Toco e Djalma Crill, com interpretac;ao de Ney Vianna. A III1Isa do poeta E a lira do call1positor Estiio aqlli de 1I0VO COllvacalldo a povo Para enfonr

U111

pacma de aJÂĽr

Brasil, Brasil, avallte lI1eu BYisil Velll participar do festiv.aT Que a Mocidade Illdepelldellte Apresellta lIeste Carl/aval De peito aberto e que eu falo Ao II/UHriO il1teiro Eu IIle orgllillo de ser brasileiro Partill de Portugal COlli deslillo iis illdias Cabral colllalldalldo as caravelas Ia fazer a tral1sa,iio Com 0 cravo e a cauela Mas de repellte a //Jar Tmlls!ormoll-se em ealmaria

Mas deus Nelullo apareceu Dal/do aqllele toqlle de magia E IIlIm lIova term Cabral descobria Vera Cruz, Sallta Cruz Aqllele lIavegallte descobriu(descobriu) E depois se trallsformou Nesse gigall te qlle lIoje se chama Brasil <Rsvista 9.1.aciaaae 50 anas

25


Tropicalia Maravilha- 1980 Urn carnaval que decantou nessa regiao tropical, mostrando a natureza, com sua fawla, flora, matas, terra, etnia, hist6ria e realidade. Uma visao trop ica li s ta no primeiro carnaval de Fernando Pinto. A escola refo r~o u a brasilidade d o espetaculo e revolucionou, gara ntindo ass im 0 seg undo lu ga r para a Mocidade. As pessoas se s urpreend eram co m a maneira conl que 0 ca rnavalesco abordo u as belezas do nosso pais.

Compositores: Arsenio, Domenil e Djalma Santos interprete Oficial: Ney Vianna

Baila no ar a poesia A Mocidade irradia Sua magia neste Camaval Oh, naiureza linda Deu beleza illftnita A este pais lropical Tropicalia, maravilha E en redo e fascina,no Rios e cascalas Como um veu de prata Na imensidiio (ÂŁ neste) ÂŁ nesle lurbilhilo de luz

,

t'

Vem a flora e a fauna Brasi[eira que seduz o cravo. brigou com a rosa Por causa da margarida gostosa Term boa, tudo que se planta da E 0 gorjear da passarada Anu nciando a alvorada Numa sinfo nia de mnor

Tupinambri e e iorubri Oropa, Fran,a e Bahia Salve meu pai Oxalri

.

•

Femando Pinto

26

~a ~ocitfade

50 anos


Foi 0 segundo titulo em desfiles do Primeiro Grupo. 0 enredo do saudoso Fernando Pinto, sempre moderno, colocou todo 0 publico em 6rbita com sua deslumbrante beleza. Com urn carnaval intergalatico, uma espa~onave partiria da quadra de Padre Miguel, levando o samba para todo 0 universo.

Compositores: Gibi, Arsenio e Tiaozinho lnh!rprete Oficia1: Ney Vianna

Desse IIIlltldo 10Lleo De ILido Lint POLICO Ell vaLl levar pro 2001 Aval/~ar 110 tempo E I/as estreltr fazer meu Ziriguidu lII (,~eu Ziriguidum) .Nos 11leus dev(lJleio~ ti Quero via}ar ,

SOLI a Moeidade Sou II/dependellte Vou a qualquer lugar (bis) Vou ii Lila, vaLl ao Sol Vai a nave aD som do samba Call1il/IIOI/do pelo tempo Em bLisea de oLitros bambas (/lis) Quero vcr I/O ceu mil/110 estrela bri/llOr Escrever meus versos a[liZ do fuar Vou fazer todo a Ilnivw:so salllbar! Ate as astros irrndiam mais fLilgor A propria vida de alegrin se ellfeitou Estri em festa a cSlm~o sideml Vibrn a Lllliverso Iroje ecamaval QLlero ser a pioneira A erguer lIIil/110 bandeim E pial/tar lIIinllO raiz (bis)

;


•

nl Foi mais um carnava l majestoso de Fe rnando Pinto, nOV3mento com a segunda colocac;ao. A "oca" vi rou Utaba" e a Utaban virou uma grande metropolc. Assim foi criada a cidade imagina ri a de Tupi nic6po li s, c nde as verdadeir os donas do BrasiL as nossos indios, desenvolveram wna civiliza<;fio padrao, ensinando ao hornem branco como viver sem destruir.

Ma is uma vez a Mocidade fecha

0

carnaval e m segw 1do lu gar, uma gran d e e in explicavel

injusti<;a .

E n Den vi1'011 tnbn A tnbn vi roll lIletropole

Bonle Snci SllOppillg Boilnla CM do Rnoll i PO de gllnrnlla No comerdo e Jln illrllistria No Irnbnl/IO e lin diversao E Tllpi nlllnlldo este chao Ate 0 Iixo e LOll luxo Qllnlldo e renl Tupi Cnciqlle Poder gernl Mi lllln cidnde Milliln vidn Milliln cnll ,ao

Eis nqlli e grnllde Tllp illicopolis

Fnz lIInis ve rde Illell co m(:ifo

C(, m pos itore s : Gib i, Nino Bate r ia , C h ico Cabelei ra e J.Muinhos Interprete Oficial: Ney Via nna

Vejnlll Qllnllln nlegrin veil I ni EIi lila cirlarle n SOIT; r Pm'ece que estoll SOlllllllldo COllI Inllin felicidnde Veil do n Mocidnde desfilnlldo COlltnginlldo n cidnde

28

\

'%vist4 :MocUfiuft 50 anos


Vira-Virou A Mocidade Chego

1990

A Mocidade con ta u a sua propria historia, fa lando dos seus grandes mitos. Francisca Ferreira dos Santos, a Tia Chica, tao importante para a escola, foi homenageada num carro aleg6rico. Renato Lage entrou neste ana com pe direito e trouxe 0 tftulo: "Fernando Pinto foi urn grande kone da Mocidade. Ele havia fa lecido e deixou uma grande lacuna. Voce preencher isso seria d iffcil. Ele tambem fo i homenageado nesse carnaval", afirma Lage. Neste ano estreiou tambem 0 interprete Paulinho Mocidade, substituindo a imortal Ney Vianna, cantando

0

samba de Toco, jorginho Medeiros e Tiaoz inho.

A luz, ah, divina lu z que me ilumiua ef ma estrela Da aurora aD nrrebol, arrebol Eu em paz no verde da esperan,a Tive son has de eria/1l;" COlllecei no fu lebol Agora, que me tornei realidade Vou eHeontrar 0 lIIeu futuro par af Curtindo a minIm Mocida4e E a paradinha de outros carntivais Sei que ningu",n pode esquecer jamais SOli independente, 50 11 raiz tamb"'n Sou Padre Migu el, sou Vila Vin tem

RenatoLage

Apoteose ao samba, todo lIlundo aplaudiu COIll as ben,iios ao Divino aconteceu a Descobrimento do Brasil Quem nao se lembra Do lindo cantar do Uirapuru Quando gorgeava, parecia que falava Como ern verde 0 meu Xingu Meu ziriguidum fez brilhar no ceu A estrela-guia de Padre Miguel

Ah, vim virou, vim virou A Mocidade chegou, ehegou Virando nas virndas dessa vida Um eio, uma cflnp'io de amor Paulinhoda Mocidade

<I?lvista 9docUUufe 50 Dnos

29


Chue-Chua As Aguas Vao Rolar

1991

A Mocidade foi bi-campea d o ca rnaval carioca. 0 enredo mostrou a agua como fonte funda mental na v ida do homem junto com 0 co ntag ia nte sa m ba d e Toco, Ti aoz inh o e Jorginho. o publ ico se encantou com as a legorias cinematograficas e os efeitos es p ec iais de Rena to Lage, alem dos de uses e se rpentes marinhas e da bateria composta por homens-

ra. Compos itores: Toco, Tiaozinho e Jorginho Medeiros. Interprete Oficial: Pa ulinho da Mocidade \

Naveguei, IIaveguei, 110 afii de encolllmr U11l jeito IIOVO de fazer meu povo delimr U11la overdose de alegria NUI11 diluvio de jelicidade (ilul11inado) J/ulI1illado encontrei o verde e bmllco lIlar da Mocidade

Aieieu mamiie oxurn Ie1l1GI1jri mamne sereia

Salve as Iiguas de oxalli UlI1a estrela lIle clareia

E 110 chue ellUe E 110 elllIe chuli Nao quero /lem saber As tiguas vao rolar E 110 chue chui! E 110 ellUe chua Poi a trisleza jli deixei pm Iii Na vida sou a fonte de energia Sou chuva, cac/roeira, rio e lIIar Sou gota de orvalllO, sou enconto E qualquer sede eu posso saciar Quelll dera, 11111 lIlar de rosas lIesta vida Lavando as lIlell tes polufdas Tar 0 110550 carnaval Eu to em tadas, eu t8 no ar, eu toof Eu t6 ale I W liquidez do abacaxi (naveguei)

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tfi.rvista ?1.octalUfe 50 anos


Sonhar Nao Custa Nada

1992

A escola foi vice, quase conq uistan do 0 seu tri-cam peonato. 0 enredo de Lage fez uma viagem ao interior da mente humana, da ndo enfoque aos sonhos e pesadelos a mea,adores. "SoOOar acordado e a Unica fo rma de se manter vivo. Q uand o acaba 0 50 000, aca ba a esperan, a de viver", enfatiza Renato Lage.

Que me condu z Estrela que me fa z sonhar

Compositores: Pa ulinho Mocidade, Dico e Moleque Silveira Interprete Oficial: Pau linho Mocidade

Sonhnr naa cll sta nada o meu 50l1ho e tifo real Mergulhei nessa magia era tudo que eu queria Para ese carnaval Deixe a slla me/!Ie vagar Nao custa nada sonhar Viajar nos bra,os do infinito Onde tudo Ii mais bonito Nesse mundo de ilusao Trall sformar 0 sonllO em realidade E so"har COIl1 a Mocidade", E sOIl/mr com 0 pe 110 chao

,

Eslrela de lllz

'1(fvjsta 9.1.oeUiiUfe 50 anos

AnlOr, son"e com os alljos (Ilao se paga) Nao se paga pra sOIl"ar Eu sou a noite mais bela que ellcanta 0 teu sonho Te a/ucina por Ie amar (amar, nIllar) Eu, sou a lua de mel A eslre/a no ceu Vern me querer

•

De/irio sensual Arco-iris de prazer Amor, eu vall te anoitecer Eu vejo a lua no ceu A Mocidade a sorri r De verde-e-brallco lIa Sapu eai

31


A Mocidade aterrissou na Sapucai com naves que soltavam fuma,a e astronautas. o enredo de Renato Lage come,ou com Deus criando 0 homem e chegou ate as viagens espadais. Neste ano 0 carnavalesco conquistou 0 Estandarte de melhor enredo para a verde e branco e 0 seu terceiro campeonato para a escola. Wander Pires, interprete oficial da escola desde 1994, conquistou seu primeiro titulo.

Compositores: Beto Correa, Jefinho, Oieo e Joaozinho

Cheia de 011101', a Criador findou sua divilla salidao (e fez) fez surgir a natureza Universo de fascilza,aa Luz, terra e mar finnalllcntas, astros a bailar

•

E l1uma fumillosa inspirtl(i70

Fez 0 homem, a lIlais sublimelcria,iio Assim, 0 ITolJle1l1 com sua ousadia avan,a 0 sinal lID jardij/1 do amor Deu U111 salta, dOlllitJ'u a terra terra de nossa ,senhor

•

Olha pm mim Diga quelll sou Ell sou 0 espelha, sou 0 proprio criador Genios, artistas, inventores fazel1l 11m Illundo diferente mexem COI1l a vida do gente Dalldo asas Ii imagil1a(iia Em 11 ma Hova era a gente jn sabe 0 que 110S espera Vem nessa nllIOr, pm um 1I0VO dia brincar no paraiso da folia A mao que faz a bomba faz 0 samba (e Deus) Deus faz gellie bamba A bomba que explode nesse camaval ea Mocidade levantando a seu astral

.


Villa-Lobos e A Apoteose Brasileira- 1999 A Mocidade foi a unica a arrancar 0 grito de ja ganhou do publico da Marques da Sapucai. Um dos pontos alto do desfile foi a orquestra de cordas vinda em cima de urn dos carros alegoricos. Ela foi comandada pelo ator Marcos Palmeira que interpretava 0 maestro Villa Lobos. Os sapos da comissao de frente, formada por integrantes da Intrepid a Trupe, a bateria, a riqueza de cores e detalhes das a legorias e fantasias foram um show a parte do rnestre Renata Lage. Compositores: Santana, Ricardo Simpatia e Nascimento Interprete Of ida I: Wander Pi res

Rompeu barreiras, atravessou fronteims Para sua lIIusica despol1!ar Esse giil1io brasileiro ConqllistoLl 0 mUlldo inteiro

Fez 110SS0 pais se orgulhar palll1ilhalldo os quatro cantos do giganle De folclore fa scinallte fonte de belezas l1alllrais " Crimi graJldes temus musicais Papagaio do moleque ellfeitalldo 0 ceu azul o uirapuru, n el1cuntar de Horte a suI as bachiallas, quanta ell1o, ao E linda 0 chorinho, rasga 0 cora,tio D eixOLl can tar

em sua muslca

a fauna, a flora, rio e mar No concerto da floresla ao Illar canta 0 paje, danra 0 IJ1nndli rararti Reflelindo a poesia misterios e magijs da cultura popular Criaru;a Esperall , a vem pra folia cirandar e l!Oje a batula do lIIaestro Rege a sirifonia dessa arte milenar

Wander Pires

!JWvista :MocitÂŁaae 50 anos

Villa Lobos, e prova de brasilidade SlIa obra altaneira Vem na voz da Mocidade Cantando a apoteose brasileira

33


o Grande Circo Mistico - 2002 A escola levanto u 0 sam b6d romo m ostra ndo 0 mund o magico do circo. Trapez istas, palha,os, magicos, contorcionistas e equilibristas fi zeram 0 seu show unindo os dois ma iores espetaculos da terra:

0

carnaval e

0

circo.

Compositores: Beto Correa, Dico da Viola, Jefinho, Marquinho e Indio Interprete Oficial: Wander P ires

£ show, qlle euforia Festa lIa Cidade o grande Circo Mrstico dlegou De lIlaos dadas COlli a Mocidade Abm as corti lias do sell complo Nossa arte Ii vida, cheia de e/llo, ao Vem sOlliJar acordado Esse mUlldo ellcan tado £ fa scillarao

,

Palharo e Sall/bista Em estado de grm;a Pro /IIalabarista, aplallsos da /IIassa E o trapezista, bailalldo 110 ar Ella cartola a surpresa 0 que sera?

34

\

Tar 0 real picadei ro A cada installte Uma viagelll alem da ill/aginarao £ nobreza e cultura, lIIagia, terllllra U/lla doce ilusao Mae de toda arte, sedu z os IIleu s O//IOS Teu chao de estrelas AOllde chega Ii felicidade Quando vai e/llbora, Ii U/II lIIar de saudades Hoje tem alegria . Sonho da cria/1l; ada (rem silll SellllOr)

I

,;

,.

H' " e d,e IDHa oJe 0 ceu Vamos dar g"arga)llIIda, IIleu alllor

<JI.rvista :Mocitfad"e 50 anos


B

NZEAMEN lin . door •

I •

Downtown: Av. Americas, 500 Bloco 04, sala 217

Tels. 2495·2526 I 2495·2552 Funcionamento:

2' a 6' das 9:00 as 21:00 h. 5abado de 9:00 as 18:00 h.


Castor de Andrade ,

o come~'o de uma re/cu;iio de sucesso POR THAis MOTTA

,.

• I

,

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, tiveram p"ela

• , .. ,

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. •


com isso, as pessoas foram gosta ndo da Mocid ade. Ele era ad mirado em todos os lugares

â‚Ź,

e seq Oenci as da sociedade",

conta sua nora, Beth And rade. o p a tro n o da Moc ida d e, ao defe nder a ag re n1i ac:;ao,

C

as tor tinha du as paix6es: a futebol e a samba. Criad o no bairro d e Bang u , fo i presidente do Bangu Atletico Clube nos seus aureos tempos. seu com a n d o e Sob orienta~a o, a clube foi uma grande fon;a do futebol: vicecampeao e campeao ca rioca, alem de vice-campea o brasileiro em 1985. Castor d e Andrad e nao tinha nenhuma li ga,ao

Mocida d e Ind e p e nd ente e fazer parte dessa fa mnia. Co m a p ass ar do tempo, Do uto r Casto r, como era carinhosa mente chamada, abrac:;ou ,., a esco la como uma filha su'a e entrou na luta para I transforma-Ia em urn grande s uc,;,ss o . Seg un do' as corll'ponentes mais antigos da esc;,la, a te entao a Mocid ad e era unla esco la d e m edi a porte, sem maiores destaques . "Castor era urn artista. Era alegre, fa lava coisas boas

passo u a se

empenhar cada vez mais para qu e, a le m d as qu a lid a d es entranhadas na escola, como era 0 caso da sua bateria, ela se modernizasse e passasse a se r um a agre m ia<;ao ma is profi ssional. o lux o p asso u a se r uma caracteristica d a escola, com a v ind a do in ova d or carnava lesco Fernando Pinto. A ca da ana, um a nov ida d e encantava a s esp ectadores do desfile e a Mocidade passo u a despontar com o uma escola d e v an g uarda e pi oneira e m

varias segmentos.

o "hornem da mala", como era tam bern conhecido, impl antou um a vi sao a dmini s tr a tiv a mod ernizadora. A Mocidade p asso u para 0 g ru po das

com 0 carnaval n e m co m nenhurna escola d e samba .

Em 1972, convida do pe lo entao presidente da Mocidade Independe nte d e Pa dr e Miguel, Osman Pereira Le ite, Castor conheceu de ma is perto a agremiac;ao que urn dia seria um dos seus grandes amores. Tendo a seu prime iro cantata com a e sco la, a

afinid ad e nao d emoro u a aparecer. Apaixonado par seu bairro e sempre apoiand o as culturas locais, Castor passo u a frequ entar a qu a dr a da fJi.!vista :Macitfatfe 50 anas

Paulinho e Castor de Andrade

37


gra ndes favo ri tas e rea li zo u desf il es co nsag r ados e inesqueciveis, como fo i a caso do enred o" A festa do di vino", 1974, em q ue em injus ti,a da me nte conquisto u a segunda posi,ao. SO Jlle n te n o a n a d e 1979, com "0 d escobri mento d o Br as il", 0 ta o espe ra do ca mp eo n ato con sagr o u a escola defin iti va men te co nlO u rna das g ran d es fo r,as do ca rnava l. Depois d esse a no, mu it os o ut ros e nredos d a Moc id ade Ind e pe nd e n te leva nta ra m a Sap ucaf e trouxeram para Pad re Mig uel o utros "ca necos" de caln peao. N a d eca d a d e 90, a esco la trouxe 0 ca rn ava lesco Re na to Lage apo s ta nd o n a co ntinu a~ao d o s ucesso da escola, 0 q ue foi co nfirma do com os ca m peo n a tos d e 1990,91 e 96. "Eu e ncont rei Casto r de A nd rade, qu e fo i um a fig ura fa ntast ica q ue ma rco u a m inha v id a co mo car n ava lesco, ofe rece n do todas as cond i,oes para fazer

o ca rn ava l co m a q u e la simpatia e ac red itando sempre nas coisas boas. Isso pra mjm fo i f u nd a m e nt a l, a le m d as outras pessoas como Pa ulo e Beth Andrade", ex plica 0 exca rn ava lesco. Em 1998, a Moc idad e tro u xe p a ra a av enid a 0 e nredo fl Brilha n o ce u um a es tre la q ue m e faz sonhar ", faland o sobre as tros e estrelas, com um significado especial e Ulna hOIIlenagem a Castor d e A ndrade. Segu nd o a esco la, " Um a estrela e uma sa ud ad e. Ela se ra a le mbra n,a d e um te mpo passa do o u d aqu eles que nos deixa ra m . A Moc id a d e Ind e pe n d e n te d e Pad re M ig uel te rn n o se u simbolo u ma estrela rad iante, mae de u rna co n s tela~ao o nde iran se jun ta r aqu e les qu e fize ram a s ua hist6ria".

A familia Andrade \

Ao co nhecer a Mocid ade, Castor trouxe para d e n t ro d a agre mi a,Bo tod a s ua famili a . Com 0 p&ssar do te mpo, aqu ela se tom ~ a segunda ca sa de Casto r, Pau , ro, seu filh o, Beth, sua nora e d o na Vilma, s ua espasa. T o d os a br a,a r a m a verd e e b ran co de Pad re Miguel. A fa mili a A ndra d e se e m pe n ha u pa ra q ue, em todos os seg m entos, 0 s u cesso fasse Vilma e Castor de Andrade cada vez maio r.

38

Liga

"

Outra inova~o que castor de Andrade trouxe para 0 camaval carioca foi a cria~o da Liesa, a Liga Independente das escolas de Samba do Rio de Janeiro. Com a parceria dos representantes de outras importantes escolas, em 1984, a Liga foi fundada e Castor assumiu como presidente temperario are a realiza~o das primeiras eleic;5es. Beth Andrade, sua nora, conta melhor como foi esse acontecimento: "Eu, Paulinho e castor estavamos em uma reuniao da Associa~o das Escolas de Samba e castor dizendo: 'Eu nao estou agiientando ficar aqui. Como eu you ficar discutindo sobre bloco, se eu sou uma escola de samba? Tenho que fundar alguma coisa .. :. Lembro perfeitamente dele dizendo isso. Saimos da reuniao e ele fundou a Liga I ndependente das Escolas de Samba na casa dele, durante um cafezinho". Dr. Castor sempre foi dinamico e com uma visao otimista de dar inveja a qualquer um. • Sua marca estara sempre no corac;ao de todos aqueles que puderam estar durante a ' sua presenc;a na M09dade. Obrigado per tudo!

CJWr;ista :Mocitfatfe 50 anos



A estrela volta a bri Iha r Fundadora da Estrelinha, ajudou a verde e branco a crescer. Inegavel a participac;iio dessa guerreira para 0 sucesso da agremiac;iio POR THAis MOTTA

Uma pessoa iluminada e

COII1

um astral contagiante.

Essas sao poucas das muitas qualidades que transparecem de Beth Andrade em poucos minlltos de COllversa. Com

0

passar do tempo, fazem-se presente a humildade,

generosidade, simpatia e mllita sensibilidade. Essas e outras marcas contagiantes fizeram com que a comlmidade de Padre Miguel a elegesse como a eterna madrinha da agremia(ao.


para que tudo fosse bem organizado e um sucesso. Beth Andrade, alem disso tudo, l an~ou a Mocidade para 0 mund o. Em 1984, levou 80 componentes para a cidade de N ic e, n a Fran~a, onde mostrou ao Velho Mundo 0 calor do carnaval carioca, em

especial da nossa estrela-gu ia.

o primeiro contato Beth, em uma prazerosa entrevis ta no seu Paulo Andrade, Beth e Castor

CD..

urante os anos que passou den lro quadra da da Mocidad e, Be th Andrade, entao nora do nO SSD eterno patrono Castor d e Andrade e esposa d o seu filho Paul o, lutou muito nao s6 para que a escola crescesse e se tornasse urn dos leones do ca rnava l, como tambem para que a co munidade e, principa lm ente, as crian~as tives se m

uma

vida

Agradecimento", uma forma de demonstrar a gratidao cia escola por seus componentes durante 0 d esfil e, ganhando ou n ao 0 ca mpeonato. A • idealizJdora da lesta cuidava

apartarnento, co nta que conheceu a escola atraves do

seu, na epoca, namorado Paulo Andrade. " Me apaixonei pelo Paulo e em 1 ano e 8 meses nos casa mos. Ele era de Bangu e e u de lpan e ma. Eu nao conhecia a Avenida Brasil".

mai s

digna. Entre as fun~6es qu e teve na Mocidade, Beth foi preside nte do d e partame nto feminino, lundou a nossa escola mirim, a Estrelinha, e

criou a boutique da escola para que a s ua rnais nova pupi la,

arrecadasse lundos para entrar na avenida. AIt,m disso, fundou 0 Projeto Mae do Leite para as crian.;as ca rentes e 0 Bazar da Caridade, entre outras inovar;oes.

foi ~

Mais unla cria<;ao sua a "Festa do :MocUftUfe 50 anos

41


Ao e ntrar na familia

Andrade,

co m ec;o u

a

Com a

desi s h~ ncia

d e s u a tia , Paulo l:'--';"';_

frequ entar festas de familia e

Andrad e assu miu

conheceu me lhor 0 baiITo de Ban g u. Justamente nessa e poca, Casto r de Andrade co mec;o u a se aprox im ar da Mocidade Ind epe nd e nte e e branco. Em 1973, casou-se co m

a ala e mudou 0 seu nome para "Alegria do Ga lo". "N6s fo mos ga lga nd o es p a,o, co nh ece ndo as pessoas, que co m e,a mo s a

Paul o e comec;ou a ter maior

amar.

cantata com a comunidade de

gradati vo", diz.

Padrc Mi g ucl. " Pa ulinho sempre foi l1luito alegre, como

Co m um ca ntata cada vez

eu. Ele era rnuito do samba,

maior com a escoia,

levou s ua familia para a verde

Foi

mas ell nao era, nao conhecia

a paixao de Beth foi

esco la de sa mba. Essa foi a

aum entando co m a

1l1inha ap r ox im ac;ao co m a

recep tivid ade d e todos os co mp o n e nt es. "Nilo se i se e pelo meu je itinh o de fa lar, porque so u muito alegre ... Eu gos to de festa, gosto de gente e essa ala fez

Mocidade:

0 alllQr

ao homem

com quem eu casei" Em se u prim eiro ana

de desfil e, em 1979, participou como co mponente na a la da ti a d e Paulinho , o nd e s6 desfilavarn familiares e ami gos e se apaixonou pelo carnaval.

muito SJ,lcesso".

fanta sia diferente, em frente II a la." Adore i", co nta. 0 outro passo da musa foi vir como destaque em unl

ca rro a leg6 ri co, de o nde

Trajetoria na

I1W1Ca mais saiu. "Sou muito

MocidaGl~

comunicati va e estava sempre com eles. Acompal1hava como

Em meio a risadas, .. esl:flva 0 car ro e a mil1h a ela

conta ,J um

,

caso

bastante pitoresco qu e .

vlveu:

fanta s ia. Semp re fi z qu estao disso'''.

