Tablóide O Beija-Flor nº 22

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Maracanã da criança Beija-Flor (ti

Por Murillo Victorazzo "Ah, ah, uh, uh, o Maraca é nosso!" Foi assim, cantando o tradicional grito de guerra das torcidas cariocas , que 40 crianças entre 6 e 14 anos do projeto O Sonho de um Beija-Flor chegaram ao estádio do Maracanã para ver a partida Flamengo x Internacional, no dia 2 de setembro. A euforia era mais do que justificada: afinal, era a primeira vez que assistiriam a um jogo no maior e mais famoso estádio do mundo . Acompanhadas de nove professores do projeto , a garotada - todos praticantes de futebol e futsal, na quadra da Beija-Flor - não conteve a animação desde a saída do ônibus , em Nilópolis. Logo que chegaram ao estádio, elas se juntaram a 80 crianças do núcleo de Niterói do Instituto Canhotinha de Ouro e , perfiladas, caminharam até a entrada das cadeiras amarelas. Assim que viram aquele gramado com tantas histórias e tradição, foi inevitável surgir em cada uma delas um largo sorriso e um brilho nos olhos. "Caraca!", vibrou uma; "Olha como é lindo!", disse outra, cutucando o amigo. A grande maioria estava ainda mais empolgada por ter também a chance de ver o jogo do seu clube do coração, o F lamengo . Demonstrando conhecerem o elenco rubro-negro, gritavam , no embalo da torcida, o nome de cada um dos jogadores que surgia no gramado. Cantavam o hino e as músicas de incentivo ao time , sem, é claro, perder a chance de apupar e vaiar o time rival. "Sempre tive o sonho de conhecer o Maracanã. Não imaginava que fosse tão grande e bonito", revelou Walace dos Santos, 11 anos. Estudante da 5ª série do Educandário Abrão David e aluno de futsal do projeto, Walace não tirava os olhos do campo. Parecia se transportar para lá, idealizando um futuro : "Tenho o sonho de um dia jogar no Maracanã pelo Flamengo". Partilhando do mesmo desejo de Walace, Vítor Hugo Pires, 7 anos, não parou quieto desde o momento em que chegou à arquibancada. " Não imaginava conhecer o Maracanã tão cedo. Quero ser atacante e jogar nesse gramadão um dia", revelou ele, que está na 2ª série do CENEC, em Nilópolis, e três vezes por semana faz aula de futebol no campo da Beija-Flor. O tamanho dO.gramado, aliás, era uma das coisas que mais chamavam a

atenção da garotada. "É muito bonito! Pela televisão parece ser bem menor", disse Saint-Clair Eugênio Coelho, 7 anos, também aluno de futebol. Estudante da Escola Municipal Ribeiro Gonçalves, em Nilópolis, Saint-Clair se mostrava bem mais calmo do que os outros. Mas a concentração com que assistia ao jogo revelava todo o seu encanto com o que via. Em comum com grande parte de seus colegas, o sonho de fazer uma carreira de sucesso no futebol profissional: "Gostaria de ser jogador do Flamengo". A cada chance de gol perdida , o tradicional grito de "Uh!" seguido de "Mengo!" era inevitável. Todos, de tão ambientados ao estádio, já pareciam antigos freqüentadores do local. Alguns, no entanto, não deixavam de se surpreender com os gritos e xingamentos de alguns torcedores mais exaltados. Para alegria geral, o Flamengo fez o primeiro gol ainda no primeiro tempo, o suficiente para os pequenos flamenguistas saírem pulando de uma cadeira para outra . Nada que preocupasse seus professores. "Eles são calmos e obedientes. Nós escolhemos como critério para vir ao Maracanã a assiduidade e o comportamento nas aulas", explicou Vítor Bernardes dos Santos, instrutor de futebol de campo. Além de supervisioná-los , os professores faziam questão de comentar lances da partida com eles. "Queremos mostrar como acontece na prática, no futebol profissional , o que lhes ensinamos. Nas próximas aulas , vamos bater um papo sobre o que vimos aqui", acrescentou Vítor. No segundo tempo, porém , o Internacional virou o jogo, com dois gols de pênaltis em cinco minutos . O suficiente para, junto com o natural cansaço, fazer a garotada diminuir a euforia. Foi então a vez da minoria não-flamenguista se revelar e começar a provocar seus colegas. Fim de jogo, e a alegria de conhecer o Maracanã só não era maior por causa do placar final. Perguntado se havia gostado da visita, Walace resumiu o sentimento de todos - ou quase todos: "Mais ou menos. Adorei , mas poderia ter sido melhor." Independentemente da frustração pelo resultado , mais uma semente da paixão pelo esporte foi plantada. Mais um golaço da Beija-Flor!



