Tablóide O Beija-Flor nº 28

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Crescendo na Derrota Na política e no esporte é comum dizer que se cresce na derrota. Um resultado negativo que para a maioria é devastador pode nem arranhar algumas pessoas e organizações que transformam as adversidades em estímulo, em desafio, em vontade. Com a Beija-Flor não foi diferente: o quinto lugar do carnaval de 2006 suscitou na direção da azul-ebranco nilopolitana primeiro uma autocrítica dos rumos que o carnaval da escola deveria tomar, uma verdadeira radiografia no pássaro para colocar seu vôo no rumo correto. Não houve caça às bruxas, listas negras nem vítimas. O que houve foi muita vontade de voltar a vencer. Passada esta etapa da decepção, pois estava em jogo o inédito pentacampeonto na era Sapucaí. mundanças importantes foram feitas, o moral pouco se abalou, a comunidade entendeu o recado e um enredo afro caiu como uma luva para esta escola que tem na negritude o amálgama que une e mistura o caldeirão multicultural e racial que é Nilópolis. A diretoria foi à luta, pois como a história provou o carnaval de 2007 não estava para brincadeira e todos os mínimos detalhes deveriam ser pensados. Resultados adversos sempre foram para a Beija-Flor um sinal de que é hora de alguma mudança, de alguma mexida e que não pode se acomodar, pois no carnaval, assim como na vida, quem se acomoda é ultrapassado, e para quem faz questão de estar na liderança esse é um pecado mortal. A muitas, a várias pessoas deveríamos dedicar este título, mas ao invés disso devemos pensar na lição que a derrota nos deu, pois alguns tipos de derrota nos tornam vencedores e, mais que crescer, é possível vencer depois de uma derrota. CONSELHO EDITORIAL

• Uma das figuras mais queridas e importantes da campeã Beija-Flor de Nilópolis, o presidente do Conselho Deliberativo, Ari José Rodrigues, completou 74 anos no dia 2 de março. Numa feliz coincidência, ele comemorou 53 anos de casado no dia 20 de fevereiro , terça-feira de carnaval, quando, pela manhã, sua Beija-Flor acabara de fazer o primoroso desfile campeão. "Não poderia receber melhor presente", dizseuAri. • Dando prosseguimento às comemorações por seu décimo título, a campeã do carnaval Beija-Flor desfilou, na noite do dia 3 de março, por toda a Avenida Mirandela, no Centro de Nilópolis, sua casa. Nem a ausência dos carros alegóricos diminuiu a euforia dos nilopolitanos. Orgulhosos de sua escola , eles assistiram , dançaram e cantaram o já inesquecível samba-enredo Estandarte de Ouro. Neguinho da Beija-Flor, a bateria de Mestre Paulinho e o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Claudinho e Selmynha SorrisoZ, também mostraram sua já reconhecida categoria . • Foi um momento inesquecível e motivo de muito orgulho para toda a Beija-Flor de Nilópolis. A escola encerrou, no dia 13 de fevereiro , o projeto "Emoções em Alto Mar" do Rei Roberto Carlos, no navio Costa Fortuna. A bateria de Mestre Paulinho e as passistas da azul-e-branco encantaram os presentes, principalmente o Rei , que surpreendeu e subiu ao palco para se divertir junto a eles. Numa prova de humildade, apreço e agradecimento, Roberto Carlos beijou a mão de Mestre Pau linho. "Esse momento vou levar comigo para o resto da vida", assegura Paulinho. • No dia 17 de março, a Ala de compositores da Beija-Flor, acompanhada da Velha Guarda Musical, fez um show na Lona Cultural de Guadalupe.

• A ala de compositores da Beija-Flor de Nilópolis comemorará o título do carnaval e os diversos prêmios que o samba-enredo nota 10 recebeu com uma feijoada no dia 1° de abril. Na festa , os compositores cantarão também os sambas que fazem parte do primeiro CO da ala, lançado ano passado. A feijoda será realizada no bar do Parque Aquático da escola, anexo à quadra, e contará com a participação do cantor Leandro Di Menor. "Ser campeã e junto levar o "Estandarte de Ouro" é formidável. Foi o maior presente ganhei na vida", conta J.Veloso, vice-presidente da ala e um dos autores do samba-enredo Estandarte de Ouro.

