Obituário
Ney Caldas Pellegrini
A avant-premiere do samba Há muitos anos a festa de protótipos das escolas de samba é a segunda grande atividade das agremiações, só perdendo para as finais de samba-enredo. Já no ano passado, com a ida das escolas para a Cidade do Samba, algumas escolas apresentaram suas fantasias no novo espaço, que parece que agradou! É verdade que muitas escolas prosseguiram com o formato antigo de abrir suas quadras para um número maior de convidados para que pudessem ver o que seus carnavalescos estão planejando para o carnaval 2007. Mas outras escolas levaram a elaboração e o bom gosto da festa de suas quadras para os novos barracões, é verdade que para um público menor. Figura presente e atenta a quase todas as apresentações, o presidente da Liesa, aprovando e entendendo a nova tendência, comunicou aos presidentes das entidades que a Cidade do Samba está aberta para as festas de protótipos no ano que vem. Vemos assim nascer, pelas mãos do Capitão Guimarães, mais algumas datas para aqueles que gostam de acompanhar de perto tudo que acontece no mundo do samba. Já podemos imaginar que essa festa, que nasceu tímida, primeiro para atender a diretores e ao público doméstico de cada escola, tome a proporção de mais um grande evento, onde, além dos sambistas e da imprensa especializada, poderemos ter todo um conjunto de interessados. Mas não se iludam os dirigentes e carnavalescos que só pensarem nos aspectos festivos: a grande estrela dessas noites será o bom gosto e a criatividade das fantasias para o próximo carnaval. Já que ali cada agremiação estará fazendo uma avantpremiere para um público ainda maior, que a cada ano que passa vai se tornando cada vez mais exigente.
Conselho Editorial
* 29/05/1936
t 13/11/2006
Pai do diretorde Patrimônio da Beija-Flor, Róbson Pellegrini, Ney Caldas Pellegrini era cria de Nilópolis. Nascido na Bahia, veio garoto para a cidade, onde aprendeu a amar a escola e sua comunidade e a participar de suas atividades. Contador, pai de três filhos (Róbson, Fábio e Cláudio) e avô de dois netos, Ney sofria de câncer na próstata. Aos 70 anos, faleceu em decorrência de insuficiência renal.
Às quintas-feiras, a Beija-Flor de Nilópolis realiza seus ensaios para o carnaval 2007, na quadra da escola, com início às 20 horas, com grupos de pagodes. Preços: R$ 5,00 para damas e R$ 7,00 para cavalheiros. Dia 2/12
Show do grupo Revelação, na quadra da escola, às 22h.
Dia 3/12
Feijoada da ala dos compositores, no parque aquático anexo à quadra da escola, às 12h.
Dia 13/12 Festa de Natal da comunidade, na quadra da escola Dia 16/12 Show do grupo Sorriso Maroto, na quadra da escola, às 22h. Dia 14/01 Carnafolia, na quadra da escola, às 16h.
Fale com O Beija-Flor Rua Rivadávia Correia, 60 - Barracão 11 - Gamboa Rio de Janeiro - RJ - Tel.: (21) 2233-5889 e-mail: admbeijaflor@veloxmail.com.br
Em fevereiro, no dia 10, grande show de Zeca Pagodinho na quadra da escola.
."'~.....~~. Uma publicação da G.R.E.S. ESCOLA DE SAMBA BEIJA-FLOR DE NILÓPOLlS - Rua Pracinha Wallace Paes Leme , 1025 - Centro -
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Nilópolis - Rio de Janeiro - Tel. : (021) 2791 -2866 . Presidente de Honra : Anízio Abrahão David; Presidente Administrativo : Farid Abrão .....~. David; Vice-Presidente : Nelson Alexandre Sennas David ; Presidente do Conselho Deliberativo: Ary Rodrigues - Editor: Walter Honorato Gomes; Jornalista Responsável : Walter Honorato Gomes (RP 20 .559); Projeto Gráfico e Diagramação: Marcos Caram; Redação : Murillo Victorazzo e Miro Lopes ; Fotógrafos: Henrique Mattos , Robson Barreto e Miro Meirelles ; Produção e Marketing : Unità ; Impressão : ..............I11III111 Walprint Gráfica e Editora ; Tiragem :10.000 exemplares .