Cidade do Samba abre suas portas Por Murillo Victorazzo Turistas e cariocas, sejam bemvindos! No dia 4 de setembro, a Cidade do Samba foi aberta ao público. E para celebrar a data a Liga Independente das Escolas de Samba (LlESA) ofereceu uma festa de inauguração para integrantes do mundo do samba e autoridades. Após receber seus primeiros visitantes durante a tarde, o mais novo point turístico do Rio de Janeiro recebeu à noite, entre outros convidados, os presidentes das 13 escolas de samba, o prefeito da cidade, César Maia, e o secretário estadual de Cultura, Noca da Portela. A festa foi aberta com a apresentação de um grupo de pagode, seguida de breves discursos do presidente da LlESA, Ailton Guimarães Jorge, e de César Maia. O prefeito, por sinal, foi chamado pelo diretor social da LlESA e mestre de cerimônia da festa, Jorge Perlingeiro, de "o grande mentor" do que já está sendo chamado de "o parque temático do samba". "Aqui haverá uma interatividade entre o turista e a Cidade do Samba. O turista verá um desfile sem estar na Sapucaí. Mas há coisas ainda a fazer. Nosso próximo passo é criar aqui mesmo o Museu do Carnaval", anunciou Guimarães. César ressaltou o papel da Cidade do Samba como

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Aílton Guimarães Jorge, presidente da LiESA, César Mais, prefeito do Rio e Aílton Guimarães Júnior, administrador da Cidade do Samba na noite de abertura dos espetáculos da Cidade do Samba

mola propulsora do turismo e da cultura: "Antes, o turista que queria ver samba autêntico tinha que vir ao Rio no carnaval. Agora, não. Esse ano 330 mil turistas chegarão à cidade pelo porto. A Cidade do Samba será um ponto de alavancagem da Zona Portuária". A forte chuva que caiu no Rio de Janeiro não impediu que o show "Cidadão Samba" fosse mostrado aos convidados. Com coreografia e direção geral de Carlinhos de

Jesus, e cenografia e figurinos assinados pelo carnavalesco da Porto da Pedra, Milton Cunha, o espetáculo será também apresentado aos visitantes do local, às quintas-feiras, às 20h. A bateria da Cidade do Samba, composta por 80 integrantes das diversas escolas e comandada por mestre Ciça, da Unidos do Viradouro, foi a responsável pela abertura do show. Entre seus integrantes, destaque para os ritmistas da Beija-Flor Douglas

Botelho, Rodney e Márcio Frigideira. Aos poucos, e ao ritmo de sambas clássicos cantados por dois intérpretes, subiram ao palco dançarinos de gafieira, mulatas, passistas - entre eles, o primeiro da Beija-Flor, Edinho - e baianas (destaque para a ex-porta bandeira da Imperatriz Leopoldinense Maria Helena). Defendendo o estandarte da LlESA, os casais de mestre-sala e porta-bandeira da Unidos da Tijuca, Lucinha Nobre e Ubirajara, e da Viradouro, Simone e Julinho. Depois, os artistas desceram do palco para iniciar um minidesfile ao redor da praça principal, sob queima de fogos e ao som do samba-enredo campeão de 2006 da Vila Isabel. Os convidados foram chamados a ir atrás, com o tripé em forma de coroa de bananas do último desfile da Vila servindo de abre-alas. Para se sentirem ainda mais na Sapucaí, eles puderam vestir adereços de fantasias disponibilizadas no local. A Cidade do Samba, embora inaugurada em fevereiro, apresentava até então estrutura apenas para o funcionamento dos barracões. A partir de agora, os visitantes podem conhecer de perto como é feito o maior espetáculo da Terra. Verão, entre diversas


alegorias e esculturas, um carro alegórico de cada uma das 13 escolas, que permanecerá do lado de fora dos barracões. A azul-ebranca de Nilópolis manterá em exposição até dezembro o carro "As antigas civilizações se banharam nas águas da vida". Trata-se de uma caravela metálica

