Revista Abre-Alas nº 2

Page 1


• • • • • • • • • • • I. • • •

• •

,.

ABASTECA DE ALEGRIA N Voce vai encontrar 0 Carnaval carioca em cada esquina, em cada ma. Vai ver a Avenida Marques de Sapucai cheia de alegria com

os des files das Escolas de Samba. E vai descobrir as cores que fazem dessa festa a mais original e emocionante do mundo. As cores do


-

I

• • • • • •• • • • • • .' • •

..

I

.

.

• •

UM POSTO PETROBRAS. Brasil. Os Postos Petrobnls dao as boas-vindas a voce e lembram: se abastec;a de alegria nesses quatro dias de folia.

'-------" Postos

t£tJ ~ PETROBRAS


o

onibus tambem transporta . . . . . c· , . .. fol• •

•.

~

I

.

)

. "

"

.. . t ,

I

,

Nao sera por falta de transporte que voce vai deixar de brincar 0 carnaval. As empresas de 6nibus do Rio de Janeiro estao trabalhando dia e noite para oferecer a voce um transporte coda vez mais eficiente.

A roveite. Caia na folia.

~~~~

~~~ ~~~~

l'ETRANSPOI FEDERA<;AO DAS EMPRESA,S DE TRANSPORTES RODOVlARIOS DO LESTE MERIDIONAL DO BRASIL

..


- 10 Anos de Liga Hist6ria cia Li esa. Como a Liga clas Escolas de Samba vern pro fi ssio na li za nd o 0 ca rn ava l e promove nd o a ill depcndencia financeiraclc suas ali li aclas.

- Abre-Alas

SUPLEM ENTO ESP ECIAL DE CAR NAVAL

Escolas,

- As Esco las :

-

REVIS'!'" OI'ICIAI. 1M 1.1(;,' IJ'\ m:l' ENDEi\TE J)AS

K u ma viagclll a fe l iva, Le na Frias visi la as ra izes das

Os aspcclOS economicos c socia is das Escolas de Samba e sua evol u~ao desde as ori ge ns mocl estas na Prac;a Onzc ao

Samb6dromo. Por II mar de Carvalho . .

- 0 Sassarico na Co lom bo

I ~"'C()I.AS Dl :SA ~IIIA

IX) RII) 111: JA:-'"I:lIlO

o livro "A Colombo no dia a d ia na cidade do Rio de J a neiro", d e AId a Rosa Travassos e Betty tvl a tt os, homenageia 0 ramoso point, leone dos ca rn avais .

, OIRETOR RESPOKSAvEL: Andrea Carla DIRET O R DEART E: Fernando L ion REOATOR: Ig-m'Kio de Loyola Brandau EOITORA D E AERE.ALAS: Lena Frias

- 0 Ast ra l do Ca rn ava l Pe la primeira vez, a astrolog ia e nfoca

FOT DS : Tuc<I Rci nes COLABORADORES: Aida Rosa T ravClssos, AnndrCia, Astrid Fa~:all h a, Bell)' Mattos, Bc rlj 'l rn in Melli ng-cr, Cori na Se r pa, l lmar Can'alh(), J osc Car los NCio, J osc Rci na ldo llc li s;irio Ma r"fIUcs, Jul io Cesar Vida l, Luiz H cnriquc Ar lo)' Viei ra

REVlSAo: Cr iSlianc Regi lla Rubi ll] COIVI PUTA<;Ao G lv\FICA: Emflio Tad ,lsh i Yal11al11l1 10 , Scr~io D a ~sil' (;el1l"i.lll~b"

0

car naval J ul io

Vidal lra~a 0 perfil zodiacal de cada Escola de Samba do Grupo Especial. - Escolas de Samba Panorama com pIc to c10s dcs fil cs das Esco las de Samba do G ru po Es pecia l. As novidadcs. As personali dades e sambas·enrcdos.

- Lira de Oura

COMERC IAL: Dreaming Propaganda c Promoyocs L tda. Evidencia Mll itirnidfa Uda.

as que sabcm, faze rn , a ma m e sc d eslu mbram com

0

es petaculo SC Ill ig ual.

,..

,

L1GA I:"OEI'EI'OEI'T E DAS ESCOLAS DE SA~1B A DO RIO DEj AI'EIRO (U "a)

- CarnllVa l' Arte Be njamin Me lli nge r cscrevc sobre a estetica carn ava li zallle como a silhu eta cia a n e no Bras il.

- Moda

P RES IO EKTE: Pauln de Alme ida

VICE-PRESIDEI\"TE: Acyr Perei ra Akcs

Astrid Fac;an ha. Aspectos da mod a, vistas pOl' m cio de

SECRETARIO: Paulo Cesar ~\'f angan()

deta lhcs.

TESOUREIRO: Fernando Hor la

- Sa ude

SEC RETARl O EXECUTlVO: J orgc Alberto A lves Coucciro ASSESSORlA OE RE LA<;6ES COMA IMPREl\SA : ?I:lalll"O Vasconcelus

Urn rOle iro cu ra ressaca.

.-. '

.

••'1 "_I

f ••

. " '. I' •" •

- ' . '

1 '\

I

CARLOS FEUD. artista plastico, artlculador do Projeto de Carnaval OFF.

VoglI ('

fot6grafo de vogue e Casa Vogue, tern colabo· rado com vanas publica· ~Oes internaclonals.

~ I1l11a I'tlhli"i\~;IO

da Cana i':lliwrial Ltda. 0

JULIO CESAR VIDAL, professor e astr6logo, membra da Sociedade de Astrologos do Rio de Janeiro.

e

1:~1 :1

Till'

CUlld~

... ast

I'lIhli n' tion~

jornalista, assessora de comumca~ao, cola bora com diversas revistas braslleiras.

BENJAMIN MELLINGER, consultor de comunica· ~ao e membro da Socle· dade de Amigos do Museu da Casa BraSileira.

••

",

J

' •••••

LENA FRIAS, jornalista e pesqUisadora, faz parte do Conselho de Carnaval da Cldade do RIO de Janeiro.

Inr. A>'enitld Bras il, I l.'ib, I d .: (U II) 00:1,:1:161;, fas R.'i3·i331 0'1' (II t\(l.! I() I , Sao I'"ulo, SI'

1,\II 'H I".liSA(1 (;I"i>oCol'hran,', nlTOl .lHIS Lnida s B()! ;olel li 1.1<1". II ISTHIIIUI(.:AO F,'rnan,lo Chin:o)(lia I)istrilouidura S,IA. V()(;UI ~ CAH:i\'AVAI .

j

UIITOH J.uis CMta [)IHJ:'nllU·~1i "' .. dro. Cdna, Hk ardr> Ko"Olri,' k, 101.-1 ,\rn"r h;m, Edi son AIIII"" ~ IU (;;",;.1. AHHE·AIAS t ,,," slIl'km,· m",b. ... Ii.;,"\o !lll " f d;,trihuhlo,l( m tll i'"m r m ,' no S:.ml ..... lwnlo, Rio.k ./:on";ro ..... ;io JM_k 5,·r\"l'ndidU l«· I ~'ri\, lamt· nl ...


Acabott 0 drama de estar sem ficha na hora de ttsar orelhao na cidade do Rio deJaneiro. A Discagem Local a Cobrar fttnciona igttalzinho a Discagem lnterttrbana a Cobrar. A diferenra If 0 c6digo: Para ligafoes locais, do Rio para 0 Rio Ott para localidades do Grande Rio, basta dtscar 9021, segttido do telefone desejado. Nttnca foi tao facil falar do orelhao. Mas nao esqttera qtte um minuto no DLC custa 0 equivalente a 5 Jichas locais"ft' BRASIL Agora, voce ja sabe: nao tem Jicha? Vai sem Jicha. ..... ......... • Por/llria ,,- 042 do Aihlislbio diU CO mtm;cilfOes de 14.03.84.

Empresa do Sistema

Teleb ras


VOGUE & ABRE-ALAS. Com esta revista, entramos na passarela. Camaval pode ser bom sozinho, mas e melhor a dois. A experi{mcia e 0 visual de Vogue se unem luta da Liga das Escolas de Samba que edita sua publicagao num momenta importante. Exatamente quando se firma a uniao das Escolas e se batalha pela grande revolugao, a da privatizagao, palavra de ordem no Brasil mode mo. Esta e uma revista alegre, descontraida, informativa, que fara voce dangar (no bom sentido) e cantar, mesmo depois que 0 camaval se acabar. Ela transcende 0 momento. Porque este especial deve ir para a estante. Por isso, circula, tambem, em margo com Vogue. Porque e memoria!

o Rio de Janeiro retoma, aos poucos, as caracteristicas que 0 tornaram famoso no mundo: beleza, graga, magia. Beleza defend ida com a garra da Cidade Maravilhosa, unica forma de preservar esta terra, tao cobigada par outros. Graga que nunca deixou de existir no espirito do carioca, pois esta e a forma para se suportar os maus tratos Ii cidade. Magia sempre retratada no Sambodromo, atraves dos desfiles das escolas de samba, marca registrada que virou postal e festa maior. Nada mais justo que estar junto a esta retomada, esta reviravolta, com este arrojo em trazer de volta para a boca dos cariocas a famosa expressao: Sou do Rio, Sim Senhar! Esta e a proposta da ABRE-ALAS.

ABRE-ALAS, revista institucional da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, traz um painel completo do grande desfile da Marques de Sapucai. Espetaculo popular, sofisticado e caris matico, a festa maior do samba e transmitida, via televisao, para diversos paises, e atrai para 0 Rio de Janeiro turistas de todo 0 Brasil e de todos os lugares do mundo. Esta nao e uma visao academica, nem convencional do carnaval. ABRE-ALAS ousou a sofisticagao, buscando simbolos e detalhes significativos que estao alem do conhecido. Sao referencias novas para novas vis6es desta festa.

l@l,jcio de Loyola Brandao Diretor de reda9ao de VOGUE

Luiz Santoro Diretor da Dreaming I ABRE¡ALAS

Lena Frias Editora de ABRE-ALAS

a


das Escolas de Samba de 1950; a Confederagao Brasileira das Escolas de Samba de 1951 e a Associagao das Escolas de Samba do Brasil, de 1952, que, ao longo do tempo, foi mudando de nome. Completando dez anos de fundagao, a mais atuante entidade representativa das Agremiagoes Carnavalescas do Estado a Liesa Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro. A entidade surgiu da iniciativa de dez Escolas: Beija-Flor de Nilopolis, Caprichosos de Pilares, Estagao Primeira de Mangueira, Imperatriz Leopoldinense, Imperio Serrano, Mocidade Independente de Padre Miguel, Portela, Uniao da IIha do Governador, Unidos de Vila Isabel e Salgueiro - que, em 23 de julho de 1984, resolveram se desfiliar da Associagao das Escolas de Samba da cidade do Rio de Janeiro, denominagao que substituiu a Associagao das Escolas de Samba do Brasil. A Liesa, a partir do carnaval de 1985, passou a ser responsavel pela coordenagao artistica dos desfiles do Grupo Especial das Escolas de Samba. Atualmente, estao filiadas iI Liga ainda as Escolas: Estacio de Sa, Unidos da Tijuca, Unidos da Ponte, Academicos do Grande Rio, Unidos do Viradouro e Tradigao. primeiro presidente da Liesa foi Castor de Andrade, da Mocidade Independente de Padre Miguel. Seguiu-se Aniz Abrao David, da Beija-Flor de Nilopolis em 1986. Ailton Guimaraes Jorge, enta~ presidente da Vila Isabel, cumpriu dois mandatos a partir de 1988. 0 atual presidente, Paulo de Almeida, da Unidos da Ponte, foi eleito este ano. Sem fins lucrativos, a Liesa tem como objetivos principais a uniao das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, a defesa de seus interesses e reivinciagoes, representa-Ias junto ao Poder Publico e entidades civis, alem da prestagao de servigos e de assistencia juridica e apoio cultural.

e

, A Liga Independente das Escolas de Samba, Liesa, defende interesses e reivindica~oes, presta assistencia juridica, apoio cu~tural, desenvolve 0 Projeto Memoria e lutl , neste momento, pela privatiza-rao do carnaval. 0 que seria uma conquista revolucionaria.

D

esde 0 seu surgimento no cemlrio cultural do Estado do Rio de Janeiro, ha mais de meio seculo, as Escolas de Samba vem-se afirmando como uma das mais criativas Associagoes Comunitarias de que se tem conhecimento. Afinal, que tipo de expressao artistica, de grande apelo popular, consegue ser ao mesmo tempo 0 maior espetaculo visual, de danga, de autoria musical e canto coral alem das Escolas de Samba? Porgao significativa das grandes contribuig6es dos descendentes de africanos em nosso pais, as Escolas

sao protagonistas de um rico conteudo historico, com passagens emocionantes. Sao 0 entretenimento magico, gerador, ao mesmo tempo, de polemica e emogoes como nenhum outro em qualquer parte do mundo. Ate atingirem 0 atual estagio de organizagao, as Escolas passaram por varios periodos de transformagoes em suas estruturas e formas de organizagao - sendo de grande valia a atuagao de diversas entidades corporativas, dentre as quais a Uniao Geral das Escolas de Samba do Brasil, fundada em 1933; a Federagao Brasileira das Escolas de Samba, de 1947; a Uniao Civica

o


Para que possa alcan~ar a plena valoriza~ao da cultura das Escolas de Samba, a Liesa caminha por duas vias de grande ousadia e impacto que sao: 0 l an~ame nto da revista ABRE-ALAS, que se dedica, unica e exclusivamente, aos interesses das Escolas, e 0 projeto Mem6ria do Carnaval - Escolas de Samba, desenvolvido em convâ‚Źmio com a UERJ. Os traba lhos da Liga nao param por ai. Recentemente foi criado pela entidade um Conselho Consultivo formado por escritores e estudiosos . Sao eles: Affonso Romano SanrAnna, Ricardo Cravo Albim, Roberto Moura, Albino Pinheiro e Hiran Araujo. Esse Conselho e um forum permanente e vai atuar como orgao auxiliar de cultura da Liesa. Nessa linha de atua~ao, a Liga promove simposios, seminarios e encontros abordando 0 carnaval como tema de debates. Essas iniciativas, com certeza, vao desenvolver 0 equilibrio entre os aspectos cultural e econ6mico que envolvem as Escolas, e que visam uma eficiente e eficaz administra~ao empresarial do carnaval do Estado do Rio de Janeiro. A Liga vem profissiona lizando 0 carnaval , promovendo a independencia financeira de suas afiliadas e utilizando a for~a do pr6prio selo para atrair neg6cios e gerar recursos. A inten~ao de privatizar 0 desfile das Escolas de Samba e uma ideia que amadurece hiI algum tempo. Ganhou for~a com a promessa do prefeito Cesar Maia de privatizar 0 carnaval, entregando 0 gerenciame.nto e a administra~ao dos desfiles da Marques de Sapucai a Liesa. A Liga se prepara para exercer essa fun~ao, e espera que, ainda na atual administra~ao , 0 compromisso de privatizar os desfiles, desvinculando-os do Poder Publico, cumpra-se. Dentro dessa proposta, situa-se ABRE-ALAS , projeto executado em parceria com a revista VOGUE, da Carta Editorial.

a

ESTRELA

DO SAMBA.