"Te~e um ano q ue um a

Beth e Mocidade: amor eterno

carnava lesca,

cha mada

Carminha,

Urna simples pergwlta fez Beth se e mocionar: quais

desenhou para a nossa ala um sapo, que fa zia parte do Rio Sao Francisco. Eu od ie i a fanta sia. Imagina

duraI1te as al10s l1a escola?

eu, super va idos3, com um

Entre algumas lagrimas, e la,

sa po l1a cabe~a ! ".

senl

mom en to s

quer er,

te

m a rca ra m

mostra

sua

Co mo fo rm a de simp li c id ade e a mor pela so luciona r 0 problema, a '. comunid ad e. : ca rnaval esca sugeriu que ela

42

vi esse

co m

u ma

"Uma coisa q ue me marcou muito foi a morte da

'R!visla :Mocwatfe 50 aliOS


ad mite urn

ca rinh o es p ec i a l pel 0 carnaval de 1990, e m que a escola tro uxe 0 e nr e do "Vira virall, a Mocidade ch egou " e conqui s tou

o campeonato co m

urn

s u cesso estrond oso do camavalesco Re n a t o Lage. Careca. Ela era uma baiana marav ilho sa que todos a mava m na escola. Todo sabado ela botava uma roupa e ficava desfilando na quadra. Era urna fon;a". Ela diz ainda que, apesar disso, teve muitas situa,6es boas e felizes, festas que fez e participou. Ela ci ta com tristeza a perda irre parave l do carnavalesco Fernando Pinto. "Me choco u muito. Pe rd er campeonato faz parte d o jogo. Voce esUi e m uma gue rra: ganha ou perde. Mas perder as pessoas e uma coisa horrorosa" .

Beth Andrade viveu muitos desfiles e campeonatos na esco ia, m esmo ass im, con sidera todos igu a lm e nte importantes. Mesmo com sua paixao pela agremia,ao e por todos os anos de guerra, e la

'R!vista :MocUfcufe 50 anas

• • "Euameia .; cpmunidade. Uma vez ate contei para 0 Paulo que o meu sonho era comprar uma casa em frentea escola para poder ficar mais perto'~

carinJ,o e preocu pac;ao com a com unid ade. Sempre atenciosa e preocupada, criall projetos e inventou festas para qu e 0 hum a n o e 0 soc ia l andasse d e maos dadas com 0 espetac ulo da avenid a. A p a rce ri a Bethco munidad e r ea lm e nte aco ntece u e com muita natura lid a d e, de ambas as partes. "E u a mei a co munidad e. Um a vez ate contei para 0 Paulo que 0 meu sonho era comprar uma casa em ÂŁrente a escola para poder ficar mais perto". Al e m dos sacrificios, e la ( cnta, e mocionada, que viveu muitos anos para a Moc idade . " Ac h o que ninguem pode dizer que nao. Comer moe la d e botequim, o vinho co lo rid o, pedir quentinha nas festas fazia parte d a ge nte. Fazfamos com arnor",

Be th Andrade nunca quis, nem fo i, ser vista sornente

como urn destaque d a escola. o dia-a-dia na comunidade fez com que ela se tornasse urn componente. "Toma r cerveja depois do samba, entrar com a bateria na favela ... E as pessoas nao acharem que eu sou uma estranha entrando no lugar! Eu ja era. parte, Deus queira que as pessoas tambe m tenham pensado isso de mim".

Beth Andrade e a comunidade

A saudade

Se mpre esteve muito claro qu e uma das maiores ligac;6es d e Beth co m a Mocid a d e Indepe nde nte se da va atraves do seu contato,

Ela co nta que ficou afastada p or urn te mpo da escola e, durante do is anos, nem ligou a televisao. "Nao estava magoada com a escola.

43


Estava magoada com a vida! Sou Mocidade e se mpre fui'

,

falar da sa udade e do convi vio

"Eu desfilo em qualqu er coisa na Mocidade ... e mpurrand o carro, jogo beijinho ... vou onde a Mocidade mand ar! Sou vaidosa, que ro estar bonita e, se Deus quiser, VO ll estar! ". No ana do cinqU entem'i rio, Beth Andrade deixa uma mensagem para a ag rem ia <;ao, se us componentes e apai xo nad os.

da s muita s e inesq ueciveis

"Se m pre na )uta! En trar na

Respeito as outras escolas, mas

amo a Mocidade! Nao tem jeito ... ". Sempre q u e fa la da escola,

e visfvel a ema<;ao e 0

cari nho qu e Be th sente. 0 brilho nos olhos transbordam em form as de lagr im as ao

,

h i st6 r ia s v i v ida s no chao

ave nida co m ga rra c di ze r:

verd e e bra nco. "Voce nao faz ideia da

esto u defendendo a verd e e branco d e Padre Mi g uel, e u

sa ud ade que eu tinha nesses

so u esse es trela m arav il hosa !

a nos tod os.. Quando eu passava na rua e as pessoa s

Be ij os..

para

tod os !" . E

lagri mas ...

Paulo e Beth Andrade

perguntavam sa bre a escola e

e'u nao sab ia responder,

Nice- Fran~

Mocidade pelo mundo!

0

co r a<;ao pa r ecia qu e es ta va

caindo! A sa udad e do Paulo muito grande ... " .

e

Ai nda sabre a fa m 11 ia,

Beth fala com muito carinho do se u sog ro, 0 imorta l patrono da Mocidad e, Castor de A ndra d e . " Ele era um artista. Tinha, e tenho ate hoje, uma pa ixao e ad mi rac;ao por

ele. Foi uma pessoa muito boa para m im".

Mocidade Independente: passado, presente e futuro " Quando a Mocid ad e

Leva r 0 brilho e a a leg ria da Moc id ade Ind e pe n d e n te pa ra todo 0 mundo. Essa foi outra proeza do casa l Beth Andrade e seu marido\ Pau linh o de Andrade. Com 0 crescimento da escola e 0 empenho da famIlia

Andrade, a Moc i daC1 ~ brilhou em muitos outros palses. 56 no ana de J 984, a agrem i a~ao se apre se n to u en-.'Rom a, Nice,

St. Tropez, Dr'l!>uinon, Lyon, Toulon, Mw n ~on, St. Jea n Cap. Fer ra t., Mo na co, Marbela e Cannes.

Sem duvida algu m a,

entra na ave nida si nto a

mesma coisa do que quando fa lo dela: e mpo l ga~ao, a mor, res p e ito, tesao, a legria e saudade. Eu nao sou Mocidade no camava l 56 em fevereiro. Eu

ape sar

sou apaixonada 0 ano inteiro! ",

150.000 pessoas se apertaram ao lo ngo d a Proll/wade des Anglais, u m a da s m ais".

emociona-se.

No carnava l de 2006, Beth

vira

no vam e nte

defendendo a nossa bandeira.

44

das

Ala Alegria do Gala

Illu i ta s

a prese n ta ~oes, 0

N ice fo i

0

espetacu lo d e que mais dest~que

recebeu na imprensa nacional e

in ter n ac iona l.

importantes

Ma is de

avenidas

da

cidade, para assistiI ao grand e

Beth no carnaval 2005

'l(fvista :Mociaade 50 aliOS


desfil e d e n o minad o "Feerie

V inte m

Mo c id ad e

Co m a ideia pronta, pediu ao

Bl'lisilielllle" .

Independ cnte. Beth conta que

se u ma r ido Paul o A ndra d e

Esse foi

da

° arrojado

d os pontos

sem p re acholl que eram !TIuito

que a ajudasse com

alto s da pro gram ac;ao do

carentes de espac;o e, por isso,

"G rand e Fes ti va l de Mlis ica

quis tra ze- Ia s para dentro da

Bras il e ira "

quadra. "Comecei a arrum ar

projcto. Em 1992, Beth A ndr a d e f und o u a C .R .E.5 Estre linha da Moc id a d e Ind ependente. " Vicente, meu g ra nd e a mi go, fo i 0

U!l1

qu e a

promove u

no

cida d e

an a

do

centemlrio do seu ca rna va l. Bra s il fo i o repre se nta do pa r 80 integ rantes da Moc idad e Indep c nd e nte co m s ua s di ve rsas atra c;oes, entre Qutras

a sa mbi sta Pill a e a nossa celebre batcri a nota 10.

Criac;ao da Estrelinha Beth Andrad e se mp re um a e n o nt,e mostro u preo cup a<;a o CO III a

m oti vos pa ra fazer con1 q ue as

l11aes levassem seus filhos pa ra

denh'o da quadra N.

Urna de s uas iniciativas foi desenvo lver 0 proje to Mae

ca rn av a lesco .

En sa ia m os,

do Le ite, ondc di s tribufa 0 qu e m a I i m e n to pa ra

adora va m e eu Icvei milhares

tod os pa rti cipara mr as maes de cri anc;as para a quad raTI . Para

precisassc.

so lu cio na r

0

N essa cpoca, a escola

p robl e ma d a ve rba, Be th

ja tinha uma A la das crian<;as,

A ndrade erio ll uma boutique

comandada pelo Benjamin ci a

na eseola e com e<;ou a fazer

Sil va Fi lho, m ais conh ec ido

fes ta s

co mo Didiu, e Beth pediu pa ra qu e pudesse ajudar de a lg uma

fundos para a sua mais nova

forma.

que

arr eca da sse m

pupil a . " In ve ntava mos fes tas p a ra te l' dinh ei ro e a

e, n50

Estr elinha fo i um SLice sso.

es for<;os para ajudar a todos

esta va s¡atisfeita com "56" 300

A cho q u e foi a coi sa mai s

que prec isa ssem.

cr ian c;:aJ e qu eria mai s. " Eu

emocionante e gostos a cia

fieava

Mocidade: ve r toda s aqu elas crian<;as lutan do pelo s fmbolo d a verde e branco".

comuni dade e

IlUl1 ca

Ops tinada co mo

poupou

Em lima de suas ideias,

.

. revoltad a de saber qu e

dec idiu a prox im ar ca d a vez

havia um bando cle escolas

ma is as c rianc;as da Vil a

mi ~ n s e a Moc id a d e nao" .

'Rrvista :MoC/dade

so alios

4S


"Essa foi a l1lillha aproxilllarao COllI a Mocidade: 0 alllor aD Irom em

"Aco mpanlrava com o estava o carro e a lI1illi1a fanta sia. Sell1pre jiz qllestiio disso "

com quel11 ell caseiN

"N6s fOll1os g alg audo espa ro, cOIli1ecendo as pessoas, qlle COl1leralllOS a all1ar. Foi lima coisa gra da tiv a"

"Uma co isa qlle Ill e marcotl mllito foi a morte da Careca. Ela era IIl11a baialla marav illrosa qlle todo s all1a v all1 na esco la"

"UlIla vez ate contei para 0 PalliD qlle 0 lI1ell sonlro era comprar IIll1a cas a em frente a esco la"

cantinho especial da casa de Beth onde guarda recorda~ de varios momentos da sua vida.

46

~ta

:Mocitfatfe 50 anos



A alma "verde e branco" ,

Uma inewjuec(vel paix{[o que atravessa 0.\ tempos

POR ANDRE THOMAZ

. ,

. I ,

idolatrada,


,

Jl

os 46 anos que ela se homem serio, de express6es tornou uma fortes, olhos atentos e ouvidos referencia no mundo do apurados e conseguiu, como samba, e re~peitada pelas diretor, fazer da bateria um outras agremia<;6es. No ieone no munda do samba. passado tinha 28 integrantes, Com suas fam~sas "paradinhas", ele hoje possui 300 ritmistas. Nilo e compreendida, muitas das transformou a Mocidade vezes,- pelos julgadores, que Indepe nd en te de Padre tentam de alguma forma Miguel num fator' importante impor uma te nd enc ia no crescimento c ultural da tradicional. No entanto, na Zona Oeste. A "paradinha" passou avenida do carnaval ela e moderna e contemporanea. E a existir quando a caixa-tarol amada, idolatrada e permaneceu tocando sozinha, venerada. Na galeria do mantendo a escola evoluindo. samba se tornou a Bateria De repente, 0 mestre Andre se virou para a bateria e fez urn Nota 10. Mestre Andre era um sina l para que os outros

'%vista 94.ocidatfe 50 anos

instrunlentos voltassem a tocar. "Eu mesmo falava muito com 0 Andre, essa "paradinha" era muito boa e urn dia ela iria nos prejudicar, mas nao adianta temos que ter a "paradinha". E fundamental, e a nossa identidade", revela Wandyr Triidade, vice-presidente executivo da Mocidade. E a audacia da cria,ao, tambem, foi a marca de Sebastiao Esteves, 0 Miquimba, que criou 0 surdo de terceira. Tudo come<;ou em uma noite chuvDsa, na qual os responsiiveis pelo surdo de primeira e segunda faltaram.

49


Mestre Andre, logo, ped iu a, ajuda de Miquimba para qu e e le ass u mi sse 0 s urdo, Se bas tiao aceitou pro nta me nte 0 desa fio e n a mesma noite, ca nsado de tanto toear, acabo u criando

uma nova batida inte rca lando

com as outras duas. o ouv ido apurado de Andre identifico u aquela co isa estranha. 0 diretor de bateria apro xim o u-se â‚Ź, por alguns minutos, ficou ao lado do surd o. Miqu imba a te pensou

Miquimba

que levaria uma bronca d e seu

mestre, porem 0 diretor gostou

tanto da cria<;ao que mando u que fize sse m um s urd o e~c1usivo e mais co mpacta que os ou tra s dai s para 0 Sebastiao. Co m 0 s u cess o da bateria , novas apa i xona dos

foram s urg ind o e hoje ca da integrante tern urn sentimento

d ife re nte

para

co n tar

exp ressa r. No e ntanto,

0

e

amor

e a pa i xao pe la esco la e a bateria sa o as mesm as: verdadeiras. JJ

Me

c ha m a

L uc ia

Coe lho, tenho 21 anos, mo ro no Ponto Chic, em Padr e

"Comsuas famosas paradinhas, ele transformou a Mocidade Independente 'num fator importante no crescimento cultural CIa Zona 0rste'~

,

Mi gue l. Estou na bateria desde 1999. Eu so u dire tora de ta mbo rin s . A Moc idad e e minha paixao desd e pequ ena, comecei na banda de musica de escola. A parti r dai comecei a ver a bateria de uma escola

de samba com os outros olhos. A ba te ri a da Moc idade repre se nta tudo n a minha

vida, toma 90% do meu tempo e a co isa com que eu mai s me p reocu po. Eta torn o u-se a coi sa mais essencial do me u • d i ~-a- d ia. Es pe ro qu e ela fa<;a mais 50 anos com essa alegria que n6s esta mos tendo." "Meu nome e Daniel Lopes e tenho 36 anos. Desde de crian~a ell sou apaixonado pe la bateria da Mocidade. lsso aconteceu quando e u me mudei de P il ares para Padre Migue l. Q uando voce e MocKlade e sempre Mocidade, nao te n) QU tra e sc o la para voce. A moc id ade e minha esc ol a d e cora <;a o. Eu to co tamborim,o instrumento mais bonito e que todos procu ram aprender quando entram e m

.

50

~ta

:MocUfaae 50 anos


uma ba te r ia . Es pe ro q u e a Moc id a d e fa , a urn d es fi le espetacular, pa ra isso estamos

ensa ia nd o muito, pa r a nao

fazerm os fe io na avenida."

" Eu sou Alex Lopes, 32 anos. A Moc id a d e e minh a vida, ela e a pa ixao de todos na Zona Oeste. Nao consigo me ve r fo ra d a ba teri a d a Moc ida d e. A Moci d a d e I' nossa vid a. A minim fun,ao I' toear tamborim, que e 0 brilho da bateria. Eu quero qu e em 2006 e la ve nh a co m muita garra para recu perar 0 nome que fo i deixado pelo Mestre Andre, e vol tar a ti rar notas maximas."

"Sou Luis Eugeni o\ d a Sil va, 34 a nos . Ha 20 a n os estou na bateria da Mocidade. A minha pa ixao pela ba teria co mec;o u

q uand o

eu

er a

mo le qu e e m o rava n a f u a

Oemente Ferre ira. Eu precisei tamar um a inj e,ao, s6 que estava e m fa lta no posto d e saude (Wald ir Franco), mas 56 tinha na q ua d ra d a esco la. Quand o entrei na Mocidade fiqu e i a pa ixona d o por tudo isso. Co m o m e u ti o e ra

envolvido com bloeos, a minha pai xa o p e la ba ter ia s6 fe z crescer. E 0 me u prime iro an o

com o direto r d e bater ia da Mocidade e so u responsavel pe lo mi o lo, o u seja, ca ixa, repiq u y as rn a rca,aes d e terceira, prime ira e segunda.

A bate~ia d a Mocidade te rn alg uma coisa mui to espec ia l q ~ n ao sentim os e m n';' hum a o utr a esco la, a responsabilidad e e a mesma, mas 0 frio na barriga I' sempre na Mocidad e . Es pe ro qu e a Moeidade volte a ser a bateria que sempre fo i, te mid a e respeitada."

" M e ch a m o Re na to Dias, 24 anos. A minha paixao pela Mocidad e vern de fa milia, se m pre foi meu pal apa ixonado p ela Mocidade e para rea lizar 0 soOOo do meu ve lho entrei para a bateri a, go s te i e estou a qui h a se is a nos . A Mocida d e e 0 m e u time de co ra,ao. 0 ins trumento que eu toco e 0 tamborim, qu e fa z a ba te ria d esenhar 0 samba. Eu quero parabenizar a Mocidade pelos seus 50 anos. Para mim e uma hom a fazer parte da bateria e d essa hist6ria." " Eu sou Michel David,

A C~ ulfas.:ilm La; o Qe o-Jr1) POdt nac> Ran llar $ernpre . M3S 'tQce s..Oe de tDca

a SJ a trao lca:). t mao ventla para 0

d-! ta roe ~ SUDer St ltClOlMas e at,roveltt 0 tunet co rn 5clladas. Plcl[05 Quentes e S<lDreltleS a5 voce- val Morar.

D.

5 ~ a $&lIC~ O ,

de l it

~ mU ~ ()1f.

rJiruista :Macicftufe 50 anas

rOOllO

Alet\illnr;li ~"*Mb. qrt;OQ

.. c~ . h ,. . f*J!

" .1A'b

.calnll rm~ .M"""".,

Aos dom,nEO\. -de- ll b a 23~ • Av Bra. iI. 32045 . Blnru . leI. : 33])¡ 5144

51


e les falaram que nao daria para eu ficar. 56 que como eu ja morava em Padre Miguel, eu tinha que ficar n essa esco la . Eu apanhei um tamborim e comecei dar umas

MestreJonaseaRainha VivianeAraujo

38 anos. A pai xao p e l a Mo c idad e 56 pode ser d ecifrad a por n6s moradores da Zona Oeste. to a escola que devo ' muito por es tar nos projetando como ritlllistas da bateria . Eu sou do tamborim, porque ele e 0 instrumento que zoa bonito aos nossos ouvidos. N6s vamos entrar na ave nida

co m

todo

gas,

e nergia

y Se 0 contato da . Mocidade foi facil para os mail , novos integrantes da ba teria, a persistencia de mostrar 0 seu potencial ao Mestre And re foi o dife re nc ial para Quirino Lopes, 0 Quirino Cheiroso. "Eu vim para Mocidade em 1967, para a a la dos compo sitores, mas os compositores n ao me receberam muito bem, porque e u era d e uma esco linha pequena. Eu era do Uniao de Centenario de Caxias. Entao, positiva".

52

pa n ca dinha s. Entao, Mes tre Andre, chego u para mim e disse: o cidadao nao esta dando certo, voce esta misturando 0 meio de ca mp o. Larguei 0 tamborim e nao sabia 0 qu e iria

faziam. Resultado: quando cheguei com a cUlea para tocar, 0 Mestre fez um teste comigo. Eu fui fazer 0 teste e passei. Hoje devo muito a Mocidade e ao Mestre Andre/' emociona-se. Hoje, a batuta esta sob 0 comando do Mestre Jonas, prata da casa e discfpulo do Mes tre Andre. Sua responsa bilidade e trazer de volta orespeitoe ocarisma q~e a bateria da Mocidade sempre teve. "Tenho que retornar com as "paradinhas" que fizeram da Mocidade um g r a nde Silcesso. E muita responsabi lidade estar a frente dessa bateria mas com ajuda de todos tenho certeza de que J

realizar e mos

"Tenho que retornar com as 'paradinhas' que fizeram da Mocidade um I grande sucesso. E um ol'9ulho fazer parte dessa familia verde e branco'~ fazer. Comprei uma cuka. Na

epoca tinha um Idolo na cufca que se chamava Germano. Ele chegou para mim e"tambe m disse: voce toca isso? Eu fal ei que estava a prende ndo. Ele retruco u: aqui aprendiz n ao. Fui para ",!sa, pratiquei bastante,

freqUentava

os

ensaios 56 para ver como e les

urn

bo rn

trabalho. to urn orgulho fa zer parte d essa familia verde e branco ," afirma Jona s Oliveira. Segundo 0 diretor Luis Eugenio, os jurados julgam a bateria por s u a afina~ao e andamento. "Eles nao querem saber se temos 300 ritmi stas, e les n os avaliam co mo musicos. Por isso, a afina~ao do s in strum entos, principal mente, dos su rdos sao importa ntes para a nossa escola," ga rante. Se a alma de escola e a bateria e ela tern um surdo de primeira , de segund a e te rce ira, tamborins, ca ixa, repique, c huca lho, cuica, agogo e reco-reco, s6 falta na avenida do sa mba 0 povo g ritar "o le", imorta li zar e :sa lva r a lm a da estrela de Padre Miguel. Salve a Mocida de!

•

~ :M.ocUfad'e 50 alWs


Presidentes limo lJ ajetdl ia de HlCe5UJ depende do traba/flo lirdIfO de gralldes /zomel15 I POR PAULA B~UNA

ti

,

. , ,.

,

I'

..


Silvio Trindade (Tio Vivinho)

Ariodontino Vieira (Tio Oengo)

(1953 - 1960)

(1960 - 1962)

I

Fund a d o r e prim e ir o pres id e nte da esco la, co m e le a Mocid ade se reg is tro u na

Fa i co mp os itor d a Mocida de e de u

Assoc ia<;ao d as Esco las de Sa mba. Sem esse

contin u id a d e d o traba lho que Ti o Vivi n ho

registro, a escola continua ria send o um blaeD.

iniciou.

Na s ua ad ministra <;ao, a Mocidad e ganhou a carnava l d o grupo de acesso com " Apoteose do Sa mba" e passou pa ra a 1° grupo. Segund o o beneOlerito e componente da Ve lha Gua rd a Adyr Alves, e le cha mava carinhosamente se us

Ta mbem proporcionou boas coloca<;6es pa ra a Moc id a d e co mo p eq ue na esco la de sa mba, com a enredo "Carnaval Carioca" que fi cou em 7" lugar e co m a enred o "Bras il no Ca mpo Cultura l, onde obteve 0 5° lu ga r.

amigos de

"0 meu" .

\

.

Orozimbo Oliveira •

(1962 - 1964) "Na e p oca d iz ia m que a unico qu e

pod ia dar jeito na Mocidade era a Orozimbo, nao par va lentia, m as sim p el a a mizad e qu e e u tinha perante 0 pessoa l", afirma 0 expresidente. Na s ua gestao, fez a primeiro Iivro de entrada e saida e p roporcionou uma excursao para Londrina. Foi presidente, vice-presidente, par ti cipo u do con se lh o fi scal e co n se lh o delibera tivo. Ele e s6cio-proprietario, fund ado r e gra nd e be ne me rito, m as gos ta d e chegar an6n imo na Mocidade. t pai d o atual mestre de bateria Jonas '. de Oliveira e d o ~-mestre Jorjao. "A Mocidade e a minh a seg und a fa m il ia " , enfa ti za Orozimbo.

54

'%vista ;MocU{rufe 50 anos


Jose Pereira da Silva (Mestre Andre)

(1964 - 1965)

o mestre de todos os mestres de bateria, e urn

mito no rnundo do sa mba. Mas 0 que muitos nao sabe m e que e le, a lem d e ser 0 criador da fa mosa pa radinha (ole d a escola, imitada po r todas as outras agremia<;6es n a avenida), foi nosso presidente durante um ano. Gostava que a· s ua ba teria fosse chamad a de ALa M oc idade do Ritmo . "0 Mes tre A ndre passava muito respeito e todos respeitavam ele. Trouxe muita renovat;ao com as paradinhasu ,

afirma Miquimba.

Gerso~ "Ele foi

0

Lopes de Souza

(1965 - 1966)

organizador d a Mocidad e lnd ependente em materia administrativa", conta

0

atual vice-presidente administrativo Didi";. Segundo ele, fo i Gerson que 0 convidou para comec;ar na diretoria da Mocidade.

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Olimpio Correa (Gaucho) L%6

q

0

8

1

Ele foi um dos presidentes m a is importantes da Mocidade, pois permaneceu por 14 anos e trouxe tres Wulos para a escola: "Ziriguidum 2001 Um Carnaval de Estrelas", "V ira-V irou a Mocidade Chegou" e "ChueChua As Aguas Vao Rolar". A Verde e Branco para ele sign ificava amor e paixao. Devido ao seu trabalho, foi considerado 0 "Presidente do 5eculo". Passou pelos ca rgos de preside nte executivo, vicepres id e nte e presidente do co n se lh o delibera ti vo. Fo i presid ente em 1966 ate 1970. Depois ficou afastado e retornou a convite de Nelson Costa em 1981. Teve como seu vice-presidente Paulinho Andrade, filho do sa udoso Castor de Andrade. Uma fu sao perfeita: "Castor de Andrade di zia qu e nao tinha ningu em para

concorrer

CO il',

e le e qu e a Mocid ad e s6 tinha

urn dono e esse dono era 0 Gaucho", conta a

sua esposa Arli Correa. Chiquinho lembrou d e uma Frase que

0

eterno presidente d iz ia: "A estre la e !TIuito grande, passa por cima de tudo".