em tons dourados, que fez enorme sucesso na Sapucaí, no último carnaval. Na Fábrica nº1, da LI ESA, o carro abre-alas da campeã Vila Isabel foi adaptado para os turistas poderem tirar fotografias e subir nele. No local, há também fantasias das agremiações do Grupo Especial em exposição. Para

dezembro está prevista a inauguração da passarela que circunda todos os barracões e que propiciará ao visitante uma ampla visão de como são fe itos os carros alegóricos. Para mostrar a importância sócioeconômica do carnaval, no 4°

andar do barracão da LI ESA funcionam os cursos profissionalizantes da AMEBRAS (Associação das Mulheres Empresárias do Brasil). Coordenados pela presidente da entidade, Célia Regina Domingues, oficinas, como as de adereços, durarão quatro meses.

Serviço A Cidade do Samba funciona de segunda a domingo, das 12h às 18h, exceto nas terças-feiras, quando são feitas a manutenção e conservação das instalações. O ingresso, que pode ser comprado em um dos três guichês localizados na entrada principal , custa R$ 20,00. Mas moradores da cidade do Rio de Janeiro que apresentem comprovante de residência pagam R$ 10,00. O visitante é recepcionado por um diretor de harmonia, que o conduz por todas as áreas do complexo. Ele pode ver quatro oficinas de carnaval- adereço, escultura, dança e percussão - em três horários diferentes: 12h30, 14h e 16h, propiciando-lhe entender melhor como são feitas as fantasias e esculturas. Às quintas-feiras, o turista tem a opção de assistir às 20h , na praça principal, o show "Cidadão Samba". Com duração de 40 minutos, o espetáculo custa R$ 80,00 e é seguido de um minidesfile em torno da praça principal. Há ainda um quiosque do projeto social Carnaval e Cidadania que vende peças de artesanatos de carnaval feitos por pessoas das comunidades ligadas às escolas de samba. Produtos como bonecos e adereços variam de R$ 3,00 a R$ 200,00. Para eternizar sua visita ao complexo, o turista tem, no barracão da LlESA, um stand de fotografia à disposição. Ele pode colocar seu rosto em uma moldura que representa uma fantasia de carnaval , ou , por R$ 20,00, tirar uma foto numa moldura da Marquês de Sapucaí. A Cidade do Samba tem um estacionamento para 185 carros e conta com cerca de vinte seguranças. O endereço é Rua Rivadávia Correia, 60, Gamboa. Mais informações pelo telefone: (21) 2513-2503.

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Carnaval 2007: /

E a nossa cara Por Walter Honorato e Murillo Victorazzo A família Beija-Flor se reuniu no dia 13 de setembro, na quadra da escola, em Nilópolis, para ver a apresentação dos protótipos das fantasias para o próximo carnaval. E o que ela pôde notar foi que, para mostrar na Sapucaí o enredo Áfricas: do berço real à Corte brasiliana, a azul-e-branco lançará mão de fantasias bem claras e coloridas. "A Beija-Flor virá com mais luz. Talvez pelo próprio enredo, que faz alusão a uma

região cujo povo é o unlco a misturar tantas cores com tanta harmonia. Você vê, por exemplo, colares africanos com todas as cores possíveis e imagináveis, numa combinação que nunca acharíamos que daria certo", explicou Alexandre Louzada , integrante da Comissão de Carnaval. Seguindo a linha afro , a Beija-Flor optou também por usar materiais

que nos remetem àquele continente. "A escola vem bem na palha, mas com brilho. Afinal, falaremos da realeza africana", acrescenta Fran-Sérgio, também integrante da comissão. A preocupação com as cores da escola, no entanto , não deixou de estar presente . "Procuramos onde foi possível usar o azul. E reservamos dois setores para mostrarmos realmente as cores da escola", revela Louzada.

Ao abrir o evento , o diretor de Harmonia e Carnaval da escola, Laíla, relembrou o último desfile, confessando que "doeu muito o quinto lugar". "Perdemos pontos que nunca vamos entender até o fim da vida. Mas também sabemos onde erramos", frisou. Um palco em forma de T acoplado ao já existente na escola serviu para que o público tivesse uma melhor visão das fantasias . Setor por setor, os protótipos foram subindo


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ao palco. Aos poucos, fantasias representando os animais e a cultura do continente, os quilombos, a força da raça negra, o carnaval e a Cidade do Samba foram sendo conhecidas pela comunidade. Destaque para as baianas ; o setor cinco, todo em dourado; e a homenagem às escolas co-irmãs, no último setor. Novato na escola, Louzada não escondia a ansiedade com a receptividade dos componentes. "A Beija-Flor é novidade para mim . Mas já estou familiarizado com a casa", disse, minimizando uma possível mudança no estilo da escola com sua chegada: "Não