"IIIII~• •IIIIII~III Uma publicação da G.R.E.S. ESCOLA DE SAMBA BEIJA-FLOR DE NILÓPOLlS - Rua Pracinha Wallace Paes Leme, 1025 - Centro Nilópolis - Rio de Janeiro - Te I. : (021) 2791-2866. Presidente de Honra: AnízioAbrahão David; Presidente Administrativo: Farid Abrão Editor: Walter Honorato Gomes ; Jornalista responsável: Walter Honorato Gomes (RP 20 .559); Projeto gráfico e diagramação: Marcos Caram; Redação: Murillo Victorazzo e Miro Lopes; Fotógrafos: Henrique Mattos e Robson Barreto ; Produção e marketing : Unità; Colaboradora : Rachei Teixeira Valença.lmpressão: WallprintGráfica e Editora ; Tiragem : 10.000 exemplares.

_MIII David; Vice-Presidente: Nelson Alexandre Sennas David; Presidente do Conselho Deliberativo: Ary Rodrigues -


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Soberana do meu carnaval Um título incontestável para ra~ificar a supremacia nilopolitana Por Murillo Victorazzo Maravilhosa e arrebatadora. Sem medo de exagerar, a Beija-Flor entrou na Avenida na segunda-feira do carnaval de 2007 para fazer história. Contando o enredo Áfricas: do berço real à Corte brasiliana, que abordava as pequenas Áfricas espalhadas pelo Brasil , a realeza e a força da cultura africana, a azul-e-branco realizou um desfile impactante . Esteticamente bela, misturando o luxo ao rústico, tecnicamente perfeita e dando um show de garra e emoção, a azul-ebranco levou para Nilópolis seu décimo título. Não precisou o último carro da escola chegar à Apoteose para que todos tivessem certeza que seria difícil a princesa nilop'olitana não ser coroada como a melhor escola de samba do Rio de Janeiro. Logo na terça-feira de carnaval, a primeira prova de que a Beija-Flor havia sido mais do que nunca a Deusa da Passarela foi o "Estandarte de Ouro" de melhor escola. Um dia depois, veio a consagração: com 399,3 pontos, uma diferença de 1,4 ponto - algo raro nos carnavais atuais, nos quais os jurados podem dar notas quebradas - para o segundo lugar, ela faturava o quarto título em cinco anos. Última escola a entrar na Avenida , a Beija-Flor era esperada com muita expectativa. A prova eram as arquibancadas ainda lotadas, mesmo depois de seis agremiações passarem .

azul. A última alegoria, em prata e azul, com uma grande coroa no alto e vários surdos, trouxe, à frente, um enorme busto de Tia Ciata. Era uma homenagem à matriarca do samba e às escolas de samba - e, em especial, é claro, à princesa nilopolitana. No chão, a comunidade de Nilópolis deu mais um show de garra e categoria, cantando com toda força o belo samba-enredo de Gílson Dr., Cláudio Russo, J. Veloso e Carlinhos do Detran. A bateria de Mestre Paulinho, fantasiada de "Rei Daomé", e o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Claudinho e Selmynha Sorriso, vestidos de "África Real", mostraram, como sempre, toda sua competência e desenvoltu ra . Quem esperou, seja pela TV ou na Sapucaí, não se arrependeu. Mantendo a tradição de realizar excelentes carnavais quando aborda temas afros, a escola abriu falando sobre a criação do mundo na visão nagô. No abre-alas, um beija-flor em tons terra vinha à frente de uma escultura de Olorum . No segundo carro, a escola trouxe Xangô coroado, representando a realeza africana. A terceira alegoria, toda prateada, mostrava a travessia dos negros para a América. Para fugir do já batido e triste navio negreiro, a escola veio com lemanjá em forma de sereia trazendo outros orixás. O misticismo foi lembrado no quarto carro, que falava da Casa das Minas, fundada, no Maranhão, por Agotime, uma princesa que veio como escrava para o Brasil. Várias esculturas de serpentes e atabaques e duas enormes mães-de-santo com incenso nas mãos adereçavam a alegoria. O quinto carro falava de Chico Rei, personagem da antiga Vila Rica que guardava ouro em seus cabelos para comprar a alforria sua e de outros 200 escravos. O Maracatu Elefante esteve presente na sexta alegoria, representando o folclore afro. O carro era espelhado e em tons de