Ao criar ABRE¡ALAS, a Uesa mostra que trabalha na modernizaqao do carnaval, uma velha aspiraqao de todos os bons sambistas.

A revista ABRE-ALAS e um dos projetos que a Liesa vem implementando para valorizar cada vez mais 0 samba e gerar recursos para as Escolas, meta fundamental a nossa Administ"a~ao. Dirigir a Liesa etpara mim um compromisso efetivo de seryir aq carnaval por meio das Escolas de Samba, a ~ais viva demonstra~ao da arte e <JIl cultura popular brasileira , vigorosa afirma~ao da capacidade organizadora do nosso povo. Para tanto, convocamos a Liga Independente todos aqueles que querem de fato ajudar e trazer contribui~6es novas, cujo sentido seja servir e nunca servir-se do carnavaI em favor de interesses pr6prios ou puramente pessoais. Lidar com Escola de Samba e reconhecer e respeitar a impressionante habilidade brasileira e, em particular, a carioca, de responder criativamente e com solu~6es ineditas aos duros desafios do dia-a-dia. 0 carnaval e uma dessas fortes respostas, trabalho de recria~ao e reafirma~ao permanente. Lidar com Escola de Samba significa, portanto, envolverse com uma institui~ao que e prova emocionante de competencia. Institui~ao que 0 povo do Rio de Janeiro criou e organizou, tornando-

se admirada e exemplar no mundo inteiro. 0 desfrle das Escolas tornouse um evento que atrai a aten~ao de quase todos os paises, transmitido, via televisao, para todos os continentes. Motivo de orgulho nacional e fator positivo na divulga~ao da imagem do Brasil no 1 Exterior. A nossa liga~ao com 0 samba trouxe-nos a Presidencia da Liesa , reafrrmando antigos compromissos. A base da atual Administra~ao a busca, incansavel, da moderniza~ao lSIo carnaval par percebermos ser exatamente isso 0 que os sambistas desejam. Muitas modifrca~6es ja frzemos e em muitas outras nos empenharemos, na busca da valoriza~ao do samba, dos sambistas e de todos os que assistem ao carnaval. Nesse sentido , trabalhamos para conseguir a cessao, em carater definitiv~, dos armazens desativados do Cais do Porto, no Rio de Janeiro, para que ali se instalem os barrac6es das Escolas de Samba. No mesmo momenta em que lan~amos a revista ABRE-ALAS, a Liga desenvolve um projeto de preserva~ao da mem6ria das Escolas de Samba, em convenio com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, a UERJ. ABRE-ALAS e, portanto, expressao de nossas propostas modernizadoras e foi criada para servir as Escolas de Samba que ganham, por meio da Liesa, um veiculo pr6prio. Investimos no potenCial das Escolas e na vontade legitima de crescer, progredir e brilhar que existe no intimo de todo sambista, de todo ser humano. E esse 0 nosso ABRE-ALAS.

e

Paulo de Almeida, Presidente da Liesa.


OASTRALDE CADA ESCOLA.

1

~ ~

~ ~

<l

g

i

~

~ ~

~

i

f

Para lundar a cidade de Sao Sebastiao do Rio de Janeiro, a primeiro de margo de 1565, Mem de Sa preciseu aguardar a mare cheia para entrar na Baia de Guanabara e estabelecer 0 antigo Forte do castelo. Ahara mais,Provavei e 12h45, dotando o Rio de Janeiro de um mapa astral com Gemeos no ascendente, Sol em Peixes e Lua em Libra. Netuno na primeira casa evidencia toda essa intimidade da cidade junto ao mar, alem de sua voca~ao em despertar as sonhoo e inspirar a fantasia em seus habitantes, vividos de maneira tao intensa que precisam enoontrar espa,o na realidade. Netuno e um simbalo generoso. Edevido a ele que 0 Rio de Janeiro e reconhecido como a capital mundial do camaval. Festa irreverente per natureza, sedutora em sua ironia, par seu oonvite ao oongra98mento carece de um amplo palco para encenar as alegorias indMduais e coletivas. A cidade e esse local, a passarela do samba seu templo e as Escolas de Samba seu principal veiculo. Seria injuSlo compreender as Escolas de Samba, em seu formato atual, comprometidas unicamente com a festa. Pois como veiculos da alegria, estilo diretamente ligadas com a cultura pepular. Eesse aspecto que mais identifica as Esoolas oom a cidade e toma, cada uma a seu jeito, urn reflexo microcosmico do espfrito aberto de congragamento que 0 Rio de Janeiro tanto sabe oferecer, voltando-se cada qual para a sua comunidade. 0 mapa astral de cada Esoola e revelador desse atributo, que vai alem do que os quatro dias de camaval.

A Portela, escola mais antiga, com Sol em Aries - sua famosa aguia e um tipico simbalo ariano - e Lua em Peixes, e exemplo de um espa,o per onde enoontram caminho os poetas, musicos e cantores que contribufram para 0 aspecto atual do samba carioca e do pr6prio camaval. Sua principal contribui<;ilo e com a melodia, que, associada a imagem das alegorias, oferece um campe aberto para a manifesta<;ilo do ima!!)nario pepular. Iniciativa com paixilo bem poderia ser seu lema, convidando os pertelenses a defender com muito orgulho toda sua gloriosa hist6ria (Netuno em Leao). Quando 0 assunto e Portela, nada decidido sem 0 confiito das paixoes.

e

Na Mangueira predomina 0 elemento Terra: Sol em Touro e Lua em Virgem, retrato tipico de uma comunidade que faz da coesao sua principal referencia. E uma Escola que assume toda sua identidade, indissociavel do morro do qual toma 0 nome emprestado, como um quesito a seu favor. E0 elemento Terra que a toma auto-suficiente, de acordo com os interesses e necessidades de sua comunidade. A nova gera,ao de mangueirenses, per exemplo, est'; sendo formada em sua propria vila olimpica. A forga da Mangueira e tal que nao perde sua autenticidade mesmo quando seu enredo deixa de explorar os temas cariocas, pois a paixao que desperta esta alem de sua fronteira.

As conjun~6es que regem cad a escola, determinando as caracteristicas que fazem a personalidade da agremia~ao. as astros explicam exatamennte como cada escola e, e por que. E a ""'nrfuoo Quem sera? A Unldos da T1juca, oom Sol em capric6mio e Lua em Libra, e bem mais tradicional do que se costuma observar. Sua reuniao de cores tipica de diferentes grupes que se organizaram em tomo de interesses comuns e, desde entao, tem se unidos, e, assim, a tSCOI!I'". demonstra um jeito '''cla,ssi'co~'Ie contar seus enredos. Canta'rpuas raizes no arra!al do Ttluco

e

baia", pouco

I1iWliL~~~~a Esoola, cuja connUDKla(Je se'tlebnu.1" sob 0 sua sede beira.da

a

e preservar sua tra(jii,;ao,.

capricomia~ail ~,a teJ~!~~...:~~r:~: com 0 camaval carioca.

explorar a 51 '1J~a n revelar -se ao mundo

i do oonvite (Netuno

; Rs e Lua em

CClln,,,,,n;,nA da Serrinha, que

essas " ~~:~f~~O.J~!'~ diante da esta,ao de " a Escola mais forte, Madureira, esta u faltando uma sede i per meio ~e sua de significar um problema, ,a tern se beneficiado par comprar Sol e Lua em as membros de sua agl¡errlia\;ad. e e um exemplo de Escola aberta no Rio de Janeiro. sempre satre com esse descompromisse e tem no apelo as trad igoes negras, demonstrado nos enredos dos ultimos anos, urn ponto de imperta sell,Jj~imo equilibrio que a mantem, ao OOOrrid.2~~ mesmo tempo, uma escola e naD ~tir, identificada com 0 "asfalto" e 0 no mesmo tema, satâ‚Ź/O;ld morro. cosmopolita e se aos tempos e inovar. das poucas Escolas que naD comunitaria, sem perder sua forga. Ea primeira Escola a ter teme se expor e, como todD Netuno em libra, revelador de ariana puro, sacrifica-se par uma capacidade singular de aquilo que julga ser justo, adaptagao assim chamda "era favorecendo 0 belo e 0 poetico, tudo pelo carnaval. modema". TV

a

"J


_'''t''.'Jn· . .

.J

sa

ABeIJa-Fl'" de" Nil6Polls~ ma mantem uma ri~da con~cla A Estacio de nasce com 0 levam a Leopoldina. Sua historia, ~I em Capncomlo e a lum de toda sua Importancla;J~1 se Sol em Pelxes e a Lua em Touro, por isso, narrada pela rp180. Se J8 ~on..£ sail'e'que Camava reafirmando a propensao das aceita~ao de influencias distante pos d J n 0 Tnnta, a cRnfratemlza~o, antes ftrctil-....!'scolas partJlharjlm de SlgnOS de sua pr6pria comunidade, sem e plorar seu propno ~ para estender sua d ~o por afei! 0 son~6 (Pe~es) e com isso perder a caracteristica rpotenclal mals sera esquecld'a~1 II ixld 0 ano preclSO I. ar mUlto, sensuali curo). A EstaCIO, de uma autentiea Escola de luxo oom s5 ualidade e ap.enas I ~Iusive contra su._a_s.I).r_o,prias JO' ber~9.do f tual 6ii'l;ato do Samba. A Imperatriz um de uma Es ca~miana lei n~as. ' -no eoCOolfl) de sua sa'llllllll ){<II um? '~~ha" convite sempre aberto ,ao podena te["WI a frase 'pobne identidade que a Ponte c~ slncW''1~aq'l ' a unlea qU~ descompromlsso (Aquano) e g~ t! luxo". Para tomar da'i sempre leva todos awls de si, ~ .pe~ ~ pr6pria passa:~~~ fanta;;.iP' plenamente ass~mida .I ~~o a Marques de Sapucai momento que seu enredo flui e dO ""~ E resulta~o da fusao•• ,..tpeife5)', umapreocupa~ao que mais uma vez, a Beija-Flor deve " de multaSl'!V6Il' ,a~oes 5e1Q8 seus dlngentes em estado " <liferentes e da ~~ a. de ilr~. retornar, a vontade comunidade de " metamorfose da an g Idos --. '100' em 'Iuxo'. Essa de Sao Carlos: nao por a so .. responsavel por nao deixa 0 simbolo dO ..... ' " ... senslveis em todo 0 no eamaval, ' - A n~ lio"lP ese~uma no SlgnO ...~itl ~ I dade. " em Touro e

'II

e

It

I

a

e

e

a

rI'"

d~~~;:~:~~~~;u~~~~t~,j:(

PI

i I mal~telldo a

~Lua

m scorpla - Por ISSO c0ilv " til prO"'ma ~ ' cldade d~jp de Janeiro, loc nde a

do

'·~~~~~i~~~;~~~~~~~ocsamba. "

II

".,.ji 01',"

o Sol em Peixe';'e a Lua em

em usar cores Escorpia.9'"filzem da caplrlcllo~~o~fl~l~ere~tesd as suas - uma quase " de ~u.ares uma heresia, que algumas nao se ~ta mente aceitar enredos que ,o€Iemento primeiras batidas e

aoi\r.h,o""" C

I

~

ij~~~~~~'

