Revista de Carnaval nº 1

Page 1

REVISTADE

LEJO[

-

INCENTIVQ

ACULTt:RA

MI~ISTER I O

DA CULTURA

ANO I . NQ 1 .1997


Correios. Inveslindo pora estar coda vez mais presenle no dia-a-dia dos brasileiros.

- - ..... ~

MANDOU , CHEGOU.


EDITORIAL

ue 0 carnaval do Rio e a festa popular de maior expressao no pais e no exteri o r. ninguem duvida. Mas 0 que ta lvez nem todos saibam e que dessa verdadeira usina de criativi dade que sao as escolas de sa mba - 0 cora c;ao do carnaval ca rioca - brota m muito mais do que produtos cu lturais de qualidade. Produtos sim, porque, ho je o desfil e das escolas t ratado como qualquer megaevento , tal como copa do mundo ou olimpiadas Movimenta cifras milionarias, gera empregos, atrai investidores, aqu ece as vendas, 0 turismo, proporc iona uma superexp osic;ao de mfdia e por af vai. o surpreendente nisso tudo e que 0 mundo do samba, ate pouco tempo povoad o por figuras fol clo ricas, romanticas e boemias - como bem relata 0 reporter Alexandre Medeiros nesta edi<;ao - esta dando 1ic;6es de admin ist ra<;ao para politico ou empresari o nenhum botar defeito. As escola s de sa mba, reduto de gente simples, moradora dos morros ca ri ocas, extrapolaram as fronteiras de suas quadras e estao revolucionando 0 modo de vida de suas comunidades . Hoje, mai s do que craques na arte de entreter. transformaram-se em grand es agentes sociais . o exemplo mais visivel e 0 da Esta<;ao Primeira de Mangueira, que desenvo lveu uma seri e de pro jetos para suas crian<;as carentes - esporti vos, educa-

e

cionais, etc. .. - e conseguiu 0 que Poder Publi co nenhum jam ais chegou a co nquistar: indice de criminalidade zero entre a meninada. 0 reporter Marceu Vieira fez um verdad eiro mergulho nesses programas e conta tim-tim por ti m-t im a grande e verdadeira revol u ~ifo social do carnava l. A Revista de Ca rn aval. em sua prim ei rissima edi c;ao , nao poderia deixar de mostrar que a folia ca ri oca vai muito alem dos limites do Sambodromo. A reporter Irany Tereza vasculhou todos os cantos da cidade para descobri r e mapear 0 roteiro dos bl ocos, bandas e bailes que sacodem 0 Rio nos dias de festa . Cariocas e camavalescos de ca rte irinh a, nossos articuli stas escolheram temas o nde falam de tudo um poucO: Tv, mulheres , ca rnav al de rua , musica , paqu era e muito, muito mais. Pelo jeitao da co isa , teremos 0 carnaval mais poliLica mente correto de todos os tempos. 0 esporte esta mais presente do qu e nunca. A expectat iva de que o Rio venha sediar as oI impfadas de 2004 embalou varias escolas de samba. Os enredos, quem diria, entraram na era da globalizac;ao. Ate Mi ckey Mouse vai pintar na avenida. Fantasi a agora pode ser co m prada pela Internet e carro alegorico l1avega nas aguas do computador. nesse co ntexto que a Revista de Carnaval. outra novidade do peda~o, esta chegando. Para ficar. Bom Carn ava l ill

Aev ista de Ca rna val

t

eM udia BetlsitllOlI

3


~uMARIO

6.

ESCOLAS •••••••••• •••••••••••••••••••••••••••••••

o grupo de elite da maior festa popular do mundo promete urn espet,3.culo inesquedvel na Marques de Sapucaf. A festa comec;a as 19h30 do dia 9 de fevereiro, hora marcada para a Academicos da Rocinha fazer sua estreia no Grupo Especial, e s6 termina depois que a Vila Isabel calar sua bateria, ja na manha da terc;a~feira

2 1.

.. ... ...MANGUEIRA .. .... ................... ...... . . ~

o

verde e rosa emolduram 0 sorriso da menina, beneficiadapelos projetos socia is da Mangueira - urn trabalho que zerou os indices de criminalidade infantil no morro Revlsta de Carnaval


Artigos Ci)

SERGIO CABRAL

Ci)

HERMiNIO BELLO DE CARVALHO

Ci)

TARIK DE SOUZA ...................... ... 47

Ci)

RICARDO CRAVO ALBIN ......... .. .. .. ... ....... .. ....... ..... 64

Ci)

JOAO MAxIMO . . . . . . . ................... 70

Ci)

ARTHUR XEXEU .......................... ... ... ... 78

Ci)

B

Ci)

JOAQUIM FERREIRA DOS SANTOS

Ci)

OSVALDO MARTINS....

....................................... 26

...... 36

rv ORSINI . .............................................................. 84 ..... 88 ..... 90

4 8.

CASA TURUNA ••••• • •• • • • • • • • • •• ••••• ••• ••• • •

66.

MODA

•••••••••••••••••••••••••••••••

A quase centen~ria casa de fantasias tern op<;6es para satisfazer os sonhos - e 0 bolso - de qualquer foliao

74.

TELEVISAO

•••••••••••••••••••••••••••••••

As ernissoras investirarn pesado nas estripulias de Morno para atrair 0 telespectador

Os trajes do carnaval carioca tern suas sutilezas e inten<;6es ineg~veis. Saiba qual e 0 tipo de roupa apropriada para cada evento EMAil ••.

HISTORIA DOS DESFILES ...................................... 18 COMPORTAMENTO ...................... . 28 NEGOCIO . . . ............................... 32 TURISMO ............ . . ....... ..... ... ...... ... .. ... .... . ... .. 35 BASTIDOR .... . .... 40 PER NALiDADES ........................................... 45 5ERVlCjO .......... 51 INTERNET...................... .... 68 ESPORTE .. .. ..... .................................. .... ... ........................... 80 FOUOES. . . . . ........................ . 86 DICAS ............................................................... ................ ..... ... 93

Revista de Carnaval

5


E~COlA~

Duelo de C(!:>

ALEXANDRE MEDEIROS '

As escolas do Grupo Especial pedem passagem na avenida para

Ze

Carioca, Cliiquinlia Gonzaga, Pereira Passos e Beto Carrero, cantam as belezas de Olinda, viajam pelo carpo liumano e liomenageiam a loucura, num sliow de criatividade e ousadia que promete transformar este desfile num dos maiores da liistoria cada para a Academicos da Rocinha e voce gosta de ca rnaval, 0 rnecomandada por Mestre Mug, ja com os fazer sua estreia no Grupo Especial Ihor rnesrno e estar la pa ra ver primeiros raias da manha da Te r~a-Feira com 0 enredo A Viagem Fan tastica do de perto. Se nao der, tente tirar Gorda. Carioca Disney, E s6 termina depois uma casqu inha pel a 1V Mas 0 Vnica escola da Zona Sui entre as que a Vil a Isabel calar sua bateria, que voce nao pode e deixar de 16 do Grupo Especial e formada em sua arrasadora maiover 0 des file das 16 escolas do Gru po ria por moradores da Especial na Marques maior favela da Ameri ca do SuI, a estrede Sapucaf, no dorningo e na segu nda ante Rocinha abre 0 desfiJe de do mi ngo de carnaval. 0 grucom um pe na Fl6 ripo de elite da maior da. 0 enredo de Flafesta popu lar do via Tavares tem como mundo prornete mostrar um espetapano de fundo os 25 culo inesquecfvel. anos da Disneyworld e temperado pelo on de ha luga r para Ze Carioca e Chiquidnico personagem nha Gonzaga, Beto brasileiro criado por Carrero e Pereira PasWalt Di sney, 0 Ze Carioca, Ao lado d e 50S, a loucu ra e os Mickey Mouse, ele e logos Ol fmpicos de 2004, a bela Olinda o fio condutor do e 0 corpo hurnano. enredo, Excelente fi o carnavalesco do Salgueiro, Mario Borrielo, quer mostrar com 0 enredo gurinista, Flavio TavaA festa corne,a as 09 poeta, carnava/esco e 'oueo lodos mundo tem urn pouco a linha res promete usar fa n19h30 do dia 9 de tenue que separa a arte da loucura: "Estaremos inaugurando urn novo capitulo nas artes plasticas brasileiras" fevereiro, hora martasias leves e adere-

S

ze

a

e

6

A.vlsta de Ca rn aval


-

Um artista anonirno trabalha num dos carros alegoricos da Mocidade In dependente de Padre Miguel, que tenta a conqu ista do bicarnpeonato com 0 ultimo capitulo de urna trilog ia de enredos de Renato Lage 0 deste ana charna~se De corpo e alma na avenida

<;os de mao simples para nao dificul tar a evolu<;ao dos passistas. Uma das alegorias em que 0 carnavalesco mais aposta a do Epcot Center, cheia de efeitos especiais. 0 samba tern dois refraos que prometem pegar na avenir da. Mesmo que os turistas nao enten r

e

dam a letra, certamente terao simpatia pelo enredo. A Rocinha foi a unica escola do Grupo Especial a aproveitar a chamada internacionaliza<;ao dos enredos, Iiberada este ano pela Liga Independente das Escolas de Samba. Ate entio, os enredos 56 poderiam tratar de temas nacionais - alguns tao criativos que muitas vezes pareciam abordar temas interplanetarios . Para muitas escolas, contudo, a liberac;ao surtiu efeito cont rario: elas optaram por enredos tradicionais, extremamente brasileiros e de facil entendimento . E 0 caso da Unidos da Tijuca, a segunda escola a desfilar no domingo. que vern com 0 enredo Viagem pitoresca pe{os cinco continentes mun jardim, urn passeio pelas belezas do )ardi m Botanico do Rio de Janeiro, dos carnavalescos Lucas Pinto e Sergio Murilo. Di sposta a apagar a rna impressao do ano passado - escapou do rebaixamento nos criterios de desempate -, a escola do Morro do Borel vai contar a hist6ria da cidade como se estivesse sentada em urn banco do )ardim Botanico, da corte de Dom )oao VI a ilustres frequentadores de nossos tempos, como o genial Tom )obim. Por falar em musica, 0 samba puxado por Serginho do Porto urn dos melhores da safra 97. Hospicio da folia - A loucura o tema de duas fortes concorrentes Salgueiro e Porto da Pedra - que prometem travar um duelo pa rticula r na pista da Sapucai. 'Loucura quem esta

e

fazendo e outra escola. Aqui e tudo muito consciente", aifineta 0 carnavalesco Mario Borrielo, do Salgueiro, quando Ihe perguntam sobre a caincidencia nos enredos. Para eie, 0 desfile da vermelho-e-branco da Tijuca sera urn marco na hist6ria dos carnavais. "Va i ser urn novo conceito de desfile, a arte-folia, uma insta lac;ao na Sapucal. Apresentei i5so como tese ana passado no Congresso Mundial de Estetica Filos6fica. Agora, vou mostrar no Salgueiro". anuncia Borrielo. Como tese nem sempre e facil de explicar, ele prefere defender a teoria na avenida , mas avisa: "Estaremos inaugurando urn novo capitulo nas artes plasticas brasileira s" . Ultima escola a desfilar no domin-

go, 0 Salgueiro quer mostrar em seu enredo De poeta, camavalesco e lou co todo mUf1do tem um pouco a linha tenue que separa a arte da loucura. "Vamos evoluir desde Bosch e Van Gogh a Mir6 e Dali. Vamos mostrar 0 trabalho do Museu de Imagens do Incansciente, as conceitos de arte bruta e arte virgem. o tra<;o de Heitor dos Prazeres, as cria<;6es de Bispo do Rosario, Ligia Clark e Helio Oiticica", explica Mario Barrielo. Ele aposta no sucesso do carro aleg6rico que vai simbolizar a arte-folia, urn barracao de escola de samba - 'onde a carnavalesca a arquiteto das sanhos". Vai ser uma briga boa. Terceira escola a desfi lar no domingo, a Porto da Pedra quer provar que veio de Sao

e

o

carro da

Beija ~ Flor

da urna rnostra dos varios tern as que a escola vai trazer para a avenida, com 0 enredo A Beija~Flor

e

e

testa na Sapucai, do carnavalesco Milton ....L.\.I .. Cunha

Aevlsta de Carnaval

7


Gonc;alo para ficar no Grupo Especial. Ainda sob 0 impacto da morte de seu ex-presidente Sergio de Oliveira, a escola apresenta 0 enredo No reillO

da folia, cada /ouco com sua mania, de Mauro Ouintaes. 0 Tigre de Sao Gonc;alo vai perfilar na Sapucai alguns loucos ilustres, de Napaleao a Niiinski, de Dom Ouixote a Raul Seixas. Um dos segredos guardados a sete chaves e a alegoria da 6pera de Paris, menina-dos-olhos de Mauro Quintaes. Vai ter

muita loucura na pis~ tao Uma das alas vai desfilar de costas. Os diretores de harmonia vao raspar a cabe<;a e Usaf uniformes da En~

e a criatura - Claudio Vieira posa ao I de um dos carros aleoo"ic,). inspirado no enredo que ele idealizou para a Vila Isabel : " 0 desfile da Vila sera belss lembranc;as do carnaval"

fermaria 22. Sobre 0 samba, fala Mauro Ouintaes: "A letra e facil e traz tudo o que 0 enredo pede, lembrando os grandes malucos belezas, como Dona Maria l eo pr6prio Raul Seixas¡. Na Porto da Pedra, loucura sera alegria. la que esta mos perto do hospfcio da folia, vamos falar da respeitavel campea do camaval. A Mocidade Independente de Padre Miguel tenta a conquista do bi com 0 ultimo capitulo de uma trilogia de enredos de Renato Lage 0 deste ano chama-se De corpo e alma na Glvenida. Euma alucinante via~ gem pelo corpo humano, com carros aleg6ncos que prometem efeitos especia is de fazer arregalar os olhos da plateia. 'Se entrarmos com a mesma garra de 96, vamos levar 0 bi", aposta o presidente da escola , Jorge Pedro Rodrigues. Extremamente profissional, a escola esconde ate a ultima hora seus segredos, mas alguns ia vazaram do barracao. A escola.da Vila Vintem desfilara na segunda-feira com 4 mil componentes

8

- sendo 800 com fantasias pagas pela diretoria para a comunidade - e oito carroS aleg6ricos. Um deles mostrara as proezas do cerebro comandando todo 0 corpo humano. Um outro, com luzes por todos os lados, trara uma visao de um bebe no ventre na mae. A batena de lestre Cae sera 0 corac;ao da escola, ingrediente basico do enredo - enquanto ela bate, a Mocidade vive. 0 samba e excelente e quem pode falar dele e 0 puxador Wander Pires: 'Sempre que eu canto 0 samba na quadra, 0 companente vern com a gente. Tern urn refrao muito forte, vai pegar na boca do pavo¡ . Palavra de interprete. ao se pode fechar 0 capitulo da loucura sem falar do saudavel Joaosinho Trinta, este ano arquitetando seus pianos no outro lado da Bafa de Guanabara, na simpatica Viradouro. 0 campeonissimo carnavalesco mostrara seu enredo lJ"evas' Luz! A expJosao do Ulliver5o, uma viagem pelas origens de nossa existencia. loaosin ho parte de uma grande explosao - a chamada Big-bang

Revlsta de Carnaval

de

- e desvenda na Sapucaf a passagem das trevas if luz, a descoberta do fogo e a explosao de alegria do ser humano no carnaval. Se adiantar alguma coisa, va i ai uma explicaC;ao de loaosinho: '0 lado esquerdo do cerebro acumula experiencia e passa para 0 direito. Nao e diffci! entender porque 0 povo brasileiro e resu ltado de uma mistura de todos os genes'. Faci!, nao? Sucata na avenida - Ha outras loucuras mais faceis de entender. A Academi cos do Grande Rio, de Duque de Caxias, na Baixada F1uminense, vai conta r na Sapucaf a hist6ria dos homens que morreram para tentar canstruir, no meio da selva amazonica, ~ estrada-de-ferro Madeira-Mamore, no infcio do secu lo. la narrada em Iivro pelo escritor Marcio Souza, a saga dos construtores da Madeira-Mamore e um dos capftulos mais insanos da hist6ria brasileira. A ferrovia nunca foi conciuida, muita gente morreu e todo 0 material vi rou sucata na selva de Rondonia. Com Madeira- Mamore, a voJla dos


que nao joral11, I. no Guarore, a Grande Rio quer destacar tambem a sobrevi-

Todas as atra<;6es do parque serao mostradas, do trem-fa ntasma ao espac;o dos

vencia do homem na Amazonia, num

dinossauros, da montanha-russa aos

enredo politicamente correto. 0 samba de autoria de Sabara, Muralha, Jarbas da Cuica e Grajau e, sem duvida, 0 mais bela deste carnaval. Se a Grande Rio vem de trem, 0 Imperio Serrano vem a cavaJo. 0 Mundo dos Sonhos de Beto Carrero e 0 enredo da escola do Morro da Serrinha, um desfile de efeitos especiais e estrelas. Tais Araujo, a Xica da Silva da Manchete, a bailarina Nora Esteves, 0 artilheiro TUlio e 0 todo-poderoso Jose Bonifacio Sobrinho, 0 Boni, ja confirmaram presen<;a. Vao ser gastos cerca de RS 3 milh6es para 0 carnaval da verde-e-branco de Madureira. Conhecido por de-

cavalos do cowboy. Nenhum video promocional faria melhor. A escola e a quarta a desfilar no domingo de carnaval. Frevo no samba - Outra tradicional agremiaC;ao foi buscar seu enredo

ter muita freya pernambucano mistu-

rado ao batuque dos bambas de Osva lda Cruz. 0 samba e fraco , 0 que e sU lpreendente em se tlatando da Porte la. Como e muito acelerado, pode acabar virando urn freva.

Ao contra rio do ImperiO e da Portela , a Beija-Flor de Ni/opolis foi buscar inspirac:;ao em sua pr6pria hist6ria e na regiao que a cerea , a Bai xada Fluminense. A Beija-Flor e jesta na Sapucaf. do carnavales-

co Milton Cunha, e urn en redo tao am-

pia que permite falar da Pascoa, do Dia das Bruxas e dos 50 anos da escola de Nilopolis.

o ani versa rio da escola e sua insen;ao na Baixada da gente soflida que

fender enredos tradicionais au

politicamente contestadores, 0 Imperio abre camin ho este ana para urn enredo

encontra a alegria no carnaval promete ser 0 amago

auto~

do enredo. Mas Milton Cunha e chegado a rompantes

financiavel. Alguns chegam a dizer que se trata da privatiza<;ao do enredo, e e simples entender. A escola produz um enredo sob encomenda, ou oferece uma ideia a um patrocinador. Em troca, recebe ajuda financeira. Nunca e dema is lembrar que todas as escoias, com ra~

imprevisfveis de criatividad e.

Saber 0 que ele fara com a festa de Na tal ou corn as quadri/has de Sao )oao e uma incognita. Pode ser uma festa- familia. Pode sel uma fes ta de a lromba. Campea do Grupo A no ano passado e com a responsabilidade de abrir a desfile de segunda-feila, a Academicos de Santa Cruz ta mbem prome te uma festa na Sapucar com seu enred6 Ndo se vive sem bandei-

rfssimas excer:;6es, amargam atualmente serios pro~

blemas de caixa. As quadras ja nao Ictam tanto como antes e os patronos - as bicheiros au comerciantes - ja

nao tem a mao tao aberta. Em fun<;ao da ri ecessidade de obter recursos, as agremia<;6es privilegiam dete rminados temas em detrimento de outros. 0 Imperio abandonou a ideia de lembrar seus 50 anos de hist6ria este ano, optando por Beto Carrero. A escola vai con tar a tra jetoria do cowboy brasileiro que conseguiu montar

um parque de lazer de Primeiro Mundo na cidade de Penha, em Santa Caiarina.

Portela buscar seu enredo nas ladeiras de pedra de Olinda . Linda, eternamente Olinda promete muito frevo pernambucano misturado ao batuque dos bam bas

bem longe do Rio. A Portela vai homenagear a belissima Olinda, patrimonio da humanidade, onde se brinca 0 carnaval nas ladeiras de pedra . Porte la e Olinda estao unidas pela alegria da folia

e

e isso

que 0 carnavalesco I1 vamar

Magalhaes quer mostrar na Sapucai. Yai Revista de Carnaval

ra. Sem recursos para montar ca rros ale.g6ricos com efe itos especiais deslumbrantes . a escola vai apostar nas fantasias leves enos adere<;os de mao coloridos para fazer as co mponentes

sambarem bastante . 0 destaque e para as bandeiras de c1ubes de futebol, de escolas de samba, de estados brasileiros e,

e claro, para a Bandeira do Bra-

sil. 0 samba de Carro<;a, Pepe e Carlinhos 18 tem um bom refrao. Se a Santa Cruz almeja motivar 0 torcedor que ha em cada um na arqui-

bancada da Sapucai, 0 que esperal do desfile da Mangueira? A escola do sau-

9


doso mestre Ca rtola certamente te ra toda a torcida a seu favo r quando pisar a passarela com 0 enredo 0 Olimpo verde e rosa. do carnavalesco Oswaldo lardim. "Os gregos acreditavam que

fotos antigas. 0 Rio da velha malandragem da Lapa, do Centro de becos e arcos, dos morros recem.-ocupados. Finalmente se fara justi~a ao prefeito que tran sfonnou em oficial 0 des file das escolas de samba. em 1935 , ao da r subven~ao da prefeitura as agremia~6es. A IIha desfila na segunda-feira. Enredo hist6rico - Candidata forte ao titulo de campea, a impecavel Imperat riz Leopoldinense vai apresentar na avenida 0 que de melhor sabe fazer, desenvolver um enredo hist6rico da carnavalesca Rosa Magalhaes. Eu sou

um banho de cheiro da Sapucaf. 0 enredo

Atraves cia

Fuma~a ,

a mdgico dieiro

do camaval. do carnavalesco Max Lopes, pretende mostrar a hist6ria dos perfumes. desde Noe ate os bons e velhos la n~a-perfu mes dos bailes de salao. "0 seus deuses viv iam no alto do monte aroma uma essencia da magia. vtimos Olimpo. Os manguei renses ta mbem falar das virtud es medicinais das essenacreditam em seus deuses do samba. cias aromaticas, da cabala. do tara e da como Cartola. Delegado. Dona Zica e ast rologia ', diz Max Lopes. Tem cheiro Dona Neuma" , compara )ard im. Os gra ndes nomes da escola vi rao num de incenso no ar. Na avenida perfumada deixada pela carro abre-alas que simboliza oOlimIIha. a Vila Isabel vai des filar seu carnapo e 0 Morro de Mangueira . Nao se ra val. 0 en redo Nao deixe 0 samba morrer, surpresa se nesse carro vie r 0 genic de Claudio Vieira, nao poderia ser melhor Carlos Cacha~a. da Lira. HaO posso lugar uma homena para a esco la que tem 0 prazer de A torcida na Sapucai vai aprender gem ii ta lentosa Chiquinha Gonzaga. piencerrar 0 desfile de segunda-feira. ¡Os logo 0 refrao da verde-e-rosa, "De braanista de mao cheia, mul her anos-Iu z 11 desfi les estao mu ito fri~os abertos, sou 0 Rio de os, muito iguais, esta fallaneiro/2004 e 0 sonho. tando alegria. A Vila quer bra sileiro". Com a tore ida a favor, embalada pelo somostra r que muitas ma:nifesta~6es do carnaval, nho olimpico e aben~oa­ como 0 entrudo, os corda pelos deuses, a Mangueira uma forte concorSOS e os blocos de embalo. sumiram da Festa. rente ao titulo. Tem outros A gente nao quer que 0 trun fos. Um dos carros samba morra tambem ", aleg6ricos mostrara 0 imargumenta Claudio Vieiperador romano Nero dorra. Para ele, 0 desfile da mindo em urn diva, cansaVila sera um filme de do de correr nas disputas belas lembranc;as do cardos logos Olfmpicos da navaL "Onde esta 0 Bafo Grecia antiga . 0 boneco da On~a, 0 Chave de de Nero tern a ito metros. Ouro? Onde esta a aleOutro carro trara atletas gria do carnaval? A Vil a que conquistaram meda- Para cantar a hlst6rla de Chlqulnha Gonzaga, com 0 enredo Eu sou da Ura , n80 posso negar, a campea Rosa Magalhaes promete s6 quer dizer que 0 samIhas para 0 Brasil nos lo- muito luxo nas fantasias e carrros aleg6ricos da Imperatriz. ba deve ser tratado com gos de Atlanta. em 96. vao carinho". estar la laqueline e Sandra, Monica e fren te dos padraes de sua epoca . No Edifidl, mas voce pod e di scordar Adriana. Gustavo Borges e Fernando fina l do seculo passado . Chiquinha esda Vila. Pode achar q ue Olinda rima Scherer. A Manguei ra vale ou ro. candalizou a sociedade ao preferir a mumais com frevo que com sa mba, que Um certo prefeito ficaria orgulhoso sica a um con fortavel casamento, sem lugar de louco e no hospicio ou que a em saber que a cidade que tanto amou demonstrar qualquer sinal de arrepenMarques de Sapucai nao e sa la de aula podera sediar os logos Olimpicos. Ficadimento. Para contar essa hist6ria, Rosa ria ainda ma is fe liz se soubesse que para as li~aes de anatomia da Mocidapromete muito luxe nas fantasias de. Pode ate achar que a Cidade do virau enredo de camaval. Pois se houve uma de suas marcas registradas - e Cabo tem mais pinta de sede de Olimnesse Rio um prefeito carnavalesco, seu carros aleg6ricos de bom gosto. 0 sampiada que 0 Rio. Pode qualquer coisa. nome era Pereira Passos. A alegre Uniao ba e 6timo, com tres refraes seguidos da IIha do Governador presta uma hoS6 nao pode e perder 0 desfile deste puxados pela voz potente de Preto 16ia. ano. Ele tem tudo pa ra ocu par um lumenagem ao homem que mudou a cara Com seu tradicional desfile de resultada cidade com 0 enredo Cidade Maravigar de destaqu e na hist6ria do maior dos. a Imperatriz s6 nao estara entre as (amaval do mundo . • /flosa, 0 50nilo de Pereira Pass05. A arquiprimeiras colocadas salvo um acidente bancada pode se preparar para con hede percurso. ". Alexandre Medeiros e reporter cer uma cidade que hoje s6 se ve nas A Estacio de Sa esta disposta a da r especial do Jomal do Brasil

e

e

e

10

Revlsta de Carnaval

e


~(HOOL~

Of ~AMBA

Duel o ~

ALEXANDRF MEDEIROS

The schools of samba of tfie special group open their way tfirough the avenue with Joe Carioca, Chiqllinha Gonzaga, Pereira Passos and Beto Carrero, sing to the beauties of the city of Olinda , travel througn the human body and pay a triblite to madness, in a show of creativeness and boldness tliat promises to transform this parade i11 one of the biggest Carnivals of history. f you like Carnival, the best is to time for the debut of Academicos da Shrove 'TUesday. be there and see it personally. If The only school of samba of the Rocinha in the special group with the you cannot, try to discover it south part of Rio, formed mostly by the sto!), Tile iantastic trip oi loe Carioca 10 through the TV But the only thing Disney. And it will only end after Vila residents of the biggest slum of Latin Isabel stops its percussion, commanded America, Rocinha, opens the parade you cannot do is not seeing the parade of the 16 schools of samba from looking at Florida. The sto!)', created by by Mestre Mug, on the daybreak of the special group in Flavio Tavares, tells the Marques de us about the 25th anniversa!)' of DisneySapucaf avenue, on Sunday and Monday world using the only of Carnival. The Brazilian character "elite" group of the created by Walt biggest popular party Disney, loe Carioca. of the world promises He, together with an unforgettable Mickey Mouse, conshow, where there is ducts the sto!),. Explace for loe Carioca cellent costume deand Chiquinha signer, Flavio Tavares promises to use light Gonzaga, Beta Carreiro and Pereira costumes and simple Passos, madness and hand props in order the Olympic Games to facilitate the evoof 2004, the beautilution of the dancers. ful Olinda and the One of t he allegories, human body. The the one the CarnivalCalrnil,al-mabr of Salgueiro, Mario Barrielo, wants to show, with the show begins at 7.30 story Of poet. Carnival-maker and mad everybody has a little bit, the slight maker likes most, pm of February 9th, lin e that exists among art and madness: 'We are open ing a new chapter in shows the Epcot

I

the Brazilian arts"

Rev lsl a de Carnaval

11


An anonymous artist works in one of the allegoric cars of Mocidade Independente de Padre Miguel, which is looking for the bi-championship with the last part 01 a trilogy created by Antonio Lage - which is called With the body and soul at the avenue.

Center, and it is full of special effects. The samba has two re frains that will involve the public. Even the tourists who will not be able to understand the words will like the story. Rocinha was the only school of the special group that took advantage of the internationalization of the stories. authorized this year by the Independent League o f Samba Schools. Up to now the stories could only talk about national themes - many times so cre ative that seemed to discuss interplanetary matters. For many schools, however, the liberalization had a contrary effect they opted for traditional stories, extremely Brazilian and easy to understand. Thi s is the case o f Unidos da Tijuca,

the second school to parade on Sunday, that comes with the story Pictur-

esque trip through the five colltillellts ill a garden, a promenade through the beaubes of the Botanical Ga rden of Ri o de laneiro, by the Carnival-makers Lucas Pinto and Sergio Murilo. With the intention of changing the bad impression caused last year - when it was almost downgraded to the second group - the school from the Borel slum is going to tell the story of the city as if it were seated in a bank o f the Botanica l Garden, from the court o f D. loao VI to famous visitors of our time. like the genial Tom )obim. Thlking about music, it is worth remembering that their samba is one of the best of 97. Carnival Madhouse - Madness is

Beija-F lor's allegoric car gives an idea of the various themes the school is bringi ng to the avenue, with the story SeljaFlo, ;s a party in the Sapucai, by the

carnivalmaker Milton .....~,. " Cunha

12

Revlsts de Ca rnavol

the theme of two strong competi ng schools - Salgueiro and Porto da Pedra - that promise to struggle a particular duel in the Sapucaf avenue. "Craziness is what the other school of samba is doing. Here everyth ing is very well thought ", teases the Ca rnival-maker Mario Borri elo, from Salgueiro, when asked about the coincidence of the stories. For him, the parade of the red-andwhite from Tijuca will be a landmark in the history of Carnivals. "Thi s is going to be the beginning o f a new concept of parades, the Camival-art, an installation on th e Sapucaf. I presen ted this thesis last year at the World Congress of Philosophical Esthetics. Now I am going to show it in Salgueiro", he an nounces. Since a thesis is not easy to explain he prefers to defend it on the avenue, but alerts: "We are going to open a new cha pter in the Brazilian arts". The last school of samba to parade on Sunday, Salgueiro wants to show through the story called Of poet, carnivat-

maker a"d mad everybody f1as a little bit, the slight line that separates madness from art. "We are going to show Bosch, Van Gogh, Mir6 and Dalf. We are going to show the work o f The Images of the Unconscious Museum, the concepts of brute art and virgin art, the tra ce of Heitor dos Prazeres, the crea tions of Bispo do Rosario. Ligia Clark and Helio Oiticica", explains Mario Borrielo. He bets on the success o f the allegoric car that will symbolize the Carnival-art, the "barracao" of a school o f samba (the place where they build the allegoric cars). "where the Carnival-maker is the architect of dreams". It is going to be a nice fight. The third school to parade on Sunday. Porto da Pedra, wants to prove that it came from the neighborhood of sao Gon~a lo to stay


in the special group of schools. Still under the impact of the death of its former President, sergio de Oliveira, the school presents th e story called In tne reiglT ofOlrnivlll, every mad witn

his mania by Mauro Ouintaes. The "tiger" of sao Gon,alo will show in the Sapucai some famous "mad people" from Napoleon to Nijinski . from D. Ouijote to Raul Seixas. One of th e biggest se crets of the school is the allegory called The Pari s Opera, Mauro Ouintaes' favori t e . There is going to be a lot of madness in the avenue. One o f t he ranks will pa rade back~

The creator and creature -

Claudio Vieira poses beside one of the allegoric cars he created for

wards. The harmony di~ Vila 'Isabel: "Vila 's parade will be like a film of beautiful remembrances from carnival" rectors are going to thousand participants - including 800 shave off their hair and use uniforms of the origins of OUf existence. Joaosinho "Enfermaria 22". About the samba , says that had their costumes paid by t he starts with the big explosion - the BigMauro Ouintaes, "The lyrics are easy and presidency of the school to be used by Bang - . and show in the avenue the have everything tha t is in the story, like D. members of the community - and eight passage from darkness to light, the disMaria I and Raul Seixas himself. " To Fbrto allegoric cars. One of them is going to covery of fire and the explosion of hapda Pedra, madness will be a synonymous show the brain, sending orders to t he piness of the human beings during of happiness. human body. Another, with lights everyCarnival. If this will help you to underSince we are mentioning madness. whe re, will show a baby inside his stand , here t here is a declaration from let's talk about the respected Carnival mother belly The percussion team, comJoaosinho, "Th e left side of t he brain manded by Mestre Coe, will be the heart champion. Mocidade Independente de keeps the experience and passes it to Padre Miguel tries to obtain the bi-chamof the school, as a basic ingredient of the right side. It is not difficult to underpionship with the last chapter of a trilt he story - while it beats th e school stand why t he Brazilian people is a reogy of stories created by Renato Lage. will be alive. The samba is excellent and sult of the mixture of all genes" . Easy, This year's is called Witn tne body and who can talk about it is the main singer, isn't it? soul in tn' avelTue. It is a hallucinating trip Wander Pires, "Every time I sing the Scrap iron in the avenue - But through the human body, with allegoric samba at the school headquarters, evthere are other crazy ideas easier to uncars that promise many surprises. "If we erybody sings with me. It has a very derstand . Academicos do Grande Rio, enter the avenue with the same spirit of strong refrain that will inflame everyfrom Duque de Caxias, is going to tell on 96, we are going to win t he bi-champibody". t he Sapucai the story of the men who onship", says t he President of the We cannot end this chapter on maddied in the construction, in the middle of school, Jorge Pedro Rodrigues. Extremely ness without talking about Joaosinho t he Amazon forest. of the railway Maprofessional, t his samba school hides Trinta . t his year working on \ he other deira-Mamore, at the beginning of the until the last minute its secrets although side of the Guanabara bay at the charmcentury. This story, that has already been some of them have already been dising Viradouro. The many times chamtold in a book by Marcio Souza, tells the covered. The school of samba of Vila pion will show his story Dar'lTess' Lignt' saga of the builders o f t he Madeira Vintem will parade on Monday with four Tne explosion of tne "niverse, a trip through Marmon:~, which is one of the most in-

Revista de Carnaval

13


sane chapters of the Brazilian history. The railway was never fini shed , many people died and all the material was left as scrap iron in the forest of Rondonia. With Madeira-Marmore, the return of those

who have not gone, down there in Guapore, Grande Rio wants to highlight, as well, the survival of men in the Amazon, in a politically correct story The samba, composed by Sabara, Muralha, la rbas da Cufca and Grajali, is wi thout any doubt. the most beautiful of this Camival. If Grande Ri o comes by train, Imperio Serrano comes by horse. The

the idea of remembering its 50 anniversary, opting for Beto Carrero. The school is going to tell the story o f the Brazilian cowboy who created a leisure park in the city of Penha , in the state of Santa Catarina. All the attractions of the park will be shown, from the haunted train to the d i nosa u rs'

World of Dreams of Beta Carrero is the story chosen by the samba school of Morro da Seninha, a parade made o f special effe cts and stars. Tais Araujo, who is playing Xica da Silva at 1V Manchete, the dancer Nora Esteves, the center forwa rd TUlio and the powerful manager lose Bonifacio Sobrinho, Bani, have already con firmed their presence. Three million rea is are going to be spent by the green-and-white school from Madureira . Known as well for presenting traditional o r politically controversial st ories, Imperio tells this year a self-financed story. Some said that it is the privatization of the story, which is easy to understand. The school of samba produces a story by request, or o ffe rs a story to a sponsor. [n return, it receives financial assistance. It is worth remembering that all the schools o f samba, with some ra re exceptions, have serious economical problems. The samba schools do not receive so many people for the rehearsals as they used to and the patrons of the schools do not give the assistance of the old times. In view of this, the Carnival associations select some arguments in spite of others. Imperio abandoned

14

its story in the stone streets of the city of Olinda. Beautiful, eternally Olinda, promises a lot of "frevo" mixed to the samba percussion

place, from the roller-coaster to the cowboys' horses. Any promotional video would not do better. The school is the fourth to parade on Sunday. Frevo with samba ~ Other traditional school looked for its story far away from Rio. Portela is going to pay homage to Olinda , world cultural heri-

Revlsta de Carnaval

tage, where carnival is played on the old stone streets. Portela and Olinda are united by the happiness of the party and it is this exactly what the Camivalmaker IIvamar Magalhaes wants to show in the Sapucaf. A lot of "frevo" (Olinda's carnival rhythm) will be mixed to the percussion commanded by Osvaldo Cruz. The samba is not very good, which is quite surprising, considering the history of Portela. Since it is very quick, it could be transformed into a frevo. Beija-Flor de Nilopolis, instead, looked for inspiration in its own history and neighborhood, the Baixada Fluminense. Beija-Flor is a party in tfTe Sap"cai, by Carnival-maker Milton Cunha, is such an open story that talks about Eastem, Halloween and the 50 years of the school of Nil6polis. The anniversary o f the school, its neighborhood made of very poor people that find happiness in Carnival, promise to be the center of the story, But Milton Cunha is so creative that we can expect surprises. How is he going to make the Christmas party or the parties o f Sao loao is a mystery. It could be a fam ily party. It could be an open party. Cha mpion of the group A last year and with the responsibility of opening the parade on Monday, Academicos de Santa Cruz promises also a party in the Sapucaf with its story Nobody lives without a flag. Without funds to mount allegoric ca rs with special effects, this school bets on the light c(,stumes and the colorful hand props to allow its components to dance a lot. The highlights will be the nags of the soccer teams, th e fl ags of samba schools, the ones of Brazilian sta tes and, of course, the Brazilian flag. The samba by Carro,a, Pepe and Ca rlinhos 18 has a good refra in. If Santa Cruz pretends to incentive the supporter that lives inside any of us,


what to say about Mangueira? The school derful City. Pereira Passos' dream. The avEstacio de Sa is decided to give a from the longed-for master Cartola will enue can prepare itse lf to see the city bath of scent on the Sapucaf. The story Tl1 rougl1 tl1e smoRe, tl1e magic smell of Carnithat can only be seen now through old certainly have all the support on its side val, by the Carnival-maker Max Lopes, when it enters the avenue with t he story photographs. Rio of the old times in Lapa, Olympus is green-and-pinR by the Carniof downtown , with its arches and narrow intends to show the story of perfumes, val-maker Oswaldo lardim. "The Greeks streets. At last a homage will be made to from Noah to the good and old perfumed believed that their gods lived in the top the Majorthat made official the parade of sprays of the Carniva l balls. "Fragrance is one o f the essences of magic. We are of the mount Olympus. The "mangueirthe schools of samba in 1935, giving fun ds from the city hall to the Carnival enses¡ also believe in the gods of samba, going to talk about the medical effects of associations. Uniao da IIha parades on the aromatic essences, about cabala, like Cartola, Delegado, Dona Zica and tarot and astrology", says Max Lopes. Dona Neuma", compares jardim. The Monday Historical theme - Strong candimost impertant names of the school will There is a smell of incense in the air. date to the title of champion, the faul tOn the perfumed avenue left by IIha, come in the opening car that will symbolless Arches Leopoldinense will show in Vila Isabel is going to show its Carnival. ize the Olympus and the Mangueira hill. The story Don't let samba die, by Claudio the avenue what it does best developIt will not be a surprise if this car will count with the presence o f the genial ing a historical theme by the CarnivalVieira, cannot be better for the school that has the pleasure of Carlos Cacha<;a. Th e closing the parade on buffer at the Sapucaf will Monday. "The parades are soon learn the refrain of very cold, very Similar. there the samba of the greenis lack of happiness. Vila and-pink. "With my open wants to show that many arms I am Rio de Janeiro 2004 which is the BrazilCarnival events like the "entrudo", the "cor505" ian dream". With the supand the "b l ocos de perters in favor, thinking embalo" disappeared from in the olympic dream and the party We don't want the blessed by the gods, samba to die too", declares Mangueira is one of the Claudio Vieira. For him, strong candidates to this Vila's parade is going to be years' championship. And it has other tricks. One of like a film of beautiful rememberings from past the allegoric ca rs will Carnivals: "Where are show the Roman emperor For tolling Chiquinha Gonzaga 's life, "Bafo da On<;a", "Chave de Nero sleeping in a divan, Lira, I cannot deny it, the champion Rosa Magalhaes promises a Ouro"? Where is the haptired of running after lot of lUXUry in the costumes and allegoric cars of Imperatriz pi ness of Carnival? Vila competing in the Olyrnpic Games in the Ancient Greece. Nero 's maker Rosa Magalhiies. I am from Lira, only wants to say that samba must be I cannot deny it, is a tribute to the taltreated with love". puppet has eight meters. Another car will ented Chiquinha Gonzaga, famous piaIt is difficult but you can disagree bring the Brazilian athletes who won medals for the country in the games of Atnist, a woman many years ahead of her from Vila. You can think that Olinda time. At the end of the last century, ridd les more with frevo than with samba, lanta, in 1996. There will be Jaqueline Chiquinha scandalized the society when that the place of mad people is in the and Sandra, Monica and Adriana, Gustavo Borges and Fernando Scherer. chose music instead of a comfortable madhouse or that the Marques de Mangueira is worth gold. marriage, without showing any signs of Sapucaf avenue is not the place for an anatomy lesson from Mocidade. You can A certain Major would be very happy regret. To tell this story, Rosa promises a lot of luxury in the costumes - one even t hink that Capetown looks more if he knew that the city he loved so much like an olympic City than Rio. You can would host the Olympic Games. He would of her distinctive marks - and allegoric be happier if he knew he was homage in a cars of good taste. The samba is great, everything. But you cannot lose t his yea r' s parade. It has everything to be a Carnival story. Well. if there was a Major in with three refrains, sing by the strong mayor event in the history of carnival this city that liked Carnival. he was, for voice of Preto 16ia. With its traditional parade of resu lts, Arches will not be sure, Pereira Passos. Th e chee rful Uniao throughout the world. among the first finalists only if unexda IIha do Govemador homages the man (Versao para 0 ing les : Valeria Schilling) that changed the city with the story Wonpected problems arise.