A cara da Beija-Flor Basta conversar um pouco com ele que se percebe logo sua profissão e o conhecimento profundo que tem de sua querida Beija-Flor. Falante, daqueles que não hesitam em discorrer sobre suas posições e idéias , G ílson Silva Castro tem o típico perfil de advogado. Há 45 anos na Beija-Flor, Gilson Dr. - é assim que todos o conhecem na escola - ocupa dois cargos na azul-e-branco: é vicepresidente Jurídico e presidente da ala de compositores . Nilopolitano de coração (nasceu em Paulo de Frontin e foi para Nilópolis com três meses de idade) , é um dos autores do samba enredo da Beija-Flor para o próximo carnaval. Tem no currículo também os sambas de 1978 (A criação do mundo na tradição Nagô) e 1987 (Mágicas luzes da ribalta). Gilson tocava na bateria do bloco Centenário, em Nilópolis, quando, aos 17 anos, começou a freqüentar a Beija-Flor. "Minha vizinha, dona Domingas, era uma das fundadoras da Beija-Flor. Me dava muito bem com ela, e passei a sair na escola", lembra. Aos 61 anos, casado , prestes a ser pai pela sexta vez e avô de cinco netos, há dez anos preside a ala dos compositores, setor para o qual entrou no início da década de 70. A maneira como se tornou compositor da escola, por sinal , é motivo de nostalgia para ele: "Na época, para entrarnaala, tinhaquefazerum samba de terreiro na hora. O Cabana, que era o presidente na ocasião, deu um tema, e fui para o fundo da quadra fazer o samba. Tive uma hora para terminá-lo. Hoje não há mais essa dificuldade, porque as alas são abertas. Muita gente vem para cá apenas pela condição econômica que a vitória de um samba pode dar". Gilson explica que presidir a ala é como dirigir uma família, com suas alegrias e possíveis dissabores. "Administrar uma família sempre tem um contratempo. Tem que saber levar. Mas somos muitos amigos mesmo, tanto que o Wilson Bombeiro é meu compadre, o Veloso é meu
Nova Iguaçu.
Tintas
Dar palpite na cor dos outros.
Gílson Dr.
padrinho de casamento. São pessoas que amam a escola de fato, há uma unidade", afirma, ainda mais feliz com a realização de um sonho dos compositores: "Vamos lançar uma CD da ala, patrocinado por nós mesmos, nesse mês. O lançamento será dia 16, na Casa de Samba, em São Paulo". Com tantos anos de Beija-Flo r, Gílson viu todas as transformações pelas quais a escola passou . Participou de várias administrações , tendo sido diretor social no primeiro mandato do inesquecível Nélson Abrahão David . Há dez anos é vice-presidente Jurídico. "É a maneira que tenho de dar minha contribuição à nossa escola. Gosto de fazer esse trabalho jurídico , como , por exemplo , tirar os alvarás para que as crianças possam desfilar", diz ele , que tem um escritório de advocacia em Nilópolis . A longa vivência em carnavais, no entanto, não diminui em nada a emoção de ver sua Beija-Flor entrar na Sapucaí. "Parece sempre que é a primeira vez. Aquele nervosismo , aquela vontade de entrar logo para ganhar o carnaval ", descreve . A alegria por um título sempre é grande , mas é claro que a satisfação aumenta se o samba-enredo do ano for de sua autoria, como no carnaval de 1978 . "Me lembro muito bem daquele dia . Não havia o sambódromo ainda , as arquibancadas eram de ferro. No final do desfile , além de exausto, estava tão emocionado que sentei no meio fio e, por 30 minutos, fiquei extasiado olhando tudo aquilo "i recorda , emocionado . A possibilidade de o fato se repetir ano que vem o deixa muito animado . "Fizemos este ano uma ótima parceria . Se o samba tiver , na Avenida , a aceitação que tem tido na quadra e na cidade, faremos um extraordinário carnaval", prevê ele, que tem um carinho especial também por dois carnavais que a escola não venceu: "O mundo é uma bola", em 1986, e "Ratos e urubus , larguem minha fantasia" , em 1989. "Foram desfiles emocionantes , entramos para ganhar . Não fomos campeões sei lá por quê" , lamenta. Assim como na Beija-Flor e na advocacia , Gílson já participou ativamente também da vida política nilopolitana . No início da década de 70 , foi vereador na cidade, pelo MDB, partido de oposição ao regime militar vigente no país na época . "Não consegui me reeleger porque tinha posições contrárias às da ditadura . Desde o movimento estudantil, era engajado na luta contra o golpe de 64", lembra . Não é exagero dizer que a Beija-F lor é a segunda casa de Gílson. Quase diariamente ele e sua famí lia freqüentam a escola. "Eu, meus filhos e netos adoramos participar do dia-a-dia da Beija-Flor, não somente do desfile . Isso aqui é a continuação da minha casa , é uma família mesmo" , afirma . Por todos esses anos de dedicação e vivência intensa na azul-e-branco, Gílson Dr. é a cara da Beija-Flor.