.. "

~~~~g~t~ i

leva~~!"

,,,"'

Salguejro , atual campea , nunca se deu a bri~ll"'clei"'s:

acento astrolCik\c:o. ~ M Ole ~L~~~~I~;'1t~ il\1figtl "" , a , , 0. ~"'''. " ". ,_ Aries e Lua

::~:.~~~u;~m~ar._~~~~~~:~

:

~'J5iaai~, 'eslriilngE'iro,;' v,

renascer

suas

e tao caracteristico. A

Lt

Escola que abre 0 desfile em

ll l:l.~t.a.unidos da Ponte, possui 0 !i~1 - err ~ao e a Lua em GlPws, em urTiam~pa astral

!I

o~Ekfbs planetas esta bem • distribuidos em rela~ aos err os. A falta <\fuma

predOmlnAnci~J!*£tl6glca favorece uma ider dad comunitaria aber:ta~enquanto

i

i

comunidad do Salgueiro comprometida com sua cidade, 0 Rio de JaneJro, com a ongem negra , evoc'lndo a convivencia harmoniosa ~ntre 0 rico e 0 pobre. Semp,e que foge a esses

editell1~m

lev~ .

a

~a ~fator).

Seu seriomaior (Sol conj mo e " surpresa,(MaJt EI

Aq 'rio),

A ea~linha desfile, a Tradi ' 0, consegue re nir em pouco m nos de cento ~nte graus tod s "Planetas dfestaeando-se 0 I ern

I as suas cores originais. fidelidade reflexo de uma . f .agremla~o que se az autosuficiente, ai encontrando sua

~;~~~-;"~~~:IIr.

da Escola. E, pensamento

capaz de levar ao delirio aquel que aguardam m verdadeiro camaval.

um grupo que " aoN;eqOencias. . no sonho. Alem do m_,' It preclSO " . cereada de devaqel~ por comunidade em Libra) que todos os lad os. ",,'" Mara8,es de Sapueai , todo especial, on,, ; nh,o'nrl ~t,,· v,,,de,e-t,ran,co de

"

V

I/'

e

"

mal0fle. de sua comunl J!ge ganha ~u sustento, cor1Jil!!la ndo a difere~ de faz~l\I1il_e um outro muR~o grande "~I desafio da~rande Rio demonstrar existencia da descon tra~ ::camavalesca, independent da nqueza mat 'al

ft

e

Virgem fato,

e~~Sagi ~ 'tario' De 4 . .

,e a~

I. 0

da em

S' '''pr id " .. .. ooos nurto pnncipal 0 excesso de ""rma 0 me II( Escorpla,o no mapa astral pessoais de fazer !1!Imaval de responsavel pela vontade de ." ed . I I' revolucionaf, sempre presenteSl' ebenr os slngJd ares ectevo~do

for~a.

rid

e

em seu desfile.

• .JI'I-

-1'.

m-marca

PR ~inense l A ~ mais

eara enza a.

-.~co im ' ~'''' ongem

, .-r ._a

~

:elen ~

da

e

.... e.... '''to lernbrar-se "::r..-

T~ a~ pe~ cisao que

I~ 0Iigem. Nenhuma.

apre '3'0 ['Q /!:.rn.~ teJe ca~~.tao . buido erli, tod PJs~. meteQnea no competJtMl camaval Escolas, des!3&l»>3~1 0 • eanoca, titulo que substitui qualquer temas as Ie a .. outro . des br de sac!MgJ'"il i na leitura das Peixes e a Lua em ~no .. no cora<;ao mem os nota 'I S v j elho-e-branco (miea entre todes i1Ue comp6em sua comun.dade . I ~ . ....-. - d i E 0 eampeao do Camaval de emb~ma ~ sua combinaeao a gao IstnOul~ao e p anetas 1 y , _" lb ' 1994? Antecedendo a pergJnta, astra gin I omessa de ser n""ve por a ngar em sua , . T~ ' . agrerQlQ;ao muitos integran tes esta a nesposta de que 0 desftle def'l!l~ c m e de ou~ loeais da cidade Ate sera ...,gdo peIas boas estre~' arnor de sempr . . H " parece que todos os caminhos Julio cesar Vidal.

~

t

__ _ _ _ _ tlUli

e\

""

6


-

• • • • • • • • • • •• •• • • • • • • • • • • • • • • • • • • , • • • •

• • • • • • • • • • • •, • • •

• • •• • • • • •

ABASTECA DE ALEGRIA NUM POSTO PETROBRAs. Voce vai encontrar 0 Carnaval carioca em cada esquina, em cad a rua. Vai ver a Avenida Marques de Sapucai cheia de alegria com os desfiles das Escolas de Samba. E vai descobrir as cores que fazem dessa festa a mais original e

emocionante do mundo. As cores do Brasil. Os Postos Petrobras dao as boas-vindas a voce e lembram: se abaste~a de alegria n~sses qua~ro p; r. l r:J :lpETROBRAS

dIas de foha. DtirtlIIIMI

c


Estrela do Grupo Especial, 0 Ri o de J a neiro c tema de oito entre dezesse is enredos. O s samb istas in corporam 0 es pfrit o, 0 movimento Viva Ri o e es tao a fim de ajuda r a resgatar a gostosa e descontraida maneira de se r ca rioca. Uma curios idad e: duas Esco las da mesma cor, as verde-e-bra nco Imperio Serrano e Imperatri z Leopold in ense tem exa tame nt e 0 mesmo enredo, a visita de indi os brasileiros it corte de Catarina de Medicis. Tre s en redos- homen age m sao luxuosos: os baianos Gil, Caetano, Ga l e Bethania, a in glesa Margareth Mee e a samb ista Alcion e rec'e bem a reverencia das passarelas. Um carnava l e tanto, as Escolas ca nt a ndo 0 sa mba do criou lo es perto. Espertfssimo.

DOMINGO

SEGUNDA-FEIRA

UNIDOS DA PONTE

CAPRI CHOSOS DE PI LARES

Marrom da Cor do Samba

,"

Estou Amando Loucamente ...

IMPERIO SERRANO

TRADI<;AO

Uma Festa Brasileira

Passarinho, Passarola , Quero Voar!

U:,\IDOS DA TIJUCA

UN!AO DA ILHA DO GOVERNADOR

Sor Rio .. .

EVerao

"Abrakadabra" 0 Despertar dos Magicos

UNIDOS DO VIRADOURO

ACADEM ICOS DO GRANDE RIO

Teresa de Benguela

Os Santos que a Africa Nao Viu

ESTA<;AO PRIMEIRA DE YlANGUE IRA

BEIJA-FLOR DE NILOPOLIS

Atras da Verde e Rosa ...

Margareth Mee, a Dama das Bromelia s

UNIDOS DE VILA ISABEL

ACADEMICOS DO SALGUEIRO

M uito Prazer...

Rio de La pra Ca

MOCIDADE INDEPE\'DENTE DE PADRE ~1IGUEL

ESTAcIO DE sA

Avenida Brasil. Tudo Passa ...

SAARA ... a Estacio Chegou no Lelele de Alala6

IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE

PORTELA

Catarina de Medicis ...

Quando 0 Samba Era Samba


MARROM DA COR DO SAMBA Uma corrente ligando

0

Rio deJaneiro ao Maranhao. Por meio de Alcione, filha de Sao Luis. A cantora

sera musa, tratada como deusa. Em Marrom da Cor do Samba, 3.700 componentes da Unidos da

Ponte, de SaoJoao do Meriti, com suas cores azul-e-qranco, irao most rar os cam inhos qu e trouxeram

•

,

Alcione da Ilha do Amor ao Rio, com todas as fasts importantes de sua vida. A in fancia, as raizes

folcl6ricas (Bumba -meu-boi, Tamborda Crioula), as paix6es pelo futebol (Sampaio Correia, em Sao Luis, e

Flamengo, no Rio), o Beco das GarraJas,

0

antigo Bolero (onde cia era a

"mo~a

do piston"). Dois carros

aleg6ricos representarao os sucessos de Alcione: discos, carreira internacional, shows. 0 climax sera 0

Corafiio Verde-e-Rosa. Alcione entrara na Sapucai cercada por figuras da Mangueira, convidadas especiais. Alas verde-e-rosa, baianas,

crian~as.

Depois, vira 0 Bloco do Pagodao. A Unidos da Ponte foi fundada em

3 de novembro de 1952. Seu Presidente de Honra

e Paulo de Almeida. Presidente: Edson Tessier.

Carnavalesco: Washington Luiz. Dire tor de Batcria: Mestre Nena. Primeiro -Mestre-Sala c Porta-


,

Explode a Ponte Jorra da fonte Um turbilhao de poesias Vem minha estrela lIuminar Abrilhantando nosso show De fantasia com a magia da canc;ao, oh, oh (BIS) Mulher dengosa amor Marrom guerreira o dom da voz Ihe ajudou a encantar Meu rio moleque danc;ou Ao som do trompete Se encantou com a seduc;ao Da flor sublime e raiz do Maranhao No sufoco ... No sufoco da disputa menina foi a luta entregou¡se as emoc;6es E com a luz do seu afa Fez a Mangueira do Amanha Uma esperanc;a a novos corac;6es Canta Marrom Reflete ao mundo inteiro quem tu es Porque hoje a minha Ponte Colorida e deslumbrante Coloca essa avenida aos teus pes E brilha meu Sao Luiz Bumba-meu-boi vai danc;ar No seu balanc;o minha escola Vai passar Explode! Autores: Nilson Chamego, Charles Santana, Chiquinho do Banjo Interprete: Serginho do Porto

......,.;k-K'ill~"


UMA FESTA BRASILElRA Em 1550, cinqiicnta indios brasileiros, Tupinambas e Tabajaras, foram enviados por marinh eiros da Normandia para Rouen, na Europa. Na corte de Catarina de Medicis c Henriquc II, el es assombraram pelo exotismo. Cantaram, dan~aram e praticaram j"ogos de guerra. Em Urna Festa Brasileira, a I

• Imperio Serrano mistura indios ao luxo e

rique~

,

de uma corte renascentista. "Que <aeira, que <aeira, tern

batuque na carte, dia e noite, naite inteira", cantam os compositores Lula, Zito e Bato Pern ada, dentro do enredo de Cid Camillo e Sancler Boiron. A coroa imperial , simbolo da verd e-e-branco, abre ornamentada com

0

desfile ,

fausto de corte. No primeiro carro, Ol egaria dos Anjos, a primeira mulher do Brasil

0

a desfilar como destaque em escolas de samba! Ela

e Catarina de Medicis. Depois virao marujos

europeus chegando ao novo mundo e nobres e selvagens, tudo na exuberante nora e fauna brasileira. Fechando 0 desfile,

0

carnaval via sate lite, significando gente e

Imperio Serrano foi fundada a 23 de

mar~o

ra~as

diferent es na mesma

emo~ao .A

de 1947 e entrara com 3.500 componentes. Preside nte:

amil Marruff. Presidente de Honra: Molcquinho. Diretor de bate ria: Falsca. Rainh a de bat eria: Ediclea. Primeiro-Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Cezi nha e Andrea.


Soou, ressou no seio da mata virgem o canto do indio guerreiro Exaltando homem branco que chegou Lit se vao e (la se vao) Marujos, tabajara e tupinamba Ate as margens do Sena Mostrar a danc;a solene As maravilhas da Renascenlfa Onde 0 rei e a rainha Ficam encantados com uma testa brasilei ra Que zoeira, que zoeira ~,""i;o"jI (que zoeira) Tem batuque na Corte Dia e noite, noite inteira o novo mundo Mostra a arte em brincadeira (815) A cultura ~• ..,,, j unta arte numa nova dimensao Hoje 0 Imperio taz a testa Contagiando a galera de emoc;ao E exibe para 0 mundo inteiro o carnaval brasileiro Como na Corte dos reis Engalanado entra em cena Outra vez Assim a testa continua (E assim) "'"", Tao minha quanto sua Neste delirio tropical o verde-e-branco e a ramo da minha vida Nesta tolia todo mundo e igual o embalo eu, embala eu (0 embala eu) Que nesta testa eu tambem you (eu YOU, eu you) 6 embala eu Com surdos, tamborins e agogos (815)

a

. . .....

Autores: Lula, lito, Beto Pernada Interprete: Roger


f

SOR RIO .. . EVEMO Uma cidade castigada, sim, mas ainda das mais fasc inantes do mundo. Esta a filo so fia da Unidos da Tijuca qu e coloca 4.000 componentes na Sapucaf para mostrar Sor Rio •.• E Verao, do carnavalesco Silvio Cunha. Com as as as repletas de belas mulher,s, tera uma sfntese de tudo

0

0

pavao abre-alas da escola puxa

0

desfile que

que a cidade e: praia.,aer6bica, surfe, windsurfe,jet-ski, body-boarding,

,

iatismo, handebol, v61ei de praia, futebo l de areia, asa-de lta, ultraleve, vendedores ambulant es, trailers c quiosques, botequ im, rod a de samba, pagode. Urn caleidosc6pio que mistura erotismo, cultura carioca, irreverencia. As cabrochas do Borel exibem compositores que cantaram universal,

0

0

0

balancso e a gracsa e urn leque de can.,6es de todos os

Rio. Tom, Vinfcius e dezenas de outros desenvolvcm

0

enredo. Cidade

Rio estara simbol izado por pessoas de todas as partes do mundo. Kao foram esquecidas

ta m bern as florcstas, os morros, as frutas, os sorvetes e os sucos. Loucuras do ve rao. A U nidos da Tijuca foi fundad a a 3 de dezembro de 1932 e suas cores sao 0 azul,

0

amarelo e 0 branco. Presid cnt c: Nelson

Xunes Alves. Presidente de Honra: Fernando Horta. Dire tor de Bateria: Mestre Silvio. Prim eiroMestre-Sala e Porta-Bandeira: Claudinho e Tidinha.


~~~ Vern voar em poesia

e

S6 pra ver como a que ;;;~~ brilha 0 meu astral "Divino" que clareia no horizonte (BIS) Tu as a fonte do meu Carnaval (BIS) Oh! Rio ... Ber~o de grandes paixoes De tantas can~oes Eu quero rna is 0 teu calor Vemo sensual sedutor Tern gosto de festas Tern cheiro de amor Sou a onda to na moda (BIS) Do voo livre ao jet-ski au brilhar em fantasia Hoje na Sapucal le.ul~rae encanto vida

e

e

o mais belo azul do mar, do mar "Cidade de lui', aquarela Se faz passarela pra ela passar De corpo dourado a caminho do mar Como linda a meu Rio Rio de Janeiro, "Cidade Maravilhosa" Esol, verao ... Lual

e

e

sedu~ao

Delirio desta multidao

E nesse "mar de amof" Eu YOU, que YOU Vou me banhar E depois tomar uma "cerva" bern gelada Vendo a luz no cau brilhar (BIS) Autores: Gilmar L. da Silva, Vicente das Neves, Beto do Pandeiro e Grego Interprete: Carlinhos de Pilares


TERESA DE BENGUELA ... P.wIlo".'"

[.;scrava. Porem rainh a. Teresa era soberana em Benguela, na Africa. Trazida para Mato Grosso como escrava, foi tra ba lha r na e fundou

0

min e r a~iio

do ou ro em Vil a Bela da Sa ntissima Trindade . Lid c rou uma revolta

Qui lombro de Guaritere no Pantana l. A~ui come<;a Teresa de Benguela - Uma Rai nha

Negra no Pantana l c o desfile da Unidos do Vi';)'douro, a esco la de :\ite r6i que con ta eSle ano com Jo aoz inho Trinta. Alem dos negros, Guar iterc atrigava caboclos, ind ios, mesti<;os e desccndentcs dos in cas . Teresa, democratica, governava com parlam ento c min isterios, havia ordem e justi<;a. 0 quilombro prosperou. 0 desfile - que va i usar destaca a agricultura,

0

0

folcl ore pantaneiro, com os tocadores de viola de cocho-

artesanato e as trad i<;6es desenvo lvidas pela comunidade. ParaJoaozinho,

Teresa teria ent re\'ist o, por meio da mi stura das ra<;as,

0

perfi l do homem su l-americano e a

antecipa<;ao do homem c6s mi co. A cob i<;a do homell1 branco destruiu

0

quilombo. Teresa enlouqucceu e

foi excc utada. Tornou-se simbo lo de lut a . A Unidos do Virado uro co loca na passarela 4.000 componentcs, com suas cores vermelho e branco. 0 presidente e Jose Carlos Monassa, Baleria, Mestre Paulinho, a Rainh a da Bateria

e Patricia e 0

0

Dirctor de

Primciro-Mcstre-Sala c Porta-Bandcira sao


Amor, amor, amor... Sou a viola de cocho dolente Vim da Persia, no Oriente Para chegar ao Pantanal Pela Mongolia eu passei Atravessei a Europa Medieval Nos meus acordes you contar A saga de Tereza de Benguela Uma rainha africana Escravizada em Vila Bela o cicio do aura iniciava No cativeiro, sofrimento e agonia A rebeldia acendeu a chama da liberdade No quilombo, 0 sonho de felicidade lie aye, ara aye, ilu aye Um grito forte ecoou A esperanc;a no Guaritere o negro abrac;ou (BIS) seio de Mato Grosso, a festanc;a comec;ava Com 0 parlamento, a rainha negra governava indios, caboclos e mestiC;os, numa civilizac;ao o sangue latino vem na miscigenac;ao A invasao gananciosa um ideal aniquilava A rainha enlouqueceu, foi sacrificada Quando a maldi9ao a opressao exterminou No infinito uma estrela cintilou Vai clarear, vai cia rear Um sol dourado de quimera A luz de Tereza nao apagara E a Viradouro brilhara na Nova Era (BIS) Autores: Claudio Fabrino, Paulo Cesar Portugal, Jorge Baiano e Rico Medeiros Interprete: Rico Medeiros


ATAAS DA VERDE-E-ROSA ... A velha Mangueira traz os Doces Barbaros. Gal Costa, Ma ri a Bethania, Caetano Veloso e Gilberto Gil vao ca n tar e sa m ba r mi sturados as pastoras e aos bam bas da Verde-e-Rosa. Leve, solto e dcscontraido, gara nte

0

carnava lesco Ilva mar Maga lhaes, Icvandll a uma

compara~ao

com

0

carnaval da Bahia, terra

•

,

dos homen ageados. Atras da Verde-e-Rosa s~ao Vai QuemJa Morreu e urn dcsfile em quatro fa ses. Abre-se com a

for~a

do Tri o El etrico, seguido pelos grupos afros, sacudindo a poeira na abertura

do d es fil e. E m seguida, Mangueira desve nda as diversas fases das trajetori as d e Gil , Cae, Gal e Be th a nia, dando e nfase aos te m pos dos festivais. 0 tropicalismo dos Doces Ba rba ros sera transfigurado por meio de alas e carros a legoricos. Os s ucessos dos quatro serao mostrad os de m odo sutil, int e rpre tados pelos com pone ntes da ence rra

0

na~ao

mangueirense. Finalme nte, a gra ndiosidade do carnava l

des fil e. Fan tas ias, d estaqu es e alt;gorias mostrarao que tudo e incrlve l, seja no carnaval

cari oca, seja no baiano. Com seus 4.000 componentes, a Mangueira fundada a 29 de abril d e 1928, tern Rober to Fir mino dos Sa ntos como Pres ide n te. Dire tores de Bateria: Mestre