Tn,

Revlsla de Carnaval

15



",~~.~

...-.-..:

No cartao Varig Unibanco Visa3 Gold*, cada d61ar gasto (au a equivalente em reals) vale 1,2 milha - 20% a mais que em outros cartces. E voce ainda ganha 5.000 milhas no pagamento da primeira anuidade e 3.000" milhas na renovacao (mais 1.500" por cartao adicional ). Na verdo International, cada U5$ 1 equivale a 1 milha e voce ganha 3.000 milhas no pagamento da primeira anuidade.

56 0 cartao Varig Unibanco Visa 3 * transforma suas compras em viagens nacionais e internacionais . Assim, com apenas 20.000 milhas voce ja pode voar gratis do Rio a Salvador, au de Sao Paulo a Porto Alegre - ida e volta, claro.

VARIG UNIBANCO VISA- GOLD

VARIG UNIBANCO VISA- INTERNATIONAL


' HIHORIA 00 OE~fILE

Um de muitos palcos e atores ~ ALEXANDRE MEDEIROS

des file das escolas de samba , hoje com 0 status de maior espetaculo da Terra, na sceu da alegria de pular 0 carnaval. Longe do rigor profissional de nos 50S dias, onde as escolas mais parecem empresas em busca da quaJidade total, os sambista s do final do seculo passado gostavam mesmo era de se reunirem em grupos para cantar e danc;ar o samba. Cada grupo tinha seus bambas, divergencias eram inevitaveis, mas um trac;o era comum a todos: a alegria. Fugiam da polkia, amargavam 0 dissabor de leva r bronca do delegado da area, passavam noites na cadeia mais proxima. per vezes se escondiam em terreiros de macumba para batucar em paz. Mas tinham 0 prazer de varar a madrugada e amanhecer os dias embriagados de alegria. Eram tempos de amadorismo no samba , embora seus protagonistas fossem profissionais exemplares em outras esferas, como a malandragem e a jogatina. Nem eram amadores, que 0 termo nao

5

O

18

lhes cabe bem . Eram romanticos, e tal-

vez s6 hoje possam ser nomeados assim . Para 0 sistema vigente no final do seculo passado, eram malandros, vagabundos sem ocupaC;ao, candidatos eternos a uma voz de prisao por vadiagem. Gente que hoje, grac;as a Deus, sinani-

e

Revlsta de Carnal/a I

8

mo de geniaJidade: Donga, loao da Baia¡ na. Hilario Iovino Ferreira , Heitordos Pra¡ zeres, Sinha, Paulo Benjamin de Oliveira Cartola, Ca rlos Cachac;a. Baiaco. Anto¡ nio Nassara, lsmael Silva, Mano Rubem Bide. Tan ta gente boa junta. s6 podia dal


em grupo. em con tra ste autonomos que se espelas ruas e pelos sal6es. loi gerada nesses cord6es dos grandes desfiles de rua Eram alegres ate com teO cronista joao do Rio seu livre A a/ma encantadode 1908. que viu os inteCordao Beija-Flor. no ca macantando as gargalhadas que t ratava do naufragio 110 Aquidlaba. no qual morreram de pessoas. final do seculo XIX surgiram os uma varian te na forma de grupe. ja tinha a porta-ese 0 mestre-sala. urn timido alguns adere~os de mao. a baianas. Ao lado dos cord6es I bl,oco,s. os ranchos abrigavam a negra e pebre do Rio de janeiro Carrlavalis do fim do secu lo pa ssa&ente rica brincava nos sal6es e .1Ild1!s sociedades. como os Deos Fenianos e os Tenentes

- pro fessores de sa mba. Ad o tou 0 vermelho e 0 branco, como 0 vizinho America Futebol Clube. Morreu cedo. cinco anos depois. Mas ficou na hist6ria como a primeira escola de samba . No carnaval de 1929. desfilou todos os d ias. protegida por corda s para evi tar a entrada de in t ru50S. sain do do Estacio em dire<;ao a Pra<;a Onze. Pa ssava nas barbas da Marques de Sapucaf, sem imaginar que era o embriao dos des fi les que encantam milh6es de pessoas. ao vivo e pela 'IV, quase 70 anos depois. A Deixa Falar sequer participou do primeiro des fil e das escolas de sa mba. em 1932. ide-

o

ADEUS EM PRETO E BRANCO

Poucos dias foram tao tristes para o samba quan to aquele 2 I de fevereiro de 194 I. a desfile das escolas na Pra~a Onze ia havia come~a d o quando tres de seus principais arquitetos pularam a corda. todos com roupas Iistradas em pre to e branco. uniforme oficial do Coniunto Carioca. a grupo acabara de chegar de Sao Paulo. de t rem. e seus tres integrantes vieram correndo da Central d o Brasil Pra,a Onze. na ansia de desfilar por suas escolas. as batutas eram Paulo da Portela. Cartola e Heitor dos Prazeres. trinca de ases na epoca em que os sambistas eram as grand es estrelas dos desfiles. - Cade Seu Paulo? Essa era pergunta que se faziam os passistas da Portela. momentos antes de entrar na pista . Paulo da Porte la ja t inha sido visto na Pra<;a Onze. desfiland o pela Mangueira com sua roupa preta e branca . convidado porCartola. as portelenses estavam ansiosos. Cade Seu Paulo . 0 homem que transmitia serenidade escoia, que organizava as alas e dava as ult imos retoques antes da entrada na pista? Pois Paulo apareceu com Cartola e Heitor. para alegria de todo mundo. au meIhor. quase todo mundo.

a

Id aÂŤem -

Che-

10 seculo XX com a popu la~ao do Rio enfurnada em co rti~os.

de c6modos e nas entao incipifavelas. A Pra<;a Onze era 0 ce n110 propagader das ultimas novidades samba. 0 lugar onde se misturavam J\e8IOS e judeus. arena da malandra e da boemia. Ficava per ali a casa cia 111 Ciata. onde se reuniam os sam blstas. Dali para 0 Estacio era urn pulo. Dali para a cria<;ao da primeira escola de samba. foi como can tar a estro fe seguinte. A Deixa Falar foi fundada em 12 de agosto de 1928 por Ismael Silva. cia tunna do Estacio. Era urn bleeo que depeis vireu ra ncho. 56 se chamou eseela de samba porque seus fundadores se preclamavam - com razao

aero

alizado pelo jorna lista Mario Filho e promovido pelo jornal Mundo Sportivo. Na Pra<;a Onze. e claro. Naquele ano. saiu como ra ncho. o primeiro desfile teve apena s urn corete para as iurados, com cerveja, salgadinhos e sandufches de mortadela. nada comparavel aos ca mar6es e Moet Chandons da Sapucaf. a juri dava notas para alguns quesitos. j:l havia urn regulamen to bola do por Mario FiIho e Carlos Pimentel. Cada escola podia ca ntar tres samba s. que nao tin ham a ob riga~ao de seguir 0 em edo. A Mangueira foi a campea e ganhou uma ta<;a. No ano seguinte. com 0 fi m do MLlndo

a

Revl sla de Carnaval

A exce<;ao foi urn certo Mane Bambam-bam. urn ve lho desafeto de Heitor dos Prazeres. lUdo por conta de uma hist6ria mal explicada de samba roubado. coisa que terminou em briga feia. dessas de navalhada. Bambam-bam disse que Paulo poderia sair de preto e branco. mas que os dois convidados. nao. Era picuinha mesmo. em tempo em que nao era raro componentes de ou tra s escolas invadirem a corda de outra pelo puro prazer de desfilar. Tinha gente do Estacio. por exemplo. que se infiltrava com roupa vermel ha na Portela azul e branca. Mas urn suieito chamado Mane Bam-barn-bam nao podia ser mesmo Inuito afei to ao dialogo. Fama de valentao. ele engrossou e 0 caldo ia entorna r. Pau lo pensou na escola formada. pronta pa ra entrar na pista. e mais uma vez foi 0 grande dirigente. . Evitou a con fusiio. Virou-se para Bambam-bam e disse: "au vamos os tres ou eu nao desfilo". Saiu da concentra~ao. seguido pelos dois convidados i1ustres. levan tou a corda e nao olhou para t ras. Nunca mais vol taria a desfilar pela Portela . Naquele ano. a escola ganhou 0 t ftulo e perdeu para sempre a sua melhor t radu<;ao.

19


Deixa Falar desfilou ' . pela primeira vez em1929 , nas barbas da Marques de Sapucai, sem imaginar que era 0 embriiio dos des files que hoie encantam milhoes de pessoas ,

Sportiva,

A

0

jorna l 0 Globo assumiu a

promo,ao do desfile da Pra,a Onze. Des fi laram 35 escolas. Cabe destacar que a Unidos da Tijuca desfilou com urn samba que tinha a veT com 0 e n ~ redo, merecendo assi m os lauros de seT a primei ra escola a apresentar urn

samba-enredo. A Mangueira sagrou-se bicampea em 1933. Em 1934, uma certa escola de Osvaldo Cru z que seri a a maior detentora de titulos do carnava l carioca ate os nossos dias deixou de se chamar Vai Como Pode para virar Portela. No mesmo ano, surgiu a Uni.3o das Esco~ las de Samba , com 0 intuito de conseguir recursos para as agremiac;6es e

organizar melhor os desfiles. 0 primeiro desfile oficial - com recu rsos da pre feitura - foi 0 de 1935. Venceu a Portela, de Paulo Benjamin de Oliveira, numa rot ina que se consolida ria nos

anos 40, quando a azul-e-branca conquistou sete campeonatos. De ]a para ca, a festa mudou de palcos e de atores. A Pra,a Onze ficou para tras, os desfiles passaram pela Avenida Presidente Vargas, no montae-desmonta das arquibancadas de fe rro e madeira, ate chegar Passa rela do Samba, urn templo em concreto cons~ tnuido especialmente pa ra 0 espetacu10. No primeiro desfile do Samb6dromo, em 1984 , venceu a Esta,ao Primeira de Mangueira. Este ano, 16 escolas vao dar 0 ar da sua gra,a na Marques de Sapucai. brigando pelo titulo de campea. Que cada passista traga em seu cora<;ao a alegria que moveu os sambistas de outrora, a saudavel aJegria de brincar 0 carnaval. e

a

20

Carnaval na Pralta Onze, em 1965

RE VISTA DE CAR NAVAL


HAH6UElRA

Carlos, Edlnaldo e Renate, meninos de rua beneficiados pelos projetos sociais da Mangueira, que Igor. a8em des fronteiras do morro para tambem transformar em realidade as sonhos das crian'18S

do IIt.'to

A SOLIDARIEDADE

desce c& MARCEU VIEIRA" esde que 0 primeiro ex-escravo subiu 0 Morro da Providencia, no Centro do Rio, inaugurando no Bra si l a anarq uia urbana das favelas, uma pergunta martela como um bumbo a cab~a do pensamen to dominante. "E se um dia eles descerem?" Pois [08 anos depois da Aboli<;ao, eles estao descendo. Nao da Providencia , mas de Mangueira . Nao trazem pedidos ou problemas, mas solu<;Des. Coreada pelo sucesso de tres projetes dedicados as suas 3.200 crian<;as -a Vila Olfmpica, que tran sforma seus

O

morro

0

meninos em atlel as; 0 Camp Mangueira, que Ireina a garolada para pequenas larefas de escri lorio; e 0 vem Pra Mangueira, fonnador de mao-de-obra para 0 barradi o~, a Esta<;ao Primeira esta descendo ao asfallo para empreslar solidariedade e experiencia meni nad a do Centro. preciso olhar a Mangueira, af, genIe! Esta o nascendo os programas Oficina de Camaval e Espa~o Pra~a Onze para meninos de rua. uma a~ao que promete. Com projetos assim, a Mangueira zerou as fndices de criminalidade infantil no morro. "Os mangueirenses estao dando um exemp!o ao pais. Se 0 Brasil fizesse 15,

t

a

t

Revlsla de Carneval

20, 30 Mangueiras , 0 problema da inf.3.n cia estaria resolvido. E passive I fazer, sim", a sua senten<;a, em tom emocionado, 0 juiz da 1a Vara da [nfancia e da Adolescencia do Ri o, Siro DarIan. Na co nt ramao da logica que costu. rna rea limentar todas as carencias. nao 0 pod er co nstituido no as fal to que esta indo Mangueira para levar reden~ao cri a n~ada. a Mangueira, com tudo que aprendeu sozinha , que esta descendo 0 morro para doar esperan~a crian~ada de rua. "Nosso objetivo reduzir a crimi nalidade infantil no Centro da cidade em 40%" , anuncia a boa

e

da

e

a

a

a

t

e

21


inten~a o Francisco de Carvalho, subsecreta rio de Cultura, Esporte e Lazer d o Estado. Mangueirense sonhador, Chiquinho idealizou e ainda coma nda a Vi la Olimpica da Mangueira. "t tudo muito diffcil, todos n6s sabemos disso. Mas vamos consegui r", afirmava Chiquinho,

como

e conhecido na rotina do morro,

com a voz abafada pela bateria da escola durante um ensaio de sabado a

noite. A vontade d e tornar esse sonho realidade levou 0 p resid en te da escola, Elmo lose d os Santos, a um encontro com 0 presidente Fernando Henrique Cardoso. Com Elmo, foram tambem Chiquinho, Dona Zica e Dona

Neuma,

E prossegue: 'Assim surgiu, em parceria com a Xe rox, a Vila Olimpica da Mangueira , que ho je tem 35 mil metros quadrados d e area co nstrufda, ja enviou dois atletas a uma Olimpfada e e penta-campea brasileira juvenil de atletismo", diz. Do sucesso da Vila Olfmpica nasceram os projetos Vem Pra Mangueira, tambem coroado de exitos na tarefa de formar mao-de-obra para 0 barracao, e Camp Mangueira. Tocado pela professora Alice de Jesus - a Tia Alice, como ensina a antropologia mangueirense~, o Camp Mangueira I' outro exemplo de

esta nascendo agora 0 p rojeto Ofiein. de Carnaval e Espa~o Pra~a Onze. "IJa· mos atender a I 20 cria n~as de ru.", promete 0 presidente Elmo. Foi a cole~ao de bons resultados proporcionad os pelos projetos da escola que cativou combatentes do bem como

Siro Darlan.

~ Eu

estou mesmo apaixona~

do por esses programas para menioos da Mangueira", confessa. "Sem muitos

recursos, eles estao conseguindo urn su-

E

cesso fabuloso. 0 melhor exemplo de p rojeto para crian~as que ha por af." Siro Darlan com para as a~6es da Mangueir. as do Olodum, na Bahia, e garante: "Eles

t ern mais mfdia . mais oba-oba. mas nao conseguem a sucesso que a Man· gueira vem obten· do." Emot;ao - Os elogios de Siro Dar·

re prese n ~

tantes da tradi~ao mangueirense, Percival Pires, d iretor que cuida dos interesses da Verde e Rosa na Liga Independente das Escolas de Samba ILiesa), e Jose Maria Montei-

Ian co movem

0

mangueirense Elmo. Naseido e criado nas vielas de Man· guei ra, Elmo nao cabe nele mesmo d e o rgu lho com os ro, mangueirense resultados o btidos ftroxo~ que resa te agora. "Isso af po nde pela area representa tudo que Rodeado pelas criancr8s que ajuda a transformar em allelas , Francisco de cultural da escola a escola I' ho je. E Carvalho, subsecretario de Cultura, Esporte e Lazar do Estado. Chiquinho, e de tudo faz para eu posso falar de como e conhecido, idealizQu e ainda comanda a Vila Ollmpica da Mangueira levar as lonjuras a ca d e ira . Por que extraordinario sucesso para 0 Brasil. Tem espetacular hist6ria dos meninos de cresci no Buraco Quente ainda no tem· convenio com 62 empresas da cidade . Mangueira. po das arteiras. Entao , e um o rgulho e a elas cede mao-de-obra. Para ManParceria - "Tud o isso corne~ou enorme. Prineipalmente, quando se re· gueira, 0 retorno I' a certeza de que sua com Chiquinho. Este e um brasileiro cebe um certificado desses do l uizado garotada estara encaminhada. E, em que merece aten~ao", elogia. As a~6es de Menores." A emo~ao inspirou uma conseqiiencia, livre de desvios. da Mangueira em beneffeio da infancia reflexao de Elmo na virada de 1996 para Livre, alias. I' adjetivo padrao na Mannasceram num dia em que, debru~ados 1997". Nesse ano que en tra, quero agragueira. "De cada tres sambas da escola, . decer a Papai do Ceu todos os dias por nos janel6es da quadra da escola, Chipode ver, uma fala em liberdad e", Ze quinho e 0 saudoso presidente Carlos tudo de bom que nos d eu, permitindo Maria faz as contas. ftTalvez por isso, a Alberto D6ria avistara m 0 terrenao da faze r alguma coisa por essas c rian~as. escola nao se deixe possuir de maneira Rede Ferroviaria. em frente ao morro. E quero ped ir for~as para a Na~ao M analguma. Em Mangueira se pra tica uma Ali. eles imaginaram construir uma pegueirense continuar fazendo. " maravilhosa rebeldia. A Mangueira e uma quena pista de atletismo para preen'Alguma coisa" I' muito po uco para eterna rebelde". Dessa escola :;em dono, cher 0 tempo d as crian~as quando nao definir tudo que a escola fez, faz e plaque decidiu chamar para si a responsaestivessem na escola ", (cnta Ze Maria, neja fazer pela c rian~ada. "Nossa meta bilidade pela salva~ao de sua inrancia, deixando-se levar por justificado orguagora e 0 projeto Oficina de Camaval e sem esperar pelos favores do Estado, Iho. Espa~ o Pra,a Onze. E vamos conse-

22

Ravlst. da Carnaval


DllIIII<lo em quadra .'I!I1SiIIi05, 0 espa,o i<jllllxillil 0,60 11a de arp16!;ticals, escoli' llhls de disck jockey,

para confecde fantasias e ~.Oprogra­ s6 se tomou posalvei gra,as a uma part:eria da MangueiII com a Uniao. 0 gowrno do estado e a prefeitura. A Uniao cedeu urn galpao da o Presidente Fernando Henrique Cardoso recebe representantes da Mangueira e garante apaio ao Companhia de Do- projeto "Oficina de Carnaval e Espa~o Prali8 Onze" cas, no Cais do Porseguida como esta sendo feita a aborto, para onde a escola levou seu barrarique . E. a partir dali, 0 sonho foi aos dagem. "Uma v"n (doada pela Loterj), clo de alegorias. E tambem fomeceu poucos virando rea lidade. Urna foto do toda pintada de verde e rosa, e a nossa urn passaporte fundamenta l para 0 suencontro com Fernando Henrique ilus~ isca . Com ela, rodamos a cidade com cesso do novo projeto, reconhecendotra 0 livro de 40 paginas, todo em xerox funcionarios da Secreta ria de Desenvolo como 'cultural" - 0 que, na pratica, colorida, em que a Mangueira apresenta vimento Social. atraindo a garotada", Chisignifica beneficios fiscais para as emsuas int en<;6es e pede 0 apoio de paquinho conta, entusiamado. presas patrocinadoras. trocinadores para 0 programa . Dado 0 primeiro passo, vern a fase A ajuda do govemo do estado veio A ajuda de que a escola necessita do aprendizado. Urn aprendizado em que na lonna da cessao em regime de conao e pequena. As a<;6es em beneficio

todos, orientadores e meninos, tem a ensinar uns aos outros. Aos meninos, a

modato- por tempo indeterminado-

da meninada de fua estao on;adas em

do barracao da Pra<;a Ooze, transformado em quadra. E cabe aprefeitura, atra-

quase R$ 3,5 milh6es - em niimeros exatos, R$ 3.4 10 .340,00 gastos em 20

Oficina de Carnaval da uma profissao

~s de sua Secretaria de Desenvolvi-

meses, tempo que vai durar a primeira

dentro do universo do barracao. As ne~

mento Social. cadastrar as crian<;as beneficiadas. "Como nao tfnhamos expe~cia com meninos de rua, 0 apoio da prefeitura importante na capta<;ao dos meninos", agradece Ze Maria, sem esquecer de homenagear tambem os govemos do estado e federal. Fai uma costura que consumiu bons meses. 0 projeto foi aprovado pelo Ministerio da Cultura em julho do ana passado. Depois, em outubro, veio 0 encontro com 0 presidente Fernando Hen-

fase do projeto. Feras - Parece caro, e e. Mas quem

e

ja atravessou a fronteiTa que sepaTa a cidadania das asperezas da vida m ise-

ravel sabe:

0

benefkio compensa

custo. Tudo nesse terreno

0

e um novici ~

ado em que 0 primeiro passo, 0 da abordagem dos meninos d~ rua, 0 mais dificil. Eo que comprova 0 relata de Chiquinho. "Os meninos sao umas

e

feras", ele descreve, sem tirar

0

riso de

satisfa<;ao dos labios, para con tar em

Revlsta de Carnaval

cessidades sao infinitas. Vao de borra-

cheiros para cuidar dos pneus dos car~ ros aleg6ricos a carpinteiros, mecanicos, escuitores, pintores, costureiras, borda~ deiras ... "Sao tantas as tarefas em um barracao que esses meninos podem depois se transfonmar em vitrinistas de shopping, iluminadores ou ate mesmo figurinistas", acredita Maria. "0 principal do projeto que ele busca botar essa s crian<;as no mercado formal. Isso quer dizer que elas terao um documento , a

e

Ze

23


gueira. A Promon, por exemplo. especializada em projetos e em consultoria nas areas de constru<;ao civil , telecomunica~6es e infra-estrutura em geral, uma delas. as palavras de Ze Maria, um azougue quando 0 assun to Mangueira e infancia, a escola aguarda a adesao de "mais de dez" empresas. Mais uma vez, Maria pede a palavra: "A personalidade em foco nisso tudo I' 0 Chiquinho de Carvalho. Esta cidade esta devendo uma homenagem ao ca ra que fez 0 proje to social mais bem-sucedido do Rio de laneiro, que a Vila Olimpica da Mangueira. Esta cidade tinha que dar instrumental pa ra esse cara tocar 20, 30 projetos semeIhantes. Porque nao I' possivel que sO de certo em Mangueira. Chiquinho uma figu ra para este pais olhar com carinho. Eum maravilhoso realizador. E quem nos aben~oa a todos I' 0 saudoso presiden te Carlinhos D6 ria." Nota 10 - E as c rian~as? 0 que elas pensam das a~6es de Mangueira em favor da infancia? "Dou nota 10", vai logo dizendo Aline Alves Santos, 16 anos, nascida e criada em Mangueira, aluna da Escola Municipal Argentina, na vizinha Vila Isabel. Aline I' cria do Camp Mangueira. la trabalha numa grande empresa do Rio conveniada com 0 projeto. Tem dois irmaos, um de 18, outro de 19, que tambem passaram pelas maos de Tia Alice, que recebe agarotada com 13 para 14 anos, encaminha para um oficio e, depois, libera aos 18 anos. Al ine da nota 10, mas no meio da garotada ha quem son he mais alto. "Dou 9", d iz Caroline de Souza Nascimento, 15 anos, que acaba de passar para 0 10 ano do 20 grau, depois de concluir a 83 serie na Escola Municipal Uruguai, ali mesmo, bem pertinho de Mangueira. Caroline tambi'm esta alistada no Camp Mangueira e tra balha numa grande empresa . A seu modo, conta que s6 va i dar nota 10 no dia em que todos os problemas da comunidade estiveram resolvidos. E onde que rem chegar todos os combatentes do bem de Mangueira. Chiquinho, por exemplo, sabe que todo 0

e

e

ze

e

e

A menina Tamara , ao lado de integrantes da Bateria Mirim: primeira voluntiuia a assinar 0 documento em que a cidade se lan~ou candidata it sede das Olimpiadas de 2004 . 0 segundo nome da lista 0 do presidente Fernando Henrique Cardoso.

e

Carteira de Trabalho." "Nossa desafio I' transportar a experiencia da Vila Olimpica para 0 trabalho com as crian<;as de rua"', afirma Alvaro Luis Caetano, ou simplesmente Alvinho, diretor de eventos da escola. "A ideia I' que, nu m futu ro pr6ximo. esses meninoscomecem a fabricar fantasias. Eum trabalhoainda incipiente: Nessa imensidao de necessidades, os resultados sao lentos. Mas aparecem. Ma is ou menos parecido, 0 projeto Camp Mangueira deu aos abnegados da escola uma certa experiencia na missao de ensinar um offcio a meninos e meninas. Ate agora, 0 trabalho se restringiu a crian~as da comunidade. No batismo de fogo com meninos de rua, a sensa~ao que toma conta dos mangueirenses I' a de entrar em um tunel escuro. "Sabemos que I' um desafio. Temos que aprender com ele. E animo para obter bons resu ltados nao nos fa lta", insiste 0 presidente Elmo. Espetaculos - Ena segunda metade do projeto, 0 Espa~o Pra~a Onze, que esses resultados virao. Nela, a garotada vai exercitar aquilo que apren-

24

deu. Estao programados 20 shows com artistas famosos na quad ra - e, dos espetaculos, participarao meninos do projeto. Os artistas serao contratados nao apenas para cantar. Mas para palestras e encon tros com a garotada . A ideia inicial que passem uma semana convivendo com as c ria n~as, respeita ndo, claro, suas agendas. "vamos fazer caso a caso .... ressalva Ze Maria. Os shows - com ingresso cobrado - co me~a m em ma r~o. Dali a setembro, serao dois por mesoOs demais serno repartidos mes a mes, de forma ainda nao defin ida. ate intei rar os 20. Os comanda r,tes desse sonho nao elaboraram a lista de artistas convidados. Mas en tre os no mes, prometem, estarao os maiores astros da musica brasileira. !\s c rian~as serao aproveita das de acordo com seus talentos. E, mais do que issQ, terao a oportunidade de ser observadas pelos artistas. Quem sabe um dos garotos nao aproveitado mais tarde", arrisca Ze Maria. caminho ate la I' longo e carece de recu rsos. Algumas empresas ja se interessa ram e estenderam a mao para Man-

e

e

o

Re vlsta de Carnaval


escola na batalha pela sal"lIleninos de rua e uma gota num oceano de infortunif*)penle a fe. Olha-se para ele esta sempre a expres.Ia!" de quem acredita no 11 quadra da Manguei ra i\'blCOl~ede Niteroi, no sope do Q.II! a toatil:a, tambem inspira essa ;Io.Pa~rimiin io

do samba, a sede pintadas de verde e rosa 6rias de reden<;ao como as Caroline e de tantas outras

~aestro lma;,~r homenageado

pela Primeira em seu enredo de vontade de dizer: ¡Se todos

na

i sonhos na

e

no

cabe~a

decora<;ao de vitrines etc. Tudo isso acompanhado de alimenta<;ao, tratame nto medico-denta rio, no<;oes basicas d e higie ne, educa<;ao sexual e orienta,ao psicol6gica . A Zetax, e mpresa de destaque nacionai no cenario

FBte

dar teapecia&a,da em cen.o"rafia e lV, montagem de ". nu >:

Fone: [021 J 577 2525 •

-

de telecomunica<;oes, que se faz prese nte no Rio de Janeiro, seja no fornecimento de plataformas digitais de teiefo nes publicos para a TELE~ a u nas rna is d e 25.000 familias integradas ao Sistema Teleminio, a p6 ia integralmente este projeto e se sente na obriga<;ao d e divulga-Io, para que todo brasileiro saiba que 4 dias de folia pode m representar a esperan<;a de cente nas de cria n<;as.

http://www.zetax.com.br

PA

A


ARTIGO

.. . . ~

• •

Os cronistas carnavalescos ~ SERGIO CABRAL· eu [ivro IIwis recente. As Esco[as de Salllba do Rio de laneiro. foi dedieado a Iota Efege (pseudol1imo de [oao Ferreira GOllles), a jornalista que lIIais tempo [evou eserevel1do sabre a carnava[ carioca. Ao liolllenagea[0, quis. na verdade. prestar UIII tributo a todos as jorna[istas que. desde fins do secu[o XIX, se dedicalll a foca[izar as acontecimentos car/lava[escos e a cliamar a atel1,ao para as personagens que falelll a festa. E[ogio em boca proprio e vituperio. dizia a vizinlla gorda e patusea do nosso Nelsol1 Rodrigues. Ta [vez par isso nunca se destacou a pape[ deselllpenfiado pe[os jornalistas 110 carnava[ do Rio de laneiro. Mas. quase cfiegal1do ao ana de 2.000, e bOIll que se diga que se deve aos profissionais da illlprensa lIIuita coisa boa que aconteceu na folia. desde a inicio do seW [0, quando as desfi[es dos mncfios - a lIIaior atm,ao do carnaval popular de el1tao - emlll pro 1110vidos pe[os jorna[istas. o desfi[e das esco[as de salllba e fruto de ullla decisao tomada numa reda,ao de jorna!. 0 autor da ide;a foi a jorna[ista Mario Fi[lio, a llIesmo que. al10s depois, seria a responsave[ pe[a 1lI0derniza,ao da eranica esportiva. dire-

M

26

tor do lorna[ dos Sports, aiaria a mistica do classico F[a-F[u . prollloveria as logos INfantis e as logos da Primavera e [ideraria na imprensa a ealllpanila pela conslru,ao do estadio do Mamcana, que noje tem a seu nome. Segundo depoimento de Antonio Nassam. a extraordinario personagem do nos so cama"a[ (autor de sucessos COIllO A[a-[a-a, tvllmdo de Zil1co. Forlllosa etc.), jorna[ista e genial desenfiista, a ide;a surgiu no joma[ Mundo Sport iva. onde traba[lla"a a reporter Carlos Pilllente[. que em amigo de salllbistas de varias regiaes da cidade. Pilllente[ ajudava a jorna[ a preel1cner as suas pdginas de lIIaterias. nUllla epoca em que as noticias esportivas eralll lIIuito reduzidas, entrevista l,do as salllbistas. UIII dia, deu "um esta[o geNial, genial Illes 1110 , elll Mario Fi[fio, COIIIO contou Nassam. Mario cfiamou a reporter e sugeriu: "0 Pilllente[1 Ese , elll vez de entrevistas, a gente fizer ullla disputa entre eles?" Era 11111 1II0lllento nistorico l1a fiistoria do carnaval brasi[eiro e Nassara percebera: "Eu estava 11a sa[a e au vi tudo. Naquele momento, lIa scia 0 concurso de esco[as de samba." o conliecido desprezo do Brasi[ pe[a lIIellloria naciona[ fez COlli que desaparecesselll todos as exelllp[ares do MUl1do Relo'ista d e Ca rno ... :! 1

Sport iva. Nelli a Bib[ioteca Naciona[ conta COlli [W, so numero do joma!. Mas i possive[ eJ'lCol1trar I'1a meSilla biblioteca out ros jOrl1ais. atraves dos quais a gente fica sabendo que as demais periodicos apoiaram lIIuito a il1iciativa do Mundo Sport iva. Lendo as materias pub[icadas as vesperas daque[e carnaval de 1932. verificamos que a Cidade partida. tllo belli deserita par Zuenir Ventura em Ii" vro. era belli lIIais partida naque[a epa" ca. Os textos tratalll as esco[as de samba como a[go saido de UIII local muito distante. nwito descol1fiecido, embora. mu itas vezes, as reda,aes dos jornais, estivesselll situadas a poucos qui[ollletros das co lllul1idades elll que vivialll as sambistas. No ana seguinte, a desfi[e foi pro",ovido pelo joma[ 0 G[obo. Em 1934, pe[o jorna[ AHara e, elll 1935, pe[a A Na,ao. Dai elll diante, a desfi[e das escolas de salllba foi oficia[izado, /1(io se/1do mais necessaria a apoio exclusivo de qua[quer jorna!. Mas a que ficou belli claro e que, selll a illlprensa , as esco[as de samba terialll de esperar lIIuito tempe para ter um desfile que, anos depois , gannaria a titulo de llIaior espetaw[o da

terra .• * Sergio Cabral

e jornalista

e escritor


The carnival columnists "'" SERGIO CABRAL

y most recel1t booR, As Escolas de Samba do Rio de Janeiro, was dedicated to Iota Efege (pen name of lOaD Ferreira Gomes), tne jour"a list wilo wrote for more years tnan ""ybody about Rio's Carnival. Wnile paying this tribute to ilim, I actually wanted to ilonor all journalists WllO, since tne end of tne 'iineteen Century, have focused 011 Carl11va!. drawing people's attention to Ille cnaracters wno taRe part of this feslivity. Self-praising is no good , teacned tne fat and fll/my' neighbor woman quoted by our t\ilsOll Rodrigues. That is wny, maybe, tile role played by journalists in RIO de Janeiro's Carnival has never been properly ilignligilled. But, when we are almost reaciling the year 2000, we shall say thai we owe to these professionals mucn of tne good things regarding Car111\'01. ever Since tne beginning of tf" wllury when the "rancno" parades ti,e mosl imporlant attraction of tne popular Carl11val of those days - were promoted by Journalisls. Tile samba scilool's parade was born frem a decision taken in a newspaper's premises Tile autnor of the idea was the Jaurnalisl Mario Filno, Ihe same one "'nO, years later, would be responsible for

M

tne modernization of the sport chronicle, director of Jamal dos Sports, inventor of the classic soccer game Flo-Flu, promoter of the Child Games and tile Spring Games, as well as head of the campaign for the building of Maracana soccer stadium, which was named after him. According to AntOnio Nassara, an extraordinary character of our Carnival (author of successful SOf1gs such as Aldla-a, MU'1do de Zinco, Formosa etci, journalisl a.1d brilliant drawer, the idea was born in llie newspaper Mundo Sportivo, wliere there was a reporter called Carlos Pimentel, a very good friend of somba followers from all parts of the city. In a time when sports news were very few, Pimentel flelped filling the newspaper's pages reproducing inlerviews witll this samba-friends. One day, Mario Fililo had "a genial, a really genial, idea" , Nassara used to tell. He called the reporter and suggested, "Pimenlel, what if, instead of interviews, we promoted a dispute among tllem?" It was a Ilistoricalmoment for tlie Brazilia l1 Carnival and Ndssara was its testimony, "I was in the same room and heard everytning. AI tnat very moment, the samba scnool's parade was born". The well-known Brazilian contempt towards its own memory was responsible for the disappearance of all and every Revis ta de Carn a 'llal

issue of llie newspaper Mundo Sport iva. Not even in tlie National Library is there a single issue of the publication. But we can find in this same library issues of other newspapers whicli gave their support to tliis initiative. Reading the stories appeared in the days prior to tile Carnival of 1932, we find out tliat tlie Cidade partida (broRen city), so well described by Zuenir Venlura in his book, was even more broken tllose days. The articles treat tlie samba scliools as something coming from a distant place, completely unknown, althougn sometimes the newspapers' premises were located in the neigliborhood of tlie communities wllere the sambapeople lived. In tile following year, the parade was promoled by newspaper 0 Globo.ln 1934, by A Hora and, in 1935 , by newspaper A Na,ao. From this year on, the samba seliool's parade turned to be official and there was 110 more need of any newspaper's sponsorship. But wliat became clear was tliat, witllout the press, the samba scllools would have had to wait a long time to have tlieir parade, tlie same one tllat, years later, would receive the title of tlie greatest spectacle of tile earth .• (Versao para 0 ing les: Heloisa Seixas)

27


COMPORTAMENTO

A

PERIFERI do samba c;?