Nilópolis
Rua Dr.Athaide Pimenta de Moraes, 702
Pça.Nilo Peçanha, 77 a 79 • Centro
Te1.2668-1515
Te1.2691-0125
Uma cor sem vergonha.
C ~
C ~
Virtude da cor que vive agradando as pessoas.
Um lugar abençoado para ver as cores do Rio.
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Beija-Elor colhe os frutos do projeto Escola de Fábrica Por Murillo Victorazzo Tamir (centro) e ex-alunos do projeto Escola de Fábrica que já trabalham no barracão da Beija-Flor
Um projeto do Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET) em parceria com a Beija-Flor de Nilópolis , o Escola de Fábrica começa a ter resultados práticos poucos meses depois da conclusão de sua primeira turma . Cerca de quarenta jovens recém-formados no curso já foram contratados para trabalhar no barracão da azul -ebranco , onde participam de todos os setores da confecção do próximo carnaval. Moradora de Nilópolis e arredores , essa garotada de 16 a 24 anos atua em áreas como adereços , costura, escultura, fibra , carpintaria eferragem . A seleção dos aproveitados teve como base as notas nas aulas técnicas, ministradas no Centro de Atendimento Comunitário (CAC), em Nilópolis, e na prática do dia-a-dia, no barracão. A primeira avaliação ficou por conta de Aroldo Carlos Silva, diretor do CAC, e a segunda, dos professores, todos antigos funcionários do barracão. Um outro critério, tão importante quanto as notas, foi o comportamento dos
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alunos , analisado pela diretoria durante os seis meses de curso. "Eles também vão nos ajudar a pôr a escola na Avenida, como apoio. Os que se destacarem até o carnaval certamente continuarão conosco ano que vem", revela Tamir Dias , supervisor do barracão . O Escola de Fábrica permitiu uma formação profissionalizante a esses jovens, que vêm de famílias com renda per capita de até um salário mínimo e meio e estavam no ensino médio ou fundamental. Durante o curso , que durou de dezembro a junho , os alunos tiveram direi to a uma ajuda de custo de meio salário mínimo e reforço escolar (aulas de português , matemática , história, geografia , cidadania e higiene) . Basta conversar com os jovens contratados da Beija-Flor para sentir que eles não esperavam uma contratação tão rápida . Tão grande quanto a surpresa é a satisfação e o orgulho em trabalhar na azul-e-branco. "Nunca imaginei
que ajudaria a fazer o carnaval da Beija-Flor. Quero ficar muito tempo trabalhando aqui ", deseja Vanessa da Silva Santos , 20 anos , funcionária do setor de costura e moradora da Chatuba , Nilópolis . Meritiense de 18 anos , Ediel Felipe confessa que "nem sonhava em mexer com carnaval " até se inscrever no curso de escultura. "Hoje posso di?er que não troco isso por nada . E raro se sentir tão bem no primeiro emprego . Dei sorte de entrar aqui e pretendo continuar", afirma. Para vários desses garotos , a contratação é a realização de um sonho . Há três anos desfilando na escola , o nilopolitano Bruno Reis Mendonça , 22 anos , confessa que , embora confiante em ser chamado , não achava que se ria aproveitado na carpintaria já para esse carnaval. "Tinha esse desejo , mas achava que demoraria mais . Quero evoluir cada vez mais, para ajudar a escola a fazer bonito na Avenida" , diz. Da mesma maneira , Moisés Pereira Martins conta que
trabalhar com ferragem era uma vontade sua há algum tempo . "Tenho amigos que trabalham nessa área. Achei interessante e resolv i participar do curso . Estou muito orgulhoso em saber que , quando a Beija -Flor passar na Avenida, haverá minha mão naquilo tudo . Quero assistir o desfile inteirinho, para notar cada detalhe do que fi zemos", conta esse nilopolitano de 21 anos. Além da base prática e teórica , um outro aprendizado é notado entre os recém-formados: o respei to pela nossa cultu r a , pelo s companheiros e pela Beija- Flo r. "Conhecemos a raiz do carnaval , como ele começou e como é por dentro", diz Ediel Felipe . "Lembro da primeira reunião que tivemos no CAC o O Aroldo nos disse que éramos bem -vindos à família Beija-Flor. Hoje sei o que é realmen te essa família , é o companheirismo das pessoas ", explica Suelen Cunha da Silva , 19 anos , aderecista, moradora de Édson Passos, Mesquita.
