Tablóide O Beija-Flor nº 03

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Beija-Flor de Nilópolis na Avenida Quando a lua teimosa ainda insistir em ficar e os primeiros raios de sol chegarem para anunciar um novo dia, a Beija-Flor tomará a Marquês de Sapucaí para revelar a história dos padres jesuítas nos pampas gaúchos na missão de catequizar e "civilizar" os índios guaranis. Última escola a desfilar, a Beija-Flor entra na avenida entre 3h30 e 5horas , já na madrugada de terça-feira, com mais de 4 mil componentes, divididos em 8 setores com 60 alas e 8 carros alegóricos, e uma vontade louca de levar para Nilópolis o tricampeonato. Cid Carvalho, da Comissão de Carnaval, sonha com a escola desfilando com o dia nascendo, como o próprio samba enredo pede .. .Clareou anunciando um novo dia, mas sabe que quando a escola formar na avenida ainda estará noite. Por isso mesmo, Cid lançou mão de cores nos primeiros setores da escola, para depois esbanjar branco e prata e usufruir toda luz que os primeiros raios de sol concederão - acredita ele - à Beija-Flor. E a escola vem que vem . Algumas mudanças em relação ao carnaval passado, como o tamanho dos carros alegóricos, que aparecem menores e com mais mobilidade este ano, mas que continuam espetaculares em sua concepção, e com a novidade de teatralizar o enredo. Essa decisão da Comissão de Carnaval vai ajudar em muito quem estiver assistindo ao desfile da Beija-Flor, na avenida ou em casa. Ficará fácil de entender a bela e importante história dos Sete Povos das Missões. E tem muito mais. Mas surpresas são para a Marquês de Sapucaí.


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Do CAC para o mundo do trabalho

Componente, o herói da família Beija-flor Chegou o carnaval! Chegou o momento ansiosamente esperado de escrevermos mais uma página da gloriosa história de nossa escola. A Beija-Flor pode alcançar mais uma vez o almejado tricampeonato. Para atingir este objetivo, a diretoria da escola não mediu esforços nem sacrifícios: temos um samba maravilhoso, considerado por muitos o melhor da safra de 2005; temos um intérprete excelente, por si só uma marca do carnaval carioca; temos um casal de mestre-sala e porta-bandeira que significa a tranqüilidade em matéria de nota; temos uma bateria criativa, dedicada, perfeita; temos nossa tradição e história contada por cada elemento da velha-guarda e por nossas queridas baianas; temos uma das maiores alas da comunidade a pisar na Avenida; temos presidentes de ala comprometidos com a beleza e perfeição de nosso desfile; temos um barracão esplendoroso, fruto de um trabalho de equipe de profissionais do mais alto gabarito, sob o comando da competente Comissão de Carnaval. Uma boa administração coordena todas as ações que nos garantem lugar de destaque no cenário do samba brasileiro. Acima de tudo temos um verdadeiro pai , o nosso Patrono e Presidente de Honra Anísio Abrahão, que nos guia pelos melhores caminhos através de sua dedicação e amor à Escola. Tudo isso significaria, entretanto, bem pouco, se não fosse a certeza de poder contar com a nossa principal força: o componente da BeijaFlor, o desfilan~e anônimo que dá seu suor, sua garra, seu amor por nossa escola. E desse componente que há de vir a vitória, mais uma vitória da emoção, da raça, da paixão. Só a força da paixão pode escrever esta página de glória. E é você compon ente que vai pisar na passarela do samba, com firmeza e determinação, de cabeça erguida e confiante na vitória. Não temos o direito de deixar que esta página fique em branco. Vamos arrepiar e contagiar o público e os jurados, fazendo um grande e emocionante desfile. Vamos deixar falar bem alto o orgulho de pertencer à Família Beija-Flor, de tantas vitórias e glórias. Os grandes objetivos exigem grandes sacrifícios. Deixemos o cansaço para depois e com disciplina, seguindo o comando da harmonia, vamos cantar bem alto, evoluir e deixar que o ardor da paixão tome conta de nós e extravase, contagiando a platéia. Componente da Beija-Flor! Está em suas mãos o tricampeonato. Você, que sempre deu o melhor de si para a escola, chegou a hora da arrancada para o cobiçado título. Estamos fortes em todos os quesitos, nada temos a temer. Vam os cantar! Vamos sambar! Vamos ganhar! Farid Abrão David

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Mais de 480 alunos, especificamente 14 turmas sendo divididas em telemarketing , inglês, corte e costura e técnicas de vendas foram formadas no CAC/NAD (Centro de Atendimento Comunitário/Nelson Abrahão David). O principal objetivo do Centro Comunitário é dar aos jovens e aos adultos uma qualificação para o mercado de trabalho , tirando-os da ociosidade e dos perigos das drogas. Os cursos atendem aos moradores da Baixada Fluminense, Grande Rio e até de outros estados, como a professora Regina Lúcia Teixeira da Rocha, que é do Amapá e de férias no Rio de Janeiro, resolveu fazer o curso de telemarketing para aumentar seu currículo. Regina Lúcia elogiou muito o curso: "Esse curso é singular, me enriqueceu muito mesmo, me deu muita bagagem, e se aparecer uma oportunidade de trabalhar com isso e for bom pra mim, ficaria muito feliz". disse a professora. Os cursos são mantidos pelo FAT, que é o Fundo de Amparo ao Trabalhador e vem para o CAC através da Secretaria de Trabalho do Estado do Rio de Janeiro. Para participar, as pessoas tem que ter no mínimo 16 anos. O CAC oferece material didático, vale-transporte e lanche.