A familia

,

t'

Gaucho deixou dois filhos ) 0 mais velho, Claudio Correa, atual vicepresidente de esportes e 0 mais novo, Alexandre Correa, que desfilava na escola e ja participou da bateria mirim. Hoje, a tribuina da Mocidade tem o nome do presidente que marcou a hist6ria do carnaval: OLIMPIO CORREA. Uma conquista do seu filho primogenito. Cltilldio Cordia, Arti e Alexalldre

56

'Rsvista :Moclaade 50 alios


Nalrton Chaves / Heleno Rocha (14/r.

Major Ademir da Costa Pereira

1Q 71

(1911

No periodo de prepara~ao do carnaval "Raps6dia da Saudades te", duas administra~5es comandaram a Mocidade. Primeiro com Nairton Chaves e depois com Heleno Rocha.

Era concunhado do Heleno Rocha e apresentou os enredos "Rainha Mesti~a no Tempo de LUlldu" e "Rio Zoe Pereira".

Osman Pereira Leite o garoto do samba,

1973)

(19/:s - 191<)

assim chamado por seus amigos, se destacou demais com sua

administra~ao.

Ele foi convidado em 1973 para ser presidente da agremiac;ao e comec;ou com chave de ouro, com a contratac;ao del cen6grafo e carnavalesco Arlindo Rodrigues. "A Festa do Divino" foi o seu primeiro carnaval como presidente e ficou gravado na lembranc;a de todos. Seu lema sempre foi trabalho, de?icac;ao e amor pela verde e branco. Foi eleito "Consu l do Samba" e em sua gestao a escola foi campea com 0 enredo "0 Descobrimento do Brasil". Segundo 0 ex-presidcnte executi\~o Nelson Costa, a Mocidade teve duas fases. Uma antes • • de Osman e outra depois de Osma~ "A escola antes de Osman brigava pra nao descer e depois de Osman passou brigar para ganpar", afirma. Jorge Francisco, 0 Chiquinh,f, conta que entrou na Mocidade atraves da sua adrninistrac;ao: "N6s eramos amigos de infanci;\. Ele comec;ou a renovar a Mocidade para ser uma escola competitiva" .

Osman: a direita do trofeu

'l<!vista :MDcUfaae 50 anDS

57


Nelson Costa (1979 - 1981/ 1985 1986) H oje co m 0 5 seus 65 anos, conta que come,ou na Mocidade freqUen tando os ensa ios e apaixonou. Na ep oca linha uma construtora e toda vez que 0 Chiqu inho Pastel p recisava de a lguma [oisa, co laborava emprestando urn trator ou c3nunhao. Com isso fo i se envolvendo CO Ill a escola, e mpres ta ndo seus tratores para pu xar as alegorias. Na oca siao e m qu e 0 ex-pres id e nte Os man Pere ira Lei te nao pod ia ser ma is ca ndida to, foi fe ito 0 co n vite para ser 0 pres idente da escola: "Eu levei um 5USto, nao fa z i a nem id e ia de ser d i retor. qua nta m ai s

,

pres idente. Ma s fiqu ei envo l v ido e acabei 'aceitando". Qua ndo assum iu a presid en c ia, a Mocidade nao tinha quadra para ensaiar e nem

na mfdia, divulgando a esco la na radio, televisao e eventos: Atraves da Riotur, toda

barracao. "Co loquei os operarios da minha finna para fazer as obra s e conl isso aumentamos 0 tamanho d a quadran. Urn

vez que tinha Ulna ocasiao inlportante no Rio de Janeiro, a escola que ia se apresentar para as autoridades era a Moc idade". Fernando

trabalho d ifkil, mas que deu resultado, com a reforma dos banJleiros e camarotes. COInec;ou a p romover a verde e branco

Pinto fo i trazido para a escola a seu conv ite e fez 0 seu primeiro canlaval com 0 sucesso de "T ropica li a Maravi lha".

/I

Americo Siqueira Filho (1973 - 1979) Atual

tesoureiro da Liesa, na sua

gestao a Mocid ade apresentou Marraio-Ferid6 Sou Rei.

0

,J

desfi le do ;

.-

Palacio (Desde 1976)

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58

.

'R,rvista :Mocid"atfe 50 alWJ


Jose Roberto Tenorio (1 M 3

'995/1998 2001/200:-

Em 1998, e n ca minhou ao e nt ao Presidente d a Rep ublica, Fernand o Henrique Cardoso, 0 oficio solicitando a cessao da lirea do INSS, com a interfe re ncia do d e puta d o fe dera l Ronaldo Cesa r Coelho, 0 acessor de imprensa da mocid ad e Antonio Galante e do entao vice de relaC;Des publicas Paulo Via nna. A lirea en t re as ru as Ma recha l Ma rc ia no e Ma rechal Falcao da Frota estava abandonada h. mais de 30 anos e 0 espac;o seria ideal para a co n s tru c;a o d a Vil a O limpi ca d e P a d re Miguel. Jose Roberto Ten6rio assinou convenio com a Federac;ao de Atletismo do Estado d o Rio de Janeiro, para descobrir talentos entre os atletas da MOCIDADE e pod erem competir na Olimpfa da d e 2004. Em sua gestao foi criada a comissAo de ca rnava l, em 1998, co m posta por ele, lPa ul o Fra nchini, Paulo Vianna, Doug las d a La pa e Vicente d e Paula para tra balhar e~ par ceria com 0 carnavalesco. f Hoje, Jose Roberto POSS4i 60 a nos e gu a rda r ec ordaC;Des d a esc ola com muito carinho: "Fizemos um esfon;o muito grande no desfil e de 'Ziri guidum 2001'. N6s fazfa mos uma fo n;a enortne pa ra colocar 0 carnava l na avenida. No fim , d e tudo conseguimos, co m

2004)

muita vontade, fazer urn belfssimo desfile. 0 resulta do foi 0 campeona to. 1550 me marco u muito, em bora na epoca eu fosse d iretor da escola. Alem disso, a Mocidade fi cou conhecia por sua bateria nota 1.0 e os grand es carnavais de Fernando Pinto e Renato Lage. Acho que 0 Pa ul o Vi a nn a va i con seg uir leva ntar a Mocidade. Foi uma epoca muito boa e que me d o saudade". Mensagem para a escola: CatTIinhem junto com a Mocidade porque gostar da escola e se dedicar. Com certeza ela a inda vai trazer muitos campeonatos. Se Deus quiser!

Jorge Pedro Rodrigues (1995

1998)

No seu primeiro ano (1996), a Mocidade foi ca tTIpea com 0 enredo "Criad or e Cria tura". Alem d isso, nos dois an os seguintes foran) marcados com magnificos carnavais: "De corpo e Alma na Avertida" e "Brilha No Ceu a Estrela que me Faz Sonhar". Jorge Pedro erguendo 0 trofeu

iJ?!vista ~Dcidiu{e 50 anDS

59

I


Paulo Vianna (2001 - 2002 I 20 4

j

dente exe utlVO)

Ele foi conselheiro, vice-presidente do co nse lho de li berativo e preside nte do

Qual foi a importancia do Mestre Andre? 0 Andre era uma pessoa muito polemica.

conselho, vice-p res idente rela~6es publicas e membro da co missao de cal¡naval.

Ele pra bateri a da escola foi um mito, um fenomeno entre os dire tores de bateria. Fez

do s departam e ntos A traves comunita rio e femini no, 0 atual presid ente desenvolve projetos sociais que visa m

seu nome co m a prese n~a dele na frente da bate ri a . As paradinh as que inv e ntou e deram resultado. Antigamente, diziam que

ate nder a com unidad e carente da regiao.

quem leva va a Mocidade e ra a bateria.

Numa

co n versa

am igave l

e

descontrafda, a seu amor pela Mocidade fica claro. 0 filh o do ex-deputado Wald emar

,

pr

Antes do ca mpeona to de 79, nao se fa lava nem na escola, era a ba teri a por ca usa do Mes tre Andre. Oepois de 79, essa co isa

Vianna, conta sua trajetor ia pela escola:

mudo u um pouco porque a escola fico u g ra ndi osa, co m seus desfil es e ca rnava is.

Como foi seu primeiro contato co m a Mocidade? Eu tinha 10 a nos. A Mocidad e

AII'm disso, a bateria a te hoje, pra mim, q ue

desfi lava e m Padre Mi guel. Ela era um bloco e meu pai fazia cam ava l todo a na naq uela epoca. Eu era ga roto, mas acompanhava desenvolvimento do desWe.

so u suspeito de dize r, nao te m ne nhum a outra qu e se ap roxime e m qualidade c ritmo da ba te ria da mocidade.

0

\

A

pre se n~a

de Castor de Andrade foi

fundamental? Ele ajudo u muito e ma rcou Quais foram os compositores que marcaram a historia da escola? Eu acho que o compositor q ue mais marcou na escola ate hoje foi 0 Toco. Ele aiI'm de te r ganho va ri~ sa mba s no d es file d e carn ava l, posstl i sa mbas de quadra belfssim os. MarcoLI e marca ate hoje sua Qual foi

0

prese n~a

.u'na epoca muito forte na esco la de midia. 1\ prese n~a dele era importa nte.

•

na esco la.

desfile que mais te marcou? Pra

mim foi 0 Descobrirnento do Brasil. Porqu e foi 0 primeiro ca mpeona to da esco la. Eu participe i d ire tamente d esse carnaval, traba lhei muito. 0 Osman era presidente e eu ,v ice- presid en te de re l a~6es publicas. Foi um camaval co m muita difi culdade, ma s belfssimo e co m um sa mba muito bonito.

60

<Rsvista 'Mociiltufe 50 anas


A quem se deve

0

sucesso da

Mocidade? Eu acho que e a estrela da Mocidade. E 0 traba lho de muita gente que ja partiu para outro mundo e de alguns que continuam. A escola nasceu pra ser grande e eu nao tenho duvida disso. Ela egrandi osa

I

em todos os sentid os.

o que voce sente quando a Mocidade entra na avenida? A gente fica numa tensao muito grande. Uma coisa e voce como diretor ou compone nte e outra e voce co mo dirigente principal. A emo<;ao passou a ser vivid a com tensao, do momento inicial do desfile ate 0

Uma frase que resuma a Mocidade na sua vida? E, sem duvida, a minha paixao.

•

fina l para que nao haja e rro. Qual foi

0

carnavalesc'lo q u e marcou a

WALDEMAR VIANNA

o ex-deputado

escola? Eu posso cita r Arlindo Rodrigues, foi qu em nos deu 0 " Descobrimen.t<'l do Brasil". 0 nosso qu e rido Fernando ~into,

Utilidade Publica

qu e foi inovador e diferente de muitos e

r ndependente de Padre Miguel. Era

infelizmente marreu ainda jovem.i:l Renato Lage foi outro grande ca rnavalEÂĽ\co qu e a esco la te ve e ficou por 13 anos na esco la.

presidente do CREIB de Padre Miguel e

foi aut or da Lei

n033? de 16/ 10/1963 que considerou de 0

G.R.E.S. Mocidade

promoveu um concurso em 1955. Na epoca a Mocidade era um bloco

Agora, com 0 atua l carnavalesco Mauro Quintaes, eu acho qu e vai surp reende r

carnavalesco. Neste mesmo dia, a Unidos

muita gente, pois esta fa zendo um carnaval

concurso. Impossibilitado de dar 0 10

belfssimo para a escola. Como a Mocidade e vista pelo publico? Ela .

lugar para os dois blocos, 0 Sr. Waldemar

de Padre Miguel tambem participou do

considerou a Mocidade como uma escola

e vista com muito carinho. Quando nao e a primeira e sempre a segunda escola de cada

categoria. No seu primeiro desfile em

pessoa. Eu conhe<;o pessoas da familia de

Padre Miguel, sob. a presidencia do Sr.

outros dirigentes que sao Mocidade.

Si lvio Trindad e ' (Tio Vivinho ) , 0

de samba e deu 0 10 lugar nessa

compositor Tiao Marino fez um samba

o que a Mocidade representa pra voce? Eu

exaltando Waldemar. Ele ficou Iisonjeado

sou aposentado e me dedico integralmente na Mocidade. Eu saio do ba rracao as vezes

com a homenagem e propos ao Tio Vivinho, em uma reuniao, transformar 0

10h e 11h da noite e 9h da manha estou aqui.

bloco em escola de samba. A ideia seu

As vezes mais tarde ou mais cedo. Ela hoje e tudo na mmha vida.

certo e a 1a ata da escola foi assinada

'RpIista :Mocitfatfe 50 anos

no dia 10 de novembro de 1955.

61



A raiz da Mocidade Uma escola de samba que niio sobrevive \ sem a sua historia I

,

POR ANDRE Tj-I0t"AZ

t'


Jl

fundar a ga leria, \ d edicavam

a

diretoria. Entao, a minh a,

plantando uma arvore

esco Ja, se r e uni a m todo s as saba dos para bater papo, beber cerveja • e ca n ta r se us sambas sem

qu e cre sce r ia e da ri a bo ns

nen h uma ~rete n sao fut u ra.

ajudar as vel has guarda. Por

frutos . "A vantagem da Velha

exemplo,

Guard a e que se coloca rem lim

lam tecendo e co n struirn:l o u ma gl'.ind e hist6ria do samba

bo Ulo

11a CO ~lunidad e .

0

tinham ce rteza d e

p a ra

vendem.

estava m

q ue

T C Il1

vender,

eles

que ter ideia e

nao esperar do presid e n te. Por isso, me afastei um pouco para ver se eles se mov im entam",

reve la 0 prcside nte da Ve lha Guarda Wa nd y r Trindade (Macumba).

Ini cialmente,

nUIll

barradio de madeira na Vila Vintem, sen hores e senhoras do mundo d o sa mba: CO III posi tar es,

pass istas,

simpatizan tes

64

sa m bista s, e

ba ian as

q ue

se

,Hoje,o veLho bar radio se ta rna u u ma se de co m tres pav im entos, onde os seus integra ntes pod e m se sentir me casa. No entanto, \Nandyr r essa lta a sua preoc upa <;ao com 0 futuro da sua entidade e da s co ir m as. ' 11 As ve l ha s guarda te ri a m que te r m a is apoio. A m inha tem, porqu e sempre fi z parte da diretoria da escala. Na Mocicfad e nao

ainda te m aquele va lor. A

Prefe itura poderia repassar UI11a quantia em dinheiro para

0

valor d a fa ntasia

da Mocidad e fica em R $500,OO. Qu e m nao te m dinheiro fa z 0 q ue?", canta. Nesses 42 anos d e ex is tenc ia, as seu s 94 integrantes pod eol comemorar o es fon;o do se u pres idente. Hoje, ela e reconhecida como utilidad e publica . "A minha velh a Gua rda e reg ist rada e tem CNPJ. Ela e utilid ade publica. Eu procurei legalizar a Ve lha Guarda. A vida na Ve lh a ,e':uarda e com muito .

te m n inguem m ai s vel ho do

sacriffc io. Fiz isso l1a intenc;ao

que eu, semp re acompa nhei a

de angariar fu ndos at raves d e 'RpJista MOClifaae 50 aI/os


AdyrAlves

patrodnios e assim ajudar as nOSSDS velhinhos," emocionase Wandyr. E a ajuda veio do pr6prio presidente que adquiriu uma kombi para transportar os seus integrantes. ''Como n6s nos reunimos todos os domingos com as outras velhas, tivemos que comprar uma kombi. 56 assim eles poderao if com mais tranqililidade e seguran<;a aos

'Rยงvista 940cidtufe 50 anos

eventos," afirma 0 presidente. Para Macumba, 0 grande barato ever um integrante da Velha Guarda se arrumando para desfilar na Marques de 5apucaf. "0 integrante da Velha guarda se aprontando para iT' ~o desfile e uma coisa delicio~a. Ele se arruma todo, anda pelo Ponto Chic' (Padre M~uel) para que todos p<;,sam ve-Io arrumado.

Quando termina 0 desfile, ele xinga 0 sapateiro. Eo calo que incomoda, e 0 cravo que nao deixa ele em paz, a feupa que esta apertada... A velha Guarda nao e facil," revel a Wandyr Trindade. Se a preocupa<;ao com 0 bem-estar dos seus integrantes e a sua nl3rCa registrada, 0 presidente ressalta: "Eu gostaria muito que 0 nosso carnavalesco colocasse os velhinhos na frente do ultimo carro. Eles querem aparecer e muitos dos seus parentes querem ve-Ios na televisao. Eles gostam de serem apreciados, respeitados e valorizados. E u rna questao de agradecimento." Enfatiza 0 presidente E foi atraves dessa irnportancia que a galeria da Velha Guarda, percebendo a cornplexidade, acompanhando as inovac;5es e as avanc;os

65


tec n o l6gicos

lima esco la, m anh~ m a rai z. A

qu e es tao oCOITendo 'e m todos as se tores e em todos os niveis, resolveu

ca mpeoes. Essa e a n ossa flln~ao. Esta mos de volta para co la bo rar1 depois do

gen te tem aq uela ob ri ga~ao de nao d e ixa r as sa mb as q ue

mostrar

fal ec ime nto

do .. Il !iSSO patrop o, " reve la 0 dire tor

fize ra m a escola crescer, cafre m no an on i mato e

mu s ica l d a Velha G u arda S h ow, , Affonso da Cos ta Me ndes.

tambem ajudar essa juventu de

a

identidade d o

sa mb a d e te rr e iro, qu e ao s

pou cos esta sendo diJuido pe lo samba de e n redo. Foi cri ado assim 0 Sh ow Samba d e Te rre iro aprese ntado pel a Ve lha G uard a Show. Criada em 2000, por u m grupo mello r de sa m bistas, a Velha Guarda Show passou a representar a M oc idad e Ind e p e nd e nte d e Padre Mi guel em a pr ese nta~6es,

rad as de sa mba, casas de sho\ovs, movime ntos artisticonllls ica i, levando a bandeira do puro sa mba da Vila d o Vinte m. "A ob ri ga~ao nossa e difundir

0

com in strumento s mu sicai s.

Eu co la bore i co m muitos sa mbas qu e jii fo ram

a organi za r 0 sa mba. A Velha G uarda

e pratica mente um pai

e a escola uma filha," justifica. o retorno ao bom

"Ela e a espinha dorsal de uma escola, mantem a raiz. A Velha Guarda e praticamente. um pai e a escola uma filha'~

que a escola tem de

bom . Eu me form ei mu sico. Carato novo, e u ja trabalha va

66

,

sa mba, a cri a<;ao livre, sin1pl es

e direta, falando das coisas do lu ga r, do romanti sm o do co mpositor, sao artimanh as

sec re ta s.

Todo s

in g redientes

es tes

r e fa ze m

0

universo tao brasileiro. Prova

d isso, ;; . 0 sentim ento que os . integrantes da Ve lha Guarda te m pel a e ntid a de e pe la esco la. " A ,ve lha g ua rda nao d eixa co m qu e as pessoas

o diretor ressa lta qu e e m uma esco la de sa mba, a Ve lh a G uarda te m LIm eq uilibri o que fa z difere n ~a. "E la e a es pinha dorsal de

esq ue<;am a importancia qu e a Mocidade tem e m LIma cOl11unidad e, principalmente, a d a anti ga e a de ago ra. A

ve lh a

g uarda I%vista

leva nta

~ocUftufe

50

a

allOJ


Mocidade," afirma Dario da Costa Mendes. "Poder fazer parte da Velha Guarda Show e levar para as pessoas 0 real valor do samba. Primeiro lugar vern a minha familia depois a Velha Guarda. Eu acredito que a Mocidade fara um camaval brilhante. Que Deus aben,oe a Mocidade na avenida," diz Djalma Nicolau. Para Quirino Lopes, registrado como Quirino Cheiroso, a midia nao reconheceu 0 real valor das Velhas Guarda. "Primeiro, a rainha da bateria tem mais valor que 0 Mestre da bateria. Esta certo que ela e mulher, mas cade 0 valor do mestre. Na Velha Guarda so entra

quem sabe real mente alguma coisa de samba, que tenha come<;ado la debaixo. Tem que ter muito arnor a escola para chegar aonde nos chegamos," desabafa. Atualmente existem muitos sambeiros, coisas da moda. Na Velha Guarda da Mocidade tem sambistas de carteirinha, que refazem 0 universo musicaL cultural e social tao rico e importante, tomado-se um verdadeiro patrim6nio cultural brasileiro. "Muitas vezes, eu saia de casa doente, con1 chuva e jogava a minha cufca nas costas. Eu saia para escola de samba, nao perdia um ensaio. Para chegar aonde eu cheguei hoje, Deus," revel a gra,as . a

.

Quirino: o repert6rio da Velha Guarda Show e baseado em sambas de enredo, sambas de terreiro e na hist6ria da agremia<;ao. Conta com musicas como: Cnrtao ideJItidade, de Djalma Cril e )orginho Carioca; Foi voce, de Tiaozinho da Mocidade; Nosso pavilhao, de Helio Porto; Nao SOli de perdoar, de Quirino da Cuica; Apoteose ao Sall/ba;

Festa do Divino; ZiriguidulI/, entre outros. A gale ria da Velha Guarda da Mocidade Independente de Padre Miguel preserva a his tori a e a tradi<;ao do samba da Zona Oeste, em seu Show Samba de Terreiro. •

Velha Guarda Show

'R§vista 9rf.ocit£ade 50 anos

67


Momentos Especiais ,

Uma chuva de estrelas sempre aumentou o brilho da nossa escola POR PAULA BRAZUNA


Vma frase que resuma a Mocidade na sua vida: "Mestre Andre"

Andre Luiz Pereira da Silva, possui 33 anos e e filho do saudoso Mestre Andre. Participa da escola, segundo ele, desde a barriga da sua mae. "M inha mae era a primeira princesa da Mocidade e meu pai ja era Mestre de Bateria. Eu costumo dizer que sou uma pessoa cheia de fe li cidade, porque normalmente 0 pai eo nosso idolo e eu tenho a felicidade de ser d uas vezes idolo do meu pai. Primeiro porque e meu pai e segund o porque colocou 0 seu nome no mundo do samba". Dos cinco titulos do ca rn ava l da Mocidade, participou de quatro: "0 camaval qu e mais me marco u foi 0 "V iTa -Virou A Mocidade Chegou". Foi 0 primeiro ano do nosso ca mp e onissimo Re nato co mo Lage carnava lesco. A escola ( on tau a s ua traje t6ria no enredo. Eu vim representando 0 meu falecido pai, num carro aJeg6ri co atras da bateria". Em 1998, lan~o u a Ala do Molejo, onde convidou varios artistas, amigos seus, para 0 desfile.

• t' "Sou nascida e criad a em Padre Migtfl e sei que esta esco la e a vida da minh~ gente." Afirma Elza Soares no ano do "Carnava l da Doa~ao" que retornava it escola depois de 10 anos. Com sua voz rOllca e marcante, gravou 0 samba " La em Padre Miguel". Foi a primeira e (mica puxadora de samba.

La velll

a baterira da Mocidade independente Nao existe mais quel1te Nao exisle mais quete

E 0 festival do povo E a alegria da cidade Salve a Mocidade! Salve a Mocidade! Mestre Andre sempre dizia: "Nillgllcm segu ra a nossa bateria" Padre Miguel c a capital do samba Que tem a bateria que bate melhor no camaval!

69

~a :M.ocUfatfe 50 anos


Era uma !oucura, pais eu toea va com a Mocidade no sabado e tinha ensaio da Estrelinha no domingo a tarde. Mesmo assim era l11uito legal, muito

agradavel" . A escola sempre esteve presente no cora<;ao do cantor: "A Mocidade fez parte de lim momento mllito especia l na minha v ida. Contribuiu na m i nh a

forma~ao

co mo

pessoa.

Con heci pessoas da melhor qllalidade como Tiao Miquimba eOrozimbo. Ver o Coc na frente da bateria e 0 Jorjao tambem que tinha lim a lideranc;a

incrive!' Rea lm en te foi um tempo muito lega l. Ney Vianna foi fant as tico. Foi um sa mbi sta que

marreu dentro da quadra, ouv indo as

tambores de Padre Miguel. Toco, g ra nde poeta da Moc id ade, resp ira poesia. Todo aq uele momento das

,

pessoas ovac ionarem Castro de

An drade era imprcssionantc. Ver 0

Come<;ou na Mocidade com 10 a nos de

quanto a famil ia And rade na pessoa do

idade. Foi co mpositor, diretor de harmonia,

Pa ulinho, tinham carinho por aque la escola,

cavaq uinista e componente da bateria. liEu fui

nao 56 por ela, mas s im par toda comunidade",

crescendo indo aos ensaios e aos sarpbas. Qua nd o co me<;ou esse lad o social de cada

enfatiza.

escola ter sua escola mirim, ell co rn ecei a tel'

Mensagem para a escola: "A Mocidade e umit escola que tem uma representatividade

lima partic ipa<;ao efetiva, fazendo samba e ca ntand o. Minha irm a Lucinha fo i porta-

ba ndeira da Mocidade e ganhou estandarte de Ou ro",

Com 15 anos fez 0 sa mba da Estrelinha d a Mocidade: "A primeira vez que eu cantei 0 samba, a Beth Andrade chorava pra caram ba. Eu virei 0 puxador da estrelinha da Mocid ade.

muitp g rande para a minha ge rac;ao. E Illuito bacana voce VE'.! uQla esco la jovem ter uma ~rcida jovem tam bem. Gostaria de aproveitar e ped ir para toda a rap az iada co ntinuar

fo rce ndo pe la verde e branco e ir na nossa qu ad ra, na Co rone l Tamarindo, torce r pela gente

lf •

U)

fa eU ...., l- e I-

fa U. ~

Teve

slla

presen<;a

ma rca 11 te no e nr ed o do

"G rand e Circo Mist ico", o nd e 0 a to r fez lim espetacu lo a parte.