Ru~o,

Faranta, Alcir

Espinosa e Ch imbico. Prime iro-Mes t re-Sala e Porta-Bandeira: Marquinhos e Idea. Cores: ve rde-e-rosa. ~


Atras da Verde-e-Rosa 56 Nao Vai Quem Ja Morreu

De poeta ao luar Misticismo de urn povo Salvo todos os orixas Quem me mandou Estrelas de la Pra noite brilhar Manguei ra! Jogando flo res pelo mar Se encantou com a musa Que a Bahia da ~ba, berimbau, ganza capoeira Joga urn verso pra iaia (BIS) Caetano e Gil 6 Com a Tropicalia no olhar Doces Barbaros

o

A bri sa a ballar A meigulce de uma voz Uma can~ao No Teatro Opiniao Bethania explode cora~ao Domingo no parque amor Alegria, alegria eu vou A flor na festa do interior Seu nome Gal Aplausos ao cancioneiro E: carnaval, Rio de Janeiro Me leva que eu vou Sonho Meu Atras da Verde-e-Rosa S6 nao vai quem ja morreu

e

e

6 Autores: David Cornia, Paulinho, Carlos Sena e Bira do Ponto Interprete: Jameliio


MUlTO PRAZER! VILA ISABEL DE BRAGANQA... Vil a Isabe l. Quando a historia de um bairro se confunde com a historia do Brasil. Na Marques de Sapucai, a U nidos de Vila Isabel mostra, primeiro, 0 bairro, desde os tempos dos indios Tamoios e •

Tupinambas. E a Faze nd a dos Macacos produzindo cana-de-a~ucar. Tambem a Faze nda dos Br agan~as,

• tao amada por Dom Pedro 1. Sem esquecer 0 legendario Barao de Drummond, com 0 ba irro colonizado

"

no estilo frances. Dom Pedro II inaugurando 0 z!ologico. Vieram as fabricas e a grande avenida, chegando a gloria de Noel Rosa e ati ngindo a fase de Martinho da Vila. Na avenida serao relembrados anti os blocos, frevos, batalha de confetes, realejos, violoes, boemios, sercsteiros. E entao, a hist6ria da p rop ria Escola, com Seu China fundand o a Unidos, a 4 de abri l de 1946, no Ylorro dos Macacos, com e ambas, que se inicia com Paulo Brazao. Enredo simples, de profundidade emocional, idealizado pela saudosa Dulce Alves, a quem a E5cola homenageia. OsvaldoJ ardim cleu

0

titulo de

i1aJsaJ>el de Bragan~a e Drummond Rosa da Silva. Mas pode me chamar de Vila. Com 4.000 componentes, a Unidos de Vi1a Izabel tcm Valt er Lopes de Carvalho co mo Pre:;idente. Cores: azul e branco. Diretor de Bateria: Mestre Mug. Rainha da Bateria: Bruna (II an05). Primeiro:o.1estre-Sala e Porta-Bandeira: Carlinhos Brilhante e Marcia.


Muito Prazer Isabel de Braganc;a e Drummond Rosa da Silva. Mas Pode Me Chamar de Vi la Vou cantando, os meus encantos vou mostrar Muito prazer, eu sou a musa, sou a fonte Deixa meu feitic;o te levar (BIS) Antes habitada pelos indios E os jesuitas cultivaram a cana no meu chao Era "Fazenda dos Macacos" A preferida do imperador desta nac;ao Tambem fui 0 dote de dom Pedro para a duquesa Com 0 progresso de Drumond Ganhei cultura e requinte "a francesa" "Peguei 0 bonde", "passei" no Boulevard E a "Confianc;a" doce recordar Os ''tres Apitos" cantado por Noel "Alrll1'" ecoam pela Vila Isabel (815) Blocos, coros, "Ienhadores¡ Alegria dos meus camavais Embalei os namorados, na magia do amor formei casals Em noite de festas, serestas, viol6es e "os tangaras" Virei a predileta dos amantes e poetas Gravados nas calc;adas musicais Desperta "Seu China"l Acorda Noe ll~ Pra ver a nossa escola, desse branco-azul do ceu E 0 "Ze Pereira" vem saudando a multidao Pode me chamar de Vila, que orgulho meu "brazao" Quem p6e nao tira, nesta ceia popular Sou do morro, a nobreza e de quem quiser me amar.

e

e

Autores: Vllani Silva ' Bombrll', Evandro ' Bocao' e Andre Diniz


,

AVENIDA BRASIL - TUDO PASSA ... Uma avenida desfilando por dentro da avenida . A originalidade {; do carnavalcsco Roberto Lage, da Mocidade Independente de Padre Miguel. Seu tema e Avenida Brasil- Thdo Passa, Quem nao Viu? A porta de entrada para

0

Rio deJaneiro C mundo

I

a parte, vital, pulsan te, cheio de contradi~6es. Ela e 0 •

primeiro contato do nordestin o qu e chega; de ~uem vem do interior e de Sao Paulo. Nela, circula de tudo um pouco:

0

magnata,

0

muambeiro, 0

o paulista. Mas, em tudo, Lage ve

0

e~trangeiro, 0

bom humor. Ate

0

marginal,

0

industrial,

0

c1andestino,

transito ca6tico e 0 jeitinho que

para fugir do engarrafamento. Avenida Brasil de muitas faces. Lage faz

0

0

carioca da

paralelo entre as muitas

indl,strias, os grandes supermercados - uma face brilhante - com as favelas plantadas ao longo da pista. Pela avenida rolam sonhos e realidades. Ali esta

0

cidadao que trabalha nas cargas do Ceasa e aquele

que passa fome. Da Rodoviaria a Santa Cruz, a Avenida Brasil demanda paciencia. Ela se enche com neons dos moteis, sensuais, e se alegra com

0

tfpico cancioneiro nordestino. Um desfile diferente da

verde -e -branco. A Mocidade Independente foi fundada a 10 de novembro de 1955. Com 5.000 componentes. Presidente:Jose Robe rto Tenorio. Presidente de Honra: Castor de Andrade. Diretor de Bateria: MestreJorjao. Primeiro Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Alexandre e Lucinha .

...


Avenida Brasil, Tudo Passa - Quem Nao Viu? De Iii pra cil Daqui pra Iii Eu vou (Ai como eu vou) Com meu amor Vou viajando Nessa avenida Pela faixa seletiva No sufoco dessa vida ''Tudo passa, quem nao viu?" Uma confusao de coisas Assim e a Avenida Brasil Linha Vermelha Vem cortando a Mare Ea bailarina da cidade Ziguezagueando eu vou (BIS) ,Outra vez com a Mocidade (BIS) Do importado carroc;;a o contraste social Nesse rio de asfalto o dinheiro fala alto Ea filosofia nacional

a

~~&;~;;:;:;;;::;;;~~~~~;;~;;;~ oSoumeupassageiro alegria destino eda 0 prazer

~

t---ijii~iIiI"

__

Passo por ela todo dia E hoje ela passa por voce Vem cantar e sambar Com a Mocidade I[;Iar::iii:lI=id:a:::,:2;;!~~~=C:lll" De carona na estrela Rasgando 0 corac;;ao dessa cidade (BIS) Enredo: Dieo da Viola, Jorginho Ganem e Jefinho , Interprete: Wander Pires


· CATARINA DE MEDICIS ... Quinhcntos anos all'aS, uma a ldeia de indios foi reeriada as margens do Rio Sena, na

Fran~a,

para que

os indigc nas cnviados do Bras il pudcsscm se sent ir a vontade, Este grupo tinha sido levaclo ' a corte cle

,

Henrique II c cle Catarina cle Mccl ieis e durante set'n'anas se cleu um perp lexo eneontro ent re os chamaclos "c ivilizados" e os "primitivos", Rosa Magalha es, t id a' co~o carnava lesca superpe rfeccionista, t'

reeria na avcnicla toclo

0

esplenclor cle lima eor t~ ellropcia clo sceu lo XVI , TItulo: Catarina de Medicis

na Corte dos Thpinambos e Tabajeres. Para obler total fideliclade, ela foi a sendo qu e

0

Palacio Rea l

e uma copia perfe ita do original. Para viver 0

Fran~a

para as pesquisas,

luxo clesmesurado de lima corte,

a Tmpcratriz Leopoldinense coloca na passarcla a gente humilcle cle s uas bases comun it ar ias, que sao os moraclores clos MOtTOS do Alemao e Adeus e cia Fave la da Grota, A liga~ao

int e n~ao

mais funda

e mostrar a

existente com os anseios Iibertar ios clo povo frances . 0 indio mostrou, diante do civili zado, Slla

beleza e simpl icidade, e principalmente a

determina~ao

de nao ser escravo. Flinciada a 6 de

mar~o

de

1950, a lmpcratriz Leopoldinense le m 4.000 elementos. Cores: verde e branco. Presidente: Marcos Drllmond. Diretor cle Bateria: Mestre Beto e Biro. Prim ei ro·Mest re-Sala e Porta-Bandeira: Chiquinho e Maria Helena. It> ~:) r

-

.. '1.:

••

.'•


Catarina de Medicis na Corte dos Tupinambos e Tabajeres Hoje vou colorir toda cidade De alma pintada eu vou Sou da corte a fantasia Trago 0 "novo mundo" de A magia da floresta levei Enfeitando esta festa cheguei Puro na emo<;ao, simples na paixao Sonho e poesia em Ruao Mon amour, c'est si beau Esse jogo, essa dan<;a - Tabajere, tupinambo (BIS) F la nas margens do Sena o Brasil a imagem De nudez e coragem Indios, marujos, enfim Misturavam-se assim Na mais linda paisagem E a plateia no bis Com a -Imperatriz a delirar Na Fran<;a 0 bom selvagem Deu 0 tom de igualdade Fraternite, Liberte Sou Indio, sou forte Sou filho da sorte Sou natural (BIS) Sou guerreiro Sou a luz da liberdade carnaval Autores: Marcio Andre, Alvinho, Aranha e Alexandre da Imperatriz Interprete: Preto Joia


ESTOU AMANDO LOUCAMENTE ... Este

e urn carnaval em que 0 Rio se volta para si mesmo. NatIa mais carioca que a Avenida Ri o Branco,

antiga Avenida Centra l.

Cora~ao

da cidade. Sobre ela se

debru~ou 0

carnavalesco Luis Fernando Reis

em Estou Amando Loucamente uma Coroa de !:?\lase 90 Anos,

.

"

o enredo da Caprichosos de Pilares. E uma

aproxima~ao

com D M;ovimento Viva Rio. Nesta Avenida

.Rio Branco se festeja os carnavais antigos,

0

Ccydao da Bola Preta, os ranchos, as grandcs sociedades,

como as Demomiticos, as Tenentes do Diabo e as Fenianos, clubes qu e Coram abo li cionistas. Na Sapucai, os cinemas da Cinelandia e os bares tradiconais, como o Amdrelinho. Os dancings, os blocos rivais Cacique de Ramos e Bafo de

On~a

percorrer 0 barroco do Rio, a art deco, carnaval

0

- incorporados num s6, Cacique da

On~a.

0 tema vai

Cassino da Urea, a noite carioca, numa miscelanea de que s6

0

e capaz. A abertura do desfile repousa na alegoriaHeraldica Carioca, simbo li zando a

miscige na~ao

de brancos e indios que deram origem

a cidade. A Caprichosos de Pilares foi fundada a

de fevereiro de 1949. Sao 4.000 componentes. Cores: azul e branco. Presidente: Fernando Leandro. Diretor de Bateria: Paulo Renato. Rainha da Bateria: Valeria Valen~a. Primeiro-Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Robson e Ana Paula.

19


.... r ¡..,.. Estou Amando Loucamente uma Coroa de Quase 90 Anos Amar amar, de mar a mar Oil Do Obelisco Prac;a Maua, M~lua To ligado nessa coroa 1 toda boa Que ainda tern muito para • dar Nostalgia tomou conta de mim Que felicidade, musa da cidade Vern no toque do meu .tamborim E roc;a, roc;a E passa, passa A minha dama a paixao da massa (BIS) Amor, me leva No capricho you sonhar, sonhar Na Galeria Cruzeiro No Municipal you me acabar

a

e

\~R~.'1 Minha Avenida Central Earte, e meu carnaval

~

, Saudaqe o amor viaja na lembranc;a Eu pinto a cara de esperanc;a A liberdade faz meu ideal Eu you atras do Bola Preta Segura meu bern, na chupeta (BIS) E vern amar... Autores: Garibaldi, Tico do Gato, Carlos Ortiz, Marco Lessa e Almir de Araujo Interprete: Luizito


PASSARINHO, PASSAROLA ... a passarcla, Tradi~ao ,

0

ve lho sonho do homcm: voar. Voam os passistas na leveza do ritmo. Licia Laccrda, da

dividiu em quatro partes Passarinho, Passaroia, Quero Ver Voar. Na primeira, 0 Passaro Vtla

,

,

- Vaal sao con~adas lendas de diversos povos sobrc 'a tentativa do homem imitar os passaros.

.

.

.

Na scgunda, 0 Homem Ha de Voar, sao feitas referencias aos que tentaram engen hos voadores, de Icaro a t'

Bartolomeu de Gusmao. A tcrccira, 0 Homerll !aa? Voa.' moslI'a os que conseguiram, concretamente, construir apare lh os que voaram, como Santos Dumont co scu 14 Bis. A ultima, Do Jlviiio a Asa-Delta uma alegoria com as asas-d elta retomando

0

c

sonho de libcrdade de Dedalo e Icaro. :-Iestc ponto, as

baianas pass am a representar naves espacia is, com asas de borboletas. Elas serao - numa eorcografia ousada c bonita - naves dan<;ando no espa<;o sid e ral.Junta-se aqui a antiga tradi<;ao das baianas com a p6s-modcrnidade das conqu istas espaciais, diz Licia. !\esta fantasia do voo, pcrmite-se a Avenida Maria Antonieta e LUIs XVI, sambando, enquanto admiram A Tradi<;ao

c uma escola que vai fazer

0

c colocar na

voo de baloes.

10 anos ago ra em 1994, fundada que foi a I de outubro de 1984.

Corn 3.000 componentes e as cores sao azul e branco. Presidente: Nczio Nascimento. Diretor de Bateria: Decapc. Primeiro-Mestre-Sala e Porta-Bandeira:Julinho e DanieJle.