Mais um show de solidariedade Cada dia que passa a Beija-Flor mostra que a solidariedade é uma de suas principais características. No mês de janeiro, três grandes eventos mostraram a preocupação que a Azul-e-branco de Nilópolis tem com o bem estar do próximo. Desde o dia 12 de janeiro quando oficialmente começou a campanha "Vista a fantasia da solidariedade: Doe sangue", do Hemorio, a Beija-Flor vem fazendo parte dessa ação como divulgadora oficial. No dia 18, aconteceu no Teatro João Caetano o 1º Encontro de Manifestações Artísticas pela Eliminação da Hanseníase e entre os vários artistas que participaram do evento, estava a bateria da Beija-Flor. E no dia 19, um show beneficente do sambista Jorge Aragão movimentou a quadra da Beija-Flor, em Nilópolis, para a compra do aparelho respiratório de Luciana Novaes, que foi alvejada por uma bala perdida no campus de uma grande Universidade no Rio de Janeiro ficando tetraplégica. Outras informações sobre esses eventos, no próximo número de "O Beija-Flor'.

Agenda 2005 29/01 - Encerramento da semana do carnaval, com ensaio da Beija-Flor

na loja Babadão da Folia, na Rua Buenos Aires - Centro do Rio às 13h. 30101 - Ensaio técnico com teste de luz e som na Marquês de

Sapucaí a partir das 21 h. 03/02 - Ensaio Geral na quadra da Beija-Flor em Nilópolis.

Fale com O Beija-Flor Av. Rodrigues Alves, sln - Centro Praça Mauá - Rio de Janeiro Tel.: (21) 2253-2860 e-mail: admbeijaflor@veloxmail.com.br

Uma Publicação da G.R.E .S. ESCOLA DE SAMBA BEIJA-FLOR DE NILÓPOLlS - Rua Pracinha Wallace Paes Leme, 1025 - Centro Nilópolis - Rio de Janeiro - Tel.: (021) 2791 -2866. Presidente de Honra : Anízio Abrahão David; Presidente Administrativo : Farid Abrão David ; Vice-Presidente: Nelson Alexandre Sennas David; Presidente do Conselho Deliberativo: Ary Rodrigues - Editores: Walter Honorato Gomes e J. C. Marins; Jornalista Responsável: Walter Honorato Gomes (RP 20.559); Projeto Gráfico e Diagramação: Marcos Caram ; Redação: J . C. Marins e Cesar Mocarzel; Estagiário: Cesar Mocarzel; Fotógrafo: Miro Meirelles; Produção e Marketing : Unità ; Colaborador: Ismar Ferreira. Impressão: Gráfica Ediouro; Tiragem : 20 .000 exemRlares.

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A cara da Beija-Flor Claudinho São 14 anos de avenida, dez como mestre-sala da Azul-e-branco de Nilópolis, ao lado de Selminha Sorriso. Cria do samba, Cláudio Souza, ou simplesmente Claudinho, 32, é um vitorioso; já conquistou três Estandartes de Ouro, cinco Tamborins de Ouro e quatro prêmios Papa Tudo Manchete. De todas as conquistas, Claudinho destaca o carnaval de 2002, Brasil dá o ar de sua graça, de ícaro a Rubem Berta, o ímpeto de voar, quando obteve a nota máxima de um jurado, que o parabenizou na justificativa da nota, pela sua criatividade de imitar o vô de um Beija-Flor. Claudinho está na expectativa do carnaval 2005. Para ele, apesar dos muitos anos de avenida, cada vez que entra no Sambódromo, parece que é a primeira. "Todos os desfiles são marcantes. Toda vez que entro na passarela sinto como se fosse a primeira vez." Quanto ao desfile e a possibilidade do tricampeonato, Claudinho mostra segurança: "Eu e a Selminha temos um entrosamento de irmãos. Queremos mesmo é ganhar" , disse sem modéstia. Claudinho é a cara da Beija-Flor.

Marcinho Ele já pulou o muro para assistir aos ensaios da Beija-Flor e guardou com ele uma certeza desde menino de que um dia trabalharia com a escola. O sonho do garoto que foi trazido à quadra pelas mãos da avó quando a Beija-Flor ganhou seu primeiro título em 1976 virou uma realidade maior do ele mesmo poderia imaginar. Aos 38 anos, Mareio Silva dos Santos, depois de 15 anos de Azul-e-branco, é o responsável pela 28 alas da comunidade que fazem a diferença nos desfiles da Beija-Flor. Nas mãos de Mareio no carnaval de 2005, estão cerca de 2000 componentes, mas ele garante que o trabalho é tranqüilo. Quanto à Beija-Flor, uma certeza: "Eu nasci para ela e ela nasceu para mim", diz sem pestanejar. Quanto ao tricampeonato: "Só depois do último ensaio técnico na Sapucaí terei uma definição. Até lá canja de galinha e cautela não fazem mal a ninguém." Marcinho é a cara da Beija-Flor.