'Rsvista 9docUfaae 50 anos

70


Em meio a tantas mulheres b0tjtas, ele roubou a cena na Sapucai e se tornou., nlUSO do camaval de 1999. A alegria e beleza do ator na pele do maestro Heitor Villa-Lobos seduziram a todos. "Se a felicidade existe ela e representada durante todos os minutos na avenida. Ali foi Uln momenta onde eu nao tive nenhum controle sobre a emo,ao. Eu acho que fui privilegiado naquele momento de ser 0 ator que representou Villa-Lobos tanto no cinema quanta na avenida e acho que a escola nao teve o que merecia. Teve urn reconhecimento popular, foi a grande campea no consciente coletivor mas i550 nao reverteu realmente nada muito positivo. Foi urn momenta antol6gico na minha vida, uma lembran,a inesquecivel". A partir desse desfile, Marcos come,ou a criar u ma rela,ao com a pr6pria Mocidade e com a comunidade de Padre Miguel. "Pra mim a Mocidade hoje nao e um compromisso, e urna coisa que eu procuro. As pessoas falam pra mim: 'Ah voce voltou pra Mocidade'. Eu nunca

71

deixei de estar na Mocidade. Desde que eu desfilei pela primeira vez, eu nunea deixei de estar r mas e u nao tenho tempo fisico de estar n a escola. Estou muito fe li z de ter s ido convidado para esta r de ntro d a escola nos cinqiie nta anos, para fazer parte desse enredo 'A vida que pedi a Deus"'. o a tor se s u r preend e com a co munidade de Padre Miguel: "Eu acho que a gente consegue ver que a al egria nao esta ligad a ao dinheiro. Voce ve um lugar d e conflito social, um lugar de dificu Idade como 0 Brasil todo hoje. A desigualdade social e muito grande, mas a alegri a do carnaval esta ali dentro. A quadra e d entro da comunidade isso fa z com a gente se sinta meio que abra,ado pela comunidade. Entao eu me sinto em casa ali, senl nenhuma demagogia" . Quando a pergunta e: Como voce ' n'Slilllle a Mocidade na sua vida? Ele responde: "Em termos de camava!, eu tenho uma vida antes e depois da Mocidade. A escola marcou 0 carnaval na minha vida. A Mocidade me escolheu, me adotou, filho adotivo nao escolhe os pais, entao mudou a minha vida. Hoje fa,o parte do carnaval carioca de alguma forma. A mocidade esta inserida diretamente na cultura brasileira e eu fico feliz por fazer parte da cultura como artista e poder tambem fazer parte da comunidade de uma certa forma". Mensagem para a escola : "A Mocidade consegue atraves da alegria diminuir as diferen,as. E uma esr~la que tem essa coisa comunitaria, de valoriza,ao das pessoas. E uma explosao de alegria, que faz com que as diferen,as sociais se igualem na quadra e na avenida. Parabens! Meio seculo de camaval e de festa, nao e pouco tempo. Espero que daqui a 50 anos a gente possa realmente entrar na comunidade de Padre Miguel ever uma comunidade integrada, com saneamento basico, escola, ed uca,ao e cultura".

.

.

'%vista :Mociaad'e 50 anos


o d iretor do

filme "V ill a- Lobos Uma

Vida de Paixao" e pa i do ator Ma rcos Palme ira

jii fo i tud o no ca rn ava l, desde jura d o expecta d o r. " Ac h o

0

a

ca rn ava l uma co isa

extraordina ri a, um a gra nde 111anifes ta<;ao popu lar. A televi sao e ruim pro carnaval, e la

nao e n te ndeu

0

ca rn av al , e la fica bota nd o

muita ca mera pra lit e pra cit e voce nao ve 0

desfi le. Entao as pessoas que veem

0

nao sabe m

avenid a

0

qu e esUio vend a,

11 a

carn ava l

e

Dutra (o isa conlp letame nte diferente" ,

o ci neasta desfilo u duas vezes na escola e este ana v ira nova mente: "E u sinta muito

prazer e m vo l ta r pa ra a Moc idade, que v ira u a m inh a esco la por ca usa do V illa -Lo bas.

Nu nca tinh a des fi la d o na ave nid a . Se nti a

Mensagem para a escola: "Hoje eu sou

p r im eira ex pe ri e ncia de d esfi lar co m a

co mpl e ta m e n te Moc idade e e s pe ro q ue e la

Moc ida de" , afirm a.

complete ma is 50 a nos" .

,

ta C C ta

.E -

A atriz no papel de ba il ari n a ju nto co m os eq uili br is tas d a comissao

0"::':::

de frente abrira m 0 d esfil e da Moc id ade em 2002,

ta.9:!

tra ns (or m ando a aven ida

I..

U

~C .

nu m

"Grande

C irc a

Mis tico" .

No a uge dos seus 30 anos e e m plena for m a fisi c3, nossa mu sa fo i ra inha da bateria

nota 10 e m 2002, 2003, 2005 e ma is uma vel iluminara 0 seu posto. " A sensaC;ao de desfil ", pe la Mocidade e (m ica, po is e a minha escola. Eu passe i a te r um ca rinh o, um a m or mu ito

grande pela esco la, desde qua nd o desfil ei pela prim e ira vez na Mocidade. Q uando me to rne i rainha fo i aqu e la paixao, entao uniu tudo. H oje ac ho qu e e u n a o c on seg uir ia v ive r se m a Moc idade, e uma pa ixao mesmo".

Me n sagem para a escola: " Eu q uero desde ja convid ar a todos para irem a escola, para sentir 0 batuq ue da bateria q ue nao tem ig u a l. Co n vida r a to d os que g os ta m de carnaval que van a quad ra, qu e van a escoia, pa ra se ntir e ssa e ne rgia, essa a le g ri a, e ssa v ibra~ao

que a Mocidade tem" .

~ista :Mocitfatfe 50

atlOS

72


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Depois de Adeli Fatima, nossa primeira rainha de bateria, entrou Monique Evans com todo 0 seu charme, ousadia e

I

irreverencia. Permaneceu

por anos na frente da bateria nota 10.

Vai coordenar a comissao de £rente da verde e branco em 2006: "Pretendo Levantar o publico na Avenida com a comissao de frente. Me preocupo para que tudo seja harmonioso e de acordo com 0 enredo". A comissao composta por homens promete surpresas: "Estou entranhada na nossa festa de dan.;a e musica, que e 0 carnaval. Tudo 0 que eu quero e receptividade". • Mensagem para a escola: "NeSse cinqUentenfuio eu gostaria que a escola fo,!se vitoriosa. E uma marca grande e precisa ser feito um bom trabalho. Juntos. Que os slY anos sirvam de li.;ao mostrando 0 que uma tpdi.;ao pode fazer".

Ca rinhosamente chamado pelos seus amigos e parentes de Jlinior, 0 oficial do Corpo de Bombeiros e modelo Jose Albucacy's desfila ~a Mocidade desde 1999. 5empre como componente da Ala do Sol, do seu tio )oao Luiz (Vice-Presidente Departamento Cullural), em 2005 veio como destaque no carro "Casa Nova", "Quando e a e'ltola do seu cora.;ao, voce faz com emo~ao, e mais intense e mai s verdadeiro. Eu tenho urn sentimento de

arnOT

pel a escola". Mensagem para a escola: "Que a escola va lorize Inuito, como sempre valorizou, a for.;a da sua comunidade, porque e ali que esta 0 verdadeiro sentimento. Com a for.;a desse amor, a Mocidade com certeza vai estar sempre sendo grande".

73

~ta

:Mocidatfe 50 anos


I

des file i pela prime ira vez, e u nunca deixei de estar, mas eu nao tenho te m po fisico de estar na esco la. Estou muito fel iz d e ter s ido conv idado para es tar dentro da esc ola nos ci nqU e nta anos, para faze r pa rte desse enredo 'A vida que pedi a Deus'''. o ator se s urpreende com a co mun idade de Padre Miguel: "Eu acho que a gente consegue ver que a alegria nao esta ligada ao dinheiro. Voce ve um lugar de conflito social, u m lugar de dific u ldade como 0 Bras il todo hoje. A desig ua ldade socia l e ITIli ito grande, mas a alegria do carnaval esU\ ali dentro. A quadra e dentro da comun idade isso faz com a gen te se s lnta meio que abra\ado pel a co muni dade. Entao eu nle sin to e m casa ali , senl ne nhuma demagog ia". Q uando a pergunta e: Como voce resume a Mocidad e na sua vida? Ele responde: "Em term os de carnava!, Em me io a tan tas mulheres bonitas, e le eu tenho uma vid a antes e de pois d a Mocid ad e. roubou a cena na Sapucai e se tornou qlUSO do A escola marco u 0 carnaval na n1inha vida. A ca rnava l de ] 999. A alegria e beleza do ator Moci d a d e m e esco lh e u, m e a d o to u, filh o na pele d o maes tr o H e ito r Vill a- Lobos ado ti vo nao escol he os pais, entao mudou a sed uzira m a tod os. "Se a felicidade existe ela mjr)h a v id a. H oje fa.,o p a rte do ca rn ava l e representada dura nte todos os minutos na carioca de alguma form a. A moc idade es ta aven ida. Al i fo i um momento onde eu nao tive inserida d iretSl mejlte na cultura brasileira e e u nenhulll controle sobre a emo.,ao. Eu acho que ,i fi co fe li z por faze r p a r te d a c u ltura co m o fui p rivilegiado naquele momento de ser 0 ator . a rt is ta e po d er ta mbe m fazer p arte d a que re presentou Vi ll a-Lobos tanto no clnema' comunid ade de uma certa forma". quanta na avenida e acho que a escola nao tev\e Mensagem para a escola : A o q ue me rec ia. Teve um reco nh ec im e nto popul a r, foi a gra nde ca mpea no conscie nte Mocidad e consegue atraves da alegria d iminu ir coletivo, mas isso nao reverteu real mente nada as diferen\as. E urna escola qu e tem essa coisa l1lu ito positi vo. Foi um momenta antol6gico na co munitari a, de valori za\ao das pessoas . E minha vida, uma l e mbran ~a inesquedvel". uma exp losao de a legria , q ue faz com q ue as A partir desse desfile, Marcos co me.,ou d iferen<;,as sociais se igualem na quadra e na a criar uma relaC;ao com a pr6 pria Mocidade e avenida. Parabens! Meio seculo de carnaval e com a comu nidade de Pad re Miguel. "Pra mim d e festa, nilo e pouco tempo. Espero que daq ui a Moc id ade hoje nao e um compromisso, e uma a 50 anos a gente possa realmente entrar na coisa que e u proc uro . As pessoas falam pra co munid a d ~ d e P a d re Mig ue l ever um a mim:' Ah voce voltou p ra Mocid ade'. Eu nunca co munid ad e integrada , co m san ea me nto de ixei de esta r na Moc ida d e. Desde q ue e u basico, escola, ed uca.,ao e cultura". II

'RpIista 'MocUfatfe 50 anos

74


.c o m cu -e

Sempre foi um apaixonado pela Estrela de Padre Miguel. A convite de Paulinho Andrade, come,ou a partici par das festividades e desfiles da escola, refor,ando cada vez rna is seu arnor pel a Verde e Branco.

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Incondicional apaixonado pela escola, esteve presente em vill"ios desfiles, sempre no chao e com muita anima~ao. No enredo comemorativo do Brasil 500 anos "Verde, Amarelo, Azul Anil, Colorem 0 Brasil no Ano 2000", 0 t"cnico de futebol era urn anonimo no meio dos integrantes: mas sempre com a stta presen~a marcante.

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Victor Fasano

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0 destaque no carro Beleza Fisica no enredo De Corpo e Alma na Avenida .

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Desfilou em 2002, interpretando um magico no enredo 0 Grande Circo Mistico.

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A dan<;arina do Tchan saiu no carro Terra sem Mal no enredo de Vilia-Lobos

Atleta olimpico e ritimista da bateria nota 10, desfilou ate vestido de Mahatma GANDHI. 0 jogador de volei na~ decepcionou ao toear tamborim na Bateria da Mocidade.

~a :MocUftufe

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50 anos


Participa do carnaval desde os seus 8 anos de idade e se destacou como a Globeleza. Simpatica, linda e com muito samba no pe, este ano recebeu 0 convite para desfilar na verde e branco: "Estou muito feliz em estar no Carnaval 2006, vestindo a camisa da Mocidade lndependente.O mais interessante de tudo e que hoje eu sinto e vejo os dois lados da moeda, de adorar a Escola e ser adorada por ela. Agrade<:;o a Deus todos os dias esta oportunidade que live em minha vida". Mensagem p ara a escola: "A minha expectativa e que a Mocidade fa,a urn 6ti mo desfile. Estou muito emocionada de estar ao lad e de pessoas hu mil des, porem com muita est reia, co mo 0 pres ide nte Pa ul o Via nna, a s u a esposa, 0 ca rn ava lesco Ma ur o Q uin taes e todos os com p onen tes desta escola qu e se m p re ti ve mui to respei to. E com certeza entraremos na Sapucaf para comem orar os 50 anos com muito otinlis mo'f.

Zizi Possi Des fil ou em 2005 co mo d estaq ue no enredo Buon Mangia re, Mocidade! A AIte esta na Mesa. \

loao Bosco o compositor e canto r, fez 0 sanlba "Esca d a d a Penha" que marcou 0 mundo d o ca rn ava !. H oje, a c e itb~ a homel1agem de ser 0 padrinho d a Velh a. cttJa rda da Mocidade lfde pendente.

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A esc ul tu ral e e te rn a mu sa d o Teh an desfilou como destaque no enredo "B rilha n o Ceu a Es tre la Q u e Me Fa z So nha r ", que mi s turava astronomia, astrologia, ETs e as grandes navega,6es.

'%vista 9.1.ocitfatfe 50 anos

76


~

C .D.

A ex-Big Brother se emocionou com a primeira visita a quadra da escola: "A Mocidade me deixou muito comovida, as pessoas daqui sao muito cora<;ao. Eu me emocionei", enlatiza. Mensagem para a escola: "E engra<;ado e estranho, pois me senti em casa. A recep<;ao foi calorosa e maravilhosa. Eu posso dizer que se eu nao Fosse 'Pink', eu seria 'Green', ou seja, verde com certeza. Ii a cor da pureza, da natureza e tudo que e natural e verdadeiro" .

Ana Maria Braga Scheila Carvalho Descontrafda e com tol:lo 0 seu charme, desfilou em 2004 como d eslaque.

A dan<;arina d o Teha n saiu no ca rro Terra sem Mal no enredo de Villa-Lobos

Beto Carrero Luisa_Ambiel No d esfil e d e 2002, com 0 enredo 0 G rand e Circo Mf sti co, Beto Carrero foi 0 d estaqu e d o carro aleg6rico, onde os motoqiueiros d avam urn show a parte do Globo da Morte.

77

o

Adao Be to Simas d esfil o u n a Passare la do Samba abra<;ado a su a Eva, a modele Lufsa Arnbiel, que arrancou suspir~s e a plausos. A Criatura mostrou na Avenida a perfei<;ao divina em forma de mulher.

•

'R$Tiista :Mocilfatfe 50 alWs


Ailton Guimaraes Jorge ,

Uma mensagem da Liesa POR THAis MOTTA

Capitiio Gllimariies foi

0

prec;ide11te que mais tempo ficoll

afre11te da Liesa. No sell sex;o mandato, completa 11 anos de mllita dedicafiio ao maior espetaculo popular da Terra. Conhecido por sell espirito empreendedor, sempre se preocllpoll com a lI1elllOria do reglliamento dos desfiles. EII1 uma elltrevista dada

conta

11111 POlICO

110

seu escritorio, Ila sede da Liga,

da historia do camaval carioca

e mostra slla afeifiio pela verde e brallco de Padre Miguel. "A Mocidade

e //lila escola que deu, da e dara /Iluita glOria ao samba!"


Como e quando foi fundada a Liesa? A Liesa foi fundada em junho de 1984. o di a certo ac ho q ue foi 24 de julho, po r um grupo de pessoas e a Mocidade teve um fa tor muito im portante nessa decisao. Na epoca, 56 existia a Assoc ia <;ao das Escolas d e Sa mba e, nessa organiza<;ao, as escolas tinh am 0 m eS J11 0 peso. Era como se hoje voce pegasse um time da qua rta divisao e ele fosse decidir 0 destino do Flamengo. Era 0 qu e aco ntecia, porqu e as

tratamento fida lgo, cortes. Uma escola onde se ia com ma is t ranq uilidade. A Moc id a d e p as so u po r llns mo me ntos conturba d os e es peramos que com 0 Paulo Vianna, que vern

pequenas escolas eram maioria. Depois de uma

com co nse nso na co mu nidade, e la con siga

serie de desentendimentos, n6s nos re wlimos,

um gru po de dez escolas, na epoca liderados pelo patrono da Mocidade, Castor de Andrade,

vo lta r a a tin g ir 0 es ta g io q ue m erece . A Moc idade e uma escola qu e tem que estar no desfi le das ca mpeas. A estru tura fantastica que

e resolvâ‚Źmos eriar uma entidade qu e protegesse

e la te m: e uma comunidade que representa 1,5

o d ireito d as grand es escolas. Naqu ele in fc io

mi lhiio de habitan tes e tern tudo par a ser uma escola d e ponta. E va i ser. Acredito no trabalho d o Pa lil o Vianna e nas modifica<;6es q ue ele esta fa zen d o.

dific il, nao tfnh amos sede e as re uni6es eram

fe itas na casa d o pr6p ri o Cas to r, qu e faz ia belfssimas reunioes e sempre nos ofere cia um

e poca aurea, no fim da decada de 80 e inicio

de 90, era, sem sombra de d uvida, a principal escola de sa mba do Rio de Janeiro. Com todo 0 peso que uma Ma ngu eira ou Beija-flor tenham, as pessoas iam para a quadra de Pad re Miguel po rq u e sa bi a m qu e iam e nco nt ra r um

janta r. Cas to r e ra um a Figur a maravi lhoS3, gostav a d e r ece ber as pessoa s bern, e a li foi

criada a Li ga .

Qual foi a importancia do Castor lcIe Andrade, tanto para a Liga quanto para 0 carnaval do Rio de Janeiro? .; o Ca s tor sempre fo i um s im; o lo d a cidade. 0 ba irro de Ba ng u, 0 time dQ Bangll .. Castor tinha um appeal, ti nha um charme. 0 Ban g u era um tim e q ue d is p ut ava 0 Campeonato Brasileiro e a popula<;a o do bairro sorria. la para a quadra da Moc idade e a escola se mpr e vinha di s putando. Castor de And rade sempre teve ll1uito nome no mundo do samba , e ra uma pesso a d e muito respeito e fac ilitou a implanta <; ao da Liga. Par a fazer uma revoluc;ao, precisase de Lim Ifder a frente e ele foi a pessoa certa para 0 mome nto eerto. Cas tor fo i uma fi g ura marcante no samba. Quan d o ele vinha com a Moc idade, fazendo aqu e Jas cen as e passando aque la e ne rg ia, traz ia uma imagem d e simpa tia para a esco la e a Moc idade, nessa

79

Quais sao as mudanc;as e os beneficios que a Liesa proporcionou, desde a sua criac;ao, para 0 carnaval carioca? Eu SO li sllspeito para fa lar. 0 grupo de esco k1s d e sa mba era unl d iamante qu e n ao tinha sido lapidado. Valia pe lo seu peso, pelo numero de quilates, mas sem nenhunl valor, digamos, arUstico. Os desfil es nao tinham uma organi zaC;ao, uma d isc iplma. N ao tinha horario pra c om e<;a r ou te rm inar e iss o e ra um desrespeito ao publico. Logo, nao dava iJlteresse a tele visao. Qual emissora va i qu ere r transmitir

o ~ta :M.ocUfaae 50 alios


urn evento que nao tern horario? ConseqUentemente, 0 desfile se tornava chato e mon6tono. Com a cria~ao da Liga, as escolas foram tomando consciencia de uniao, coisa que

nao existia. Hoje todas sao muito unidas, todas tern uma visao do conjunto. 0 camaval foi crescendo paulatinamente com a organizac;ao do desfile. Isso e fundamenta!. Desfilam, por dia, uma media de 28 mil" artistas" com enredos diferentes. E 0 unico espetacu lo que nao tem ensaio geral e acontece 0 que tiver que acontecer na hora. Esse cresci men to teve uma jruluencia

,

muito grande do nosso prefeito Cesar Maia, que, em uma visao politica fantastica em 1992, entregou para as escolas, em parceria com 0 poder publico, a administraC;ao do espetaculo. N6s comec;amos a admin istrar aquilo que n6s fazemos. Comec;amos a despertar com 0 crescimento das escolas e a cada ano da Liga q'im inuia a influencia do poder publico. Isso

base de auto-suficiencia e a criaC;ao da Cidade do Samba. Acredito que outro momenta marcante vai ser a ampliac;ao do Samb6dromo gue 0 prefeito, se Deus guiser, vai nos atender e fazer. Hoje, a demanda e muito grande e ha essa necessidade.

Como surgiu a ideia da Cidade do Samba? A Cidade do Samba nao surgiu agora. Na realidade, em 1988, eu era presidente da Liga e n6s ja tinhamos ido a um encontro com 0 entao governador Moreira Franco e tinhamos arrumado urn terreno no Caju onde iriamos construir a estrutura. Sempre houve

Ullla

dificuldade muito grande das escolas encontrarem sellS barracoes e acharenl urn

espac;o para fazer 0 carnava!. Uma e la, outra e aqui, e nao havia essa possibilidade de estarem no mesma local, logo, nao serianl uma 3tra<;ao turistica. Agora, mudou esse conceito.

come<;ou a despertar 0 interesse de transmissao

Esse ano a Mocidade Independente completa seu cinqiientenario. Qual a mensa gem que 0 senhor deixa para a escola e seus apaixonados? A Mocidade e uma esco la de ponta. Se pegarmos 0 retrospecto da criac;ao da Liga, a Mocidade foi uma das escolas que mais conquistou campeonatos. Nos ultimos anos, por caus<l dos seus problemas, a Mocidade nao reedftou os mesrnos carnavais. Mas eu tenho certeza que agora, com a e leiC;ao do Paulo ~ ianna, a forc;a que ele tern e a integrac;ao da Como e feita a seleC;ao da Comissao ,comunidade, os cinqUenta anos da Mocidade lulgadora? ' vao ser comemorados com a vit6ria. Cinguenta Ninguem tern influencia na escolha a nao ser ' anos de gl6ria! Acredito que a Mocidade 2006 eu. Recebo curriculos do Brasil todo, estudo, vai faze r 0 mais bela camaval de todos os das emissoras de televisao, porque 0 espetaculo passou a ter ink io, meio e fim. Com esse avan<;o, viemos melhorando, ana a anD, a nossa participaC;ao financeira ate nos tomarmos quase auto-suficientes. HOje, temos um espetacu lo de nivel internaciona!. A midia e as escola" estao rernando em uma 56 direc;ao. Esse sucesso e credibilidade e 0 que da respaldo a nossa instituiC;ao. Apesar de tudo, 0 sucesso do nosso ca rnaval depende de terceiros, gue sao os julgadores.

co nverso com as pessoas... Procuro principaJmente pessoas do Rio de Janeiro, ate porgue e mais facil de Ijdar e eles ja tem uma certa experiencia. Mas e aberto e, se surgir uma vaga, qualquer um pode se candidatar.

Quais foram os momentos mais marcantes da historia da Liesa? A Liga e urna sucessao de fatos. Mas acho gue dois momentos importantissimos foram, primeiro, a entrega do camaval, gue deu uma '1?p;ista :M.ocidiufe 50 anos

tempos! Tern todos as ingredientes para isso: a vontade do presidente, a un.iao da comunidade, os artistas que contratou, as pessoas voltando as suas raizes, como foi 0 caso do puxador Wander Pires ... Isso tudo cria urn estado de espirito nos componentes muito positivo para se fazer um grande desfile. Acredito que a Mocidade vai ser fantastica e todos ficaremos orgulhosos de lIer a escola, outra vez, brigando la em cima, defe~dendo aquele tro(eu tao bonito de campeao do camaval! •

80


Carnaval de gente grande °

A Liesa tranformou espetaculo em luxo, gl'amour e organizac;;iio POR r HAis MOTTA

•

fl

surgiu a ideia de fundar uma Liga que reunisse essas escolas

q ue defe nd esse os in te resses

com interesses em com um, que

comun s.

eram as mai o res esco las da e poca . Ca s tor, d ia s d e po is, apresentou uma minuta de Estatuto, fe ita pelo advogado Randolfo Gomes, que fundari a

pa rtij da i, s u rg iu a ide ia de

Ug. '"dep"" ""

d as Esc ol as d e Sa mba do Rio de Janeiro,

fo i criada ofici almen te no dia 24 d e ju lho de 1984, it partir de

u ma id e ia do patra no d a Mocid a d e Ind epe n de nte, Castor de Andrade. Na p ri me ira re u niao

ofi cia l so br e a so lu<;il.o enco ntra d a p e la Assoc ia<;il.o das Escolas de Sa mba, estavam presen tes : Sa lg ue iro, Be ijaFlor, Caprichosos de P i la res, Ma n g ue ira,

Imp e ra tri z

Leopo ld in e n se, Imper io Se rr a no, M oc ida d e lnd epe n de nte d e Pa dre Miguel, Portela, Uniil.o da llha e Uni dos d e Vi la Isa be l. A

81

fun.dar u ma no va organiza.;;:ao

Os re prese nta n tes d essas esco las, que era m a mino ria no pienario, iutavanl

po r me lho rias , e bu scava ~n inves timentos no espetac uIo d o carnaval, q ue e ram selnpre rejeitadas. Essas discussoes e impa sses ge ra ram dese n ten dim e ntos p essoa is entre os presen tes e a solu<;ao foi pro posta pelo patrono da verde e branco: a di visao dos g rup os ocas ionado p e l a di vergencia de ideias. Em uma con versa entre Ailton G uim araes, 0 en tao

presid ente da Unidos de Vila Isabel, e Cas tor d e A ndra de,

UI11a no va forma de organiza<;ao para essas escoIas. Dep o is de dua s reun i5es e ntre as represehtantes das dez escolas, a Li ga Ind e p endente d as Escolas de Sa mba do Rio de Janeiro foi fund ada e Castor de A ndra¡d e escolhido com o presidente temporario da Liesa por dez meses. o patrono da estrela de Pa dre M ig u el fi cou res ponsa ve l pe la coesao do

.