Belos, negros e destaques da
Beija-FI~
Por Murillo Victorazzo Nada mais louvável para uma escola que mostrará um enredo que enaltece a cultura e a realeza africana do que enaltecer a beleza dos descendentes do continente. Pensando assim, a Beija-Flor de Nilópolis realizou no dia 25 de outubro, na quadra da escola, a final do concurso Beleza Negra. Depois de disputarem com outros 20 homens e 20 mulheres, Israel Silva e Cíntia Paixão levaram o título de homem e mulher negros mais bonitos. Com a vitória, eles ganharam o direito de desfilar como destaques do carro abrealas da azul-e-branco, no próximo carnaval. Os outros 40 concorrentes também terão o privilégio de desfilar pela azul-e-branco nilopolitana. Eles virão como · composições - pessoas que também compõem carros alegóricos, mas usam fantasias menores do que as dos destaques. O concurso foi organizado por Ubiratan Silva, o Bira, integrante da Comissão de Carnaval. A idade mínima para participar era 16 anos, e o candidato não precisava ser necessariamente morador de Nilópolis.
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Modelo, Israel tem 19 anos e é morador do Rio de Janeiro. Iniciante no trabalho de passista, Cíntia, 21 anos, é de São João de Meriti. Enquanto Israel teve apenas um voto a mais que o segundo colocado, Cíntia foi eleita por unanimidade. "Não tinha muita esperança em ganhar. Até pensei em desistir, mas meus amigos e familiares me incentivaram. Nunca desfilei em uma escola de samba. Vai ser minha primeira vez, e logo como destaque do abre-alas da Beija-Flor. Só posso agradecer a Deus", diz Cíntia. O concurso foi apresentado por Bira e pela porta-bandeira da escola, Selmynha SorrisoZ. Os 42 candidatos desfilaram em trajes de banho pelo palco. A mesa julgadora foi formada pela atriz Maria Rosa, pelo Rei Momo e pela então Rainha . do Carnaval, Alex de Oliveira e Ana Paula Evangelista, pelo coreógrafo da azul-e-branco, Hilton Castro, e por Gislaine Cavalcanti, coreógrafa da comissão de frente da escola. Prestigiaram também o evento o presidente administrativo, Farid Abrão David, e o presidente do Conselho Deliberativo, Ary José Rodrigues.
Beija-Flor escolhe seu samba de terreiro Por Murillo Victorazzo e Walter Honorato
Wilson Bombeiro comemora juntamente com outros integrantes da ala de compositores a sua vitória
Foi realizada no dia 28 de outubro a final do concurso de sambas de quadra da Beija-Flor de Nilópolis. No bar do Parque Aquático Nélson Abrão David , anexo à quadra a . escola , quatro parcerias participaram da última etapa da disputa. Este foi o primeiro concurso de samba de quadra da ala de compositores da escola em parceria com a Secretaria Estadual de Cultura e a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) . Com a composição Raiz do samba, Wilson Bombeiro e Cláudio Inspiração sagraram-se vencedores e levaram o prêmio de R$3 mil.