Claudinho no Carnaval 2004 Feto: Henrique Maltos

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ocoração da Beija-Flor pulsa no ritmo da bateria Foto: Miro Meirelles

representa O novo que fascina a Europa e vem no quarto setor da escola. Mestres Plínio e Paulinho são econômicos ao comentar as inovações introduzidas nas baterias nos últimos anos. Pau linho assegura que no caso da Beija-Flor as principais mudanças aconteceram no próprio comportamento dos ritmistas , que passaram a respeitar mais a escola e a pensar também no coletivo. Quanto aos instrumentos, ele não vê grandes mudanças. "Houve adição de instrumentos e a afinação está mais cadenciada , juntamente com o andamento do samba", explicou. Quanto ao desfile, eles acreditam que não é hora de inventar.

Um dia qualquer em algum lugar, uma pessoa, que ninguém sabe quem foi , disse que o coração de ,uma escola de samba está na bateria. As vésperas do Carnaval 2005, O Beija-Flor foi saber com Mestre Paulinho, Mestre Plínio e Mestre Rodnei se esta história tem sentido. De cara, Mestre Paulinho matou a ch arada : "a bateria é considerada o cqração da escola por causa do pu lsar. E ela que desenvolve o ritmo da escola". Discípulo de Mestre Paulinho, Mestre Rodney concorda. "A vida da escola é a bateria", completa. Para ambos, do mesmo jeito que uma pessoa não pode viver sem coração, a escola de samba precisa de uma grande bateria para mostrar todo o seu vigor. Mestre Plínio, há 33 anos na escola, é outro que acredita que tudo gira em torno da bateria, para o bem ou para o mal. No caso específico da Beija-Flor, essa história vai poder ser tirada a limpo no desfile de segunda-feira. O coração Beija-Flor está tinindo, garante Mestre Paulinho. Notas 10 nos últimos oito desfiles, Paulinho e Plínio afirmam que a fórmula é não mexer em time que está ganhando. "Vamos continuar respeitand o a família Beija-Flor, acompanhando o nosso Neguinho, que tudo vai dar certo", prometeu Pau linho. No enredo O vento corta a terra dos Pampas em nome do Pai, do Filho e do Espírito Guarani sete povos na fé e na dor, sete missões de amor, a bateria

o poder da frigideira

Marcinho da Frigideira (o terceiro à direita) e alguns de seus discípulos, que comporão o naipe de 12 frigideiras que irão garantir uma sonoridade especial à bateria da Beija-Flor Fotos: Arqu ivo

NOTA DEZ - Mestre Plínio (à esquerda) e mestre Paulinho mantêm a tradição e transmitem segurança à escola , sem invencionices que possam atrapalhar o desfile

No carnaval de 2004, quase ninguém percebeu, mas entre os 250 ritmistas da Beija-Flor estava um grupo de oito que tocava um "instrumento" que geralmente encon,tramos nas cozinhas das casas. E isso mesmo, nas cozinhas. Sucesso absoluto. Quem ouviu com atenção o CO das escolas de samba de 2005 deve ter percebido uma sonoridade diferente. Se foi curioso, deve ter lido nos créditos: frigideira. Marcinho. A coisa evoluiu e neste carnaval de 2005 a Beija-Flor traz um naipe de 12 frigideiras , fruto do trabalho de resgate do instrumento realizado na Beija-Flor por Marcio Nascimento Andrade , ex- Marcinho do Tamborim) atual Marcinho da Frigideira. E esperar o desfile para conferir.

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Entrevista

Pinah c. Por J.

Marins

Amusa que beijou a flor Ser cortejada por um príncipe de verdade não é para qualquer mortal. Imbatível como musa do camaval do Rio durante vários anos, Pinah teve a seus pés a realeza inglesa e milhares de súditos que a elevaram ao posto de diva da avenida. Hoje, empresária de sucesso e enredo de escola de samba em São Paulo, Pinah relembra algumas histórias nesta entrevista ao O Beija-Flor.

o Beija-Flor - Depois de 30 anos, o carnaval ainda é uma magia para você? Pinah - O carnaval permanece como uma magia. É uma energia diferente, primordial. Temos a 5ª Sinfonia, que é um sonho. Para mim, as escolas de samba são todas as sinfonias juntas. Eu não sinto o tempo, a cada vez que piso na avenida com a minha Beija-Flor é como se fosse a primeira vez.

o Beija-Flor - O que a Beija-Flor de Nilópolis representa na sua vida? Pinah - Muito. Toda uma história de dedicação, de paixão. Tenho gratidão e amor à Beija-Flor. Mas como diz o ditado popular, futebol , religião e escola de samba não se discutem, você apenas ama.

o Beija-Flor - Foi difícil abandonar o reinado de musa do carnaval? Pinah - Não abandonei, apenas vi que já estava na hora de me dedicar à minha vida pessoal, casar, ter filhos. E também era preciso abrir espaço para as gerações futuras , para o pessoal que vinha chegando. Continuo no carnaval e na Beija-Flor. Chego ao Rio no domingo de carnaval e na segunda-feira saio como diretora com a diretoria da escola.

o Beija-Flor - Sua filha Cláudia Ayoub destaque do sexto carro da Beija-Flor é a sua substituta natural?