'f<!vista :Mocitfatk 50 anos

I


,

grupo recem formado e de suas ideias. De acordo com a Liga, Aniz Abrahilo David, 0 segundo presidente, teve a missilo de con veneer 0 poder publico que 0 carnaval carioca

preocupou com a melhoria do regu lamento dos desfiles. A maior preocupa,ao do Capitao Guimaraes sempre foi com 0 publico. Por isso, 0 novo presidente estabeleceu

para investir na confec,ao de fantasias destinadas as suas comun idades. Em 1992, a Liga exigiu da Riotur 0 controle total da organiza,ao dos desfiles. A

precisava de adm ini stra<;ao

parametros para

0

prefeitura nao concordou com

uma mais

independente e dinamica. Ate entao, as esco las eram subordi nadas ao municipio do Rio de Janeiro, que pagava a subvenc;ao as escolas, urn cache que recebiam para ajudar na confec,ilo de a legor ia s e fantasias. Em 1985, a Liesa criou um selo pr6prio para fazer 0 d isco dos sambas-enredo, com os devidos direitos autorais. as co mpos ito res passaram a receber pelas suas cria,6es. A 6tima qualidade das grava,6es

0

infcio e

termino do desf il e, fixando

a proposta. Entao, as escolas

tempos minima e maximo para

amea~aram

a aprese nta,ao de cada ag rem ia,ao. A partir desse momento, as escolas que nilo cumpri ssem 0 tempo determinado seriam penalizadas. Essa punl,ao chegou a custa r 0 tftulo de algumas escolas

Marques de Sapucai e a Liesa

chegaram a bater recorde de vendas. Alem d isso, passou a negociar a transmissao de TV. a m aior o bj etivo do enUio presidente, co nhec ido no mundo do samba como Anisio,

"Essas escolas eramas responsaveis pelo sucessodo carnaval e do \ conseqiiente interesse dos turistas'pelo

era mostrar as autoridades que

espetaculo'~

alavancou a procura e as discos

essas esco las eram responsaveis pelo sucesso do ca rn ava l e do co n seqiiente inte resse do s turistas pelo espetaculo. Em 1987, Ailton G uimaraes Jorge, 0 Capitao G uim arfies,

ass umiu

a

presidencia. Com sua estrutura mais de finida, a Liesa passou

a in vestir mais na qualidade d os desfi les e co me,o u a constru,ao do seu patrimonio. Capitao Guimaraes 56 estava come,ando 0 primeiro de uma seri e de mandatos consecutivos, onde senlpre se IJi.rvista :MocUfatfe 50 anDS

~

is so, a pontualida!e e a organizac;ao passaram' a fa ze r parte do maior espetacu lo do mundo, te ndo hor a d e co m e,a r e te rminar. Uma prova de respeito ao publiCO que assistia os desfil es tanto na Sapucaf quanto pela telev isao .. a no vo regu lamento CO in

nao desfi lar na

prOlneteu cancelar 0 carnaval.

Ch egou-se a especular que 0 desfile deste ano seria realizado em outro local e cogitou-se ate, nUIll3 mudan~a l

de data. Segundo boatos, as escolas desfilariam em junho. Urn acordo acabou sendo feito e as agremia,6es desfilaram normal mente. Apesar do impasse, s6 no ano de 1995 que a Liga assumiu definitivamente 0 con trole dos desfiles, dura nte a presidencia do deputado Paulo de Almeida. Ainda como candidato

a prefeitura,

Cesar Maia se

cornpro m ete u a definiti va me nte,

dar, a

adm in is tra,ao do ca rnava l . ca rio ca a LieS3. Co m s ua

sua palavra e, Liga, jamais

elei<;ao, cumpriu

segundo

a

escondeu 0 seu agradecimento

regras, co mo a limita,ao do num ero d e alegorias. Is".o

em rela,ao ao que as Escolas de Samba te rn feito pela imagem do Rio de Janeiro e do Brasil ao longo de todos esses anos. A Liesa te m dire ito a cinco por cento dos contratos em que representa as escolas do Grupo Especial e, com essa verba, co mprou s ua sede na Av. Rio Branco, n04, no Centro do Rio de Jane1ro. A aquisi,ao

permitiu qu e as agremiac;6es

ÂŁoi inaugurada, oficialmente,

dispusessem de mais recursos

no dia 25 de janeiro de 1993,

criado peJa Liesa criou outras

82


durante a gestao do presidente Ailton Guimaraes Jorge. Os presidentes que sucederam Capitao Guimaraes deram continuidade II responsa bilidade de aprimorar a qualidade do espetaculo e, com Cesar Maia como novo prefeito da cidade, firmou-se

esse conlpromisso. As esco las passaram com seus desfiles a ser nao 56 uma festa popular, mas sim um grande espetaculo de luxo, e beleza. A estrutura que cada escola traz para a avenida a profissionaliza,ao do maior e rnais bela s how apresentado em todo 0 mundo. •

PRESIDENTES

I

Cidade do Samba .

\

A partir desse ano, 0 carnaval contara COm um novo aliado para 0 seu espetaculo. A Prefeitura do Rio de Janeiro criou a Cidade do Samba, localizada na Gamboa, Zona Portuaria do Rio. Ifste sera um espa~o fixo on de funcionarao os barrac5es das Escolas • de Samba do Grupo Especial, em;4 galp5es, alem de uma lona para exposi~6es, outra para shows e espetaculos, um espa~o para a ~nda de produtos confeccionados nos barrac6e~ e uma pra~a de alimenta~ao. Eimportante ressaltar que a estrutura funcionara durante todo 0 ano, como um espa~o constate de visita~o para 0 publico. projeto faz parte do conjunto de obras do Plano de Recupera~ao e Revitaliza~ao da Regiao Portuaria e foi idealizado pela Liesa e coordenatlo pelo Instituto Pereira Passos, orgao da Secretaria Municipal de Urbanismo. A RioUrbe, Empresa Municipal de Urbaniza~ao, cuidou da parte de or~amento, licita~ao e gerenciamento das obras. . A Prefeitura investiu mais de 70 milh6es no projeto e, segundo a Secreta ria de obras da Prefeitura, as obras de urbaniza~ao do entorno e da pra~a central estarao prontas ate 0 final de outubro. 0 espa~o sera cedido 13 Liesa por 25 anos e esta ficara responsavel pela sua manuten~ao e conserva~o. Como forma de pagamento, 0 municipio recebera 10% do faturamento da Cidade do Samba.

o

83

~ 'Mocidiufe 50 anas


As avenidas do carnaval ,

Os desfiles jei tiveram muitos enderefOS, mas hoje 0 palco oficial e 0 Samb6dromo

POR THAis MOTTA

Cada vez mais se proJissiollalizalldo, as agremiafoes automaticamellte passaram a reqllerer

Iml

espafo mais estrutllrado para Jazer sellS carnavais.

Com carros ellorllles e milhares de cOlllpollelltes, ficou cOlllpletalllellte illvidvel COlltilluar realizalldo os desfiles em uma avellida, sem llell/llIma illJra-estrutura e separalldo as escolas do pliblico por uma simples corda. Atem disso, Iliio havia uma estrutura defillitiva para

0

espetaculo. 0 show Jazia parte de 11m COllstallte "mollta-desmollta". Os espectadores apreciavam a Ilossa mallifestafiio popular de cima de caixotes improvisados. Agora,

0

carl/aval cOllfa com uma verdadeira passarela, por ollde passam

estrelas, a/egria e 11luito samba

110

pi. Pela Marques de Sapucai,

flO

corafiio

do Rio de Janeiro, desfi/mll as esco/as do Grupo Especial e do Grllpo de Acesso. .


CÂŁ

m fevereiro de 1932, o jornal "Mundo Sportivo", entao dirigido pelo jornalista Mario Filho, resolveu organizar 0 primeiro torneio de escolas de samba. Nessa <'poca, 0 carnaval dividia dias e grupos. No domingo passavam as corsos (desfiles de carros e carruagens), na segu nda os ranchos (desfile de pessoas) e na ter~a as grandes sociedades. Essas manifesta~6es se davam na Avenida Rio Branco e, por isso, decidiu-se adotar a Pra~a 11 de Junho para a realiza~ao do espetiiculo. Escolhido 0 local, no dia sete de fevereiro do mesmo ano, aconteceu 0 prirneiro desfile com inicio as 20h30min, com a partici pa~ao de 19 escolas e um grande publico para apreciar a novidade\ Porem, somente em 1935, 0 desfile, realizado aos domingos, ganhou a subveno;ao oficial da prefeitura, que antes, era apenas privilegio dos ranchos e grandes sociedades. Em 1942, a Pra~a Onze teve que ser demolida para a constru<;ao da avenida Presidente Vargas e 0 desfile teve que mudar de local. Em 1945, foi realizado no Estadio de Sao Januiirio e, a partir de 1947, mudou-se para a entao construida avenida Presidente Vargas. Cada vez mais as desfiles cresciam, tanto no seu tamanho fisico, quanta na sua importancia. Passou a ser ainda mais importante do que

85

as consagrados ranchos e sociedades. Com isso, criou urn

novo

referencial

de

carnaval carioca. Pa ra

assisti r

ao

espetaculo, 0 publico, cada vez maior, se aglomerava nas cal~adas, enquanto autoridades e jurados acompanhavam em pequenos palanques de madeira. Tudo funcionava a ba se do improviso. Para te n tar melhorar a comodidade, as pessoas passaram a levar caixotes para ter uma melhor visao.

"Cada vez mais osdesfiles cresciam, tantonoseu tamanho fisico, quanto na sua importancia" A \Jrefeitura, com 0 objetivo de criar ¡algtlma estru¼ra, instalou tablados de mad?ra para que se pudesse assistrr , ao desfile em pe. Com o crescimento vertiginoso do publico, em 1952 foram montadas arquibancadas, que eram montadas e desmontadas todos os anos. Com esse aumento de espectadores, 0 espetaculo foi transferido, em 1957 para a avenida Rio Branco. A imprensa estimava que esse numero ja chegava a-700 mil pessoas, assumindo 0 posto de principal evento do carnaval

carioca. Em 1961, foi cobrado ingresso pela primeira vez. Em 1974, devido as obras do metro, as escolas passaram a se apresentar na avenida Antonio Carlos. Em 1976, voltaram para a Pra~a Onze. Jii nessa epoca, os sa m bistas come,aram a defender a ideia de u m espa,o fixo para os desfiles. o carnaval de 1978 aconteceu no que seria 0 seu local definitivo: a rua Marques de SapucaL 0 evento ja era, nessa epoca, considerado uma institui,ao nacional, alem da maior fonte de capta<;ao do turismo. Considerando esses aspectos, Leonel Brizola, 0 entao governador, e seu vice, Darcy Ribeiro, resolveram erguer urn locar definitivo para apresenta<;iio das a agremia<;6es, dando urn fim ao monta-desmonta das arquibancadas. Em 1983, foi encomendado ao renomado arquiteto Oscar Niemeyer urn projeto que aumentasse em cinco vezes a capacidade de publico e que, durante 0 ano, pudessem abrigar escolas municipais e estaduais. inicialmente, 0 objetivo do projeto era popularizar e democratizar ainda mais 0 espetaculo, disponibilizando lugares para que 0 publico de baixa renda pudesse, tambem, se deliciar com a beleza e luxo das agremia,6es. Oscar Niemeyer ergueu a novidade em apenas quatro ~eses, com blocos premoldados de concreto, na pr6pria rua Marques de

'%vista ?1.ociaaae 50 ahDS

I


camarotes, cade ira s e frisas dis tribuem-sc em aos lada s, divid idos em blocos e separados por setor. Em 18 de fevereiro de 1997, e m homenagcm ao idealizador do projeto, 0 nome foi l11udado para fJPassare la Darcy Ribe iro". Mesrno com a nl udan<;a, prevaleceu 0 nome popu lar e a avenida ca rioca do ca rna vaI co ntinu ou a ser chamad a de "Sa mb6dromo".

Acomodac;oes e capacidade de publico

,

Sapuca f. 0 monumento se r passou a usa do exclu s ivamente para as ~prese nta<;6es e fechado para o trMego. Oficialmcnte,o projeto fo i inau gurado em 2 de man;o de 1984 com 0 nome de "Passare la do Sanlba", mas fo i batizado popula rmente como "Sa mb6dromo" . No fina l da no va passare la, um a nova pra~a, chamada "Apoteose", recebia os fol ioes e s ua s alegorias. Atu almente, a pra<;a abriga, event ual men te, espetc1clllos mll sica is. Com 0 passar do tempo e com a ajuda da estrutura cons trufda para 0 espetacul o, o ca rn ava l cresc ia cada vez mais . Esse excesso torn ou a desfi le mais lon go e cansativo, tanto para os es pectadore s quanta para as que estavam fanta s iados . Para resolver a problema, a partir de 1984 0 desfile passou a ser realizado e m d ois d ias : domingo e segunda-fe ir a, para a felicidade da Associa<;ao das Escolas de Samba e do entao

'1<!vista 9.1.ocidiufe 50 anos

prefeito Jam ir Haddad . A lem d iss o, ou tra novidade instituid a foi a forma de premja<;ao: em cada dia de espetaculo se consagrava lima campea e, depoi s, era eleita a s lIpercampea co mo lim resultado gera l do desfile d "s ca mpeas, realizado no sabado seguinte. Essa pratica, pore m, nao te\\e sucesso.

Cl1l11arotes Sao espac;os privativos, com e rcializados pOl' to do 0 p erio do de ca rn ava l, in c luindo 0 de sf il e da s ca mpeas .Os ca ma r otes tem uma capac idad e 5.992 especta dores.

Frisns Sao boxes co b ertos e com Um monumento chamado cadeiras para seis pessoas. No "SambOdromo" Sa mb6dromo sao 1.088 frisas, disponibilizando um tota l de Foi construfdo em um • 6.5,28 Iugares. tempo recorde d; 120 d ias. Sao 700 m de eXte,lSaO, 590m de Cndeirns de pis!n co mprim e nto ' por 13 m de Sao 4.220 cad e iras di spos tas largura no. pi~ta de desfile. A e m degrau s, a le m de 285 altu r a maxima e de 19 m. lugares para paraplegicos e 240 85000 m 2 de area co nstruida para seus acompanhantes. co m capacidade pa ra recebe r 60.000 pessoas por dia de Arqlliballcndns desfile. Alem disso, a estrutura 16.804 pessoas lotam esses d ispoe d e cerca de '300 espa<;os por d ia de desfile. banheiros publicos e 35 bares. A passarela do samba Arqllibmlcndns populnres come<;a na avenida Presidente Lugares situados nos setores 1, Vargas, se estend endo ate a . 3 e 6. E a gr/l nd e festa, rua Frei Ca neca . Cercand o a comportando um tota l de aveni da , arquibancadas, 25.700 espectadores. •

86



Uma

constela<;ao na Mocidade ,

A Ala dos Compositores da escola reserva eternos sucessos e grandes poetas POR THAis MOTTA


%

existe samba sem compositor. Nao existe magia sem os belos versos de poetas populares que cantam 0 amor da comunidade. Na batida contagiante da bateria da verde e branco, verdadeiras artes em forma de musica marcaram desfiles e ate hOje, sao relembradas com paixao pelos amantes do carnaval carioca. Para uma agremia~ao, existem pe~as fundamentais que precisam ser cultivadas. A Ala dos Compositores da Mocidade lndependente de\ Padre Miguel, que come~ou com Toco, Tio Marino e Cleber, e uma de suas reliquias. Atualmente, 76 componentes representam os tantos poetas que ja passaram pela escola e deixaram como lembran~a sua obra. "Quando se escreve urn samba-enredo, o rna is importante e 0 amor pelo que esta sendo feito. 0 amor pel a escola e 0 que da a concep~ao da vitoria", explica Jefinho, atual presidente da Ala dos Compositores. Tiaozinho da Mocidade, compositor que traz como sua marca 0 nome da escola, explica melhor esse sucesso: "Padre Miguel e urn ber~o de samba, que migrou das r eg ioes d e Madureira, Engenho de Dentro e outros bairros. Quando fizeram esses predios, as pessoas que gostavam de samba naquelas regioes vieram para ca".

89

o grande destaque da ala

e

0

veterano Antonio

Correa do Esplrito Santo, 0 famoso Toco. "E u tenho 0 samba como uma religiao e 0 meu santuario, inegavelmente, so poderia ser a Mocidade". Come~ou no batuque durante os jogos do Ind e p e nd e nte Futebol Clube e ajudou a fundar a escola. Em 1.957 apresentou seu primeiro samba-enredo para a Mocidade e e m 1958 ajudou a levar a escola para 0 grupo principal do ca rnaval carioca

com

0

e nredo

Tmozinho

que pel a

situa~ao,

Deus me

corn

maior

iluminou

intensidade e eu escrevi 'Rapsodia de saudade', em 1971".

"Dos 11 sambas que levou para,if avenida, tKouxeo c,ampeonato ' .'Com quatro deles"

"Oh, divina musica Tua magia nos e"valve a alma Tun sutileza nos seduz"

,

Os

"Apoteose do samba". "Esse foi 0 carnaval que rna is me marcou", revela. A partir dal, muitas vitorias acompanllaram a vida desse grande artista. Dos 11 sambas que levou para a avenida, trouxe 0 campeonato com quatro deles. "Quando vejo 0 mundo cantando 0 meu

.

poetas da costumam ter a mesma opiniao sobre 0 que e ser compositor. "A gente nasce compositor e depois se descobre", di z Tiaozinho. Toco nao foge muito d essa ideia: "A gente nao cisma de ser artista, a gente nao pretende ser artista. Voce nasce corn a veia, e uma dadiva! Nos somos os escolhidbs de Deus para passar a mensa gem dele mesmo". esses 50 anos, muitos sambas marcaram 0 mundo do camaval e, em especial, os apaixonados pela estrela-guia da verde e branco. 0 enredo "A Festa do Divino", em 1974, trouxe versos de Tatu, Nezinho e Campo Grande agremia~ao

.

samba, sinta urn frio na

barriga e da vontade d e chorar!" .

Mesmo COm tantas reliquias, Toco tern urn carinho especial por uma obra: "Foi feito em urn momenta muito diflcil. Acho

'l(rvista :Macilfaae 50 anos


amamos todos. Todos me deram a legria, ma s Ziriguidum foi uma filo sofia nova, uma forma nova de escrever" , esclarece Tiaozinho.

"Sou a Mocidade SOli Independente Vou a qualquer lugar" UVira-Virou

que encantaram a Sapucaf.

"Roda gi m, gi m roda Roda grande vai queilllar Pam a gloria do Divino Va/lws todos feste}ar"

0

primeiro

campeonato da escola em 1979 com "0 Descobrimento do Brasil" .

"Brasil, Brasil, avante meu Brasil Vem participar do festival Que a Mocidade Independente Apresenta neste Camaval"

"Nesses 50 anos, muit('s sambas mct,rcaram 0 mundo do . dlrnaval e em , especial os , apaixonados pela estrela-guia da verde e branco':

.

"Ah vim virou, vira virou

Em 1985, a Mocidade 0 eruedo de Fernando Pinto "Ziriguidum 2001 um Carnaval de Estrelas" . Acompanhando a inova~iio que a agremia~ao trouxe, Gibi, Arsenio e Tiaozinho escreveram versos inesquecfveis que ate hoje sao cantados com amor pela comunidade. "Samba e como filho: nao tem predile~ao, parau a avenida com

'R!vista :M.ocitfatft 50 anos

YC11Ianj ri m(lmae sereia Salve as ligllas de oxalli Ullla estrela lIIe clareia"

o

enredo " C riador e Criatura ", de 1996, d eve te r tido alguma influ e neia na hora de compor 0 belo samba de Beto Correa, Jefinho, Dico e Tiaozinho. "A llliio que fa z a bomba

faz a samba Deus faz gente bamba A bomba que explode nesse cnrllflvnl

Ii a Mocidade levantal1do o seu astral"

\

Djalma Cril e Taco trouxeram

111amae OX 1l11l

a

Mocidade Chegou". E chegou abrindo a decada de 90 com urn !indo campeonato. Taco, )orginho Medeiros e Tiaozinho foram responsaveis pela beleza do samba-enredo.

Tiko

"A ieieu

A Moeidade eilegou, c"egou Virando lias viradas dessa vida Um elo, uma ean~iio de a/lwr"

Urn enredo que, inexplicavehnente, nao trouxe o campeonato para a Mocidade, mas fi cou nos cora~6es foi " 0 Grande Circo Mfstico", em 2002, com 0 sam ba de Beto Correa, Dico da Viola, Jefinho, Marquinho e indio. "Fiquei apaixonado por este samba, acho que por envolver crian<;as e magia", conta Jefinho.

"Hoje tem a/egria Sonho da e rian~ada (Telll sim Sel/IIGr) Hoje a ceu e de lalla Val/Jos dar gargalhada, )

meu anwr"

o

bicampeonato ja se anunciava com a entrada da verde e branco de Pad re Miguel na avenida pelos aplausos do publico. Em 1991, o trio de compositores do ana anterior repetiu 0 sucesso em "Chue-Chua as Aguas Vao Rolar" .

No ano de 2006, Taco, nosso eterno compositor, Rafaef 56 e Marquinho Marino terao a honra de levar seus belos versos para a avenida com 0 enredo " A Vida que Pedi a Deus". Esta linda homenagem

90


aos cinquenta anos da escola prol11ete sacudir a sapucaf em sellS 90 minutos de dcsfilc. Conl versos alegres e que prometcmlevaJ 0 fol iao ao delfrio, 0 samba co nta a hist6ria de u ma viagem pelos ceus chcia de sonhos, magia e fantasias. A Moc id ade promete mudar a profecia do carnava l de 2006 faze ndo

girar as baia nas pela Sapucaf e arrep iar co m s ua bateria. A agre mi a<;ao esta pedindo e, se Ele qu iser, mais UI11 bela ca mpeon a to se ra cantado em fo rma de poesia e alcan~arel11os a plenutude do car nav al com m a is um campeonato para a estrela da ve rde e branco de Padre Miguel.

.. "A vidn que pedi n Deus

A Mocidnde Ille proporciollou Siio 50 OlIOS de "is tarin, Ullin lindn tmjetarin Lelllbmll,ns que 0 telllpo linD levoll "

• o qrupo Sao Jose

11111 CNA

para6e niza a 'Jviocidade Independente de Padre 'Jviiguef pe[os 50 anos!

\

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91

'R.rvisW ?4.ocUfaLe 50 anos


"Sou baiana com muito orgulho" ,

Far;a chuva ou sol, as baianas da Mocidade estariio sempre presentes POR ANDRE THOMAZ


a )

m longo sorriso,

v 'impatia, e, e claro, muita leveza na hora de rodar. Estes sao os principais atributos de uma baiana, no entanto, urn fator que diferencia as guerreiras da Mocidade Indejbendente de Padre e a determina<;ao e a vontade em ajudar os outros segmentos da verde branco.

93

"A idade nao atrapalha. Ii 0 nosso dever ajudar todo 0 segmento da escola. Estaremos sempre il disposi<;ao no que for preciso. Ii s6 chamar." Revela Tia Nilda presidente da ala das Baianas. Segundo Tia Nilda, realizar esses trabalhos e uma forma de agradeeer a Mocidade. "A vida e uma

caixa de surpresas. Nunca na minha vida saberia que viajaria pela Europa e gra<;as a esta agremia<;ao, que tanto arno, conheci muitas coisas. S6 0 samba poderia me proporcionar isso. Devo muito a Mocidade e nada mais justa do que ajuda-Ia," emociona-se Nao importa a comemora<;ao: A<;ao Social, Velha Guarda, aniversario da escola, dia das crian<;as e da bateria. Elas sao vistas por todos, no momenta da confec<;ao do almo<;o, da decora<;ao das mesas e da limpeza. Hoje, sao enearadas como 0 elo mais importante da estrela de Padre Miguel. "Sem elas nao saberiamos como realizar a nossa grande festa das erian<;as. Afinal, todos sao importantes dentro da Mocidade, porem, a presen<;a dessas senhoras nos mostra como devemos ser unidos e caridosos," alegra-se Maria das Gra<;as vice-presidente <1'0 departamento feminino. "Uma escola de samba sem baianas nao e uma agremiaC;ao. Sem falar que, para a Mocidade, 0 papel delas e importanhssimo para a uniao da escola. A ~

!M.ocidiufe 50 anos


eiia Vianna. Para Nadir Lima, que e LIm a das 110 integrantes da feminino

a la das baianas, 0 sentiTnento ern ser ba iana

e traduz ido

na

escola e na avcnida. "Quando vista a fantasia realizo me u 50nho e transformo meu sa ngue ern verde bra nco.

orgu l ho

ser

baiana

Eum da

Mocidade e acima de tudo, uma honra poder ajudar a agremia<;ao e a Tia N ilda,"

afirma. Alem de toda ajuda operacio na l para escola, as baia nas ja p roporcionaram, em 1981 e 1991, do is Estanda rtes de O u ro. Tarefa nada facil para as jovens

senJloras!

Tia Nilda: Presidente da Ala das Baianas

•

Velha Guarda estaÂŤ1 sempre de bra,os a bertos para elas. E uma grande hanra termos representan tes das baianas (anoseo," exalta 0 presidente da Velha Guarda Wandyr Trindade. o trabalho que as baianas realizam dentro da Mocidade pode servir como

todos aque lel que precisam eJlfatiza a ~ice'" presiden,re do departamento

de ja,"

"Estaremos semprea disposi9aO no que for preciso.

is6 chamar!"

,

exemplo paJ'a as mais jovens.

"A d isposic;ao delas perante ao trabalho e uma energia ex t ra diante da dif ic ul da d e que encontramos. Ve- Ias ajudando a escola e acreditar quea Mocidade fara muito por ~ta

9dociaaae 50 alios

94


A vida da Mocidade Os componentes transformam 0 desfile llW11 verdadeiro show de samba POR ANDRE THOMAZ, PA4LA BRAZUNA E THAis MOTTA •

, f!.Ir.Ilmtln."

",

,, "

experiencia

,

,

"

,

,

,

,


Ala dos Coringas "A nossa missao aqui e recuperar as colocac;oes que a MocidaCie tinha e disputar 0 camaval. 0 presidente Paulo Vianna e retirar a antiga diretoria que nao queria recuperar a disputa pelo carnaval. Eu que convocava reuniao e fazia os pedidos. Hoje essas alas possuem camarole e cartao de credito, tudo que n6s pedimos foi atendido pelo presidente Paulo Vianna. Ate dinheiro em caixa n6s tern os" . Didiu (Presidente das Alas Filiadas e Presidente da Ala Coringa).