Passarinho, Passarola, Quero Ver Voar! Desde 0 come9ar dos tempos Eu ficava observando a passarada revoar E tive um sonho tao bonito, ir ah~m do infinito As estrelas ir buscar... Conta a mitologia .. . de carruagem "Apolo" 0 ceu vai alcan9ar "Pegasos" levava os deuses Pra no "paraiso" repousar Meus sonhos ... nao tem limites Sou "bicho-homem" vivo a devanear... "Passarinho passarola ... Quero ver voar" Quero ver voar... Com sua pena profetizava 0 escritor Revolucionava com seus projetos, 0 pintor Sera verdade? Icaro "marcou bobeira" (BIS) Viajando para 0 Sol, com um par de asas de cera Incrivel!!! Fantastico!!! Com me us baloes encantei Paris Deixando 0 mundo deslumbrado Decola 0 "14 Bis" Da minha "nave" vi que "a Terra e azul!" Voei bem alto "ja pousei na Lua" Hoje com a Tradi9ao no cora9ao Voando pra qualquer lugar eu you you voar de asa-delta o ceu do meu Rio de Janeiro Delirar com a natureza Refletir no espelho azul do mar (BIS) Autores: Jaja Maravilha, Aniceto, Tonho, Sandro Maneca, Jurandir da Tra d i~ao , Jorge Macumba e Louren~o

Interprete: Edmilton da Tra d i~ ao


ABRAKADABRA, 0 DESPERTAR DOS MAGICOS A Uniao da Hha do GovernadOl; escolajovem que, depois de se notabilizar por enredos leves, mas de impacto, vcm aumcntando a profundidadc dos tcmas, agora entra fundo, buscando reflexao. Em Abrakadabra,

0

Despertar dos Magicos,

pela magia, buscando dcspcrtar

0

• carnavalcsco Chico Spinoza trilha

,

0

0

caminho da magia .

mago cxistente em cada um, para a chegada da Nova Era. 0 enredo t'

sc divide em tres m6dulos ..O primciro C 0 do tassado, com

0

carro abre-alas simbolizando a grande

explosao que deu origem ao Universo. Vemos a primeira grande magia,

0

surgimento da vida,

0

aparecimento do homem primitivo, 0 fogo primal. 0 hom em vai se modificando, ao lange do dcsfile, assumindo diferentes faces, de diferentes etnias, cad a um com sua cultura magica. A scgunda etapa

e0

prcsc nte , com a retomada da espiritualidade pelo homem. Tempo de talismas, taros, arles divinat6rias, as supcrsti,,6es. Na parte final,

0

futuro,

0

anuncio da Nova Era de Aquario. 0 ultim o carro

e uma

alegoria, a paz, cujos guardiaes sao os componentes da ve lha-guarda. A Uniao da Ilh a do Governador foi fundada a 7 de mar"o de 1953. Entra com 4.700 componentes. Cores: azul, branco e vermelho. Prcsidente:Jorge Taufie Gazelle. Diretor de Bateria: Paulao. Primeiro-Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Paulo Roberto e Babi.


"Abrakadabra", 0 Despertar dos Magicns Eu vou "zuar" nessa avenida Meu samba da cartola vai rolar E na luz da estrela-guia Minha alegria vem nas ondas desse mar! (Desse mar! Desse mar!) Meu fogo veio acender E 0 ouro fez 0 chao brilhar Mago do Mundo! Magico Mundo! Que vem girando sem parar Evida! Esorter Efer Efiga de guine! Roda baiana qu'esse povo <tem axe!!! (BIS) Meu sonho ... energia em verso Porta d'universo que Deus abrira E meu amanha e paz e amor da "Nova Era" que vira Eu so~ um sonhador, sou ilusao Que ta dentro do teu cora9ao! (Amor! Amor! Amor!) A noite brilha! A magia encanta a cidade Amor! Que maravilha! A IIha dando um banho de felicidade (BIS) Saber para crescer Saber para orientar Saber para amenizar Autores: Almir da IIha e Fra nco Interprete: Quinho


OS SANTOS QUE A AFRICA NAo VIU Entidades magicas ge nuinamente nacionais, ainda qu e com rafzes africanas. 0 carnava lesco Lucas Pinto, da Academicos do Grande Rio, procura em Os Santos que a Africa Njio Viu trabalhar com • sincretismo religioso. Ha, por exemplo , uma entiClade como

,

cruzam ento do Ogum africano com

0

povo

do~

0

0

Ogum de Ronda, muito popular,

•

exus da 6tica crista. As cores do Grande Rio, verde,

vermelho e branco, sao tam bern as deste Ogt m. 0 enredo

c desenvolvido a partir de hist6rias de

cantorias, bern ao sabor nordestino. 0 fio condutor e urn certo Ze, cantador e violeiro, que, ao longo do desfile, vai se multiplicando em dive rsas personagens que sao temas de alegorias e fantasias. Como malandro Ogum africano, Sao Jorgc Guerreiro,

0

jonguciro, 0 rezador,

0

caboclo,

0

0

quizombeiro, amigo

de damas e cortesas, capoeiras e vagabundos, com .eles aprendendo e ensinando nas festas d e Iemanj a, nos catimb6s, nos bord eis, nas

pajelan~as

e fcstas varias. Ate qu e, vestido de malandro, chapeu atrevido

bengalin a na mao, esse macunafma, versao Grande Rio, se aprese nta com sua verdadeira face: Ze Pelintra,o brasileiro. A Academicos do Grande Rio foi fundada a lOde maio de 197 1. Cores: verde, vermelho e branco. Com 3.000 componentes. Presidente:Jaider Soares. Diretor de Bateria: Mestre Mauricio. Primeiro-Mestre-Sala e Porta-Bandcira: Ronaldinho e Ivone.


Africa. :. misteriosa Africa Magia no rufar dos seus tambores se fez reinar Raiz que se alastrou por esse imenso Brasil Terra dos santos que ela nao viu Da negra terra e lei Vem 0 meu negro rei Ogum de fe que neste solo se encantou No mercado os ciganos Ihe venderam ao senhor do tumbeiro senzala seu lamento ecoou Plantou caiana ... socou cafe Pilou dende pra benzer fi lho de fe (BIS) E no curto de Male (Male Male) Preto velho catimb6 (catimb6) De um povo morenado, caboclo bravo Fascinado por Tupa ... (yara, Yara) Yara no Rio, sereia no mar EJanaina que seduz com seu cantar Correu gira pelo Norte Capoeira azar ou sorte No Nordeste conheceu Quem viveu na boemia Malandragem e valentia E ate hoje nao morreu Eu sou jongueiro, baiana Sapucai, eu you passar E a Grande Rio vem comigo saravil Quem sou eu ... que sou eu? Tenho 0 corpo fechado Rei da noite sou mais eu! (BIS) Oh! Africa

a

Autores: Mais Velho, Rocco Filho, Helinho 107, Roxidie, Marquinhos e Pipoca Interprete: Nego


A DAMA DAS BROMELIAS "A nalure;:a Iliio i perigosa,

0

homem sim", disse Margareth Mee, a maior ilustradora da flora

e dos passaros do Brasil. Primeira mulher a subir 0 Pico da Neblina, por intuir que la em cima havia rarissimas orquidcas azuis. A artista que desenhol! us bromelias brasileiras. Nascida em Londres,

,

em 1909, Margareth veio ao Brasil em 1952. Por 30 anos se

cU;di~ou

as flores e aos pas saros que

,.. transrormava em obras de arte ramosas no mtytdo inteiro, como a Flor do Cacto da Lua ou a Gar~a Verde-Amarel a. 0 carnavalesco da Beija-Flor, Milton Cunha, desenvolveu

0

enredo, Margareth Mee,

a Dama das Bromelias, em urn prologo, dez cenas e urn epilogo. Acornpanhamos Mrs. Mee pelo Amazonas, sua

integra~iio

com os indios, suas denlmcias sobre as pilhagens e queimadas e, enfi m,

sua morte num acidente de carro. Para as rantasias , parte do material veio da propria Amazonia. Ha rantasias conreccionadas com cascas de arvores. Sera uma primavera na avenida. Veremos indios, lordes ingleses, damas do

come~o

do scculo, amazonas e guerreiros, flores e piissaros. Com 4.000

componentes. Cores: azul e branco. Fundada a 25 de dezembro de 1948, a Beija-Flor de Nilopolis e presidida por Farid Abriio David. Presidente de Honra: Anisio Abriio David. Diretor deBateria: Mestre Odilon. Primeiro-Mcstre-Sala e Porta-Bandcira: Edmar cJuju Maravilha. Greville Y1ee, viuvo de Ylargareth, prometeu comparecer.


Margareth Mee, a Dama das Bromelias Desperta a alma brasileira Bate forte 0 Cora«iio Bretiio Que faz a festa na Sapucai A Beija-Flor de Margareth Mee ... (BIS) 6... , 0 ... , desperta ... Que sedu«iio! Que sedu«iio! Cortando 0 ar La vem a "gar«a" encantada E ao chegar a "Mata Atlfmtica" A "lady" por bromelias e saudada Navegando em expedi«oes na Amazonia Retratou riquezas naturais Bromelias de real beleza Contemplou ••• obras da Miie Natureza Se enrosca nos meus bra«os 'Me da seu calor Como 0 "Negro" e 0 "Solimoes" Vem que eu vou ... (BIS) Me leva ... Me leva nesse rio de amor Se encantou Se encantou com o Uirapuru, a Pororoca Curtiu a lenda do boto tucuxi E a pesca do pirarucu Cren«as e mitos viu cruel Devasta«iio Anoiteceu e 0 cactus da Pintou a flor mulher com sutileza Foi premiada no Brasil e Corte Inglesa E da Primavera hoje com amor E: a rainha coroada pela Beija-Flor 0 .•. , 0 ... , desperta Autores: Arnalda Matheus, J. Santos e Almir Sereno Interprete: Neguinho da Beija-Flor


RIO DE LA PRA cA Cinco mil componen es da Acad em icos do Salgueil'o desfilam a histol'ia do Rio de Jan eiro.

o carro abre-alas vem com bandeiras da cidade, das mais antigas as atuais. Em Rio de La pra Cil a comissao de frente apresenta uma fantasia origina', ados francoios, mistura de franceses com indios

•

,

tamoios. Em dez partes, 0 carnavalesco Robertt Szaniccki relembra todas as etapas da historia carioca. Funda~ao,

crescimento, portu gueses, indios, france ses, piratas, negros,

0

Rio colonial, r eis e vice-reis.

Trata-se de um cmcdo longo, complexo, com todos os personagens que contribuiram para imprimir ao Rio sua personalidade singular (Szanieck i explica ate a origem do jeitinho carioca, seu modo de

SCI',

sua

irrcvercncia e descontra~ao). Vamos encontrar na avcnida boemios, malandros, jornalistas, politicos, prostitutas, intelectuais de todo tipo, policia, socialites. E vedctes imortais como Elvira Paga c Luz Del Fuego. A Cinelandia, os cassinos, os tcatros de rcvista, 0 futebol, a umbanda e a macumba. ]\'ada que, mesmo de leve, tenha alm a carioc escapa. A Academicos do Salgueiro foi fundada a 25 de dezembro de 1953. Cores: vermelho e branco. President e: Waldemir Paes Garcia. Diretor de Bate ¡a: Mestre Louro. Primeiro Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Wanderl ei e Taninha.


Meu Rio que e urn rio de alegria TrElnsbo,rda de felicidade Vern mostrar as tradi<;6es jeitinho dessa gente E da coroa real Suas belezas seus festejos e encantos Germinou nos quatro cantos Sementes de amor De la pra ca 0 Rio se glorificou Virou mar de poesia Bate forte cora<;ao carioca, salgueirense Sou povao (BIS) Rio cidade maravilhosa cantada em verso e prosa Cartao-postal do meu Brasil Rio da mulata e do pagode Futebol e samba forte Como ,explode cora<;ao Num abrac;:o te envolver Rio es a razao do meu viver Balan<;a oi balan<;a Chegou a hora do Salgueiro sacudir Deixar essa cidade louca Com agua na boca na Sapucai Oh, meu Rio (BIS)

o

Autores: Celso Trindade, Oem" Chagas,¡ Bala Ariziio e Guaracy Interprete: Quinzinho


__'1'0_[

Saara e

0

0 D,

ponto de come rcio intenso no centro do Rio de Jan eiro. Lojas populares

ladeiam grifes do Primeiro Mundo. Saara e sigla da Sociedade dos Amigos e Adjacentes da Rua da Alfandega, mercado onde se

ven~k

e se compra de tudo Lelcle e

0

rerdo do

.

samba enredo deste ano. Alalao e referenci ~ esti li zada . a sauda<;ao a Ala. Este a lalao

,

remete aos ara bes, origem da maior par~e dos comerciantes da area. Foi tambem um dos maiores sucessos do carnaval carioca, no passado, a marchina de Nassara: Alalao, 0, 0, 0, 0,

8.' Mas que calor, 0, 0, 0, o! Assim, 0 enredo permite tudo. Tem fenfcios, persas, ass irios, caravaneiros, arabes de diversas procedenci as, usos e costumes. 0 carnaval csco Alexandre Gonzaga defin e Saara - A Estcicio Chegou no Lelele de Alalao: "Dura nte

0

desfile, a Estacio sera mascate na rua, a Damasco carioca a oferecer bugigangas. Babel do comercio a ceu aberto. Alfandega, porto, rua. Rio longe e perto. Tem de tudo. Tem

0

mundo". Com as cores vermelho e branco, a Estario de Sa foi fundada a 27 de fevereiro de 1955. Com 4.300 componentes. Presidente: Acyl' Pereira Alves. President e de Honra: Zinho. Diretor de Bateria: Mestre Ci<;a. Rainhas da Bateria: ritmista Marcela (12 anos) e Camila Pitanga. Primeiro-Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Claudinho e Selminha


SAARA ... A Estacio Chegou no Lâ‚ŹHele de "Alala6" Tem balanganda E joia rara Nesse Cannaa Que e Saara (BIS) Paraiso Que um dia encontrei No cora,<ao desta cidade Vim, venci, fiquei Sao cem anos de idade Hoje a Estacio de Sa Tem historia pra contar Bem pra 1<3 de Bagda E leilao, e leiloeiro E pregao, e pregoeiro A promo,<ao vai come,<ar ,carrega vamos mo,<o Quem paga um leva tres Eu perco tudo Mas nao perco 0 fregues (BIS) Babel Do comercio de sonhos Um peda,<o do ceu Pedi a Sao Jorge Guerreiro Pra nos ajudar Achei nesse campo Um recanto para descansar Sonhei, acordei Na minha visao Na cabe,<a da Leao (BIS) Autores: Fininho, Marlnho, Pereira e Edmilson Interprete: Domingulnhos do EstiIcIo


QUANDO 0 SAMBA ERA SAMBA Com audiicia, a Portela ousou

inver~er

uma t rad io;ao: a Comissao de FrlJ'nte que se mpre abre

cste ana fecha . 0 que provocou estranheza, mas foi explicado pelo carnavalescoJose Felix: • velha-guarda e reinterpretado; cia deve fechar gloriosamente I

0

.

0

0

desfile,

papel da

desfile, com seus integrantes

.

fantasiados como Arautos do Samba. 0 enredo de Quando 0 Samba Era Samba pode ter um tom

...

saudos ista, mas e importante. Em tres etapas tt mos as transformao;6es. Na primeira, os negros chegam ao Brasil: hii um panorama de suas vidas, cantos, dano;as, Na segunda, 0 Rio civiliza-se, ve-se

0

0

trabalho escravo, as atividades rcligiosas.

afrancesamenlo da cidade, a belle ipoque, os corsos, os bailes, os

sambislas de camisa list ada, os pretos baianos que, no ~Jangue, invenlavam

0

samba nas mesmas casas

das lias mandingueiras que criaram tambem a macumba carioca. Na parte ÂŁinal, A Aftica ressurge, enlram mucamas e damas de engenho, abolicionislas, almofadinhas, melindrosas, pierros aluarados, lias baianas, ranchos e blocos. No fundo, uma enciclopedia sambando na Sapucaf a vida dos negros no Brasi l. A Portela foi fundada a II de a bri l de 1923. Com 4.600 componentes. Cores azu l e braneo. Presidcnte: Carlos Henrique

~Iarlins.