No dia da apuração, o que se viu foi a confirmação de que Nilópolis tem hoje a mais forte agremiação do carnaval carioca . Competência que se espalha por todos os setores: Claudinho e Selmynha foram o único casal a faturar os 40 pontos e a bateria se consolidou no pódio das mais perfeitas, tendo perdido em 10 anos de regência de Mestre Paulinho apenas dois décimos . É por isso que só se pode reverenciar a princesa nilopolitana, uma escola que, desde 1998, faturou cinco títulos , quatro vice-campeonatos e um quinto lugar.

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Fran-Sérgio Unir uma paixão de infância ao sucesso profissional é privilégio de poucos . Um desses agraciados, para sorte sua e da Beija-Flor de Nilópolis, é Fran-Sérgio de Oliveira Santos. Integrante da Comissão de Carnaval desde seu início, em 1997, Fran é um dos responsáveis pelo sucesso da campeã do carnaval carioca . Mas sua ligação com a escola é ainda mais umbilical. Nascido em Nilópolis e morador da cidade até hoje, ele freqüenta a azul-e-branco desde criança , quando já desfilava na ala mirim. "A Beija-Flor é a minha grande paixão. Comecei a entender as coisas justamente quando ela começou a aparecer. A escola tornou-se um mito para mim. Era muito criança e desenhava pensando na Beija-Flor. Via os desfiles e desenhava porta-bandeira, os destaques. Tenho guardados até hoje alguns desses desenhos. Fazero carnaval da minha escola de coração é a realização completa", afirma . Mais velho, Fran desfilou na ala de comunidade Força Negra, dirigida por Aroldo Silva, administrador do CAC o Já cursando a faculdade de Arquitetura , foi indicado por Aroldo para estagiar no barracão na equipe do então carnavalesco Milton Cunha . "Tinha na cabeça aquela coisa linda e mágica que é o desfile da Beija-Flor, mas não sabia como era feito", conta . Ele confessa que resolveu ser arquiteto sonhando em um dia participar da confecção dos desfiles de sua escola : "Fiz a faculdade pensando em carnaval. Tinha que me especializar em algo relacionado a essa área . A arquitetura foi a que achei mais próxima , a que dava mais base técnica . Meus projetos eram meio alegóricos". A concretização do sonho de infância, de assinar o carnaval da Beija-Flor, se realizou quando o diretor de Carnaval da escola , Laíla , resolveu criar a Comissão de Carnaval e o chamou para participar. "Foi uma surpresa , tudo muito rápido. Estava ainda aprendendo e já ia poder participar do comando da criação da escola", recorda . No entanto, lembra Fran , o início desta comissão vencedora, que acumula em dez anos cinco títulos e quatro vice-campeonatos, foi difícil. "Ninguém acreditava que jovens desconhecidos poderiam fazer o carnaval da Beija-Flor. Procuramos reconquistar a cara da escola , que foi se perdendo com o tempo. Começamos o trabalho que o Laíla faz com a comunidade , que é o nosso diferencial. O título logo no primeiro ano , em 1998, foi nosso pontapé inicial", afirma. Embora acreditasse no título de 2007, Fran garante que se surpreendeu com o desfile da Beija-Flor: "Confiava na vitória , mas nosso trabalho ficou além do esperado. A escola se agigantou de uma forma que não imaginava". O resultado, segundo ele, fo i fruto de uma autocrítica , depois do quinto lugar no ano passado: "Amargamos aquela colocação o ano todo , analisamos nossos erros. Aescola foi para a Sapucaí mordida". Áfricas: do berço real à Corte brasiliana mal aconteceu e já é tido por Fran como um dos desfiles mais marcantes nesses dez anos . Mas um outro carnaval , o vice-campeonato de 1999, também tem um lugar especial em seu coração: "Esse ano foi tudo tão esplendoroso que deixou todos desnorteados. Mas é muito recente . Araxá, não. Este está muito presente em minha memória até hoje. Com certeza foi minha maior decepção". Fran-Sérgio não economiza palavras emocionadas e elogiosas quando o assunto é sua relação com a Beija-Flor. Deixa claros sua gratidão e seu amor pela azul-e-branco. "Tudo o que sou devo à escola , ao seu Anízio, ao Farid , ao Laíla . Só tenho que agradecer ao plano espiritual por estar aqui. A Beija-Flor é ao mesmo tempo um sonho e uma grande realidade . É uma escola não só de samba, mas de vida , de arte, de ciência . É tudo na minha vida", declara. É pelo brilhantismo de seu trabalho, aliado ao amor vindo da infância, que Fran-Sérgio é, como poucos, a cara da Beija-Flor.