Se unir para eleger

Ala Senti Firmeza "A minim ala e tao importante como qualquer outra, ja que n6s presidentes de ala, compomos 80% da escola inteira, entao todas as alas tem importancia. Eu espero que as pessoas que fazem parte da direC;ao da Mocidade pensem e, acredite que a Unica estrela que brilha e ela" .. Selma Macedo Paixao (Presidente da Ala) Ala das Crianf;as "A nossa ala e irnportante porque carnavalesco cria uma fantasia de acordo com 0 mundo infantil. E uma ala que nao e julgada, porem muita gente gosta de ver passaro Eu sou apaixonada pela escola. Espero que daqui para frente ela brilhe cada vez mais, porque eu acho que mocidade e tudo para quem a ama" Maria das Grac;as carvalho (Presidente da Ala) Ala das Baianas

,

"0 bailar que n6s proporcionamos na avenida, quando todas rodam, 0 espetaculo se torna maravilhoso. A nossa responsabilidade e poder ajudar todo 0 segmento da escola sempre que eles convidaremTudo que eu tenho e grac;as a Mocidade. Ela e abstrata, nao ri, nao fala e nem chora. Ela e amada, querida e idolatrada. E uma estrela que briU,a para quem e realmente Mocidade". Nilda da Silva (Presidente da Ala) Ala Bans Amigos do Arare "As alas sao importantes conio urn todo. E todas, sem exce<;ao, realizam urn trabalho muito bern feito. Foi aqui que eu conheci 0 meu falecido marido (Arare - presidente da ala). E foi aqui dentro que conquistei verdadeiros amigos. A Mocidade te,!, urn a torcida grande, e muitos tern dificuldades de chegar a ela e ter informa<;6es sobre a nossa estrela, por isso, 0 trabalho de divulgaC;ao para irnprensa e muito importante". I Mi!.rin'!lva Santos (Presidente da Ala) Ala 0 Agito "Todas sao importantes. Elas fazem 0 ~orpo da escola. A Mocidade e minha escola de paixao, eo time que eu torc;o, e a escola que amo. Espero que a estrela volte a brilhar conquistando campeonatos que tanto almejamos". Vicente de Paula (Presidente da Ala) Ala Decisao "As alas sao irnportantes porque apresentam os figurinos que n6s confeccionamos. A Mocidade e tudo na minha vida, isso desde mocinha. Espero que ela complete mais 50 anos com muito sucesso e vit6rias". Dagmar Diniz Salvador (Presidente da Ala) Ala Energia "A ala esta junto com a comunidade e urn incentivo a mais, e para quem a ama. Hoje ela representa tudo. Espero que de tudo para a Mocidade 0 que ela da para voce". Edwin CUr:'ha (Presidente da Ala)

I


la Estrela de luz

,

" Muitos visam 0 lado luerativo em ter uma ala. Para nos e uma honra ter uma ala dentro da locidade. A eseol a e totalmente alegria para as pessoas. Para gente, isso 56 nos dar orgulho. Espero e a Moeidade volte ser a for~a do povo e que consiga grandes vit6rias, como sempre eonquistou".

Ari Elcio Alves de Abreu (Presidente da Ala) la Mil e Uma Noites "A ma ior importaneia da a la e cola borar no que fo r possivel para a Moeidade. Ela faz parte da 'nha vida por muito tempo. Desejo tudo de born a ela e aos seus componentes, principal mente, pa ra Velha Guarda". Georgina Felix de lima (Presidente da Ala)

a As de Copas "Durante tod o esse pe riodo a ala nunea esteve ausente de qualquer desfile. Q ua lquer urn que ja e, a importa neia dela est<'i no merito das fanta sias, pela dediea~ao dos envolv id os Eu p osso nsiderar que a Moeidade faz parte da minha vida. Eu tenho muita eoisa importante: aeima d e tudo us, a minha fa milia e a Moeidad e lndependente. Lamentavelmente, e u nao verei 0 eentenario, mas nho eerteza de quando ela chegar, a Moeidad e estara no nlvel muito elevado, porque 0 creseimento ela e gra~as a um trabalho d e ded iea~ao, de a poio, de earinho e de amor pelos seus integrantes" .

Benedito Oliveira Monteiro (Presidente da Ala) la do Sol "A gen te deve fazer sempre urn born earn ava l, u rn bo rn traba lh o e faze r aq uil o q ue 0 arnava leseo pede para fazer 0 melhor possive!. A Moeidade para mim e a minha segunda easa, eu go tudo pela Mocidad e. Espero que ela tenha bastan te sucesso daq u i para fren te e complete 50 os com 0 brilho que sempre teve. Q ue seja sempre grand iosa, com semp re foi".

loao luiz Pereira (Presidente da Ala) la Millenium "A minha a la e 0 eomplemento da eseola. Temos a preoeupa~ao com a fidelidade proposta elo earnavalesco.Ela e urn fator importante na minha' vida. Ela e 50% da minha vid a. Esp ero qu e ontulue com seus ideais, sempre com fidelidade por lIuem a ama" . Fernando Augusto t'eixeira (Presidente da Ala)

~

la Mocidade Real

,

"As alas so mam a eseola e possuem uma resp onsabilidade muito grande. A Mocidade e tudo a minha vida, sao 33 anos.Espero q ue essa d iretoria continue com esse piq ue. Ela esta dando uma ova eara a eseola. Estam os voltan do a briLhar" . Nilton Mello (Presidente da Ala)

la Nova Rio "Estou eonfiante na Mocidade. 0 pessoa l da ala est<'i rryuito empol&ado e vamos somar e fechar am a eseola. Daqui pra frente a Mocidade faz parte da minha vida. Desejo que os componentes enham ga rra para corrermos atras da vit6ria".

Flavia (Presidente da Ala) IUa Oba Oba "Todas as alas sao importantes. A m inha vida esta d ividida e ntre a familia, traba lh o e a Yloeid ade. Sou s6c ia proprietaria, trabalho na estrelinha, e sou ped agoga. Freqiiento hi'i 28 anos esta $eola. Espero que eu alcanee tudo que eu ped i a Deus. Saude, amar e freqii~tar a Moeidade" . . Nadir da Silva


Ala Celebridade "A importimcia da minha ala e qu e ÂŁa,o com muito amor. Ii 0 meu orgulho ve-I a montada Tenho urn amor muito grande pela escola. Espero que a Mocidade nunca deixe de brilhar, que continuE sendo essa familia mara vilhosa".

Carlos Alberto Pinto da Silva (Presidente da Ala) Ala Aliados "A Mocidade que e importante para todos nos. Estou nela ha 36 anos. Ii uma gloria para mim Ii 0 emprego que eu arrumei. Ii a minha paixao. Ii um a satisfac;ao fazer parte dessa agremi a,ao que muito amo. E amarei sem pre esta e a minha Mocidade".

lose Antonio de Souza (Presidente da Ala) Ala Costa Verde "A ala e tudo pra mim. Eu gosto mais da Mocidade do que de mim mesmo. Espero que a genie ganhe esse carnavar'. Acacio M. Rosario (Presidente da Ala)

Ala Estrela Guia

f

"0 carnaval para mirn e urn tea tro ern que os cOlnponentes se vestern com uma fa ntasia e viram persona gens. A escola e muito forte e como se fosse uma luz quando entra na avenid a. Mocidade e vida e juventude! Espero que a estrela d a Mocidade continue brilhando como sempre.

Cleide Alves dos Passos Oliveira (Presidente da Ala) Ala Brilhante "Cada ala tern um tema e procuramos desenvolver muito bern 0 que 0 cam avalesco p ede, pOl isso toda ala e importante.A Mocidade faz parte da minha vida. Eu desfilo nela ha 32 anos. Vamos ver se a gente com pi eta mais 50 ano5\ como estamos hoje, em uma verdadeira familia" . Maria Rita Gomes de Oliveira (Presidente da Ala) Ala Fama "As alas juntas fazem um conjunto e sao av<lliadas como um todo. 0 meu amor pela Mocidade tem um percentual diario, mensal e anua!. 0 meu corac;ao dispari\ ao falar dela. Espero que todos os apaixonados pela Mocidade possam lembrar d$ sua historia nesses 50 anos. Que todos os integrantes p ossa m vestir a camisa p ela Mocidade. 50 a " niao supera todos os problem as".

f

Gilberto de Oliveira Lima (Presidente da Ala)

Ala Maiorais do Samba

"A nossa ala m antem pessoas que saem na escola ha muito tempo. Nao sao componentes ocasionais, sao pessoas fieis a ala. A Mocidade e muito irnportante porque desde os 15 anos freqiiento. Ela e a continuidade da minha casa. Espero que a escola se mantenha viva na memoria de todos. Temos que resga tar a histori a da escola. 5ucesso, vida e que a escola mantenha 0 lugar dela no cora,ao d e todos". Valdir Alves Mallet (Presidente da Ala)

Ala Na Hora que se Ve

"0 desfile de uma escola de samba e composto por todas as alas. A Mocidade e tudo na minha vida. Namorei e me casei na Mocidade, tod a minha familia sai pela escola e esse ano e u completo 51 desfil es. Espero que ela com plete mais 50 anos e quanta rnais for possive! com esse espirito inovad or e que sejarnos campeoes".

Mario G. FreitJIs (Presidente da Ala)


Ala Impossiveis

l.

"A minha ala representa tudo. Sao muitos anos de batalha, muitos anos de gloria. Sou filha do e uma familia. Eu gostaria que todos amassem a escola de cora~a o, e 0 qu e acontece comigo, eu nao vejo por ) Dutro lado. A Mocidade e minha vida" . Maria Tereza Vieira Ferreira (Presidente da Ala)

e <egund o presidente d a escola, mas conhecido como Den go. Eu gosto muito da Mocidade,

Ala Sensac;ao "A responsabili da de d a ala

e de as

pessoas estarem alegres e servirem a mocidade de acordo com a fantasia. 0 que importa e ser feliz! A escola e uma cacha~a, um vicio. Espero que a Mocidade a ter pessoas competentes na sua d ire~ao para chegar no lu gar qu e ela merece".

Waldir de Araujo Mello Castro (Presidente da Ala) "Passar a mensagem do samba e cantar bem a melodia e a importancia do interprete. Ele e 0 porta-voz da comunidade na escola. A res'ponsabilid ade e muito grande. Esse e 0 meu nanD ano na escola. Sai e voltei, mas e sempre uma responsabilidade diferente. 0 presidente Paulo Vianna confia no me u trabalho e m e sinto na obriga,ao de fazer 0 melhor. Desde 0 inicio d a minha vida, em 1988, a Mocidade e respon savel pelas coisas m aravilhosas que me acontecer a m . Es pero que esses 50 anos se multipliquem e que a gente mantenha a chan)a da escola acesa. A Mocidade tem brilho pro prio qu e ve m d es sa comunida de, essa energia, essa fo,,;a. Vamos buscar esse titulo .em 2006".

lUn

Wander Pires (Interprete Oficial) Harmonia

" A harmonia faz a arruma,ao da esco la .na avenida, c~nt~gia os componentes e faz eles extravasarem. A responsabilidade de ser 0 cocKdenador de h armonia da m ocidad e e Ime nsa. A harmonia tem que estar presente em tudo. A M<1:idade e um dos meus p rincipais amores. Tenho 42 ~OS. na escola e cada ano na aven ida e uma erpo~ao diferente. Espero que a escola continue sempre Vlton osa. Que essa estrela sempre brilhe, contagiando a massa".

Carlos Alberto (Diretor de Harmonia) "A i mportancia e toda . A bateria q u e susten ta todos os quesitos. Ela segura a harm onia, a evo lu ,ao. Se ela vier mal toda esco la sera prejud icada. A res p o nsabilida d e do m estre de bateria n ao e so co mandar 300 homen s, m as n ao chegar estressado, contar com Deus e verificar se har m o ni a es ta e nca ixando com a m e lodi a. A Mocidade e como minha m ae Desejo que a escola tenha muita paz, harmonia, muita for,a de vontade e iuta" . Jonas de Oliveira (Mestre de bateria)


Mestre-Sala e Porta Bandeira II

A danc;a do mestre-sa la e da porta-ba nde ira sc ori gi.llou da co rte. 0 que va lia ponto na epocd

era a beleza da bandeira e nao a danc;a . Com a riv alidade dos ran chos para destruir a bandeira um d~ Dutro, surgiu a ideia do mestre-sa la ca n-ega r numa mao urn lenc;o de seda e na cutra uma navalha. C l e n ~o

de seda era porque a nava lha n a~ corta a sed a, entao quando um vinha alguem tentando cortar a bandei ra dele, ele jogava 0 l en ~o na fren te. Quando mudou de rancho para escola de samba, deixou de ser um pavilhao representati vo do enredo pa ra ser um simbolo pr6prio da esco la. Fo i entao qut s urgiu a ideia de ser um slmbolo unico e represen tativo d a escola. Eu costumo dizer que no moment( da danc;a 0 mais importante nao e a po rta-bande ira e 0 mestre-sa la, e sim a bandc ira. A importancit.. da porta-bandeira resumi-se em carregar 0 pa vilhao maior.Hoje e uma hanra estar podendo segura!

o pa vilhao. Eu fico muito contente que a cO l11l1nid ade de Padre Miguel, atraves d o Paulo Vianna, esll confiando a mim essa res ponsabilidade de mostrar ao publico que m e a Mocid ade". Marcella Alves (Porta-Bandeira) "0 Mestre-sala deve esta r sempre corteja nd o a porta -bandeira, sempre ao lado dela. EsS3 danc;a C lim ro mance, voce deve sen d-la, mas nunca esq uecendo do publico. Temos que passar uma energia positi va . A responsabi lidade de ser mestre-sa la da Mocidade e ll1uito grande. Voce carrega 411 pontas, que tem que somar cliste 0 que custar! Se tirar um 9,9

a ganha r sempre 10! A esco la

ea

e m al v ista. Os brasiJeiros se acostumararn

minha vida! Espero que no dia do desfile, todos os component",

entrem com muita ga rra, cantem 0 samba e vamos rum o aD titulo, se Deus quiser!",

Rogerinho (Mestre-sala) " 0 importante e saber defender a sua escola de cora~ao, qu e tall1bem e l1luito ill1porta nte. E sa ber conduz ir a bandeira e mostrar as pcssoas que voce esta carregando uma rcsponsa bilidade eo nOme da cscola. Daqui eu nasci, daqui ell surgi no ventre e aqui es tau de volta para fi ca r .

E uma

escola que sempre esteve na minha vida. Mocidade! Honre sua estrela, honre essa escola e hanre esse chao, porque muitas hist6rias passaram por aq ui e

e mui to

im portante para todos

1165.

Eu te arno!",

Janaina Mendes (Porta-Bandeira) "A responsabilidade e a cobran~a por a Mocidade ser uma esco la de ponta e mllito gra nde. A escola me acolheu e me da apoio: presidente, d ir~ tQ r ia, bateria, vel ha-guard a ... Eu amo essa escola e sem ela eu nao vivo ! Desejo uma mensagem pos\tiva: garra, fo r~a e que nesse desfi le a gente de 0 nosso max imo. Q ue a esco la possa vol ta r aos te mpos do Castor d e Andrade, que ad ministra va e propo rcionava para a escola 0 ca mpeonato" . .

t'

•

Marcelo (Mestre-Sala)


"Cadastrar os co mponentes, d is tr ibu ilos nas a las, coniec,ao de crac ha, distribuiC;ao de fantas ia, or ga nj z a ~ ao d e todo s esse s comp o n e ntes de n tro da escola e 0 m e u tra ba lh o . U m tra balh o s o cia l, po is esse s componentes precisam ser da comunid ade, pra isso ped imos comprovante de residencia. Eu 5elllpre fa lo que eu vejo a Mocid ade como um bem cultu ra l na minha vida. Eu gosto dessa pa rte d e produc;ao artistica. A escola gerencia a grand e ma quina d o cat¡nava l. 56 tenho a agradecer a escola, pois com esse meu trabalho com a comunidade eu conheci tnu itas pessoas e a prendi muito co m elas, porque a troca d e cultura e d e ens ina mentos e m uito grande. A Mocidade contribuiu rea lmente pra milll no meu sentid o de constru, ao de vida" .

Wilker Jorge Filho (Coordenador das Alas da Comunidade)

"A voz da escola e 0 comunicador, entao eu procuro dar ao maximo de mim em terlllos de res pe itand o cada co mpone nte e procurand o de ce rta fo rma levar a e lll o~a o para 0 Rubl ico da melbor man eira possive!. A Mocid ad e faz parte da minha familia . Desejo nesses 50 anos de vida, com nlu ita luta, mui ta g l6ria, e que m sabe agora com 0 titu lo, vamos com muita garra e dete rmin ac;ao ru mo ao carnaval 2006" . Carlos Al berto Damasceno (locutor Ofi cia l) cO llluni ca ~ ao,

"Poder coordena r a va id ade, mostrar qua l e 0 o bjetivo de ser destaque, representar 0 persona gem e d efen d e r 0 pavil hao qu e e a Mocidade, e a minha responsabi lidade. Eu nao co nsigo resumir a Mocidade na mi.nh a vida, porque para mi m representa n ao freqU entar . um anaJista, e extravasar senti mentos diversos ' com muita a legria . Espero que e la con t inue linda e maravllhosa por ma is 50 anos" . Pa ulo Santi ( Coordenador dos Destaques)

CASA

Rua Buenos Aires, 233/235 - Centro

Tel.: (21)2224-0085 / 2224-0632


"M irilla responsabilidade e fazer com que 0 puxador se sinta a vontade para trazer toda a escola para 0 andamento que tem que ter jWlto com a bateria, A sensa~ao e a melhor possive!. Tern que estar sempre concentrado, e Iigado nos ou tros colegas, Na mirilla vida musical a Mocidade ea r parte principal, porque eu ja trabalhei em outros lugares e com alguns cantores, mas eu fiquei conhecido i no mundo da musica atraves da Mocidade, E uma emo~ao muito grande, desses 50 anos ter participado em 20, A diretoria passa e a escola fica, entao espero que os futuros dirigentes trabalhem com carinho para fazer com que a Mocidade continue sendo essa grande escola", Jose Mauro da Silva (Ze Mauro) Responsclvel pela harmonia de corda e canto

,

"A minha responsabilidade e manter esse padrao, E uma escola que tem uma hist6ria de qualidade, modernidade e esse e 0 meu compromisso, Vir com qualidade e saber levar a escola ao campeonato, Estou chegando agora mas sempre achei a Mocidade Illuito interessante. Sempre admirei 0 trabalho do Renato e do Fernando, que sao grandes referencias, Estou chegando agora e pretendo m.arcar meu nome no carnaval junto COIll a Mocidade, E uma honra para milll participar do cinqUentenario da escola, Desejo que a escola mantenha essa tradi\3o, garra e amor por mais 50 anos", Mauro Quinates (Carnavalesco)

\

"Antigamente nao se chamavam 'passistas e sinl cabrochas. Elas vinham com rou pas 1l1ais leves para dar mais movimento. I Depois passou a serem challladas de mulatas, Havia um'll sei'e~ao muito grande, porque tinha que sambar muito bem, A passista e 0 objetivo de tudo isso af, porque a sambista e passista, A passista e a representante do samba. A passista que vem riscando 0 chao, A passista nao conta ponto mais tira, A coordenadora de uma ala de passistas tem que ter uma postura de mae, Tem pessoas que vem elas lindas sambando na quadra, e nao imaginam a responsabilidade e o compromisso de colocar tudo que foi ensinado na avenida, A Mocidade e um mal nece~s.irio, digo isso, porque muitas pessoas ja me machucaram, A Mocidade ja me proporcionou muitos prazeres. A Mocidade e uma co isa eterna na rninha vida. Que Deus ilumine a cabe,a do Paulo Vianna, que de muita sabedoria ao carnava lesco Mauro Quintaes e ao Dejhair, Agora todos n6s sa mbistas precisamos estannos unidos para que a gente fa~a um carnaval que pedimos a Deus" .

6

,.

Marilene Barbosa (Coordenadora das Passistas)


"Fo i 0 sa ud oso Fe rn a nd o Pin to qu e Ilnc)vclU os desfiles com negros acima de 1,9001, sc u los os e co m um a m o bili dad e " lTlD re""on a nte pa ra d ese n vo lve r as reog ra fia s a pa rt ir d e 83. Exis te m hoje, issoes d e frente ma is performaticas, e por a Moc id a d e co ntra tou lim a g ra n de I " il"rina qu e e a Ana Bota fogo. A Mocidade minha vid a e tudo porque YO U completar anos e me dediquei 34 a escola. Espero que a Moci d a d e co nt inu e se nd o g rand e e ter :onsc ient"izaC;ao. Precisa mos resga tar alg umas ,ertentes e esperamos q ue carnava l que vem

Douglas da Lapa (Vice-Presidente de Comunicac;ao e coordenador Tecnico de Desfile)

, ndyr Trindade (Macumba) Presidente da Velha Guarda

"Os verd ad eiros fundad ores d a escola, que estao na ve lha-guarda, nao tem cond ic;ao de desfila r em uma a la. Antiga mente a ve lhaguard a vinha como comissao d e h ente, mas co m a corre ria de hoje nao da. Qua ndo se tem lima equ ipe a a ltu ra como eu tenho, fica fadl de levar. A velha-gua rda e mais facil de lidar d o qu e a ga ro tad a. E um pess oa l mu ito ed uca d o! A Moc id a d e e a minha seg und a fa milia. Sou fundador, v im d o futebol, minha ca sa e ra sed e e me u p a i foi 0 p r im e iro p reside nte. Varnos com humil dade, cabec;a em pe, porqu e ca rna va l nos es ta mos faze nd o. Luta r pe lo cam peonato" .

A mi nha responsab il idade e d e tod a 'parte tecnica e confeCl;ao do ca rna va l. Traba lho muito ligad o a parte artistica e ao ca rnava lesco. d ois tem q ue se entend er ITIlI ito bem pa ra conseguir um bo m traba lho. Comece i como componente de al a, depois p residente de ala, mem br o d a ha rmo nia e passei a d iretor d e carn aval. Desejo que conti nue jovem, alegre e unida. Que as pessoas da comunidade pensem na in s ti tu ic;ao. II

Dejahyr dos Santos (Vice-Presidente de Carnaval)

Oficinas de arte e teatro, cursos, shows e uma serie de programa~5es t ulturais. Av. Marechal Fontinelli, 5000 - Realengo - RJ. Tel.: (21)3333-2889 I 3462-0774 www.lonagilbertogil.coni.br .


PallIa Vianna Presidellte Executivo

Wandyr Trindade Vice-Presidel1te Executivo

Acacia M. Rosario Vice-Presidente Patril1lonio

Alberto A/lilted Vice-Presidente In stitL/cional.

Benjamin da Silva (Didiu) Vice-Pre sidente Adlninistrativo

Celia Via/ma Vice-Presidente COlllunitario

IJ{rvista :Mocidiufe 50 anos

•

Anselmo Edeval Duarte Vice-Presidente Finan ceiro

Claudio Correa Vice-Presidente Esportes

104


Dejahyr dos Salltos Vice-Presidente Carnaval

Edmlllldo Elias Salltos Vice-Presidente Medico

Doglas da Lapa Vice- Presidente COl11unicariio

•

Edsall Alves de Mellezes Vice-Prlsidellte Social

Dr. Fabiallo Miglleis Vice-Presidente furid ico

•

j Tolio Llliz Pereira Vice-Presidente Cultural

105

LlIiz Carlos Pilllltf, Vice-Presidel1te Infonmitica

Maria das Grafas Carvalho Vice-Presidente Departall1ellto Feminino

<JWvista 9docid'atfe 50 anos


Nestor Maganinho Viee-Presidente Apoio Tdtieo

PalliD WilsOIl Mllniz Vice-Presidente Terceira [dade

Regina Celia Veloso Vice-Presidente Reia,oes P,ibJicas

A Mocidade Independente de Padre Miguel, atraves do departamento cultural, gostaria de agradecer a todos, sem nenhuma excessao, que contribuiram para 0 sucesso da nossa agremiac;ao. CinqOenta anos de historia!

Emuito tempo e e claro que se faz

necessario a cria,ao de um livro para re lembrar todos esses momentos. Infelizmente, isso leva tempo. Mas nao gostariamos, de maneira alguma de esquecer de voce, que sempre freqOentou a nossa quadra ... Voce que trabalha todos os dias no nosso barracao ou na nossa sede social para preparar todo 0 espetaculo ... Voce que simplesmente liga a televisao no dia do desfile para nos assistir... Enflm, todos os ex-presidentes, vi ce-presidentes, socios proprietarios, diretores, segmentos, destaques, benemeritos,

figurinistas, costureir~s, operarios, seguran<;as, faxineiras, CQzinheiras,

Ricardo Ceda Vice-Presidellte Comerciai

componentes da 'escola no geral, moradores da regiao ... Nao podiamos esquece~ de voces. 0 nosso muito obrigado por tudo'

•

Ind. e Com. de Pescado Uda Rua Curitiba, 485 - Realengo Tel.: (21)2401-9530 I 3464-9614 e-mail: lugemar.pescados@globo.com

•


A estrela em ac;ao ",.,

Trabalho voluntdrio na quadra da Mocidade Independente atrai a comunidade POR A

I

( •

•


Jl

,

faIta de incentivos socia is, economicos e culturais vern fazendo com que a fome cres,a rapidamente no Brasil. Segundo 0 jornal 0 Clobo, 0 IBCE (Instituto Brasileiro de Ceografia e Estatisticas) fez urn levantamento sabre a miseria no pais, usando 0 criterio da renda per capita familiar. Como pano de fundo da fome, aparece a desigualdade entre as regi6es. 0 estudo mostra, ainda, uma grande maneha no mapa brasileiro, 0 territ6rio da fome. Que pode ser alterado, se inclufdos dados sobre saneamento biisico, habitac;ao, educa,ao e outros indicadores sociais. Enquanto os 6rgaos de estatisticas se debru,am sobre os numeros da fome, os dois departamentos da Mocidade lndependente de Padre Miguel, feminino e comunitario, estao se tornando uma referenda social na Zona Oeste do Rio. "0 Paulo Vianna e muito comunidade. Para se ter uma ideia, hoje, estamos atendendo um publico aproximadamente de 1.150 moradores e verificamos que a cada domingo esse numero aumenta. ja e um saldo positivo para 0 trabalho que estii sendo realizado, por todos dentro da quadra da Mocidade e, espero que esse numero aurnente para amenizarmos os problemas dessas pessoas.", afirma a vice-presidente do departamento feminino. Maria das Cra,as.