Pinah - A Cláudia gosta e de certa maneira segue os meus passos. Mas vai construir o seu próprio caminho. Ela é mais fanática pela Beija-Flor do que eu.

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o Beija-Flor - Você acha que o sonho do tricampeonato pode virar realidade na 4ª-feira? Pinah - A Beija-Flor tem 100% de chances de se tornar tricampeã. Fiquei enlouquecida com o ensaio técnico na quadra (Pinah esteve no Rio na quinta-feira, dia 13 de janeiro). A escola está maravilhosa e se os componentes responderem na avenida, certamente a Beija-Flor vai para a disputa com grandes chances. O que vi na quadra é fruto do trabalho do Laíla e de seu pessoal. O Laíla é realmente o cara. Nosso único problema é que cabeça de jurado é realmente uma incógnita.

o Beija-Flor - Uma alegria e uma tristeza em 30 anos de carnaval? Pinah - Várias alegrias. As maiores com certeza foram encontrar o meu marido Elias, o nascimento de minha filha, conhecer a família Abrahão David e ouvir o meu nome em uníssono na passarela, no carnaval de 83, no enredo Constelação das Estrelas Negras, quando fomos campeões. Uma tristeza foi a perda do título de Ratos e Urubus. Estávamos perfeitos. Não engulo aquilo até hoje.

o Beija-Flor - Como anda sua vida em São Paulo? Pinah - Está tranqüila. Se posso falar de tranqüilidade tendo de administrar 4 lojas. Continuo no ramo de carnaval e o trabalho é constante. Estou aqui, mas mantenho contato com todos do Rio. Tenho notícias a toda hora, seja pelos amigos ou pelo trabalho. Esse ano sou enredo do Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos da Vila Aparecida, de Bragança Paulista. Gostei muito do enredo, A musa que beijou a flor, hoje enfeita o pavão. O símbolo da escola é um pavão. Estou feliz.


Entrevista

Fabíola Por J. C. Marins

Luz na Avenida Desde 1988 na Beija-Flor, Fabíola já há alguns anos é o principal destaque da escola. Mas para quem pensa que a vida de destaque e esposa de presidente de honra Fabíola e Anízio Abrahão David são casados é apenas glamour, está muito enganado. As responsabilidades são muitas, como nos revela nesta entrevista. Fabíola, no entanto, faz questão de ressaltar que no fim tudo é muito prazeroso. Simplesmente porque tudo é feito com muito amor pela Azul e Branco de Nilópolis.

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Beija-Flor - Ser o primeiro destaque da escola está quase sempre associado a belas fantasias, um momento mágico da avenida. Isso na Beija-Flor é apenas glamour ou está a ssociado a ou t ras responsa bil idades dentro da escola? Fabíola - Logicamente que não é só glamour, ainda mais no meu caso que sempre fui Beija-Flor. Tenho paixão pela escola. E aconteceu de eu casar com o presidente da BeijaFlor. Além do glamour, o que existe é uma responsabilidade muito grande. Mas é extremamente prazeroso. Eu me entrego de corpo e alma para dar o melhor, porque a Beija-Flor é uma escola que leva muito a sério o que faz. Então não é só aquele destaque glamuroso que está ali na frente e tem uma fantasia maravilhosa e linda, não. Eu tenho de realmente dar conta daquilo ali. Tenho de cantar muito bem o samba, de estar feliz , de passar uma vibração positiva. A Beija-Flor tem carisma, é uma escola de samba maravilhosa, que eu amo, e tenho de e9tar dentro des t e c o ntexto . E muita responsabilidade .

figurino qualquer, ela tem uma história, e eu não posso fugir disso. Eu respeito muito.

o Beija-Flor - Você já tem alguma coisa para adiantar da sua personagem, da sua fantasia?

Fabíola - Como eu venho no carro abre-alas, sempre é o início da história , minha fantasia vai representar exatamente isso no enredo desse ano. Minha fantasia representa a luz. A luz que vem trazendo todas as coisas boas .

É o lado bom da história, o lado bonito e o início de tudo. O Henrique Filho é o estilista. O Fran desenhou e em cima disso o Henrique coloca a idéia dele e valoriza mais a roupa.

o Beija-Flor - Como você age lá em cima com a comunidade? Você tem compromissos com a comunidade , com os serviços sociais de lá?

Fabíola - Eu estou sempre presente. O Anízio sempre faz muitas festas. Sempre fez. Ele valoriza muito o povo e faz tudo para que ele fique mais feliz. A gente está sempre muito presente, não só eu como meus filhos também. Faço questão de estar em toda festividade, sempre que a gente pode, tanto na quadra da Beija-Flor quanto na creche e no educandário. Acho importante isso. Gosto de participar e ter esse _" I' ~="> cuidado e essa preocupação com o povo nilopolitano.

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Beija-Flor - Expectativa para o carnaval. A Beija-Flor vai desfilar pela manhã.

Eu estou fazendo essa pergunta para todo mundo. Fiz essa pergunta ao Cid, e ele disse que espera que a escola comece à noite e amanheça desfilando. E a letra do samba diz isso, clareou e tal. Qual sua expectativa?