o concurso de sambas de quadra é uma idéia do secretário estadual de Cultura, Noca da Portela, para dinamizar as quadras e resgatar uma antiga tradição. Assim como a Beija-Flor, as doze demais escolas do Grupo Especial também farão seus concursos . Todos os vencedores terão suas obras gravadas em um CD que a secretaria produzirá. O regulamento foi elaborado pela secretaria e as composições foram de tema livre, mas inéditas. Tradicional compositor da Beija-Flor, com diversas obras gravadas em
parceria com nomes marcantes do samba carioca e autor de vários sambas-enredo da escola, entre eles o de 1993 (Uni-duni-tê, a BeijaFlor escolheu: é você ) e 1997 (A Beija-Flor é festa na Sapucaí), Wilson Bombeiro era a imagem da confiança. Dentre os presentes, a maioria já se mostrava fã do samba dele com Claudinho Inspiração. Quando o vencedor foi anunciado pelo vice-presidente da ala de compositores , J. Veloso , a sensação era de que o resultado apenas ratificara o gosto do público. Em segundo lugar, levando o prêmio de mil reais, ficou Pelé, com Fale com sinceridade; e em terceiro, recebendo a mesma quantia , Cláudio Russo e Carlinhos Detran , com No pé do Gongá. A composição de Pereirão e Carlinhos Amanhã, Coração magoado, ficou em quarto lugar. A escolha do samba de quadra nilopolitano foi o ponto alto de uma agradável tarde no bar do parque aquático. Precedidas por apresentações de grupos de pagode , as quatro parcerias começaram suas apresentações pouco mais de nove horas da noite. A mesa julgadora, presidida pelo presidente da ala de compositores da escola, Gilson Dr. , foi composta por integrantes da ala e pelo cantor Marcelo Guimarães. A festa
terminou com Bira, veterano cantor que há décadas ajuda Neguinho da Beija-Flor a levar os sambasenredo da az ul- e -b ranco na Avenida, cantando o hino oficial da Beija-Flor para o próximo carnaval.
Abaixo a letra do samba vencedor:
Raiz do Samba Autores: Wilson Bombeiro e Cláudio Inspiração Eu sou Velha Guarda sim senhor Em todo canto que eu vou Faço do meu samba oração É, seja de noite ou de dia O samba é minha alegria Companheiro da minha emoção Trago meu abraço apertado E digo emocionado, Eu sou Velha Guarda, sou Beija-Flor E me congratulo com amizade Com os sambistas da cidade Aonde o samba estiver eu vou (eu vou!) Aonde o samba estiver eu vou No samba eu sou raiz Sou veterano BIS E me orgulho de ser nilopolitano
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tIESA faz festa para lançar o CD de
sambas-enredo Por WalLcr Honorato c Murillo Victorazzo
Mais uma etapa do tradicional calendário pré-carnavalesco carioca foi realizada . No último dia 13, a Liga Independente das Escolas de Samba (LlESA) promoveu a festa de lançamento do CO de sambas-enredo do Grupo Especial. Assim como a Beija-Flor foi a anfitriã da festa ano passado , desta vez quem abriu as portas de sua quadra para mais uma confraternização do mundo do samba foi a campeã
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Vila Isabel. As 13escolas tiveram cerca de 10 minutos cada para cantar seus hinos oficiais para o carnaval de 2007. Quinta colocada no último carnaval, a B eija-Flor de Nilópolis foi a nona escola a apresen tar o seu samba-enredo. Para mostrar a composição que irá embalar o enredo Africas: do berço real à Corte brasiliana, Neguinho da Beija-Flor subiu ao
palco e mostrou seu conhecido vozeirão , ao lado dos compos itores do samba , J. Veloso, Gilson Dr. , Cláudio Russo e Carlinhos Detran. Na bateria , ritmistas da anfitriã Vila Isabel se juntaram aos da azul-ebranco da Baixada. A rainha da bateria , Raíssa, e o casal de mestre-sala e porta-bandeira , Claudinho e Selmynha SorrisoZ, completaram a lurma que representou a escola.
Depois que Vila Isabel , última escola a se apresentar, cantou o seu hino, o que se ouvia entre sambistas e críticos era que o carnaval carioca tem uma das melhores safras de samba dos últimos anos. E que, dentre eles , a Beija-Flor conta seguramente com , se não a melhor, uma das melhores composições, com letra, melodia e cadência bem ao gosto da comunidade nilopolitana.