FERNANDO MOLICA

o

roteiro off-sa mb6dromo mostra as op~ oes do ea rna val fora dos limites da obra de Niemeyer - um desfile a pa rte, com direito a bloco de sujos, cFlUrra squin FlO de ga to e a versiio momesea dos excluidos: os un idos do viadu to - a i11Ultidiio qu e se acotovela no viaduto qu e dd acesso ao tunel Santa Barbara E na perife ria da avenida que os folioes fiea m, enquan to as escola s pa ssam. nge de sa au mesmo de resu0 ca rnava l do Rio, 0 Samb6dromo e mais uma espe-

U miT

ie de centro des te universo. E. parte mais visfve l - em mll i-

semelha a uma des ta s estranh as na'l

yes espaciais de filme ame ricana: bri-

Iha e claridade intensos cancentrados em um espa<;o determinado .

do

Da nave e de seus ETs alegres e sa ltita ntes tadas sabemas, um pauco

conjunto meio anarquico de eventos e situac;6es que comp6em . en fi m, 0 tal

mesma que cega para aquila que per¡

tas casas, a unica percebida -

carnaval ca rioca. Vista assim de longe. por quem sai noite da estac;ao Pra<;a

a

Onze do metro, 0 Samb6dromo se as-

que se ja . M as a lu z que ilumi na

ea

manece nas sombras, nas esquinas e mesmo nos, digam os, camarins do Samb6dromo.


hora na pista e depois ia para a casa¡. conta 0 organizador do espa<;o. Jose Luiz Azevedo. assessor de Carnaval da Riotu r. E: la. a poucos passos do paraiso. que os puxadores - perdao. Jamelao: os interpretes dos sambasenredos - aquecem a voz. E: la que eles comemoram 0 desfile. E: onde 0 astronauta da Mocidade se encontra com a mulher das cavernas da Uni dos da Tijuca; que 0 i ndio 1I!IIIi6dlrorrlo e um simsalgueirense faz a festa com a atleta lldallie cama,'alesca que olimpica da Mangueira; que 0 esnavo da urna velha tradi<;ao riocas: aquela que Portela se em bola com a princesinha da Imperatriz. de rua em exte nVai ser la - acreditem l - que as bem-<:omportadas Minnie e Marganda do desfile da na periteria do samb6dromo que 0 Academicos da Rocinha • astronauta da Moddade se encolltra COlli a vao. enfim. enlouquecer mu/{,er das cavenras da Unidos da Ti;uca; Mickey. Donald e sabe? - Pateta e quem que 0 indio salgueirense faz a festa com a at/eta o Pluto. Vai ser la que 0 olimpica da Mangueira; que 0 escravo da Portela ate entao pao-duro Tio se embola COlli a princesillha da Imperatriz Patinhas vai entregar sua caixa-forte para uma colombina da Vila Isabel. Segundo Azevedo. a musica nao vai de muito movimento, 0 som dos miade p lo - Nao ha blocos I'ta9I Onze. Mas permane- dos chega a ser ouvido na concentra- parar no Terreirao: nos intervalos das Um carnaval movido a ,ao das escolas. No Terreirao se repete apresenta<;Oes dos artistas. 0 ntmo sera urn pouco daquela hist6ria do jogador mantido por uma bateria de 60 comesquinas. ponteado por aparelhos de TV colocaponentes e por quatro cantores. Ele de futebol que nao via a hora de entrar de ferias para poder jogar pelada com afinma que. em 97. a in fra-estrutura do e sintonizados em caUlIIll5IIuteln ode~;fille que oeortranqiiilidade. Na passarela. 0 sambista Terreirao sera bern melhor que ados passa ; no Terreirao, 0 sambista fica. ao lado das casas que. ca rna va is passados: as ba rraquinhas '0 Terrei ra o foi criado para que 0 serao maiores e terao agua corrente. de tambonns. foram transHavera tambem banheiros para 0 puem bares e biroscas. desfilante tivesse 0 que fazer depois blico que. em troca. tera que pagar R$ 3 tempos em que courO de da apresenta<;ao de sua escola. 0 surnais usado para cobrir tamjeito fi cava urn ano inteiro se prepapela entrada. as ruelas da Pra,a Onze manrando para 0 desfile. sambava meia Pertinho do Terreirao fica urn dos tern viva uma outra faceta do destino t ragico de muitos bichanos: a que condena muitos felinos ao espeto de bambu. 0 velho e bom churrasquinho de gato - daqueles que miam qua ndo mordidos. Do lado de la da avenida . atras dos setores fmpares, fiearn areas ainda rnais festivas. E: 0 lado do Terreirao do Samba. local do samba com pes cravados em quintais de casas suburbanas. Lugar onde pagode nao e sinonimo de sambalan<;o. Trata-se de uma pra<;a ocupada por urn grande palco de shows e quase cern barracas de comes e bebes - em noite

E


,

Do lado de la da ' . avenida , atras dos , setores impares , ficam areas ainda mais festivas . E o lado doTerreiriio do Samba, local do samba com pes cravados em quinta is de casas suburbanas. Lugar onde pagode niio e sinonimo de sambalall~o mais disputados locais do roteiro offSamb6dromo. 0, digamos, camarote da un idos da ponte. Assim mesmo, com minusculas, nada a veT com a briosa agremiac;ao de Sao loao de Medti. Ao criar 0 Samb6dromo, Oscar Niemeyer deixou espa,os imensos entre os blocos de arquibancadas - claroes que

ha t res ca rnavais fcram pa r~

cialmente preenchidos por cabines de jurados. Ali, no infcio da pista, 0 espa,0 que ainda permite uma visao do desfil e e ocupado por uma multidao que se concentra no viaduto que da acesso ao tunel Santa Barbara. Tudo na espe ran<;a de ve r um pouquinho das escolas. Os unidos da ponte sao , na verdade, unidos do viaduto - ver-

o

SHOW CASEIRO DA VILA ISABEL

Ter<;a-fe ira : e hoje s6, amanha na o te m mais. Pra quem acha que os grandes des files acabaram na mad rugada , vale uma dica: ir ao Boulevard 28 de Setembro, em Vila Isabel. ver a apresentac;ao da escola que leva 0 nome do bairro. Fiel a uma t radi,ao abandonada pela maioria das escolas -

e co nservada, entre

outras. pel a Imperio Serra no e pela Grande Rio - , a Vila dedica a noite de ter,a para mostrar 0 ca rnaval aos seus vizin hos .

A escola vai para a 28 de Setembro sem os carros

sao momesca dos tais exclufd os; os

aJeg6ricos . sem muitos dos

barrados no baile, en fim . Ser urn exclufdo tern 1a suas vanta~ gens: s6 quem esta fora das arqui bancadas e camarotes con segue ver alguns dos melhores momentos do desfile: 0 i<;amento dos destaques para 0 alto dos carros aJegoricos e a hora em que aquelas moc;as que chegam assim, meio semjei to, protegidas por dois ou tres seguran~as, entram no meia de uma rodinha e despem a fantasia. Capa ou camiseta prum lado, peitos pro outro. E a galera, do outro lado do canal do Mangue , se esgoelando: Gostosa l Gostosa! Pedac;os de fantasia - A pouco mais de um quil6metro do Samb6dromo fica 0 outro grande p610 pra quem gosta de se misturar a Festa : a avenida Rio Branco. E: uma especie de vale-tudo carnavaleseo. Ali reside a mais perfeita

destaques. Mas vai refo,,;ada pelo

30

traduc;ao de outro antigo habito dos cariocas no carnaval -

0 de ir ver a

movimentac;ao no centro da cidade. Palco, it noite, dos desfil es de escolas menores, de blocos. frevos e ran chos, a Rio Branco se engrandece nas ta rdes de carnaval. Para la convergem o bancario vestido de baiana , hordas de Carlitos, centenas de CI6vis - os t emidos Bate-Bolas da nossa infilncia - , bailarinas de pernas peludas e muitas, muit as famnias que vao la para mostrar 0 ca rnaval para as crianc;as;

o concurso Foliao Original apenas sacramentou urn habita, 0 mais carna~ valesco de todos, talvez: 0 que leva um 5ujeito a revirar guarda~roupas em bus~

Revlsta de Carnaval

entusiasmo de menino que quer mostra r a ro upa nova para os

amigos da rua. E vai mais leve, sem 0 peso dos folioes oportunista s, de ultima hora, que

56

aparecem no

samb6dromo. Nao ha arquibancadas . nem cameras de T\( nem aquele rel6gio digital que a todo ano t esta 0 cora<;ao da D. Zica enquanto insiste em tra ns formar

desfile de escola de samba em parada militar. Mas te m um bom churrasco de gato - olha ele af de novo - , um bom chope no Peti sco e, quem sabe , 0 Ma rtinho da Vila na mesa ao lado.

ca de pedac;os de uma fa ntasia. A camisa listrada da sogra vira uniforme de prisioneiro : 0 garrafao de refrigerante e agora a mamadeira - cheia de cachac;a - de um be be de 120 quilos que tem a cara do novo prefeito: a pasta surrada de executive se trans forma no toque fina l da fantasia de banqueiro gordo beneficiado pelo governo. o canivete no cinto fi cou fora de uso, 0 pan deiro nem sempre esta na

mao, 0 anel de dout or vai ver foi roubado : mas a Rio Branco continua fiel ao

Sossega leaa e ao Mamcie eu quero mamar .• * Fern ando Molica da TV Globo

e reporter

especial


........

ALO

• • •

••

• •• • •

105 do orelhao no maior comemorar AV~II_ Use 0 seu ~~I·t=li. e, quando voce nao estiver ele no bolso, 0 n ..A - deixa voce na mao. sO discar 9 + cOdigo da + 0 niimero desejado.

SISTEMA TELEBRAs

: '


NE60(1O~

As

que embalam !olioes ~ ELANE MACIEL'

Samba, suor, cerveja e, claro, dinn eiro, muito dinneiro que ajuda a elevar a rota~ao da saia da baiana e a temperatura da maior festa popular do planeta: 0 Carnaval da Cidade do Rio de Janeiro. Em torno da Passa rela do Samba, que tem nos desfiles das escolas do Grupo Especial seu ponto maximo, tudo esuperlativo: circulam bons milnoes de reais, mostrando que, noje, a outrora festa profana se transformou num excelente negocio. xcelente neg6c io nao e, necessaria mente. sinonimo de fazer muito di nheiro. Que 0 digam os fab ricantes de refrigera ntes e cervelas, para os quais, mais que vendas, 0 Carnaval carioca e a melhor oportunida de do ana para investir em imagem, botando os modernos instrumentos de marketing instituc iona l na rua. E e por isso que nao ha marca de bebida nacional que cogite ficar de fora da festa. o di retor executivo da Associa~ao Brasileira das lndustrias de Refrigerantes (Abir) , Carlos Alberto Cabral de Menezes, assegura que, quando 0 assunto e venda, Natal e Ano Novo sao imbatfveis. Mas se a segunda quinzena de dezembro figura no calendario dos fabricantes de refrigerantes como 0 perfodo de maior pico do ano, em que sao consumidos de 6% a 8% da produ~ao da industria, a festa de Momo ocupa

E

32

certa mente 0 segundo lugar no p6d io. Eo primeirfssi mo em visibilidade. Na mfdia e fora dela. As ce rve jaria s fazem co rD. Diretor

do Sind icato Nacional da Cerveja (Sindicerv) e vice-presidente da Kaiser, Carlos Eduardo Jardim informa que, a exempJo dos refrigerantes, 0 baticumbum nao ganha das come mora~oes de fi m de ano e m faturamento com ve n-

das. E tem numeros que ajuda m a comparar as duas festas: em 96, quando 0 bra sileiro consumiu en tre 8 e 9 bil hoes de litros de cerveja, peJas estimativas de )ardim, I bilhao de litros safra m em dezembro, contra 800 milhoes de litros em feve reiro, mes do Carnava!. Mas quando se trata de oportun idade de ma rke ting, 0 CarnavaJempata com a Copa do Mundo, avisa ele. Nao por acaso, as grandes cervejarias brasileiras disputam paJmo a palmo a Revlsla de Carnava l

chance de aparecer na Passarela d Sam ba, a come~a r pelos camarotes, aJguns salpica dos de atrizes de televisao, fdolos do futebol e socialites, autros de executivos do ramo, forn ecedores e distribuido res. Todos generasamen te decorados com suas marcas. Para alem dos domfnios dos camaro tes, as investimentos crescem em

e

progressao geometrica. Eo mercada dividido: se a Bra hma abocanhou transmissao dos desfiJes das escolas pela TV, a Antarctica reina nas mesas e cadeiras de pista do Samb6droma, onde s6 e permitida a venda de sua marca . que, com iSSQ , tern ex posic;ao gara ntida nos horarios nobres das emissoras. A Kaiser. par sua vez. corre pela periferia, fazendo a festa dos blacos de rua. No vale-tudo das campa nhas, as ce rvejarias d isputam ate a

chance de estampar as camisetas dos empurradores de carros aleg6ricos das agremiac;oes do samba. A mesa, como convem - Ende¡ re~o de nove entre dez executivos de primeira linha do Ri o de Janeiro, 0 restauran te Grill One desfila este ana pela segunda vez na PassareJa do Samba. A estreia, no Carnaval 96, foi cauteJosa: em pa rceria com 0 Bu ffet CJasse A, 0 Grill One apresentou sua grife aos folioes de 300 camarotes do Setor 2 do Samb6d romo. Em 97, 0 sucesso da empreitada permitiu ao restau ran te as-


62 mi l. quantia que da para comprar um apa rtamento de quarto e sa la na Zona Sui do Rio de Janeiro. A tra~ao a ,a e - Mas enganase quem pensa que a principal retorno para toda essa movimen ta,ao e 0 fa turame nto com a venda do buffet, cu jos pre,os variarn de RS I 16 a R$ 175 por pessaa, de acord a com a cardap io escolhido, que inclui en trada , jantar. sabremesa, cafe da manha e bebida vontade. Assim como as fabricantes de refrigerantes e cervejas, 0 Grill One aposta pesado no retorno de imagem que 0 espetaculo proporciona. "Oueremas nos tra nsformar em uma atra<.;ao parte" , afirma Marcus Pau lo, que no ano passado distribuiu entre as folioes dos camarotes fichas de associa,ao ao Clube do Uisque do restaurante, engordando substancia lmente 0 quadro de socios . Ho je sao 2.060. Mesma politica tem a rede Bob's de fast food, que estara presente com exc1usividade nas arqu ibancadas e bares de pi sta, e em quiosques espa lhados pelas areas de concentra,ao , disper-

a

a

sao, impre nsa e entrada dos camaro ~

sumir sozinho a tarefa, estendida a todo a lada par da Passarela - setores 2 e 4 e a Haspitaly Center, num total de 332 camarates, cam capacidade para abrigar4 mil pessaas po r noite. "Estamos nos preparando desde abri!' Montamos aqui na Rio Branco 1 uma sala com cin~ ca Iinhas telef6nicas, dois computa dorese Ires aparelhos de fax s6 para tocar a negocio. Nossa equipe envolve nada menos que 650 pessoas", informa 0 diretordo Grill One, Marcus Paulo. Para distribuir no Samb6dromo 600 quilos de bacal hau, 800 quilos de file mignon, 600 quilos de cherne, 120 mil salgadinhos e 700 Iitros de uisque escaces, a Grill One esca lou para trabaIhar no samb6dromo 12 cozinheiros, 12 auxiliares de cozinha , dez fritadeira s. seis copeiros, se is almoxarifes, 40

,

As grandes

' . cerve;arias , brasileiras disputam palmo a palmo a cfiance de aparecer na Passarela do Samba, a come{ar pelos camarotes, todos generosamente decorados com suas marcas supervisores de anda r.

1550

sem fa lar

nos gan;ons. faxineiros, arrumadeiras

de camarotes e pessoal de apoio . S6 em material descartavel importado - copas, pratos, ba ndejas, guardanapos - 0 restaurante investiu R$

Revisla de earnaval

tes, num tatal de 53 pontos-de-venda, para os quais foi recrutado um pequeno exercito, 800 pessoas. "Num evento que reune 400 mi l pessoas, 0 fatura mento conta , mas 0 princi pal para nos, sem duvida, e 0 marketing instituciona!. Ate porque 0 Carnaval do Samb6dromo e um evento do Rio, cidade onde somos mais fortes. sede de 55 das 125 lojas que mantemos em todo a pais", comenta Ricardo Bomeny, diretor de mercado da rede. No ano passado, 0 Bob's, cuja atua,ao se restri ngiu ao lado impar do Samb6dromo, vendeu I 16 mil sanduiches, 80 mil ha mbUrgueres e cheeseburgueres, 30 mi l hot-dogs, e seis mil Big Bob's. Foram consumidas quatro toneladas de ca rn e, 2,5 toneladas de queijos, seis toneladas de ba tatas fritas, alem de 170 mil latas de refrigerantes diversos, 140 mil de cerve ja s e 30 mi l copinhos de agua mineral. Casa cheia - A rede hoteleira da cidade tambem nao deixa por menos.

33


,

0 Grill Olle vai

' .. distribuir 110 , Samb6dromo 600 quilos de bacalhau, 800 quilos de fili miglloll, 600 quilos de cherlle, 120 mil salgadillhos e 700 litros de ufsque escoces

ANUNCIOS DE OPORTUNIDADE

Afinal, Camaval e sinonimo de casa cheia - ou melhor, de 100% de taxa de ocupac;ao, para nao fugir ao jargao do ramo. Alvaro Bezerra de Mello, presidente da Associac;ao Brasileira da Industria de Hoteis no Rio de Janeiro , conta que desde os primeiros dias de janeiro os hoteis da orl a maritima ja tinham todos os seus apartamentos reservados: "Nosso objetivo e encher todos os 22 mil quartos dos hoteis e apart-hoteis da cidade. Ou seja, receber 50 mil turistas neste Camava l". Essa capacidade de oferta da rede hoteleira do Rio, que ja e maior que a de Sao Paulo, coloca a cidade, segundo Bezerra de Mello, em patamar semelhante ao de poderosos e tradicionais destinos turisticos do 10 Mundo, como Orlando, com 80 mil quartos, ou Las Vegas, com 100 mil. Turista se hospeda, come, bebe, compra e se diverte. Se a passagem de ano atrai pa ra as areias de Copacabana principalmente 0 turista bra sileiro, que gasta, em media, R$ 80 por dia, sem conta r a hospedagem, a festa na Sapucai traz tambem verdinha s para a

Se a Passarela do Samba e 0 palco dos son hos de quem espera te r pelo menos um minuto de fama na vida, para alguns produtos do varejo 0

economia carioca.

0 americana, par

exemplo, deixa diariamente nos restaurantes e shoppings da cidade algo em tomo de US$ 120; ja os argentinos, mais parcimoniosos, gastam US$ 80 por dia. Mas e 0 pau lista dos hoteis 5 estrelas 0 alvo predileto: consome, por dia , R$ 160' "Este e 0 melhor turista para a cidade. 0 paulista e 0 texano brasileiro, gosta de consumir", compara Bezerra de Mello .• - Elane Maciel

.

e jornalista

o Carnava l e a pico das vendas dos antiacidos, antiestaminicos, analgesicos e toda sorte de medicamentos recomendados aos que pecam pelos excessos e querem escapar dos protestos do {igado e do estomago e do est omago. Os remedios mais populares de combate

aressaca costumam

vender, nos dias do baticumbum. 0 equivalente a tres meses. 0 mesmo pa rece va ler, agora, para as camisinhas

excesso qu e caracte riza a festa

de Momo e a chance de ouro para revisita r 0 inconsciente dos

de venus, presenc;a constante na mfd ia de uns carnavais para ca ,

folices, que expulsam 0 vocabulo modera,ao de seus dicionarios.

seja em campanhas publicas ou de fab ricantes. Quem ta mbem nao perde chance de aparecer entre con fetes e

Ea1 que entra em cena urn

se tor da economia que nao para ao longo do feria dao de serpentinas sao as indu.strias de Camaval: a aparelhos de chamada midia Na carolla do TV 0 Camaval, jornai s. revistas, se nao empata ' .. pierro e da emissoras de com a Copa do , colombilla, os radio e TV e Mundo na supermercados tambim venda de agencias de publicidade. Para aproveitam a alta televisores, este grupo, pn~em temperatura as cervetas e charme e em Ca maval e refrjgeralltes para formar mulher bonita sinonimo de botar 0 bloco na estoques que permitam na telinha, ao rua para faturar folias de pre~os vivo e a cores. _allullciar _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Hora, portanto, com as

,

d

chamados anuncios de oportunidade. Trad icio na is anunciantes da folia, os laborat6rios fa rmaceuticos estao entre as

lideres da midia nesta epoca. Afinal, 0 Camaval e 0 pico das vendas dos antiacidos. antiestamfnicos, analgesicos e toda sorte de medicamentos recomendados aos que p'ecam pelos excessos e querem . escapar dos protestos do figa do

da Letra Viva

REVISTA DE CAANAVAL

.

de provocar 0 consumidor que nao se

anima a

cai r no samba. Na carona do pierro e da colombina , os supermercados tambem aproveitam a alta temperatura das cerve jas e

refrigerantes para formar estoques que permita m anunciar folias de prec;os. Apostam que quem nao be be no samba, definitivamente, e ruim da cabec;a ou doente do pe.


RIOTUR osta no Carnaval ra atrair recursos ta no efeito multi plicador da empreitada: " 0 Ca rn aval e m ui to importante para a cidade e para o Estad o. Ha urna sinergia en t re 0 Rio

na pauta de nedo novo secreta rio de Turismo do

e as ci dades viz i ~ n has. 0 turista ve rn ao Rio, mas, antes ou da cidade que tem atra~ao mai or.

do Rio e a grande vi~nc, rnlmdo Eum evento

tern papel cativo e de oC<llendario tu rist ico da cino Plano Estrategico de a Rio que a Secretaria (:om a ajuda de profis-

_ 110

,mlmoe, inclusive, dos con-

""·Ion• . esforc;os serao conexplorar todos os atride. para que ela receba mteiro. ·Para promover a

dos cariocas e mostrar as da cidade no Bra sil , EstaEuropa, Japao e Am eri ca

depois d o Carnava l, con segue um tempo para visitar outros pat ri monios turfsticos Bourgeaiseau: " 0 Carnaval do esta do. " vitrine do Brasil no mundo. E urn evento extraordin ario, Se depender do que gira a economia da cidade" Presidente da Associa<;ao Brasileira d a La tina precisamos este ano d e RS 15 Ind ust ria de Ho te is no Rio d e Janei ro, milhoes", caleula 0 secretario, que ja Alvaro Bezerra de Mello, os RS 5 miconta com R$ 5 milhoes aprovados no Ihoes aprovados pelos ve rea dores ja final de 96 pela Cama ra de Vereadores. te m destino certo: a campanha publiciCo m a renova<;ao da Camara, ele se taria The Image of Rio, a ser veicu lada apressa a mostrar aos novas verea donos Estad os Unidos. res que tu rismo invest imento de re"f: importa nte comec;a r pelos Estatorno rapid o. q ue gera neg6cios, emdos Unidos porque se t rata d e um pais pregos e impostos. Busca tambem pard e 200 milh6e s de pessoas que goscerias com a iniciativa privada e trabata m de fazer tu ri smo, to das falando a Iha junto a Embratu r e as secretarias de mesma lingua e que gostam do mesmo turismo de outros estad os para que tipo de propagand a, 0 que ja nao aconseiam criad as campa nhas naci onais. tece na Europa ", justifica Bezerra de destinad as a promover 0 Rio em (011Mello. ju nto com o utros destinos atra en tes, Segundo ele, os ho teleiros va o tracomo Amazonas e Pantanal. 'Atrair tubal har para conseguir d a Prefei tura da ristas pa ra 0 Brasil significa atrair turiscidad e mais RS 2 milh6es. Esta e a tas para 0 Rio" . d iz Bourgeaiseau . verba (a lculada para custea r cam paMa rci o Fortes, secretario d e Indusnhas d e p romo<;ao do Rio em o utras tria. Come rcio e Turismo do Estado , cid ades do Brasil , como as de Mi nas nao 56 concorda como tamb§m aposGera is e as do interior de Sao Paulo .•

e

Revisla de Ca rn aval

35


ARTIGO

Garfas rosas verdes periquitos 1

C(i:>

HERMINIO BELLO DE CARVALHO

uando elll 1968 produzi a Lp "Fala, Mangueira". estava na verdade {azendo a rescaldo de uma idliia brotada no coralao de Vianinna.o dra lllaturgo Oduvaldo Viana FilfJo. [ramos nabituais {reqilentadores do "Zicartola" , uma casa de samba plantada '10 coralao da centemiria Rua da Carioca. Vas conto: vivia1II0S a pre-golpe de 64, eo restaurante de Cartola e Zica, meus a{ilnados de casamento, era ponto de encontro de toda a esquerda, sobretudo da turma do C PC as {amosos Centros Populares de Cultura. Levei Ismael Silva e PaulinllO da Viola para atuarelll no esquema musical montado par U Ketti: pequenos SllOWS com grandes compositores que so recentemente flaviam sido apresel1tados par Nara Leao as jovens plateias da zona sui, naqueles discos primorosos que ela tao bem sabia {azer. Paulinflo e Ismael {oram se jlmtar a Nelson Cavaqu inllO. PadeirinltO, ze Ketti. loao do Valle e. e claro, ao proprio Cartola - alem dos convidados especiais que iam la receber a comel1da pomposa",enl e intitulada "Ordem da Cartola Dourada", ideia que anos depois seria reciclada quando a Mangu eira precisou de recursos para leva r a enredo de Tom lobim para a rua . Sergio Cabral. Albino Pil1neiro e eu eramas as apresentadores dos pequenos snows. E as que nao cOllsegu iam entrar naquela casa de samba, se debandavam para arrastar as pes na "Esluda l1tina". A PraIa Tiradel1tes se reerguia, gloriosa. Mas par que rescaldo? par que

Q

...

Via ninna? Porque ele encasquetara que eu deveria {a zer um es peldculo musica l sabre a Mal1gueira, e a idliia, claro, me mobilizou. As paredes da s casas de Neuma, Cartola e Carlos Cacnala es tremecera", com alguns dos mais belos sambas da nalao mangueirense, qlle ell ia registrando num gravadorzinno portdtil, vagabllndo que nem ele so. 0 espeldculo, que a alriz Tele Barroso lenloll produzir. nao saiu do pape/. Mas daquelas {ilas sobrou material su{iciente para abaslecer a • Rosa de Ouro", e ja cilado "Fala , Mangu eira ", em que reuni Clement ina de lesus, Cartola, Carlos Cacnalja e Nelson CavaquinllO a grande voz (acredito que lambem mangu eirense) de Odele Amaral. Nesse Lp consegui recuperar um sa mba de Cartola qll e a Villa-Lobos enca nlava: "Ao amal1necer", e lan,ar um samba {eito de parceria com a porlelense Paulin{1O da Viola : a "Sei la, Mangueira". Parte daqu ele material a despejei numa sele,ao de sambas gravados pela Divit1a no "A enluarada Elizetn", ideia que a produ,ao do "Fino do Bossa" retrabalflou, motival1do Elis Regina e la ir Rodrigues a, igual a Elizetn , perpetuarem mais lima exaita,ao a Verde e rosa num dos discos do dupla.

"Nu'lca e demais louvar a brotlca do BetitiflO, quando denutlciou a ausetlcia de . programas socia is no Proieto Rio 2004" Rev lsla de Carnaval

Se Ines conlo ludo isso, e lembrando de um daqlleles sonnos que a gente de vez em quando alimenta, e que acaba Irilfta ndo outros caminllOs. Paulinno da Viola Ellon Medeiros e eu naviamos pensado fundar um centro de memoria, cada um dentro de sua escola. Paulinfto, na Portela, Ellon em LlIcas, eu na Mangueira: recolfleriamos {otos, regislrariamos em {ila depoimenlos, gravariamos as meIftores sambas dos mais importantes COIltpositores de cada escola. Cfleguei a diseutir essa ideia com Candeia. Nao posso a{irmar que a idliia tenfta sido levada ao Vianinna, mas tudo isso eslava embulido no ideario do CPC. Cfteguei a {azer parle, com Sergio Cabral, Cartola e Nelson Cavaquinfto, de uma daquelas maravilnosas mani{esta,aes provocadas pelo Vianinh a, que saudades de Vianinfta! Quando Ze Maria GlIimaraes Monteiro, par intermedio de Sergio Cabral, me convidou para produzir a "No Tom da Mangueira", nomenagem do Verde e rosa a Tom lobim, voltei a discutir a velno projeto: a de um Cenlro de Memoria , um Banco de Dados sabre a Escola. Ha coisa de dais anos me apaixonei par uma causa solitariamente abraljOda par um ambienlalisla semdiploma, que f1d mais de vinte anos luta pela recuperalao do Manguezal do lequid, na IIna do Governador. Para qllem nao sabe, as mangues sao oxigenadores de aguas, sao ber,arios, maternidades de peixes, ca ranguejos, camaraes - e as manglles sapateiros sao drvores (U plantou mais de 200 .000 no leqllia) que {uncionam como {iltros dessa dgua apodrecida que bebemos. Porque a Baia de Guanabara ehoje um grande de-


de se despeja diariaJIItIIte urn MaraeanG roberto de lixo ate a borda. Nao se espantem : eada urn de vods esta bebeHdo uma agua infect ada par coliftJrrnes fecais. E a 2004 so vi ra pa ra oBrasil se toea rem adiante a Programa de Despolui,ao do Baia de Guanamais louvar a bronca do BetinMo, quando denunciou a ausenda de programas SOCIalS no Projelo Rio 2004. Quando embarquei no sanna de U Luiz, uma das primeiras provideneias foi colocar no meu carro um banda de peseadores par ele liderados, e fui visitor a Vila Olimpiea do Mangueira, projeto de um professor de educa,ao /isica que naseeu com a cora,ao rosaesverdeado, aCMiquinno do Mangueira. La, 3.200 crianflls sao atendidas par programas capitaneados pela gente do proprio Morro, a que reduziu a zero a indice de criminalidade entre as erianflls. Mas aqueIe programa so se concretizou atraves da adesao de empresas que entendem a diferen,a oltre investimento e benemerencia, e aposlam em resultados como aqueles obtidos par CniquinMo da Mangueira naquele espa,o-modelo, resultados que as tornam tambbn beneficiarias daquele processo entropico de reversao, de mudan,as. Mas, infelizmente, existem ainda empresarios de mentalidade estreita e ultrapassada , que julgam estar fazendo benemerencia 00 aderirem a programas de cardter social.

E expliquei pro ze Luiz e sua gente: antes de despoluir a Manguezal do lequid, temos que fazer que nem a ChiquinMo do Mangueira: despoluir as cabe,as, politizar as lideran,as, sensibilizar a empresariado e as comu nidades , obter adesaes para salvor as erian,as que, cada vez mais, estao sendo empregadas e manipuladas pelo narcotrafico. Ensinar a elas a importancia do Manguezal, eriar fontes de trabalMo, atraves de U/l1 programa consistente como a do Vila Olimpica, pensar num Centro de Referencia de Estudos Ambientais. Levei a ideia a Leonel Kaz, Seeretario de Estado de Cultura e Esporte do Rio de laneiro, sensibilizei a tocador de cavaquin}io Antonio Carlos Austregesilo de AtMayde, Subseeretario de Cultura, e foi entao criado a programa "Trupes da Folia". com suas oficinas de Arte, Esporte & Prazer. (ObrigaRavlsta de Carneval

do, Tulia Feliciano: voce se revelou um grande capitao das nossas Trupes, com seus ofidneiros e animadores culturais ). ze Luiz cnega ern minna casa, 50bra,ando uma pasta cneia de fotos das antigas edifica,aes e tambem dos mais antigos moradores da Colonia Z-J 0, onde fica a manguezal do lequid. Fala da gar,arosa, que voltou a pousar, depois de vinte anos, nos ramarias verdes dos mangues-sapateiros AChO que as verdes periquitos, do bela samba de Cartola, que sensibilizou Villa-Lobos, breve estarao revoando no lequia, que nem os socos, biguas e martins-pescadores que nabitavam a velna Lagoa Rodrigo de Freitas, para encanto de Antonio Carlos Brasileiro de Almeida lobim. Hoje, alguns inocentes reclamam do massa arborea dos poucos mangues que ainda resistel11 no Logoa, solicitando que se corte "0 mal pela raiz'. Amanha pedirao que emude,am as passarinnos e se cortem suas asas. E, afinal para que servem tantas gar,as, enfeando 0 espelno d'agua da Lagoa? Devem estar se perguntando. Voltei a pensar em Vianinha, no Banco de Dodos, no Centro de Memoria do Mangueira. nos livros e discos que, em minMa passagem pe/a Funarte, foram editados sabre Cartola e Carlos CacMa,a, eseritos pela Marilia TriMdade Barbosa e Artur Loureiro (autores tambem do livro "Fala Mangueira") - e disse pro ze Maria: a BaMCO de Dodos, a Centro de Memoria ja existem Ma l11uito tempo. Jgual 00 Manguezal do lequia, basta apenas que se erie nao urn evento, mas Un! projeto com programas paradidaticos iguais 005 que foram realizados pela equipe de CMiquinflO da Mangueira para a Vila Olimpica. Carto/a, Neison Cavaquinno e Clementina, e todos as integra'1tes do Bloco dos Arangueiros, ficariam exultantes se salvassemos a memoria desse grande manguezal verde e rosa. que mais parece um ceu no cMo .• Herminie Bello de Carvalho e poeta, escritor, com positor e animador cultural

37


:rJ

~

A

EVOLU~AO

TECNOL6GICA NO

MUNDO ESTA PROPORCIONANDO. CADA VEZ MAIS. GRADAS DE

SOLU~OES

INTE-

TELECOMUNICA~OES

PARA AS EMPRESAS MODERNAL SaM.

IMAGEM.

COMUNICA~AO

DE

DADOS SAO FACIL IDADE S QUE SE

CADA EMPRESA E FORNECER

INTEGRAM PARA FORMAR VERDA-

SOLU~OES

DEIRAS REDES DE

COMUNICA~AO.

COMUNICA~AO

DE

INTEGRADA.

A EMBRATEL E

E DESSE ASSUNTO A EMBRATEL

EM N!VEL MUNDIAL.

FAZEN

ENTENDE MUlTO BEM . Ao ANALI-

A SUA PARTE NA ERA DA

SAR AS PAR TICUL ARIDADES DE

GLOBALIZA~AO

DA ECONOMIA.

~==================================================


PROBLEMAS DE COMUNICA AO NA SUA EMPRESA? A EMBRATEL RES 0 LVE.

TE"A TELEBRAs.

TEM


~.

, BAHIDORU

o Carnaval de ~

TIM LOPES'

e repente, como um passe de magica , as escolas de samba surge m prontas la na "boca da avenida". Sejam elas verde , rosa, azul , branca ou vermelha - nao importa a tonalidade em poucos segundos uma sucessao de cores, musica e deslumbramento materiali za 0 maior espetaculo audiovisual do mundo. Um show de luzes, cores e muita alegria . Uma festa assist ida por milhares de pessoas que come<;a bem antes do grito de guerra na avenida. Nao exagero dizer que 0 carnaval seguinte come,a logo apos 0 resultado fina l do des file rea li zado.