Fabíola - Eu acredito sempre que nada é por acaso. Acho que esse horário do desfile foi uma bênção pra gente, porque tem tudo a ver com a obra do nosso enredo. Como ano passado tinha a chuva e nós desfilamos com a chuva e foi perfeito , maravilhoso, este ano será uma bênção o alvorecer.

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Beija-Flor - E a busca do tricampeonato? Fabíola - Com certeza. Isso aí a gente está lutando muito, trabalhando muito e vamos suar bastante para conseguir. Se Deus quiser a gente vai conseguir, porque o trabalho é intenso.

o Beija-Flor - A Beija-Flor avançou

concepção da sua fantasia? Como você entra nessa história do enredo para sair depois a sua fantasia?

num estágio de profissionalismo que não tem volta, até por conta do carnaval que chegou a um nível de espetáculo absolutamente grandioso.Você acredita que esse profissionalismo deu à Beija-Flor essa cancha de desfile?

Fabíola - Na realidade, nessa questão eu opino muito pouco. Os carnavalescos sabem realmente o que querem. E a gente confia muito neles. Tanto é assim , que esta equipe maravilhosa vem realizando uma obra farntástica. Eu opino muito pouco, a não ser que eu realmente veja a proposta deles e tenha alguma coisa que não me agrade mesmo. Também não imponho nada, nunca. Eu pergunto se é possível fa zer uma mudança , porque eu não quero nunca me afastar dessa proposta que eles têm. Eles sabem realmente o que querem com aquela fantasia dentro do enredo. Uma fantasia não é um

Fabíola - Com certeza. Nós temos pessoas que trabalham com muita seriedade. O Laíla é o cabeça disso tudo. Ele leva aquilo com muito esforço e muito afinco. Com ele é Beija-Flor e depois o resto. A gente apóia, acha o trabalho que eles fazem fantástico. Não é uma brincadeira . Depois vai ser maravilhoso e a gente vai se divertir, mas enquanto não chegamos lá, estamos lutando, batalhando com a comunidade, de onde vem a maioria dos componentes da Beija-Flor. Acho inclusive que isso já é um ponto a mais na escola, que desfila com mais garra, com mais amor, com mais vontade.

o Beija-Flor - Você se envolve na

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----------------------------------------------------------------............... Beija-Flor 2005 na Sapucaí Ala - A Ordem da Cruz e a Luz do Renascimento Ala - Jesu rtas - Catequeze e Fé Comunidade

Ala - A Influência dos Imigrantes Italianos Ala - A Influência dos Imigrantes Alemães Ala - A Influência dos Imigrantes Açorianos Ala - A Influência dos Imigrantes Poloneses Ala - A Influência dos Imigrantes Japoneses Alegoria 07 - Imigrantes - Sonhos de Fartura em Terras do Novo Mundo

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Ala - Algodão - O índio Cultiva a Terra Ala - Escultura Missioneira - Arte em Madeira e Pedra Ala - A Melodia dos Novos Instrumentos Musicais Ala - Peles Vermelhas sob Vestes Européias Ala - Velhos Costumes com Novos Trajes Ala - A Nudez Coberta pelo Estilo Europeu Alegoria 05 - Nas Mãos da Redução, a Evolução - O Paraíso

Ala - 1 Missão de Amor - Preservar o Santuário Natural Ala - 21 Missão de Amor - Respeitar as Nações Indígenas Ala - 3' Missão de Amor - Enaltecer a Contribuição dos Imigrantes Ala - 4i! Missão de Amor - Semear a Paz e o Amor Ala - 5ª Missão de Amor - Saudar as Etnia Africana Ala - 6' Missão de Amor - Louvar a Deus Sobre Todas as Coisas Ala - 7ª Missão de Amor - Manifestar a Cultura dos Pampas - As Prendas Ala - 7ª Missão de Amor - Manifestar a Cultura dos Pampas - Os Gaúchos Alegoria 08 - As Vozes Missioneiras Ecoam nos Ventos que Sopram nos Pampas Velha Guarda - Raízes da Missão Beija-Flor

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Ala - Guaranis - Os Naturais da Terra Ala - Caça Indígena - Em Harmonia com a Mata Ala - Pesca Indígena - Em Equilíbrio com as Águas Ala - Festa da Colheita - Celebração pela Fartura Ala - Feitiços Ala - Feiticeiro Crué - O Pajé Guarani Ala - Jaci e Guar~ci - A Lua e o Sol Ala - Os Espíritos da Floresta Alegoria 03 Guaranis - A Liberdade dos Campos e Aldeias

Ala - Potosi - A Ambição Prateada Ameaça o Paraís~ Ala - Portugal - O Poder de um Reino Ala- Espanha - A Força de um Domínio Ala - Guaranis Missioneiros - Vítimas da Traição Ala - Paixão Guarani - Presságio de Sofrimento e Dor Ala- Alma Prateada como a Lua Ala - Espírito Dourado como o Sol Alegoria 06 - O Tratado de Traição nos Palácios de Madri