Louzada: chegou, ganhou e gostou Por Murillo Victorazzo

o Beija-Flor - Ano passado, você, campeão pela Vila Isabel, arriscou e veio participar de uma comissão de carnaval na Beija-Flor. De cara, sagrou-se campeão. Pode-se dizer que a aposta deu certo? Alexandre Louzada - O início foi de reconhecimento dos parceiros. Mas o tempo mostrou que minha intenção era somar minha experiência com o tempo que os outros integrantes tinham de casa. Respeito é a palavra para definir o sucesso da comissão. Somos uma parceria de fato, algo difícil de acontecer em qualquer trabalho de equipe . Aqui tenho tranqüilidade e respeito O reconhecimento do seu Anízio pela mudança de qualidade do carnaval da Beija-Flor cobre qualquer proposta salarial. Até nos momentos de maior estresse que todo presidente passa, seu Anízio foi respeitoso conosco, sempre com palavra de apoio e perguntando se faltava algo. Ele me abraçou na Apoteose, no final do desfile, e disse que tínhamos feito um belo trabalho e que agora dependia dos jurados. Ele tirou a responsabilidade de ser campeão dos nossos ombros. Depois disso, quase tive coragem de ir à apuração, mas mantive meu ritual de ficar em casa .

o Beija-Flor - A boa dianteira que a escola abriu já no início te deixou menos tenso? Louzada - Fico tão nervoso que nem prestei atenção que estávamos com aquela vantagem . Ver a Beija-Flor ser comparada ou superar grandes sucessos como "Liberdade, Liberdade" , "Kizomba", "Chico Buarque da Mangueira" é sensacional. O desfile superou todos esses acontecimentos. Só percebi que tínhamos ganho com 14 décimos de diferença depois que minha empregada me disse. Não assisto a apuração inteira. Fico saindo do quarto para o banheiro, do banheiro para o quarto, só ouvindo. Mas a expectativa que o locutor

g

com humildade. Esse vai ter que ser o comportamento da Beija-Flor. [~ Todas as outras escolas vão tentar ~ se organizar da maneira que nos ~ organizamos. Cabe à Beija-Flor se aprimorar ainda mais.

:11

o Beija-Flor - A escola vai lutar pelo bicampeonato falando de Macapá, conte-nos um pouco do que trata esse enredo.

Logo em seu primeiro ano de Beija-Flor, ele emplacou um enredo e foi um dos responsáveis pelo décimo título da escola. Após ser campeão na Mangueira e Vila Isabel, Alexandre Louzada já deixou seu nome na história da azul-e-branco de Nilópolis. Orgulhoso pelo campeonato e sentindo-se em casa, Louzada não economiza elogios à escola, confessa que o desfile foi mais impactante do que o esperado e já prepara o enredo do próximo ano. "A escola veio com tudo, com um toque de Deus que criou uma aura sobre ela. Na Beija-Flor, tenho tranqüilidade e respeito", afirma. criava quando ia falar a nota 1O para a escola dava um frio enorme no estômago ...

vantagem , a maior diferença nos últimos anos.