Direlor de Baleria: Timbo. Rainha da Baleria: Luiza Brunet.

Primeiro-!vIcslrc-Sala e Porta-Bandcira:Jeronimo c l\'eide.


Africa encanto e magia Ber'1o da sabedoria Razao do meu cantar Nasceu a liberdade a ferro e fogo A mae negra abriu 0 jogo Fez 0 povo delirar Oeixa falar, I) I) I) Oeixa falar, I) iaia Esse batuque gostoso nao pode parar ~ .. nTr" na roda, il)il) Entra na roda iaia iii vem Portela, melhor Se segurar Axe vem de Luanda Sacode negritude da cidade Trazendo a bandeira do samba N'apoteose da felicidade (BIS) Samba n6 na madeira Emoleque, mesti'1o Foi preciso bancar Re:sis1tencia que a for'1a nao calou Arte de improvisar Capoeira o samba vai levantar poeira Tem zoeira em Oswaldo Cruz e Madureira (BIS)

e

e

j

e

Autores: Wilson Cruz, Claudio Russo e Interprete: Dede da Portela

Ze Luiz


LIRA DE OURO

ESCOIAS DE ~AMBA, VISAO DE LIBERDADE. Artistas, criticos, professores, carnavalescos, cantores, humoristas. Cada urn tern uma forma de encarar a grande manifestac;ao do carnaval. Ha uma unanimidade: as Escolas de Samba jamais morrerao.

-

ALEGRIA "Pacta urbano e suburbano, minha Escola e minha alegria". Jorge Ben Jor

SONORIO

LIBERDADE

"Escola de Samba e uma cria~ao popular que 56 poderia ter acontecido no Rio de Janeiro, porque a sua forma de desfile e a sua musica sao uma cria~ao propria desta cidade. Enquanto 0 povo mantiver a participae;ao no maior espetaculo visual, ele continuara. sendo Escola de Samba." Albino Pinheiro

"A Escola de Samba e urn conceito, uma pd.tica e uma visao de mundo liberta dos dogmas, das ilusoes e das perversidades que inspiram e sustentam a cham ada civilizac:;ao ocidental." Abdias do Nascimento Professor, eseritor, Secretario de Defesa

e Promo,ao das Popula,oes AfroBrasileiras do Rio de Janeiro.

Membro do conse/he consultivo da Uesa

NAo MORREAAO "E verdade que as Escolas tern sofrido golpes serios, mas sa9 suficicntemente fortes para suportalos . Nao morr erao .. " Sergio Cabral

POVO & NOBREZA liE a expansao da fantasia brasileira.

Edona Olegaria dos Anjos personilicando Catarina de Medicis no Imperio Serrano." Carina Artlsta plastica

Critico musical

OITAVA MARAVILHA "0 slww das Escolas.n'a passarela do samba e a oitava m'lravilha do mundo." Luiz Santoro Produtor, jornali"", dire tor do Abre-Alas

SENSUAIlDADE liE a expansao da alma, eurn

SEM ESCOLAS? "Apesar da crescente descaracterizac:;ao, as Escolas de Samba continuam sendo a maior manifestac:;ao d e cultura popular brasileira. Sem Escolas, 0 Brasil 1I samba. Paulo Antonio Magoulas Publicitario, membro do Conselho de Camaval da Cidade do Rio de Janeiro.

1I

orgasmo. Martinho da Vila

LAZER

ALMA E CULTURA liE a slntese da cu ltura brasileira,

!lA Escola de Samba e uma resultante de uma vontadc comunitaria de lazer." Femando Pamplona

onde desembarcam as manifestac:;oes da nossa alma e da nossa cultura popular." Haraldo Costa

Cen6grafo, campeao de enredos como "><ica da Silva"

OPIO IIA Escola de Samba e 0 apia do povo? Perai... 0 que voce tern contra a 6pio do pOVO?1I Ziraldo Pai do Menino Maluquinho, mho da Supermae.

CORES & DEUSES liAs Escolas retratam, em sons e cores, a paisagem brasileira, atravcs da arte dos dcuses do samba." Rildo Hora Musico, autor da co/e<;ao Esco/as de Sambas-Enredos, com 106 discos.

Produtor cultural, eseritor e pesquisador.

DEMOCRACIA "A Escola de Samba e a expressao mais democra.tica que existe no Pais."

Lan Cartunista

MAGIA DAS PO<;OES IIEscola de Samba e a magia de misturar poc:;6es de cor, forma, rilmo, corpo, raiz, para consagrar a arte de ser brasileiro." Carlos Feijo Artista ptasUco, integrante do Grupo Parque Lage.


SAUDE

revigorante brunch no Cafe de la Paix, do Hotel

azul vao equilibrar 0 seu estado de espfrito. Passe 0

Meridien. Siga depois para a Avenida Nossa Senhora

restante do dia alma.;ando no paradisfaco Locau.

de Copacabana, 583, e descubra nos buzios de Bosco

Caso toda a beleza visual do local nao resolva a sua

Viegas como esta a sua energia para

enxaqueca, fa,a a digestao caminhando pela lagoa

0

resto do ano.

lave a alma e 0 corpo com um gostoso mergulho no

Rodrigo de Freitas e comece a noite nas maos de

mar. Depois, aquela agua-de-coco na barraquinha de

Shatku-In, fazendo massagem na Avenida Nossa

praia. Alma<;o desintoxicante no Sabar e SaUde, do

Senhora de Copacabana, 928.

Leblon. Aproveite para comprar os milagrosos cristais de

gen~bre

para a garganta suportar a ressaca de

Tudo e valido para os dias de camaval e para 0 que vem depois, 0 resto do ano. Tanto na Quarta-Feira de

tanto grito. Para passar a tarde em sintonia com a

Cinzas, quando as pessoas recolhem os destra<;os,

paz, va ate 0 Fashion Mall, em Sao Conrado, passe

como a qualquer momento, durante a quaresma, uma

numa loja de discos e procure pelos CDs new age,

boa pedida

com tecnicas de batimentos binaturais. Relaxam,

Xavier da Silveira, 90. Acupuntura, vitaminas e sais

aliviam a ansiedade e sao anti-stress.

minerais, para tratar de esgotamento fisico e mental,

o camaval acabou ... 0 sereno caiu ... tome uma

e se entregar a Clinica Marcio Luna, Rua

dores na coluna e desintoxica,ao. Afinal, esta e uma

medida de p6-de-guarana com mel, va para a Estrada

prepara,ao para enfrentar tanto 0 desfile das

da Barra da Tijuca, 365, e continue descansando sob

campeas, quanto 0 resto do ano.


HISTORIA

OMAIOR SHOW DO PLANETA. Nao he no mundo nada comparevel ao desflle daB Escola. de Samba do Rfo. He dez ano. coordenadas pela uga Independente (Uesa), as escola. do grupo especial vam se

reclclando constant.mente, adaptada. ao mundo moderno e as muta~iie. da socledade bra.llelra. Ismael Silva, autor de sambas como Se Voce Jurar e Antoniro, afirmava que, em

1928, bastavam 400 mil reis para se fazer um carnaval. Agora, 66 anos depois do aparecimento da primeira agremia,ao com 0 nome de Escola de Samba, a historica Deixa Falar, origimlria do Estacio, 0 Rio de Janeiro tem nos desfiles do Samb6dromo 0 ponto alto do seu carnaval. E0 maior show business do planeta. Com que cara fica ria Ismael - urn dos bambas do Estacio, morto em 1978 - se soubesse que, hoje no Rio, 0 camaval centrado principalmente nos desfiles das 16 escolas de samba do chamado Grupo EspeCial, que envolvem um giro de 300 m ilhOes de dolares por ana , produzindo 500 mil empregos diretos e indiretos? De setembro ate 0 rim do camaval, a infra-estrutura ligada ao evento se movimenta. Basta lembrar que, em 1992, foram gerados 40 mil empregos, so na area do desfile, conforme noticiaram jornais daquele ane. Para nao falar nas 150 barracas do Terreirao do Samba, na Pra,a Onze, que chegaram a vender, num so dia, 900 mil garrafas de cerveja.

e

NO RIO, AGENESE DO CARNAVAL. Da cria,ao da primitiva Deixa Falar, em 1928, ao fastigio internacional de hoje,

origem nos contigentes de negros vindos da Africa para 0 trabalho escravo que, ao longo de quase Quatrocentos anos, desenvolveram numerosas variedades de ritmos, cantos e dan<;as. 0 Rio de

Janeiro, detentor das maiores concentra,Oes de negros e mulatos do

Brasil, foi a metropole onde 0 carnaval operou a sua genese. Foi no Rio que

oSAMBODROMO EALIESA. A constru,ao do sambodromo, em 1984, proporcionando, ja naquele

primeiro ano. 0 primeiro desfile das Escolas. coincide com a criagao, na

manifestagao no genera, no mundo inteiro.

mesma epoca, da Liga Independente das Escolas de Samba - Liesa. Ela arregimentava no Grupo Especial as 16 mais importantes agremia,oes. As integrantes dos Grupos 1,2 e 3 e da

Na geografia urbana e suburbana

Acesso e permanecem junto

carioca, negros e mulatas criaram os ranchos, cordoes e blocos, embrioes, a partir dos ultimos anos da decada de

Associa,ao das Escolas de Samba do

esta festa evoluiu, ate ser, hoje, a maior

a

Rio de Janeiro. Com 0 sambOdromo, completava-se 0 circuito profissional em

20, das Escolas de Samba. 0 primeiro desfile, em forma competitiva, ainda nao oficial, aconteceu em 1932, patrocinado pelo Jomal Mundo Esportivo. 0 ana de

que, ja pelos anos 70, iam se

1935 marca a primeira intervengao .

comelt0u a reivindicar e defender os interesses das suas representadas. Com

estatal nesta manifesta,ao de cultura popular, quando 0 prefeito Pedro

Emesto oficializou as agremiag6es de sambistas, sob a denomina,ao de Gremio Recreativo Escola de Samba.

Garantida a sua existencia por meios oficiais, as Escolas se firmam como um polo de atra,ao do carnava! earioca, afastando a pecha de margjnais. 0 que poe fim a habitual e implac~vel persegui,ao policial a estes grupos

compostos pelas cam~pas mais humildes e que iam peTra as ruas e

encaixando as Escolas de maior renome. A Liga Independente, funcionando como uma holding,

habilidade e competencia, mudou, em

1987,0 contrato de presta,ao de servi,os com que a Riotur efetuava 0 pagamento as escolas pelo desfile. Com o trabalho na passarela integrado as regras do show business, a partir de 1987, a Liga consegue para suas escolas 33% da venda de ingre~sos, 50% da comercializa,ao dentro do • sambodromo e 100% dos direitos de transmissao por televisao. Condi,oes

vezes, os encontros de gnupos rivais

que, com pequenas variagoes, vern sendo mantidas ate hoje. A liga criou tam bern uma etiqueta para editar os discos com todos os sambas-enredos do

desandavam em brigas e violâ‚Źmcia, porem isso terminou a partir do

o vigor e 0

momento em que as agremia,oes se

sobrevivem desde 0 seu surgimento, nos

organizaram e desenvolveram. E elas se afirmaram cada vez mais, acompanhando 0 proprio crescimento

anos 30, se devem a sua adapta,ao como produto mercadologico, no campo da industria e do lazer. Nos ultimos vinte anos, as escolas do Gnupo Especial se

pra,as pa!a pular, da~ar, cantar e

batucar. E preciso acentuar que, muitas

da cidade. Acabando por substituir 0

reinado, que pareda imbatfvel, dos ranchos e grandes sociedades, ao absorver e adaptar 0 que estas organizag6es tin ham como estruturas basicas. Isto e, a forma processional de

des files. 0 mestre-sala e a portabandeira, 0 abre-alas e os carros alegoricos. As manifestagoes esteticas dos anos 70 tem como pioneira 0 Salgueiro, no setor de alegorias, adere,os e fantasias. A partir de 1976, a suntuosidade a marca da Selja-Flor,

e

de Nilopolis, expressa com 0 tema

Sonhar com Rei da Leao, do revolucionario, Joaozinho Trinta. Em 1988, com a vitoria de Vila Isabel e 0 quase empate com a Mangueira,

se passaram 66 anos que formaram a

consolidava-se. naquele ano, a

historia, na qual devem ser apontados alguns itens basicos. 0 samba tem

tendencia pel a tematica de raizes negras.

seu Grupo. impeto com que as escolas

transformaram organicamente, mas conservaram suas caracterfsticas: a bate ria, a ala das baianas e a forma processional dos desfiles, cooptada dos antigos romanos. As mudan,as

esteticas sao extraordinarias, se compararmos os desfiles de hoje com os de vinte anos atras. 0 samba-enredo, por exemplo, mudou bastante. Tem poucas estrofes, 0 andamento e

apressado e praticamente s6 cresce na hora do desfile, ao contrario dos antigos, relembrados ate hoje. Distante das origens, integradas industria cu ltura l,

a

as escolas de samba modernas constituem um atrativo inigualavel: e 0 maior show de folclore urbano do planeta. IImar Carvalho, critlco musical, Dlretor cia A.. ocla~ao de Pesqulsadores da MPH.



ALDA ROSA TRAVASSOS

o Rio de Janeiro alnda guarda alguma colsa de sua dourada belle epoque na rica mem6r1a dos carnavals do centro da cldade, onde a Colombo pontlflcava.