Ala - índios Canibais - O Imaginário Europeu Ala - Deuses Brancos - O Imaginário Indígena Madrinha dos Passistas - Cláudia Raia - Supremacia Européia Passistas - O Bailado de Uma Corte Indígena 12 Passista - Edson Bittencourt - A Mistura de Dois Mundos Rainha de Bateria - Raíssa Oliveira - Rainha Indígena Intérprete Oficial- Neguinho da Beija-Flor - O Canto Guarani Bateria - Mestres Paulínho e Plínio - O Novo Fascina a Europa Ala - A Riqueza Européia Ala - Natureza - A Riqueza Indígena Ala - Natureza Morta - A Pintura Européia Ala - Natureza Viva - A Pintura Indígena Alegoria 04 - Civilizadores e Civilizados - Contraste e Fusão de Dois Mundos

Ala - Estrela Guia - A Luz Mensageira Ala - Gaspar - O Rei Mago Branco Ala - Baltazar - O Rei Mago Negro Ala - Belchior - O Rei Mago Amarelo Ala - A Simplicidade dos Pastores de Ovelhas Ala - Soldados de Herodes - A Crueldade Devastadora Ala - Santa Inquisição - O Obscurantismo da Igreja Ala das Baianas - O Império Chinês Casal Mirim, 22,32, 42 e 52 casal de Mestre-sala e Porta-bandeira Ala - A Fé Cristã na China Ala - A Fé Cristã no Japão Ala - A Fé Cristã nas índias Ala - A Fé Cristã na África Alegoria 02 - A Companhia de Jesus e a Expansão da Fé Cristã

Segmentos (Alas, Grupos e Personalidades)

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Entrevista

Nelson Alexandre Sennas David Por Cesar Mocarzel

Nos Passos do Pai Em entrevista a O Beija-Flor, Nelsinho comemora seus 10 anos à frente da vice-presidência da azul-e-branco de Nilópolis, lembra de seu pai, o eterno presidente Nelson Abrahão David, e fala um pouco da sua história na escola nilopolitana.

o Beija-Flor - São 10 anos na vice-presidência da Beija-Flor. Fala um pouco sobre esse tempo de diretoria pra gente.

Nelsinho - Pois é, são 10 anos de vice-presidência. Estou indo para o décimo primeiro ano agora em abril. A posse foi em 1994 com uma grande festa na quadra, com personalidades e gente do mundo do samba. Foi realmente muito bonito.

o Beija-Flor - Como começou

sua história dentro da

Beija-Flor?

Nelsinho - Em 1978 com o tricampeonato da Beija-Flor. Comecei a desfilar em 1979, se não me falha a memória. Em 1980 fomos campeões, foi muito legal. E eu ia assistir aos ensaios nas ruas, papai levava a gente, minha mãe (Marlene Sennas David) , minhas irmãs (Márcia Sennas David Abdala e Alexandra Sennas David de Mello) , ia todo mundo junto, a família toda.

o Beija-Flor - Você faz um trabalho junto a personalidades, convidando para os ensaios e desfile. Como é estar em contato com essas pessoas? Isso tem a ver com as funções da vice-presidência? Nelsinho - Sou uma pessoa simples. As pessoas às vezes falam que eu sou marrento, mas é porque não me conhecem. Sou simples, sou humilde, pois eu fui criado assim. Eu gosto de estar no meio das personalidades, gosto de agradá-los. Não sou aquele cara que gosta de perturbar, de puxar saco. Pelo contrário, gosto de agradar o cara. Tanto que quando eu convido uma personalidade, eu a coloco no meu camarote e digo que fique à vontade, mostro onde estão as bebidas, o bufê, se quiser ir na bateria, eu levo, apresento ao tio Anízio. Ele até gosta de me ver dessa maneira, levando artistas à Beija-Flor. Estou sempre na noite. Se vejo a personalidade tal , eu não vou de primeira nela. Procuro sondar quem está ao lado, quem é empresário, quem não é. Mas minha função não é apenas essa. Participo ativamente. Já conversei com o Rogério (Diretor Administrativo) que, terminado o carnaval , vou começar a freqüentar mais o barracão, participar mais daqui , ir à Cidade do Samba, participar mais na LlESA, que possui um auditório com o nome do meu pai. Conversei sobre isso com o tio Anízio e ele disse que eu tenho que freqüentar a Liga mesmo. E eu faço parte, eu gosto, não adianta.

o Beija-Flor - Qual foi sua maior felicidade e sua maior tristeza na Beija-Flor? Nelsinho - Minha maior felicidade foi ver a imagem do meu pai sendo homenageada em 2003, que tinha a imagem dele e do Lula, no último carro, e isso emocionou minha mãe, minhas irmãs que estavam viajando assistiram pela televisão e lembrarem do meu pai realmente foi uma felicidade muito grande, pois como diz seu Ary, meu pai foi um dos maiores presidentes que a escola já teve, quem conheceu meu pai sabe a pessoa que ele foi. E a maior tristeza eu nem me lembro, acho que não teve tristeza. Só teve felicidade, não tem o que reclamar.

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Nelsinho - Como filho , como é que eu vou dizer. Papai era um cara de casa, na dele, um homem sério. Ele brincava com a gente de vez em quando, era mais voltado para o trabalho. Ele foi um cara simples , brincalhão nas horas legais. Ele gostava de reun ir a fam ília, não só a Abrahão David, mas a Sessim David , a Abdala David e a família do tio Najib. Ele gostava de ter os amigos a sua volta aos domingos lá em casa. Era um homem que gostava de cinema e de teatro. Ele nos levava sempre ao cinema. Também gostava muito de viajar. Eu só tenho boas lembranças.