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Selmynha, Nelsinho, Neguinho, presidE;lnte Farid e D. Jane na apresentação das fantasias do Carnaval 2007 da Beija-Flor de Nilópolis

é uma mudança de cara só da Beija-Flor. Eu mudei também, ganhei um pouco da cara da escola." Já era mais de meia-noite quando o evento terminou. E o que se via entre os presentes - entre eles , o presidente Farid Abrão David , Neguinho da Beija-Flor e a portabandeira Selmynha Sorriso - era muita empolgação, confiança e inúmeros parabéns aos carnavalescos . "Sempre procuramos inovar e fazer o melhor da gente. A Beija-Flor vem bonita, rica e forte", assegurou FranSérgio . "A escola está fiel ao tema", completou Louzada.

Leopardo

Corte Daomé

Negros da Angola

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Preto Forro das minas

Quilombo da Marambaia

Agbê Vodum da Água 9


Beija-Flor no Canecão: irreverente porém didática Por Murillo Victorazzo <IJ

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Irreverência e bom humor marcaram a exaltação que a BeijaFlor de Nilópolis fez à África na festa de apresentação dos enredos, no último dia 18. Dentro do propósito de mostrar a realeza africana e a riqueza cultural com que o continente influenciou as pequenas Áfricas existentes no Brasil - e fugindo da freqüente abordagem pesada do sofrimento dos escravos -, a escola utilizou a sátira para explicar aos convidados da LI ESA o tema que desenvolverá na Sapucaí em 2007. Além da Beija-Flor, as outras 12 escolas do Grupo Especial puderam exibir em até dez minutos seus enredos , para um público de cerca de duas mil pessoas que lotou o Canecão. Nona agremiação a subir ao palco, a Beija-Flor abriu sua apresentação com seis guerreiros africanos, com vestes típicas feitas de palha , dançando ritos típicos da região. Entre eles, havia uma espécie de caldeirão, no qual se encontrava a drag queen Kaíka Sabatella. "Chega! Vamos parar com essa dança! Que coisa chata! Não estamos falando de África, de realeza africana? É só falar em

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negro que vocês pensam em correntes, em chibatada! Eu quero é festa , riqueza , alegria e batucada! Que venha a África majestosa e soberana!", anunciou ela, sintetizando de maneira bemhumorada o foco do enredo. Em seguida, a drag saiu do caldeirão representando um orixá. E, logo depois, sem se ausentar do palco, transformou-se numa mãede-santo, que, ao encenar as

músicas Guerreira e Vai vadiar, fez alusões às eternas Clara Nunes e Clementina de Jesus. Arrancando aplausos do público, ela ainda " incorporou " Jovelina Pérola Negra, com a música Luz do repente ao fundo. Por fim , representou uma engraçada passista, que por seus quilos a mais e seu gingado cômico levou todos às gargalhadas. Com uma longa capa com as cores e símbolo da Beija-Flor, foi ao fundo do palco

e trocou de lugar com uma linda passista da escola, que , ao som de Deusa da Passarela , deu um show de samba, simbolizando "a mais bela entre todas as Áfricas de Samba, a Princesa Nilopolitana". A festa, conduzida pelo diretor social da LlESA Jorge Perlingeiro, começou com uma breve fala do presidente da entidade, Ailton Guimarães Jorge. Guimarães fez elogios e brincadeiras sobre todos os 13 enredos, e disse estar muito confiante em mais um êxito no próximo desfile . "São grandes enredos. Há uma variedade de temas, o que é prenúncio de um grande carnaval" , garantiu. A primeira escola a se apresentar foi a Estácio de Sá, campeã do Grupo de Acesso, e a última, a Vila Isabel, atual campeã. Depois de mais de duas horas de festa, o que se pôde notar foi a preocupação das escolas em fazer apresentações que permitissem a todos entender com muita clareza o objetivo de seus enredos. Cada vez mais, a qualidade e o profissionalismo falam mais alto. E a Beija-Flor, como sempre, saiu do Canecão como uma das mais elogiadas e aplaudidas.