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Produzido pela GravaSamba em parceria com a Universal, o CO foi gravado no estúdio da Companhia dos Técnicos, em Copacabana, e contou com mais de 50 pessoas na sua confecção. Mantendo o time vencedor que há anos é responsável pela gravação, a produção do CO coube ao diretor geral de Harmonia e Carnaval da Beija-Flor, Laíla, e a Mário Jorge Bruno. A direção foi de Zacarias Siqueira. O maior objetivo dos produtores foi ressaltar e diferenciar a marcação de cada escola. Para isso, as agremiações gravaram com seus próprios ritmistas e instrumentos, tentando ao máximo dar uma sensação de "ao vivo". Assim como nos anos anteri ores, o privilégio de ser a capa do CO coube à campeã do último carnaval. Assim, foi escolhida a foto do carro abre-alas da Vila Isabel do desfile deste ano para ser a frente do disco. Na contracapa, a foto é do último carro da Grande Rio, vice-campeã. O CO comd'çou a ser vendido na segunda quinzena de novembro e custa cerca_de R$ 20,00. 8 ~
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Carnaval carioca já tem seu casal real. E ele é Beija-Flor
A realeza tem sangue azul-ebranco. Pelo menos quando o assunto é carnaval , a frase está longe de ser um exagero . É o que se pode deduzir depois do último dia 10, quando , numa grande festa popular, foram eleitos o Rei Momo e a Rainha do Carnaval de 2007. As cerca de quatro mil pessoas presentes ao Terreirão do Samba, no Centro do Rio de Janeiro , viram Alex de Oliveira e Jacqueline Faria Louriçal serem escolhidos os novos monarcas do carnaval carioca . Ambos têm vínculos com a BeijaFlor de Nilópolis : Alex é ritmista da bateria da azul - e-branco e Jacqueline, passista da escola. Dos dez finalistas da disputa pelo título de Rei Momo , dois não compareceram , o que facilitou ainda mais a reeleição de Alex, eleito pela nona vez. Último candidato a se apresentar, ele subiu ao palco com seu tamborim , instrumento que toca na bateria da azul-e-branco. Arquiteto , de 35 anos, Alex passou por uma cirurgia para reduzir o estômago antes de sua eleição no carnaval passado. Ele, que pesava 220kg , hoje está com 90kg. Tendo participado pela 11 Q vez da disputa, Alex , com essa vitória, entra definitivamente para a história do carnaval. Agora, ele está apenas a uma vitória de igualar o recorde de Edson Santana, eleito Rei Momo por dez vezes .
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Por Walter Honorato
Já a disputa pelo título de Rainha do Carnaval foi mais acirrada. Entre as doze jovens que participaram da disputa, uma forte concorrente era Ana Paula Evangelista, que lutava pelo tricampeonato. Última a desfilar, Jacqueline, no entanto , surpreendeu e levou a coroa. Aos 23 anos, essa linda mulata é modelo e há oito anos desfila pela BeijaFlor. Além de ter a responsabilidade e o privilégio de ostentarem o título de casal real do carnaval carioca , Alex e Jacquelineganharam nove mil reais cada um de prêmio .
As loiras Jacqueline Nascimento Silva, 29 anos, e Mônica Nascimento Silva, 20 anos, irmãs , levaram os títulos de primeira e segunda princesas do carnaval. E receberam em prêmio sete e cinco mil reais, respectivamente. A Beija-Flor se fez presente também no corpo de jurados. A porta-bandeira da escola , Selmynha SorrisoZ, foi uma das julgadoras do concurso, ao lado de outras belas e famosas mulheres do carnaval, como Viviane Araújo, Adriana Bombom e Valéria Valenssa. No final da festa, para empolgar a platéia que compareceu ao local, foi realizado um show do grupo Fundo de Quintal.
Coma palavra o Mestre Talento, dedicação e companheirismo: a receita para ser um ritmista da Beija-Flor Por Paulo Botelho (Mestre Paulinho) Certamente ser ritmista da bateria da Beija-Flor de Nilópolis é o sonho de muitos que amam o samba. Infelizmente, porém , nem todos têm essa capacidade . Costumo dizer que, às vezes, o sonho de um pode ser o pesadelo de outro. Já vi pessoas que desejavam isso, mas que não tinham a menor noção do que é samba nem de como lidar com um instrumento. Se fosse somente agradá-Ias, o revés viria para o diretor de bateria, na Avenida. No entanto , por outro lado, além de talentoso, o ritmista deve ser um abnegado do samba . O mais importante é a atenção e a obstinação , não basta o talento. Ao lado do dom , é necessário ter como parâmetro o sentimento de
coleguismo , além de ter a capacidade de saber acatar as decisões tanto minhas como dos demais diretores. Na bateria da escola, todo mundo tem que se ajudar, estar junto. Não destaco um ritmista. Para mim, bateria de escola de samba é um todo! Se o ritmista achar que basta ser muito bom no que faz , ele não terá futuro aqui. O que friso sempre é que não temos apenas um especialista , mas sim alguns . E esses alguns são todos! Ninguém é . insubstituível!