Beija-Flor - Qual era a sua relação com o saudoso Nelson Abrahão David? E que tipo de presidente ele foi para a Beija-Flor?

Como dirigente, era um cara que gostava de ver tudo certinho. Combinava com ele às 8h , tinha que chegar às 7h59min , se chegasse 8h01 min , ele já não estava mais naquele lugar, pois t inha um outro compromisso. E r a um t remendo administrador.Tudo que ele pegava levava a sério. Ele tinha um modo de trabalhar, que eu quero mostrar, pois meu maior sonho é ser presidente da Beija-Flor. Não converse i ainda com tio Anízio, nem com tio Farid, mas eles sq,bem que o meu maior sonho é ser presidente da escola. E só me dar uma oportunidade, que eu vou mostrar. Não posso esquecer que meu pai foi o primeiro presidente de escola de samba a motorizar os carros na avenida. Também foi ele quem trouxe Joãozinho 30 para a escola, com o aval do tio An ízio.

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Beija-Flor - Qual sua expectativa para o carnaval2005?

Nelsinho - Uma expectativa muito grande, pois esse tricampeonato está engasgado aqu i desde 1999. Também tem outros carnava is que perdemos e estão meio entalados na gaganta, como Ratos e Urubus , em 1989 e o Mundo é uma bola , em 1986. Vamos entrar para ganhar esse título, por isso peço à comunidade que entre para cantar o samba, que não beba na avenida, que faça um carnaval sem violência e que dê amor ao próximo. Depois que acabar o desfile, pode beber, pode festejar, mas sem violência. E vamos esperar a quarta-feira para comemorar a vitória, festejando os 30 anos do Neguinho da Beija-Flor na avenida.

o Beija-Flor - Para final izar, deixa uma mensagem para a Família Beija-Flor. Nelsinho - Eu me orgulho muito de fazer parte dessa comunidade de Nilópolis, da fam ília Abrahão David . Não tenho palavras para o tio Anízio. Ele é como se fosse meu segundo pai. Quando meu pai faleceu , tio Anízio nos abraçou de uma forma maravilhosa. Então, em nome da minha mãe e das minhas irmãs eu lhe agradeço, pois a gente deve tudo a ele. Ele é pai, tio, é tudo. E pra comunidade , peço que venham com raça , como em todos esses anos . Estou muito emocionado. Quando falo na Beija-Flor e na minha fam íl ia, me emociono. Tenho muito orgulho dessa fam ília. E não posso esquecer dos dois maiores amores da minha vida, que são meus filhos Davy, de cinco anos, e Júlia, de três anos. Eles são a minha vida.


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Parceiro Beija-Flor A gente passa por ele, pára, olha e recebe aquele sorriso largo de boca grande bem característico dos negros bantos. Sua loja é um sucesso, amigos de montão e uma responsabilidade danada de cuidar dos negócios. São mais de 60 funcionários que tiram dali o sustento de suas famílias, e ele sabe disso. Aos 57, mais de 30 de carnaval, Chiquinho sabe que só mantém tudo isso graças a seus parceiros, e são muitos. Alguns de longa data, como a Beija-Flor de Nilópolis. Chico aprendeu a arte de fazer e realizar sonhos e explica como é isso pra gente. Beija-Flor - Chico, você aceita que eu te chame de fazedor de sonhos? E por que aceita? Chiquinho - Acho legal, porque a vida é um eterno sonho. Quem pára de sonhar morre. Quando eu estava me preparando para deixar o barracão e vir vender carnaval, pensei em colocar o nome de minha loja de Casa dos Sonhos. Depois surgiu Babado da Folia, mas o primeiro nome foi casa dos sonhos. Beija-Flor - São quantos anos de carnaval entre barracão e empresário? Chiquinho - Mais de 30 (trinta) anos. Meu primeiro carnaval foi na Mocidade com Festa do Divino; ali comecei a ver que o sonho realmente existia. Fui para o samba pelas mãos do meu irmãozinho, já falecido, Osman Pereira Leite. Eu disse que só entraria se a coisa fosse à vera. Ele retrucou que estava montando uma equipe para brigar pelo título com as 4 (quatro) grandes escolas da época. Insisti, dizendo que não gostava muito de samba. Então ele foi taxativo: "Por você não gostar muito de samba, você vai ficar na portaria". Só depois fui para o barracão. E aí eu vi que o sonho era legal. Ali começou o Sonho da Mocidade. E é daí que vem a minha máxima, de que uma boa concentração vence o Carnaval. A magia cresceu, contagiou todo mundo e fizemos um desfile sensacional. Na época eram

10(dez) quesitos e em 9(nove) tiramos nota dez. Perdemos exatamente em fantasia , onde tiramos 4(quatro).

Chiquinho - Primeiro com muito respeito de ambas as partes. Muito respeito, muito carinho e muito conhecimento.

Beija-Flor - Quantos anos você permaneceu na Mocidade?

Minha parceria com a Beija-Flor nasceu antes de eu ir para a Mocidade e antes de a família Abrahão assumir a Beija-Flor. Fui para a Mocidade, eles assumiram a Beija-Flor e a amizade continuou. Muitas vezes precisamos de material e nos emprestaram, e vice-versa. Até aquele momento nunca tinha passado pela minha cabeça que eu viria a ser empresário do Carnaval.