Beija-Flor - O desfile foi exatamente como você imaginava?

o Beija-Flor - O que passa na cabeça de um carnavalesco que acabou de um título de forma tão ganhar arrebatadora, indiscutível?

Louzada - Me surpreendi com algumas alegorias cujo impacto temia. Sempre se valoriza mais o início, o meio e o fim, mas os intermediários me surpreenderam, assim como as fantasias . Tinha notícias de que algumas alas não estavam bem, temia a perda de elementos por causa do custo. Mas a escola veio com tudo, com um toque de Deus que criou uma aura sobre ela. Queria explodir de alegria, mas fiquei tão encantado que fiquei mudo. Saí convicto de que disputaria o campeonato. Mesmo assim, não esperava ganhar com 14 · décimos de

Louzada - Confesso que, num primeiro momento, fiquei um pouco metidinho (risos) .. . Mas é normal, tinha que curtir. É motivo de muito orgulho, até porque não foi fácil. A escola é poderosa, mas tem suas dificuldades. Enquanto se estava gastando o dinheiro da Liesa, tudo bem. Mas depois começou a .extrapolar. Ainda bem que temos o empenho do seu Anízio em manter o padrão até o final. Ninguém pode contestar nosso título. O chão é imbatível e a qualidade do acabamento das alegorias, inigualável. Mas, na segunda-feira após o desfile das campeãs, já voltei ao normal. Estou com o pé no chão, pensando em 2008

o

Louzada - É um enredo que , apesar de se passar num estado da Amazônia, não é amazônico. Por acaso , a localização de onde se passam os fatos narrados é num cenário amazôn ico. O título provisório é "Macapabas : equinócio solar , viagens fantásticas ao meio do mundo". Macapabas, na língua indígena, é uma floresta de bacapas, que é uma palmeira que deu origem ao nome Macapá. Equinócio solar é um fenômeno no qual o sol fica a 90 graus da linha do Equador, tornando os raios solares mais poderosos. Acontece duas vezes ao ano no meio do mundo, por onde passa a linha , que cruza Macapá . Por esse poder emanado do sol , faremos viagens fantásticas. Viajaremos pela corrente migratória que ocorreu para o povoamento do continente americano , fazendo surgir ali, há 12 mil anos, os primeiros povos da região. Falaremos de lendas sobre a presença fenícia na região e contaremos histórias como a de que, a mando do rei de Portugal , um navegador chegou ao Amapá antes de 1500, e que , por isso, poder-se-ia dizer que o Brasil não foi descoberto na Bahia. Viajaremos pela cultura, pela gastronomia, pelos marcos de Macapá e pelo encontro do Rio Amazonas com o oceano , que ocorre bem em frente à cidade. Por último, pegamos uma carona na linha do Equador e unimos Macapá a Sumatra, Quito e todos outros lugares por onde essa linha imaginária passa.


SERA CAMPEÃ DO CARNAVAL DE 2007 É ÓTIMO. SERA CAMPEÃ PELA Q!JARTA VEZ EM CINCO ANOS É SEM COMPARAÇÃO. PARABÉNS BEIJA-FLOR. Homenagem da Ce'rveja Itaipava à Beija - Flor: u.ma escola de samba sem comparação em todos os quesitos.


Tintas


Um festival de prêmios Por Murillo Victorazzo

J. Veloso, Carlinhos do Oetran, Gilson Or. e Claudio Russo, Compositores do samba campeão na entrega do Prêmio Tamborim de Ouro

Claudio Junior, filho de Claudinho e Igor Rocha filho de Sei minha SorrizoZ representaram os pais na entrega do prêmio Tamborim Nota 10

No rastro do histórico desfile que deu à escola seu décimo título, a Beija-Flor arrebatou diversos troféus concedidos por órgãos da imprensa. Não bastasse o "Estandarte de Ouro" de melhor escola, dado pelo jornal O Globo, a azul-e-branco faturou o "Estandarte" e o ''Tamborim de Ouro" de melhor samba-enredo . A

ser com ele campeão do carnaval, numa escola com um nível de profissionalismo tão grande.É uma sensação indescritível", conta Cláudio Russo, um dos autores do samba.