Personagem participante e atenta as sofridas pela Cidade do Rio de Janeiro nos ultimos cern anos a Confeitaria Colombo come mora, em 1994, um seculo de existencia. Com a autoridade de quem viu passar pelos seus salties e pela sua porta, na sede da Rua Gon~alves Dias, no cora~ao do Rio, personalidades e fates marcantes da vida carioca, a Colombo nao poderia deixar de mergulhar fundo em seu brilhante passado e trazer ate os nossos dias um pouco da alegria e da pureza dos Camavais de outrora ... No fundo de seus espelhos belgas, que reftetiram toda a beleza e boemia do Rio na belle epoque, ainda se consegue captar imagens reveladoras de antigas folias. Veja quem tem olhos de ver .. 'No Camaval, Bilac era uma crian~a. Delirava com os folgueados e a Colombo era 0 quartel-general da alegria. Tro~as imortais ali se improvisavam, aroda litera ria empolgava a Cidade e de toda a parte vinha gente a Colombo, s6 pelo prazer de assistir a essas tror;as. Numa tarde de sabado gordo, quando 0 cenaculo au grand complet bebia e inventava pilherias, dando trotes em todo mundo, apareceu um tipo com um saco de pele melido pela cabe~a. E, com estupor geral, viu-se que 0 tipo tinha gra~a. Tinha gra~a a valer mas tambem muito vapor de alcoal na cab~a e come~ou a ser impertinente. Quiseram amarrotar-Ihe 0 ... saco. Mas 0 PrinCipe dos Poetas, Olavo Bilac, defende-o: 'Afinal, 0 espirito carnavalesco nao era monop61io da literatura nacional". Aquele homem do saco. Sucesso! Era 0 Bastos Tigre ... " mudan~as

t

A hist6ria, ing!mua, contada nO'Anedotario da Colombo (1929), da bem a medida de como se vivia 0 carnaval em epocas passadas, quando 0 ponto de concentra~ao popular eram as atuais ruas Gon~alves Dias, Ouvidor, Sete de Setembro, RosariO, Uruguaiana, eixo que depois desloca-se para a Avenida Central, ap6s 1905. Essas ruas 'ficavam repletas de folities fantasiados, ccysos e alugavam-se sacadas para famflias inteiras poderem apreciar com comodidade os prestitos • carnavalescos. .., Os bailes de mascaras vieram substituir 0 entrudo folgued,fde origem portuguesa iniciado no seculo XVII que consistia em sair as ruas jogando nos amigos e passantes uma mistura de agua, farinha, lama e cinzas, 'molhan~a" provocadora de brigas muito mal vistas pelas autoridades. Com a proibi~ao do entrudo, viraram moda as festas venezianas em hoteis e lugares elegantes da cidade. Na pr6pria rua da Confeitaria Colombo, chamada a epoca Rua dos Latoeiros, 0 comercio de mascaras importadas da Europa era intenso atraindo gente da sociedade interessada em manter 0 anonimato. Delso Renault conta, em "A vida da Cidade reftetida nos Jornais", que um certo Eugenio, comerciante esperto, escolheu local furtivo para vender discretamente as mascaras. LOja que dispunha ate de uma saida oculta. A boemia costumava gozar 0 fato com as seguintes trovas: ' Rapazes, alerta, alerta! Folgazties, bons pagodeiroS/ Correi a casa do Eugenio na esquina dos Latoeiros, la vereis com galhardia / Ricos pierros, debardeus, / Polichinelos, druidas, guerreiros e mais pastores / Domin6s e vivandeiras.l Turcos 8.americanos / Hontentores e mais china, I Com seus cachimbos e abanosJ Muitas outras

vestimentas, / Seria longo narrar / Mascaras, penachos e fitas / Nao se pode ali contar". Na Casa Colombo, homonima da Confeitaria pioneira das Lojas de Departamentos do Rio, com entrada pel a Rua do DlNidor e Avenida Central, chamava-se a aten.ao de "Madame et monsieurs" para as maravilhosas fantasias de '10Iie, dandeuse, mephisto, clown, pierrot, gitane, polichinelle, arlequin, mascadine. Henri III e domin6s diversos", colossal promo<;ao de artigos para 0 camaval. Em 1932, 0 Carnaval carioca e oficializado, o desfile das Escolas de Samba passa a fazer parte do calendario da festa, e nesse novo contexto acontece 0 I Baile Carnavalesco do Teatro Municipal, a Confeitaria Colombo marca a sua presen~a forrlecendo 0 servi~o de ceia e buffets para o evento. Na decada de 50, a Colombo entrou forte no noticiario e na boca do pavo atraves da musica popular. Explodia no Carnaval de 1952 a marchinha que e sucesso ate hoje - "Sassaricando', do compositor Luis Antonio em parceria com Ze Mario e Oldemar Magalhaes. Na voz de Virginia Lane, a vedete do Brasil , todo mundo cantava: "0 velho na porta na Colombo / e urn assombro / sassaricando·. Assim de mane ira irreverente e deliciosa, bern carioca, a tradicional Confeitaria, fundada em 1884 pelos portugueses Manoel Lebrao e Joaquim Borges Meireles, entrava definitivamente para a hist6ria do Carnaval do Rio.

AIda Rosa Trav8uos • Betty Mattos sao autor•• do IIvro "A Colombo no dla a dia da cldade do Rio de Janeiro".


A brasa viva do sol tirava fumaga das telhas de amianto da quadra da escola. Festa da Associagao das Vel has Guardas, eu sempre tenho 0 grato prazer de ser convidada, e onde eu you aprender com os maiorais. Rolava a tripa lombeira e a cerveja 56 nao esquentava nos copas porque 0 pessoal e competente no trato com a loura gelada . • La estavam os hist6ricos e seus descendentes, cabegas coroadas e prfncipes herdeiros. Seu Armando Santos, da Portela; Pai Tomas, Sebinho e Antonio Oliveira, da Ponte; Hugo Mocorongo, do Imperio Serrano; seu Oinho, da Viradouro; Ed Miranda e Darcy da Mangueira; Manuel Bosquilio, da Vila Isabel; Seu Nono, da Padre Miguel; Paulo Amargoso, da Uniao da Ilha; indio, da Imperatriz; a Dona Alvarina, da Pi lares; Juca, dos Cartolinhas de Caxias, base da hoje luxuosa Grande Rio; Aluisio da Beija-Flor; Ernani Feijoada, do Salgueiro; BichoNovo, 0 mestre dos mestres-salas, da Estacio; Iba Nunes, do Cabugu; Dona Jurema, do Engenho da Rainha, e tantos outros. Esplorando os veios de todo aquele saber, revia eu 0 samba duro e de roda, a umbigada, 0 lundu, a capoeira, referencias da cultura das Escolas de ... Samba. f Foi entao que ela adentrou aroda enos seus passos reconheci a majestade de Paula, do Salgueiro. Depois a graga de Narcisa, Garrinchinha, Nega Pele, Nivea, Irene, Maria Helena, tantas formosas, cad a uma delas com uma hist6ria. A nobre ascendencia de Patricia, neta de seu Claudio Bernardo, unico fundador ainda vivo da Portela, estandarte do samba. E de Neide Tamborim, cabrocha izoneira, flor das passarelas de 93. Ali estavam ainda a graga de Wilma, porta-bandeira rainha, hoje professora de tantas bailarinas do povo, entre elas a filha Danielie que neste carnaval conduz 0 estandarte principal da Tradigao. Eu me senti transportada diante dela, da forga feminina arrebatadora daquela mulher, do erotismo ritual nascendo dos pes e das cadeiras da velha baiana, rainha-av6 ensinando 0 samba machucado, o mareio das ancas, negaceio e provocagao. Entao eles, os sobas, ace ita ram 0 desafio da iaba em festa e mostraram em verde-e-rosa, azul-ebranco, branco-e-vermelho, verde-e-branco, 0 verdadeiro passo, aquele que levanta poeira. Foi a vez de identificar 0 jeito e a ginga que celebrizaram

bambas como Tijolo, Jeronimo, Alberto Lonato, Careca, Vitamina, Carlinhos Jesus e do Pandeiro de Ouro, estrelas internacionais. Emanava daquilo tudo uma orgulhosa verdade, uma energia que desdenhava das tolices que alimentam os duelos de vaidades. Ali estava gente que s6 veste fantasia para brincar 0 carnaval, sabendo que os paetes sao apenas cintilag6es descartaveis, fulgor que passa e cujas sobras vao sendo abandonadas na passarela, a medida que 0 desfile chega ao fim. Gente capaz de tirar do dia-adia belezas definitivas e sementes de amor desde nascenga, como cantaria meu amigo Cartola, poeta sofisticado, que foi lavador de carros, morava no morro da Mangueira e cuja musa era a mulata cozinheira Euzebia de Oliveira, a doce tia Zica de todos n6s. Tenho para mim que, ao buscar as Escolas de Samba, mesmo apenas nos dias de desfile, as intituladas celebridades ricas e famosas nao procuram tao-somente as luzes da televisao ou nota em <;olu~a social. Ainda que isso nao Ihes parega claro, creio que precisam recarregar-se ali de uma energia vital, de uma verdade que se situa acima das aparencias e que as reintegra como pessoas. Eu sou tambem chegada ao luxo e a riqueza. A. elegiincia e a sofisticagao. A. boa literatura dos poemas definitivos. Mas sei que posso encontrar todas essas coisas tambem nos terreiros das Escolas de Samba. Local que meu compadre Martinho da Vila extrai preciosas inspirag6es e on de Manuela de Xanui prepara um feijao como s6 Vicentina, da Portela (a que mereceu louvagao de Paulinho da Viola), sabia fazer. Onde Jorge Calga Larga, do Salgueiro, comanda 0 samba com a mao maestra do pai Casimiro. On de vov6 Maria Romana e anjo a abengoar a ala das baianas. Onde 0 feitigo do Imperio evoca 0 Prazer da Serrinha. Onde Nezio, filho e herdeiro da impressionante lideranga de Natal da Portela governa a Tradigao. Foi por esses mestres que aceitei 0 duro desafio de levantar a revista ABRE-ALAS, da Liga Independente das Escolas de Samba da Cidade do Rio de Janeiro. Que voces, os verdadeiros donos, os verdadeiros abre-alas do samba abram-alas para que esta veterana jornalista, cujo vicio sao as sagas e as mem6rias do meu povo, possa passar.


• I' • • • • • • :. • • •

• • •

I

• •

,

t'

ABASTECA DE ALEGRIA N Voce vai encontrar 0 Carnaval carioca em cada esquina, em cada ma. Vai ver a Avenida Marques de Sapucai cheia de alegria com

os des files das Escolas de Samba. E vai descobrir as cores que fazem dessa festa a mais original e emocionante do mundo. As cores do


• • • • • •• • • • • • • •

a

• • • • ~

• •

UM POSTO PETROBRAS. Brasil. Os Postos Petrobnis dao as boas-vindas a voce e lembram: se abaste<;a de alegria nesses quatro dias de folia.

r:;tJ~ PETROBR~S - - postos


ARTE

f

PITORESCO. Como desvendar, por meio da arte, os sinais, os simbolos e os codigos do carnaval. A arte, hoje, transcende a simples observa~ao dos sentidos e respira-Ia deixou de ser op~ao, condi~ao. Do troglodita rabiscando bizontes em Lascaux ao japones e seu computador, damos com homens despejando suas marcas no planeta. Tendencias, movimentos e escolas vao construindo o jogo de imagens inevitaveis ao cotidiano dos " terraqueos, que, dirigindo sua nave no tempo, ; deixam um rastro de beleza e imagina~ao. Do star da embarca~ao, seguimos brasileiros com nosso carnaval. Uma festa de cores, inten~6es, constru<;6es e apelos, que, em sintonia global, destacam nossa participa~ao. Nas maos de pintores, escultores, arquitetos, musicos, vidreiros, carpinteiros e ousadia dos comunicadores e suas ferramentas, etemizamos a estetica camavalizante, como a silhueta da arte no Brasil. Reconhecendo e protegendo esta institui<;ao, desvendando e decodificando seus sinais, igualamos 0 lixo e 0 luxo, 0 elegante e 0 pitoresco, a tradi~ao e a ruptura, deixando a vida seminua aos pes da unica dire~ao. Cheios de ritmo, quebramos os grilh6es dos valores e reeditamos linhas contemporanizadas, equilibradas, vigorosas e

e

Imperatriz: 0 lixo enriquecido na reieitura

contemporanea.

Salgueiro: na testa das etnias a tendencia

da cor.

unicas. Sutis nos embates da concorrencia, buscamos a da forma livre, nas riquezas de nosso neotropicalismo e tradi~ao. Garantimos com 0 camaval-arte nossa posi~ao no papel sumario de mentores da linguagem cosmopolita, catalisando em simbiose uniforme e bela, a iconografia intelectualizada de nossa na~ao. perfei~ao

BonJamin Mallingor

nlJ nave Jl/oba/.


EACH SAMBA'S SCHOOL WITH ITS PLOT a brief explaining summary SUNDAY

.

Unidos da Ponte "Unidos da Ponte" presents in 94 a plot that is in fact a great homage to the marvelous singer Alcione. "Marron da Cor do Samba"("Brown - the Color of Samba) ("Brown"is the nickname of the singer). The central theme is the school acting as a chain that links Rio de Janeiro to the town of Maranhao. (Where Alcione was born). According to the Master Washinton Luiz. It shows the strong side of Alcione, emphasising the singer's deep roots in Maranhao's wild folklore: Rituals like "Bumba-meu-Boi"and the "Tambor da Crioula"have specific pictures in the plot. Although simple , the plot is deep and authentic. "Unidos da Ponte sings for the highway and splendor of the big star, with Alcione praised as a muse and treated as a goddess", says Washinton. All the important phases of the singer's career is present at the wing "She Hits". The climax is reached at the scene "A Green and Pink Heart", where Alcione is courted in a float by guests from the School "Esta<;:ao Primeira da Mangueira", closing the parade. An apoteotic ending for a wonderful singer and human being .

Imperio Serrano In 1994, "Imperio Serrano" presents the plot "Uma festa Brasileira", (A Brazilian Celebration), a historical fact which ocurred during the French Renaissance, told by the young masters Sancler Boiron and Cid Camillo. A flashback to 1550: Fifty indians "Tupinambas and "Tabajaras" were sent to Europe with a group of Nonrran sailors.They danced and staged in the city of Rouen, next to the river Sena. An authenthic "Brazilian Celebration" ("Festa Brasileira") was hosted by the Great Catarina de Medicis and the powerful King Henrique II. The parade opens with the ," Imperial Crown, symbol of I the white and green School, wealthly decorated, simbolizing the prosperijly and abundance at the french Court. Following the C~wn , appears the first float, carring the prominent "Olegaria dos Anjos". It is the first time a woman holds the place or eminence during a parade, representing Catarina de Medicis of Imperio Serrano. Sailors arrive in the New World , with wings, allegories and fancy dresses. Indians are mixed to the lust, wealth and wonders of the French Court. All the exoticism and originality fascinated the court. The French nobleness assimilated the exotic culture of our Indians, recreating an authentic Carnival. "The Greatest Show on Earth". At the closing of the School, its components show the beauty of our costumes, indicating the different races and lands and the contagious emotions and feelings that result in Carnival.

Unidos de Viradouro

Unidos da Tijuca The samba from "Unidos da Tijuca" plays Rio de Janeiro's summer in the plot "Sol. .. Rio, E Verao', from the Master Silvio Cunha. It's an avowal of love to the city , developed in a simple and original way.. This year, the allegory of the opening section is a golden peacock, with wings holding beautiful women" rep~esenting the sensual side of the beaches in the marvellous city The theme is developed in songs by important musicians paying homage to Rio. They emphasizing Copacabana and Ipanema beaches with plenty of tanned beauties. People from all over the planet are in floats wearing fancy dresses . Other allegories emphasize the Floresta da Tijuca, the only urban rainforest in the world. Even the Brazilian fruits are mentioned in fancy dresses decorated as colorful ice creams. The School shows Rio's summertime action: Aerobics , surf, jet ski , bodyboarding and women in wonderful shapes parade next to street peddlers and coconut kiosks. "Rio Verao" is a wild mixture of the erotic carioca culture with the irreverence as samba.

Joaozinho trinta is recalled through "Unidos do Viradouro", a School from Niter6i. The plot "Teresa de Benguela- Uma Rainha no Pantanal ("Terese de Benguela - A Nigger Queen in Pantanal") is the story of a queen in Africa made slave in Brazil. The colony is an interesting resort, narrated by the songs of "cacho" guitar, peculiar to Pantanal's folklore. Teresa, the slave respected as a queen, worked hard at mining . So that she had the chance to escape with the black community to the ' Quilombo de Guaritere". At this point of the plot, the parade starts , presenting the great celebration at the foundation of Teresa's Quilombo. Guaritere housed niggers , indians, people of mixed blood and even representants of the ancient Inca empire , creating a scenery of beauty, color and enchantment in the wings of the School. Teresa ruled Guaritere as a parliament, It prospered . Folklore: farming , artcraft and tradition was developed by the mixture of all cultures. But the prosperity came from the gold that white man coveted . In the end , Teresa was executed . Now she is recognized as a warrior in the colors red and white.