D e

40

Depois da emo,ao dos componentes da escola campea e do choro e queixas das perd edoras vem uma apare nte cahnaria . E bem longe das paginas doc jornais e das imagens de televisa-a, c~mu n idad es inteiras come~a m a se mobilizar. Com 0 silencio dos tamborins e agogos, aberta a temporada de escolha dos enredos. Os carnavalescos do Salgueiro e da Porto da Pedra , respectiva mente Mario Borrielo e Mauro Quintaes, por exemplo, elegeram a loucura como enredo deste ana . ja deviam estar pensando no assunto ha tempos, mas 0 segredo foi tamanho que vao chegar na avenida tratando do mesmo tema. Essa coincidencia - que certamente aciITara a disputa - fez com

e

Revlsta de Carn aval

que a Liga Independente das Escolas Samba (Liesa) montasse um "banco ideias" para 0 pr6ximo ana. na de evitar situa,oes do genero. Esfon;o de pesquisa - 0 0 cora,ao do desfil e e geralmente definido en tre os meses de mar,o e abril. Resu ltado de um imenso esfOr"ol de pesquisa, feito nonnalmente por integrantes da propria agremia,ao, 0 enredo rege todo 0 trabalho de cna,ao do carnavalesco . Os desenhos dos carros e os protot ipos das fantasias sao os primeiros a ncar prontos. Nos barra¡ coes, os carros, armac;6es e tuda mais o que sobrou da opera<;ao desmonte do desfile - ultima etapa da ",aratoll' - fica m um pouco de lado. Mas so um pouco. Tao logo 0 staff do carnaval comec;a se movimentar, 0 processo de recid agem se inicia a o vapor. Sao necessa rios pr<) fj ,;sicmaisl especfficos como ferreiros, r " 'n;",p;m,' e elet ncistas. Geradores, esqueletos carros e fios sao todos re"prov'eit;ldc)SI Depois, a partir das plantas Id,>senhosl tccnicos), realizada a parte meconica, a estru tura de ferro, a de madeira e, finalmente, a decora,ao e os acabamentos dos carros, feitos por emprei tada cobra-se em torno de R$ 3 mil pela fe itura das estru tura s de cada carro. Profissionalismo - A moderniza,ao - palavra da moda para executivos engrava tados - entrou definitivamente no vocabulario dos carnava lescos. Nes-

e

e


Resu/tado de um • imenso esfor~o de 'pesquisa, feito norma/mente por 'ntegrantes da propria agremia~iio, 0 enredo rege todo 0 traba/ho de cria~iio do carnava/esco

te momento, entra em cena a tunna que cuida dos assuntos administrativo- fi nanceiros. Cronogramas, proje~oes de fluxode caixa, levantamentode pre~os de materias-primas, come<,;am a ser fe itos. Uma trabalheira que nao acaba mais e que se assemelha, e muito, as atividadesde segmentos empresa riais tradicionais. Produto - Engana·se quem pensa que as comunidades que gravitam em torno do carnaval 0 fazem de forma amadoristica. Sao, antes de tudo, artistas, mas aprenderam a t rata r 0 desfile como um produto. Como manda 0 f;gurinD. vale lembrar que, para botar aquela quan tidade de gente fantasiada na avenida. algumas escolas gastam perto de RS I milhao. Epor isso que. em meados de maio. as agremia<.;6es ja come~am a conversar com a Liesa sabre 0 montan te de dinheiro a que cada uma tera direit o a part ir da negocia<;ao da transrnissao dos desfiles com as emissoras de te levisao . Nesta mesma epoca, ja e possivel obter uma previa do que sera obtido com a venda dos ingressos do Samb6dromo. Definitivame nte, 0 carnaval. um dos maiores espetaculos ao ar livre do pia · neta, profissionalizou-se. IS50 significa falar na gera~ao de milhares de empregos - salarios medios de R$ 20 0 por mes - e na forma~ao de mao-de-obra especializadissima. As escolas de samba, legitimas represen tantes da cultura popular, romperam as fronteiras de suas quad ras passando a contribuir de maneira expressiva como importantes agentes sociais. 0 recon hecimento des-

se novo cenario esta atra indo, inclusive, parcerias do setor privado. Varias empresas estao investi ndo neste produto cul tura l chamado desfile como forma de refo r~ar suas marcas. Ajuste - Feitas as contas, abrern-se duas fre ntes: a confec<;ao de fantasias e o trabalho do barracao propria mente dito. Tra balho eo que nao falta, enquanto 0 o r<;ame n to vai sendo ajustado. 0 chape leiro Eneas Alves da Costa, 33 aIlOS, comec;a a percorrer 0 roteiro dos barrac6es em maio. ~No primeiro contato. eu pego a sinopse do enredo e you estudar para ver como posse atuar~, conta ele, que ha dez anos traba lha fazendo chapeus e sombrinhas para varias escolas. 0 seu apartamento num coniunto residencial em Cordovil. na beira da Ave nida Brasil. vira um atelie. Todo ana a familia inteira . com dez pessoas, con fecciona chap.§us e sombrinhas para a Portela e Imperatriz . Os ba rracoes das escolas, localizados na Zona Portuaria do Rio . come,am a efervecer nos meses de julho e agosto. No caso do Porto da Pedra, por exemplo, esse trabalho se inicia cedo porque todasas fantasias, sem exce~ao, sao con feccionadas par costure iras contratadas pela pr6pria escola. "Temos mil costureiras aqui ", diz Katia Lambell. diretora administrativa da escola. Ela conta, inclusive, que a Porto da Pedra acabou com uma das maiores trad i<.;6es do ca rnaval ca rioca: a Figu ra do dono-de-a la. 'i\qui nao tem isso nao. N6s administramos tudo" . Mas a maior parte das escolas continua com 0 esquema tradicional, onde pessoas das comunidades e que assu-

Engalla-se quem .. pensa que as " comullidades que gravitam em torno do carllava/ 0 faum de forma amador/stica . Sao, antes de tudo, artistas, mas aprenderam a tratar 0 des file como um produto Revlsta de Carnaval

mem 0 comando das alas. As diretorias, geralmente, doam um determinado numero de fa ntasias para quem nao tem recursos, em especial na ala das baianas e das baterias. Os, demais asseguram seu lugar na avenida atraves de presta<;oes - as fantasias podem custar entre RS 250 e R$ 1,5 mil. Neste quesito, Porto da Ped ra inova mais uma vez: apesar de ser uma escola jovem erica, sao promovidos bingos que acabam par fazer 0 papel do carne de compra de fantasias. A cada 75 cartelas vendidas (uma media de 15 cartelas por mes num periodo de 5 meses) 0 componen te tem direito a uma fantasia que, se for devolvida ap6s 0 desfile para ser reciclada para 0 carnaval seguinte, reverte em b6nus de 20% a ser abatido no pre~o da pr6xima fantasia. Tudo na ponta do lapis au na maquina de calcular, numa Vis30 empresarial. Computador - vai longe 0 tempo em que papel. estamparia, con fete e serpentina faziam 0 carnaval de uma esco· la de samba. A tecnologia chegou ao barracao e a mais nova estrela do pedafo eo computador. Para se ter uma ideia, um dos carros do Imperio Serrano, bat izado "Aguas Dan~antes" , custou RS 400 mil. exigiu a contrata~ao de um engenheiro e vem sendo guardado a sete chaves por seguran~as da escola. Exibindo a figura de um imenso cisne. 0 carro vai levar quatro millitros de agua, 20 bombas, bicas canadenses e sera totalmente controlado por computador. o carnavalesco da Imperio, Jeronimo Guimaraes, nao ve a hora da escola entrar na avenida com a sua "menina dos olhos". Escolheu a dedo 0 escultor, um jovem artista de 28 anos. Andre Lopes, o eleito, e um dos quatro filhos do escultor e poeta Fernando Lopes da Paz, que ha dez anos e disputado pelas escolas par sua competencia. Fai Fernando, com a aiuda dos filhos, que concebeu 0 Cristo Redentor, da BeijaFlor, no carnaval de 1989. '0 barracao e uma fabrica, uma usina de arte. Aqui estao os verdadeiros artistas de carnaval", diz entusiasmado 0 escultor, com ares de pai coruja.

41


,

As esco/as de samba,

' .. /egitimas , represetltalltes da eu/tura popular, romperam as frollteiras de suas quadras passalldo a eOlltribuir de malleira express iva como importalltes agelltes socia is No Barrad i o da Imperatriz Leopoldinense, Marco Bolao, da ala de compositores, ganha ta mbem um bom trocado confecciona ndo camise ta s, bones e galhardetes para as escolas de

sa mba . "Os t rabalhos come<;a m logo em ago sto . E a gente te m que correr at ras¡, revela Marco, que saiu ja do barracao com uma encomenda de 100 ca miseta s. Mu itas delas serao usadas po r aqueles homens q ue, no bra<;o e na ra c;a, empurram enormes carras aleg6ricos. Reis e rainhas - Em toda s as escolas 0 desfil e e produto de lo nga gesta<;ao. No exercicio do talento e da criatividade os camavaleseos fazem cada vez mais misterio em torno de suas obra s: sao surpresas gua rdadas a sete chaves para 0 grande dia nurna guerra gigan tesca de efeitos visuais. 0 elima de carn aval come<;a a transparecer na cidade. No mes de janeiro , os sambas ja explodem na s q uad ras de ensaio e

na midia, e as aiegoria s. ad e re~os fantasia s ganham forma e en tram fase de acaba mento. Na maioria d barracoes das esco las de samba, C me<;a uma movimenta <;ao fora do C mu m. Sao artista s que querem apar cer mais do que a festa , convidad que comp6em 0 enredo e personage diversos que visitam os ba rracoes pa se aelimatarem ao carnaval da escol AS an6nimos. a gra nde maioria, vira reis au rainhas nos mi nutos que pa sam na Passarela do Samba. E co felicidade nao se mede no relogio, alegria fi ca estampada no rosto rit mista e no molejo da pa ssista .•

e

... Tim Lopes produtor de reportage cia TV Globo

PROFISSIONAIS DA ILUSAO Os carras aleg6riws nascem 110 setor de ferrag em, onde sao feitas

as bases. Depois do ferro, vem Cl madeira: carpinteiros e escultores se baseialll em UIII projeto artistico para cobrir as alegorias

o espfrito anarquico que simboliza 0 ca rnaval de rua , onde 0 improvi so e a marca registrada, passa longe de um barracao de eseola de samba do Grupo [special. Verdadeiras fabricas de il lisao , os barra coes tem uma estrutura organiza da em linhas de produ<;ao on de 0 pro fi ssionali smo a alma do negocio . Um bom exemplo 0 barracao da Unidos da Tijuca. Embora terceiriz e alguns setores, como os atelies que fa zem as fantasias da maio ri a das alas, a escola tem 150 empregos diretos no barracao. lUdo come<;a pelo setor de ferragem, onde sao feitas as bases dos carros alegori cos: sao 32 profissionais, ent re soldadores, pontiadores e escultores . 0 carro em homenagem a Tom lobim que a escola levara este ano 11 Sapuca ; e uma escu lt ura em ferro. Depois do ferro, vem a madeira:

e

42

e

ca rpinleiros e escultores se ba seiam em um pro jeto artfstico para cobrir as alellorias. 0 proxi mo passo a escult ura , o nde 12 artesaos tra baIham com diversos tipos de material. sobretudo isopo r, fibra de vidro e espuma.O traba lho sellll inte 0 da pintura: na Unidos da Tijuca, essa fase e fei ta por do is profi ssionais de alta competencia.

e

e

"

As eseo/as

' .

gera/mellte tem sua propria fo/fra de pagamellto para a maioria dos profissioJlais ellvo/vidos IIessa ftibriea de ilusiio. E o custo da /i"fra de produj(iio fiea IIa easa de R$ I milfriio

REVI STA DE CARNAVA L

Na sequencia da linha de produ<;ao, chega a hora do decorado r. E ele quem borda 0 revestimento dos ca rros, de ixando-os prontos pa ra 0 desfile. Enquan to isso, dez costureiras e dez chapeleiros preparam as fa ntasias da base da e cola: a ba teria. 0 casa l de mes tre-sala e po rtabandeira, a ala das erian<;as, as baianas e os pa ssista s. De acordo com 0 diretor de carna val da Unidos da Tiju ca , Sergi o Muri10,0 custo dessa linha de prod u<;ao fica em torno de RS 1.1 milhao . A escola tem sua propria folha de pagamen to para a maioria dos pro fi ssionais envolvidos nessa fab rica, mas existe tambem a cha mada emprei tada, uma outra forma de terceiriza<;ao: sao profissionais que assumem a confec<;ao de algun s carros em t roca de um pagamento unico, acertado com antecedencia . Como se ve, nao ha lugar para amadorismo no barracao.


Apoio:

--.0"'0.-.


Uma Das Boas Razoes Para Se Estar No Rio!

*****

Rua do Russel, 632路 RJ 路22212

Tel.: (021) 205路7272路 TlX: (021) 23623

~


PER~ONALIDADE~ Volta por cima

A harmonia de Xango

A chacina da Candelaria, como ficou conhecido 0 exterminio de urn grupo de menores, em iulho de 1993, nao sai da cabe~a de Fabio da Silva, 20 anos. Na epoca, quando tinha 16 anos, ele era urn dos meninos da Candelaria e s6 nao morreu porque, urn dia antes, tinha sido expulso da 'area' depois de brigar com "Come Gato", urn dos lideres da turma. Baby, como .0 conhecido , acabou tirando a sorte grande . Depois da chacina, voltou para Diadema, em Sao Paulo, cidade de onde fugiu , quando

Mestre Xang6 completou 46 anos ininterruptos no comando geral de hanmonia da Esta~ao Primeira de Mangueira. Como manda a tradi<;ao verde e rosa, 0 acontecimento foi comemorado com uma grande festa no final do ano passado, no Centro Cultural Barracao da Mangueira, na Pra~a Onze. "Fiquei muito ~~~~~--------------. emocionado" , diz Xang6 que

tinha aito anos. Es~ perou a poeira bai-

xar e retornou ao Rio. Come<;ou a Iustrar sapatos na porta da eseola de samba Estacio de Sa , no centro da cidade, e por la conheceu os bambas do samba. Baby foi morar no morro da Mineira, ali no bai rro, fez 0 samba do bloco do morro e dai para participar como compositor da escola foi urn pulo. Acabou ganhando 0 samba enredo 'Atraves da fuma,a, 0 maximo eneiro do canUlva[" com outros tres compositores - Basuio . Ze Luis e Gabrielzinho. Baby trabalha em urn botequim, na rua Senhor do Matozinhos, no bairro do Estacio, on de nasceu a primeira escola de samba. I

A nova Pinah da Beija¡ Flor

come~ou

a par-

ticipar do camaval com 13 anos . Aos 74 anos, Maestro Xango vive carnaval 0 ana in-teiro. Ouando nao

esta

no

comando da es" L~_ _ _--' cola, no dia do desfile, trabalha na administra<;ao da Passarela do Samba. "E urn servi<;o que fa<;o com muita satisfa<;ao", conta 0 "Mestre da Harmonia" que considera 0 supercampeonato da Mangueira . com a enredo

Braguil1l1a, uma das maiores alegrias da

sua vida.

Milton Cunha e a festa na Sapucai S6 falta para 0 irnquieto e criativo carnavaleseo da BeiiaFlor de Nil6polis, Milton Cunha, ganhar urn desfile de carnaval. Talento pra isso ele tern de sobra. 'A gente quer ser campeao, mas

Marat onista, nadadora e com muita disposi<;ao, Maria de Fatima Silva, ou simplesmente Fa fa, sera a nova Pinah da escola de samba Beiia-F1or de Nil6polis. Com a cabe,a raspada e pintada com tint a

depende

da

competencia

dos iurados", ironiza. Milton Reis da Cunha lunior, 34 anos, formou-se em Psico[ogia, mas

cor de cobre , e na nuca , a ta-

tuagem de uma serpente, Fafa se sente homenageada. "Ser a nova Pinah motivo de orguIho, afinal, ela .0 urn simbolo da escola e do pr6prio carnaval" . Pinah, casada e mae de dais filhos, tern uma 10ia de artigos de carnava l em Sao Paulo e continua careca. Fafa

nunca exerceu a

profissao .

e

Como muitos brasileiros do interior, veio

va i desfilar na lIngua de urn imenso dragao, a seis metros

de altura, no carro "Hallowen", apenas com urn tapa sexo.

ten tar ~ sorte no Rio . Saiu da IIha de Marai6, fez teatro infanti l no Rio, foi destaque da Beiia-Flor e cornpleta 0 seu quarto desfile como carnavaleseo da eseola . Para Lana, diretor de carnaval da escola de Nil6polis, na Baixada Fluminense, "falta urn titulo para ele" .

Revisla de Carnaval

45



ARTIGO

o primeiro carnaval sem Nassara "Fa lte a casa e falte a roupa/ dci -se um jeito, niio faz ma l! ( ... J Fa lte tudo ao carioca/56 niio falte 0 carna val" ( Falte tudo, Nilssara e Frazao, gravada par Orl ando Silva para

~ TARIK DE SOUZA "

oliao que se preza neste carnaval devia sair 110 cordao da tarja prela. Afinal ea primeiro verda sem Antonio Galiriel Nassara 119 1019961, marla em dezemliro passado. um dos Ulti mas ases do era de au ra das marcllinllas de refroes gancliudos. que liravalll de lelra a In'steza do resto do ano e - segredo de faliricante - muitas vezes ficavam para sempre. A lista de earnavais animados por este Picasso do caricatura de jomal e de encher as medrdas como se dizia em seu tempo. Par(eiro do ilustre vizinho l1ada faceira Noel Rosa elll Retiro do saudade e Que baixo r , Nassara. que estudou arquitetura no Escola Nacional de Belas Artes, ernplacou logo na folia de 1933 , com a (olega j . Ruy a sinuosa Formosa: "Foi Deus quem te fez formosa, formosa/ porem este mundo te tomou/ presun,oso. presun,osa". A dupla vocal que cantava a voluliilidade feminina - "a muIller a teu amor/ nao e coisa de durar/ 110Je e meu, mas amanM/ nao sei de quem serer - era Âťada menDS que Mario Reis e Cliico Alves. Claro que ele nao fez s6 mareninhas nem atuoll apenas no reinado do Momo. Chico Alves gravou. em 1937 , sua raro valsa Porque voce voltou I com 0 mesnro j. RIlY). de um lirisnro compenetrado. Ele compos ate samba-cfrora (Fa,a 0 nresnro com Frozao. em 1939), mas ao lado liem liunrorado do caricalurista nunca deixou a melancolia predominar em sua

obra. Foliao impenitente em 1994 , aos 84 anos. ail1da sonfrava em ressllscitar 0 bloco Trairas da Lapa, que saia no sabado de carnaval "para acordar a cidade". Completavam-se exatos 60 anos do marelia Tipo sete Iparceria com Alberto Ribeiro) que sacudiu os saloes de 1934, primeira colocada no concurso da Prefeitum. A disputa acirrada pelo premia da folia - e 0 conseqliente sucesso nos blocos, eordoes e bailes - a torn au um parodiador de primeira. Inspirou-se no can,oneta italiana Cuore ingrato para detonar sua Cora,ao ingrato (outra com Frazao). gravada par Silvio Caldas em 1933. A culta Valsa dos patinadores deslizou em Nos queremas uma valsa. La paloma metamorfoseouse em Pombinlia branca eo velno Danubio azul. de Strauss, virou um libelo contra a nazismo em 0 danrlbio azulou no carna de 1943. em plena Segunda Guerra ",undial. Nao se esque,am que dois anos antes, Nassa ra gastou mais um pouco de sua reserva de seriedade para assinar com a academica Raimundo Magalfiaes Jr., Frozao e Friscfrauer a marelia patri¡ otica Sabemos lutar. Uma recaida breve logo seguida das ironias militares de Recmta biruta (com Antonio All11eida e Alberto Ribeira), em 195 1. A batalfra pelos concursos carnavalescos desclassificou 0 gozador, aeusado de plagio da opereta Rose Marie em Rosa Maria. Mas a cita,ao do marelrinha de Jararaca e Vincente Paiva Mamae eu quero em Periquitinlio verde nao atrapalfrou a estoura da musica na voz de Dircinlia Batista, no earnaval de 1938. BalzaRavista de Carnava l

0

carnaval de 1944)

queana (COI11 Wilson Batista). que incorpora va uma frase melodica do classico La vie en rose. foi ainda mais lange. Gravada em 1950 por jorge Goulart, a marchinha literaria I "Balzac tirou na pin ta/ mulfrer so depois dos 30") traduzida pelo frances Miclrel Simon, foi lan,ada na Fran,a nos comemorafoes do centendrio do eseritor Honore de Balzac 11799- 1850). Antes mesmo do existel1cia do sampler compuladorizado, Nassara ja sampleava uns e outros com seu espirito carnavalizador. Mesmo co-autor de sambas exemplares como Meu consolo e voce ( com Roberto Martins, em 1939) e Mundo de zinco I com Wilson Batista , em 1952), ele entrou para historia dividindo com Lamartine Babo e Braguil1ha a reino da marcninha. Compos ate uma marclra-macumba com Frazao Vamo sarava, em 194 1, a/em de marefrajongo (Samba leie samba lola, com Dunga, em 1944), marcha rancho ( Depois que voce me deixou, com J. Cascata, em 1940) e marelra frevo ( Falte tudo, citada acima). Mas seu forte era a verligem do ritmo acelerado no estribo do estribilho, preparando o desfecfro el1tre a nonsense e a malicia que comandavam a massa do carnaval. Alga assim: "Alalao-o-o/ mas que caI6-0-01 atravessamos 0 deserto do Saaral 0 sol estava quente e queimou a rlOssa cara" (Ala-lao, com Haroldo Lobo). U", primor de sintese. que passa boca a boca de foliao para foliao desde 194 1. E desvenda a misterio da eternidade do earnaval. . *Tarik de Souza Jamal do Bras il

e crit;co

de musica do

47


(MA TURUNA

A sede da mais tradicional loja de fantasias da cidade: end ere/io preferido des ..... folices hi! quase ~ urn seculo

Embaixada da e<;'> ALEXANDRE RAPOSO '

a um e ndere<;o no Rio onde e Carnaval ha 82 anos. Fica na esqu ina de Senhor dos Pa ssos com Aven ida Passos, a dois passos do burburi nho do Saara. Ea Casa Turu na, a mais t radiciona l loja d e fa ntasias da ci d ade, memoria viva do Carnaval carioca. A Casa Turuna eo sam ba nasceram no mesmo lugar, quase ao mesmo te mpo - a lo ja t eve a sua primeira sede na Pra~a Onze. 0 pro prio nome "turuna", pou ca gente sabe, e u ma gfria daq ueles tempos e quer d izer "malandro esperto" ou "rei-da-cocada-preta ". Corr ia 0 ano de 1915 e a casa ja vest ia as meli ndrosas, enfeita ndo os co rsos da Belle Epoque. 0 Ca rnava l bra sileiro aind a enga tinhava e im pera-

H 48

yam as fa nta sias com inspira~ao eu ropeia , emprestad as do carnaval ve nez iano. Pierros, arl equins e colombina s brincavam em um Ri o de Janeiro estalando de novo, recentemente remod elado pelas maos de Pereira Pa ssos. Os ca rros alegori cos desfil avam pela Ave n id a Beira Mar e as guerras de agua e de lan~a-pe rfume marcavam 0 re inado d e M o mo . Bons tempos! Na decad a de 30 , ja vete rana ca rnavalesca . a Turuna muda va d e sede, instalando-se d efinitivame nte no endere<;o atua !. E, com pouca va ria<;ao, ja t inha 0 aspecto q ue tem hoje em dia, o ar de deposito de sonhos. de al mo xa rifad o de ilus6es, as sete vi trines magicas inspirando os foliDes mais indeciso s e, principa lmente , os re tardatarios. foliiles profissionais - "Tradic iRevisla de Carn ava l

o nalmen te, as fan tasias prontas sao ve ndidas nas d uas semanas que antecede m 0 Carnava!." diz 0 gerente do setor de fa ntasias e confec<;6es, Gusta¡ vo Machad o, do alto de seus 69 anos d e idade , 54 anos deles como funcionario da Casa Turuna. 'Antes d isso, vendemos mais adere<;os como plumas, mi<;angas e paetes, para os foli6es profissio nais. 0 carioca gosta de d eixar tudo pa ra a ultima h~ ra. Nao raro, tambem . 0 tipo que nao sabe mu ito bem 0 que deseja. Da f en tra a imagina<;ao e a pratica do vend edor. Ninguem sai d aqu i insatisfeito " . orgulha-se. Seu Gustavo, que ingressou na loja como ven d edo r ainda aos 15 an os de idade, lembra com nostalgia dos ca rnavais da Avenida Presidente Va rgas, ca em que as grand es escolas ainda era m os principais ciie ntes da lo ja:

e

epo-


'Hoie, as escolas vao direto ao fomece-

:or. Mas ainda abastecemos as escolas renores e os blocos de rua", comenta. Saudosista de carteirinha, Seu Gustavo nao ve com bons olhos 0 carna ral 'pasteurizado¡ deste fi m de secub. Na sua opiniao , 0 Sambod ro mo " tou 0 camaval de rua e transformou cdesfile das escolas num espetaculo plra turi sta s. "Mas ainda ha espa~o para muita folia" , acredita. Em mais de r..eio secula vestind o 0 foHao carioca . ele criou uma cli en tela cativa, tem di'," '50 S cl ientes que atendeu quando ;ovens e que hoie trazem os netos para ,seolher as suas fan t asias . "Clovis Borna y ainda e um gra nde cliente da c,sa . Mauro Rosas e Evandro tambem <nharn muito aq ui" . recorda. p

Institui~ao

o

carioca - 0 carnava-

~seo Clovis Bomay confirma a sua pre-

com uma mascara na Casa Turuna , ao lado do tio Jocimar Batista . As crianc;as sao os maiores clientes da loja

dile~ao

pela loia, ''A Turun a e uma ins:ituic;ao carioca. ~ E a unica casa que continua fazendo mascaras ciassicas. Ali ainda encont ramos antigas masca~s de preto-velho, de macaco, de touro com chifre e, como nao podia deixar de se r, daqueles diabos libid ino50S, co m um palmo de lingua de fora. Ha tambem tecidos fi nos para fa ntasi' 5, belissimos esta mpados e brilho, '!luito brilho". Com a autoridade de quem e flOrs concours em desfil es de fa ntasias desde 1961, Bo may afirma que a Turuna e a casa de artigos de camaval com a maior variedade, 0 maior estoque e, principalmente, 0 melhor pre,o. Lembra . tambem, a atmosfera onirica da casa , "Para mim, ir a Turuna e mais do que ir as compras. Um passeio pelos corredores estreitos e mal iluminados daquela loia como fa zer um passeio pela historia do proprio camaval brasileiro. Me sinto em c a sa~ , confessa. A1em dos camavalescos pro fissionais e dos blocos de rua, as cri an<;as de 2 a 12 anos de idade cont inuam sendo as maiores c1ientes da Turuna . E sao elas que determinam a moda carnavalesca, ''Antes, as fantasias eram ditadas pelas musicas" diz Seu Gustavo. "E 0 caso do pirata da perna de pau, do arabe

e

garoto Luiz

Felipe posa

mascaras qu e fazem a cabec;a durante o reinado de Morno

do A1ala6, da Jardineira e da Melindrosa . Hoie, quem dita a mod a carnavalesca sao as c rian~a s, inspiradas pelos progra mas de 1V e pelos fil mes de Walt Disney. '.endemos muitos super-herois, Batman, Superman, Power Rangers, Zorro, Homem Aranha. Corcunda-<le-Notre Dame .. . Os Cavaleiros do Zodiaco tambem tiveram a sua epoca'¡. Mas ha fan tasias classicas que ainda sao muito requisitadas. Nas estantes da loia veem-se piratas. ind ios, bailannas de can-can, mannheiras francesas , marias-bonitas. cigana,s e. se procura r bern, uma au Dutra ultra passada colo mbina. Os Clovis e suas bexigas - hoie de plastico, mas nao menos ru idosas - tambem continuam em alta.

Revlsta de Carnaval

' 0 5 adul tos se realizam na fan tasia dos filh os ", fil oso fa Seu Gustavo . Opc;oes de fantasia - Democratica como 0 pr6prio carnaval. a Turuna o ferece op,6es de fantasias para t odos os bolsos. A mais ba rata , obviamente. continua sendo a de indio, R$ 16, com direito a coca r, tanga e arco~ e- fl echa. A mais ca ra a de Dracula, a R$ 154. na versao adulta , e R$ 116 na infant i!. Ent re os ext re mos. ha fantasias capazes de sa tisfazer os sonhos de qua lquer cliente, por mais ousado ou exigen te que seia. Mas nem s6 de camava! vive a Turuna. A loia cumpre um cicio anua l ba stante movi mentado e participa de toda s as grandes festas da cidade. 0 49


,

Nas estantes da ' . loia veem-se piratas, , indios, bailarillas" marinheiras fra/lcesas , marias-bo/litas, ciganas e uma ou outra ultrapassada colombina Dia do Indio, a Festa da Primavera e as Festas Juninas sao datas em que a casa vive apinhada de clientes, De um seis anos para ca, outra celebra<;a o foi incorporada ao calendario de vend as da 10ia, 0 Halloween, festa estrangeira, de origem celtica, que, assim como 0 carnaval em outra s epocas, ia esta se "abrasileirando" e a um passo de ser incorporada ao folclore local. Segredo de sucesso - Ge rid a pela mesma famnia ha t n's gera<;6es, a Casa Turuna Magazine Ltda . pertence hoie a Ronaldo de Almeida Servos, neto do fundador. Euma empresa familiar, conservadora, apegada a sua tradi<;ao quase centenaria . E talvez seia esse 0 segredo de seu sucesso. bem verdade que a proximidade com 0 comercio vareiista da Rua da Alfandega levou a loia a ampliar 0 seu mercado e, desta forma, garantir a sua

t

sobrevivencia nos meses mais fraces

do ano. Hoie, a Turuna tambem vende brinquedos, tecidos, biiu terias, artigos de cama e mesa, roupas para crian<;as, e artigos de candomble e de umbanda. Mas 0 ca maval continua sendo 0 seu carro-chefe. "Enquanto houver camaval. enquanto houver sonho , esta remos aqui. Afinal. nosso neg6cio e vender fantasia. isso que temos feito nos ultimos 82 anos e que continua rem os a fazer pelas decadas afora ". E conclui, empolgado, "A Casa Turuna e mais que uma 10ia. uma institui<;ao carioca, embaixada permanente do Camaval durante os 365 dias do ano" .•

t

t

• Alexandre Raposo C & Lag.

10

e jornalista

da

HISTORIA DOS CONCURSOS Por volta de 1920, as fantasias de camaval - cost um e t raz id o da Europa em fins do seculo passado ia hav i am se t rop ica lizado, mo ldando-se ao espirito da nova terra. Imperavam , entao, os pretos-velhos, os exus, e as bailarinas de cabare. 0 Camava l acontecia nas ruas e a fantasia

garantia 0 a n o n im~­ to do fol iao. 'Voce me conhece?" , per-

guntava m as caveira s de entrud o afetando uma voz do outro mundo e apavorando as mo<;oilas em Oo r. A decada de 30 nao foi das melhores. Em 1932,0 primeiro Baile de Gala do Te- o premiadissimo Clovis Bern ey nurn dos des fi les da d ec ada 80 . Ele debu to u n08 co ncurs os de fa ntasia no atro Municipal coinTeatro Municipal , em 1937 cidiu com a ascensao de Getulio "" rgas ao pader. Tempos com tada a for<;a. Traiadas por artisdificeis, enquanto 0 General Flores da tas-pl"st icos, grandes estilistas e Cu nha amarrava os seus cava los no cabeleiros famosos, as fantasias obelisco, 0 novo ditador, temendo uma tomaram-se cada vez mais ricas. mais contra-revo lu<;ao, baixava dec reta vistosas, transformando-se em uma proi bindo 0 uso de mascaras pelos das grandes atra,Des do Camava l foliDes. carioca. Em 1931, porem, 0 Maestro SilHoie em dia, uma fantasia com vio Piergilli devo lveu as fantasias 0 chances de conqu istar 0 primeiro seu lugar de direito criando um con luga r em urn concurso nao sai per cu rso no Tea tro Mu nicipal. Entre os menos de USS 15 mil. Ha fantasias concorrentes, um rapaz de 17 anos, que chegam a mais de US$ 20 mil. fantasiado de Principe Hindu. Seu Mas, como diz 0 pr6prio CI6vis nome? CI6vis Bomay. Bomay. com a experiencia acumulaCom a Segunda Guerra Mundida ao longo de 8 1 anos de folia, "na al. os concursos de fan tasias foram verdade, 0 que importa nao e 0 pre<;o ca nce lados durante t rIOs anos conda fa ntasia e sim 0 espiri to do fansecutivos. Mas voltara m em 194 2, tasiado:

REVISTA DE CARNAVAL


~[RVI(O

ROTEIRO da folia ~

IRANY TEREZA

BLoeos E BANDAS om baterias cedidas (ou alugadas, como e mais comum) por pequenas, medi as e ate grandes escolas de samba, e desguarnecidos de cordoes de isolamento, ao melhor estilo dos "blocos de su jo" de antigamente, os blocos de empo lga<;ao estao ressusc itando 0 carnava l de rua car ioca. Espeeia lmente nos ultimos dez anos, os blocos vi raram uma febre nas ru as do Rio, pa ra alegria de fo lioes que amargavam um recesso compuls6rio, numa cidade que pareeia fadada restri<;ao de um carnaval de Samb6dromo. Hoje, ha ate os "blocos de bar", aque las agremia<;oes que fieam concentradas em frente a botequins que, du rante todo 0 ano, promovem rodas de chorinho e de sa mba. Esses blocos nao desfilam. A exemplo do precursor 'Concentra, mas nao sai", dao mais va lor ao "samba de raiz" , aquele que nao sa i do luga r Desfilando ou nao, a azara<;ao ro la solta, 0 enre do invariavelmente uma galhofa e a fantasia, cam iseta s com desenhos de encomenda que levam a assin atura de eartun istas famosos. Os carras aleg6ricos sao ca rrinhos de rol ima, arrastando isopores com a cerveja vend ida pelos camelos. A irreverencia, feli zmente, "is come back" . junto com as ba ndas, as blocos formam um batal hao, as vezes dividido em pelotoes de atua<;ao especffica Esteja preparado(a) para nao entrar de ga iato(a) no navio errado. Ah , outra boa informa<;ao pa ra os iniciantes: as ca misetas, este ana vendidas ao pre<;o-padrao de R$ 10, nao sao obrigat6rias. Pode partic ipar quem qu iser e como qu iser

a

e

A.vlsta de Carnaval

Blocos Dia 6 de fevereiro (quinta-feira antes do carnaval) D SLOCO MEU SEM, VOLTO

II.

As turbinas ja comer;aram a ser aquecidas no ultimo fim de semana, com os desfiles do Suvaco d o Cristo e do Simpatia, mas 0 "Meu Bem" que, em pleno dia util, vai abrir 0 carnaval. 0 enredo do bloco do Leme urn desabafo dos moradores co ntra as obras d a Prefei tura: "Rio Cidade II , Aqu i, 6". 0 bloco. que desfila este ano pela te rce ira vez, faz 0 estilo sonso-comportado, bem adequado ao nome, uma desculpa de marido (ou mulher. quem sabel que sai pra comprar cigarro . Concentrasao: Av. Nossa Senhora d e Copa ca ba na, esquina com Princesa Isabel. as 19h. 0 b loco segue pela Gustavo Sampaio. vira na Avenida Atlan t ica e volta a Princesa Isabel. A ilustra,ao da cam iseta do ca rtunista Nani.

e

e

e

Sexta-feira, 7 de fevereiro D SLOCO DAS CARMELITAS Quem gosta do carnava l ao estilo de

51


Olinda tem nas ladeiras de Santa Teresa uma boa op,ao. 0 pessoal do bairro mais "Oda ra" da cidade, faz todo ano uma homenagem as fre iras enclausuradas do Conven to das Carmelita s. Como nao fizeram, como as religiosas, 0 voto de silencio, eles promovem uma

d ivertidissima arrua,a em Santa Teresa, tendo como comissao de frente os freqijentadores do Sobrenatural , bar de chorinho do Largo do Guimaraes. Concentrac;ao: A partir das 17h, em fren te a Rua Dias de Barros, de o nde sa i 0 bloco em d ire,ao ao Largo do Guima raes e Prac;a Olidio Costa.

o

CON CENTRA, MAS

Nio SAl

Nem precisa dica alguma, 0 nome ja diz tudo: 0 forte desse bloco 10 batucar. ca nta r e tama r urn

chopinho. Essa hist6ria de anda r por af fazendo exercfcio fisico nao esta no rote iro. A sambista Beth Carvalho e uma das figuras de destaque do Concentra que, para facil itar a vida e matar a sede dos

mais uma vez an imado por uma

mistura de ba teria e ba nda de sopro, vai tacar a fa masa marchinha Quem naa d10ra niio mama . 0 unico problema e que a d iretoria do clube nao abre mao do desfile matutino , as vezes prejudicado pelo sol abrasador. uma passagem muito bem compor-

t

ta da, com um trenzinho para as

crian, as e ala de idosos. 0 enredo deste ano e "Bola Prela "as Olimpiadas 2004". Concentrac;ao: a pa rtir das 9hs na Cinelandia em fren te ao clube na esqu ina das ruas Eva risto da 'kiga e Treze de Maio.