Chiquinho - Mais de 20 anos. Só trabalhei na Mocidade. Comecei na portaria e fui à vice-presidência da Escola. Mas a maior parte do tempo foi como diretor de Carnaval. Beija-Flor - Isso de uma certa maneira foi sua preparação para essa vida de empresário do Carnaval, esse olhar técnico, essa clareza? Chiquinho - Exatamente. Eu fico muito feliz, porque primeiro faço o que gosto. Eu digo o seguinte: Hoje conheço os dois lados do balcão. Eu sei quanto custa um Carnaval, e o que é perder uma noite de sono no barracão, o que é ficar uma semana sem ver sua família, dormindo em cima de carro alegórico. Eu sei da dificuldade que é não ter cola para trabalhar já na madrugada.

Hoje tenho essa experiência, que me possibilita atender meus parceiros melhor. Beija-Flor - Como se começa, como se constrói e como se mantém uma grande parceria?

O amigo sempre me deu uma força muito grande. O meu início foi com a Pinah. A primeira loja que eu comprei foi da Pinah com o Elias, que foi o Sobradão do Carnaval. E você vê, a Pinah é da Beija-Flor. Então tinha que ser isso, carinho e muito respeito mútuo. Tenho grande admiração pela Beija-Flor. Costumo dizer o seguinte: quem deu o primeiro grito de guerra foi a Mocidade com Festa do Divino, infelizmente não fomos campeões. Mas o grito real foi da Beija-Flor, porque ela conseguiu ser campeã. Entretanto, hoje, todas as escolas são minhas parceiras, não só as do grupo especial, como as escolas da Associação também. Conheço todos Chiquinho, de camisa verde ao centro, familiares e amigos na comemoração de seus 57 anos

os presidentes., carnavalescos e diretores de Carnaval. Somos todos amigos. O Babado da Folia e o Chiquinho não são parceiros só da Beija-Flor. São parceiros do Carnaval e do Samba. São 14(quatorze) anos. Hoje já rompemos fronteiras , vendemos para Israel, Portugal e para todo o Brasil. Beija-Flor - Você é negro, veio de baixo e venceu. Gostaria que você falasse um pouco sobre isso. Chiquinho - A minha história se mistura com a história de todos os parceiros de que falamos até agora. Tenho muitas histórias. Uma vez a minha esposa foi ao barracão me ver, era véspera de Carnaval. Olhei aquela menina de trancinhas e falei: que preta bonita. Fiquei olhando e paquerando aquela pretinha. Quando ela chegou perto, vi que era minha mulher. Eu havia passado tanto tempo fora de casa que minha mulher fez o cabelo, ficou diferente, e eu não a reconheci.

Nasci em Padre Miguel , sou filho de lixeiro, meu pai era da DLU hoje COMLURB . Passamos pedaços muito duros. Mas ele me deu muita dignidade e aprendi a brigar pela vida. Fui tecelão, trabalhei no Moinho Inglês, na fábrica Bangu . Depois fui trabalhar na feira, tive licença. Sempre brigando pelo dia-a-dia. Fui trabalhar no Estado e depois me meti no samba, onde conheci todos os meus amigos. Estou com 57 (cinqüenta e sete) anos. Converso muito comigo mesmo, e quando faço isso, volto lá atrás. Quando a gente chegava em casa e a comida era mesmo o angu velho de guerra e carne-seca. Hoje tenho uma vida um pouco melhor, não há as facilidades que se pensam não, é muita luta mesmo. Mas é legal. Ano passado, no Natal, quando vi meus funcionários reunidos, mais de 60 (sessenta), olhei aos céus e disse: "Senhor, sou mesmo um instrumento em suas mãos. Eu faço o que o senhor manda." Essa é a vida de um fazedor de sonhos.



Babadao da Folia e Beija-Flor, • urna parceria que dá, Sarn a. ~ ~ J.,

&A&ADÃO~ ~ DA

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Artigos para: Carnaval (especializado em Penas) Noivas· Festas· Passamanarias Armarinhos • Tecidos em Geral


Ficha Técnica Carnaval 2005 Presidente FaridAbrão David Presidente de Honra AnízioAbrahão David Vice-Presidente NelsonAlexandre Sennas David Presidente do Conselho Ary Rodrigues

Enredo o Vento Corta as Terras dos Pampas Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Guarani

Sete Povos na Fé

e na Dor, Sete Missões de Amor

Samba-Enredo Autor(es): J.C. Coelho, Ribeirinho, Adilson China, Serginho Sumaré, Domingos PS, R. Alves, Sidney de Pilares, Zequinha do Cavaco, Jorginho Moreira, Wanderlei Novidade, Walnei Rocha e Paulinho Rocha

Puxador Neguinho da Beija-Flor Diretor de Carnaval e Harmonia Laíla Mestre-Sala e Porta-Bandeira Claudinho e Sei minha Sorriso Comissão de Carnaval Laíla, Cid Carvalho, Fran Sérgio, Ubiratan Silva e Shangai Comissão de Frente Ghislayne Cavalcanti Mestres de Bateria Paulinho e Plínio

Horário de Concentração Apartirde Oh (lado Correios)

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