SUNDAY

MANGUElRA

,S

Brazilian pop music is celebrated in the Sapucai as the consecrated "Mangueira" reunites the famous "Doces Barbaros" : Captano Veloso, Gilberta Gil , Maria Bethania and Gal Costa sing and dance together with the members of the pink and green School. The theme is bold: "Atras da Verde-e-Rosa S6 Nao Vai Quem ja Morreu" (Only the Dead Do Not Follow the Green and Pink School) , composed by the Master IIvamar Magalhaes. According to him , Mangueira's carnival is authentic, light and relaxed , like the carnival made in Bahia (home of the homaged). There are four sections in the theme, emphasizing the "Trio Eletico", with afro dancing at the beginning of the parade . The following phase shows the career of the quartet, bringing back the period of festivals and the striking "tropicalismo", represented in wings, floats and the powerful samba. Then, comes their greatest hits, wonderfully interpreted by the rhythm of the "mangueirense" croud . The exuberance of carnival

closes the parade of Esta~ao Primeira da Mangueira. Master Ilvamar concludes: " The carnival from Bahia and Rio cannot be compared. Both are important and splendid , but different. Such is the aim of the parade: the quartet dignifing both places , with love and respect".

Mocidade I ndependente de Padre Miguel Unidos de Vila Isabel "Avenida Brasil" - Tudo Passa, Quem Nao Viu? Unidos de Vila Isabel sings and dances its own story. ("Brazil Avenue - Everything The story of the samba and Pass, Who Did Not See?"), its homeplace. "Muito tells the story of the many Prazer l Isabel de Bragan~a realities of an avenue 50 e Drumond Rosa da Si lva, Kilometers.long. mas pode me chamar de According to the Master Vila", composed by the Renata, the plot can be Master Osvaldo Jardim easily undestood because brings out the stories and of the permanent caos of secrets of this part of town the avenue. There is an named after a princess. It enormous fioat in the was inhabited by Indians opening of the parade (who planted sugar cane in showing broad types, the big fields) until its te~dencies, and cultural foundation , with the name influences that are always of "Vila IsabeL". The zigzagging in the avenue's marvellous bohemians, the " sidewalk. The wings of the romance , the Street fioat represent a bit of all Carnival and famous that goes on there. The composers such as Noel parade emphasizes with Rosa and Martinho da Villa humor the variety of people will be represented by the that passes by the avenue. School. And the traffic? The Master Deeply thrilling, but simple, believes that this is one of \ the theme also exhibits the the most important points imperial times, when the of Mocidade's carnival. The emperor D. Pedro I was in chaotic traffic of Brazil Avenue couldn't be left out. love with this part of town. Wings are decorated with It is represented by the authentic royal fancy rhythm of samba, with the dresses. The white and "jeitinho"(carioca's way) to blue carnival have another avoid trafic jam". Another beautiful phase inspired by point explored by the the character of Joao School is the contrast Batista Drumond, the between the industries and legendary Baron, the slums alongside the responsable for Vila avenue . Isabel's French influences. At the closing of the parade At last, the parade closes comes a scenario in which with "Da Silva"a name the School pictures the typically popular that will people that live and work by certainly be rejoiced by the the avenue called Brazil. It croud . That's the way Vila is also an homage for the is: it goes from nobleness School; it is part of the to the slums. Adored by great stage called Brazil everyone. Avenue.

,

Imperatriz Leopoldinense

"Imperatriz Leopoldinense" comes to Sapucai with "Caterina de Medicis na Corte dos Tupinamb6s e Tabajeres" (Catarina de Medicis in the Court of Tupinamb6s and Tabajeres"), by Rosa Magalhaes. The plot describes the reception prepared by Brazilian Indians fo r the French Court, in 1550. Poor people from the hills of the community, dressed in wonderful costumes, rep resent the wealth and lust of the French Court. The whole ideia of the plot is concentrated around the happening of the reception. Different wings show how the Indians exhibited their dances to Catarina and King Henrique II, and the way they transformed the fields around River Sena in a tropical landscape. Rosa Magalhaes recreated scenarios from a tropical rainforest with typical Brasil ian flora. The School translates the Brasilian environment to the Sapucai. Allegories are created based on a solid work of research that goes as far as France. The idea for the lion's float was extracted from Brasilians and French books. Above all , The Green and White School wants to give a message of freedom. It will be in the avenue showing the link between its plot and the need for freedom of the French people.


MONDAY Caprichosos de Pilares "Caprichosos de Pilares"is one of the eight Schools that are homaging the city of Rio de Janeiro in the carnival. The plot of master Luis Fernando Reis, "Estou Amando Loucamente uma Coroa de Quase 90 Anos"(1 am Crazy About an Old Lady Almost 90 Years Old") takes a walk along Rio Branco Avenue, old downtown Central, the carioca 's heartland . Irreverence has always been the sign of Caprichosos. It will be clear this year, once more . But the School keeps secret the essence of its critical comments. In a way, the plot recalls the movement "Viva in Rio", created to rescue the irreverence, the

cheerfulness typical of the carioca way of life. The wing "Central Avenue"recalls the carnival of oldtimes. The street carnival. "Cinelandia", in Rio Branco Avenue , is

represented as the stage for all kinds of demonstratons and manifestations. "Amarelinho", is a famour bar located in this area that atracts bohemians, tourist and all sorts of human types. This is also represented in the parade. Here , Caprichosos satirizes the politicians, in a light, fun and bohemian way. The presentation opens with an allegory called "Heraldica Carioca", representing the mixture between white people and Indians that composed the origins of the city. It closes with a wing of children , giving a message of hope , that Rio becomes again the city of joy and

irreverence.

Uniao da IIha do Govemador Tradi\,iio " Tradi~iio"'s

plot (Passarinho, Passaro la , Quero Ver Voar"or "Little Bird , "Passarola", I Wanna See it Flying") is simple, beautiful and easily understood . It tells an old dream of humankind : the power to fly. It's and allegory of freedom . In the first part, called "0 Passaro Voa - Voa!"("The Bird Flies Flies") we are remainded of the popular fable about the willingness to fly, imitating birds. The second one, "0 Homem Ha de Voar"("Man Will Fly") is a reference to I those who built flying devices. From Icarus to the Brazilian Bartolomeu Louren~o Gusmao, whtl tried to convince the ~ng of Portugal to finance his dream to build a "passarola", the wonderful and beautiful machine that could cross the seas. It remained a dream. The third part "0 Homem Voa? Voa! "("Do Man Fly? He Flies!") goes on in the same way, telling about the inventors, like Santos Dumont and the 14-Bis. Even King Luis XVI and Maria Antonieta are represented in the parade . According to the Mistress Licia Lacerda , "the last part "Do Aviao Asa-Delta Quero Ver Voar" is magical, with gliders giving free rein to the fancy of Icarus. The marvellous baianas representing spaceships with butterfly wings , come in a beautiful dancelike movement, linking the ancient tradition to the high technology of our times.

a

As a young School, "Uniao da IIha do Governador" is well known for it's light plots, simple and inexpensive fancy dresses

and carnivals that lead a straight communication with the mass public. But this year this style has changed. Now the School witt] the theme "Abrakadabra , 0 Despertar do Magicos"(Abrakadabra, the Awakenig of the Magicians"), by the Mater Chico Sinoza, calls for the New Age: "it's important to awaken the magic within everyone of us. The annoucing of the Age of Aquarius, brings lots of " hope to humankind". Chico split the presentation in three phases: the past is represented in the first float by the allegory "A Grande Explosao do Universo ("The Big Bang of the Universe"), There are magic moments: the appearance of the primitive man, the first of the magicians whom , along the parade transforms himself - assuming different faces for different ethnics . The next phase depicts the present time. Here the School tries to picture the return to Spirituality by the modern man. Supertitions and talismans are used to answer the questions: Who am I? Where do I come from?, and so on. There are no answers, so man moves on to the future (last phase), that announces the New Age of Aquarius. The last float represents an allegory to peace, whose caretakers are "Members of The Old School".

.

Academico s do Grande Rio The plot of the School "Academicos do Grande Rio, Os Santos que a Africa Niio Viu" ("Saints that Africa Did Not See"), by Lucas Pinto , shows the religious syncretism, evident in the brazilian culture. The mag';c entities, although of african roots , are in fact from our country. The popular "Ogun de Ronda"is an example of an entity that will be well represented , because its colors - green, white and red - are also the colors of the School. The carnival tells the story of our people , sang by songs from the North of the country. A certain "Ze"conducts the parade, he is transformed in many characaters, composing the theme for allegories and fancy dresses - a variety of faces , from quack-like healers, african Ogun to the appariton of the original "Ze Pilantra", the brazilian "exu" (spirit feared and worshiped in voodoo rites). Ze Pilantra is the essence of the creative force and eventually the rascal that our suffering people copes with in the hardships of life. One of the wildest floats of the School is the "Glory of Ze Pilantra", where the subject is courted by entities in fancy dresses , attending an impressive ritual of Umbanda.


MONDAY

,

Beija Flor

Salgueiro

"Beija Flor de Nil6polis" brings to the Samb6dromo the English Lady, Margareth Mee. The artist illustrated the Brazilain bromelias better than anyone else. She was the first woman to climb the highest geographic point of Brazil , feeling that there she could find rare bue orchids. Full of adventures, Margareth's life was recognized by the sensibility and respect she dedicated to our culture, being the most important illustrator of our flora and fauna. As master Milton Cunha says;"Margareth Mee, a Dama das Bromelias"(Margareth Mee, the Lady of the Bromelias) the central plot of our School is developed with a prologue followed by ten scenes and an epilogue". The prologue tackles down her birth in England , then her travel to Brazil in 1952 where she spent 30 years of her life studing flowers and birds. All this sensibility

According to Roberto Szn iecki, "Rio the La pra Ca" ("Rio Back and Forth") is the plot of Salgueiro th at homages the casualness prominent in the carioca way of being. It pretends to explain the reason why th e

was converted to a precious

work of art, famous all over the world for the illustration of flowers such as moon's cactus, green heren and raretypes of orchids. Scene after scene, we see

Margareth's life, her relationships with the Indians, the struggle to preserve the Amazon Forest, her international fame and death, in an accident. All this is represented by fancy dresses decorated with various flowers , it being Springtime. Lots of colors, birds and floats are made with material coming from the Amazonia to give a touch of magic to the parade.

carioca is so re laxed and

has such a peculiar irreverence in his attitudes. Ethi nic ingredients explain the carioca's relationship to the sea , the compromise to pleasure, the love for his beautiful landscape and above all , the pride he feels towards Rio de Janeiro. At the opening of the parade a float comes carrying the standa rds representing Rio since its • foundation until now. For, the front commision fancy dresses were assembled from an absolutely cFIginal refe rence ' "francoios" a

mix of French peopfe' and "Tamoios" Indians. Developed in ten parts, the plot of Salgueiro tells all the phases of the cari oca history, in a light chronic. The first part is about the foundation and growth of Rio: a concoction of Portuguese, French, Indians and a reference to the Negro culture with the arrival of the first slaves. The next phase brings allegories and fancy dresses from the colonial period in Rio, when the Negro's influence in work, costumes and religion becames more

accentuated . It's an extended plot, developed until the present times, showing everthing that has the carioca spirit and closing with a message of hope for the Marvellous City.

Estacio de Sa The most difficut thing in the plot of Estacio de Sa, "S.AARA - A Estacio chegou no Lelele de Ala la6" , by the Master Alexandre Gonzaga, is to decipher the sign S.AARA So let's start by explaining exactly what it is. Saara is a comercial point in Rio ,

where popular malls are mixed to famous brandnames. But SAA.RA is also the sign of the Society of Friends and Adjacents of the Alfandega. Alfandega is the name of a very well known street . It is like a market, where you can sell and buy anything you fancy. "Lelele" is the refrain of the samba and ,o.lala6 "is a stylish reference to Ala 's greeting , the Mohammedan God, making it clear th at the Arabians represent the greater majority of people working in this area . Saara is a busy center: full of people, costumes and legends from the ~eople of the Middle East. It's a feast where anything is welcome and nothing is discordant because all is theme for fantasy. "During the presentation, the School becomes a carioca Damascus , offering trinkets and gadgets . Alfandega , harbor, street. Rio so far and yet so close. "It has a little bit of everything, it contains the whole world whithin itself' says the Master. Carnival is ecstasy and fun , so Estacio through its Master's plot, emphasizes the imagination of the people and show the authentic art of the School of Samba from Rio de

.

Janeiro.

.

Portela '"Quando 0 Samba era Samba"("When Samba Was Samba") is based on a traditional effort to develop Portela's carnival. Divided in three parts, the plot by Master Jose Felix intends to tell the history of the negro men responsible for the creation of samba . First, we see the arrival of the slaves in Rio de janeiro, noted by allegories and fancy dresses from a wing called "African Roots". It shows the african way of life and its influence in the city. Rather curiously, after the exaltation of the power of the race, Portela moves on to mention the Frenchlike contour of the city made clear in the title "Rio is Civilized". It describes the Belle Epoque style, the balls, dancers dressed in striped shirts and negros that were already playing samba. At last, Portela emphasizes, once again , the powerful negro culture. At this point, the parade reaches its climax in a section called "Negro Africa Resurges". But the main novelty this year is the displacement of the well known front commission, formed by respected dancers, composers and founders , to the end of the School. .The Master innovated and placed the "Old Members"at the closing of the parade wearing fancy dresses in the theme "Heralds of Samba". Tradu<;ao:"Astrid Fa<;anha


• -• • •• • • • • • •• • • • • 'Ii'

• • • •

• • • • •• • • • • • • • • • • • • •• • • • • • • • • e •

• • • • • • • • •

I

I.

• • •• •

,

ABASTECA DE ALEGRIA NUM POSTO PETROBRAs.

1

1 l

Voce vai encontrar 0 Carnaval carioca em cad a esquina, em cada rua. Vai ver a Avenida Marques de Sapucai cheia de alegria com os desfiles das Escolas de Samba. E vai descobrir as cores que fazem dessa festa a mais original e

emocionante do mundo. As cores do Brasil. Os Postos Petrobras dao as boas-vindas a voce e lembram: se abaste9a de alegria n~sses qua.tro V.(. l r:J:l pETROBR~S dlas de foha. 1riiti:I ....


,..

,

Acabou 0 drama de estar sem ficha na hora de usar orelhao na cidade do Rio deJaneiro. A Discagem Local a Cobrar Junciona igualzinho a Discagem lnterurbana a Cobrar. A diferenfa eo codigo: Para ligafoes locais, do Rio para 0 Rio ou para localidades do Grande Rio, basta dzscar 9021 , seguido do telefone desejado. Nunca foi tao Jacil Jalar do orelhao. Mas nao esquefa que um minuto no DLC custa 0 equivalente a 5 jichas locais.* BRASIL Agora, voce ja sabe: nao tem jicha? T{zi sem jicha.

._DE"""

• Porl" n ltll" 041 do Alhlisrerio das ComfluicaroeJ de 14.03.84.

Empresa do Sistema

Te lebras


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.