'!?!vista :Mocitftufe 50 alIOS

Segundo Cra,a, 0 trabalho social na quadra da Mocidade teve inicio em 1998 com a realiza,ao do cadastramento dos moradores carentes da Vila Vintem. Desse cadastro 0 departamento comunitario conseguiu trazer a comunidade para dentro da quadra. "Come,amos atender 20 pessoas com bolsas de alimentos. Quando perce bern os ja estilvamos atendendo 300 pessoas. 56 que infelizmente quem nos patrocinava come~ou a ter dificuldades e 0 trabalho foi diminuindo aos poucos", revela. Sem patrocfnio para dar continuidade ao projeto, mas com a com un ida de na Mocidade. Os integrantes do departamento promoveram, na epoca, oficinas para os moradores. "Como n6s qu,erfamos montar uma especie de curso para eles, n6s traziamos as pessoas ate a quadra. Os cur~os eram aos sabados de 'Panha cedo.

Eram palestras sobre saude e doen,as sexualmente translnissfveis. Para mantiLlos assistindo as oficinas ofereciamos cafe da manha: com pao, refresco, bolo e biscoito. Isso tudo era particular, era nosso, sem

ajuda de ninguem", afirma Cra,a. E foi com a iniciativa de Dona Ruth Cardoso (esposa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso) em criar 0 projeto Alfabetiza,ao Solidaria, que 0 departamento comunitario viu a oportunidade para os moradores se alfabetizarem. "0 que e emocionante nisso tudo, que na epoca tinha um senhor de 81 anos que nem sabia pegar no lapis. Hoje, ele sa be ler e escrever. Isso mostra para gente que estavamos e estamos no caminha certa", emociona-se Cra,a. No entanto, com termino do patrocfnio a Mocidade nao teve condi,6es de dar continuidade a alfabetiza,ao

Voluntarios do Projeto Social


da comunidade e 0 projeto foi encerrado. o gr a nd e d esa fi o e desejo d os integ ra ntes d os de p a rta m ento s fe minin o e comunitarioe retornarcom urn

casa" I revela a morad ora d a

rua Mesquita, Simone Ribeiro. o projeto A,ao Socia l conta ta mbem com ajuda das ba ia n as d a esco la, que sao responsaveis pelo almo,o. "E uma satisfa,ao enorme poder colaborar nesse projeto. Aqu i e u es qu e,o tod os os m e u s pro bl e m as. E es ta r e m os sempre a di s p os i,ao pa ra ajudar qualquer segmento da escola", fina liza a presidente da ala das ba ianas, Tia N ilda.

projeto antigo, 0 Ba ile de Todas as Idades, prom ovido em 2002 pe lo a tu a l presid ente Pa ul o Vianna. "0 Pa ulo foi eleito em 2002, e volta mos de novo com esse proje to. Co m o a gente fazia: tod o primeiro do mingo de cada mes era 0 ba ile e no ultim o do mingo era a A,ao A dan91 classica para Soc ia l. Desse ba il e n6s a comunidade co bnlva mos na entrada urn Se voce pen sa que 0 quil o de a lim e nto n ao ballet ou jazz nilo se a prende perecive l. A q uadra Io ta va, porque e ra mui to be m \d e ntr o d e um a escola d e d ivulgado. Com esse ali mento samba, esta muito e nganado. q ue a gente a rrecadava n6s No comec;o de mar,o deu inicio co nseguim os vo lta r a ajudar aD m a is n ctv~o e aud ac ioso aq uelas fa mili as cadastradas. projeto social implantado pelo Em 2003, 0 Paulo se afastou por p reside nte Pa ul o Via nl'la, I<a motivo de doen,a e 0 projeto Moc i d;ide foi paralisado," conta Gra,a. indepen~ente A fa lta de acesso a de ,Padre saude e a p reoc upa,ao de M ig u e l. 0 alguns pa is: "Venho trazer 0 trabalho tem meu fi lho pa ra ap lica,ao de c o m 0 fluor, porque os medicos objetivo tirar cobram muito caro. E a as crian<;as oportunidade que tenho para das ruas e cu idar do me u filho. Se nao aproximada fosse a Mocidade como trataria las cu ltu ra da dos dentes dele. 0 legal que os medicos orientanl os nossos dan,a. fi Ihos como escovar Rtire corretamente" enfatiza a Tavares moradora da rua Beliz' rio de formada em Souza, Maria de Lourdes educa,ao A boa comida tambem fisica e p6se elogiada pelos moradores: gradua,ao "Sempre que posso venho em dan<;a, almo,ar aqui na Mocidade. trabalha Alem da macarronada ser com ba ll et

jazz h a 10 a nos e a firma: "Essa e uma o p o rtunidade n ova para a co munidade, porque a d an,a nao faz parte da c ultura d e las. 0 no sso grande desafio e conseguir que essas crian<;as tenham acesso a esse tip o d e da n,a, uma c ultura d esco nh ec id a que m u i tos nao te m aces so Aq ui e les te ra o op o r t unid a d e d e co nh ecer u rn a mu sica qu e nunca ouviran1 em radios. Elas aca bam se a pa ixonando pela dan,a class ica." o ballet surg iu na Italia no fin al d o sec ul o XV, mais prec isa m e nte e m 1489 n o casam ento do Duque de Mililo com Isabel d e Ararao. Depois, a dan,a foi levada para Fran,a por Ca tarina de Med icis pelo motivQ do seu casamento com Henriqu e II . Em 1581, e la cr io u 0 Ba ll et Comico da

I

uma delicia, e u me sinto em

109

CL3_ssico

e <J{r<Iista 'Mocitfatfe 50 anos


Rainha, p a ra festejar 0 casa mento da s ua ien)a. A Fran,a transformou-se, en tao, n o grande palco do ballet mundial.

Mocidad e sao os contra s tes socia is. "Sempre foi um sonho

No Brasil, a primeira

dan<;a, na qual a v isao de mundo e DutrO. Sao cria n<;as

apresenta,ao do ballet ciassico foi rea lizada no Rea l Teatro de Sao joao, no Rio de Jan e iro, em 1813, urn es p e taculo diri g ido por Lacombe, mas, s6 um seculo

en sin ar

d an <;a

em

co munidades carentes. Eu sempre trabalhei em esco la de

que saem de casa dizendo eu vou fazer ballet ou minha mae qu e r que eu seja bailarina. Aq u i nao, as crian<;as vem por v ir, porqu e amam e ac h am

depois, com as apresentac;6es

d as co mp an hi as ru ssas de Diaghilev e de Pavlova, tambem no Rio de Janeiro, no en tanto, esta apresenta,ao foi no Teatro Municipa l, 0 ballet brasileiro deslanchou definitivamente. Marcia Hay d ee e Ana Botafogo conseguiram grande expressao intemacional com 0 ballet. AII'm de dar aten,ao ha 60 crian,as divididas em seis turma s e em dais turnos, Fabiane tem a preocu pa,ao em ed uca r

e

m onitorar

e que

essas crian <;as

aca bam tendo uma visao d e mundo diferente, daquelas que nao praticam a dan,a. Elas se tornam n1ais pacientes, tern

uma percep,ao muito boa. Agora eu cobro muito as notas que elas tiram na escola, porque elas sabem que para dar continuidade na dan,a tern que ir bern na escola e bem em casa, re s pe it and o as pais, sendo obedientes co m os responsaveis", revela. Segundo Fabiane Tavares, as diferen,as de se trabalhar em uma escola de dan,a ou n o projeto d a

IJi.ruista :M.ocUfrufe 50 anos

emeducare monitoraro desempenho escolar dos alunos, faz com que as crian~s acabam tendo uma visao demundo diferente. " \

0

desempenho esco lar de seus alunos. "0 interessante d essa hi st6ria

'~ preocupa~o

ruim quando nao tern au1a/'

afirma.

Para quem gosta de ballet cJassico as obras brasileiras

que mais se destacaram foram: Uirapuru, 0 Ga ratuj a, 0 Descobr im e nto do Bra s il , Maracatu de Chi co Rei e Salam anca do Ja rau . Dan~

de Saliio

Para alguns histori ado res, as dan~as de SaHio sao u sadas para e ntre te nime nto nas re uniOes socia is. Co ntud o, 0 homem

dan,ava na pre-hist6ria para espantar se u s m e do s, se u s mal es, para agra dar aos d e u ses, aos e le m e ntos da na tu reza e ate mesmo como inspira~ao para a ca<;a, para a

guerra e para celebrar os feitos. Na Mocidade indep end e nte d e P adre Miguel, a dan,a de salao tem como objetivo principal: a comunidade da Vila Vintem. No e nta nto, 0 projeto social para os moradores dentro da Mocidade vem conquistand0 a cad a d ia, moradores de outros bairros. " Co mo a dan,a de salao junta as pessoas, porque e a arte de dan,ar a dois, ela proporciona e cria urn dima de famili ar id ade. Hoj e te mo s

Qua,\tas as ex pec ta tivas Fabia ne es pera • • que todas as crian,as tenham uma op{rtunidade no mundo d a danfa e que a Mocidade possa 'dar continuidade aDS projetos sociais. "No final do a]unos que moram e lTI ano n6s esperamos fazer uma Paciencia, Jabour, Campo nov a apresentac;ao e 0 G rand e e N il 6pol is. E s6 res ulta do es ta vindo rapido vieram pa ra c3, porq ue eles a te de mais. Temos tres vira m que 0 trabalh o e m enina s, eIas sao as mai s _ realizado co m muita ve Lhas. Fizeram urn teste para urn mu s ical, que

e com

urn

core6gra fo da G lo bo e p assa ram. Esse traba ll)o va i es trea r e m deze mbro Barra," e mociona-se.

na

sededade," revela Adriana

Amarante professora da oficina de dan~a. Se~ und o Adriana, a ideia surgi u em 2003 depois de Ulna co n versa com 0

110


presidente Paulo Via.ma. "Eu tinha um desejo de oferecer isso it comunidade, como nunca tinha acontecido urn trabalho dessa dimensao, 0 Paulo aceitou de imediato. A nossa proposta foi trazer esses moradores para dentro da quadra. Nunca ninguem tinha entrada na escola e ficavam

certeza abso luta que a comunidade sai daqui com a alma la vada," emociona-se a professora. o s ucesso do projeto pode ser trad uzido em numeros: na primeira etapa do cu rsa se formararn no mes de outubro 146 pessoas. Em novem bra esse n umera

encantados

aumentou, com a continuidade

com

esse

universa," afirma.

Se a ideia surgiu em 2003, as primeiras dan~as socia is, como eram chamadas

as dan~as em casais, nasceram com os mestres da Renascen~a. A idade media foi u m periodo em que a dan~a, considerada paga, era condenada pelo clerc e sornente no final, com o inicio do periodo chamado na Hist6ria de Renascimento Cultural, que come~aram as manifesta~6es nas cortes dos reis e nobres.

A

demonstra~ao

da

arte estc'i expressa na vontade

dos a lunos com a dan~a. "E muita a legria. Temos muitas pessoas carentes. Tem gente que fica triste quando nao

das aulas e ja chegam ha 236 alunos (adultos) e 20 (crian~as) matriculados. "0 que compensa e II vontade de querer aprender. Eu me cobro muito. Costo de tudo certo. E quando vejo essa turma crescendo a cada dia, percebo que estamos realizando urn bom trabalho," conta Adriana. E se voce pensa que existe algum preconceito entre as cr i an~as e os adultos por estarem em horarios diferentes, esta n1uito enganado. "N6s nao quisemos juntar pelo ritmo de musica,

Eu coloco Kelly Key para os adultos eles adoram. As musicas para as crianc;as

e

Xuxa, Claudinho e Bochecha. Para os adultos, n6s colocamas mtisicas mais serias como: Aldemar Dutra. E depois tentamos juntamos tudo isso, e acred ite dar certo," garante a professora. Quanto ao futuro do curso, Adriana revela: "As

expectativas dos alunos e que essa oficina nao termine. Porque eles nunca tiveram a oportunidade de ter acesso a algo novo. E a Mocidade proporcionou isso a eles. Aqui n6s const ituim os uma verdadeira familia e os que vierern

serae

muito bern

recebidos," finaliz3.

A arte de dar vida Trabalhar com materiais que nao sao reciclaveis e pondo em pratica a

porque para atTair as crian;as

criatividade, para que possa

temos que ¡ toear mlisica infanti!. E ja (tercebemos que

ser vend ida no futuro. Esse e objetivo cen tral do projeto socia l gratu ito de artesanato

a mtisica

!laO

interfere muito.

temos aula, por motivD ou

outro. E eles ja pediram para que eu realizasse um baile toda semana. N6s estamos correndo atnis, porque II vontade deles e a minha," orgu lh a-se Adriana. A evolu~ao social e humana ja pode se percebida no convfvio do curso. "Tern muita gente carente, mas nao e s6 pelo alimento, e por carinho, aten~ao e amor. Elas venl para ca e se distraem e extravasam todos as seus problemas na dan~a. Eu tenho

111

. <l{fvista :MocUfatfe 50 anos

I


d esenvolvido pela Mocidade Jndependente. "Os materiais nao sa o rec icl aveis e1es sao

compra d os pa ra qu e e las possa m confeccio nar e serem vendidas. Cada uma usa sua m a n e ira de tra ba lh a r. A minha fun;ao e ensinar passo a p asso co mo e fe i to e e las confeccio nam junto comigo e le vam para casa," garante a professora Jaqueline Monteiro. Seg und o Ja qu e lin e, 0 projeto fo i cri ado em mar~ o deste ano pela Mocidade com o pa trocini o da Ambev e do gove rn o Fe d e ra l por se is m eses. "Nos fomo s co n v id a d os a p a rti c ipar e mini s tra r as a ul as. De pois d esses se is meses 0 projeto se ri a encerr ado e gra ~ as ao

pres id e nte d a escola, Paulo Vianna, 0 curso fla O acabou. Hoje esse projeto estii sendo patrocinado pela escola e vai ser de quatro meses", revela. "E g r a tifi ca nte faze r pa rte d esse proj eto, porque q ua nd o e las di z em qu e

'%vista

~ocitfade

50 anos

vend e ra m um obje to e puderam com pra r um leite, eu s into qu e 0 m e u tra balh o compe n so u . H o je, sao 40 alun as matri c ul a d as e esse numero pod e a umentar. E 0 qu e e u di go a e las, no a rt esa na to a ge nte nao e form a d a . Eu nao so u professora. Existe uma troca de id e ias, d e co nh ec im e ntos e maturid ad e, na me did a e m que e u es to u e ns in and o, e u estou aprend end o junto com elas", elTIociona-se Jaqueline.

P a ra 0 esc rito r Le o Hu berman , com 0 cresci men to do s ce ntr ~s urba nos e a c ir c ul a~ao d o dinh e iro, os a rtesaos fo ra m de ixand o 0 trabalh o na ag ri cultura de lado para viver de seu ofkio. Em se u livro : Hi st6r ia da Riquez a do H OIl1 W I , 0 a uto r afirm a: "0 mercad o tinha que crescer para qu e os artesaos \ pud esse m ex is tir enqua nto esti verem nas suas profiss6es isoJa das" . E as atlesas jii es ta o

existindo dentro da Mocidade e mostrand o fora da q uadra os seus potencia is. "Elas ja fazern

e ncom endas p a ra as fes tas. Elas aprendem mu itas coisas: de urn si m p les sa bo ne te, d eco r am urn p ra to, pin ta lTI

teci d o, borda m e faze m bonecas. 0 que va le a pena e ver a for~a de vo ntad e delas, de quererem ap re nder e pod er

mostrar

a sociedade

0

seu

val or co m o se r hum a no," afirma Jaqueline. artesana to e hoje uma realidade reconhecida no pais, co m base e m coope ra tivas, n1icro e pequ e nas e mpresas, elas fo ram criadas para sair da marg in ali zar;ao, exclusao m e rca dol 6g ica, soc ia l e de economia info rma l. Calcul a-se que a atividad e gera oc upa~ao para 8,5 milhoes d e p essoas, incluind o os artesaos q ue trabalha m na in fo rma lidade. Seg und o Fo nte do Ins tituto de Bras il eiro Geo g r a fi a e Es ta tfs ti cas (!BG E), a parti c ip a~ao d o segm ento no me rcado te m de tec tado um a m o vimenta~ao de cerca d e R$28 bilhoes anuais, o que corresponde cerca d e 2,9% d o pro d uto interne bruto (PIB). A Mocidade conta a inda com os projetos sociais de teoria musical e instrumental, as ter~as e quintas, de: 14h as ISh; ISh as 16h; 16h as 17h e 17h as ISh e 0 refOr~o escolar de I ' a 4 iI serie, de segunda a sexta, de Sh as 9:30h .•

o

112



Uma jovem estrela I

Escola de samba mirim de Padre Miguel jei e referenda no carnaval carioca POR ANDRE THOMAZ


o

s probl e m as sa o d ivers o s: as dificuldades na rel a~ao fa mili a r~ fa lta de a lime nto, envo lvimento com 0 trafico de drogas, p ros ti tui ~ao infantil e a fa lta d e a cesso a rede pub lica d e en s ino. Segun do es ta tfs ti cas d a M ult iri o, e mpres a d e mu ltim e ios d a Prefei tu ra do Rio de Jane iro, respo nsa vel pela produ ~ao de prog ram as d e T V, vi d eos, sites, CD-ROM voltados para

pli bl ico, em reso lve r a s p r ob le m as s oc ia is e c u l tu ra i s de ss e s me n o r e s .

P r o v a d isso , q u e 82 % da s c rian c;as

vit i ma s d e v iol e n cia ,

seja

e la

de

fami liar ou

cr i a n~as d e f ua, no l11 un jcip io,

urbana, sao

e d e a p rox im ada me n te 700

neg ras e 23% d esse to nti ngente

edu ca<;ao,

0

n um ero

cria nc;as e adolescentes.

No e n ta n to, para a orga ni zac;ao n30go ve rn a me n ta l O fic ina d e Gente, a s itua~ao das c rian~as vern se agravan do a cada ana co m a fa lta d e interesse

s

a

o

meninas.

N a b'usc a e m s an ar ess as ca ren Jias c u ltura is e socia is d os mora dore"s

de

P a d re M ig u el, a presid e n te Maria das Grac;as e a sua v icepresidente Cel ia Viarma estao

r'

115

'l!fvista 9.tocUftufe 50 anos


apostando e jogando pesado na r ea li za,ao do so nho d e toda erian,a e adolescente, desfilar pelo C .R. C.E.5. M. Es tre linh a da Mocidade independente de Padr e Migu e l. "A Estrelin h a e 0 futuro d a Mocidade. E muito importan te a cri an<;a come<;ar

desde pequena, porque e aqui q ue e las iraQ reconhecer 0

va lor c ultura l do sa mba," afirma a presidente. A Estrelin ha da Mocidade foi fundada, e m 1992, pela Beth Andrade, com

Vicente de Paula: fundador e primeiro carnavalesco

o interesse un ico em d ifund ir

I

da verde e branco. Comecei a

com a comunidade infanti l e

arrumar moti vQs para fa ze r

incentiva r nossas crianc;as." A qu estao da

inte g rar a co mun idade d e Padre Migu el no uni verse do samba: "ln ven tilvamos festas

co m que as l11 aes levasse m

ed uca,ao e levada a seri o pela

a cu ltu ra popu la r, interagir

se u s filh os pa ra de n t ro da q uadra". "Eles tem que Os jul ga m e ntos do s para te r d inh e ir o e a conciliar 0 estudo Estre li nh a foi u m s u cesso. desfiles das escolas mirins sao ea escolade Ac ho que foi a co isa mai s d ife re nt es da s do g r upo Qu a ndo a e moc io nante e gos tosa da especial. samba. Quando Mocidade: Ver todas aquelas agrem i.,ao passa na avenida eles tiram notas cria n,as lutando pelo simbolo os jurad os ava li a m g ua l ques ito q ue a baixas, refor~amos escola fGl i' melhor, a cobranfi1 e ou seja, I todas as esco las sao • • chamamosos h orp'e n a gea d as. pais. " Por. exemplo: se a ba t~ri a da E~ t re l in h a for diretoria da Es trelinh a que escolhida como a monitor a 0 d ese mp enh o me lh ar e ntre as escolar das crian,as. "A gente co irm as ga nha cobra isso, porgue elas tem que um t r ofe u. conciliar 0 estudo e a escola de Co nt u do, a sa mba, porqu e sen ao elas pr es ide rite dei x<tm 0 estudo d e lado. escl a rece: "Nao Quando elas tiram nota s rece bemo s baixas refor,amos a cobran,a n e n h u m a e chamamos os pai s para premi a,ii o e tn .. colabo rarenl conosco" revela d inh e iro . Esse C ra ,a. Segwld o a presid ente, trofeu e para Celia Viana e Maria das Grat;as I

<J?rr;lsta :Macitf'ad'e 50 alias

116


as dificuldades de se colocar uma escola mirim na fua sao inumeras, mesmo com a subven,ao atrasada de 10 mil rea is da Associa,ao das Escolas de Samba Mirins do Rio de Janeiro (AESMR)). Porem, com ajuda do presidente da Mocidade Paulo Vianna, esses obstaculos sao vencidos e ressalta: "A ajuda do Paulo esta sendo fundamental para a Estrelinha. E a menina dos olhos dele. Esse ano reaproveitaremos todas as fantasias da escola mae. Com isso, 0 custo do carnaval sera muito baixo." .

Convidado pel a vicepresidente da Estrelinha Celia Vianna e pelo presidente da Mocidade Paulo Vianna, para assinar 0 carnaval da escola mirim, Sidiney Rocha revel a: "Apesar de morar aqui tao

perto, eu sempre tive urn soOOo de fazer

carnaval da

costureiras, tern materiais

suficientes para serem trabalhados. 56 urn pouquinho de criatividade, voce consegue fazer unl trabalho legal., Agora para as outras escolas mlrlns a realidade e !JJ,m diferente." Com enred<f: "Crian,at' Carnaval, Fantasia

Beth Andrade: primeira admimstradora daboutique

117

0

Estrelinha, de estar dentro da Mocidade e, eu jii tinha quase desistido desse sonho. E foi atraves do Cidinho e da Jane que fui apresentado a Celia e ao Paulo, que estao confiando no meu trabalho." Independentemente das dificuldades qu e sao encontradas, carnavalesco afirma: " No caso aqui da Mocidade a dificuldade e zero, pelo 0 que eu estou vendo e tranqUilo. Tern

e Alegria no Tempo da Vov6", Sidiney assegura que nao vai falar da hist6ria do carnaval e sim de urn carnaval nao muito

distante, que aos poucos esta acabando. "Esse carnaval que vamos mostrar e 0 carnaval da epoca das av6s das crian,as. Nessa epoca tinha clubes, tinha baile na rua, as pessoas se fantasiavam para if aos coretos e hoje em dia nao tern mais isso. Por exemplo, tirando como ponto de referencia, no Cassino Bangu nao tern mais bailes, no Creib tambem nao e nem no Gremio de Realengo. Nao tern rna is bailes carnavalescos nessa regiao," e revela: "Alem desse carnaval saudosista iremos homenagear a nossa escola mae e brindar os seus cinquenta anos."

os

Amor e 0 orgulho sao sentimentos que 0

Celia Vianna: atual administradora daboutique ~a 'Mocitfatfe 50

anos

I


inte rpre te d a Es tre linha Evaldo Ribeiro G uimaraes, diz ter pela agremiac;ao e declara: "E um a fe licid a d e ime n sa poder estar cantan do 0 sa mba pel a Es trelin h a . Es tou aqui desd e pequ en o n essa escola maravilhosa ," Ha tres anos a frente da bo teria mirim Davidson dos Santos Gomes afirma: "0 s ucesso da Estrelinha se deve

a Beth Andrad e, p orque ela foi pioneira disso tudo." Para Bruno Eurico d a Silva de Souza que hoje toca cavaco diz que: "A estrelinha e 0 ponto d e p a rti da pa r a tud o. E a traves d e la q u e alcan ~a r e mo s 0 s ucesso n a Mocida de." Segund o Grac;a, 0 p apel da vice-presidente Celia Via nna e imp ortan te na

construc;ao desse sonho e, que a uniao dos integrantes e 0 term6m etro para 0 born desfile Es trelin h a q ue a pr oporc io n ara a to d os na ave nid a, co n seguind o levar uma vida igual a da maioria d as cr ian c;as qu e te rn um a fa mili a. "Fazer pa rte da Es trelinh a e fazer pa rte de uma familia, issa COlD muito arnor" ernociona-se.

•

I

Sinopse da Estrelinha

o enredo "Crian91:

carnaval, fantasia e alegria no tempo da Vovo, por si ja remete a ideia de descontra<;Zio e brincadeira, que sao marcas essenciais do carnaval, fazendo com que essa mistura resulte numa grande festa, recheada de cores, sonhos e fantasias. o povo e quem verdadeiramente faz 0 carnaval e e responsclvel pelo bom samba no pe e pela pura alegria. Seria muito bom que 0 carnaval ganhasse nova mente as ruas com os coretos populares, com desfiles dos blocos, com fantasias populares, no ritmo do frevo pernambucano, 0 samba carioca, 0 afoxe e os trios eletricos da Bahia. Assim, a proposta do en redo busca justa mente homenagear essa epoca em que 0 cantar, 0 dan91r, 0 fantasiar-se faziam parte do imaginario e do espirito de toda gente. Cuicas, tamborins, tam bores, pandeiros - e com essa mistura de sons e ritmos que a Estrelinha faz uma grande homenagem ao nosso inesquedvel Mestre Andre, 0 inventor da "Paradinha". \ Os trajes tambem ganharam novas caracteristicas. Hoje, nas ruas e passarelas do Rio, encontramos colombinas, pierras, baianinhas, turbantes coloridos e fantasias das mais • variadas origens. Nas escolas de samba, 0 figurino fica centralizado na figura do carnavalesco, cujo trabalho exige pesquisa criteriosa so~re todos os tipos de adorno e a Estrelinha da Mocidade vem com todo 0 brilho homenagear Fernan!lo PInto: 0 carnavalesco futurista . As marchinhas que encantavarh a vovo eram divulgadas pelo boca-a-boca, nas radios, bailinhos infantis enos blocos sujo. Os cartunistas, J. carlos e 41n souberam retratar a vida carioca como ninguem, com personagens como almofadinha e a melindrosa e as mulatas de Lan, cujos tra~os escorrem saborosamente. A Estrelinha da Mocidade no carnaval de 2006 vai apresentar esse mundo magico e fantastico, em que baianinhas se transformarao em vovos e a comissao de frente em velha guarda, como forma de homenagear e preservar 0 nosso maior patrimanio: a experiencia e a sabedoria da terceira idade, num enredo cheio de fantasia e alegria, cujo espetaculo estara de acordo com a imagina<;Zio das crian~as. Oh! Infancia de sonhos doces, reviver carnavais inesquedveis do tempo da vovo. Esta venda como e bom lembrar os antigos carnavais? Entao aceite 0 convite da Estrelinha da Mocidade e participe desta festa.