BLOCO DO BARB.S

Com 0 enredo "De bar em bar, 0 nosso bloco nao da t regua: pendura, pede a saideira e passa a regua " 0 Barba's faz 0 seu 12° desfile. Comec;ou como uma curti<;ao dos freqijentadores do bar do barbudissimo Nelson Rodrigues Fil ho, em Botafogo. 0 bar fechou , 0 bloco con tinuou. Nelsinho um dos orga nizadores e 0 Barba's ja virou tradi<;ao do carnava!. Como concentra

e

muita cedo , com 0 sol a pina, tern

frente a um bar. 0 Mandrake, conhecido ponto de rodas de choro e samba da cidade, fechou e deixou a agremiac;ao 6rfa de sede. A muito custo, os integra ntes do bloco tiveram que andar para procurar outra. Acharam 0 Caneco 70, no Leblon. La eles vao levar um sambinha pra ninguem botar defeito. Concentra<;ao: A partir das 20h, no Caneco 70, na esquina da Avenida Del fim Morei ra com Rua Rainha Guilhermina, no Leblon .

ate banho de mangueira do Corpo de Bombeiros, pra ninguem esqu en tar a cabe,a. Va direto da praia, ou pra praia depois, tanto faz. Concentrac;ao : Na Rua Arnaldo Quintela, em Botafogo, a partir das 13h.

o

CORDAO DO BOLA PRETA

Mai s do que um bloco 0 Bola Preta uma institui<;ao do carnaval carioca. Desde 1918, percorre as ruas do ce ntro do Ri o e este ano,

e

52

o

DOIS PRA

LA.

DOli PRA

cA

Esse e para os pes-de-valsa. No bloco organizado pelos danc;arinos Carlinhos de lesus e Stelinha Cardoso, ate a batida do samba tem um ritmo especial, pa ra quem quiser arriscar uma dan,a de salao no meio da folia. Mas, tem que ter disposi<;ao: 0 Dois Pra La .. ., que sai pela sex ta vez, percorre 0 ma ior iti nerari o dos blocos do Rio, passando por dois bairros e atravessando 0 Tunel Novo . Mas

o

foli6es. decidiu se co ncentrar em

Sabado, 8 de fevereiro

frente ao bar Lapazes, na Rua da Lapa, 4 1.

deve valer a pena, pela quantidade de gente que jura ter encontrado ali o seu par. A ra inha do bloco 10 lanaina Diniz, filha da eterna Rainha de Ipanema, Leila Diniz . Concentrac;ao: Rua da Passagem, em fre nte 11 Casa de Da n,a , no nO 14 5.0 bloco sa i de Bota fogo, atravessa 0 tunel e segue por

Copacabana, ate 0 Posto 4. A camiseta tem desenho do Ziraldo.

Domingo, 9 de fevereiro

o

SIMPATIA i; QUASE AMOR

o pioneiro dessa onda arrasta, todos os anos, mais de 5 mil pessoas pela praia de Ipanema. t tanta gente, que da tranquilamente pra sair, atravessar a areia. dar urn

o

CLUBE DO SAMBA

tum bloco formado por sambistas de verdade, tendo no comando gente como Noca da Portela, loao Nogueira, Wilson Moreira e Nelson Sargento. Com tan ta gente bamba. 0 cenario nao poderia ser mais tradiciona!: a velha Lapa, emoldurada pelos Arcos que viraram uma especie de simbolo da boemia do Rio antigo. 0 Clube e seleto, mas aceita intromiss6es. E56 chegar e aproveitar a ca nja. Nao

e sempre que

oportunidades assim aparecem. Concentra~ao : A pa rtir das 15h, em

Revlsta de Carnaval

mergulho, voltar e entrar no bloco no mesmo lugar. E, claro, no meio da mult idao tem paquera para todos os gosto s e tendencias. 0 bom e ficar perto da bateria, mas isso todo mundo jii descobriu e faz uma especie de corrida de revezamento a estas areas. Nas ruas mais

estreitas, pode-se ficar espremido contra 0 muro, mas nada de perder o bom-humor, urn arna ssinho as

vezes 10 bom e simpalia, a gente sabe, e quase amor. Quem nao com prou a camiseta, mas quiser e ntrar no ciima , pode se vestir com


do bloco: amarelo e lilas, homenagem ao envelop inho do

Con,:enllra\;ao, Prac;a General ao bar )angadeiro ,

ano passado foi tao ao pe-d a-Ietra que caiu um t empora !. pra lavar 0 chao . A Lira nem sempre sai, mas todo 0 ano faz concentrac;ao. 0 pessoal nao esta la muito p reocu pado com 0 desfile, 0 que importa a batucada. Quando sai, 0 bloco percone as duas esquinas que 0 separam da Praia d e Ipanema e as vezes se dispersa antes de chegar ao ponto final. 0 que vale mesmo e a concen trac;ao, em frente aos ba dala~ dos botequins da Farme de Amoedo . Ali se can ta samba-enredo (mui ta s vezes mais de urn ao mesmo tempo), se bebe, se paquera, se brinca, se tudo . Nao ha ca rn aval de rua no Rio sem uma Lira no fim. Concentrasao, A pa rtir das 22h, em fre nte ao Bar Bofetada , na Rua Farme de Amoedo, em Ipanema . Quando desfila, 0 bloco sai 11 meia-noite.

e

Segunda, 10 de fevereiro ~

ILOCO DE SEGUNDA

Abateria da Mocidade Unida do Morro Santa Marta anima 0 desfile deste que um dos mais animados blocos do camava l. Nao tao gigante quanto as "parentes proximos" Simpatia e Suva co - ex-Suva co do Cristo,o bloco que s6 sai no domingo antes do camaval (02/02). no lardim Botanico, e que teve 0 nome original ce nsurado pela Arquid iocese do Ri o - 0 Bloco de Segunda arra sta gente pra chuchu pelas nuas de Bo tafogo. Quase sempre com urn tema de satira politica como enredo, este ano ele ataca de "200 4, 0 Bloco Candidato". 0 desfile percorre dois ou tres quarteiroes (na verda de, fica mais tempo na conce ntrac;ao) e a freqiiencia ba stan te variada, com muita gente que sai tambem no Barba 's, Suva co e Simpatia. Alinal 0 blocQ, que em setembro completa dez anos, nasceu da ideia de urn grupo de praia do Posto 9 (Ipanemal de criar uma farra para a segunda de camava l, ia que nos outros dias, a agenda ia estava lotada. Concentrasao, A partir das 17h , em frente a Cobal de Bota fogo, na esquina da Voluntarios da Patria com Rua Marques.

e

e

Ter~a-feira,

lOde fevereiro

IJ LIRA DO DELi RIO

t pra acabar: 0

Lira do Delirio fecha a programac;ao "bloquesca" a meia-noite da r erc;a Gorda. A filosafia de "fechar 0 botequim" no

Todos os dias (sabado, domingo, segunda e ter<$a de carnaval)

o CACIQUE

Bandas e

Som de banda, a gente sabe, charanga . Antes da febre dos blocos, 0 que animava as ruas da Zona Sul eram as bandas, ideia importada de Minas Gerais por Albino Pinheiro, fundador da primogenita Banda de Ipanema, que completa 33 anos e, em sua epoca aurea, teve Leila Diniz como madrinha e o pessoal do tabl6ide Pasquim na direc;ao de harmonia . Inspirou varias outra s bandas da Zona Sui. que desfilam durante todo 0 carnavaL

o BANDA DE IPANEMA A banda, que sai no sabado antes do carnaval e no sabado de camaval, foi invadida pelas drag queens, fazendo urn desfile no melhor estilo GLS (G ays, Lesbicas e Simpatizantes). A concentra , ao e na Prac;a General Os6rio, a partir das 16h.

o

BANDA DO LEME

DE RAMOS

o Cacique ia fo i uma das maiores atrac;oes do carnaval carioca quando, pelos idos de final dos anos 60, arrastava uma multidao adornada com cocar b ranco, pela Avenida Presidente Vargas. Hoie , com fa ntasias mais estilizadas, 0 bloco da Zona Norte mantem a trad ic;ao de desfilar no Cen tro do Ri o. 56 sai no meio das alas quem tern a fantasia (a s vezes, os foli6es fazem um contrabandozinho , in filtrando-se com fa ntasias de anos anteriores) . 0 resto, vai atras do bloco, na "ala d o arrastaol! . Da pra entra r na brincadei~ ra , mas, como diz 0 ditad o, "com um olho no padre e 0 outro na missal! .

Concentra.,ao: A partir das 18h, na esquina das avenid as Presidente Vargas e Ri o Branco. 0 bloco d esfila de domingo a terc;a-feira, percorrendo a Rio Bra nco ate a Cinelandia.

Revlsta de Carnaval

Afilhada da banda ipanemense, a do Leme, que completa 26 anos, pOe a fan farra na nua todos os dias de carnaval. Etao famflia, que ate reserva a segunda-fei ra para urn desfile exclusivamente infan til. A concentrac;ao a partir das 17h, na esquina da Rua Padre Antonio Vieira com Avenida Atlantica .

e

o

BANDA DA SANTA CLARA

Sai da Avenida Atlantica, na altura da Rua Santa Clara, em Copacabana, de sabado a terc;a-feira, com concentrac;ao as 17 horas.

.0 BANDA DA sA FERREl ItA

o desfile acontece todos os dias de camaval, a partir das 15 horas, com concentra,ao na Praia de Copacabana, em frente Rua Ferreira.

a

Sa

Irany Tereza e reporter do jornal 0 Esrado de Sao Paulo

53


~.

,

~ERVI(E

The Itinerary to REVELRY c:t> IRANY TEREZA

'th percussion inst ruments borrowed from small, medium and even large samba schools - or rented, which is more frequent - and unprotected by police cordons, in the best style of the former "blocos de sujo," the so-called "blocos de empolga~ao" or Carnival street clubs are promoting a revival of Carioca street Carnival. Especially in the latest t en yea rs, the "blocos" turned into a craze in the streets of Rio de Janeiro, del ighting the revelers who suffered from a compulsory recess, in a city appa rently doomed to a Samb6dromo-imprisoned Carn ival. (The Samb6dromo is a new permanent space for the parade built in 1984, thus replacing the previous makeshift site along the main thoroughfare of Rio.) Nowadays, we can find even "blocos de bar," fraternities that concentrate in front of dives and, all year long, promote circles of "samba" and

W

February 6 th (Thursday before Carnival)

"chorinho." These blocos do not parade. As the p recursor "Concentra, mas nao sai" [Concentrates, but doesn' t go out[, they value dearly the "samba de raiz," that has deep roots and doesn't move around. Parading or not, flirting is a must, the theme is without fail a mockery, and the costumes are Tshirts with designs made to order and bearing the signatu re of famous ca rtoonists. The floats are small roll ing platforms made of packing cases where peddlers carry polyet hylene cont ainers with beer cans. Fortunately, irreverence has come back. Along with the bands, the "blocos" assemble a crowd, sometimes divided in squads with spec ific interests. Be ca reful to avoid making the wrong choice . Another hint for beginners: the T-shirts, sold this year by the st andard pri ce of R$ 10, are not mandatory. The party is open to whoever wants to partic ipate, in whatever way.

JA

"Rio Cidade IL Aqui, 6." The bloco, parading for the third time this year, has a mixed goodbehavior-and-sly style adequate

The turbines began to warm up in the previous weekend, when Suvaco do Cristo and Simpatia paraded, but "Meu Bem" will have the pleasure to, in the heart of a working day. inaugurate the Carnival festivities . The theme of this bloco from Leme expresses the contempt of the dwellers against the remodeling works promoted by the City Ha ll.

husband (or a wife, who knows) gone out to buy a pack of cigarettes. Concentration : Nossa Senhora de Copacabana avenue, corner of Princesa Isabel street, at 7:00 p.m. The bloco goes through Gustavo Sampaio street. turns on Atlantica avenue and returns to Princesa Isabel. The T-shirt illustration is by cartoonist Nani.

o BLOCO MEU

BEM, YOLTO [Dear, I'll be back soon]

54

Friday, February 7 th

o

BLOCO DAS CARMELITAS [Bloco of the Carmelites]

to its name, an excuse of a

Revlsta de Carnaval

Those who like the Carnival of Olinda may find a good option in the hills of Santa Teresa. The inhabitants of the most unconventional neighborhood in town pay a yearly homage to the nuns cloistered at the Convent of the Carmelites. Since they did not swear a silence vow, they paint the town red in Santa Teresa, leaded by the habitues 01 Sobrenatural, a "chorinho" bar located at Largo do Guimaraes.


Concentration: Begins at 5:00 p. m., in front of Dias de Barros street. from where the bloco leaves to La rgo do Guimaraes and Odilio Costa square. (J

CONCENTRA, MAS NAO SAl

[It concentrates, but doesn't go out] No hint is necessa~ the name expresses everything: this bloco likes to gather and play percussion instrumen ts, to sing and drink draugh t beer. This matter o f walking around and exercising is not in their plans. The samba singer Beth Carvalho is one o f the eminent participan ts of this bloco that concentrates in front of a bar in order to make things easier for revelers and to satia te their thirst. Concentration: Beginning at 8:00 p.m., at Caneco 70 bar. located at the comer of Delfim Moreira avenue and Rainha Guilhermina street. L.eblon.

Saturday. February 8 th (J

BLOCO DO BARBA'S [Barba's Bloco]

With the theme "From barto bar. our bloco makes no truce: puts it on the cuff, asks one more for the road and begins again," Barba's is enjoying its 12'" parade. It began as a raillery organized by the frequenters o f the bar belonging to the heavy-bearded Nelson Rodrigues Filho, at Botafogo. The bar closed. but the bloco is still alive. Nelsinho is one of the sponsors and Barba's has already become a Carnival tradition. Since it concentrates too early, at high noon, there is even a hose bath promoted by the firefighters to avoid hot heads. Go straight from the beach, or go to the beach afterwards. it's up to you. Concentration: At Arnald o Quintela street, Botafogo. beginning at I :00 p. m. (J

CLUBE DO SAMBA [Samba Club]

It's a bloco composed of real samba

singers, lead by people such as Noca da Portela, )oao Nogueira, ""Ison Moreira and Nelson Sargento . With so many dexterous musicians, the scenario could not be more traditional: the old Lapa, framed by the Arches that have become a symbol o f old Rio 's night li fe. The club is select . but accepts intru sions. You only have to show up and en joy the jam session. Opportunit ies like this do not happen every day. Concentration: From 3:00 p.m .. in front of Lapazes bar, at Rua da Lapa. 41.

nao mama ITnose wfio don't cr~ aren't breast{edl. Th e sole problem is t he director's insistence on a morn ing parade, sometimes impaired by the burning sun. It is a really wellbehaving parade, with a little train fo r t he kids. and a rank for senior citizens. This year's theme is "Bola Preta at Olympics 2004" Concentration: Begin ning at 9:00 a. m. at Cinelandia, in fron t of the Bola Preta Club, at the corner of Evaristo da Veiga and Treze de Maio streets.

Sunday. February 9 th

o DOIS PItA

LA, DOIS

PItA

cA

[Two steps back, two steps forth]

o SIMPATIA

Ii QUASE AMOR

[Sympathy is Almost Love] This o ne is dedica ted to the ball dancers. In this bloco organized by the dancers Carlinhos de lesus and Stelinha Cardoso, even the samba beat has a special rhythm, for those who want to try ballroom dancing in the midst of revelry. However, you must be really fit: the Dois pra La .. ., going out fo r the 6,h time, has the longest itinerary of all the blocos in Rio, going through two neighborhoods and passing a tunnel. Bu t it must be worth it , judging by how many people swear to have found a partner there. Th e queen of the bloco is )anaina Diniz, daughter o f the eternal Queen of Ipanema. Leila Diniz. Concentration: Rua da Passagem, in front o f Casa de Dan~a Carlin has de fesus, at number 145. The bloco leaves from Botafogo, goes through the Tunel 'klho and traverses Copacabana as fa r as Posta 4. The T-shirt is drawn by Ziraldo.

o CORDAO DO BOLA PRnA

Year after year. t he pioneer of this bloco t rend drags more than 5.000 people through Ipanema beach. There are so many people you could even get away. traverse the sand . dive. come back and enter the bloco at the same point. And, o f course. in such a crowd you can find dalliance for every ta ste and tendency. The best choice is to be close to the band. but everybody has already found that out and a sort of relay race happens at these areas. In the narrower streets you may get squeezed against the walls. but don't lose you r high spirits: a little petting once in a while is great and sympa t hy, you knmv, is almost love. If you did not buy the T-shirt but want to show attitude, you may get d ressed with the colors of the bloco: yellow and lilac, an homage to Engov, a hangover medicine. Concentration: General Os6rio square. in front of )angadeiro bar. beginning at 7:00 p.m. on Sunday of Carnival.

[Bloco of the Bo la Preta Club]

Monday. February 1Qth Mo re than a bloco. Bola Preta is an institution o f Carioca Carnival. Since 19 18. it goes t hrough downtown Rio streets and t his year, one more time animated by a mix of percussion and wind instru ments band. will play the famous "march inha" Quem nao en om Revlst. de Carnaval

o BLOCO DE SEGUNDA [Bloco of Monday] The percussion band of the samba school Mocidade Unida do Morro Santa Marta enlivens th is parade. one 55


of the most animated street Carnival clubs. Not as huge as its "relatives' Simpatia and Suva co - t he former Suvaco do Cristo IChrist's Armpitl, a bloco tha t goes out only on the Sunday before Cam ivai (02/02), at Jardim Botanico, and wh ose original name was censured by t he Archdiocese of Ri o - the Bloco de Segunda drags lots of people t hrough the streets of Bota fogo. Usually having a political satire theme, this year it presents "2004, the Candidate Bloco: Th e parade goes through two or three blocks (actually, it spends more time at the concentration I and the attendance is diversified. including many people who go out also on Barba¡s. Simpatia and Suvaco. After all. this I O-years-old bloco wa s born when some beach friends from Posto 9 (Ipanema) decided to create a jamboree for Mo nday of Carnival. since in all other days th e agenda was already full. Concentration: Begins at 5,00 p.m. o n Monday o f Carnival, in fro nt of Cobal de Botafogo, at th e corner of \bluntarios da Pa tria and Marques streets.

Tuesday, February 11 th

o LIRA DO DELi RIO [Lyre of Delirium] The Lira do Delfri o closes the schedule of blocos on Mardi Gras at midnight. Last year, the philosophy o f "closing the dive" was taken so literally that a downpour took charge of washing t he pavement. Th e fo lks don't care too much about parad ing, the big deal is the percu ssio n music. Wh en it goes ou t. t he bloco t raverses the two blocks that separate the concentration poin t from Ipanema beach and, sometimes, disperses before arriving to its destinatio n. Th e concentration s is what is really taken into account. in fro nt o f t he fa shionable bars of Farme de Amoedo street. There you can sing "samba56

enredos" (sometimes more than one at a t ime), you can d rink, you can flirt, you can play, you can anything. There is no street Carn ival in Rio witho ut a Lyre at the end . Concentration: From I 0,00 p.m., in front of Bofetada Bar, at Farrne de Amoedo street. Ipanema. Wh en it parades, the bloco goes out at midnight.

Everyday

o CACIQUE DE RAMOS [Indian Chief of Ramos] The Cacique has been one of the most famous attractio ns of the Ca rioca Carnival wh en, by the end of the 60's, it dragged a crowd adorn ed with a white Indian cockade through Presidente \f.3rgas avenue. Nowadays, with mo re elaborate costumes, this bloco from the North Zone maintains th e tradition of parading at downtown Rio. Only those who have the costume can parade in the squads (sometimes, the revelers play the smuggler, fil tering themselves through wi th costu mes from previous years). The remaining revelers follow the bloco, at the "ala do arrastao" Idragging squadl. You may join the game but, as a Brazilian saying goes. "With one eye at t he priest and the other at the Mass. " Concentration: From 7,00 p.m., at the corner of Presidente \f.3rgas and Rio Branco avenues. The bloco parades fro m Sunday to Tu esday, going through Rio Branco avenue until Cinelandia.

Bands The Ca rnival bands are usually small bra ss bands. Before the vogue of th e blocos . t he streets o f the South Zone were anima ted by

Revista de Carnavai

the bands, an idea imported fro m the state of Minas Gerais by Albino Pinheiro , founder of the first-born Banda de Ipanema, going on 33 t his year. In its golden period, the Band o f Ipanema had Leila Diniz as maid of honor and the gang from Pasquim satirical newspaper directing the harmony. It inspired many other bands at South Zone, which parade during the wh ole of Carnival.

o BANDA DE IPANEMA This band, that goes out on the Saturday before Carnival and on the Saturday of Carnival. was invaded by the drag queens, and parades in the best GLS style (Gays, Lesbians and Sympathizers). The concentra tio n is at Pra<;a General Os6rio, beginning at 4,00 p.m.

o BANDA

DO LIME

Offspring o f the Ipanema band. the 26-years-old Leme band puts the fanfare on the streets every Carnival day. It is so family-style as to rese rve the Mo nday fo r a children's-only parade. The concentration begins at 5,00 p.m. at the corne r of Padre Anton io Vieira street and Atlantica avenue.

o BANDA DA SANTA CLARA It goes out at Atlantica avenue, at the corner of Santa Clara street. Copacabana, from Saturday to Tuesday, concent rating at 7,00 p.m.

o BANDA DA SA FERREIRA The parade happens every Carnival day, beginning at 3,00 p. m. and concen trating at Copacabana beach, in fron t of Sa Ferreira street. (Versao para 0 ingles: Tania Penido)


Bailes o BAILE

DE GALA DO COPACABANA PALACE

t obrigatorio 0 black-tie ou fan tasia de luxo.

0 tema este ano "Bananas Magic Ball" e 0 baile acontece nos saloes frontai s. no Salao Nobre e no Golden Room. 0 convite individual (sem direito a mesa) custa R$ 150; os lugares na s mesas sao mais caros: R$ 350 no Golden Room e R$ 270 no Salao Nobre. Todos os ingressos dao direito a bufett completo e bebidas nacionais, alem de scoth 8 anos . A partir das 22h de sabado (08/0 I). na Avenida Atlantica, em frente ao Posto 4.

e

o

BAILE SCALA GAY

e

Este urn dos mais concorrid os bailes do Scala, frequentado por famosos travestis do Rio. Acontece na ten;a-feira (1 1/01). Ingressos a R$ 50 (individual), R$ 300 (mesa de quatro lugares) e R$ 2,5 mil (camarote de 20 lugares) . 0 Sca la pro move bailes todos os dias de carnaval. Av. Afranio de Melo Franco, 296, Leblon.

Bailes populares • PRACjA DA FE Bangu • PONTO CHIC Padre Miguel • PRACjA PADRE MIGUEL Realengo • PRACjA SECA Jacarepagua • EST. DO TlNDIH, ESQUINA COM RUA APIACAs Taquara • LARGO RIO DA PRATA Campo Grande • PRACjA DOS PESCADORES Caju • LARGO DA CANCELA Sao Crist6vao • PRACjA PEDRO BRUNO Paqueta • ESTRADA DO CACUIA IIha do Governador

• R. PEIXOTO DE CARVALHO (esqu ina com R. Serrao, no Zumbi)

IIha do Governador • R. CARDOSO DE MORAES (esquina com Teixeira de Castro) Bonsucesso

• AV. LOBO IUNIOR Penha • R. FRANZ LIST Jardim America • AV. MONSENHOR FELIX Iraja • LARGO DE MADUREIRA Madureira • PRACjA GRANITO Anchieta • R. MERCURIO

• R. DA ABOLlCjAO Aboli~ao

• PRACjA ABUNAM Engenho da Rainha • PRACjA DA COLONIA Pedra de Guaratiba • PRACjA DO RINGUE Santa Cruz • PRACjA VERDUN Grajau • PRAIA DO RECONCAVO Sepetiba • R. GEN. DA ROCHA (entre Conde de Bonfim e Des. Isidro)

Pavuna

• PRACjA DE INHAUMA Inhauma • R. DIAS DA CRUZ (entre R.

Tijuca • R. MARACAU Vila Isabel • LARGO DO MACHADO Lgo. do Machado • GARAGEM DA TAU (Estrada da Gavea)

Rocinha

Hugo Bezerra e Dr. Bulh6es)

Meier

Bailes populares infantis • PRACjA DO LIDO Copacabana

(das 14ft

as

20ft)

• PRACjA N. SRA. DA PAZ Ipanema

Revisla de Carnaval

57


ESCOLAS DE SAMBA Grupo especial FICHA TECNICA DAS ESCOLAS

E

a

Ze

entre 20h05 e 20h20

en tre 22 h 15 e 23h

• Academicos do Grande Rio entre 23h50 e Oh5 0

Mestre de hateria: Claudio Puxador: Alexandre Localidade, Rocinha (Zona Sul) Colocac;ao em 96: Vice-cam pea do Grupo A

UNIDOS DA TUUCA

E"redo: Vlagem pitoresca pelos cinco continentes num Jardim Cores: Azul-pavao, amarelo-ouro e

bra nco Funda~ao, 3 1.1 2.3 1 Presidente: Fernando Horta

Carnavalesco: Lucas Pinto

Mestre-sala e Porta-bandeira: Paulo Roberto e Juju Maravilha Mestre de bateria: Silvio Puxador: Serginho do Pono Localidade: Morro do Borel (Tijucaj Colocac;ao em 96: 14° lugar

UNIDOS DO PORTO DA PEDRA Enredo: No femo da folia, cada IOlleo com sua mania Cores: Vermelho e braneo

08 03 78

Presidente: Nei SebasW'Io da Silva

5B

2 1h40

• Imperio Serrano

Luiz e Tania

Mangueira entre Oh 55 e 2h I 0

• Imperatriz Lepoldinense ent re 2h e 3h30

Salgueiro entre 3h05 e 4h5 0

Carnavalesco : Mauro Quintaes Mestre~sala e Porta-bandeira: Antonio e Beth Mestre de bateria: Cosme Puxador: Vantuir Localidade: Sao Gon<;;alo Co loca ~ao em 96: 9° lugar

E

IMPERIO SERRANO

• Viradouro entre 20h05 e 20h20

• Uniao da IIha entre 2 1h l O e 21 h40

• Est,kio de Sa entre 22h 15 e 23h

• Mocidade entre 23h50m e Oh50

• Portela entre Oh55 e 2h I 0

• Seija - Flor entre 2h e 3h30

• Vila Isabel entre 3h05 e 4h50

Puxador: Jorginho do Imperio Localidade: Morro da Serri nha (Madureira) Co l oca~ao em 96: 6° luga r

ACADEMICOS DO GRANDE RIO Enredo: Madeira-Mamore, a vol t a dos que nao fo ram la no Guapore Cores: Verme lho e branco Funda~ao,

Enredo: 0 mundo dos sonhos de Beto Carrero Cores: 'krd e e braneo Funda~ao,

10/02/97

19h

• Unidos da Tijuca

en tre 21h l O e

Ze

SEGUNDA -

• Santa Cruz

• Porto da Pedra

Presidente: Izamilton Mota G6is Carnavalesco: Flavia Tava res

Funda~iio,

09/02/97

19h

Cores: Verde e branco Funda~ao, 30.03. 88

Mestre-sala e Porta-bandeira:

DOMINGO -

• Rocinha

ACADEMICOS DA ROCINHA

Enredo: A viagem encantada do Carioca Disney

ORDEM DO DESFILE

23 .03.4 7

Presidente: Jose Marcos da Silva Carnavalesco: Jeronimo Guimaraes Mestre-sala e Porta-bandeira: Claudinho e Ritinha Mestre de bateria: TL30 Fuleiro

Rellisia da Carnava'

10 .05 .7 1

Presidente: Helio Ribeiro de Oli veira Carnavalesco: A lexandre Louzada Mestre~sala e Porta -bandeira: Ana Paula e Robson Mestre de bateria: Mauricio Puxador: Nego Localidade: Duqu e de Caxias (Ba ixada Fluminense) Colocasao em 96: 11° lugar


ESTAC;io PRIMEIRA DE MANGUEIRA E"redo: 0 Olimpo

e verde

e rosa

Cores: Verde e rosa Funda~ao , 2904.28

Presidente: Elmo Jose dos Santos Carnavalesco: Oswaldo Jardim Mestre-sala e Porta-bandeira: Marquinho e Geovana Mestre de bateria: Birinha

Puxador: Jamelao localidade: Morro da Manguei ra IZona Norte)

Colocac;ao em 96: 4° lugar IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE Enredo: Eu sou da Lira.

nao posso

Mestre de bate ria: Pele Puxador: Claudio Tricolo r Localidade, Santa Cruz IZona Oeste) Colocasao em 96, Cam pea do Grupo A

E

UNIDOS DO VIRADOURO

Enredo: Trevas! Luz! A explosao do universo Cores: Verme lho e branco Fundasao, 24.06.46 Presidente: Luiz Henrique Manassa Carnavalesco: loaosinho Trinta Mestre-sala e Porta-bandeira: And re e Patricia Mestre de hateria: Jorjao Puxador: Dominguinhos do Estacio Localidade: Niter6i Colocal$ao em 96: \30 lugar

negar Cores: Verde e branco Funda~ao , 06.03.56 Presidente: Wagner Tavares de Araujo Carnavalesco: Rosa Magalhaes

Mestre-sala e Porta-bandeira: Chiquinho e Ma ria Helena

Mestre de bateria: Beto Puxador: Preto J6ia Localidade: Ramos (Zona Norte) Colocac;ao em 96: Vice-cam pea

ACADEMICOS DO SALGUEIRO E"redo: De poeta, carnava lesco e loueo.. todo mundo tern urn pouee Cores: Vermelho e branco Fundasao, 03.04.53 Presidente: Paulo Cesar Mangano Carnavalesco: Maria Barrielo Mestre-sala e Porta-bandeira: Cidelay e Ana Paula Mestre de bateria: Louro Puxador: Quinho Localidade: Morro do Salgueiro ITijuca) CoiOCal$30 em 96: 5° lugar

ACADEMICOS DE SANTA CRUZ Enredo: Nao se vive sem bandeira Cores: Verde e braneo Fundasao, 18.02.59 Presidente: Edgard Raimundo de Freitas Carnavalesco : Albeei Pereira Mestre- sala e Porta-bandeira: Vanderli e Cintia

UNlio DA ILHA DO GOVERNADOR Enredo: Cidade Maravilhosa, 0 sonho de Pereira Passos Cores: Azul. branco e ve rme!ho Fundasao, 07.03.53 Presidente: Jorge Taufie Gazele Carnavalesco: Roberto Szanieeki Mestre-sala e Porta-bandeira: And reia e Jeronimo Mestre de bateria: Paulao Puxador, Ito Melodia Localidade, Ilha do Governador IZona Norte) Colocac;ao em 96: 12° lugar

ESTACIO DE SA Enredo: Atraves da fuma<;a, 0 magieo cheiro do camaval Cores: Vermelho e braneo Funda~ao, 27.02.55 Presidente: Aeyr Pereira Alves Carnavalesco: Max Lopes Mestre- sala e Porta-bandeira : Marco Aurelio e Greice Mestre de bateria: Cic;a Puxador: Davi do Pandeiro Localidade: Morro de Sao Carlos IEstaciol Colocac;ao em 96: 10° lugar

MOCIDADE INDEPENDENTE DE PADRE MIGUEL

Cores: Ve rde e branco Fundasao, 10. 11.55 Presidente: Jorge Pedro Rodrigues Carnavalesco: Renato Lage Mestre-sala e Porta-bandeira: Rogono e Luc inha Mestre de bateria: Cae Puxador: Wander Pires Localidade, Bangu IZona Oeste) Colocal$ao em 96: Cam pea

PORTELA Enredo: Linda, eternamente Olinda Cores: Azul e branco Fundasao, 11.04.23 Presidente: LUIs Carlos Scafura Carnavalesco: Ovamar Magalhaes Mestre~sala e Porta-bandeira: Marco Aurelio e Andrea Mestre de bateria: Paulinha Puxador: Rixa Localidade, Madureira IZona Norte) Colocac;iio em 96: 8° lugar

BEIJA-FLOR DE NILOPOLIS Enredo: A Beija-Flor e festa na Sapucaf Cores: Azu l e branco Funda~ao , 25.12.48 Presidente: Farid Abrao David Carnavalesco: Mil ton Cunha Mestre-sala e Porta-bandeira: Claudinho e Selminha Mestre de bateria: Plfnio Puxado" Neguinho da Beija-Flor Localidade, Nil6polis IBaixada Fluminensej Coloca~ao em 96: 3° lugar

UNIDOS DE VILA ISABEL Enredo: Nao deixe 0 samba morrer Cores: Azu l e braneo Fundasao, 04.04.46 Presidente: Ollcio Alves Carnavalesco: Jorge Freitas Mestre~sala e Porta-bandeira: Ubiracy e Thea Mestres de bateria, Mug e jorge Pedro Puxadores: Gera e Jorge Tropica l Tropinal Localidade, Vila Isabel IZona Norte) ColocaCiao em 96: 7° lugar

Enredo: De co rpe e alma na avenida

Revlsta de Carnaval

59


.. ~AM8AHNREDO • ROCINHA

"A viagelll e"ca"tada de Carioca it Disney"

Ze

Autores: Gi lson da llha Porch at. Car!inh os Mustan g, Wilsinho Sarava e Jorge Mirim Interprete: Alexandre D'Mendes

Com a Disney me encantei E fiqu8i maravilhado a arli sla rcluziu E num Ir390 de mag ia A inlancia coloriu Ohl Que sedu,!o Urn reillD encanlado pa raiso Onde orota 0 sarriso Do amor sem Ironleiras De herois e vi l6es Vern , vamos brincar, extrav3sar Explodir de alegria Arnor e sonho Realidade e fantasia

Ze Ca rioca ma land ro Bern brasi le iro laz no pe BIS Incendeia esse lerreirD Mickey Mouse e sua nam orada Formam urn casal feliz Pluto e Pate1a fazendo tlapalhada A galOtada pede bls Vern. meu arnor Minha pequena sereia Vern e clareia Essa avenida de emo~ao TiD Palinhas. Pato Donald e 0 Rei Leao Tod o mundo nesta te sta A hora e essa de alegrar seu cOJa~ao

D Jo!o E a levam a investir na regiao

Ja lui engenho, fabriquei a dor Por decreto-Iei O. Joao me crio u Do imperador tui mesa e tempero BIS E ate hoje eu fl ores~o a ana intelro Em meus caminhos a paz, a tl ora, a suti leza Pelas coni mentes, uma viagem sem sair de urn s6 lugar Estou no inverno europeu, vim do jardirn no Oriente E vejo logo ;j trente , a Ocea nia allorar America , a Afr ica , 0 frio, a clima quente Contraste de belela singu lar som das aguas, do venia, dos passarlnhos Abriga a pesqu isa e faz 0 ninho PTa especies em e xli n~ao crescerem livremen le E 0 mesmo sam que ao lange parece uma sinfon ia Inspirou Tom , que fez as lindas melodias Em meus recanlos hei de ouvir eternamente

o

• UNIDOS DA TUUCA

"Viagem pitoresea pelos cinco coutillentes IlIml

;ardim"

Autores: Edson Fie e Maurfcio Th eo doro Intl!rprete: Sergin ho do Por:o

Mev Rio de Janeiro em lesta Saudando a 'linda da famflia imperial A Corte deslumbrante entao em presta luxo para a nova capita l Abrindo as portas pra cullu ra Rio busca ser cidade De europeia arquitetura povo e a natureza conquistam

o o o

60

Rau l ma luco beleza, ha del mil anos atras Ja dava adeus a Iristeza, pregando o amOJ e a paz BIS Menino Maluqu inho pela idade Do cinema ate e lema, louca toda c rian~a Nijinskl ba ilarino incomparave l Com certeza mcuravel na 10ucura

pela dan,a Tao louca quanta a Bispo do Rosario Fez do mund o urn invenlario para doal ao Criador Eu vi sair de urn pavllhao em Sao Gon,alo Loucuras vindas do imaginario Tao lou cos quanta as que a gente ja canto Eu can to, eu pinto. eu bordo Sapucai e a tela BIS Porto da Pedra en louquece a Passarela

• IMPERIO SERRANO Jardim Bolanico eu sou Hisl6ria viva de arnor Eu sou 0 tema BIS E a Tijuca e mull icor

"0 ",u"do de Beto Carrero

• PORTO DA PEDRA

"No re;,/O da folia, cada loltco com sua mauia" Autores:

Abra a roda crian~ada Vamos sacud ir BIS Rocmha taz a lesta na Sapucaf

~ao

Feito 0 galante Dom Quixo te Que a loucu ra idealista lez lular ale a morle

Vad:nho, Carlinho e

Pinto Intl! rprete: Va ntuir

Dutra vez 0 tigre mostra as garras na avenida E dOldo pra ganhar 0 carnava l Faz parece r bern natural A loucura que e essa vida Nem todos que aqu i estao sao loucos Nem todos que sao lou cos aqu i estao Neste reino da msanidade A leimosia e a vaidade dao as maos E Dona Maria, primeira ate no nome Ha de encontrar Napoleao Assombrando a Opera em Pails Em compositOJ fan tasma condenado a solidao a mal que era apenas aparente Fai tomando a sua mente Frulo do desti no e da discrimina-

50"(,05

de

Autores: Carlos Sena, .\1.auric;ao. Arlindo Cruz e fndio do Imperio Interprete: Jorginho do Imperi o

o

reino en cantado 01 Se tomau realidade Na verdade e urn presente ao meu Imperio Nos seus 50 anos de idade La em Santa Catarina Vi urn sonho de menino se rea lizar Hoje a Penha e ullla cidade Cheia de leJicidade vern brincar OJha a massa irnperiana Demonstrando seu valor Vamos nessa caravana BIS Que 0 sholV ia come~au

Vi dinassauro, vi Ta rzan na selva

660 Vi pirata ern allo mal, segura iaia Cu idad o meu bern, tern fanlasma no Irem E de arrep iar Sou boiadeiro eu sou, pe las estradas cava lguei Equilibnsta balancel, mas nao car Me hz palha~o sem saber sorri,

Aevlsta de Carnaval

Com muito am or no cora~ao Tod as as (eras eu domei S6 pra ver a vida mais feliz Pra cllan~ada desse meu pa is Roda gi(a. gira roda Quera ver girar La na Terra do Fut uro lem magla Vila Arabe e Chinesa BIS Caste lo Med ieval e Beto Ca rrero nosso carnaval

• GRANDE RIO

"Madeira-Mamore, a volta dos que "tio foram. La 110 Guapor,," Autores: Sa bara, Mural ha .

larbas da CUlca e Grajau Intl~rp rete:

Nego

Sonha. a Grande Rio e um sonho Em aguas claras eu quero sonhar Enleitar a vida de alegria Pra quem urn dia 0 sol nao qUls despertar Chegaram cheios de esperan~a Nao sab iam dos mislerios que teriam de enlrenlar Essa mala tern seg redos que 0 hamem nolo cansegue desvendar E urn mundo de encanto e magia, perlume e fantasia Cicalriz que a Amaz6nia lez chorar Olha 0 Indio no caminho e ca~ador

Meu cavalo e de logo, eu 'IOU que vou Se a selva e perigosa, meu amor BIS Rondonia e aleg ria, esque~a a dor (Foi assim) Era 0 Eldorado do lalex no Brasil cobi~a alimentau Nessa historia Tio Sam lambem entrou No Tralado de Pelr6polis tudo come90u Acre da Bolfvia ganhei E a borracha para 0 mundo export ei Cada dormente e uma vida. a vida uma liar Na Maria l ouca delirand o eu 'IOU Em sucata 0 meu sanha lerminou You voltar pra onde nao fui seu enca nto que me sedul (Ai. ie. ie, 6) A riqueza que a

o

o

e

Cacagibe. orum de oia, oia, oia a Guapore esta. em fesla SIS as vuduns vern pra brincar


• MANGUEIRA

"0 Olimpo rosa "

e verde

e

Em notas musicais Vern liberar. vem amar Fazer a festa E a magia do tealro e dos sa l6es

Autores: Chiquinho Campo

:::Jrande. Lequeone

e Jorge Magalhaes Interprete : jamelao

A lUI Se fez nascer de um novo dia E a Mangue ira em poesia Fez IUlir urn clarao CriDu a juventude campea De corpo sao e mente sa E 0 Bras il de amarl ha Na Grecia antiga Onde Zeus fez a morada A hostilidade aconlecia Olimpia se \omou sagrada Numa sabia decisao Criaram as jogos da paz Falou a Val da ralao Guerra nunca mais Nero, a cruel sonhado r Entrou na compe li ~ao

Dispulou 56. se lez cam peao Urn grand e imperado r BIS Nao deixou continuar E fez a chama Do Olimpo se acabar

"Nao se vive sem Autores: Carror;a, Pedro Paulo e Carlinhos 18 Interprete: Claudio Tricolor

Ah, mulher gue rreira Solta os gri lh6es Carta Ja ca que eu quero ver Repen ica pra remexe r Tern cavalo e vio lao E a rninha escola Vai cantando esse ref rao Lalaia, lalaue BIS Imperatriz fazendo um baile Pra voce •

espe r a n ~a

o Oli mpo

e verde e rosa E a espo rte na cultura da cflan~a

De bra~os abertos sou a Rio de Jane iro Dais mil e qualro BIS E a sonho bras ileiro • IMPERATRIZ

"ao

posso "egar" Autores: Ze Catimba .