bela composição, que ganhou os 40 pontos do júri oficial, também foi eleita a melhor pelos ouvintes da Super Rádio Tupi. Além disso, a ala de passistas recebeu o Troféu Samb@net. "Não sei dizer o quanto estou feliz. A parceria ganhou tudo o que poderia ganhar. A felicidade é ainda maior por vencer um samba, e

Junto com o Tamborim de Ouro, o jornal O Dia também premiou as escolas com o Tamborim Nota 10,

criado para homenagear os profissionais que mais se destacaram nos últimos 10 anos (período em que o Tamborim de Ouro é distribuído). E a Beija-Flor faturou três categorias: Intérprete, com Neguinho da Beija-Flor; mestre-sala, com Claudinho e porta-bandeira, com Selmynha SorrisoZ.


Róbson Aldir: "Cobrir o carnaval é minha válvula de escape" Por Walter Honorato e Murillo Victorazzo Rodando pelo Rio de Janeiro com o "Amarelinho da Globo", Róbson Aldir já viu de tudo - de cenas tristes a fatos pitorescos. Mas é cobrindo o desfile das escolas de samba que ele consegue aliviar as tensões do ano. "Amo cobrir minha cidade, mas o carnaval é meu prazer maior", afirma ele, que confessa ter virado casaca: "Nasci Beija-Flor e hoje sou Império Serrano. Mas a Beija-Flor continua com um lugar guardado no meu coração."

o Beija-Flor - Como você começou a fazer o "Amarelinho da Globo"?

o Beija-Flor - Qual é a relação do "Amarelinho" com o carnaval?

Róbson Aldir - Entrei na Rádio Globo como estagiário em 1991 e fui efetivado dois anos depois, já formado em jornalismo. Já fiz de tudo aqui: fui produtor, apurador, repórter. O "Amarelinho" sempre foi um tradicional produto nosso. Depois de um tempo desativado, ele recomeçou em 2003, quando me chamaram para assumi-lo. Somos dois repórteres: a Silvana Maciel, de manhã, e eu , de tarde . Nosso trabalho é a cobertura da cidade, sem uma pauta pré-estabelecida, o que faz com que nos deparemos o tempo todo com flagrantes.

Róbson Aldir - Amo cobrir minha cidade, mas o carnaval é meu prazer maior, minha válvula de escape. Adoro me deparar com o carnaval de rua, no período de pré-carnaval, e fazer a cobertura dos barracões o ano todo . Sempre de surpresa , sem hora marcada. Aliás os seguranças da Cidade do Samba não têm mais me deixado ter acesso se não tiver nada agendado. Isto anula minha característica! Nos dias dos desfiles, o "Amarelinho" fica focado na Sapucaí. O carro fica parado nos arredores, e os repórteres entram na Avenida ao vivo. E um trabalho sem amarras. Fico apenas com um microfone e uma escuta sem fios, solto naAvenida. É muito dinâmico!

O Beija-Flor - Essa imprevisibilidade deve ser muito instigante ... Róbson Aldir - Muito! Deparo-me a todo o momento com situações críticas. Já tive que ajudar uma mulher em trabalho de parto no meio da rua; fiquei no meio de tiroteio entre policiais e traficantes; uma bomba de gás lacrimogêneo explodiu do meu lado durante uma manifestação no Centro. Já passei por cada coisa que você nem imagina! Como fico circulando pela cidade, pego o fato na hora em que acontece.