Coma pala~Fa

o Mestl\e

Unidos no ritmo e na disciplina Por Paulo Botelho (Mestre Paulinho) Uma característica marcante na Beija-Flor é seu lado social. Por conseqüência, como não poderia deixar de ser, a nossa bateria também tem essa preocupação . O ritmista é na realidade um abnegado. Ele trabalha sem receber nada, apenas quer em troca a pontuação máxima na Avenida. É por isso que o mínimo que eles merecem é um bom tratamento. Nesses quase dez anos em que dirijo a bateria nilopolitana, nossos ritimistas sempre respe itaram a escola, interagindo cada vez mais com ela. O principal motivo é a união entre nós. Somos uma bateria unida, tanto no ritmo como na disciplina. O resultado é que nesse tempo consolidamos nossa

posição entre as melhores do Rio de Janeiro. Foi com esse objetivo de deixar clara a importância deles para a Beija-Flor que fizemos , atrás do palco, na quadra, nosso "clube de ritmistas". Trata - se de uma aconchegante sala em que nossos abnegados podem jogar um totó, baralho, assistir televisão, botar o papo em dia... Nada melhor para quem chega do trabalho cansado do que poder jantar com os amigos antes de ensaiar. É uma forma de fazer um carinho em quem não tem remuneração alguma , apenas dedicação. Ali , eles encontram um espaço para relaxar, com muita limpeza e amizade. O retorno é muita disciplina e determinação.

Assim sabemos que poderemos contar com os nossos guerreiros. Se você os trata mal , pode ser traído numa batalha.

Prova disso é que ficamos seis horas e meia concentrados no último carnaval, e, mesmo assim, passamos muitobem.

Mas o espaço não é só deles. Seus familiares e os amigos da comunidade também são muito bem-vindos. Afinal, somos uma escola! A Beija-Flor tem seus departamentos definidos, mas, acima de tudo, há um objetivo comum. Quando se ganha um campeonato, não é um setor da escola; é ela com um todo. O reflexo desse sentimento de família existente na bateria é o nosso desempenho naAvenida. Pode haver quem não toque tão bem, mas ele se supera no desfile, pela vontade de colaborar. O ritmista tem que ser bom no ritmo e no caráter, imbuído apenas em fazer um belo desfile.

Somos uma bateria · educada, limpa, alegre e com muita raça. Lamentamos a injustiça na pontuação do último desfile, porque toda bateria entra com nota 10 e só perde ponto se houver erro. Nós não erramos! O jurado achou por bem pedir algo além do proposto ... Respeitamos, porém não entendemos. Mas passou, e vamos atrás dos 40 pontos novamente. Essa é a nossa meta: tirar notas máximas sempre! Tarefa que se torna mais fácil com 250 excelentes ritmistas que são, antes de tudo, grandes amigos.

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Por Miro Lopes

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Beija-Flor - Robertinho do Rio,

José Cartos Netto, meu braço direito e esquerdo, o homem que dá meu ibope no camaval. Tenho o Chapéu de Couro, que faz a parte musical e prepara os programas da semana com o maior carinho. E tem a Simone Canuto, que toma conta de todos nós. É a mãezona, que busca notícias, vai à Cidade do Samba e traz informações para atendermos os nossos 44 ouvintes. (risos)

quem é você?

Robertinho do Rio - Eu sou o advogado Roberto Litmann, formado há 35 anos, especialista em Direito Eleitoral. Há quatro anos - foi quando descobri que só se vive uma vez - vim para a Rádio Bandeirantes AM . O Eduardo Homem de Carvalho foi quem me deu a primeira oportunidade. Ele me trouxe para falar de camaval, a coisa mais séria hoje no Brasil. Sou carioca do Largo do Machado, flamenguista , mangueirense, um boêmio que não bebe. Uma pessoa do bem, de coração aberto.

o Beija-Flor - Que visão você tem do Carnaval?