Chop inhc. Amau rizao e Tun inho Professor Interprete: Preto Joia

Eu sou da Li ra, Nao posso negar Prepare i 0 an a inteiro Versos para ofertar Ah! Esse enredo delirante Urn momenta emoclOnante Lindamenle popular Eu quero cantar Rio de tem pos atras Chiquin ha escreveu

Flavinho Machado e Heraldo Intlhprete: Dominguinhos do Est:kio

La vern a Viradouro ar, meu amor E Big-Bang, coisa ig ual eu Ilunca vi BIS Que esp lendor

hal1deira"

SALGUEIRO

pouco"

ao Barao de Couberti n As Olimpiadas voltaram t 0 arnor e a liberdade Exaltando a valor e a igua ld ade Assim Gomo a barao Manguei ra, 0 santuario da

o

• SANTA CRUZ

"De Poeta, carl1avalesco e louco ... todo mutldo tem UIII

Gra~as

"Eu sou da Lira,

Piano me diz quem e A pioneira Piano me diz quem e A maxixeira BIS Rosa de Duro Nunca foi de brincadei ra Ah, mulher!

Eu vou 2Oa r, eu vou Eu vou pintar com voce, arno r Enlouquecen do esla cidade BIS Salgueiro e felicidade

Autores: Marcio Paiva. Adalto Maga lha,

Eduardo Dias. Tico do Gato e Guaracy Interprete: Ouinh o

Vern vern vern vern nessa onda onda. amor Vou viaja ndo. eu vou , na i magina~ao

Dos poetas e tradic ionais fard 6es t gostoso viajar E no tempo encon tra r A rainha em seu mundo Num profundo del irar Na tela au na esc ultura Tern arte e tambem tern loucura Girass6 is invadem a mente De urn artista envolvente Nossa foli a e multi co r Salgueiro encanta a passarela As cores sao betas, vern ver meu amor BIS A alegria da gatera Arte au sera loucu ra? A busca contin ua Em sua liberdade de expressao Barca me leva, pe los cam inhos do sol E do meu sonho eu nao quero acordar Visto a arte em fantasia Pra fazer a meu povo delirar

Santa Cruz vem destilar e levanlar sua bandeira Abre 0 manto da ilusao, da emogao tao brasileira Meu samba e azul e belo, ve rd eamare lo, branco -redento r A ordem e do rei 0 progresso da fo li a Canta de alegria Numa bandeira de arle eu vou Ie dar meu estanda rte. arnor Vern sacudir 0 meu desejo Meu beijo vai te ba langar Roda ba iana, po rla-bandeira Roda e me taz teli z Te quero pendao l Te quero pais l Na chama do meu cora gao Zazue ira, zazu@ Vo u de band eira, vou brinca r 0 carnavat e e @ Zazuei ra, zazu@ BIS Nao da bandei ra, vern pintar a meu astral (Que bfllha) Bri lha rnuito. brilha tudo, brilha mals Na dan~a das estrelas 0 teu ceu brilha de paz Teu chao tern a fl or da esperan ga D ou ro que ba langa e agita as mortais Urn amo r nao se vlve sem bandeira Sem voce eu nao consigo ma is vibrar Quero viver. vern trernular Pra ver a Santa Cruz passar Se liga, que eu t6 al T6 cheio de felicidade A testa das bandei ras BIS Vern sacudir! Vern agilar essa cidade! •

VIRADOURO

" Trevas! Luz! A exp/osao

do u"iverso" Autores: Dominguinhos do Estacio, Mocot 6.

Revista de Carnaval

Vern das trevas, tudo pode acontece r A noile vira dia, luz de um novo amanhece r Vai meu verso, buscar a terra em embriao Oa poe ira do universo Oesabrocha a natureza em expansao Oh! Mae lemanja, deusa das aguas Na na, deixa 0 solo se banhar Ora, i@. ie, 6, rna mae Oxum Vern com Ondinas re inar BIS No fogo a salamandra a dangar As pombas brancas simbolizam

0

ar Explodem as maravilhas Vejo a vida brilhando afinal Surge 0 homern ilum inado Corn hi nos de luta e canlos de paz t 0 equillbrio entre 0 bern e 0 mal E com a coragao nessa folia Seja no ite ou seja dia, amo r Eu quero me acabar Vou cair na gandaia, com a minha bateria No balango da mulata a explosao de alegria BIS • UN lAO DA ILHA

"Cidade Maravi/tIOSa, 0 so"flo de Pereira Passos" Autores:

Bujao, Carlinhos

r uzil e Wanderlei Novidade Interprete:

lto Melodia

o meu

pensamenlo voa Me leva ao infinito Vou girando meu compasso Passo a regua e mudo 0 trago Fazendo a Rio fi car rna is bon ito

Botei tudo abaixo (bo tei) Levante i poe ira (Ievantei) Dei mu ita porrada (eu dei) BIS Tal 0 Ri o que sonhei

o

ca rioca .. Ah! 0 carioca esta contente

61


A alegria ba ilou no ar Gozando de boa saude. muda de at itude o esporte ja pode praticar No jog a de bo la (com muito prazer) o ban ho de mar (se tornou lazer) BIS Fiz brilhar Pin tei meu Rio quat retrato de Paris Com a cidade ilumrnada o carioca tem a noite mals lelil Moslrando ao mundo a rlquela nacional Meu Rio ago ra e belle epoq ue tropica l A burguesia me levou aa Teatro Municipal 8er90 dos boem ios seresteiros Felvilham os bares do meu Rio de Janeiro Ama nheceu .. Amanheceu, 1I0resceu urn novo do Vou passeal. exlravasar minha alegria De bern com a vida eu t6 6 6 6 E li nd a meu carnava l E hoje 0 Rio se tarn ou cartao posta l La vern a IIha que vem Toda gostosa tambem BIS Canlando a Rio Cidade Maravilhosa

• ESTAelO DE SA

"Atravlis da fUlIla{a,

Com a lan93-perlurne em briaguei Arleqwrn. colombina e pierro No carnaval sou 0 sonho do esplendor Sou a rosa a exalar 0 perfume da 1I0r BIS

• MoelDADE

" De corpo e alma Ila avenida" Autores: Chico Cabeleira, /oaozicha, Muca e /. Brito [nterprete: \\lander Pires

Eu vou. eu vou. amor Eu vou nessa viagem De co rpo e alma com a Mocidade Semeando am or, espan lo a dor Sou ateg ria arrepiando esla cidad e Dos pes it cabe(j<l Marcando forte vai meu cora9ao Porque 0 cora9ao e 0 grande palco da paixao E onde aperla a saudade E pulsa forte a emo930

No lerre iro uma xire Saravando ... Oxu mare

• PORTELA

" Lillda , eternamellte

Oli"da " Autores: Doutor, Renato Valle, Ton :co e Et: Penteado Interprete: Rixa

Eu naveguei, encontrei Urn paraiso secular Novo mundo vou moslrar Majestosa e tao bela Vim brilhar na passarela Oh! linda elerna Portela Nas tadeiras, poesia Seu ouro bran co e coque irais Bordada pelo mar Ninguem esquecera Seu folclore popu lar

E la vou eu .. La eu no Halloween Misto de humor e de horror Me da urn dace ou Ie assusto E a bruxa solta ... e 0 terror E quando chega dezembro A alegria e geral Oesce do ceu em seu tren6 Pap" Noel. 1.lil Natal

E reve illon, meu am or Brindemos com a Seija-Flor Explode champanhe Axe!.. Meu povo BIS Me abra9a. me beija e Ano Novo

Vou invadir se u cora9ao Olinda Encanlando esla Na9ao Tao linda Acervo de beleza natural Olinda palnmonio mundial

Vamos nessa ..

• VILA ISABEL

"Nao deixe ",orrer"

0

samba

Autor: /.c. Couto [nterpretes: Gera e lorge Tropical

Vou viajando assim No frevo e maracatu Ciranda e serenatas Vejam Como e lindo seu carnaval Quarla- feira de Cmzas You sa ir no Bacalhau

Rio de Janeiro Nao deixe 0 sam ba morrer OU9a esse grilo de ateria Faz 0 sol renasce r Viver na inspira9aO desses poelas Ralillca nossos la90s Com a rnais pura raiz Pra que 0 samba ten ha espa 90 No carnaval desse pais

E a Portela Moslra como e linda BIS Ohl Linda, Olinda

• BEIIA-FLOR

0

lIIa9i,0 dleiro do car1laval " Autores: Basilio, Ze Ll:iz, Gabrielzinho do Pandeiro e Baby Interprete: David do Pandeiro

Canta meu povo Me de 0 seu ca lor Sou fuma9a perlumando a passarela Sou a EslaclQ, na magia do amor BIS Minha vida e hist6ria Noe no Araral me usou Em agradecimento Ao criador Na mmha epopEda de gl6ria Andei 8abilonia. deus Baal Em Jerusalem, a rainha de Saba Jogava seu perlume Pra seu am or conquislar No Olimpo minha fragrancia aconleceu .2

Em Roma ganhei meu apogeu Na Judeia Sa 10 mao ca iu nas malhas da sedu9ao Dos Reis Magos meu poder, meu CO ra 9ao Oas Cruzadas passel, a Europa Medieval De re i. (ainha e imperatllz Sou oliundo do vegetal E lambem do an imal Nos Indios e negros Simbolizei a Ie de urn pais

Me bei ja na boca Vern me abra9ar Tern cheiro de amor no ar Ouvindo leu canto ecoar BIS Nos teus olhos vela Minha estrela brilhar

"A Beiia-F/or Ii testa "a Sapucai" Autores: Wilson Boll'.bei ro, Santos, Arna ldo MatheL.S e Alm: r Sereno [nterprete: Neguinho da

!.

Be i ia~Flor

Maquina da vida Mao aben90ada fOI quem criou Nasce, cresce, enve lhece A mente comanda 0 corpo obedece Es celula viva ! Corre na veia da genie Luz que brilha no ven tre Raiz dos se us descendentes Senhor que crio u nesse mundo a matriz Faz esse povo feliz

Vamos nessa meu amor. Pra Sapucai Com 0 nilopolilano Ao som do surdo vibralldo Oellfanle de lelictdade Pois Nil6polls nasceu , Organizou-se. cresceu E comemora 0 seu Jubileu E a Belja -Flor ellgalanada Tlaz as festas de presen te Ao orgu lho da 8aixada

Saude e harmonia Prazer de vlVer Vou virar pelo avesso BIS Teu avesso eu quero ver

A Pascoa do cp.lhinho Com a lilharada E homenagem de carinho A nossa Marnae arnada BIS Nos arraias tern quadrilha

Aevlsta de Carnaval

(anarri~)

Hoje a festa do povo Faz a genIe sa mbar Vend a blocos e corsos SIS Como e bom recordar Lindo e vef urn son ho em fantasias Vern rnergu lhar na nostalgia Os velhos tem pos nao se vao jamais Era nossa cidad e a passarela Que hoje a Vila tral lao bela Os bons mornentos tradi cionais o meu cora9ao balendo forte nos sa loes Pierr6s e colombinas E 0 Ze Pereira com a multidao Vern nessa onda , 10iO Vern nessa onda, laia Porqu. 0 samba e arl e popular Vern nessa onda. loio Vern nessa onda. taia Porque 0 samba nao vai acabar


Se voce flao f1Zer a escolha certa, urn ftlme de cornedia pode virar terror. Com a expansao das redes de TV a cabo no Brasil, problemas na recep,ao de imagens tornam-se mais evidentes, pois a qualidade dos sistemas influenciam muito na eficiencia das transmissoes. Por isso, a Furukawa s6 oferece a seus clientes 0 que ha de melhor no mercado de Redes de Faixa Larga. Num servi,o iinico, a Furukawa esta presente em todas as eta pas, atendendo a seus clientes desde projeto, fornecimento de equipamentos, acess6rios e cabos ate a instala,iio e assistencia tecnica. Assim os riscos sao eliminados e a Furukawa assume a responsabilidade de executar urn servi,o rapido, eficiente e adequado. A Furukawa nao deixa seus clientes sozinhos. Com seu eficaz sistema cle suporte, ela garante que as imagens cheguem no lugar certo e na hora certa. Porgue na Furukawa, filme de terror e terror e filme de comedia e comedia.

°

@ FURUKAWA SOLUCAO EM COMUNICACAO E INFORMACAO DOG : 0800-41-2100


'1 -

II ' . II

..

ARTIGO

Ii

I

"'" RICARDO CRAVO ALBIN

e eu tivesse que apontar uma das cenas mais tristes de que parlicipei em rela(ao ao carnaval carioca, nao peslanejaria um minuto: a agonia dos desfiles dos Ranclios na Avenida Rio Branco, Iia tres. quatro anos atras . 0 Orlando Miranda ate que tentou junlar todos as cacos do grande jarro quebrada dos ranclios: convocou 50 amigos (e notorios defensores dos ranchos) para desfilar nos "Esplendorosos". Na hora aprazada para a concentra(ao do desfile. a desastre final: nem oito gatos pingados deram as caras e dos cinco musicos contratados s6 apareceu um tocador de larol. ainda par cima bebado como um gamba. o desfile - e claro - foi sumariamente cancelado. Mas. se nao me falha a mem6ria. eramos cinco desfilantes que nao se dispersaram. E aos quais restou um consolo que acabou par nos provocar desola(ao ainda maior: sair na rabeira do Rancho Aguiaes da Torre. A Rio Branco estava muito mal iluminada. a publico que assislia era minima e a desfile sequer terminou. porque as proprios destilantes iam abandonando. aos poucos. a esqUillido cordao. que acabou par se desmilinguir na allura do Teatro Municipal. Desse triste episodio. pude tirar uma li(aozinlia assaz sem-vergonha . quase despudorada. Nao adianta chorar sabre a leite derramado. ja que mais vale botar outra garrafa cheinha em pe. Trocando em miudos: as coisas. como as pessoas e a propria vida. passam. envelhecem e devem ser substituidas. Estribando numa lei

S

Kdrrnica e, convenhamos, muitissimo anU-

patica. ao menos para mim - saudosista inveterado - sou tor(ado a considerar novas altemativas para a carnaval de rna do Rio. A primeira delas jli exisle e sao as earnavais comunitarios dos bairros. especialmente vivos hoje em Madureira. Copacabana e alguns setores da Barra. A segunda alternaliva e mais ambiciosa e implica na volta do hoje marta earnaval no 6.

Noites gordas de carnaval

centro carioca. Fazer ressurgir as destiles de Ranchos. Frevos. Blocos e Escolas dos 3' e 4' grupo na Rio Branco? Nao mesnlO. ate porque qualquer concorrencia com a mode10 do super destile do samb6dromo nao tem a menor senlido. A solu(ao que me parece mais sensata e uma grande concenlra(ao de itens atraentes num espa(o publico conveniente e sedulor. Em resumo. vou direto ao tinalmente, curto. grosso e sem firulas. Proponho tres noites gordas de carnaval no espa(o livre da Lapa. FlOje remodelada e cativante irresistivel. E a que pode tinalmente ser "noite gorda". para atender aos redamos de um carnaval de rua? Snows monumentais. tal como a turma de "rock" manta. com competen cia. Ou seja . supersom. super-Iuz. super-decoraqao. Ao lado do palcao - montado debaixo dos Arcos da Lapa - uma passarela em semicirculo exibiria. entre as sliows. a mellior do carnaval. tais como as campeaes das tantasias de luxo. das de originalidade e ainda as das principais escolas de samba do destile da noile anterior. Ou seja. tudo aquila que pass a tao Revlsta de Carnaval

tugazmente no destile do sambodromo que mal e vista em sua inteireza e beleza. Em resumo. cada "noite gorda" se constituiria dos seguintes banquetes. gratuilos. para uma multidao de pelo menos 100 mil pessoas: um au dais grandes snows de gente, e claro. ligado ao ritmo e ao carnaval. tres au quatro destiles na passarela do mel nor do carnaval. Nos inlervalos. duas orquestras se rev'lariam e um grande baile popular teria lugar. Tudo - par certo - acornpanliado par quatro telaes espalnadol par loda a Lapa. Sanna au tantasia? Aposto que nem um nem outro. caso a novo Preteito do Rio e a sua Riotur remodelada queiram mesmo dar a volta por cima e entrar 110 nisloria do carnaval. Os empresarios e as cervejarias estao af mesmo. E s6 empreender uma ca(ada competente a essa genie que pode transtormar fanlasias ...em tantasias. De verda de. com muito brilf10 e anima(ao .• Ricardo Cravo Albin e fundador do MIS

e jornalista,

escritor


APRESENTAMOS A VOCE A ONICA EMPRESA DE ENCOMENDAS URGENTES DO MUNDO QUE TEM UMA FROTA QUE VOA...

ENTENDA PORQUE SOMOS A MAIS AGIL EMPRESA DE ENCOMENDAS DO BRASIL

·RI1PfDO CONSULTE-NOS

Matriz - Sao Paulo Fone: (011) 955-5222 - BFax (011) 955-5222


•

' MOM No camarote pronta para 09 10togra108, de

vestldo de ombroso em estampa de tigre (Frankie

Amaury: RS 155). sandalia baixlnha, mas dourada (da mearna etiqueta: RS 198); bois a de lame dourado (Veste

Estudio: RS 25) e colar de olho de tigre (Bijou Box: RS

30). 0 acompanhante, de

cal1i8 larg8, com recortes e carnlsa Isranja (Over End:

RS 48; RS 52); sandalia estilo alemito laranja (Over End: RS 39) No biDeD -

Com que

Anamaria de carnlseta e shorts

cinco-bolso. (Shop 126: RS 29 e RS 49). tamanquinho de vernlz (Native: AS 29,90) e argola. prateada. (Bllou Box: RS 5). Ricardo. de bermudao, cam is eta regats e urn born top-sider de camur~iio (tudo. Company: RS 49; RS 18 e RS 57 ,50). E Instrumentos do Bandollm de Ouro

Fotos de Eduardo Alonso Produ~ao de Rita Moreno

Ficha tecnica: modelos Anamaria Falcao, da Elite, e Ricardo Dupen , da Ford Models. Beleza por Cristovao Tavares

eu vou? ~ IESA RODRIGUES

traje de carnava l ca ri oca t em suas sut ilezas. E suas inten<;6es inegaveis. t preciso levar em questao 0 espantoso pudor dos nativos. apesar do Rio ser c.onhecido como 0 centro lan<;ador de ideias de moda de praia. com seus biqufnis mfnimos divulgados pel a mfdia. Mas sair da areia sigos

nifica vestir algo ' tao discreto quanto um pareo longo ou tao insin uan te qua nto um shorts. deixando ver os lacinhos do biqu fni. Ca rnava l e a mesma eti ca: as mo<;oilas que enfe itam as revistas quase nuas sao pagas pa ra isto. As demais. evi t am a superexposi<;ao. Mas para cada evento ha um c6d igo de estilo. a saber:

Revlsta de Carnaval


BLOCO DE RUA: shorts ra zoaveis (nunca do tipo lou ra<;a do Gerasam bal. a ca mi se ta do bloco Oll qualquer outra, recortada de modo a fi ca r mais fresca. Por baixo, 0 sutia de um biquini ou um bustier - vai que da aquele calo r, e a vontade de se Iivra r da malha quen te? sa pato mais confortavel, para samba r no asfa lto. 56 as drags aguentam carnaval de saito plataforma. Os homens vao de bermuda e camisa aberta, sa pato muito velho. Esta hist6 ria de sair no Simpatia e quase Amor desca l<;o, ja and ou rend endo alglln s pontos e suturas de pes no Miguel Cou to, porq ue cacos de vid ro sao compa nheiros infaliveis dos fo liaes.

°

ARQUIBANCADA DA SAPUCAJ: pa ra aguentar a madrugada canta ndo e pulando, no ca lor, na chuva, no ama nhecer. s6 com muito con forta e previsao. Shorts? Para as mulheres, ainda

e

melhor a cal<;a jeans, que esqllenta , mas protege as pernas nos lombos e arranhaes na arquiban ca da . Pode se ntar no chao, dormi r espichada em q ualquer canto, tudo bem. Ta lvez com urn bustier, para evita r 0 calor, uma camisa par cima. Ele e ela . de Rid er de ultima gera <;ao, os modernos chinelinhos pretos e as sandal ias pesadas de dedo. Impossivel mais conforto, e ainda por cima, com 0 aval da moda.

CAMAROTE NA SAPUCAJ: puxa , que sorte, pintou 0 convi te perfei to, pa ra aquele ca marote nobre, com ar condicionado e bufe? va le a pena investir no visua l, porqu e se 0 casal estiver de acordo com as expectativas, podera ser convidado no ana que vem. Deve have r a dose certa de sofistica<;ao e info rmalidade. ftens presentes em vestidinhos de algodao ou cotton da dupla Frankie e Amau ry, de prefe nencia em cores lu minosas all no moderno desenho de pele de tigre . Com uma sandalinha dourada, baixa. Ele, de camisa do tipo qlle chega abotoada e par dentro do cos, e daqui a POLICO ja esta aberta, revela ndo

No baile de gala - um cintilante body de paetes prateados com 0 pareo de lame (Veste Estudio: RS 120 e RS 99), sandalia alta (Datelli) e mascara dourada, barroca (Bijou Box: RS 130). Ete, um verdadeiro James Bond, de smoking (56 a Rigor: aluguel RS 100) e mascara preta e branca (Nivea Semprini: RS 25)

o efeito das horas com 0 personal trai ner. M ais urn mocassi m

velho e ama cia do ou uma sa ndalia estilo alemao. Otimo ter tambem oculos escuros, pa ra pro teger os olhos dos primeiros ra ios de sol. Oll evitar a visao dos olhos arrasados, depois da primeira champanha entornada.

BAILE DE GALA" Outro caso a pensa r, porque a ori en ta,ao, no minima. sai r nas colunas socia is. E no maximo, na Ca ras e na revista do gru po Expresso Oriente, porque 0 Copacabana Palace pertence rede Orient Express. Portanto, todo cuidado e pouco , pa ra nao cair em vu lgaridade. brilho faz sucesso em toda a moda, ate a etiqueta Andrea 5aletto desfilou paetes prateados. Entao , vale 0 body ou a camiseta de pa sti lhas prateadas, a sandalia alta e urn arran jo meio perua nos cabelos. Para ele, 0 smoki ng (ha quem prefi ra 0 summer). com um paleto mai s colorido, uma camisa diferente. E os dois, se quiserem fazer urn tipo misterioso, que vai intrigar as colunistas

Na arquibancada para ela, a versatilidade da callia ieans stretch com bustier (Ellus:

socia is. podem levar ma scaras tipo Ca rna val de Veneza .

21,90)e bermuda jeans (Ell us: RS 49), com chineto Rider

e

a

lesa Rodrigues

e ed itora

°

de Moda do Jornaf do Brasil

Revlsta de Carnaval

RS 89 e RS 5); chinelinho plaslico (Grendh.: RS 9,90), correntinha na

cintura ( Yes, Brazil). Ele, com 0 colorido da camisa polo de malha

(Sandpiper: RS

67


,."

BALCAO

I TUAL

vende fantasias ~

TIM LOPES

carnaval conquistou de vez o ciberespa<;o. A tres anos da virada do seculo 0 sonho de Fernando Pinto vai vira r realidade. 0 carnavalesco da Mocidade Independente de Padre Miguel, que morreu num acidente de carro no final da decada de 80, encant ou a avenida em 1985 com 0 enredo

O

Ziriguidum 2001 -

Utlt

carnava[ nas

es~

trelas. Doze anos depois, a maior festa popula r do planeta percorre 0 mundo pela Internet, numa nome page cri ada

.8

per Rubinho Barroso, presidente da Ala Surpresa. A pagina da informa<;6es sobre 0 desfile e vende fantasias a um pre<;o medio de R$ 450. 0 pioneiro balcao virtual de vendas foi acessado. de outubro do ano passado ate hoje, por mais de 5 mil foli6es que queriam informa<;6es sobre 0 carnava l do Rio. o numero de acesso de foli6es de varios paises, como Alemanha, Canada e Fran<;a, ja superou 0 de componentes de uma escola de samba. A nome page da Ala Su rpresa seduz foli6es tocando sambas enredo da Mocidade Independente de Padre Miguel,

Revlsta de Carnava l

Imperatriz Leopold inense, Beija-Flor e Estacio de Sa. 0 frances Regis Mussier, que esta passando uma temporada no Brasil, comprou sua fantasia pelo computador. "A ideia e tao boa que vou ate abrir uma agencia de carnaval na

Fran<;a", planeja, entusiasmado. Ele vai desfilar na Estacio de Sa.

ENDEREC;O. Internet: http://www.antares.com.br// surpresa e-mail: surpresa@a nta res.com .br


._---

--

o

MELHOR CAMINHO~ . NEM SEMPRE E ... =:;,...--AQUELE QUE ESTA ./ A SUA FRENTE.

POR 1550 A ERICSSON FAZ QUEST.AO DE CONHECER o SEU PROBLEMA PROFUNDAMENTE.

Nucleo de PI.neJamento Celular. Mal. do que um simple. nucleo, it 0 e"emplo cia preocupae;io cia Ericsson em oferecer solue;ies completes e nio .0 equlpamento•. Cad. proJeto desenvolvldo pela Ericsson val ao detalhe de de. .nhar mapas topogrilflco. e urbanistlco. atuallzados e e"cluslvos, modlflcando parimetros par. . . . .gurar total preclsio no. proJeto. des r.dlob.... que Irio tr.nsmltlr o sinai. Inve.tlndo em teenologla, a ErlC$$On coloca Ii equlpamento.. Uma

combln~

que garante a

equipamentos Instalado. atit hoje em todo

0

dlspo.l~io

lldera~

do mercado os mals moderno.

absoluta em telefonla celular: 40% do.

mundo, com SO mllhOes de usuirios habilitados em 79 pai....

Um em cada cinco funclonirtos cia Ericsson trabalha em pesqulsa e desenvolvfmento. N. . . . me.ma irea, a Ericsson Investe 20% de seu faturamento, a malor mitdla de toda .a Industria de telecomunleat;ies. Tudo Isso para oferecer nio sO que resolv.m os

HU.

0

melhor equlpamento, m•• tambim

solu~s

globals em

telecomunl~Oe.

problemas. Profundamente.

ErIcuoII..... 5i . . . . . . . __ telle IlIIIInIc_,i I.

ERICSSON


ARTl60 <Xi>

JOiO MAxiMO

ais vellios foliOes CO MVersavam sabre a que cliamam de decadencia do carnaval carioca. Sendo amvos saudos/slas, perguntam-se onde eslao as corsos de af1tigamente, as graf1des sociedades, as vlocos de sujo, as batallias, as cl6vis, as bailes a fantasia, a lanf'l-periume, a conlete e a serpentina. E mais: em tom de cobrall~a, indagam-se of1de anda a espirito loliao do nOlliem que saia de grego, panp branco sabre a corpo, coroa de louros artilicial na cave,a, sallda/ia velna e tdbua de privada imitando lira . Saia no sabado d tarde e so voltava no quartaleira de manila. Como diria Paulinlio da Viola, bebado de samba e outros sonlios. Coda saudosista lem Id suas teorias sabre a traMsfomw,ao do camava/. Foi uma grande lesta, diz a primeiro. Mas s6 na epoca em que a Rio de Jaf1eiro era uma cidade. Como ainda e Salvador. Ou como ainda sao Olinda e poucas mais. Hoje, ja nao e grallde a lesta nem lesteira a cidade. 0 carioca perdeu a liumor, garante ele, e sem liumor nao /icj quem saia de Ira Ida suja e cliupeta gigan!e cantando Ma"u;e Eu Quero. Euma teoria, com a qual nao concordo de todo a segundo saudosista. Ele proprio um camavalesco empedemido que nao s6 soia de grego au bebe, como tambem deslilava em blocos e Ireque"tava as mais qUe/ltes bailes dos tempos do Higli Life - aclia que a perda do liumor nao con!a tanto. Canto muito menos do que. digamos. a progresso. Apoia-se em dodos liist6ricos a segundo saudosista. Cnega mesmo a retroceder aRoma dos cesares para defender seu ponto de vista. Consta que as origens de camaval estao nos celebra,6es pagas de muitos sew los antes de Cristo. Uma vez par ana a popula,ao romana entregava-se a uma lestividade alga orgiaca que durava tres dias e tres 11Oites. Homens e mullieres saiam as ruas, fOlltasiavam-se. usavam mascara para nao serem id€l1tificados e punliam-se a fazer toda sorte de coisas que nao ousavam

D

70

-.

Folia nao tern dia rnarcado nos outros dias. Bebiam muito, prevo ricavam muito. Tudo era permitido, inclusive igualdades impef1saveis no resto do ana. Par exemplo: as escravos eram soltos, enlravam na gandaia e aId se atreviam a gritar em publico a que pensavam de seus senliores. Naturalmente. disfar,ados. Pelo que contam SuetOnio e outros cronistas daque/e tempo, citados par Emida em sua Historia do camaval carioca , a espirito m10 era muito dilerente do folia de que falavam as saudosista. Na verda de, loi a mesmo espirito que inspiroll e consagro" as carnavais do mundo, todos com seu tresloucado {az-de-conta , suas identidades trocadas, seu seMtido libertario, sobretudo quanta 00 sexo. Os bai/es de mascara da Europa de seculos atras eslavam no ",esmo caso, rostos cobertos servinJo de salvoconduto para que cavallieiros bem-compal'l ados e damas idem perdessem a vergonlia e, entre ullta valsa e outra. abrissem a jogo. Muitos romances proibidos de entao nasceram de cantadas autorizadas pelas mascaras. Os melliores earnavais do Rio, as carnavais de que falem as saudosistas, lambem eram assim. Rapazes bem-comportados e lno,as idem esperavam um ana inteira para se liberarem. 0 carnaval permitia a que, no resto do ana, a moral e os boMS costumes proibiant. Bailes como Revlsta de Carnaval

a do Cabide. a Mantae Vall as Contpras. a Me Segura Senao Eu Fa"" Iinliam a permissividade das velflas {estas romanas, que 11aO par acaso se elwmavam bacanais. Fazia-se sexo (au quase) nas quatro noi· tes, fora as lardes pre-carnavalescas. Bebia-se mudo, mas l1ao era em nome do

porre que se tOlltavam coragem. No carnaval, liomens enrtlstidos fiMlmente po· diallt se vestir de mullier. senlioras casadas finalmente podiam brinear no blow com 0 vizinlio, a pe-rapado tinalmente se misturava ao bacana., numa sucessao iMtermindvel de linalmentes. E ninguem reparava . Ora, ora observa 0 segundo saudosista, 0 progresso tomou des necessaria esperar um ana para tudo isso. Faz-se todo dia a que s6 ,e fazia no carnaval: 110mem vestido de mulner. paquera de vizinno, porre, sexo, tudo. Ainda bem. Se»> ran,os moralistas - mas simplesmente lazendo ullta constata~ao - a segundo saudosista garante ao primeiro que foi mesmo a progresso, com silas liberta,oes que mudo" a regra do jogo. - A meu vel' - sentencia ele nao acabou a numor nem a camaval do carioca. Em portugues claro, a que acabou mesmo foi a sacanagem com dia marcado .• Joao Maximo e colunista do jornal 0 Globo


No

.

",

fixed~date

for the party ~ .lOAO MAxiMO

veteran does not completely agree. He Wo Carnival veterans were talking himself used to love Carnival- going out about wllat tlley called the decay of Rio's Carnival. Being botll not only dressed as a Greek or a baby, but nostalgic, they asked tilemselves also parading and taking part of tile mosl wliat Ilad Ilappened to tile old ilol balls of tile Higll Life times - and ile Carnival's symbols sucil as car's parades, believes lilat Ille lack of ilumor is not so tlie "great societies", rag's gangs, tile old important. It is far less important tnan, parties, evil clowns, costume balls, perfume . let's say, progress. sprays, confetti and serpentin. And more: He is based in nislorical facts. He even in a demanding tone, tiley asked wllat liad goes as far back as to tne ancien I Rome in come of tfle old Carnival spirit represented order to defend Ilis poinl of view It seems by tile man wilo went out in a Greeli dress, tllat tlie origin of Carnival is lin lied 10 tile pagan celebrations daled many centuries a wftite piece of tissue covering ilis body, a crown of artificial bay leaves in his ftead, old before Cllrisl. Once a year tile Roman population was involved in a sort of orgiastic sandals in ilis feet and bearing in 11 is liands a toilet board as if it were a lyre. He used to festivity wfticillasted lilree days and lilree go out Saturday afternoon to come bacli niglits. Men and women went out to tlie only in tne morning of tlie next Wednesday. streets wearing fancy dresses, using masks Drunk of samba and otllerdreams, as would not 10 be idenlified, doing all sorts of Inings describe Paulinflo da Viola. tliey would not dare doing tlie otner days. Eacll nostalgic person Iws nis Own Tiley drunk a lot, tliey liad a lot of fun. tileory for tile transformation of Carnival. , Everything was allowed, including some equalities not permitled during the resl of It tlsed to be a great party, says tile first one. But only wilen Rio de Janeiro was tile year. For instance: tile slaves were still a city. Lilie Salvador still is . Or Olinreleased. took part in Ihe party and even da and some otller few. Today, tile party is dared to say out loud wllal tliey tnouglit not so great and tlie city is no longer festive. about tlleir maslers. Disguised, of course. Tile Carioca Ilas lost nis 11UnlO~ says Ile, As relaled by Suelonio and otliers storyand witilout numor nobody can go out tellers of tllose times, quoled by Eneida in dressing a dirty diaper. carrying a giant nerHistoria do camava' carioca (History sucker and singing Mamae eu Quero . of tile Carioca Carnivall. tfte spirit of tile It is a tneory, wit Ii wllicli Ifte second party was not entirely different from tlie one

T

Revlsta de Carnaval

I

of wnicn tile two veterans were talking. Actually, it was tfle very same spirit tfiat flas inspired and consolidated Carnival around tile world, all of tliem marked by a crazy fantasy, cnanged identities and a sense of freedom, specially regarding sex. Tlie mask balls in ['Irope, centuries ago, fwd tfte same meaning, tfle covered faces being a passport to allow well-benaved men and women to loose tfleir sname and, between one valse and tfte otfter, let it all liappen. Many forbidden romances liave began tnis way. from beftind tne maslis. Tfte best Carnivals otRio, tflOse of wfticll Ine two veterans were talking, were also like tnat. Serious boys al1d girls used to wait a wftole year for a liberatiol1l11oment. Carnival allowed wnat. during tfte rest of tne year. was forbidden by moral and good nabils. Balls like Baile do Cab ide (Rack Ball). Mamae Vou as Compras IMom, I'm going snopping) and Me Segura Senao Eu Fa\'O (Hold me or else I do) were as permissive as tile ancient Roman parties, properly called baccnanals. Sex (orsomelning near to it) was made during tfte four niglits, and also during llie afterl100n parlies before Carnival. Everybody drunk a lot, but it was not only tnrougli alconol tlial tliey got enougli courage 10 do tliings. D,uing Carnival, gay men could {inall~ dress tflemselves in women dresses, married ,vomen could finally have some fun witn tfte neighbor. Ine poor could finall~ mingle wit Ii tile ricft, in 011 endless list of things "finally" conquered. And nobody took notice. Well, says tlie second veteran, it was progress that made unnecessary to wait a wnole year {Orlnat. We now do everyday wliat before we could only do during Carnil'al: men dressing as women, flirting with tlie neignbor, drinking, sex, everything. And til at's great. Witli no 1I10rai implications - bul ollly getting to tile point - tne second veteran says to theotner tnat it was progress indeed, witli tfte liberal ion it flas brougflt, wliat lias cllanged tile rules of tne game. In my view, Ile stresses, neitfter tlie Carioca Carnival nor the good liumor are lost. In good vernacular. wftat is really over ~ filtftiness witft a fixed-date (Versao para

0

ingles Heloisa Se ixas)

71


veo

Vem ai 0

19 festival de Samba de Ouadra.