É por isso que um dos principais critérios de seleção de ritmista é a presença constante na quadra . Porque somente assim o ritmista " pega braço" - em
outras palavras , ganha resistência - e fica atento a tudo o que ocorrerá dentro da .bateria na Sapuca í. Só assim o diretor saberá que ele está apto a ir para o desfile e ter um bom desempenho . Nossa bateria ensaia duas vezes por semana l na quadra da escola . Às segundas-feiras , há o nosso ensaio t écnico exclusivo, quando fazemos também uma .preleção. Converso ' com os ritmistas, passo o que quero e comunico onde estão os possíveis erros . Às quintas, há o ensaio técnico de toda a BeijaFlor. A partir de dezembro , começam os ensaios técnicos na Sapucaí , e aí a presença de todos é ainda mais importante.
Já que falamos em amizade , vou aproveitar este espaço para agradecer, em nome de toda a bateria da Beija-Flor, à família Guanabara por toda a ajuda que vem nos dando há algum tempo , nas pessoas dos senhores Albino, Pinho e Barbosa . Eles já nos livraram de algumas dificuldades! Apesar de não terem mercado em Nilópolis e arredores, eles caminham junto conosco . Especialmente meu grande amigo Albino, uma pessoa que tem um amor pela Beija-Flor que muitas pessoas ligadas à escola não têm. Agradeço do fundo do coração a consideração , confiança e amizade que a família Guanabara tem com a família Beija-Flor.
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credibilidade e experiência na hora de falar de carnaval Por Murillo Victorazzo
o Beija-Flor - Além de jornalista, você é compositor de sambaenredo, tendo vencido duas vezes na Imperatriz, em 1995 e 1999. E é hoje também diretor-geral da União da Ilha. Quem veio primeiro: o jornalista ou o sambista? João Estevam - Ainda garoto, já freqüentava os ensaios e desfilava na Imperatriz Leopoldinense , escola do bairro onde me criei. Sempre gostei de carnaval. No colégio, já percebia que gostava de escrever. Assim que entrei na faculdade de jornalismo, em 1984, comecei, como estagiário da Rádio Carioca, a cobrir o carnaval na Rio Branco . Formei-me em 1989, e comecei a compor sambas na Imperatriz. Perdi muitos, até que, em 1995, ganhei com Mais vale um jegue que me carregue, que camelo que me derrube lá no Ceará. Valeu a pena esperar, porque a escola ganhou o campeonato naquele ano. Repetimos a façanha em 1999, com Theatrumn Rerum Naturalis Brasilie. Agora, como diretor-geral da União da Ilha, estamos, com uma visão empresarial, trabalhando para levantar a escola.
o Beija-Flor - São mais de vinte anos trabalhando em rádio então ... João Estevam - Exato. Passei pelas rádios Tupi, Continental, Metropolitana, Carioca, 107FM e pela TV Rio, atuando também em outras áreas além do carnaval. Fui repórter da Cidinha Campos, da Patrulha da Cidade, cobri muito a área policial. Há seis anos, estou na 94FM, com o "Domingo de Bamba". Hoje, no entanto, sou também empresário do ramo do entretenimento. Graças a Deus, tenho esse outro trabalho, meu próprio negócio, porque infelizmente o rádio dá muito pouco dinheiro. O rádio, para mim, é mais um lazer, faço por prazer.
o Beija-Flor - Como surgiu e como é produzido o "Domingo de Bamba"?
minha isenção. Ser compositor só me abriu as portas nas escolas. Ajuda na minha respeitabilidade e credibilidade. Procuro ouvir o programa com muito senso crítico, característica fundamental num comunicador. Conheço a alma do sambista, e, por isso, procuro me colocar no lugar dele como ouvinte.
o Beija-Flor - O que você pensa do trabalho de divulgação das escolas de samba?
Há uma antiga discussão no futebol sobre se comentarista que nunca foi jogador tem credibilidade para fazer críticas. Se polêmica semelhante existir no mundo do samba, João Estevam Tavares Amaral não tem com que se preocupar. Ele tem autoridade suficiente para falar sobre carnaval no seu "Domingo de Bamba" - programa veiculado na Rádio 94FM aos domingos, das 20 às 22h. Aos 40 anos, esse carioca de Ramos, jornalista há 17 anos, é, além de um radialista que fala de carnaval o ano todo, um campeão de samba-enredo. Em 1995 e 1999, ele assinou os sambas que levaram a Imperatriz Leopoldinense aos títulos daqueles anos. "Procuro ouvir o programa com muito senso crítico, característica fundamental num comunicador. Conheço a alma do sambista, e, por isso, procuro me colocar no lugar dele como ouvinte", revela João Estevam. João Estevam - Eu achava que havia uma necessidade de se falar mais sobre o carnaval durante o ano todo: Tinha certeza de que o samba precisava ser mais divulgado, e que havia público para isso. O programa é aos domingos, das 20 às 22 horas, e tem como produtor o Rafael Azevedo. Somos uma equipe de 14 pessoas , entre repórteres, comentaristas, apuradores. E posso assegurar que somos uma família. Fazemos entrevistas, comentários e reportagens sobre o carnaval. Tenho um estúdio próprio, na
Penha, onde edito as matérias. Na entressafra, no meio do ano, a gente toca muitos sambas-enredo antigos. Passamos o ano todo falando e tocando carnaval.