Robertinho do Rio - No carnaval, além de tudo, você tem solidariedade, algo em extinção no nosso mundo! Essa alegria, essa forma de você conviver com as pessoas ... Você se entrega, se diverte, se alegra, é solidário.. . Para mim, é importante divulgar o carnaval no rádio, na imprensa, dentro daquilo que é o mais importante, a nossa liberdade.

o Beija-Flor - Como era seu contato com as escolas de samba antes do programa? Robertinho do Rio - Eu era folião da Mangueira. Cheguei , na primeira diretoria do Elmo José dos Santos, a fazer parte da área jurídica da escola. Tinha muitos amigos que hoje ainda estão no carnaval, como os presidentes da Portela e da Mocidade, Nilo Figueiredo e Paulo Vianna. Conhecia já o Moisés, da Vila lsabel. Tinha conhecimento, mas sem a necessidade de conviver com a informação para o programa. Não tinha aproximação com a Liga, pois já era um degrau acima. Como folião, a escola me bastava.

o Beija-Flor - E o seu relacionamento com o pessoal da Beija-Flor? Robertinho do Rio - É o melhor possível! Eu tive a honra e o privilégio de ser advogado do presidente Farid Abrão David e do deputado federal Simão Sessim. Hoje, por herança, também atendo o Ricardo Abraão. No carnaval , tive o privilégio de

o Beija-Flor - Como você encara o trabalho de divulgação das escolas de samba? Robertinho do Rio recebe o presidente da Beija-Flor de Nilópolis, Farid Abrão David em seu programa

Quem ingressa em qualquer dos novos estúdios da Rádio Bandeirantes-Rio tem a impressão que está embarcando numa "verdadeira" nave espacial. Embarcamos nela para um bate-papo com o comunicador Robertinho do Rio, que apresenta o programa Rio.Ponto.Com - o melhor som do samba, no ar de segunda a sexta-feira, das 16 às 18 horas. A intimidade de Robertinho com o rádio e, especialmente, com o mundo do samba, ultrapassa três décadas. Começou como entrevistador, participando de debates como especialista em Direito Eleitoral. "Cheguei ao mundo da comunicação na condição de advogado. O carnaval foi uma forma que achei de devolver as alegrias que tive como advogado. Não tinha experiência de apresentar e produzir um programa em que o povo do carnaval confiasse no que falo. Com a minha equipe é a verdade, é o que sentimos. É isso que passamos". O refrão "Sua companhia é a nossa alegria" e o inseparável chapéu panamá já se tornaram marcas desse alegre e extrovertido comunicador. E que compõem bem com sua barba prateada e o estilo bonachão. homenagear meu amigo no programa, entregando-lhe o Diploma do Mérito Carnavalesco.

o Beija-Flor - Qual é o retorno que o carnaval te dá como radialista? Robertinho do Rio - É uma maravilha! Embora, no rádio, você não tenha rosto, quando chego nos lugares recebo o calor humano. Até porque tenho um anjo de guarda, o José Carlos Netto, que me leva para conhecer as pessoas. Uma vez, eu estava no Tribunal Eleitoral, que é meu campo de batalha fora da área do carnaval, de terno e

gravata, quando um taxista passou e gritou "Oh, Robertinho do Rio!" Todos ficaram assustados com a evolução de advogado Roberto Litmann para Robertinho do Rio. É uma emoção nova. Cada homenagem que recebo - e já foram várias - me toca profundamente. É a resposta do meu trabalho.

o Beija-Flor - Como e por quem é formada a produç ã o do Rio.Ponto.Com? Robertinho do Rio - Tenho quatro grandes anjos de guarda: o primeiro é

Robertinho do Rio - Ah , é muito ruim! Com raríssimas exceções , consegue-se extrair alguma coisa das assessorias de imprensa. Quando o assessor é profissional do ramo , ele sabe como resolver. Quando não resolve ... Há escolas sobre as quais passo meses sem falar, a não ser tocar o sambaenredo, por não haver uma forma de comunicação com elas. Ou porque não tem divulgador, ou porque ele não recebeu para ir ao programa, escolheu ir apenas a um outro .. . São fatores que me levam a não noticiar algumas escolas. Mas isso, brevemente, mudará. Hoje você vai à Cidade do Samba e sabe de tudo . Senta lá no barzinho da p ra ç a de al imen taç ã o e vê carnavalesco , presidente , diretores , integrantes de todas as escolas . Até um ano atrás isso era impossível. Você se deslocava atrás da informação e nem sempre conseguia. Agora consegue , pois está localizada. E ainda contamos com o avanço da informática. Hoje praticamente todas as escolas têm o seu site. É informação quase em tempo real.

o Beija-Flor - O que você acha de as escolas terem seus próprios veículos de informação? Robertinho do Rio - A escola que se comunica mais tem mais simpatizantes, mais fórmulas de atender sua comunidade, de fazer a inclusão social. É fundamental que tudo isso ocorra: tv, jornal, revista ... Isso é escola transparente. Assim a comunidade sabe quais são os trabalhos, as dificuldades e as alegrias que ela terá com sua agremiação.