•

e erreJ

o valor da-se a quem

tem. E

0

.,

samba,

o samba verdadeiro, aquele que 56 nao gosta quem e ruim da cabe~a ou doente do pe, nasce nas quadras, nos terreiros das escolas. Ismael Silva, (artola, (andeia, Silas de Oliveira, Paulinho da Viola, Martinho da Vila e todos os maiorais sempre mostrar"am primeiro la as composi~6es que depois desciam

0

morro e tomavam conta

da cidade, do Brasil, do mundo. Na verdade, a grandeza de toda a musica popular


• fossem iguais a voce ", samba-emedo da Mangueira para

0

Carnaval de 1992, de Helio Turco, Jurandir e Alvinho.

beasi/ej" deve mujto a essa fonte de cejatjvjdade. E ela nao pode secac. Poe jsso,

a ZMM esta organizando

0

~

1 Festival de Samba de Quadra, reunindo patrocinadores

e garantindo expressivas premiaC;6es em dinheiro. Esta na hora de mostrar os atua is bambas, eeunje as novas valoees dessa expeessao que nao tern pac. Esquenta j vossos

pandeiros, iluminai os terreiros, porque vamos dar vez ao samba e toda a cidade vai cantar.

Zi\'1[~'1(1


T[L[VI~Ao ~

BIZ FILHO

ao ha doe nte do pe q ue resista. A programa~ao das lVs para pa r 0 te lespectador no ri tmo dos batic um buns e tamborins nao deixa duvidas: em 97 , 0 Carnaval tem co ta,ao maxima entre os que entendem de Ind ice de audiencia. Mais do que na reelei~ao presidencial ou na onda da salsa e do merengue, e na fo lia que a teli nha concent ra fichas ate a qua rta -fei ra de Cinlas. Dos dasfiles de fanta sias ao grande momento da Sa pucal - passando, e claro, pelos infa llveis bailes profanos do Ri o - a prese n, a do Carnava l na lV e intensa 0 bastante para derrubar as previs6es alarmistas do genial loaosinho Trinta. Na noi te do dia 11 de ianeiro, )0;;0-

N sin ha

dizi a , num a en t revista

a

A nova vinheta de Hans Donner, para 0 Carnaval 97 da Globo, mostr. a mulata Valeria Valenssa sobrevoando 0 Pelourinho e as ladeiras de Olinda antes de voltar para 0 Samb6dromo

o

Clobonews (0 iovem canal da Netl. que o afastamento dos bicheiros amea<;a 0 futu ro da maior festa carioca . A progra ma<;ao que ia estava sendo exec uta da pelas lVs naquele dia, no enta nto. apontava ca mi nho inversQ, menos pessimista para 0 sa mba. Nunca se

investiu tanto nas estripulias de Momo para atra ir 0 telespectador - 0 que gosta de sa mba e 0 q ue born suieito

nao

e.

Os desfi les do Crupo Especial, rna is uma vez, 56 serao trans mi ti dos pel a Clobo e pela Manchet e, que pagaram R$ 2,4 mi lhoes para insta lar suas meras no Samb6dromo e ir para a ca ma com a maioria dos brasileiros. Mas nem sO de Avenida vive 0 telespectador-foliao.

ca-

As demais em issoras e ate os canais

de lV a cabo iii montaram seus esquemas pa ra 0

Ca rn aval.

De 3 de ia neiro a 5 de feve reiro a Clobo promoveu a exi bi<;ao de reportagens no "Born d ia Brasil" sobre os carnavalescos das 16 escolas de samba, com ent ra das ao vivo dos rep6rteres nos barrac6es. Ate 7 de fevereiro, o RllV primeira edi<;ao tern reportagens sobre persona lidades do sa mba , como Dona Neula, Ze Keti e Mart inho da Vila . Na edi<;ao noturn a, 0 not iciario 74

0

RIT

que dd audien-cia mostra os ensaios e outras curiosida-

o marid ao Hans Donner ence rrava a

des do Ca rnaval. como 0 artista plastico Domingos Marti ns. que trocou Amsterda pelo Ri o pa ra ser 0 bra<;o direito de )oaosinho Trinta. 0 "C lobo cidade'" tern cinco inser<;6es diarias com hist6ri as do samba. Estrelas nos intervalos - Mas as estrelas maiores do pli m-plim nao

vinheta desrnancha ndo a imagern da modelo em forma de purpurina. Este

estao nos teiejorna is. Estao nos inter-

va los. Sao os clipes com os sa mbas do Crupo Especia l e a sempre aâ‚Źuardada Mu lata Clobelela . Desta vel, Valeria Valenssa deixa de ser ape nas uma unanimidade para in-co rpo-rar a

intew a<;ao nacional. No ano passa do, Revista de Carnaval

ano,

come~a

com a imagem se recorn-

pondo e segue com Valeria sobrevoando 0 Pelourinho (Sa lvador) e as ladeiras de Olinda antes de vol tar para 0 Sam b6 dromo . S6 faltou 0 Boi de Parintins. Mas ela chega la. Amazonino Mendes que cuide de re for<;ar a estrutura do seu sa mb6d romo.

Em Sao Paulo, ela ia chegou. E ao vivo . Este ana, Valeria nao podera sa ir

na Ca prichosos porque desfila no samb6dromo do Pitta, equilibrando-se num globo com 2,6 metros de al tura. A ale-


goria e da Mocidade Alegre, que desenvolve 0 enredo " Hans Do nner, 0 mago e seu universo". Alem da dupla, a escola roubou outro sucesso do Carnaval ca ri oca, para a a\ egria da

rnulherada da garoa: 0 modelo Beto Simas, 0 Adao do abre-a las da Mocidade Independente no ano passado. Os emergentes desfiles da pauliceia estarao na Manchete a partir das 20h30 do sabado (dia 81, apresentados por Paulo Stein e comentados por Zeze Motta e Cleyde Xavier. Paulo Stein tambem narra os desfiles do Grupo Especial do Rio, com a ajuda de Fernand o Pamplona, Aroldo Costa, Jose Ca rl os Rego e Roberto Barreira. "A partir da sexta- feira, a Manchete nao vai parar de fazer Carnaval. Vamos investir intensamente em tudo 0 que acontece", garante Mauro Costa, 0 diretor de Jornalismo da emi ssora. De fato, a mais in tensa programa~ao carnava lesca esta na emissora, que ja apresenta 0 programa "Botequim do Samba" aos domingos (22h30). 'klho de guerra, Sargentelli recebe convidados para i n~ terpretar can~oes das decadas de 50, 60 e 70, quando nao ha -

sos (qua rta-fei ra de Cinzas, as 13h). Os bailes tambem resistem bravamente. Da elegancia do Baile da Cidade Maravilhosa , do Copacabana Palace (sabado) ao exotismo do Scala Gay (ter~a ), as cameras da emisso ra vao aos quatro cantos da Zona Sui do Rio. Sem deixar, e claro. de por lenha no balacobaco das mocinhas - e as nao tao mocinhas assim - que disputam a tapa as mesas do 'krmelho e Preto (sexta-feira). Han s Donner nao

e0

unico que

vai atras da globeleza. Seguindo 0 rebolado, a Manchete tambem optou pela integra~ao nacional na montagem das vinhetas. De 200 cand idatas a Garota do Carnaval, a emissora selecionou uma \oira, uma morena e

via sam b6dro mos

nem alegorias com Lucianas Sargentellis. No dia 26, Carmem Costa, Atau lfo Alves Jr. e 0 quarteto As Gatas ca ntarao Braguin ha e Ataul fo Alves. Em 2 de fevereiro, os puxadores de samba defendiam as cores do Grupo Especial. Para quem gosta de concursos de fanta sia , a Manchete tela cheia , inc1u indo 0 Oficia l do Hotel Gl6ria. dia 8. as 19h, ao vivo. No dia seguinte, a Manchete vai pa rar no concu rso da Praia do Forte, em Cabo Frio, a capital do verao mineiro. As cameras estarao em alerta maximo para 0 casa de Ita-

e

mar apa recer -

mais alerta ainda se

Lilian Ram os der as caras. Ate 0 Metropolitan entrou na onda dos concur-

As tres _finalistas do concurso que a Manchete promoveu para escolher a Garcta de Carnaval que, a partir da sexta-feira, dia 7 de fevereiro, aparece com pintura corporal nas vinhetas da emissora

uma negra. As tres ia disputam os votos dos telespectadores para ver qual delas se apresentaria com pintura corpo~ ral nas vinhetas a partir da ,;exta-feira do Carnava\. A 1V a cabo se rendeu ao charme do samba. 0 Multishow (canal da Net),

Revlsta de Carnaval

no melhor estilo: de 3 a 7 de fevereiro, exibe 0 especial "Mangueira : amor a primeira vista". A produ~ao, de Marco Altberg, conta a hist6ria de um casal - estrelada pelos pombinhos lulia Lemmertz e Alexandre Borges - que se conhece na prepara~ao para 0 desfile. Ela interpreta uma paulista e ele, um morador do morro. A Mangueira e cenario do romance, que mistura fic<;ao e realidade e conta com integran~ tes da velha guarda, como Dona Zica e Dona Neuma. Sele~ao de filmes -Poucas emi&soras preferiram e caminho inverse ao da Manchete, como a Bandeirantes, que tratara a festa apenas na cobertura jornal[stica, segundo seu diretor-geral , Claudio Petraglia. De especial, a emissera seleciona filmes pa ra a serie "0 melhor do cinema no Carnaval ", apresentados a partir das 22h. "Voce tem de dar uma alternativa ao telespectador. A Globo e a Manchete ia vao transmitir os desfiles. Os direites de transmissao sao muito caros e p r e~ fe rimos investir no nosso forte, que e 0 esporte. Mas teremos flashes das redes locais durante a prog ram a~ao, com 0 Carnaval do Rio, de Minas, de Salvador e de outros estados", ressa lva Petraglia. Outra emissora sem dinheiro no bolso para mostrar 0 Grupo Especial e a CNT, que nem por isso deixou de se render ao batuque : vai transmitir os desfiles dos grupos A e B, da concentra~ao a dispersao. A CNT, que ex ibiu no ultimo dia 14 um programa especial dos sambas de enredo do grupo A - com lorginho do ImperiO e 0 grupo Molejo - vai apresentar durante todos os dias do Carnaval flashes do Rio e de outras cidades. Programa para ninguem dizer que

75


,

Os catlais de TV

' . a cabo sao a , melflOr saida para os doetltes do pe que se matltiverem itlsetlsiveis aos ape/os pro-folia da telitllia

e

e fora de epoca 0 que vai abrir a programa,ao de fil mes no Camaval do Multishowo "Quando 0 Camava l chegar" ( I h30 da madrugada do dia 8). com Chico Buarque, Maria Bet hania, Hugo Carvana e Nara Leao. Os canais da s TVs a ca bo sao , realmente, a melhor saida para os doentes do pe que se mantiverem insensiveis aos ape los pr6-fol ia da telinha. Filmes de grande audiencia fo ram estocados para os nao folioes. caso de "Gasparzinho, 0 fa ntasminha ca marada", produ,ao de Steven Spielberg, com anima,ao de George Lucas e dire,ao de Brad Silberling. (l'elecine, da Net, as 2 1h do sabadol. No dia 9 ( I h) tem Whoopie Goldberg em "/omada nas estrelas - a nova gera,ao", com William Shatner, tambem no Telecine. Na segunda-fei ra, 0 mais cotado I' "Intersection - uma escolha, uma ren nCmci a , com 0 bon itao Richard Cere e a estontean te Sharon Stone (Telecine , 2 1h). La Stone esta no mesmo dia na HB O (da TVA). as 18h45, acompanhada por Sylvester Sta llone em "0 especialista " . A HBO mostra tambem, as 2h30, "Batman etem amente". Na ter,a, e a vez de riro tem "Um tira da pesada Ill ", com Eddie Murphy (Telecine, I hi, e "Ninguem segura este bebe", com Joe Mantegna (Fox, transmitido pela Netas 14h e pela TVA as 23h30). A HBO tambem tem "Quiz Show", com dire<;ao de Robert Redford (20h30). As 6h30 da quarta-fei ra de Cinzas come,a "Depoisde Horas" , com Rosana Arquette, dirigido por Martin Scorsese .•

to

e

.. Aziz Filho reporter especial do jornal 0 G/oba

76

P'rOgramagao

Emissora

Show "Quando

MuHlshow (NET)

lh30

0

carnaval chegar "

H ora ri o

Manchete

19h

Oes1iles das Escotas Grupo A

CNT

20h

Oesfile das Escolas de Sao Paulo

Manchete

20h30

Concurso Fantasia Hotel Gloria

Teleclne (NET)

21h

Baile da Cidade Maravilhosa

Manchete

22h

Serie "0 methor do cinema no Carnaval "

Bandelrantes

22h

Filme "Gasparzinho,

0

fantasm a ... ~

Dia 09/02 (domingo) Filme ':Jornada nas estrelas, a nova ..

Teleclne (NET)

lh

HBO (TVA)

2h30

Desfiles Grupo Especial

Globo

ISh

Desfiles Grupo Especial

Manchate

16h

Serie "0 melhor do cinema no Carnaval"

Bandelrantes

22h

Filme

~ Batman

eternamente "

Dia 10/02 (segunda) Globo

Desfiles Grupo Especial Oesfiles Grupo Especial Filme "0

especialista ~

ISh

Manchete

16h

HBO (TVA)

16h45

Filme "Intersection - uma escolha ..

Teleclne (NET)

21h

Serie "0 melhor do cinema no Carnaval"

Bandelranles

22h

Filme "Um tira da pesada IW

Telecine (NET)

lh

Fox (NET)

bebe ~

Show "Quiz show"

HBO (TVA)

14h 20h30 .

~ Ninguem

Fi lme "Ninguem segura este

Fox (TVA)

23h30

Baile Gala Gay (Scala)

Manchete

22h

Serie "0 melhor do cinema no CarnavaJ"

Bandelrantes

22h

seg ura este bebe "

Dia 12/02 (quarta-feira) Filme "Depois de horas"

HBO (TVA)

Concurso Fantasia (Metropolitan)

Manchete

13h

Serie ¡ 0 melhor do cinema no CarnavaJ"

Bandeirantes

22h

REVISTA DE CARNAVAL

Bh30


e ee e e ee ee e ee e e ee e e e e e e e e e e e e e e e e e e

•: •. •.•. • •. •• • • •. . . ,

A COMPANHIA AEREA QUE MAIS CRESCE NO MERCADO INTERNACIONAL

-

THE FASTEST GROWING AIRLINE IN THE INTERNATIONAL MARKET

BRAZILIAN AIRLINES TOLL FREE 0800-998277


, ARTI60 ~ ARTUR XEXIO

oce vai ao votequim. feliz da vida, com a sa cola clteia de latas de

V

cerveja, urn monte de pacotes de

vatatas fritas, um peda(ao de queijo, presunto, salaminlto, pla-

nejando wna madrugada rep/eta de ef}1o~oes ate aparecer 0 primeiro desmat1cf1a~pmzeres. Ele vesie uma bermuda branca, camiseta bordada com paete vermelfJO, sanda/ias e Ulll cnapeu el10rme que nao cotlsegue equiJibrar na cave(a. Diante do seu olltar espantado, l1clo disfar(a 0 orgulllO de dizer que vai desfilar no Salgtleiro e explica 0 significado da fantasia, - You sair de cerdmica marajoara . A defini(ao da fantasia e segtlida de uma ladaitlha que canta 0 prazer ul1ico de desfilar ntlma escola de samva. Nada se campara aemo~ao de [evQnlar as arquiba~l¡ cadas. ~A vibra~ao eldo grande que tlem se sente 0 tempo passar. Quem nUrlca saiu numa escola nao save 0 que, um desfile. De repente, a sacola com latas de cerveja parece mais pesada. Voce ja mio slibe se vale a pena virar a node tlQ {rente da 1V Ate encot/trar 0 segundo desmancha~prazeres. Com uma caixa de isopor debaixo de U/11 bra~o, 0 encarte da revista dominical cam as letras dos sambas na mao direita, bani, 6cu/os escuros, urn lequ e da cervejaria I'la mao es~ querda, ele se prepara para enfrel1tar a nOlte nas arquivancadas. Desfile tem que ser ao vivo. emina. Na te/evisiio, eles nao respeitam a orde! de passagem das alas. Nao na ""o,ao. Nao Ita povao vivrando. Camaval lange do Samb6dromo niio i CQmaval. Pronto. Voce nem cnegou em casa e ja esta com a impressao de que a cerveja {icotl cllOca. Tenta se consolar. Desfile epara quem tem corpinlto malliado elll acadelllia, falego de quem anda lla praia. barriga de quem niio encne a sacola com latas de cerveja .. Arquivallcada custa caro e edesconfortdvel. Ullia voa poitrona na fr",te da lV tem suas vantagens. Mas af aparece 0 terceiro des~ mal1cha ~prazeres. Oua se pegando a metro. ele anuncia que vai dar um role ria CO~lcen~ tra(ao. t de gra(a e ali esta 0 verdadeiro es pfrito do carnaval. 0 pavao reunida, se arruma~ldo, cantafldo sambas sem compro~ misso. Quem niio passou uma ~lOile fIa COI1~

78

Carnaval eletronico dd samba centra(lio nCio sabe 0 que i camava/. Sua 110itada esta de{initi vameHte estragada. Nao Ita nada mais ,em gra(o que

ver 0 desfile pela televisao, acompanlJado de uma cerveja quente e urn salaminlio gordu~ rosa. Sera? E bom saber que. para dais es-

peetadores diferentes,

desfile de escolas de

desfile mesmo. Como

eoutro 0 desfile das

arquibancadas para. quem esta acostumado

a desfila, Ou , outro 0 desfile no setor 2, para quem esta acostumado a assisti~lo da Prafa do Apoteose. Na Tv, nao se respeita a ordem da entrada das alas. 0 carro abre-

arqui~

alas pode aparecer no meio da apresenta(a, da escola, a comissao de frente pode ser a

vancada se diverte. quelll desfila se diverte.

ultima imagem a ser mostrada, a ala das

quem {az p/antiio na

se diverte.

vaiana, pode ser esquecida pela cdmera. Mas

Por qtle quem assiste pela televisao nao pode se divertir tambil11? Na verda de, quem estd

ha outros deta/fles que s6 quem passa a madrugada diante da lV conltece. Es6 na te/evisiio, par exemp[o, que se ouvem os comet/tarios de Lecy Brandiio sabre a comuni-

0

samba nUflCa i mesmo. Quem estd na

nas

arql~iba l1 cadas,

concentra~iio

nas cadeiras de pista ou

nos camarotes tem visiies diferentes do desfile. Se 0 carro da Viradouro pegou fogo em frente ao setor 5, a espectador que acompaHflOu

0

desfile do setor 3 e capaz de sair do Samb6dromo acnando que a Viradouro mereee 0 titulo de campea. Na Passarela do Samva , l1inguil11 sabe direito a que estd aeontecendo. ]a vi no Samb6dromo uma atriz de nove/as empolgada com a passagem da Beija Flor no ano da nomenagem a Bidu Sayiio. "Meu Deus , como a Bidu estd bem" , admirava~se a atriz dial1te de uma vedete de carpo per~ {eito enearapitada r1Um carro gigantesco. A Bidu de verda de s6 passaria 20 alas depois . Na avenida, niflguem Selbe em que carro a Bidu SayCio vai passar. lIinguem sa be se a Bidu Saytia ja passou, ninguem sabe nem se

Bidu Sayao vai passaro Ja na televisao.. Esta ea grande vat/tagem de se assistir ao desfile pela televisao. Na avenida, aquela ala com uma fantasia indeci{ravel - un/a perna verde. a Dutra amarela; um espfn1dor

coverto de galltos de arvores; umas fitas de

raria bra~lca caindo da cintura - eapenas uma ala ca m uma fantasia indeci{ravel. Na te/evisao, nO. sen/pre a Fa tima Bernardes para explicar que elas represmtam UI11 grupo de

amazonas guerreiras defendendo a floresta tropical do ataque do (,omem vra,,,o. Eoutro Revlsla de Carnaval

dade. E Lecy Brandao tamv,m ecarnaval.

Es6 na 1V que se cotlv;ve com 0 mau {junior de Fernando Pal11p{ol1a e suas queixas de que samba e~!redo virau marcha. E Femando Pamp[oHa tambim e canwvaf. Es6 tla lV que se acompanltam as gafes de Fernando Vanu cci. E, as mais puristas que me perdoem, mas Fernando Val1ucci tambern e camava/. As reportagetls de GlOria ManOa fla con~ ce~ltra~iio ou f1QS il1ven~oes de Maurfcio Ku vrusly na Apoteose foram definitivamellte il1corporadas ao camaval carioca. E quem vai ao Samb6dromo nao sabe a que esta perdel'ldo. Presenciar uma bobagem qual~ quer de Mauricio Kubrus/y e muito mais

divertido que aguardar 0 intervalo entre a passagem de uma escofa e outra.

Portanto. nao ligue para 0 que os desmancl1a-prazeres do carnaval teimarn em dizer. Bote a cerveja no conge/ador. separe a

salaminno. estoque a vatata-frita, corte 0 queijo. acomode-se na poitrona, ligue a televisCio e prepare~se. 0 carnaval e/etronico pode

ser tao divertido quanto qualquer outro.• Arthur Xexeu

Brasil

e articulista

do Jamal do


A realidade aruaJ dos mercados e das empresas e tao dina mica que nao su fi ciente apenas descobrir a direC;ao e a velocidade do ,,~~jiiII_;c vento, voce tern que faze-Io soprar na dires;:ao que deseja e na velocidade que precisa. Para isso, sua empresa pade con tar como parceiro com 0 Gru po Quatrol A. Quatro empresas que atuam como unidades estrategicas de neg6cios independentes nos seus campos de atuac;ao: Telemarketing, Marketing de trabalho em parceria Re[acionamento, COlTIunicac;ao Direta e Recursos Humanos. garantindo uma sa tisfu9io E que, em conjunto, formam lim dos arsenais mais modernos em sem limites. marketing no desenvolvimento de estrategias e operac;oes integradas para obter uma coord enas;:ao mais eficiente. Assim, sua empresa podeni garantir tocla a agressividade no mercado com melhores indices de retorno sobre seus investimentos. Uma parceria que sua empresa pode comec;ar a desfrutar hoje mesmo.

e

o

Ligue agora mesmo para o · Grupo Quatro/ A e solicite maio res

informa ~6es

ou age nd e uma visita:

Ie I.: (0 1 l ' 253·4677 • Ie I.: (02 1, 54 1·5500

Av. Paulista , 688 - 17' andar - Bela Vista - Sao Paulo - SP - Brasil - CEP 0 1310-100 - Tel.: (011) 253-4677 - Fax: (0 11) 253-2532 R. Lauro Muller, 11 6 - Gr. 1806 - Torre Rio Sui - Rio de Jane iro - RJ - Brasil - CEP 22290-160 - Tel.: (021) 54 1-5500 - Fax: (02I) 541-5895


Apoteose OLI PIC ex;:> VICENTE DATOLU*

ue esporte e carnaval formam uma dupla do baru lho, ou melhor, urn a parceria perfei ta, is so nao e novidade pa ra ninguem. Afinal. estas manifesta~6es populares sempre andara rn de maos dadas pelo Brasil - basta ver (e ouvirl qualquer jogo que aco n te~a para se verifi ca r que sambas e marchinhas estao sempre na boca dos torcedores. Sendo assim, nada mais natural do que as escolas de samba do Rio de janeiro vestirem a fantasia, quer dizer... a ca misa, para ten tar ajuda r a cidade na sua ma ior aventura es po rtiva de todos os tempos: o rganizar os jogos Olimpicos de 2004. Como que confirmando 0 c."'ter de m obil iza ~a o da ci dade pela campanha, pelo menos tres escolas (Mangueira, Na~ao Rubro-Negra e a mirim Inocentes da Caprichosos) escolheram 0 tema para seu desfile de 1997. Se nao chega a ser a repeti<;ao do que aconteceu em 1965, quando todas as agremia<;oes, de uma forma ou de outra, falaram do Rio de janeiro - que completava seu quarto cen tenano de hist6ria - , nao se pode negar que, da Marqu es de Sapucaf Aven ida Rio Branco, 0 desejo de 0 Rio realizar a pnmeira Olimpfada do terceiro m i "~n io vai estar na boca do povo dura nte as festas de Momo . A primeira a lan~a r seu apoio explicito campanha foi a mais tradicional e popular de todas as escolas de samba do Bras il : a Esta~a o Primeira de Manguei ra. Ainda em dezembro de

Q

1995, quando todos estavam preocupados apena s com 0 des file de 96, 0 presidente da verd e-e-rosa , Elmo jose dos Santos, anunciou que sua agremia~ao iria entrar de ca be~a na campanha pela Rio-2004 no desfile de 97 . 0 carnavalesco Oswa ldo jard im foi alem: recriou no Mo rro de Mangueira todo 0 ar grego que inspirou os primeiros jogos Olimpicos da hist 6ria - e su rgiu o enredo 0 Olim po verde¡e-rosa. Viagem pelo tempo - Dando um passeio pela hist6ria da competi~ao, a Ma ngueira lembra ra que, na antiga Grecia, 0 perfodo dos jogos era tempo de paz. Considerava-se sacnlegio qualquer tipo de ma n i festa~ao nao esportiva - e cada cidade devena arcar com as responsabilidades dos delitos de seus cidadaos. Oswaldo viajara pelo te mpo lembrando as competi~6es de que ero participou (s6), do fi m dos jogos na

e

a

a

80

Revlsla de Carnaval

Antiguidade, pelo imperador Teod6sio L da redesco berta da competi~ao pelo frances Pierre de Coubertin, ate desembarca r no Rio.

')\ssim como 0 Barao de Coubertin, um educador que descobriu ser a pratica esportiva um importan te fa tor de recupe ra~ao e forrna~ao social, n6s, na Mangueira , ha algu m tempo ta mbem sentimos que os esportes sao importantes para despertar nas cria n~as sua auto-esti ma e a sensibilidade. Oaf a cria ~ao da Vila Olimpica da Mangueira e, com isso, serm os ha alguns anos, a comunidade de menor fnd ice de cnan~as infra to ras do Rio de janeiro", explica jardim, totalmente envolvido no clirna carnavalesco¡esportivo.

A magia e tao grande que 0 carna valesco ve , inclusive, se melhan~as entre os trad iciona is integrantes da llelha Guarda mangueirense e os antigos


deuses gregos. Tanto que pretende levar para a Sapucai, no domingo de camaval - a Mangueira a sexta escola a entrar na avenida , por volta de I h da manha - , uma alegoria onde Dona Neuma, Dona Zica, Ti o lair, Tinguinha e outros dos mais respeitados sambi5tas da agremiac;ao representa riam Afrod ite, Minerva, Mercurio , Apolo e outros mitos do Olimpo. Se a Mangueira decidiu representar

e

,

Da Marques de ' . Sapucar a Rio , Branco, 0 dese;o de o Rio realizar a Dlimprada de 2004 vai estar na hoca do povo durante as festas de Momo

o aspecto hist6rico-social na sua exi-

bic;ao, a Nac;ao Rubro-Negra, que fa ra este ano, no deslile do Gru po de Acesso D - sera a quinta a deslilar na segunda-feira, na Avenida Rio Branco - sua estreia oficial no camava l da cidade, fa lara dos motivos pelos quais 0 Comite Olimpico Intemacional deve escolher 0 Rio para organizar os logos de 2004 com 0 enredo Sou Na¢o 2004 -

um Rio de integra,"o. "Quando fui eleito para ser 0 presidente da escola, liz questao de deixar bem claro que, enquanto eu est ivesse dirigindo a Nac;ao, todos os nossos enredos deveriam se T em homenagem cidade. Se temos tantas

a

(oisas bonitas por aqui, pa ra que eu vou sa ir do Rio para fazer meu cama-

val? Com a campa nha pa ra ten tar t razer a Olimpiada para ca, achamos legal mostrar para os turistas tcdas as belezas que 0 Ri o possu i. vamos falar da cidade , do esporte, agrega r 0 samba ao camaval", exulta Claudio Cruz, presidente da escola e tambem da torcida

organizada do Flamengo que deu origem agremiac;ao - olha a uniao esporte e samba af. gente ! Para completar 0 super-enredo que unin3 as tres escolas no pedido "Rio2004 , eu quero", a Inocentes da Ca-

a

prichosos -

te rcei ra a se exibir no

desfile da terc;a-feira gorda - levara para a Marques de Sapucai, no deslile de terc;a-feira, 0 lado mais politico-social que um evento como uma Olimpiada pode proporciona r. Com 0 tema Crian,a, viva 0 futuro , os sambistas de amanha de Pilares enca ram os logos Olimpicas como 0 infcio de urn novo tempo, nao s6 no Ri o, mas em todo 0 Brasil - ho je tao severamente criticado por explorar 0 trabalho de menores em canaviais, de deixar crianc;as abandonadas pelas ruas. Caminho do p6dio - Para os carnavalescos Ernesto e Mazinho, a

reali zac;ao da Olimpiada no Ri o, em 2004, 'pode ser 0 inicio da trilha que levan, nossas crianc;as do caminho da

desesperanc;a ao p6dio, cobertas pelos louros da vit6ria". A presidenta da Inocentes, Selma Malafaia, explica, "nossa intenc;ao com esse enredo e mostrar que atraves da uniao das entidades publicas e pcivadas, da mesma forma que esta sendo fe ita a campanha para organ izar os logos Olimpicos no Ri o, temos condic;6es de terminar com esse estado lamentavel de abandono que vivem nossas crianc;;as". IS50 mostra que, mesmo na festa da folia, ha lugar pa ra conscient izac;ao e reflexao. Para 0 ex-deputado e embaixador do Comite Rio-2004 , Rona ldo Cesar Coelho, a decisao dessas escolas apenas refl ete que organizar uma Olimpiada e realmen te desejo da populac;ao do Rio, como alias ficou demonstrado no mes de novembro do ano passado, quando a primeira comissao de avaliac;ao do Comite Olimpico internacionai esteve no Rio. Se naquela ocasiao os gringos se impressionaram com a quantidade de pessoas que andavam pelas ruas com camisas de apoio ca ndidatura, durante 0 carnaval a situa<;ao vai esta r ainda melhor. "Toda essa mobilizac;ao me deixa muito feliz, pois e uma demonstrac;ao clara de apoio popular ao projeto, 0 que e um importante item na avaliac;ao do Comite Olimpico Internacional na hora de apontar quem vai ser a sede da Olimpiada", lembra Ronaldo, sem deixar de recordar. ainda, que no mes de marc;o sera feita a primeira pre-selec;ao, reduzindo as atuais II candidatas a apenas quatro ou cinco - a decisao final sera em setembro, ate 0 dia 7. "Ter 0 sonho da rea lizaC;ao de uma Olimpiada retratado no camaval e algo extraord inario. Alinal. 0 desfile das escolas de samba 0 ma ior espetacu lo de divulgac;ao artistica que 0 Brasil tem a nivel intem aciona l. Isso s6 faz com que nosso projeto se popularize ainda mai5, divulga ndo a marca nao 56 para o resto do pais como para todo 0 mundo" , esclarece 0 embaixador, que faz questao de lembrar que e um foliao dos mais animados. "Ia desfilei cinco anos na Mocidade Independente

a

e

Revlsta de Carnayal

.,


0 Comite Rio

,

' .

2004 tera um

' camarote tla , Passarela do Samba ollde fecebera convidados do exterior e formadores de opiniao de Padre Miguel", recorda . E pi ito olimpico - Este ano, porem, Ronaldo vai trair seu verd e-ebranco. Alem de 0 Comite Rio-2004 ter um cama rote na Passarela do Samba, onde recebera diversos convidados do exterior e os chamados formadores de

opiniao, havera uma ala que desfi lara na Mangueira, numa home nagem

as

outras cidades-ca ndidatas. Uma exuberante demonstra,ao de confratemizac;ao com as inimigas , no mais puro esprrito ollmpico de que "0 impo rtante

e competir" .

Ciente do enredo da Mangueira, Ronaldo chegou a assustar-se quando soube que ta mbem a Na~ao Ru bro Negra e a Inocentes da Caprichosos levariam para seus desfiles homenagens Rio-2004 . "Mais uma prova de

a

que 0 movimento envolveu, mesmo,

todas as areas da nossa soci edade" , vi bra 0 embaixador. Da mesma forma que Ronaldo Cesar Coelho, Claud io Cru z ve 0 desfile

como uma forma de divu lga r entre os turi stas (nacionais e estrangeirosl tudo o que 0 Rio tern para deseja r organ izar uma Oli mpfada. "Na realidade, nosso desfile sera uma grande re presen ta~ao de um show de abertura dos logos Ollmpicos, tipicamente brasileiro. Teremos alas do v6 le;. do basquete, do futebol. ma s urn de !lOSSOS ca rras sera justamente a represe nta,ao dos cinco aneis olfmpicos, que simbolizam a uniao dos povos. Quem sa be nao sera 0 primeiro ensa io para 0 que vamos fazer em 2 004 ?~ questiona 0 at/eta-sa m-

bista . Tomara! . * Vicente Oattoli do Brasil

e reporter

do Jamal

,..

UMA CANDIDATURA DE U$ 4 alLNGES A cidade do Rio de laneiro esta na luta para sediar as primeiras Olimpradas do Seculo XXI sabendo que a escolha das ca ndidatas que passarao na fase de p re-qua l ifica~ao em ma,,;o deste ano, seguira criter os mais politicos do q ue tecnicos. o Rio disputa a vaga das Americas co m Buenos Aires e San Juan;

Cidade do Cabo e conside rada finalista hii meses, por ser a (mica representante da Africa e pelo prestfgio intemacional de Nelson Mandela. Iii a Europa devera permanecer no pareo com duas ou tres de suas sete cidades candidatas. Nesta fase da disputa, cautela e a palavra-chave. Os adversa rios de hoje podem ser os aliados de amanha. Os respo nsaveis pelas ca ndidatu ras do Rio e de Buenos Ai res sabem, por exemplo, que uma das duas saira da disputa e passara a apoiar a ou tra na vota,ao fina l em sete mbro de 97, q uando os 11 4 membros do COl. que formam 0 colegio eleitoral. escolherao a sede das Olimpradas de 2004. Em cada rodada, a ultima colocada e eliminada e seus defensores passam avo-

82

CIDADE CANDIDATA

tar nas candidaturas rema nescentes. 56 e declarada vencedo ra, a cidade que obtiver a maioria absoluta dos votos. Mas por que tantas cida des disputam, e de mane ira tao acirrada, 0 direito de sedia r os logos? A resposta pode ser encontrada no item fina n~a s, do dossie da candi datura. La, esUi previsto q ue 0 Com ite Organizador dos logos arrecadarn USS 1,7 bilhao. Esta verba sera emprega-

REVISTA DE CARNAVAL

5 de empresas locais e inte macionais engordarao os co fres em mais US$ 547 milh6es. Ha ainda uma serie de med idas para capta~ao de recu rSOS, como a venda de ingressos (US$ 146 milh6esl. a cria,ao de uma loteria o lfmpica (USS 87 milh6es) e a edi~ao de moedas olfm picas de ouro e prata (US 20 milh6es). Os investimentos chegam a beirar os US$ 4 bilh6es com a inclusao dos gastos em infra-estrutu ra que ficarao por conta de autoridades publicas e da iniciativa privada -

que assu miram compromissos par escrito, anexados ao projeto da can-

didatura. No total sao US$ 2,050 bilh6es que serao gastos, por exemplo, ha a m plia~ao do metr6 e do aeroporto, na melhoria do sistema ferroviario e na constru<;ao de mais hoteis.


Se os vales de refeiriio que voce ja experimentou ndo siio conhecidos e respeitados no mercado ... Se eles niio duo abertura para uma negociariio franca e aberta com a rede credenciada que deles se utilizam, e nem um prazo de 24 horas para 0 sen reembolso ... Ou se eles, acima de tudo, niio visam melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, e nem se preocupam em reduzir os custos de seus clientes, atraves de uma Etica Empresarial que possibilite uma economia livre e estavel, e que fara por merecer respeito ate mesmo dos proprios concorrentes...

Entiio esta na hora de mudar de tiquete. Experimente os da FRATELLO: refeiriio, alimentariio e transporte. Porque em uma coisa nos concordamos: existem tiquetes de l'efeiruo que niio fariam muita falta se simplesmente acabassem.