o Beija-Flor - O fato de ter sido compositor da Imperatriz fez com que , em algum momento, pusessem em dúvida sua imparcialidade como jornalista? João Estevam - De jeito nenhum! Nunca atrapalhou em nada. Todos sabem que é puro profissionalismo. Hoje sou diretorgeral da Ilha e nem por isso perdi
João Estevam - Na sua maioria, é bom. É claro que depende muito da cabeça da diretoria. Se ela tiver uma mentalidade amadora, vai ser um trabalho amador. Mas entendo a dificuldade de algumas escolas. Por isso, o programa não fica esperando a notícia chegar. Temos uma equipe que entende as dificuldades e corre atrás da informação. No caso da BeijaFlor, por exemplo, o Miro (Lopes, assessor de imprensa) nos passa sempre notícias. Temos um contato excelente. Só tenho a reclamar do espaço físico destinado à imprensa na quadra. A 94FM sempre cobre as finais da escola, e é a Selmynha SorrisoZ quem tem que nos ceder o camarote dela. Pela grandeza da Beija-Flor, ela tem todas as condições de criar um espaço maior para os jornalistas trabalharem com mais tranqüilidade .
o Beija-Flor - Na poslçao de sambista e jornalista, como você vê o espaço dado ao samba na mídia? João Estevam - Melhorou bastante nos últimos anos. O surgimento de sites, blogs possibilitou um maior espaço. Os jornais estão se abrindo mais para as escolas. Não é o ideal, mas não tem jeito. Ainda bem que temos pessoas como o Robertinho do Rio, Alpa Luís, Miro Ribeiro, esses guerreiros obstinados, pessoas que não querem nada em troca. Aplausos para eles!
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Por Walter Honorato email: walterhonorato @yahoo .com .br
Obituário 11.11.06 - o maior compositor da história da Mocidade Independente de Padre Miguel, Antônio Corrêa do Espírito Santo, 71 anos, mais conhecido como Toco, morreu na manhã deste sábado em casa, no condomínio Riocentro, em Jacarepaguá, Zona Oeste. Ele sofria de câncer na coluna. O enterro foi às 10h do domingo, dia 12, no Cemitério do Murundu, em Realengo, na Zona Oeste.
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16.11.06 - A cantora Preta Gil é a nova Rainha da Bateria da Estação Primeira de Mangueira.
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17.11.06 - A Portela volta a ensaiar na Zona Sul: a partir de 17 de novembro a azul-e-branco de Madureira vai ensaiar no Clube Hebraica em Laranjeiras, todas as sextas-feiras às 22:00h.
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Toco foi campeão de samba-enredo pela Mocidade doze vezes e comemorava a vitória com o samba da escola para o Carnaval 2007, O futuro no pretérito - Uma história feita à mão.
17.11.06 - O Secretário de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, Noca da Portela , recebeu a Ordem do Rio Branco, Grau de Comendador, do Exmo. Sr. Ministro das Relações Exteriores, Or. Celso Amorim.
A última visita de Toco à quadra da Mocidade foi no dia 15 de outubro, quando a escola fez sua final de samba-enredo para o Carnaval 2007. Ele estava de cadeira de rodas , mas pôde comemorar o título de mais uma disputa de sambaenredo. O baluarte de Padre Miguel foi bem recepcionado por toda a escola. Todos queriam lhe dar um abraço e agradecer por tantos anos de vida dedicados para o sucesso da Mocidade. "Amo essa escola. Não vou desistir de disputar samba. Fico aqui até morrer. Essa é minha vida" , disse o compositor, que estava visivelmente emocionado.
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O Beija-Flor indica o cd Sambas -enredo do Grupo Especial das Escolas de Samba de 2007.
Fonte: O Dia na Folia
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