O Beija-Flor - O samba tem o espaço merecido nos meios de comunicação? Róbson Aldir - Prefiro só falar do rádio, que é o meu ramo. Ele é o veículo que mais dá espaço para o samba, com vários programas no ano todo. O jornal e TV só dão destaque no período do carnaval. Talvez o tratamento não esteja

à altura porque os investidores não têm o rádio como um veículo fomentador de vendas, o que é um equívoco. O desfile hoje é fortemente estético e, como quem tem imagem é o jornal e a TV, o rádio ficou para trás. Mas isto é um erro, porque o rádio é mais dinâmico. Estamos sempre em cima do lance na transmissão do carnaval , descrevendo as imagens. A TV tem a dificuldade do cabo e o jornal só mostra no dia seguinte. O Beija-Flor - Você pensa em ter um programa só seu voltado para o carnaval? Róbson Aldir - Eu estou correndo atrás disso! Tenho um planejamento pronto para a Rádio 1180, a antiga Rádio Mundial. Falta o investidor. Quando conseguir, teremos um programa no Sistema Globo voltado exclusivamente para o carnaval. Essa é uma briga interna minha. O Beija-Flor - Como você vê o trabalho de divulgação das escolas? Róbson Aldir - Como em todos os segmentos no mundo, a relação entre divulgador e comunicador está sofrendo

influência da internet. Sinto que o contato pessoal entre as duas partes funciona muito melhor, mas é inegável esse fato novo. Só o tempo dirá se isso é bomou ruim . O Beija-Flor- É verdade que você já foi um torcedor ferrenho da Beija-Flor? Róbso nAldir - Amaioria das pessoas não nasceu Beija-Flor; tornou-se depois de descobri -Ia . Mas comigo foi o contrário : nasci Beija- Flor e hoje sou Império Serrano . Minha família sempre acompanhou as escolas . Quando a Beija -Flor foi tricampeã em 1976-77-78, com aqueles carnavais revolucionários , minha avó passou a torcer pela escola , e eu a acompanhei . Eu ia com a camisa da escola para o desfile , colocava a bandeira najanela . Em 1982, porém, vi na Avenida o Império Serrano com Bumbum paticumbum prugurundum . Aquilo foi tão forte para mim que virei casaca . Mas a Beija-Flor continua com um lugar guardado no meu coração . Um dia, um primo reclamou comigo: "Poxa , sou Beija-Flor por sua causa , e você me diz que é Império Serrano! " (risos) .


A IceOff parabeniza a grande campeã do Carnaval 2007. ;

E uma grande satisfação saber que fizemos parte desta conquista contribuindo com o nosso "gás"


..

Em 1948 surgiu a Associação Carnavalesca Beija-Flor, ainda como bloco mas trazendo consigo a grande ousadia de que, em breve, pertenceria ao grupo das grandes escolas. Foi quando em 1953 , um integrante chamado Silvestre David dos Santos , mas conhecido como "Cabana", inscreveu o bloco O Beija-Flor como Grêmi'o Recreativo Escola de Samba Beija-Flor, para que pudesse disputar com as escolas do Grupo lI. Com o enredo "O Caçador de Esmeraldas", em 1954, a escola de Nilópolis despontou entre as grandes escolas, como a Estação Primeira de Mangueira, o Império Serrano e a Acadêmicos do Salgueiro, vencendo o carnaval carioca e passando a integrar o Grupo 1. Até] 963, a Beija-Flor se manteve no primeiro grupo mas, por problemas financeiros, acabou chegando ao Grupo m. Em 1967 e 68, um jovem nascido e criado em Nilópolis, chamado Anízio Abrahão David se tomou presidente da Agremiação, apoiando a escola e levando-a a retomar ao Grupo I, com o apoio de seu irmão Nelson Abrahão, na época já casado com Marlene Sennas, destaque da escola e filha do primeiro presidente da Beija-Flor, José Rodrigues Sennas. Foi a partir deste momento, que a família Abrahão David elevou ainda mais o nome da Beija-Flor. No ano de 1976 entraram para a família ó carnavalesco Joãozinho Trinta, o puxador Luís Antônio Feliciano Marcondes, o Neguinho da Beija-Flor, e Luís Fernando Ribeiro do Canno, o Laíla, que nos deram, além de vitórias, crescentes sucessos. A escola foi tricampeã do carnaval, nos anos de 76, 77 e 78. Depois conseguiu mias um título em 80 e 83 . Nos anos seguintes a Beija-Flor, na maioria das vezes, conseguiu se manter entre as escolas que desfilavam no sábado das campeãs, quer dizer , entre as cinco melhores agremiações . Em 1998, com o enredo Pará e o MW1do Místico dos Camanas, o !!.1I....L::arúl~~~LJ G.R.E.S. Beija-Flor garanti~ mais um título, soltando o grito, "preso" na garganta há 15 anos. A partir daí, a escola de Nilópolis foi quatro vezes vice.-camp'eã,e quatro vezes campeã, só do ano 2000 em diante. Uma trajetória de sucesso que, neste ano, atinge seu 10° título, sendó considerada uma das melhores escolas, senão a melhor, das últimas décadas. Que em 2008 a Beija-Flor faça um desfile tecnicamente perfeito e que possa nos dar, novamente, esta alegria!