FRATEW! A,eoid, Brigad.ira lois AntOni" 4.778 - ('II: 01402-002 -10, P,uIa II_Paul,) - T~: 10800} 14-1030 I Fax: (01l}81S-l1l7S


~

~. ' ARTI60

~

You beijar--te agora

'

•• • ~

BElY ORSINI

uma paixao de carnaval ... Um liomem seminu, muswlos a mostra , euforico com samba , suor cerveja, para tudo acabar na quarta-feira. E, quem sa be, num rentavel casa mento. Esta e uma fantasia que acompanlia qualquer mullie~ principalmente as do tipo carente. Eleva muitas a tirar toda a roupa , sair nua em pelo, so para ver 0 biclio que vai dar Mas esta fantasia paradisiaca de Eva em busca de urn Adao exige urn minimo de widado lioje em dia. No meio da folia, tern muito Adao que guarda naquela musculatura eswltural uma alma de Eva. Esta pseudo Adlio, atem de fonte de frustra,ao, e urn concorrente em potencial. Pode arrastar aquela obra de arte, aquele Miclieldngelo que voce estava paquerando, que voce viu primeiro com aquele seu olliinlio de lince, para um paraiso liomossexual qualquer. Depois de afastar a condi,lio sexual esquisita, a Eva em questlio deve concentrar sua libido fogosa na idade do pierro apaixonado. E fundamental. So um pierro jovem pode preservar a von-

A

84

tade de potencia depois de litros e litros de bebida alcoolica. Urn folilio coroa certamente vai cair de bebado antes de consumar 0 ato da sedu,ao. Alinal, ele jd carrega muitos carnavais naquele corpo ainda atraente, porem, cansado de farra. A primeira tatica de sedu,ao e 0 olliar atento, aespreita do momento certo para 0 ataque. Observe - 0 objeto dos pes a cabe~ , de maneira bem discreta, mas sem perder os minimos detallies. Veja 0 estado de dnimo e alcool do Adao. Depois de um tempo para ver se ele estd mesmo sozinlio ou se a mullier foi ate 0 banlieiro. Na segunda liipotese, voce pode ficar ao menos com 0 numero do telefone. Da primeira, voce esta a um passo da vitoria. Pode entao come~r a festejar. E, claro, a requebrar. Gire os quadris 0 maximo possivel, va rebolando ate ele, finja que a musica esta se apoderando de seu espirito. Que voce nem pensa em liomem, s6 em samba. E tudo alegria . E nesse clima de plenitude que voce mandard 0 melhor sorriso para a presa. Ele vai gostar com certeza. Depois, fique ao alcance do olliar dele. Dance muito, cante e se nao souber a Revlst. de Carneval

letra do samba, apenas sorria. A esta altura do campeonato, a co· munica,ao telepdtica dos desejos ja deve estar em plena liarmonia . Lembre-se que carnaval nao e para muita conversa. E tudo meio irracional e 0 que vale e a comunica,ao corporal, dos sentido secretos que a gente guarda em cada centimetro do corpo. Quando 0 liomem esti· ver so rridente e requebrante, convent anima-Io com um vou beijar-te agora, mio me leve a mal, ftoje e carnaval. .. E mais segura do que os copos de uisque. Depois do primeiro beijo, a festa se encarrega da intimidade. E mao na cintura, abra,os, corpos colados. Sabese que s6 os passistas de verdade, os crioulos brilliantes dos morros, agiientam um carnaval explosivo de samba, sexo e caclia,a. Eles estao nas escolas de samba e tem no corpo 0 fogo da selva african a, a furia mais quente da terra. Foi um negao de bronze que, sem duvida, fez a primeira Eva rebolar diante de um atabaque. Este e 0 liomem do carnaval. 0 que traz na carne dura e na pele escura a festa e a for,a da ra,a. Nao e a toa que as mullieres rebolam ate lioje em busca deste Zumbi mitica que inspirou toda a poesia das musicas de carnaval. E no carnaval que a mullier pode conliecer esta felicidade, um principe negro todo vestido de dourado, urn liomem maravillioso e que ninguem iria reparar na rua se estivesse com a roupa liabitual de operario, camelo ou funcionario. Um artista ainda desconliecido. Mas, como diz a can,ao, sao apenas tres dias de folia e brincadeira. Tudo tem que rolar rapidamente, antes que seja tarde. Se este encontro nao acontecer, nao tern problema, ninguem morreu. A paixao pode ser virtual. Se nao der em sexo, pode dar em business . Sambar com fe, diante de uma camera de TV, pode ser um trampolim para a .fama , para um universo desconftecido de gl6rias. Aproveite 0 investimento e deixe o Adao para quando 0 carnaval passar. . Bety Orsini

e reporter do jornal 0 G/oOO



' fOllOE~

c;l>

BETY ORSINI

- --..... ·.lIIiiiiiiiiol.

Sonho de carnaval o "ead flunter ANTONIO CARLOS MARTINS vai desfilar na Po rtela, pela te rceira vez, na ala "Agu ia de fogo". A fan tasia ele nao sabe descrever bern, mas garante que bonita: um cha peu com penacho e ca l ~a comprida nas cores da escola, azul e branca. Seu

e

sonho ever

0

Brasil no primeiro mun-

do, com igualdade ent re as pessoas. Uma d i stribu i~ao d e renda mais correta, um povo ma is saudavel, e que vivesse com mais alegria e humor.

Debutando na avenida Com apenas 15 an inhos, e a minha primeira vez que a modelo ROSANA SERVULO desfila na avenida. Vai sair na Uniao da Ilha, num carro al eg6rico s6 de model os, co m fantasia do tipo Xica da Silva, com chapeu de plumas, de peruca e luvas pretas. Uma fantasia d e carnava l que sempre teve e exatamente esta que esta realizando: desfilar na Sapucai. E um sonho d e infanci a qu e seu

pa i nunca permitiu que ela concretizass€. Este ano ela esta adorando, porque vai

ver seu sonho se concretizar e logo em duas escolas - ali§m da Uniao, va i sair na Academicos da Rocinha.

As medidas do tchan A loura~a CARLA PEREZ estreia na Avenida enlouquecendo 0 publico - mas nao do jeito que a galera gostaria. "Nao vou mostrar 0 tchan", avisa a mo<,;a, que vai desfilar como destaque no carrO "Salvador Dali", do Salgueiro, que este ana homenageia a loucura. A loura do tchan acertou sua participa~ao na vermelho e branco, depois de um pequenoentrevero: ela que ria sair de madrinha da bateria da

escoia, e en frentou a discordancia do Mestre Louro. 0 Salgueiro e a unica escola que, ha quatro anos, aboliu a figura de madrinha da bateria, por achar que atrapalha a evolu~ao da escola. Ouando foi tirar as medidas para confec~ao da fantasia, Carla Perez exibiu as medidas do seu tchan - a mo~a tem 102 cm de quadril.

Vestibular lla avellida IUUANA BARONI , a Ines da no-

e

Estreia na Sapucai E: a primeira vez que 0

cantor RICK MARTIN desfila na Sapucaf e pela Portela. Ele vai estar no ultimo carro aleg6rico, 0 Olinda , que reproduz a Prefeitura de Olinda, no Recife, vestido com uma blusa branca brilhosa e uma ca li; a azul. Rick nunca assistiu ao camaval pessoaimente. Mas tern certeza de que imagina uma coisa e na realidade vai encontra r outra ainda mais grandiosa. .6

vela Sa lsa e Merengue, ja d es filou varias vezes na Sapucaf, desd e 1990, inclusive duas na Beija Fior, sua escola d o cora~ao. Seu sonho d e ca rn ava l passar no Vest i bular da UFRj, para 0 curso d e portugues-i ngles, apesar de ja ter sido aprovada no Vestibu lar da PUc. Ela gostaria muita de comemorar sua aprova ~ao na avenida.

Revista de earnaval



ARTIGO o inicio liavia Tia Ciala pando a samba no terreiro. Depois vieram morenas e lourinltas lamartinescas mostrando como eram gostosas aquelas lindas lIlarcliinlias elll cillia das mesas do Municipal. Hoje, lIleu Deus', {lOje as mullteres do carnaval estao amarrando, segurando, apertando e fazendo sei Id mais a que COIll a que elas chamam eufemisticamente de (clian, mas que a gente sabe muito bem que nao e tclian coisa nenltuma. 0 tclian estd para a gerasamba da Carla Peres assim como a rosebud para a cidadao Kane de Orson Welles. E a prazer, a brinquedo, a esperan,a infantil de ser feliz e debocliar do lobo

N

eram mais ligadas em confetes, serpentinas e ala laos. lido, iva engano. Elas sempre usaram a carnaval para transgredir. Um reporter que foi ao baile do Clube dos Paladinos da Cidade Nova em 1903 ja vibrava com a que via: "a mullterio garrido ostentava as seios fartos, saltados quase num deliria de go2O". As melindrosas tinltam largado a piteira e caido de boca no que interessava: a lou-cu-ra. o que fazer com essas paladinas garridas que sempre pareceram antever Freud via Caetano e, songamongas, ja deixavam os liomens sem resposta quando se tentava saber 0 que, diabos, quer afinal uma lIlullter? Id se passaram mais

da bateria da Imperio Serrano. Fernando Pinto pos 0 pop na saia das baianas da Mocidade. Pamplona fez xica da Silva dan~r a minueto em frente da Candelaria. E loaozinlto Trinta, bem loaozinlto simplesmente inventou tudo de novo e, par exemplo, desenliou uma nova passarela no ombro dos passistas. Todos esses senflOres foram geniais, e tudo isso e muito cultural e relevante do ponto de vista das comunidades de Leci Brandao. Mas Itoje, com todo respeito as raizes de Dona Neuma, a expectativa do carnaval e saber 0 que a mullierada doida demais vai apron tar. A careca da Pina, as seios da Dercy e a genitalia da Enoli ja nao levantam qual-

de 90 anos desde as seios em deliria de gozo na Cidade Nova, mas como dizia aquela pe,a do Walter Pinto "Elas querem e poder". Mais e mais, sempre. Luz Del Fuego jli se enrolou na cobra em pleno Municipal, Elvira Paga enfrentou um escandalizado pelotao da PM num baile do Copacabana Palace e lilian Ramos simplesmente postou-se sem calcinltas par dentro, na frente e por cima do camarote de sua exce!eneia topetuda, o presidente Itamar Franco. Todas insaciaveis, lindas e perfumando de lan,a a revolu,ao das mullieres Neste seeulo. la liouve 0 prato de Calixto na frente

quer jurado sonolento. E preciso criatividade, no minimo um remelexo novo na dan,a da bundinfla. Afinal, estamos num pais em que Vera Fisclier, a mais audaciosa da atual safra, ja radicalizou e saiu na frente. Subverteu 0 calendario. Fez carnaval de mar,o a dezembro. Virem-se, garotas. E fa~m como Vera: nao s6 amarrem, mas estra,alflem e, nao tenliam piedade, abocanliem 0 teltan de

melU.

Se voce ainda Milo mora na filosofia, mora na escola que esta passando. Tem sido assim desde que Gigi da Mangueira enfeili,ou Gargalliada, desde que as irmas Marinlio evoluiram de passo marcado na frente do Salgueiro, desde que dona Eulalia fundou a Imperio e muito antes ainda da Nega Pele mostrar quem era a aguia da Portela. Sem essa de Cartola. Elas - e mais Luma de Oliveira e mais, sarava, Monique Evans - inventaram este carnaval que estai inteirinlio no seu video. Todas de sliortinlio, polpinhas ao leu , ralando na boquinlia da garrafa para mostrar que fora da velez a e do prazer so nos resta tedio, bode e a blablablli da globaliza,ao. A/gubl1 pode acltar. olltando as saias das melindrosas de ,. Carlos, que Itouve um tempo em que as mullieres

..

Revista de Carnaval

97 .• Joaquim Ferreira dos Santos

do Caderno 0 de 0 Dia

e editor


VANTAGEM A FAVOR ... DA COMUNI O.

Se a comunica~60 do sua empresa ou escrit6rio anda meio fora de forma, voce precisa conhecer a linha Pratik do NEC, empresa lider em tecnologia de telecomunica~6es. Dois modelos de KS/ PABX, preparados para veneer os mais dificeis obst6culos de telefonia empresarial. Com eles, voce otimiza a utiliza~60 das linhas telef6nicas e faz integra~60 total entre os ramais do sistema, agilizando e melhorando a qua lidade de atendimento telef6nico no sua empresa. Permitem comunica~60 simultanea (conferencia) entre 6 ramais internos e mais duos liga~6es externas, discagem abreviada para 100 numeros e muito mais facilidades. Alem disso, aceitam aparelho telef6nico comum ou aparelho KS no mesma posi~60 de ramal. Opcionalmente, voce pode ativar a fun~60 de tarifa~iio e bilhetagem. Tudo isso, com a garantia e assistencia tecnica NEe. Linha Pratik. A me lh or iogada para colaca r a comunica~iio do sua empresa sem pre em vantaaem.

NEe NEG DO BRASIL CORPORATE SYSTEMS Rua Vergueiro, 1.759 - Vila Mariana - Sao Paulo - SP CEP 04101-000 - Tel: (011) 889 1630 - Fax: (011) 889 1649


ARTl60

Quem

e0

Inlmlgo

do samba? ~

OSYALDO MARTINS

inco de novembro de 1991 , tres noras da tarde. Um oni bus moderno e conto rta vel, desses com ar condicionado e som ambiente, estaciona no rua Visconde de Niteroi, em trente a sede da Mangueira . Dele descem Antonio Carlos lobim e os catorze componentes do sua banda, todos eles trazendo no rosto aquela aparencia de alegria que distarqa 0 nervosismo de dia de sliow. Tom lobim nilo estava apenas nervoso, estava emocionado. Desceu do 6nibus, contemplou demoradamente a tacliada do sede e, antes de subir 0 primeiro degrau, entiou a milo no bolso, tirou um Isordil (rellu!dio usado por cardiopatasj e colocou-o debaixo do lingua. Era a primeira vez no vida que Tom, aos 63 anos de idade, ia pisar na quadra de uma Escola de Samba. Como se explica que um sambista veterano como Tom nunca tivesse teito is so antes? Ha va rias possibilidades: primeiro, nunca fora convidado; segundo, nunca se interessara; terceiro, teve interesse, ou apenas curiosidade, mas faltara oportunidade. 0 fato e que, eonvidado, comparecetl. Naquela tarde ele foi passar 0 som e, d noite, voltou para realizar um snow memoravel, com a quadra do Mangueira superlotada de moradores do morro. Deliberadamente nao foi feita divulgaqilo previa do even to, a nilo ser 0 boca-a-boca que percorreu 0 1110rro inteiro, justa mente para garantir a qualidade da plateia A pior Ftipotese para 0 distanciamento de TOI11 Jobim talvez nilo seja nen!iuma daquelas tres possibilidades, mas 0 equi-

C

90

voco !iistorico e cultural que durante decadas abriu urn fosso entre a bossa nova e 0 samba "de raiz". No final dos anos 50 e inicio dos 60, quando a bossa nova surgiu e se firmou, nilo faltaram "puristas" que vissem naquele movimento uma tentativa de desvirtuar 0 samba. Eis ai 0 equivoco: a bossa nova foi 0 fato mais importante a favor do samba ja ocorrido neSle pais - e Tom Jobim 0 seu maior compositor. Sambistas, sim, e de primeirissimo time. Antes do bossa nova, Jobim ja criara todos os sambas que, em parceria com Vinicius de Moraes, compuseram a belissima partitura do musical ·Orfeu da Concei,ilo", encenado no Teatro Municipal em setembro de 1956. Fez sambas como ·0 morro nao tem vez", por exemplo, OU ·0 nosso Amor', que estourou como sucesso no Carnaval de 195 7. Coube a Mangueira quebrar 0 gelo. A verde-erosa nilo apenas liomenageou a obra musical de lobim no Carnaval de 1992, Revlsta de CarnBval

com 0 enredo ·Se Todos Fosse iguais a Voce", como ao faze-Io ofereceu 0 seu oval, com a autoridade que tem nessa materia. A atitude do Mangueira deu ul11a enorme contribui,ao 00 melflor entendimento do espa,o do samba na cultura popular brasileira, reeoloeando a questilo em seus pard metros corretos. Mais uma vez valendo-se do sua incontestavel autoridade no assunto, a Mangueira passou em 92 um recado muito claro 0 quem interessar possa: 0 de que, como tudo no vida, tambem 0 samba pode ser eatalogado em duos categorias - os de boa e de ma qualidade. Para os que vivem venda fantasmas onde nilo existem, aprowra dos "inimigos" do samba, ficou essa /i¢o. 0 inimigo do samba nunca foi 0 rock, o bolero, 0 junk ou 0 baiilo, e muito menos a bossa nova. 0 unieo inimigo do samba e0 mau samba .•

e

Osvaldo Martins jornalista e presidente do IBEC


Who is the enemy of samba?

C(i)

OSVALDO MARTINS

ovemver 5 1991 , 3:00 p.m. A modern and comfortable vus, with air conditioner and music on voard, parks in Visconde de Nite r6i Street, in front of Mangueira's headquarters. It carries Antonio Carlos Jovim and 14 components of his band, all of them witll an expression of joy in tneir faces, but niding tile typical nervousness of a day of performance. Tom Jobim was not only nervous vut, also, tnrilled. He came out of tile bus, took a long look at tlie building of tne samba scliool and, before tne first step, put liis nand in nis pocket and witndrew from it an Isordil la. medicine for lIeart diseases), wnich he took. It was tne first time in his lifetime that Tom, 63, was entering a samba schoo/. How could it be tllat a veteran samba composer like Tom had never done that before? Tn ere are many possibilities:

N

first, ne nad never been invited; second, ne nod never been interested in it; tllird, lie lIad been interested, or at least curious about it, but nad never lIad the opportunity to do it. The fact is tnat, once invited, he went. Tliat afternoon fte was tftere to test tfte sound equipment and, in tfte evening, ne went back and performed a memorable show to an audience mostly composed by people from tne Mangueira slum. Tft e snow nod not been previously announced in order to guarantee tile quality of tfte audience, ma inly formed by the local community. From those tnree possibilities to explain the distance between Tom Jobim and tile samba scftool, maybe tfte worst is none of tnem but tfte nistorical and cultural mistake tftat caused, for decades , a gap between the bossa nova and tlie so-called samba "of roots". By tlie end of the 50s, and in tfte beginning of tne 60s, wften the basso nova movement appeared and was Revlsta de Carnaval

widely recognized, tliere were some radical samba defenders who saw in that kind of music a tftreat to tile pure samba. Tliere lies tfte mistake: basso nova was tlie most important pro-samba movement ever appeared in this country - and Tom Jobim was its most important composer. A samba composer, yes, and of tne first quality team. Before tfte appearanceof bossa nova, Jobim had already created, together with Vinfcius de Moraes, all tlie samba songs wfticft were part of tne musical ¡Orfeu da Conceifao" , staged in tfte Municipal Theater in September 1956. He had made sambas sucli as '0 morro nao tem vez' , for example, or "0 nosso amor", whicli was a great success in tlie Carnival of 1957. It was up to Mangueira to break tne ice. In tlie Carnival parade of 1992, presenting tne tfteme "Se todos fossem iguais a voce', tile green-and-pink samba scftool not only paid a tribute to Jobim's music, but also reaffirmed tllis, with all tile authority tllat Mangueira has in tliis matter. Mangueira's attitude was an enormous contribution to a better understanding of tlie role of samba in the Brazilian popular culture, naving rearranged tlie question. Once more using its authority in the subject, Mangueira gave in 1992 a clear message to whom it migftt concern: that, like everything in life, samba can also be classified in two different categories - tliat of good or of bad quality. For those who keep seeing gnosts where tnere are none, always seeking the samba enemies, this is a lesson. The main enemy of samba lias never been rock or bolero, funk or baiao, and could never be bossa nova. The main enemy of samba is the bad samba. e (versao para 0 ingles: Heloisa Seixas)

91


Sob todos os pontos de vista, a marca Xerox Iidera a vanguarda tecnol6gica do processamento de documentos. Por isso s6 a Xerox pode oferecer as melhores e as mais diversificadas solu~6es para a cria<;5o, edi~ao, reprodu~ao, impressao, transmissao, acabamento e arquivamento de documentos. Essa tecnologia avan~da esta em t~do que ~ Xerox faz.

verso da cor, criando e editando. opera com papel comum. E em No fax que possibilita a transmismais dezenas de produtos Xerox presentes no mercado nacional. sao direta de dados gerados por uma rede de microcomputadores. Sao solu~es que a Xerox desenNa copiadora de engenharia que . volve em nosso pais ha 28 anos, permite a reprodu<;5o de grandes com uma estrutura pr6pria de coplantas, mapas, layouts e projetos. bertura, assistencia tecnica e suporNa impressora a laser que imprime te ao usuano em suas 49 filiais. em preto e mais uma cor numa s6 Xerox. Cada vez mais alta tecnoloetapa, ou na impressora a laser que gia, de ponta a ponta do Brasil. processa ate 256 mil cores. Xerox. Nos. it~ns para US? pessoal, como a


•

' OI(A~

Como enfrentar a ~

LUCIANO FRUCHY'

carnaval no Rio de Janeiro e uma verdadeira overdose de alegria, folia e emo<;ao. Seus organizadores procuram dotar a cidade de toda a infraestrutu ra necessaria para que todos possam aproveitar seus prazeres e espetaculos com conforto e seguran<;a. Para melhor desfrutar de tada diversao, ai VaG algumas dicas e informa<;6es Gteis sobre como se preparar para frequentar 0 centro nervoso da festa que eo desfile das escolas de samba. Muitos transtornos podem ser evitados se

o

COMO CHEGAR

Se dirigir fosse bom - principalmente nas horas de lazer - , 0 mercado de trabalh o nao apresentaria vagas para motorista s. Por isso mesmo, uma das

melhores providencias para se chegar ao Samb6dromo encontra r uma forma de fa ze-Io, deixando 0 carro em casa. Se isso for total mente impossivel, procu re deixa-Io distante do Samb6dromo, e opte entao por ou tro meio de tran sporte. Algumas ruas ficam inte rd itadas nas proximidade s da Passarela do Samba,

e

o foliaa souber como funcionarao os meios de transportes e 0 comercio na area dos desfiles. o mesmo acontece quanto a se preparar pessoalmente para enfren tar a verdadeira maratona de folia pois, afinal, sao, no minimo, dez horas seguidas de desfi les, atravessando a madrugada. Ebom tambem conhecer 0 mapa da Passarela do Samba para saber como chegar com mais facilidade e seguran<;a as roletas que da o acesso aos setores para os quais se comprou ingresso.

o que deixa 0 transite urn pOlleD con-

fuso . Al em disso, ha poucos loca is pr6prios para 0 estacionamen to e a vigilancia severa. Caron a com amigo que nao beba tambem e alta mente recomendavel. mas certifique-se de que ele esta realmente descansado para dirigir. , -- --:-::-----, 0 Metro e uma das

e

" R

melhores opc;oes de transporte para quem vai a Marques de Sa' -_ _ _ _-" pucar. A festa ia comec;a no trajeto , quando que m vai as-

sistir ao desfile encontra os alegres gruRevlsta de Carnaval

pos formados pelos que vao desfilar e que ainda vao ensaiando 0 samba durante a viagem. 0 Metro funciona sem pa rar das 15hs de domingo as 23hs da ter<;a-feira de carnaval. Apenas tres esta,oes - Presidente Vargas (Linha I ), Mara cana e Del Castilho (Linha 21 - nao abrem no domingo, mas fu ncionam no horario normal. da s 6hs as 23hs nos outros dias. 0 Samb6dromo e servido por duas esta,oes da Linha I . Quem vai assistir ao desfile com ingresso para os setores fmpares, deve descer na estac;ao Central. Para os que tem ingresso nos 93


se tores pa res, a melhor op~ao e a esOnze . , - - - - - - , Um esquema espec ial de on ibus. montado pela Associa~ao Brasileira dos Agentes de Viage ns (Ab a v) atendera aos h6spedes dos principais hoteis da Zona SuI. circulando em horarios pre-determinados. Os on ibus levarao os turistas diretamente para oSamb6dromo. Os trajetos normalmente feitos pelas ruas pr6ximas ao Samb6dromo serao desviados pela Rua Itapiru . no Catumbi . Os que circu lam pela Aven ida Presidente \\lrgas, em dire~ao Pra~a Quinze (sentido Zona Norte - Centro) terao o itinerario alterado, passando pela Avenida Rodrigues Alves ate a Pra~a Mau;;, para chegar Pra~a Quinze pela Avenida Ri o Branco.

e

ta~ao Pra~a

a

a

94

L -_ _ _ _--'

Outra boa op~ao a utiliza~ao de taxi. Para faci litar a sa ida do Samb6d ro mo, a Liga das Escolas de Sa m-

ba firmou convenio com duas cooperativas de taxis especiais, que manterao seus carros d isposi~ao dos foIioes em areas rese tVadas na Passarela do Samba. As conveni ad as sao a Coopertramo (Central de Atendimento 260-2022 ) para 0 lado impa r e a Coopatur (Central de Atendimento 2901009) para 0 lade par. Grupos de ate 14 pes- . . - - - - - - .

a

soas tern nos servi<.;os de vans uma boa altemativa de transporteo Algumas empresas '--____--' alugam 0 verculo. com motori sta, como a Palipalan Transportes (266-75 10), a Van Li ne (393-5 727) ou a Henriqueta

Revlsla de earnaval

(522-9208). 0 servi ~o , no entanto, deve ser reservado com antecedencia. A Secretaria Municipal de Transportes rigorosa quanta ao estacionamento de vefculos em locais proibidos L..~,--_ _..J nas proximidades da Passa rela do Sa mba. Quem ten tar. corre 0 serio risco de ter o carro rebocado. Os autom6veis encon-

e

trados nas cal<;adas e pistas das ruas

Amoroso Lima e Julio do Carmo e na entrada dos tuneis Martim Sa e Santa Barbara serao rebocados para 0 dep6sito e Iiberados apenas depois do ca rn aval. Muitas ruas, em toda a cidade, fi ca m interdi tadas durante os dias de fo lia por conta da realiza~ao de bailes e desfiles. A pista lateral (sentido Zona Norte - Centro ) da Avenida Presidente Vargas - entre 0 acesso Rua Bene-

a


dito Hip61ito e a Rua de Santana. nas imedia~6es do Sambodromo - e uma delas. 0 objetivo e evitar a circu la~ao de vefculos nas areas de concentra~ao para 0 desfile e facilitar 0 transito de pessoas e a passagem dos carros alegoricos.

o

ALlM~NTA~O E SAUDE

,---:c::-- - ; 0 desfile come~a as

18hs e pode terminar la pelas 6hs do dia seguinte. Por isso. e preciso estar fi sicamente preparado. 0 calor gera lmente e forte. Os med icos aconselham roupas leves, como bermudas, snorts e camisetas, alem de bones para se proteger do sol. ja no final do desfile. Para a limenta~ao, sao aconselhadas refei~6es leves, como sanduiches, saladas, frutas e biscoitos, alem de muito Ifquido e modera~ao na bebida alco6lica. Para as crianc;as, muita agua. Uma boa noite de sono tambem e fundamenta l. Alimenta~ao nao e problema na Passarela do Samba. Nos camarotes, 0 servi~o e realizado por bufes previa mente selecionados pela Liga Independente das Escolas de Samba (Liesal. Alem disso, por todo 0 Samb6dromo estao distribuidos dezenas de pontos de venda da rede Bob's, para lanches. Cada setor conta tambem com bares que vendem bebidas, sanduiches e salgadinhos. Na concentrac;ao - para quem vai desfila r - ou em qualquer ponto do , -_ --,-:-_ --, lado de fora do Samb6dromo , 0 foliao contara tambem com o servi~o de ambulantes autorizados pela

Secreta ria Mun icipal de Desenvolvimento Economico, para a venda de alimen tos, refrigerantes e bebidas de baixo teor alc06lico. Perto do Sambodromo, estarao funcionando 200 barracas, alem das 80 que vao se instalar no Terreirao do Samba - uma especie de "pra~a de alimenta~ao e folia" , localizado na Pra~a Onze. atendimento medico na Passa rela do Samba e feito em .1' postos montados pela Secretaria Municipal de Saude. Cada pos- L -_ __ _ - '

o

to conta com uma ambulancia equipada do Corpo de Bombeiros e os casos mais graves serao encaminha~ dos para 0 Hospital Souza Aguiar. Os postos de atendimento medico da Secretaria de Saude no Samb6dromo estarao localizados no Museu do Carnaval (Pra~a da Apoteose), na Concentra~ao (setor I I e no Setor 2.

o

ENCONTRO MARCADO

Se alguma outra pessoa estiver com 0 seu ingresso, ma rque urn horario e um ponto de encontro do lado de fora do Samb6dromo.

L - _ =_ _- '

Aquele neg6cio de ' da para chamar 0 fulano no camarote tal" simplesmente naa existe. Nao se trata nem de uma questao de boa-vontade . E que sao tantos os camarotes e as distancias sao tao longas que se torna impossivel localizar a\guem nessas circunstancias. ideal marcar um ponto de encontro. Dais bons locais para isso sao 0 portao da Brahma, para aqueles que estao nos setores pares, au as proximidades do Batalhao de Choque da Policia Milita r, para os que estao nos setores fmpares.

o

e

Revista de Carnaval

o ACHADOS E PERDIDOS No meio de tanta ale- r - - : = : - - - - , gria ha quem perca ate a cabe~a. Portanto, se voce perder algum documento, a carteira ou qualquer objeto, antes de se desesperar totalmente, mantenha sua inabalavel fe na humanidade e saiba que a Empresa de Correios e Telegrafos (ECT) vai colocar caixas cole toras na Passarela. Depois que 0 carnaval passar, quem perdeu alguma coisa podera se informar atraves do telefone 159 ou pessoalmente, na sede da Empresa , na Avenida Presidente va rgas, 3077, no Setor de Ac hados e Perdidos. No minimo , voce tera mais alguns dias de esperanc;a, antes do desespero total.

o FOTOS E LEMBRAN~ At ras do setor 5 havera uma area reservada pa ra shopping, onde serao instalados estandes para a venda de camisas das escolas de samba, discos com os sambas deste ano e outros souvenirs. Para aqueles que quiserem registrar as imagens, mas tem receio de acabar perdendo seus equipamentos fotograficos, a Kodak colocara quiosques para a venda de maquinas descartaveis e para a reve l a~ao de filmes .

o

TELEFONES

Ao longo de todo 0 Samb6dromo voce pode con tar com telefones publicos de ca rtao, aptos para chamadas locais . interurbanas e internacionais. Esses aparelhos fazem tambE'm liga<;6es a cobrar. A Tele~

9.


vai instalar, ainda , maquinas para a venda automatica de cartoes telefoni-

liciamento nas proximidades durante

os dias de desfiJe. Os batalhoes de Choque e de Operac;aes Especiais ficam nonma lmente de prontidao nesses dias. A 6' Delegacia de Polfeia (Cidade Nova) e a responsavel pela area e tambem reforc;a seus plantaes du ran te 0 perfodo.

CDS.

Um posto de servic;o da Telerj estara funcionando dura nte todo 0 desfile no Centro de Imprensa, localizado no Setor 2, atras dos camarotes. No total, a empresa va i insta lar mais de 500 Iinhas telef6nicas em todo 0 Samb6dromo, entre li nhas diretas e privati-

o

cinco anos urn papel, com enderec:;o

completo, telefones, nomes da crian<;a e de seus responsaveis. para facilitar a

localizac;ao. Assim, comissa rios do Juizado poderao levar as crianc;as para suas casas.

A sede do Juizado fica pr6xima ao Samb6d ro mo , na esquina da Avenida Pre-

MENORES

siden te Varga s com a Ma rq ues de Sa~

vas para a imprensa e empresas de

apoio, Riotur, Liga e camarotes.

-" ""'' ---, Crianc;as de qualquer idade podem assistir ao desfi le das escolas, desde que este' -_ _ _ _-' jam acompanhadas pelos pais. 0 Juizado de Menores vai manter um posto na area de armac;ao das escolas, para onde serao encaminhadas as crianc;as que se perderem de seus pais. Uma boa

o SEGURAN<:A , -_ __ _ --, 0 servic;o de seguran-

I~

seguir a recomendac;ao do Juizado e pregar na roupa das crianc;as de ate

c;a na Passa rela do Samba e feito por empresas con tratadas

pela Liga, alem da ' - - -- - - ' Polfcia Militar e da Guarda Municipal, que reforc;am 0 po-

providencia, antes de sa ir de casa,

e

pucaL e tambem func ionara durante os desfiJes.

D O QUE PODE E o QUE NAO PODE rS = I-:;: M ~--'

Jl V

Mangueira inova mais uma

crian~as

serna incorpora-

OFKJNA DE CAHNAVAL / E.'iPA(D PHAt;:A

Fste

dar

das as equipes que produzem os desfiles, compleme ntando a forma~ao de mao-deobra especializada em cenografia para teatro e TV, montagem de stands,

Fone : (021) 577 2525 •

-

pentina e -

as que

vao para as arquiban' -_ _ _ _-' cadas - pequenas

Depois do sucesso do projeto Vila Olfmpi(;y'';j considerado pe la U ESCO e UNICEF como a melhor obra social e esportiva impleme ntada nos paises em desenvolvimento, a vez, criando 0 projeto Oficina de Carnaval e Espa~o Pra~a Onze, levando as cria n ~as e adolescentes do Rio de j aneiro 0 conhecimento de todas as etapas que dao forma a um desfile de carnaval, Desenvolvidas suas potencialidades, as

NAO

Os foliCes podem levar radios, con fete, se r-

decora,ao de vitrines etc. Tudo isso acompanhado de alimenta~ao, tratamento medico-dentario, n~iies " ua:jlUi> de higiene, educa~ao sexual e orienta~ao psicol6gica. A Zetax, empresa de destaque nacional no cenario de telecomunica,6es, que se faz presente no Rio de janeiro, seja no fornecimento de p lataformas digitais de telefones publicos para a TELERj ou nas mais de 25.000 fanu1ias integradas ao Sistema Teieminio, ap6ia integralmente este projeto e se sente na obriga~ao de divulga-lo , para que todo brasileiro saiba que 4 dias de folia podem representar a esperan,a de centenas de crian,as.

http:// www.zetax. com .br


caixas de isopor e almofadas. As fantasias tambem sao Iiberadas, mas nao podem atentar contra 0 pudor e nem conter pe~as de unifonmes das For~as Anmadas, auxiliares ou policiais. E: proibido leva r animais, con fetes de isopor, armas, fogos de artiffcio, l an~a-perfumes, toxicos, garrafas, latas ou recipientes metalicos. de vidro ou de borracha.

quem qu iser participar. Inclusive com fotos das fantasias. prec;os e as letras dos sambas para comec;ar a ensa iar. 0 sile pode ser acessado atraves do enderec;oo httpo//wwwan tares.com.br//surpresa e para mensagens via emailosurpresa@antares.com.br.

o VIA INTERNET

Imprevistos ou a confecC;ao de fantasias para quem decidiu brincar na ultima hora tambem podem ser solucionados nos dias de folia. A tradicional Casa Thruna (Avenida Senhor dos Pas50S 122 - Centro), que vende todo tipo de fantasias. acessorios e ad ere~os, ficara aberta no sabado ate as 12030hs. A Vida Secreta \;\estuarios IRua Bulh6es Carvalho, 52 4 casa 2 - tel. 267-3648) aceita encomendas de fanta sias com

Quem quiser desfilar pode reservar lugar numa escola de sa mba atraves da Internet . ' -_ _ _ _-' 0 foliao Rubinho Barroso e 0 organizador da Ala Surpresa em quatro eseolas de samba - Estacio, Imperatriz. Mocidade e Beija-Flor -e tem uma flollle page na "grande rede" com todas as informac;6es necessarias pa ra

ESCOLAS DE SAMBA DO GRUPO ESPECIAL

alguma antecedencia, trabalhando figurino que pode ser passado ate por fax. Pa ra grupos grandes, pode fazer maquiagens no dia da festa. Para consertos de emergencia nas fantasias, a Escola de Modelagem e Corte e Costura (Rua Haddock Lobo, 239 sala 10 1 - tel. 264-382 I I funcionara durante todo 0 carnaval. A empresa pode ser acionada tambem pelo BIP (tel. 546- 1636 codigo 6464281).

o CADlE A FANTASIA?

0

o DEFICIENTES FislCOS r-----~

II

lugares reservados para defic ientes ffsicos e seus acompanhantes no setor 13, com rampas e banheiros adaptados .• Luciano Frucht

...oe ""z ...z• .""... ;;; ......""iZ: :Eoe ...:E ...=> ;:!z ...oez ...> ... ... ..."" ""z: 0

0

. ...

0

0

. .

0 desfi le conta com

0 0

e reporter

de 0 Dia

"" .... ... .""... .. z ......z .....oe....""... ...=>z ... ;;;ii:"" ...oe ... ... .., ...... ;:! "oe z :Eo.. ... ... ... oe

... CI

0

.. 0 0

CI

"'0

0

<.>

m

0

0

<.>

..

i

tj

~=====-=t-~-+-------t-------t----i-+- ~M Revista d. Carnsva l

97


Em 1996, os Fundos administrados pelo FATOR obtiveram os melhores desempenhos. RENDA VARIAvEL Fundos

(% )

FATOR Carteira Livre

95 ,80

FATORAxis

101,19 44,59

FATORA oes FATOR Baneb Ac;oes

102,94

FATOR Baneb Carteira Livre

102,48 63 ,76

BOVESPA

RENDA FIXA Fundos

(% )

FATOR Max - 60 dias

27,04

CDI

26,90

POUPAN~A

16,34

Nao se engane_ Compare com os concorrentes e invista nos Fundos de Investimentos FATOR

OFATOR

Sao Paulo Tels : (011) 3179-1095 / 3179-1096

Rio de Janeiro Tel: (021) 553-7000

Florianopoli s Tel: (0482) 24-2329


THE BEST WAY EVERYDAY

Hyundai. Qualidade Presente em Mais de 160 Paises Hyundai. Up To Date Quality in Over 160 Countries

www.hyundai.com.br



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.