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"O Repique

Por Walter Honorato email: walterhonorato@yahoo.com.br

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Mestre Paulinho, Selmynha SorrisoZ, o vice-presidente da Riotur José Carlos Sá (Kaleko) e Gustavo Matos, gerente de carnaval da Riotur, no Hall do Hotel Hilton Colon em Quito, durante o evento: Visita à Cidade de Quito, no Equador.

Selmynha SorrisoZ e convidados na Embaixada Brasileira em Quito, na festa em comemoração pelo Sete de Setembro.

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ARQUIBANCADAS ESPECIAIS E CADEIRAS INDIVIDUAIS têm previsão de venda na 2ª quinzena de dezembro de 2006 e as ARQUIBANCADAS POPULARES para 10 de fevereiro de 2007, em stand montado no Setor 11 do Sambódromo.

27/09 - Com os mesmos preços praticados no Carnaval passado, com valores variando entre R$ 16.000,00, para 12 pessoas, no Setor 4, e R$ 75.000,00, para 24 pessoas, no Setor 7A (veja tabela completa em anexo), a Liga Independente das Escolas de Samba estará recebendo os pedidos de reservas dos camarotes para os desfiles do Carnaval 2007 no dia 5 de outubro. Os interessados deverão encaminhar seus pedidos pelo fax número 2122-8080, entre 9h e 17h. O atendimento se dará pela ordem cronológica da chegada dos pedidos, de acordo com o limite de capacidade de cada setor da Avenida dos Desfiles. Quem tiver sua reserva confirmada deverá efetuar O pagamento da primeira parcela, no valor de 40% do total , entre os dias 24 e 25 de outubro, na Central LlESA de Atendimento (Rua da Alfândega, 25 -lojas B/C), no horário bancário. Cabe registrar que neste Carnaval o banco oficial do carnaval carioca será o BRADESCO, que atuará como única instituição financeira arrecadadora dos ingressos para o Carnaval. Da mesma forma que os camarotes, também as FRISAS serão vendidas através de fax. Os pedidos serão recebidos no dia 6 de novembro, também pelo fax número 2122-8080, entre 9h e 17h, lembrando que o atendimento se dará pela ordem cronológica da chegada dos pedidos, de acordo com o limite de capacidade de cada setor da Avenida dos Desfiles. O pagamento deve ser feito entre os dias 28 e 30 de novembro. As frisas dos setores 6 e 13, para quatro pessoas, são as mais baratas disponíveis (R$1.1 00,00, por noite) , somente com pagamento à vista. As demais, nos setores 3, 4, 5, 7, 9 e 11 , são para seis pessoas e têm preços variando entre R$ 3.000,00 e R$ 6.300,00, por noite nos desfiles de domingo (18:de fevereiro de 2007) e segunda-feira (19 de fevereiro de 2007) . Para, o Sábado das Campeãs os pagamentos deverão ser feitos à vista.

Fonte: Site da LlESA

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06/10 - Petrobras e a Prefeitura do Rio formaram parceria para desenvolver projeto de revitalização e valorização das manifestações culturais na Praça XI , e o palco escolhido é o Terreirão do Samba. De outubro a dezembro, acontecerâo três grandes shows com o melhor do samba carioca. Os eventos terão preços promocionais (R$ 10,00 mais um quilo de alimento não perecível para ingressos antecipados e R$ 15,00 nos dias de show). Os alimentos arrecadados serão doados à Obra Social do Município e ao Fome Zero. Os ingressos estarão à venda a partir do dia 1Q de outubro nas bilheterias do Terreirão. É a seguinte a programação: 06/10- Pra Pagodiar, Leci Brandão, Dudu Nobre e Exaltasamba. 07/10- Kizueira, Pagode da Tia Doca, Pique Novo e Alcione. 17/11 - Identidade, Partideiros do Cacique, Swing e Simpatia e Revelação 18/11 - Tá no Clima, Samba na Veia, Sociedade do Samba, Sorriso Maroto e Pagode do Arlindo. 08/12- Talismã, Gustavo Lins, Molejo e Raça Negra. 09/12 - Marquinhos de Osvaldo Cruz e Convidados, Monarco, Mauro Diniz, Jorge Aragão e MonoBloco.

01/11 - Lançamento do CD da Associação das Escolas de Samba Mirins, na quadra da Estácio de Sá, a partir das 19:00h .


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