comemo.raram o 10° Campeonato

da Beij a·Flor dc

ilópoüs

o compositor J. Veloso se acabando.. .

Os "Beija· Flor" com os "Globais"...

Ricardo Abrão c Marcelo Sesoim.


Mais um carnaval passou, e, mais do que nunca faço questão de extravasar meu orgulho de participar de uma escola como a Beija-Flor de Nilópolis. São dez carnavais na escola, tendo a honra de ter participado de cinco títulos e quatro vice-campeonatos. Vim para cá após um convite do Laíla. De cara, relutei em aceitar, pois já tinha desistido de ser mestre de bateria . Mas acabei sendo convencido. Hoje, agradeço as portas que ele me abriu . Está aí o resultado, fruto de um trabalho com muito amor e dedicação. Posso garantir, com muita humildade, que sou um vitorioso, satisfeito com meu trabalho profissional na Beija-Flor e com as amizades que fiz e que prezo na escola. Se, ano passado, não consegui entender o décimo perdido - afinal não faz sentido um jurado elogiar e castigar com perda de ponto -, esse ano me parece compreensível o 9.9 no último módulo. Nossa bateria, mais uma vez, deu um show de competência. Mas tivemos que optar pelo bem coletivo da Beija-Flor e não pudemos nos apresentar da maneira mais

"Abnegação e Sacrifício" Por Paulo Botelho (Mestre Paulinho) correta ao último julgador. Passamos realmente batidos. Essa é a justificativa mais provável . Conheço o jurado, uma pessoa que nunca prejudicou bateria alguma de propósito. Paciência, mas somos parte integrante da escola. Aqui não há lugar para vaidades. Fico feliz de ter feito tal sacrifício para chegarmos ao êxito total, o campeonato. No final , independentemente de quem perdeu pontos, todos os quesitos são campeões. Doei um pedacinho de mim e de meus ritmistas em prol da Beija-Flor. E toda vez que for preciso, farei com prazer. O mestre de bateria é um abnegado. Durante o desfile, tem que estar totalmente focado em seus ritmistas , preocupado com a condução rítmica da escola. Por isso não tem como ver toda a escola passando e saber se ela está bem, exceto quando passa perto da gente . Mas, tendo visto as outras agremiações e sabendo o espírito com que viria a Beija-Flor, tinha muita confiança num excelente desfile. Após passarmos pela Avenida ,

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ouvindo os comentários dos especialistas e vendo a cara dos nossos componentes, passei a confiar ainda mais no título. Não estava enganado! Parabenizo meus ritmistas pelo show que eles deram. E aproveito o espaço para fazer apenas um pedido aos nossos carnavalescos. A fantasia deste ano foi a mais linda de todas as já feitas para a bateria, mas era muito quente. Gostaria muito que, no próximo ano, eles nos dessem uma colher-de-chá e fizessem uma roupa mais arejada. Confio neles, porque são competentes e têm bom gosto. Por fim, mas tão emocionado e feliz quanto, agradeço ao nosso Rei Roberto Carlos a oportunidade dada a mim e à Beija-Flor de participar de seu projeto "Emoções em Alto Mar", no navio Costa Fortuna . Ele é o Rei de verdade da música , que, além de fazer show para os mais ricos, sempre traz alegria para o povão. E agora nos deu uma chance de pertencer à sua Corte.

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