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Sidiney Rocha

iJ?rvista tMocilfaae 50 anos

118


"A Mocidade chegou, chegou!" () enflaio\

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POR THAf S MOTTA •

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abado. Oia lindo de sol, verao carioca, muita gente bonita ... depois da praia, e s6 0 tempo de ir tomar um banho e revigorar as energias. Ainda em casa, a enorme queima de fogos avisa que ja e a hora' Chegando aos arredores, ja se escuta 0 batuque que arrepia qualquer mortal. lnevitavel ter 0 corpo tomado de emo~ao e os olhos encherem de lagrimas, afinal de contas, "Ia vel11 a bateria da Mocidade Independente, nao existe mais quente, nao existe mais quente. E UI11 festival do povo, e a alegria da cidade, SALVE A MOClDADE, SALVE A MOCIDADE!". Passando pel a estar;ao de trem uma placa anuncia a sua chegada: Padre Miguel. A partir desse momento, tudo 0 que se ve tern as cores verde e branca da nossa estrela, que nunca deixa de brilhar. Voce esta na entrada na Vila Vintem, ber~o de muitas estrelas e muitos bambas do samba. Olhando para 0 outro lado, 0 nome da escola indica: CIEP Mestre Andre. Nada mais precisa ser dito. Os bares que cercam a quadra tocam os sambas que fizeram da Mocidade um mito no carnaval carioca. A a1egria e um altfssimo astral esta no ar. .. A hist6ria da agremia~ao se mistura com 0 frescor da juventude: velha guarda e seus netos e bisnetos imbufdos em um mesmo sonho e ideal. Cad a bar, barraca, ambulante traz 0 mesmo

If<fvista :Mocitfaae 50 anos

nome. A comunidade respira sa mba 24 horas por d ia, durante todo 0 ano. A rua fica completamente tomada de gente festejando a alegria de amar a escola de vanguarda do carnaval carioca.

Quem realmente freqUenta a agremiar;ao pelo menos por uma vez ja tomou o famoso caldo da Iia jacira, ponto de encontro dos sambistas antes de cair na festa, ou ja tomou uma cerveja no saudoso bar da Velha Guarda.

"A ru complet. m nt tom do d.

gent " qn

\

mara ~cola d. v. nquarda do Co rn v. I carioca

Ao end-ar na quadra, a imagem ~ de milhares d~ pessoas t' embaladas pela hist6ric; bateria, agora comandada pelo Mestre Jonas. Como nao poderia deixar de ser, mais inovac;5es: sambe ao som de uma batida espanhola ou no batuque da Famflia Adams. da ensaios Os Mocidade Independente de Padre Miguel, seja em um sabado ou na quarta-feira, sao um espetaculo a parte. A?, som da voz marcante de Wander Pires, passam pelo chao de quadrados verdes e brancos os

do is casais de mestre-sala e porta-bandeira da agremia~ao, a fabulosa Ala das Baianas, sob o comando de Iia Nilda, e os passistas com muita beleza e samba no pe. Marilene, coordenadora da ala, sernpre da 0 ar da sua grar;a e presenteia os espectadores com

sua alegria. Nenhuma briga, muita cerveja e descontra~ao. Esses sao os ingredientes da festa de sucesso que a escola traz ha anos para toda a Zona Oeste. Mas tambem visitam a quadra moradores de todo 0 Rio, visitantes de todo Brasil e cidadaos do mundo que se arriscam a bater 0 tamborim. Artistas, gente bonita e empolga~ao enchem os camarates da Mocidade. Da parte de cima, nada mais gostoso que se contagiar com a alegria dos milhares de folioes que lotam a quadra. 0 simbolo da escola brilha em cima da bateria e ilumina os ritmistas para que entoem suas maravilhosas paradinhas. No ritmo de "Escada da Penha", nao ha uma s6 pessoa que consiga ficar parada. Gar~ons, pessoal de apoio, ninguem ... Impossivel ficar indiferente. Alem de um lugar propicio para uma paquera, a Mocidade tambem e muito familiar e gera~oes se .c ruzam naquele chao e festejam a alegria de amar a estrela-guia de Padre Miguel. Se voce nao conhece, ainda ha ~mpo. Separe urn espa~o na sua agenda e descanse. Seu sabado sera inesquecivel!

120


Empreender: a sua marca registrada Nesses 50 anos de historia, a verde e branco inovou no car-naval carioca I POR ANDRE THOMAZ •

t'


O

,

car naval e considerado u ma das festas populares mais animadas e representativas do mundo. Tem sua origem no entrudo portugues, onde, no passado, as pessoas jogavam uma nas Qutras, agua, ovos e farinha. 0 entrudo acontecia num periodo ante rior a quaresma e, portanto, tinha urn significado ligado a Iiberdade. Na busea de uma Iiberdade a Moeidade Independente de Padre Miguel carregou para a avenida uma linguagem moderna, que foi muita das vezes criticada pelos sambistas mais tradicionais. No en tanto, foi atraves dessa tendencia que a estrela de Padre Miguel conseguiu proje,ao naciona!. Durante meses, a escola de Padre Miguel prepara meticulosamente 0 seu desfile para 0 carnaval

2006. 0 Iuxo e beleza serao uma marca constante na verde branco. Quem comparece ao desfile da Mocidade inevitavelmente tern uma au la de musica, com a eterna bateria do Mestre And reo E foi com a cria,ao da "paradinha" que a Mocidade comec;ou 0 seu pioneirismo no carnaval carioca. Essa nova batida passou a existir quando a caixa-taro l pernlaneceu tocando sozinha, nlantendo a

escola evoluindo. De repente, 0 mestre Andre se virou para a bateria e fez urn sinal para que os Dutres instrurnentos voltassem a toear. 0 povo foi ao delirio na Rio Branco. "Era uma loucu ra a nossa bateria. A estrela desse hornem (Mestre Andre) tinha que brilhar. A presen,a dele na Moeidade foi importante. Foi 0 Mestre Andre qhe criou a estre la da Mocidade," revel a Wandyr Trindade vice-presidente

•

executivo da Mocidade. E nao s6 foi a estrela de Mestre Andre que brilhou, pelas maos de Sebastiao Esteves, 0 Miquimba, uma nova batida mudaria a importancia dos surdos nas escolas de sambas. E essa mudan,a come,ou que em uma naite chuvosa, na qual os integrantes do surdo de primeira e segunda faltaraOl, e Miquimba teve que assumir o instrurnento e de tanto tocar acabou criando 0 surdo de terceira, que hoje da urn "molho" especial it bateria. "Dizem que 0 surdo de terceira jii existia. 0 que existia era 0 surdo de corte. 0 surdo de terceira foi criado aqui na Mocidade junto com Mestre Andre," garante ainda Sebastiao encontrou tempo para desfrutar de urn cargo nada invejado: rei de bateria. "Esse convite surgiu do Mestre

Desfi/e 1996: Comissao de Frente do enredo "Criador e Criatura "

lJ?!vista :Mcx:idiufe 50 arws

122


Desfiltf 1996

Bira que me convidou e eu aceitei. Foi muito born. Hoje, mo sei se vou desfilar. Estou com problemas nas vistas e acho que vou operar," afirma. Em 1980, Fernando Pinto cria e recria 0 sentido do carnaval carioca. Com seus carros aleg6ricos e suas fantasias futuristas a Mocidade se coloca como uma escola moderna. A ponto de conquistar 0 campeonato, em 1985, com enredo: Ziriguidum 2001 urn camaval nas estrelas. "Fernando Pinto estava alem do nosso tempo. Naquela epoca ele colocou indios com patins e com roupas. 0 que os indios llsam hoje?" lembra Wandyr Trindade. Com urn pedido simples para Castor de Andrade e Mestre Andre, Adeli Fatima

123

cria atraves do seu suces so, ¡ como mut!. ta do samba, 0 posto de f ainha da bateria. "Chegul'i para 0 Castor e mostrei 0 meu sonho que era vir na frente da bateria. A pessoa tern que ter 0 carnaval na veia. Eu saia como destaque na Mocidade, mas eu nao gostava, sempre sostei da bateria. 0 Castor autorizou a minha ida, mas mesmo assim fui pedir autoriza~ao ao Mestre Andre. Eu sempre fui uma pessoa profissional."¡Eu sempre soube que eu na frente bateria poderia prejudica-los, porque quem tern que aparecer e 0 mestre e nao a rainha," afirma Adeli. No entanto, quem apareceu foi Renato Lage que deu continuidade, de forma diferenciada, ao carnaval de

Fernando Pinto, porem era considerado pelos criticos como urn carnavalesco "hightech". Com carros aleg6ricos iluminados, tecnologia de ponta e fantasias impecavelmente trabalhadas, Lage proporciona a Mocidade tres campeonatos. "No carnaval tudo e valido. Podemos tra balhar com efei tos especiais, com 0 barroco, com 0 luxe etc. A Mocidade foj 0 minha escola, minha faculdade e meu PHD no carnaval,1f diz Renata. Hoje, os amantes da verde ~ranco estao apostando na criatividade e na modernidade do carnavalesco Mauro Quintaes, para chegarem na vida que pediram a Deus, o campeonato de 2006.

•

'Rfvi.sta :Mocid"tufe 50 anos


Salve a Mocidade! Baile do CinqtJentenario reuniu grandes personalidades da agremia9ao e do mundo do samba POR PAULA BRAZUNA e THAis MOTTA


noite de 11 de povo da hi stor ia da esco la . novembro de 2005, a Todo s es tao lindo s, quadra da Mocidade se vestiu rnaravilho s o s , em traje de gala para receber chiqueresimos!", emociona-se as pers onalid a des da sua Beth Andrade. o Clube da Meda lh a hist6ria e do carnava l carioca. Va leria Valenssa e Casa da Moeda tamb e m Viv iane Araujo apresentaram esteve presente para celeb ra r as atra<;oes e contaram a o an iversa rio e oferecer a trajet6ria da esco la duran te medalha co m emorativa do seus 50 anos de g l6r ia. A Jubil e u de Ouro para a co memora<;3o co me<;o u com Moc idade lndepen dente de lima grande que ima de fogos Padre Miguel. que anu nciava 0 inicio da festa o carnava lesco Mauro e qu e ficari a para sempre na Quintaes afirmou seu encanto mem6 ria dos apaixonados da pela ve rd e e branco: "A verde e branco. "A quadra Moci dade e uma escola q ue , esta linda, a fes ta esta uma tern um padrao de qualidade alegria e estou muito honrada e 1110dernidade, e esse e a me u em faze r parte pelo menos de com promi sso: 111an ter essas urn pedacinho desses 50 qualid ades e, q~em sabe, levar anos", come nta a madrinha a esco la ao ca m'Peonato! Que da bateria nola 10. a esco la mante nha essa ¡ o presidente executivo trad i,ao e ~mor por mais 50 Paulo Viann a deu as boas- anos !" vindas aos co nvidado s e surpresa Uma convocou ao palco todos os emocionou a todos: a bateria v ice-pres id e ntes. liE uma nota l a, no co m an d o de g rande festa onde vamos Mestre Jonas, executou 0 Hina homenagear q uem fez a Nacio nal Brasil eiro. hist6ria da Mocid ade", Co m uma carinhosa e enfatizou Paulo. jus ta hom enage 01 a Logo ap6s, 0 vice do presidencia da escola conferiu departamento c ultural , )oao titulo de benemeritos, grandes Lui z Pereira , teve a palavra benem e ritos e baluartes da para a nuncia r a exibit:;ao do escola. Todos os exdocumentario "Orgulho, pres id e nte s e ao at~(} 1 Realidad e, Te Amo Minha pres id en te da Li ga Mocidade". 22 minutos de lndepend ente d as Escolas de muita e mo<;ao, fizeral11 Sa mba d.o Rio d e Janeiro relembrar momentos (Li esa) ta mbem receberam a Cap itao inu s itados e marcantes de homengaem. quem rea ll11ente fez e faz Gu imaraes estava presen te e parte dessa hist6ria. "Nunca deixo u seu recado: "Esta festa vi a Mocidade tao linda' Aqui es ta l11aravilhosa ! Eu vim a nao tem turista ... Aqui esta 0 quadra da Mocidade uando %

Andn3zinho

Departamento Terceira Idade

,.

Ao centro, de branco, Arli Correa (esposa do gaucho)

Bateria com Mestre Jonas


ne m havia cobe rtura . Hoj e vejo essa qu a dra bo nita e e nfe itada. E um a fe s ta completamente diferente das festas de samba: um ba ile. Isso mostra que 0 publico de samba pod e fre que nta r qu a lquer ambiente, que se sa inl. muito

o comiti' organizador,

be m . E uma fe sta di g na d e prime iro mundo. A Mocidade est;; d e parabens porque, co m 50 a nos, n ao e ma is um a c ri a n ~a . Acho qu e 0 g ra nd e presente que a escola pode dar pra comunidade e 0 titulo em 2006".

compos to pelo dep artam ento s oci a l, e m conjunto co m 0 departa mento cultural e velha g uarda proporcionaraOl aDS con v id ad os muita mu s ica, buffe t co m ja n ta r, mesas d e frios e bebidas.

HOMENAGEADOS DA NOlTE

f

Benemfrjtos.da. Liesa:.

Glandes 8enemeritos;

Baluartes

Presidenfe dn Liesa:

A1tamiro Vieira (Cambalhota)

Adyr Alves

Ailton Guimaraes Jorge

Andre Luiz Lopes da Si lva

(Diretor do Mestre Andre)

Ex-Preside11 tes:

Paulo Cesar do Nascimento

Guilherme(Pri11leiro Carnavalesco)

Aniz Abraao David

Joney Garcia AJvim

Ivo Lavadeira

Paulo de Almeida

Jorge Francisco (ClliquillllO

(FJ/Ildadordo II/dependellte Fe e

Jorge Luis Castanheira

do Babado)

fill/dador do escola)

OJ alma Arruda

In memorian:

Edalmo Tavares

Luiz Pacheco Drumond

Silvio Trindade

(Primeiro crurmer da escola)

Ariodantino Vieira

Nice Maria

8enemeritos J1a._Escola:

Jose Pereira da Silva

(pri111eirn crlll111er da quadra)

Marlene Paiva

Olimpio Correa (COIicho)

Familia de Mestre Andre

Wilma Andrade

Maj. Ademir da Costa Pereira

Familia Dona Ivanoe

Fatima Ten6rio

\

(Prillleira destaque da escola)

Osman Pereira Leite

(in memorian)

Jorge Pedro Rodrigues

Arlindo Rodrigues

Dr. Castor de An<;lrade e Silva

(Pri1l1ciro Mestre-Sala da Mocidade)

(in memorian)

Dr. Paulo Moreva Franchinnj

Familia de Ari de Lima

Renato Lage

Paulo Roberto de Andrade

Fernando Pinto

Silva

(in memorian)

Beth Andrade

Salgueiro

.

.",

Romanq de Mello Castro

•

(Responsavel pela es truh~rn (iio

do Mocidade CO/l/O escola de Samba) Familia de Aparecida Careca (in

memoriam - destaqlle como baial1a)

\ Baluartes

Quirino da Cuica

Grandes Benemeritos;

Oswaldinho

(mais ntlhgo cfliqll eiro da cidade)

WandyrTrindade (Macilmba)

(Primeiro Diretor de Harmonia)

Familia Tio Dengo

Orozimbo de Oliveira

Glorinha (Dona Maria do Siri)

(in ",el1lOrialll - flll1dador)

Gerson lopes de Souza

Bibiana (Ala das Capric/lOsas)

Aluisio lfill/dador do Velha Cuarda

Nairton Chaves

THioMarino

Orozimbo

Heleno Rocha

(COIf/positor do primeiro sall'1ba da

(Fltndador da escola e ex-presidente)

Nelson Costa

escola "Navio Negreiro")

Familia Tia Chica

Americo Siqueira Filho

Toco (compositor NApo/eose ao

(in memoriam -fider espiritual)

Jose Roberto Ten6rio

Sa1l1ba" que levOli a escola ao

TiaRemba

Paulo Vianna

(Pril1lei ra. porta-balldei ra)

Benjamin da Silva Filho (Didiu)

Crupo Especial) Cleber (Colllpositor de "'Apoteose

Familia de Ney Vianna (Puxador)

Cesar Andrade

ao Samba")

Prego (Fu/ldador do escola)

~

9.tocidiufe 50 anos

.

126


Familia do recnico de futebol Oswaldode Oliveira

Pituka Narobe e Guilhenne Guimaraes

Beth Andrade, 0 ex-presidenteJoseRoberto Tenorio (recebendo 0 seu titulo) eo atualpresidente executivo Paulo Vianna Valeria Valenssa e Viviane

Regina Case A noยงS<1 porta-bandeira Marcella Alves eo presidente da Lie,a Capitiio Guimaraes

Bolo comemorativodos 50 anos da escola

sergio Marone Beth Andrade, Paulo Vianna e Viviane Araujo

Carolina Dieckman

127

A comentarista de carnaval Maria Augusta e a nossa destaque Keyla Cassia

Paulo Vianna, Chiquinho do Babado e Macumba ~a

:MocUfatfe 50 anos


¡

A hora da verdade!

,


o

carnaval 2006 esta por eonta de Mauro Quintaes. Veja a seguir a sinopse do enredo assinado pelo carnava lesco: Sambo, logo existo! Quero viver eternamente 0

espirito onirieo da grande festa que 0 povo da de presente a si mesmo. E sair por ai espalhando minha raiz em verde e branco, mostrando a minha identidade. Ser eterno foliao nesse mundo de meu Deus. Esta e a vida que pedi a Ele. Mas 0 futuro aponta para 0 fim dos tempos, onde a profecia maior alerta para 0 termino da nossa experiencia terrena. 0 mais profetieo dos eseritos diz que este mundo sucumbira num even to monumental, chamado de Apoealipse. 0 que me resta? Sonhar ... Com 0 dom da esperanc;a, rein vento a pr6pria hist6ria. Sou a Mocidade, esta grande maquina de alegria, que viaja iI velocidade do sonho, movida iI emo~ao. Nossa ultima parada: 0 bem viver. Mas como a pr6pria vida nos ens ina, a felicidade nao esta no destino, e sim, no caminho. Pois vamos refaze-Io, brincando com 0 tempo. Vamos aproveitar este novo cenario carnavalesco para por ordem no caos: mudar 0 ENREDO do mundo, atraves da evoca~ao de quatro cavaleiros, que, nurna eh~rea apari~ao, transformam 0

129

Apocalipse em Apoteose e fazem desta FANTASIA, a mais bela realidade. Quis a Autoridade Divina que criassemos dias de tregua para viver como Lhe pedimos. E demos a este tempo nome de carnaval. Com 0 poder da alegria, vamos fazer com que estas quatro for~as se transm u tem em boas energias enos gu iem por esta Odisseia rumo ao essencia l da vida. Esta sim, a que pedimos a Deus. Desce dos ceus 0 primeiro cavaleiro: A Paz. \<.epresenta os idearios humanos, transforma 0 mundo atraves do aprendizad<'l ' com as experieneias tlo passado. E a reconquista do bem viver-pel06 grandes jieais, gerados em engenhosas mentes e da necessi!ade de eriar urn mund~ melhor. Surge um manifesto ern favor da vontade comum e do bemestar de todos, criada a partir do pensamento revolucionario de uma mocidade consciente e independente. Nasce a consciencia de igualdade e justi~a. Urn mundo onde 0 "partido" e pensar 0 inteiro. Todo poder emanando do povo e ern seu nome sendo exercido. Os grandes imperadores das na~6es se curvando a bandeira do bern viver. E livre 0 pensamento e sua manifesta~ao.

"So/dados! Nao bata/heis pe/a escravidao!

Lutai pe/a liberdadel'" o mundo nao e preto, branco, cinza. Tem todas as cores, e plural. Tern todas as ra~as, e mesti~o. Tem todos os sons, e carnaval! Clarins anunciam a segunda ordem celestial para a reinven~ao do mundo. Surge 0 Cavaleiro da Fartura, que nos traz a eonsciencia de que a natureza e adorno e proved ora de todos as seres vivos, dando-nos 0 sustento e ensinando que 0 mundo e grande demais para existir fome. 0 homem aprende que pode multiplicar alimentos do corpo e da alma para depois partilha-Ios corn os seus . As materias-primas estao ao nosso redor e uma Maravi lhosa Fabrica da Felicidade produz toda uma nova ordenl mundial, com pleno emprego e plena satisfa~ao, com operarios trabalhando a todo vapor. Nasce um mundo de fartura, antes 56 imaginado nos dias "gordos" de Momo.

o avan~o da ciencia (e consciencia) evoea 0 terceiro cavaleiro: a Saude. Para todos os males, encontra-se a cura 'atraves do desenvolvimento de terapias alternativas e do estudo de novos remedios e tratamentos na futa¡ pela vida. 0 conhecimento sobre 0 seu pr6prio corpo leva 0 homem ao apice da evolu~ao. Contaminados somos todos pelo novo vigor que nos


,

transform a em seres evolufdos. Corrernos rumo ao futuro, sa!tamos os obstaculos, driblamos as epidemias, superamos as divergencias, enfrentamos os desafios ... E sambamos noite afora, entregamos nosso corpo como oferenda ao pleno prazer da celebra,ao da vida. Enfim, vencemos. Mente aberta para uma nova filosofia. Sob 0 comando do quarto cavaleiro, 0 Equilibrio, renovamos a fe num novo dia. Cultivamos bons sentimentos e alcan~amos a tao sonhada paz de espirito. Aprendemos a ver a beleza do mundo e a reconstruf-la na arte de criar uma nova dimensao alegorica. Sem a pressa dos tempos modernos, sem 0 estresse nosso que nos atormenta a cada dia. Alcan,amos, enfim, oreal sentido da palavra racional, ao lidar de uma maneira mais completa com 0 ambiente em que vivemos, pensando menos, sentindo mais, religando-nos com a nossa natureza mistica. Com a evoca~ao desses quatro elementos, chegamos ao momento maximo de ilumina,ao. Os cavaleiros se Wlem num ritual de celebra,ao da nova ordem. Nasce a partir desta nova realidade a esperan,a de que cada hornern nao se conformara apenas en1 existir, mas sim em viver. E viver bern, virando 0 jogo a nosso favor. Chegamos, enfim, ao grande portal que nOs leva a uma nova experiencia, recordando

<1{rvista 5I1ocidade 50 anos

o SOMO urn dia cantado com a rnais na tural aln1a indigena e evocando a rnodernidade de tantos carnavais. Vejam quanta alegria vern ai! E uma cidade a sorrir, constru ida com a nossa identidade tupiniquim, onde sobram irreverencia, vanguard a e tropicalismo. Chegarnos it rnetr6pole que elevou a maxima potencia nosso ideal de civiliza,ao, erguida a partir do sonho al ucinado de uma nova possibilidade de vida. Vamos celebrar a eterna mocidade de urna Mocidade. Alcan<;amos a marca de cinquenta anos com

alma joven1, sempre com cabe<;a nas nuvens (quantas viagens pelo espa,o sideral!) e os pes no chao (na nossa mais profunda raiz brasileira). Urna vida da melhor qualidade! E para comemorar mais um capitulo dessa historia, vamos resgatar esta vontade de viver, mats presente do que nunca quando o surdo an uncia a entrada da escola na avenida, todo 0 palco da folia aplaudindo de pe meu povao de Padre Miguel. E para ser feliz, nao importa a idade: Bom e viver com Mocidade.

Esta a Deus.

e a vida que pedi

Mauro Quintaes

130


Presidente: Paulo Vianna Vice-Presidente: Wandyr Trindade Diretor de Carnaval: Dejahyr dos Santos Carnavalesco: Mauro QUintaes Inb~rprete

}l

Oficial: Wander Pires

Vida que pedi a(j)eus

Autores: Taco, Rafael 56 e Marquinho Marino

Fui ao ceu, viajei ao infinito Meu sonho hoje e realidade A sup rema divindade atendeu 0 meu pedido Pa ra mudar a profecia Apostei na alegria e na magia do meu carnaval Na roda que 0 mundo gira Roda baiana, faz 0 meu mundo girar No compasso, a bateria faz meu p ovo delirar A Mocidade risca 0 chao de poesia Sob a luz da estrela guia \ A vida vai se transformar Sou a onda que te leva nesta fo lia } b ' Um verde e branco mar de energia IS I

La~os

de amor Unindo os povos num s6 cora~ao o homem que fazia a guerra Hoje e um eterno foliao Ha fartura em toda mesa Da natureza todos vao compartilhar A vida tern mais qualidade Minha Mocidade e 0 caminho pra felicidade

•

,"

E amanha, quando brilhar 0 novo amanhecer Com liberdade e igualdade Sera urn mundo bern melhor pra se viver A vida que pedi a Deus A Mocidade me proporcionou Sao 50 anos de hist6ria¡' Uma linda trajet6ria Lembran~as que 0 tempo nao levou

131

Refriio

~ta 9rf.ocidaae 50 anos


Pra Voce Mocidade Eu gra<;as it Deus sou forte Nao maldigo a minha sorte Apesar do que passei Enirentei batalha tao desigual Para realizar

0

mais lindo ideal

OHle, veja quem eu sou Foi a "Mocidade" que me ensinou Que ninguem vive sem sambar Hoje um escravo do samba eu sou

, Tu acendeste do amor a chama De quem nem sabes que tanto te ama E que derramaria mil estrelas a teus pes A este

amo~

me entreguei apaixonadamente

Por isso as vezes sofro alllargalllente A dor do amor que so.frelll os menestreis

,. Toco Compositor da 'Mocidade Independente

'!?!vista :Mocidiufe 50 anDS

132


Babadao da Folia e MOCIDADE, • urna parcerla de barnba .

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